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DEVOLUÇÃO GARANTIDA ...Correios ... ... IMPRESSO ESPECIAL 9912287935/2011-DR/MG SBOT ... Correios ... JORNAL SBOT MINAS janeiro a março | 2020 Ano XI - Nº 39 Amigos da SBOT MINAS, Estamos passando por uma situ- ação que nunca imagimos passar. O vírus iniciou sua jornada do outro lado do mundo, trazendo dor e difi- culdades para todos. Essa edição do Jornal da SBOT MINAS já estava fe- chada, mas abrimos esse espaço para incluir informações sobre como esta- mos enfrentando essa situação, cuja pandemia, sem dúvida, alterou nossas vidas. As outras reportagens continu- am sendo veiculadas, pois faziam par- te da nossa vida normal, que parou na segunda quinzena de março. Como sociedade, a SBOT também sofre muito, pois a maior razão de existência de uma entidade de classe é organizar eventos científicos e sociais, tentando unir as pessoas para que expe- riências sejam trocadas no tratamento e acompanhamento das diversas pato- logias. O problema é que passamos por um momento de distanciamento social compulsório. Esta é a principal arma no combate ao Coronavírus, orienta- ção esta muito bem explanada e divul- gada pelo então ministro da Saúde, Luís Henrique Mandetta, ortopedista com orgulho e grande defensor da SBOT. Na SBOT MINAS estamos traba- lhando como podemos, fazendo reu- niões à distância para tentar oferecer a todos um pouco do que já estava pro- gramado para este ano. Em contato com nosso braço de Educação Conti- nuada, a CET-SBOT MINAS, estamos programando a manutenção das reuni- ões do curso Pré-TEOT, mas à distân- cia, usando a plataforma ZOOM, que nos pareceu a mais adequada para uma reunião interativa com muitas pessoas. Com pesar, não conseguiremos fazer o nosso encontro maior, o Con- gresso Mineiro de Ortopedia, mas estamos substituindo-o pelo 1º Con- gresso Mineiro on line SBOT-MG, via Webinar, com os melhores nomes da Ortopedia mineira. Em breve dare- mos detalhes desta modalidade. Desejo a todos muita paciência e força para conseguirmos passar por esse momento difícil. Tomem cui- dado com a saúde de vocês e de seus familiares. Vamos mantendo nosso isolamento social até que sejamos au- torizados a voltar com nossas ativida- des profissionais. E tentando resumir o sentimento de todos, digo: como o trabalho nos faz falta! Dr. Wagner Lemos Presidente - Gestão 2020 22º CMOT é cancelado. Saiba o por quê .......................... 07 SBOT MINAS realiza 1º Congresso Mineiro On Line ......... 08 CET 2020: nova gestão, novas ações ................................. 12 Cirurgias eletivas e o Codiv-19 ........................................ 17 Em tempo de Coronavírus

janeiro a março | 2020 Ano XI - Nº 39 Em tempo de Coronavírus · mos enfrentando essa situação, cuja pandemia, sem dúvida, alterou nossas vidas. As outras reportagens continu-am

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DEVOLUÇÃO GARANTIDA

...Correios ...

...

IMPRESSOESPECIAL

9912287935/2011-DR/MGSBOT

... Correios ...

JORNAL SBOT MINAS janeiro a março | 2020Ano XI - Nº 39

Amigos da SBOT MINAS,Estamos passando por uma situ-

ação que nunca imagimos passar. O vírus iniciou sua jornada do outro lado do mundo, trazendo dor e difi-culdades para todos. Essa edição do Jornal da SBOT MINAS já estava fe-chada, mas abrimos esse espaço para incluir informações sobre como esta-mos enfrentando essa situação, cuja pandemia, sem dúvida, alterou nossas vidas. As outras reportagens continu-am sendo veiculadas, pois faziam par-te da nossa vida normal, que parou na segunda quinzena de março.

Como sociedade, a SBOT também sofre muito, pois a maior razão de existência de uma entidade de classe é organizar eventos científicos e sociais, tentando unir as pessoas para que expe-riências sejam trocadas no tratamento e acompanhamento das diversas pato-logias. O problema é que passamos por um momento de distanciamento social compulsório. Esta é a principal arma no combate ao Coronavírus, orienta-ção esta muito bem explanada e divul-gada pelo então ministro da Saúde, Luís Henrique Mandetta, ortopedista com orgulho e grande defensor da SBOT.

Na SBOT MINAS estamos traba-

lhando como podemos, fazendo reu-niões à distância para tentar oferecer a todos um pouco do que já estava pro-gramado para este ano. Em contato com nosso braço de Educação Conti-nuada, a CET-SBOT MINAS, estamos programando a manutenção das reuni-ões do curso Pré-TEOT, mas à distân-cia, usando a plataforma ZOOM, que nos pareceu a mais adequada para uma reunião interativa com muitas pessoas.

Com pesar, não conseguiremos fazer o nosso encontro maior, o Con-gresso Mineiro de Ortopedia, mas estamos substituindo-o pelo 1º Con-gresso Mineiro on line SBOT-MG, via Webinar, com os melhores nomes da Ortopedia mineira. Em breve dare-mos detalhes desta modalidade.

Desejo a todos muita paciência e força para conseguirmos passar por esse momento difícil. Tomem cui-dado com a saúde de vocês e de seus familiares. Vamos mantendo nosso isolamento social até que sejamos au-torizados a voltar com nossas ativida-des profissionais. E tentando resumir o sentimento de todos, digo: como o trabalho nos faz falta!

Dr. Wagner LemosPresidente - Gestão 2020

22º CMOT é cancelado. Saiba o por quê .......................... 07

SBOT MINAS realiza 1º Congresso Mineiro On Line ......... 08

CET 2020: nova gestão, novas ações ................................. 12

Cirurgias eletivas e o Codiv-19 ........................................ 17

Em tempo de Coronavírus

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EDITORIAL | PALAVRA DO PRESIDENTE

Dr. Wagner Lemos Gestão 2020

SOMOS SBOT!Mais um ano que se inicia e os desafios se apre-

sentam para todos nós, quando começamos a tra-çar nossas metas pessoais. Para mim, este é um ano especial, pois estou à frente da nossa SBOT MINAS, da qual sempre me orgulhei de participar.

Formei-me pela UFMG, em 1990, ingressan-do, posteriormente, na residência do Hospital das Clínicas da UFMG. Em janeiro de 1994, fiz minha prova para me tornar membro da SBOT e, desde então, esta sociedade faz parte da minha vida. Já faz parte da minha vida doar parte de minha dedi-cação profissional para a SBOT, mas sempre rece-bendo muito em troca. No ano de 2003, ingressei na diretoria desta Regional, sob a presidência do Dr. José Alexandre Reale, ano muito conturbado, pois pela primeira vez houve uma disputa eleitoral pelo cargo e nossa chapa venceu por margem aper-tada. Depois desta diretoria, passei a me dedicar mais à Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho, como Diretor da Regional Minas-ES, e, em segui-da, como diretor da antiga Sociedade Brasileira de Artroscopia, que posteriormente se fundiu com a Medicina Esportiva, que hoje é a SBRATE. A partir de 2008 ingressei na diretoria da SBCJ, onde fiquei por 10 anos, saindo em 2018 como seu presidente nacional, com imenso orgulho, fato que guardarei com muito carinho por toda a minha vida. Nes-ta diretoria, nos anos 2019 e 2020, encabeçando a chapa, juntamente com meu amigo Antônio Tufi, faremos de tudo para que a SBOT MINAS faça par-te da vida de todos vocês.

