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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SAÚDE, CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLÓGICAS DO PIAUÍ UNINOVAFAPI BACHARELADO EM MEDICINA ISABEL DE SOUSA MELO MARIANA DE SOUSA FREITAS CULTO AO CORPO NA CONTEMPORANEIDADE: INTERFÊNCIA NA VIDA DA PACIENTE LÚPICA Teresina 2019

ISABEL DE SOUSA MELO MARIANA DE SOUSA FREITAS CULTO … · 2019-05-15 · 0 centro universitÁrio de saÚde, ciÊncias humanas e tecnolÓgicas do piauÍ – uninovafapi bacharelado

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SAÚDE, CIÊNCIAS HUMANAS E

TECNOLÓGICAS DO PIAUÍ – UNINOVAFAPI

BACHARELADO EM MEDICINA

ISABEL DE SOUSA MELO

MARIANA DE SOUSA FREITAS

CULTO AO CORPO NA CONTEMPORANEIDADE:

INTERFÊNCIA NA VIDA DA PACIENTE LÚPICA

Teresina

2019

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ISABEL DE SOUSA MELO

MARIANA DE SOUSA FREITAS

CULTO AO CORPO NA CONTEMPORANEIDADE: INTERFERÊNCIA

NA VIDA DA PACIENTE LÚPICA

Projeto de pesquisa apresentado ao Centro Universitário

de Saúde, Ciências Humanas e Tecnológicas do Piauí –

UNINOVAFAPI, como requisito parcial para obtenção do

título de Bacharel em Medicina.

Orientadora: Profa. Ma. Saraí de Brito Cardoso.

Teresina

2019

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CULTO AO CORPO NA CONTEMPORANEIDADE: INTERFERÊNCIA NA VIDA

DA PACIENTE LÚPICA

RESUMO

O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune crônica e multissistêmica. Tanto

a manifestação da doença quanto o tratamento do LES podem causar alguns efeitos adversos e

muitas vezes danosos. Este estudo objetivou analisar a influência do culto ao corpo na vida da

paciente lúpica. Trata-se de um estudo exploratório descritivo com abordagem qualitativa,

tendo como população as pacientes portadoras de LES, no Centro Integrado de Saúde do

UNINOVAFAPI. Os dados foram coletados por formulário para determinar o perfil

sociodemográfico e entrevista de pesquisa qualitativa, contemplando os objetivos propostos.

Os resultados indicaram que de 10 pacientes, 7 relataram diminuição da autoestima e

insatisfação quanto a estética corporal. Dessa forma, é necessário acompanhamento

multidisciplinar das mesmas, com abrangência biopsicossocial desta patologia.

Descritores: Autoimagem corporal, Lúpus Eritematoso Sistêmico, Culto a beleza, qualidade de

vida.

ABSTRACT

Systemic lupus erythematosus (SLE) is a chronic and multisystemic autoimmune disease. The

manifestation of this disease and the treatment of SLE can develop adverse effects, which are

often harmful. This study aimed to analyze the influence of body worship on lupus patient’s

life. This is an exploratory descriptive study with qualitative approach, applied in population of

patients with SLE whose searched Integrated Health Center of UNINOVAFAPI. The data were

collected by form, which determine the sociodemographic profile and interview of qualitative

research, contemplating the proposed objectives. The results indicated that 7 in 10 patientes

were reported decreased self-esteem and dissatisfaction with aesthetics of their bodies.

Consequently, this disease requires multidisciplinary follow-up of these patients, with

biopsychosocial coverage of this pathology.

Descriptors: self-image, systemic lupus erythematosus, beauty cult, life quality.

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RESUMEN

El lupus eritematoso sistémico (LES) es una enfermedad autoinmune crónica y multisistémica.

Tanto la manifestación de la enfermedad como el tratamiento del LES pueden causar algunos

efectos adversos a menudo dañinos. Este estudio objetivó analizar la influencia del culto al

cuerpo en la vida de la paciente lúpica. Se trata de un estudio exploratorio descriptivo con

abordaje cualitativo, teniendo como población las pacientes portadoras de LES, en el Centro

Integrado de Salud del UNINOVAFAPI. Los datos fueron recolectados por formulario para

determinar el perfil sociodemográfico y entrevista de investigación cualitativa, contemplando

los objetivos propuestos. Los resultados indicaron que 7 em 10 pacientes reportaron

disminución de la autoestima e insatisfacción en cuanto a la estética corporal. De esta forma,

es necesario acompañamiento multidisciplinario de estas pacientes, con alcance biopsicosocial

de esta patología.

