28
Boletim j Manual de Procedimentos Veja nos Próximos Fascículos a S/A - Adoção de quorum assemblear mais elevado nas S/A de capital fechado a IRPF - Atividade rural - Apuração e tributação do resultado a IRPF - Despesas médicas - Dedução na Declaração de Ajuste Anual Imposto de Renda e Legislação Societária Fascículo N o 14/2014 / a Tributos e Contribuições Federais Contribuição Social sobre o Lucro Apuração trimestral pelas empresas tributadas pelo IRPJ com base no lucro presumido 01 Imposto de Renda Pessoa Física Declaração de Ajuste Anual do exercício de 2014 (relativa ao ano-calendário de 2013) - Regras básicas 08 / a S/A Alienação ou oneração de bens do Ativo Não Circulante - Normas estatutárias ou contratuais 19 / a IOB Setorial Construção civil IRPJ/CSL/Cofins/PIS-Pasep - Atividade Imobiliária - Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) 21 / a IOB Perguntas e Respostas IRPF Declaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - Aluguéis depositados judicialmente - Dispensa de in- formação 26 Declaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - Arrendamento de imóvel rural - Tratamento tributário 26 Declaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - Indenização para desocupação de imóvel - Tratamento tributário 26 Declaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - MEI - Obrigatoriedade de entrega 26 Declaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - Revisão de aposentadoria - Tratamento tributário 26

IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

Boletimj

Manual de Procedimentos

Veja nos Próximos Fascículos

a S/A - Adoção de quorum assemblear mais elevado nas S/A de capital fechado

a IRPF - Atividade rural - Apuração e tributação do resultado

a IRPF - Despesas médicas - Dedução na Declaração de Ajuste Anual

Imposto de Renda e Legislação Societária

Fascículo No 14/2014

/a Tributos e Contribuições FederaisContribuição Social sobre o LucroApuração trimestral pelas empresas tributadas pelo IRPJ com base no lucro presumido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

Imposto de Renda Pessoa FísicaDeclaração de Ajuste Anual do exercício de 2014 (relativa ao ano-calendário de 2013) - Regras básicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08

/a S/AAlienação ou oneração de bens do Ativo Não Circulante - Normas estatutárias ou contratuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

/a IOB SetorialConstrução civilIRPJ/CSL/Cofins/PIS-Pasep - Atividade Imobiliária - Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

/a IOB Perguntas e RespostasIRPFDeclaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - Aluguéis depositados judicialmente - Dispensa de in-formação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26Declaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - Arrendamento de imóvel rural - Tratamento tributário . . . . . 26Declaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - Indenização para desocupação de imóvel - Tratamento tributário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26Declaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - MEI - Obrigatoriedade de entrega . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26Declaração de Ajuste Anual - Ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - Revisão de aposentadoria - Tratamento tributário . . . . . . . . . 26

Page 2: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

© 2014 by IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Capa:Marketing IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Editoração Eletrônica e Revisão: Editorial IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Telefone: (11) 2188-7900 (São Paulo)0800-724-7900 (Outras Localidades)

Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).

Impresso no BrasilPrinted in Brazil Bo

letim

IOB

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Imposto de renda e legilação societária : CSL : apuração trimestral pelas empresas.... -- 10. ed. -- São Paulo : IOB Folhamatic, 2014. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2105-0

1. Falência - Leis e legislação - Brasil 2. Imposto de renda - Leis e legislação - Brasil 3. Pessoa jurídica - Brasil 4. SIMPLES - Leis e legislação - Brasil I. Série.

14-02041 CDU-34:336.2:347.72(81)

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Tributação : Empresas : Direito tributário 34:336.2:347.72(81)

Page 3: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

Manual de ProcedimentosImposto de Renda e Legislação Societária

Boletimj

14-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 IR/LS

COnTRIBuIçãO SOCIAl SOBRe O luCRO

Apuração trimestral pelas empresas tributadas pelo IRPJ com base no lucro presumido SUMÁRIO 1. Introdução 2. Base de cálculo 3. Alíquota 4. Deduções e compensações 5. Preenchimento do Darf 6. Bônus de adimplência fiscal 7. Regime tributário de transição

1. IntRoduçãoAs empresas que optarem pelo

pagamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) com base no lucro presumido deverão apurar a Contribuição Social sobre o Lucro (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento, que se embasam na Lei nº 9.430/1996, arts. 28 e 29, na Ins-trução Normativa SRF nº 93/1997, art. 49, e em outras fontes citadas no procedimento.

Vale ressaltar que, a partir de 1º.01.2015, começará a vigorar o novo regime introduzido pela Medida Pro-visória nº 627/2013. Entretanto, conforme estabelecem os arts. 71 e 98, I, da Medida Provisória nº 627/2013, a pessoa jurídica poderá optar pela aplicação anteci-pada das disposições contidas nos seus arts. 1º a 66, a contar de 1º.01.2014, observando-se que essa opção será irretratável e acarretará a aplicação de todas as alterações trazidas pelos artigos mencionados ante-riormente, bem como a antecipação dos efeitos das revogações previstas no art. 99, caput, I a VI e VIII e X, na forma, no prazo e nas condições a serem editadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).

Nesse procedimento, serão abordadas as normas pertinentes à CSL devida por empresas optantes pela tributação do IRPJ com base no lucro presumido.

2. BaSe de CáLCuLo

2.1 Valores que devem ser computadosA base de cálculo da CSL devida pelas empre-

sas submetidas à apuração do IRPJ com base no lucro presumido corresponde ao somatório dos seguintes valores, apurados em cada trimestre (Lei nº 9.430/1996, arts. 29 e 30, e Instrução Normativa SRF nº 390/2004, art. 88) - veja a nota 4:

a) 12% da receita bruta da venda de mercado-rias/produtos e/ou da prestação de serviços, exceto para as pessoas jurídicas referidas no

subtópico 2.2, na forma definida na le-gislação do Imposto de Renda;

b) ganhos de capital (lucros) na alie-nação de bens do Ativo Não Cir-culante (antigo Ativo Permanen-te) e todas as demais receitas e resultados.

Notas(1) As pessoas jurídicas que explorem atividades imo-

biliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados a venda, e venda de imóveis construídos ou adquiridos para a revenda, quando esta receita for decorrente da comercialização de imóveis e apurada por meio de índices ou coeficientes previstos em contrato, devem acrescentar à base de cálculo mensal da CSL o percentual de 12% sobre a receita financeira para os fatos geradores ocorridos a contar de 1º.01.2006.

(2) Por meio da Solução de Consulta Cosit nº 5/2012, a Secretaria da RFB esclareceu que, para fins de apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSL, devidos no regime do lucro presumido, as receitas de juros, decor-rentes do atraso no pagamento de prestações relativas à comercialização de imóveis, auferidas por pessoa jurídica que explore atividades imobiliárias referentes a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados a venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para revenda, estão sujeitas aos percentuais de que tratam o arts. 15 e 20 da Lei nº 9.249/1995, ou seja, a 8%, relativamente ao IRPJ, e a 12%, relativamente à CSL, desde que esses acréscimos sejam apurados por meio de índices ou coeficientes previstos em contrato.

(3) A partir 1º.01.2015 ou, a contar de 1º.01.2014, no caso de adoção antecipada da Medida Provisória nº 627/2013:

a) a base de cálculo da CSL, devida pelas pessoas jurídicas que efetu-arem o pagamento mensal ou trimestral corresponderá a 12% sobre a receita bruta definida na letra “c”, auferida no período, deduzida das devoluções, vendas canceladas e dos descontos incondicio-

a Tributos e Contribuições Federais

A CSL apurada em cada

trimestre deverá ser paga no mesmo prazo, e deverão ser observadas as mesmas

condições estabelecidas para o pagamento do

IRPJ

Page 4: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-02 IR/LS Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

nais concedidos, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1º do art. 15 da Lei nº 9.249/1995, cujo percentual corresponderá a 32% (Lei nº 9.249/1995, art. 20I, alterada pela Medida Provisória nº 627/2013, art. 8º);

b) os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as demais receitas, os resultados po-sitivos decorrentes de receitas não abrangidas na letra “a” deste subtópico, com os seus respectivos valores decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404/1976, e demais valores determinados na Lei nº 9.430/1995, auferidos naquele mesmo período (Lei nº 9.430/1995, art. 29, II, alte-rada pela Medida Provisória nº 627/2013, art. 5º);

c) a receita bruta compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço da prestação de serviços em geral, o resulta-do auferido nas operações de conta alheia e as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica, não compreendidas anteriormente, observando-se que, na receita bruta (Decreto-lei nº 1.598/1977, art. 12, alterado pela Medida Provisória nº 627/2013, art. 2º):c.1) não se incluem os tributos não cumulativos cobrados, destaca-

damente, do comprador ou contratante, pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de mero depositário;

c.2) incluem-se os tributos sobre ela incidentes e os valores decor-rentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404/1976, das operações mencio-nadas anteriormente, observado o disposto na letra “c.2”.

(Lei nº 11.196/2005, art. 34; Lei nº 9.249/1995, arts. 15, § 4º, e 20, § 2º; Medida Provisória nº 627/2013, arts. 5º e 8º)

2.2 Prestadoras de serviços - Base de cálculo desde 1º.09.2003Desde 1º.09.2003, o percentual a ser aplicado

sobre a receita bruta auferida no mês é de 32% para aquelas que exercem as seguintes atividades (Instrução Normativa SRF nº 390/2004, art. 89):

a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de transportes, inclusi-ve de carga;

b) intermediação de negócios;c) administração, locação ou cessão de bens imó-

veis, móveis e direitos de qualquer natureza;d) prestação cumulativa e contínua de serviços de

assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

Notas(1) A Solução de Divergência Cosit nº 13/2013 esclarece que as pes-

soas jurídicas tributadas pelo IRPJ com base no lucro presumido que se dediquem à prestação de serviços de sondagem de solo para pesquisas geológicas devem aplicar sobre tais receitas o percentual de 32%, para fins da apuração da base de cálculo do imposto e da CSL devidos nesse regime.

(2) A Solução de Divergência Cosit nº 14/2013 esclarece que, desde 1º.01.2009, as pessoas jurídicas tributadas pelo IRPJ com base no lucro pre-sumido que se dedicam à atividade de prestação de serviços de fisioterapia e de terapia ocupacional devem aplicar os seguintes percentuais sobre a receita bruta, para fins da apuração da base de cálculo do imposto e da CSL devidas segundo esse regime:

a) 8%, se a prestadora desses serviços estiver organizada sob a forma de sociedade empresária (de fato e de direito) e atender às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e 32% caso não cumprir esses requisitos, relativamente ao IRPJ; e

b) 12%, se a prestadora desses serviços estiver organizada sob a forma de sociedade empresária (de fato e de direito) e atender às normas da Anvisa e 32% caso não cumprir esses requisitos, relativamente à CSL.

(3) Por meio da Solução de Divergência Cosit nº 29/2013, a Secretaria da RFB esclareceu que, para efeito de determinação da base de cálculo do

IRPJ e da CSL, no regime do lucro presumido, consideram-se industrialização as operações definidas no art. 4º do Decreto nº 7.212/2010 (RIPI/2010), ob-servadas as disposições do art. 5º c/c o art. 7º do referido Decreto (atividades não consideradas como industrialização, artesanato, oficina e trabalho pre-ponderante, assim considerado aquele que contribuir no preparo do produto, para formação de seu valor, a título de mão de obra, no mínimo com 60%).

A operação de desbobinamento, endireitamento, corte e dobra dos ro-los de ferro (aço) em que o produto final seja um artefato de ferro, bem como a confecção de carcaça de ferro para concreto armado configura industria-lização (beneficiamento) e, consequentemente, aplica-se à receita bruta de-corrente dessa operação o percentual de 8% para determinação da base de cálculo do imposto de renda no regime do lucro presumido.

Portanto, entende-se que, para efeito de determinação da base de cálculo da CSL no regime do lucro presumido, aplica-se à receita bruta de-corrente dessa operação o percentual de 12%, para determinação da base de cálculo, conforme dispõe o art. 20 da Lei nº 9.249/1995 e da Instrução Normativa SRF nº 390/2004.

(4) Conforme a Solução de Divergência Cosit nº 37/2013, a pessoa ju-rídica incorporadora de imóveis, tributada pelo IRPJ e pela CSL com base no lucro presumido segundo o regime de competência deve reconhecer a receita de venda de unidades imobiliárias no momento da efetivação do con-trato da operação de compra e venda, ainda que mediante instrumento de promessa, carta de reserva com princípio de pagamento ou qualquer outro documento representativo de compromisso.

A referida norma esclarece, ainda, que, caso tenha optado pela tributa-ção segundo o regime de caixa, a pessoa jurídica deve reconhecer a receita de venda de unidades imobiliárias na medida do seu recebimento, indepen-dentemente da conclusão ou entrega da unidade.

(5) Por meio da Solução de Consulta Cosit nº 57/2013, a Secretaria da RFB esclareceu que a pessoa jurídica prestadora de serviço médico ambu-latorial com recursos para realização de exames complementares e serviços médicos prestados em residência, sejam eles coletivos ou particulares (home care), para fins de apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSL, não se aplicam os percentuais de 8% e de 12%, respectivamente, sobre a receita bruta auferida mensalmente, uma vez que aqueles serviços não são tipifica-dos legalmente como serviços hospitalares.

(6) Por meio da Solução de Consulta Cosit nº 7/2014, a RFB estabele-ceu que se admite, desde 1º.01.2009, para fins de determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSL da pessoa jurídica organizada sob a forma de so-ciedade empresária e cumpridora das normas da Anvisa, do lucro presumido proveniente da prestação de serviços laboratoriais voltados para a anatomia patológica e citológica e de serviços de diagnóstico por imagem, todos lis-tados na Unidade Funcional: 4 - Apoio ao Diagnóstico e Terapia da Resolu-ção RDC nº 50/2002, da Anvisa, seja determinado mediante a aplicação dos percentuais de 8% e de 12%, respectivamente, sobre a receita da atividade.

(7) Por meio da Solução de Consulta Cosit nº 55/2013, a RFB esclare-ceu que a receita bruta auferida pela pessoa jurídica tributada como base no lucro presumido decorrente da:

a) prestação de serviços em geral, como limpeza e locação de mão de obra, ainda que sejam fornecidos os materiais, está sujeita à aplica-ção do percentual de 32% para determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSL;

b) prestação de serviços de construção civil por empreitada, na moda-lidade total, fornecendo o empreiteiro todos os materiais indispensá-veis à sua execução, sendo tais materiais incorporados à obra, está sujeita à aplicação dos percentuais de 8% e de 12% para determi-nação da base de cálculo do IRPJ e da CSL.

(8) Por meio da Solução de Consulta Cosit nº 5/2014, a RFB esclareceu que, para a determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSL devidos, no regime do lucro presumido:

a) aplicam-se os percentuais de 8% e de 12%, para o IRPJ e para a CSL, respectivamente, sobre a receita bruta mensal auferida na ati-vidade de construção de estações e redes de telecomunicações, somente no caso de contrato de empreitada na modalidade total, ou seja, quando o empreiteiro fornece todos os materiais indispensá-veis à sua execução, sendo tais materiais incorporados à obra;

b) aplica-se o percentual de 32%, tanto para o IRPJ como para a CSL, quando a empreitada é parcial, com fornecimento de parte do mate-rial, ou exclusivamente de mão de obra (empreitada de lavor).

A norma referida esclarece também que não produz efeitos a consulta na parte relativa às indagações sobre a escrita fiscal, bem como à compen-sação de tributos, matéria definida em disposição literal de lei e disciplinada em ato normativo publicado na Imprensa Oficial antes de sua apresentação.

