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O jornal das lutas comunitárias e da cultura popular Ano 8 - Número 53 Janeiro de 2013 Editorial O Maraca é nosso, governador! Jorge Vercillo e Scracho em Jacarepaguá Prefeitura quer acabar com as vans para o centro e zona sul No último mês, o prefeito Eduardo Paes declarou que irá proibir a circulação de vans no centro e na zona sul do Rio, a partir de abril deste ano. As atuais 6000 autorizações para as vans circularem pela cidade serão reduzidas para 3500 concessões, que serão obrigadas a operar por turnos incluindo o período noturno e todos terão bilhete único. As vans deverão passar a atuar de forma complementar aos demais transportes da cidade. A medida também proíbe a circulação das vans nas grandes vias das cidades, tais como Avenida Brasil, auto- estrada Lagoa-Barra, Linha Vermelha e Linha Amarela. A medida foi anunciada pelo prefeito durante a apresentação da Coordenadoria do Sistema de Transporte Público Local (STPL). “É assim que a prefeitura entende que deve funcionar esse modal. Doa a quem doer”, disse Paes. A questão principal é que vai acabar doendo em quem deveria ser o principal beneficiário, o usuário de transporte público. A medida visa reduzir o tráfego de veículos nas áreas de trânsito mais intenso, no entanto, não leva em consideração que retirar uma opção de transporte não vai diminuir o número de pessoas que precisam se locomover, ir para o trabalho, universidade, ou para as suas casas, esta medida acabará culminando em superlotação dos ônibus que não atenderão à demanda. A prefeitura deveria oferecer novas opções de transporte de massa que não sejam rodoviários, antes de cortar uma opção bastante utilizada por moradores de diversas regiões do Rio, principalmente da Baixada de Jacarepaguá. Os motoristas de vans de Jacarepaguá estão indignados com o prefeito e alegam que vão ficar desempregados e que suas famílias passarão por enormes dificuldades financeiras. “Não esperávamos esse massacre por parte do prefeito. Votamos nele e agora sofremos este golpe. Tenho família, IPVA e seguro para pagar. O que farei de minha vida?”, fala indignado um motorista de van da linha Taquara-Gávea, que não quis se identificar com medo de mais represália. Protesto na Avenida Sernambetiba contra a construção do Resort na APA de Marapendi. Bola fora da prefeitura Jorge Vercillo e Scracho em Jacarepaguá Página 4 Página 7 Ato em defesa do plebiscito sobre a privatização do estádio A história do bairro do Tanque Página 5 A realidade atual do ensino Página 3 Light e a Cidade de Deus Página 2 Remoções arbitrárias Página 8 Página 6

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O jornaldas lutas

comunitáriase da cultura

popular

Ano 8 - Número 53Janeiro de 2013

Editorial

O Maraca é nosso,governador!

Jorge Vercillo eScracho emJacarepaguá

Prefeitura quer acabar com asvans para o centro e zona sul

No último mês, o prefeito Eduardo Paesdeclarou que irá proibir a circulação de vansno centro e na zona sul do Rio, a partir de abrildeste ano. As atuais 6000 autorizações para asvans circularem pela cidade serão reduzidas para3500 concessões, que serão obrigadas a operarpor turnos incluindo o período noturno e todosterão bilhete único. As vans deverão passar aatuar de forma complementar aos demaistransportes da cidade. A medida tambémproíbe a circulação das vans nas grandes viasdas cidades, tais como Avenida Brasil, auto-estrada Lagoa-Barra, Linha Vermelha e LinhaAmarela.

A medida foi anunciada pelo prefeitodurante a apresentação da Coordenadoria doSistema de Transporte Público Local (STPL).“É assim que a prefeitura entende que devefuncionar esse modal. Doa a quem doer”, dissePaes. A questão principal é que vai acabardoendo em quem deveria ser o principalbeneficiário, o usuário de transporte público.

A medida visa reduzir o tráfego de veículosnas áreas de trânsito mais intenso, no entanto,não leva em consideração que retirar uma opçãode transporte não vai diminuir o número depessoas que precisam se locomover, ir para otrabalho, universidade, ou para as suas casas,esta medida acabará culminando emsuperlotação dos ônibus que não atenderão àdemanda. A prefeitura deveria oferecer novasopções de transporte de massa que não sejamrodoviários, antes de cortar uma opção bastanteutilizada por moradores de diversas regiões doRio, principalmente da Baixada de Jacarepaguá.

Os motoristas de vans de Jacarepaguá estãoindignados com o prefeito e alegam que vãoficar desempregados e que suas famíliaspassarão por enormes dificuldades financeiras.“Não esperávamos esse massacre por parte doprefeito. Votamos nele e agora sofremos estegolpe. Tenho família, IPVA e seguro para pagar.O que farei de minha vida?”, fala indignado ummotorista de van da linha Taquara-Gávea, quenão quis se identificar com medo de maisrepresália.

Protesto na Avenida Sernambetiba contra a construçãodo Resort na APA de Marapendi.

Bola fora daprefeitura

Jorge Vercillo eScracho emJacarepaguá

Página 4 Página 7

Ato em defesa do plebiscito sobre a privatização doestádio

A história do bairro do Tanque Página 5

A realidade atual do ensino Página 3

Light e a Cidade de Deus Página 2

Remoções arbitrárias Página 8

Página 6

Page 2: JAAJ - Edição 53 - Jan. 2013

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Cartas & E-mails dos leitores

Onde encontrar o JAAJVeja os locais onde o povo de Jacarepaguá interessado em conhecer os problemas

e defender nossa região poderá apanhar, gratuitamente, um ou mais exemplares

do Jornal Abaixo-Assinado de Jacarepaguá.

Estabelecimentos comerciais que passarão a ter o JAAJ todo mês:

Banca do Mário tem o JAAJ

· Banca da Rosilda – R. Cândido

Benício, nº. 2.256, em frente à

Sorveteria Diplomata, Praça Seca.

· Banca da Sandra – Estr. do

Tindiba, nº. 2.070, em frente à Ag.

dos Correios da Taquara.

· Personal Studio Saúde e Fitness

– Estr. do Tindiba, nº. 185 sls. 102 e

104, Pechincha.

· Centter Adrycopy – R. Relvado,

nº. 64 Loja A Praça Nova Orleans,

Taquara.

