12

Click here to load reader

itd.org.britd.org.br/.../doc_texto_educacao_inclusiva_2014_04_29.docx · Web viewFonte: Almario, Alan –Educação Inclusiva Apostila 11, 2013 Vale ressaltar que na avaliação do

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: itd.org.britd.org.br/.../doc_texto_educacao_inclusiva_2014_04_29.docx · Web viewFonte: Almario, Alan –Educação Inclusiva Apostila 11, 2013 Vale ressaltar que na avaliação do

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO E DA AVALIAÇÃO DOS ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS (NEs) NA EJA

Márcia BarbosaINTRODUÇÃO

PARA APRENDER

Para aprender,

Preciso de liberdade

Para ser livre

Preciso sonhar.

Para sonhar,

Preciso crer no impossível.

Para acreditar,

Preciso enxergar portas.

Para passar,

Preciso sair de mim.

Para me transportar,

Preciso ir com firmeza.

Para me afirmar, preciso de alguém me ouvindo.

Para me ouvir, preciso poder dizer.

Para dizer,

Preciso de autonomia

Para aprender...

(CARNEIRO, Moacir Alves. Para Aprender. In, O acesso de alunos com deficiências às escolas e classes comuns, 2007, p.7)

1

Page 2: itd.org.britd.org.br/.../doc_texto_educacao_inclusiva_2014_04_29.docx · Web viewFonte: Almario, Alan –Educação Inclusiva Apostila 11, 2013 Vale ressaltar que na avaliação do

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

“[...] o ensino é muito mais que um revelador das disposições

individuais. É um sistema de ação, uma organização que

transforma as pessoas, suas competências, assim como suas

atitudes, suas representações seu gostos”

(PERRENOUD, 2001, p.19).

Neste estudo, faremos uma análise critico-reflexiva acerca dos conteúdos,

procedimentos e o método de avaliação na prática diária na EJA e apresentaremos

o método, instrumento de avaliação para NEs a ser implementado pelo Instituto

neste ano de 2014.

Nesse contexto, abordaremos o objetivo e o real conceito deste tipo de educação,

que perpassa pela reflexão da importância de conhecer e contribuir na formação do

aluno com Necessidades Especiais, para daí compreender como é o processo de

inclusão e como ocorre.

O QUE É EDUCAÇÃO INCLUSIVA?É um conceito que relaciona diferentes propostas educativas, dentre as quais

pode-se destacar a Educação Especial na EJA.

Segundo Almario (2013) é voltada para uma heterogeneidade, ou seja, deixa-se

de se ver a educação de forma homogênea e passa a se enfocar o caráter do todo,

na qual passa-se a considerar as necessidades de TODOS os alunos no processo

de aprendizagem.

Ainda para este autor, é importante entender que para se chegar a este conceito

de Educação inclusiva hoje, vários modelos de educação vigoraram em nossa

sociedade, tais como:

EXCLUSÃO: é caracterizada pela relação de desigualdade entre as pessoas.

Excluir significa expulsar do muno dominante, estar fora dos modelos, das

normas e das relações sociais vigentes;

SEGREGAÇÃO: é quando se impede ou dificulta o acesso e a permanência do

aluno na sala de aula, massifica-se o ensino e não possibilita o diálogo e a

2

Page 3: itd.org.britd.org.br/.../doc_texto_educacao_inclusiva_2014_04_29.docx · Web viewFonte: Almario, Alan –Educação Inclusiva Apostila 11, 2013 Vale ressaltar que na avaliação do

troca de saberes e desconsidera o subjetivo (afeto, criatividade e as relações

interpessoais);

INTEGRAÇÃO: refere-se especificamente à inserção do aluno com deficiência

nas escolas comuns e designar e agrupar os alunos em escolas especiais,

classes especiais, classes comum, lazer ou residência. (MANTOAN, 2003

p.22);

INCLUSÃO: seu foco é voltado para a transformação da educação de modo

que garanta efetivamente o direito à educação, à igualdade de oportunidade e

a participação, proporcionando a cada aluno o que ele necessita tanto no

coletivo como de modo individual.

