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Inventário e História Natural dos Aracnídeos da Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará, Brasil 1 A. B. Bonaldo 2 , L. S. Carvalho 2 , R. Pinto-da-Rocha 3 , A. L. Tourinho 4 , L. T. Miglio 2 , D. F. Candiani 2 , N. F. Lo Man Hung 2 , N. Abrahim 2 , B. V. B. Rodrigues 2 , A. D. Brescovit 5 , R. Saturnino 4 , N. C. Bastos 2 , S. C. Dias 2 , B. J. F. Silva 2 , J. M. B. Pereira-Filho 2 , C. A. Rheims 5 , S. M. Lucas 5 , D. Polotow 5 , G. R. S. Ruiz 5 & R. P. Indicatti 5 . 1 Dedicado à memória de José Augusto Pereira Barreiros (1977 – 2007). 2 Museu Paraense Emílio Goeldi, Coordenação de Zoologia, Campus de Pesquisa, Av. Perimetral, 1901, CEP 66040-170, Belém, PA. 3 Universidade de São Paulo, Instituto de Biociências, Departamento de Zoologia, Rua do Matão, Travessa 14, No. 321, CEP 05508-900 São Paulo SP. 4 Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Programa de Coleções Zoológicas (Invertebrados) (ALT), Coordenação de Pesquisas em Ecologia (CPEC) (RS), Avenida André Araújo, 2936, CEP 69011-970, Cx. Postal 478, Manaus, AM. 5 Instituto Butantan, Laboratório de Artrópodes Peçonhentos, Avenida Vital Brasil 1500, CEP 05503-900 São Paulo, SP. Introdução A Classe Arachnida é o segundo maior grupo do Reino Animal, sendo suplantada, em termos de riqueza em espécies, apenas pelos insetos. Esta grande linhagem inclui formas muito familiares, como as aranhas, ácaros e escorpiões, mas também algumas ordens praticamente desconhecidas fora do meio científico, como Ricinulei e Schizomida. Das 11 ordens recentes de Arachnida, 10 tem ocorrência registrada na Floresta Nacional de Caxiuanã (FNC). Apenas a Ordem Palpigradi ainda não foi registrada na área, uma ausência provavelmente devida à falhas de amostragem, já que estes animais foram

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Inventário e História Natural dos Aracnídeos da Floresta Nacional de

Caxiuanã, Pará, Brasil1

A. B. Bonaldo2, L. S. Carvalho2, R. Pinto-da-Rocha3, A. L. Tourinho4, L. T. Miglio2, D. F.

Candiani2, N. F. Lo Man Hung2, N. Abrahim2, B. V. B. Rodrigues2, A. D. Brescovit5, R.

Saturnino4, N. C. Bastos2, S. C. Dias2, B. J. F. Silva2, J. M. B. Pereira-Filho2, C. A.

Rheims5, S. M. Lucas5, D. Polotow5, G. R. S. Ruiz5 & R. P. Indicatti5.

1Dedicado à memória de José Augusto Pereira Barreiros (1977 – 2007).

2Museu Paraense Emílio Goeldi, Coordenação de Zoologia, Campus de Pesquisa, Av.

Perimetral, 1901, CEP 66040-170, Belém, PA.

3Universidade de São Paulo, Instituto de Biociências, Departamento de Zoologia, Rua do

Matão, Travessa 14, No. 321, CEP 05508-900 São Paulo SP.

4Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Programa de Coleções Zoológicas

(Invertebrados) (ALT), Coordenação de Pesquisas em Ecologia (CPEC) (RS), Avenida

André Araújo, 2936, CEP 69011-970, Cx. Postal 478, Manaus, AM.

5Instituto Butantan, Laboratório de Artrópodes Peçonhentos, Avenida Vital Brasil 1500,

CEP 05503-900 São Paulo, SP.

Introdução

A Classe Arachnida é o segundo maior grupo do Reino Animal, sendo suplantada,

em termos de riqueza em espécies, apenas pelos insetos. Esta grande linhagem inclui

formas muito familiares, como as aranhas, ácaros e escorpiões, mas também algumas

ordens praticamente desconhecidas fora do meio científico, como Ricinulei e Schizomida.

Das 11 ordens recentes de Arachnida, 10 tem ocorrência registrada na Floresta Nacional de

Caxiuanã (FNC). Apenas a Ordem Palpigradi ainda não foi registrada na área, uma

ausência provavelmente devida à falhas de amostragem, já que estes animais foram

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registrados na Amazônia Central Brasileira e na Guiana Francesa (Conde & Adis, 2002).

São abordadas aqui as ordens Araneae, Opiliones, Scorpiones, Schizomida, Ricinulei,

Solifugae, Thelyphonida e Amblypygi.

A fauna de aracnídeos da Região Amazônica é ainda muito mal conhecida do ponto

de vista taxonômico, o que pode ser evidenciado pela freqüência com que são publicados

trabalhos de descrição de táxons novos de várias ordens, especialmente aranhas, opiliões,

escorpiões, ricinúleos e esquizomídos (e.g. Bonaldo et al., 2006; Pinto-da-Rocha &

Bonaldo, 2007; Tourinho & González, 2006, Tourinho & Azevedo, 2007; Lourenço et al.,

2005a; 2005b; Bonaldo & Pinto-da-Rocha, 2007). Outra indicação da falta de estudos

taxonômicos em aracnídeos amazônicos é o dado de que nesta região ocorrem apenas 3%

das cerca de 95.000 espécies de aracnídeos conhecidas atualmente pela ciência (Adis,

2002). Esta percentagem não reflete a real biodiversidade da Região Amazônica, tendo em

vista, por exemplo, a grande quantidade de espécies não determinadas, muitas das quais

provavelmente novas, listadas em inventários recentes (e.g. Silva & Coddington, 1996;

Pinto-da-Rocha & Bonaldo, 2006; Ricetti & Bonaldo, 2008; Lo Man Hung, et al., no

prelo). O conhecimento biogeográfico dos aracnídeos amazônicos também deixa a desejar.

As amostragens são pontuais e geralmente provenientes de regiões de fácil acesso, o que

muitas vezes causa lacunas artificiais nos mapas de ocorrência das espécies. A aracnofauna

da Amazônia brasileira começou a ser amostrada de forma mais sistemática apenas a partir

das últimas décadas do século XX. Estas iniciativas não coordenadas geraram um mosaico

de áreas amostradas com diferentes intensidades através de metodologias não comparáveis

entre si. Os principais pontos amostrados nos últimos anos foram a Estação Ecológica da

Ilha de Maracá, em Roraima (Lise, 1998); áreas próximas do Rio Juruti (Pinto-da-Rocha &

Bonaldo, 2006), algumas localidades na Serra do Cachimbo (Ricetti & Bonaldo, 2008) e a

área do projeto Jari (Barlow et al., 2007), no Pará; o Parque Nacional da Serra do Divisor

(Vieira & Brescovit, dados pessoais) e as Reservas Extrativistas Pimenteira, Catuaba e

Humaitá (Brescovit & Höfer, dados pessoais), no Acre; a Reserva de Desenvolvimento

Sustentável de Mamirauá (Borges & Brescovit, 1996), a bacia do Rio Urucu (Bonaldo &

Dias, no prelo), áreas no entorno da cidade de Manaus (Igapó Tarumã-Mirim e Ilha da

Marchantaria) e regiões próximas às sedes municipais de Manicoré, Borba e Ipixuna

(Höfer, 1990; Borges & Brescovit, 1996; Brescovit, 1999; Lourenço et al., 2005a; 2005b),

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no estado do Amazonas. Destaca-se, ainda, a Reserva Florestal Adolfo Ducke (RFAD), em

Manaus, Amazonas, cuja fauna de aracnídeos é a mais intensamente amostrada de toda a

Amazônia Brasileira. (Gasnier et al., 1995; Gasnier & Höfer, 2001; Höfer, 1997; Höfer et

al., 1996; Vieira & Höfer, 1994, 1998, Höfer & Brescovit, 2001; Rego et al., 2007).

As amostragens de aracnídeos provenientes da FNC foram esporádicas e ocasionais

até 1996, quando ocorreu a primeira grande expedição aracnológica à Estação Científica

Ferreira Penna (ECFP), integrada por técnicos e pesquisadores do MPEG e pelo aracnólogo

Arno Antonio Lise, da PUC-RS. Os resultados desta expedição, no que concerne à Ordem

Araneae, foram publicados por Martins & Lise (1997), no primeiro volume editado sobre

Caxiuanã (Lisboa, 1997), trabalho que se constitui, até hoje, na única lista faunística de

aranhas disponível para a área.

O esforço de amostragem de aracnídeos na FNC, especialmente na área da ECFP,

foi intensificado a partir do ano 2000, com a aplicação de protocolos estruturados que

permitem o registro dos eventos de coleta em termos de unidades amostrais. Estas

expedições iniciaram por ocasião da realização de cursos sobre técnicas de inventários

zoológicos, dirigidos a alunos de Pós-Gradução em Zoologia, e tiveram continuidade com o

Projeto “Inventário Multi-taxonômico de Caxiuanã” (PNOPG-CNPq) e o experimento

“Efeitos da Seca da Floresta” (Milênio-LBA). Estes apoios permitiram o desenvolvimento

da primeira Dissertação de Mestrado sobre as aranhas da ECFP, com enfoque na fauna de

serapilheira (Barreiros, 2004). Entre 2005 e 2006 foram realizadas expedições de coleta a

14 pontos ao longo do Rio Caxiuanã, com a utilização de sete métodos complementares

para amostragem de espécies que habitam os mais diversos estratos da vegetação. Estas

campanhas resultaram na obtenção de 2240 amostras padronizadas, totalizando cerca de

40.000 espécimes. Isto representa o maior esforço de amostragem empregado até o

momento em uma única área de estudo na Amazônia Oriental Brasileira, realizado no

contexto do desenvolvimento da Tese de Doutorado de José Augusto Pereira Barreiros (in

memorian), a quem este capítulo é dedicado (Bonaldo et al., 2007).

A partir de 2006 foi iniciado o Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio-

MCT), uma iniciativa de promoção de inventários biológicos integrados na Amazônia

Brasileira, que prevê o estabelecimento de uma rede de parcelas inventariadas através da

aplicação de protocolos espacialmente comparáveis. A primeira parcela do PPBio na

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Amazônia Oriental Brasileira foi implantada na margem esquerda do Igarapé Caquajo, no

coração da FNC, uma área cuja fauna aracnológica nunca havia sido antes amostrada. Até o

momento foram realizadas duas expedições àquela área, que resultaram na descrição de

quatro espécies novas para a ciência: um representante da Ordem Schizomida, do gênero

Surazomus Reddell & Cokendolpher, 1995 (Bonaldo & Pinto-da-Rocha, 2007) e três

espécies de aranhas, duas do gênero Otiothops MacLeay, 1839 (família Palpimanidae)

(Brescovit et al., 2007) e uma do gênero Alpaida O. P.-Cambridge, 1889 (família

Araneidae) (Abrahim & Bonaldo, no prelo). Além destas, outras cinco espécies de

aracnídeos recentemente descritos tem a FNC como localidade-tipo, o que denota que a

disponibilização das amostras coletadas nesta Floresta Nacional já vem causando um

impacto detectável na comunidade científica.

Este capítulo reflete um esforço coletivo no sentido de dar continuidade ao trabalho

de José Augusto Pereira Barreiros, sumarizando os dados faunísticos disponíveis sobre oito

ordens de aracnídeos ocorrentes na Floresta Nacional de Caxiuanã e oferecendo uma lista

quali-quantitativa de espécies e morfo-espécies registradas para a área.

Metodologia Os espécimes foram triados e identificados até o nível taxonômico mais exato

possível, sendo muitas vezes classificados em morfo-espécies, devido à ausência de

revisões taxonômicas recentes para muitos grupos ou por se tratarem de táxons ainda não

formalmente descritos. O material-testemunho está depositado nas coleções de aracnídeos

do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG, curador, A. B. Bonaldo). Algumas duplicatas

foram depositadas nas coleções do Instituto Butantan (IBSP, curador, A. D. Brescovit) e

Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZSP, curador, R. Pinto da Rocha). A

seguir é oferecido um panorama das técnicas de coleta empregadas nos últimos anos para o

inventário dos aracnídeos de Caxiuanã.

Armadilhas de queda: empregadas na captura de invertebrados de solo, de pequeno e

médio porte, que se locomovem ativamente na serapilheira. Estas armadilhas consistem de

potes plásticos de 500ml enterrados em fila em intervalos regulares de 10 m, ao nível do

solo, contendo líquido conservante (álcool 80%). Cada pote é numerado e recebe uma

cobertura de plástico para impedir a entrada da água da chuva. As armadilhas permanecem

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abertas durante cinco dias consecutivos. O conjunto de animais obtido pela exposição

consecutiva de cada armadilha é considerado uma amostra.

Armadilhas de interceptação e queda: Estas armadilhas são geralmente empregadas na

captura de vertebrados que se locomovem ativamente na serapilheira. Esta técnica mostrou-

se eficiente para a coleta de aracnídeos, principalmente escorpiões e aranhas de grande

porte (Pinto-da-Rocha et al., 2007; Lo Man Hung et al., no prelo). A estrutura instalada na

ECFP para inventários herpetológicos foi utilizada com sucesso também no presente

inventário. As armadilhas consistem de cinco baldes de plástico (90 litros) enterrados em

linha a intervalos de 15 m, ao nível do solo, unidos por uma tela plástica de 1m de altura

(cerca-guia). Na base de cada balde são feitos pequenos furos para impedir o acúmulo de

água proveniente da chuva. As armadilhas permanecem abertas por dez dias consecutivos,

sendo vistoriadas diariamente. Os aracnídeos obtidos na primeira vistoria, logo após a

abertura dos baldes, são excluídos das análises quantitativas. O conjunto de animais obtidos

nas nove vistorias diárias subseqüentes de cada grupo de baldes conectados entre si é

considerado uma amostra.

Guarda-chuva Entomológico: Técnica empregada na amostragem de animais arborícolas

presentes no estrato arbustivo de até dois metros de altura. O instrumento consiste de duas

hastes cruzadas, presas entre si no centro, e de um quadrado de tecido branco fixado pelos

cantos nas extremidades das hastes. O aparato é posicionado sob os galhos das árvores e

arbustos, os quais são agitados com um bastão. Os animais que caem sobre o tecido são

capturados manualmente ou com auxílio de um pequeno pote. O conjunto de animais

obtido em cada hora de coleta contínua, por um coletor, é considerado uma amostra.

Rede de varredura: Trata-se de um cone de tecido branco cuja boca é fixada a um aro de

metal de 30 cm de diâmetro, acoplado a um cabo longo. O instrumento é passado

repetidamente sobre a vegetação rasteira, capturando animais que ocupam os estratos

baixos da vegetação. Cada hora de coleta contínua, por um coletor, é considerada uma

amostra.

Procura visual noturna: Consiste na coleta manual na serapilheira, em troncos em

decomposição, dentro de cavidades, sob pedras e na vegetação de sub-bosque até a altura

de dois metros, com o auxilio de lanterna de cabeça. Este método permite o acesso a

diferentes estratos e ambientes, amostrando principalmente animais ativos durante a noite,

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incluindo aqueles animais que caminham sobre o solo, sobre a vegetação ou que se

movimentam entre diferentes ambientes. Esta técnica é executada em transectos de 30 por

10 m. O conjunto de animais obtido em cada hora de coleta contínua em um transecto, por

um coletor, é considerada uma amostra.