Cartas & E-mailsInforme nome completo, telefone e endereço. O jornal se reserva o direito de, sem

alterar o conteúdo, resumir ou editar as cartas ou e-mails.Correios: Caixa Postal 70.615 Taquara/RJ - CEP 22740-971

E-mail: [email protected]

Como já foi noticiado aqui no JAAJ nasua edição nº 50, a Light modificou de formaarbitrária toda a rede elétrica externa naCidade de Deus, inclusive retirando omedidor analógico substituindo-o pelomedidor digital modelo SGP+ME 12,conhecido por chip eletrônico, alegandoque tal mudança faz parte do programa denovas tecnologias da empresa, que consistena modernização da rede e na redução deperdas elétricas nas favelas, hojedenominadas como “comunidades” com achegada da UPP - Unidade Pacificadora.

Pergunta-se: por que a tal substituiçãotem que ser, primeiro, nas comunidadespacificadas? Temos que ser as cobaias dosistema? Cadê a ANEEL - Agência Nacionalde Energia Elétrica com a devidaregulamentação? Perguntas e perguntas,sem respostas.

As comunidades, em destaque a Cidadede Deus, não se recusa a pagar pelos serviçosprestados. Desejamos que fosse de formajusta e compatível com a realidade sócio-econômica local, com respeito à dignidadeda pessoa humana, solidariedade social eigualdade. Ingredientes substanciais que sãodireitos garantidos pela Constituição daRepublica Federativa do Brasil.

Ante o exposto, ouvi de vários,moradores reclamações de revolta pelosserviços aplicados na comunidade, inclusive

com os valores altos atribuídos peloconsumo de energia. Serviços estes dequalidade duvidosa, vez que os quadros(PC) onde fizeram a modificação dosmedidores estão a ponto de haver curtocircuito, totalmente irregulares, pois nãohouve orientação técnica pela Light paratal mudança, observando que váriasempresas terceirizadas realizaram osserviços de transição.

Diante de tantas indignações, fiz umaanálise jurídica com intuito de propor umaação contra Light e fui surpreendida peloMinistério Público Estadual que já tinhaproposto uma Ação Civil Pública comobjetivo de frear tal abuso com a devoluçãodos valores cobrados de forma irregular eretirada do medidor digital. Essa açãotramita na 4ª Vara Empresarial do Fórumda Capital do Estado do Rio de Janeiro sobo nº 0036380-97.2012.8.19.000l.

Acredito que, ainda, não seja suficiente,vez que o Ministério Público Estadual porsi só não terá êxito, pois a Associação deMoradores deverá propor a comunidadeum abaixo-assinado e ingressar na açãocomo Terceira Interessada dando subsídios,provas materiais para o Ministério PúblicoEstadual ter maior desempenho e vitória.Queremos Justiça!

*Fátima Morais Carneiro, Advogada emoradora da Cidade de Deus.

Light x Cidade de DeusDoutora Mariluce, sou casada com

separação total de bens e meu maridofaleceu.

Estou fazendo o inventário dosnossos bens. Uma casa, da qual emregistro comprei 50% e meu maridotinha 50%. Ele deixa um filho de 25anos e o João, nosso filho, de sete anos.Há um carro quitado no nome dele.Há um terreno do pai dele. Nessecaso, o irmão dele leva 50% e orestante é 25% meu e 12,5% paracada filho?

Quem paga à custa do inventário?Em vida, tudo era só dele ou só meu,

mas com o óbito a viúva recebe 50%.Certo?

Qual o número e data dessa lei? Ofilho mais velho estava querendo dividiro terreno entre o tio, ele e o João.

Obrigada, Celina.

Oi Celina,

Com o regime de separação total de bens

os herdeiros diretos são os filhos. No caso

do terreno, você não entra na partilha, o

cônjuge viúvo só herda alguma coisa se não

haverem descendentes. Você possui o direito

vitalício de morar na casa em que residia com

o seu falecido marido, mesmo que o imóvel

pertencesse somente a ele.

No caso do carro, se você auxiliou,

comprovadamente na aquisição, terá

direito a 50%.

As custas de um inventário é rateada

pelos herdeiros.

No regime de separação total de bens,

são incomunicáveis todos os bens que cada

cônjuge possuía antes do casamento e todos

os que forem adquiridos durante a união a

título gratuito ou com o esforço de apenas

um dos cônjuges. Só se comunicam, como

falei anteriormente, os bens havidos

durante o casamento com o esforço de

ambos.

O número da Lei é 11.441 de 2007 que

alterou a Lei 5.869 de 1973.

O filho mais velho do falecido está certo.

Espero tê-la ajudado.

Advogada Mariluce Paixão Ramos.

Ingredientes:� 4 xícaras de pão francês picadinho� 3 maçãs em cubinhos� 1 colher (sopa) de margarina� 2 ovos� 1 lata (ou caixa) de leite condensado� 1 lata (ou caixa) de creme de leite� canela em póModo de Preparo:· Colocar em um refratário untado asmaçãs, deitar por cima a margarinaderretida e cobrir com os pães

Sobrou pão? Que bom!Que tal fazer umadeliciosa sobremesa?

picadinhos.· Bater em um liquidificador os ovos, o cremede leite e o leite condensado e colocar, demaneira uniforme, sobre os pães.· Levar ao forno médio pré-aquecido atéficar dourado (+ ou - 30 minutos).

Visitem o meu blog para mais receitashttp://cozinhadaneli.blogspot.com.br/Um beijo e um queijo!

Vamos Conversar DireitoVamos Conversar DireitoVamos Conversar DireitoVamos Conversar DireitoVamos Conversar Direito

Faça sua consulta por e-mail ou carta para a Advogada do

Jornal Abaixo-Assinado

[email protected]

Caixa Postal 70615 – Taquara/RJ – CEP 22740-971

Estão abertas as inscrições do Pré-Vestibular Comunitário (PVNC)– Núcleo Taquara,na Paróquia Sagrada Família - Estrada do Rio Grande, nº 3.840.Inscrições para o ano de 2013: De 28 de janeiro a 1º de fevereiro, das 19 às 21h edia 2 de fevereiro, das 9 às 12h.

Anote aí

Fica em frente aonúmero 635 na Estrada

do CamorimMário é meu nome, tenho 66anos, sou jornaleiro por gostouns trinta anos, sendo vintedeles numa banca de jornal na28 de Setembro em Vila Isabel.Agora, aqui no Camorim, comminha companheira Ana, estoufeliz em trazer a informaçãomais próxima de nosso povo.Em defesa da região, souparceiro do Jornal Abaixo-Assinado de Jacarepaguá edistribuo, gratuitamente, todoo mês o jornal.

Partilha de bens

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Opinião

Conselho Editorial: Almir Paulo, Douglas Faget,

Ivaneide,Ivan Lima, Manoel Meirelles, Maraci Soares,

Mariluce Paixão, Miguel Pinho, Nely, Pedro Ivo, Renato

Dória, Sônia dos Santos, Suely Costa e Val Costa.

