7
www.jornalja.com.br BOM FIM Circula nos bairros: Bom Fim, Moinhos de Vento, Farroupilha, Centro, Independência, Floresta, Rio Branco, Santana, Cidade Baixa e Santa Cecília. Porto Alegre, março de 2012 - Ano 26 - Número 416 D esde o começo de março o Parque da Redenção, tem um novo administra- dor - Paulo Jardim, engenheiro agrônomo, que substitui Jorge Pinheiro, que ficou no cargo dois anos e meio. Ao sair, Pinheiro destacou alguns pontos de sua administ- ração - como o da recuperação de monumentos – em especial o restauro da mão do gaúcho oriental, uma nova iluminação para o Parque, a limpeza de todos os espaços aquáticos e a revitalização dos chafarizes. Nesse período houve o in- gresso da Pepsi, que se tornou patrocinadora do parque. A companhia expõe sua marca e, em troca, auxilia na manutenção. Foi a Pepsi que instalou a academia da terceira idade, hoje um sucesso. Tam- bém trocou a iluminação e fez a repintura dos brinquedos infantis. Vale lembrar que a companhia possui seu próprio orçamento – e ela decide em que investir. Há apenas acordo de um mínimo estipulado em contrato com SMAM. Não se apurou quanto é esse mínimo. Outro aspecto importante é a segurança no parque, que melhorou. O vandalismo tam- bém diminuiu, embora ainda seja comum o mau uso do es- paço público - “são os própri- os usuários os que mais depre- dam os monumentos”. Para o administrador, as maiores demandas, ainda sem solução prevista, são: a refor- ma completa do piso central, hoje desnivelado e com várias falhas, e a recuperação do re- canto oriental. Pinheiro diz que gostaria de ver o pessoal frequentando o parque a qual- quer hora, inclusive à noite. Ele se posiciona contra a ideia de cercamento: “É um espaço público aberto, o que tem que ter é a iluminação adequada e policiamento à noite”. Ele diz ainda que seria necessária uma melhor ar- ticulação entre as diversas secretarias - SMIC, que cuida do brique, Secretaria do Es- porte, responsável pelo está- dio Ramiro Souto, Secretaria da Cultura (Araújo Viana) e SMAM. Várias medidas são tomadas sem consulta prévia. Redenção 2012, sob nova direção REFORMAS- Restauro do chafariz, a mão reposta na estátua do gaúcho e a nova iluminação do Monumento ao Expedicionário. DRENAGEM - O principal problema do Parque finalmente pode ganhar uma solução este ano. O Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) já tem um projeto pra Drenar cerca de 40% do terreno, a área que vai do Araújo Vianna até o centro do parque. Em breve, um edital vai ser divulgado. Segundo o administrador, não é possível drenar todo o parque, pois isto prejudicaria algumas espécies de árvores que necessitam de uma boa quantidade de água. Assim, faltaria um novo sistema de escoamento para o restante do parque, ainda sem planejamento. O Departamento de Esgotos Pluviais calcula que a obra da drenagem deve custar por volta de oito milhões de reais. ARAÚJO VIANNA - Não ficou pronto para a Semana de Porto Alegre, como o prefeito José Fortunati desejava. Agora, a reforma do auditório segue em ritmo normal, mas ainda não há prazo definido para a conclusão. Tudo indica que, no máximo, em 40 dias o novo espaço poderá ser inaugurado. CAFÉ DO LAGO - O locatário que tinha ganhado a concessão não obteve as licenças necessárias e a Prefeitura agora entrará na Justiça para fazer mais uma licitação. O local deve ser efetivamente um café, com funcionamento até às 10 da noite. As festas noturnas serão proibidas. MINIZOO - No terreno do minizoo será construído um espaço para os usuários soltarem seus cães, um ‘cachorródromo’. Vale lembrar que pela lei municipal nenhum cachorro pode passear sem guias, o que não é obedecido. TRENZINHO- Sem funcionar desde 2007, o trenzinho deve voltar a circular centro de dois meses. O projeto, da empresa da Sólida Diversões, que já é permissionária dos pedalinhos do lago, está em análise pela SMAM. Réplica de uma “Maria Fumaça”, o veículo será movido a biodiesel. A locomotiva terá três vagões, cada um com seis bancos, totalizando 18 lugares. Deverá funcionar das 10h até o entardecer ao custo de cerca de R$ 5,00 . A permissão de uso terá validade de cinco anos, podendo ser prorrogada. DEMANDAS - Reforma do passeio central, que está desnivelado e com buracos, e a restauração do recanto oriental são demandas antigas que ainda não tem prazo para serem atendidas.