Extratores de Winkler: são utilizados na captura de pequenos invertebrados ocorrentes na

serapilheira. Com o auxílio de balizas de madeira, uma área de 1 m2 é delimitada no solo e

toda a serapilheira e a matéria orgânica superficial é colocada em uma peneira de 5 mm de

malha. Cada porção de serapilheira colocada na peneira é agitada por um minuto e o

material resultante é ensacado e etiquetado para inclusão nos extratores de Winkler. Este

aparato é composto por um saco fenestrado (malha de 4 mm), onde é acondicionado o

material peneirado, suspenso dentro de um invólucro fechado de tecido de algodão esteado

por uma armação de arame. As armadilhas, munidas com um frasco coletor com álcool

80% na extremidade inferior, permanecem suspensas ao abrigo da chuva e do vento por três

dias, a fim de garantir a extração do maior número possível de animais. O conjunto de

animais obtido em 1m2 de serapilheira, processado da maneira descrita acima, corresponde

a uma amostra.

Coletas ocasionais: São incluídas nessa categoria todas as amostragens não padronizadas,

geralmente manuais. Também são consideradas ocasionais as coletas realizadas com

auxílio de puçá sobre macrófitas aquáticas junto às margens dos rios, devido ao fato de que

ainda não foram desenvolvidos protocolos padronizados de amostragem para a coleta de

aranhas associadas a corpos de água na região Amazônica.

Ordem Araneae

A Ordem Araneae é o sexto maior grupo animal em termos de riqueza de espécies,

com mais de 40 mil espécies conhecidas, distribuídas em 108 famílias (Platnick, 2008). As

estimativas acerca da diversidade real da Ordem podem variar de 80.000 a 170.000

espécies. Neste caso, seriam conhecidas até o momento apenas de 20% a 50% do total de

espécies viventes (Coddington & Levi, 1991; Platnick, 1999). As aranhas são facilmente

distinguidas dos outros aracnídeos por diversas peculiaridades morfológicas, das quais a

mais conspícua é a separação do cefalotórax e do abdômen, conectados apenas por uma

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haste estreita e curta, o pedicelo. Outras duas características exclusivas destes animais, a

faculdade de produzir peçonha e seda, têm implicações profundas em sua história natural.

Muitas aranhas constroem teias para a captura de presas, mas a produção de seda tem

diversas outras funções, como a construção de sacos de ovos e revestimento de refúgios. As

aranhas desenvolveram uma grande diversidade de estratégias de predação, como a

construção de diferentes tipos de teias ou a caça por busca ativa ou por emboscada. Araneae

se divide em dois grupos, a Subordem Mesothelae, que inclui aranhas primitivas, com

traços de segmentação abdominal e fiandeiras espalhadas pela face ventral do abdômen e a

Subordem Opisthothele, sem traços de segmentação e cujas fiandeiras estão agrupadas na

extremidade posterior do abdômen. O primeiro grupo é composto por apenas 87 espécies

restritas ao sudoeste da Ásia (ver Thaler & Knoflach, 2004, figuras 3-6). O segundo

engloba todas as outras aranhas e é dividido, por sua vez, em duas grandes infraordens:

Mygalomorphae, que inclui as chamadas aranhas caranguejeiras, caracterizadas pela

simplificação do aparelho de copulação do palpo do macho e pela redução no número de

fiandeiras e Araneomorphae, que inclui a grande maioria das aranhas viventes, que

apresentam quelíceras orientadas transversalmente em relação ao eixo longitudinal do

corpo (ver Thaler & Knoflach, 2004, figuras 7-10).

As migalomorfas estão representadas no Brasil por cerca de 300 espécies em 11

famílias (Brescovit et al., 2002; Lucas et al., 2006), das quais 10 ocorrem na Amazônia. As

famílias Actinopodidae, Idiopidae, Dipluridae, Cyrtaucheniidae, Paratropididae e

Theraphosidae são comuns nesta região, enquanto Barychelidae, Microstigmatidae e

Ctenizidae são de ocorrência mais rara. Representantes da família Nemesiidae são

encontrados somente no sudeste da Região Amazônica (Brescovit et al., 2002) e os

registros em território brasileiro da família Mecicobothriidae estão restritos à região sul do

país (Lucas et al., 2006). As famílias Actinopodidae e Microstigmatidae ainda não foram

registradas na FNC.

As Araneomorfas incluem aproximadamente 90% das aranhas conhecidas, sendo

representadas no Brasil por 59 famílias (Brescovit et al., 2002), incluindo Drymusidae e

Cithaeronidae, registradas pela primeira vez para o país por Brescovit et al. (2004a) e

Carvalho et al. (2007), respectivamente, além de Nephilidae, recentemente elevada a este

nível por Kuntner (2006). Na Amazônia Brasileira ocorrem 51 famílias, incluindo Zoridae,

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um grupo relativamente comum na Mata Atlântica, registrado aqui pela primeira vez para a

Amazônia. Até o momento, foram registradas 42 famílias de araneomorfas para a FNC.

Estes números denotam que o inventário aqui apresentado ainda não está completo, uma

vez que existe potencial de ocorrência de, no mínimo, outras nove famílias nesta área.

A comparação entre a lista de espécies de Araneae aqui oferecida com a de Martins

& Lise (1997), indica um incremento de cerca de 450% em termos de espécies de aranhas

identificadas, o que inclui os registros de migalomorfas de grande porte, inacessíveis aos

métodos empregados naquele inventário preliminar. Entretanto, várias espécies listadas por

Martins & Lise (1997) não foram re-coletadas nos últimos 10 anos, outra indicação clara de

que o conhecimento da diversidade desta fauna na FNC ainda não é satisfatório.

O programa de inventário da araneofauna da FNC implantado nos últimos anos

resultou na obtenção de mais de 3000 amostras padronizadas, tendo-se até o momento

incorporado às coleções científicas 4768 indivíduos adultos, pertencentes a 591 espécies

(Tabela 1). Esta é a maior riqueza de espécies observada para uma única localidade na

Amazônia Brasileira, suplantando em 85 espécies a RFAD, para a qual foram reportadas

506 espécies (Höfer & Brescovit, 2001). O número de indivíduos registrado na RFAD

(4475 adultos) (Höfer & Brescovit, 2001) sugere que a intensidade amostral naquela área

foi similar à obtida até agora na FNC. Entretanto, a porcentagem de resolução taxonômica

da lista de espécies e morfo-espécies de Höfer & Brescovit (2001) (55% de espécies

determinadas) é consideravelmente maior do que a da lista da FNC (28% de espécies

determinadas). Estas comparações indicam que a FNC já pode ser considerada como uma

das áreas na Amazônia Brasileira cuja fauna de aranhas foi mais intensamente amostrada,

mas também que ainda há um longo caminho a percorrer para levar o conhecimento das

aranhas de Caxiuanã a um nível aceitável.

Infraordem Mygalomorphae

Barychelidae. São caranguejeiras estritamente fossoriais, apresentando adaptações

morfológicas para a escavação de substratos duros. Pouco se conhece sobre a biologia das

espécies desta família, existindo poucos espécimes depositados em coleções científicas

nacionais (Brescovit et al., 2004b). São reconhecidas pelo lobo anterior dos enditos

indistinguível ou ausente; escópula bem desenvolvida no metatarso e nos tarsos I e II; e, nas

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fêmeas, unhas pares com dentes pequenos (Raven, 1985) ou ausentes e pelo artículo apical

da fiandeira lateral posterior extremamente curto e em forma de domo. Na FNC foi

registrada, até o momento, uma única espécie não determinada do gênero Strophaeus

Ausserer, 1875, representada apenas por machos coletados em armadilhas de interceptação

e queda.

Ctenizidae. Constroem tocas do tipo alçapão no solo, as quais são praticamente

imperceptíveis quando fechadas (F.O.P.-Cambridge, 1897). Possuem a coxa do pedipalpo

mais longa que larga, fóvea cefalotoráxica fortemente procurva, artículos distais das pernas

das fêmeas com espinhos grossos (F.O.P.-Cambridge, 1897; Dippenaar-Schoeman &

Jocqué, 1997). No Brasil, esta família está representada apenas por representantes do

gênero monotípico Ummidia Thorell, 1875. Na FNC foi coletada apenas uma fêmea de

Ummidia glabra (Doleschall, 1871), em armadilha de interceptação e queda. Esses animais

de hábitos crípticos são coletados raramente, pois não costumam viver em aglomerações,

como algumas espécies de Actinopodidae e Nemesiidae (Coyle, 1983). Ummidia

caracteriza-se pela ausência de escópulas, pelos olhos agrupados em um tubérculo e pela

tíbia III com uma depressão dorsal (Brescovit et al., 2002).

Cyrtaucheniidae. São aranhas comuns na Amazônia Brasileira, geralmente encontradas

em fendas, onde constroem tubos de seda (Brescovit et al., 2002). Na região amazônica, a

família está representada por três gêneros: Bolostromus Ausserer, 1875, Fufius (Simon,

1888) e Rhytidicolus Simon, 1889 (Brescovit et al., 2002). Possuem enditos

quadrangulares, cômoro ocular evidente, lábio mais longo que largo ou tão longo quanto

largo e não apresentam tufos subungueais (Brescovit et al., 2002; Mello-Leitão, 1923). Na

FNC foram encontradas Fufius auricomus Simon, 1891 e duas espécies não descritas de

Bolostromus. Fufius difere dos outros gêneros de Cyrtaucheniidae pela presença de fóvea

recurva. O gênero Bolostromus difere de Fufius e Rhytidicolus pela presença de rastelo

formado por fortes espinhos, dispostos em toda região frontal da quelícera. A maioria dos

representantes de ambos os gêneros registrados na FNC foi coletada em armadilhas de

queda para invertebrados ou através de triagem manual de serapilheira.

Dipluridae. A maioria dos diplurídeos constrói teias de captura, em forma de funil, que

terminam em um refúgio localizado dentro de aberturas no solo, sob rochas ou troncos

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caídos, ou em espaços entre troncos de árvores (Brescovit et al., 2004b). Caracterizam-se

pela presença de fiandeiras laterais posteriores muito desenvolvidas, longas e espaçadas

entre si. Espécies dos três gêneros comumente encontrados na região amazônica (Diplura

C. L. Koch, 1850, Ischnothele Ausserer, 1875 e Masteria L. Koch, 1873), foram registrados

na FNC e estão lá representados por oito espécies. As aranhas do gênero Diplura recobrem

espaços sob troncos caídos ou rochas com um lençol de seda. Geralmente ocorrem em

florestas ou áreas abertas de cerrado, e tem ampla distribuição no Brasil (Brescovit et al.,

2004b). Espécimes de D. sanguinea (F. O. P.-Cambridge, 1896) foram obtidos em

armadilhas de interceptação e queda ou em coletas ocasionais. As espécies do gênero

Ischnothele distribuem-se na América do Sul, América Central e Antilhas e geralmente

produzem teias irregulares, com muitos túneis, nas proximidades de grandes árvores

(Coyle, 1995). Na FNC, os espécimes de Ischnothele guianensis (Walckenaer, 1837) foram

coletados através de procura manual noturna, sendo vários dos quais obtidos em teias

contíguas, em uma árvore de angelim-pedra (Hymenolobium petraeum Ducke). O gênero

Masteria é registrado para a FNC somente por um macho adulto, obtido em armadilhas de

queda, o que denota sua presença na serapilheira.

Idiopidae. São aranhas fossoriais que constroem tocas do tipo alçapão, relativamente

frágeis (Coyle & Dellinger, 1992). São migalomorfas de tamanho médio, que possuem três

unhas e rastelo. O palpo do macho tem címbio espinhoso e bulbo curto, com uma

escavação prolateral (Dippenaar-Schoeman & Jocqué, 1997). A família está representada

na FNC apenas por Idiops Perty, 1833, gênero com ampla distribuição na América Central,

América do Sul, África e Ásia. Estas aranhas são caracterizadas pelos olhos laterais

anteriores próximos ao clípeo, afastados dos outros olhos, pela fóvea fortemente procurva e

pelo cefalotórax arqueado (Raven, 1985). Apenas um macho e uma fêmea pertencentes a

uma espécie de Idiops foram coletados até o momento, em armadilhas de queda para

invertebrados.

Paratropididae. Ocorrem nas regiões tropicais e subtropicais da América do Sul e Central.

São aranhas que não constroem tocas e vivem semi-enterradas no solo. Segundo Raven

(1985), possuem numerosas cerdas incrustadas de partículas de solo no abdômen,

simetricamente dispostas e eretas, cada uma em um tubérculo distinto. Durante as

amostragens realizadas na FNC foram obtidas três espécies, todas incluídas no gênero

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Paratropis Simon, 1889. Estas aranhas possuem quelíceras pequenas, com dentes em

ambas as margens subunguiais, fiandeiras digitifomes, bulbos piriformes com êmbolos

longos e espermatecas com lobos longos (Simon, 1889; F.O.P.-Cambridge, 1896; Raven,

1985).

Theraphosidae. Esta família apresenta a maior riqueza de espécies de toda a Infraordem

Mygalomorphae e é também a mais diversa família de caranguejeiras na lista de espécies da

FNC. No Brasil ocorrem cerca de 150 espécies, distribuídas em três subfamílias. A fauna

de terafosídeos amazônicos inclui espécies de ocorrência exclusiva na região, como

Theraphosa blondi (Latreille, 1804), uma das aranhas de maior porte conhecidas em todo o

planeta, e espécies dos gêneros Pamphobeteus Pocock, 1901, Megaphobema Pocock 1901 e

Cyriocosmus Simon, 1903. Outros gêneros possuem também espécies não-amazônicas,

como Acanthoscurria Ausserer, 1871, Lasiodora C. L. Koch, 1850 e Oligoxystre

Vellard,1924 (Brescovit et al., 2002; Guadanucci, 2007). Na FNC foram encontradas 24

espécies, distribuídas em oito gêneros. As aranhas do gênero Acanthoscurria Ausserer,

1871, como a maioria dos terafosídeos, vivem em tocas naturais recobertas de seda em

troncos de árvores ou no solo (Schiapelli & Gerschman, 1964). A maioria dos espécimes de

Acanthoscurria foi obtida quando da abertura dos baldes das armadilhas de interceptação e

queda, o que denota os hábitos crípticos destes animais. Representantes da subfamília

Aviculariinae foram encontrados tanto em áreas alagadas quanto em áreas de terra firme.

Este grupo foi representado na FNC por duas espécies do gênero Avicularia Lamarck, 1818

e uma pertencente a um gênero não determinado. Theraphosa blondi é uma espécie

facilmente encontrada na ECFP. Machos foram obtidos em armadilhas de interceptação e

queda e coletas manuais e as fêmeas foram encontradas ocasionalmente nas trilhas ou

retiradas de tocas sob as raízes de árvores. Dados das armadilhas de interceptação e queda,

relativos a um intervalo de dois anos consecutivos, sugerem que o período reprodutivo

dessa espécie seja em março, pois cerca de 60% dos machos foram coletados nesta época

do ano.

Infraordem Araneomorphae

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Anapidae. É uma família composta por aranhas que constroem pequenas teias (2-3 mm de

diâmetro) de formato orbicular, que possuem espirais e raios extras sobre e sob o plano da

teia orbicular, conferindo maior elasticidade à teia como um todo (Ramírez et al., 2004;

Platnick & Forster, 1989). A maioria dos anapídeos possui até 2 mm de comprimento total,

vivem na serapilheira e em musgos do solo de florestas úmidas e habita regiões tropicais

(Platnick & Forster, 1989). Essa família pode ser reconhecida pela ausência de pulmões

foliáceos, com manchas esclerotizadas nas laterais do abdômen (Brescovit et al., 2002;

Platnick & Forster, 1989). No mundo existem 145 espécies e 35 gêneros, dos quais somente

Anapis Simon, 1895; Anapisona Gertsch, 1941 e Pseudanapis Simon, 1905 possuem

espécies registradas para o Brasil (Platnick, 2008). Na FNC foram registradas cinco

espécies pertencentes a gêneros ainda não determinados.

