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Jà Entendi - Resumex de Português

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resumo de portugues

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RESUMEX LÍNGUA PORTUGUESA

1. Modos de Apresentação do Texto

Os textos podem ser classificados de acordo com sua tipologia (modo de apresentação). Essa classificação serve para determinar uma espécie de hierarquia de tipos e subtipos, ou seja variantes textuais.

• Variantes Textuais São textos que se enquadram em determina tipologia de realização, como por exemplo a biografia, que é uma variante da narrativa. Variante porque é uma narrativa do real e não do ficcional. Também é preciso levar em consideração o modo como o texto foi estruturado, ou seja, construído e pode ser classificado como: dissertativo, narrativo, descritivo, diálogo ou misto.

• Texto Dissertativo Geralmente desenvolve a ideia que se tem, a respeito de determinado assunto, seguindo uma ordem lógica e progressiva, isto é, uma ideia amarrada a outra, que a completa, que a sustenta. Ela também pode se apresentar de forma argumentativa, defendendo uma ideia, visando o convencimento do leitor ou ouvinte. Outra forma é a expositiva, que apresenta uma teoria buscando a confirmação de uma verdade. Na

maioria das vezes é a forma de textos científicos como teses e monografias. Normalmente, a dissertação tem três partes: ü Introdução: Onde são apresentados o

assunto a ser desenvolvido e o modo como este desenvolvimento se dará.

ü Desenvolvimento: Trata da ordenação progressiva dos dados, das opiniões e aspectos que o tema envolve e de suas fundamentações por meio de exemplos, teorias e provas.

ü Conclusão: Parte final da dissertação, onde contém uma síntese da posição assumida durante o desenvolvimento.

• Texto Narrativo

A narração é o relato de fatos e, normalmente, obedece uma ordem, seja ela temporal (fatos que ocorrem seguindo uma cronologia), espacial (locais onde os fatos ocorrem) e casual (estabelece uma relação causa-efeito: para toda ação, existe uma reação). Ele é composto por trama, conflito vivido par uma ou mais personagens em determinado espaço e tempo, contado por um narrador, que pode estar presente ou não no texto, de um ponto de vista interno ou externo. 2. Texto Descritivo Aborda o elemento descrito com objetividade, selecionando as suas características de forma hierarquizada, ordenando-as no tempo e no espaço. Ela é definida por possuir as seguintes características: Designação: Texto descritivo busca nomear, indicar, dar nome a algo, fazer alguma coisa ser conhecida.

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Definição: Consiste em determinar a extensão ou os limites do objeto descrito, bem como mostrar seus atributos e torná-lo inconfundível com outra coisa. Individuação: Procura particularizar, distinguir, tornar individual o elemento descrito. Visa torná-lo especial entre tantos outros da mesma espécie.

• Texto em Forma de Diálogo Alguns textos podem aparecer apenas em forma de diálogo entre duas ou mais personagens. As falas são indicadas, na maioria das vezes, por travessão, porém, existem escritores que, buscando inovar, usam outras marcas, tais como aspas ou parênteses. Atenção: Os textos dificilmente se apresentam em uma única modalidade. Na maioria das vezes eles aparecem mesclados, como é o caso dos romances, contos, novelas e poemas.

• Organização dos Textos

Eles podem ser classificados de acordo com a relação autor – leitor. É a forma de apresentação do texto de modo a ressaltar o sentimento, o pensamento e as opiniões do produtor do texto em relação ao tema abordado. Sendo assim, os textos podem ser subjetivos, onde o pensamento do produtor é oposto ao objetivo. Para chegar ao centro do tema abordado, ele faz um trabalho de acumulação de informações e pesquisas. Já o leitor, para atingir o

núcleo informativo, realizar um processo de redução das informações. É o caso de resumos, paráfrases, resenhas, entre outros. O resultado será um texto objetivo. Cada texto tem como objetivo atingir determinados tipos de leitores. Os textos não-ficcionaishinformativos apresentam as seguintes modalidades, de acordo com o público alvo: Técnicos: Destinados a colocar o leitor em contato com as estruturas de textos próprios de repartições oficiais, comerciais, tais como ofícios, atas, memorandos, cartas, etc. Científicos: Visam a fundamentação de um princípio, uma ciência, um conceito, como as monografias, teses, estudos, etc. Didáticos: Buscam reunir, enfatizar e aplicar um processo de ensino, assim como os livros didáticos e as apostilas. Jornalísticos: Têm o objetivo de informar por meio de notícias. Publicitários: São textos sincréticos, que reúnem várias linguagens para produzir um novo texto repleto de sentidos. Jurídicos: Procura esclarecer, detalhar e descrever as leis. Filosóficos: Discutem ideias em torno da essência, das características, das causas e efeitos de determinados temas como vida, morte, Deus, liberdade, etc. Políticos: Apoiam-se em convicções partidárias ou em determinadas

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doutrinas sócio-políticas e têm a finalidade de convencer o leitor. Crítico: Visa expor um juízo de valor a respeito de alguma ideia, como livros, teatro, cinema e espetáculos ou de comportamentos. Os textos ficcionais ou literários valorizam a palavra pela palavra. A palavra toma um caráter universal e poético. Serve de ponte entre o autor do texto e as várias interpretações que o leitor lhes atribuir.

• Texto e Estilo No texto linguístico, estilo é o conjunto de diferentes modos da sua apresentação, tanto no plano da organização (modos de estruturar o texto) quanto no plano do conteúdo (da escolha das ideias nele contidas). Os falantes de uma língua têm à sua disposição um largo repertório linguístico e, ao escolher um determinado estilo para usar, consequentemente escolherá os meios de expressão que melhor representarão seus valores, pensamentos e desejos. Tal escolha é o que caracterizará o seu estilo. O estilo manifesta-se também nos discursos de grupos sociais. Representa a forma de pensar, sentir e agir desse grupo e é o chamado de estilo coletivo. Quando tal estilo representa uma cultura temos o que chamamos de estilo de época. Ele surge como tendências nas diferentes manifestações artísticas, na religião, na psicologia, na sociologia, nos costumes, nos vestuários e adornos, na maneira de as pessoas se relacionarem.

Esse fenômeno, como não poderia deixar de ser, se estende à literatura.

• Divisão dos Estilos Literário: Predomina a subjetividade, a emoção, a conotação. Conotação deve ser entendida como ideias e associações, ligadas pela experiência individual ou coletiva a determinadas palavras. É o conjunto de valores afetivos que se dá à palavra, ou ainda o conjunto de valores que lhe dá o contexto onde ela é empregada. O estilo literário é carregado de tons afetivos e tem por objetivo causar emoções no leitor. Não-literário: Predominam a objetividade , a impessoalidade e a formalidade, ou seja, cada modalidade de texto deverá estar sujeita a estruturas pré-estabelecidas, assim como nas cartas comerciais, nos ofícios, nas atas ,etc. Essa modalidade de estilo visa a esclarecer o leitor (ou ouvinte) para convencê-lo. Nele destaca-se a denotação. Denotação deve ser entendida como a significação evidente, real e objetiva das palavras. O sentido denotativo de uma palavra é mais ou menos igual para todos os falantes da mesma língua. Harmonia: É aquele que soa bem aos nossos ouvidos. Deve-se evitar repetições de palavras e ideias , pleonasmos (Ela saiu para fora chorando), encontros de sons que possam provocar rimas, ecos ou aliterações desagradáveis aos ouvidos (Foi fugindo feito fera ferida). Clareza: Se manifesta pelo uso correto da pontuação, da disposição das palavras na frase (sintaxe de colocação), pela precisão vocabular. Deve-se ainda evitar as ambiguidades e omissões de

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termos importantes na construção do texto. Concisão: É a economia na produção do texto. Deve-se empregar apenas as palavras fundamentais para veicular o propósito do texto, desprezando explicações óbvias. Correção Gramatical: Dentre os erros gramaticais, aqueles que tornam um texto incompreensível são os erros de regências (nominal e verbal) e de concordâncias ( nominal e verbal). Coesão: É o modo como ligamos um termo da oração a outro com o auxílio dos conectivos (palavras de ligação: que, e, para, porque, etc), estabelecendo uma relação de sentido (Todos foram para casa porque chovia muito). Coerência: É a qualidade de um discurso que tem unidade de sentido. A coerência depende da coesão e do conhecimento sociocultural do produtor do texto e do leitor para quem o texto é dirigido. A coerência só acontece se tal conhecimento for partilhado entre ambos.

ü Estudo dos Fonemas Vocálicos (Vogais e Semivogais)

Vogais são sons resultantes da livre passagem do ar pela boca. Funcionam sempre, em língua portuguesa, como a base da sílaba, isto é, em língua portuguesa não há sílaba sem vogal. As vogais são: a, e, i, o, u. As vogais a, e, o serão sempre vogais, já as vogais i / u, quando estiverem ao lado de uma outra vogal, na mesma sílaba, elas funcionam como

semivogais, isto porque elas perderão parte da sua intensidade. Ex.: Tábua - na pronúncia da palavra o u fica mais fraco que o a, portanto, atua como uma semivogal. Dividindo em sílabas: tá-bua. Sílaba é o grupo de fonemas pronunciado de uma só vez. Ex.: Sé-rie. O i atua como semivogal, pois forma uma sílaba com a vogal e. Observação: Em cada sílaba só existe uma vogal.

Ex.: Pa-ra-guai. Na última sílaba temos a vogal a ladeada pelas duas semivogais: u/i. Observação: As letras m e n nos finais de sílabas podem funcionar como semivogais.

Ex.: Bem ; também ü Classificação lj Fonemas Vocálicos Os critérios usados para se classificar os fonemas vocálicos são: Quanto à zona de articulação: Posição da língua, abertura da boca e movimento dos lábios. As vogais podem ser:

ü Médias (a) - A língua permanece baixa. Ex.: ma-la; Ca-so.

ü Posteriores (ó, ô, u) - O dorso da língua se eleva, recuando em direção ao véu palatino. Ex.: mo-le (mó-le); mo-lho (mô-lh); mu-la(mû-la).

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ü ü Anteriores (é, ê, i) - A ponta da

língua se eleva e vai em direção ao palato duro (céu da boca), diminuindo a abertura bucal e aumentando a abertura da faringe. Os lábios se retraem progressivamente. Ex.: Le-bre (lé-brê); ri-pa.