JÁ BOM FIM

Embed Size (px)

DESCRIPTION

EDIÇÃO MARÇO JÁ BOM FIM - 416

Citation preview

Page 1: JÁ BOM FIM

w w w . j o r n a l j a . c o m . b r

BOM FIMCircula nos bairros: Bom Fim,Moinhos de Vento, Farroupilha,Centro, Independência, Floresta,Rio Branco, Santana, Cidade Baixae Santa Cecília.

Porto Alegre, março de 2012 - Ano 26 - Número 416

Desde o começo de março

o Parque da Redenção, tem um novo administra-

dor - Paulo Jardim, engenheiro agrônomo, que substitui Jorge Pinheiro, que ficou no cargo dois anos e meio.

Ao sair, Pinheiro destacou alguns pontos de sua administ-ração - como o da recuperação de monumentos – em especial o restauro da mão do gaúcho oriental, uma nova iluminação para o Parque, a limpeza de todos os espaços aquáticos e a revitalização dos chafarizes.

Nesse período houve o in-gresso da Pepsi, que se tornou patrocinadora do parque.

A companhia expõe sua marca e, em troca, auxilia na manutenção. Foi a Pepsi que instalou a academia da terceira idade, hoje um sucesso. Tam-bém trocou a iluminação e fez a repintura dos brinquedos infantis. Vale lembrar que a companhia possui seu próprio orçamento – e ela decide em que investir. Há apenas acordo de um mínimo estipulado em contrato com SMAM. Não se apurou quanto é esse mínimo.

Outro aspecto importante é a segurança no parque, que melhorou. O vandalismo tam-bém diminuiu, embora ainda seja comum o mau uso do es-paço público - “são os própri-os usuários os que mais depre-dam os monumentos”.

Para o administrador, as maiores demandas, ainda sem solução prevista, são: a refor-ma completa do piso central, hoje desnivelado e com várias falhas, e a recuperação do re-canto oriental. Pinheiro diz que gostaria de ver o pessoal frequentando o parque a qual-quer hora, inclusive à noite. Ele se posiciona contra a ideia de cercamento: “É um espaço público aberto, o que tem que ter é a iluminação adequada e policiamento à noite”.

Ele diz ainda que seria necessária uma melhor ar-ticulação entre as diversas secretarias - SMIC, que cuida do brique, Secretaria do Es-porte, responsável pelo está-dio Ramiro Souto, Secretaria da Cultura (Araújo Viana) e SMAM. Várias medidas são tomadas sem consulta prévia.

Redenção 2012, sob nova direção

REFORMAS- Restauro do chafariz, a mão reposta na estátua do gaúcho e a nova iluminação do Monumento ao Expedicionário.

DRENAGEM - O principal problema do Parque finalmente pode ganhar uma solução este ano. O Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) já tem um projeto pra Drenar cerca de 40% do terreno, a área que vai do Araújo Vianna até o centro do parque. Em breve, um edital vai ser divulgado. Segundo o administrador, não é possível drenar todo o parque, pois isto prejudicaria algumas espécies de árvores que necessitam de uma boa quantidade de água. Assim, faltaria um novo sistema de escoamento para o restante do parque, ainda sem planejamento. O Departamento de Esgotos Pluviais calcula que a obra da drenagem deve custar por volta de oito milhões de reais.

ARAÚJO VIANNA - Não ficou pronto para a Semana de Porto Alegre, como o prefeito José Fortunati desejava. Agora, a reforma do auditório segue em ritmo normal, mas ainda não há prazo definido para a conclusão. Tudo indica que, no máximo, em 40 dias o novo espaço poderá ser inaugurado.

CAFÉ DO LAGO - O locatário que tinha ganhado a concessão não obteve as licenças necessárias e a Prefeitura agora entrará na Justiça para fazer mais uma licitação. O local deve ser efetivamente um café, com funcionamento até às 10 da noite. As festas noturnas serão proibidas.