As metas e diretrizes para este ano de 2020 já estão traçadas e nossa agenda está bem cheia. O curso preparatório ao TEOT 2021 já têm data definida, sendo que teremos cinco módulos bem distribuídos durante o ano. Todos os residentes que estão inscritos na SBOT como residentes ofi-

ciais têm o direito e o dever de participar de nos-sos cursos pré-TEOT. Vale muito ser SBOT, como já diz o slogan da nossa nacional, e nosso dever como diretores é mostrar para os novos residentes as vantagens profissionais de participar de nossa entidade de classe.

Eu, pessoalmente, sou um bom exemplo, pois minha história profissional e meu conhecimen-to ortopédico não seriam os mesmos hoje se não fosse pela SBOT. Todos nós, membros efetivos, temos que incentivar os novos residentes a parti-cipar dos nossos cursos pré-TEOT e incentivá-los a ingressar na nossa sociedade, pois, com certeza, vale ser SBOT.

Em relação à educação continuada, teremos cin-co cursos regionais em suas respectivas seccionais do estado de Minas. Iniciaremos na seccional Zona da Mata, no final de semana dos dias 13 e 14 de março, sob a direção do Dr. Jurandir, e, em segui-da, teremos as regionais Centro-oeste, Sul, Metro-politana e Leste de Minas.

Vê-se que o ano está repleto e uma sociedade médica sempre tem como objetivo principal levar o conhecimento para todos os seus integrantes, di-fundindo ao máximo as novidades para que todos pratiquem uma medicina de boa qualidade.

Desejo a todos um ano de muito trabalho e que a SBOT faça cada vez mais parte de suas vidas profissionais.

Dr. Wagner Lemos e o Dr. Gustavo

Alves Mendonça (GAM),

ao fundo, fazem homenagem ao

prof. José Henrique da Matta Machado,

em 1998

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Av. Brasil, 916 s/603 - 6º andar - Funcionários CEP 30.140-001 - B. Hte. / MG Telefax: (31) 3273-3066

E-mail: [email protected] - www.sbot-mg.org.br

Diretoria - Gestão 2020

JORNAL SBOT MINASEdição e Arte Final: Via Comunicação - Tel.: (31) 3586-0937

Periodicidade: trimestralFotos: Moisés Crepaldi - F (31) 9.9129-9931

As informações do Jornal SBOT MINAS podem ser reproduzidas, desde que citadas as fontes.

Presidente: Wagner Guimarães Lemos

Vice - presidente:Antônio Tufi Neder Filho

Secretário Geral: Túlio Vinícius de Oliveira CamposTesoureiro Geral: Matheus Braga Jacques Gonçalves

Secretário Adjunto: Agnus Welerson Vieira Tesoureiro Adjunto: Roberto Zambelli de Almeida Pinto

Conselho Fiscal:

Claudio Behling Gonçalves SoaresLuis Fernando Machado Soares

Marcos Henrique F Cenni

Comissão de Ex-presidentes:Robinson Esteves Santos Pires | Cristiano Magalhães Menezes

Ildeu Afonso Almeida Filho | Carlos César VassaloMarco Túlio Lopes Caldas

Delegados:

Elmano de Araújo Loures | Francisco Carlos Salles NogueiraGilberto Francisco Brandão | Glaydson Gomes Godinho

Ildeu Afonso Almeida Filho | Marcelo Back SternickMarco Antônio de Castro Veado | Marco Túlio Lopes Caldas

Valdeci Manoel de Oliveira | Wagner Nogueira da Silva

Comissão de Ensino e Treinamento: Presidente: Gustavus Lemos Ribeiro Melo – Quadril

Vice-presidente: Lucas da Silveira Guerra Lages – Pediátrica Membro Consultor: Egídio Oliveira Santana Júnior – Trauma

Membros das Especialidades: Guilherme Barbosa Moreira: Joelho

Carlos Mauricio Dutra Mourão: Joelho Marcos Laube Leite: Joelho | Hugo Bertani Dressler: Pé

Tiago Soares Baumfeld: Pé | Daniel Cunha: Coluna Rodrigo Perroni Cruzeiro: Coluna

Wither de Souza Gama Filho: Oncológica Lucas Henrique Araujo de Oliveira: Pediátrica Antonio Augusto Guimarães Barros: Quadril

André Couto Godinho: Ombro e Cotovelo Heraldo Barbosa Carlos: Ombro e Cotovelo

Adriano Fernando Mendes Júnior: Ombro e CotoveloMarcella Rodrigues Costa Simões: Mão

Leonardo de Andrade Moreira: MãoBruno Souto Franco: Fix. Externo

José Martins Juliano Eustaquio: Medicina do Esporte

Comissão de Comunicação e Marketing:Sérgio Augusto Campolina Azeredo | Otaviano Oliveira Junior

Comissão de Políticas Públicas:

Bernardo Fornaciari Ramos | Marcio Gholmie Labriola

Comissão de Ética Médica e Defesa ProfissionalBernardo Fornaciari Ramos | Christiano Cruz de Andrade LimaLeonardo Antunes Adami Marques | Leonardo de Andrade Moreira

Comissão de Tecnologia da Informação:André Lourenço Pereira

Comissão da Mulher Ortopedista:Doroteia Starling Malheiros

Comissão Científica | Comitês:

Coordenador: Guilherme Moreira Abreu e Silva

Trauma: Nathan Oliveira Moreira Santos

Coluna: Rogério Lúcio ResendeOsteometabólica: Sérgio Nogueira Drumond Junior

Pé e Tornozelo: Daniel Soares BaumfeldJoelho: Mauro Gualberto Coelho

Ombro e Cotovelo: Lucas Braga Jacques GonçalvesCirurgia da Mão: Rodrigo Villas Boas

Along. e Reconstrução: Diogo de Vasconcelos Sabido GomesMedicina Esportiva: Lucas de Castro Boechat

Quadril: Lincoln Paiva Costa

Seccionais:Sul

Presidente: residente: Luiz Guilherme Castro SantosVice-Presidente: Marcos Vinicius Teixeira

Sudoeste:

Presidente: Ricardo Augusto SilvinoVice-Presidente: Anderson Amaral

Metropolitana:

Presidente: Márcio Fim Vice-Presidente: Leonardo Marques Adami

Leste:

Presidente: Dr Henrique Gontijo Chamon Vice-Presidente: Luiz Henrique Vilela

Zona da Mata:

Presidente: Samuel Lopes Vice-Presidente: Jurandir Antunes Filho

Norte:

Presidente: Anderson PaivaVice-Presidente: Eduardo Ramos Pina

Triângulo:

Presidente: Thiago Bortoleto RaddiVice-Presidente: José Martins Eustáquio

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07 22º Congresso Mineiro de Ortopedia

08 1º Congresso Mineiro On Line SBOT-MG

09 Luto: morre Dr. Ernane Avelar EPOS adiado

10 Dia Internacional da Mulher

11 Carnaval sem Traumas leva informação para a população 14 Jovem Ortopedista: Startups 15 Em Evidência: SBOT homenageia atuação de colegas à frente das enchentes

17 Defesa Profissional: Dr. Carlos Alfredo Lobo Jasmim

18 Como eu faço - Caso clínico: Dr. Gilberto Brandão

20 Meu Hobby - Voando alto: Dr. Wilel Benevides

22 Sugestão de Leitura: Dr. Antônio Tufi Neder Filho

PANDEMIA DO CORONAVÍRUS ALTERA CALENDÁRIO DA CET-MG, INCLUSIVE DO PREPARATÓRIO AO TEOT 2021

ÍNDICE

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Caro ortopedista Mineiro,

É com enorme pesar que co-municamos o cancelamento do 22º Congresso Mineiro de Or-topedia e Traumatologia, que estava marcado para os dias 13 a 15 de agosto, no espaço de eventos da Unimed-BH.