Coordenação Geral: Almir Paulo

Uma publicação mensal da RPC Editora Gráfica LtdaCNPJ 08.855.227/0001-20

Arte e Diagramação: Jane Fonseca

Gerência Comercial: Manoel Meirelles

Coordenação de Mídia Digital: Pedro Ivo

Colaboradores dessa edição: Zé da Lata, Jussara Braga

e Elisângela Batista.

**As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores.**Distribuição gratuita pelos bairros e comunidades da Baixada de Jacarepaguá.

Visite nosso blog: www.jaajrj.wordpress.comPara críticas, sugestões e reclamações: [email protected]

Caixa Postal 70615 - Taquara/RJ - CEP 22740-971Para Anunciar ligue (21) 7119-6125 / 9282-1006

EXPEDIENTE

Nossa trajetória tem sido de constantesdesafios, desde o lançamento em março de2005 do JAAJ - Jornal Abaixo-Assinadode Jacarepaguá. Nesse janeiro de 2013,aí estamos nós na nossa 53ª edição e cheiosde projetos e desafios.

Temos convicções históricas de que agrande mídia está literalmente a serviço do

grande capital e seus interesses de controlepolítico, econômico e social da cidade quevivemos. O movimento e a luta popular nãotem espaço nas mídias.

Daí, nosso singelo esforço de mantermensalmente a impressão do JornalAbaixo-Assinado. No JAAJ debatemos,denunciamos e divulgamos as lutas contrao desmantelamento e precariedade dosistema de saúde, a falta de investimentosem habitação popular e saneamento básico,o descaso com a preservação dopatrimônio histórico, a desvalorização dacultura popular, a destruição do meioambiente, a falta de prioridade para aeducação, bem como o massacre dascomunidades com remoções arbitrárias sópara favorecer a especulação imobiliária.

É obsessão do nosso coletivo, aconstrução de uma Rede Popular deComunicação (RPC), a organização de

diversas mídias para divulgação das lutaspopulares, de reflexão e debate sobre osproblemas que afligem nosso povo,comunidades e cidades.

Em 2013, os nossos desafios são:correspondentes comunitários emcomunidades e escolas, passar o jornal paradoze páginas e dez mil exemplares, criaçãodo site do JAAJ, e a comemoração e reflexão

2013 e os nossos desafios e sonhos

“A gente tem quesonhar, senão as coisas

não acontecem.”(Oscar Niemeyer)

Homenagem do JAAJ“Não é o ângulo reto que me atrai. Nem a linhareta, dura, inflexível, criada pelo homem.O que me atrai é a curva livre e sensual. A curvaque encontro nas montanhas do meu País, nocurso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar,nas nuvens do céu, no corpo da mulherpreferida. De curvas é feito todo o Universo -o Universo curvo de Einstein.”Oscar Niemeyer (1907 – 2012)104 anos de lutapor um Brasil melhor

*Márcio FrancoÀs vésperas do Ano Novo, a imprensa

carioca divulgou a notícia de que o prefeitoEduardo Paes pretende construir 277escolas em tempo integral no seu segundomandato. Contudo, o dia a dia das escolasda rede municipal não corresponde a essa“realidade” colorida divulgada nos jornais.

Ao contrário da propaganda, agravam-se os muitos problemas enfrentados pelosprofissionais de educação na difícilrealidade cotidiana das escolas municipais.

Podemos começar citando ocompromisso do prefeito quando disputouo seu primeiro mandato de “acabar com aaprovação automática”. Todo professorsabe que isso é uma falácia. São tantas aspressões sofridas pelos professores, que,na prática, vivemos ainda numa espécie decultura de “aprovações automáticas”. Essaquestão é de grande importância, pois, elanos remete à autonomia do professor que acada dia se torna mais e mais reduzida, nãosó pelas pressões sofridas no exercício domagistério, mas, também pela intervençãoexterna de “fundações” e “organizaçõessociais”, desconhecedoras da realidade danossa rede (algumas inclusive de outrosestados), mas, que impõem seus “pacoteseducacionais” na vã esperança deles serema solução mágica para os problemas de

aprendizagem das nossas crianças. Pacotesque visam transformar a rica experiênciade ensino-aprendizagem em mero“treinamento” para as tais “avaliaçõesexternas”, instrumentos de elaboração doschamados “indicadores da qualidade daeducação”. Esses “indicadores”, naverdade, não passam de números. Quemodelo educacional é esse que acredita quepodemos transformar toda uma experiênciaeducacional, uma experiência de vida, emsimples números?

Mas, a autonomia da escola é tambématingida pela precarização de sua mão deobra, cada vez mais formada porterceirizados, “oficineiros” etc. Comopodemos pensar em qualidade na educação,quando os vínculos com a escola são cadavez mais frágeis e as relações de trabalhomais precárias?

Na expectativa da rede municipal entrarno século XXI, a prefeitura resolveuimplantar, experimentalmente, o “diárioeletrônico”, a mais nova expressão da“modernidade” ou “pós-modernidade” dasecretaria municipal. Com o diário escolaronline, num toque na tecla do computador,o professor pode fazer os registros declasse, ingressando, assim, na mais novafronteira da era digital, a “computação emnuvem” (cloud computing, em inglês), onde

a partir de qualquer computador e emqualquer lugar do planeta, pode-se ter acessoa informações, arquivos e programas. Só queem quase metade da cidade não temos umacobertura adequada pela internet. Irônico, maso prefeito parece que se esqueceu de informaraos tão famosos cérebros que ele importoucom o objetivo de “modernizar” a maior redemunicipal pública do mundo que aqui, na ZonaOeste*, aquela parcela da cidade que elegeu ereelegeu o Sr. Eduardo Paes e que reúne metadeda população da cidade, estamos ainda numaespécie de “idade da pedra” da internet, pois,são poucos os locais onde temos uma boacobertura de banda larga.

Como se isso tudo não bastasse, aprefeitura age, agora, na virada de 2012para 2013, para acabar com o Programade Extensividade da rede municipal, se nãode uma vez só, mas, aos poucos, onde nãohá mobilização e resistência dacomunidade escolar. Um programa quepossui mais de uma década de sucesso eêxito, reunindo os Pólos de Educação peloTrabalho, os Clubes Escolares e os Núcleosde Arte. Tudo em nome da “integralidade”.Ora, mas essas unidades de extensão nãoforam criadas para proporcionar o ensinointegral aos nossos estudantes, através dapreparação pelo trabalho, do esporte e daarte? Por que então acabar com elas?