Descriptores: Auto-imagen, Lupus Eritematoso Sistémico, Culto a la belleza, calidad de vida.

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INTRODUÇÃO

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (2009), o lúpus eritematoso sistêmico

(LES) é uma doença autoimune crônica e multissistêmica, na qual órgãos e células sofrem

algum dano inicialmente mediado por auto anticorpos e imunocomplexos ligados aos tecidos.

Harrison et. al. (2013) constata que noventa por cento dos pacientes, no momento do

diagnóstico, são representados por mulheres em idade fértil. No Brasil, estimativas indicam que

há cerca de 65.000 pessoas com lúpus, sendo a maioria mulheres. Considera-se assim que uma

a cada 1.700 mulheres no Brasil tenha essa patologia.

As manifestações clínicas são diversificadas. De acordo com Harrison et. al. (2013).

Abrangem manifestações sistêmicas, como fadiga, mialgia, artralgia, febre, emagrecimento,

cefaleia, entre outros. Temos também manifestações músculo esqueléticas, cutâneas, cardíacas,

renais, hematológicas, oculares, gastrintestinais e pulmonares.

Estudos realizados por Manson (2006) mostram que os tratamentos do LES incluem o

controle de períodos agudos da doença, os quais podem levar a óbito, minimizar o risco de

agravamento da doença durante períodos em que ela se encontra estável, e controlar os sintomas

que podem incapacitar o paciente, melhorando a sua qualidade de vida. Segundo Damiani et.

al. (2001), os tratamentos do LES podem causar alguns efeitos adversos muitas vezes graves e

danosos tanto fisiologicamente, fisicamente e psicologicamente aos pacientes. Corticoides têm

ação sistêmica e assim, podem causar efeitos adversos no sistema nervoso central, provocando

distúrbios psíquicos, complicações hematológicas, gastrointestinais, musculoesqueléticas,

suscetibilidade a infecções, entre outras. Temos como outros efeitos colaterais a retenção de

sódio e o edema, além disso, alterações na distribuição da gordura e pele, dando um aspecto

“cushingoide”, ademais, a presença de acne e hirsutismo, nos quais trazem danos a aparência

física e psíquica do paciente.

Um estudo realizado por Silva et. al. (2013) constata que, por ser uma doença crônica

com variados tipos de manifestações clínicas e alguns efeitos adversos medicamentosos do

tratamento, tem dimensão psicossomática prevalente, sendo importante considerar o estresse, o

sofrimento psicossocial e as concepções psicológicas relacionadas ao bem-estar estético no seu

desencadeamento, evolução, agravamento e possível controle, e atualmente intensificado pelo

culto ao corpo com maneiras persuasivas a supervalorização de um único tipo de padrão de

beleza.

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Esse estudo teve como objetivo principal analisar a influência do culto ao corpo e a

beleza na atualidade na vida da paciente lúpica, tendo como objetivos específicos: descrever o

perfil sociodemográfico das pacientes lúpicas atendidas no Centro Integrado de Saúde da

Uninovafapi, os tipos de alterações corporais de acordo com a percepção das pacientes lúpicas

relacionados às manifestações do LES e os tipos de alterações corporais de acordo com a

percepção das pacientes lúpicas relacionados ao tratamento farmacológico do LES, além de

analisar a percepção das pacientes lúpicas sobre as alterações corporais devido à doença e ao

tratamento farmacológico, correlacionando com o culto ao corpo e beleza vigentes na

contemporaneidade.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo exploratório descritivo com abordagem qualitativa, tendo como

população as pacientes adultas portadoras de LES pelos critérios da ACR (American College

of Rheumatology), que procuraram os serviços de atendimento médico reumatológico no

Centro Integrado de Saúde (CIS) do Centro Universitário UNINOVAFAPI, localizado no

município de Teresina – PI. O estudo utilizou os seguintes instrumentos para produção de dados

do projeto: formulário (APÊNDICE A) para caracterização da amostra, abrangendo as

identificação e categorias de cidade/estado/país de nascimento e residência atual, gênero, idade,

raça, estado civil, ocupação atual, religião, filhos, escolaridade e renda atual da família, além

de entrevista semiestruturada de pesquisa qualitativa, com questionário previamente elaborados

e estruturados com perguntas que contemplam o que foi descrito nos objetivos gerais do

trabalho proposto.