(9) Por meio da Solução de Consulta Cosit nº 60/2013, a RFB esclareceu que, desde 1º.01.2009, para efeito de determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSL, tributada com base no lucro presumido, aplica-se sobre a re-ceita bruta decorrente da prestação de serviços de fisioterapia e fonoaudiolo-

Page 5: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

gia os percentuais de 8% e de 12%, respectivamente, desde que a prestadora desses serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária (de direito e de fato) e atenda às normas da Anvisa. Na hipótese de não atendi-mento desses requisitos, o percentual será de 32% para ambos os casos.

(10) Por meio da Solução de Consulta Cosit nº 71/2013, a RFB escla-receu que a base de cálculo do IRPJ e da CSL, devidos com base no lucro presumido, por parte de estabelecimento gráfico que executa operações de impressão e emolduramento de imagens deve ser determinada mediante a aplicação do percentual de 8% sobre a receita bruta auferida no período, nos termos do caput do art. 15 da Lei nº 9.249/1995.

2.3 Pessoas jurídicas (optantes pelo Refis) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exteriorAs empresas optantes pelo Programa de Recupera-

ção Fiscal (Refis) que auferirem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior, caso optem pela tributação com base no lucro presumido, o que lhes é per-mitido, excepcionalmente, durante o período em que esti-verem submetidas ao Refis, deverão adicionar os referidos valores à base de cálculo da CSL no trimestre-calendário em que os lucros forem disponibilizados e os rendimentos e ganhos forem auferidos, observadas as normas estabe-lecidas na Instrução Normativa SRF nº 16/2001, art. 2º.

2.4 Realização de operações externas, de exportação ou mútuo, com pessoas vinculadas ou domiciliadas em países com tributação favorecidaSe a empresa realizar operações externas, de expor-

tação ou mútuo, com pessoas vinculadas ou domicilia-das em país com tributação favorecida (que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota máxima inferior a 20%), deverá computar na base de cálculo da contribuição devida no quarto trimestre do ano-calendário (Instrução Normativa RFB nº 1.312/2012, arts. 20, 38, 38-A e 58; Instrução Normativa RFB nº 1.322/2013, art. 2º; Instrução Normativa SRF nº 93/1997, art. 36, VII a IX e § 10):

a) 12% da soma das diferenças positivas de re-ceita de exportações realizadas durante o ano-calendário, determinadas segundo as normas sobre preços de transferência;

b) a parcela dos juros pagos ou creditados a pes-soa jurídica vinculada que exceder ao valor cal-culado com base nas taxas a seguir, acrescida de margem percentual a título de spread, a ser definida por ato do Ministro de Estado da Fazen-da com base na média de mercado, proporcio-nalizados em função do período a que se referi-rem os juros (com vigência desde 1º.01.2013):b.1) de mercado dos títulos soberanos da Re-

pública Federativa do Brasil emitidos no mercado externo em dólares dos Esta-dos Unidos da América, na hipótese de operações em dólares dos Estados Uni-dos da América com taxa prefixada;

b.2) de mercado dos títulos soberanos da Re-pública Federativa do Brasil emitidos no

mercado externo em reais, na hipótese de operações em reais no exterior com taxa prefixada; e

b.3) Libor pelo prazo de 6 meses, nos demais casos;

c) a parcela da receita financeira relativa a mútuos contratados com as pessoas mencionadas na letra “b”, correspondente à diferença entre o va-lor calculado com base na taxa referida na letra “b” e o valor contratado, quando este for inferior.

Notas(1) Nos contratos firmados no ano-calendário de 2012, os juros pagos

ou creditados a pessoa vinculada, quando decorrentes de contrato de mútuo, serão dedutíveis, para fins de determinação do lucro real e da base de cálculo da CSL, somente até o montante que não exceda o valor calculado com base na taxa Libor, para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América pelo prazo de 6 meses, acrescida de 3% anuais a título de spread, proporcionali-zados em função do período a que se referirem os juros, observando-se que:

a) no caso de mútuo com pessoa vinculada, a pessoa jurídica mutuan-te, domiciliada no Brasil, deverá reconhecer, como receita financeira correspondente à operação, no mínimo, o valor apurado na forma mencionada;

b) para efeito do limite, os juros serão calculados com base no valor da obrigação ou do direito, expresso na moeda objeto do contrato, e con-vertidos em reais pela taxa de câmbio, divulgada pelo Banco Central do Brasil (Bacen), para a data do termo final do cálculo dos juros;

c) a diferença de receita apurada na forma da letra “b” será adicionada ao lucro real, presumido ou arbitrado e à base de cálculo da CSL.

(2) Para os contratos firmados até 31.12.2012, os juros pagos ou credi-tados a pessoa vinculada, quando decorrentes de contrato não registrado no Bacen, somente serão dedutíveis para fins de determinação do lucro real e da base de cálculo da CSL até o montante que não exceda o valor calculado com base na taxa Libor, para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América pelo prazo de 6 meses, acrescida de 3% anuais a título de spread, proporciona-lizados em função do período a que se referirem os juros, observando-se que:

a) no caso de mútuo com pessoa vinculada, a pessoa jurídica mutuante, domiciliada no Brasil, deverá reconhecer, como receita financeira corres-pondente à operação, no mínimo, o valor apurado na forma mencionada;

b) para efeito do limite, os juros serão calculados com base no valor da obrigação ou do direito, expresso na moeda objeto do contrato, e convertidos em reais pela taxa de câmbio, divulgada pelo Bacen, para a data do termo final do cálculo dos juros;

c) a diferença de receita apurada na forma da letra “b” será adicionada ao lucro real, presumido ou arbitrado e à base de cálculo da CSL.

(3) No caso de mútuo com pessoa vinculada, a pessoa jurídica mutuante, domiciliada no Brasil, deverá reconhecer, como receita financeira corresponden-te à operação, no mínimo, o valor apurado segundo o disposto nesse subtópico.

2.5 Incidência ou não sobre a receita de exportaçãoDiscute-se se a receita de exportação deve inte-

grar a base de cálculo da CSL nas empresas optantes pelo presumido ou arbitrado. Antes de entrar direta-mente na questão, é preciso definir o que é receita de exportação e a sua forma de tributação.

De acordo com a Portaria MF nº 356/1988 e com as respostas às questões nºs 39 e 40, Capítulo VIII, do “Perguntas e Respostas IRPJ/2013”, divulgado pela RFB:

a) a receita bruta de vendas nas exportações de produtos manufaturados nacionais deve ser de-terminada pela conversão, em moeda nacional, de seu valor expresso em moeda estrangeira à taxa de câmbio fixada no boletim de abertura pelo Bacen, para compra, em vigor na data de embarque dos produtos para o exterior;

Page 6: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-04 IR/LS Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

b) considera-se como data de embarque para o exterior (momento da conversão da moeda es-trangeira) a data averbada no Sistema Integra-do de Comércio Exterior (Siscomex).

Nesse sentido, de acordo com a Portaria MF nº 356/1988 e com a questão nº 41, Capítulo VIII, do “Perguntas e Respostas IRPJ/2013”, as diferenças decorrentes de alteração na taxa câmbio ocorridas entre a data do fechamento do contrato de câmbio e a data do embarque devem ser consideradas como variações monetárias ativas ou passivas.

Em relação aos adiantamentos efetuados por conta de contratos de câmbio, o 1º Conselho de Contribuinte, por meio do Acórdão nº 101-92.521/1999, decidiu que a conversão da moeda estrangeira se faz pela taxa de câmbio vigente na data do recebimento do crédito, não cabendo a exigência de imposto calcada em presun-ção de haver ocorrido omissão no registro de receitas.

Em duas outras decisões (Acórdãos nºs 108-05010/1998 e 101-93463/2001), o 1º Conselho de Contribuintes examinou a questão dos efeitos no resultado do período no caso de fechamento de câmbio antecipado, assim concluindo:

IRPJ e CSSL - RECEITA DE EXPORTAÇÃO - FECHAMENTO DE CÂMBIO ANTECIPADO - EFEITOS NO RESULTADO DO PERÍODO: A emissão de notas fiscais de exportação, pelo valor resultante da conversão da moeda estrangeira pela sua cotação na data do fechamento do contrato de câmbio, que foi antecipado em relação à data do embarque da mercadoria, caracteriza redução indevida da receita bruta de exportação. Todavia, a receita de exportação não conta-bilizada fica neutralizada pelo reconhecimento de idêntica variação cambial passiva, decorrente da atualização da obrigação em moeda estrangeira, nascida na liberação dos recursos financeiros, na antecipação do contrato de câmbio.

Dentro da operação de exportação, temos o chamado “prêmio sobre saque de exportação”, que é a importância liberada pelo banco interveniente na operação de câmbio, a favor do exportador. Tem por referência a diferença correspondente à desvalori-zação estimada do real entre a data do fechamento do contrato de câmbio e a liquidação do saque, e representa prêmio complementar à taxa cambial, nos casos de venda de câmbio para entrega futura.

Assim, considera-se prêmio sobre contratos de exportação a parcela da remuneração paga ao exportador pelo banco interveniente nos contratos de câmbio que exceder o valor contratado.

O prêmio sobre saque de exportação constitui receita financeira para fins de determinação do lucro real (Portaria MF nº 356/1988 e Perguntas e Respostas IRPJ/2013, questão nº 42, Capítulo VIII).

Após termos discorrido sobre a receita de expor-tação, definiremos a forma de tributação para o IRPJ,

em que o lucro oriundo de exportação de produtos manufaturados sujeita-se à tributação pela alíquota normal de 15% (e respectivo adicional) aplicável às pessoas jurídicas em geral (Perguntas e Respostas IRPJ/2013, questão nº 39, Capítulo VIII).

Somente está isento do Imposto de Renda o lucro da exploração correspondente às receitas de exportação incentivadas de produtos (Befiex), cujos programas tenham sido aprovados até 31.12.1987.

A propósito: deve ser adicionado à receita bruta o crédito prêmio de IPI decorrente da exportação incenti-vada - Befiex (IN SRF nº 51/1978 e ADN CST nº 19/1981).

Após definirmos a tributação do IRPJ, abordare-mos a polêmica da CSL, com base na Constituição Federal e nas normas infraconstitucionais.

A Constituição Federal/1988, art. 149, § 2º (in-cluído pela Emenda Constitucional nº 33/2001), dis-põe que as contribuições sociais “não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação”.

Esse dispositivo veda, portanto, a exigência da con-tribuição para o PIS-Pasep e da Cofins sobre receitas da espécie. Porém, questiona-se se o comando constitucio-nal abrange também a CSL das empresas exportadoras.

Tratando-se de empresa tributada com base no lucro real, essa contribuição, rigorosamente, incide sobre o lucro, e não sobre a receita da pessoa jurídica.

Diante disso, parece-nos razoável o entendimento da RFB exigindo a contribuição, conforme se constata em decisões em processos de consulta, como as seguintes:

“A imunidade conferida pelo art. 149, § 2º, inciso I, da Constituição Federal alcança apenas as contribui-ções sociais que possuem como base de incidência as receitas decorrentes de exportação, não alcançando a contribuição social incidente sobre o lucro.” (Solução de Consulta nº 140/2004, da SRRF da 8ª Região Fiscal)

“A imunidade prevista pelo § 2º do art. 149 da CF alcança apenas as contribuições sociais que tenham como fato gerador o auferimento de receita. Estão fora do campo de incidência do benefício em questão as contribuições sociais que tenham fato gerador diverso, entre as quais se destaca a CSLL.” (Solução de Consulta nº 27/2005, da SRRF da 9ª Região Fiscal)

Já nas empresas tributadas com base no lucro presumido (ou arbitrado), por ser a base de cálculo um percentual aplicado sobre a receita bruta, há quem entenda que a restrição constitucional seria aplicável nesta hipótese, ou seja, não incidiria a CSL.

Nesse caso, há duas argumentações opostas, ambas razoavelmente defensáveis:

Page 7: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

a) de um lado, pode-se afirmar que a contribuição é calculada efetivamente sobre a receita (ou um percentual desta) e, por isso, o dispositivo da Constituição impediria a cobrança;

b) de outro lado, é plausível argumentar que não im-porta o fato de a base de cálculo ser legalmente determinada pela aplicação do referido percen-tual sobre a receita bruta. Uma vez aplicado o percentual, o que se obtém é um valor que corres-ponde ao lucro da empresa, ainda que presumido (ou arbitrado). Como o dispositivo constitucional fala em receita, não em lucro, a CSL seria devida.

O entendimento mencionado na letra “b” parece--nos mais adequado, inclusive por conferir igualdade de tratamento com as empresas tributadas com base no lucro real.

Portanto, a nosso ver, a CSL é devida inclusive pelas empresas exportadoras tributadas com base no lucro presumido (ou arbitrado).

Ressalvamos, no entanto, que a jurisprudência (especialmente a judicial), em qualquer caso (lucro real, presumido ou arbitrado), poderá vir a concluir pela não incidência da contribuição. Logo, é impor-tante acompanhar a evolução da jurisprudência.

3. aLíquotaDesde 1º.02.2000, a alíquota da CSL é de 9% (Lei

nº 9.249/1995, art. 19, Medida Provisória nº 2.158-35/2001, art. 6º, II, e Lei nº 10.637/2002, art. 37).

NotaNo cálculo da CSL aplicavam-se as seguintes alíquotas (Lei nº 9.249/1995, art.

19, Medida Provisória nº 2.158-35/2001, arts. 6º, I, e 7º, e Lei nº 9.249/1995, art. 19):a) 8% para fatos geradores ocorridos de 1º.01 a 30.04.1999;b) 12% relativamente a fatos geradores ocorridos no período de

1º.05.1999 a 31.01.2000.

3.1 Instituições financeiras e equiparadas - alíquota a ser aplicada desde 1º.05.2008Desde 1º.05.2008, é de 15% a alíquota da CSL

devida pelas pessoas jurídicas de seguros privados, as de capitalização e as referidas na Lei Complementar nº 105/2001, art. 1º, § 1º, I a XII (bancos de qualquer espécie, distribuidoras de valores mobiliários, corre-toras de câmbio e de valores mobiliários, sociedades de crédito, financiamento e investimentos, socieda-des de crédito imobiliário, administradoras de cartões de crédito, sociedades de arrendamento mercantil, administradoras de mercado de balcão organizado, cooperativas de crédito, associações de poupança e empréstimo, bolsas de valores e de mercadorias e futuros e entidades de liquidação e compensação).

As referidas pessoas jurídicas que forem tributa-das pelo lucro real apurado trimestralmente, bem como

aquelas tributadas pelo lucro presumido ou arbitrado, deverão observar, relativamente ao segundo trimestre de 2008, os seguintes procedimentos:

a) verificar a relação percentual entre o total das re-ceitas brutas dos meses de maio e junho e o to-tal das receitas brutas computadas no trimestre;

b) aplicar o percentual encontrado na letra “a” sobre a base de cálculo da CSL apurada nes-se trimestre;

c) sobre o valor apurado na letra “b”, aplicar o diferencial de 6%; e

d) adicionar o valor encontrado na letra “c” à CSL apurada pela aplicação da alíquota de 9% sobre a base de cálculo total do trimestre, determinando, assim, o valor da CSL do período de apuração.

Notas(1) Alternativamente ao critério mencionado anteriormente, as referidas

pessoas jurídicas poderão apurar a CSL devida mediante adição do valor relativo ao mês de abril/2008, apurado com base em resultado contábil de-monstrado no livro Diário, ajustado na forma da legislação fiscal, que ficará sujeito à alíquota de 9%, e do valor relativo aos meses de maio e junho/2008, apurado pela aplicação da alíquota de 15% sobre a diferença entre o resulta-do ajustado do segundo trimestre e o resultado relativo ao mês de abril/2008.

Já a CSL devida nos 3º e 4º trimestres de 2008 será calculada mediante a utilização da alíquota de 15%.

(2) A Solução de Divergência Cosit nº 4/2012 esclareceu que as correto-ras de seguros estão sujeitas ao cálculo da CSL com base na alíquota de 9%.

