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NASCE DOM, O FILHO DE LUANA PIOVANI DANIELLE WINITS SURGE COM NOVO AFFAIR EM MIAMI LUMA DE OLIVEIRA FAZ MISSA PARA CICLISTA QUE MORREU ATROPELADO PELO FILHO, THOR J.LO NO BRASIL UM ENSAIO COM SHERON MENEZZES “DIZEM QUE SOU ANTIPÁTICA” CHICO ANYSIO, AMADO MESTRE. ESPECIAL DE 8 PÁGINAS LEA T. OPERADA. A TOP TRANSEXUAL SE TORNA 100% MULHER O depoimento emocionado do pai, o ex-jogador TONINHO CEREZO, sobre a mudança de sexo da filha: "Ganhei mais uma filha. Lea é mulher e quero vê-la feliz. Comprei uma calcinha linda para presenteá-la" R$ 9,90 VIVA ELIS: MARIA RITA CANTA AS MÚSICAS DA MÃE EM SHOW HISTÓRICO NO RIO 9 7 7 1 5 1 6 8 2 0 0 0 0 5 5 6 0 0 ISSN 1516 -8204 2/abR/2012 ano 13 n° 655

ISTOÉ GENTE 655

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ISTOÉ GENTE 655, Lea T.

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nasce dom, o filho de Luana piovani

danieLLe Winits surge com novo affair em miami

Luma de oLiveirafaz missa para

ciclista que morreu atropelado

pelo filho, thor

J.Lo no Brasil

um ensaio com sheron menezzes “dizem que sou antipÁtica”

chico anysio, AMADO MESTRE.

ESPECIALDE 8 páginAS

LEA T.OPERADA.A tOP tRAnsExuAl sE tORnA 100% mulhERO depoimento emocionado do pai, o ex-jogador Toninho Cerezo,sobre a mudança de sexo da filha:"Ganhei mais uma filha. Lea é mulher e quero vê-la feliz. Comprei uma calcinha linda para presenteá-la"

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VIVA ELIS: maria rita canta as músicas da mãe em show histórico no rio

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• “Ninguém nasce mulher; torna-se mu-lher”, a célebre frase de Simone de Beauvoir do livro O Segundo Sexo não foi escrita com essa intenção, mas talvez reflita o sentimen-to de Lea T., a top model que virou sensação no Brasil e no mundo. Há cerca de um mês, a transexual brasileira revelada internacio-nalmente pelo estilista Ricardo Tisci, da grife francesa Givenchy, finalmente se tor-nou a mulher que sempre quis ser, depois de uma cirurgia de redesignação sexual. O pro-cedimento, popularmente conhecido como mudança de sexo, foi feito em um hospital em Bangcoc, na Tailândia, onde ela já rece-beu alta . Permanece com mãe e duas irmãs em um hotel para descansar. Ela deve voltar para Milão no início de abril. O renasci-mento, termo utilizado por transexuais, foi ao lado da mãe, Rosa Helena Medeiros, das irmãs Luana e Lorena e do irmão Gustavo. A falta do pai, o ex-jogador de futebol, To-ninho Cerezo não se refere a nenhum tipo de problema no relacionamento. O patriar-ca não pôde acompanhar de perto, simples-mente porque “estava trabalhando”, garan-tiu o atual técnico do Vitória.

Nascida Leandro Medeiros Cerezo, em Belo Horizonte, Lea T. foi para a Itália com apenas 1 ano, quando o pai foi vendi-do para o time de futebol AS Roma, em 1983. Cresceu e foi criada no país europeu.

O ex-jogador é carinhoso ao falar da filha. “O que me importa é vê-la feliz”, diz (leia entrevista na página seguinte). O irmão Gustavo confirma o momento de realiza-ção da irmã. “Ela está muito feliz, se recu-perando bem. É a realização de um sonho para ela”, falou à Gente.

Lea escolheu a Tailândia para a redesig-nação. O país asiático é a primeira opção para muitos transexuais. “Começaram bem antes lá, mas o procedimento é totalmente diferente do que é feito no Brasil” , explica Jalma Jurado, professor emérito do Depar-tamento de Cirurgia Plástica da Faculdade de Medicina de Jundiaí, em São Paulo (leia quadro na página 42). No Brasil, a operação custa em torno de R$ 25 mil.

Agora Lea T., que chegou a contar sua história no programa de Oprah Winfrey, deve ingressar com ação de alteração de re-gistro de nascimento quanto ao nome e ao sexo, que deve ser feito no país de nascimen-to. “Ainda não existe lei específica sobre o assunto”, explicou Tereza Rodrigues Vieira, advogada em São Paulo em casos de mu-dança de nome e mudança de sexo. Tereza foi a responsável pelo processo de Roberta Close em 2005. Para dar entrada na ação, a pessoa precisa enviar os pareceres médicos e psicológicos. “O juiz é quem decide. Para o judiciário não basta querer ser homem ou

mulher, tem que parecer homem ou mulher. Por isso as cirurgias”, contou. A recomen-dação atual do STJ (Supremo Tribunal de Justiça) é que não conste nada sobre a mu-dança de sexo na certidão, apenas no livro de registro do cartório.

Reverenciada pelo mundo da moda, Lea muda de sexo num Brasil talvez menos pre-conceituoso do que na época de Roberta Close. Ela despontou no unverso fashion ao posar nua para a revista Vogue em julho de 2010. Na época, a notícia teve repercussão negativa no Brasil. “Muitas mentiras foram ditas pela imprensa. Depois que a minha irmã revelou a sua posição sexual a amizade entre ela e o meu pai aumentou”, disse na época seu irmão Gustavo. “Somos uma fa-mília normal e não temos nenhum precon-ceito, sempre apoiamos as decisões e acom-panhamos de perto a carreira dela. Ela é idolatrada pelas irmãs. Eu, que sou o único homem, é que tive que me adaptar.”

Queridinha de Tisci, o estilista da Givenchy, Lea viu seu nome ganhar as páginas de jornais e revistas em janeiro de 2011 quando foi rece-bida com pompa e circunstância de pop star no São Paulo Fashion Week, ao desfilar para Alexandre Herchcovitch.As manchetes vol-taram quando desfilou de biquíni e estrelou a campanha da Blue Man em junho do mesmo ano. Era a hora da estrela. •

Antes de operar, Lea desfila de biquíni e é a estrela da Blue Man no Fashion Rio em junho de 2011

MULHERde verdadeNum Brasil talvez menos preconceituoso do que na época de Roberta Close, a top model Lea T. realiza a operação de mudança de sexo na Tailândia e se recupera ao lado da família no país asiáticoPOR Bruna narcizo e Thaís BoTelho

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‘‘É um momento meu. Quero ficar próxima da minha família e aproveitar esses dias ”Lea T. , ao explicar ao irmão Gustavo a decisão de manter a discrição sobre o assunto nos primeiros dias após a cirurgia

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• “Ninguém nasce mulher; torna-se mu-lher”, a célebre frase de Simone de Beauvoir do livro O Segundo Sexo não foi escrita com essa intenção, mas talvez reflita o sentimen-to de Lea T., a top model que virou sensação no Brasil e no mundo. Há cerca de um mês, a transexual brasileira revelada internacio-nalmente pelo estilista Ricardo Tisci, da grife francesa Givenchy, finalmente se tor-nou a mulher que sempre quis ser, depois de uma cirurgia de redesignação sexual. O pro-cedimento, popularmente conhecido como mudança de sexo, foi feito em um hospital em Bangcoc, na Tailândia, onde ela já rece-beu alta . Permanece com mãe e duas irmãs em um hotel para descansar. Ela deve voltar para Milão no início de abril. O renasci-mento, termo utilizado por transexuais, foi ao lado da mãe, Rosa Helena Medeiros, das irmãs Luana e Lorena e do irmão Gustavo. A falta do pai, o ex-jogador de futebol, To-ninho Cerezo não se refere a nenhum tipo de problema no relacionamento. O patriar-ca não pôde acompanhar de perto, simples-mente porque “estava trabalhando”, garan-tiu o atual técnico do Vitória.

Nascida Leandro Medeiros Cerezo, em Belo Horizonte, Lea T. foi para a Itália com apenas 1 ano, quando o pai foi vendi-do para o time de futebol AS Roma, em 1983. Cresceu e foi criada no país europeu.

O ex-jogador é carinhoso ao falar da filha. “O que me importa é vê-la feliz”, diz (leia entrevista na página seguinte). O irmão Gustavo confirma o momento de realiza-ção da irmã. “Ela está muito feliz, se recu-perando bem. É a realização de um sonho para ela”, falou à Gente.

Lea escolheu a Tailândia para a redesig-nação. O país asiático é a primeira opção para muitos transexuais. “Começaram bem antes lá, mas o procedimento é totalmente diferente do que é feito no Brasil” , explica Jalma Jurado, professor emérito do Depar-tamento de Cirurgia Plástica da Faculdade de Medicina de Jundiaí, em São Paulo (leia quadro na página 42). No Brasil, a operação custa em torno de R$ 25 mil.

Agora Lea T., que chegou a contar sua história no programa de Oprah Winfrey, deve ingressar com ação de alteração de re-gistro de nascimento quanto ao nome e ao sexo, que deve ser feito no país de nascimen-to. “Ainda não existe lei específica sobre o assunto”, explicou Tereza Rodrigues Vieira, advogada em São Paulo em casos de mu-dança de nome e mudança de sexo. Tereza foi a responsável pelo processo de Roberta Close em 2005. Para dar entrada na ação, a pessoa precisa enviar os pareceres médicos e psicológicos. “O juiz é quem decide. Para o judiciário não basta querer ser homem ou

mulher, tem que parecer homem ou mulher. Por isso as cirurgias”, contou. A recomen-dação atual do STJ (Supremo Tribunal de Justiça) é que não conste nada sobre a mu-dança de sexo na certidão, apenas no livro de registro do cartório.

Reverenciada pelo mundo da moda, Lea muda de sexo num Brasil talvez menos pre-conceituoso do que na época de Roberta Close. Ela despontou no unverso fashion ao posar nua para a revista Vogue em julho de 2010. Na época, a notícia teve repercussão negativa no Brasil. “Muitas mentiras foram ditas pela imprensa. Depois que a minha irmã revelou a sua posição sexual a amizade entre ela e o meu pai aumentou”, disse na época seu irmão Gustavo. “Somos uma fa-mília normal e não temos nenhum precon-ceito, sempre apoiamos as decisões e acom-panhamos de perto a carreira dela. Ela é idolatrada pelas irmãs. Eu, que sou o único homem, é que tive que me adaptar.”

Queridinha de Tisci, o estilista da Givenchy, Lea viu seu nome ganhar as páginas de jornais e revistas em janeiro de 2011 quando foi rece-bida com pompa e circunstância de pop star no São Paulo Fashion Week, ao desfilar para Alexandre Herchcovitch.As manchetes vol-taram quando desfilou de biquíni e estrelou a campanha da Blue Man em junho do mesmo ano. Era a hora da estrela. •

Antes de operar, Lea desfila de biquíni e é a estrela da Blue Man no Fashion Rio em junho de 2011

MULHERde verdadeNum Brasil talvez menos preconceituoso do que na época de Roberta Close, a top model Lea T. realiza a operação de mudança de sexo na Tailândia e se recupera ao lado da família no país asiáticoPOR Bruna narcizo e Thaís BoTelho

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‘‘É um momento meu. Quero ficar próxima da minha família e aproveitar esses dias ”Lea T. , ao explicar ao irmão Gustavo a decisão de manter a discrição sobre o assunto nos primeiros dias após a cirurgia

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“O objetivo é só vê-la feliz. Quem está de fora não imagina como é complicado. Normalmente a pessoa se isola. Fica muito sozinha. Ainda bem que ela se preparou, fez terapia. Agora é seguir a vida”

“Quando a minha mãe me dava uma chinelada, ela chorava junto comigo, porque não gostava de me ver sofrer. Sou assim com meus filhos. Tudo isso que Lea passou foi difícil”

“Comprei uma calcinha vermelha linda para ela passar o Réveillon. Ela deu risada quando contei. Aliás, sou mais flexível em brincar e relaxar do que ela. Por ter esse meu jeitão e a minha maturidade, vejo a coisa com mais naturalidade”

“A tendência é diminuir o preconceito. Até porque quando você fecha a porta da sua casa, é a sua vida e não pertence a ninguém. Às vezes o que você imagina que é uma grande confusão, é tão simples”

• Falar sobre a filha não é tabu para Toni-nho Cerezo, pelo contrário. É orgulho. Ha-bituado aos jargões machistas do dia a dia dos vestiários, o ex-jogador de futebol, hoje com 56 anos, fala com naturalidade sobre a cirurgia de Lea T. Sua voz ganha um tom doce ao falar da felicidade da filha e, em certos momentos, fica um pouco embarga-da. Despido de qualquer tipo de preconcei-to, ele falou à Gente na segunda-feira 26, de sua casa em Salvador.

