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J. E. Carreira Alvim - Justiça - Acesso e Desacesso

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Justiça: acesso e descesso

http://jus.com.br/revista/texto/4078

Publicado em 05/2003

J. E. Carreira Alvim

Sumário: 1. Cosidera!"es pr#vias.  2. $i%i&icado de 'acesso ( )usti!a'. 3. *das +ue

tradu,em o 'acesso ( )usti!a'. 4. Primeira oda: '-ssistcia judiciria para os pobres'. 5.

$e%uda oda: 'epreseta!1o dos iteresses di&usos'. 6. erceira oda: '-cesso (

represeta!1o em ju,o a uma cocep!1o mais ampla de acesso ( )usti!a e um ovo

e&o+ue de acesso ( )usti!a'. 7. Primeira oda o ordeameto jurdico brasileiro:

'-ssistcia judiciria'. 8. $e%uda oda o ordeameto jurdico brasileiro: '-!"escoletivas'. . erceira oda o ordeameto jurdico brasileiro: 'ova estrutura do Poder 

)udicirio e os ovos procedimetos'. 1!. *bstculos ao acesso ( )usti!a brasileira: '-

estrutura judiciria a morosidade dos procedimetos e o uso idiscrimiado de recursos'.

11. Cosidera!"es &iais.

1. Co"sideraç#es $r%vias

  * acesso ( )usti!a # um produto da obra de C-PP66 e mereceu o 9rasiluma aceita!1o 1o vista em outras partes do mudo.

  alar de 'acesso ( )usti!a' # como +ue prouciar uma palavra m%ica do tipo

'abre;te C#,amo' em +ue se descerra uma lar%a porta pela +ual todos passam desde os

mais miserveis at# os mais abastados s< +ue i&eli,mete pou+ussimos saem um

pra,o ra,ovel.

  &eli,mete em as odas cappellettianas +ue varreram o cotiete latio;

americao e em especial o 9rasil cose%uiram &a,er da )usti!a uma istitui!1o

co&ivel elimiado ou pelo meos ateuado satis&atoriamete o so&rimeto de +uemse v obri%ado a demadar em ju,o a satis&a!1o do seu direito.

  1o resta a meor d=vida de +ue a obra de C-PP66 &oi um marco a busca

de solu!"es para torar a )usti!a uma istitui!1o acessvel a todos e a sua %rade

repercuss1o aimou os operadores do direito a partir em busca de ovos camihos

re&ormulado as estruturas judicirias e especialmete as le%isla!"es processuais com

o prop<sito de alca!ar esse objetivo.

2. Si&"i'icado de (acesso ) Justiça(

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  >uado se &ala em 'acesso ( )usti!a' pesa;se lo%o uma )usti!a e&ica,

acessvel aos +ue precisam dela e em codi!"es de dar resposta imediata (s demadas?

e&im uma )usti!a capa, de ateder a uma sociedade em costate muda!a.

  - express1o 'acesso ( )usti!a' re%istram C-PP66 e 9@- A-B #

recohecidamete de di&cil de&ii!1o mas serve para determiar duas &ialidades bsicas

do sistema jurdico o sistema pelo +ual as pessoas podem reividicar seus direitos e/ou

resolver seus lit%ios sob os auspcios do 6stado. Primeiro o sistema deve ser i%ualmete

acessvel a todos? se%udo ele deve produ,ir resultados +ue sejam idividual e

socialmete justos.  DE *bservam por#m +ue o seu e&o+ue sobre o acesso ( )usti!a #

primordialmete sobre o primeiro aspecto acessibilidadeE sem perderem de vista o

se%udo. 6 cocluem: '$em d=vida uma premissa bsica ser a de +ue a justi!a social

tal como desejada por ossas sociedades moderas pressupõe o acesso e&etivo.

  Para B*FC* G. *HAI6$  2E

 # ecessrio destacar &rete ( va%ue,a dotermo acesso ( )usti!a +ue a ele s1o atribudos pela doutria di&eretes setidos sedo

eles &udametalmete dois: o primeiro atribuido ao si%i&icate justi!a o mesmo setido

e cote=do +ue o de Poder )udicirio tora siJimas as express"es acesso ( )usti!a e

acesso ao Poder )udicirio? o se%udo partido de uma vis1o axiol<%ica da express1o

 justi!a compreede o acesso a ela como o acesso a uma determiada ordem de valores e

direitos &udametais para o ser humao. 6 coclui +ue esse =ltimo por ser mais amplo

e%loba o seu si%i&icado o primeiro.

  Para mim o acesso ) Justiça com$ree"de o acesso aos *r&+os e"carre&ados

de mi"istrá,la- i"strume"taliados de acordo com a "ossa &eo&ra'ia social- e

tam/%m um sistema $rocessual ade0uado ) veiculaç+o das dema"das- com

$rocedime"tos com$atveis com a cultura "acio"al-  bem assim com a represeta!1o

em ju,oE a car%o das pr<prias partes as a!"es idividuais e de etes expoeciais as

a!"es coletivas com assistcia judiciria aos ecessitados e um sistema recursal +ue

1o tras&orme o processo uma busca itermivel de justi!a torado o direito da parte

mais um &ato virtual do +ue uma realidade social. -l#m disso o acesso s< # possvel com

 ju,es vocacioados ou predestiadosE a &a,er justi!a em todas as istKcias com

sesibilidade e coscicia de +ue o processo possui tamb#m um lado perverso +ue

precisa ser domiado para +ue 1o &a!a al#m do ecessrio mal ( alma do jurisdicioado.

3. "das 0ue traduem o (acesso ) Justiça( 3E

  rs s1o as odas visuali,adas por seus ideali,adores e +ue ser1o cosideradas

o desevolvimeto deste trabalho: DLE assistcia judiciria para os pobres? 2LE

represeta!1o dos iteresses di&usos? e 3LE acesso ( represeta!1o em ju,o a uma

cocep!1o mais ampla de acesso ( )usti!a e um ovo e&o+ue de acesso ( )usti!a.