Quanto ao timbre: É o efeito acústico resultante da distância entre o dorso da língua e o véu palatino com a cavidade bucal funcionando como uma caixa de ressonância. O timbre é o traço distintivo das vogais. A distinção entre vogais abertas e vogais fechadas só se dá entre as vogais tônicas e as subtônicas .As vogais , quanto ao timbre , podem ser :

ü Abertas – (a, é, ó) a língua encontra-se baixa. Ex.: A-sa, pe-le( pé-le); co-bra ( có-bra).

ü Fechadas – ( ê, ô, i, u ) a língua se eleva. Ex.: Pu-ra ; o-lho (ô-lhô), pe-ra (pê-ra), si-no.

ü Reduzidas - (a, i, u ) o timbre reduzido é proferido com menos nitidez. As vogais átonas são as reduzidas (na palavra) de intensidade fraca. Ex.: Ca-sa; den-te; contínua.

Quanto ao papel das cavidades bucal e nasal: As vogais podem ser:

ü Orais – (a, é, ê, i, ó, ô, u) a corrente de ar ressoa somente na cavidade bucal. Ex.: Ca-la, pe-le (pé-le), pês-se-go, co-la (có-la), bo-lo (bô-lo), mu-ro, ri-pa.

ü Nasais – a nasalidade de uma vogal (a, e, i, o, u) é marcada pelo til (~) ou pelos m e n nos finais de sílabas. A corrente de ar ressoa nas fossas nasais. Ex.: Ro-mã, ven-to , pon-to, lin-do, mun-do.

Quanto à intensidade: É a força com que é pronunciada a vogal de uma sílaba. Quanto à intensidade as vogais podem ser:

ü Tônicas – são as proferidas com maior intensidade. Ex.: Me-sa.

ü Átonas – são as proferidas com menor intensidade. Ex.: Me-sa

As palavras de uma só sílaba terão a vogal ou tônica ou átona. Ex.: Nós (pronome pessoal do caso reto - nós os levaremos amanhã); Nos (pronome pessoal do caso oblíquo – Eles nos levarão amanhã). Já as palavras com mais de uma sílaba terão somente uma vogal tônica. Quanto à elevação da língua: A elevação gradual da língua contribui para a distinção das vogais. As vogais quanto à elevação da língua podem ser:

ü Baixa – (a) a língua permanece

em repouso. Ex.: Ca-vei-ra. ü Médias – (é, ê, ó, ô) as vogais

médias possuem dois graus de elevação. Ex.: Pro-fe-ta; re-cre-ar.

ü Altas- (i, u) – a língua eleva-se em direção ao palato. Ex.: Vul-to, sur-tir.

3. Encontros dos Fonemas Vocálicos Há em português três modos de formação de encontros dos fonemas vocálicos: Ditongo: Encontro de uma vogal e uma semivogal ou de uma semivogal e uma vogal na mesma sílaba . No primeiro caso temos o ditongo decrescente (boi ; herói , chapéu).

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No segundo caso temos o ditongo crescente (régua, espécie, tolerância). Além disso, os ditongos crescentes e decrescente podem ser também orais ou nasais, conforme saia o ar pelas cavidades bucal ou nasal. Ex.: Ditongos decrescentes orais: pai , rei , doido. Ditongos decrescentes nasais: mãe (mãi), põe (põi), vem (v~ei), hífen (híf~ei). Ditongos crescentes orais: vários, aquoso, piolho. Ditongos crescentes nasais: Tritongo: É o encontro de uma semivogal mais uma vogal e uma semivogal na mesma sílaba. A vogal fica entre duas semivogais. Ex.: saguão, enxaguou. Os tritongos podem ser orais ou nasais: Ex.: Ttritongos orais: quais, delinquiu Tritongos nasais: mínguam (mín-guãu ) , quão (quãu) Observação: As palavras pa-ra-guaio e u-ru-guaio possuem 4 fonemas vocálicos seguidos. Alguns gramáticos os arrolam como tritongos, todavia há aqueles que preferem a seguinte divisão de sílabas: pa-ra-guai-o, u-ru-guai-o, considerando um tritongo (uai) e um hiato (i-o), ou ainda dois ditongos crescentes, assim: pa-ra-gua-io, u-ru-gua-io. Acreditamos ser a última opção a mais coerente com a pronúncia atual.

Hiato: É o encontro de duas vogais em sílabas diferentes por guardarem

nitidamente cada uma a sua tonicidade. Ex: Ca-a-tin-ga ; sa-ú-de. 4. O que é Texto? Um texto torna-se um elemento de significação graças à sua formatação, que lhe confere a capacidade de estabelecer uma comunicação entre o produtor do texto e seus leitores. Portanto, um texto é um objeto de significação, um tecido organizado e estruturado destinado à comunicação, tornando-se, assim, um objeto representativo de uma cultura. Dessa forma, o texto está inserido numa sociedade de classes e é determinado por uma formação ideológica e, por esta razão, todo texto deve ser lido sempre levando em consideração o contexto sócio-histórico que o envolve e lhe atribui sentido. O estudo do sentido, ou dos seus sentidos, em um texto deve ter em vista, tanto os mecanismos internos (organização do texto), quanto os fatores contextuais ou sócio-históricos da construção de seus sentidos, isto é, deve-se examinar o que o texto diz e como o diz.

Como diz: Seria examinar os procedimentos da organização do texto, como o produtor o constrói. No caso dos textos linguísticos, verificar os vocábulos escolhidos, as construções das frases, a escolha das informações e como o produtor as organiza no texto.

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No caso de textos não linguísticos, é possível verificar as técnicas empregadas, próprias de cada modalidade de texto, como escultura, pintura, sinais, entre outros.

O que diz: Seria examinar os mecanismos enunciativos da produção e da recepção do texto, isto é, examina-se o processo do diálogo entre produtor e receptor do texto: o que foi dito, o que se pretendeu dizer e o que se entendeu como dito, processos que dependem de vários elementos presentes numa situação de interação. O texto, definido dessa maneira, pode ser linguístico (oral e escrito) como poesia, romance, notícias; visual ou gestual como dança, pintura, escultura, fotografia ou ainda sincrético como música, teatro, publicidade, história em quadrinhos. Todo texto é dialógico, o que significa que todo texto conversa com o leitor ou com outros textos, por meio de uma linguagem específica. Um mesmo texto pode ter várias leituras, dependerá da forma como o leitor o recebe, já que as classes sociais utilizam a língua de acordo com os seus valores e a sua bagagem cultural. Quanto mais informações possuir o leitor, mais ampla será a leitura que o mesmo fará do texto. Podemos entender também que o texto dialoga com outros textos que estão contidos dentro dele, é o que chamamos de Intertextos. Todos os textos são constituídos por outros textos da cultura que se instalam

nos seus interiores e os definem, é a chamada Intertextualidade. A intertextualidade é o processo de incorporação de um texto, ou textos, em outro, seja para reproduzir o sentido incorporado, seja para transformá-lo.

• Texto visual

Nesse texto existem alguns textos (intertextos) que nos remetem à cultura brasileira. O primeiro é um texto visual novo, estruturado, com outros textos visuais já existentes, aqui transformados sem perderem sua significação original, mas que, em conjunto, criam novas significações. Temos aqui, portanto, um exemplo de Intertextualidade no Plano Visual.

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• Texto sincrético

É chamado de Sincrético por ter sido estruturado usando duas modalidades diferentes de texto, a visual e a linguística. A sua leitura deve ser feita levando em consideração ambas as modalidades, já que os textos, linguístico e visual, dependem um do outro para que o texto novo, o sincrético, tenha significação. Se observarmos atentamente os mínimos detalhes da parte visual, e se compararmos o conjunto de seus significados com os sentidos da parte linguística do texto, constataremos que o sentido do texto visual e o do linguístico são complementares, uma significação reforça a outra. A intertextualidade pode se dar de duas maneiras diferentes:

ü Temos um texto novo (sincrético) que é resultante da união de dois textos diferentes (visual e linguístico). Um texto dentro de outro;

ü Temos um texto sincrético cuja significação nos remete a vários aspectos da cultura política

brasileira e suas consequências nos âmbitos material, educacional e humano, que nos remete a milhares de textos já existentes em revistas, jornais, TV, internet, imagens (caricaturas) entre outros.

• Texto Linguístico A canção de Chico Buarque apresenta alguns intertextos que nos remetem a textos bíblicos, tais como o primeiro verso “Pai, afasta de mim esse cálice”, citação que repete a súplica de Cristo, ao Pai, quando crucificado. O verso 9 “De que me vale ser filho da santa”, que é uma alusão à Nossa Senhora. O verso 10, que é uma alusão à Maria Madalena, dentre outros. Assim como o título da canção, Cálice, o texto oral contém uma segunda significação relacionada com a Ditadura Militar no Brasil, entendemos cálice como cale-se. O texto de Chico é um entrelaçar de textos históricos (bíblicos e da história do Brasil) com nítida intenção de crítica à ditadura militar.

Cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue Como beber dessa bebida amarga Tragar a gota , engolir a labuta Mesmo calada a boca, resta o peito Silêncio na cidade não se escuta De que me vale ser filho da santa Melhor seria ser filho da outra Outra realidade menos morta Tanta mentira, tanta força bruta...

(Chico Buarque)  

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Quanto aos textos Linguísticos, são

três os processos de intertextualidade:

Citação: É o processo linguístico de repetir a fala de outra pessoa da maneira como foi dita. Em textos técnicos e científicos, esta deve vir sempre entre aspas ou de forma destacada no centro da página e com informações sobre a sua origem. A citação pode ser usada para alterar ou confirmar o sentido do texto citado. Alusão: É reproduzida nas construções sintáticas em que certas figuras são substituídas por outras. Um exemplo é o verso de Chico Buarque “Como beber dessa bebida amarga”, que nos remete à uma passagem bíblica. “Dessa bebida amarga”, faz “alusão” ao vinagre, ou seja, está no lugar dele na construção da frase. Estilização: É a reprodução da estrutura do discurso de outra pessoa, isto é, do estilo de outra pessoa (estilo é o modo de ser e de se expressar de uma pessoa). A estilização pode ser:

ü Polêmica: Aquela que procura ridicularizar o discurso em questão.