Como todos sabem, estamos enfrentando uma pandemia sem precedentes. Isto tem mo-dificado e restringido as nossas atividades profissionais.

Não foi fácil para nós, da Diretoria da SBOT-MG, to-marmos esta decisão que, acre-ditamos, ter sido prudente e acertada. Não temos nem uma previsão de quando a nossa ro-tina será normal outra vez.

Nossa diretoria trabalhou muito junto a uma comissão científica excelente que se es-merou em preparar uma progra-mação bastante atrativa e abran-gente, distribuída em três salas simultâneas para que pudésse-mos nos manter atualizados.

Já estávamos com os cursos preparados, havíamos progra-mado diversos workshops jun-

Presidente do evento, Dr. Antônio Tufi Neder Filho, anuncia o cancelamento do

congresso em virtude do Covid-19

to com nossos patrocinadores para dar oportunidade de ati-vidades com os implantes mais modernos e prevalentes em nos-sa prática, e também um módulo de planejamento pré-operatório tridimensional.

Teríamos dois módulos sobre inovações em saúde e gestão eco-nômica do médico ortopedista, ministrados por reconhecidos profissionais.

Tentamos ainda transferir o Congresso para o final do ano, mas esbarramos no estatuto da SBOT nacional, que proíbe que um evento oficial seja realizado no período de dois meses antes e um mês depois do Congresso Brasileiro, marcado para 12 a 14 de novembro, em Florianópolis.

Estamos trabalhando agora com a possibilidade de fazermos um curso de atualização, ainda este ano, para manter o nosso compromisso com a educação continuada.

Contamos com a compreen-são de todos e desejamos muita saúde para que em breve possa-mos retomar nossas atividades profissionais.

22º Congresso Mineiro de Ortopedia e Traumatologia

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omo já amplamente divulgado, o 22º Congresso Mineiro teve que ser cancelado de-vido a nova epidemia viral causadora da Co-vid-19. Todos nós teremos que nos acostumar com os novos tempos e, como sociedade de médicos teremos que nos reinventar, pois, com certeza, o modo de comunicarmos deverá mu-dar drasticamente daqui por diante.

Nessa linha de pensamento, a Diretoria, em acordo com a Comissão Científica, decidiu por fazer o 1º Congresso Mineiro on line da história da nossa sociedade. O congresso ocorrerá como as “semanas da ortopedia Mineira”, onde abor-daremos os assuntos mais importantes de cada especialidade.

Formato - Serão sempre duas aulas expositi-vas, seguidas de duas mesas de discussão, e um coordenador de mesa que fará o link da plateia

Evento reunirá grandes nomes da Ortopedia para troca de experiências

Dr. Wagner Lemos: temos que nos adaptar aos

novos tempos

I n s c r i ç ã o : w w w . s b o t - m g . o r g . b r

com o moderador da mesa e os debatedores. Deste modo tornamos as discussões interativas com os colegas que estejam assistindo o con-gresso. Estaremos contando com o quadro dos melhores nomes da Ortopedia de Minas, esta-do que sempre contribuiu para a excelência da nossa SBOT nacional.

Há quatro anos, tive a oportunidade de es-crever neste mesmo jornal, o que havia muda-do nos últimos 20 anos na cirurgia do joelho, desde que voltei de minha especialização na França, e descobri que quase tudo havia muda-do. Agora, temos que nos adaptar e, novamen-te, mudar toda a nossa estrutura de sociedade. O que importa é que a SBOTMINAS vai conti-nuar mantendo o seu compromisso de divulgar a educação continuada e a fazer cada vez mais melhores ortopedistas!

C

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Atualize seus

conhecimentos!

EVENTO ADIADO

Morreu Dr. Ernane Avelar Fonseca, nome expressivo da Ortopedia mineira

“A Ortopedia está de luto. Perdemos nosso grande colega, Dr. Ernane Avelar Fonseca, cirurgião de joelho e um dos membros mais antigos da SBCJ.

Dr. Ernane foi um dos antigos médicos do Hospital Orto-pédico, quando ainda se localizava na rua Espírito Santo, e se orgulhava muito de pertencer ao seleto grupo de joelhistas que fizeram a sua formação junto à escola Lyonesa com o professor Henri Dejour.

Em 1994 fiz minha especialização em Cirurgia do Joelho, e aquele foi o único ano em que o Hospital das Clínicas se asso-ciou ao Hospital Ortopédico para uma formação conjunta desta especialidade, quando fomos agraciados, eu - pelo HC, e os Drs. Marco Túlio Lopes e Adriano Menezes - pelo Hospital Ortopédi-co. Foi nesse ano que tive o prazer de ter o Dr. Ernane como meu preceptor, me auxiliando em muito na minha formação, princi-palmente nas cirurgias do LCA.

Naquela época o Dr. Ernane era um grande divulgador da téc-nica do Chambat (Pierre Chambat, Lyon, França) de reconstru-ção outside-in do LCA, sem utilização de parafuso no fêmur.

Dr. Ernane deixa muita saudade entre nós. Deixa esposa, sra. Solange, e seus filhos Fernanda e Lucas (também nosso colega ortopedista).

Que Deus o receba com muita paz no reino do céu”

Palavras do presidente da SBOT MINAS, Dr. Wagner Lemos

Dr. Ernane Avelar: nossa saudade

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A SBOT MINAS, através da SBOT-Mulher, celebra o Dia Internacional da Mulher enaltecendo as colegas

que abrilhantam e dignificam a Ortopedia, com competência e dedicação.

Dia Internacional da MulherMédicas por opção, ortopedistas por convicção!