Ainda para promover a maior“eficiência” da rede, a prefeitura estáagrupando, aos poucos, as escolas em trêstipos de unidade: Casas de Alfabetização,Primário Carioca e Ginásio Carioca. Umaespécie de reengenharia educacional comimpactos na educação ainda difíceis deserem avaliados em toda a sua dimensão.Porém, alguns efeitos já estão sendotristemente sentidos pela comunidadeescolar. Famílias que tinham todos os seusfilhos estudando numa mesma escola, comessa nova divisão, têm suas criançasestudando em escolas diferentes, muitasvezes. Professores que trabalhavam hávários anos na mesma escola, formandoequipes com todo um trabalhodesenvolvido e uma vida profissional ligadaà comunidade escolar, tiveram que sedesligar da unidade para trabalhar em outraescola. É cedo para avaliar os efeitos dessamedida, mas, de certo não é muito difícilimaginar quanto transtorno isso estáprovocando!? Um projeto concebidodentro de gabinetes, sem o diálogonecessário com os professores e com osresponsáveis pelos estudantes. O seudesfecho poderá ser muito diferente deoutros concebidos da mesma forma?

*Márcio Franco, morador da PraçaSeca, é Sociólogo e Professor.

Educação municipalRealidade das escolas contrasta com a propaganda da Prefeitura

do aniversário de 419 anos de Jacarepaguá.Estou com Oscar Niemeyer, sonhar é

possível e necessário! Estamos na luta esomos sonhadores persistentes.*Almir Paulo é do Conselho Editorial do JAAJ.

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Comunidade em luta

O IHBAJA – Instituto Histórico da Baixadade Jacarepaguá – é uma instituição sem finslucrativos, fundada em 2007, com o intuitode contribuir em ações para salvaguardar oPatrimônio Material e Imaterial da Baixadade Jacarepaguá. Essa região possui um dosmaiores acervos arquitetônicos do Rio deJaneiro colonial, além da maior floresta urbanado mundo e uma riquíssima herança culturalafricana e guarani. Tudo isso, infelizmente,pouco conhecido pelos moradores da região

IHBAJA retoma parceria com JAAJNo dia 20 de dezembro foi aprovado na

Câmara de Vereadores o Projeto de LeiComplementar (PLC) 113/2012 que tira58.000 m² da Área de Proteção Ambiental(APA) de Marapendi. Área que deveria, porlei, ser preservada e ter as atividades humanasali realizadas muito restringidas. Este PLCautoriza nesta imensa área a construção deum campo de golfe para olimpíadas de 2016.A prefeitura já comunicou isenção de todosos impostos municipais por tempoindeterminado, enquanto forem exercidasatividades relacionadas ao golfe no local. Avotação foi marcada por uma grandeparticipação de manifestantes que ocupavamas galerias da câmara com faixas e cartazesprotestando contra a medida. Osmanifestantes propõem a utilização de outroscampos de golfe já existentes na cidade, comoo Itanhangá Golf Club realizando as devidasobras de adequação aos padrões Olímpicos.

A mesma região é alvo de outros conflitos.Nos meses de novembro e dezembro forammarcados por inúmeros protestos contra aconstrução do Resort da rede estrangeiraHyatt. Apesar de não estar inclusa neste PLC113/12, a área do empreendimento faziaparte da APA até a alteração em 2005, emvotação relâmpago da câmara dosvereadores. O principal estímulo para ainstalação do Resorté o incentivo dadopela prefeitura paraaumentar a redehoteleira da cidadeaté 2016.

A região jáambienta lmentemuito degrada emrazão do crescimentourbano nas últimasdécadas da barra detijuca e recreio, correum sério risco deagravar seusp r o b l e m a sambientais. Aprefeitura alega que aregião já se encontramuito degradada e

que as futuras obras não aumentarão osimpactos ambientais de forma significativa. Opoder público ao invés de zelar pela garantiade um ambiente saudável para as próximasgerações, assumindo suas responsabilidadespelo atual estado de degradação por suaomissão, está cometendo uma série deirregularidades no que tange a legislaçãoambiental e ignorando a vontade dapopulação.

Através da chantagem Olímpica, a cidadedo Rio vem passando por grandes mudançasa “toque de caixa” e nem todas elas são pramelhor. A construção de um imenso campode golfe em uma área de preservaçãoambiental atende a que interesses? Muitoprovavelmente não são os ideais Olímpicosque incentivam esta ação. O campo de golfeestá sendo Criado em uma área onde próximojá existem outros campos, além de ser umesporte nada popular entre os brasileiros, esteprojeto tem tudo para transformar-se em umelefante branco. E possivelmente conhecendoa mentalidade de nossos governantes, estaárea será a mais nova atração do já aquecidomercado imobiliário na zona oeste,condomínios de luxo em “santuárioecológico” a vista!

*Miguel Pinho é membro do ConselhoEditorial do JAAJ

Bola fora da prefeituraUma tacada a contragosto da natureza e do povo

No ano de 1929, quando a cidade do Riode Janeiro ainda era a capital do Brasil,estourou uma das maiores crises do sistemacapitalista mundial, a chamada Crise de 29.Esta crise provocou demissões em massa emdiversos setores da economia mundial,impactando também ao Brasil, onde milharesde operários se viram, de uma hora paraoutra, sem seu único meio de garantir suasubsistência e de sua família.

Neste mesmo ano, de acordo comrelatório interno emitido pela Polícia Civil doD.F., foram realizadas, aproximadamente, dezgreves na cidade do Rio de Janeiro. Uma delasocorreu na Praça Seca, na Avenida CândidoBenício no.1243: a greve dos padeiros daPadaria Jandyra. Um dos empregados doestabelecimento, provavelmente em sériasdificuldades financeiras devido à conjunturacaótica da crise de 1929, foi solicitar ao seuempregador um adiantamento de seu salário.Como se encontrava em débito com o patrão,este se recusou a dar o adiantamento aopadeiro. Em solidariedade ao colega detrabalho, os demais padeiros da PadariaJandyra decidiram paralisar os trabalhos.Como se recusavam em prosseguir com asatividades, foram conduzidos ao 24º DistritoPolicial e os serviços naquela padaria sóvoltaram ao normal com o apoio da políciaque deslocou padeiros de outros lugares para

e da cidade do Rio de Janeiro como um todo.A nossa missão é contribuir para apreservação de toda esta riqueza,promovendo atividades pedagógicas e depesquisa que sirvam para divulgá-la. A partirdessa edição, o IHBAJA retornará com a suacoluna no JAAJ, onde divulgará as pesquisasrealizadas pelos seus integrantes além dasatividades desenvolvidas pelo grupo.Conheça mais do nosso trabalho pelo blog:http://ihbaja.blogspot.com.br

A Greve dos padeirosda Padaria Jandyra

substituírem os grevistas que foramconduzidos para a delegacia.