ü Contratual: Aquela que mantém

com o texto original o mesmo modo de ver o mundo, a mesma

ideologia, a mesma forma de expor os pensamentos.

5. Crase A palavra crase significa mistura, fusão, junção, aglutinação.

Haverá crase sempre que o termo anterior exigir preposição a e o termo posterior exigir:

ü A artigo definido feminino a (as). Ex.: “Eu dirigi-me à cantora para cumprimentá-la”. Evitando a repetição do a, assim: Eu dirigi-me a a cantora para cumprimentá-la”.

ü A pronome demonstrativo feminino a (as), que equivale ao aquela (aquelas).

Ex.:“Esta blusa é semelhante à que me vendeste”, evitando: “Esta blusa é semelhante a que me vendeste.”

ü O a do pronome relativo a qual (as quais).

Ex.: “Eis as listas às quais você se referiu”, para evitar “ Eis as listas as as quais você se referiu”.

ü O a inicial dos pronomes aquele (aqueles), aquela (aquelas), aquilo.

Ex.: “Não demos importância àquilo”, para evitar “Não demos importância a aquilo”. Dessa forma, podemos observar que crase é um problema de regências nominal e verbal e não uma questão de acentuação.

Portanto, para se colocar crase é importante que se tenha noção de regência e que se saiba consultar os dicionários de regências nominal e verbal. Em caso de dúvidas, podemos usar o seguinte artifício:

ü Substituir os demonstrativos aquele (aqueles), aquela (aquelas), aquilo pelos demonstrativos este (estes), esta

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(estas), isto. Se antes destes últimos aparecer a preposição a, haverá crase.

ü Ex.: “Enviaram as provas a esta empresa / Enviaram as provas àquela empresa.”

ü Usamos a crase sempre que,

substituindo-se o termo feminino por um masculino, aparecer a combinação ao antes do masculino.

ü Ex.: Entregou o convite ao diretor / entregou o convite à diretora.

ü Craseia-se o a (preposição),

quando este puder ser substituído por para a, na, da, pela, com a. Ex.:

ü Doaram isto para a Santa Casa. / Doaram isto à Santa Casa.

ü Ele está nas portas da morte. / Ele está às portas da morte.

ü Retornou da Ásia. / Retornou à Ásia.

ü O meu amor para com a criança é verdadeiro. / O meu amor à criança é verdadeiro.

ü Não se tem muito afeto pelas nossas memórias. / Não se tem muito afeto às nossas memórias.

ü Em nomes de localidades, há

aquelas que admitem o artigo e outras não. Para se saber se o nome de uma localidade aceita ou não o artigo, basta substituir o verbo da frase pelos verbos estar ou vir. Se ocorrer a combinação na com o verbo estar ou da com o verbo vir, haverá crase com o a da frase original.

ü Ex.: Enviou a carta a Europa - Vim da Europa / Estou na Europa- Enviou a carta à Europa.

Observação: Se os nomes de

localidades que não admitem artigos vierem determinados, estes passarão a aceitar o artigo e o a será craseado. Ex.: Irei à grande Campinas esta manhã.

ü Haverá sempre a crase nas

locuções prepositivas (à frente de), locuções adverbiais (às cegas, à noite, às sete horas), locuções conjuntivas (à proporção que, à medida que) que tenham como núcleo um substantivo feminino.

ü As palavras casa e distância só

admitem a crase se as mesmas vierem acompanhadas por um modificador (adjetivo, palavra determinante). Ex.: Levaram-me à casa dos loucos. / Ficaram à distância de dois metros.

ü Haverá crase sempre quando

estiverem subentendidas a expressão à moda de (ou à maneira de), as palavras rua, loja, estação ou uma palavra feminina.

ü Ex.: Comprei sapatos à Luis XV (moda); Voltei à Marechal Floriano para buscá-los (rua); Aquela religião é igual à dos escravos (religião).

ü A palavra terra admite crase

quando significar solo, planeta ou local de nascimento.

ü Ex.: Voltaram à terra os astronautas; O cantor retornou à terra onde nascera; Reservei à terra as melhores sementes.

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ü O pronome indefinido outra (outras) admite crase quando puder ser substituída por ao outro (aos outros).

ü Ex.: As mãos estavam coladas umas às outras (Os dedos estavam colados uns aos outros).

Portanto, podemos concluir que não há crase diante de: verbos, pronomes possessivos, pronomes pessoais, substantivos masculinos, advérbios. Salvo os casos citados, só há crase diante de substantivo feminino: a (preposição) + a ( artigo feminino) = à. 6. Regências Nominal e Verbal A estrutura gramatical da língua portuguesa é constituída por vários níveis. O morfema é a menor unidade dessa estrutura. Ex.: O S da palavra meninos – morfema indicador de plural Ex.: Infelicidade, o in é um morfema. O período por sua vez, é a maior estrutura da língua portuguesa. Ex.: ”Os meninos trabalhavam muito naquele lugar”. Cada elemento existente na constituição de um período tem uma função sintática, que desempenha um papel dentro do período e este papel é definido por um tipo de comportamento sintático. Existe, entre os termos de uma frase, uma relação de dependência, ou seja, um depende do outro para completar o seu sentido ou para especificá-lo. Ao termo que pede complementação ou especificação damos o nome de termo regente e ao termo que completa ou

especifica outros termos damos o nome de termo regido. Ex.: “Todos aqui amamos ler.” O termo amamos (verbo) exige que o termo ler (verbo) venha complementar o sentindo, sendo assim, amamos é o termo regente e o ler é o termo regido. Eles possuem uma ligação direta. Ex.: “Todos aqui gostamos de doces”. O termo gostamos (verbo) pede que o termo doce (substantivo) complete seu sentido. Gostamos é o termo regente e doces é o termo regido. A ligação é feita de forma indireta, pois existe um elemento que serve de ponte entre eles, a preposição de. Nos exemplos citados, observamos que os termos regentes são verbos, logo temos aí exemplos de regência verbal. Ex.: “Foi rápido o transporte dos doentes”. O substantivo transporte (derivado do verbo transportar, que pede complemento) tal como o verbo exige complemento e nesta frase o complemento é (dos doentes). Dessa maneira, transporte é o termo regente e os doentes é o termo regido, que se liga ao regente de forma indireta, com o auxílio da preposição de.

Pelo fato de o substantivo pertencer à classe de palavras chamada de nome, temos aí uma regência nominal.

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Observe: As gramáticas normativas costumam classificar como nomes as classes dos substantivos, adjetivos e advérbios. Todavia, para nós, toda e qualquer palavra pode se transformar em um nome, isto é, são passíveis de serem substantivadas, basta acrescentarmos a elas um modificador (artigo, numeral , pronomes).

Ex.: “Andar é bom”. Andar (verbo) – o andar, um andar, seu andar (substantivos). Ex.: “O homem estava doente.” Doente (adjetivo) – o doente, aquele doente, certo doente (substantivos).

• Relações de Regências

As relações de regência (dependência) podem ser indicadas pela preposição (aquela que liga um termo ao outro: de, para, com, para com, etc.), pela conjunção subordinativa (aquele que liga uma oração a um termo regente: quando, que, pois, conquanto, etc.); pelo pronome relativo (aquele que liga as orações subordinadas adjetivas: quem, qual, cujo, etc.) ou pela posição na frase. Muitas vezes a função sintática dos elementos formadores do período só é revelada pela posição em que tais elementos se encontram na frase.

Como exemplo, podemos citar o sujeito e o objeto direto, estes frequentemente se distinguem pela posição que ocupam: o sujeito antes do verbo e o objeto depois do verbo.

Ex.: “O presidente elogiou o funcionário”. Sujeito – o presidente / objeto direto – funcionário. Trocando as posições: “O funcionário elogiou o presidente”. Sujeito – funcionário / objeto direto – presidente. Muitas vezes a mudança de posição pode mudar o sentido da frase. Ex.: “Cobertores para casal do Brasil”. Os cobertores são para o casal do Brasil. “Cobertores do Brasil para casal.” Os cobertores do Brasil são para casais. É bom ressaltar ainda que a troca de posição só é possível quando não implicar problemas de lógica. Ex.: “A menina comeu o bolo”. Sujeito – menina / objeto direto - o bolo Trocando as posições: “O bolo comeu a menina”. Como podemos ver, as funções estão corretas, todavia o sentido da frase é inaceitável. Atenção: Geralmente, os nomes e verbos regentes admitem mais de um elemento de ligação para fazer a ponte entre ele e seu termo regido, sem mudar o sentido da frase.

Ex.: “Foi feita uma acusação ao jovem.” Foi feita uma acusação contra o jovem. Notemos que o termo regente acusação (substantivo - regência nominal) aceita as preposições a e contra para

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fazer a ligação com o termo regido jovem sem que haja mudança no sentido da frase. Ex.: “O exército batalhou com o inimigo”. O exército batalhou contra o inimigo. Neste caso, o termo regente batalhou (verbo- regência verbal) aceita as preposições com e contra para fazer a ligação com o termo regido inimigo sem que haja mudança no sentido da frase. Atenção nos seguintes casos:

ü Verbos e nomes que mudam o sentido quando mudam os elementos de ligação, ou seja, mudam as regências. Ex.: “Homem abandonado à sua sorte”. (desvalido) / homem abandonado por seus amigos (deixado só) / homem abandonado no campo de batalha (deixado naquele lugar) / homem abandonado com sua dor (em companhia de). Notemos que o nome abandonado (adjetivo- regência nominal) muda de sentido quando trocamos as preposições a, por, em e com. Ex.: “Professor visou a prova”. (verbo visar pede o complemento a prova sem preposição - sentido: dar visto) / o atirador visou o alvo (verbo visar pede o complemento o alvo sem preposição - sentido: mirar) / este curso visa a aprimorar o aprendizado (o verbo visar pede a preposição a – sentido – ter por objetivo, pretender).

ü Verbos e nomes que pedem

mais de um complemento.

Exemplos: “O diretor entregou o prêmio ao aluno.” Notemos que o verbo entregar (entregou) pede o quê (o prêmio) e para quem ((a)o aluno).

Ex.: “Efetuei o envio das mensagens aos parentes”. O substantivo o envio pede o quê ((d) as mensagens) e para quem ((a) os parentes).