Desta forma, a Educação Inclusiva consiste em um “conjunto de processos

educacionais decorrentes da execução de políticas articuladas que impedem

qualquer forma de segregação e de isolamento.” (CARNEIRO,2007 p.29).

Para Calado (2008), é necessário que percebamos a educação como algo

singular, individual, pois cada aluno se apropria do conhecimento de forma diferente,

de acordo com suas aptidões e experiências, da maneira de perceber o mundo, das

condições sociais, do amadurecimento cronológico e psicológico, ou mesmo de

acordo com suas limitações físicas ou mentais.

Assim, para Damke apud Calado

(1995), a escola e a pratica pedagógica

devem ser pensadas de uma forma na qual a

escola não diferencie o sujeito, na sua

singularidade, onde o processo de inclusão

não seja percebido de forma consciente e

extensivo a todo segmento da escola,

principalmente no processo ensino-aprendizagem de todas as modalidades e em

particular, na educação de jovens e adultos, devido à relevância dessa modalidade

de ensino na construção do conhecimento de pessoas que tardiamente ingressaram

na escola, de forma que venha viabilizar e promover condições de desenvolvimento,

considerando as implicações de natureza social e cognitiva, favorecendo “[...] uma

educação para o desenvolvimento e para a democracia.” (DAMKE, 1995, p. 29).

3

Fonte: Juntosnaejadf.wordpress.com

Page 4: itd.org.britd.org.br/.../doc_texto_educacao_inclusiva_2014_04_29.docx · Web viewFonte: Almario, Alan –Educação Inclusiva Apostila 11, 2013 Vale ressaltar que na avaliação do

A IMPORTÂNCIA DO ATO DE ACOMPANHAR E AVALIAR NA CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A Educação Inclusiva, no caráter avaliativo e de acompanhamento, deve garantir

o acesso de todos de forma adequada e organizar os conteúdos com possibilidades

de diálogos, incentivo a criatividade, favorecer a cooperação, propiciar a

solidariedade e garantir a estes alunos tempo e liberdade para apreender dentro de

suas características, avaliando dentro de suas possibilidades e valorizando seus

avanços com caráter formativo. (ALMARIO, 2013).

A Resolução CNE/CEB nº 2/2007, no artigo 2º, determina que:

“Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos,

cabendo as escolas organizarem-se para o atendimento aos

alunos com necessidades especiais, assegurando as condições

necessárias para a educação da qualidade para todos.”

(MEC/SEE SP, 2007)

Assim, a avaliação pedagógica como processo dinâmico considera tanto o

conhecimento prévio e o nível atual de desenvolvimento do aluno quanto às

possibilidades de aprendizagem futura, configurando uma ação pedagógica

processual e formativa que analisa os aspectos qualitativos que indiquem as

intervenções pedagógicas do professor. No processo de avaliação, o professor deve

criar estratégias considerando que alguns alunos podem demandar maior ou menor

ampliação do tempo para a realização

dos conteúdos propostos. (ALMARIO,

2011).

Para Almario (2011), o principal papel

da avaliação é de indicar os conteúdos

ou processos que ainda não foram

aprendidos pelo aluno e que devem

constantemente serem retomados no processo de ensino aprendizagem, assim, é

possível através do ACOMPANHAMENTO e da OBSERVAÇÃO DIRECIONADA

4

Fonte: cervacrecife.blogspot.com

Page 5: itd.org.britd.org.br/.../doc_texto_educacao_inclusiva_2014_04_29.docx · Web viewFonte: Almario, Alan –Educação Inclusiva Apostila 11, 2013 Vale ressaltar que na avaliação do

reajustar constantemente o plano de ação de conteúdos para atender às

necessidades dos alunos no seu processo de aprendizagem.

“É importante pensar que dependendo da necessidade apresentada pelo aluno

será necessário fazer ADAPTAÇÕES TEMPORÁRIAS, ou seja, ajustar a

permanência do aluno no módulo em que se encontra e assim gradativamente

acompanhar seu desenvolvimento e rendimento diário para o módulo seguinte, O

importante é salientar a importância da observação contínua do educador para

aprimorar o desenvolvimento e a aprendizagem do aluno NE e assim, interagir seu

saber com os demais alunos, familiares e no meio social em que está inserido. O

educador deve procurar adaptar os conteúdos às necessidades de cada aluno.