Este estudo foi iniciado após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do Centro

Universitário UNINOVAFAPI (CAAE 01145218.2.0000.5210) em 28 de novembro de 2018 e

consentimento da instituição, em consonância com a Resolução 466/2012 do Conselho

Nacional de Saúde que regulamenta as questões operacionais e éticas dos trabalhos científicos

envolvendo seres humanos.

Devido à disponibilidade de acesso aos ambulatórios, o tempo disponível para coleta de

dados foi reduzido a 2 meses, sendo os questionários aplicados no período de 15 de março/2019

à 15 de maio/2019, com consequente redução da amostra para 10 participantes. Os formulários

foram anônimos, assegurando a confidencialidade e privacidade das informações coletadas.

Quando foi necessário citar passagens das entrevistas no estudo final de coleta de dados,

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utilizaram-se iniciais aleatórias para representar as diferentes participantes e seus respectivos

depoimentos. Os dados obtidos na pesquisa foram utilizados exclusivamente para finalidade

prevista no seu protocolo, adquiridos depois de fornecidas informações e esclarecimentos

acerca da mesma e após assinatura do TCLE (ANEXO 1) pelas participantes, autorizando a

participação no estudo.

Os critérios de inclusão utilizados na pesquisa foram: indivíduos com 18 anos ou mais,

sexo feminino, portadoras de LES e atendidas pelo ambulatório médico reumatológico do

Centro Integrado de Saúde dentro do período estabelecido, que assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido, e foram excluídos os pacientes menores de 18 anos, adultos

incapazes de responder ao questionário devido à condição patológica incapacitante sobreposta

ao LES e aqueles que, depois de explicados os objetivos da pesquisa, se negaram a participar

da mesma.

A análise dos dados da pesquisa foi feita a partir de leituras repetidas das respostas

obtidas e identificação das argumentações presentes no conteúdo das respostas. Posteriormente,

foram organizados os dados de identificação e hábitos e condições socioeconômicas em uma

planilha do Microsoft Word e, para obtenção das categorias descritas ao longo dos resultados,

utilizaram-se as análises subjetivas visando a decodificação do significado das informações,

respeitando a experiência natural do pesquisado com o tema em estudo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Considerando o universo de 12 pacientes lúpicas que se dirigiram ao Centro Integrado

de Saúde da Uninovafapi no ambulatório de reumatologia, foram entrevistadas 11 pacientes,

sendo 1 (uma) participante eliminada por problemas de preenchimento, totalizando uma

amostra final de 10 participantes, na faixa etária de 22 a 54 anos, dentre as quais 40% possuíam

de 22-32 anos, 50% estavam na faixa etária entre de 33 a 43 anos, e os demais 10% possuíam

de 44 a 54 anos. Dessas, 70% declararam-se pardas, 20% pretas e 10% brancas. Ainda no perfil

sociodemográfico, 40% eram solteiras, 50% casadas, 10% desquitadas e 10% divorciadas; o

nível de escolaridade variou entre ensino fundamental incompleto (10%), fundamental

completo (10%), médio completo (10%), médio completo (20%), superior incompleto (20%) e

superior completo (20%) e pós-graduação incompleta (10%); de acordo com a religiosidade,

60% eram católicas e 30% evangélicas e 10% sem religião; o tempo de diagnóstico variou, onde

a média foi menor que 10 anos. Dentre as mesmas, 50% não possuíam filhos, 30% possuíam 1

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filho, 10% 2 filho e, por fim, 10% 3 ou mais filhos. Das entrevistadas, 40/% possuem uma renda

família mensal menos que 1 (um) salário mínimo, 40% de 2-3 salários mínimos, 10% de 4-5

salários mínimos e 10% maior que 5 salários mínimos. Tais informações encontram-se reunidas

no Tabela número 1. O estudo também analisou o tempo referido pelas entrevistadas pelo

estudo desde diagnóstico da patologia, como descrito no gráfico 1, bem como o tipo de

tratamento que as participantes da pesquisa fizeram/fazem uso, apresentado no Gráfico 2.