MINIZOO - No terreno do minizoo será construído um espaço para os usuários soltarem seus cães, um ‘cachorródromo’. Vale lembrar que pela lei municipal nenhum cachorro pode passear sem guias, o que não é obedecido.

TRENZINHO- Sem funcionar desde 2007, o trenzinho deve voltar a circular centro de dois meses. O projeto, da empresa da Sólida Diversões, que já é permissionária dos pedalinhos do lago, está em análise pela SMAM. Réplica de uma “Maria Fumaça”, o veículo será movido a biodiesel. A locomotiva terá três vagões, cada um com seis bancos, totalizando 18 lugares. Deverá funcionar das 10h até o entardecer ao custo de cerca de R$ 5,00 . A permissão de uso terá validade de cinco anos, podendo ser prorrogada.

DEMANDAS - Reforma do passeio central, que está desnivelado e com buracos, e a restauração do recanto oriental são demandas antigas que ainda não tem prazo para serem atendidas.

Page 2: JÁ BOM FIM

Reportagem:Elmar Bones, Patricia Marini

e Tiago [email protected]

FotografiaArfio Mazzei, Tiago Baltz

e arquivo Jornal JÁComercial

Mário Lisboa(51) 3347 7595 / 9877 [email protected]

DiagramaçãoTiago Baltz Tiragem:

10 MIL EXEMPLARESDistribuição gratuita

Impressão:Gráfica CG - (51) 3043-2310

Diretor-Responsável: Elmar Bones

Secretária Executiva: Velci Matias

Redação: Av Borges de Medeiros, 915

Conj 203. Centro Histórico

CEP 90020-025 - Porto Alegre/RS

Fone: 3330-7272

Edições anteriores: R$ 3,00

Porto Alegre, março de 2012

Notas do editor2

www. jo rna l ja .com.br

divulgação / PMPA

O cruzamento da Cris-tóvão Colombo com a

rua Hoffmann, bairro Flo-resta, está com a sua circu-lação alterada desde sábado, 17/03. As mudanças foram reivindicadas pela comu-nidade, que reclamavam do cruzamento no local.

As mudanças feitas pela EPTC com a participação também da Secretaria Mu-nicipal de Obras e Viação (Smov), foram as seguintes:

a) foi implantado um semáforo no cruzamento da Avenida Cristóvão Colom-

bo com a Rua Hoffmann;b) implantação de sen-

tido único na Hoffmann (até então era sentido du-plo), da General Neto para a Cristóvão Colombo;

c) inversão de sentido de fluxo na Hoffmann, da Cristóvão Colombo para a Farrapos;

d) implantação de sen-tido duplo na Comendador Azevedo, entre a Cristóvão Colombo e a Farrapo.

O objetivo é desafogar o cruzamento no local, e melhorar o acesso a Farra-

Mudanças no trânsito da Cristovão pos vindo da Gal Neto, com a mudança evita-se que os motoristas não precisam mais entrar no engarrafa-mento da Cristóvão em di-reção ao centro.

A Cristovão Colom-bo é hoje um dos maiores problemas de trânsito na Capital, no início e final das tardes o trânsito é sempre congestionado, em quase toda sua extensão.

Segundo a EPTC, no-vas alterações na região po-dem acontecer, na tentativa de minimizar o problema.

Um pequeno jor-nal luta para so-

breviver. Chama-se Jornalismo B. Teve origem num blog e tem como foco prin-cipal a crítica da mídia. “Busca des-construir o discurso an t i -democrá t i co da mídia”, como diz o editor Alexan-dre Haubrich, de 25 anos.

Circula com 500 exemplares por

quinzena, distribuí-dos gratuitamente entre profissionais e estudante das áreas de comunicação, para “estimular a leitura e o pensamento críti-co”.

Desde janeiro seu editor enfrenta

o desafio de garantir

a circulação do jornal em 2012. Como estão fazendo muitos proje-tos independentes, ele recorreu à internet e aos leitores conscien-tes, em busca de doa-ções que permitam a continuidade de seu projeto, de inegável interesse social.