Assim, a avaliação perpassará em estratégias que sejam peculiares às

necessidades de cada aluno NE, como, por exemplo, modificar o nível de

complexidade das avaliações, adaptar materiais utilizados, dentre outros.”

(ALMARIO 2011).

Para este mesmo autor, a avaliação e o acompanhamento devem ser feitos por

meio de técnicas e de instrumentos, na qual o educador possa:

Utilizar diferentes procedimentos de avaliação adaptando os diferentes

estilos e possibilidades de expressão dos alunos como, por exemplo: as

fichas de acompanhamento que serão implementadas pelo ITD como

instrumento e ferramenta para avaliar e

acompanhar o rendimento e desenvolvimento

do aluno NE participante do Programa;

Que o professor esteja atento às

necessidades dos alunos, conheça estas

necessidades para que assim possa

identificar o que ele já sabe (seus

conhecimentos prévios) e relacionar com os

conteúdos a serem trabalhados em cada

unidade de conteúdo;

Use de sua criatividade para criar novas formas e alternativas de ensinar

que respondam às necessidades identificadas para que assim possam ser

5

Fonte: seml.com.br

Page 6: itd.org.britd.org.br/.../doc_texto_educacao_inclusiva_2014_04_29.docx · Web viewFonte: Almario, Alan –Educação Inclusiva Apostila 11, 2013 Vale ressaltar que na avaliação do

ajustados os conteúdos a serem trabalhados e o aluno sinta-se parte do

grupo e parte do processo de ensinar.

6

Page 7: itd.org.britd.org.br/.../doc_texto_educacao_inclusiva_2014_04_29.docx · Web viewFonte: Almario, Alan –Educação Inclusiva Apostila 11, 2013 Vale ressaltar que na avaliação do

O professor, ao avaliar os alunos na EJA, deve ter como base de critérios:

Criatividade

Planejar várias atividades para escolha por diferentes alunos

de sua turma, caso uma mesma não seja feito de todos.

Afinal, ele/a reconhece que nenhuma turma é homogênea.

CompetênciaEstá sempre atualizado, mantendo a postura de um eterno

estudante e incentivando seus alunos a fazerem o mesmo.

Experiência

Oferece várias oportunidades de aplicação/realização do

material aprendido por seus alunos, pois reconhece que a

elaboração da aprendizagem não faz uso apenas da

memória, mas também da experiência.

InvestigaçãoEstá sempre preocupado em instigar em seus alunos a

curiosidade e o prazer de descobrir.

Crítica

Entende que é essencial que o conteúdo ensinado seja

dotado de significação para a vida do aluno; de outra

maneira, dificilmente a aprendizagem será passível de

transferência para situações futuras e, consequentemente,

dificilmente será considerada como efetivamente bem-

sucedida.

Humildade

Reconhece que o saber não tem dono. Neste sentido, se

dispõe, com mais facilidade, a entrar numa relação de troca

mútua.

Fonte: Almario, Alan –Educação Inclusiva Apostila 11, 2013

Vale ressaltar que na avaliação do aluno NE ou não, o primeiro passo é reconhecer

que a avaliação é usada apenas para medir o resultado da aprendizagem e não

como parte de um compromisso com o desenvolvimento de uma prática pedagógica

comprometida com a inclusão, e com o respeito às diferenças é de muita pouca utilidade para todo aluno atendido tanto na EJA como na Educação Regular.

(SARTORETTO 2010)

7

Page 8: itd.org.britd.org.br/.../doc_texto_educacao_inclusiva_2014_04_29.docx · Web viewFonte: Almario, Alan –Educação Inclusiva Apostila 11, 2013 Vale ressaltar que na avaliação do

FICHA DE ACOMPANHAMENTO/AVALIAÇÃO DE ALUNOS NEs – ITD 2014 A proposta da Ficha de

Acompanhamento/Avaliação dos alunos NEs

ITD 2014 é baseada nos trabalhos

desenvolvidos pelo CEMAD - CENTRO

MUNICIPAL DE APOIO AO DEFICIENTE, e

tem como objetivo permitir que o Alfabetizador utilize deste suporte para que

conheça melhor seus alunos, auxilie no acompanhamento e no rendimento escolar e

vise contribuir ativamente no sentido de incentivar estes alunos a aprenderem e a se

desenvolverem visando a promoção da aprendizagem formativa.