Dra. Maria das Graças L. Terra | JF

Dra. Dorotea StarlingBH

Dra. Ilse Seubert C. Vieira | BH

Dra. Alessandra R. S. Resende | BH

Dra. Marcela S. FreitasMuriaé | MG

Dra. Luana VolpeUberlândia | MG

Dra. Jordana CaiafaJuiz de Fora | MG

Dra. Cinthia M.Mendes | Uberlândia

Dra. Mônica F. T. R. Rodrigues | BH

Dra. Tânia C. F. V. Sampaio | BH

Dra. Lara B. C. Mendes | Uberaba

Dra. Juliana JuliãoJuiz de Fora

Dra. Christiane L. Pissolati | Barbacena

Dra. Daniela S. Gomes | Uberlândia

Dra Silvia I. Kobata | BH

Dra. Marcella R. C. Simões | BH

Dra. Paula V. R.Cançado | BH

Dra. Lais G. L. T. Bagno | BH

Dra. Carla A.Pinheiro | Uberaba

Dra. Priscila M. Caires Rondonópolis/MT

Dra. Ana Luiza S. L. Cerqueira | BH

Dra. Rafaela B. Melo Juiz de Fora

Dra. Simone Martinelli | Uberlândia

Dra. Clarissa DrummondSão João del-Rei

Dra. Sabrina V. Nunes | BH

Dra. RitaMagalhães | BH

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SBOT realiza mais uma campanha contra acidentes nas estradasA SBOT lançou mais uma edição de

sua campanha “Carnaval sem Traumas” com objetivo de conscientizar o motorista quanto a importância da direção segura. “Há dois anos, nessa época, tivemos 103 óbitos e 1.569 feridos e no ano passado, 83 e 1.464, respectivamente”, informa o Dr. Jean Klay, ortopedista responsável pelas campanhas da SBOT.

Segundo o diretor da entidade, Wag-ner Nogueira da Silva, a campanha é muito importante, porém, não basta o motoris-ta evitar a bebida e obedecer as regras de trânsito. “O bom motorista frequentemente é vítima de outro, que pode estar dirigindo alcoolizado e mesmo drogado e não obe-decendo as regras do trânsito”, lembrou ele. “Por isso é vital a chamada direção defensi-va, ou seja, guiar prestando muita atenção nos carros próximos, pois é deles que pode vir o perigo”. E essa orientação não é apenas

Dr. Agnus, Dr. Wagner Lemos e Dr. Túlio Vinícius, representando a diretoria da SBOT MINAS

na campanha “Carnaval sem Traumas”

para o Carnaval, mas para todo o momen-to, enfatizou.

Preparação adequada - A campanha dos ortopedistas no Carnaval 2020 não foi voltada apenas para as estradas. Os folhetos que todas as Regionais da SBOT receberam para divulgação recomendavam o alonga-mento e aquecimento do corpo antes de desfilar numa escola ou num bloco, prin-cipalmente, no caso da mulher usar salto alto. “O ideal era usar um sapato cômodo, tênis se for possível”. Recomendavam tam-bém alimentação rica em carboidratos e muita hidratação.

A campanha alertou ainda para os fo-liões prestarem mais atenção aos sinais dados pelo próprio corpo. “Uma dor no joelho, que começa durante o samba, é si-nal de que o corpo está sendo muito exigi-do e que está sofrendo desgaste. Assim, é importante parar ou pelo menos dar uma

pausa para descanso”, observou.Durante todo o carnaval os ortopedistas

permaneceram de plantão nos prontos so-corros e hospitais do Brasil inteiro. “É triste quando recebemos um jovem acidentado”, ressaltou o Dr. Jean Klay. Segundo afirma, “a imprensa divulga apenas o número de feridos/óbitos nos desastres mas, para nós, cada número representa uma história, um paciente que, por causa de um segundo de desatenção, perde a vida ou pode ficar me-ses se recuperando, passando por cirurgias e reabilitação”. Ao sofrimento pessoal, é preciso acrescentar o problema econômico, pois muitas vezes a vítima de um acidente é um pai de família, que fica impedido de trabalhar e de prover o sustento”.

Segundo balanço nacional da Polícia Ro-doviária Federal, os dados desse ano foram piores que os do ano passado: 170 acidentes e 12 mortes apenas em Minas Gerais.

CARNAVAL SEM TRAUMA

A SBOT MINAS se une ao Departamento de Comunicação do Hospital Risoleta Neves na campanha

“Carnaval sem Traumas”

Foto B

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CET-MG 2020nova gestão chega com proposta de renovação

A Comissão de Ensino e Trei-namento - CET é um dos braços da SBOT MINAS cuja função pri-mordial é a Educação Continuada. Entre os seus objetivos, tem como missão ambientar o residente de Ortopedia do terceiro ano com re-lação ao TEOT, de forma a facilitar a vida dos candidatos nesse mo-mento decisivo de suas vidas.

De acordo com o novo presi-dente da CET-MG, Dr. Gustavus Lemos Ribeiro Melo, “os simulados Pré-TEOT acontecem cinco vezes ao ano, divididos por módulos, tendo como participantes os es-pecializandos/residentes devida-mente inscritos na SBOT nacional como R3 daquele ano, contando com a colaboração e o envolvimen-to de praticamente todos os servi-ços credenciados à SBOT MINAS”.

Esse ano, além da preparação dos residentes à prova oficial do TEOT 2021 (ver matéria ao lado), acrescenta o Dr. Gustavus Lemos, “havíamos planejado realizar du-rante os sábados dos simulados, o Encontro de Preceptores SBOT MINAS, com o objetivo de contri-buir com a qualificação daqueles que são responsáveis pela educação nos serviços dos nossos residentes e que, na maioria das vezes, o fazem de maneira intuitiva e simplesmen-te pelo gosto de ensinar. Mas com a pandemia e o confinamento tive-mos que adiar esta ação”.

Simultanemanete a esses acon-tecimentos, a CET-MG iniciou o ano também com uma intensa re-novação de seus membros. “Temos, pela primeira vez representadas na Comissão, as nossas mulheres or-

topedistas através da nossa colega Dra. Marcella Rodrigues Costa Si-mões, que atua em Divinópolis”.

Além disso, acrescenta, “amplia-mos nossa participação no interior. Para isso, se juntou a nós o Dr. José Martins Juliano Eustáquio, que atua em Uberaba, aumentando, as-sim, a representatividade do Triân-gulo Mineiro em nossa Comissão”.

Da mesma forma, passaram a fazer parte da CET-MG, os cole-gas Tiago Soares Baumfeld, Daniel Cunha de Araújo, Rodrigo Perroni Cruzeiro, Lucas Henrique Arau-jo de Oliveira, Antônio Augusto Guimarães Barros e o Bruno Souto Franco. Eles vêm somar seus es-forços aos membros da gestão an-terior, que continuam na CET esse ano: Drs. Guilherme Barbosa Mo-reira, Carlos Maurício Dutra Mou-

N o v a d i r e t o r i a d a C E T - M G - g e s t ã o 2 0 2 0

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Pandemia do COVID-19 altera formato do preparatório ao TEOT 2021

Membros da CET-MG 2020

Vice-presidente: Dr. Lucas da Silveira Guerra Lages ( Pediátrica)

Membro Consultor: Dr. Egídio Oliveira Santana Júnior – (Trauma)

Membros das Especialidades - Doutores: Guilherme Barbosa Moreira (Joelho) | Carlos Maurício Dutra Mourão (Joelho) | Marcos Laube Leite (Joelho) | Hugo Bertani Dressler ( Pé) |

Tiago Soares Baumfeld (Pé) | Daniel Cunha (Coluna) | Rodrigo Perroni Cruzeiro (Coluna) | Wither de Souza Gama Filho (Oncológica) |

Lucas Henrique Araujo de Oliveira (Pediátrica) | Antônio Augusto Guimarães Barros (Quadril) | André Couto Godinho (Ombro e Cotovelo) |