Anyphaenidae. Aranhas arborícolas de pequeno a médio porte que apresentam atividade

noturna. São eficientes predadoras de insetos em geral, mas a literatura registra também

casos de nectarivoria, especialmente entre anifenídeos dos gêneros Hibana Brescovit, 1991,

nos EUA (Taylor & Foster, 1996) e Aysha Keyserling, 1891 (Brescovit et al., 2004b). São

conhecidas popularmente como aranhas-do-saco, devido ao hábito de construírem seus

refúgios através do enrolamento de folhas ou unindo as mesmas com fios de seda (Dondale

& Redner, 1982). Também são conhecidas como aranhas-fantasma, devido a rapidez com

que se movimentam ou fogem quando perturbadas (Brescovit, 1996). Dez espécies foram

coletadas até o momento em Caxiuanã, destacando-se Otoniella adisi Brescovit, 1996,

comum em toda a Amazônia, mas em geral presente em áreas mais úmidas, junto a

capinzais e macrófitas aquáticas em geral.

Araneidae. Esse grupo é composto por aranhas construtoras de teias orbiculares, a maioria

de hábitos noturnos. Existe uma grande diversidade de formas, principalmente em relação à

morfologia do abdômen, que pode apresentar-se pouco esclerotizado e com pouca

pigmentação, ou colorido, com espinhos esclerotizados ou tubérculos. As teias são

geocêntricas, mas podem apresentar diversas modificações, como em Cyclosa Menge,

1866, que se camufla usando detritos aderidos ao centro da teia. Em Spilasma Simon, 1897

e Micrepeira Schenkel, 1953, a teia é disposta horizontalmente e seu centro é preso em um

cone que serve de abrigo (Levi, 1995). Existem 2844 espécies descritas em 166 gêneros de

araneídeos no planeta (Platnick, 2008). Esta é a família mais abundante e com o maior

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número de espécies na FNC, onde foram encontradas até o momento 105 espécies em 29

gêneros. Foram reconhecidas sete espécies novas para a ciência, pertencentes aos gêneros

Alpaida O. P.-Cambridge, 1889, Hypognatha Guérin, 1839, Mangora O. P.-Cambridge,

1889, Metazygia F. O. P.-Cambridge, 1904 e Wagneriana F. O. P.-Cambridge, 1904. Uma

das espécies novas de Alpaida foi descrita por Abrahim & Bonaldo (no prelo). Os gêneros

com maior número de espécies na FNC são Micrathena Sundevall, 1833, Alpaida, Eustala

Simon, 1895 e Mangora. As espécies mais freqüentes na área foram Micrathena kirbyi

(Perty, 1833), M. triangularis (C. L. Koch, 1836), M. Schreibersi (Perty, 1833), Spilasma

duodecimguttata (Keyserling, 1879), Alpaida delicata (Keyserling, 1892) e Alpaida sp. 1.

Diversos espécimes de Micrathena evansi Chickering, 1960 foram encontrados dentro de

ninhos de vespas, capturados para alimentação das larvas destes insetos (Camillo &

Brescovit, 1999). Foram registradas quatro espécies que constituem registros novos para o

Brasil: Alpaida cuyabeno Levi, 1988, do Equador; Dubiepeira neptunina (Mello-Leitão,

1948), conhecida na Colômbia, Peru e Guiana; Parawixia maldonado Levi, 1992, descrita

para o Peru; e Wagneriana neblina Levi, 1991, para a Venezuela.

Caponiidae. É uma pequena família com apenas 70 espécies em 11 gêneros (Platnick,

2008). No Brasil, existem ainda representantes dos gêneros Caponina Simon, 1891 e Nops

MacLeay, 1839. As aranhas dessa família são pequenas (aproximadamente 1,5 cm de

comprimento total), possuem um colorido atraente, com o cefalotórax alaranjado e

abdômen azulado ou acinzentado, apresentam variação no número de olhos e não têm

pulmões foliáceos (Platnick, 1994; Brescovit et al., 2002). São aranhas cursoriais de

serapilheira e podem ser facilmente coletadas com o uso de armadilhas de queda para

invertebrados ou armadilhas de interceptação e queda para vertebrados. Na FNC foi obtida

até o momento apenas uma espécie não determinada de Nops.

Clubionidae. Família representada por 546 espécies em 14 gêneros (Platnick, 2008), a

maioria das quais distribuídas no velho mundo. No Brasil ocorrem cerca de 30 espécies

atribuídas ao gênero Elaver O. P.-Cambridge, 1898, além de uma espécie não descrita de

Clubiona Latreille, 1804, proveniente da Amazônia Central (Brescovit et al. 2002). São

aranhas arborícolas coletadas com o uso de guarda-chuva entomológico e reconhecidas pela

característica morfologia da genitália e das fiandeiras. Na FNC foram registradas três

espécies de Elaver, duas das quais provavelmente novas para a ciência.

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Corinnidae. São aranhas de porte médio (3-20 mm) que habitam desde o estrato médio da

floresta até a serapilheira, sendo também freqüentemente encontradas em troncos de

árvores a espreita de presas. Em geral possuem coloração críptica, com matizes de marrom

a negro, camuflando-se em troncos em decomposição e vegetação seca. Vários

representantes desta família mimetizam formigas (e.g. Myrmecium Latreille, 1824,

Castianeira Keyserling, 1879, Sphecotypus O. P.-Cambridge, 1895), apresentando desde

modificações morfológicas que simulam a presença do tagma cefálico, até comportamentos

específicos, como o posicionamento do primeiro par de pernas acima do cefalotórax,

simulando antenas. Corinídeos do gênero Attacobius Mello-Leitão, 1925 são notórios por

serem encontrados cavalgando soldados de formigas saúvas. Na FNC foram registradas até

o momento 30 espécies pertencentes a 12 gêneros.

Ctenidae. Família de aranhas errantes com espécimes de médio a grande porte. São

noturnas, vivendo em arbustos, folhagens e bromélias. Durante o dia, escondem-se entre as

folhas caídas no solo, buracos, entre as raízes das árvores ou sob troncos, saindo à noite

desses refúgios para se alimentar. Em geral se afastam pouco do esconderijo, sendo que

alguns exemplares, especialmente ctenídeos dos gêneros Phoneutria Perty, 1833 e Ctenus

Walckenaer, 1805, sobem nas folhagens para devorar as presas capturadas no solo. As

aranhas dos gêneros Ancylometes Bertkau, 1880 e Phoneutria são as que apresentam o

maior tamanho entre as Araneomorphae conhecidas na Amazônia. Espécimes de

Phoneutria (conhecidas popularmente como aranhas-armadeiras) podem ser agressivas ao

ser humano se perturbadas e apresentam veneno potente, causando acidentes graves

(Bücherl, 1968). Já as espécies dos demais gêneros são praticamente inofensivas e os

acidentes, quando ocorrem, não apresentam gravidade. Foram coletados espécimes de cinco

gêneros, contabilizando nove espécies até o momento em Caxiuanã, sendo que as cinco

espécies identificadas são comuns em toda a Amazônia.

Deinopidae. Essa família é constituída por aranhas de corpo alongado, com pernas finas e

longas, principalmente as pernas I e II, que são, no mínimo, três vezes mais compridas do

que o corpo. Possuem coloração marrom-clara ou cinza e olhos médios anteriores grandes,

muito maiores que os demais (Brescovit et al., 2002). Apresentam hábitos noturnos,

permanecendo alojadas na vegetação do estrato inferior, próximas ao solo. Tecem uma

pequena, porém complexa teia orbicular, que fica armada entre as pernas anteriores,

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enquanto as pernas posteriores sustentam o corpo. As presas são capturadas quando passam

nas proximidades, envoltas na teia aberta subitamente pela aranha. Na ECFP foram

reconhecidas duas morfo-espécies de Deinopidae, ambas pertencentes ao gênero Deinopis

MacLeay, 1839, único gênero desta família registrado para o Brasil.

Drymusidae. Esta pequena família contendo 14 espécies distribuídas nas Américas Central

e do Sul e na África, foi registrada pela primeira vez no Brasil por Brescovit et al. (2004a),

com a descrição de uma espécie nova de Jurutí, Pará. Atualmente, a Amazônia Oriental

Brasileira é a região com maior diversidade de espécies desta família no planeta (Bonaldo

et al., 2006). Os drimusídeos são semelhantes aos Scytodidae em relação à morfologia da

genitália e à disposição dos olhos, mas não apresentam o cefalotórax globoso, característico

daquela família. Na FNC foi encontrada uma espécie de Drymusa Simon, 1891, D.

philomatica Bonaldo, Brescovit & Rheims, 2006, nomeada em alusão à Associação criada

por Domingos Soares Ferreira Penna, que deu origem ao Museu Paraense Emílio Goeldi.

Gnaphosidae. É uma grande família de aranhas, com 114 gêneros e 2013 espécies

descritas em todo o mundo (Platnick, 2008). Na FNC foi encontrado somente um indivíduo

imaturo pertencente ao gênero Vectius Simon, 1897. Indivíduos desse gênero são

caracterizados por possuírem o corpo bastante achatado, uma adaptação para a vida em

interstícios. O gênero Vectius possui somente uma espécie descrita, V. niger (Simon, 1880),

distribuída no Brasil, Paraguai e Argentina (Platnick, 2008). Brescovit et al. (2002) indicam

o registro de pelo menos 20 espécies, em três gêneros, na Amazônia Brasileira, o que

sugere que a fauna de Gnaphosidae está sub-amostrada na FNC.

Hahniidae. Os representantes desta família habitam a serapilheira e medem cerca de 2 mm.

São aranhas facilmente identificadas pela disposição das seis fiandeiras em uma única fila

transversal. Nesse estudo, foi coletado um grande número de espécimes adultos

pertencentes a uma única morfo-espécie, de um gênero não determinado. A amostragem de

indivíduos dessa família pode ser realizada com o uso de extratores de Winkler ou de

armadilhas de queda para invertebrados. Estas aranhas constroem pequenas teias usadas

para refúgio, na serapilheira. À noite, saem da teia para capturar suas presas. Elas são

classificadas por Höfer & Brescovit (2001) como aranhas tecedoras noturnas de solo.

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Hersiliidae. Família composta por aranhas de porte mediano, de pernas finas e alongadas,

cuja característica mais marcante é o grande comprimento das fiandeiras laterais

posteriores. Apresentam um característico comportamento de caça, observado também em

aranhas da família Oecobiidae, no qual a aranha salta sobre a presa e com movimentos

rápidos e circulares das fiandeiras, cobre-a de seda e imobilizando-a total ou parcialmente

(Coddington & Levi, 1991). São noturnas, vivendo sobre troncos de arbustos e árvores,

camuflando-se entre o líquen que cresce nas cascas destas plantas. Apenas uma espécie foi

coletada em Caxiuanã, Neotama mexicana (O. P.-Cambridge, 1893), originalmente descrita

para o México mas cuja distribuição estende-se desde o sul dos Estados Unidos até a

Amazônia brasileira (Rheims & Brescovit, 2004).

Linyphiidae. São aranhas de pequeno tamanho, a maioria das quais não ultrapassa cinco

mm de comprimento (Brescovit et al., 2004b). São reconhecidas pela presença de sulcos

estridulatórios na face lateral das quelíceras e podem ser encontradas na serapilheira ou no

estrato sub-arbustivo, onde constroem teias em lençol (Höfer & Brescovit, 2001). Embora

seja uma das maiores famílias de aranhas, com 4329 espécies descritas em 571 gêneros

(Platnick, 2008), sua diversidade na Região Amazônica é comparativamente pequena. Na

FNC foram reconhecidas cinco morfo-espécies. Uma espécie de Meioneta Hull, 1920

mostrou-se dominante sobre as demais, com cerca de 64% dos indivíduos coletados até o

momento.

Lycosidae. Conhecidas popularmente como aranhas-da-grama, tarântula ou aranha-lobo,

estão entre as aranhas mais comuns em áreas abertas, modificadas ou mesmo fortemente

urbanizadas. São aranhas noturnas com tamanho médio a grande, de coloração castanha a

cinza-escuro. Muitas espécies de maior porte apresentam uma característica banda negra

em forma de flecha no dorso anterior do abdômen. A maioria vive em buracos no solo e

revestidos de seda, apesar de espécies de pelo menos dois gêneros construírem teias em

forma de funil. As fêmeas carregam a ooteca globosa nas fiandeiras até a eclosão dos ovos,

quando os filhotes sobem no dorso do abdômen da fêmea, no qual permanecem até

efetuarem a primeira muda (Brescovit et al. 2004b). Em Caxiuanã, apenas duas espécies

foram amostradas, uma ainda não identificada, e Aglaoctenus castaneus (Mello-Leitão,

1942), que produz uma teia em funil e é muito comum na Região Amazônica (Santos &

Brescovit, 2001).

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Mimetidae. Aranhas desta família são caracterizadas pela presença, no primeiro par de

pernas, de espinhos fortes e longos, intercalados por espinhos menores. Os representantes

dessa família também são conhecidos como “aranhas-pirata”, pois são capazes de invadir as

teias de outras aranhas, predando-as. Os mimetídeos caçam suas presas no estrato

arbustivo, preferencialmente durante o período noturno. Na FNC foram encontradas sete

morfo-espécies, cinco do gênero Ero C. L. Koch, 1836 e duas do gênero Gelanor Thorell,

1869. Os indivíduos dessa família podem ser amostrados com a técnica de guarda-chuva

entomológico, além de serem também freqüentes em coletas manuais noturnas.

Miturgidae. Família reconhecida pela morfologia das fiandeiras laterais posteriores, cujo

artículo distal é cônico e comprido. É composta por dois grupos muito distintos, a

subfamília Miturginae, cujos representantes mais comuns na Região Neotropical são as

espécies do gênero Teminius Keyserling, 1887, e a subfamília Eutichurinae, que apresenta

uma riqueza de espécies considerável na América do Sul, com diversas espécies registradas

na Amazônia Brasileira. Até o momento apenas T. insularis (Lucas, 1857) foi registrada na

FNC, indicando que a fauna de miturgídeos desta área está sub-amostrada.

Mysmenidae. São aranhas de pequeno porte que não ultrapassam 2 mm de comprimento

total. A maioria vive na serapilheira, mas espécies dos gêneros Mysmenopsis Simon, 1897 e

Mysmena Simon, 1894 constroem teias orbiculares, sendo solitárias ou vivendo como

parasitas em teias de outras aranhas, especialmente as de diplurídeos (Platnick & Shadab,

1978). Em Caxiuanã, foram detectadas até o momento três espécies ainda sem

identificação.

Nephilidae. Até recentemente este grupo foi considerado uma subfamília de

Tetragnathidae, mas recebeu status de família após a análise filogenética de Kuntner

(2006). Apenas três espécies são conhecidas para o Brasil: Nephilengys cruentata

(Fabricius, 1775), uma espécie introduzida no país e freqüentemente encontrada em

ambientes antrópicos na Região Sudeste, Nephila sexpunctata Giebel, 1867, registrada para

o Brasil, Paraguai e Argentina e Nephila clavipes (Linnaeus, 1767), a única espécie

amostrada na FNC. Essa espécie apresenta grande dimorfismo sexual, com machos muito

menores do que as fêmeas, e é popularmente conhecida como “tecedeira-dourada”, por

construir enormes teias resistentes e de coloração dourada, que podem atingir até 1,5 m de

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diâmetro. Nephila clavipes é comum no Brasil e em toda a Amazônia, especialmente em

ambientes antrópicos, e pode ser facilmente amostrada a partir de coletas manuais, tanto

diurnas quanto noturnas.