• Transitividade e Intransitividade Os termos transitivo e intransitivo têm sentidos opostos, isto é: Transitivo é sinônimo de verbo, ou nome, com sentido incompleto. A significação do verbo, ou do nome, transita para o complemento com a finalidade de completar o sentido do período. Ex.: “Cabelo branco não traz sabedoria.” Traz (verbo intransitivo) - pede complemento (sabedoria). Ex.: “Foi rápida a prisão do assaltante”. A prisão (substantivo transitivo) - pede complemento (d)o assaltante. Intransitivo significa que o verbo , ou o nome, tem sentido completo, não precisa de complemento para dar sentido ao período. Ex.: “A menina nasceu.” Nascer (verbo intransitivo) - só o verbo basta para se saber sobre o acontecido.

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Observação: Nada impede que sejam inseridos detalhes à frase, contudo tais detalhes não mudam a regência (a intransitividade) do verbo - a menina nasceu ontem; a menina nasceu ontem na Santa Casa.

Ex.: “Comprei flores”. Flores (substantivo intransitivo) - o nome flores não necessita de complementos, todavia posso acrescentar-lhe detalhes sem que os mesmos alterem o sentido do período. Comprei flores para minha amiga de longa data.

7. Figuras de Linguagem Figuras de linguagem ou figuras de retórica (retórica não mais vista somente como a arte do bem falar, como simples ornamentação da linguagem) são um conjunto de técnicas destinado à organização do discurso, segundo os objetivos a serem atingidos, tais como informar, convencer, emocionar ou enfeitar para refletir o poder criador da linguagem. São, portanto, ornamentos aplicados à linguagem comum, criando uma nova linguagem. É uma linguagem conotativa, distante de seu sentido real. As figuras alteram a disposição normal das frases ou das palavras com o objetivo de criar um efeito imprevisto. As figuras de linguagem ou de retórica, também conhecidas por figuras de estilo, podem ser classificadas em três tipos diferentes e cada um destes tipos apresenta uma variedade significativa de

figuras. Estudaremos apenas as mais importantes de cada tipo. São eles:

ü Figuras de Palavras – dizem respeito à transmutação ( modificação) do significado da palavra em virtude de uma comparação clara ou subentendida. São quatro as figuras de palavras: a metáfora, a perífrase, a sinestesia e a metonímia.

ü A metáfora transfere o sentido de uma palavra para uma esfera que não é a sua, num processo de comparação entre dois seres ou coisas que possuem características similares, com a finalidade de ressaltar um deles . É o que se costuma chamar de figuras por similaridade. O resultado é a transformação do sentido determinada pelo encontro dos dois termos. Há mais de uma maneira de se criar figuras por similaridade:

è Metáfora ( propriamente dita) - comparação realizada tendo em vista um ou mais traços comuns entre dois elementos. Ex.: “Não relatou aos amigos os seus negros sonhos.”

è Comparação - apresenta obrigatoriamente os elementos gramaticais comparativos: com; tal qual; assim como, etc. Ex: “ O seu coração era tão negro quanto um carvão.”

è Prosopopeia- atribuição de um ou mais traços animados a um elemento inanimado. Ex.: “ - Mamãe! Olhe a chuva com raiva! ( frase de uma criança de dois

è

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è anos ao ver uma tempestade que se aproximava).

è Catacrese – designa o emprego impróprio de um termo, no lugar de um específico, por analogia ( comparação). Ex.: “Pé de mesa; asa da caneca; bico de bule, etc.”

ü Perífrase – designa os seres

através de uma de suas qualidades. Ex.: “O rei dos animais foi mais um a deixar o circo.”

ü A sinestesia – designa a

transferência de percepção de um sentido para outro, ou seja, é a fusão, num só ato perceptivo, de dois sentidos ou mais, como visão e audição, paladar e visão. Ex.: “A cor cantava-me nos olhos.” ( Cruz e Sousa). Vemos aí a fusão da sensação visual de cor e a sensação auditiva do verbo cantar.

ü A metonímia (também chamada

por alguns de sinédoque, já outros colocam a sinédoque como uma modalidade de metonímia) - consiste no emprego de um vocábulo por outro com o qual estabelece uma relação de contiguidade, ou seja, a figura nasce das ideias evocadas por outra ideia com a qual apresentam certa interdependência. Trata-se de metonímia quando trocamos:

è o autor pela obra: “Em dias de chuva, leio Cecília Meirelles.”;

è o efeito pela causa: “Nem sempre cabelos brancos são sinais de amadurecimento.”

(cabelos brancos no lugar de velhice);

è o continente pelo conteúdo: “O Brasil se alegrará com o resultado das pesquisas.” (Brasil no lugar de brasileiros);

è o abstrato pelo concreto: “A velhice anda de mãos dadas com o passado.” (Velhice no lugar de os velhos);

è o singular pelo plural: “Foi o bandeirante que desbravou estas terras paulistas.” (bandeirante no lugar de bandeirantes);

è a parte pelo todo: “ Naquela tarde ganhamos um teto para nos abrigar” ( teto no lugar de casa);

è o instrumento pela pessoa que o utiliza: “ Ela é um bom garfo” (garfo no lugar de comilona);

è o lugar pelo produto – “Bebemos com prazer um bom porto.”(vinho fabricado na cidade do Porto-Portugal).

Há outras modalidades menos usuais.

• Figuras de Sintaxe ou de Construção

São as que agem sobre a sintaxe da frase, fazendo com que as construções regulares se afastem do lugar comum. Visam a transmitir à frase mais concisão, clareza, expressividade e criatividade. Nas figuras de sintaxe a coesão gramatical é substituída por uma coesão de sentido, de significação, condicionada pelo contexto geral e pela situação que envolve o texto. As principais figuras de sintaxe são:

ü Elipse – é a omissão de um termo ou frase que facilmente percebemos. São comuns as elipses de pronomes, verbos, conectivos( palavras de ligação) ou de frases.

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“Num primeiro momento, eu li o texto, depois Marta e em seguida todos os outros ouvintes.” (Nota-se a ausência do verbo ler como ação de Marta de todos os outros ouvintes).

ü Zeugma – é a omissão de um termo que já apareceu antes. O mesmo termo participa de duas ações. “Ele se chama Paulo, ela Lourdes.”

ü Polissíndeto – é a repetição de conectivos (palavras de ligação) entre os elementos da frase. “ Para isso fomos feitos: Para lembrar e ser lembrados Para chorar e fazer chorar Para enterrar os nossos mortos _ por isso temos braços longos para os adeuses Mãos para colher o que foi dado Dedos para cavar a terra “ (Vinicius de Moraes)

ü Assíndeto- é a omissão dos conectivos (palavras de ligação) entre os termos de uma frase. “Rezei o credo, segurei a vela, fiz todos os gestos do ritual.” (A.F. Schmidt)

ü Pleonasmo - consiste na repetição com o objetivo de enfatizar uma ideia. É uma redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem. “ ...pois juro ao senhor, ele me olhou com muitos olhos. Aquele olhar eu aguentei

facilitado.” ( Grande Sertão : Veredas- Guimarães Rosa)

ü Anacoluto – consiste em deixar um termo solto na frase. Acontece quando iniciamos uma frase e, no meio dela, acabamos por optar por outra construção de frase. “Amor, ora bolas, ele nem sabe falar sobre isto .”

ü Anáfora - é a repetição de uma palavra no início dos versos ou das frases. “Na paisagem do rio Difícil é saber Onde começa o rio; Onde a lama Começa do rio; Onde o homem, Onde a pele Começa da lama; Onde começa o homem Naquele homem.” (João Cabral de Melo Neto)

ü Epístrofe – é a repetição da

mesma palavra no fim de cada verso ou de cada um dos membros da frase.

“ ...Nos intervalos, Planto jaqueiras, para daqui a cem anos Abacateiros, para daqui a dez anos Cajueiros, para daqui a dois anos Aroeira, para daqui a sessenta anos Copaíba, para daqui a oitenta anos Semeio amor para daqui a pouco, Para amanhã. Para a eternidade.”

(Paulo Hindemburgo)

ü Silepse - é a concordância não com o que vem expresso no texto, mas com o que se entende, com

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o que está implícito. Há três tipos de silepse: è Silepse de gênero – Vossa

Alteza está irritado ( irritado deveria estar concordando com Vossa Alteza, pronome feminino.)

è Silepse de número – Os Lusíadas é uma obra maravilhosa ( o verbo ser ( é) deveria estar no plural já que o sujeito da frase é uma palavra plural. )

è Silepse de pessoa - Os brasileiros , não desistimos nunca .(o verbo desistir ( desistimos) concorda com a pessoa que fala e se considera brasileira.)

ü Símploce - consiste na repetição das mesmas palavras no início e no fim de cada uma das partes da frase , ou do verso.

“Hoje não quero pensar em nada triste; hoje não quero um olhar triste; hoje não quero um sorriso triste.”

ü Concatenação – trata-se da figura que inicia cada parte da frase com a última palavra da parte anterior.

“ A falta de cortesia traz mal-humor; o mau-humor cria clima desagradável; clima desagradável prejudica o trabalho.”

ü Conversão – é a repetição com os termos invertidos.

“Cheguei, chegaste. Vinhas fatigada E triste, e triste e fatigado eu vinha...” (Olavo Bilac)

ü

ü Inversão – é a mudança da ordem dos termos habituais da frase.

“ Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante.” (Hino Nacional Brasileiro) Os dois primeiros versos do nosso hino nacional estão na ordem inversa. Vejamos a ordem direta: As margens plácidas do Ipiranga Ouviram o brado retumbante de um povo heróico. Observação: Conforme o grau de inversão esta figura recebe nomes diferentes, tais como: hipérbato, anástrofe e sínquese.

• Figuras de Pensamento ou

Figuras Semânticas São as que agem sobre o sentido das frases, sobre a sua ordem habitual ou sobre a estrutura do conjunto do enunciado da frase. Esse conjunto apresenta uma ordem ou uma progressão lógica. Dizem respeito aos pensamentos encontrados pelo produtor do texto para a elaboração da mensagem. As principais figuras de pensamento são:

ü Ironia – é o emprego de um termo em sentido oposto ao original, visando a obter um sentido irônico, sarcástico, zombeteiro. Assim:

“Inteligentíssima a sua ideia, quase que nos leva á morte.”