(Lei nº 11.727/2008, art. 17; Instrução Normativa RFB nº 810/2008)

4. deduçõeS e ComPenSaçõeS

4.1 dedução da CSL retida por órgãos, autarquias e fundações da administração pública federalDo valor da CSL devida no trimestre poderá ser

deduzido o valor que houver sido retido, no trimestre, a título dessa contribuição, sobre os pagamentos feitos por órgãos, autarquias e fundações da administração pública federal, por fornecimento de bens ou serviços a essas entidades, na forma prevista na Lei nº 9.430/1996, art. 64.

Observe-se que a fonte retentora efetua a retenção da CSL junto com a retenção do IRPJ, da Cofins e do PIS-Pasep, de maneira global, cabendo à pessoa jurídica que sofrer a retenção determinar o valor de cada tributo, aplicando, sobre o valor bruto recebido, a alíquota pertinente a cada contribuição ou tributo retido.

4.2 dedução da CSL retida por órgãos da administração direta, autarquias e fundações da administração pública do distrito Federal, dos estados e dos municípiosPoderá ser deduzido o valor da CSL que houver sido

retida, no trimestre, a título dessa contribuição, sobre os pagamentos feitos por órgãos da administração direta, autarquias e fundações da administração pública do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, por fornecimento de bens ou serviços a essas entidades (Lei nº 10.833/2003, art. 33).

Page 8: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-06 IR/LS Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

4.3 dedução da CSL retida por pessoas jurídicas de direito privado (Lei nº 10.833/2003, art. 30)Do valor da CSL devida no trimestre poderá ser

deduzido o valor da CSL retida sobre receitas auferidas no período, originadas de pagamentos efetuados por outra pessoa jurídica de direito privado, na hipótese de pagamento pela prestação de serviços de limpeza, conservação, manutenção, segurança, vigilância, transporte de valores e locação de mão de obra, pela prestação de serviços de assessoria creditícia, merca-dológica, gestão de crédito, seleção de riscos, admi-nistração de contas a pagar e a receber, bem como pela remuneração de serviços profissionais (Lei nº 10.833/2003, art. 30, com vigência desde 1º.02.2004).

4.4 CompensaçõesCom o valor da CSL devida em cada trimestre

poderão ser compensados os valores a seguir relacio-nados. Essas compensações devem ser informadas na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) e na Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ):

a) pagamentos indevidos ou maiores que o de-vido a título dessa contribuição, em períodos de apuração anteriores. Esses valores são in-formados na ficha de Compensação de Paga-mento Indevido ou a Maior, na Pasta Débitos/Créditos da DCTF;

b) o valor da CSL retida sobre receitas auferidas no período, originadas de pagamentos efetuados por outra pessoa jurídica de direito privado, na hi-pótese de pagamento pela prestação de serviços de limpeza, conservação, manutenção, seguran-ça, vigilância, transporte de valores e locação de mão de obra, pela prestação de serviços de as-sessoria creditícia, mercadológica, gestão de cré-dito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, bem como pela remunera-ção de serviços profissionais (Lei nº 10.833/2003, art. 30, com vigência desde 1º.02.2004); e

c) outras compensações efetuadas. Esses valo-res são informados na ficha Outras Compen-sações da pasta Débitos/Créditos da DCTF e na DIPJ como deduções.

NotaSe a pessoa jurídica auferir lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriun-

dos do exterior e optar pela tributação com base no lucro presumido (opção per-mitida somente se a empresa houver aderido ao Refis), o valor do Imposto de Renda no exterior que exceder o valor compensável com o Imposto de Renda devido no Brasil poderá ser compensado com a CSL até o limite do valor da con-tribuição devida em virtude da adição de lucros, rendimentos e ganhos de capital oriundos do exterior à sua base de cálculo, conforme informado no subtópico 2.4.

4.5 exemploConsiderando a hipótese de empresa que percebeu,

no primeiro trimestre de 2014, R$ 960.000,00 de receita

bruta de vendas de mercadorias, R$ 7.000,00 de ren-dimentos de aplicações financeiras de renda fixa e R$ 18.000,00 de ganho de capital na alienação de bens do Ativo Não Circulante (antigo Ativo Permanente), temos:• 12% de R$ 960.000,00....................................... R$ 115.200,00• Rendimentos de aplicações financeiras de ren-da fixa.................................................................... R$ 7.000,00• Ganhos de capital na alienação de bens do Ativo não circulante (antigo Ativo Permanente)..... R$ 18.000,00• Base de cálculo da CSL..................................... R$ 140.200,00• CSL devida (9% de R$ 140.200,00)................... R$ 12.618,00

A CSL apurada em cada trimestre deverá ser paga no mesmo prazo, e deverão ser observadas as mesmas condições estabelecidas para o pagamento do IRPJ (Lei nº 9.430/1996, art. 28).

Portanto, no exemplo do tópico 5, a contribuição devida no primeiro trimestre de 2014, no valor de R$ 12.618,00, deverá ser paga, em quota única, até 30.04.2014, ou em 3 quotas de R$ 4.206,00 cada uma (R$ 12.618,00 ÷ 3), vencíveis em 30.04, 30.05 e 30.06.2014, com acréscimo de juros sobre as quotas pagas a partir de maio/2014, calculados de acordo com as regras referidas na letra “c” do subtópico 8.1 do texto publicado no Fascículo nº 13/2014, pág. 1.

5. PReenChImento do daRFNo preenchimento do Darf deve ser utilizado (no

campo 04) o código 2372.

5.1 Contribuição apurada em valor inferior a R$ 10,00O Darf não pode ser utilizado para pagamento de

impostos e contribuições de valor inferior a R$ 10,00 (Lei nº 9.430/1996, art. 68, § 1º).

Se a contribuição apurada for de valor inferior a R$ 10,00, esta deverá ser adicionada à contribuição devida em período(s) subsequente(s) até que o valor total seja igual ou superior a R$ 10,00, quando, então, deverá ser paga no prazo para o pagamento da contribuição devida no(s) período(s) em que esse limite for atingido, junto com essa, sem nenhum acréscimo moratório.

NotaDe acordo com a Lei nº 11.941/2009, art. 30, que incluiu o art. 68-A

ao texto da Lei nº 9.430/1996, o Poder Executivo poderá elevar para até R$ 100,00 os limites e valores de que tratam os arts. 67 e 68 da citada lei, inclu-sive de forma diferenciada por tributo, regime de tributação ou de incidência, relativos à utilização do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf), podendo reduzir ou restabelecer os limites e valores que vier a fixar.

6. BÔnuS de adImPLÊnCIa FISCaLEm relação a tributos e contribuições administrados

pela RFB, foi instituído bônus de adimplência fiscal, aplicável às pessoas jurídicas submetidas ao regime de tributação com base no lucro real ou presumido, o qual (Instrução Normativa SRF nº 390/2004, arts. 114 a 119):

a) corresponde a 1% da base de cálculo da CSL determinada segundo as normas estabelecidas

Page 9: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-07Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

para as pessoas jurídicas submetidas ao regi-me de apuração com base no lucro presumido;

b) será calculado em relação à base de cálculo re-ferida na letra “a”, relativamente ao ano-calen-dário em que for permitido seu aproveitamento;

c) será calculado em relação aos 4 trimestres do ano-calendário e poderá ser deduzido da CSL devida correspondente ao último trimestre;

d) será registrado na contabilidade da pessoa ju-rídica beneficiária:d.1) na aquisição do direito, a débito de conta

de Ativo Circulante e a crédito de Lucro ou Prejuízos Acumulados;

d.2) na utilização, a débito da provisão para pagamento da CSL e a crédito da conta de Ativo Circulante referida em “d.1”.

A parcela do bônus que não puder ser apro-veitada em determinado período poderá sê-lo em períodos posteriores, vedado o ressarcimento ou a compensação distinta da referida neste tópico.

Lembra-se que a utilização indevida do bônus implica a imposição da multa de 50%, observado o disposto no inciso II do art. 44 da Lei nº 9.430/1996, com suas alterações posteriores.

(Lei nº 10.637/2002, art. 38; Instrução Normativa SRF nº 390/2004, arts. 114 a 119)

6.1 Pessoas jurídicas que não farão jus ao bônusNão fará jus ao bônus a pessoa jurídica que, nos

últimos 5 anos-calendário, tiver se enquadrado em qualquer das seguintes hipóteses, em relação a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da RFB:

a) lançamento de ofício;b) débitos com exigibilidade suspensa;c) inscrição em dívida ativa;d) recolhimentos ou pagamentos em atraso;e) falta ou atraso no cumprimento de obrigação

acessória.Notas(1) Na hipótese de decisão definitiva, na esfera administrativa ou ju-

dicial, que implique desoneração integral da pessoa jurídica, as restrições referidas nas letras “a” e “b” serão desconsideradas desde a origem.

(2) O período de 5 anos-calendário será computado por ano completo, inclusive aquele em relação ao qual ocorrerá o aproveitamento do bônus.

7. RegIme tRIButáRIo de tRanSIçãoDe acordo com a Lei nº 11.941/2009, conversão

da Medida Provisória nº 449/2008, ficou estabelecido que o regime tributário de transição (RTT) se aplica obrigatoriamente desde o ano-calendário de 2010 às empresas optantes pelo lucro presumido.

Para as pessoas jurídicas sujeitas ao RTT, o lucro presumido deverá ser apurado de acordo com a

legislação de regência do tributo, com utilização dos métodos e critérios contábeis vigentes em 31.12.2007, independentemente da forma de contabilização deter-minada pelas alterações da legislação societária decor-rentes da Lei nº 11.638/2007, da Lei nº 11.941/2009 e da respectiva regulamentação.

NotaA Medida Provisória nº 627/2013 revogou, com efeitos a partir de

1º.01.2015, as regras aplicáveis ao RTT, previstas nos arts. 15 a 24 da Lei nº 11.941/2009, momento em que passará a vigorar o novo regramento introduzido pelos arts. 1º a 66 da referida Medida Provisória, salvo se a pessoa jurídica optar pela aplicação antecipada dessas disposições para o ano-calendário de 2014.

Ressalta-se que a opção será irretratável e acarretará a observância de todas as alterações trazidas pela referida norma e os efeitos dos incisos I a VI, VIII e X do caput do art. 99, também a partir de 1º.01.2014.

A Secretaria da RFB definirá a forma, o prazo e as condições da opção supramencionada.

7.1 Vantagens da adoção antecipada da medida Provisória nº 627/2014As pessoas jurídicas que fizerem a opção ante-

cipada pelas novas regras estabelecidas na Medida Provisória nº 627/2013, ou seja, a partir do ano--calendário de 2014, terão os seguintes benefícios:

a) os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados entre 1º.01.2008 e 31.12.2013, pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado, efetivamente pagos até 12.11.2013, em valo-res superiores aos apurados com observância dos métodos e critérios contábeis vigentes em 31.12.2007, não ficarão sujeitos à incidência do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), nem integrarão a base de cálculo do IRPJ e da CSL do beneficiário, pessoa física ou jurídica, resi-dente ou domiciliado no País ou no exterior;

b) para fins do limite para o cálculo dos juros pa-gos ou creditados individualizadamente a titu-lar, sócios ou acionistas, a título de remunera-ção do capital próprio, previsto no art. 9º da Lei nº 9.249/1995, especificamente em relação aos anos-calendário de 2008 a 2013, a pessoa jurídica poderá utilizar as contas do patrimônio líquido mensurado de acordo com as dispo-sições da Lei nº 6.404/1976, observando-se, ainda, que, no cálculo da parcela a deduzir, não serão considerados os valores relativos a ajustes de avaliação patrimonial a que se refe-re o § 3º do art. 182 da Lei nº 6.404/1976; e

c) para os anos-calendário de 2008 a 2013, o contribuinte poderá avaliar o investimento pelo valor de patrimônio líquido da coligada ou controlada, determinado de acordo com as disposições da Lei nº 6.404/1976.

(Medida Provisória nº 627/2013, arts. 67 a 70)

N

Page 10: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-08 IR/LS Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

ImPOSTO de RendA PeSSOA FíSICA

Declaração de Ajuste Anual do exercício de 2014 (relativa ao ano-calendário de 2013) - Regras básicas SUMÁRIO 1. Introdução 2. Quem está obrigado a declarar 3. Forma de apresentação 4. Prazo para a entrega e órgãos receptores 5. Opção pela apresentação da declaração pelo

desconto simplificado 6. Cálculo do imposto 7. Pagamento do saldo do imposto apurado 8. Contribuinte com imposto a restituir - Indicação da conta-

corrente bancária para crédito do valor da restituição 9. Declaração de bens, direitos e dívidas e ônus reais 10. Retificação 11. Entrega fora do prazo e penalidade

1. IntRoduçãoNesta matéria, focalizamos as regras básicas

para a apresentação da Declaração de Ajuste Anual (declaração de rendimentos) pelas pessoas físicas no exercício de 2014, relativa ao ano-calendário de 2013, com base no RIR/1999, arts. 80 a 104 e 787 a 805, na Instrução Normativa RFB nº 1.445/2014 e em outras fontes citadas no texto.

Entre as novidades da DIRPF 2014, destacamos:a) a Declaração Pré-preenchida: nessa modalida-

de de declaração, a Secretaria da Receita Fede-ral do Brasil (RFB) disponibiliza um arquivo ao contribuinte que deverá ser importado no Pro-grama Gerador da Declaração IRPF 2014 (PGD 2014). Esse arquivo terá algumas informações relativas a rendimentos, deduções, bens, direitos e dívidas e ônus reais. A Declaração Pré-preen-chida estará disponível para download no Por-tal e-CAC, no site da RFB (www.receita.fazenda.gov.br), somente para os contribuintes que pos-suam certificação digital ou para representantes com procuração eletrônica, desde que:a.1) as fontes pagadoras tenham enviado

para a RFB a Declaração do Imposto so-bre a Renda Retido na Fonte (Dirf) refe-rente ao exercício de 2014, ano-calendá-rio de 2013; e

a.2) o contribuinte tenha apresentado a Decla-ração de Ajuste Anual referente ao exercí-cio de 2013, ano-calendário de 2012;

b) o m-IRPF: lançado em 2013, possibilita que as declarações do Imposto de Renda das pes-soas físicas sejam elaboradas através de dis-positivos móveis (tablets e smartphones), co-nectados à Internet, podendo ser apresentado a qualquer momento e de qualquer lugar;

c) a implementação de novas funcionalidades de importação de dados no PGD de 2014. Entre elas, estão:c.1) a importação de informe de rendimentos

de fontes pagadoras, informe dos planos de saúde e o Comunicado da Condição de Não Residente;

c.2) as importações do informe da fonte paga-dora: as fontes pagadoras entregam a seus empregados arquivos contendo informa-ções dos comprovantes de rendimentos (Comprovante Eletrônico de Rendimentos) com as mesmas informações contidas no informe em papel. Essa funcionalidade per-mite ao contribuinte, no momento da criação da declaração no PGD do IRPF 2014, im-portar esse arquivo que irá automaticamen-te preencher todos os campos da declara-ção com as informações da fonte pagadora;

c.3) as importações do informe de Plano de Saúde: os planos de saúde fornecem aos seus clientes arquivos contendo informa-ções dos pagamentos do plano de saúde, dos pagamentos de serviços e reembolsos recebidos. Essa funcionalidade permite ao contribuinte, ao criar sua declaração no PGD do IRPF 2014, podendo importar esse arquivo, que preencherá automaticamente todos os campos da declaração com as in-formações relativas ao plano de saúde;

d) Comunicado da condição de não residente: poderá ser gerado, também, através da DIRPF 2014 para ser entregue às suas fontes paga-doras, informando a data de saída do país.