Nesticidae. São aranhas similares às da família Theridiidae, distinguíveis por possuírem o

palpo do macho com paracímbio desenvolvido e palpo da fêmea com unha longa

(Rodrigues & Buckup, 2007; Brescovit et al., 2002). A maioria das espécies habita

cavernas, mas também podem ser encontradas no estrato arbóreo-arbustivo, na serapilheira,

sob pedras ou em ambientes antrópicos (Ott & Lise, 2002; Rodrigues & Buckup, 2007). A

fauna brasileira computa apenas sete espécies em dois gêneros, Nesticella Lehtinen &

Saaristo, 1980 e Nesticus Thorell, 1869. Para a Amazônia Brasileira somente uma espécie é

conhecida, Nesticella ducke Rodrigues & Buckup, 2007. Na FNC foram registradas duas

morfo-espécies não determinadas, o que denota o precário conhecimento taxonômico dos

nesticídeos amazônicos.

Ochyroceratidae. São pequenas aranhas, com no máximo 3 mm de comprimento. Dos 14

gêneros conhecidos, dois ocorrem no Brasil, Ochyrocera Simon, 1891 e Speocera Berland,

1914 (Platnick 2008). As aranhas desta família habitam a serapilheira, onde constroem

pequenas teias em folhas ou gravetos, sendo freqüentes em armadilhas de queda para

invertebrados e em extratores de Winkler. As fêmeas de Ochyroceratidae normalmente

carregam seus ovos entre as quelíceras. Na FNC, foram registradas duas espécies,

indeterminadas devido à falta de revisão taxonômica dos táxons neotropicais desta família.

Oonopidae. É uma família de aranhas de tamanho muito pequeno, conhecidas como

aranhas-duendes, que vem recebendo grande atenção da comunidade científica por ser

objeto de um Inventário de Biodiversidade Planetário (PBI – Oonopidae) atualmente em

andamento. Esta iniciativa visa inventariar e revisar taxonomicamente a família em escala

global. O grupo apresenta 491 espécies distribuídas em 73 gêneros (Platnick, 2008), mas os

esforços do Projeto PBI indicam que estes números representam apenas 20% da diversidade

real. A família inclui aranhas cursoriais noturnas, encontradas tanto na serapilheira quanto

no dossel (Jocqué & Dippenaar-Schoeman, 2006). As de solo podem ser capturadas com

extratores de Winkler e armadilhas de queda. As de dossel são acessíveis apenas com a

técnica de termonebulização. Na FNC foram encontradas 15 morfo-espécies de Oonopidae,

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sendo nove da subfamília Gamasomorphinae e seis da subfamília Oonopinae. Foram

identificados os gêneros Dysderina Simon, 1891; Neoxyphinus Birabén, 1953; Oonops

Templeton, 1835; Oonopoides Bryant, 1940 e Scaphiella Simon, 1891. Uma espécie nova

pertencente a um gênero também novo foi a que apresentou a maior abundância na área de

estudo.

Oxyopidae. São facilmente reconhecidos pelos olhos dispostos em forma de hexágono.

Não tecem teia e são capazes de se locomover muito rapidamente sobre a vegetação baixa,

perseguindo suas presas ou caçando por emboscada. São aranhas de hábito diurno, sendo

encontradas à noite presas por um fio de seda pendendo da vegetação arbustiva. Foram

identificadas quatro morfo-espécies pertencentes ao gênero Oxyopes Latreille, 1804, uma

pertencente ao gênero Schaenicoscelis Simon, 1898 e outras três morfo-espécies

pertencentes a gêneros não determinados.

Palpimanidae. Aranhas desta família são caracterizadas por apresentar apenas duas

fiandeiras e o primeiro par de pernas fortemente engrossado, com escópulas distais

(Platnick, 1975). Estas pernas modificadas têm funções semelhantes às das antenas dos

insetos, sendo utilizadas para tatear o solo ou detectar possíveis presas. Somente quatro

espécies são conhecidas para Caxiuanã, todas do gênero Otiothops MacLeay, 1839, das

quais duas foram descritas recentemente por Brescovit et al. (2007): O. curua Brescovit,

Bonaldo & Barreiros, 2007 e O. puraquequara Brescovit, Bonaldo & Barreiros, 2007.

Pholcidae. São provavelmente as mais comuns tecedoras de teias da Região Neotropical,

ocorrendo desde em florestas tropicais até em regiões desérticas. Habitam a serapilheira,

superfície de rochas, interior de cavernas, ambientes antrópicos e até mesmo as copas das

árvores (Huber, 2000). Algumas espécies (e.g. Mesabolivar González-Sponga, 1998)

vibram o corpo repetidamente quando ameaçadas, o que justifica o nome “aranha treme-

treme”. A autotomia das pernas também é um comportamento de defesa frequentemente

observado. Espécies que vivem sobre a folhagem (e.g. Metagonia Simon, 1893),

pressionam o corpo contra a superfície foliar (Huber, 2000). Atualmente, são conhecidas

cerca de 1000 espécies desta família, no mundo (Platnick, 2008). Na FNC foram registradas

nove espécies, pertencentes aos gêneros Artema Walckenaer, 1837, Carapoia González-

Sponga, 1998, Mesabolivar, Metagonia, Otavaloa Huber, 2000 e Pisaboa Huber, 2000.

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Destes, Artema e Pisaboa são gêneros cuja diversidade no Brasil ainda é desconhecida,

inexistindo até o momento espécies descritas para o país (Platnick, 2008). A coleta de

Pholcidae pode ser realizada com armadilhas de queda, extratores de Winkler, coletas

manuais noturnas e guarda-chuva entomológico.

Pisauridae. A composição taxonômica desta família tem sido recentemente modificada,

com a realização de análises filogenéticas. Além disso, os limites da família ainda não estão

bem esclarecidos, visto que caracteres clássicos usados na diagnose deste grupo são

compartilhados por representantes de outras famílias (Santos, 2007a). Segundo Platnick

(2008), existem 53 gêneros e 334 espécies descritos para esta família no mundo. No Brasil,

somente dois gêneros são registrados, Architis Simon, 1898 e Thaumasia Perty, 1833. As

aranhas do gênero Architis habitam os estratos herbáceo e sub-arbustivo, tecendo teias

irregulares que unem galhos e folhas (Fig. 24). As fêmeas carregam as ootecas nas

quelíceras e tecem uma teia em lençol que abriga os jovens recém-eclodidos (Santos,

2007b). As aranhas do gênero Thaumasia são habitantes da superfície da água, onde caçam

ativamente suas presas. Na FNC foram coletadas duas espécies de Architis e cinco morfo-

espécies de Thaumasia, sendo uma delas dominante, com 51 dos 96 indivíduos coletados

até o momento.

Prodidomidae. Esta família é caracterizada por diversas modificações nas fiandeiras,

sendo as laterais anteriores deslocadas anteriormente (Brescovit et al., 2002). No mundo,

existem 303 espécies e 31 gêneros descritos, dos quais somente quatro possuem espécies

registradas para o Brasil: Lygromma Simon, 1893; Oltacloea Mello-Leitão, 1940;

Tricongius Simon, 1892; e Zimiris Simon, 1882 (Almeida-Silva & Brescovit, 2007;

Platnick, 2008). Os prodidomídeos são aranhas de hábitos noturnos que caçam no solo,

perseguindo ativamente suas presas (Höfer & Brescovit, 2001) e são coletados com o uso

de armadilhas de queda e coletas manuais noturnas. Na FNC foram encontradas três morfo-

espécies de Lygromma.

Salticidae. Esta é a maior família de Araneae, com 561 gêneros e mais de 5100 espécies

descritas (Platnick, 2008). Os salticídeos, conhecidos popularmente como papa-moscas ou

meirinhos, são facilmente reconhecidos pelos grandes olhos médios anteriores e por

apresentarem cores brilhantes e iridescentes no corpo. São em sua maioria diurnas e, ao

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contrário da maioria das aranhas, possuem excelente visão (Land, 1969). No Brasil, pelo

menos cinco espécies são comuns em habitações, quase todas importadas e aclimatadas no

país (Brescovit, 2002). Caçam ativamente sobre a vegetação, em geral próximo aos locais

mais ensolarados da mata. Por se tratar de um grupo extremamente diverso, sua sistemática

ainda é mal conhecida no Brasil. Como resultado, a maior parte das espécies amazônicas

desta família ainda não foi revisada. Em Caxiuanã foram detectadas 95 espécies até o

momento.

Scytodidae. Família de aranhas pequenas, com pernas longas, carapaça arqueada, seis

olhos e, em geral, coloração amarelo-acinzentada. São conhecidas principalmente pela

maneira característica com que caçam suas presas, utilizando uma volumosa glândula de

peçonha no cefalotórax, a qual é dividida em dois compartimentos, um contendo veneno e o

outro contendo uma substância adesiva. Através da pressão exercida pelos músculos que

circundam estas glândulas, são capazes de ejetar o conteúdo com rapidez (Anderson, 1995).

Quando a aranha localiza a presa, a substância adesiva é expulsa através de orifícios na

base da garra das quelíceras e solidifica-se rapidamente, imobilizando a presa. Nos casos de

imobilização parcial, a aranha aproveita para picar a presa em áreas pouco esclerotizadas do

corpo, até que esta fique completamente imobilizada (Bristowe, 1931; Nentwig, 1985). São

aranhas arborícolas, vivendo e forrageando a noite sobre as folhagens e galhos de arbustos

e árvores. Apenas o gênero Scytodes Latreille, 1804 ocorre no Brasil, com mais de 30

espécies descritas para o país. Seis espécies deste gênero foram coletadas em Caxiuanã, das

quais uma ainda não descrita. As outras cinco espécies são amplamente distribuídas na

Região Amazônica.

Segestriidae. Os representantes desta família são caracterizados por terem os três pares de

pernas anteriores direcionados para frente, uma adaptação à vida em refúgios tubulares

(Griswold et al., 2005). Estas aranhas constroem suas tocas em cavidades do tronco de

árvores, debaixo de pedras ou mesmo em paredes. As cavidades são cobertas com fios de

seda radiais que se iniciam no fundo da toca e vão até a abertura, servindo também como

detectores da presença de presas. A família Segestriidae possui três gêneros e 106 espécies

(Platnick, 2008). Na FNC foram reconhecidas quatro morfo-espécies do gênero Ariadna

Audouin, 1826, ainda sem determinação específica.

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Selenopidae. São aranhas com pernas laterígradas e corpo achatado dorso-ventralmente,

adaptações para a vida em interstícios (Dippenaar-Schoeman & Jocqué, 1997). Atualmente

a família é constituída por 190 espécies e quatro gêneros, dos quais Selenops Latreille, 1819

é o único com espécies na Região Neotropical, com 14 espécies brasileiras (Platnick, 2008).

Espécimes de Selenops são freqüentemente vistos à noite sobre a superfície de rochas e,

principalmente, em troncos de árvores, onde depositam suas ootecas achatadas e

pigmentadas. Na FNC foi coletada até o momento somente uma fêmea adulta de S.

maranhensis Mello-Leitão, 1918.

Senoculidae. Família constituída apenas pelo gênero Senoculus Taczanowski, 1872 e 31

espécies distribuídas pelas Américas do Sul e Central, sendo que 14 destas ocorrem no

Brasil (Platnick, 2008). Os indivíduos dessa família podem ser facilmente coletados com o

uso de guarda-chuva entomológico e coletas manuais noturnas. Eles habitam o estrato sub-

arbustivo, sendo encontrados comprimidos contra galhos, com as pernas dispostas

longitudinalmente ou presos por um fio de seda, à espera de suas presas. As fêmeas cuidam

da ooteca até o momento da eclosão dos filhotes, e os carregam sobre o dorso do abdômen

durante certo tempo, como em Lycosidae (Brescovit et al., 2004b). Na FNC foram

encontradas quatro espécies ainda não determinadas.

Sparassidae. As espécies desta família apresentam porte mediano, com coloração variada,

sendo esverdeada em algumas espécies ou com coloração do marrom ao cinza-escuro em

outras espécies. Vivem na vegetação, em refúgios feitos em geral com a união de duas

folhas. Atualmente, Sparassidae é composta por mais de 1000 espécies em 83 gêneros

(Platnick, 2008). Apenas uma espécie nominal foi encontrada em Caxiuanã, Sparianthis

amazonica Simon, 1880. Esta espécie está incluída na subfamília Sparianthinae e

caracteriza-se por apresentar um anel tegumentar na região posterior do abdômen, logo

abaixo das fiandeiras. Outras três espécies foram coletadas em Caxiuanã, todas novas para

a ciência. São espécies de médio a grande porte, cuja característica mais marcante é a

presença de pequenos dentículos no sulco das quelíceras.

Symphytognathidae. Família que inclui as menores aranhas do mundo, aquelas do gênero

Anapistula Gertsch, 1941, que, em geral não ultrapassam 1 mm de comprimento. Vivem na

serapilheira e chamam atenção pela redução do número de olhos, em geral quatro ou seis, e

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pela ausência de pulmões (Forster & Platnick, 1977). Apenas uma espécie de Anapistula foi

amostrada em Caxiuanã. As aranhas deste gênero são encontradas em pequenas teias entre

as folhas da serapilheira e podem ser muito abundante em determinadas áreas,

especialmente nas áreas inundadas dos igapós (Höfer, 1990).

Synotaxidae. As aranhas desta família são semelhantes aos Theridiidae, diferindo destes

apenas por detalhes da genitália (Agnarsson, 2003). É um grupo composto por 13 gêneros e

68 espécies (Platnick, 2008). Somente oito espécies, todas pertencentes ao gênero

Synotaxus Simon, 1895 são atualmente conhecidas no Brasil. Essas aranhas possuem hábito

noturno e ocorrem em florestas tropicais úmidas. Os machos adultos normalmente são

encontrados sob folhas da vegetação sub-arbustiva, enquanto as fêmeas utilizam teias

típicas. Estas teias são semelhantes a telas de arame, com feixes longitudinais cortados por

feixes horizontais e normalmente ficam dispostas a pelo menos 50 cm do solo. As ootecas

são brancas, ovais, tecidas suavemente e são guardadas pelas fêmeas (Agnarsson, 2003). Na

FNC, somente a espécie Synotaxus brescoviti Santos & Rheims, 2005 foi encontrada.

Segundo Santos & Rheims (2005), esta espécie possui distribuição conhecida para os

estados do Acre, Amazonas, Pará e Bahia.

Tetragnathidae. São aranhas tecedoras de teias orbiculares que diferem de Araneidae pela

disposição ocular. Em regiões tropicais, essa família apresenta hábito noturno e são

encontradas no estrato sub-arbustivo (Coddington et al. 1996). Atualmente os

tetragnatídeos são representados por 955 espécies distribuídas em 51 gêneros em todo

mundo (Platnick, 2008). Na FNC foram identificadas 23 morfo-espécies pertencentes a

cinco gêneros (Azilia Keyserling, 1881; Chrysometa Simon, 1894; Dolichognatha O. P.-

Cambridge, 1869; Leucage White, 1841; e Tetragnatha Latreille, 1804), além de uma

morfo-espécie pertencente a um gênero não determinado. O gênero Leucauge apresentou a

maior riqueza e abundância. Representantes desta família são amostrados com guarda-

chuva entomológico.