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ü Eufemismo – é a maneira de evitar uma palavra ou expressão ofensiva, substituindo-a por outra menos desagradável. Ex.:

“Aquela criatura sempre falta à verdade.” (mente)

ü Hipérbole – consiste em exagerar

uma ideia com finalidade expressiva ou criativa.

“Estamos morrendo de saudades.” (o verbo morrer intensifica a emoção.)

ü Prosopopeia (personificação) -

é a atribuição de predicados (qualidades), próprios de seres animados, a seres inanimados.

“As horas pela alameda Arrastam vestes de seda” (Fernando Pessoa)

ü Apóstrofe – trata-se da

invocação (chamamento) de alguém ou alguma coisa personificada com função emotiva.

“Ó meu amigo, meu amigo! Olhai bem para isto...parece-te coisas de Deus?”

ü Antítese – é a figura na qual se

colocam lado a lado ideias ou palavras com sentidos opostos .

“O ódio e o amor iguais nos buscam; ambos, Cada um com o seu modo nos oprimem.” (Fernando Pessoa)

ü Paradoxo (oximoro)- trata-se de

uma antítese já que aproxima duas ideias ou palavras opostas, todavia é especial porque uma anula a outra.

“O amor é ferida que dói e não se sente.” (Camões)

ü Gradação – trata-se da

apresentação de ideias em crescente(clímax) ou em progressão decrescente (anticlímax).

“Era um clima pesado, tenso, aterrador.” (clímax) “Depois só se ouvia os gritos, as vozes esparsas, os sussurros” (anticlímax).

ü Alusão - é a referência a um fato

ou pessoa viva, histórica ou mítica.

“Qual Prometeu, tu me arrastaste um dia.” (Castro Alves) O poeta refere-se, a Prometeu, ente da mitologia clássica tido como o iniciador da primeira civilização.

ü Reticências – é a suspensão do

pensamento, deixando-o meio velado, subentendido. No texto escrito é representado por três pontos (...), no texto oral por um pausa na conversação.

“Eu ?... cultivo rosas, cravos, capim- limão... dores e saudades...”

ü Retificação- trata-se da correção

de uma afirmação anterior. “O tal pirralho quebrou, ou melhor, foi-lhe quebrada a mão direita.”

8. As Funções da Linguagem

Cada ato de comunicação envolve um processo de inter-relação entre o

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produtor do texto, que envia uma mensagem contida no texto, que é constituído por um determinado tipo de linguagem, a um leitor , estabelecendo um contato entre ambos. As diferentes mensagens carregam significações diversas, que são reveladas na escolha do modo de estruturar a linguagem, na escolha do estilo e do nível da linguagem. Toda comunicação tem por objetivo transmitir uma mensagem e para tanto dispõe de alguns elementos que garantem a sua concretização. São eles:

ü Emissor: É aquele que emite a mensagem. É o produtor do texto;

ü Receptor: É o que recebe a mensagem. É o leitor do texto;

ü Mensagem: É o objeto da comunicação. É constituída pelo conteúdo das informações transmitidas;

ü Canal de Comunicação: É a via de circulação da mensagem. Pode ser por meio de sons, imagens, olfativas, táteis, gustativas, vozes, ondas sonoras;

ü Código: É o conjunto de signos e regras empregados pelo emissor para elaborar a sua mensagem, e usados pelo receptor para decifrar a mensagem. No caso do texto linguístico, seria o uso da língua, que é o código mais flexível porque além de poder falar dos próprios signos que o constitui e dos outros signos faz jogo com seus signos e significações, é o caso das conotações e denotações. Já no caso da

pintura, da música, da escultura, da fotografia, etc., seriam as técnicas específicas de cada tipo de texto como o código marítimo, o telégrafo, os apitos durante um jogo, etc.;

ü Referente: É o contexto, a situação que envolve a produção e a recepção do texto.

Para que uma comunicação se torne efetiva, é fundamental que o emissor empregue o mesmo código do receptor e que esteja atento ao repertório de ambos. No caso do código linguístico, entendemos como repertório o conjunto vocabular do qual se servem os falantes de uma língua para se expressarem. O repertório varia de indivíduo para indivíduo, de grupo para grupo, de região para região. Outro aspecto que se deve considerar para que haja uma comunicação satisfatória é o fato de que para cada elemento participante do processo de comunicação, (emissor, receptor, mensagem, referente, código...) há uma função de linguagem específica (função entendida como aplicação: função da linguagem = aplicação da linguagem). As seis funções da linguagem são:

ü Função Referencial ou Denotativa – é a função que está presente em quase toda comunicação escrita. A comunicação escrita veicula a mensagem no tempo e no espaço e tal mensagem, para que seja compreendida pelo seu receptor , deve remetê-lo às coisas do mundo que nos cerca e às do mundo interior, deve representar o mundo. A função referencial aponta para o sentido real das

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coisas ou dos seres , produzindo informações definidas , claras, transparentes, sem ambiguidades. É o instrumento de nossa comunicação cotidiana. Ex.: “Arava a terra com os dez dedos, A terra era vermelha como o sangue.” As palavras grifadas estão empregadas no sentido dicionarizado, ou seja, no sentido denotativo. Um bom exemplo de textos onde há predominância da função referencial são os editoriais de jornais e de revistas. São geralmente textos bem construídos, de estrutura linear com sintaxe clara e objetiva;

ü Função Expressiva ou Emotiva – centra no emissor e procura manifestar um sentimento verdadeiro ou simulado. É o meio de exteriorização psíquica. As interjeições exemplificam bem essa função. A função emotiva implica sempre uma marca subjetiva de quem fala, no modo como fala. Ex.: “Nossa! Terra vermelha! Tão vermelha como o sangue.”

ü Função Conativa ou Imperativa

– centra-se no receptor e é claramente persuasiva. A linguagem funciona como um apelo., como uma ordem. Os verbos no imperativo acentuam a presença dessa função. As propagandas e a publicidade são exemplos claros do emprego da função imperativa, que carrega traços de argumentação e persuasão, visando a atingir o

receptor( leitor) por meio da argumentação. O envolvimento direto do receptor pelo emprego do pronome de segunda pessoa ( singular ou plural ( tu ou vós) ), do imperativo ,do vocativo são os casos mais comuns do emprego da função conativa ( imperativa). Ex.: “Volte às aulas com uma caneta bic. Ela não borra , não vaza , confira você (tu) mesmo.”

ü Função Fática - é aquela em que a mensagem busca estabelecer uma comunicação, ou visa a interrompê-la, ou prolongá-la. É centrada no contato, manifesta o desejo de se comunicar. Ex.: Alô! Tudo bem? Como vai?

ü Função metalinguística - existe

quando a linguagem fala dela mesma, é a metalinguagem. Ela aparece principalmente nos textos explicativos ou didáticos. Ela se revela também quando uma linguagem fala das significações da linguagem ou mesmo de um outro código comunicativo. As revistas de moda são uma metalinguagem porque mostram o código relativo à vestimenta de uma determinada época. Os dicionários são metalinguagem porque explicam os significados das palavras. As análises de filmes e obras literárias são metalinguagem porque explicam as suas estruturas. Todas as modalidades de textos (linguísticos, imagísticos, sincréticos) são passíveis da função metalinguística.

ü

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ü Função Poética – centra-se na

mensagem. Predominam a conotação e o subjetivismo. Surge quando, intencionalmente, por meio de signos, recria-se uma realidade. Aparece principalmente na arte literária, todavia, qualquer sistema de sinal, conforme a sua organização, traz em si a função poética, ainda que não predominante. Um acontecimento, uma roupa, um prato de comida, uma arquitetura, um texto em prosa podem vir carregados de traços poéticos. Na função poética a mensagem está voltada para si mesma. Ela condensa uma combinatória de sentidos que quebra a expectativa dos significados comuns.

As formas de manifestação da

função poética são: è Ritmo – ditado pelo movimento

das frases. Revela-se pelas repetições de sílabas, disposição dos elementos das frases, pelos acentos das palavras e pelas pausas e dimensões das frases. O ritmo de um texto deve ser visto nas suas relações com o significado do texto.

è O jogo das sonoridades – o valor expressivo das mensagens mantém estreita relação com o ritmo da mensagem e o sentido das palavras. Uma sonoridade só tem valor quando vem combinada com outras. As repetições e as combinações de sonoridades reforçam o sentido da mensagem e podem até sugerir outros sentidos. As combinações expressivas de sonoridade são infinitas. A mais comum é a harmonia imitativa que, por meio da onomatopéia, procura

reproduzir, pelos sons da fala, o ruído denotado pelo sentido da palavra. Ex.:

“Anunciação ao Poeta Ave, ávido. Ave, fome incansável e boca enorme, Come.” Bagagem - Adélia Prado A repetição dos sons da letra V que nos lembra o som de vento veloz , tão veloz quanto a fome e a gula.

è Imagens ou Figuras de Linguagens - estas são abundantemente empregadas em todo tipo de discurso, enriquecendo-os e sugerindo múltiplas leituras. Os textos literários delas se servem para criar uma linguagem nova , desviando o sentido das palavras do seu uso normal.. Já os textos didáticos empregam-nas para desenvolver ou esclarecer uma ideia, como por exemplo usar uma bola para explicar o movimento da terra, fazendo uma comparação entre ambas. Algumas dessas imagens são: metáfora, metonímia, hipérbole, dentre outras.

9. O Fonemas Vocálicos e as Sílabas Os vocábulos em língua portuguesa podem ter uma ou mais sílabas e estas podem ser tônicas ou átonas.

• Vocábulos Quanto o Número de Sílabas

ü Monossílabo - quando há

uma única sílaba. (Me, há, sol, mel, nós).

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ü Dissílabo - quando há duas sílabas. (vo-cê, pa-pel, fi-el).

ü Trissílabo - quando há três sílabas. (cru-zei-ro, hor-rí-vel, ma-lu-cos)

ü Polissílabo - quando há quatro ou mais sílabas (Ca-pa-ci-da-de, pos-si-vel-men-te, me-lan-có-li-co)

• Sílabas Quanto à Tonicidade

Cada vocábulo com mais de uma sílaba só tem uma sílaba tônica. A sílaba tônica é aquela onde se encontra a vogal tônica, as demais sílabas são átonas. Não devemos confundir vogal tônica (vogal forte) com vogal acentuada. Toda vogal acentuada é tônica , porém, nem toda vogal tônica é acentuada. A acentuação está sujeita a regras específicas. É bom recordar que sílaba tônica é aquela onde está a vogal tônica. Em língua portuguesa a sílaba tônica, nos vocábulos com duas ou mais sílabas só aparece em três posições diferentes.