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  He todas as odas a mais importate para a ordem jurdica acioal # a terceira

por compreeder uma s#rie de medidas desde a reestrutura!1o do pr<prio Poder 

)udicirio passado pela simpli&ica!1o do processo e dos procedimetos e desa%uado

um sistema recursal +ue 1o &a!a da parte vecedora re&#m da perdedora. udo com

vistas a a%ili,ar a prtica judiciria para +ue a parte +ue tem ra,1o teha a certe,a de +uereceber do 6stado;jui, aida em vida a presta!1o jurisdicioal +ue lhe %arata o %o,o

do seu direito.

4. rimeira o"da: (Assist"cia udiciária $ara os $o/res(.

  - primeira oda busca os meios de &acilitar o acesso das classes meos

&avorecidas ( )usti!a destri!ado os diversos modelos de presta!1o de assistcia

 judiciria aos ecessitados.

  -alisam os ideali,adores das odas de acesso ( )usti!a o Sistema Judicare, +ue

resultou das re&ormas levadas a e&eito pela Fustria %laterra Bolada ra!a e

 -lemaha sistema atrav#s do +ual a assistcia judiciria # estabelecida como um direito

para todas as pessoas +ue se e+uadrem os termos da lei em +ue os advogados

 particulares são pagos pelo Estado.  - &ialidade desse sistema # proporcioar aos

liti%ates de baixa reda a mesma represeta!1o em ju,oE +ue teriam se pudessem

pa%ar um advo%ado. -alisam tamb#m o modelo de assistcia judiciria com

advo%ados remuerados pelos co&res p=blicos com um objetivo diverso do sistema

 judicare o +ue re&lete sua ori%em o Pro%rama de $ervi!os )urdicos do Office of 

Economic Opportunity, de DMN5 em +ue os servi!os jurdicos s1o prestados por 

'escrit<rios de vi,iha!a' atedidos por advo%ados pa%os pelo %overo e ecarre%ados

de promover os iteresses dos pobres e+uato classe. 4E

  -l%us pases buscam combiar os dois modelos de &orma +ue um complemeta

o outro tedo assim procedido a $u#cia e a Provcia de >uebec o Caad o&erecedo

ao ecessitado a escolha etre o atedimeto por advo%ados servidores p=blicos ou por 

advo%ados particulares embora o sistema sueco peda mais para o modelo do sistema

 judicare em +ue os advo%ados p=blicos devem ser matidos essecialmete atrav#s dos

hoorrios pa%os pelo 6stado em bee&cio dos idivduos assistidos e+uato em

>uebec os escrit<rios de advocacia s1o matidos diretamete pelo %overo sem +ue se

leve em cota +u1o bem sucedidos eles sejam a competi!1o com sociedades de

advo%ados particulares. 5E

  -s vata%es apresetadas por esses modelos levaram os re&ormadores de muitos

pases icluido a -ustrlia a Bolada e a Ar1;9retaha a implemetar sistemas os

+uais cetros de atedimeto jurdico suplemetam os es+uemas estabelecidos de

 judicare sedo de re%istrar pela sua importKcia os 'cetros de atedimeto jurdico de

vi,iha!a' da %laterra locali,ados em reas pobres sobretudo ao redor de odres

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ode os 'solicitadores' e al%us advo%adosE reali,am muitas das tare&as desempehadas

pelos advo%ados de e+uipe os 6stados Iidos.  NE

  amb#m a $u#cia &oi pioeira em al%umas iova!"es ido al#m do +ue &oram

outros pases iclusive a ra!a a extes1o da assistcia judiciria ( classe m#dia em

+ue pessoas com redimetos de at# certo valor de reda aual automaticamete

reajustado cosoate o custo de vida o pas est apto a receber auxlio jurdico

subsidiado.  7E

  -s medidas adotadas os diversos pases tm cotribudo para melhorar os

sistemas de assistcia judiciria &a,edo ceder as barreiras de acesso ( )usti!a.

5. Se&u"da o"da: (e$rese"taç+o dos i"teresses di'usos(.

  6sta oda cetra o &oco de preocupa!1o especi&icamete os iteresses di&usos

&or!ado a re&lex1o sobre o!"es bsicas do processo civil e sobre o papel dos tribuais 8E

os diversos sistemas jurdicos. uma primeira percep!1o s1o chamados de iteresses

di&usos os 'iteresses coletivos ou %rupais' diversos da+uele iteresse dos pobres +ue

caracteri,a a primeira oda.

  - preocupa!1o com a se%uda oda resultou da icapacidade de o processo civil

tradicioal de cuho idividualista servir para a prote!1o dos direitos ou iteresses

di&usos. O +ue o processo civil &oi sempre visto como campo de disputa etre particularesTicio versus Caio), tedo por objetivo a solu!1o de cotrov#rsia etre eles a respeito de

seus pr<prios direitos idividuais.

  He uma perspectiva e+uivocada em +ue se pesava +ue se o direito ou iteresse

pertecia a todos  # por+ue não pertencia a ningum percebeu;se +ue se o direito ou

iteresse 1o pertecia a i%u#m # por+ue pertencia a todos, e a partir desse e&o+ue

cuidou;se de buscar meios ade+uados ( tutela desses iteresses +ue 1o ecotravam

solu!1o co&ortvel a es&era do processo civil.

  6ssa ova percep!1o do direito pJs em relevo a tras&orma!1o do papel do jui, oprocesso e de coceitos bsicos como a 'cita!1o' e o 'direito de de&esa' a medida em

+ue os titulares de direitos di&usos 1o podedo comparecer a ju,o ;; por exemplo todos

os iteressados a maute!1o da +ualidade do ar uma determiada re%i1o ;; # preciso

+ue haja um 'representante ade!uado' para a%ir em bee&cio da coletividade. - decis1o

deve em tais casos ser e&etiva alca!ado todos os membros do %rupo aida +ue 1o

teham participado idividualmete do processo. amb#m o coceito de coisa julgada

deve ajustar;se a essa ova realidade de modo a %aratir a e&iccia temporal dos

iteresses e direitos di&usos. ME

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  6ssa oda permitiu a muda!a de postura do processo civil +ue de uma vis1o

idividualista &ude;se uma cocep!1o social e coletiva como &orma de asse%urar a

reali,a!1o dos 'direitos p=blicos' relativos a iteresses di&usos. D0E

  * iist#rio P=blico tem sido muito presti%iado a de&esa dos direitos e iteresses

di&usos mas por 1o dispor de treiameto e expericia ecessrios para tato o +ue

exi%e muitas ve,es +uali&ica!1o t#cica em reas 1o jurdicas ;; como cotabilidade

mercadolo%ia mar"eting E medicia urbaismo etc. ;; outras etidades tm sido

le%itimadas para sua tutela? al#m evidetemete dos etes p=blicos +ue pela sua

destia!1o costitucioal est1o aturalmete comprometidos com ela.