Tabela 1. Perfil sociodemográfico das pacientes lúpicas entrevistadas pelo estudo -

março/maio de 2019.

Perfil Sociodemográfico

(%)

Idade

22-32 anos 40%

33-43 anos 50%

44-54 10%

TOTAL

100

Cor

Branco

Preto

Amarelo

Pardo

10%

20%

0%

70%

Indígena 0%

TOTAL 100

Estado Civil

Casado (a) 50%

Divorciado (a)

Viúvo (a)

Solteira (a)

10%

0%

40%

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Religião

TOTAL

Católico

Evangélico

Outras

Não tem religião

TOTAL

100

60%

30%

0%

10%

100

Escolaridade

Quantidade de filhos

Ensino fundamental

incompleto

Ensino fundamental

completo

Ensino médio

incompleto

Ensino médio completo

Ensino superior

incompleto

Ensino superior

completo

Pós graduação

incompleta

Pós graduação completa

TOTAL

0

1

2

3 ou mais

TOTAL

10%

10%

10%

20%

20%

20%

10%

0%

100

50%

30%

10%

10%

100

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Renda familiar atual

Menor ou igual a 1

salário mínimo

2-3 salários mínimos

4-5 salários mínimos

Mais de 5 salários

mínimo

TOTAL

40%

40%

10%

10%

100%

Gráfico 1. Tempo referido pelas entrevistadas pelo estudo desde diagnóstico da patologia

- março/maio de 2019.

20%

30%

20%

30%

0

5

10

15

20

25

30

35

Até 1 ano 2 -5 anos 6- 10 anos Mais de 10 anos

Tempo de Diagnóstico

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Gráfico 2. Uso de Medicações para tratamento/controle do LES utilizado pelas

participantes do estudo - março/maio de 2019.

Após a análise dos dados obtidos, emergiram duas categorias temáticas: a primeira

abrange as alterações corporais como fruto da instalação da patologia ou tratamento com

corticoterapia prolongada e suas relações com o sentimento das mulheres frente às mesmas,

enquanto a segunda representa o reflexo das mudanças corporais quando comparadas com o

padrão estético vigente na sociedade.

Relação da doença/tratamento com alterações corporais e o sentimento das pacientes para

com as mesmas

A primeira questão levantada foi sobre quais alterações corporais, relacionadas à doença

ou ao tratamento, haviam sido notadas pelas pacientes. Perceberam-se que as principais

alterações corporais relatas pelas pacientes estão presentes no discurso de 80% dos participantes

da pesquisa, e são elas: aumento significativo de peso, especialmente naquelas que fizeram ou

fazem uso de corticoterapia prolongada e inchaço na face, caracterizando fácies cushingoide

em 20% das pacientes que utilizam esse tipo de terapêutica. Quando se questionou o sentimento

30%

0%

0%

50%

20%

USO DE MEDICAÇÕES

Hidroxicloroquina - 30%

Corticoides - 0%

Pulsoterapia 0%

Hidroxicloroquina + Corticoide - 50%

Hidroxicloroquina + Corticoide+ Pulsoterapia - 20%

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sobre tais alterações, 6 entre 10 participantes relataram diminuição da autoestima e incomodo

devido ao ganho significativo de peso.

Visto isso, percebeu-se que 7 das 10 pacientes entrevistadas também relataram presença

de exantemas na pele e rash malar, correlacionando-os com insatisfação estética e limitação de

atividades, devido à impossibilidade de exposição solar de forma moderada, uma vez que a

mesma precipita uma das formas ativas da doença, com repercussões dermatológicas.

[...] “Eu não conseguia mais andar na rua ou

trabalhar porque se pegasse sol, estourava” (B.P.).

[...] “Saí do meu emprego, o único que tinha,

porque precisava ficar exposta ao sol durante 3 horas

por dia. Mesmo com protetor solar, minha médica

pediu pra que eu me afastasse porque sofria muito

quando a doença ficava ativa” (J.L.).