Esta situação é bem ilustrativa daqueleperíodo, pois as reivindicações da classetrabalhadora eram tidas como casos depolícia. Isso evidencia os sérios limites dademocracia então em vigor no país. Nãopodemos esquecer que, dependendo dafiliação partidária ou ideológica, uma pessoapodia ser simplesmente banida do Brasil.

A greve ocorrida na Padaria Jandyra nosrevela também alguns outros importantesaspectos do processo de luta dostrabalhadores. Podemos ver ações deprotesto desse tipo não só entre tecelões,metalúrgicos e ferroviários, como tambémentre motorneiros, sapateiros, funcionários dehotéis, padeiros, mecânicos, chapeleiros,alfaiates, trabalhadores da estiva, motoristas,açougueiros, garçons etc.

Outro aspecto importante evidenciado éque esses e outros protestos se vistos comofazendo parte de um mesmo conjunto foramfundamentais para a criação das leistrabalhistas do período varguista. O quedesmonta a tese de que a CLT teria sido frutode um ato de bondade de Getúlio Vargas paracom os trabalhadores brasileiros. Muito pelocontrário: ela foi resultado inequívoco de lutase embates como o verificado na CândidoBenício naquela remota manhã de 1929.

O vereador Eliomar Coelho participou do ato de protesto no domingo(09/12) contra a construção de um resort e um campo de golfe na Praia daReserva. As construções desmontarão a APA e o Parque de Marapendi.Eliomar Coelho votou contra a mensagem do Executivo, enviada à CâmaraMunicipal, que altera parâmetros urbanísticos para viabilizar a obra.

Integrantes do IHBAJA: Val Costa, Leonardo Soares, Janis Cassília, Aparecida Mercê e Renato Dória

Professora Heluana MacêdoO Instituto Histórico da Baixada de Jacarepaguá comunica, com pesar, o falecimento

de sua ex-presidente Heluana Macêdo, no mês de setembro de 2012. O IHBAJAexpressa os mais profundos sentimentos aos familiares, amigos e colegas de trabalhoda professora Heluana.

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Prestigie o jornal

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O bairro do Tanque faz parte da XVIRegião Administrativa – Jacarepaguá –possuiu uma área de 556,80 ha e, deacordo com o Censo 2010, 37.856habitantes. No período colonial, o Largodo Tanque era conhecido como Itatindiba,em homenagem ao rio de mesmo nome,

hoje chamado apenas de Tindiba. Nasegunda metade do século XIX, essalocalidade possuía uma importânciaestratégica para Jacarepaguá. Era o pontoonde os viajantes paravam para dar água aseus animais em um grande reservatório aliexistente. Essa espécie de “tanque” acabou

*Val Costa

História & Cultura

Lojas construídas em 1923

Largo do Tanque

denominando o local e o seu entorno.Até a inauguração da Estrada de Ferro

D. Pedro II (atual Central do Brasil), em1858, as carruagens, diligências e cavaloseram os meios de transportes maisutilizados pela população de Jacarepaguápara chegar até o Centro da cidade. Nesseano, foi inaugurada também a Estação deCascadura, a mais próxima de Jacarepaguá,já que a Estação de Madureira só foiconcluída em 15 de junho de 1890.

A partir de 1875, com a implantação dosbondes de tração animal, o acesso à regiãomelhorou consideravelmente. Os bondes,puxados por burros, circulavam em trilhosfeitos de aço, assentados no leito das ruas.Partiam da Estação de Cascadura,atravessavam a Praça Seca, e seguiam peloMato Alto até atingirem o Largo do Tanque,onde os animais descansavam bebendo águaem um grande reservatório. A empresa que

Tanque: a porta deentrada de Jacarepaguá

administrava essa linha de bondes chamava-se Companhia Ferro-Carril de Jacarepaguá.Em abril de 1911, a Light comprou acompanhia e eletrificou alguns trechos da linha.

O bairro do Tanque abrigou, ao longodo século XX, vários órgãos públicos. Aprimeira Delegacia Policial de Jacarepaguáse localizava onde hoje está o pátio daParóquia Santo Antônio Maria Zaccaria. Em1916, ela foi transferida para a Praça Seca,retornando em 1956 para o antigo prédioda prefeitura localizado na Av. GeremárioDantas, 34. Esse prédio também sediou aAgência de Jacarepaguá da PrefeituraMunicipal. Na década de 1980 o prédio foidemolido e no seu local foi construído umnovo edifício, onde hoje funciona umHortifruti na sua parte térrea.

*Val Costa é Professor, pesquisador e

membro do Instituto Histórico da

Baixada de Jacarepaguá.

Fazenda Viegas: Obituário da História*Marcos André

A Fazenda do Viegas, sede do antigoEngenho da Lapa, foi construída no iníciodo século XVIII, na Zona Oeste da Cidadedo Rio de Janeiro. O Engenho da Lapapassou a se chamar “Fazendado Viegas” por ter pertencidoà família Viegas, que construiua capela anexa a casa sede doengenho em 1725.

Essa família era a típica“Nobreza de Terra”tupiniquim: originária deconquistadores quinhentistasque descendiam do tenentecoronel Francisco Viegas deAzevedo. Ele foi fiador dosirmãos José do Amaral eDoutor Claudio Gurgel doAmaral na venda do Engenhode Nossa Senhora dosRemédios, em Jacarepaguá.

As terras da Fazenda do Viegas, no finaldo século XVIII, passaram da família Viegaspara o capitão Antônio Garcia do Amaral,sobre o crivo da rede de negócios deparentela. Já em 1800, o engenho foi

comprado pelo alferes Manuel Antunes deSusano, antigo senhor de engenho daFreguesia de Campo Grande.

Dentre tantos proprietários, destacou-se, na metade do século XIX, Francisco

Gomes de Campos. Em 20de setembro de 1820,Francisco contraiucasamento com Dona MariaLuíza Suzano Campos, futuraBaronesa de Campo Grande,que herdou a fazendajuntamente com os seusescravos. Nessa época, apropriedade possuíamilhares de pés de caféplantados em larga escalanos morros do entorno doViegas até a serra doMendanha. A Baronesa deCampo Grande faleceu em 7de novembro de 1853.

Francisco Gomes de Campos foiagraciado, pelo Imperador D. Pedro II, coma Comenda da Imperial Ordem de Cristo,em decreto de 1841; e com o título de Barãode Campo Grande, em decreto de 16 dejaneiro de 1861. Em 17 de janeiro de 1865,o Barão de Campo Grande faleceu, sendosepultado no cemitério São João Batista.Fechou-se um grande ciclo de proprietáriosque viveram ou administraram o antigoEngenho da Lapa ou a Fazenda do Viegas.