A RFB busca aperfeiçoar os seus programas a cada ano, com a instituição de novas funcionalidades, visando a simplificação e a facilitação do contribuinte no cumprimento das suas obrigações. Assim, o preen-chimento da DIRPF 2014 ficará mais rápido e com menor possibilidade de erros, já que, na Declaração Pré-Preenchida, muitas informações deixarão de ser digitadas por conta da importação direta de arquivos disponibilizados ao contribuinte.

a Tributos e Contribuições Federais

Page 11: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-09Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

2. quem eStá oBRIgado a deCLaRaREstão obrigadas a apresentar a Declaração de

Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda referente ao exercício de 2014 as pessoas físicas residentes no Brasil que, no ano-calendário de 2013, se enquadraram em qualquer uma das seguintes situações:

a) receberam rendimentos tributáveis (não subme-tidos à tributação exclusiva na fonte ou à tributa-ção mensal definitiva), sujeitos ao ajuste na de-claração, cuja soma foi superior a R$ 25.661,70;

b) receberam rendimentos isentos, não tributá-veis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 40.000,00;

c) obtiveram, em qualquer mês, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à in-cidência do imposto, ou realizaram operações em bolsas de valores, de mercadorias, de fu-turos e assemelhadas;

d) relativamente à atividade rural:d.1) obtiveram receita bruta em valor superior

a R$ 128.308,50;d.2) pretendam compensar, no ano-calendá-

rio de 2013 ou posteriores, prejuízos de anos-calendário anteriores ou do próprio ano-calendário de 2013;

e) tiveram, em 31 de dezembro, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive ter-ra nua, de valor total superior a R$ 300.000,00 (exceto no caso de pessoa física cujos bens comuns sejam declarados pelo outro cônjuge, desde que o valor dos seus bens privativos não exceda R$ 300.000,00);

f) passaram à condição de residentes no Brasil em qualquer mês e, nessa condição, se en-contravam em 31 de dezembro; ou

g) optaram pela isenção do Imposto sobre a Ren-da incidente sobre o ganho de capital auferido na venda de imóveis residenciais, cujo produto da venda seja aplicado na aquisição de imóveis residenciais localizados no País, no prazo de 180 dias contados da celebração do contrato de venda, nos termos da Lei nº 11.196/2005, art. 39.

Notas(1) A pessoa física que se enquadrar em qualquer das hipóteses previstas

neste tópico fica dispensada de apresentar a DIRPF de 2014 caso constar como dependente em Declaração de Ajuste Anual apresentada por outra pessoa física na qual tenham sido informados seus rendimentos, bens e direitos, caso os possua.

(2) A pessoa física, mesmo desobrigada, pode apresentar a Declara-ção de Ajuste Anual.

(Instrução Normativa RFB nº 1.445/2014, art. 2º)

3. FoRma de aPReSentação3.1 Internet

A Declaração de Ajuste Anual relativa ao exercício de 2014 pode ser apresentada pela Internet e deverá

ser elaborada com o uso de computador, mediante a utilização do Programa Gerador da Declaração (PGD) relativo ao exercício de 2014, disponível para down-load no site da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), no endereço www.receita.fazenda.gov.br.

Notas(1) A DIRPF 2014 não poderá mais ser entregue em mídia removível na

Caixa Econômica Federal, nem no Banco do Brasil, devendo ser apresentada somente pela Internet.

(2) Desde a declaração relativa ao ano-calendário de 2010, exercício de 2011 (DIRPF de 2011), deixou de ser admitida a declaração por meio de formulário. Dessa forma, o contribuinte deverá utilizar somente os meios eletrônicos de entrega.

(Instrução Normativa RFB nº 1.445/2014, art. 4º, I; Instru-ção Normativa RFB nº 1.451/2014)

3.2 m-IRPFA Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a

Renda da Pessoa Física referente ao exercício de 2014, ano-calendário de 2013, poderá ser entregue também mediante dispositivo móvel (m-IRPF), para uso em dispo-sitivos móveis tablets e smartphones acionado por meio do aplicativo APP Pessoa Física, disponível nas lojas de aplicativos Google Play, para o sistema operacional Android, ou App Store, para o sistema operacional iOS.

NotaEmbora funcione em smartphones, aconselha-se o uso somente em

tablets com tela superior a 7 polegadas.

(Instrução Normativa RFB nº 1.445/2014, art. 4º, II e pará-grafo único)

3.2.1 LimitaçõesO aplicativo destina-se exclusivamente à apre-

sentação da Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física original, sendo vedada a utilização do m-IRPF para a apresentação da Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas na hipótese de os declarantes ou seus dependentes informados nessa declaração, no ano-calendário de 2013, exercício de 2014:

a) terem auferido:a.1) rendimentos tributáveis recebidos do ex-

terior, com exigibilidade suspensa, ou sujeitos ao ajuste anual, cuja soma foi su-perior a R$ 10.000.000,00; ou

a.2) rendimentos sujeitos à tributação exclusi-va ou definitiva, tais como ganhos de ca-pital na alienação de bens ou direitos, ga-nhos de capital na alienação de bens, di-reitos e aplicações financeiras adquiridos em moeda estrangeira, ganhos de capital na alienação de moeda estrangeira manti-da em espécie, ganhos líquidos em opera-ções de renda variável realizadas em bol-sa de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas, e fundos de investimento

Page 12: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-10 IR/LS Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

imobiliário, ou recebidos acumuladamente (RRA) de que trata o art. 12-A da Lei nº 7.713/1988; ou

a.3) rendimentos isentos e não tributáveis, tais como o lucro na alienação de bens ou direitos de pequeno valor ou do úni-co imóvel, lucro na venda de imóvel re-sidencial para aquisição de outro imóvel residencial, e redução do ganho de ca-pital, a parcela isenta correspondente à atividade rural, a recuperação de prejuí-zos em renda variável (bolsa de valores, de mercadorias, de futuros e assemelha-dos e fundos de investimento imobiliário), os rendimentos cuja soma foi superior a R$ 10.000.000,00, ou os rendimentos tri-butados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 10.000.000,00; ou

b) terem se sujeitado:b.1) ao imposto pago no exterior ou ao reco-

lhimento do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 2º da Lei nº 11.033/2004;

b.2) ao preenchimento dos demonstrativos referentes à atividade rural, ao ganho de capital na alienação de bens e direitos, ao ganho de capital em moeda estran-geira ou à renda variável ou das informa-ções relativas a doações efetuadas;

b.3) à obrigação de declarar a saída definitiva do país; ou

b.4) à prestação de informações relativas a espólio; ou

c) pretenderem efetuar doações, no próprio exer-cício de 2014, até a data de vencimento da 1ª quota ou da quota única do imposto, aos Fun-dos dos Direitos da Criança e do Adolescente Nacional, estaduais, Distrital ou municipais di-retamente na Declaração de Ajuste Anual; ou

d) terem realizado pagamentos de rendimentos a pessoas jurídicas, quando constituam dedução na declaração, ou a pessoas físicas, quando constituam, ou não, dedução na declaração, cuja soma foi superior a R$ 10.000.000,00, em cada caso ou no total.

(Instrução Normativa RFB nº 1.445/2014, arts. 4º, 5º e 8º, II)

3.2.2 PreenchimentoAntes de iniciar o preenchimento, o declarante

deverá aceitar os termos e condições do m-IRPF, informando que não se enquadra nas limitações dessa modalidade de entrega, previstas no subtópico 3.2.1.

O m-IRPF apresenta os seguintes quadros para preenchimento: Identificação do contribuinte; Depen-dentes e alimentandos; Rendimentos; Pagamentos; e Bens e Dívidas.

Estão disponíveis também as funcionalidades de importação da declaração do ano anterior; de preen-chimento automático de campos, com informações provenientes das bases da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB); há a possibilidade de salvar rascunho da declaração, sem enviá-la, para continuar seu preen-chimento posteriormente, inclusive em outro dispositivo móvel (armazenamento em nuvem); de processo simplifi-cado para transmissão da declaração, sem necessidade de instalação de outros programas, porém será neces-sário ter instalado previamente algum leitor de PDF, o qual permitirá salvar o recibo de entrega da declaração, quando utilizado o sistema operacional iOS.

Notas(1) O declarante poderá salvar um rascunho da declaração e continuar o

preenchimento em outro momento, inclusive utilizando outro dispositivo. As in-formações serão armazenadas em servidor de dados específico (nuvem) fora do dispositivo móvel. Assim, para salvar o rascunho será necessário criar uma palavra-chave, que é de inteira responsabilidade do declarante, visto que a sua perda implica na perda do rascunho da declaração. Após a transmissão da declaração, o rascunho é eliminado e a palavra-chave perde seu efeito.

(2) No preenchimento da declaração de 2014, é possível carregar as in-formações da declaração de 2013 na nova declaração, ou seja, o contribuinte que tenha entregado a declaração IRPF 2013 poderá carregar os dados para iniciar a declaração de 2014, cujo processo denomina-se “importar para 2014”.

Ressalta-se que, para a importação para 2014, deve ser instalado o APP Pessoa Física no dispositivo móvel, sem o qual não há como fazer a de-claração. Posteriormente, deve ser salva a declaração de 2013 no dispositivo móvel utilizado para fazer a declaração conectando o equipamento via USB ou através de algum servidor de arquivos tais como: Dropbox, GoogleDrive, SkyDrive, Box, Evernote, e-mail etc.

3.2.3 transmissãoAntes de transmitir a declaração, o contribuinte

deverá, após concluir o seu preenchimento, acionar a funcionalidade “Ver Resumo”, onde serão apresen-tados os cálculos e o resultado da declaração, tanto com a utilização do desconto simplificado, quanto com utilização das deduções legais.

No entanto, deve observar que, nas declarações com resultado:

a) Imposto a Restituir: deverão ser informados os dados bancários (banco, agência e conta) para o crédito da restituição;

b) Imposto a Pagar: deverá ser informada a quan-tidade de cotas em que será pago o imposto, sendo possível também a opção pelo débito automático das cotas do imposto em conta--corrente bancária.

A transmissão da declaração pelo m-IRPF é um pro-cedimento simples, não havendo necessidade de instala-ção de nenhum outro programa, porém será necessário ter instalado previamente algum leitor de arquivos PDF, o

Page 13: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-11Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

qual permitirá salvar o recibo de entrega da declaração, quando utilizado o sistema operacional iOS.

A funcionalidade “Transmitir” envia a declaração para as bases da RFB, efetuando as mesmas críticas efetuadas quando da transmissão da declaração feita pelo Programa Gerador de Declaração do IRPF.

Após a transmissão, será gerado um arquivo com a declaração transmitida. É altamente recomendável que, após a transmissão da declaração, esta seja enviada e salva em outro dispositivo. Esse procedi-mento de segurança evita que o contribuinte tenha que comparecer a uma unidade da Receita Federal para recuperar a cópia da declaração em caso de extravio ou mau funcionamento do aparelho. Veja em m-IRPF Gerenciando os arquivos da declaração.

3.2.4 Imprimindo a declaraçãoNo m-IRPF, não há a opção de imprimir a declaração

IRPF transmitida pelo diretamente do dispositivo móvel. Assim, para imprimi-la, siga os seguintes passos:

a) localize o arquivo da declaração salvo em seu dispositivo móvel;

b) copie o arquivo para o seu microcomputador, em uma pasta de sua preferência;

c) instale o Programa IRPF do exercício da decla-ração em seu microcomputador;

d) dentro do Programa IRPF, no menu “Ferramen-tas”, vá em “Cópia de Segurança” e “Restaurar” (a declaração será importada para o programa);

e) acione a impressão por meio do menu “Decla-ração”.

3.2.5 RetificaçãoNo m-IRPF, não há como retificar a declaração.

Dessa forma, para retificá-la, devem ser seguidos os seguintes passos:

a) localizar o arquivo da declaração salvo em seu dispositivo móvel;

b) copiar o arquivo para o seu microcomputador, em uma pasta de sua preferência;

c) instalar o Programa IRPF do exercício da de-claração em seu microcomputador;

d) dentro do Programa IRPF, no menu “Ferramen-tas”, acessar a opção “Cópia de Segurança” e “Restaurar” (a declaração será importada para o programa);

e) fazer as modificações necessárias, gravar e transmitir a declaração utilizando o Receitanet.

Nota

Para apresentar uma declaração retificadora, será necessário informar o número do recibo da declaração original. Assim, localize esse número no Recibo de Entrega da Declaração, armazenado em seu dispositivo móvel em formato PDF.

3.3 declaração de ajuste anual Pré-preenchidaO contribuinte pode utilizar a Declaração de

Ajuste Anual Pré-preenchida desde que:a) tenha apresentado a Declaração de Ajuste

Anual referente ao exercício de 2013, ano-ca-lendário de 2012;

b) no momento da importação do arquivo, as fon-tes pagadoras tenham enviado para a RFB a Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (Dirf) referente ao exercício de 2014, ano-calendário de 2013, observando-se que:b.1) a RFB disponibilizará ao contribuinte um

arquivo a ser importado para a Declaração de Ajuste Anual, já contendo algumas infor-mações relativas a rendimentos, deduções, bens e direitos e dívidas e ônus reais;

b.2) o acesso às informações do arquivo a ser importado para a Declaração de Ajuste Anual só pode ser feito por contribuinte que possua certificação digital ou por re-presentante com procuração eletrônica e será obtido no Portal e-CAC (Centro Vir-tual de Atendimento ao Contribuinte) no site da RFB, na Internet, sendo de inteira responsabilidade do contribuinte a veri-ficação da correção de todos os dados pré-preenchidos na Declaração de Ajus-te Anual, devendo realizar as alterações, inclusões e exclusões das informações necessárias, se for o caso.

A Declaração de Ajuste Anual Pré-preenchida não se aplica à elaborada com o uso do m-IRPF.

(Instrução Normativa RFB nº 1.445/2014, art. 6º)

4. PRaZo PaRa a entRega e ÓRgãoS ReCePtoReSA Declaração de Ajuste Anual deve ser apresen-

tada no período de 06.03 a 30.04.2014:a) pela Internet, mediante utilização do programa

de transmissão Receitanet, disponível no site da RFB; ou

b) pelo m-IRPF, observado o subtópico 3.2.

O serviço de recepção da Declaração de Ajuste Anual será interrompido às 23h59min59s, horário de Brasília, do dia 30.04.2014.

A comprovação da apresentação da Declaração de Ajuste Anual é feita por meio de recibo gravado após a transmissão, em disco rígido de computador ou em mídia removível que contenha a declaração transmitida, cuja impressão fica a cargo do contri-buinte, e deve ser feita mediante a utilização do PGD.

Page 14: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-12 IR/LS Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

Notas(1) Deve transmitir a Declaração de Ajuste Anual, com a utilização de

certificado digital, o contribuinte que se enquadrou, no ano-calendário de 2013, em pelo menos uma das seguintes situações:

a) recebeu rendimentos:a.1) tributáveis sujeitos ao ajuste anual, cuja soma foi superior a R$

10.000.000,00;a.2) isentos e não tributáveis, cuja soma foi superior a R$

10.000.000,00;a.3) tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$

10.000.000,00; oub) realizou pagamentos de rendimentos a pessoas jurídicas, quando

constituam dedução na declaração, ou a pessoas físicas, quando constituam, ou não, dedução na declaração, cuja soma foi superior a R$ 10.000.000,00, em cada caso ou no total.

(2) A Declaração de Ajuste Anual relativa a espólio, independente-mente de ser inicial, intermediária ou final, que se enquadre nas hipóteses mencionadas na Nota 1 deve ser apresentada, em mídia removível, em uma unidade da RFB, durante o seu horário de expediente, sem a necessidade de utilização de certificado digital.

(3) Após 30.04.2014, a Declaração de Ajuste Anual deve ser apresentada:a) pela Internet, mediante a utilização do programa de transmissão Re-

ceitanet;b) utilizando o m-IRPF, na hipótese de apresentação de declaração ori-

ginal, observado o disposto no subtópico 3.2; ouc) em mídia removível, nas unidades da RFB, durante o seu horário de

expediente.

(Instrução Normativa RFB nº 1.445/2014, art. 8º)

4.1 Prorrogação do prazo de entrega mediante requerimento do contribuinteConforme dispõe o RIR/1999, art. 828, quando moti-

vos de força maior, devidamente justificados perante o chefe da repartição lançadora, impossibilitarem a entrega tempestiva da Declaração de Ajuste Anual, poderá ser concedida, mediante requerimento do contri-buinte, uma só prorrogação de até 60 dias, sem prejuízo do pagamento do imposto nos prazos regulares.