• Classificação dos Vocábulos Quanto à Posição da Sílaba Tônica ü Monossílabo - se o vocábulo

tiver apenas uma sílaba, este será átono (me, os, se, lhe) ou tônico (pôs, mim, fez,trás, tu).

ü Oxítonos - são os vocábulos cuja sílaba tônica é a última sílaba (ma-ra-cu-já, ca-fé , a-bril ,com-por).

ü Paroxítonos - são os vocábulos cuja sílaba tônica é a penúltima sílaba (Ca-rá-ter , pa-re-de , ca-as , fá-cil).

ü Proparoxítonos - são os vocábulos cuja sílaba tônica é a antepenúltima sílaba (lâm-pa-da, dí-gra-fos, vo-cá-li-cos).

Observação: Muitos vocábulos aceitam dupla pronúncia (dupla prosódia) graças ao deslocamento da tonicidade de uma vogal para outra vogal do vocábulo, assim:

Projétil - projetil Ortoépia – ortoepia Acróbata – acrobata Biótipo – biotipo

Há também aqueles vocábulos cuja mudança vogal tônica implica o aparecimento de outra palavra, assim: cáqui (cor) – caqui (fruto), clítoris (pedra) - clitóris (órgão do aparelho genital femini-no).

• Divisão dos Vocábulos em Sílabas Observando os Fonemas Vocálicos

A separação das sílabas de um vocábulo se dá pela silabação (pronúncia dos grupos de fonemas de uma só vez) , assim: bi-sa-vô , ba-ta-lha. Não se separa as vogais que formam os ditongos e os tritongos. Si-lên-cio , de-si-guais , au-ro-ra. Separam-se as vogais que formam os hiatos. Sa-a-ra , co-or-de-nar.

• Acentos Gráficos São dois os acentos gráficos empregados para indicar a vogal tônica

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dos vocábulos que estão sujeitos às regras de acentuação. São eles:

ü acento agudo ( ´) - indica o timbre aberto das vogais tônicas a, e, i, o, u nos vocábulos que estão sujeitos às regras de acentuação – pá, pé, horrível, baú, pó .

ü acento circunflexo ( ^) - indica o timbre fechado das vogais tônicas a, e, o nos vocábulos que estão sujeitos às regras de acentuação – lâmpada, trêmulo, pôs, mês.

O acento gráfico é fundamental, em determinados casos, para definir o sentido do vocábulo. Observe: sa-bi-á - certo tipo de pássaro sa-bi-a - verbo saber- terceira ou primeira pessoa do singular do pretérito imperfeito do indicativo. (eu sabia / ele (ela) sabia) sá-bia - pessoa culta

• Sinais diacríticos É costumeira a confusão entre sinais diacríticos e acentos. Os acentos agudo e circunflexo indicam a tonicidade, isto é, a vogal tônica, já os sinais diacríticos dão a alguns fonemas (vocálicos e consonantais) sons diferenciados, são eles:

ü cedilha (ç) - sinal diacrítico colocado sob a letra c (que tem o som de K) modifica-lhe o som k para o som SS- fumaça – fumassa.

ü Til (~) - torna as vogais a, e, o orais em vogais nasais – são , peões

Observação: O som nasal pode ser

obtido também com as vogais a, e, o, i, u, seguidas de M ou N nos finais dos vocábulos ou nos finais das sílabas.

An-dar /Ã-dar; on-da / õ-da.

10. Aposto e Vocativo

• Aposto É um termo da oração que se une a um nome (um substantivo ou uma palavra com valor de substantivo) com a função de identificá-lo, de esclarecê-lo, de explicá-lo ou discriminá-lo. Via de regra o aposto aparece em uma frase ou oração separado do “nome” a que se refere por sinais de pontuação. Esses sinais de pontuação podem ser a vírgula, os dois pontos, os parênteses e travessões. Ex.: “Maria, estudante de Direito, na foi bem na matéria de direito civil.” Note a expressão “estudante de Direito”. Ela tem a função sintática de aposto na frase. Por quê? Porque ela explica ou esclarece quem é Maria. Ex.: “Florianópolis, a capital do estado de Santa Catarina, é conhecida pela beleza de suas praias.” “A capital do Estado de Santa Catarina” tem função de aposto na frase. Por quê? Novamente porque ela explica ou esclarece o que é Florianópolis.

• Outra forma de Aposto Ex.: “Todos os pertences que o rapaz carregava foram roubados: a carteira, o relógio, a jaqueta e o boné.”

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“A carteira, o relógio, a jaqueta e o boné” formam o aposto pois eles se referem à palavra “pertences”. Essa forma de aposto é denominada como “aposto enumerador” porque, justamente, enumera itens que se referem a um nome. Ex.: “Sua avó sempre lhe lembrava de três regras práticas: ser prudente nas situações de risco, sabedoria para gastar corretamente o dinheiro e sempre agir de forma correta com os outros.” As “três regras” práticas são enumeradas após os dois pontos, sinal de pontuação que delimita o aposto. Há, ainda, uma forma de aposto que se refere, normalmente, ao sujeito composto e que vem na forma de um pronome indefinido: “Os idosos, as mulheres, os homens e as crianças, ninguém escapou de ter de sair do prédio em chamas.” No caso, a palavra “ninguém” é o aposto, pois resume os itens apresentados anteriormente. Há algumas orações que tem a função de explicar um termo ou e que ficam com a função de aposto, são orações subordinadas adjetivas que começam com o pronome relativo. Ex.:“Memórias Póstumas de Brás Cubas, que é uma obra escrita por Machado de Assis, pode ser caracterizada como um clássico da literatura brasileira.” No caso, nos referimos ao trecho “que é uma obra escrita por Machado de Assis” e que tem a função de aposto.

Pode ocorrer que haja uma oração que explique a oração anterior. Ex.: “Ela possuía apenas uma vontade: que seus filhos crescessem com saúde.” “Que seus filhos crescessem com saúde” explica a primeira oração que sente a falta de um sentido. Note: “ela possuía apenas uma vontade:”. Ora, a pergunta é inevitável: que vontade? A oração que está após os dois pontos tem o papel de aposto. É possível encontrar o aposto sem a separação dos sinais de pontuação também. Eu moro na na rua Tamandaré Ela pescou no rio Iguaçu Voltou à cidade de Curitiba Tamandaré, Iguaçu e Curitiba tem a função de Aposto de Especificação.

• Vocativo Ele representa um termo que está isolado na oração e que serve para chamar ou invocar o ouvinte que pode ser imaginário ou real. Em resumo, o vocativo é uma palavra utilizada para se dirigir ao interlocutor, que pode ser o nome, um adjetivo ou até um apelido.

Ex.: “Se oriente, capitão, pelos mapas de navegação aérea.” “ Colombo, fecha as portas dos teus mares!” (Castro Alves)

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“Amigas, vamos andar de bicicleta essa noite?” “Filhos, arrumem seus quartos.” Via de regra o vocativo vem delimitado por pontuação – como no caso acima da palavra “capitão”. Além disso, é permitido o uso da interjeição a frente dele.

“Ó minha amada, que olhos os teus.” (Vinícius de Moraes) Ó Cristo, ajudai-me. Olá professora, a senhora está muito nervosa hoje! Eh! Gente, arrume essa bagunça.

11. As Partes da Gramática É comum a divisão da gramática normativa em três partes distintas: fonética e fonologia, que estudam os sons da linguagem humana; morfologia, que estuda a estrutura, a formação, as classes e as categorias gramaticais das palavras de uma língua, sintaxe , que estuda a relação lógica das palavras na frase. Todavia, somos da opinião que tanto a estilística quanto a semântica são partes complementares da gramática normativa, pois a primeira (estilística) estuda a força expressiva das palavras na frase, inseridas nos contextos sociais. As diferentes palavras têm no discurso importâncias diferentes. Algumas delas, na construção do texto, são as principais portadoras da ideia ou do sentimento refletido pelo texto. Já a semântica trata dos significados das palavras na atualidade, da polissemia

(os vários significados que uma palavra pode adquirir em um texto) de cada palavra e da variação de seus significados com o decorrer do tempo.

• Fonologia e Fonética Fonética e fonologia são dois estudos diferentes que não se opõem, eles se completam, pois é somente com o apoio de uma boa descrição fonética é possível captar com segurança o quadro dos fonemas de uma língua. Fonética é o estudo dos sons da linguagem humana. Os seres humanos, falantes de qualquer língua, produzem os mesmos sons. A forma como eles são produzidos pela articulação dos órgãos do aparelho fonador é o campo de estudo da fonética. A Fonologia estuda, especificamente, os fonemas de uma determinada língua em suas variantes posicionais, no nosso caso a língua portuguesa (falada no Brasil). Ex.: o som do T nas variantes: T (tu) e T(tia - tch).

• Fonemas

São os sons mínimos e distintivos (marcam as diferenças) que o homem produz quando, pela voz , exprime os seus pensamentos e emoções. Não devemos confundir fonemas com letras, as letras são as representações gráficas aproximadas dos sons, são os desenhos dos sons. Não há uma identidade perfeita entre som e representação gráfica, portanto não há uma ortografia ideal. Os sons vocálicos são produzidos graças aos movimentos coordenados de alguns órgãos que pertencentes aos

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aparelhos digestivo e respiratório. Os órgãos que formam este conjunto que tem a função de produzir os sons constituem o chamado aparelho fonador e são eles: pulmões, brônquios, traqueia, laringe, faringe, glote, epiglote, úvula, véu palatino, cavidades nasais, cavidade bucal, língua, arcadas dentárias (superior e inferior) e os lábios. • Como se Produzem os Fonemas

A corrente de ar que vem dos pulmões passa pela traqueia e chega à laringe. Na laringe encontram-se as cordas vocais (duas membranas mucosas elásticas) que podem vibrar ou não quando o ar passar em direção à glote. Se o ar passar livre, isto é, sem que a glote se feche, teremos os fonemas sonoros ( V / J / R /); se glote se fechar , impedindo a passagem total ou parcial do ar, teremos os fonemas surdos (F/ S/ X). Se o ar sair totalmente pela boca, ao chegar à faringe, teremos os fonemas orais, caso saia pelas fossas nasais teremos os fonemas nasais. Os demais órgãos do aparelho fonador (dentes , língua, véu palatino, lábios etc.) são responsáveis pelos sons distintivos de cada fonema, isto é, marcam a diferença na pronúncia de V e F, P e B , L e R, por exemplo. Observação: O estudo da produção dos sons pertence à disciplina chamada fonética articulatória. Assunto que não será tratado neste estudo por ser específico do curso superior. Os fonemas da língua portuguesa se classificam em vogais, semivogais e consoantes.