  - melhor solu!1o para %aratir a e&etividade da tutela dos direitos e iteresses

di&usos # sem d=vida a mista ou pluralistaE em +ue a iiciativa privada se coju%a com

a atividade p=blica eutrali,ado iclusive evetuais i&lucias polticas +ue possam

comprometer a e&icicia da tutela de iteresses +ue perte!am a toda a sociedade ou adetermiado se%meto dela.

6. erceira o"da: (Acesso ) re$rese"taç+o em uo- a uma co"ce$ç+o mais am$la

de acesso ) Justiça- e um "ovo e"'o0ue de acesso ) Justiça.(

  6ssa oda ecoraja a explora!1o de uma ampla variedade de reformas, icluido

altera!"es das &ormas de procedimeto muda!as a estrutura dos tribuais ou a cria!1o

de ovos tribuais o uso de pessoas lei%as como ju,es e como de&esores modi&ica!"eso direito substativo destiadas a evitar lit%ios ou &acilitar sua solu!1o e a utili,a!1o de

mecaismos privados ou i&ormais de solu!1o dos lit%ios.   DDE 6sse e&o+ue 1o receia

iova!"es radicais e compreesivas +ue v1o muito al#m da es&era de represeta!1o

 judicial. D2E

  - diversidade dos lit%ios recomeda +ue os procedimetos sejam ade+uados (

sua solu!1o e +ue esta se d por <r%1os jurisdicioais e parajudiciais sempre com vistas

o custo;bee&cio +ue deveria ser o orte de +ual+uer re&orma das estruturas judicirias

em +ual+uer lu%ar do mudo. 1o tem setido +ue +uest"es altamete t#cicas sejam

etre%ues ( solu!1o de ju,es de direito +ue para solucio;las v1o louvar;se em peritos

sedo mais l<%ico +ue sejam resolvidas por t#cicos ite%rates de tribuais arbitrais.

  - re&orma dos procedimetos judiciais # de suma importKcia para modi&icar a

e%rea%em judiciria de modo a adotar procedimetos simples para demadas simples

e procedimetos complexos para demadas complexas. -l#m disso o procedimeto deve

cotar com a prese!a de lei%os com atividade de auxlio dos ju,es 1o apeas a

movimeta!1o do processo jutada vista etc.E mas da pr<pria istru!1o +ue toma a

maior parte do tempo do jui,. D3E *s pricpios co&i%uradores da oralidade detre os +uais

o da identidade f#sica, +ue exi%e a prese!a &sica do jui, o comado das audiciasdevem ser repesados para +ue etrem em cea os servidores 'istrutores'. - partir da

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poderia cada ju,o ter a seu servi!o um certo =mero de servidores especiali,ados a

istru!1o de processos otadamete a tomada de depoimetos de partes e

testemuhas reservado;se ao jui, o poder de rei+uiri;las caso eteda ecessrio para

o esclarecimeto dos &atos.

  6m &ace da diversidade cultural do pas # mais e&etivo +ue ao lado de um c<di%o

acioal de processo haja procedimetos ade+uados a cada 6stado;membro co&orme o

seu desevolvimeto pois 1o se pode exi%ir para a dili%cia de arrombameto por 

exemplo a prese!a de dois o&iciais de justi!a ode muitas ve,es 1o existe ehum.

  *s m#todos alterativos de resolu!1o dos co&litos &ora da justi!a p=blica devem

ser tamb#m presti%iados estimulado os jurisdicioados a buscar justi!a &ora dos tribuais

p=blicos como &orma de se obter decis1o mais rpida e e&ica, como a arbitra%em e a

media!1o. uitos pases coju%am a justi!a p=blica com a justi!a privada permitido por 

exemplo +ue o jui, de direito se tras&orme em rbitro ou mesmo um ami%velcompositor.

  - cocilia!1o apreseta %rades vata%es a medida em +ue 'aborta' o

 jul%ameto um dos %rades resposveis pela letid1o da justi!a em &ace da morosidade

do procedimeto e da de&icicia da pr<pria estrutura judiciria. O preciso o etato +ue

os cociliadores sejam pessoas vocacioadas para cociliar com poder de persuas1o o

+ue 1o # o caso dos ju,es +ue acostumados a istruir processos e decidir lides 1o

tm pacicia para vecer a resistcia das partes a obte!1o da trasa!1o. 6ssa

alterativa depede muito do per&il do jurisdicioado residido a a %rade di&iculdade em

&a,er com +ue a cocilia!1o alcace seu real objetivo pois o brasileiro # um liti%ate atoe mesmo sabedo morosa a )usti!a p=blica tem por ela uma iusitada predile!1o.

  *s jui,ados de pe+ueas causas e os jui,ados especiais tato cveis +uato

crimiais s1o duas especiais modalidades de se &a,er justi!a rpida e uma 1o exclui a

outra podedo ambas coviver a solu!1o dos co&litos arts. 24 Q e M8 CE.  D4E

  - justi!a dos jui,ados deve ser &eita em =ica istKcia sem a preocupa!1o com

turmas recursais +ue s1o um projeto mal cocebido do duplo %rau de jurisdi!1o para dar 

va,1o ao istito recursal das partes e ao jui, a si%ular sesa!1o de ser membro de um

cole%iado verdadeira 'medida provis<ria' de desembar%ador.