De acordo com Silva (2016), o aumento de sobrevida de pacientes com LES, condição

crônica relevante dentro da perspectiva de doenças desta categoria, permitiu sequelas e

incapacidades causadas pela própria doença ou pelo tratamento, envolvendo em especial, as

alterações cutâneas, que pioram a percepção da imagem corporal de tais pessoas. Observa-se

que a complexidade da patologia repercutiu na vida das mulheres lúpicas também ao terem que

deixar de exercer determinadas tarefas, utilizar protetor solar vestimentas que cubram a pele

para evitar os efeitos nocivos dos raios ultravioletas em uma pele naturalmente mais sensível

que os demais indivíduos sem comorbidades crônicas.

Em um estudo de Silva et. al. (2013), constata-se que a própria imagem corporal pode

estar fortemente associada não apenas à pior qualidade de vida, bem como ao desenvolvimento

de psicopatologias, como depressão e comportamentos anormais, afetando vários domínios

incluindo status laborativo e percepção geral da saúde.

[...] “Comecei a tomar remédio para

ansiedade quando me vi dona de uma doença que não

tem cura” (D.S.).

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[...] “Me sentia mais alegre e disposta para

sair, conhecer pessoas, fazer amigos, mas agora me

sinto tão fraca e com tantas dores quando estou em

crise que não tenho mais ânimo” (R.M.).

Um total de 2 em 10 pacientes mencionaram ter desenvolvido distúrbios psiquiátricos

(depressão e ansiedade), tendo ambas iniciado o tratamento para os mesmos após início dos

sintomas do LES, uma vez que observaram correlação dos sintomas psiquiátricos com a

deflagração da clínica da doença, já que esta acarretou mudanças nos seus físicos que as fizeram

inseguras, abrindo precedentes para instalação de condições que tangem o mau funcionamento

da saúde mental.

Reflexo das mudanças corporais quando comparadas com o padrão estético vigente na

sociedade

Levando em consideração especialmente os dois últimos questionamentos do formulário

proposto, notou-se significativa influência da forma como a sociedade atual apresenta seu

conceito de adequação aos padrões de relevância com a forma como as portadoras de LES

entrevistadas se observam ao espelho, frente à sua imagem para formação da autoestima.

Contabilizou-se que 4 entre as 10 participantes relataram sentir-se pressionadas a seguir um

padrão de emagrecimento, segundo elas, inalcançável devido à condição da doença.

[...] “Já quis ser magra como todas as

mulheres que acho bonitas, mas sei que não vou

chegar lá se não parar com os remédios que me

incham” (J.L.).

[...] “As pessoas não sabem o quanto a gente

sofre por ter uma doença que não te deixa ficar

bonita nem pra você” (V.M.).

Segundo Ayache e Costa (2009), quando se observa o contexto da atualidade na qual

grande monta da sociedade encontra-se inserida, vemos que o corpo tem se configurado cada

vez mais como um dos principais espaços simbólicos na construção dos modos de subjetividade

vividos por nós. Um estudo realizado por Dantas (2010) revelou que o indivíduo se auto encarga

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de uma cobrança e consequente frustração quando o seu tipo físico não se adequa ao “padrão”

da sociedade ocidental, revelando o culto ao corpo como instrumento de adequação à valores

previamente idealizados e que, naturalmente, podem não ser alcançados por boa parte daqueles

que se propõem a atingi-lo.

Segundo Dantas (2010), os indivíduos utilizam recursos para se aproximarem do ideal

de estética que a sociedade define, ou seja, modela seu pensamento nas exigências do social e

não do individual. Duarte (2017) frisa que, no caso de portadores de uma condição crônica,

nota-se que cada pessoa processa os diversos significados com base nas relações sociais no

contexto em que está inserida, na sua história de vida e nas suas experiências, o que pode

dificultar a evolução do processo de aceitação como parte do todo.

Todos esses fatores no levam a crer que, pacientes portadoras de comorbidades que

afetam diretamente seu físico apresentam ainda mais dificuldades em se adequar à tais padrões,

visto que são mais impossibilitadas de lançar mão de boa maioria dos recursos estéticos, tanto

tratamentos quanto exercícios moduladores, devido à limitação que a própria patologia confere

às mesmas, fato relatado por 3 entre as 10 participantes entrevistadas pela pesquisa.

Gráfico 3. Participação das entrevistadas em grupos de apoio – março/maio de 2019.

Além das considerações previamente descritas, é importante frisar a ausência de

participação de todas as 10 integrantes da pesquisa em grupos de apoio, segundo dados colhidos

pelo questionário, e como está representado no Gráfico 3.