A velha casa, o antigo Solar dos Barõesde Campo Grande, está tombada peloIPHAN desde 1938. Em maio de 1996, foicriado o Parque Natural Municipal Fazendado Viegas, através do decreto 14.800.Infelizmente, a histórica casa da Fazendado Viegas está em ruínas, depredada porvândalos e curiosos, um OBITUÁRIO DAHISTÓRIA DA ZONA OESTE CARIOCA.S.O.S. Viegas! OBITUÁRIO: 1715-1996.

*Marcos André é Historiador.

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Saúde & CVltura

O câncer é uma doença caracterizadapelo aumento desordenado de células comcapacidade de migrar e invadir outrostecidos e órgãos do nosso corpo.Atualmente, esta doença é a segunda maiorcausa de morte no Brasil. Existem mais de100 doenças classificadas como câncer, noentanto, apesar dessas doenças terem amesma classificação, elas são muitodiferentes entre si.

Um exemplo é o câncer de pele, quepode ser classificado em dois tipos: câncerde pele não-melanoma e melanoma. Ocâncer de pele não-melanoma correspondea 27% dos novos casos de câncer segundoestimativa do Instituto Nacional de Câncer(INCA) para este ano no Rio, sendoconsiderado o câncer mais comum emhomens e mulheres. Apesar de ser o câncermais incidente, o risco de morte é baixo.Por outro lado, o câncer de pele do tipomelanoma, de rara ocorrência, éconsiderado um câncer mais agressivoassociado a uma alta taxa de mortalidade.Quando falamos de câncer a prevenção nemsempre é possível, entretanto o câncer depele é uma das exceções onde é possívelprevenir.

Como bons cariocas, somos amantesde um belo bronzeado, contudo, aexposição excessiva ao sol aumentaconsideravelmente as nossas chances dedesenvolver câncer de pele. Isto ocorreporque a radiação ultravioleta (UV),liberada pelo sol, é o principal fator de risco

associado a este câncer. O uso diário deprotetor solar é o mais recomendadoprincipalmente nas extremidades do corpo,como rosto e mãos. Caso não seja possívelusar protetor solar diariamente, evite seexpor ao sol de meio-dia e faça uso debonés, chapéus ou sombrinhas.

Com o verão aí, as pessoas ficamnaturalmente mais expostas ao sol,principalmente os mais jovens, portanto émuito importante se proteger. Jamais utilizecâmaras de bronzeamento artificial e nãofaça uso de bronzeadores caseiros, já queestas câmaras comumente funcionamliberando a radiação UV e bronzeadorescaseiros podem agravar os efeitos nocivosda exposição ao sol. A alta exposição àradiação UV nas fases iniciais da vidaaumenta ainda mais o risco de câncer depele.

Os sinais mais comuns de câncer de pelesão mudanças na aparência da pele, comoo surgimento de uma pequenaprotuberância, feridas que não cicatrizame o aparecimento de manchas escuras eirregulares (melanoma). Portanto, sempreesteja atento às mudanças que ocorrem noseu corpo e procure um médico o maisrápido possível caso observe algo diferentena sua pele. O tratamento precoce vairesultar em uma melhora significativa daqualidade de vida.*Douglas Faget é Biomédico e atualmente

faz doutorado no Instituto Nacional deCâncer no Programa de Biologia Celular.

Câncer de PeleProteja-se do Sol neste Verão

Jorge Vercillo é atração

em JacarepaguáDia 25 de janeiro, às 20h30, acontece o sensacional show do

cantor Jorge Vercillo na Lona Cultural Jacob do Bandolim,mais conhecida como Lona Cultural de Jacarepaguá, na

Praça Geraldo Simonard, s/nº - Praça do Barro Vermelho,no bairro do Pechincha. Preço R$ 40.

Jorge Vercillo também fará vários shows no circuito dasLonas Culturais, confira as datas:

· Lona Guadalupe – dia 19 de janeiro.· Lona Vista Alegre – dia 23 de fevereiro.

· Lona Pedra de Guaratiba – dia 24 de fevereiro.

Você já ouviu falar na BandaScracho? Não! Então, pergunteao seu jovem filho se eleconhece as músicas “Bem TeVi”, “Tragédia dos Comuns” e“Vida Que Segue”? Ele vai teresponder sereno, é doScracho.

Pela primeira vez no Rioacontece um show do Scrachoe é dia 26 de janeiro justamentena Lona Cultural Jacob doBandolim, mais conhecidacomo Lona Cultural deJacarepaguá, na Praça Geraldo Simonard, s/nº - Praça do Barro Vermelho, no bairro doPechincha. Preço R$ 30. 20h.

Scracho na Lona de Jacarepaguá

*Ivan PauloO G.R.B.C. Coroado de Jacarepaguá com

enredo “As quatro estações”, de autoria docarnavalesco Wellington Silva, está prontopara o carnaval 2013 e vai desfilar no Grupo1 dos Blocos Carnavalesco, na Avenida RioBranco, no sábado de carnaval, dia 09 defevereiro, sendo o oitavo no desfile.

O otimismo é grande na Cidade de Deusem relação ao carnaval de 2013. “Acreditoque agremiação realizará um dos seus maioresdesfile esse ano”, fala bastante entusiasmado opresidente do Coroado, Eli Alves.

O samba enredo dos autores, Fernandode Mel, Igor Mendonça,Tony do Bem, Zé Luiz,Cleber Padrinho, Curió, Serra e Dudu daLojinha, já está na boca de todos dacomunidade. Os puxadores do samba serãoBolleti, Léo Simpatia e Léo Capoeira. OCoroado levará para Avenida 1.200componentes divididos em 15 alas, com 3

Coroado pronto para o carnaval 2013carros alegóricos, ala das baianas com 30 edas crianças com 60. A bateria, com os seus120 ritmistas, sob o comando do Mestre Gil.A harmonia do bloco é comandada porRodrigo Felha e Salvador.

“O carnaval de 2013 do Coroado estábastante adiantado e lindo. Vamos doar todasas fantasias para nossa comunidade”, diz felizda vida Deda, o responsável pelo barracãoda agremiação.

Fundado em 1972, o Coroado fará 41anos no próximo dia 20 de janeiro, Dia deSão Sebastião, Padroeiro da Cidade do Riode Janeiro, a data será comemorada com umasuculenta feijoada para arrecadação de fundospara a agremiação, a partir das 14hs, naquadra do bloco, situada nos ConjuntosGabinal-Margarida na Cidade de Deus.

*Ivan Paulo, morador da Cidade de Deus,Empreendedor e membro do Conselho

Editorial do JAAJ.