Theridiidae. Família com enorme diversidade morfológica, ecológica e comportamental

(Levi & Levi, 1962). São tecedoras de teias irregulares e a grande maioria das espécies tem

hábitos solitários. Entretanto, algumas espécies apresentam comportamento cooperativo ou

social (e.g. Anelosimus Simon, 1891). Muitas espécies são cosmopolitas, comumente

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encontradas em residências ou nos seus arredores; tecem teias junto à vegetação, em frestas

ou em rochas, mas algumas espécies vivem nas proximidades de teias de outras aranhas e

apresentam comportamento cleptoparasítico, roubando presas ou seda (Agnarsson, 2004).

São aranhas de pequeno porte, com pernas finas, possuindo uma fila de pêlos diferenciados,

curvos e serrilhados no tarso IV. O abdômen é geralmente globoso, porém existem espécies

com abdômen muito alongado (e.g. Ariamnes attenuatus (O. P.-Cambridge, 1881)).

Segundo Platnick (2008), 96 gêneros e 2283 espécies compõem a família Theridiidae em

todo o mundo. Para a FNC, Martins e Lise (1997) registraram 12 espécies desta família.

Até o momento foram coletados 756 indivíduos pertencentes a 97 espécies ou morfo-

espécies, sendo as espécies Styposis selis Levi, 1964, Episinus salobrensis (Simon, 1895) e

Episinus erythrophthalmus (Simon, 1894) as mais abundantes. Foram encontradas ainda

quatro espécies não registradas por Platnick (2008) para o território brasileiro, Dipoena

kuyuwini Levi, 1963; Episinus vaticus Levi, 1964; Helvibis rossi Levi, 1964; e Lasaeola

donaldi (Chickering, 1943).

Theridiosomatidae. As aranhas pertencentes a esta família são muito pequenas e

caracterizam-se por apresentar o esterno truncado com sulcos circulares na margem

anterior. Segundo Coddington & Valerio (1980), estas aranhas são capazes de construir

teias orbiculares modificadas, caracterizadas pela presença de um fio guia tencionado

perpendicularmente ao plano da teia que a transforma em uma estrutura cônica. São em

geral encontradas em ambientes escuros e úmidos, na vegetação próxima ao solo de

florestas e em áreas alagadas (Rodrigues & Ott, 2005). Atualmente esta família possui 75

espécies distribuídas em 12 gêneros, oito dos quais são registrados no Brasil (Platnick,

2008). Na FNC foram reconhecidas 20 morfo-espécies de Theridiosomatidae, sendo três

pertencentes ao gênero Naatlo Coddington, 1986.

Thomisidae. São reconhecidas até o momento 2070 espécies distribuídas em 171 gêneros

de Thomisidae no planeta (Platnick, 2008). Representantes desta família são popularmente

conhecidos como aranhas-caranguejo devido a sua capacidade de movimentação lateral,

possibilitada pela orientação laterígrada das pernas, e pelos olhos tuberculados. São aranhas

cursorias de porte pequeno a médio (até 10 mm de comprimento total) que caçam

utilizando estratégias de emboscada. Espécies dos gêneros Misumenops F. O. P.-

Cambridge, 1900 e Epicadus Simon, 1895 vivem sobre ou dentro de flores, tipicamente

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com os dois pares de pernas anteriores estendidos à espera de insetos. Aranhas dos gêneros

Aphantochilus O. P.-Cambridge, 1870 e Bucranium O. P.-Cambridge, 1881 mimetizam

formigas do gênero Cephalotes Latreille, 1802. Um total de 28 morfo-espécies foi

amostrado na FNC, das quais apenas quatro identificadas.

Trechaleidae. São aranhas reconhecíveis por detalhes da morfologia da genitália. As

fêmeas, em geral, produzem ootecas achatadas, de formato oval e carregam-nas aderidas às

fiandeiras. A maioria dos Trechaleidae possui adaptações para a vida na superfície da água,

como as espécies do gênero Trechalea Thorell, 1869. Representantes dos gêneros

Rhoicinus Simon, 1898 e Heidrunea Brescovit & Höfer, 1994 são habitantes da

serapilheira, enquanto os do gênero Paradossenus F. O. P.-Cambridge, 1903 ocorrem na

vegetação sub-arbustiva. A taxonomia do grupo tem recebido acréscimos recentes, com a

proposição de vários novos gêneros (Carico, 2005; Silva & Lise, 2006a, 2006b), resultando

em 18 gêneros e 76 espécies conhecidas atualmente (Platnick, 2008). Na FNC, foram

encontradas cinco espécies de quatro gêneros dessa família. Somente uma espécie

determinada, Trechalea amazonica F. O. P.-Cambridge, 1903, a mais abundante desta

família na FNC.

Uloboridae. Os representantes desta família são caracterizados por não possuírem

glândulas de veneno, ausência compensada pela utilização da seda produzida pelo cribelo

para imobilizar suas presas. São tecedoras de teias orbiculares, muitas das quais

modificadas (tridimensionais). Estão distribuídas em todo o mundo, mas são mais

abundantes nos trópicos (Bayram & Göven, 2001). Atualmente a família possui 264

espécies descritas em 18 gêneros (Platnick, 2008). Na FNC foram reconhecidas 44 morfo-

espécies, a maioria das quais pertencentes aos gêneros Uloborus Latreille, 1806,

Philoponella Mello-Leitão, 1917 e Miagrammopes O. P.-Cambridge, 1870.

Zodariidae. São aranhas facilmente identificadas pela ausência de sérrula nos enditos e

pela presença de dentes de implantação lateral nas unhas tarsais (Jocqué, 1991). Os

zodariídeos são araneomorfas de porte pequeno (4-9 mm de comprimento total) que

habitam a serapilheira. Existem 848 espécies descritas em 74 gêneros (Platnick, 2008), mas

a maior diversidade está concentrada em regiões secas. Não constroem teia de captura e

alimentam-se preferencialmente de formigas. Até o momento três gêneros pertencentes à

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Zodariidae estão registrados para a Amazônia Brasileira, Tenedos O. P.-Cambridge, 1897,

Leprolochus Simon, 1893 e Epicratinus Jocqué & Baert, 2005. Destes, apenas uma espécie

pertencente ao gênero Tenedos foi encontrada na FNC, T. hoeferi Jocqué & Baert, 2002,

registrada por Candiani et al. (2008).

Zoridae. Esta família possui 13 gêneros e 74 espécies descritas para o mundo todo

(Platnick, 2008). No Brasil, até o presente momento, somente o gênero Odo Keyserling,

1887 foi registrado, representado por seis espécies distribuídas principalmente nas regiões

sul, sudeste e nordeste. Os zorídeos são caracterizados pela carapaça com duas bandas

paramedianas conspícuas, em geral também presentes na região anterior do abdômen; olhos

em duas filas recurvas e tarso do pedipalpo da fêmea com tufo de espinhos ventrais. Na

FNC foi encontrada uma única fêmea adulta, pertencente a um gênero não determinado.

Este indivíduo foi capturado através de coleta manual noturna e representa o primeiro

registro da família Zoridae para a Amazônia Brasileira.

Ordem Opiliones

Opiliones é a terceira maior ordem de Arachnida, com mais de 6.000 espécies

descritas e está dividida em quatro subordens: Cyphophthalmi, Dyspnoi, Eupnoi e

Laniatores. Os opiliões são animais inofensivos e embora muito abundantes, são muito

pouco conhecidos pelo público. Isso se deve principalmente aos hábitos crípticos e

noturnos da maioria das espécies. Em geral, habitam regiões úmidas e alimentam-se de

frutos, fungos e, principalmente, de pequenos invertebrados. Vivem comumente debaixo de

troncos, pedras, folhas e na serapilheira, enterrados ou em bromélias, sobre folhas e troncos

ou em raízes de vegetais vivos, podendo ainda, habitar cavernas (Kury & Pinto-da-Rocha,

2002; Pérez & Kury, 2002; Pinto-da-Rocha, 1999). O estado atual de conhecimento de

opiliões na Amazônia é precário e a amostragem na região ainda é insuficiente para

fornecer um panorama sobre a diversidade do grupo na região (Tourinho & Pérez, 2006).

São conhecidas cerca de 180 espécies (dados atualizados de Kury & Pinto-da-Rocha,

2002), porém o número de táxons ainda não descritos por sítios recentemente amostrados é

muito alto. Cabe ressaltar que a grande maioria das amostragens adequadas em sítios

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amazônicos ocorreu nos últimos seis anos (Pinto-da-Rocha & Bonaldo, 2006; Tourinho

2007a). Um terceiro problema é a ausência de grandes revisões para algumas famílias (e.g.

Cosmetidae, Manaosbiidae e Sclerosomatidae), que dificulta a determinação dos grupos

mais diversos (Tourinho & Pérez, 2006, Tourinho, 2007a). A FNC vem sendo amostrada

nos últimos oito anos e constitui a área na região amazônica com o maior número de

espécies já inventariadas (34).

Subordem Cyphophthalmi

Neogoveidae. Cyphophthalmi é um grupo pouco conhecido de pequenos opiliões (1-5 mm

de corpo) grosseiramente similares aos ácaros. São restritos à serapilheira e solo, ocorrendo

desde zonas tropicais até as zonas temperadas do mundo. Eles possuem coloração escura,

são difíceis de capturar e se camuflam facilmente no solo. Em uma revisão recente de

material coletado na América do Sul, 37 novas espécies foram reconhecidas (Benavides &

Giribet, 2007), revelando que o grupo é, ao mesmo tempo, pouco conhecido e pouco

amostrado na região, uma vez que até hoje somente 13 espécies foram descritas para essa

família. Uma morfo-espécie foi identificada na FNC.

Subordem Eupnoi

Sclerosomatidae (Gagrellinae). É a mais diversa família de opiliões do mundo, com mais

de 1.300 espécies descritas no Novo e Velho Mundo (Tourinho, 2007b). Na Amazônia há

um número alto de espécies e a riqueza local pode chegar até cinco espécies por ponto

amostral. Possuem corpo ovalado, pedipalpo sem espinhos, pernas muito finas e geralmente

longas, vivem sobre o solo, na serapilheira, sobre a vegetação, entre raízes tabulares e

tronco das árvores do sub-bosque. Na Amazônia existem espécies com atividade diurna e

noturna, porém é mais comum encontrá-los em atividade apenas à noite. Durante o dia são

encontrados em descanso entre as raízes tabulares ou nos troncos das árvores, onde podem

formar agregados com algumas dezenas de indivíduos. São muito abundantes em florestas

tropicais, mas, até recentemente, pouca atenção havia sido dada à subfamília em virtude da

ausência de revisões taxonômicas. Gagrelíneos possuem comportamento de defesa similar

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ao das aranhas da família Pholcidae, balançando o corpo ativamente quando molestados.

Caso sejam capturados, os gagrelíneos autotomizam as pernas, que se movimentam durante

alguns segundos, distraindo o predador. Foram amostradas duas espécies não descritas de

gagrelíneos na FNC, pertencentes aos gêneros Calluga Roewer 1959 e Prionostemma

Pocock 1903.

Subordem Laniatores

Agoristenidae (Leiosteninae). É uma subfamília com 54 espécies encontradas no norte da

América do Sul. Os leiosteníneos apresentam todas as pernas sem processo tarsal, muito

mais longas que o corpo e a perna I muito mais fina que as restantes, um pedipalpo com

cerdas grossas e muito mais longas que o segmento. O corpo é ovalado e geralmente não

apresenta tubérculos avantajados ou espinhos. A quelícera do macho é hipertélica. Vivem

sobre a serapilheira e vegetação de sub-bosque. Apenas uma espécie referente ao gênero

Trinella Goodnight & Goodnight, 1947 e uma espécie não determinada foram registrados

em Caxiunã.

Cosmetidae. É a segunda família mais diversa do Novo Mundo com 710 espécies (Kury,

2003). Os cosmetídeos incluem alguns dos mais coloridos e delicados opiliões endêmicos

dessa região, onde o pico de diversidade da família ocorre ao Norte da América do Sul,

América Central e México. Em localidades amazônicas, Cosmetidae geralmente é a família

com maior riqueza, além de serem também abundantes e dominantes em todos os

ambientes, exceto campinas e savanas (Tourinho, dados não publicados). Possuem o corpo

ovalado, o escudo dorsal é mais largo nas áreas II e III, e podem ser facilmente

reconhecidos pelos pedipalpos modificados com a tíbia em forma de colher (em repouso

recobre as quelíceras). Eles apresentam hábito noturno, são encontrados geralmente na

serapilheira do chão da mata, na serapilheira suspensa, sobre a vegetação do sub-bosque,

junto à raízes de árvores e dentro de troncos. Uma espécie de cosmetídeo que habita a

várzea vive na serapilheira na época de seca e na copa das árvores durante a cheia (Friebe

& Adis, 1983). Em Caxiuanã, foi a família com maior riqueza: Cynorta conspersa (Perty

1833), Cynorta juruensis (Mello-Leitão, 1923); Paecilaema paraensis Soares, 1970,

Cynorta valida Roewer, 1927, além de outras cinco morfo-espécies.

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Gonyleptidae (Pachylinae). Essa família possui mais de 850 espécies descritas (Kury,

2003). Gonyleptidae é a família mais diversa do Novo Mundo. Contudo, a maior

diversidade concentra-se na parte meridional da América do Sul, principalmente na Mata

Atlântica Brasileira e Chile. Na região amazônica, ocorrem poucas espécies de algumas

subfamílias (e.g. Ampycinae e Pachylinae). Pachylinae é a subfamília mais diversa de

Gonyleptidae com cerca de 400 espécies descritas (Kury, 2003). Possuem hábitos

estritamente noturnos e crípticos, ocupam a serapilheira, o solo e também os troncos caídos.

Duas espécies (Discocyrtus carvalhoi Mello-Leitão, 1941 e Discocyrtus sp1) foram

amostradas na FNC.

Escadabiidae. É uma família pequena (seis espécies) de minúsculos opiliões, cujo tamanho

médio do corpo varia entre 2,5 mm a 3,5 mm, possuem coloração marrom a tons castanho

claro. A família foi recentemente descrita (Kury, 2003; Pérez & Kury, 2007), seu

reconhecimento é dificultado em função da grande similaridade de sua morfologia externa

com as famílias Kimulidae e Zalmoxidae. São noturnos e podem ser encontrados

principalmente no solo, na serapilheira e em cupinzeiros. Algumas espécies são

cavernícolas, com características morfológicas troglóbias como anoftalmia ou olhos

reduzidos, despigmentação e projeção dos apêndices. Foi observada a tanatose como hábito

de defesa, um comportamento de imobilidade completa que pode durar vários minutos. Na

Amazônia a maioria das espécies não está descrita. Na FNC apenas uma morfo-espécie foi

amostrada.

Fissiphalliidae. É uma família endêmica da América do Sul, possuindo apenas seis

espécies descritas para a Colômbia e Amazônia brasileira, onde são muito abundantes.

Assim como na família Escadabiidae, o reconhecimento das espécies é difícil por sua

similaridade com as espécies de Zalmoxidae, sendo necessário o estudo da genitália

masculina. Na Amazônia, possuem uma estratificação vertical acentuada, sendo mais

comumente encontrados em arbustos e folhas de árvores do sub-bosque, associados à

palmeiras (Tourinho & Pérez, 2006) e devem ser coletados principalmente com guarda-

chuva entomológico (Pinto-da-Rocha & Bonaldo 2006; Tourinho & Pérez, 2006).

Fissiphallius chicoi Tourinho & Pérez, 2006 foi a única espécie amostrada na FNC.

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Guasiniidae. É uma das menores famílias de Opiliones com apenas três espécies descritas

de Manaus-AM e da Venezuela. São cegos, diminutos (corpo com 1,4 mm de

comprimento) e vivem enterrados no solo, em troncos caídos ou na serapilheira. O

pedipalpo é curto e grosso e possui cerdas finas e curtas nos segmentos distais. Apenas um

indivíduo não identificado foi coletado na FNC, em amostra de serapilheira.