Heraldo Barbosa Carlos (Ombro e Cotovelo) | Adriano Fernando Mendes Junior (Ombro e Cotovelo) | Marcella Rodrigues Costa Simões

(Mão) | Leonardo de Andrade Moreira (Mão) | Bruno Souto Franco (Fix Externo) | José Martins Juliano Eustáquio (Medicina do Esporte)

Presidente: Dr. Gustavus Lemos Ribeiro Melo (Quadril)

Ortopedista e Traumatologista , membro da SBOT e da SBQ, Cirurgião do Quadril do Hospital Universitário Ciências Medicas e Rede Mater Dei, Coordenador da Residência Médica da Rede Mater Dei de Saúde em Orto-pedia e Traumatologia . Presidente CET 2020

Diante da atual pandemia pelo COVID-19, tivemos que modifi-car as ações da CET-MG deste ano e reinventar o Preparatório ao TEOT 2021. Ainda com muitas incertezas do momento, que não nos permitem au-las presenciais, elaboramos um novo formato, sem prejuízo do ensino aos residentes, conforme a seguir:1 - O curso terá a seguinte sequência:

a. Mão e Ombro/Cotovelob. Tumor e Colunac. Pediátrica e Quadrild. Joelho e Pé

2 - Para cada especialidade serão da-das oito aulas de 20 minutos + 10 mi-nutos de discussão ( 2 aulas por se-mana)3 - As aulas ocorrerão às 4as feiras ou 5as feiras, às 19 horas, pelo aplicativo ZOOM. A primeira, ministrada pelo Dr. Leonardo de Andrade Moreira so-

rão (que atua em Montes Claros), Marcos Laube Leite, Hugo Bertani Dressler, André Couto Godinho, Adriano Fernando Mendes Júnior (que atua em Juiz de Fora), Leonar-do de Andrade Moreira e Wither de Souza Gama Filho”.

Destaca ainda que “em nossa gestão, eu contarei também com a valiosa ajuda do Dr. Lucas da Sil-veira Guerra Lages, como vice pre-sidente, e do Dr. Egídio Oliveira Santana Junior, presidente da CET em 2018 e 2019 como membros consultores”.

Na oportunidade, finaliza o novo presidente da Comissão de Ensino e Treinamento-MG, “não poderia jamais deixar de agrade-cer a inestimável colaboração dos membros que em 2019 terminaram seus ciclos na CET-MG. São eles: Dr. Heraldo Barbosa Carlos, Dr. Gustavo Araújo Nunes, Dr. Kleber Miranda Linhares, Dr. Jader de An-drade Neto, Dr. Lucas do Amaral Santos e Dr. Alessandro Cordoval de Barros, que nos deixam após seis anos de contribuição valorosa”.

bre Fraturas do Radio Distal, conteceu no último dia 22 de abril.4 - Como programado, um dia antes, o link de acesso é enviado para o e-mail do residente cadastrado.5 - As aulas estão sendo gravadas e, posteriormente, disponibilizadas para os residentes.6 - Junto com o apresentador da aula, haverá um membro da CET-MG atu-ando como moderador, que estará com a lista dos residentes inscritos, autorizando acesso de cada um. Por isso é importante que o residente, ao se inscrever no ZOOM, use o seu nome e sobrenome cadastrados. 7 - Durante as aulas, os residentes po-derão enviar perguntas pelo CHAT da reunião. Ao final de cada aula, o mo-derador selecionará cinco dúvidas de cada tema, a ser respondida pelo apre-sentador.

8 - Ainda não temos previsão da reali-zação das provas orais, dadas as incer-tezas frente à pandemia, mas temos a intenção de realizar pelo menos dois simulados de prova oral, mais o simu-lado de habilidades no final do ano. 9 - Ao término de cada dois módulos, enviaremos aos chefes dos serviços provas escritas a serem aplicadas pelos coordenadores aos seus respectivos residentes em seu local de trabalho.

Dessa forma esperamos ter um ano produtivo, independente das ad-versidades que stão acontrecendo, e temos a certeza que sairemos mais fortalecidos disso!!! Contamos com a compreensão de todos !

Forte abraço a todos!

Dr. Gustavus Lemos R MeloPresidente CET MG 2020

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Jovem Ortopedista

Como forma de promover o conhecimento técnico-profissional e dar suporte aos ortopedistas em início de carreira, o jornal SBOT MINAS criou a coluna “Jovem Ortopedista”, um espaço para discussão de varia-dos temas e dicas sobre como gerir melhor a profissão. A coluna está aberta a sugestões. Interessados devem enviar mensagens para [email protected].

Responsável: Dr. Túlio Campos | EMAIL: [email protected]

As startups na Ortopedia

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Startup é uma empresa que parte de uma ideia ino-vadora, de baixo custo, com potencial de ser escalável, dentro do ambiente de incerteza. E foi nesse modelo que nasceu a minha aventura no e-HeRO.

Há quatro anos, eu e Daniel Baumfeld, começáva-mos uma trajetória de um R4 de pé e tornozelo conjun-to entre os hospitais Mater Dei, Felicio Rocho e Madre Teresa. Um dos motivos para essa inciativa foi aprovei-tar a amizade dos serviços e o volume cirúrgico dos 3 hospitais para produzirmos trabalhos científicos. Nas-cia aí o nossa ideia: montar um app que pudesse cons-truir, gerenciar e compartilhar protocolos de pesquisa entre colegas de diversos cantos do país e do mundo. Nessa empreitada ainda se juntariam os irmãos Tiago Baumfeld, também ortopedista, e Rafael Zambelli, fi-

sioterapeuta e professor da UFMG.É assim que nasce uma startup: a busca de resolver

uma “dor” conhecida. O primeiro passo foi encontrar um parceiro para desenvolver a tecnologia por trás do app. Horas e horas de calls e de dedicação in loco, aprendendo a linguagem de programação, escolhendo os layouts de telas, cores e fontes, criando nome e logo do app. Tudo muito novo para todos nós, mas confes-so que foi muito estimulante.

Foram quase 18 meses até que o nosso MVP (Mi-nimum Viable Product,) chegasse à loja virtual. Com muito a melhorar, é claro. Mas o salto de uma boa ideia para um bom produto passa por um fator: investimen-to. De dinheiro, de tempo... Tempo que poderíamos estar nos nossos consultórios, mas que tínhamos que dedicar extra-campo na realização desse sonho.

A primeira parte da experiência foi exitosa. Chegou a hora de uma nova fase. Capitalizamos um novo só-cio, um grande amigo do mercado financeiro, Jacques Kentish, que chegou com expertise de gestão e capta-ção de novos recursos. Além disso, precisamos encon-trar um CTO (Chief Technology Officer) para ser o cé-rebro do app, tomando todas as decisões operacionais focadas nas novas tendências de programação.

Finalmente, chegou a hora de tomarmos uma de-cisão: quem de nós 5 será o coração do e-HeRO? De-dicar parte do seu tempo para ser o CEO da empresa, em tempo quase integral? Decisão muito difícil para nós, ortopedistas, tão focados no nosso dia-a-dia. No entanto, essa é a melhor maneira do app se tornar um produto escalável.