0

2

4

6

8

10

12

Participantes Ausentes

Participação em grupos de apoio para pacientes lúpicos

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[...] “Acredito que se existissem grupos com

outras pessoas lúpicas eu iria aproveitar para que

pudesse desabafar sobre algumas angústias trazidas

pela doença” [...] (R.M.).

[...] “Ainda não soube de grupos de apoio

para pacientes de doenças como a minha” (J.L.).

Tal informação nos leva a crer e entender o Lúpus Eritematoso Sistêmico não apenas

como entidade de clínica médica isolada, visto que ficam claras as repercussões especialmente

psíquicas que tal comorbidade pode acarretar no desenvolvimento da saúde mental de suas

portadoras.

As consequências psicossociais dos sintomas e tratamentos atribuídos por pessoas

acometidas por doenças crônicas podem influenciar no seu desenvolvimento e na forma como

lidar com as dificuldades e percalços implícitos nesse processo, por isso se faz tão importante

um acompanhamento multidisciplinar para que estes indivíduos, especialmente mulheres,

estejam bem assistidos na maioria dos aspectos que envolvem o bem-estar e a saúde.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste estudo pode-se observar que a 80% das pacientes lúpicas conferem e percebem

as alterações corporais acarretadas pela patologia e tratamento da mesma que as afastam de um

padrão social pré-estabelecido, tendo muitas vezes tais alterações influenciado diretamente na

percepção da sua autoestima e realização de tarefas cotidianas, o que pode acarretar no

desenvolvimento de fatores que contribuam para instalação de outras comorbidades,

especialmente psiquiátricas, que podem interferir diretamente no andamento da doença em

geral, desde a adesão medicamentosa ao cumprimento das recomendações médicas para evitar

a forma ativa da doença descrita.

É importante também frisar que em um contexto no qual o corpo torna-se polo de

preocupação e, muitas vezes, norteador de bem-estar, estudá-lo pelos olhos de um grupo mais

suscetível devido às modificações trazidas com a cronicidade da doença contrapondo com o

choque dos estereótipos da massa torna-se essencial para que os profissionais de saúde que

trabalham diretamente com esses pacientes possam fornecer e assegurar uma melhor assistência

adequada e personalizada ao grupo, que já é considerado vulnerável frente à grande monta da

sociedade.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-

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<https://doi.org/10.26694/reufpi.v5i1.4719>. Acesso em: 06 jun. 2018.

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São Paulo, v. 1, n.1, p.71-82, 2001. Disponível em:

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atentos?. [2017]. Disponível em:

< http://genmedicina.com.br/2017/04/14/imagem-corporal-em-pacientes-com-lupus-

eritematoso-sistemico-estamos-atentos-dra-cristina-costa-duarte-lanna/>. Acesso em: 7 jun.

2018.

LONG, Dan L. et al. Medicina Interna de Harrison. 18. ed. Porto Alegre, RS: AMGH Ed.,

2013. 2 v.

MANSON, J. J.; RAHMAN, A. Systemic lupus erythematosus. Orphanet Journal of Rare

Diseases, v. 1, n.1, p.6, 2006. Disponível em: <https://doi.org/10.1186/1750-1172-1-6>.

Acesso em: 4 jun. 2018.

SILVA, et al. Lúpus: efeitos nos cuidados de si e nas relações familiares. Psicologia em

revista, Belo Horizonte, v. 19, n. 1, Abr. 2013. Disponível em:

< http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-11682013000100004>.

Acesso em: 7 jun. 2018.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA. Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES).

São Paulo, 2017. Disponível em: <https://www.reumatologia.org.br/doencas/principais-

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APÊNDICES

APÊNDICE A: Questionário a ser utilizado para coleta de dados

1- PERFIL SÓCIO DEMOGRÁFICO

CIDADE/ESTADO/PAÍS DE NASCIMENTO:

CIDADE/ESTADO DE RESIDÊNCIA ATUAL:

GÊNERO: (MASCULINO)/(FEMININO):

IDADE EM ANOS COMPLETOS: ________

PACIENTE SE DEFINE COMO: 1. Branco 2. Preto 3. Amarelo 4. Pardo 5. Indígena 6. Não