Kimulidae. Família de opiliões de pequeno porte que habitam a serapilheira. Esta família

possui 37 espécies conhecidas, um único registro no Brasil (Pernambuco) e três novas

espécies para a Amazônia Brasileira, uma das quais encontrada na FNC.

Manaosbiidae. Possui pouco mais de 50 espécies conhecidas de tamanho médio a grande,

forma do escudo dorsal ovalada, perna III-IV com processo tarsal, o colorido varia do

castanho ao negro e algumas espécies apresentam manchas ou faixas brancas. Os machos

apresentam o basitarso da perna I intumescido por portar uma glândula de função incerta.

São encontrados na serapilheira, na vegetação baixa do sub-bosque e nos troncos. Foram

amostradas na FNC, Saramacia lucasae (Jim & Soares, 1991), Rhopalocranaus aspersus

Roewer 1932 e outras duas espécies não identificadas.

Samoidae. São opiliões de tamanho muito pequeno, possuem o basiquelicerito alongado,

escópula nos tarsos das pernas III e IV, e o corpo em forma de ampulheta. Espécies desta

família foram encontradas em diversos habitats como em raízes, associados a epífitas e na

serapilheira. Na Amazônia brasileira, são freqüentemente encontrados entre as pequenas

frestas nos troncos das árvores altas, nas folhas de palmeiras (capturados com batedores de

vegetação) e no solo (Tourinho, dados não publicados). Também foi observada a tanatose

como comportamento de defesa. Apenas dois indivíduos de uma única morfo-espécie foram

amostrados.

Stygnidae. São facilmente diagnosticados pelos olhos separados e pelo pedipalpo fino e

longo ou muito longo. A maioria das espécies possui tamanho médio (3 mm) a grande (7

mm), as pernas III-IV possuem processo tarsal. A quelícera do macho é hipertélica e suas

pernas, normalmente, são muito mais espinhosas que as da fêmea. As 80 espécies

conhecidas foram registradas no centro-norte da América do Sul e Caribe. Podem formar

agregados pequenos (até 12 indivíduos) dentro de troncos, mas também são encontrados na

vegetação. As espécies Auranus parvus Mello-Leitão 1941, Protimesius trocaraincola

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Pinto-da-Rocha 1997 e uma espécie não determinada do gênero Stygnus Perty 1833, foram

amostradas na FNC. A primeira espécie possui um ciclo de vida regulado pelo ciclo das

águas na várzea (Friebe & Adis, 1983).

Stygnommatidae. São opiliões de tamanho médio e pequeno (corpo entre 3-6 mm),

possuem um pedipalpo robusto e alargado, com o tarso reduzido, os olhos são separados e a

quelícera é hipertélica e recoberta por pequenos tubérculos ou espinhos. Eles ocorrem no

norte da América do Sul e Caribe. As espécies podem ser cavernícolas, habitam frestas de

barrancos cobertos por gramíneas, podem se abrigar dentro de troncos em decomposição,

solo, serapilheira, em húmus, embaixo de pedras e troncos de árvores caídos. Apenas uma

espécie nova dessa família foi reconhecida na área de estudo.

Zalmoxidae. É mais uma família composta de opiliões muito pequenos, de cor marrom

claro a escuro, sendo que algumas espécies podem ser amarelo-pálido. A família tem 146

espécies descritas (Kury, 2003) e distribuídas nas regiões tropicais do mundo. São

geralmente encontradas no solo e na serapilheira de florestas tropicais. Um indivíduo foi

coletado em folhas de Pistia sp. em um banco de macrófitas na várzea do Rio Solimões. Na

FNC foram reconhecidos cinco morfo-espécies pertencentes a gêneros não determinados.

Ordem Scorpiones

É a quinta maior ordem de aracnídeos, com cerca de 1500 espécies descritas.

Facilmente reconhecíveis pelo corpo dividido em duas partes: cefalotórax (ou prossoma),

onde se localizam os pedipalpos quelados, as quelíceras mastigadoras, as pernas e os olhos;

e o abdômen, que é subdivido em pré-abdômen (ou mesosoma) e pós-abdômen (ou

metasoma). No mesosoma localizam-se o opérculo genital, os espiráculos traqueais e os

péctines (estruturas mecanorreceptoras exclusivas dos escorpiões). O metasoma possui

forma de cauda, com cinco segmentos e um apêndice, denominado télson, onde se

localizam glândulas de veneno e um aguilhão semelhante a uma agulha hipodérmica (Polis,

1990). Os escorpiões podem habitar todas as regiões do mundo, exceto a Antártida (Polis,

1990). No Brasil, a maior diversidade está localizada na região amazônica, onde é

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registrada metade das cerca de 100 espécies encontradas no país (Fet et al., 2000; Lourenço

2002a; 2002b; atualizado para 2005). A fauna de escorpiões da ECFP é bem conhecida

(Pinto-da-Rocha et al., 2007). Com o uso de armadilhas de interceptação e queda,

armadilhas de queda e coletas manuais noturnas foram obtidos 193 indivíduos, pertencentes

a seis espécies: os Chactidae, Brotheas sp. e Broteochactas parvulus Pocock 1897; e os

Buthidae, Tityus paraensis Kraepelin, 1896, Tityus silvestris Pocock, 1897, Ananteris

balzanii Thorell, 1891, Tityus strandi Werner, 1939. A riqueza em espécies de escorpiões

por localidade na região Amazônica é considerada a mais alta do mundo em regiões não

desérticas (Pinto-da-Rocha et al., 2007). A família Chactidae possui abundância mais

elevada ao nível do solo, enquanto Buhidae é mais abundante em estratos superiores da

vegetação, podendo ser encontrado nas copas das árvores (Pinto-da-Rocha et al., 2007;

Polis, 1990).

Ordem Solifugae

É a sétima maior ordem de aracnídeos, possuindo cerca de 1100 espécies

distribuídas em 12 famílias no mundo (Harvey, 2002); e cerca de 70 espécies na região

neotropical (Rocha & Cancello, 2002a). Esses aracnídeos, conhecidos como aranhas-

camelo, possuem quelíceras grandes, fortes e bi-segmentadas e, quando adultos, medem de

1 a 7 cm. Podem ser facilmente distinguidos dos demais aracnídeos pela presença de

“raquetes”, estruturas sensoriais peculiares situadas na superfície ventral das pernas IV, e

de órgãos aderentes, localizados na extremidade distal dos pedipalpos (Harvey, 2002;

Rocha & Cancello, 2002a; Rocha, 2002). A maioria habita regiões áridas e semi-áridas,

embora existam esparsos registros em regiões úmidas, como a Floresta Amazônica (Rocha

& Cancello, 2002b; Rocha & Carvalho, 2006). Nesta região, são conhecidas quatro

espécies pertencentes a três gêneros: Metacleobis Roewer 1934, Mummucia Simon 1879

(Mummucidae) e Xenotrecha Maury 1982 (Ammotrechidae), segundo Rocha & Cancello

(2002a). Estes autores reportam ainda que solífugos amazônicos são encontrados

vagueando no solo, ou subindo em troncos de árvores ou cupinzeiros de solo, onde

alimentam-se de cupins. Na FNC foi encontrado um único solífugo, uma fêmea pertencente

à família Ammotrechidae, coletada com o uso de guarda-chuva entomológico. A

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identificação no nível genérico ou específico não pôde ser alcançada, visto que somente os

machos adultos são passíveis de determinação precisa, devido à grande semelhança entre

fêmeas de uma mesma família.

Ordem Schizomida

Os esquizomideos não possuem nome vulgar, são muito pequenos (1-4 mm de

comprimento) e vivem no solo, serapilheira ou cavernas. Além disso, possuem cefalotórax

dividido em três regiões, cada uma das quais coberta por placas; as pernas anteriores são

longas e possuem funções táteis. Podem locomover-se rapidamente por curtas distâncias

(Harvey, 2002). No mundo são conhecidas 240 espécies dessa ordem, sendo que 24 delas

ocorrem na América do Sul. O macho possui um flagelo globoso no final do abdômen ao

qual a fêmea se prende durante o cortejo. O primeiro par de pernas é longo e de função

sensorial. Alimentam-se de ácaros e pequenos insetos. Na FNC foi registrada uma única

espécie recém-descrita, Surazomus paitit Bonaldo & Pinto-da-Rocha 2007, pertencente à

família Hubbardiidae. Todos os indivíduos foram coletados com o uso de extratores de

Winkler. Foi observada uma razão sexual de 1:1 nos indivíduos coletados, como já

registrado para outras espécies (Bonaldo & Pinto-da-Rocha, 2007)

Ordem Amblypygi

Amblipígios formam um grupo numericamente pequeno e um táxon pouco estudado

constituído por cerca de 150 espécies restritas às regiões tropicais e sub-tropicais

(Weygoldt, 2002). Essa ordem é composta por cinco famílias e 16 gêneros e é caracterizada

pela presença de um corpo achatado, fortes pedipalpos raptoriais e primeiro par de pernas,

extremamente longo, com função sensorial (Weygoldt, 2000). Habitam, primariamente,

florestas úmidas tropicais e sub-tropicais, mas algumas espécies tornaram-se adaptadas à

vida em ambientes xéricos (Harvey, 2002; Weygoldt, 2002). Há diversas espécies

troglomórficas ou troglófilas, algumas das quais ostentam especializações para cavar, além

de perda de pigmentação, apêndices alongados e redução ou perda dos olhos (Weygoldt,

1994; Baptista & Giupponi, 2002, 2003). Na FNC foram encontrados 154 amblipígios,

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todos pertencentes à espécie Heterophrynus longicornis (Butler 1873), da família Phynidae.

Essa espécie possui ampla distribuição pelo Brasil, ocorrendo desde a Amazônia até o

Nordeste (Weygoldt, 2002; Giupponi, 2002). H. longicornis é tolerante à presença de

outros indivíduos de sua espécie, uma vez que a hierarquia tenha sido estabelecida

(Weygoldt, 1977, 2000) e, freqüentemente, um macho e uma fêmea são encontrados

próximos um do outro, às vezes com vários imaturos até o quarto ou quinto instares

(Weygoldt, 1977). Em geral, fêmeas carregando protoninfas recém-eclodidas ficam

próximas à entrada de seus refúgios em frente à sua prole, que se esconde nas partes mais

profundas da cavidade (Weygoldt, 1977). Nesta espécie, os comportamentos agonísticos

são altamente ritualizados e nunca levam a dano (Weygoldt, 1972a, 1977). Weygoldt

(1972b) e Dias & Machado (2006) afirmam que H. longicornis prefere árvores largas

contendo sapopemas e apresentando buracos na base, onde os indivíduos escondem-se

durante o dia, pois estas estruturas serviriam de abrigos e também de arena para a corte.

Além disso, elas facilitam o acúmulo de serapilheira na base das árvores, servindo de

microhábitat para diversos invertebrados, que poderiam servir de alimento para os

amblipígios (Dias & Machado, 2006).

Ordem Thelyphonida

Thelyphonida é um grupo de aracnídeos com aparência grosseiramente similar a dos

escorpiões, porém sem a presença de um télson terminando em um aguilhão para inocular

peçonha. Na porção terminal do opistossoma possuem um longo flagelo segmentado. Os

pedipalpos são subquelados e a carapaça tem uma protuberância mediana, separando o par

de olhos. Os Thelyphonida são vulgarmente conhecidos como escorpiões-vinagre, em

função de sua aparência e de seu comportamento de defesa que consiste em espirrar,

quando molestados, uma mistura de ácido acético com ácido caprílico. São aracnídeos

pulmonados e possuem relações próximas com as ordens Schizomida, Amblypygi, e

Araneae. Estão distribuídos no mundo todo, mas o pico de diversidade do grupo ocorre na

Ásia e no arquipélago Malaio (Rowland & Adis, 2002). Atualmente há 11 espécies de

Thelyphonida conhecidas na América do Sul, seis das quais com distribuição no território

brasileiro. Destas, apenas três ocorrem na Amazônia, Mastigoproctus brasilianus (Pará),

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Thelyphonellus amazonicus (Amazonas, Amapá, Pará e Suriname), Thelyphonellus ruschii

(Guiana) (Giupponi & Vasconcelos, no prelo). A única espécie registrada na FNC foi

Thelyphonellus amazonicus (Hypoctonidae), que é também a espécie mais comum da

região amazônica.

Ordem Ricinulei

É uma pequena ordem de aracnídeos com apenas 57 espécies descritas distribuídas

no Novo e Velho Mundo. As espécies dessa ordem compartilham uma estrutura em forma

de capuz, o cúculo, a qual recobre as quelíceras. Os espécimes possuem mobilidade

bastante restrita, endemismo acentuado e são comumente encontrados na serapilheira

úmida, em cavernas associados ao guano, interior de folhas caídas no solo e debaixo de

troncos podres. Na América do Sul há apenas 17 espécies descritas, concentradas na região

Amazônica. O único gênero presente na Amazônia, até o momento, é Cryptocellus

Westwood 1874. Durante muito tempo, Ricinulei foi considerada uma ordem de espécies

raras, mas hoje sabe-se que eles podem ser localmente abundantes em diversas localidades

amazônicas. Por exemplo, Barreiros et. al (2005) amostraram 111 espécimes de

Cryptocellus simonis Hansen & Sörensen 1904 no Bosque Rodrigues Alves, em plena

região metropolitana de Belém, Pará. Em Caxiuanã, foram coletados 366 indivíduos desta

mesma espécie. Os ricinúleos são amostrados com maior eficiência através de triagem

manual de serapilheira ou com o uso de Extratores de Winkler, como demonstrado por

Barreiros et al. (2005).

Perspectivas

Os esforços empreendidos nos últimos 10 anos permitem que a FNC possa ser

considerada como uma das áreas na Amazônia Brasileira mais bem conhecida em relação à

fauna de aracnídeos. Apesar disso, a grande quantidade de táxons potencialmente novos

para a ciência, principalmente das Ordens Araneae e Opiliones, encontrados em Caxiuanã,

evidencia a necessidade de investimentos maciços no estudo da taxonomia e da sistemática

destes animais. A FNC é atualmente a localidade com a maior riqueza observada de

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espécies de aranhas e opiliões da Amazônia Brasileira, excedendo a lista da RFAD em 85

espécies de aranhas (ver Höfer & Brescovit, 2001) e a lista de Juruti, Pará, em seis espécies

de opiliões (ver Pinto-da-Rocha & Bonaldo, 2004). O número de espécies observadas na

FNC tende a aumentar com a conclusão da triagem das amostras obtidas entre 2005 e 2006

ao longo da calha do Rio Caxiuanã e com a continuidade do inventário da parcela do PPBio

no Igarapé Caquajó. Estas iniciativas são coerentes com a premente necessidade de ampliar

a abrangência geográfica das amostras dentro da FNC, concentrando o esforço de coleta em

áreas de difícil acesso, uma vez que a maioria das amostras processadas até o momento

provém de áreas próximas à base física da ECFP. Além disso, é necessário o

desenvolvimento e aplicação de protocolos de controle do esforço amostral de técnicas de

coleta nos extensos bancos de macrófitas da Baía de Caxiuanã, cuja fauna de aracnídeos

está atualmente representada em coleções apenas por poucas amostras ocasionais obtidas

no Rio Curuá. Por fim, deve-se iniciar um programa de amostragem de aracnídeos

presentes no dossel através da aplicação de técnicas de termonebulização da copa das

árvores. A fauna de dossel é virtualmente desconhecida na FNC, assim como em

praticamente toda a Amazônia Brasileira. A diversificação das técnicas de coleta e a

ampliação do esforço e da abrangência geográfica das amostragens na FNC certamente

terão grande impacto no incremento das listas de espécies da área. Neste contexto, pode-se

resgatar ainda como atual a afirmação de Martins & Lise (1997), de que seus resultados

representavam “apenas o potencial da ECFP em termos de seu significado em

representatividade da diversidade regional”.