• Como soube que ela iria fazer a cirurgia?• Toninho C. Estou sabendo há muito tem-po. Ela queria fazer, mas teve um problemi-nha de saúde e não pôde fazer antes. A família inteira foi para a Tailândia acompa-nhá-la. Eu não pude ir porque estava traba-lhando, mas fiquei acompanhando à distân-cia. Já falei com ela por telefone. Ela está supercontente e feliz e é isso que importa. A gente quer a felicidade dos filhos, a mi-nha eu já tenho.

• Você sente que ganhou uma filha?• Eu já tinha duas filhas mais a minha ex-mulher, que talvez seja a pessoa que eu mais

confie no mundo. Agora veio mais uma mu-lher para a minha vida. Está maravilhoso. Tudo que eu tive de bom na minha vida par-tiu das mulheres, começando pela minha mãe. Ter quatro na minha vida agora é bom demais. Comprei uma calcinha vermelha linda para ela passar o Réveillon. Ela deu ri-sada quando contei. Aliás, sou mais flexível em brincar e relaxar do que ela. Por ter esse meu jeitão e a minha maturidade, eu vejo a coisa com mais naturalidade.

• Como foi para você?• Se ela está feliz, eu estou feliz. Era uma coi-sa que ela queria muito e eu fico feliz por ela, sinceramente. Quando as pessoas que você ama estão felizes, você também está. Vou te dar um exemplo. Sou filho único e meu pai morreu cedo. Quando a minha mãe me dava uma chinelada ela chorava junto comigo, porque não gostava de me ver sofrer. Eu sou assim com meus filhos. Logicamente tudo isso que ela passou foi uma coisa difícil.

• Por que difícil?• Eu queria te falar, mas não tem como falar. (Ele se emociona). É uma situação que a gente

ToNiNho CeRezo, ex-craque da Seleção Brasileira dos anos 80, atual técnico do Vitória e pai de Lea T., descreve a emoção de ver a filha realizar o sonho de mudar de sexoPOR Bruna narcizo

“AgoRA vEio MAis UMA MULHER pARA A MinHA vidA”Toninho Cerezo

ao lado da ex-mulher Rosa e dos filhos Lea

(primeiro da esquerda para a

direita, enquanto ainda era

Leandro) Luana, Lorena e Gustavo

quer só o melhor para ela. Eu não encontro palavras para te explicar. O objetivo da famí-lia é só vê-la feliz. Quem está de fora não imagina como é complicado. É muito difícil. Normalmente a pessoa se isola, fica muito sozinha. Ainda bem que ela se preparou bem, fez terapia. Agora é seguir a vida.

• Acha que o preconceito diminuiu?• A tendência é essa. Até porque quando você fecha a porta da sua casa, é a sua vida e não pertence a ninguém. Até para mim é tudo novidade. Só que eu estou vivendo tudo isso e as coisas vão clareando. Às vezes o que você imagina que é uma grande confusão, é tão simples. Foco de outra forma, porque sou pai. Vejo como pai, como a Lea seguiu no seu caminho, toda a estrada que ela percorreu e tudo que ela está passando. A bandeira que ela levantou, a autoestima e inteligência que ela tem. Ela é mulher! Não tem muito que falar não. Ela está bem. E se eu vir alguma pessoa com um quadro como esse, vou enca-rar de outra maneira. Com maior sensibili-dade e carinho, porque nossa família viveu essa situação. Agora a Lea chegou onde que-ria. Ela está bem, eu tenho certeza disso. •

Cerezo, quando virou técnico do Vitória em dezembro de 2011, durante entrevista para um programa da tevê baiana

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Pela primeira vez na Sapucaí, ela foi uma das sensações do Camarote Brahma em 2011

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“O objetivo é só vê-la feliz. Quem está de fora não imagina como é complicado. Normalmente a pessoa se isola. Fica muito sozinha. Ainda bem que ela se preparou, fez terapia. Agora é seguir a vida”

“Quando a minha mãe me dava uma chinelada, ela chorava junto comigo, porque não gostava de me ver sofrer. Sou assim com meus filhos. Tudo isso que Lea passou foi difícil”

“Comprei uma calcinha vermelha linda para ela passar o Réveillon. Ela deu risada quando contei. Aliás, sou mais flexível em brincar e relaxar do que ela. Por ter esse meu jeitão e a minha maturidade, vejo a coisa com mais naturalidade”

“A tendência é diminuir o preconceito. Até porque quando você fecha a porta da sua casa, é a sua vida e não pertence a ninguém. Às vezes o que você imagina que é uma grande confusão, é tão simples”

• Falar sobre a filha não é tabu para Toni-nho Cerezo, pelo contrário. É orgulho. Ha-bituado aos jargões machistas do dia a dia dos vestiários, o ex-jogador de futebol, hoje com 56 anos, fala com naturalidade sobre a cirurgia de Lea T. Sua voz ganha um tom doce ao falar da felicidade da filha e, em certos momentos, fica um pouco embarga-da. Despido de qualquer tipo de preconcei-to, ele falou à Gente na segunda-feira 26, de sua casa em Salvador.

• Como soube que ela iria fazer a cirurgia?• Toninho C. Estou sabendo há muito tem-po. Ela queria fazer, mas teve um problemi-nha de saúde e não pôde fazer antes. A família inteira foi para a Tailândia acompa-nhá-la. Eu não pude ir porque estava traba-lhando, mas fiquei acompanhando à distân-cia. Já falei com ela por telefone. Ela está supercontente e feliz e é isso que importa. A gente quer a felicidade dos filhos, a mi-nha eu já tenho.

• Você sente que ganhou uma filha?• Eu já tinha duas filhas mais a minha ex-mulher, que talvez seja a pessoa que eu mais

confie no mundo. Agora veio mais uma mu-lher para a minha vida. Está maravilhoso. Tudo que eu tive de bom na minha vida par-tiu das mulheres, começando pela minha mãe. Ter quatro na minha vida agora é bom demais. Comprei uma calcinha vermelha linda para ela passar o Réveillon. Ela deu ri-sada quando contei. Aliás, sou mais flexível em brincar e relaxar do que ela. Por ter esse meu jeitão e a minha maturidade, eu vejo a coisa com mais naturalidade.

• Como foi para você?• Se ela está feliz, eu estou feliz. Era uma coi-sa que ela queria muito e eu fico feliz por ela, sinceramente. Quando as pessoas que você ama estão felizes, você também está. Vou te dar um exemplo. Sou filho único e meu pai morreu cedo. Quando a minha mãe me dava uma chinelada ela chorava junto comigo, porque não gostava de me ver sofrer. Eu sou assim com meus filhos. Logicamente tudo isso que ela passou foi uma coisa difícil.

• Por que difícil?• Eu queria te falar, mas não tem como falar. (Ele se emociona). É uma situação que a gente

ToNiNho CeRezo, ex-craque da Seleção Brasileira dos anos 80, atual técnico do Vitória e pai de Lea T., descreve a emoção de ver a filha realizar o sonho de mudar de sexoPOR Bruna narcizo

“AgoRA vEio MAis UMA MULHER pARA A MinHA vidA”Toninho Cerezo

ao lado da ex-mulher Rosa e dos filhos Lea

(primeiro da esquerda para a

direita, enquanto ainda era

Leandro) Luana, Lorena e Gustavo

quer só o melhor para ela. Eu não encontro palavras para te explicar. O objetivo da famí-lia é só vê-la feliz. Quem está de fora não imagina como é complicado. É muito difícil. Normalmente a pessoa se isola, fica muito sozinha. Ainda bem que ela se preparou bem, fez terapia. Agora é seguir a vida.

• Acha que o preconceito diminuiu?• A tendência é essa. Até porque quando você fecha a porta da sua casa, é a sua vida e não pertence a ninguém. Até para mim é tudo novidade. Só que eu estou vivendo tudo isso e as coisas vão clareando. Às vezes o que você imagina que é uma grande confusão, é tão simples. Foco de outra forma, porque sou pai. Vejo como pai, como a Lea seguiu no seu caminho, toda a estrada que ela percorreu e tudo que ela está passando. A bandeira que ela levantou, a autoestima e inteligência que ela tem. Ela é mulher! Não tem muito que falar não. Ela está bem. E se eu vir alguma pessoa com um quadro como esse, vou enca-rar de outra maneira. Com maior sensibili-dade e carinho, porque nossa família viveu essa situação. Agora a Lea chegou onde que-ria. Ela está bem, eu tenho certeza disso. •

Cerezo, quando virou técnico do Vitória em dezembro de 2011, durante entrevista para um programa da tevê baiana

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• “É uma adequação de gênero. a pessoa pode nascer com sexo masculino e ter o gênero feminino. a parte psicológica É o que conta” •Tereza Rodrigues Vieira, advogada especialista em casos de mudança de sexo

Capa

Nos braços da moda: modelo na sessão de fotos para uma campanha de beachwear em 2011

“O orgasmo é um mecanismo meramente cerebral”

Referência no Brasil quando o assunto é redesignação sexual, o médico Jalma Jurado, professor emérito do Departamento de Cirurgia Plástica da Faculdade de Medicina de Jundiaí, já operou mais de 800 pacientes. “Comecei experimentalmente em 1982, até vir o Artigo 197, da Constituição de 1988 que diz que os médicos poderão retirar órgãos, tecidos ou substâncias com a finalidade de doação, tratamento ou para a saúde”, explicou. À frente da clínica de cirurgia plástica e reparadora que leva seu nome, ele explicou como é feita a operação de transexuais MTF (de homem para mulher).

Por que a Tailândia ainda é o principal destino para esse tipo de operação?Eles começaram muito cedo lá, e aqui só tivemos autorização em 1997, e pelo SUS apenas em 2008. Mas o SUS não opera. O procedimento é totalmente diferente em cada lugar.

Como é feito lá e aqui?Quase não há médicos no Brasil aptos a esse tipo de cirurgia. Aqui, eu uso toda a pele do genital masculino esvaziada da parte erétil, mantendo apenas o sangue e os nervos que estão lá dentro. Viro essa pele como se fosse um dedo de luva ao contrário, e coloco no canal entre o intestino e a bexiga. Na Tailândia, eles tiram a pele dos genitais, envolvem em um tubo de silicone e esse tubo é colocado em um canal aberto no mesmo local. Então, essa pele tem que sobrevier dentro do tubo.

E o transex terá prazer normalmente? Como?Sim. A vantagem é que a pele do pênis é repleta de nervos e estes são responsáveis pelo prazer. O orgasmo é um mecanismo meramente cerebral. Pedimos uma pausa de dois meses e meio para voltar à vida sexual.

Quais são os cuidados pós-cirurgia?Hoje fazemos essa cirurgia em 3 horas e meia. No procedimento com o tubo, é mais demorado. Fica-se em repouso de 6 a 8 dias para pegar o tubo como enxerto. No Brasil, utilizamos somente a pele, então é mais tranquila. O principal cuidado é a higiene, para não ter infecção.

Na primeira vez em que desfilou no País, para Alexandre Hechcovith, Lea foi recebida como pop star no São Paulo Fashion Week de janeiro de 2011

Durante suas últimas férias no Brasil, em novembro de 2011

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• “É uma adequação de gênero. a pessoa pode nascer com sexo masculino e ter o gênero feminino. a parte psicológica É o que conta” •Tereza Rodrigues Vieira, advogada especialista em casos de mudança de sexo

Capa

Nos braços da moda: modelo na sessão de fotos para uma campanha de beachwear em 2011

“O orgasmo é um mecanismo meramente cerebral”

Referência no Brasil quando o assunto é redesignação sexual, o médico Jalma Jurado, professor emérito do Departamento de Cirurgia Plástica da Faculdade de Medicina de Jundiaí, já operou mais de 800 pacientes. “Comecei experimentalmente em 1982, até vir o Artigo 197, da Constituição de 1988 que diz que os médicos poderão retirar órgãos, tecidos ou substâncias com a finalidade de doação, tratamento ou para a saúde”, explicou. À frente da clínica de cirurgia plástica e reparadora que leva seu nome, ele explicou como é feita a operação de transexuais MTF (de homem para mulher).

Por que a Tailândia ainda é o principal destino para esse tipo de operação?Eles começaram muito cedo lá, e aqui só tivemos autorização em 1997, e pelo SUS apenas em 2008. Mas o SUS não opera. O procedimento é totalmente diferente em cada lugar.

Como é feito lá e aqui?Quase não há médicos no Brasil aptos a esse tipo de cirurgia. Aqui, eu uso toda a pele do genital masculino esvaziada da parte erétil, mantendo apenas o sangue e os nervos que estão lá dentro. Viro essa pele como se fosse um dedo de luva ao contrário, e coloco no canal entre o intestino e a bexiga. Na Tailândia, eles tiram a pele dos genitais, envolvem em um tubo de silicone e esse tubo é colocado em um canal aberto no mesmo local. Então, essa pele tem que sobrevier dentro do tubo.