O Parecer Normativo CST nº 23/1978 esclarece que essa prorrogação se aplica aos casos em que tenha ocorrido extravio, deterioração ou destruição dos livros e dos documentos respectivos em virtude de fatos imprevisíveis e inevitáveis, tais como incên-dios, inundações ou desabamentos.

Sublinhe-se que, em conformidade com a Instrução Normativa SRF nº 17/1983, se for concedida a referida prorrogação:

a) não será aplicável a multa prevista para entre-ga em atraso da declaração;

b) o contribuinte deverá pagar o imposto nas con-dições e nos prazos fixados para esse caso na legislação (o imposto não pago no prazo nor-mal terá incidência de multa e juros de mora).

5. oPção PeLa aPReSentação da deCLaRação PeLo deSConto SImPLIFICado

5.1 quem pode optarPodem optar pela apresentação da Declaração

de Ajuste Anual pelo desconto simplificado os con-tribuintes que receberam rendimentos tributáveis na

declaração, de qualquer natureza, independente-mente de seu valor e do número de fontes pagadoras.

É vedada a utilização da Declaração de Ajuste Anual Simplificada pelo contribuinte que:

a) no ano-calendário de 2013 ou em anos-ca-lendário anteriores, apurou prejuízos decor-rentes de atividade rural e deseja compensá--los com resultados positivos dessa ativida-de, apurados nos anos-calendário de 2013 ou posteriores;

b) deseja compensar imposto pago no exterior.(Instrução Normativa RFB nº 1.445/2014, art. 3º, § 2º)

5.2 desconto simplificadoA opção pelo desconto simplificado implicará

a substituição de todas as deduções admitidas na legislação tributária pelo desconto de 20% do valor dos rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual, limitado a R$ 15.197,02.

Portanto:a) caso os rendimentos tributáveis na declaração

somarem até R$ 75.985,10, o desconto sim-plificado será de 20% sobre o montante dos rendimentos. Assim, por exemplo: se os ren-dimentos tributáveis somarem R$ 35.000,00, o desconto simplificado será de 20% sobre R$ 35.000,00 = R$ 7.000,00;

b) se a soma dos rendimentos tributáveis na de-claração excederem a R$ 75.985,10, o descon-to simplificado ficará limitado a R$ 15.197,02.

O desconto simplificado é considerado rendi-mento consumido, não podendo ser utilizado para comprovação de acréscimo patrimonial.

(Instrução Normativa RFB nº 1.445/2014, art. 3º, caput e §§ 1º e 3º)

5.3 Como verificar se há vantagem em optar pela declaração com desconto simplificado

Para verificar se há vantagem em optar pela Declaração de Ajuste Anual com desconto simplifi-cado, basta o contribuinte somar todas as deduções a que tem direito no modelo completo (contribuições previdenciárias, dependentes, despesas com ins-trução, despesas médicas, pensão alimentícia e, no caso de profissional autônomo, despesas escri-turadas no livro Caixa, pertinentes ao exercício da atividade profissional - veja o subitem 6.2 a seguir) e compará-las com o desconto simplificado permitido nessa modalidade de declaração (veja subitem 5.2).

Por exemplo, admita-se a seguinte hipótese:

Page 15: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-13Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

Rendimentos tributáveis na declaração..................... R$ 60.000,00Deduções a que o contribuinte tem direito no modelo completo:Contribuição previdenciária (valor hipotético)........... R$ 5.489,882 dependentes (R$ 2.063,64 x 2).............................. R$ 4.127,28Despesas com instrução (do contribuinte e de 1 de-pendente - veja letra “d” do subitem 6.2).................. R$ 6.460,92Despesas médicas.................................................... R$ 2.800,00Soma das deduções.................................................. R$ 18.878,08

Nesse caso, não há vantagem na opção pela Declaração de Ajuste Anual Simplificada porque a soma das deduções a que o contribuinte tem direito supera o desconto simplificado, que está limitado a R$ 15.197,02.

6. CáLCuLo do ImPoSto6.1 Base de cálculo

A base de cálculo do imposto, na Declaração de Ajuste Anual, é a diferença entre os seguintes valores (Instrução Normativa SRF nº 15/2001, art. 30):

a) a soma de todos os rendimentos recebidos pelo contribuinte durante o ano de 2013, exceto os isentos, os não tributáveis, os tributados exclusi-vamente na fonte e os sujeitos à tributação de-finitiva (tais como 13º salário, ganhos de capital na alienação de bens ou direitos, ganhos líquidos obtidos em operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas, rendi-mentos de aplicações financeiras de renda fixa); e

b) o desconto simplificado, em caso de opção pela Declaração de Ajuste Anual pelo descon-to simplificado (veja o item 5) ou, em caso de declaração no modelo completo (deduções le-gais), a soma das deduções, relacionadas no subitem 6.2, a que o contribuinte tiver direito.

6.2 deduções admitidas no modelo completoO contribuinte que optar pelo modelo completo

(deduções legais) poderá deduzir dos rendimentos tributáveis na declaração (Instrução Normativa SRF nº 15/2001, arts. 30, 37, 39, 43, 49 e 51):

a) as contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

b) as contribuições para entidades de previdên-cia privada domiciliadas no País, destinadas a custear benefícios complementares aos da Previdência Social e/ou contribuições para o Fundo de Aposentadoria Programada Indivi-dual (Fapi), do contribuinte e de seus depen-dentes, cujo ônus seja do contribuinte, até o li-mite de 12% dos rendimentos computados na determinação da base de cálculo do imposto devido na declaração;

NotaA Instrução Normativa RFB nº 1.452/2014 estabelece que as entidades

de previdência complementar, sociedades seguradoras e administradoras de Fundos de Aposentadoria Programada Individual (Fapi) ficam obrigadas a apre-sentar, em meio digital, até o último dia útil do mês de abril de 2014, ou seja, até 30.04.2014, as informações relativas aos recebimentos de contribuições, prêmios e aportes destinados ao custeio dos planos de benefícios de natureza previdenciária e aos pagamentos de resgates aos participantes e beneficiários, mediante a utilização de aplicativo a ser disponibilizado no site da RFB, na Inter-net, www.receita.fazenda.gov.br.

Ressalta-se, ainda, que:a) as pessoas jurídicas mencionadas apresentarão arquivos digitais

por meio da respectiva matriz, contendo as informações de todos os seus estabelecimentos;

b) a obrigatoriedade de prestar informações não se aplica em relação aos pagamentos de benefícios;

c) a pessoa jurídica obrigada que deixar de prestar as informações supramencionadas ou que apresentá-las com incorreções ou omis-sões ficará sujeita às multas previstas no art. 57 da Medida Provisó-ria nº 2.158-35/2001.

O Coordenador-Geral de Fiscalização, mediante Ato Declaratório Exe-cutivo (ADE), estabelecerá as especificações técnicas dos arquivos digitais e aplicativo mencionado.

c) os dependentes, na quantia correspondente a R$ 2.063,64 por dependente, sendo irrelevan-te se a condição de dependência teve início ou término durante o ano de 2013;

Notas(1) O declarante deve informar o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF)

dos dependentes que tiverem inscrição no referido cadastro.

(2) Ressalta-se que o declarante é obrigado a informar o CPF do de-pendente que tenha atingido a maioridade (18 anos) em 31.12.2012.

d) as despesas com educação pagas durante o ano de 2013, restritas aos pagamentos efetu-ados a estabelecimentos de ensino, relativa-mente à educação infantil (creches e educação pré-escolar), fundamental, médio e superior e a cursos de especialização ou profissionalizan-tes do contribuinte e de seus dependentes, até o limite anual individual de R$ 3.230,46;

e) as despesas médicas, que compreendem os pagamentos efetuados pelo contribuinte no ano de 2013 a médicos, dentistas, psicólogos, fisio-terapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudi-ólogo e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias, e os valores pagos para manuten-ção de seguro-saúde ou de planos de saúde;

NotaDevem ser informados nome completo, número de inscrição no CPF ou

no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) das pessoas ou das empre-sas a quem o contribuinte efetuou pagamentos ou doações.

f) as importâncias pagas pelo contribuinte em 2013 a título de pensão alimentícia, em face das normas do Direito de Família, em cumpri-mento de decisão judicial ou de acordo homo-logado judicialmente ou por escritura pública, inclusive a prestação de alimentos provisionais;

g) no caso de profissionais autônomos (exceto os que prestam serviço de transporte de cargas

Page 16: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-14 IR/LS Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

ou de passageiros e os garimpeiros), as des-pesas decorrentes do exercício da atividade profissional geradora dos rendimentos do tra-balho não assalariado, pagas em 2013, desde que escrituradas em livro Caixa e comprovadas com documentação idônea;

h) dedução da contribuição patronal à Previdên-cia Social do empregado doméstico (veja nota 2 a seguir).

Notas(1) Será vedada a dedução cumulativa dos valores correspondentes

a pensão alimentícia e a dependente (letras “c” e “f”) quando se referirem à mesma pessoa, exceto na hipótese de mudança na relação de dependência no decorrer do ano-calendário.

(2) Para que o contribuinte possa deduzir a contribuição patronal na Declaração de Ajuste Anual, é necessário observar que a dedução (Lei nº 9.250/1995, art. 12, alterado pela Lei nº 11.324/2006, pela Lei nº 12.213/2010 e pela Lei nº 12.469/2011):

a) está limitada:a.1) a um empregado doméstico por declaração, inclusive no caso

da declaração em conjunto; ea.2) ao valor recolhido no ano-calendário a que se referir a declaração;

b) aplica-se somente ao modelo completo de Declaração de Ajuste Anual;c) não poderá exceder:c.1) o valor da contribuição patronal calculada sobre um salário-mínimo

mensal e sobre o 13º salário e a remuneração adicional de férias, referentes também a um salário-mínimo;

c.2) o valor do imposto apurado na Declaração de Ajuste Anual, deduzi-dos os seguintes incentivos fiscais, limitados a 6% do imposto devido:c.2.1) Estatuto da Criança e do Adolescente pelos Conselhos Mu-

nicipais, Estaduais e Nacional do Idoso;c.2.2) Incentivo à Cultura;c.2.3) Incentivo à Atividade Audiovisual; ec.2.4) Incentivo ao Desporto;

d) ficará condicionada à comprovação da regularidade do empregador doméstico perante o Regime Geral de Previdência Social quando se tratar de contribuinte individual.

6.3 Contribuinte aposentado que já tenha completado 65 anosO contribuinte com 65 anos ou mais que recebeu

proventos de aposentadoria, reserva remunerada, reforma ou pensão pagos pela Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, por qualquer pessoa jurídica de direito público interno ou por entidade de previdência privada, deve declarar como rendimentos isentos os valores informados na linha 01 do campo 4 do Comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte fornecido pela fonte pagadora dos proventos.

A parcela isenta dos proventos recebidos corres-ponde:

a) à soma dos valores recebidos em cada mês, não excedentes a R$ 1.710,78, nos meses de janeiro a dezembro de 2013, ou a partir do mês do aniversário, inclusive, caso o contri-buinte tenha completado 65 anos de idade no próprio ano-calendário; e

b) ao 13º salário, não excedente a R$ 1.710,78.Notas(1) No caso de recebimento de mais de uma aposentadoria ou pensão

pagas pelas entidades referidas neste subitem, a parcela isenta será consi-derada em relação à soma de todos os benefícios recebidos em cada mês.

(2) Se o contribuinte receber rendimentos de outras espécies (remu-neração do trabalho assalariado ou autônomo ou de aluguéis, por exemplo), esses rendimentos serão tributáveis normalmente, mesmo que o beneficiário tenha mais de 65 anos de idade.

(Lei nº 9.250/1995, art. 4º, VI, “g”; Lei nº 12.469/2011, art. 3º; Instrução Normativa RFB nº 1.142/2011, art. 3º, V, “c”)

6.4 tabela progressiva para cálculo do impostoDeterminada a base de cálculo, apura-se o

imposto anual de acordo com as seguintes tabelas progressivas:

Tabela Progressiva anual Para 2013

base de Cálculo (r$) alíquota (%) Parcela a Deduzir do ir (r$)

Até 20.529,36 - -De 20.529,37 até 30.766,92 7,5 1.539,72De 30.767,04 até 41.023,08 15,0 3.847,20De 41.023,09 até 51.259,08 22,5 6.924,00

Acima de 51.259,08 27,5 9.486,96

Tabela Progressiva Mensal De Janeiro a DezeMbro De 2013

base de Cálculo (r$) alíquota (%) Parcela a Deduzir do ir (r$)

Até 1.710,78 - -De 1.710,79 até 2.563,91 7,5 128,31De 2.563,92 até 3.418,59 15 320,60De 3.418,60 até 4.271,59 22,5 577,00

Acima de 4.271,59 27,5 790,58

(Lei nº 11.482/2007, art. 1º, V; Lei nº 12.469/2011, art. 1º; Instrução Normativa RFB nº 1.142/2011, art. 2º, I)

6.5 dedução de incentivos fiscaisO contribuinte que declarar no modelo completo

poderá deduzir do imposto progressivo anual (resul-tante da aplicação da tabela progressiva sobre a base de cálculo) até o limite de 6% do imposto:

a) as contribuições feitas aos fundos controlados pe-los Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional do Idoso, observadas as condições pertinentes;

b) as doações e os patrocínios efetivamente reali-zados em favor de projetos de natureza cultu-ral previamente aprovados pelo Ministério da Cultura, observadas as condições pertinentes;

c) o valor pago na aquisição primária de certifica-do de investimento em projetos de produção independente de obras audiovisuais cinema-tográficas brasileiras ou de projetos específi-cos da área audiovisual cinematográfica, de exibição, distribuição e infraestrutura técnica, apresentados por empresa brasileira, desde que o projeto beneficiário tenha sido previa-mente aprovado pelo Ministério da Cultura e o

Page 17: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-15Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

certificado de investimento emitido com obser-vância das normas estabelecidas pela Comis-são de Valores Mobiliários (CVM);

d) os pagamento e doações feitas ao Incentivo ao Desporto;

e) as contribuições efetuadas diretamente aos fundos controlados pelos Conselhos Nacional, Distrital, estaduais ou municipais do Idoso;

f) as doações e patrocínios diretamente efetua-dos por pessoas físicas no âmbito do Progra-ma Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon) e do Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (Pronas/PCD), previamente aprovados pelo Ministério da Saúde.

(Lei nº 9.250/1995, art. 12; Lei nº 12.213/2010, art. 2º; Lei nº 12.715/2012; Instrução Normativa RFB nº 1.131/2011; Instrução Normativa RFB nº 1.311/2012)

6.5.1 dedutibilidade das doações em espécie aos Fundos dos direitos da CriançaNa Declaração de Ajuste Anual do exercício de 2014,

ano-calendário de 2013, apresentada até 30.04.2014, quando o contribuinte utilizar o modelo completo é permi-tido à opção pela utilização das deduções legais. Assim, a pessoa física pode optar pela dedução das doações, em espécie, aos fundos controlados pelos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente Nacional, Distrital, estaduais ou municipais, observando-se que:

a) as doações poderão ser deduzidas até o per-centual de 3% sobre o Imposto de Renda de-vido apurado na declaração;

b) a dedução está sujeita ainda ao limite global de 6% do Imposto sobre a Renda devido apurado na declaração, juntamente com as demais de-duções de incentivo, inclusive quanto às contri-buições efetuadas aos fundos controlados pelos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adoles-cente Nacional, Distrital, estaduais ou munici-pais no decorrer do ano-calendário de 2013;

c) o pagamento da doação deve ser efetuado, impreterivelmente, até 30.04.2014, até o en-cerramento do horário de expediente bancário das instituições financeiras autorizadas, inclu-sive se realizado pela Internet ou por terminal de autoatendimento;

d) o não pagamento da doação até 30.04.2014 implica a glosa definitiva dessa parcela de de-dução, e obriga a pessoa física ao recolhimen-to da diferença de imposto devido apurado na Declaração de Ajuste Anual com os acrésci-mos legais previstos na legislação.

