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“Para a Educação melhorar, todos e todas devem participar” Janeiro de 2015

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“Para a Educação melhorar, todos e todas devem participar”

Janeiro de 2015

Dezembro de 2015

REUNIÃO COM PARCEIROS(AS) E MOBILIZADORES(AS) DO PLANO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL PELA EDUCAÇÃO

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APRESENTAÇÃO

No dia 1º de dezembro de 2015, a Secretaria de Articulação com os Sistemas

de Ensino do Ministério da Educação (Sase/MEC) realizou reunião de trabalho com

representantes de instituições parceiras do Plano de Mobilização Social pela Educação

(PMSE), lideranças regionais e membros de instâncias representativas do setor

educacional. A reunião, primeira realizada com a alta gestão do MEC desde a criação

do Plano de Mobilização Social pela Educação, teve como objetivo promover uma

escuta qualificada para coletar sugestões de aperfeiçoamento ao Plano de

Mobilização Social pela Educação e para aprofundar as discussões sobre as estratégias

para estimular a participação da sociedade na educação.

O Plano de Mobilização Social pela Educação (PMSE) foi lançado pelo MEC em

2008, com o intuito de incentivar a mobilização em prol da melhoria da escola pública,

tendo como foco a valorização da educação e o acompanhamento da vida escolar dos

estudantes por suas famílias.

Nesse contexto, além de (1) relatar as experiências, (2) indicar sugestões e (3)

apontar as dificuldades presentes na execução do Plano, a reunião com parceiros do

PMSE e membros de instâncias representativas do setor educacional teve como

finalidade (4) desencadear um processo que possa conferir maior clareza conceitual e

estratégica em torno do Plano de Mobilização Social pela Educação e possibilitar

maior institucionalidade em sua agenda, considerando as dimensões do país e o papel

do MEC como órgão nacional de coordenação das políticas na área.

Participaram do debate lideranças regionais de Comitês de Mobilização Social

pela Educação, representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),

do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), do Instituto Votorantim e da

Associação de Solidariedade Internacional (ESSOR), bem como membros da União

Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), do Conselho Nacional de

Secretários de Educação (CONSED), da União Nacional dos Conselhos Municipais de

Educação (UNCME), do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais (FNCE), e do

Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O grupo de parceiros é

mais amplo, mas, em função da conjuntura e das limitações orçamentárias e

organizativas, optou-se por uma primeira reunião, sem prejuízo de outras que venham

a ocorrer.

Neste relatório, serão elencados, de forma sintetizada:

(1) uma breve introdução com as considerações gerais do Secretário da SASE;

(2) o relato de experiências e das propostas apresentadas pelos participantes da

reunião. Tais subsídios dos participantes serão divididos em três blocos, de

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acordo com sua área de atuação: Lideranças Regionais da Mobilização;

Representantes de Entidades Parceiras; e Membros de Instâncias

Representativas do Setor Educacional;

(3) proposições a serem avaliadas para melhoria das iniciativas locais e da ação do

MEC;

(4) considerações finais e encaminhamentos.

EQUIPE DA SECRETARIA DE ARTICULAÇÃO COM OS SISTEMAS DE

ENSINO – SASE/MEC

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1. INTRODUÇÃO

A reunião iniciou com o Secretário Binho Marques desejando boas-

vindas aos participantes, agradecendo pela participação de todos e todas e

explicando as razões pelos quais tinham sido convidados (as): fazer uma

escuta, de caráter avaliativo e prospectivo, com vistas a redimensionar,

aperfeiçoar a Mobilização Social pela Educação.

O Secretário ressaltou o protagonismo das Instituições, a seriedade

das pessoas e o engajamento nas ações de

mobilização em seus territórios de atuação.

Realçou, também, a complexidade da mobilização,

as fragilidades, as dificuldades em observar os

resultados em larga escala, aspectos que precisam

ser discutidos. Destacou que há oscilações nos

formatos, na forma de mobilizar, em um lugar dá

certo, outros não, uns ficam mais motivados.

Desatacou a necessidade de que é necessário ter

mais clareza e segurança nas ações e objetivos.

Estas reflexões são elementos norteadores de uma participação cada

vez mais qualificada das famílias e consequente fortalecimento do sistema

de ensino, com vistas ao alcance das metas do Plano Nacional de Educação.