E o transex terá prazer normalmente? Como?Sim. A vantagem é que a pele do pênis é repleta de nervos e estes são responsáveis pelo prazer. O orgasmo é um mecanismo meramente cerebral. Pedimos uma pausa de dois meses e meio para voltar à vida sexual.

Quais são os cuidados pós-cirurgia?Hoje fazemos essa cirurgia em 3 horas e meia. No procedimento com o tubo, é mais demorado. Fica-se em repouso de 6 a 8 dias para pegar o tubo como enxerto. No Brasil, utilizamos somente a pele, então é mais tranquila. O principal cuidado é a higiene, para não ter infecção.

Na primeira vez em que desfilou no País, para Alexandre Hechcovith, Lea foi recebida como pop star no São Paulo Fashion Week de janeiro de 2011

Durante suas últimas férias no Brasil, em novembro de 2011

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Passagem para a ÍNDIA

A estilista Emanuelle Junqueira visitou esse fascinante país e voltou encantada com a hospitalidade do seu povo e sua rica cultura.

E conta tudo de lindo que viu por lá. POR EmanuEllE JunquEira

• “Minha primeira viagem à Índia foi ines-quecível! Tive a oportunidade de ir a convite da Signature Fashion Tour, para um evento internacional de moda em Nova Délhi. Foram 16 desfiles, de oito estilistas, que re-presentavam suas capitais mundiais da moda. Foi uma honra representar o Brasil. Nessa empreitada, eu tive a companhia de Felipe Melo, responsável pelo estudio de produções, intermediador do projeto e muito divertido. Ao meu lado, também estavam Tatiane, dire-tora comercial da minha marca, a Emannuelle Junqueira, e Nina, diretora de marketing.

A chegada a Délhi foi fantástica. O aero-porto é magnífico e de lá fomos direto para o hotel, o Claridge Spa. Na estrada, uma pequena via de duas mãos, ouvia-se muita, muita buzina, mas, felizmente, não tinha o estresse habitual de São Paulo.

Ao lado, o Taj Mahal, um dos maiores símbolos da Índia. Abaixo, Emanuelle com um guia local. “O povo indiano é muito gentil e hospitaleiro”, diz

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Passagem para a ÍNDIA

A estilista Emanuelle Junqueira visitou esse fascinante país e voltou encantada com a hospitalidade do seu povo e sua rica cultura.

E conta tudo de lindo que viu por lá. POR EmanuEllE JunquEira

• “Minha primeira viagem à Índia foi ines-quecível! Tive a oportunidade de ir a convite da Signature Fashion Tour, para um evento internacional de moda em Nova Délhi. Foram 16 desfiles, de oito estilistas, que re-presentavam suas capitais mundiais da moda. Foi uma honra representar o Brasil. Nessa empreitada, eu tive a companhia de Felipe Melo, responsável pelo estudio de produções, intermediador do projeto e muito divertido. Ao meu lado, também estavam Tatiane, dire-tora comercial da minha marca, a Emannuelle Junqueira, e Nina, diretora de marketing.

A chegada a Délhi foi fantástica. O aero-porto é magnífico e de lá fomos direto para o hotel, o Claridge Spa. Na estrada, uma pequena via de duas mãos, ouvia-se muita, muita buzina, mas, felizmente, não tinha o estresse habitual de São Paulo.

Ao lado, o Taj Mahal, um dos maiores símbolos da Índia. Abaixo, Emanuelle com um guia local. “O povo indiano é muito gentil e hospitaleiro”, diz

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Fomos surpreendidos quando o carro pa-rou de repente, em frente a uma cabana. Um homem sentado, se refrescando de um calor de 43 graus com um ventilador velho, falou conosco: era um pedágio. Um grupo de por-cos no acostamento, famílias com cinco pes-soas na mesma motocicleta, com as mulheres sentadas de lado. A Índia é muito diferente do que estamos acostumados a ver. A beleza deles está na riqueza dessas pessoas, nos con-trastes de cores fortes e no cenário de tons empoeirados. Para mim, que sou designer, foi o mais belo contraste que já vi. A Índia é mágica! A sensação é de viver o passado no presente, mas com uma visão estranhamente futura. Senti isso também nas pessoas.

• Luxo e cultura• Tivemos o prazer de estar na Embaixada Brasileira em Nova Délhi e almoçamos num restaurante especial e cool na companhia dos

diplomatas – um pedacinho de Nova York, eu diria. O interesse em levar nosso estilo (não diria moda) brasileiro a eles já tem pla-nos futuros. E, felizmente, eu me incluo.

Ir ao cinema na Índia também foi um óti-mo programa. Ele fica dentro de um mega-shopping, com lojas gigantescas de luxo e uma sala de dar inveja à mais luxuosa do Brasil. Assistimos a uma produção local, mas muito divertida. As frases começavam em hindu, terminavam em inglês e vice-versa. Foi realmente muito divertido! Tive a honra de fazer amizade com um grande nome da moda indiana, Varun Bahl. Sua roupa é lin-da, rica em detalhes e feita à mão. Incrível! Quando provei um de seus vestidos, me sen-ti uma rainha. Sem decote, muita fluidez e lindos bordados. Foi uma excelente troca, já que ele elogiou muito minha coleção. Principalmente, uma parte da minha linha prêt-à-porter ‘Off Whit.E’. A festa pós-des-

file fechou com chave de ouro. Estava todo o mundo moderno da moda numa ‘balada secreta’. Estávamos entre amigos. A dança na Índia não tem excessos. É altamente sen-sual e, ao mesmo tempo, muito respeitosa. Diversão pura e saudável.

• Magia no ar• Uma das coisas mais marcantes que fiz foi andar de tuc tuc, uma espécie de pequeno táxi indiano. Foi muito divertido conhecer a cultura local! O Taj Mahal é um paraíso flo-rido e cheio de pássaros em meio a tanta poeira, pelo clima desértico. Já a cidade de Jaipur é rosa. Aquele rosa ‘poudrée’, famoso pó de arroz. Uma graça. O som é composto por sinos, vozes, flautas e buzinas. Tudo é muito mágico. A arquitetura dos antigos palácios chama a atenção pela falta de por-tas entre os cômodos. Eles eram divididos por cortinas. Até me inspirei para montar minha casa dessa forma. Para fazer com-pras, existe a loja do museu no Palácio da Cidade, que vale a pena, como toda loja de museu. Tem joias especiais, camisetas e coi-sinhas muito charmosas. E quem procura o que há de tão diferente e mágico na Índia, que tanto nos encanta, tem de continuar viajando pelo país para descobrir”. •

Parada para meditação num legítimo templo indiano

(acima) e as belas paisagens de um país repleto de

cultura e história (abaixo)

Alguns momentos da viagem de Emanuelle pela Índia: conhecendo a cultura local (acima e à direita) e se surpreendendo com a estrutura

de um pedágio (abaixo)

Foto

s Arq

uivo

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viaja

2/4/2012 | 69

Fomos surpreendidos quando o carro pa-rou de repente, em frente a uma cabana. Um homem sentado, se refrescando de um calor de 43 graus com um ventilador velho, falou conosco: era um pedágio. Um grupo de por-cos no acostamento, famílias com cinco pes-soas na mesma motocicleta, com as mulheres sentadas de lado. A Índia é muito diferente do que estamos acostumados a ver. A beleza deles está na riqueza dessas pessoas, nos con-trastes de cores fortes e no cenário de tons empoeirados. Para mim, que sou designer, foi o mais belo contraste que já vi. A Índia é mágica! A sensação é de viver o passado no presente, mas com uma visão estranhamente futura. Senti isso também nas pessoas.

• Luxo e cultura• Tivemos o prazer de estar na Embaixada Brasileira em Nova Délhi e almoçamos num restaurante especial e cool na companhia dos

diplomatas – um pedacinho de Nova York, eu diria. O interesse em levar nosso estilo (não diria moda) brasileiro a eles já tem pla-nos futuros. E, felizmente, eu me incluo.

Ir ao cinema na Índia também foi um óti-mo programa. Ele fica dentro de um mega-shopping, com lojas gigantescas de luxo e uma sala de dar inveja à mais luxuosa do Brasil. Assistimos a uma produção local, mas muito divertida. As frases começavam em hindu, terminavam em inglês e vice-versa. Foi realmente muito divertido! Tive a honra de fazer amizade com um grande nome da moda indiana, Varun Bahl. Sua roupa é lin-da, rica em detalhes e feita à mão. Incrível! Quando provei um de seus vestidos, me sen-ti uma rainha. Sem decote, muita fluidez e lindos bordados. Foi uma excelente troca, já que ele elogiou muito minha coleção. Principalmente, uma parte da minha linha prêt-à-porter ‘Off Whit.E’. A festa pós-des-

file fechou com chave de ouro. Estava todo o mundo moderno da moda numa ‘balada secreta’. Estávamos entre amigos. A dança na Índia não tem excessos. É altamente sen-sual e, ao mesmo tempo, muito respeitosa. Diversão pura e saudável.

• Magia no ar• Uma das coisas mais marcantes que fiz foi andar de tuc tuc, uma espécie de pequeno táxi indiano. Foi muito divertido conhecer a cultura local! O Taj Mahal é um paraíso flo-rido e cheio de pássaros em meio a tanta poeira, pelo clima desértico. Já a cidade de Jaipur é rosa. Aquele rosa ‘poudrée’, famoso pó de arroz. Uma graça. O som é composto por sinos, vozes, flautas e buzinas. Tudo é muito mágico. A arquitetura dos antigos palácios chama a atenção pela falta de por-tas entre os cômodos. Eles eram divididos por cortinas. Até me inspirei para montar minha casa dessa forma. Para fazer com-pras, existe a loja do museu no Palácio da Cidade, que vale a pena, como toda loja de museu. Tem joias especiais, camisetas e coi-sinhas muito charmosas. E quem procura o que há de tão diferente e mágico na Índia, que tanto nos encanta, tem de continuar viajando pelo país para descobrir”. •

Parada para meditação num legítimo templo indiano

(acima) e as belas paisagens de um país repleto de

cultura e história (abaixo)

Alguns momentos da viagem de Emanuelle pela Índia: conhecendo a cultura local (acima e à direita) e se surpreendendo com a estrutura

de um pedágio (abaixo)

Foto

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14/01/2011 | 71

Estilo Casa

• Por Silviane Neno

A ampla sala do casal foi concebida para receber amigos e também para as sessões de cinema nos domingos mais preguiçosos. Os móveis são da ArtefactoMenina

do RioO jeito de morar da carioca Camila Moura, em São Paulo, revela na decoração um pouco das duas cidades em espaços maximalistas

Juliana FaddulFOTOS Juca Rodrigues/Ag.IstoÉ

2/4/2012 | 71

• “Tinha um japonês trás de mim”. Mais do que lembrar a música “Bye Bye Brasil” de Chico Buarque, o antigo projeto da casa comprada pela empresária Camila Moura com o ma-rido, Thiago, em São Paulo, precisava de fato de mudanças. “Antes da gente, um japonês morava aqui. Os quartos eram bem pequenos então tivemos que fazer muitas reformas. Quebramos dois quartos e fizemos a suíte com closet e um bom armário.” O novo layout foi confiado ao arquiteto Mar-cos Marcelino. O quarto do casal, assim como o de hóspedes e o do futuro bebê, estão no segundo andar da casa. Há tam-bém uma antessala reservada às sessões de cinema privê. No décor, um navio feito com bonecos Lego denuncia uma das paixões do dono da casa: piratas. “Acho que o Thiago foi pi-rata na outra encarnação. Ele ama! Tem tudo!”, conta Cami-la. O toque retrô cabe ao frigobar vermelho.

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Estilo Casa

• Por Silviane Neno

A ampla sala do casal foi concebida para receber amigos e também para as sessões de cinema nos domingos mais preguiçosos. Os móveis são da ArtefactoMenina

do RioO jeito de morar da carioca Camila Moura, em São Paulo, revela na decoração um pouco das duas cidades em espaços maximalistas

Juliana FaddulFOTOS Juca Rodrigues/Ag.IstoÉ

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• “Tinha um japonês trás de mim”. Mais do que lembrar a música “Bye Bye Brasil” de Chico Buarque, o antigo projeto da casa comprada pela empresária Camila Moura com o ma-rido, Thiago, em São Paulo, precisava de fato de mudanças. “Antes da gente, um japonês morava aqui. Os quartos eram bem pequenos então tivemos que fazer muitas reformas. Quebramos dois quartos e fizemos a suíte com closet e um bom armário.” O novo layout foi confiado ao arquiteto Mar-cos Marcelino. O quarto do casal, assim como o de hóspedes e o do futuro bebê, estão no segundo andar da casa. Há tam-bém uma antessala reservada às sessões de cinema privê. No décor, um navio feito com bonecos Lego denuncia uma das paixões do dono da casa: piratas. “Acho que o Thiago foi pi-rata na outra encarnação. Ele ama! Tem tudo!”, conta Cami-la. O toque retrô cabe ao frigobar vermelho.