Ressalte-se, ainda, que:

a) após 30.04.2014, não será admitida retifica-ção que tenha por objetivo o aumento do mon-tante dedutível;

b) o programa da declaração emitirá um Darf para o pagamento de cada doação ao fundo bene-ficiário indicado, no valor informado pelo decla-rante e com código de receita 3351, que não se confunde com o Darf emitido para pagamento de eventual saldo de imposto sobre a renda devido;

c) o pagamento da doação informada na declara-ção deve ser realizado, ainda que a pessoa física tenha direito a restituição ou tenha optado pelo pagamento do saldo de imposto por meio de dé-bito automático em conta-corrente bancária;

d) uma vez recolhido o montante indicado no Darf, a doação efetuada ao fundo nele indicado torna--se irreversível e eventual valor recolhido a maior que o passível de dedução será também repas-sado ao fundo indicado, não cabendo devolu-ção, compensação ou dedução desse valor;

e) se o valor recolhido for menor que o informado na declaração, o contribuinte:e.1) poderá, até 30.04.2014, complementar o

recolhimento; oue.2) deverá, dentro do prazo decadencial e

desde que não esteja sob procedimento de ofício, retificar a declaração para corri-gir a informação referente ao valor doado;

f) se o valor recolhido for maior que o informado na declaração, o contribuinte:f.1) poderá, até 30.04.2014, retificar a DAA

para corrigir a informação referente ao valor doado, respeitados o limite indivi-dual de 3% e o limite global de 6%; ou

f.2) deverá considerar como não dedutível o valor recolhido que ultrapassar o limite individual de 3% e o limite global de 6%, observado que esse valor a maior será também repassado ao fundo indicado;

g) o pagamento da doação não está sujeito a parcelamento.

(Instrução Normativa RFB nº 1.131/2011, arts. 6º e 8º-A; Manual de Preenchimento da DIRPF 2014)

6.5.2 dedutibilidade das doações e patrocínios diretamente efetuados em prol de ações e serviços para o Programa nacional de apoio à atenção oncológica (Pronon) e Programa nacional de apoio à atenção da Saúde de Pessoa com deficiência (Pronas/PCd)

A pessoa física poderá deduzir do imposto devido apurado na Declaração de Ajuste Anual, do ano--calendário de 2012 até o ano-calendário de 2015, na

Page 18: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-16 IR/LS Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

qualidade de incentivadora, o valor total das doações e patrocínios despendidos no ano-calendário anterior, a que se refere a Declaração de Ajuste Anual, diretamente efetuados em prol de ações e serviços previamente aprovados, desenvolvidos por instituições no âmbito:

a) do Pronon; e b) do Pronas/PCD.

As deduções ficam limitadas aos seguintes percentuais sobre o imposto sobre a renda devido, apurado na Declaração de Ajuste Anual:

a) 1% ao Pronon; e b) 1% relativamente ao Pronas/PCD.

As referidas deduções não se submetem ao limite global de 6%.

(Instrução Normativa RFB nº 1.131/2011, arts. 49-A e 55, com as alterações da Instrução Normativa RFB nº 1.311/2012)

6.6 Compensação de imposto retido na fonte ou pago pelo contribuinteDo valor do imposto devido, poderão ser compen-

sados:a) o total do Imposto de Renda Retido na Fon-

te correspondente a rendimentos incluídos na base de cálculo anual;

b) o total do imposto pago pelo contribuinte so-bre rendimentos incluídos na base de cálculo anual, nas modalidades do carnê-leão e da complementação facultativa;

c) o imposto pago no exterior sobre rendimentos incluídos na base de cálculo do imposto devi-do na declaração.

6.7 exemploUtilizando os dados numéricos da hipótese

exemplificada no subitem 5.3 e admitindo que o con-tribuinte tenha sofrido desconto do Imposto de Renda na Retido na Fonte (IRRF) de R$ 11.138,64, teremos (declaração no modelo completo):

Rendimentos tributáveis na declaração................. R$ 60.000,00Total das deduções................................................. (R$ 18.878,08)Base de cálculo do imposto................................... R$ 41.121,92Cálculo do imposto (aplicando-se a tabela do su-bitem 6.4): 22,5% sobre R$ 41.121,92.................... R$ 9.252,432Parcela a deduzir..................................................... (R$ 6.924,00)Imposto devido....................................................... R$ 2.328,43IRRF......................................................................... (R$ 11.138,64)Imposto a restituir.................................................... R$ 8.810,21

Nesse exemplo, como o valor do imposto retido na fonte é maior que o devido na declaração, o saldo negativo apurado constitui o valor do imposto a restituir.

7. Pagamento do SaLdo do ImPoSto aPuRadoQuando for apurado saldo de imposto a pagar,

este poderá ser parcelado, no máximo, em 8 quotas iguais, mensais e sucessivas, observado o seguinte:

a) nenhuma quota poderá ser de valor inferior a R$ 50,00, e o imposto de valor inferior a R$ 100,00 deverá ser pago em quota única;

b) a 1ª quota ou quota única deverá ser paga até 30.04.2014, sem quaisquer acréscimos;

c) a 2ª quota deverá ser paga até 30.05.2014, com acréscimo de 1% de juro;

d) as demais quotas deverão ser pagas até o úl-timo dia útil dos meses subsequentes, acres-cidas de juros equivalentes à taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) para títulos federais, acumulada mensalmente, cal-culados de 1º.05.2014 até o último dia do mês anterior ao do pagamento, mais 1% relativo ao mês do pagamento.

Observa-se que será facultado ao contribuinte:a) antecipar, total ou parcialmente, o pagamento

do imposto ou das quotas, não sendo neces-sário, nesse caso, apresentar Declaração de Ajuste Anual retificadora com a nova opção de pagamento;

b) ampliar o número de quotas do imposto inicial-mente previsto na Declaração de Ajuste Anual, até a data de vencimento da última quota de-sejada, observado o número máximo de 8 quo-tas, mensais, iguais e sucessivas, mediante a apresentação de declaração retificadora ou o acesso ao site da RFB na Internet, opção “Ex-trato da DIRPF”.

NotaO imposto que resultar em valor inferior a R$ 10,00 deverá ser adicionado

ao imposto correspondente a exercícios subsequentes, até que seu total seja igual ou superior ao referido valor, quando, então, deve ser pago ou recolhido no prazo estabelecido na legislação para este último exercício.

(Instrução Normativa RFB nº 1.445/2014, art. 12, caput e § 1º)

7.1 Formas de pagamentoO pagamento integral do imposto ou de suas

quotas e de seus respectivos acréscimos legais pode ser efetuado mediante:

a) transferência eletrônica de fundos por meio de sistemas eletrônicos das instituições financeiras autorizadas pela RFB a operar com essa modalidade de arrecadação;

b) Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf), em qualquer agência bancária integrante da rede arrecadadora de receitas federais, no caso de pagamento efetuado no Brasil; ou

Page 19: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-17Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

c) débito automático em conta-corrente bancária.No caso de pessoa física que receba rendimentos

do trabalho assalariado de autarquias ou reparti-ções do Governo brasileiro situadas no exterior, o pagamento integral do imposto, ou de suas quotas, e de seus respectivos acréscimos legais, pode ser efetuado, além das formas previstas nas letras “a” a “c”, mediante remessa de ordem de pagamento com todos os dados exigidos no Darf, no respectivo valor em reais ou em moeda estrangeira, a favor da RFB, por meio do Banco do Brasil S/A, Gerência Regional de Apoio ao Comércio Exterior - Brasília-DF (Gecex - Brasília-DF), prefixo 1608-X.

(Instrução Normativa RFB nº 1.445/2014, art. 12, §§ 2º e 5º)

7.1.1 débito automático em conta-correnteA 1ª quota do imposto devido também poderá ser

paga por meio de débito em conta agendado. Para isso, é preciso transmitir a declaração até 31.03.2014. Para os contribuintes que a transmitirem após esse prazo, o agendamento estará disponível a partir da 2ª quota.

Assim, ao selecionar a opção de débito automá-tico:

a) será habilitada, para declarações originais ou retificadoras entregues no prazo, a opção de agendamento do pagamento das quotas do imposto, a partir da 1ª (ou quota única), ou 2ª quota (conforme a data de transmissão da de-claração), por meio de débito automático em conta-corrente bancária;

b) o contribuinte deverá informar o banco, a agência e o número da conta-corrente na qual, mensalmente, o débito das quotas do imposto a pagar possa ser realizado;

c) será apresentada mensagem com informa-ções sobre a sistemática do débito automá-tico, a atualização mensal dos valores das quotas pela taxa Selic, a responsabilidade do contribuinte e as condições necessárias para efetivação do débito; e

d) a funcionalidade “Imprimir Darf” estará inibida.

NotaO débito automático em conta-corrente bancária:a) somente é permitido para Declaração de Ajuste Anual original ou

retificadora apresentada:

a.1) até 31.03.2014, para a quota única ou a partir da 1ª quota;

a.2) entre 1º.04 e 30.04.2014, a partir da 2ª quota;

b) será autorizado mediante a indicação dessa opção no próprio pro-grama gerador (PGD) e formalizado no recibo de entrega da Decla-ração de Ajuste Anual;

c) a opção pelo débito automático será automaticamente cancelado na hipótese de:

c.1) apresentação de Declaração de Ajuste Anual retificadora após o prazo 30.04.2014;

c.2) envio de informações bancárias com dados inexatos;

c.3) o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) informado na Declaração de Ajuste Anual ser diferente daquele vinculado à conta-corrente bancária; ou

c.4) os dados bancários informados na Declaração de Ajuste Anual referirem-se à conta-corrente do tipo não solidária;

d) estará sujeito a estorno, a pedido da pessoa física titular da conta--corrente, caso fique comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação;

e) pode ser incluído, cancelado ou modificado, após a apresentação da Declaração de Ajuste Anual, mediante o acesso ao site da RFB na Internet, opção “Extrato da DIRPF”:

e.1) até as 23h59min59s, horário de Brasília, do dia 14 de cada mês, produzindo efeitos no próprio mês;

e.2) após o prazo de que trata a letra “e.1”, produzindo efeitos no mês seguinte.

(Instrução Normativa RFB nº 1.445/2014, art. 12, § 3º)

8. ContRIBuInte Com ImPoSto a ReStItuIR - IndICação da Conta-CoRRente BanCáRIa PaRa CRÉdIto do VaLoR da ReStItuIçãoCaso o contribuinte apure saldo de imposto a

restituir, poderá indicar na Declaração de Ajuste, no campo apropriado, o código do banco e da agência e o número da conta-corrente em que deseja receber o crédito do valor de sua restituição, desde que se trate de instituição financeira que integre a rede bancária autorizada, cuja relação será divulgada pela RFB.

O crédito da restituição só poderá ser efetuado em conta-corrente ou poupança de titularidade do contribuinte (Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012, art. 85).

Notas(1) O contribuinte que apurou saldo a restituir na DIRPF não resgata-

do no período em que esteve disponível na rede arrecadadora de receitas federais pode restituí-lo por meio de requerimento próprio ou de pessoa au-torizada. Para solicitar tal restituição, o contribuinte deve preencher e enviar o formulário eletrônico Pedido de Pagamento de Restituição, disponível no site da RFB na Internet (Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012, art. 13, § 1º).

(2) Quando a restituição for devida a contribuinte residente no exterior que não possua conta bancária no Brasil, o pagamento será efetuado a pessoa indicada em instrumento público de procuração (Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012, art. 85, § 3º, incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.425/2013).

(3) Quando a restituição for devida a contribuinte incapaz que não pos-sua conta bancária no Brasil, o pagamento será efetuado a seu representante legal, que deverá apresentar documentação comprobatória dessa condição (Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012, art. 85, § 4º, incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.425/2013).

9. deCLaRação de BenS, dIReItoS e díVIdaS e ÔnuS ReaIS

A pessoa física sujeita à apresentação da Declaração de Ajuste Anual deve relacionar nesta os bens e direitos que, no Brasil ou no exterior, consti-tuam, em 31.12.2012 e em 2013, seu patrimônio e o de seus dependentes relacionados na declaração, bem como os bens e direitos adquiridos e alienados no decorrer do ano-calendário de 2013.

Page 20: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-18 IR/LS Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

Devem também ser informados as dívidas e os ônus reais existentes em 31.12.2012 e em 2013, do declarante e de seus dependentes relacionados na Declaração de Ajuste Anual, bem como os constituídos e os extintos no decorrer do ano-calendário de 2013.

Fica dispensada, em relação a valores existentes em 31.12.2013, a inclusão de:

a) saldos de contas-correntes bancárias e de-mais aplicações financeiras cujo valor unitário não exceda a R$ 140,00;

b) bens móveis, exceto veículos automotores, embarcações e aeronaves, bem como os di-reitos, cujo valor unitário de aquisição seja in-ferior a R$ 5.000,00;

c) conjunto de ações e quotas da mesma empre-sa, negociadas ou não em bolsa de valores, bem como ouro, ativo financeiro, cujo valor de constituição ou de aquisição seja inferior a R$ 1.000,00;

d) dívidas e ônus reais cujo valor seja igual ou in-ferior a R$ 5.000,00.

(Instrução Normativa RFB nº 1.445/2014, art. 11)

10. RetIFICaçãoCaso a pessoa física constate que cometeu erros,

omissões ou inexatidões em Declaração de Ajuste Anual já entregue, poderá apresentar declaração retificadora:

a) pela Internet, mediante a utilização do:a.1) programa de transmissão Receitanet;a.2) aplicativo “Retificação online”, disponível

no site da RFB; oub) em mídia removível, nas unidades da RFB, du-

rante o seu horário de expediente, se após o prazo estabelecido (30.04.2014).

Saliente-se que a Declaração de Ajuste Anual retifi-cadora tem a mesma natureza da declaração originaria-mente apresentada, substituindo-a integralmente e, por-tanto, deve conter todas as informações anteriormente declaradas com as alterações e exclusões necessárias, bem como as informações adicionais, se for o caso.

Para a elaboração e a transmissão de Declaração de Ajuste Anual retificadora, deve ser informado o número constante no recibo de entrega referente à última declaração apresentada, relativa ao mesmo ano-calendário.

Após o prazo estabelecido para a entrega da declaração, não será admitida a retificação que tenha

por objetivo a troca de opção por outra forma de tributação.

NotaO disposto neste tópico não se aplica à Declaração de Ajuste Anual

elaborada com o uso do m-IRPF.

(Instrução Normativa RFB nº 1.445/2014, art. 9º)

11. entRega FoRa do PRaZo - PenaLIdadeA entrega da Declaração de Ajuste Anual após

o prazo estabelecido (30.04.2014), se obrigatória, sujeita o contribuinte à multa de 1% ao mês-calendário ou fração de atraso, calculada sobre o total do imposto devido nela apurado, ainda que integralmente pago, observado o seguinte:

a) a multa terá valor mínimo de R$ 165,74 e, como valor máximo, 20% do Imposto sobre a Renda devido;

b) por termo inicial, o 1º dia subsequente ao tér-mino do período fixado para a entrega da De-claração de Ajuste Anual e, por termo final, o mês da entrega ou, no caso de não apresenta-ção, do lançamento de ofício;

c) a multa mínima aplica-se inclusive no caso de Declaração de Ajuste Anual de que não resul-te imposto devido.

O contribuinte que entregar a declaração fora do prazo receberá, no ato da entrega, a notificação da multa pelo atraso. No caso de declarações com direito à restituição do imposto, a multa por atraso na entrega será objeto de lançamento de ofício e deduzida do valor do imposto a restituir.