Para o Secretário a atividade é, sobretudo, uma reunião de

aprendizagem institucional que, sugeriu, fosse dividida em dois momentos:

Um primeiro momento com a apresentação dos participantes das regiões e

de suas experiências, considerando aspectos relativos à estabilidades das

ações, aos aspectos que fragilizam o PMSE e estratégias utilizadas e, um

segundo momento de explicitação de propostas e sugestões para o

fortalecimento da Mobilização Social pela Educação que serão avaliadas e

aprofundadas.

As reflexões da

reunião serão

elementos

norteadores

para promover

uma

participação

cada vez mais

qualificada das

famílias e da

sociedade em

geral.

Consequente

mente para

fortalecer os

sistemas de

ensino e os

desafios do

PNE que

exigem

mobilização

social.

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2. RELATO DE EXPERIÊNCIAS

Conhecer as experiências das lideranças da Mobilização na condução

de atividades de incentivo à participação das famílias e da comunidade no

cotidiano escolar é fundamental no processo de reflexão em andamento

sobre Mobilização Social pela Educação. Por meio da participação desses

atores na reunião foi possível identificar estratégias empregadas e as

dificuldades ao mobilizar, bem como obter sugestões para fortalecer as

atividades.

Abaixo, são listadas as principais contribuições de experiências de

lideranças regionais na mobilização social pela educação.

Experiências desenvolvidas na Região Nordeste

Foi destacado o trabalho

conjunto dos mobilizadores da

região do Seridó Potiguar com o

Conselho Estadual de Direitos

Humanos do Rio Grande do

Norte. Também apontou a

parceria dos mobilizadores com

o projeto “Educar para promover uma cultura de paz”, desenvolvido pela

Diocese de Caicó. Entre as estratégias dos mobilizadores locais, ressalta-se

a realização da Semana de Mobilização Social pela Educação em oito

municípios da região, a promoção de oficinas para capacitação de agentes

mobilizadores na área de Educação em Direitos Humanos e a inclusão do

debate sobre a importância da participação das famílias e da comunidade

na educação em eventos que têm como tema o combate à violência

escolar.

Mesmo com os esforços dos mobilizadores locais, registra-se que a

participação social ainda é tímida e que precisamos avançar na articulação

da Mobilização Social pela Educação com outras políticas governamentais e

instâncias representativas, como os conselhos escolares.

A mobilização

pode colaborar,

por exemplo,

para a promoção

da educação em

direitos humanos

como valor para o

desenvolvimento

educacional.

A articulação da

Mobilização

Social pela

Educação com

outras políticas

governamentais e

instâncias

representativas,

como os

conselhos

escolares,

também deve ser

promovida.

Experiências de lideranças das regiões brasileiras

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Experiências desenvolvidas na Região Centro Oeste

Foi relatado o trabalho em parceria com a Capelania Escolar, movimento missionário

cristão sem bandeira denominacional que

atua junto a membros de igrejas,

empresários, profissionais da educação,

entre outros, com objetivo de auxiliar os

alunos e suas respectivas famílias para que

haja melhor desempenho escolar e sejam

minimizados os casos de violência, evasão

e reprovações. Destacou que a temática da

Mobilização e a mensagem da cartilha Acompanhem a vida escolar dos seus filhos

foram incluídas nos projetos sociais da Capelania Escolar e disseminadas em escolas

das cidades goianas de Anápolis, Inhumas, Goianésia, Pirenópolis e Mineiros, além de

Sobradinho, região administrativa do Distrito Federal.

A experiência aposta na cooperação de todos, independentemente de religião, para

combater “o inimigo comum” – a falta de participação das famílias e da comunidade

na educação e os problemas que dela decorrem, como a violência nas escolas.

Contudo, foi relatada dificuldade para envolver outros setores e entidades religiosas

nas suas ações. Foi ressaltado que o apoio do MEC pode contribuir para ultrapassar

tais barreiras em função da sua capacidade de convocação e indução.

Experiências desenvolvidas na Região Sudeste

Foi relatado que o Comitê do Rio de

Janeiro, desde 2009, é o responsável por

implementar os Comitês de Mobilização da

Baixada Fluminense. Entre as parcerias locais

da Mobilização, relata a articulação das ações

de incentivo à interação família-escola-

comunidade junto ao Grupo de Articulação e

Aperfeiçoamento do Conselho Escolar do Rio

de Janeiro (GAFCE-RJ) e o apoio do Ministério Público (MP-RJ). Além de atuar junto

aos conselhos escolares, o representante é Pastor de igreja evangélica e divulga a

Mobilização Social pela Educação junto a sua comunidade religiosa.

