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JORNAL MENSAL DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA [email protected] ANTÓNIO CARLOS MONTEIRO RUI PAULO FIGUEIREDO PAG.05 A NOSSA BANCADA DE OPINIÃO PÁG. 10/11 Nº54 - JULHO12 - ANO V O presidente da ANAFRE considera a reorganização administrativa um erro. Imposto às freguesias e que esquece os municípios. Armando Vieira diz que as Freguesias nem custam 0,1% do Orçamento. E adivinha contestação, tensão social, boicotes às eleições… E consequências eleitorais para o PSD e CDS. ENTREVISTA | PÁG.02 A 03 “FREGUESIAS CUSTAM 0,098% DO ORÇAMENTO > SUBSÍDIOS DE TRANSPORTE Vice-presidente do PSD de Lisboa investigado pelo DIAP O DIAP está a investigar o presidente da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica e recém-eleito vice-presidente da concelhia do PSD de Lisboa. Em causa está o recebimento de subsídio de transporte indevido. DESTAQUE | PÁG.04 > FREGUESIA DA SÉ | PÁG.06 > PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FREGUESIAS Apoiar necessidades básicas A situação económica do País está a provocar o aumento de carenciados. Por isso, a Junta da Sé inicia o programa de apoio alimentar a famílias da Freguesia. > FESTAS DE LISBOA | PÁG.09 Santos em Campolide A Freguesia de Campolide voltou a viver as tradições populares. O regresso da autarquia às marchas de Lisboa marcou as festas dos Santos populares. > PARCERIA | PÁG.07 Lapa adere a Zero Desperdício A política de apoio da Junta da Lapa aos residentes alarga-se ao projecto “Zero Desperdício contra a Fome”. Com a Freguesia a contar com a participação de parceiros locais.

JDL54-Jul2012

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JORNAL MENSAL DE DISTRIBUIÇÃO [email protected]

ANTÓNIO CARLOS MONTEIRORUI PAULO FIGUEIREDO PAG.05

A NOSSABANCADA DE OPINIÃO

PÁG. 10/11

Nº54 - JULHO12 - ANO V

O presidente da ANAFRE considera a

reorganização administrativa um erro. Imposto às

freguesias e que esquece os municípios. Armando

Vieira diz que as Freguesias nem custam 0,1% do

Orçamento. E adivinha contestação, tensão social,

boicotes às eleições… E consequências eleitorais

para o PSD e CDS. ENTREVISTA | PÁG.02 A 03

“Freguesias custam 0,098% do orçamento”

> SUBSíDIOS DE TRANSPORTEVice-presidentedo Psd de Lisboainvestigado pelo diaP

O DIAP está a investigar o presidente da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica e recém-eleito vice-presidente da concelhia do PSD de Lisboa. Em causa está o recebimento de subsídio de transporte indevido.

DESTAQUE | PÁG.04

> FREGUESIA DA Sé | PÁG.06

> PRESIDENTE DA ASSOCIAçÃO NACIONAL DE FREGUESIAS

apoiar necessidades básicas A situação económica do País está a provocar o aumento de carenciados. Por isso, a Junta da Sé inicia o programa de apoio alimentar a famílias da Freguesia.

> FESTAS DE LISBOA | PÁG.09

santos em campolideA Freguesia de Campolide voltou a viver as tradições populares. O regresso da autarquia às marchas de Lisboa marcou as festas dos Santos populares.

> PARCERIA | PÁG.07

Lapa adere a Zero desperdício A política de apoio da Junta da Lapa aos residentes alarga-se ao projecto “Zero Desperdício contra a Fome”. Com a Freguesia a contar com a participação de parceiros locais.