Confesso que tem sido uma aventura muito moti-vante. Convido todos a se dedicarem as suas ideias. In-vestir em um sonho é extremamente engrandecedor, ainda mais quando é sonhado com amigos. E o mundo digital está cada dia mais sedutor... Só não pode ter medo de tentar, viu?!

Dr. Roberto Zambelli

by Dr. Roberto Zambelli | Diretor SBOT MINAS - Gestão 2020

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Ev dênciaem ortopedia

SBOT presta homenagem aos colegas mineiros que ajudaram a minimizar sofrimento das vítimas das recentes chuvas que atingiram o Estado.

Para o presidente da SBOT, Dr. Glaydson Gomes Godinho, “a dedi-cação e o desprendimento dos orto-pedistas mineiros colaboraram muito para reduzir os efeitos dos traumas, das fraturas e as sequelas das 65 víti-mas de desabamentos de casas vítimas do temporal”.

Após a catástrofe, a Defesa Civil ge-ralmente divulga apenas o número de mortos e feridos. Na recente tragédia, 55 pessoas morreram e 65 ficaram fe-ridas. Mas para o ortopedista, “atrás de cada número há uma história, uma cirurgia que pode ser complexa e, mais do que isso, um longo trabalho até re-abilitar o paciente que, muitas vezes, é arrimo de família”, observa o presiden-te do Comitê de Coluna Vertebral da SBOT, Dr. Cristiano Menezes.

Ele enaltece ainda a disponibilidade dos colegas mineiros que telefonaram se oferecendo para reforçar os plantões e as equipes exauridas. Como municí-pios menores da região metropolitana não têm condições de atender adequa-damente as vítimas, muitas foram leva-das para Hospital João XXIII, referência em atendimento de trauma na região.

“Em desastres como os que afeta-

Voto de Louvor

ram a região metropolitana de Belo Horizonte há uma variedade de feri-mentos, desde trauma na coluna até fraturas expostas, passando ainda por fraturas de punho. Em situações como essas são comuns casos que precisam de atendimento multidisciplinar, de-vido a sua complexidade, exigindo, assim, extrema capacidade do ortope-dista”, afirma o Dr. Glaydson Godinho.

O “Voto de Louvor” da SBOT foi dirigido a todos os integrantes da equipe do hospital público estadual João XXIII, a saber:

Alessandro Cordoval de Barros, Alexandre Barbosa de Oliveira, Ale-xandre dos Santos Martins, Alexan-dre Eustáquio Ribeiro de Almeida, Ana Maria Silveira, André Batista Moreira, André Diniz Correa, Au-gusto Caixeta Dalcantara, Bruno de Mattos Campos, Bruno de Sou-za Teixeira, Bruno Luciano Delfi-no Araújo, Bruno Martini Rezende, Camilo Gomes e Souza Neto, Carlos Leonardo Malta Braga, Cícero Tei-xeira Campos, Daniel Fonseca Silva, Dario Trujillo Bazoalto, EduardoA-xer Avelino, Eduardo Luiz Nogueira Gonçalves, Fábio Gimarães Pinto,

Felipe Basilato Mazega, Fernando de Lima Lopes, Francisco José Ri-beiro, Germano Senna Oliveira do Valle, Guilherme Zanini Rocha, Herbert Gomes Werneck, Humberto Antonio Zamperlini, Ibrahim Afra-nio Willi Liu, Iedo Avelino Dias da Silveira, João Correa Paixão, José Ricardo Fernandes Araujo, Julian Ferreira Pose, Leandro Rodrigo So-ares, Leonardo Vaz de Melo Cam-pos, Leonardo Alexandre Silva de Assis, Leonardo Rodrigues Farnezi, Lucas Figueiredo Cruz e Silva, Lu-ciano Aguiar de Sales, Marcelo Vitor Leite Albuquerque, Marcos Antonio Ferreira Júnior, Nestor Perez Iraizos, Paulo Emilio de Oliveira Rodrigues, Pedro Leão Castro de Oliveira, Pe-dro Sebastião de Oliveira Lazaroni, Priscila Macedo Caires, Rafael Fran-co Raso, Roberto Couto Tavares, Ru-bens Guilherme Srbek Araujo, Silvio Socrates de Lima, Sumner William Niquini, Tadeu Barroso de Pinho, Tailson Nunes Chaves de Queiroz, Thiago Alvares de Campos, Thiago Parrela Abreu, Thiago Pereira Fon-seca, Túlio Canella bezerra Carneiro e Victor Oliveira de Matos.

Chuvas em Belo Horioznte arrasta carros, destroi asfalto, inunda e derruba casas

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Defesa profissional

Dr. Carlos Alfredo Lobo JasmimMembro Titular da SBOT e da ABTPé | Representante da SBOT junto à AMBPresidente da Comissão de Defesa Profissional da SBOT | 2015 a 2017

Cirurgias eletivas em tempo de coronavírus

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A SBOT Nacional decidiu, em 2015, ter uma atuação política no Congresso Nacional. Colocou em prática este projeto e entendeu que também deveria participar das decisões na AMB e no CFM. Por esta razão estou na diretoria atual da AMB. À frente de sua Comissão de Defesa Profissional desde novembro de 2017, tenho trabalhado para levar para o seio da instituição toda e qualquer ne-gociação que de forma direta ou indireta diga respeito à prática dos médicos no Brasil.

Tivemos ações visando a reno-vação da classe política de Brasí-lia e estamos articulando meios para oficializar a CBHPM como lastro para os atos médicos no Brasil, entre outras ações.

Convidamos a ANS e a ANVI-SA para as nossas reuniões. Aos poucos construímos confiança com atitudes sensatas e discussão ampla, sem permitir vieses.

Agora, diante da pandemia da COVID-19, lançamos mão dos canais conquistados e tentamos reverter decisões que entendemos equivocadas.

A ANS, como toda agência no Brasil, é uma autarquia especial, cuja missão é regular/fiscalizar a prestação de serviços públicos praticados pela iniciativa priva-da, zelando pela manutenção da qualidade na prestação dos servi-ços. Nós médicos, como sempre, não cuidamos da sua construção como devíamos ter feito. Mas nunca é tarde.

Em sua primeira nota com res-peito à COVID-19, em meados de março, seguiu as decisões do MS. No dia 25 de março, em ou-tra nota a respeito, decidiu que o prazo para a liberação dos pro-cedimentos eletivos seria 31 de maio de 2020. No dia seguinte, buscamos contato com a agência e conseguimos o entendimen-to de que alguns procedimentos eletivos assumiam em seu curso, o caráter de urgência, e que com as decisões da nota do dia 25 de março, as operadoras não arreda-riam pé e negariam as suas auto-rizações. Na semana seguinte, na nota número 10, assentaram que procedimentos eletivos, cujo ca-

ráter de urgência fosse justificado por médicos para a sua realização, assumiriam caráter de urgência.

Entretanto, algumas Socieda-des e muitos médicos continu-aram reclamando a presença da data de 31 de maio. Fizemos novo contato com a agência e em nota publicada no dia 16 de março, afirmaram que as cirurgias eleti-vas não estavam proibidas e que as operadoras, hospitais e médi-cos deveriam providenciar condi-ções para a sua realização, evitan-do o conflito com as necessidades impostas pela COVID-19.

Assim, podem ser realizados procedimentos eletivos e não po-dem ser negados, a menos, frente a justificativas técnicas específi-cas da COVID-19.