A campanha vai até 31 de mar-

ço e qualquer contri-buição é importante. O canal é o seguinte: www.catarse.me/pt/projects/501-jornalis-mo-b-impresso-2012. Ali constam todas as informações sobre o jornal, o seu projeto e sobre como encamin-har as doações. Metade do valor necessário (R$ 13.500) já foi obtida.

(E. B.)

Page 3: JÁ BOM FIM

3Porto Alegre, março de 2012

De 24 a 31 de março, a população de Porto Alegre fes-teja os 240 anos de fundação do município. Para comemorar a data, a prefeitura e parceiros organizaram uma série de atra-ções que irão movimentar a Capital durante a 53ª Semana de Porto Alegre. A programa-ção de comemoração do ani-versário foi apresentada na quinta-feira, 15, pelo prefeito José Fortunati e o secretário municipal da Cultura, Sergius Gonzaga.

O evento ocorreu no Foyer do Theatro São Pedro. Shows, teatro, oficinas, exposições, filmes, palestras culturais esta-rão gratuitamente à disposição da população. “Pensamos uma festa para valorizarmos esta cidade, onde todos nós somos sujeitos de sua transformação. Por isso, é uma homenagem a todos os porto-alegrenses”, disse o prefeito, afirmando que

a cidade vive um momento único, com a execução de anti-gos projetos, como a revitaliza-ção da Orla do Guaíba e do Cais Mauá, a confirmação do Metrô e obras de infraestrutura que irão melhorar a qualidade de vida na Capital.

Fortunati destacou ainda que as atividades foram pensa-das de forma descentralizada para contemplar todas as re- giões de Porto Alegre. “Entre-tenimento, cultura e esporte estarão distribuídos pela cidade, fazendo com que, nes-ses espaços públicos, se viva com intensidade o aniversário da cidade”, enfatizou.

Para conferir todas as atrações do aniversário acesse: www.poa240anos.com.br

No portal você encontra toda programação da semana de Porto Alegre.

Lançamento da Programação da Semana de Porto Alegre – 240 anos.

Cidade comemora 240 anos de história

Ricardo Giusti/PMPA

Divulgação Mercado

Mercado Público também receberá atividades no aniversário da capital.

A cidade vive um momento único. Tempo de modernidade, de desenvolvimento e de gran-des conquistas históricas. Para comemorar esses e outros avan-ços, a Prefeitura de Porto Ale-gre, juntamente com parceiros públicos e privados, preparou uma variada programação para a Semana de Aniversário da cidade. Os eventos são gratuitos, um presente para porto alegren-ses e visitantes.

Programação Entre os dias 24 e 31 de

março, Porto Alegre viverá intensamente sua cultura e sua história por meio de shows de música, teatro, literatura, dança, exposições, palestras, cinema, atrações com tecnologia de última geração e muito esporte, com a corrida e a regata de ani-versário. Serão mais de 75 horas de cultura – 56 de shows e 19 de teatro e dança -, envolvendo 67 artistas, que farão apresenta-ções solo ou em grupo.

A festa começa no dia 24, com uma atração especial. No Anfiteatro Pôr do Sol, Maria Rita interpreta Elis Regina. Este ano marca os 30 anos da morte de Elis, uma das maiores cantoras do país. A programação segue com o 24 Horas de Cultura, que estará em diversos bairros. No domingo, às 10h, o pianista Arthur Moreira Lima se apresenta no espelho d’água da Redenção.

Os artistas porto-ale-grenses também são desta-que da programação do final de semana. Entre eles Tonho Croco, Júpiter Maçã, Hermes Aquino, Jorge Meutner, Nelson Jacobina, Shana Muller, Delica-tessen, Nei Van Soria, Acústicos

e Valvulados, Fernando Noro-nha e Black Soul.

Projeção em 3DPela primeira vez será reali-

zada em Porto Alegre uma pro-jeção 3D mapeada. A tecnologia permite animar arquiteturas a partir de um mapeamento digi-tal, gerando grande impacto visual e sonoro.

No Largo Glênio Peres, a partir das 20h, do dia 26, a fachada do Mercado Público será a tela gigante desta atração. Neste dia, no Largo, também haverá show de humor com o Guri de Uruguaiana e atrações musicais, desde as 18h.