Conforme disposição da Lei nº 9.430/1996, art. 44, I, alterada pela Lei nº 11.488/2007, na hipótese de lançamento de ofício, será aplicada a multa de 75% sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contri-buição nos casos de falta de pagamento ou recolhi-mento, falta de declaração e declaração inexata.

Caso seja comprovadamente constatado dolo ou má-fé do contribuinte, a referida multa será aplicada também sobre a parcela do imposto a restituir infor-mado pelo contribuinte pessoa física, na Declaração de Ajuste Anual, que deixar de ser restituída por infração à legislação tributária.

Nota

No caso de declarações com direito a restituição, a multa por atraso na entrega não paga dentro do vencimento estabelecido na notificação de lança-mento emitida pelo PGD ou m-IRPF, com os respectivos acréscimos legais de-correntes do não pagamento, será deduzida do valor do imposto a ser restituído.

(Lei nº 11.488/2007; Lei nº 12.249/2010, art. 23; Instrução Nor-mativa RFB nº 958/2009, art. 4º; Lei nº 9.430/1996, art. 44, I, § 5º)

N

Page 21: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-19Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

Alienação ou oneração de bens do Ativo Não Circulante - Normas estatutárias ou contratuais SUMÁRIO 1. Definição de ativos 2. Ativos segundo a lei societária 3. Tratamento legal da disponibilidade dos ativos 4. Doutrina 5. Considerações finais

1. deFInIção de atIVoS

Na linguagem jurídica ou técnica comercial, ativo significa bens, valores ou créditos pertencentes a determinada entidade. Coloca-se em oposição ao passivo, que exterioriza as dívidas e obrigações ou qualquer ônus da entidade.

Portanto, o ativo compreende a totalidade de bens e haveres mensuráveis monetariamente com os quais a entidade pode contar para satisfazer o passivo.

2. atIVoS Segundo a LeI SoCIetáRIa A Lei nº 6.404/1976, art. 178, § 1º (com as altera-

ções da Lei nº 11.941/2009), diz que as contas do ativo serão dispostas no balanço em ordem decrescente do grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

a) Ativo Circulante; b) Ativo Não Circulante, composto por ativo rea-

lizável a longo prazo, investimentos, imobiliza-do e intangível.

Por seu turno, o art. 179 da referida lei identifica as contas do ativo, na ordem de classificação contem-plada no art. 178, com a definição dos valores de que são compostas. Aqui, será dado destaque apenas aos componentes do Ativo Não Circulante, a saber:

a) Ativo realizável a longo prazo: os direitos rea-lizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adianta-mentos ou empréstimos a sociedades coliga-das ou controladas (art. 243), diretores, acio-nistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na ex-ploração do objeto da companhia;

b) Investimentos: compreendem as participa-ções permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificá-

veis no Ativo Circulante e que não se destinam à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;

c) Ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manu-tenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens;

d) Intangível: os direitos que tenham por obje-to bens incorpóreos destinados à manuten-ção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.

Foi aí que, na lei societária, em atendimento à fenomenologia comercial e sua expressão técnica exteriorizada no balanço, o legislador cunhou as linhas de procedimentos contábeis para as diversas figuras do ativo, sem embargo de outras não compreendidas no alvo deste trabalho.

3. tRatamento LegaL da dISPonIBILIdade doS atIVoS Na anterior Lei das S/A (Decreto-lei nº 2.627/1940,

art. 119), o assunto tinha o seguinte tratamento:

“Os diretores não poderão praticar atos de liberalidade à custa da sociedade. Não lhes será, igualmente, lícito hipotecar, empenhar ou alienar bens sociais, sem expressa autorização dos estatutos ou da assembleia geral, salvo se estes atos ou operações constituírem objeto da so-ciedade.” Diagnostica-se de imediato que o legislador de então estreitava os limites de ação operacional sobre “bens sociais”, expressão ampla, cujos contornos só vinham a lume no final do texto, quando ressalvava “atos ou operações que constituírem objeto da sociedade”.

Residia aí um complicador interpretativo, uma vez que, diferentemente de hoje, a legislação anterior não tecia minúcias, deixando ao sabor da doutrina e da jurisprudência a solução de pendências que envol-vessem tais questões.

Vamos aqui abrir um pequeno parêntese para registrar, de passagem, que o universo empresarial de certo modo se ressente de questões judiciais, as quais geram jurisprudência - significativa fonte de direito - de modo que dirimissem dúvidas de aplicação do texto legal diante de fatos concretos. Diferentemente de outros segmentos que entopem os fóruns, os inte-resses societários só nos derradeiros respiros é que

a S/A

Page 22: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-20 IR/LS Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

invocam o Judiciário, de sorte que muitas questões polêmicas da mais relevante importância acabam sendo pagas “sem ver as cartas”.

Contudo, já de retorno ao conteúdo deste texto e reportando-nos ao passado (maio de 1975), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em disputado pleito, deu entendimento ao art. 119, considerando um caso concreto, com duas correntes de opiniões, uma delas vencida, que envolve nulidade de atos de diretores em relação à venda de ações de outras sociedades incorporadas ao capital de empresa holding, por inexistir assembleia autorizativa. Para a corrente vencedora, tais bens estavam compreendidos no âmbito do objeto social, enquanto, para o outro polo, eles enquadravam-se nos chamados “bens sociais”, abrangidos na proibição do art. 119, observando-se que os estatutos não autorizavam a alienação.

Se o objeto da holding era controlar ou ter parti-cipações em outras sociedades, na lei atual as ações estariam compreendidas no Ativo Não Circulante; então, o resultado seria o inverso e unânime, certa-mente.

Como esse mesmo item é previsto na atual Lei nº 6.404/1976?

Não existe dispositivo legal equivalente, mas o art. 142, VIII, assim dispõe:

Compete ao conselho de administração:

VIII - autorizar, se o estatuto não dispuser em contrário, a alienação de bens do ativo não circulante, a constituição de ônus reais e a prestação de garantias a obrigações de terceiros;

Logo, existirá a regra se existir o conselho de administração. E quando não existir? O estatuto pode ou não permitir tais atos à diretoria?

A 4ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça do Paraná, por unanimidade de votos, decidiu ser anulá-vel a alienação de bens de sociedade representada, no ato, por apenas um dos sócios, quando o estatuto social prevê sua representação, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente, por dois deles; a boa-fé do adquirente não convalida o ato, restando-lhe, para ressarcir-se de eventuais danos e prejuízos, ação contra quem, não podendo, obrigou-se pela entidade (AC 877/1985, Rel. Des. Wilson Reback, DJ PR 05.10.1988, p. 05, divulgada pelo Repertório IOB de Jurisprudência nº 21/1988, Caderno 3, ementa 3/1874).

4. doutRIna

Dividem-se os doutrinadores em duas correntes em face do dispositivo até então.

Uma delas afirma que o estatuto só pode atribuir competência à assembleia geral, jamais aos dire-tores, pois, de acordo com Modesto Carvalhosa e Nilton Latorraca (“Comentários à Lei das Sociedades Anônimas”, Saraiva, 1997, vol. 3, pág. 125), se tal fosse admissível haveria inversão de poderes na administração, tendo os diretores, que não pertencem a um órgão colegiado, poderes extraordinários para dispor do patrimônio social ou onerá-lo, tornando sem função ou competência a assembleia geral.

Outra, à qual se filia Fran Martins (“Comentários à Lei das S/A”, Forense, vol. II, Tomo I, p. 292), afirma que tais poderes podem ser outorgados estatutariamente à diretoria, mas necessária se faz a manifestação da assembleia geral a respeito.

5. ConSIdeRaçõeS FInaIS

Cotejando os textos legais que regiam e regem a matéria, verifica-se que:

a) a Lei nº 6.404/1976 conceitua os bens objeto das ressalvas dentro do grupo do “Ativo Não Circulante”, em lugar de “bens sociais”;

b) a Lei nº 6.404/1976 só cuida do assunto quan-do trata das atribuições do conselho de ad-ministração, mas aí permite autorização esta-tutária que excluiria a autorização do referido conselho;

c) a lei anterior permitia autorização estatutária à diretoria;

d) atualmente, a lei não proíbe autorização esta-tutária à diretoria.

Entendemos ser possível autorização estatutária que permita à diretoria a alienação ou oneração de bens do Ativo Não Circulante independentemente de autorização assemblear, porque, em ambos os casos, o comando é dos acionistas, que até podem discipli-nar patamares de procedimentos, como o de excetuar determinados bens ou, inversamente, autorizar até determinados valores para não criar uma camisa de força que requeira conclave para a alienação de uma simples cadeira, por exemplo.

A mesma preocupação deve existir na elaboração dos contratos das sociedades por cotas de responsa-bilidade limitada.

N

Page 23: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-21Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

COnSTRuçãO CIvIl

IRPJ/CSL/Cofins/PIS-Pasep - Atividade Imobiliária - Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV)

1. IntRoduçãoO Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV)

tem por finalidade criar mecanismos de incentivo à produção e aquisição de novas unidades habitacio-nais ou requalificação de imóveis urbanos e produção ou reforma de habitações rurais, para famílias com renda mensal de até R$ 4.650,00, e compreende os seguintes subprogramas:

a) o Programa Nacional de Habitação Urbana (PNHU); e

b) o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR).

Nota

Os programas supramencionados estão regulamentados pelo Decreto nº 7.499/2011 e disciplinados pela Instrução Normativa RFB nº 1.435/2013.

(Lei nº 11.977/2009, art. 1º; Lei nº 12.424/2011, art. 1º)

2. RegIme eSPeCIaL de tRIButação (Ret)

A Lei nº 10.931/2004 instituiu o Regime Especial de Tributação (RET), aplicável às incorporações imo-biliárias, em caráter opcional e irretratável enquanto perdurarem direitos de crédito ou obrigações do incorporador junto aos adquirentes dos imóveis que compõem a incorporação.

De acordo com a nova redação dada ao art. 4º da Lei nº 10.931/2004, pelo art. 16 da Lei nº 12.844/2013, desde 28.12.2012, para cada incorporação subme-tida ao regime especial de tributação, a incorporadora fica sujeita ao pagamento de valor equivalente a 4% da receita mensal recebida, o qual corresponderá ao pagamento mensal unificado dos seguintes impostos e contribuições, inclusive em relação à incorporação já submetida ao RET anteriormente:

a) Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ);b) contribuição para os Programas de Integração

Social e de Formação do Patrimônio do Servi-dor Público (PIS-Pasep);

c) Contribuição Social sobre o Lucro (CSL); e

d) Contribuição para Financiamento da Seguri-dade Social (Cofins).

Notas

(1) Considera-se:

a) incorporador: a pessoa física ou jurídica que, embora não efetuan-do a construção, compromisse ou efetive a venda de frações ide-ais de terreno objetivando a vinculação de tais frações a unidades autônomas, em edificações a serem construídas ou em construção sob regime condominial, ou que meramente aceite propostas para efetivação de tais transações, coordenando e levando a termo a in-corporação e responsabilizando-se, conforme o caso, pela entrega, a certo prazo, preço e determinadas condições, das obras concluí-das; e

b) incorporação imobiliária: a atividade exercida com o intuito de pro-mover e realizar a construção, para alienação total ou parcial, de edificações ou conjunto de edificações compostas de unidades au-tônomas.

Estende-se a condição de incorporador aos proprietários e titulares de direitos aquisitivos que contratem a construção de edifícios que se destinem à constituição em condomínio, sempre que iniciarem as alienações antes da conclusão das obras.

Presume-se a vinculação entre a alienação das frações do terreno e o negócio de construção se, ao ser contratada a venda, ou promessa de venda ou de cessão das frações de terreno, já houver sido aprovado e estiver em vigor, ou pender de aprovação de autoridade administrativa, o respectivo projeto de construção, respondendo o alienante como incorporador.

(2) No período de 31.03.2009 até 27.12.2012, o pagamento mensal previsto nesse tópico era equivalente a 6% das receitas mensais recebidas.

(3) Até 30.03.2009, para cada incorporação submetida ao RET, a incorporadora estava sujeita ao pagamento equivalente a 7% da receita mensal recebida, que igualmente correspondia ao pagamento mensal unificado do Imposto de Renda e das contribuições.

(Lei nº 10.931/2004, art. 4º, caput; Instrução Normativa RFB nº 1.435/2013, art. 2º, caput e § 1º, e art. 5º)

2.1 opção

A opção pela aplicação do RET à incorporação imobiliária será considerada efetivada quando forem atendidos os seguintes requisitos, pela ordem em que estão descritos:

a) afetação do terreno e das acessões objeto da incorporação imobiliária, nos termos dos arts. 31-A a 31-E da Lei nº 4.591/1964;

b) inscrição de cada “incorporação afetada” no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), vinculada ao evento “109 - Inscrição de Incor-poração Imobiliária - Patrimônio de Afetação”;

c) prévia adesão ao Domicílio Tributário Eletrôni-co (DTE);

d) regularidade fiscal da matriz da pessoa jurí-dica quanto aos tributos administrados pela RFB, às contribuições previdenciárias e à Dívi-

a IOB Setorial

Page 24: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-22 IR/LS Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

da Ativa da União administrada pela Procura-doria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN); e

e) regularidade do recolhimento ao Fundo de Ga-rantia do Tempo de Serviço (FGTS);

f) apresentação do formulário “Termo de Opção pelo Regime Especial de Tributação” (veja o modelo no tópico 7), o qual deve ser apresen-tado pelo interessado, por seu procurador le-galmente constituído, devendo obter, em qual-quer unidade de atendimento da RFB, dossiê digital de atendimento, na forma do art. 4º da Instrução Normativa RFB nº 1.412/2013.

Ressalta-se que a opção pelo RET será for-malizada mediante a solicitação de juntada do dossiê digital de atendimento, na forma do art. 5º da Instrução Normativa RFB nº 1.412/2013, do formulário mencionado e do termo de constituição de patrimônio de afetação da incorporação, firmado pelo incorpora-dor e, quando for o caso, também pelos titulares de direitos reais de aquisição, e averbado no Cartório de Registro de Imóveis (veja nota).

Nota

De acordo com o Ato Declaratório Executivo Coaef nº 1/2014, aplicam--se, obrigatoriamente, os procedimentos previstos para a transmissão e a entrega de documentos digitais, no caso da entrega do Termo de Opção pelo Regime Especial de Tributação e do termo de constituição de patrimônio de afetação da incorporação, aplicável às incorporações imobiliárias.

(Lei nº 10.931/2004, art. 2º; Instrução Normativa RFB nº 1.435/2013, art. 3º)

2.2 Responsabilidade por dívidas tributárias da incorporadora

O terreno e as acessões objeto da incorporação imobiliária sujeita ao RET, bem como os demais bens e direitos a ela vinculados, não responderão por dívidas tributárias da incorporadora relativas ao IRPJ, à CSL, à contribuição para o PIS-Pasep e à Cofins, exceto as calculadas na forma do RET sobre as receitas recebi-das no âmbito da respectiva incorporação.

O patrimônio da incorporadora responderá pelas dívidas tributárias da incorporação afetada.

Notas

(1) Caso não se verifique o pagamento das obrigações tributárias, previdenciárias e trabalhistas, vinculadas ao respectivo patrimônio de afe-tação, cujos fatos geradores tenham ocorrido até a data da decretação da falência, ou insolvência do incorporador, perde eficácia a deliberação pela continuação da obra a que se refere o § 1º do art. 31-F da Lei nº 4.591/1964, bem como os efeitos do regime de afetação instituídos pela Lei nº 10.931/2004.

Nessa hipótese, as obrigações tributárias previdenciárias e traba-lhistas, vinculadas ao respectivo patrimônio de afetação, deverão ser pagas pelos adquirentes em até 1 ano da deliberação pela continuação

da obra, ou até a data da concessão do habite-se se esta ocorrer em prazo inferior.

(2) O art. 76 da Medida Provisória nº 2.158-35/2001 prevê que as nor-mas que estabeleçam a afetação ou a separação, a qualquer título, de pa-trimônio de pessoa física ou jurídica não produzem efeitos em relação aos débitos de natureza fiscal, previdenciária ou trabalhista, em especial quanto às garantias e aos privilégios que lhes são atribuídos. Entretanto, essa dispo-sição não se aplica ao patrimônio de afetação de incorporações imobiliárias definido pela Lei nº 4.591/1964.