Saliento aqui, a responsabili-dade técnica e jurídica de cada profissional ao levar um paciente a procedimentos eletivos, neste momento. Não estão proibidos, mas devemos guardar extremo cuidado e zelo para evitar conse-quências jurídicas.

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C o n d u t aq u a l s e r i a a s u a ?

Como eu faço

Dr. Gilberto BrandãoPresidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia PediátricaDiretor Clínico do Instituto Mineiro de Ortopedia e TraumatologiaMiembro de Honor la Sociedad Argentina de Ortopédia y Traumatología InfantilMembro da Associação Brasileira de Medicina Legal e Perícias MédicasOrtopedista Pediátrico do Biocor Instituto

CASO CLÍNICOCriança, sexo masculino, 06 anos + 4 meses. A mãe relata que a criança caiu quando

brincava no pula–pula. Após a queda a criança apresentou dor de forte intensidade no membro superior esquerdo, com aumento de volume ao nível do antebraço esquerdo.

Ao exame: membro superior esquerdo com cotovelo em atitude de flexão de 30º, com 90º de pronação. Avaliação neurovascular no membro superior esquerdo sem alterações.

Feito estudo radiográfico do antebraço e cotovelo esquerdo, foi observada no local uma fratura diafisária oblíquo da ulna e uma luxação anterior da cabeça do rádio.

Qual a classificação que você utiliza? Qual a sua conduta inicial? Tratamento definitivo? Você geralmente estabiliza a ulna? Como você faz o acompanhamento pós-operatório?

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Classificação: utilizo a Classificação de Bado. A fratura é Bado tipo I, que é o padrão lesional mais comum, correspondendo a 70-75% dos casos. Observa-se uma luxação anterior da tacícula radial, que acompanha a angulação de apex anterior da fratura ulnar. Conduta Inicial: imobilização provisória no membro superior esquerdo, em posição de conforto, com flexão de 30-40º do cotovelo. Coloco depois um acesso endovenoso no membro superior direito, de forma a administrar analgesia, se necessário. A criança é colocada em jejum e levada ao Bloco Operatório logo que possível. No Bloco Operatório realizarei redução fechada da fratura do cúbito e da tacícula radial, de forma simultânea. Tratamento Definitivo: redução da fechada da fratura da ulna e da luxação da tacícula radial, de forma simultânea, no Bloco Operatório, sob anestesia geral. Geralmen-te, a redução da tacícula radial ocorre de forma espontânea, quando se realiza a redução da fratura ulnar. Testo a estabilida-de da redução, sob intensificador de imagem, realizando pronação e supinação do antebraço com o cotovelo em flexão de 90º e 70º. Se a redução permanecer estável, não estabilizo a ulna. Só estabilizo a ulna se ocorrer luxação ou subluxação da tacícula radial, quando testo a estabilidade. No caso aqui colocado, seria excecional estabilizar a ulna. Se tivesse que o fazer, utilizaria uma cavilha intramedular flexível. Após a redução da fratura-luxação, realizo uma imobilização gessada com fle-xão do cotovelo 90-100º e supinação do antebraço. Sempre que possível, prefiro utilizar gesso de resina nesta imobilização, para facilitar visualização das referências anatómicas em radiografias subsequentes. Acompanhamento Pós-Operatório: a criança permanece internada por 48 horas, para vigilância da dor e estado neurovascular. Passadas 24 horas sobre a redução, é realizada radiografia de controlo para comprovar adequação e manutenção da redução. Se tudo estiver bem, a criança irá para casa cerca de 48 horas após a redução e será reobservada em consulta ambulatória de Ortopedia Pediátrica após 7-10 dias, com nova radiografia de controlo no gesso. Mantendo-se a redução adequada, será agendada nova consulta para data compreendida no período em que perfazem 5-6 semanas após a fratura. É então retirada a imobilização gessada e realizada radiografia. Se a redução permanece adequada, a criança é aconselhada a realizar mobilização ativa conforme tolerância. Não aconselhamos fisioterapia. Revemos a criança novamente cerca de 3 meses após a retirada do gesso, com nova radio-grafia do cotovelo afetado. Estando tudo bem, autorizamos nesta altura o regresso à prática desportiva. Reavaliamos depois, quando decorreram 6 meses após a lesão, com nova radiografia.

1) Se trata de una luxofractura de Monteggia. Utilizo la clasificación de Bado, considerándola una lesión tipo 1 de dicha clasificación, que es la más frecuente (aproximadamente el 70%) - 2) Descartar el compromiso vascular y nervioso, que, según me has referido, no presentaba. - 3) Consideramos a

esta lesión una urgencia, por lo que, si contamos con un paciente en condiciones clínicas, y la complejidad adecuada, proce-demos a realizar la reducción cerrada de la fractura de cúbito bajo anestesia general y control radioscópico.La restitución de la longitud de dicha fractura, si es estable, suele permitir la reducción de la luxación proximal del radio.Se confecciona un yeso braquiopalmar. - 4) En caso de que la fractura de cúbito fuese inestable, se procederá a su estabiliza-ción, idealmente con un clavo endomedular elástico, de titanio/acero. - Luego de dicha maniobra, se constata la reducción y estabilidad dela luxación del radio, que sólo es inestable o irreductible en casos excepcionales. Se confecciona un yeso braquiopalmar. - Se recomienda internación del paciente para su control evolutivo, al menos 24 hs. - 5) El paciente llevará su yeso braquiopalmar por 4 a 6 semanas, dependiendo este período de factores personales ( edad, reducción a cielo cerra-do o asociada a estabilización con clavo endomedular, evolución del callo óseo, etc). - 6) En mi experiencia, a esta edad no suelen requerir rehabilitacón kinésica, pero debe retirarse el material de osteosíntesis empleado, una vez constatada clínica y radiograficamente la consolidación fracturaria. - Espero haber respondido a vuestra solicitud. Si necesitas alguna aclaración o ampliación, estoy a tu disposición. - Un afectuoso saludo!

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Dra. Cristina AlvesPresidente 39° Congresso Sociedade Europeia de Ortopedia Pediátrica - EPOS, Porto, abril/ 2020 | Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra | Mestre em Epidemiologia Clínica e Pesquisa em Cuidados de Saúde Universidade de Toronto | Membro do Conselho Editorial do Journal of Childrens Orthopaedics, da Ponseti International Association | Editora da Revista Portuguesa de Ortopedia e conse-lheira no Executive Board da EPOS | Presidente do Comitê Organizador Local da 39ª Congresso do EPOS, Porto, de 1 a 4 de abril de 2020

Dr. Scott Mubarak

Dr. Lucía Dohmen

Membro e ex-presidente da Sociedade de Ortopedia Pediátrica Norte Americana (POSNA)Membro da Academia Americana de Cirurgiões OrtopédicosDiretor Emérito da Divisão de Escoliose do Hospital Infantil Rady - San DiegoProfessor da Faculdade de Medicina de UC - San Diego

Presidente Sociedad Argentina de Ortopédia y Tramatologia Infantil (SAOTI)Jefa de Sala de Internación Servicio de Ortopedia y Traumatología - HIGA Presidente Perón

This is an anterior dislocation Monteggia. I would reduce the ulna and supinate and flex the elbow to reduce the radial head. Will need to be held in long cast at 90 degrees. Cast for 4-5 weeks. Hopefully that will work and no pin fixation need.