Para isso, é necessário que o Alfabetizador entenda que o acompanhamento e a

avaliação devem ter um caráter produtivo. Ou seja, para SARTORETTO (2010), o

professor deve avaliar o que o aluno é capaz de produzir e observar, analisar as

tarefas que ele é capaz de realizar, usar instrumentos que possam ser utilizados que

permita o acompanhamento do seu processo de aprendizagem e sua evolução

diária dentro de competências e habilidades que produza conhecimento.

Assim, a proposta é que o Alfabetizador receba junto com as avaliações uma

ficha de acompanhamento para relatar as observações de desempenho que os

alunos NEs apresentam tanto nos Aspectos Sociais em Língua Portuguesa e em

Matemática no final de cada trimestre e assim ter esta ficha como um instrumento

válido para mensurar, quantificar e qualificar o desenvolvimento dos alunos NEs no

dia a dia em sala de aula.

FECHAMENTOO professor na Educação Inclusiva, deve ser um

professor que tenha um olhar sensível, que tenha

prontidão para lidar com o diferente, com a diversidade para poder contribuir de

forma efetiva com o seu trabalho para todos os grupos de alunos de uma forma

inclusiva, interativa e participativa.8

Fonte: seml.com.br

Fonte: mvmachado.wordpress.com

Page 9: itd.org.britd.org.br/.../doc_texto_educacao_inclusiva_2014_04_29.docx · Web viewFonte: Almario, Alan –Educação Inclusiva Apostila 11, 2013 Vale ressaltar que na avaliação do

O professor jamais deve desistir do ato de educar e achar que sua jornada é difícil

e o seu trabalho impossível, deve tentar superar as dificuldades que aparecerem no

seu dia a dia e buscar na manhã seguinte superar o dia anterior com estratégias

novas, novos métodos que aprimorem sua prática educativa diária e assim

possibilitar para o seu aluno a transformação, emancipação e o constante

aprendizado.

REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS

ALMARIO, Alan. Educação Inclusiva. WEB Aulas – Universidade Ibirapuera – Aula 1 a 11, São Paulo, SP, 2010 a 2013.

CALADO, Maria José. A Inclusão De Alunos Com Necessidades Educacionaisespeciais Na Educação De Jovens E Adultos Orientador: Professor Dr.Washington Luiz Martins(UFPE). Instituição Superior de Línguas e Administração – UNISLA [email protected] .

CARNEIRO, Moacir Alves. Para Aprender. In, O acesso de alunos com deficiências às escolas e classes comuns, 2007, p.7).

CEMAD - Centro Municipal De Apoio Ao Deficiente, Secretaria Municipal De Educação, Ciência E Tecnologia. Ficha De Acompanhamento Do 1º Ano Do Ensino Fundamental.Disponível em:http://semect.files.wordpress.com/2010/01/ficha-avaliativa-para-alunos-com-nee-1c2ba-ano1.pdf

DAMKE, Ilda Righi: O processo de conhecimento na pedagogia da libertação. Rio de Janeiro: Petrópolis, 1995.

MANTOAN, Maria Teresa Égler. Inclusão Escolar. O que é? Por quê? Como fazer?. Ed. Moderna, São Paulo, 2006.

MEC/SEESP. Políticas Nacionais de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, 2007.

PERRENOUD, Philippe. A pedagogia na escola das diferenças: fragmentos de uma sociologia do fracasso. Porto Alegre: Artmed, 2001.

9

Page 10: itd.org.britd.org.br/.../doc_texto_educacao_inclusiva_2014_04_29.docx · Web viewFonte: Almario, Alan –Educação Inclusiva Apostila 11, 2013 Vale ressaltar que na avaliação do

SARTORETTO, Maria Lúcia. Como Avaliar o aluno com Deficiência? Assistiva- Tecnologia e Educação, São Paulo, 2010 Disponivel em: http://assistiva.com.br/Como_avaliar_o_aluno_com_defici%C3%AAncia.pdf

10