Rua Bacairis,633 (próximo ao Hospital das Clínicas) TaquaraHorários dos Cultos:

Segunda a Sábado às 20h / Quarta-Feira às 14h30minDomingo às 10h e 19h

Agenda dos Movimentos Sociais· Dia 5 de janeiro, sábado às 11h. 1º Encontro Cultural do “Movimento Pró-Antigo Forte Nossa Senhora da Glória do Campinho”. Local: Sede do InstitutoBrasileiro de Pesquisas Arqueológicas (IBPA) – Rua Marquês de Leão, nº 53, EngenhoNovo.· Dia 13 de janeiro, domingo das 8 às 21h. VII Congresso da FIST – FederaçãoInternacional dos Sem Teto. Local: Sindjustiça-RJ, Travessa do Paço, nº 23/13º andar,Centro (fica nos fundos da Igreja São José - ao lado do Fórum).· Dia 31 de janeiro, quinta-feira às 9h. Reunião do Conselho Comunitário deSegurança da 18ª Área Integrada de Segurança Pública – Jacarepaguá. Local:Associação de Moradores São Francisco de Assis (Partido Alto), Estrada dos Bandeirantes,nº 3.965 – Rua Coronel Willian 29, Curicica.

Leia o Blog do JAAJ<http://jaajrj.wordpress.com/>

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*Demian CastroNo último dia 1º de dezembro, o canto

que inúmeras vezes foi entoado pelasmultidões que lotavam as arquibancadasdaquele que já foi o maior estádio do mundo,tomou as ruas dos bairros da Tijuca e doMaracanã. Mais de mil pessoas foram asruas protestar contra o processo dedemolição e privatização do Complexo doMaracanã.

A concentração foi logo cedo na PraçaSaens Peña. Aos poucos foram chegandotorcedores, pais e alunos da EscolaMunicipal Friedenreich, indígenas dediversas etnias que vivem na AldeiaMaracanã, usuários do Estádio deAtletismo Célio de Barros e do ParqueAquático Júlio de Lamare, cidadãosindignados com os rumos do Complexo doMaracanã e pessoas atingidas pelas obrasdo entorno do estádio.

Membros do Comitê Popular da Copae das Olimpíadas do Rio de Janeirodistribuíram panfletos que explicavam os

O Maraca é nosso!absurdos que estão acontecendo no estádioe na cidade. Muitos acabavam se juntandoaos manifestantes. A mobilização nas redessociais contou, inclusive, com um vídeo deapoio do cantor e compositor ChicoBuarque. Com a chegada do carro de som,os presentes seguiram em passeata pelasruas da Tijuca. Ao longo do trajeto, diversosmoradores demonstravam seu apoioacenando ou se juntando ao grupo. Achegada à estatua do Belline também foimarcada por uma grande festa com cantos,bandeiras e sinalizadores. Ao final,representantes dos diferentes gruposatingidos pelas obras do Maracanã fizeramfalas contrárias a qualquer demolição, pelamanutenção do caráter público e populardo estádio e das instalações no seu entorno.

É a partir dessa grande reestruturaçãourbana em curso na cidade, onde os custossão públicos e os lucros privados, que apopulação está acordando, saindo de umsono letárgico no qual se acostumou a pensarque democracia acontece somente nas

urnas. É nas ruas, em atos como este, que opovo se encontra para exigir umademocracia na qual participe das decisões,participe das escolhas sobre qual o melhordestino para seus impostos. O povo estánas ruas para ser ouvido, e quem esteve naTijuca e no Maracanã no dia 1º dedezembro ouviu muito bem: O MARACA ÉNOSSO!

O povo quer ser consultado sobre aprivatização do Maracanã, por isso pede a

Luta popular

abertura de um debate mais amplo com ainstalação de um plebiscito sobre aprivatização do estádio. O projeto de leipara a instalação do plebiscito já possuiassinaturas suficientes de deputados e jáestá com o presidente da Alerj. Será que ogovernador e sua base aliada vão permitirque seja aberto um debate amplo com osdiversos setores da sociedade sobre osrumos do Maracanã, ou será quecontinuarão a prevalecer os interessesprivados sobre nosso dinheiro, nossopatrimônio, nossa história e nossa cultura?O MARACA É NOSSO E NÃO ESTÁ AVENDA! PLEBISCITO JÁ!

* Demian Castro é geógrafo, pesquisadordo Observatório das Metrópoles e

membro do Comitê Popular da Copa edas Olimpíadas do Rio de Janeiro. Mais

informações sobre a Campanha “OMaraca é Nosso” podem ser obtidas no

sítio eletrônico http://comitepopulario.wordpress.com/.

*Manoel MeirellesOs cariocas vão pagar mais caro para

chegarem ao trabalho/casa com oaumento das tarifas do trem, metrô eônibus.. Ônibus - adiado para não aumentar ainflação, mas os empresários querem quea passagem seja de R$ 3,10, com ajustificativa de financiar a instalação de ar-condicionado na frota e a compra deônibus de piso baixo.· Trem - aumento dia 1º de fevereiro, deR$ 2,90 para R$ 3,10 – aumento de 6,89%.· Bilhete Único Intermunicipal -aumento acontece dia 3 de fevereiro, de

R$ 4,95 para R$ 5,20 – um aumento de5,534%.· Metrô - as passagens ficam mais carasem abril.

Enquanto isso, cerca de nove milhõesde aposentados e pensionistas que ganhamacima do salário mínimo terá 6,15% deaumento, um índice um pouco acima dainflação.

O salário mínimo passou para R$678,00. É mole, pau na gente!

*Manoel Meirelles é aposentado,morador da Praça Seca e membro do

Conselho Editorial do JAAJ.

Cabral, Paes e Dilmaunidos contra o povo

FESTA DO PADROEIRO SÃO GONÇALO DE AMARANTE

Estrada do Camorim, 925 - Camorim

TRÍDUO DE ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO“Oh: Rei dos reis, selaste em mim pra sempre o seu amor.”PROGRAMAÇÃO

5a FEIRA (10/01/13) - 20h TRÍDUO6a FEIRA (11/01/13) - 20h TRÍDUOSÁBADO (12/01/13) - 18h LOUVOR 20h TRÍDUODOMINGO (13/01/13) - 9h30min SANTA MISSA

12h Almoço Comunitário (Galinha maravilha)

baraquinhas, pula-pula, brimcadeiras

e muita animação durante toda a tarde.