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Estilo Casa

Cozinha, sala de jantar, living e varanda ocupam o piso inferior. O ponto de partida para a decoração foram os pre-sentes de casamento. Móveis inclusive. Além de objetos que ganharam importância, como uma árvore de metal que re-presenta as quatro estações do ano “Nem sei o nome do de-signer, mas adoro.” O livro Pucci sobre a mesa foi assinado pela filha do estilista Laudomina Pucci.

Aqui e ali, pequenos detalhes mostram a ligação de Ca-mila com a moda. Carioca, ela veio para São Paulo há 12 anos e há dois abriu sua própria marca de roupas, A Cami-la do Rio, no Shopping Cidade Jardim. “Logo que vim para São Paulo pensava: ‘As pessoas são tão arrumadas. Na Pau-lista todo mundo é tão chique. Nunca vou me acostumar com isso”, exagera.

Camila fala de um jeito descontraído, como se tivesse aca-bado de voltar da praia. Assim, bem carioca. Casada há dois anos com o paulista Thiago Hourneaux, ela migrou de seu apartamento nos Jardins para a casa de 600 m² no Morumbi. “A localização é ótima, porque eu sempre fujo do trânsito para ir ao trabalho.” O décor agrega o perfume das duas ci-dades, sem conflitos. Thiago empresta o ar high tech com muitos gadgets , seus “brinquedos” da Apple e automação so-fisticada, um desafio a alma feminina: “ É tão moderna que eu nem consigo ligar a luz, às vezes”, diz Camila.

A cozinha está entre os lugares favoritos do casal. Como adora café, Camila tem um canto reservado a degustação em sua cozinha. Coisa para agradar até barista. Não é à toa que há cafeteiras espalhadas em vários pontos da casa, como em seu escritório, no subsolo. Camila também coleciona garrafas de Coca-Cola. “Adoro garrafas. De todos os tipos!”

A casa ampla e clean ainda tem muito espaço para a mania de sempre trazer recordações de viagens. “É uma maneira de tornar a casa aconchegante principalmente para receber os amigos.” A cada duas semanas, uma turma aparece para noi-tes de pizza ou comida japonesa. Sim, coincidências não acontecem por acaso. Dono da rede Temakeria em São Pau-lo, Thiago prefere espaços máxi à arquitetura minimalista oriental. Pequeno, só um bom temaki. •

Acima o quarto do casal. Os bichos de pelúcia dão um tom divertido. Abaixo, o abajur é da Cecília Dale, mesa Artefacto e cadeiras da Temakeria

Ao lado, a geladeira retrô da Brastemp. Acima, o living e abaixo, a coleção de garrafas da empresária. “Onde quer que eu vá, compro alguma garrafa”

A varanda ganhou cadeiras Cecília Dale. O carrinho de flores é um mimo da Arteiro. “Minha mãe é terapista floral, então eu gosto de colocar flores na casa”

POST-IT

Canto preferido

O espaço reservado ao café, na cozinha.

Achado de décor

Porta-café da Torre Eiffel.

Trazido de Paris.

Na Wish listUm quadro de Romero Britto.

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Estilo Casa

Cozinha, sala de jantar, living e varanda ocupam o piso inferior. O ponto de partida para a decoração foram os pre-sentes de casamento. Móveis inclusive. Além de objetos que ganharam importância, como uma árvore de metal que re-presenta as quatro estações do ano “Nem sei o nome do de-signer, mas adoro.” O livro Pucci sobre a mesa foi assinado pela filha do estilista Laudomina Pucci.

Aqui e ali, pequenos detalhes mostram a ligação de Ca-mila com a moda. Carioca, ela veio para São Paulo há 12 anos e há dois abriu sua própria marca de roupas, A Cami-la do Rio, no Shopping Cidade Jardim. “Logo que vim para São Paulo pensava: ‘As pessoas são tão arrumadas. Na Pau-lista todo mundo é tão chique. Nunca vou me acostumar com isso”, exagera.

Camila fala de um jeito descontraído, como se tivesse aca-bado de voltar da praia. Assim, bem carioca. Casada há dois anos com o paulista Thiago Hourneaux, ela migrou de seu apartamento nos Jardins para a casa de 600 m² no Morumbi. “A localização é ótima, porque eu sempre fujo do trânsito para ir ao trabalho.” O décor agrega o perfume das duas ci-dades, sem conflitos. Thiago empresta o ar high tech com muitos gadgets , seus “brinquedos” da Apple e automação so-fisticada, um desafio a alma feminina: “ É tão moderna que eu nem consigo ligar a luz, às vezes”, diz Camila.

A cozinha está entre os lugares favoritos do casal. Como adora café, Camila tem um canto reservado a degustação em sua cozinha. Coisa para agradar até barista. Não é à toa que há cafeteiras espalhadas em vários pontos da casa, como em seu escritório, no subsolo. Camila também coleciona garrafas de Coca-Cola. “Adoro garrafas. De todos os tipos!”

A casa ampla e clean ainda tem muito espaço para a mania de sempre trazer recordações de viagens. “É uma maneira de tornar a casa aconchegante principalmente para receber os amigos.” A cada duas semanas, uma turma aparece para noi-tes de pizza ou comida japonesa. Sim, coincidências não acontecem por acaso. Dono da rede Temakeria em São Pau-lo, Thiago prefere espaços máxi à arquitetura minimalista oriental. Pequeno, só um bom temaki. •

Acima o quarto do casal. Os bichos de pelúcia dão um tom divertido. Abaixo, o abajur é da Cecília Dale, mesa Artefacto e cadeiras da Temakeria

Ao lado, a geladeira retrô da Brastemp. Acima, o living e abaixo, a coleção de garrafas da empresária. “Onde quer que eu vá, compro alguma garrafa”

A varanda ganhou cadeiras Cecília Dale. O carrinho de flores é um mimo da Arteiro. “Minha mãe é terapista floral, então eu gosto de colocar flores na casa”

POST-IT

Canto preferido

O espaço reservado ao café, na cozinha.

Achado de décor

Porta-café da Torre Eiffel.

Trazido de Paris.

Na Wish listUm quadro de Romero Britto.

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Ensaio

Aos 28 anos, Sheron Menezzes conquista seu espaço na tevê, é destaque na novela Aquele Beijo, não gosta de roupas ousadas e mantém a simplicidade. E ainda tem gente que fala mal da moça

POR AnA CorA LimA

fOtOs robert SChwenCk

COnCeitO biAnCA ZArAmeLLA

styling DAnieLA oLiveirA

• A fala mansa e o jeito doce dão pistas falsas sobre Sheron Menezzes. A gaúcha de 28 anos sabe se impor e não faz a menor ceri-mônia em dizer o que pensa. “Sou uma pes-soa de opinião, gosto de expressar as minhas ideias. Como sou enfática e taxativa, algu-mas pessoas dizem que sou antipática. Mas não sou”, garante a atriz, que chegou a sofrer no passado com o pré-julgamento. Hoje, ela garante que não liga para qualquer comen-tário a seu respeito. “Quem me conhece sabe que a sinceridade é uma das minhas qualidades”, diz.

antipática”“Dizemque sou

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Ensaio

Aos 28 anos, Sheron Menezzes conquista seu espaço na tevê, é destaque na novela Aquele Beijo, não gosta de roupas ousadas e mantém a simplicidade. E ainda tem gente que fala mal da moça

POR AnA CorA LimA

fOtOs robert SChwenCk

COnCeitO biAnCA ZArAmeLLA

styling DAnieLA oLiveirA

• A fala mansa e o jeito doce dão pistas falsas sobre Sheron Menezzes. A gaúcha de 28 anos sabe se impor e não faz a menor ceri-mônia em dizer o que pensa. “Sou uma pes-soa de opinião, gosto de expressar as minhas ideias. Como sou enfática e taxativa, algu-mas pessoas dizem que sou antipática. Mas não sou”, garante a atriz, que chegou a sofrer no passado com o pré-julgamento. Hoje, ela garante que não liga para qualquer comen-tário a seu respeito. “Quem me conhece sabe que a sinceridade é uma das minhas qualidades”, diz.

antipática”“Dizemque sou

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14/01/2011 | 472/4/2012 | 47

Ensaio

‘‘Eu era muito moleca. Minha mãe me colocou num curso de modelo para eu ficar mais feminina. Eu era muito travadinha”

Turb

ante

azu

l Don

a C

oisa

, Bri

ncos

Cam

ila K

lein

e v

estid

o pa

etês

Luc

ci Juliana Paes, uma das suas melhores ami-gas no meio artístico, concorda e assina em baixo. “A Sheron não finge nunca sentir o que não sente! Além disso, é uma atriz sen-sível e talentosa e uma amiga sempre presen-te”, destaca Juliana. A firmeza e a determina-ção são traços que a atriz carrega desde a infância. “Eu era muito moleca. Minha mãe me colocou num curso de modelo para eu ficar mais feminina. Comecei a fazer cursos para ficar mais solta, porque eu era muito travadinha”, lembra. A primeira oportunida-de para atuar na televisão apareceu depois de quatro anos de testes e de uma experiência meteórica como cantora em São Paulo. “Saí de Porto Alegre direto para a capital paulista. Estava cansada de fazer testes para ser atriz e não ser aprovada. Daí, fui cantar”, lembra. “Já estava ensaiando com uma banda, quan-do fui chamada para fazer o teste para a no-vela Esperança. Fui sem a menor pretensão, mas passei e tudo mudou”, conta ela. Hoje, a jovem atriz é destaque na novela Aquele Beijo, da Globo, no papel da bela Sarita.

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Ensaio

‘‘Eu era muito moleca. Minha mãe me colocou num curso de modelo para eu ficar mais feminina. Eu era muito travadinha”

Turb

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ci Juliana Paes, uma das suas melhores ami-gas no meio artístico, concorda e assina em baixo. “A Sheron não finge nunca sentir o que não sente! Além disso, é uma atriz sen-sível e talentosa e uma amiga sempre presen-te”, destaca Juliana. A firmeza e a determina-ção são traços que a atriz carrega desde a infância. “Eu era muito moleca. Minha mãe me colocou num curso de modelo para eu ficar mais feminina. Comecei a fazer cursos para ficar mais solta, porque eu era muito travadinha”, lembra. A primeira oportunida-de para atuar na televisão apareceu depois de quatro anos de testes e de uma experiência meteórica como cantora em São Paulo. “Saí de Porto Alegre direto para a capital paulista. Estava cansada de fazer testes para ser atriz e não ser aprovada. Daí, fui cantar”, lembra. “Já estava ensaiando com uma banda, quan-do fui chamada para fazer o teste para a no-vela Esperança. Fui sem a menor pretensão, mas passei e tudo mudou”, conta ela. Hoje, a jovem atriz é destaque na novela Aquele Beijo, da Globo, no papel da bela Sarita.

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Ensaio

Sua faceta romântica aparece quando o assunto é casamento. A atriz, que há cinco meses namora o modelo Saulo Bernard, revela-se um tanto convencional ao falar so-bre o relacionamento que considera ideal. “Gosto de morar junto, de criar os filhos juntos. Mas sei que hoje em dia isso não é muito normal. Quando a gente fala que acredita no casamento como uma institui-ção, as pessoas nos chamam de boba, de so-nhadora”, revela a moça, que é louca para ser mãe. “Quero ter dois filhos, um biológico e um adotivo. Às vezes, me dá uma vontade danada de ser mãe logo. Mas depois passa. De uma coisa eu tenho certeza: vou ser da-quelas mães bem babonas! Vou lamber mui-to a cria”, declara. Sua fé no casamento é reforçada por sua relação estreita com a re-ligião. De formação católica, Sheron se tor-nou adepta da religião messiânica há um ano. “Lá, eu me encontrei e acredito que quando você está bem espiritualmente, tudo fica bem”, diz a filha mais velha da escritora Veralinda Mancilha e do contador Haroldo Menezes, casados há 30 anos.

• Sem ousadias• Se por um lado Sheron não se importa em falar do seu desejo de ser mãe, por outro as-sume que não gosta de entrar em detalhes sobre suas relações amorosas. “Nunca fui de ficar, ter namoricos, ou de emendar uma re-

Beleza • Marcelo HicHoassistente de PROduçãO de mOda • Teddy Zany

Turb

ante

ros

a D

ona

Coi

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rico

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Cri

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arro

s e

sand

ália

Are

zzo

2/4/2012 | 49

“Nunca gostei de usar roupas provocantes. Essa coisa de se exibir não é comigo. Sei que está tudo bem com o meu corpo, mas ele é meu. Só meu”

lação na outra. Meus namoros são longos.” Ela também opta pela discrição quando o assunto é seu atual namorado. “Nós nos co-nhecemos no Rock in Rio. Um amigo em co-mum nos apresentou. Ele é muito compa-nheiro e carinhoso. E isso é fundamental.” Seus cuidados com a exposição também in-terferem no seu jeito de vestir. Sheron detes-ta roupas muito curtas, com decotes ousados, e evita usar peças que deixem sua barriga à mostra. Se tem a ver com ciúmes do namo-rado? Ela garante que não. “Nunca gostei de usar roupas provocantes. Essa coisa de se exi-bir não é comigo. Sei que está tudo bem com o meu corpo, mas ele é meu. Só meu”, diz a moça, que come de tudo e mantém a silhue-ta graças aos exercícios físicos diários.