Está satisfeito com a nova reorganização administrativa do País?De todo. A ANAFRE é contra este processo. Nomeadamente contra o modelo de reorganização administrativa que foi encontrado. Desde logo porque, sabendo nós que esta exigência consta do memorando de enten-dimento com a troika, não por exigência da troika, mas pelo facto de ter havido uma inscrição pelo Estado português, do Governo de Portugal, contestamos esta matéria. E contestamos ainda mais o facto de se pre-

tender fazer uma reforma com esta amplitude e com esta sensibilidade num pra-zo tão curto. Por mais que tenhamos colocado esta questão, não fomos atendidos na nossa necessidade de vermos este processo mais alargado, melhor explicado às populações e aos dirigentes locais para que, de uma forma livre e local, se organi-zasse o território. E se fosse livre e local, nada tínhamos contra, até aplaudíamos. Uma reforma imposta – como esta – não aceitamos, porque cada caso é um caso, não pode haver uma lei, mesmo que defina diversos cenários, nunca será perfeita. Pelo que a reorganização administrativa não pode ser regulada por uma qualquer lei. Deveria ser de adesão livre e local. E só.

Mas a lei está em vigor.A lei está em vigor, está a decorrer o prazo para que as assembleias municipais se pronunciem, as câmaras municipais devem emitir o seu parecer, seja qual for.Não havendo uma pro-actividade das assembleias municipais, ou, legitimamente, dizem que não fazem nenhuma reforma, estão a legitimar com essa atitude a inter-venção da Unidade Técnica que irá funcionar junto da Assembleia da República, que decidirá por aquelas assembleias municipais, correndo-se o risco de decidi-rem de forma errada e até mais profunda do que aquilo que poderia resultar de uma decisão pensada localmente, mesmo que enquadrada nesta lei.

Defende que as assembleias municipais e de freguesia devem emitir a sua opi-nião ou não devem intervir no processo?São todas obrigadas, tal como as câmaras municipais, a emitir parecer. Esse pare-cer pode é ser negativo. Estão no seu direito legítimo e democrático dizerem que não concordam. Mas isso é igual ao litro, do ponto de vista da aplicação da lei. E, assim, deixam de ser protagonistas da reforma. Não havendo pro-actividade das assembleias municipais, a decisão que a Unidade Técnica possa ser errada, quan-do poderia ser melhor.

Mas, se as assembleias municipais de freguesia e as câmaras não se pronuncia-rem, imputam o custo político da reforma ao Governo…Ora bem! Mas é uma faca de dois gumes. Porque a solução saída da Unidade Téc-nica pode ser pior.

A lei existe. Por isso, quer as freguesias gostem ou não gostem, a reforma vai acontecer.Sim, vai acontecer. Mas pode acontecer da pior forma possível, quando, com a pro--actividade das assembleias e dos agentes locais, poderiam ser minimizadas as consequências.

> ENTREVISTA ARMANDO VIEIRA, PRESIDENTE DA ASSOCIAçÃO NACIONAL DE FREGUESIAS (ANAFRE)

“as Freguesias custam 0,098% do orçamento do estado”

Na perspectiva político-social o que pode acontecer?Vai ser bastante mau. Há zonas do país onde esta reforma também vai ser muito contestada no plano social, quer das populações e dos eleitos. E não augura nada de bom para o processo eleitoral autárquico que se realiza no próximo ano.Como já ouvi por esse país fora, haverá manifestações fortíssimas de discordância, para não dizer – como já ouvi também – boicote às eleições autárquicas.

Isso tem consequências negativas para o partido do Governo?Sem dúvida. Mas o Governo está consciente, até porque nós próprios – e eu sou militante do partido do Governo – não nos cansámos de alertar o Executivo para o modelo da reforma que está a ser desenvolvida. Eu próprio nada tenho contra a reforma. Não concordo é com o modelo da reforma.Obviamente, isso terá consequências negativas para o Governo.