O mesmo espetáculo 3D será repetido nos dias 27 e 28, só que com outras atrações culturais como Eron Felipe e Celso Santana, F.A.B.Ã.O, André Damasceno e Catuípe.

ExposiçãoNo dia 26, também será lan-

çada a exposição “Especiais sim, diferentes, não”, no Mercado Público, contando a história de

animais que aguardam adoção. Nos dias 28 e 29, inúmeras outras atividades serão realizadas, como o concerto da Orquestra Villa Lobos na escadaria da Igreja das Dores e o evento de música e gra-fite na Usina do Gasômetro.

No dia 28, às 20h, no Cais Mauá, será realizada a tradicional entrega da Medalha da Cidade, homenageando personalidades que se destacaram por sua rele-vância para Porto Alegre. No dia 31, ocorre o Baile da Cidade na Redenção. Esta que é uma das mais belas festas de Porto Ale-gre traz uma atração especial: a Banda da Cidade se apresentará ao lado de artistas que cantaram a capital dos gaúchos como Nei Lis-boa, Cigano, Lourdes Rodrigues, Kleiton e Kledir e Isabela Fogaça.

Também será realizada uma campanha homenageando quem traz vida à cidade: o porto--alegrense. Sem as pessoas não existiria o Brique aos Domingos, a corrida no Gasômetro, o chur-rasco com a família, a troteada na Vila Nova, o GreNal. Afinal, TODOS SOMOS PORTO ALEGRE.

Semana de Porto Alegre traz diversas atrações para a população

INFORMATIVO

Page 4: JÁ BOM FIM

4 5

A igreja Matriz, marco da elevação do povoado à freguesia, com a capela do Espírito Santo a frente.

A Porto Alegre dos açorianosA vinda de casais dos

Açores para o Sul do Brasil foi motivo de controvérsias durante muito tempo. O assunto só ficou mais cla-ro, quando o historiador Aurélio Porto encontrou, por volta de 1940, os do-cumentos nos arquivos do Conselho de Ultramar. Ele descobriu que já em 1737, uma “Carta Régia” tratava do assunto. Dizia o rei: “E tenho resoluto mandar transportar das ilhas até 300 casais, para se estabelecerem na dita colônia quando com efeito se consigam e sejam neces-sários”. Mas só dez anos mais tarde, o governo por-tuguês começaria a transfe-rir habitantes dos Açores, para Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O governo pagava tudo e dava uma terra, mas os homens não poderiam ter mais de 40 anos e as mulheres mais

de 30. Vinham para povoar, como indica o empenho de atrair mulheres: “(...) a cada mulher de mais de 12 anos e menos de 25, casada ou solteira, se darão 2.400 réis de ajuda de custo (...) e aos casais que levarem filhos se lhes darão para a ajuda de os vestir mil reis por cada filho, e logo que chegarem ao sítio que hão de habitar, uma enxada, um martelo, um facção, duas facas, duas tesouras, duas verrumas e uma serra com sua lima e travadora, dois alqueires de sementes, duas vacas e uma égua. No primeiro ano se lhes dará farinha que baste para o sustento, que são três quartas de alqueire da terra por mês para cada pessoa, homens e mulheres, mas não às crianças que não tiverem sete anos, e aos que os tiverem até os 14 se lhes dará quantia e meia por cada mês”.

O contrato para trans-porte de 4 mil casais, foi arrematado por Feliciano Velho Oldemberg, em 1747. Um mês depois de lançado o edital, estavam inscritas 2.585 pessoas. Não se sabe exatamente quantas vieram.

Certo é que ao em-barcar, os açorianos en-traram numa aventura de terror. Vinham amontoa-dos nos navios, as doen-ças se disseminavam, os que morriam eram lan-çados ao mar. Em 1748 começaram as viagens, uma por ano. Os primei-

ros casais chegaram ao Rio Grande do Sul no ano seguinte. Há dúvidas so-bre o total. Em seu estudo Aurélio Porto considera realista uma estimativa do historiador Borges Fortes, que dá um total de 585 casais com 2.278 pessoas. Nesse contin-gente estariam incluídos os que vieram para Porto Alegre.