Fiel à sua natureza inquieta, Sheron evita rotina e diz que gosta de variar até no seu es-quema de malhação. “Eu sou muito ativa. Não gosto de rotina. Por isso, cada dia faço uma coisa”. Kickboxing, yoga, submission (um tipo de jiu-jítsu sem quimono), slackline (equilíbrio na corda) e andar de patins são as atividades praticadas pela atriz, que garante, ainda, ser ótima cozinheira. “De vez em quan-do, chamo meus amigos mais íntimos para um jantarzinho. Tem entrada, prato principal e até sobremesa. Tudo feito por mim”, conta. “Aprendi a cozinhar com o meu pai.” Linda, simples, esportista, sincera, boa cozinheira. E ainda tem gente que a acha antipática. •

Page 21: ISTOÉ GENTE 655

Ensaio

Sua faceta romântica aparece quando o assunto é casamento. A atriz, que há cinco meses namora o modelo Saulo Bernard, revela-se um tanto convencional ao falar so-bre o relacionamento que considera ideal. “Gosto de morar junto, de criar os filhos juntos. Mas sei que hoje em dia isso não é muito normal. Quando a gente fala que acredita no casamento como uma institui-ção, as pessoas nos chamam de boba, de so-nhadora”, revela a moça, que é louca para ser mãe. “Quero ter dois filhos, um biológico e um adotivo. Às vezes, me dá uma vontade danada de ser mãe logo. Mas depois passa. De uma coisa eu tenho certeza: vou ser da-quelas mães bem babonas! Vou lamber mui-to a cria”, declara. Sua fé no casamento é reforçada por sua relação estreita com a re-ligião. De formação católica, Sheron se tor-nou adepta da religião messiânica há um ano. “Lá, eu me encontrei e acredito que quando você está bem espiritualmente, tudo fica bem”, diz a filha mais velha da escritora Veralinda Mancilha e do contador Haroldo Menezes, casados há 30 anos.

• Sem ousadias• Se por um lado Sheron não se importa em falar do seu desejo de ser mãe, por outro as-sume que não gosta de entrar em detalhes sobre suas relações amorosas. “Nunca fui de ficar, ter namoricos, ou de emendar uma re-

Beleza • Marcelo HicHoassistente de PROduçãO de mOda • Teddy Zany

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“Nunca gostei de usar roupas provocantes. Essa coisa de se exibir não é comigo. Sei que está tudo bem com o meu corpo, mas ele é meu. Só meu”

lação na outra. Meus namoros são longos.” Ela também opta pela discrição quando o assunto é seu atual namorado. “Nós nos co-nhecemos no Rock in Rio. Um amigo em co-mum nos apresentou. Ele é muito compa-nheiro e carinhoso. E isso é fundamental.” Seus cuidados com a exposição também in-terferem no seu jeito de vestir. Sheron detes-ta roupas muito curtas, com decotes ousados, e evita usar peças que deixem sua barriga à mostra. Se tem a ver com ciúmes do namo-rado? Ela garante que não. “Nunca gostei de usar roupas provocantes. Essa coisa de se exi-bir não é comigo. Sei que está tudo bem com o meu corpo, mas ele é meu. Só meu”, diz a moça, que come de tudo e mantém a silhue-ta graças aos exercícios físicos diários.

Fiel à sua natureza inquieta, Sheron evita rotina e diz que gosta de variar até no seu es-quema de malhação. “Eu sou muito ativa. Não gosto de rotina. Por isso, cada dia faço uma coisa”. Kickboxing, yoga, submission (um tipo de jiu-jítsu sem quimono), slackline (equilíbrio na corda) e andar de patins são as atividades praticadas pela atriz, que garante, ainda, ser ótima cozinheira. “De vez em quan-do, chamo meus amigos mais íntimos para um jantarzinho. Tem entrada, prato principal e até sobremesa. Tudo feito por mim”, conta. “Aprendi a cozinhar com o meu pai.” Linda, simples, esportista, sincera, boa cozinheira. E ainda tem gente que a acha antipática. •

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Diversão & Arte

14/01/2011 | 95

• O corpo esguio e forte, de 1.82 m e 76 quilos, parece ter sido talhado para a dança clássica. Mas para chegar ao topo da carreira como primeiro bailarino da conceituada companhia inglesa The Royal Ballet, há exatos dez anos, Thiago Soares, 30, precisou de muito mais do que um biótipo favorável. Talento e per-sistência foram ingredientes fundamen-tais para a trajetória de sucesso do bai-larino, que saiu de um grupo de street dance da Zona Norte carioca para ocu-par o posto que já foi de Rudolf Nureyev e Mikhail Baryshnikov. Após se encantar pelo trabalho de Thiago e da sua mulher, a argentina Marianela Nuñez, 29, primeira bailarina da mesma companhia, a diretora inglesa Beadie Finzi convidou os dois para protagoniza-rem All I Am, documentário sobre a tra-jetória do casal e cujas filmagens termi-nam em setembro.Nascido num dos municípios mais pobres do Rio de Janeiro, Thiago mora em Londres desde 2002. De tão integra-do à cultura local, deixou escapar algu-mas expressões em inglês na entrevista que concedeu à Gente numa churrasca-ria em Copacabana. “A dança me deu um lugar na sociedade, os maiores prê-

mios, alegrias, me fez conhecer minha esposa e os amigos que tenho”, conta. Ele diz não haver uma receita para o casamento dar certo. “Ela manda mais em tudo (risos). Eu, como bom marido, aprendi a falar ‘yes’”.

• Na gravação do filme, vocês foram acompanhados por câmeras 24 horas por dia. Como é viver sendo seguido? • Foi muito intenso. Já gravamos no Brasil, na Argentina, no Japão, na Inglaterra... Deve estar tudo terminado em setembro. Há cenas específicas da nossa vida, como quando estou em Londres e me imagino na praia, fecho os olhos e faço viagem mental, sempre brinco disso. No começo, fiquei preocu-pado de ser uma coisa brega, mas ficou muito melhor do que imaginava.

• Sofreu bullying ou algum tipo de pre-conceito por ser bailarino?• Nunca sofri bullying. E quando come-cei a dançar, estava ciente de que havia preconceito. Na escola, o pessoal saca-neava: “Ah! A sapatilha”. Mas isso nunca me traumatizou. Meu pai falava: ‘Vai viver disso? Vai ganhar dinheiro?’. Mas era uma preocupação normal.

• Para você, Como foi o começo da vida fora do Brasil?• Muito difícil. Fui morar em São Petersburgo e tive uma lesão no pé. Arrebentei um ligamento. Foi complica-do conseguir me reabilitar no meio daquela neve e no cotidiano russo, há 10 anos. Eu era um brasileiro vivendo o cotidiano de um russo, tentando falar a língua deles, porque eles não falavam muito inglês. No Brasil, quando você está se sentindo mal, você vai à praia. Lá, eu ia pra casa, ver novela brasileira dublada em russo.

• E como foi o início do namoro com Marianela? • Começamos a dançar juntos, ficamos colegas e começamos a viajar. Fomos pra Miami e cheguei achando que ela já estava na minha. Resolvi esperar um momento de noite, na praia, pra xavecar. Veio uma bicicleta, dessas grandonas que o cara te leva numa caçamba. Sentamos e, do nada, o cara empina

e a caçamba vai para o lado, a gente gritava. Foi hilário. Depois da viagem, voltamos juntos. No princípio, foi difícil, porque em companhia falam muito, fofocam. Ficamos uns 6 meses juntos, mas sem ninguém saber.

• O casamento era um sonho dos dois?• Casamos em julho do ano passado, na Argentina, com um padre fazendo a troca de rings (anéis), e fizemos uma festa no Rio de Janeiro, cerca de um mês depois. A preparação foi muito chata, porque na Argentina é uma buro-cracia danada. Tem de fazer exame de sangue e até de doenças venéreas. Um absurdo. Mas um dia antes, começaram a chegar os convidados, relaxamos e foi amazing (incrível). Foi lindo. A gente nem achou que ia curtir tanto.

• Como é dançar ao lado da sua mulher? • É bom trabalhar com alguém que você ama. Ainda mais hoje, que estamos sóli-dos como artistas e na vida pessoal. Eu e Marianela somos muito sortudos. Passamos bastante tempo juntos. É difícil, porque coisas da relação influenciam nas decisões profissionais. Então, chega uma época que é uma bagunça, mas depois vem a bonança.

• Quem manda mais em casa?• Ela manda mais em tudo (risos). Eu, como bom marido, aprendi a falar “yes”.

‘‘Nunca sofri bullying. E quando comecei a dançar, estava ciente de que havia preconceito. Na escola, o pessoal sacaneava: “Ah! A sapatilha”. Mas isso nunca me traumatizou”

dança • Thiago SoareSavalia: ★★★★★ indispensável ★★★★ muito bom

★★★ bom ★★ RegulaR ★ fRaco

Thiago, 30 anos, começou a dançar

num grupo de sTreeT dance da Zona norTe

carioca

Consagrado como primeiro

bailarino do Royal Ballet

de Londres, o carioca

Thiago Soares já rodou o

mundo dançando, conheceu

o príncipe Charles e

comemora o sucesso ao

lado da mulher e parceira na

dança, Marianela Nuñez

Samia Mazzucco

Baryshnikov, MadE iN BRaziL

cinema • teatro • música • livros • televisão • gastronomia

Tem dia que estou no sofá, vendo tevê com o controle remoto nas mãos, e ela no quarto resmungando com a mãe ao telefone. É igual a todo mundo. Mas, mesmo com os pontos negativos, a gente vive bem.

• Pensam em ter filhos? • Agora, não. Mas, com certeza, a gente quer ter. Imagino que será possível daqui a uns três anos.

• Gostaria de criá-los no Brasil ou na inglaterra? • Acho que seria em Londres. Nossa vida está muito baseada lá.

• Você já visitou uma das fazendas do príncipe Charles com seus colegas do Royal Ballet. Como foi a experiência?• Foi maravilhoso. Tive a oportunidade de conversar com o príncipe, falei do balé, de Brasil, óbvio, e ele disse que adorava o nosso país. Ele é extremamen-te educado, super charming (encanta-dor), sério, mas bem-humorado. Quando tive a oportunidade de encontrá-lo, entendi o que a realeza representa.

• Você já parou para pensar na sua aposentadoria? • Nem comece. Pode parar! (risos) Gostaria de fazer alguma coisa ligada ao meio artístico. Mas também gosto de produção. Deixo os caminhos abertos. •M

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Diversão & Arte

14/01/2011 | 95

• O corpo esguio e forte, de 1.82 m e 76 quilos, parece ter sido talhado para a dança clássica. Mas para chegar ao topo da carreira como primeiro bailarino da conceituada companhia inglesa The Royal Ballet, há exatos dez anos, Thiago Soares, 30, precisou de muito mais do que um biótipo favorável. Talento e per-sistência foram ingredientes fundamen-tais para a trajetória de sucesso do bai-larino, que saiu de um grupo de street dance da Zona Norte carioca para ocu-par o posto que já foi de Rudolf Nureyev e Mikhail Baryshnikov. Após se encantar pelo trabalho de Thiago e da sua mulher, a argentina Marianela Nuñez, 29, primeira bailarina da mesma companhia, a diretora inglesa Beadie Finzi convidou os dois para protagoniza-rem All I Am, documentário sobre a tra-jetória do casal e cujas filmagens termi-nam em setembro.Nascido num dos municípios mais pobres do Rio de Janeiro, Thiago mora em Londres desde 2002. De tão integra-do à cultura local, deixou escapar algu-mas expressões em inglês na entrevista que concedeu à Gente numa churrasca-ria em Copacabana. “A dança me deu um lugar na sociedade, os maiores prê-

mios, alegrias, me fez conhecer minha esposa e os amigos que tenho”, conta. Ele diz não haver uma receita para o casamento dar certo. “Ela manda mais em tudo (risos). Eu, como bom marido, aprendi a falar ‘yes’”.

• Na gravação do filme, vocês foram acompanhados por câmeras 24 horas por dia. Como é viver sendo seguido? • Foi muito intenso. Já gravamos no Brasil, na Argentina, no Japão, na Inglaterra... Deve estar tudo terminado em setembro. Há cenas específicas da nossa vida, como quando estou em Londres e me imagino na praia, fecho os olhos e faço viagem mental, sempre brinco disso. No começo, fiquei preocu-pado de ser uma coisa brega, mas ficou muito melhor do que imaginava.