Entre as conquistas dos mobilizadores da Baixada Fluminense, aponta a

apresentação da Mobilização e da cartilha Acompanhem a vida escolar dos seus filhos

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às secretarias municipais de Educação da região. Como estratégias de

Mobilização, relatou a realização de palestras sobre a importância da

participação da família na educação dos filhos e da gestão democrática, bem

como reuniões com responsáveis pelos alunos, em que se promove a

conscientização sobre a importância de seu envolvimento no cotidiano

escolar. Foi relatada, ainda, que a reflexão proposta pelos mobilizadores

locais em suas atividades enfatizam o protagonismo dos estudantes e a

formação continuada do professor como agente de transformação do

educando.

Entre as dificuldades para implementação do PMSE, destaca-se o pouco

nível de institucionalização da Mobilização como programa no MEC; o pouco

conhecimento da população e dos educadores sobre o Plano de Mobilização;

a falta de preparo dos mobilizadores e voluntários; e o limitado interesse dos

gestores municipais e estaduais.

Experiências desenvolvidas na Região Sul

O destaque dado foi para a parceria dos mobilizadores da região

metropolitana de Curitiba com o Sistema “S” (Federação das Indústrias do

Estado do Paraná), que inclui o Sesi, Senai e IEL; com a Guarda Municipal, que

inseriu a divulgação da cartilha Acompanhem a vida escolar dos seus filhos nas

ações do Programa Educacional de Resistência às Drogas (PROERD); e com a

Patrulha Escolar e o Conselho Comunitário de Segurança da Polícia Militar. A

participação do Comitê de Mobilização de Araucária na Semana Nacional de

Cidadania e Solidariedade, que no Paraná tem suas ações articuladas pelo

Movimento Nós Podemos.

Foi relatado ainda que será buscada parceria com a Rede de Ensino

Adventista, tanto no Paraná quanto em Santa Catarina. Tratou da

importância da cartilha Acompanhem a vida escolar dos seus filhos como

principal instrumento para a

sensibilização das famílias. Por

fim foi ressaltado que o trabalho

de mobilização precisa ser mais

coletivo, menos centrado na

figura de um só agente ou líder,

pois assim se garante maior

continuidade das ações.

Estimular

continuamente

o engajamento

e o

protagonismo

dos

estudantes,

dos

professores e o

envolvimento

da comunidade

é uma ação

estratégica

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O Plano de Mobilização Social pela Educação vem contribuindo para

estimular a participação e a mobilização da sociedade pela melhoria da

Educação. Tem contado com valorosas parcerias, a exemplo, da Conferência

Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs

(CONIC), do Instituto Votorantim e da Associação de Solidariedade

Internacional (ESSOR). A participação de representantes dessas instituições

na reunião permitiu não apenas que fossem compartilhadas as experiências

desenvolvidas por tais atores, mas também que fossem apontadas novas

possibilidades de atuação conjunta.

Abaixo, síntese das principais contribuições dos representantes de

entidades parceiras:

Experiências desenvolvidas pelo Instituto Votorantim

A coordenação das ações do

grupo destacou a centralidade que

tem a mobilização como um dos seus

pilares e que o projeto desenvolvido

surgiu de maneira concomitante ao

Plano de Mobilização Social pela

Educação do MEC. Acrescentou que a

iniciativa conta, atualmente, com 18

municípios participantes, nos quais

são promovidas ações de mobilização por meio do esporte, cultura e lazer.

Entre as dificuldades encontradas ao mobilizar. Foi apontada a resistência de

alguns gestores escolares e enfatizada a necessidade de abrir caminhos para a

participação popular na escola.

Experiências desenvolvidas pela Associação de Solidariedade

Internacional - ESSOR

Foi destacada a formação de comitês de Mobilização na Paraíba e no

Ceará, em municípios distantes das capitais e com baixo Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH), com o apoio da entidade. A entidade

também desenvolve ações na capital paraibana. Entre os avanços

conquistados por meio da atuação foi ressaltada a aprovação de leis

Experiências de representantes de entidades parceiras

A aprovação

de leis

municipais que

instituem o Dia

ou Semana de

Mobilização

Social pela

Educação

possibilitam

um momento

de culminância

e de

envolvimento

da sociedade

para temas e

questões

educacionais.