12. Ortografia

• Emprego das Letras

ü Mau: adjetivo, antônimo de bom. ü Mal: advérbio, antônimo de bem.

Observação: Mal também pode ser conjunção temporal (=logo que).

ü Final OSO ou OSA sempre com S: formoso, gostosa.

ü Final TRIZ sempre com Z: atriz, nariz.

ü Verbo PÔR (e derivados) sempre com S: pus, pusera, pusesse, compôs.

ü Verbo QUERER sempre com S: quis, quisera, quisesse.

ü Final em ISAR (radical da forma primitiva, terminado em S + sufixo AR): cicatrizar, (cicatriz + ar), deslizar (deslize + ar).

ü Final em IZAR (com sufixo IZAR): canalizar, (canal + izar), amenizar (ameno + izar).

Atenção com: CatequeSe ≠ catequiZar Batismo ≠ batiZar Síntese ≠ sintetizar Hipnose ≠ hipnotiZar

ü Substantivos terminados em ISA são escritos com S: profetisa, sacerdotisa.

ü Títulos nobiliárquicos terminados em ESA são escritos com S: baronesa, duquesa.

ü Substantivos terminados em EZA serão grafados com Z quando derivarem de adjetivos (qualidades): fineza (de “fino”), leveza (de “leve”).

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ü Vocábulos terminados em ESE derivados de verbos com o final de ENDER são escritos com S: defesa (de “defender”).

ü Final ÊS, se a palavra primitiva é um substantivo: cortês, (de “corte”), camponês (de “campo”).

ü Final EZ, se a palavra primitiva é um adjetivo: palidez (de pálido), estupidez (de estúpido).

ü Final ZINHO (se o radical da palavra primitiva não termina em S): florzinha, pãozinho.

ü Final SINHO (se o radical da palavra primitiva contém S no final + sufixo inho): lapisinho (de “lápis”), piresinho (de “pires”).

ü Escrevemos com S: ânsia, atrás, através, atraso, convés, empresa, esplêndido, espontâneo, estorno, gás, gasolina, Luís, maisena, misto, obus, pesquisa, represa, Sousa.

ü Escrevemos com Z: buzina, prazo, prezado (estimado), talvez, xadrez.

ü Escrevemos com X: texto, engraxar, faxina, lixa, lixo, luxo, mexer, oxalá, puxar, rixa, xale, xarope, xampu, xerife, xingar.

ü Escrevemos X após a sílaba inicial EN: enxoval, enxurrada. Exceções: encher (e derivados), encharcar e enchova.

ü Escrevemos com CH: bucha, cachimbo, chuchu, cochilar, cochicar, flecha, mochila, salsicha.

ü Escrevemos com J: berinjela, canjica, gorjeta, jeito, jiboia, laje, lisonjear, majestade, pajé, pajem, sarjeta, viajem (verbo).

ü Escrevemos com G: agiota, argila, gesto, girafa, gíria, herege, monge, tigela, viagem (substantivo).

ü Escrevemos com E: empecilho, encarar, periquito, irrequieto, mimeógrafo, páreo.

ü Escrevemos com I: crânio, dignitário, Filipe, meritíssimo, privilégio, pátio, possui (modelo para verbos terminados em UIR), feminino, intitular, incomodar.

ü Escrevemos com O: bodega, bússola, poleiro, goela, mágoa, tribo.

ü Escrevemos com U: bueiro, burburinho, bulir, cutucar, tábua, tabuada, tabuleiro, curtume, entupir, jabuti, jabuticaba, Manuel.

ü Cuidado com a pronúncia e com a escrita destas palavras: Bandeja, caranguejo, beneficente, beneficência, magnificente, magnificência, prazeroso, prazerosamente, hilaridade, bicarbonato, figadal, meteorologia, reivindicação.

• Homônimos e Parônimos

è Cessão (ato de ceder) Sessão (reunião) Seção (departamento) Secção (corte)

è Desapercebido (desprovido) Despercebido (não percebido)

è Espectador (que assiste) Expectador (que tem expectativa)

è Espiar (observar) Expiar (sofrer a pena)

è Infligir (aplicar a pena) Infringir (transgredir)

è Ratificar (confirmar) Retificar (corrigir)

• Emprego do Porquê Por que:?, motivo, pelo qual, preposição por. Por que você faltou? Não havia (motivo) por que faltar. Esta é a razão por que (pela qual) ela faltou.

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Estava animado por que alguém faltasse. Por quê: final de? Final (motivo). Você faltou? Por quê? Eu faltei sem saber por quê (motivo). Porque: Conjunção. Faltei porque não estava bem (pois). Não falte, porque (pois) você vai reprovar. Eu te amo, porque não amo bastante a mim mesmo. (pois/casual) Venha, porque estamos com saudade. (pois, explicativa). Porquê: substantivado Descobri o porquê de tanto sono.

• Emprego de “Eu” e “Mim” Está é uma incorreção generalizada: dar forma oblíqua ao sujeito do verbo no infinitivo. Certo: Deixou o almoço para EU esquentar. Errado: Deixou o almoço para MIM esquentar. Não se pode confundir com o emprego do MIM quando puder ser colocado no final da frase: Deixou o almoço para MIM. É fácil para MIM dizer isto. Dizer isto é fácil para MIM. Entre MIM e Maria nada há. Não há nada entre Maria e mim.

• Si e Consigo

São reflexivos de 3ª pessoa. Errado: Quero falar consigo. Certo: Quero falar contigo, com você, vossa senhoria... Leve seu filho consigo.

ü Com nós à Conosco ü Com vós à Convosco

Querem falar conosco. Quero falar convosco. Note: Querem falar com nós mesmos. Quero falar com vós todos.

• Pronomes Demonstrativos Função Espacial:

ü ESTE livro. (aqui, comigo, perto de mim, próximo à pessoa que fala)

ü ESSE livro. (aí, contigo, perto de ti, perto de você, próximo à pessoa com quem se fala)

ü AQUELE livro. (lá, alí, perto dele, longe de nós, afastado das pessoas que falam)

Função Temporal:

ü ESTE mês. (presente, atual) ü ESSE mês. (próximo no tempo) ü AQUELE mês. (distante no

tempo) Função Referencial:

ü ESTE assunto. (ainda não foi apresentado, ainda vamos conhecê-lo)

ü ESSE assunto. (já está apresentado, já o conhecemos)

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Ex.:

è Minha sugestão é ESTA: estudem mais.

è Estudar mais: ESSA foi a minha sugestão.

è Os pronomes o, a, os, as, quando o verbo termina em r, s ou z, transformam-se em lo, la, los, las. Entenderam ISSO?

è Entendam ISTO: quando o verbo termina em nasal, o, a, os, as transformam-se em no, na, nos, nas.

Função Distributiva:

ü Ricardo e Mário trabalham neste prédio; ESTE trabalha no RH e AQUELE no administrativo. ESTE = Mário (citado em último lugar) AQUELE = Ricardo (no início do período)

ü Buenos Aires, Paris e Roma são bonitas cidades. AQUELA é a capital argentina, ESTA, é a capital francesa e ESSA, a capital italiana.

ü João e Antônio são excelentes profissionais. ESTE é publicitário, AQUELE, jornalista.

• Colocação dos Pronomes

Pessoais Oblíquos Átonos

è Próclise = antes è Mesóclise = meio è Ênclise = depois

ü Próclise

Palavras “Atrativas”: - As de sentido negativo (não, nunca, jamais, ninguém...)

Ø Jamais TE deixarei. OBS.: O pronome pode aparecer antes do NÃO: Há coisas que SE não discutem. - Os pronomes relativos (que, quem, cujo, quanto...)

Ø Há pessoas que TE adoram. - Certos pronomes indefinidos (tudo, todos, cada...)

Ø Nada SE cria, tudo SE transforma.

- Os advérbios em geral (já, sempre, aqui, bem...)

Ø Sempre ME lembrarei de você. - As conjunções subordinativas (se, porque, quando, embora...)

Ø Irei, se ME convidarem. - A preposição EM + gerúndio

Ø Em SE tratando de trabalho, falo com Maria.

Nas orações exclamativas ou interrogativas: - Como TE iludes, minha cara? - Por que VOS entristeceis? Nas orações optativas, isto é, orações que exprimem desejos cuja realização não depende do enunciador, o pronome segue a localização do sujeito: - Deus TE abençoe. - Abençoe-TE Deus. - Bons ventos O trazem. - Trazem-NO bons ventos.

ü Mesóclise

ESTA está para ser citada. ESSA já foi citada.

ESTE está para ser citado. ESSE já foi citado.

ISTO está para ser citado. ISSO já foi citado

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Somente quando o verbo estiver no futuro do indicativo. - Ser-ME-ia bom passar uma hora com vocês. - Devolver-TE-ei o dinheiro semana que vem. Cuidado: Nunca colocar o pronome após o futuro do indicativo: Dir-LHE-ei a verdade. (certo)

Direi-LHE a verdade. (errado)

ü Ênclise

Sempre que houver pausa (, ; :) logo após a palavra “atrativa”: - Bem, vê-SE que você é esperto. Períodos iniciados pelo verbo (que não seja futuro = mesóclise): - Vai-SE a primeira pomba. Verbo no imperativo: - Procure-AS e convide-AS. Preposição A + infinitivo: - Fiquei uma hora a esperá-LOS.