  * deomiado pricpio do duplo %rau de jurisdi!1o ao cotrrio do +ue se sup"e

1o tem asseto costitucioal e o &ato de a Costitui!1o prever a existcia de ju,es e

tribuais 1o si%i&ica +ue deva o le%islador i&racostitucioal ao discipliar os

procedimetos prever sempre a possibilidade de recurso. * direito ao recurso deve ser 

etedido 1o como direito a +ue a lei preveja recurso mas como direito ao recurso +ue a

lei prev?  D5E de &orma +ue se a lei 1o prev recurso ehum direito tem a parte de

recorrer. DNE

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  Pela ature,a e valor das causas os jui,ados especiais devem ser cetrados

basicamete em ju,es lei%os com jul%ametos se%udo o crit#rio de e+Ridade al#m dos

cociliadores pessoas capacitadas para 'abortar' mediate acordo das partes a %rade

massa de lit%ios +ue acorrem a essa justi!a.

  -l#m disso os jui,ados especiais devem ser uma justi!a ade+uada ao exerccio da

cidadaia com as pr<prias partes postulado os seus direitos sem a ecessidade de

patrocio por advo%ado pois o valor das causas +uase sempre 1o compesa o trabalho

desses pro&issioais. em as turmas recursais deveria ser exi%ido o patrocio de

advo%ado e se com essa exi%cia o +ue se pretede # desestimular recursos mais

ra,ovel seria a lei 1o prev;los.

7.rimeira o"da "o orde"ame"to urdico /rasileiro: (Assist"cia udiciária(.

  - repercuss1o das id#ias de C-PP66 tem estimulado o acesso ( )usti!a

as modalidades da se%uda e terceira odas a medida em +ue a primeira assistcia

 judiciriaE ad+uiriu cosistcia jurdica etre <s com a ei S D.0N0 de 5 de &evereiro de

DM50 icumbido aos poderes p=blicos &ederal e estadual idepedetemete da

colabora!1o +ue possam receber dos muicpios e da *rdem dos -dvo%ados do 9rasil ;

*-9 a cocess1o da assistcia judiciria aos ecessitados os termos desta ei art.

DSE.

  - ei . D.0N0/50 &acilita de tal &orma o acesso ( )usti!a +ue cosidera ecessitadopara os &is le%ais todo a!uele cuja situa$ão econ%mica não l&e permita pagar as custas

do processo e os &onor'rios de advogado, sem preju#(o do sustento prprio ou da fam#lia

art. 2S par%ra&o =icoE.

  - assistcia judiciria compreede a ise!1o de taxas judicirias e selos? de

emolumetos e custas devidos aos ju,es <r%1os do iist#rio P=blico e serveturios da

 justi!a? das despesas com as publica!"es idispesveis o joral ecarre%ado da

divul%a!1o dos atos o&iciais? das idei,a!"es devidas (s testemuhas +ue +uado

empre%ados receber1o do empre%ador salrio ite%ral como se em servi!o estivessem

ressalvado o direito re%ressivo cotra o poder p=blico &ederal o Histrito ederal ou

cotra o poder p=blico estadual os 6stados? dos hoorrios de advo%ado e peritos? e das

despesas com a reali,a!1o do exame de c<di%o %e#tico ; H- +ue &or re+uisitado pela

autoridade judiciria as a!"es de ivesti%a!1o de pateridade e materidade art. 3S a

TE.

  Para %o,ar dos bee&cios da assistcia judiciria basta +ue a parte a&irme a

pr<pria peti!1o iicial de +ue 1o est em codi!"es de pa%ar as custas do processo e os

hoorrios de advo%ado sem preju,o do susteto pr<prio ou de sua &amlia art. 4S

caput), presumido;se pobre at# prova em cotrrio +uem a&irmar essa codi!1o ostermos da ei sob a pea comiada de pa%ameto at# o d#cuplo das custas judiciais e

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sem preju,o de +ue o pedido possa ser impu%ado art. 4S UU DS e 2SE e at# revo%ado

art. 7SE.

  o 9rasil +uem tem codi!"es de pa%ar advo%ado pa%a e i%ressa em ju,o?

+uem 1o tem pode &a,;lo mediate o patrocio de de&esorias p=blicas de

assistcias judicirias de escrit<rios;modelo ou de advo%ado por ele escolhido ou

desi%ado pela *-9.  D7E -t# os acadmicos de direito a partir da 4L s#rie podem ser 

idicados pela assistcia judiciria ou omeados pelo jui, para auxiliar o patrocio das

causas dos ecessitados &icado sujeitos (s mesmas obri%a!"es impostas pela ei .

D.0N0/50 aos advo%ados art. D8E.

8. Se&u"da o"da "o orde"ame"to urdico /rasileiro: (Aç#es coletivas(.

  - se%uda oda che%ou at# <s por i&lucia das id#ias de C-PP66

embora CB*T6H- o icio do s#culo passado j &i,esse re&ercia a direitos di&usos

estes termos:

  'B ormas +ue re%ulam a atividade p=blica para a cosecu!1o de um bem

p=blico ou seja pr<prio de todos os cidad1os em cojuto da coletividade tal # o

iteresse de haver uma boa admiistra!1o um bom ex#rcito boas &orti&ica!"es? o

iteresse pela maute!1o das estradas e semelhatesE. Hessas ormas derivam direitos

coletivos  ou direitos cvicos %eraisE em tal maeira difusos  sobre um =mero

idetermiado de pessoas +ue 1o se idividuali,am em ehuma delas em particular: oidivduo 1o os pode &a,er valer a meos +ue a lei lhe coceda coverter;se em <r%1o

da coletividade. * idivduo como tal s< disp"e de um direito para com o 6stado ou outra

admiistra!1o p=blica o caso em +ue a lei re%uladora da atividade p=blica haja tido em

mira seu interesse pessoal, imediato, direto. *+)

  -s a!"es coletivas &oram previstas pela Costitui!1o de DM88 em diversos

dispositivos ora permitido +ue as etidades associativas +uado expressamete

autori,adas teham le%itimidade para represetar seus &iliados judicial ou

extrajudicialmete art. 5S QQE? ora cocededo madado de se%ura!a coletivo a partido

poltico com represeta!1o o Co%resso acioal ou a or%ai,a!1o sidical etidade de

classe ou associa!1o le%almete costituda e em &ucioameto h pelo meos um ao

em de&esa dos iteresses de seus membros ou associados art. 5S QQ 'a' e 'b'E? ora

dispodo +ue ao sidicato cabe a de&esa dos direitos e iteresses coletivos ou idividuais

da cate%oria iclusive em +uest"es judiciais ou admiistrativas? ora recohecedo ser 

&u!1o istitucioal do iist#rio P=blico promover o i+u#rito civil e a a!1o civil p=blica

para a prote!1o do patrimJio p=blico e social do meio ambiete e de outros iteresses

di&usos e coletivos art. D2M E e de&eder judicialmete os direitos e iteresses das

popula!"es id%eas art. D2M TE.