Disseminar o

conceito de

Mobilização

Social pode

contribuir

decisivamente

para promover

maior

engajamento

da sociedade

em relação à

educação e

seus desafios.

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municipais que instituíram o Dia e a Semana de Mobilização Social pela Educação em

João Pessoa e Patos (PB); a criação de rodas de diálogo com as comunidades; e as

ações desenvolvidas com remanescentes de quilombolas em Santa Luzia (PB).

Segundo o relato, a pauta da Mobilização é inserida nas campanhas diversas

promovidas pela entidade e ressaltou que o foco das ações da instituição são as

escolas. Desde 2011, vêm sendo consolidados os projetos de mobilização nas

unidades de ensino. Destaque foi feito em relação à escola rural atendida pela

entidade que iria ser fechada e, com o trabalho dos mobilizadores, permaneceu

aberta. Foi destacada a importância do apoio da equipe do MEC à atuação da

entidade.

Entre as dificuldades enfrentadas: o limitado conhecimento das secretarias

municipais de Educação, dos conselhos e das escolas a respeito do Plano de

Mobilização Social pela Educação.

Experiências desenvolvidas pela Conferência Nacional dos Bispos do

Brasil- CNBB

Destacado o trabalho que vem

sendo desenvolvido pela CNBB.

Relembrado que a CNBB, em

conjunto com o CONIC e o CLAI

(Conselho Latino-Americano de

Igrejas), estiveram entre os parceiros

fundadores do Plano de Mobilização

Social pela Educação, em 2008.

Entre as estratégias de mobilização desenvolvidas junto à CNBB, destaque feito

para a capacitação de lideranças para disseminar o conceito de Mobilização Social

pela Educação nas escolas católicas e nas paróquias. Há, atualmente, três dioceses

que já consolidaram a Mobilização Social pela Educação em

suas práticas e que outras 20 estão em processo de

consolidação. Sobre a atuação do Comitê Rio, 32 dos 92

municípios do Rio de Janeiro já foram alcançados pela

Mobilização e envolvidas as cidades da Baixada Fluminense.

Apesar da Mobilização inicialmente ter se focado nas

escolas e outras entidades ligadas à Igreja Católica,

atualmente o movimento no RJ é mais ecumênico,

contando com a participação de representantes de religiões

de matriz africana, espíritas, praticantes do judaísmo, entre

outros.

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Além das entidades religiosas, o apoio dos Conselhos Escolares, das Associações

de Pais e a articulação dos mobilizadores fluminenses com o poder público foram

destacadas, em especial a relação com o Ministério Público. Os membros do Comitê

Rio também vêm se engajando nos fóruns de discussão da Base Comum Curricular e

do Plano Nacional de Educação.

Experiências desenvolvidas pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs- CONIC

Foi lembrado que o CONIC, a CNBB e o CLAI, está entre os parceiros fundadores

do Plano de Mobilização Social pela Educação. O Conselho contribuiu, ainda, com a

construção do texto da cartilha Acompanhem a vida escolar dos seus filhos.

O CONIC possui 18 regionais, onde

atua na promoção dos Direitos

Humanos, no combate à intolerância

religiosa na discussão da fé cristã no

espaço público. Destaque feito ao papel

do CONIC nos debates do Plano

Nacional de Educação e na campanha

em prol do Estado laico.

Experiências desenvolvidas pela Universidade do Estado da Bahia-UNEB

Aliar a Mobilização Social pela Educação com ações de lazer e cultura para

crianças e comunidades de escolas localizadas em áreas de vulnerabilidade social foi

descrita como a principal estratégia do Comitê de Salvador e região, para aproximar a

comunidade e a escola e dialogar com as famílias sobre seu papel no

acompanhamento da vida escolar. Para promover essas atividades, os mobilizadores

contam com o apoio da Superintendência de Desportos do Governo do Estado da

Bahia (SUDESB).