(Lei nº 10.931/2004, art. 3º; Instrução Normativa RFB nº 1.435/2013, arts. 4º, 11 e 12)

2.3 Conceito de receitaPara fins do disposto do tópico 2, considera-se

receita mensal o total das receitas recebidas pela incorporadora com a venda de unidades imobiliárias que compõem cada incorporação submetida ao RET, bem como as receitas financeiras e “variações monetárias” decorrentes dessa operação.

Nota

Do total das receitas recebidas poderão ser deduzidas as vendas can-celadas, as devoluções de vendas e os descontos incondicionais concedi-dos, observando-se que:

a) as demais receitas recebidas pela incorporadora, relativas às ativi-dades da incorporação submetida ao RET, serão tributadas na incor-poradora;

b) aplicam-se inclusive às receitas recebidas pela incorporadora, de-correntes da aplicação dos recursos da incorporação submetida ao RET/Incorporação Imobiliária no mercado financeiro.

(Lei nº 10.931/2004, art. 4º, § 1º; Instrução Normativa RFB nº 1.435/2013, art. 5º, §§ 1º, 7º a 9º)

2.4 Pagamento dos tributos e contribuições

O pagamento do IRPJ e das contribuições (CSL, PIS-Pasep e Cofins), na forma do RET, será conside-rado definitivo, não gerando, em qualquer hipótese, direito à restituição ou à compensação com o que for apurado pela incorporadora.

As receitas, custos e despesas próprios da incorporação, sujeitos à tributação na forma do RET, não deverão ser computados na apuração das bases de cálculo do IRPJ e das contribuições, devidos pela incorporadora, em virtude de suas demais atividades empresariais, inclusive incorporações não afetadas. Para esse efeito, os custos e despesas indiretos pagos no mês serão apropriados a cada incorpora-ção na mesma proporção representada pelos custos diretos próprios da incorporação, em relação ao custo direto total da incorporadora, assim entendido como a soma de todos os custos diretos de todas as incorporações e o de outras atividades exercidas pela incorporadora.

(Lei nº 10.931/2004, art. 4º, § 2º; Lei nº 11.196/2005, art. 111; Instrução Normativa RFB nº 1.435/2013, art. 6º)

Page 25: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-23Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

2.5 Vedação ao parcelamento

Os créditos tributários devidos pela incorporadora na forma do RET não poderão ser objeto de parcela-mento.

(Lei nº 10.931/2004, art. 6º; Instrução Normativa RFB nº 1.435/2013, art. 5º, § 10)

2.6 Base de cálculoAs receitas, os custos e as despesas próprios da

incorporação sujeita à tributação citada no tópico 2 não deverão ser computados na apuração das bases de cálculo dos tributos e das contribuições de que trata este tópico, devidos pela incorporadora em vir-tude de suas outras atividades empresariais, inclusive incorporações não afetadas.

(Lei nº 10.931/2004, art. 4º, § 3º; Lei nº 11.196/2005, art. 111; Instrução Normativa RFB nº 1.435/2013, art. 6º, § 1º)

2.7 apropriaçãoPara fins do disposto do subtópico 2.3, os custos

e as despesas indiretos pagos pela incorporadora no mês serão apropriados a cada incorporação na mesma proporção representada pelos custos diretos próprios da incorporação, em relação ao custo direto total da incorporadora, assim entendido como a soma de todos os custos diretos de todas as incorporações e o de outras atividades exercidas pela incorpora-dora.

(Lei nº 10.931/2004, art. 4º, § 4º; Lei nº 11.196/2005, art. 111; Instrução Normativa RFB nº 1.435/2013, art. 6º, § 2º)

2.8 opçãoA opção pelo regime especial de tributação obriga

o contribuinte a fazer o recolhimento dos tributos, na forma do tópico 2, a partir do mês da opção.

(Lei nº 10.931/2004, art. 4º, § 5º; Lei nº 11.196/2005, art. 111)

3. PmCmVAté 31.12.2014, para os projetos de incorpo-

ração de imóveis residenciais de interesse social cuja construção tenha sido iniciada ou contratada a contar de 31.03.2009, o percentual correspondente ao pagamento unificado dos tributos de que trata o tópico 2 será equivalente a 1% da receita mensal recebida.

Consideram-se projetos de incorporação de imó-veis de interesse social os destinados à construção de unidades residenciais no âmbito do PMCMV, de que trata a Lei nº 11.977/2009, de valor comercial de:

a) até R$ 60.000,00, cuja construção tenha sido iniciada a contar de 31.03.2009 até 27.07.2010;

b) até R$ 75.000,00, cuja construção tenha sido iniciada a contar de 28.07.2010 até 31.11.2011;

c) até R$ 85.000,00, cuja construção tenha sido iniciada a contar de 1º.12.2011 até 27.12.2012; e

d) até R$ 100.000,00, cuja construção tenha sido iniciada a contar de 28.12.2012.

Nota

As condições para utilização desse benefício estão definidas no Decre-to nº 7.499/2011, que revogou o Decreto nº 6.962/2009.

(Lei nº 10.931/2004, art. 4º, §§ 6º e 7º; Lei nº 12.350/2010, art. 52; Lei nº 12.655/2012, art. 1º; Lei nº 12.767/2012, art. 26; Instrução Normativa RFB nº 1.435/2013, art. 5º, §§ 4º e 5º)

3.1 empresa construtora contratadaAté 31.12.2014, a empresa construtora contra-

tada para construir unidades habitacionais no âmbito do PMCMV fica autorizada, em caráter opcional, a efetuar o pagamento unificado de tributos equiva-lente a 1% da receita mensal auferida pelo contrato de construção de valor comercial de:

a) até R$ 60.000,00, cuja construção tenha sido iniciada a contar de 31.03.2009 até 27.07.2010;

b) até R$ 75.000,00, cuja construção tenha sido iniciada a contar de 28.07.2010 até 25.12.2011;

c) até R$ 85.000,00, cuja construção tenha sido iniciada a contar de 26.12.2011 até 18.07.2012; e

d) até R$ 100.000,00, cuja construção tenha sido iniciada a contar de 28.12.2012.

A opção pelo regime especial de tributação tratado nesse subtópico será considerada efetivada quando ocorrer a prévia adesão ao DTE e a realização do 1º pagamento mensal unificado dos tributos.

O pagamento mensal unificado corresponderá aos mesmos tributos mencionados no tópico 2.

O pagamento dos impostos e das contribuições será considerado definitivo, não gerando, em qual-quer hipótese, direito à restituição ou à compensação com o que for apurado pela construtora.

As receitas, os custos e as despesas próprios da construção sujeitos à tributação não deverão ser computados na apuração das bases de cálculo dos impostos e das contribuições, devidos pela construtora em virtude de suas outras atividades empresariais.

Page 26: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-24 IR/LS Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

O pagamento unificado dos tributos deverá ser efetuado até o 20º dia do mês subsequente àquele em que tiver sido auferida a receita, observando-se, na hipótese de recair em dia considerado não útil, o paga-mento deverá ser efetuado no 1º dia útil subsequente.

(Lei nº 10.931/2004, art. 5º; Lei nº 12.024/2009, art. 2º; Lei nº 12.688/2012, art. 31; Lei nº 12.767/2012, art. 27; Instrução Normativa RFB nº 1.435/2013, arts. 6º, 13 e 14)

4. aLíquotaSPara fins de repartição de receita tributária e do

disposto na Lei nº 10.931/2004, art. 4º, §§ 2º e 6º, os percentuais de 4% e 1% de que tratam os tópicos 2 e 3, respectivamente, serão assim considerados:

PerCenTuais Dos TribuTosTributo reT PMCMv

Cofins 1,71% 0,44%Contribuição para o Pis-Pasep 0,37% 0,09%IRPJ 1,26% 0,31%CSL 0,66% 0,16%Total 4% 1%

(Lei nº 10.931/2004, art. 8º; Lei nº 12.844/2013, art. 16; Ins-trução Normativa RFB nº 1.435/2013, art. 7º, caput e § 2º)

5. eSCRItuRação ContáBIL SegRegadaO incorporador fica obrigado a manter escritu-

ração contábil segregada para cada incorporação submetida ao RET.

A escrituração contábil das operações da incorporação objeto de opção pelo RET poderá ser efetuada em livros próprios ou nos da incorporadora, sem prejuízo das normas comerciais e fiscais apli-cáveis à incorporadora em relação às operações da incorporação.

Na hipótese de adoção de livros próprios para cada incorporação objeto de opção no RET/Incorporação Imobiliária, a escrituração contábil das operações da incorporação poderá ser efetivada mensalmente na contabilidade da incorporadora, mediante registro dos saldos apurados nas contas relativas à incorporação.

(Lei nº 10.931/2004, art. 7º; Instrução Normativa RFB nº 1.435/2013, art. 10)

6. InCoRPoRadoRa ou ConStRutoRa SujeIta ao LuCRo PReSumIdoPara fins de uso do RET ou do PMCMV, a incorpo-

radora ou a construtora sujeita à tributação com base no lucro presumido deverá manter registro destacado para a identificação da receita mensal recebida ou auferida, conforme o caso, relativa a cada:

a) incorporação imobiliária objeto de patrimônio de afetação, inscrita no RET, observado o dis-posto nos arts. 1º a 12 da Instrução Normativa RFB nº 1.435/2013, no que couber;

b) construção de unidades habitacionais contra-tada no âmbito do PMCMV, observado o dis-posto nos arts. 13 a 16, no que couber;

c) obra de construção ou reforma de creches ou de pré-escolas, cujo projeto tenha sido previa-mente aprovado pelo Ministério da Educação, observado o disposto nos arts. 17 a 21, no que couber.

As receitas próprias das respectivas hipóteses de que tratam as letras “a” a “c”, sujeitas à tributação na forma tratada nesse texto, não deverão ser com-putadas na apuração das bases de cálculo do IRPJ e das contribuições devidos pela incorporadora ou pela construtora em virtude de suas outras atividades empresariais.

(Instrução Normativa RFB nº 1.435/2013, art. 22)

7. InFoRmaçõeS, guaRda de doCumentoS e PenaLIdadeSA pessoa jurídica que optar pelos regimes es-

peciais de pagamento unificado de tributos deverá emitir comprovante de regularidade quanto à quitação de tributos federais e demais créditos inscritos em Dívida Ativa da União, mediante Certidão Negativa de Débitos (CND) ou de Certidão Positiva de Débito com Efeitos de Negativa (CPD-EN) válida referente aos 2 semestres do ano-calendário em que fizer uso dos benefícios.

A documentação relativa à utilização dos incen-tivos fiscais tratados nesse texto deverá ser mantida em boa guarda até que estejam prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes.

As intimações da pessoa jurídica que optar pelos regimes especiais de pagamento unificado de tributos serão formalizadas por escrito e dirigidas ao DTE do requerente, quando aplicável.

(Instrução Normativa RFB nº 1.435/2013, arts. 23 a 25)

8. modeLoDe acordo com o subtópico 2.1, a opção pela

aplicação do RET à incorporação imobiliária será considerada efetivada quando forem atendidos os requisitos abordados anteriormente, inclusive quanto à apresentação do formulário “Termo de Opção pelo Regime Especial de Tributação”, conforme modelo reproduzido a seguir:

Page 27: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-25Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

TerMo De oPção Pelo regiMe esPeCial De TribuTação

N

Page 28: IOB - Imposto de Renda - nº 14/2014 - 1ª Sem Abril · 2017. 4. 6. · (CSL) trimestralmente e efetuar o seu pagamento com observância dos procedimentos tratados neste procedimento,

14-26 IR/LS Manual de Procedimentos - Abr/2014 - Fascículo 14 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

IRPF

Declaração de ajuste anual - ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - aluguéis depositados

judicialmente - Dispensa de informação

1) Como deve ser informado na Declaração de Ajuste Anual o aluguel depositado judicialmente pelo locatário?

O fato de o locatário efetuar em juízo o depósito dos aluguéis não configura a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica da renda ou proventos para o seu legítimo titular (locador). Portanto, não é obrigado a tributar os rendimentos no mês do depósito, mas tão somente quando forem liberados pela autoridade judicial. Assim sendo, não é necessário fazer qualquer menção desses valores na Declaração de Ajuste Anual referente ao exercício de 2014, ano-calendário de 2013.

(Perguntas e Respostas IRPF 2014, questão nº 196)

Declaração de ajuste anual - ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - arrendamento de imóvel

rural - Tratamento tributário

2) Os rendimentos oriundos de contrato de arren-damento de imóvel rural são tributáveis?

Os rendimentos provenientes de arrendamento de imóvel rural, ainda que o contrato celebrado refira--se a parceria rural, se o cedente receber quantia fixa sem partilhar os riscos do negócio, característicos da essência do contrato de parceria rural, estão sujeitos ao imposto sobre a renda. Tais rendimentos são tri-butados, como rendimentos equiparados a aluguéis, por meio do recolhimento mensal (carnê-leão), se recebidos de pessoa física ou, na fonte, se pagos por pessoa jurídica na declaração de ajuste.

Quando o contrato celebrado referir-se a parce-ria rural e o cedente não receber quantia fixa, mas participar dos riscos do negócio, a tributação desses rendimentos será efetuada como atividade rural.

(Perguntas e Respostas IRPF 2014, questão nº 195)

Declaração de ajuste anual - ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - indenização para desocupação de imóvel - Tratamento tributário

3) O valor da indenização recebida pelo locatário para desocupar o imóvel locado é considerado rendi-mento tributável?

Sim. Essa indenização é rendimento tributável, quer tenha sido paga pelo locador, pelo proprietário ou por terceiro, e está sujeita à retenção na fonte, se

paga por pessoa jurídica, ou ao carnê-leão, se rece-bida de pessoa física.

(Perguntas e Respostas IRPF 2014, questão nº 198)

Declaração de ajuste anual - ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - Mei - obrigatoriedade de entrega

4) Na hipótese de não ter registro em carteira, mas possuir um imóvel financiado no valor de R$ 200.000,00, o microempreendedor individual (MEI) deve fazer a declaração relativa ao ano-calendário de 2013 em razão da propriedade desse imóvel?

São considerados isentos do imposto sobre a renda, na fonte e na declaração de ajuste do beneficiário os valores efetivamente pagos ou distribuídos ao MEI, optante pelo Simples Nacional, exceto os que corres-ponderem a pró-labore, aluguéis ou serviços prestados.

O MEI está obrigado à apresentação da decla-ração de ajuste anual relativa ao ano-calendário de 2013 somente se está enquadrado em alguma das situações de obrigatoriedade, tais como: se recebeu rendimentos tributáveis em valor superior a R$ 25.661,70, se recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, em valor superior a R$ 40.000,00 ou, ainda, se em 31 de dezembro teve a posse ou propriedade de bens e direitos de valor total superior a R$ 300.000,00.

Portanto, se não atendido nenhum desses requi-sitos, está dispensado da entrega da declaração de ajuste anual.

(Perguntas e Respostas IRPF 2014, questão nº 168)

Declaração de ajuste anual - ano-calendário de 2013, exercício de 2014 - revisão de aposentadoria -

Tratamento tributário

5) Como devem ser informados na Declaração de Ajuste Anual os valores recebidos a título de revisão de aposentadoria?

Os valores recebidos do INSS a título de revisão de apo-sentadoria devem ser informados na ficha “Rendimentos Recebidos Acumuladamente” e deve ser feita a opção pela forma de tributação, anual ou exclusiva na fonte.

Entretanto, será informado como Rendimento Isento caso seja revisão de aposentadoria relativa a períodos em que o aposentado recebeu com mais de 65 anos de idade.

(Perguntas e Respostas IRPF 2014, questões nºs 17 e 233)

a IOB Perguntas e Respostas