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  -l#m disso diversas leis ordirias como a ei . 7.347 de 24 de julho de DM85

dispodo sobre a a!1o civil p=blica e a ei . 8.078 de DD de setembro de DMM0 sobre a

prote!1o do cosumidor discipliam as a!"es coletivas +ue compreedem iclusive os

direitos e iteresses di&usos projetado o direito brasileiro a se%uda oda de acesso (

)usti!a.

.erceira o"da "o orde"ame"to urdico /rasileiro: (ova estrutura do oder 

Judiciário e os "ovos $rocedime"tos(.

  1o se cose%ue re&ormar a )usti!a sem se re&ormar a estrutura do Poder 

)udicirio pois a simples altera!1o de leis processuais mesmo com a ite!1o deliberada

de des&a,er os potos de estra%ulameto 1o produ, por si s< os almejados e&eitos.

  $ob este aspecto merece relevo a istitui!1o dos )ui,ados 6speciais de Pe+ueas

Causas pela ei . 7.244/84 +ue vieram a ser substitudos pelos )ui,ados 6speciais

Cveis e Crimiais pela ei . M.0MM/M5 embora tivessem podido coviver por 1o existir 

etre ambos +ual+uer icompatibilidade. ecetemete &oram istitudos os )ui,ados

6speciais Cveis e Crimiais o Kmbito da )usti!a ederal pela ei . D0.25M de D2 de

 julho de 200D &acilitado o acesso ( )usti!a em &ace dos etes p=blicos.

  amb#m por &or!a dessa oda tiveram lu%ar as miirre&ormas processuais a

=ltima d#cada do s#culo passado +uado &oram promul%adas diversas leis buscado

acelerar os procedimetos. DME

  - cocilia!1o &oi i%ualmete presti%iada pelas miirre&ormas tedo a recete ei .

D0.444 de 7 de maio de 2002 istitudo a audicia prelimiar art. 33D CPCE com o

deliberado prop<sito de estimular a composi!1o das partes abortado por essa &orma o

lit%io.

  Como solu!1o alterativa &oi promul%ada a ei . M.307/MN discipliado a

arbitra%em com o +ue se espera +ue as partes pre&iram solucioar os seus lit%ios atrav#s

da justi!a privada em +ue todos sabem +uado a demada come!a e +uado termia em

ve, da justi!a p=blica em +ue todos sabem +uado come!a mas i%u#m sabe +uado

termia.

  um Pas +ue tem %rade di&iculdade em prover seus <r%1os judiciais mesmo os

 j existetes com ju,es to%ados por+uato os cocursos p=blicos i&eli,mete s1o as

va%as +ue acabam disputado os cadidatos 1o vejo alterativa melhor do +ue os

 jui,ados especiais especialmete os estaduais +ue cotam a sua estrutura com as

&i%uras do jui, lei%o e do rbitro? e mesmo a arbitra%em +ue # excelete modalidade de

se &a,er justi!a privada. 20E

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1!./stáculos ao acesso ) Justiça /rasileira: (A estrutura udiciária- a morosidade

dos $rocedime"tos- e o uso i"discrimi"ado de recursos(.

  o 9rasil os obstculos de acesso ( )usti!a 1o se li%am ao problema da

assistcia judiciria aos ecessitados co&i%uradora da primeira oda de acesso e em

( de&esa dos iteresses da coletividade otadamete os iteresses di&usos co&i%uradora

da se%uda oda mas ( estrutura judiciria ( iade+ua!1o dos processos e dos

procedimetos e basicamete ( dimes1o +ue se d ao pricpio do duplo %rau de

 jurisdi!1o para ateder ( Ksia recursal do jurisdicioado brasileiro.

  - ossa estrutura judiciria # sabidamete arcaica motada o modelo &racs de

ispira!1o apoleJica e cujo objetivo era &a,er dos <r%1os superiores costitudos pela

votade dos poderes executivo e le%islativo verdadeiros <r%1os de domia!1o dos <r%1os

i&eriores do Poder )udicirio. 1o # por acaso +ue essa estrutura tem a &orma piramidal.

 -demais embora teha o 9rasil importado um modelo &racs de estrutura judiciriai&eli,mete 1o pJde importar a cultura &racesa de &orma +ue a+uele modelo cocebido

para um pas de primeiro mudo 1o &ucioa um mudo peri&#rico.

  *s processos e procedimetos adotados pelo C<di%o de Processo Civil

descohecem a %eo%ra&ia brasileira sedo cocebidos com as vistas voltadas para

re%i"es desevolvidas como a sul e a sudeste pelo +ue 1o se ade+uam a re%i"es de

parco desevolvimeto ecoJmico como a orte e ordeste sedo idticos os pra,os

para a prtica de atos uma re%i1o metropolitaa servida por metrJ e a+uelas em +ue o

trasporte aida se &a, em caoa movida a remo ou em lombo de je%ue movido a

chibata? embora o art. D82 outor%ue ao jui, as comarcas ode &or di&cil o trasporteprorro%ar +uais+uer pra,os mas uca por mais de sesseta N0E dias.