A atuação junto ao Grupo de Pesquisa sobre Tecnologias, Inovação Pedagógica e

Mobilização Social pela Educação (TIPEMSE) da Universidade do Estado da Bahia

(UNEB), que conta com a participação

de graduandos em Pedagogia, é uma

experiência relevante. O TIPEMSE

conduz uma série de projetos, como o

UNEB Parque, que promove ações

lúdicas que incluem a pauta da

Mobilização, além de oficinas e cursos

de artesanato, entre outros,

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direcionados aos pais e mães de alunos, que também inserem em suas atividades a

discussão sobre a mensagem da cartilha Acompanhem a vida escolar dos seus filhos.

Como estratégia para incentivar a participação dos pais nas atividades, a

disponibilização de certificados aos participantes foi destacada. O envolvimento de

mães de alunos, que formaram grupo de mobilização e o protagonismo dos jovens nas

ações de incentivo à participação social na educação também foram destacados no

relato da representante da Universidade.

Representantes do Fórum Nacional de Conselhos Estaduais de Educação-

(FNCE) Nacional de Secretários de Educação (CONSED); da União Nacional dos

Conselhos Municipais de Educação (UNCME); da União Nacional dos Dirigentes

Municipais de Educação (UNDIME); e da Comissão Permanente de Educação

(Copeduc) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) foram

convidados a participar da reunião para que pudessem conhecer melhor a Mobilização

Social pela Educação, se aproximar mais da agenda e colaborar na construção de

propostas de atuação conjuntas com o MEC e outros parceiros da Mobilização.

Seguem, abaixo, as principais contribuições dos representantes dessas

instâncias.

Forum Nacional de Conselhos Estaduais de Educação - FNCE

Houve o agradecimento do Fórum Nacional de Conselhos Estaduais de Educação

(FNCE) pela oportunidade de conhecer as experiências de Mobilização Social pela

Educação e afirmado que, hoje, o

ambiente dos conselhos de educação é

mais propício à Mobilização e à

participação social. Destaque feito à

importância da aproximação entre os

diversos atores e os conselhos de

educação em torno do conceito da

mobilização pela educação.

Os conselhos de educação estão revisando e consolidando os seus papéis e as

funções de mobilização e articulação são essenciais para as mediações voltadas à

garantia do direito à educação.

Para o FNCE mais participação da sociedade é necessária e é possível especificar

melhor as atividades dos conselhos em cada localidade, fortalecendo a agenda de

mobilização social.

Contribuições de membros das instâncias do setor educacional

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União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação -

UNCME

Foi realizada a reflexão de que conselhos municipais têm, além da função

normativa, a mobilizadora. O trabalho dos conselhos na discussão dos Planos

Municipais de Educação foi e é estratégico e, portanto, é essencial a

representação de pais e mães de alunos nos conselhos.

Afirmou que, sem a participação social, os conselhos perdem a

credibilidade. Destacou que as famílias precisam ser valorizadas administrativa

e pedagogicamente nos espaços de participação, como nos conselhos

escolares e nos Conselhos Municipais de Educação (CME).

Conselho Nacional De Secretários De Educação -

CONSED

O CONSED considera importante conhecer e se aproximar mais da

Mobilização Social pela Educação e, assim, poder contribuir para sua

implementação. Mais participação, esclarecida, consciente, é importante para

produção de avanços na área da educação.

Comissão Permanente de Educação -

COPEDUC

Pela Comissão Permanente de Educação-COPEDUC foi ressaltado o

objetivo de escutar as experiências dos demais participantes para que, assim,

pudesse contribuir com a Mobilização por meio do Ministério Público do

Distrito Federal e territórios-MPDFT, falou que a COPEDUC tem acordo de

cooperação firmado com o MEC.

A Mobilização Social pela Educação é uma forma de incentivo à

participação social. Ressaltada a necessidade de mais abertura para a

participação social nas instituições, em especial nos conselhos de educação. A

resistência de atores e gestores precisa ser mitigada. A participação da

sociedade não pode se dar apenas formalmente, mas com o efetivo

envolvimento de pais de alunos e dos estudantes.

Os conselhos

são espaços

importantes de

acolhimento

das demandas

sociais. São

espaços de

mobilização

essenciais para

garantir o

direito à

educação.

Estratégias

comuns de

trabalho entre

os conselhos e

os atores que

se mobilizam

em educação

são

fundamentais.

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3. Proposições para intercâmbio entre os parceiros e avaliação

Em relação à Intersetorialidade

1. Aproximar os Comitês de Mobilização com os Conselhos Municipais de

Educação, contribuindo para uma atuação mais equilibrada entre sociedade civil e

governo.