• Sofreu bullying ou algum tipo de pre-conceito por ser bailarino?• Nunca sofri bullying. E quando come-cei a dançar, estava ciente de que havia preconceito. Na escola, o pessoal saca-neava: “Ah! A sapatilha”. Mas isso nunca me traumatizou. Meu pai falava: ‘Vai viver disso? Vai ganhar dinheiro?’. Mas era uma preocupação normal.

• Para você, Como foi o começo da vida fora do Brasil?• Muito difícil. Fui morar em São Petersburgo e tive uma lesão no pé. Arrebentei um ligamento. Foi complica-do conseguir me reabilitar no meio daquela neve e no cotidiano russo, há 10 anos. Eu era um brasileiro vivendo o cotidiano de um russo, tentando falar a língua deles, porque eles não falavam muito inglês. No Brasil, quando você está se sentindo mal, você vai à praia. Lá, eu ia pra casa, ver novela brasileira dublada em russo.

• E como foi o início do namoro com Marianela? • Começamos a dançar juntos, ficamos colegas e começamos a viajar. Fomos pra Miami e cheguei achando que ela já estava na minha. Resolvi esperar um momento de noite, na praia, pra xavecar. Veio uma bicicleta, dessas grandonas que o cara te leva numa caçamba. Sentamos e, do nada, o cara empina

e a caçamba vai para o lado, a gente gritava. Foi hilário. Depois da viagem, voltamos juntos. No princípio, foi difícil, porque em companhia falam muito, fofocam. Ficamos uns 6 meses juntos, mas sem ninguém saber.

• O casamento era um sonho dos dois?• Casamos em julho do ano passado, na Argentina, com um padre fazendo a troca de rings (anéis), e fizemos uma festa no Rio de Janeiro, cerca de um mês depois. A preparação foi muito chata, porque na Argentina é uma buro-cracia danada. Tem de fazer exame de sangue e até de doenças venéreas. Um absurdo. Mas um dia antes, começaram a chegar os convidados, relaxamos e foi amazing (incrível). Foi lindo. A gente nem achou que ia curtir tanto.

• Como é dançar ao lado da sua mulher? • É bom trabalhar com alguém que você ama. Ainda mais hoje, que estamos sóli-dos como artistas e na vida pessoal. Eu e Marianela somos muito sortudos. Passamos bastante tempo juntos. É difícil, porque coisas da relação influenciam nas decisões profissionais. Então, chega uma época que é uma bagunça, mas depois vem a bonança.

• Quem manda mais em casa?• Ela manda mais em tudo (risos). Eu, como bom marido, aprendi a falar “yes”.

‘‘Nunca sofri bullying. E quando comecei a dançar, estava ciente de que havia preconceito. Na escola, o pessoal sacaneava: “Ah! A sapatilha”. Mas isso nunca me traumatizou”

dança • Thiago SoareSavalia: ★★★★★ indispensável ★★★★ muito bom

★★★ bom ★★ RegulaR ★ fRaco

Thiago, 30 anos, começou a dançar

num grupo de sTreeT dance da Zona norTe

carioca

Consagrado como primeiro

bailarino do Royal Ballet

de Londres, o carioca

Thiago Soares já rodou o

mundo dançando, conheceu

o príncipe Charles e

comemora o sucesso ao

lado da mulher e parceira na

dança, Marianela Nuñez

Samia Mazzucco

Baryshnikov, MadE iN BRaziL

cinema • teatro • música • livros • televisão • gastronomia

Tem dia que estou no sofá, vendo tevê com o controle remoto nas mãos, e ela no quarto resmungando com a mãe ao telefone. É igual a todo mundo. Mas, mesmo com os pontos negativos, a gente vive bem.

• Pensam em ter filhos? • Agora, não. Mas, com certeza, a gente quer ter. Imagino que será possível daqui a uns três anos.

• Gostaria de criá-los no Brasil ou na inglaterra? • Acho que seria em Londres. Nossa vida está muito baseada lá.

• Você já visitou uma das fazendas do príncipe Charles com seus colegas do Royal Ballet. Como foi a experiência?• Foi maravilhoso. Tive a oportunidade de conversar com o príncipe, falei do balé, de Brasil, óbvio, e ele disse que adorava o nosso país. Ele é extremamen-te educado, super charming (encanta-dor), sério, mas bem-humorado. Quando tive a oportunidade de encontrá-lo, entendi o que a realeza representa.

• Você já parou para pensar na sua aposentadoria? • Nem comece. Pode parar! (risos) Gostaria de fazer alguma coisa ligada ao meio artístico. Mas também gosto de produção. Deixo os caminhos abertos. •M

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Romance

“Já fui aprovado pelos

filhos dela”Uau! Aos beijos,

Claudia Raia e Jarbas Homem de Mello foram a sensação da

noite no Prêmio Shell de Teatro

Em São Paulo, Jarbas Homem de Mello e Claudia Raia assumem namoro publicamente. O ator confirma que a família da atriz o acolheu bem

POR Simone BlaneS

• O que começou como amizade e virou ro-mance de Carnaval – com direito a beijos calientes em plena Marquês de Sapucaí, em fevereiro – é, agora, namoro de verdade. Claudia Raia e Jarbas Homem de Mello as-sumiram a relação na noite da terça-feira 20, durante a entrega do 24º Prêmio Shell de Teatro, em São Paulo. “É namoro sim. E está tudo maravilhoso, tudo certo”, disse ele, que concorria na categoria de melhor ator por sua atuação em Cabaret, à Gente.

O ator não ganhou o prêmio, mas em compensação, recebeu muitos carinhos e bei-jos apaixonados de Claudia, que não o largou por um só minuto. “Na verdade nos conhece-mos há muito tempo. Já conheci os filhos da Claudia e fui aprovado”, diverte-se o ator. “Foi tudo acontecendo naturalmente e acho que a gente acreditou no que todo mundo estava dizendo. Agora estamos juntos sim, e muito felizes”, completou Jarbas. Na ocasião, Claudia também chamou a atenção pelo fi-gurino. A atriz, em ótima forma aos 45 anos, usou um modelito com transparência e fez a alegria dos fotógrafos presentes. •

• “É namoro sim. E Está tudo maravilhoso, tudo cErto” •Jarbas Homem de Mello

No Espaço Araguari, eles

mostraram que a sintonia do casal é total

Foto

s Am

auri

Nenh

/Ag.

News

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Romance

“Já fui aprovado pelos

filhos dela”Uau! Aos beijos,

Claudia Raia e Jarbas Homem de Mello foram a sensação da

noite no Prêmio Shell de Teatro

Em São Paulo, Jarbas Homem de Mello e Claudia Raia assumem namoro publicamente. O ator confirma que a família da atriz o acolheu bem

POR Simone BlaneS

• O que começou como amizade e virou ro-mance de Carnaval – com direito a beijos calientes em plena Marquês de Sapucaí, em fevereiro – é, agora, namoro de verdade. Claudia Raia e Jarbas Homem de Mello as-sumiram a relação na noite da terça-feira 20, durante a entrega do 24º Prêmio Shell de Teatro, em São Paulo. “É namoro sim. E está tudo maravilhoso, tudo certo”, disse ele, que concorria na categoria de melhor ator por sua atuação em Cabaret, à Gente.

O ator não ganhou o prêmio, mas em compensação, recebeu muitos carinhos e bei-jos apaixonados de Claudia, que não o largou por um só minuto. “Na verdade nos conhece-mos há muito tempo. Já conheci os filhos da Claudia e fui aprovado”, diverte-se o ator. “Foi tudo acontecendo naturalmente e acho que a gente acreditou no que todo mundo estava dizendo. Agora estamos juntos sim, e muito felizes”, completou Jarbas. Na ocasião, Claudia também chamou a atenção pelo fi-gurino. A atriz, em ótima forma aos 45 anos, usou um modelito com transparência e fez a alegria dos fotógrafos presentes. •

• “É namoro sim. E Está tudo maravilhoso, tudo cErto” •Jarbas Homem de Mello

No Espaço Araguari, eles

mostraram que a sintonia do casal é total

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Tributo

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Considerado um dos maiores atores e humoristas brasileiros de todos os tempos, Chico Anysio morre, aos 80 anos, deixando um legado que inclui mais de 200 personagens e filhos e sobrinhos que atuam no meio artístico, como Bruno Mazzeo e Marcos Palmeira POR ana cORa lima, jÚlia leãO e samia mazzuccO

• Professor Raimundo. Azambuja. Popó. Bento Carneiro. Pantaleão. Alberto Roberto. Roberval Taylor. Ele conquis-tou o Brasil criando e encarnando esses e muitos outros per-sonagens. Mas ficou conhecido apenas como Chico Anysio. Adorado pelo público e por colegas de profissão, o cearense Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho morreu na tarde da sexta-feira 23, exatamente 20 dias antes de completar 81 anos. O ator e humorista estava internado havia 112 dias, no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. Poucos dias antes da morte de Chico, sua atual mulher, a empresária Malga Di Paula, chegou a fazer campanha no Facebook contra o cigar-ro – uma das causas da doença do ator: “Ele é uma das víti-mas de uma geração desinformada, que usava o cigarro por uma questão de charme.” Ainda na semana passada, o artis-ta recebeu a visita de parentes, entre eles os filhos Bruno Mazzeo e André Lucas e os sobrinhos Marcos Palmeira e Cininha de Paula. Chico Anysio deixa a mulher e nove filhos de casamentos anteriores. E um legado sem igual na história da tevê e do humor brasileiros.

Nascido na cidade de Maranguape, interior do Ceará, Chico Anysio começou sua trajetória na televisão em 1957, na TV Tupi. Depois, passou pela tevê Rio e pela Excelsior, até chegar à Globo, onde estreou em 1968 e ficou por mais de 40 anos. Um gênio do humor e da arte de se multiplicar, criou, ao longo da carreira, mais de 200 personagens. Além do trabalho na tevê e no teatro, foi escritor, poeta, compositor, ator, radia-lista, diretor, comentarista esportivo e artista plástico.

Como compositor, gravou mais de 20 ál-buns, ganhou dois discos de ouro e teve can-ções interpretadas por grandes nomes da mú-sica, como Dolores Duran e Alcione. Em sua carreira de escritor, publicou 21 livros, vendeu mais de 1,5 milhão de exemplares e escreveu dezenas de roteiros para o cinema. Dirigiu programas de tevê e peças de teatro. Foi co-mentarista esportivo, repórter de campo e comentou jogos da Seleção Brasileira na Rede Globo, ao lado de Pelé. Em 1984, decidiu in-vestir na carreira de pintor e participou de várias exposições no Brasil e no Exterior. Em 2009, Chico foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural, a mais alta comenda do go-verno brasileiro na área da cultura. O ator fez mais de dez mil shows, inclusive uma tempo-rada no Carnegie Hall, em Nova York.

Mas ele não era um exemplo apenas no mundo artístico. Sempre citado como um amigo sincero e leal – por gente como Jô Soares, Agildo Ribeiro e Renato Aragão – era, também, pai amoroso e cuidadoso. Tinha oito filhos, sendo um deles adotado – André Lucas – e outro enteado – filho da ex-mulher Rose Rondelli –, a quem deu seu sobrenome: Duda Anysio. Entre suas ex-mulheres, estão

Adeus,AmAdomestre

• “Não tenho medo de morrer.

Tenho pena” •Chico Anysio

(12-04-1931 / 23-03-2012)

Fred

Jean

/Ag.

IstoÉ

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Tributo

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Considerado um dos maiores atores e humoristas brasileiros de todos os tempos, Chico Anysio morre, aos 80 anos, deixando um legado que inclui mais de 200 personagens e filhos e sobrinhos que atuam no meio artístico, como Bruno Mazzeo e Marcos Palmeira POR ana cORa lima, jÚlia leãO e samia mazzuccO

• Professor Raimundo. Azambuja. Popó. Bento Carneiro. Pantaleão. Alberto Roberto. Roberval Taylor. Ele conquis-tou o Brasil criando e encarnando esses e muitos outros per-sonagens. Mas ficou conhecido apenas como Chico Anysio. Adorado pelo público e por colegas de profissão, o cearense Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho morreu na tarde da sexta-feira 23, exatamente 20 dias antes de completar 81 anos. O ator e humorista estava internado havia 112 dias, no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. Poucos dias antes da morte de Chico, sua atual mulher, a empresária Malga Di Paula, chegou a fazer campanha no Facebook contra o cigar-ro – uma das causas da doença do ator: “Ele é uma das víti-mas de uma geração desinformada, que usava o cigarro por uma questão de charme.” Ainda na semana passada, o artis-ta recebeu a visita de parentes, entre eles os filhos Bruno Mazzeo e André Lucas e os sobrinhos Marcos Palmeira e Cininha de Paula. Chico Anysio deixa a mulher e nove filhos de casamentos anteriores. E um legado sem igual na história da tevê e do humor brasileiros.