No porto da então sesmaria de Jerônimo de Ornellas, hoje Porto Alegre, chegaram em 1752, após oitenta dias de tormentosa viagem,

os primeiros casais de açorianos - nos dois anos seguintes já totalizaram 98 casais, com 347 filhos.

Os primeiros batis-mos foram registrados em 1756. Sete crianças receberam as bênçãos do padre naquele ano.

Os açorianos, na ver-dade, deveriam ir ocupar a região das Missões, tomada aos guaranis. Mas como a situação na área era de conflito, eles foram abandonados no acampamento provisório, que acabou dando origem à cidade.

No local onde hoje está a Praça da Alfândega os açorianos montaram suas choupanas de barro cobertas de capim, num acampamento provisório à espera da viagem que jamais foi feita.

Com o passar do tempo, a pequena vila improvisada foi ganhan-do alguma organização. Como o porto era movi-mentado, principalmente pela passagem de tropas militares, um pequeno comércio se desenvol-veu e surgiram artesões que consertavam barcos. Logo se tinha pequenos estaleiros e uma produ-ção de embarcações e mastros para fragatas do exército.

O povoado se con-

A promessa

A chegada

centrava na Rua da Praia. Na praça Parobé ficavam as calhas nas quais se construíam os barcos. O Largo dos Ferreiros fica-va ao lado, na atual praça XV. Dali, em direção à praça da Alfândega, mo-ravam os mestres de me-nor hierarquia e alguns comerciantes. Passando a Alfândega, em direção ao atual gasômetro, ar-tesões de maior porte e militares.

Para ambos os la-dos, longe (entorno do gasômetro e Voluntários da Pátria), ficavam os diaristas ou jornaleiros, como eram conhecidos, e refugiados. No alto do morro, atual Praça da Matriz e Rua Riachue-lo, moravam oficias do

O povoado

exército e autoridades públicas – recolhedores de impostos.

No caminho até Via-mão, as margens do ar-roio dilúvio, Jerônimo de Ornellas permitiu peque-nas roças, era o povoado nascendo e também um entorno rural.

Somente em 1772 uma boa noticia chegaria aos casais açorianos. No dia 26 de março, dom Antonio do Desterro, do bispado do Rio de janeiro, assinou um documento transfor-mando o Porto dos Casais em freguesia de São Fran-cisco das Chagas. Essa é a data oficial da criação

de Porto Alegre, quando ela foi desmembrada de Viamão que era, então a capital.

Em 1793, a freguesia foi elevada a condição de

Capital da província. No ano de 1909 foi nomeada Vila de Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre, e em 1822, cidade de Porto Alegre.

Os açorianos enfrentaram doenças e falta de comida até desembarcarem em Porto Alegre.

Acima, pintura de Aldo Lo-catelli, retratando os conquis-tadores que no século XVI chegaram à região. Ao lado, o mapa das três sesmarias que formariam a cidade. Sesmaria era a terra doada, que media 13.068 hectares.

Choupanas de barro e capim construídas na Rua da Praia. No lado esquerdo, reprodução da Rua da Praia, alguns anos após a chegada dos açoria-nos. Acima, o único prédio da época da fundação ainda em pé, hoje anexo do Palácio Piratini. Modelo do primerio barco totalmente feito no estaleiro do Guaíba, à direita.

* Reproduções dos fascículos da História Ilustrada de Porto Alegre. JÁ Editores, 1998.

Page 5: JÁ BOM FIM

Porto Alegre, março de 20126

Campanha para reforma de calçadas chega ao bairro

A prefeitura inicia no final de março a emitir notificações aos proprietários de imóveis dos bairros Bom Fim e Inde-pendência para que realizem a reforma das calçadas. O pro-cesso, que iniciou na Cidade Baixa e no Centro Histórico, agora chega à segunda etapa.

Após as notificações, os proprietários terão sessenta dias pra as reformas. As calça-das serão classificadas em dois tipos de grupo: Azul, para calçada conservada ou recu-perada e Laranja para calçada não conservada. Caso não faça a melhora do local, haverá multa de R$ 461 e o morador receberá prazo extra de um mês para realizar a obra, sob pena de ser feita à revelia pela prefeitura com um acréscimo no preço, transferido ao infra-tor, de 30%.