2. Dar visibilidade às experiências da Mobilização junto aos Colegiados do Setor

Educacional e Fóruns Permanentes de Educação.

3. Buscar novas parcerias, a exemplo de Comitês e Conselhos de Direitos

Humanos, dos conselhos escolares e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de

Educação (UNDIME).

4. Buscar o apoio dos cursos das áreas de Educação nas universidades federais

para formação de agentes mobilizadores – envolver especialistas em Educação,

pedagogos professores, e mobilizadores nas atividades do PMSE junto às famílias e

aos sistemas de ensino.

5. Inserir a pauta da Mobilização Social pela Educação nas atividades

desenvolvidas por movimentos sociais que visam o alcance dos Objetivos de

Desenvolvimento do Milênio (ODM) e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

(ODS).

6. Fomentar e articular as ações do PMSE com os conselhos escolares.

7. Divulgar a Mobilização nas dioceses e outros espaços religiosos, de expressão

de crenças, convicções e comunitários, que ainda não conhecem o PMSE, em especial

naquelas que envolvem municípios em situação de vulnerabilidade social.

8. Articular as ações da Mobilização Social pela Educação no Fórum dos

Conselhos Estaduais de Educação, permitindo a troca entre os comitês de

mobilizadores e o FNCE.

9. Estimular instituições como o “Sistema S” a se envolverem na Mobilização e

replicarem as ações.

10. Envolver áreas correlatas à Educação nas ações de mobilização, como esporte e

cultura.

11. Integrar ações de Mobilização ao Programa Alfabetização na Idade Certa à

participação da família como agente de monitoramento e acompanhamento

complementar das etapas do letramento dos filhos.

12. Inserir a pauta da Mobilização Social pela Educação em outras temáticas que têm

poder mobilizador junto à sociedade, como, por exemplo, o lazer.

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Em relação à Capacitação, monitoramento e avaliação

1. Capacitar agentes multiplicadores da Mobilização Social pela Educação

2. Estabelecer um padrão nas ações de mobilização para orientar a ação dos

mobilizadores com base na realidade educacional brasileira, para o acompanhamento

e implementação das metas do Plano Nacional de Educação (PNE).

3. Incluir outros temas, além do incentivo à interação família-escola-comunidade,

tais como Educação em Direitos Humanos, prevenção à violência, busca ativa de

crianças e adolescentes fora da escola.

4. Adaptar e diversificar o material utilizado na Mobilização Social pela Educação

para incluir pessoas com deficiência.

5. Reestabelecer etapas de implementação do PMSE, como foi realizado em

algumas localidades no início das atividades do Plano: apresentação do PMSE,

palestra, lançamento do Plano, instituição de comitês atrelados aos desafios do PAR e

do PNE.

6. Realizar encontros nacionais de lideranças a fim de fortalecer a ação e oferecer

formação continuada aos mobilizadores.

7. Oferecer instrumentos para que os gestores escolares possam promover a

participação das famílias e da comunidade.

8. Envolver jovens e crianças nas ações de mobilização, criando mecanismos de

escuta e participação direcionados a eles, preferencialmente de maneira lúdica, sobre

os problemas das escolas e de seu entorno e coletar sugestões de como resolvê-los.

9. Criar espaços e materiais para socializar melhor as experiências de Mobilização

Social pela Educação desenvolvidas pelos Comitês em diversas localidades.

10. Realizar encontros nacionais de lideranças a fim de fortalecer a ação e oferecer

formação continuada aos mobilizadores.

11. Monitorar as atividades de mobilizadores, de comitês, de secretarias, de

escolas e de demais entidades que aderirem ao Programa.

12. Levantar dados e indicadores das localidades alcançadas pelas ações de

Mobilização para avaliar o impacto das atividades.

Em relação à Institucionalização

1. Transformar o Plano de Mobilização Social pela Educação em Programa.

2. Institucionalizar a Mobilização Social pela Educação por meio da criação de leis.

3. Aprofundar a discussão sobre a “natureza do Plano” (conceitos, abordagens etc).

Em relação à Tecnologia e Comunicação

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1. Ampliar o uso de tecnologias de informação para melhorar a comunicação dos

mobilizadores com a coordenação do PMSE e revitalizar o Blog da Mobilização.