Nascido na cidade de Maranguape, interior do Ceará, Chico Anysio começou sua trajetória na televisão em 1957, na TV Tupi. Depois, passou pela tevê Rio e pela Excelsior, até chegar à Globo, onde estreou em 1968 e ficou por mais de 40 anos. Um gênio do humor e da arte de se multiplicar, criou, ao longo da carreira, mais de 200 personagens. Além do trabalho na tevê e no teatro, foi escritor, poeta, compositor, ator, radia-lista, diretor, comentarista esportivo e artista plástico.

Como compositor, gravou mais de 20 ál-buns, ganhou dois discos de ouro e teve can-ções interpretadas por grandes nomes da mú-sica, como Dolores Duran e Alcione. Em sua carreira de escritor, publicou 21 livros, vendeu mais de 1,5 milhão de exemplares e escreveu dezenas de roteiros para o cinema. Dirigiu programas de tevê e peças de teatro. Foi co-mentarista esportivo, repórter de campo e comentou jogos da Seleção Brasileira na Rede Globo, ao lado de Pelé. Em 1984, decidiu in-vestir na carreira de pintor e participou de várias exposições no Brasil e no Exterior. Em 2009, Chico foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural, a mais alta comenda do go-verno brasileiro na área da cultura. O ator fez mais de dez mil shows, inclusive uma tempo-rada no Carnegie Hall, em Nova York.

Mas ele não era um exemplo apenas no mundo artístico. Sempre citado como um amigo sincero e leal – por gente como Jô Soares, Agildo Ribeiro e Renato Aragão – era, também, pai amoroso e cuidadoso. Tinha oito filhos, sendo um deles adotado – André Lucas – e outro enteado – filho da ex-mulher Rose Rondelli –, a quem deu seu sobrenome: Duda Anysio. Entre suas ex-mulheres, estão

Adeus,AmAdomestre

• “Não tenho medo de morrer.

Tenho pena” •Chico Anysio

(12-04-1931 / 23-03-2012)

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Brincando de quadrilha com a atriz Maitê Proença

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Tributo

Clássicos inesquecíveisRelembre alguns dos mais de 200 tipos criados por Chico Anysio

BaianoCantor

SilvaCaixeiro viajante

Bento CarneiroVampiro brasileiro

• “o humor é uma quesTão geNéTica. é herediTário e poNTo. o humor é Tudo, aTé eNgraçado”•

famosas – como a atriz Alcione Mazzeo e a ex-ministra Zélia Cardoso de Mello – e anônimas, como sua última esposa, a empre-sária Malga Di Paula. Foi do seu filho mais famoso, o ator Bruno Mazzeo, a missão de cuidar da parte burocrática da morte do pai, como assinar documentos e retirar os per-tences do hospital. Além de bom pai e ami-go, Chico Anysio era também um homem de fé. “Eu sempre fazia visitas a ele, porque fazíamos um trabalho pela Igreja Messiânica. Chico sempre demonstrou muita força para lutar e bom humor”, escreveu no Twitter o ator Marcelo Picchi.

Ele era tão apaixonado pela profissão que continuou trabalhando, mesmo após um exaustivo período de internação – entre de-zembro de 2010 e março do ano passado. À época, pouco depois de retirar parte do intes-tino grosso, voltou ao trabalho, em abril de 2011, com um quadro no programa Zorra Total, no qual interpretava um dos seus mui-tos personagens inesquecíveis: Salomé. O retorno à tevê pode ter sido uma resposta da Globo a um desabafo que o próprio Chico fizera cerca de um ano antes, quando ainda estava internado. Em seu blog, ele escreveu: “Estou vivo e paciente, esperando a cada te-lefonema que seja alguém da Globo, vestido

de azul-marinho, dizendo que alguém da mesma cor quer me ver novamente na teli-nha.” Mas não era fácil trabalhar com a saú-de debilitada. “Às vezes, ele demorava um pouco para gravar no Zorra Total. Ficava cansado, usava balão de oxigênio. Mas estava sempre apaixonado por tudo o que fazia”, conta o ator Pedro Bismarck, intérprete do personagem Nerso da Capitinga.

Mesmo em seus últimos dias, o homem que viveu para fazer os outros sorrirem não perdeu o humor. A atriz Claudia Jimenez – uma das muitas descobertas de Chico – lem-bra da dificuldade de se comunicar com ele nas últimas semanas. “Há alguns dias, quan-do fui visitá-lo no hospital, ele não conseguia falar, mas tentava se comunicar comigo por meio de gestos”, conta Claudia. “A enfermei-ra tentou traduzir pra mim o que ele estava querendo dizer, mas não era nada daquilo. Daí, ele olhou pra mim e deu um sorrisinho de lado, como quem diz: ‘Não é nada disso’. Até naquela situação, o Chico tinha humor. Ele foi um grande mestre.” Em comunicado oficial, a presidenta Dilma Rousseff expres-sou com precisão o que Chico Anysio repre-sentou para a arte e para o Brasil: “Ele foi um dos artistas mais brilhantes que o nosso país já produziu. Trabalhou incansavelmente du-rante toda a vida para levar alegria e diversão aos brasileiros”. Assim era o Chico. •

Chico ao lado do escritor Jorge Amado: velhos amigos

Salomé Aposentada gaúcha

Justo VeríssimoDeputado corrupto

Raimundo Professor

Alberto Roberto

Galã de TV

CoalhadaJogador de futebol

Foto

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GLob

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Brincando de quadrilha com a atriz Maitê Proença

2/4/2012 | 33

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Clássicos inesquecíveisRelembre alguns dos mais de 200 tipos criados por Chico Anysio

BaianoCantor

SilvaCaixeiro viajante

Bento CarneiroVampiro brasileiro

• “o humor é uma quesTão geNéTica. é herediTário e poNTo. o humor é Tudo, aTé eNgraçado”•

famosas – como a atriz Alcione Mazzeo e a ex-ministra Zélia Cardoso de Mello – e anônimas, como sua última esposa, a empre-sária Malga Di Paula. Foi do seu filho mais famoso, o ator Bruno Mazzeo, a missão de cuidar da parte burocrática da morte do pai, como assinar documentos e retirar os per-tences do hospital. Além de bom pai e ami-go, Chico Anysio era também um homem de fé. “Eu sempre fazia visitas a ele, porque fazíamos um trabalho pela Igreja Messiânica. Chico sempre demonstrou muita força para lutar e bom humor”, escreveu no Twitter o ator Marcelo Picchi.

Ele era tão apaixonado pela profissão que continuou trabalhando, mesmo após um exaustivo período de internação – entre de-zembro de 2010 e março do ano passado. À época, pouco depois de retirar parte do intes-tino grosso, voltou ao trabalho, em abril de 2011, com um quadro no programa Zorra Total, no qual interpretava um dos seus mui-tos personagens inesquecíveis: Salomé. O retorno à tevê pode ter sido uma resposta da Globo a um desabafo que o próprio Chico fizera cerca de um ano antes, quando ainda estava internado. Em seu blog, ele escreveu: “Estou vivo e paciente, esperando a cada te-lefonema que seja alguém da Globo, vestido

de azul-marinho, dizendo que alguém da mesma cor quer me ver novamente na teli-nha.” Mas não era fácil trabalhar com a saú-de debilitada. “Às vezes, ele demorava um pouco para gravar no Zorra Total. Ficava cansado, usava balão de oxigênio. Mas estava sempre apaixonado por tudo o que fazia”, conta o ator Pedro Bismarck, intérprete do personagem Nerso da Capitinga.

Mesmo em seus últimos dias, o homem que viveu para fazer os outros sorrirem não perdeu o humor. A atriz Claudia Jimenez – uma das muitas descobertas de Chico – lem-bra da dificuldade de se comunicar com ele nas últimas semanas. “Há alguns dias, quan-do fui visitá-lo no hospital, ele não conseguia falar, mas tentava se comunicar comigo por meio de gestos”, conta Claudia. “A enfermei-ra tentou traduzir pra mim o que ele estava querendo dizer, mas não era nada daquilo. Daí, ele olhou pra mim e deu um sorrisinho de lado, como quem diz: ‘Não é nada disso’. Até naquela situação, o Chico tinha humor. Ele foi um grande mestre.” Em comunicado oficial, a presidenta Dilma Rousseff expres-sou com precisão o que Chico Anysio repre-sentou para a arte e para o Brasil: “Ele foi um dos artistas mais brilhantes que o nosso país já produziu. Trabalhou incansavelmente du-rante toda a vida para levar alegria e diversão aos brasileiros”. Assim era o Chico. •

Chico ao lado do escritor Jorge Amado: velhos amigos

Salomé Aposentada gaúcha

Justo VeríssimoDeputado corrupto

Raimundo Professor

Alberto Roberto

Galã de TV

CoalhadaJogador de futebol

Foto

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“Parte da minha vida morreu com o Chico”A pedido de GenTe, o humorista Tom Cavalcante enviou um depoimento emocionado, falando do amigo e mestre que o revelou. Ao lado de Tom, Chico fez um dos seus últimos trabalhos, o espetáculo chico.Tom (foto à dir.)

“Meu amigo e mestre Chico Anysio foi um dos dez mais importantes cômicos do planeta. Este é o depoimento de um admirador e de um amigo. Espero que o meu coração e minha alma estejam iluminados para expressar o que sinto por tão nobre ser humano. O guerreiro Chico lutou de todas as maneiras para se manter vivo nessa dolorosa e árdua travessia pela vida. Uma luta que parecia não ter fim. Foram meses de internação e intervenções cirúrgicas. Um deserto de dor, que só os fortes e iluminados têm a capacidade de suportar. A realidade da existência humana não é fácil. Aprendi com o cidadão Chico Anysio a ser pragmático, a olhar a vida de frente, sem dobrar os joelhos diante das difilcudades. Aprendi que devemos saber perder com dignidade e ganhar com humildade. Aprendi a cultuar o amor e a dividir a cena com o próximo. Chico fez isso a vida toda. Hoje, me bateu aquela saudade do Chico. Saudades das nossas viagens pelo País, apresentando o nosso hilário espetáculo, Chico.Tom. A cada show, antes de entrar em cena, ele sempre fazia uma oração, pedindo força e alegria para encarar mais uma plateia. A trajetória desse homem e sua obra são fabulosas. O seu extraordinário trabalho no rádio, na tevê, no teatro e no cinema se confundem com a história da comunicação no Brasil.Sua inteligência rara e seu humor afiado promoveram a quebra de tabus no período da ditadura. Um perigoso desafio para

um artista do povo. Como falar dos mais de 200 personagens que ele criou, todos com voz própria, gestos, manias, figurinos e função social? Devemos muito a você, Chico. No seu exemplo, nosso querido mestre nos deu uma lição: jamais desistir. Por maiores que sejam as provações. Mesmo quando a alegria estiver cabisbaixa. Fiquei sabendo da morte dele durante um almoço, na casa de amigos, em São Paulo. A morte do Chico, na verdade, era um pouco esperada. Mas quando recebi a notícia, senti que parte da minha vida morreu com ele. Na minha cabeça, só passam imagens que vivemos juntos, de uma carreira construída a quatro mãos. Só imagens de vida. Nada de morte. No exemplo de Chico, estão os códigos da vida: lutar e amar. Te amo muito, Mestre”.

2/4/2012 | 35

Tributo

Em família Todos são unânimes em afirmar: Chico Anysio era um homem de família. Ele se casou seis vezes e deixou nove filhos, sendo dois adotivos.

• Em 1953, Chico teve seu primeiro casamento, com a atriz Nancy Wanderley. Da relação veio o primeiro filho, o ator Lug de Paula.

• Nos anos 60, ele se casou com a vedete Rose Rondelli. O casal teve dois filhos: Nizo Neto e Rico Rondelli. Além disso, Chico adotou como seu um filho que Rose tinha de outro casamento: Duda.

• Cerca de 10 anos depois, mais um casamento, com a atriz Alcione Mazzeo. O relacionamento deu a Chico mais um filho: o ator e diretor Bruno Mazzeo.

• Em 1981, Chico se casou com a atriz Regina Chaves. O casal teve um filho, o DJ Cícero Chaves.

• A ex-ministra Zélia Cardoso de Mello foi a quinta mulher de Chico. Eles se casaram no início dos anos 90 e tiveram dois filhos: Rodrigo e Vitória. Hoje, Zélia e os filhos vivem em Nova York.

• Há 14 anos, o ator e comediante se casou pela sexta e última vez, com a empresária Malga Di Paula. Chico e Malga não tiveram filhos.

• O ator também era pai de André Lucas, que adotou.

Tom Cavalcante, na chegada ao velório do mestre e amigo

Com a primeira mulher, Nancy, e o primogênito, Lug (acima). E com Zélia e o pequeno Rodrigo

Entre os filhos Nizo Neto e Bruno (à dir.)