Na primeira fase foram notificados mais de 40 mil donos de imóveis. O coorde-nador do Centro Administra-tivo Regional Centro, Rodrigo Kandrik, estimou que 70% dos que foram notificados en-tre outubro de 2011 e janeiro deste ano reformaram seus passeios.

A coordenadora do Gabi-nete de Articulação Institucio-nal, Ana Pellini, ressalta que será autuado apenas aquele proprietário que “não fizar nada” em relação à notifica-ção. “A população está com-preendendo, no Centro, pro-

prietários que pediram mais tempo à prefeitura, devido à falta de mão de obra ou pela necessidade de retirada de raízes por parte da Smam, não foram multados”, disse.

Vale lembrar que a obra do passeio deve garantir su-perfície antiderrapante, ser re-sistente, nivelada com unifor-midade e de fácil manutenção. Deve facilitar o deslocamento de equipamentos com rodas e permitir a circulação de usuá-rios de cadeiras de rodas. Os materiais admitidos são bloco de concreto, placa de concreto pré-moldado, concreto arma-do, concreto asfáltico, basalto e lajes.

Uma lei municipal deter-mina que a conservação dos passeios é de responsabilidade do proprietário. Mas, cada ci-

dadão pode procurar a prefei-tura sobre procedimentos e até financiamentos para cumprir as exigências. Informações podem ser obtidas pelo fone 156, das 7h às 23h.

No Bom Fim, o principal problema são calçadas irregu-lares e sem manutenção que dificultam o acesso, principal-mente a cadeirantes. As maio-res dificuldades encontra-se na avenida Osvaldo aranha e na avenida Independência.

Nova boutique dá mais charme ao Bom Fim

A novidade da vez é para as amantes da

moda. Inaugurada em fe-vereiro, a Boutique Renata Ribeiro traz o conceito das lojas do mesmo gênero de São Paulo, moderna e acon-chegante.

Segundo a proprietária, Renata, o público feminino poderá encontrar acessórios, bolsas de vários estilos e ta-manhos e sapatos – todos de marcas gaúchas. Além disso, há também jeans da marca Zoomp, e roupas intimas da marca Ana Hickmam - “a-

tualmente são o maior suces-so”, destaca a gerente Paula.

Localizada na Fer-nandes Vieira, 648, quase esquina com a Osvaldo, os destaques da boutique ain-da podem ser conferidos pelo facebook e blog: bou-tiquerenataribeiro.blogspot.com.br

Renata, que também é proprietária da ótica Mez-zon, na Osvaldo, confia no negócio – “é um bairro com pessoas de bom gosto, tenho certeza que vamos progredir e agradar a clientela”.

Até o dia 26 de março, a maternidade do Hospital de Clínicas de Porto Alegre estará em reformas. Será feita uma limpeza nos dutos de ar condicionado do Cen-tro Obstétrico e da Unidade de Tratamento Intensivo

Neonatal (UTIN), além de reformas nas instalações da UTIN, com a individua-lização dos leitos para isola-mento.

As Gestantes devem procurar outros hospitais neste período.

Maternidade do Clínicas fechada

Renata e a gerente Paula, apostam no sucesso da boutique.

Reforma no largo Glênio Perez, acima. E os buracos na avenida Independência.

Page 6: JÁ BOM FIM

Porto Alegre, março de 2012 7

Nova lei propõe circulação de táxis em corredores de ônibusDe acordo com o projeto

de lei que tramita na Câmara Municipal, os táxis da Capital terão permissão para transitar nos corredores de ônibus em tentativa de de-safogar as ruas da cidade. Pelo projeto, a permissão valerá em dias úteis, das 7h às 8h e das 18h às 19h30min, desde que o veículo transporte pas-sageiro. Fica proibido o em-barque ou desembarque de passageiros em trechos do corredor de ônibus.

A medida visa tornar mais ágil o transporte e a cir-culação na capital. O vereador Mauro Pinheiro (PT), autor do projeto, argumenta que o uso dos corredores não é obrigatório: “O taxista vai escolher o trajeto que lhe pa-recer mais desimpedido”. O vereador afirma que a inten-

ção é proporcionar mais con-forto para o usuário e maior circulação da frota de táxis.