  Por isso essa terceira oda s< cumprir o seu objetivo +uado al#m de um

sistema processual ui&orme para todo o Pas tivermos uma diversidade procedimetal

+ue ateda a essa diversidade %eo%r&ica deixado a car%o de cada 6stado;membro

ormati,ar os procedimetos judiciais de acordo com os seus padr"es sociais

ecoJmicos e culturais. 1o se pode preteder por exemplo +ue os jui,ados especiais

&ucioem com a colabora!1o de esta%irios cociliadoresE e advo%ados ju,es lei%osE

em localidades situadas a ceteas de +uilJmetros de uma aculdade de Hireito.

  o +ue ta%e aos recursos parte;se da &alsa suposi!1o de +ue a Costitui!1o ao

elecar os diversos <r%1os +ue comp"em o Poder )udicirio art. M2 a TE teria

cosa%rado de &orma iarredvel o duplo %rau de jurisdi!1o o +ue 1o # o etato

verdadeiro. *s recursos s1o a %rade pra%a +ue 1o permite +ue a )usti!a produ,a bos

&rutos cotamiado a espera!a de tatos +uatos a ela recorrem +ue s< vem

satis&eito o seu direito material +uado j exaustos de tato demadar.

  esmo +uado se criam jui,ados especiais para determiadas causas ou causas

simples at# determiado valor ou sem ehuma complexidade +ue podem ser resolvidaspelo crit#rio de e+Ridade por +ual+uer jui, lei%o o culto ao recurso &a, com +ue mesmo

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sem admitir o acesso ( )usti!a em se%udo %rau se criem turmas recursais esp#cie de

se%udo %rau detro do pr<prio primeiro %rau ite%rado por ju,es de i&erior istKcia

para reexamiar as sete!as pro&eridas por ju,es de i%ual hierar+uia. o &udo o

recurso ordirio os jui,ados especiais 1o passa de uma mal+uista modalidade de

embar%os i&ri%etes do jul%ado a i&erior istKcia s< +ue em ve, de serem jul%adospelo mesmo jui, +ue pro&eriu a decis1o recorrida o # por uma turma recursal composta de

 ju,es de primeiro %rau.

  -ida +uado a lei processual estabelece +ue o recurso 1o impede a execu!1o

da sete!a como a previs1o do art. 4M7 primeira parte   2DEou +ue o recurso ser

recebido apeas o e&eito devolutivo como a previs1o do art. 542 U 2S   22E ambos do

CPC o $) e o $ admitem a!1o cautelar para dar aos recursos extraordirio e

especial um e&eito +ue e- vi legis eles 1o tm obstaculi,ado a execu!1o da sete!a

ates de passar materialmete em jul%ado. esmo +uado 1o tem cabimeto ehum

recurso ou mesmo correi!1o parcial ou reclama!1o etra em cea a tolerKcia dospret<rios admitido para se corri%ir decis"es +ue se covecioou deomiar 

'teratol<%icas' o uso do madado de se%ura!a cotra ato judicial a mais iusitada

teratolo%ia +ue se poderia coceber para esse &im.

  1o # +ue os recursos 1o sejam ecessrios por+ue s1o mas deveriam ser 

discipliados co&orme a importKcia da mat#ria decidida de &orma +ue em toda causa

subisse aos tribuais de se%udo %rau? muito meos aos tribuais superiores +ue

deveriam ser os %uardi1es da lei i&racostitucioal a+uilo em +ue tivesse transcendncia

sobre a pretes1o idividual das partes. * mesmo se di%a do $ +ue sedo o %uardi1o

da Costitui!1o deveria proceder ao reexame apeas de mat#rias +uest"esE +ue

pudessem pelo &eJmeo da transcendncia, iteressar ( a!1o como um todo. -s bri%as

de vi,ihos devem &icar co&iadas aos jui,ados especiais com direito ao arremedo

recursal para as turmas recursais.

  -s decis"es iterlocut<rias o processo civil ( exce!1o da+uelas +ue atecipam a

tutela ou decidem sobre a tutela cautelar deveriam ser irrecorrveis reservado;se ao

recorrete o direito de v;las reexamiadas por ocasi1o do jul%ameto da apela!1o? justo

como acotece o ju,o arbitral e a )usti!a do rabalho.

  as mesmo +uado o C<di%o de Processo Civil restri%e o alcace dos recursos

por ato do relator o tribual sob o pretexto de +ue se trata de uma decis1o si%ular

cocede %eralmete outro recurso para o cole%iado mediate a iterposi!1o de a%ravo

itero torado +uase et#rea a restri!1o.

  o +ue ta%e ao processo de cohecimeto deve;se admitir apeas a apela!1o

para corri%ir evetual erro ou ijusti!a da sete!a e o Kmbito dos tribuais apeas os

embar%os i&ri%etes desde +ue a sua &u!1o de ui&ormi,ar a jurisprudcia das

turmas ou cKmaras isoladas com a das turmas ou cKmaras reuidas ou se!"es co&orme

a or%ai,a!1o do tribual. O um e+uvoco supor +ue os embar%os i&ri%etes se destiama dar ao sucumbete mais um recurso em &u!1o do voto vecido por+ue a &ialidade

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desses embar%os # possibilitar +ue um <r%1o superior (s turmas ou cKmaras isoladas

ui&ormi,e a jurisprudcia o Kmbito itero da corte &a,edo com +ue o voto vecido a

turma ou cKmara ;; mas ajustado ( jurisprudcia do %rupo de turmas ou cKmaras ;;

prevale!a sobre os votos vecedores o +ue de outro modo s< seria possvel por decis1o

dos tribuais superiores.

 23E

  este particular as miirre&ormas itrodu,iram modi&ica!"es importates limitado

as hip<teses de cabimeto de embar%os i&ri%etes os tribuais de modo +ue s< cabem

tais embar%os +uado o ac<rd1o 1o uKime houver re&ormado em %rau de apela!1o a

sete!a de mrito ou houver jul%ado procedete a a!1o rescis<ria sedo +ue se o

acordo &or parcial os embar%os ser1o restritos ( mat#ria objeto da diver%cia art. 530

CPCE. Hesta &orma toraram;se irrecorrveis mediate embar%os i&ri%etes as decis"es

sobre +uest"es processuais mesmo havedo voto vecido em as sete!as de m#rito

+ue vierem a ser co&irmadas pelo tribual.  24E

  Im dos %rades obstculos ao %o,o do direito tem sido a iterposi!1o de

embar%os de declara!1o para os &is do art. 535 do CPC +ue apesar de cabveis apeas

para dissipar obscuridade ou cotradi!1o iciso E ou suprir omiss1o do jul%ado iciso E

vm sedo utili,ados em doses &omeop'ticas (s ve,es +uatro ou cico ve,es se%uidas

embar%os de embar%os de embar%os de embar%os etc.E che%ado;se at# a admitir 

e&eitos modi&icativos ao =ltimo dos embar%os de declara!1o iterpostos +ue &ucioam

como uma verdadeira superapela$ão. Poder;se;ia at# admitir os embar%os de declara!1o

os le%timos casos em +ue se &i,erem ecessrios para ite%rar o jul%ado mas dever;se;

ia tamb#m puir os embar%os improcedetes com uma multa em &avor do embar%ado

pelo tempo de espera de jul%ameto desse recurso +ue a &ial revelou;se sem

&udameto? isso idepedetemete da existcia de dolo ou culpa do embar%ate.