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D r. W i l e l B e n e v i d e s : v o a n d o c o m c o l e g a s . . . . . .

M e u h o b b y

Segundo ele, o interesse pela aviação surgiu desde a infância, pois alguns tios são pilotos também e um deles foi oficial aviador da FAB e teve a oportunidade de fazer alguns voos com ele quando criança. “O primei-ro voo na infância, com meu tio no comando, foi em um treinador da FAB – o famoso T6. Alguns anos depois fiz outro voo longo também com este tio, em outro avião peque-no de treinamento, o que também despertou meu interesse”.

“Devido a dificuldades econô-micas, mesmo mantendo grande interesse pela aviação de pequeno porte, somente após a estabilidade financeira da família (casa própria, trabalho bem definido, etc.), co-mecei a frequentar o Aeroclube de Minas Gerais (ACMG), em 1996, e, daí por diante, virei um apaixonado pela aviação de pequeno porte”.

Voando como pássaroExistem hobbies muito curiosos entre os

ortopedistas mineiros e, quando os vemos atuando em seus consultórios, não podemos imaginar essas atividades

interessantes que fazem parte de suas vidas. Nessa edição, por exemplo, o Jornal da SBOT Minas

entrevistou o Dr. Wilel Benevides, ex-presidente da SBOT MINAS, sobre aviação, um hobby que

ele ama desde criança. Dr. Wilel tem um rico currículo na área da Ortopedia. Ele é especialista em Medicina e Cirurgia de Tornozelo e Pé, Membro do Serviço de Ortopedia e coordenador

da Especialização (R4) em Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé do Hospital Madre Teresa,

em Belo Horizonte.

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Entre 1996 e 1998, recorda, “fiz o curso de PP (Piloto Privado) no ACMG, teórico e prático, com aulas aos sábados e domingos. As aulas práticas foram realizadas no Aero Boero e Paulistinha (aviões especí-ficos para Treinamento de voo) e fiz o voo de cheque em dezembro de 1998. ”Naquela data comecei, então, a segunda etapa para um ‘up-grade’, salienta, “que é a habilitação IFR (para realizar voos por instrumento em condições IMC, ou seja tempo voo noturno e com tempo ruim). Nesta fase fiz o curso de simulador de voo na FUMEC e aulas práticas no Tupi, avião do ACMG”.

Dr. Wilel destaca que as primei-ras horas de voo solo são realmente emocionantes, principalmente so-bre as montanhas de Minas. “Outra experiência ímpar e primeiro voo noturno IFR com pouso por instru-mento em Confins, que na época era um aeroporto de pouco movimento”.

Foi em janeiro de 2000 que o Dr.

Wilel comprou o PT-NYT, EMB 711T, ou popularmente conhecido como “Corisco”, monomotor com trem de pouso retrátil, motor de 200HP e habilitado para voo IFR e noturno, originalmente construído pela PIPER nos EUA e montado no Brasil pela EMBRAER. “Comprei uma aeronave usada, já com alguns anos de uso, em Porto Alegre/RS e fui buscá-la em fevereiro de 2000. Nessa viagem, tivemos que deixar o avião em Florianópolis no segundo dia de viagem, devido ao mau tem-po e uma pane no trem de pouso. Fui pegá-la alguns dias depois. His-tórias de aviação não faltam... Preci-samos de muito tempo para contar todas...” Uma delas foi a volta do Rio de Janeiro em voo noturno IFR decolando do Aeroporto de Santos Dumont, com uma vista noturna maravilhosa do Rio.

“Atualmente tenho aproximada-mente 1.500 horas de voo. Já voei boa parte do país, desde Porto Ale-gre/RS até Belém/ PA, passando por

Cuiabá/ MT, e, também diversos voos pelo litoral da Bahia”.

Ele lembra que no início, logo após a compra do avião, voava to-das as semanas, mas, com o passar do tempo, os voos ficaram mais es-parsos, quinzenais, ou durante as viagens para a sua fazenda, men-salmente.

“Minha esposa me acompanha muito frequentemente e participa ativamente das atividades durante o voo. Os filhos também voam co-migo com frequência”.

Feliz com a atividade, Dr. Wilel diz que indica sempre para os co-legas a aviação de pequeno porte, principalmente atualmente com aviões mais modernos (ultrale-ves avançados) e maior facilidade de manutenção com custo menor. “Aviação e planejamento cirúrgico são semelhantes. Todo o processo de preparo, plano de voo, deco-lagem e aterrisagem demandam atenção e dedicação, assim como também as cirurgias.”

. . . . . s o b r e o m a r d a B a h i a

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comentários

autoresSUGESTÃO DE LEITURA

AUTORES: M. Leixnering · R. Rosenauer · Ch. Pezzei · J. Jurkowitsch · T. Beer · T. Keuchel · D. Simon · T. Hausner · S. Quadlbauer

abstract

COMENTÁRIO: Prof. Dr. Antonio Tufi Neder FilhoChefe do Serviço de Cirurgia da Mão do Hospital LifecenterCoordenador do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital LifecenterOrtopedista e Cirugião da Mão da Rede Mater Dei de Saúde.

Indications, surgical approach, reduction, and stabilization techniques of distal radius fractures

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Archives of Orthopaedic and Trauma Surgery | https://doi.org/10.1007/s00402-020-03365-y

ABSTRACT:Distal Radius fractures (DRF) are one of the most common injuries in the upper extremity and incidence is

expected to rise due to a growing elderly population. The complex decision to treat patients operatively or conser-vatively depends on a large variety of parameters which have to be considered. No unanimous consensus has been reached yet, which operative approach and fixation technique would produce the best postoperative functional results with lowest complication rates. This article addresses the available evidence for indications, approaches, reduction, and fixation techniques in treating distal radius fractures.

Este artigo, publicado em março de 2020, é uma revisão dos artigos mais recentes sobre fraturas da extremidade distal do rádio, que são a segunda em prevalência no atendimento de urgência ortopédica.

Devido aos diferentes padrões de fraturas, o tratamento adequado é um desafio. As indicações para o tratamen-to cirúrgico obedecem aos critérios de instabilidade, a angulação dorsal, degrau articular e encurtamento radial.

Os autores descrevem os diversos tópicos de forma clara e apresentam as evidências existentes com relação aos vários acessos cirúrgicos, as técnicas de redução e aos diferentes tipos de implantes utilizados na fixação destas fraturas. Explicam detalhadamente cada indicação precisa para cada tipo de fratura e cada tipo de implante.

A grande maioria das fraturas pode ser resolvida com placa volar bloqueada. Instabilidades persistentes podem necessitar de fixação radio-carpal temporária ou pequenas placas em gancho para reinserção de fragmentos ósse-os, que são pontos de inserção ligamentar.

A placa volar bloqueada parece proporcionar melhor resultado funcional a curto prazo, mas no prazo de um ano, os resultados funcionais dos diferentes métodos são equivalentes. Ainda não se tem um estudo que suporte um método em detrimento aos outros. Podemos concluir que a decisão do tratamento deve ser baseada no tipo de fratura e na experiência do cirurgião.

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