O projeto determina um período experimental de três meses, para avaliação da pre-feitura e eventuais alterações. Também os taxistas deverão contribuir com sugestões.

A medida já recebeu apoio da Associação dos Per-

missionários Autônomos de Táxi de Porto Alegre (Asper-táxi). O Presidente da As-sociação, Walter Luiz Ro-drigues Barcellos, considera que a iniciativa é boa, mas vai esperar pelos resultados do teste de três meses previsto no projeto. Uma dúvida que ocorre: os táxis não vão tu-multuar o tráfego dos ônibus?

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam)

deixou um folheto na caixa postal da vizinhança infor-mando que a Secretaria Mu-nicipal de Obras e Viação (Smov) aprovou projeto de construção de prédio comer-cial, pela empresa Camargo e Marques Advogados As-sociados, na Rua Vasco da Gama, esquina com Ramiro Barcelos, 1481.

Como medida de com-pensação serão plantadas 21 mudas de árvores nativas e preservados 15 vegetais no terreno no imóvel e no pas-seio. A Smam diz que dá es-clarecimentos via Assessoria Comunitária (3289.7512 ou 3289.7513) mas só nos dez

Praça dará lugar a prédio

dias seguintes à divulgação. Acontece que o material chegou á população dia 21, mas com data de 13 de março, ou seja, deixando apenas três dias para os interessados se informarem. Em várias ten-tativas nos dias 22 e 23 não

conseguimos maiores infor-mações. O terreno fica ao lado da praça Berta Starosta, cujo abandono e sujeira já haviam sido denunciados em nossa edição de dezembro passado. E agora? O prédio vai engolir a pracinha?

Foi divulgado o Termo de Referência emitido pela

Secretaria de Habitação e Sa-neamento, para a licitação que vai escolher a empresa que fará os levantamentos necessários à elaboração dos projetos de regularização fundiária das vilas situadas no Morro Santa Teresa.

Na justificativa, o docu-mento diz que “estes traba-

lhos servirão de base para a regularização fundiária das áreas onde atualmente residem aproximadamente 1.200 famí-lias, as quais estão morando em situação precária de habi-tabilidade”.

A regularização fundiária proporcionará melhorias na qualidade de vida das famílias que ali residem, integrando a ocupação à malha urbana da ci-

dade, oferecendo a infraestru-tura, os equipamentos e os serviços básicos necessários, realocando aquelas famílias que estiverem em área de risco e áreas de preservação perma-nente, garantindo, também, a posse e o direito constitucional de moradia digna.

Os moradores aguardam o projeto há pelo menos trinta anos.

Santa Teresa já tem projeto de regulação fundiária

Câmara analisa lei que pretende desafogar trânsito para taxis.

Abandono da praça havia sido noticiado pelo JÁ em dezembro.

Page 7: JÁ BOM FIM

Porto Alegre, março de 20128

Nova casa para o flamencoDesde o começo do mês

já está funcioanando o novo espaço da tradicional escola de dança flamenca, Tablado Andaluz.

A inauguração oficial será di 24. A partir das 16 horas haverá work shops gratuitos da dança espanhola. No iní-cio da noite ocorrerrá ainda degustação gratuita do novo cardápio de petiscos e sangrias. E a partir das nove horas, será aberto o Buffet de Paella, a noite encerra-se com show de flamenco.

A nova sede, localizada na Venâncio Aires, n° 556, representa uma grande con-quista, diz a professora Andréa Franco: “é um espaço próprio, maior do que a antiga casa, o

restaurante pode aten-der cer-ca de 100 pessoas e há espaço para apresentações ao vivo; já no andar de cima há um palco para realização de ensaios e aulas”.

Com visual rústico e de-coração tradicional espanhola, o espaço parece ser o ideal pra quem quer sentir um pouco da cultura e culinária espa-nhola. O tablado é inspirado nos tablaos da Andaluzia, ca-sas noturnas que reúne a co-zinha espanhola e a dança e música tradicional. Dirigida por Andréa Franco e Robinson Gambarra, há 20 anos a casa é referencial no Sul do país. O Andaluz oferece aulas e as-sessoria a Escola de Danças, bailarinos, atores e academias .

No Tablado há espaço gastronômico e apresentações artísticas. Além disso, são produzidos musicais para teatro.