Declarado

ESTADO CIVIL: 1. Casado (a) 2. Desquitado (a) ou separado(a) judicialmente 3. Divorciado

4. Viúvo 5. Solteiro 8

OCUPAÇÃO ATUAL:

2- HÁBITOS E CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS DO PACIENTE

Qual sua religião ou culto? ____________________________

Qual seu grau de escolaridade? 1. Ensino Fundamental incompleto 2. Ensino Fundamental

completo 3. Ensino Médio incompleto 4. Ensino Médio incompleto 5. Ensio Superior

Incompleto 6. Ensino Superior Completo 7. Pós Graduação Incompleta 8. Pós Graduação

Completa

Tem filhos? Se sim, quantos?

Estimativa de renda atual da família: 1. < ou = à 1 salário mínimo 2. 2-3 salários mínimos 3.

4-5 salários mínimos 4. > 5 salários mínimos.

INFORMAÇÕES CLÍNICAS

1. Quando a senhora tomou conhecimento da doença?

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__________________________________________________________

2. Faz participação em algum grupo de apoio?

____________________________________________________________

3. Quais as repercussões clínicas em seu físico a doença já acarretou?

____________________________________________________________

4. Qual o tratamento utilizado desde diagnóstico da patologia?

____________________________________________________________

5. A senhora necessitou de doses altas de corticoide em algum momento da doença? Se

sim, houve mudança em seu físico?

__________________________________________________________

6. Existiu algum momento de crise no qual foi preciso fazer pulsoterapia? Se sim, por

quanto tempo?

__________________________________________________________

7. Sua comorbidade interferiu de forma negativa em algum momento sua qualidade de

vida? Se sim, como?

__________________________________________________________

8. Se tiver havido mudanças corporais, isso o afetou psicologicamente de alguma maneira?

Se sim, como?

__________________________________________________________

9. Os modelos de corpo vigentes na atualidade lhe deixam de alguma forma menos

satisfeita com seu físico?

__________________________________________________________

10. Você acredita que a doença ou tratamento de alguma forma lhe incapacitou de

alcançar a uma determinada estética corporal desejada?

__________________________________________________________

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ANEXOS

ANEXO 1: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SAÚDE, CIÊNCIAS HUMANAS E

TECNOLÓGICAS DO PIAUI- UNINOVAFAPI

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Prezado participante,

Você está sendo convidada a participar da pesquisa “Culto ao Corpo na Contemporaneidade:

Interferência na Vida da Paciente Lúpica”, desenvolvida por Isabel de Sousa Melo e Mariana de Sousa

Freitas, discentes do curso de Medicina do Centro Universitário Uninovafapi, sob orientação da Prof. Ma.

Saraí de Brito Cardoso. O objetivo central do estudo é: analisar a influência do culto ao corpo e a beleza

na atualidade na vida da paciente lúpica. O convite à sua participação se deve à contemplação nos critérios

de inclusão preestabelecidos aos participantes da pesquisa, que são: indivíduos com 18 anos ou mais, sexo

feminino, portadoras de LES e atendidas pelo ambulatório médico reumatológico do Centro Integrado de

Saúde, no período de setembro a dezembro de 2018. Sua participação é muito importante e voluntária,

isto é, ela não é obrigatória, e você tem plena autonomia para decidir se quer ou não participar, bem como

retirá-la a qualquer momento. Você não será penalizado caso decida não participar da pesquisa ou, tendo

aceitado, desistir desta. Serão garantidas a confidencialidade e a privacidade das informações por você

prestadas, de forma que qualquer dado que possa identificá-lo será omitido na divulgação dos resultados

da pesquisa, e o material será armazenado em local seguro. A qualquer momento, durante a pesquisa, ou

posteriormente, você poderá solicitar do pesquisador informações sobre sua participação e/ou sobre a

pesquisa, o que poderá ser feito através dos meios de contato explicitados neste Termo. Você será

identificado por números para que não haja identificação aberta.