  *s recursos extraordirio e especial &oram tamb#m alca!ados pelas

miirre&ormas de modo a possibilitar a sua rete!1o +uado iterpostos cotra decis1o

iterlocut<ria em processo de cohecimeto cautelar ou embar%os ( execu!1o sedo

processados apeas se reiterado pela parte o pra,o para a iterposi!1o do recurso

cotra a decis1o &ial ou para as cotra;ra,"es art. 542 U 3SE. o etato as

iterlocut<rias de m#rito +ue decidem sobre pedido de tutela atecipada &icaram por 

costru!1o pretoriaa &ora do Kmbito da rete!1o bem assim a+uelas +ue 1o sedodecididas desde lo%o versado sobre a pehora de bes por exemploE possam causar (

parte preju,o %rave e de di&cil repara!1o. -+ui tem;se +uase sempre uma 'solu!1o de

Pirro'  25E pois uma ve, retido o recurso eseja sempre o a%ravo itero para o <r%1o do

tribual competete para o jul%ameto do a%ravo 1o &osse a rete!1o. 6sse # o %rade

problema dos recursos pois em ve, de se vedar a%ravo da decis1o si%ular do relator

+ue s< seria objeto de exame por ocasi1o do jul%ameto do recurso pricipal cocede;se

ovo a%ravo cotra tal decis1o a%ravo iteroE apeas poster%ado o jul%ameto

cole%iado para um mometo posterior.

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11. Co"sideraç#es 'i"ais

  6stas cosidera!"es tm o objetivo de estimular os operadores do direito

especialmete os +ue militam em sede acadmica a buscar ovos rumos para o acesso (

)usti!a surfando essa terceira oda +ue de todas # a +ue melhores codi!"es o&erece

de superar os obstculos a uma justi!a rpida e e&ica,.

  Como disse o problema do acesso ( )usti!a 1o # uma +uest1o de 'etrada'

pois pela porta %i%atesca desse templo chamado )usti!a etra +uem +uer seja atrav#s

de advo%ado pa%o seja de advo%ado matido pelo Poder P=blico seja de advo%ado

escolhido pela pr<pria parte sob os auspcios da assistcia judiciria 1o havedo sob

esse prisma ehuma di&iculdade de acesso. * problema # de 'sada' pois todos etram

mas poucos cose%uem sair um pra,o ra,ovel e os +ue saem &a,em;o pelas 'portas

de emer%cia' represetadas pelas tutelas atecipat<rias pois a %rade maioria &ica l

detro re,ado para cose%uir sair com vida.

  6ste # o %rade problema e o %rade obstculo +ue e&retamos cabedo (

doutria atrav#s de cocep!"es voltadas para a realidade brasileira sem copiar modelos

estra%eiros cotribuir para a &orma!1o de uma oda de 'descesso' sadaE da )usti!a

para +ue o sistema judicirio se tore mais racioal a entrada mas tamb#m mais

racioal e &umano a sa#da.

otas

  0D. C-PP66 auro? e A-B 9rVat. -cesso ( )usti!a trad. de 6lle

Aracie orth&leet. Porto -le%re: $er%io -toio abris 6ditor DM88 p. 8.

  02. *HAI6$ Borcio GaderleV. -cesso ( )usti!a o Hireito Processual

9rasileiro. $1o Paulo: 6ditora -cadmica DMM4 p. 28.

  03. * acesso ( )usti!a &oi precoi,ado pelos seus autores sob a &orma de odas

re&ormistas &alado;se ami=de as odas cappelletianas por i&lucia de auro

Cappelletti sem atetar;se para a cotribui!1o de 9rVat Aarth sedo essas odastamb#m de certa &orma gart&ianas.

  04. *HAI6$ Borcio GaderleV. Op. cit. pp. 3M;40. *bservou BI96 +ue

'* objetivo era utili,ar o diheiro dos cotribuites de modo a obter a melhor rela!1o

custo;bee&cio'. '1o racioars a )usti!a: hist<ria e biblio%ra&ia da assistcia judiciria

a -m#rica in /eorge 0as&ington 1a2 3evie2, v. 44 DM7N pp. 754 e 7N0E.

  05. dem pp. 43;44

  0N. dem pp. 44;45.

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  07. dem p. 4N.

  08. dem p. 4M.

  0M. os 6stados Iidos a class action permite +ue em certas circustKcias uma

a!1o vicule os membros ausetes de determiada classe a despeito do &ato de eles 1o

terem tido +ual+uer i&orma!1o pr#via sobre o processo. *HAI6$ Borcio

GaderleV. Op. cit.,, pp. 50;5D.

  D0. dem p. 5D.

  DD. dem p. 7D.

  D2. dem p. 7D.

  D3. o io de )aeiro a )usti!a ederal de Primeira stKcia j teve varas com

mais de 22.000 mil processos o +ue iviabili,ava cada processo a elas distribudo

diariamete.

  D4. o etato o le%islador brasileiro 1o se deu cota disso a medida em +ue

tedo criado os jui,ados de pe+ueas causas atrav#s da ei . 7.244/84 exti%uiu;os

+uado da cria!1o dos jui,ados especiais pela ei . M.0MM/M5.

  D5. 6$-A- )oa+ui $il%uero. 1a tutela jurisdiccional de los interesses

colectivos a travs de la legitimacion de los grupos. adrid: HVWiso DMM5 p. M5.