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Legenda da Tabela

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Tabela 1. Lista de espécies das ordens Araneae, Opiliones, Scorpiones, Schizomida,

Ricinulei, Solifugae, Thelyphonida e Amblypygi, registradas na Floresta Nacional de

Caxiuanã (FNC).

Legenda das figuras

Figuras 1-8. Métodos de coleta. 1. Armadilha de interceptação e queda; 2. Armadilhas de

queda; 3. Rede de varredura; 4. Guarda-chuva entomológico; 5. Procura visual noturna; 6-

8. Etapas da coleta com extrator de Winkler: 6. Coleta e peneiro do folhiço; 7. Colocação

do material peneirado em saco fenestrado no interior do extrator; 8. Vista geral do extrator

de Winkler armado, com potes coletores preenchidos com líquido conservante. (Fotos: 1,

J.A.P. Barreiros; 2 e 8, L.S. Carvalho; 3, F.M. Oliveira-Neto; 4 e 6, D.F. Candiani; 5, F.E.

Pimenta; 7, S.C. Dias)

Figuras 9-14. Araneae, Mygalomorphae. 9. Cyrtauchaeniidae, Fufius auricomus, na

borda de sua toca, em tronco; 10. Dipluridae, Ischnothele guianensis, fêmea , sobre folhiço;

11. Dipluridae, Diplura sanguinea, fêmea ; 12. Theraphosidae, Acanthoscurria geniculata,

fêmea segurando sua ooteca; 13. Theraphosidae, Theraphosa blondi, fêmea; 14.

Theraphosidae, Acanthoscurria sp.1, fêmea sobre folhiço. (Fotos: 9-12, A. B. Bonaldo; 13,

L.T. Miglio; 14, L. S. Carvalho)

Figuras 15-20. Araneae, Araneomorphae. 15. Araneidae, Actinosoma pentacanthum,

fêmea ; 16. Araneidae, Verrucosa sp.1, fêmea ; 17. Araneidae, Bertrana elinguis, macho ;

18. Araneidae, Manogea porracea, macho ; 19. Araneidae, Micrathena kirbyi, fêmea ; 20.

Theridiidae, Rhomphaea sp.1. (Fotos: D. F. Candiani)

Figuras 21-26. Araneae, Araneomorphae. 21. Corinnidae, Myrmecium sp.1, macho; 22.

Corinnidae, Castianeira sp.1, macho em folhagem; 23. Ctenidae, Ancylometes rufus,

macho sobre tronco caído; 24. Pisauridae, Architis tenuis, fêmea segurando sua ooteca, em

folhagem; 25. Deinopidae, Deinopis sp.1, fêmea , segurando sua teia de caça em forma de

rede, sustentada por um fio de seda preso à vegetação; 26. Drymusidae, Drymusa

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philomatica, macho . (Fotos: 1, F.E. Pimenta; 22-23, L.T. Miglio e J.A.P. Barreiros; 24-25,

L. S. Carvalho; 26, D.F. Candiani)

Figuras 27-32. Opiliones. 27. Cosmetidae, Cynorta juruensis; 28. Kimulidae, Kimulidae

sp.1; 29. Cosmetidae, Cynorta sp.1; 30. Cosmetidae, Cynorta paraensis; 31. Cosmetidae,

Cynorta conspersa; 32. Sclerosomatidae, Gagrellinae, Prionostemma sp.1. (Fotos: R.

Pinto-da-Rocha).

Figuras 33-38. Opiliones. 33. Manaosbiidae, Saramacia lucasae; 34. Agoristenidae,

Leiosteninae, Trinella sp.1; 35. Stygnidae, Protimesius trocaraincola; 36.

Stygnommatidae, Stygnommatidae sp.1; 37. Stygnidae, Stygnus sp.1; 38. Gonyleptidae,

Pachylinae, Discocyrtus carvalhoi. (Fotos: R. Pinto-da-Rocha).

Figuras 39-44. Scorpiones. 39. Buthidae, Ananteris balzanii; 40. Buthidae, Tityus

paraensis; 41. Buthidae, Tityus strandi; 42. Buthidae, Tityus silvestris; 43. Chactidae,

Brotheas sp.1; 44. Chactidae, Broteochactas parvulus. (Fotos: 39 e 43, D.F. Candiani; 40,

L.T. Miglio; 41, L.T. Miglio & J.A.P. Barreiros; 42 e 44, R. Pinto-da-Rocha).

Figuras 45-50. Outras ordens de Arachnida. 45. Solifugae, Ammotrechidae,

Ammotrechidae sp.1, fêmea ; 46. Schizomida, Hubbardiidae, Surazomus paitit, fêmea ; 47.

Amblypygi, Phrynidae, Heterophrynus longicornis, macho ; 48-49. Thelyphonida,

Hypoctonidae, Thelyphonellus amazonicus; 50. Ricinulei, Ricinoididae, Cryptocellus

simonis, macho. (Fotos: 45 e 49, D.F. Candiani; 46 e 50, R. Pinto-da-Rocha; 47, L. S.

Carvalho; 48, L.T. Miglio & J.A.P. Barreiros).

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TABELA 1 Táxon Total

Amblypygi Phrynidae

Heterophrynus longicornis (Butler, 1873) 154

Araneae Mygalomorphae

Barychelidae Strophaeus sp.1 4

Ctenizidae Ummidia glabra (Doleschall, 1871) 1

Cyrtaucheniidae Bolostromus sp.1 8 Bolostromus sp.2 9 Fufius auricomus (Simon, 1891) 19

Dipluridae Diplura sanguinea (F.O.P.-Cambridge, 1896) 18 Diplura sp.1 17 Diplura sp.2 8 Diplura sp.3 27 Diplura sp.4 37 Diplura sp.5 1 Ischnothele guianensis (Walckenaer, 1837) 7 Masteria sp.1 1

Idiopidae Idiops sp.1 2 Neocteniza sp.1 3 Neocteniza sp.2 1

Paratropididae Paratropis sp.1 18 Paratropis sp.2 7 Paratropis sp.3 1

Theraphosidae Acanthoscurria ferina Simon, 1892 8 Acanthoscurria geniculata (C. L. Koch, 1842) 2 Acanthoscurria sp.1 26 Acanthoscurria sp.2 2 Acanthoscurria sp.3 2 Acanthoscurria sp.4 1 Avicularia sp.1 4 Avicularia sp.2 1 Aviculariinae sp.1 7 Hapalopus sp.1 1 Holothele rondoni (Lucas & Bücherl, 1972) 7 Holothele sp.1 1 Holothele sp.2 6 Holothele sp.3 2 Holothele sp.4 1

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Holothele sp.5 2 Homoeomma sp.1 2 Homoeomma sp.2 1 Paraphysa sp.1 6 Theraphosa blondi (Latreille, 1804) 12 Theraphosinae sp.1 1 Theraphosinae sp.2 3 Theraphosinae sp.3 3 Theraphosinae sp.4 2

Araneomorphae Anapidae

Anapidae sp.1 5 Anapidae sp.2 2 Anapidae sp.3 3 Anapidae sp.4 2 Anapidae sp.5 1

Anyphaenidae Anyphaenidae sp.1 1 Anyphaenidae sp.2 1 Anyphaenidae sp.3 2 Anyphaenidae sp.4 11 Anyphaenoides sp.1 2 Isigonia limbata Simon, 1897 1 Otoniela adisi Brescovit, 1997 1 Sillus sp.1 2 Wulfila sp.1 1 Wulfila sp.2 1

Araneidae Acacesia benigna Glueck, 1994 2 Actinosoma pentacanthum (Walckenaer, 1842) 9 Aculepeira travassosi (Soares & Camargo, 1948) 2 Alpaida aff. banos Levi, 1988 2 Alpaida aff. sulphurea (Taczanowski, 1873) 1 Alpaida antonio Levi, 1988 1 Alpaida bicornuta (Taczanowski, 1878) 18 Alpaida chickeringi Levi, 1988 1 Alpaida cuyabeno Levi, 1988 5 Alpaida delicata (Keyserling, 1892) 27 Alpaida iquitos Levi, 1988 10 Alpaida negro Levi, 1988 2 Alpaida simla Levi, 1988 17 Alpaida sp.n.1 26 Alpaida sp.n.2 2 Alpaida tabula (Simon, 1895) 1 Alpaida truncata (Keyserling, 1865) 17 Amazonepeira beno Levi, 1994 2 Amazonepeira callaria (Levi, 1991) 16 Amazonepeira masaka Levi, 1994 1 Araneus guttatus (Keyserling, 1865) 2 Araneus horizonte Levi, 1991 1 Araneus sp.1 1

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Argiope argentata (Fabricius, 1775) 2 Argiope savignyi Levi, 1968 1 Bertrana elinguis (Keyserling, 1883) 13 Chaetacis aureola (C. L. Koch, 1836) 1 Chaetacis cornuta (Taczanowski, 1873) 12 Cyclosa caroli (Hentz, 1850) 1 Cyclosa diversa (O. P.-Cambridge, 1894) 4 Cyclosa inca Levi, 1999 11 Cyclosa longicauda (Taczanowski, 1878) 10 Cyclosa sp.1 1 Cyclosa tapetifaciens Hingston, 1932 5 Dubiepeira neptunina (Mello-Leitão, 1948) 2 Eriophora fuliginea (C. L. Koch, 1838) 12 Eriophora ravilla (C. L. Koch, 1844) 1 Eustala sp.1 9 Eustala sp.2 4 Eustala sp.3 2 Eustala sp.4 1 Eustala sp.5 2 Eustala sp.6 1 Eustala sp.7 1 Eustala sp.8 1 Eustala sp.9 1 Eustala sp.10 1 Eustala sp.11 1 Gasteracantha cancriformis (Linnaeus, 1758) 1 Hypognatha lagoas Levi, 1996 2 Hypognatha scutata (Perty, 1833) 6 Hypognatha sp.2 2 Hypognatha sp.n.1 3 Kapogea cyrtophoroides (F. O. P.-Cambridge, 1904) 3 Kapogea sexnotata (Simon, 1895) 1 Madrepeira amazonica Levi, 1995 1 Mangora ayo Levi, 2007 4 Mangora bovis Levi, 2007 1 Mangora brokopondo Levi, 2007 2 Mangora novempupillata Mello-Leitão, 1940 15 Mangora sp.n.1 2 Mangora sp.n.2 6 Mangora sp.n.3 1 Manogea porracea (C. L. Koch, 1838) 6 Metazygia castaneoscutata (Simon, 1895) 3 Metazygia laticeps (O. P.-Cambridge, 1889) 7 Metazygia paquisha Levi, 1995 4 Metazygia sp.n.1 7 Metazygia uraricoera Levi, 1995 4 Metazygia yobena Levi, 1995 10 Micrathena acuta (Walckenaer, 1842) 6 Micrathena evansi Chickering, 1960 35 Micrathena excavata (C. L. Koch, 1836) 3 Micrathena flaveola (Perty, 1839) 7

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Micrathena furcula (O. P.-Cambridge, 1890) 4 Micrathena horrida (Taczanowski, 1873) 2 Micrathena kirbyi (Perty, 1833) 66 Micrathena miles Simon, 1895 15 Micrathena patruelis (C. L. Koch, 1839) 5 Micrathena peregrinatorum (Holmberg, 1883) 5 Micrathena pungens (Walckenaer, 1842) 17 Micrathena saccata (C. L. Koch, 1836) 1 Micrathena schreibersi (Perty, 1833) 24 Micrathena sexspinosa (Hahn, 1822) 3 Micrathena sp.1 1 Micrathena triangularis (C. L. Koch, 1836) 33 Micrathena triangularispinosa (De Geer, 1778) 1 Micrepeira fowleri Levi, 1995 4 Ocrepeira sp.1 6 Parawixia divisoria Levi, 1992 3 Parawixia hypocrita (O. P.-Cambridge, 1889) 1 Parawixia kochi (Taczanowski, 1873) 17 Parawixia maldonado Levi, 1992 1 Parawixia matiapa Levi, 1992 1 Parawixia pypocrita (O. P.-Cambridge, 1889) 1 Pronous tuberculifer Keyserling, 1881 1 Rubrepeira rubronigra (Mello-Leitão, 1939) 2 Scoloderus cordatus (Taczanowski, 1879) 3 Scoloderus tuberculifer (O. P.-Cambridge, 1889) 6 Spilasma duodecimguttata (Keyserling, 1879) 28 Verrucosa sp.1 5 Wagneriana hassleri Levi, 1991 1 Wagneriana neblina Levi, 1991 3 Wagneriana roraima Levi, 1991 2 Wagneriana sp.n.1 1

Caponiidae Nops sp.1 9

Clubionidae Elaver sp.1 1 Elaver sp.2 2 Elaver valvula (F. O. P.-Cambridge, 1900) 3

Corinnidae Abapeba sp.1 1 Abapeba taruma Bonaldo, 2000 2 Attacobius blakei Bonaldo & Brescovit, 2005 2 Castianeira sp.1 5 Castianeira sp.2 1 Castianeira sp.3 1 Castianeira sp.4 1 Corinna ducke Bonaldo, 2000 1 Corinna sp.1 2 Corinna sp.2 1 Corinna sp.3 2 Corinna sp.4 1 Corinna sp.5 2

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Corinna sp.6 8 Corinna sp.7 3 Gen. nov. aff. Creugas sp.1 12 Gen. nov. aff. Methesis sp.1 3 Myrmecium sp.1 5 Myrmecium sp.2 16 Myrmecium sp.3 1 Myrmecium sp.4 2 Myrmecium sp.7 2 Parachemmis hassleri (Gertsch, 1942) 1 Parachemmis sp.1 2 Simonestus sp.1 1 Sphecotypus sp.1 1 Trachelas sp.1 2 Trachelas sp.2 4 Tupirinna rosae Bonaldo, 2000 5 Tupirinna sp.1 3

Ctenidae Ancylometes rufus (Walckenaer, 1837) 207 Centroctenus sp.1 29 Centroctenus sp.2 5 cf. Ctenus sp.1 2 cf. Nothroctenus sp.1 3 Ctenus amphora Mello-Leitão, 1930 58 Ctenus crulsi Mello-Leitão, 1930 188 Ctenus villasboasi Mello-Leitão, 1949 25 Phoneutria reidyi (F. O. P.-Cambridge, 1897) 16

Deinopidae Deinopis sp.1 14 Deinopis sp.2 1

Drymusidae Drymusa philomatica Bonaldo, Rheims & Brescovit, 2006 2

Hahniidae Hahniidae sp.1 219

Hersiliidae Neotama mexicana (O. P.-Cambridge, 1893) 2

Linyphiidae cf. Sphecozone sp.1 4 Linyphiidae sp.1 13 Meioneta sp.1 78 Meioneta sp.2 25 Scoleucura sp.1 2

Lycosidae Aglaoctenus castaneus (Mello-Leitão, 1942) 4 Lycosidae sp.1 15

Mimetidae Ero sp.1 10 Ero sp.2 2 Ero sp.3 2 Ero sp.4 1 Ero sp.5 1

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Gelanor sp.1 9 Gelanor sp.2 2