ü Casos Facultativos Se a palavra que antecede o verbo for: Pronome Pessoal do Caso Reto - Ele TE chamou. - Ele chamou-te. - Ele chamar-te-á. Pronome Demonstrativo - Esta ME dá medo. - Está dá-ME medo. - Esta dar-ME-á medo. Substantivo (de qualquer tipo) - O médico ME explicou tudo.

- O médico explicou-ME tudo. - O médico explicar-ME-á tudo. Preprosição PARA + infinitivo (mesmo com presença da palavra “atrativa”) - Calei para não TE ofender. - Calei para não ofender-TE. - Calei para TE não ofender. Cuidado: Jamais colocar pronome átono depois de particípio:

Errado: Eu não havia dito-TE.

Certo: Eu não TE havia dito.

• Morfologia, Sintaxe e

Semântica - Morfologia: Estudo da forma e da classificação da palavra. - Sintaxe: Estudo da função do termo da frase considerando-se as elações estabelecidas em cada contexto. - Semântica: Estudo do sentido, do significado obtido nas frases. Ex.: A demissão do diretor surpreendeu os funcionários. Morfologia: A = artigo demissão = substantivo do diretor = locução (do = preposição + diretor = substantivo) surpreendeu = verbo os = artigo funcionários = substantivo Sintaxe: A demissão do diretor = sujeito supreendeu = verbo transitivo direto os funcionários = objeto direto

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Semântica: a frase seria ambígua, pois, a interpretação pode ser a de que o diretor se demitiu ou foi demitido (foram o paciente da ação verbal ou o agente).

• Coesão Significa um conjunto de relações que envolvem a articulação entre os elementos que compõem um enunciado. A coesão está na base das relações sintáticas, pois se refere aos tipos de relações contraídas pelos elementos do enunciado.

ü Mecanismos de Coesão - Ordem: possibilita efeitos de sentido pela mudança de posição dos termos na frase. Ex.: Só você estuda. / Você só estuda. - Palavras referenciais: recuperam ou antecipam termos na frase. São marcadores de informação que evitam, por exemplo, a repetição desnecessária. Ex.: O Brasil sempre viveu grandes crises. Nosso país, porém, tem força para vencê-las. E faz fortes os que vivem nesse lugar. - Elipse: apagamento de um termo na frase, funciona como fator de economia no texto. Ex.: Mais um adeus, uma separação / outra vez, solidão / outra vez sofrimento” – omissão da forma verbal “há”. - Conectivos: palavras que servem para ligar termo a termo ou oração a oração estabelecendo relações semânticas (preposições e conjunções). Ex.: Sair de casa = ideia de lugar. / Sair de carro = ideia de meio ou instrumento. / Sair de fininho = ideia de modo. / Sair de medo = ideia de causa. - Concordância: mecanismo de relação entre palavras, relacionado à flexão. Ex.: Ele saiu calmo. Ela saiu calma.

*Ambiguidade: Efeito de duplo sentido produzido por uma manobra sintática intencional ou não. Ex.: A polícia solicitou os documentos do acusado.

• Adjetivo e Advérbio Adjetivo: É como se fosse o satélite do substantivo, ou seja, sua função é periférica. Palavra variável, assume flexões de gênero, número e grau, concordando com o substantivo a que se refere. (crianças inteligentes)

ü Locução Adjetiva Preposição + substantivo. Assume função típica do adjetivo, relacionando-se sempre a um substantivo. Ex.: Voto do povo = voto popular. A função de uma locução adjetiva está em poder suprir a ausência de um determinado adjetivo, quando for o caso. Advérbio: É periférico do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio. Palavra invariável, o advérbio é um indicador de circunstância da ação verbal. (lugar, tempo, modo, causa, intensidade, meio) Locução Adverbial: preposição + substantivo que assume a função do advérbio, relacionando-se ao verbo. Saiu assustado da casa de sua avó locução locução locução adverbial adverbial adjetiva

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• Pronome Refere-se a uma das três pessoas do discurso. 1ª pessoa / que fala (eu, me, meu, nós, nos); 2ª pessoa / com quem se fala (tu, te, ti, vós, vos); 3ª pessoa / de quem se fala (ele, seu, o, eles) Pronome Adjetivo: determina, modifica um substantivo. Ex.: Este ano será o ano da minha vida. Pronome Substantivo: Assume função própria de um substantivo. Ex.: Ela viajou esta manhã. Palavra Variável: Assume flexão de gênero (teu, tua), número (meu, meus) e pessoa (eu, tu ele).

• Preposição e Conjunção (conectivos)

Também são conhecidas como conectores, e têm como função estabelecer ligações entre palavra e palavra (caso da preposição) ou entre oração e oração (conjunção). São palavras invariáveis. Estabelecem relações de sentindo entre os elementos que ligam. Ex.: Como estava doente, não foi à aula. (causa) Ex.: Ele fala como se fosse o professor. (comparação) Ex.: Faça tudo como dizem as regras. (conformidade)

• Voz Ativa x Voz Passiva

Voz: relação semântica entre sujeito e verbo. Voz Ativa: sujeito realiza a ação verbal. Voz Passiva: sujeito sofre a ação verbal. O sujeito da a voz ativa, passa a ser agente da passiva, na voz passiva, quando há transformação de voz. O objeto da voz ativa, transforma-se em sujeito da voz ativa. A voz passiva apresenta um verbo a mais do que a voz ativa. Ex.: A vida ensina o homem. sujeito verbo objeto direto Voz Ativa agente ação paciente Ex.: O homem é ensinado pela vida. Voz Passiva sujeito locução verbal agente da paciente passiva

• Termos Ligados ao Verbo

è Objeto Direto è Objeto Indireto è Agente da Passiva è Adjunto Adverbial

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ü O objeto direto pode ser substituído pelos pronomes oblíquos o, a, os, as.

ü O objeto indireto destinatário pode ser substituído pelo pronome oblíquo lhe.

ü Com o verbo transitivo direto, a oração que ele representa apresentará voz passiva.

ü Com o verbo transitivo indireto, não é possível transformar a oração em uma frase de voz passiva, ainda que isso ocorra na fala.

ü O adjunto adverbial apresenta circunstâncias (ideias) relacionadas à ação verbal de tempo, lugar, modo, causa, instrumento, intensidade, etc.

Em algumas situações o verbo transitivo direto figura com um complemento preposicionado. O termo será um objeto direto preposicionado, cuja preposição pode ser retirada da oração. Ex.: Elas já comeram do bolo. VTD objeto direto preposicionado Ex.: Ao Grêmio o Internacional venceu. Objeto direto sujeito preposicionado

• Orações Subordinadas Substantivas

ü Dentro do período composto,

assumem a função sintática própria do substantivo.

ü Marca de reconhecimento: podem ser substituídas pelo pronome demonstrativo ESTE, ESTA, ISTO.

ü Classifica-se, por fim, a oração substantiva segundo a função sintática assumida pelo pronome isto na frase de apoio.

ü Conectivo próprio: conjunção integrante. Principais conjunções integrantes que e se.

• Orações Substantivas Ligadas

ao Verbo

è Subjetiva

ü Desempenha o papel de sujeito da oração principal.

ü Não é introduzida por preposição. ü O verbo da oração principal fica

na 3ª pessoa do singular. ü Há, normalmente, inversão na

ordem da oração principal com a subordinada.

ü Evidentemente, não se encontra sujeito na oração principal.

è Objetiva Direta

ü Assume o papel de objeto direto

do verbo da oração principal. ü Não é introduzida por preposição. ü Na oração principal, via de regra

aparece um sujeito.

è Objetiva Indireta

ü Assume o papel de objeto indireto do verbo da oração principal.

ü É introduzida por preposição obrigatória.

Ligado ao

Como? Semanticamente

Objeto Direto Verbo Sem preposição

Sofre a ação

Objeto Indireto

Verbo Com preposição

Alvo ou destinatário

Agente da Passiva

Verbo Com preposição

Pratica a ação

Adjunyo Adverbial

Verbo Com ou sem preposição

Não faz nem sofre a ação verbal

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• OraçõespSubordinadas

Adjetivas

ü Assumem função sintática própria de adjetivo.

ü Conectivo próprio: pronome relativo.

ü Que: o qual, a qual, na qual, nos quais, nas quais.

ü Quem: o qual, a qual, os quais, as quais.

ü Cujo, cuja, cujos, cujas. ü O pronome relativo tem como

função retomar um termo antecedente, evitando a sua repetição formal e projetando-o na outra oração.

ü Marca formal: o pronome relativo que, conectivo mais comum desse tipo de oração, pode ser substituído por o qual.

• Tipos de Orações

Subordinadas Adjetivas

è Adjetivas Restritivas

ü Restringem ou particularizam o nome a que se referem.

ü Não apresentam sinais de pontuação isolando-as.

è Adjetivas Explicativas

ü Não particularizam nem

restringem o nome a que se referem.

ü Marca formal: isolada por vírgulas.

ü Indicam qualidade como relacionada a todos os elementos de um determinado grupo.

• Orações Subordinadas

Adverbiais

ü Assumem função sintática própria de advérbio.

ü Não apresentam uma marca formal definida, como as orações substantivas e adjetivas, mas têm várias conjunções que apontam para determinados valores semânticos a orientar a classificação correta.

ü Indicam circunstâncias da ação verbal expressa pela oração principal.

ü São as mais numerosas quanto à classificação, por isso, é mais fácil orientar-se pelas relações semânticas estabelecidas entre oração subordinada e principal.

è Tipos de Orações Adverbiais

ü Casual ü Consecutiva ü Condicional ü Comparativa ü Conformativa ü Concessiva ü Temporal ü Final ü Proporcional

• Orações Coordenadas

ü Não assumem função sintática

em relação a outra oração. ü Divididas em assindéticas e

sindéticas.

è Coordenadas Assindéticas Chegou quieto, nada disse, saiu calado. Or. cood. assindética Or. coord. Or. coord. inicial assind. assindética.

è Coordenadas Sindéticas

ü Sindética Adjetiva: ideia de soma entre orações.

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ü Sindética Adversativa: ideia de oposição entre as orações.

ü Sindética Alternativa: relação de alternância.

ü Sindética Conclusiva: ideia de conclusão para a noção expressa na outra oração.

ü Sindética Explicativa: ideia de justificativa ou explicação para a noção expressa na outra oração.

ANOTAÇÕES:

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