  DN. Peso +ue se os recursos s1o a sua maioria desprovidos pelas turmas

recursais &ica demostrada a desecessidade destas e se providos &ica demostrada

super&luidade dos ju,es si%ulares a recomedar o jul%ameto desde lo%o pelo <r%1o

cole%iado.

  D7. Tide a respeito o art. D4 da ei . D.0N0/50: '-rt. D4. *s pro&issioais liberais

desi%ados para o desempeho do car%o de de&esor ou de perito co&orme o caso salvo

 justo motivo previsto em lei ou a sua omiss1o a crit#rio da autoridade judiciria

competete s1o obri%ados ao respectivo cumprimeto sob pea de multa de mil cru,eirosa de, mil cru,eiros sujeita ao reajustameto estabelecido a ei . N.205 de 2M de abril

de DM75 sem preju,o da sa!1o discipliar cabvel. U DS a &alta de idica!1o pela

assistcia ou pela pr<pria parte o jui, solicitar a do <r%1o de classe respectivo. U 2S -

multa prevista este arti%o reverter em bee&cio do pro&issioal +ue assumir o ecar%o

a causa.'

  D8. CB*T6H- Aiuseppe. stitui!"es de Hireito Processual Civil trad. de ).

Auimar1es ee%ale. $1o Paulo: $araiva DMNM v. D p. 7.

  DM. eis s. 8.455/M2 sobre a perciaE? 8.N37/M3 sobre a idetidade &sica do jui,E?

8.7D0/M3 sobre a cita!1o e a itima!1oE? 8.7D8/M3 sobre aditameto do pedidoE? 8.8M8/M4

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sobre li+uida!1o de sete!aE? 8.M50/M4 sobre recursosE ? 8.M5D/M4 sobre cosi%a!1o

em pa%ameto e usucapi1oE? 8.M52/M4 sobre os processos de cohecimeto e cautelarE?

8.M53/M4 sobre o processo de execu!1oE? M.07M/M5 sobre a a!1o moit<riaE? M.D3M/M5

sobre o a%ravoE? M.245/M5 sobre o procedimeto sumrioE? M.NN8/M8 sobre a m;&#

processualE? M.75N/M8 sobre o processameto de recursos o Kmbito dos tribuaisE?D0.352/0D sobre recursos e reexame ecessrioE? D0.358/0D sobre o processo de

cohecimetoE? D0.444/02 sobre o processo de cohecimeto e o processo de execu!1oE.

 -l#m disso a ei . M.307/MN itrodu,iu o ordeameto jurdico acioal a arbitra%em.

  20. O possvel istalar em cada muicpio ou at# distritosE um <r%1o judicirio

estruturado pelos 6stados;membros e matido com o auxlio dos pr<prios muicpios com

o +ue se permite ( pr<pria sociedade &a,er justi!a atrav#s do crit#rio da e+Ridade. $e # a

sociedade +ue %era os lit%ios # ela +ue deve solucio;los mesmo por+ue # a maior 

iteressada a paci&ica!1o social etre os seus membros.

  2D. '-rt. 4M7. * recurso extraordirio e o recurso especial 1o impedem a

execu!1o da sete!a? a iterposi!1o do a%ravo de istrumeto 1o obsta o adameto

do processo ressalvado o disposto o art. 558 desta ei.'

  22. '-rt. 542. ...E U 2S *s recursos extraordirio e especial ser1o recebidos o

e&eito devolutivo.'

  23. 6sse objetivo vem sedo desvirtuado por al%us tribuais cocededo

embar%os i&ri%etes para o pr<prio <r%1o jul%ador com a sua composi!1o modi&icada ;;

melhor diria com a participa!1o de outros membros do mesmo <r%1o ;; de &orma +uehavedo um voto vecido o jul%ameto da apela!1o 2 x DE em +ue %eralmete votam

trs ju,es art. 555 CPCE votam os demais ju,es +ue comp"em a turma ou cKmara com

a possibilidade de prevalecer o voto vecido 3 x 2E. o etato a diver%cia cotiua

existido a medida em +ue outras turmas ou cKmaras votem de &orma diversa em +ue

os &udametos vecedores uma sejam vecidos a outra por+uato o jul%ameto 1o #

remetido ao %rupo de turmas ou de cKmaras. 1o vejo muito setido em +ue havedo um

voto vecido cotra dois se d recurso ao sucumbete para o mesmo <r%1o e havedo

dois votos vecidos e trs vecedores 1o se d? situa!"es como esta est1o a exi%ir +ue a

doutrie etre em campo para corri%ir os rumos da jurisprudcia.

  24. - explica!1o # simples: # +ue a sete!a apesar de pro&erida pelo jui, i&erior

tem a%ora a e&iccia e+uivalete a um voto de jui, do tribual pelo +ue se ela &or por 

exemplo de procedcia e dois ju,es do tribual votarem pela sua co&irma!1o tem;se

uma maioria !ualificada de votos de 3 x D +uer di,er a sete!a X dois votos do tribual

1o cabedo embar%os i&ri%etes? mas se essa mesma sete!a de procedcia vier a

ser re&ormada por dois votos tem;se uma maioria simples de votos de 2 x D mas por ter 

um dos votos matido a sete!a tem;se um como resultado 2 x 2 dois votos vecedores

de um lado e um voto vecido e a sete!a de outroE tedo cabimeto os embar%os

i&ri%etes.

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  25. Tit<ria de Pirro # a 'vit<ria em +ue as perdas do vecedor s1o t1o %rades

+uato as do vecido' e a solu!1o de Pirro # a+uela +ue 1o resulta em vata%em para

i%u#m em para o recorrete e em para o <r%1o jul%ador.'

Autor 

• J. E. Carreira Alvim

 jui, do ribual e%ioal ederal da 2L e%i1o pro&essor da

PIC/$P doutor em Hireito pela IA membro do stituto

9rasileiro de Hireito Processual

http://usuarios.uiet.com.br/Yjedal

9"'ormaç#es so/re o teto

Como citar este teto: 453 6789:8778 ;54T 

 -T ). 6. Carreira. Justiça: acesso e desacesso. )us avi%adi eresia ao 8 . N5 D maio

2003. Hispovel em: Zhttp://jus.com.br/revista/texto/4078[. -cesso em: 2M set. 20DD.