Miturgidae Teminius insularis (Lucas, 1857) 2

Mysmenidae Mysmenidae sp.1 27 Mysmenidae sp.2 3 Mysmenidae sp.3 4

Nephilidae Nephila clavipes (Linnaeus, 1767) 7

Nesticidae Nesticidae sp.1 2 Nesticidae sp.2 2

Ochyroceratidae Ochyroceratidae sp.1 102 Ochyroceratidae sp.2 183

Oonopidae Dysderina sp.1 17 Dysderina sp.2 9 Dysderina sp.3 4 Gamasomorphinae sp.1 39 Gamasomorphinae sp.2 9 Gamasomorphinae gen. nov. sp.1 48 Gamasomorphinae gen. nov. sp.2 7 Neoxyphinus sp.1 11 Oonopinae sp.1 1 Oonopinae sp.2 1 Oonopinae sp.3 2 Oonopoides sp.1 1 Oonops sp.1 2 Oonops sp.2 2 Scaphiela sp.1 5

Oxyopidae Oxyopidae sp.1 1 Oxyopidae sp.2 2 Oxyopidae sp.3 2 Oxyopes incertus Mello-Leitao, 1929 1 Oxyopes sp.1 13 Oxyopes sp.2 2 Oxyopes sp.3 1 Oxyopes sp.4 1 Schaenicoscelis sp.n.1 1

Palpimanidae Otiothops curua Brescovit, Bonaldo & Barreiros, 2007 20 Otiothops puraquequara Brescovit, Bonaldo & Barreiros, 2007 11 Otiothops sp.n.1 8 Otiothops sp.n.2 1

Pholcidae Artema sp.1 1 Carapoia fowleri Huber, 2000 31 Mesabolivar aff. cambridgei sp.1 8

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Mesabolivar aurantiacus (Mello-Leitão, 1930) 10 Mesabolivar cambridgei (Mello-Leitão, 1947) 11 Metagonia sp.1 2 Otavaloa lisei Huber, 2000 22 Pisaboa silvae Huber, 2000 1

Pisauridae Architis tenuipes (Simon, 1898) 4 Architis tenuis Simon, 1898 18 Thaumasia sp.1 51 Thaumasia sp.2 7 Thaumasia sp.3 9 Thaumasia sp.4 4 Thaumasia sp.5 3

Prodidomidae Lygromma sp.1 6 Lygromma sp.2 1 Lygromma sp.3 1

Salticidae Salticidae sp.1 1 Salticidae sp.2 1 Salticidae sp.3 1 Salticidae sp.4 1 Salticidae sp.5 1 Salticidae sp.6 1 Salticidae sp.7 2 Salticidae sp.8 7 Salticidae sp.9 1 Salticidae sp.10 1 Salticidae sp.11 1 Salticidae sp.12 2 Salticidae sp.13 1 Salticidae sp.14 1 Salticidae sp.15 3 Salticidae sp.16 1 Salticidae sp.17 1 Salticidae sp.18 1 Salticidae sp.19 3 Salticidae sp.20 2 Salticidae sp.21 2 Salticidae sp.22 8 Salticidae sp.23 3 Salticidae sp.24 12 aff. Kalcerrytus sp.1 1 Alcmena sp.1 1 Amycinae sp.1 1 Amycus sp.1 7 cf. Coryphasia sp.1 5 cf. Corythalia sp.1 1 cf. Corythalia sp.2 5 cf. Freya sp.1 3 cf. Freyinae sp.1 1

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cf. Noegus sp.1 1 cf. Noegus sp.2 1 cf. Noegus sp.3 6 cf. Noegus sp.4 3 Chira sp.1 7 Corythalia sp.1 3 Cotinusa sp.1 1 Cylistella sp.1 9 Dendryphantinae sp.1 20 Dendryphantinae sp.2 4 Dendryphantinae sp.3 7 Euophryinae sp.1 45 Euophryinae sp.2 76 Euophryinae sp.3 18 Euophryinae sp.4 4 Euophryinae sp.5 9 Euophryinae sp.6 6 Euophryinae sp.7 6 Euophrys sp.1 1 Fluda cf. araguae Galiano, 1971 7 Fluda sp.1 9 Freyinae sp.1 5 Frigga sp.1 9 Hasarius adansoni (Audouin, 1826) 1 Hypaeus sp.1 9 Hypaeus sp.2 36 Hypaeus sp.3 2 Itata sp.1 2 Itata sp.2 1 Kalcerrytus amapari Galiano,1999 4 Kalcerrytus sp.1 9 Kalcerrytus sp.2 6 Lyssomanes longipes (Taczanowski, 1871) 6 Lyssomanes sp.1 3 Lyssomanes sp.3 2 Lyssomanes sp.4 4 Lyssomanes sp.5 1 Lyssomanes sp.6 1 Lyssomanes sp.7 1 Lyssomanes sp.8 1 Maeota sp.1 1 Mago sp.1 10 Mago sp.2 15 Mago sp.3 4 Mago sp.4 1 Mago sp.5 1 Marma nigritarsis (Simon, 1900) 1 Marma sp.1 1 Myrmarachne sp.1 1 Noegus arator Simon, 1900 2 Noegus franganilloi (Caporiacco, 1947) 1

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Noegus sp.1 19 Noegus sp.2 1 Onofre sp.1 6 Psecas sp.1 2 Sassacus sp.1 2 Scopocira sp.1 13 Synemosina sp.1 1 Synemosina sp.2 1 Synemosina sp.3 3 Synemosina sp.4 1 Zuniga sp.1 1

Scytodidae Scytodes cotopitoka Rheims et al., 2005 7 Scytodes fusca Walckenaer, 1837 1 Scytodes mapinguari Rheims & Brescovit, 2004. 4 Scytodes piyampisi Rheims et al., 2005 4 Scytodes romitii Caporiacco, 1947 6 Scytodes sp.1 12

Segestriidae Ariadna sp.1 32 Ariadna sp.2 1 Ariadna sp.3 7 Ariadna sp.4 3

Selenopidae Selenops maranhensis Mello-Leitão, 1918 1

Senoculidae Senoculus sp.1 5 Senoculus sp.2 2 Senoculus sp.4 1

Sparassidae Sparassidae sp.1 1 Sparassidae sp.2 1 cf. Sadala sp.1 1 Heteropoda venatoria (Linnaeus, 1767) 9 Pseudosparianthis ravida (Simon, 1847) 3 Sparianthis amazonica Simon, 1880 2

SymphytognathidaeAnapistula sp.1 66

Synotaxidae Synotaxus brescoviti Santos & Rheims, 2005 10

Tetragnathidae Tetragnathidae sp.1 1 Azilia sp.1 7 Azilia sp.2 1 Azilia sp.3 4 Crysometa sp.1 1 Dolichognatha sp.1 2 Dolichognatha sp.2 1 Leucauge sp.1 19 Leucauge sp.2 4 Leucauge sp.3 2

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Leucauge sp.4 8 Leucauge sp.5 1 Leucauge sp.6 9 Leucauge sp.7 2 Leucauge sp.8 6 Leucauge sp.9 6 Leucauge sp.10 6 Leucauge sp.11 3 Leucauge sp.12 2 Leucauge sp.13 2 Leucauge sp.14 1 Tetragnatha sp.1 15 Tetragnatha sp.2 9

Theridiidae Theridiidae sp.1 9 Theridiidae sp.2 43 Theridiidae sp.3 2 Theridiidae sp.4 2 Theridiidae sp.5 1 Theridiidae sp.6 3 Theridiidae sp.7 1 Theridiidae sp.8 1 Theridiidae sp.9 1 Theridiidae sp.10 1 Theridiidae sp.11 1 Theridiidae sp.12 2 Theridiidae sp.13 4 Theridiidae sp.14 2 Theridiidae sp.15 1 Theridiidae sp.16 1 Theridiidae sp.17 1 Theridiidae sp.18 1 Theridiidae sp.19 1 Theridiidae sp.20 2 Theridiidae sp.21 1 Theridiidae sp.22 1 Theridiidae sp.23 3 Theridiidae sp.24 1 Theridiidae sp.25 2 Theridiidae sp.26 2 Theridiidae sp.27 4 Theridiidae sp.28 2 Theridiidae sp.29 1 Theridiidae sp.30 1 Theridiidae sp.31 2 Theridiidae sp.32 3 Achaearanea hieroglyphica (Mello-Leitão, 1940) 4 Achaearanea migrans (Keyserling, 1884) 1 Achaearanea trapezoidalis (Taczanowski, 1873) 3 aff. Latrodectus sp.1 20 Anelosimus sp.1 1

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Argyrodes sp.1 6 Argyrodes sp.2 22 Argyrodes sp.3 6 Argyrodes sp.4 1 Argyrodes sp.5 4 Argyrodes sp.6 14 Ariamnes attenuatus O. P.-Cambridge, 1881 12 Cerocida ducke Marques & Buckup, 1989 6 Chrysso sulcata (Keyserling, 1884) 2 Coleosoma sp.1 1 Coleosoma sp.2 3 Coleosoma sp.3 2 Dipoena cordiformis Keyserling, 1886 5 Dipoena kuyuwini Levi, 1963 12 Dipoena militaris Chickering, 1943 8 Dipoena rubella (Keyserling, 1884) 1 Dipoena sp.1 1 Dipoena sp.2 5 Dipoena sp.3 2 Dipoena sp.4 1 Dipoena sp.5 3 Dipoena sp.6 2 Dipoena sp.7 2 Dipoena sp.8 1 Dipoena sp.9 3 Dipoena sp.10 1 Dipoena sp.11 4 Dipoena sp.12 1 Episinus erythrophthalmus (Simon, 1894) 52 Episinus salobrensis (Simon, 1895) 77 Episinus sp.1 2 Episinus vaticus Levi, 1964 4 Euryopis sp.1 1 Faiditus sp.1 1 Helvibis rossi Levi, 1964 17 Lasaeola donaldi (Chickering, 1943) 15 Phoroncidia sp.1 1 Phoroncidia sp.2 1 Phoroncidia sp.3 1 Rhomphaea sp.1 1 Rhomphaea sp.2 28 Rhomphaea sp.3 4 Spintharus sp.1 2 Steatoda moesta (O. P.-Cambridge, 1896) 3 Stemmops aff. vicosa Levi, 1964 7 Stemmops sp.1 1 Styposis selis Levi, 1964 150 Theridion sp.1 11 Theridion sp.2 1 Theridion sp.3 1 Theridion sp.4 1

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Thwaitesia affinis O. P.-Cambridge, 1882 7 Thwaitesia bracteata (Exline, 1950) 4 Thwaitesia simoni (Keyserling, 1884) 30 Thwaitesia sp.1 1 Thwaitesia sp.2 3 Thymoites crassipes Keyserling, 1884 7 Thymoites sp.1 25 Thymoites sp.2 1 Thymoites sp.3 33

Theridiosomatidae Theridiosomatidae sp.1 16 Theridiosomatidae sp.2 14 Theridiosomatidae sp.3 1 Theridiosomatidae sp.4 2 Theridiosomatidae sp.5 2 Theridiosomatidae sp.6 1 Theridiosomatidae sp.7 1 Theridiosomatidae sp.8 1 Theridiosomatidae sp.9 2 Theridiosomatidae sp.10 1 Theridiosomatidae sp.11 2 Theridiosomatidae sp.12 3 Theridiosomatidae sp.13 1 Theridiosomatidae sp.14 1 Theridiosomatidae sp.15 1 Theridiosomatidae sp.16 1 aff. Naatlo sp.1 14 Naatlo sp.1 6 Naatlo sp.2 1 Naatlo sp.3 1

Thomisidae Thomisidae sp.1 2 Thomisidae sp.2 1 Thomisidae sp.3 1 Thomisidae sp.4 1 Thomisidae sp.5 2 Thomisidae sp.6 1 Thomisidae sp.7 1 Acentroscelus sp.1 3 Aphantochilus rogersi O. P.-Cambridge, 1870 1 Aphantochilus sp.1 3 Aphantochilus sp.2 3 Bucranium taurifrons O. P.-Cambridge, 1881 2 Onolucus echinatus (Taczanowski, 1872) 1 Stephanopis sp.1 18 Stephanopis sp.2 1 Stephanopis sp.3 6 Stephanopis sp.4 40 Strophius sp.1 8 Titidius rubescens Caporiacco, 1947 24 Titidius sp.1 34

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Tmarus sp.1 58 Tmarus sp.2 3 Tmarus sp.3 1 Tmarus sp.4 1 Tmarus sp.5 1 Tmarus sp.6 1 Tmarus sp.7 1 Tobias sp.1 2 Tobias sp.2 3

Trechaleidae Heidrunea sp.1 1 Paradossenus sp.1 1 Rhoicininae sp.1 1 Rhoicinus sp.1 1 Trechalea amazonica F. O. P.-Cambridge, 1903 8 Trechalea sp.1 1

Uloboridae Uloboridae sp.1 11 Uloboridae sp.2 2 Uloboridae sp.3 11 Uloboridae sp.4 2 Uloboridae sp.5 1 Uloboridae sp.6 1 Uloboridae sp.7 1 Miagrammopes sp.1 13 Miagrammopes sp.2 5 Miagrammopes sp.3 6 Miagrammopes sp.4 1 Miagrammopes sp.5 3 Miagrammopes sp.6 1 Miagrammopes sp.7 1 Philoponella sp.1 12 Uloborus sp.1 4

Zodariidae Tenedos hoeferi Jocqué & Baert, 2002 28

Zoridae Zoridae sp.1 1

Opiliones Agoristenidae (Leiosteninae)

Agoristenidae sp.1 1 Trinella sp.1 6

Cosmetidae Cynorta conspersa (Perty 1833) 138 Cynorta juruensis (Mello-Leitão, 1923) 10 Cynorta sp.1 151 Cynorta valida Roewer 1927 8 Gryne sp.1 55 Gryne sp.2 1 Paecilaema paraensis Soares 1970 16 Paecilaema sp.1 3

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Paecilaema sp.2 16 Escadabiidae

Escadabiidae sp.1 1 Fissiphalliidae

Fissiphallius chicoi Tourinho & González, 2006 237 Gonyleptidae (Pachylinae)

Discocyrtus carvalhoi Mello-Leitão 1941 23 Discocyrtus sp1 3

Guassiniidae Guassiniidae sp.1 1

Kimulidae Kimulidae sp.1 1

Manaosbiidae Manaosbiidae sp.1 12 Manaosbiidae sp.2 55 Rhopalocranaus aspersus Roewer 1932 1 Saramacia lucasae Jim & Soares, 1991 82

Neogoveidae Neogoveidae sp1 1

Samoidae Samoidae sp.1 2

Sclerosomatidae (Gagrellinae) Calluga sp.n.1 27 Prionostemma sp.n.1 23

Stygnidae Auranus parvus Mello-Leitão 1941 16 Protimesius trocaraincola Pinto-da-Rocha 1997 8 Stygnus sp.1 47

Stygnommatidae Stygnommatidae sp.n.1 17

Zalmoxidae Zalmoxidae sp.1 32 Zalmoxidae sp.2 165 Zalmoxidae sp.3 1 Zalmoxidae sp.4 3 Zalmoxidae sp.5 33

Ricinulei Ricinoididae

Cryptocellus simonis Hansen & Sörensen 1904 366

Schizomida Hubbardiidae

Surazomus paitit Bonaldo & Pinto-da-Rocha 2007 57

Scorpiones Buthidae

Ananteris balzanii Thorell, 1891 2 Tityus paraensis Kraepelin, 1896 3 Tityus silvestris Pocock, 1897 2

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Tityus strandi Werner, 1939 1 Chactidae

Broteochactas parvulus Pocock 1897 11 Brotheas sp.1 27

Solifugae Ammotrechidae

Ammotrechidae sp.1 1

Thelyphonida Hypoctonidae

Thelyphonellus amazonicus (Butler, 1872) 2 TOTAL 6590

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