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8

Cidadania

SOS

S E C R E T A R I A D E

A S S I S T E N C I A S O C I A L

E D I R E I T O S H U M A N O S

S O M A N D O F O R Ç A S

Qualquer informação faça contatocom a FIA/RJ - SOS Crianças

Desaparecidas(21) 2286-8337 / 2334-8008

Rua Voluntários da Pátria, 120 - Botafogo

RJ- Rio de Janeiro - CEP. 22270-010

[email protected]

www.fia.rj.gov.br

O JAAJ divulga mais uma relação do

Programa SOS Crianças Desaparecidas.

“Nossa parceria com a FIA é

importante pela prioridade de divulgação

das crianças desaparecidas e esperamos

que nossos leitores estejam atentos aos

nomes e fotos desses jovens e crianças

que estamos publicando no nosso jornal

e no Blog do JAAJ”, fala Maraci Soares,

do Conselho Editorial do jornal.

Crianças Desaparecidas

Nome: AMANDA CORREIA DASILVAIdade: Atualmente com 16 anosDesaparecimento: 11/08/2012Local do desaparecimen-

to: Casteo - Espírito SantoSituação: Rapto por estranho

Nome: ANNA CAROLINA CAR-VALHOIdade: Atualmente com 15 anosDesaparecimento: 28/11/2012Local do Desaparecimen-

to: Zona Norte - RJSituação: Saiu de casa e nãoretornou

Nome: CLAUDIANA ALVESRODRIGUESIdade: Atualmente com 14 anosDesaparecimento: 12/11/2012Local do Desaparecimen-

to: Macaé - RJSituação: Saiu de casa e nãoretornou

Nome: DERICK ALMEIDAFERNANDESIdade: Atualmente com 17 anos Desaparecimento: 01/07/2010Local do desaparecimen-

to: Zona Oeste – RJSituação: Saiu de casa e nãoretornou

Nome: GISELA ANDRADE DEJESUSIdade: Atualmente com 11 anos Desaparecimento: 25/02/2010Local do desaparecimen-

to: Zona Norte - RJSituação: Rapto por estranho

Nome: JOÃO CLÁUDIO MOREIRAPACHECOIdade: 17 anosDesaparecimento: 08/08/2011Local do desaparecimen-

to: Maricá - RJSituação: Saiu de casa e nãoretornou

Nome: JOSINEIDE PATRICIAGASPAR JOSÉIdade: 17 anosDesaparecimento: 03/08/2012Local do desaparecimen-

to: Zona Norte - RJSituação: Saiu de casa e nãoretornou

Nome: LUCIANE TORRES DASILVAIdade: Atualmente com 13 anosDesaparecimento: 30/08/2009Local do desaparecimen-

to: Baixada Fluminense - RJSituação: Rapto porestranho

Nome: MAICON DE ARAÚJOIdade: Atualmente com 11anosDesaparecimento: 26/06/2011Local do desaparecimen-

to: Zona Oeste – RJSituação: Saiu de casa e nãoretornou

N o m e : W A N D E R S O NFERNANDES Idade: Atualmente com 17 anosDesaparecimento: 01/10/2009Local do desaparecimen-

to: Rio de Janeiro – RJSituação: Saiu de casa e nãoretornou

*Renato Dória

Analisando as infor-

mações de doação de cam-

panhas eleitorais no site do

TSE, vemos que, no ano de

2008, Eduardo Paes se

elegeu com apoio de várias

empresas dos ramos de

infraestrutura, construção

civil e imobiliário (OAS, EIT,

Carioca Engenharia, Gerdau,

Rossi e Century), e financeiro-

comercial (Itaú, BMF Bo-

vespa e Multiplan Empreen-

dimentos). Cada uma dessas

empresas doou, individual-

mente, entre 300 mil e 1 mi-

lhão de reais para a cam-

panha eleitoral de 2008 do

atual prefeito.

Esta peculiar compo-

sição de base de apoio do

governo de Eduardo Paes em

2008 resultou nas diversas

tentativas de ações de des-

pejos e remoções ocorridas

desde setembro de 2010 até

março de 2011 na Baixada

de Jacarepaguá. Nesta oca-

sião, centenas de famílias de

moradores de favelas lu-

taram por mais de oito meses

contra as ações de despejos

e remoções executadas pelas

agências do governo mu-

nicipal. O motivo principal,

segundo os jornais da época,

fora a implantação do BRT

Transoeste.

Um rápido levantamento

das notícias do período em

tela pode indicar aos leitores

um farto material para

consultar sobre este processo

de luta contra remoções

forçadas que ocorreu na

Baixada de Jacarepaguá. No

dia 17 de setembro de 2010,

o jornal “O Globo”, ao

noticiar sobre o início das

obras de implantação do

Corredor BRT Transoeste, no

Recreio dos Bandeirantes, já

des-tacava as dificuldades en-

frentadas pela Prefeitura no

início das obras. A grande

“polêmica”, segundo aquele

jornal, era “a demolição de

cerca de 157 imóveis na

favela da Restinga”. Outro

jornal de grande circulação

que destacou em suas páginas

os conflitos decorrentes do

início das obras do BRT

Transoeste foi “O Povo”. No

mês de novembro de 2010,

este jornal dedicou uma série

de quatro edições para

noticiar as demolições de

moradias de famílias de

trabalhadores na favela Vila

Harmonia, chamando tenção

para o contraste no trtamento

de ricos e pobres dispensado

pela Justiça estadual e pelos

sucessivos governos naquela

região.

No campo dos jornais que

apoiam as lutas populares e

dos movimentos sociais, o

JAAJ, em dezembro de 2010,

também noticiou que “obras

da Transoeste avançavam no

Recreio sobre o direito dos

moradores”. Também na

mesma linha, o Jornal “A

Nova Democracia”, em

dezembro de 2010, informou

que, em 9/11/2010, “oficiais

de justiça acompanhados da

tropa de choque da PM”

tentaram despejar 400

famílias da favela Taboinhas,

em Vargem Grande.

O ano de 2012 pode ser

considerado como de

continuidade da luta destes

moradores. Uma expressão

desta luta é a “Comissão dos

Atingidos da Transoeste”.

Esta comissão se propôs a

“denunciar e reivindicar

indenizações” dos

moradores de favelas que

passaram por remoções

entre 2010 e 2011, na

Baixada de Jacarepaguá.

Ações como essas

mostram que os movimentos

sociais de luta por terras

ainda demonstram dis-

posição para enfrentar

iniciativas arbitrárias de

transformações urbanas.

*Renato Doria é Historiador

e Membro do Instituto

Histórico da Baixada de

Jacarepaguá - IHBAJA

Remoções contra o povoRemoções contra o povoHistórico das remoções

para implantação do

BRT Transoeste na

Baixada de

Jacarepaguá entre os

anos de 2010 e 2012