Foto

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“Parte da minha vida morreu com o Chico”A pedido de GenTe, o humorista Tom Cavalcante enviou um depoimento emocionado, falando do amigo e mestre que o revelou. Ao lado de Tom, Chico fez um dos seus últimos trabalhos, o espetáculo chico.Tom (foto à dir.)

“Meu amigo e mestre Chico Anysio foi um dos dez mais importantes cômicos do planeta. Este é o depoimento de um admirador e de um amigo. Espero que o meu coração e minha alma estejam iluminados para expressar o que sinto por tão nobre ser humano. O guerreiro Chico lutou de todas as maneiras para se manter vivo nessa dolorosa e árdua travessia pela vida. Uma luta que parecia não ter fim. Foram meses de internação e intervenções cirúrgicas. Um deserto de dor, que só os fortes e iluminados têm a capacidade de suportar. A realidade da existência humana não é fácil. Aprendi com o cidadão Chico Anysio a ser pragmático, a olhar a vida de frente, sem dobrar os joelhos diante das difilcudades. Aprendi que devemos saber perder com dignidade e ganhar com humildade. Aprendi a cultuar o amor e a dividir a cena com o próximo. Chico fez isso a vida toda. Hoje, me bateu aquela saudade do Chico. Saudades das nossas viagens pelo País, apresentando o nosso hilário espetáculo, Chico.Tom. A cada show, antes de entrar em cena, ele sempre fazia uma oração, pedindo força e alegria para encarar mais uma plateia. A trajetória desse homem e sua obra são fabulosas. O seu extraordinário trabalho no rádio, na tevê, no teatro e no cinema se confundem com a história da comunicação no Brasil.Sua inteligência rara e seu humor afiado promoveram a quebra de tabus no período da ditadura. Um perigoso desafio para

um artista do povo. Como falar dos mais de 200 personagens que ele criou, todos com voz própria, gestos, manias, figurinos e função social? Devemos muito a você, Chico. No seu exemplo, nosso querido mestre nos deu uma lição: jamais desistir. Por maiores que sejam as provações. Mesmo quando a alegria estiver cabisbaixa. Fiquei sabendo da morte dele durante um almoço, na casa de amigos, em São Paulo. A morte do Chico, na verdade, era um pouco esperada. Mas quando recebi a notícia, senti que parte da minha vida morreu com ele. Na minha cabeça, só passam imagens que vivemos juntos, de uma carreira construída a quatro mãos. Só imagens de vida. Nada de morte. No exemplo de Chico, estão os códigos da vida: lutar e amar. Te amo muito, Mestre”.

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Tributo

Em família Todos são unânimes em afirmar: Chico Anysio era um homem de família. Ele se casou seis vezes e deixou nove filhos, sendo dois adotivos.

• Em 1953, Chico teve seu primeiro casamento, com a atriz Nancy Wanderley. Da relação veio o primeiro filho, o ator Lug de Paula.

• Nos anos 60, ele se casou com a vedete Rose Rondelli. O casal teve dois filhos: Nizo Neto e Rico Rondelli. Além disso, Chico adotou como seu um filho que Rose tinha de outro casamento: Duda.

• Cerca de 10 anos depois, mais um casamento, com a atriz Alcione Mazzeo. O relacionamento deu a Chico mais um filho: o ator e diretor Bruno Mazzeo.

• Em 1981, Chico se casou com a atriz Regina Chaves. O casal teve um filho, o DJ Cícero Chaves.

• A ex-ministra Zélia Cardoso de Mello foi a quinta mulher de Chico. Eles se casaram no início dos anos 90 e tiveram dois filhos: Rodrigo e Vitória. Hoje, Zélia e os filhos vivem em Nova York.

• Há 14 anos, o ator e comediante se casou pela sexta e última vez, com a empresária Malga Di Paula. Chico e Malga não tiveram filhos.

• O ator também era pai de André Lucas, que adotou.

Tom Cavalcante, na chegada ao velório do mestre e amigo

Com a primeira mulher, Nancy, e o primogênito, Lug (acima). E com Zélia e o pequeno Rodrigo

Entre os filhos Nizo Neto e Bruno (à dir.)

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Lorem eget

Malga Di Paula, atual mulher do ator. “As cortinas foram fechadas para ele”

• Amado e querido pelo povo, Chico Anysio não poderia sair de cena de outra forma. No sábado 24, mais de cinco mil pessoas uniram-se à dor da família e dos amigos para dar o último adeus ao humorista, no Theatro Municipal do Rio. Malga Di Paula, viúva do ator e com quem ele foi casado nos últimos 14 anos, agradeceu emocionada às manifestações do público. “Muito obrigada pelo carinho”, dizia ela nas inúme-ras vezes em que foi cumprimentada pelos populares, ao lado do caixão, coberto com uma bandeira do Vasco, time de co-ração de Chico. Malga foi a primeira a chegar ao velório, às 8 horas, seguida por dois dos 9 filhos do comediante: Bruno Mazzeo e Nizo Neto. Outros parentes – como os atores Marcos Palmeira e Cininha de Paula, sobrinhos de Chico – e amigos – como as atrizes Marília Pêra e Glória Pires – tam-bém foram dar o último adeus ao humorista.

Apesar de todos estarem bastante abalados, tentou-se manter um clima bem-humorado na despedida. Durante a cerimônia reservada, que durou toda a manhã do sábado, houve discursos dos filhos Nizo e André Lucas, que relem-braram momentos marcantes ao lado do pai, e de amigos, contando histórias do trabalho. Risadas, cantorias e salvas de palmas fizeram parte da cerimônia. Enquanto isso, os fãs começavam a formar uma longa fila para ver o ídolo. Às 13h25, as portas do Theatro foram abertas ao público, que homenageava o ator com mensagens carinhosas em carta-zes ou caracterizados como personagens de Chico Anysio. Em frente à porta principal do Theatro Municipal, não pa-ravam de chegar coroas de flores, enviadas por fãs e por per-sonalidades, como Luciano Huck, Silvio Santos, a presi-denta Dilma Roussef e o ex-presidente Lula.

• “o chico maNTeve o humor aTé o fim. Na semaNa passada, fui visiTá-lo No hospiTal. ele Não coNseguia falar, mas aiNda Teve asTral pra briNcar” •Claudia Jimenez, atriz

O diretor Boninho e a mulher, Ana Furtado

Emoção ao jogar a rosa no momento do sepultamento, às 16h30Pat utpat nibh

Tributo

Para manter a essência de Chico, amigos e familiares se despediram do ator em cerimônia leve e emocionante POR AnA CorA LimA e SAmiA mAzzuCCo

emoção nA despedidA Zélia Cardoso

de Mello, entre os filhos que teve com Chico: Rodrigo e Vitória

O ator Nizo Neto, filho de Chico, e

a mulher, Tatiana

No domingo 25, numa cerimônia íntima, familiares e amigos mais próximos do ator as-sistiram à cremação, no cemitério do Caju, que aconteceu às 13 horas . Por cerca de 40 minutos, eles relembraram a trajetória do ar-tista. Músicas compostas pelo humorista ao longo da vida também foram cantadas. Zélia Cardoso de Mello, ex-mulher do humorista, esteve presente, acompanhada dos filhos que teve com ele: Rodrigo e Vitória. “O pai deixou para eles um legado de caráter”, disse Zélia. Quando a urna funerária foi levada para a cre-mação, Malga Di Paula prestou sua última homenagem ao marido, cantando A Noite do Meu Bem, de Dolores Duran. “Fizemos mani-festações de várias crenças e cantamos músicas dele. Foi lindo. As cortinas foram fechadas para ele”, disse Malga, que garantiu que o úl-timo pedido de Chico será realizado. Em tes-tamento, ele deixou a orientação para que suas cinzas fossem jogadas no Projac – os estúdios da Globo, no Rio – e em Maranguape, sua ci-dade natal, no Ceará. •

Castrinho: amigo e

companheiro de trabalho

Glória Pires: “Vamos usar

o YouTube para revê-lo “

Arlete Salles: “Ele era um

gênio. Não haverá outro”

O ator Marcos Palmeira, sobrinho de Chico

Stênio Garcia e o diretor Daniel Filho (à esq.)

Claudia Jimenez e Diogo Vilela

Bruno Mazzeo, filho de Chico, e a ex-mulher,

Renata Castro

Ag.N

ews

• “esTou mais forTe do que peNsei. essa força vem do chico. esTou feliz porque fizemos uma homeNagem como ele gosTaria” •Malga Di Paula, viúva do ator

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Malga Di Paula, atual mulher do ator. “As cortinas foram fechadas para ele”

• Amado e querido pelo povo, Chico Anysio não poderia sair de cena de outra forma. No sábado 24, mais de cinco mil pessoas uniram-se à dor da família e dos amigos para dar o último adeus ao humorista, no Theatro Municipal do Rio. Malga Di Paula, viúva do ator e com quem ele foi casado nos últimos 14 anos, agradeceu emocionada às manifestações do público. “Muito obrigada pelo carinho”, dizia ela nas inúme-ras vezes em que foi cumprimentada pelos populares, ao lado do caixão, coberto com uma bandeira do Vasco, time de co-ração de Chico. Malga foi a primeira a chegar ao velório, às 8 horas, seguida por dois dos 9 filhos do comediante: Bruno Mazzeo e Nizo Neto. Outros parentes – como os atores Marcos Palmeira e Cininha de Paula, sobrinhos de Chico – e amigos – como as atrizes Marília Pêra e Glória Pires – tam-bém foram dar o último adeus ao humorista.

Apesar de todos estarem bastante abalados, tentou-se manter um clima bem-humorado na despedida. Durante a cerimônia reservada, que durou toda a manhã do sábado, houve discursos dos filhos Nizo e André Lucas, que relem-braram momentos marcantes ao lado do pai, e de amigos, contando histórias do trabalho. Risadas, cantorias e salvas de palmas fizeram parte da cerimônia. Enquanto isso, os fãs começavam a formar uma longa fila para ver o ídolo. Às 13h25, as portas do Theatro foram abertas ao público, que homenageava o ator com mensagens carinhosas em carta-zes ou caracterizados como personagens de Chico Anysio. Em frente à porta principal do Theatro Municipal, não pa-ravam de chegar coroas de flores, enviadas por fãs e por per-sonalidades, como Luciano Huck, Silvio Santos, a presi-denta Dilma Roussef e o ex-presidente Lula.

• “o chico maNTeve o humor aTé o fim. Na semaNa passada, fui visiTá-lo No hospiTal. ele Não coNseguia falar, mas aiNda Teve asTral pra briNcar” •Claudia Jimenez, atriz

O diretor Boninho e a mulher, Ana Furtado

Emoção ao jogar a rosa no momento do sepultamento, às 16h30Pat utpat nibh

Tributo

Para manter a essência de Chico, amigos e familiares se despediram do ator em cerimônia leve e emocionante POR AnA CorA LimA e SAmiA mAzzuCCo

emoção nA despedidA Zélia Cardoso

de Mello, entre os filhos que teve com Chico: Rodrigo e Vitória

O ator Nizo Neto, filho de Chico, e

a mulher, Tatiana

No domingo 25, numa cerimônia íntima, familiares e amigos mais próximos do ator as-sistiram à cremação, no cemitério do Caju, que aconteceu às 13 horas . Por cerca de 40 minutos, eles relembraram a trajetória do ar-tista. Músicas compostas pelo humorista ao longo da vida também foram cantadas. Zélia Cardoso de Mello, ex-mulher do humorista, esteve presente, acompanhada dos filhos que teve com ele: Rodrigo e Vitória. “O pai deixou para eles um legado de caráter”, disse Zélia. Quando a urna funerária foi levada para a cre-mação, Malga Di Paula prestou sua última homenagem ao marido, cantando A Noite do Meu Bem, de Dolores Duran. “Fizemos mani-festações de várias crenças e cantamos músicas dele. Foi lindo. As cortinas foram fechadas para ele”, disse Malga, que garantiu que o úl-timo pedido de Chico será realizado. Em tes-tamento, ele deixou a orientação para que suas cinzas fossem jogadas no Projac – os estúdios da Globo, no Rio – e em Maranguape, sua ci-dade natal, no Ceará. •

Castrinho: amigo e

companheiro de trabalho

Glória Pires: “Vamos usar

o YouTube para revê-lo “

Arlete Salles: “Ele era um

gênio. Não haverá outro”

O ator Marcos Palmeira, sobrinho de Chico

Stênio Garcia e o diretor Daniel Filho (à esq.)

Claudia Jimenez e Diogo Vilela

Bruno Mazzeo, filho de Chico, e a ex-mulher,

Renata Castro

Ag.N

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• “esTou mais forTe do que peNsei. essa força vem do chico. esTou feliz porque fizemos uma homeNagem como ele gosTaria” •Malga Di Paula, viúva do ator

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