A sua participação consistirá em responder perguntas de um roteiro de entrevista/questionário à

pesquisadora do projeto. A entrevista somente será gravada se houver autorização da entrevistada, para

posterior análise e tabulação de dados. O tempo de duração da entrevista e aplicação do questionário dura

aproximadamente trinta minutos. A pesquisa tem como benefício direto utilizar como meio para orientar

a elaboração de intervenções futuras para melhoria na perspectiva dos portadores da comorbidade. Sobre

a divulgação dos resultados da pesquisa, os dados derivados do estudo somente serão apresentados em

reuniões científicas e congressos, sem que sejam identificados os participantes. Em relação aos riscos,

desconfortos e benefícios, o trabalho de pesquisa aqui proposto implicará em riscos mínimos de

constrangimento para o participante e de perda da confidencialidade dos dados pessoais e institucionais.

Para diminuir esses riscos, a pesquisadora responsável pela pesquisa guardará os dados em local seguro e

será responsável pela destruição dos dados após cinco anos, conforme Resolução 466/12 e orientações do

CEP/UNINOVAFAPI. Os participantes serão abordados no Centro Integrado de Saúde, e o convite para

participação da pesquisa será feito em consultório da instituição, respeitando a privacidade do

participante.

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Os pacientes serão identificados por números para resguardar seu sigilo médico. Não haverá

possibilidade de demais danos à dimensão física, intelectual, cultural ou espiritual do ser humano.

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Também não haverá demais agravos imediatos ou tardios, ao indivíduo ou a coletividade, com nexo

causal comprovado, direto ou indireto, decorrente do referido estudo científico. Apesar deste

compromisso, caso haja algum dano que possa ser vinculado aos procedimentos da pesquisa, os

pesquisadores se comprometem em repará-lo, e os participantes da pesquisa que vierem a sofrer

qualquer tipo de dano previsto ou não no termo de consentimento e resultante de sua participação no

estudo, além do direito à assistência integral, têm direito à indenização, conforme itens III.2.0,IV.4.c,

V.3, V.5 e V.6 da Resolução CNS 466/12. Após ser esclarecida sobre as informações acima, no caso de

aceitar autorizar o estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a

outra é da pesquisadora responsável. Todas as páginas deverão ser rubricadas pelo participante da

pesquisa e pelo pesquisador responsável (ou pessoa por ele delegada e sob sua responsabilidade), com

ambas as assinaturas apostas na última página. Em caso de dúvida, você pode procurar o Comitê de

Ética em Pesquisa do Centro Universitário UNINOVAFAPI, localizado na Rua Vitorino Orthiges

Fernandes, nº 6123 - Bairro Uruguai, CEP: 64073-505 - Teresina – Piauí, Tel - (086) 2106-0738, e-

mail: [email protected], ou pelo telefone (86) 2106-0700 / Fax: (86) 2106-0740. O Comitê de

Ética em Pesquisa é a instância que tem por objetivo defender os interesses dos participantes da pesquisa

em sua integridade e dignidade e para contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões

éticos. Dessa forma o comitê tem o papel de avaliar e monitorar o andamento do projeto de modo que a

pesquisa respeite os princípios éticos de proteção aos direitos humanos, da dignidade, da autonomia, da

não maleficência, da confidencialidade e da privacidade.

________________________________________________________________

Pesquisadora responsável

Profa. Ma. Saraí Brito de Carvalho (CPF:696.456.553-15/RG: 890.693 SSP- PI)

________________________________________________________________

Pesquisadora participante

Acd. Isabel de Sousa Melo (CPF: 05401673396/RG: 2.810.485 SSP - PI)

________________________________________________________________

Pesquisadora participante

Acd. Mariana de Sousa Freitas (CPF: 05397361399/RG:2004038091888 SSP- CE)

Teresina, ___ de ____________ de _______.

Eu, ___________________________________ autorizo a minha participação na pesquisa “Culto ao

Corpo na Contemporaneidade: Interferência na vida da paciente lúpica”. Entendi as coisas ruins e boas

que podem acontecer. Entendi que posso dizer “sim” e participar, mas que, a qualquer momento, posso

dizer “não” e desistir que não haverá penalização.

______________________________________________________

Assinatura do responsável (Nº do RG ou CPF)

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Contato com as pesquisadoras responsáveis:

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Isabel de Sousa Melo – Telefone: (86)98868-1047 // Email: [email protected]

Mariana de Sousa Freitas – Telefone (85) 99766-4762 // Email: [email protected]

Saraí de Brito Cardoso – Telefone: (86) 99925-0339 // Email: [email protected]

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ANEXO 2: Parecer consubstanciado do CEP

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