2. Estabelecer rede de trocas entre os mobilizadores, fortalecendo o diálogo entre

eles e a divulgação de experiências bem-sucedidas.

3. Atualizar as imagens utilizadas na cartilha Acompanhem a vida escolar dos seus

filhos.

Na avaliação do grupo é preciso compreender a complexidade das ações de

Mobilização para, assim consolidar com mais segurança seus objetivos, estratégias e

resultados, considerando o tamanho do país e, especialmente o papel do MEC. Dessa

forma, será possível fortalecer a Mobilização Social pela Educação como um

compromisso de todos os parceiros e, especialmente, do Ministério da Educação,

independentemente de reorganização internas.

Para avançar nesse processo de redesenho e institucionalização da Mobilização Social

pela Educação, foi proposta a realização de um Seminário, reunindo lideranças e

parcerias da Mobilização, além de pesquisadores e teóricos da área, educadores

referenciados no processo (como o colombiano, Bernardo Toro). Também foi

aventada a realização de pesquisa, em nível nacional, sobre o que pensam os pais,

mães e demais responsáveis pelos estudantes sobre o papel da educação.

As contribuições dos participantes da reunião de trabalho sobre a Mobilização Social

pela Educação elencadas neste relatório vão se somar aos acumulados das discussões

feitas pela equipe do MEC nos últimos meses e aos trabalhos de consultorias que

estão refletindo sobre as ações do Plano de Mobilização Social pela Educação. Por

meio de tais aportes, busca-se conferir maior clareza conceitual e estratégica à

Mobilização no interior do MEC.

A partir da reunião realizada e seus desdobramento mais objetivos, serão

aprofundadas as relações com os mobilizadores e representantes das diversas

entidades presentes. A intenção é estabelecer um canal de escuta e de trocas

permanente, para o qual o MEC está absolutamente disponível. Além disso, a

construção conjunta das novas propostas para a Mobilização visa possibilitar maior

institucionalidade na agenda da Mobilização Social pela Educação.

Ao se fazer essa escuta com representantes dos Comitês e demais parceiros e ao

convidar novas instituições, busca-se criar novas estratégias para estimular a

participação das famílias e para mobilizar a sociedade em favor de temas importantes

para a educação no país, chamando-a a sua responsabilidade.

Brasília, janeiro de 2016.

Considerações Finais e Encaminhamentos

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ANEXO I – Convite para a Reunião

Dezembro de 2015

REUNIÃO COM PARCEIROS(AS) E MOBILIZADORES(AS) DO PLANO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL PELA EDUCAÇÃO

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ANEXO II - Relação dos presentes à Reunião com Parceiros (as) e

Mobilizadores(as) do Plano de Mobilização Social pela Educação.

Aparecida de Fátima Gavioli Soares Pereira - Secretaria de Educação

Rondônia/CONSED

Arnóbio Marques de Almeida Junior - Secretário/SASE/MEC

Cátia Gisele Martins Vergara - Promotora de Justiça-COOPEDUC

David Francisco Arcenio - Professor/Comitê-RJ

Denise Maria Andrade - Pedagoga/Coordenadora de Projetos –ESSOR

Elcivan Gonçalves França - Coordenador Estadual do Conselho Municipal/GO- UNCME

Elisabete Rosa Pereira - Professora/Comitê- GO- Capelania Brasileira

Geraldo Soares Wanderley - Coordenador Comitê/Projeto de Paz na Região do

Seridó/RN

Ivanete Oliveira dos Santos - Coordenadora MSE/SASE/MEC

Moacir Marcos Tulesk Pereira - Membro do Comitê-Liderança Comunitária/PR

Nilce Rosa da Costa - Secretária Executiva do CONSED

Romi Bencke - Secretária Geral –CONIC

Sergio Benedito Maia - Professor/Comitê do RJ-Representante CNBB

Suely Melo de Menezes - Presidenta do FNCE

Tatiana Silva Capitanio - Coordenadora de Gestão de Programas do Instituto

Votorantim

Valnice Sousa Paiva - Professora/Pesquisadora-UNEB

Walisson Mauricio de Pinho Araújo - Assessor Especial do Ministro -SASE/MEC

ANEXO III – Fotografias

Cont.

Dezembro de 2015

REUNIÃO COM PARCEIROS(AS) E MOBILIZADORES(AS) DO PLANO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL PELA EDUCAÇÃO

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