O que significa quando diz que não concorda com o modelo?Não concordo com os parâmetros, porque cada caso é um caso. Não contêm solu-ção para todos os casos. Por isso é que defendemos que a reforma deve ser pensada local livremente em cada concelho. Deveria ser esta a reforma a que o Governo e Assembleia da República deveriam dar cobertura e aceitar as decisões das popu-lações. E aquelas populações que entendam que não necessitam, não aceitam essa agregação, devem ser respeitadas.

Conseguia-se, assim, chegar à extinção de 25% das Freguesias, que é o objectivo

“A troika ficou surpreendida quando lhes apresentámos um estudo que demonstra que 98% dos eleitos de Freguesia

desenvolvem o seu trabalho, enquanto eleitos locais, com base no voluntariado.”

Para o presidente da ANAFRE a reorganização administrativa é um erro. Imposto às freguesias, mas que deixa os municípios de

fora. Acabar com mais de mil freguesias só permite poupar cerca de 6 milhões de euros. Um valor que, para Armando Vieira,

não compensa a tensão social que vai provocar. Nem as consequências eleitorais para o PSD e CDS.

“troika não exigiu reorganização administrativa”Armando Vieira revela que foi o Governo português que quis inscrever a reforma das freguesias no memorando de entendimento. Como lhe disseram os elementos da troika.

A troika comunicou-lhe que não exigiu esta reforma. Foi o Governo que inscreveu a reorganização administrativa no memorando de entendimento?Tivemos uma reunião com a troika e disseram-nos, aqui nesta mesa, que não tinha sido exigência deles esta reforma. Julgo interpretar bem, mas caberá aos agentes do Governo de então dizê-lo: como se falava informalmente nesta reforma desde 2005, provavelmente o Executivo, sem mais reformas para apresentar, entendeu que seria um bom número apresentar isto como uma reforma em curso. Fizeram mal e prejudicaram gravemente o País. Nomeadamente o chamado equilíbrio territorial e social.

A troika mostrou abertura para esta reforma não avançar?A questão não se colocou. O que dissemos é que pedimos ao Governo uma dilação do prazo, em vez de setembro-outubro deste ano. A troika ficou surpreendida com o valor e o peso das remunerações, dos recursos que as freguesias administram, das tarefas que desempenham, do voluntariado que exercem. E nem eles nos propuseram nenhuma dilação do prazo, nem nós o solicitámos porque o primeiro-ministro já nos

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JULHO12

> ENTREVISTA ARMANDO VIEIRA, PRESIDENTE DA ASSOCIAçÃO NACIONAL DE FREGUESIAS (ANAFRE)

“as Freguesias custam 0,098% do orçamento do estado”

“[A] reforma (…) vai ser muito contestada (…). E não augura nada de bom para o processo eleitoral autárquico (…). (…) Haverá manifestações fortíssimas de discordância (…) [e] boicote às eleições autárquicas.”

do Governo?Seria, por ventura, um processo mais difícil e mais longo. Mas, do ponto de vista da democraticidade, um processo muito mais perfeito, genuíno, muito mais autênti-co e muito mais respeitador do livre pensamento dos cidadãos. Se, na perspectiva financeira, esta matéria fosse incontornável para resolver as finanças públicas de Portugal e para a situação do País, até nós nos submeteríamos a esta reforma. Mas não é por aqui. As Freguesias pesam 0,098% do Orçamento do Estado para este ano. 0,098%! Todas as Freguesias! A troika ficou surpreendida quando lhes apre-sentámos um estudo que demonstra que 98% dos eleitos de Freguesia desenvolvem

o seu trabalho, enquanto eleitos locais, com base no voluntariado. E são os próprios eleitos dinamizadores de voluntariado. A troika não sabia. Ficaram surpreendidos.Quando nós precisamos, na sociedade portuguesa, mais acções de voluntariado para satisfazer as necessidades básicas dos cidadãos, estamos a combater e a pre-judicar o voluntariado e de que são exemplo as Juntas de Freguesia, acho que não haverá nada de bom, nem há fundamentos, no plano financeiro, que demonstrem que a reforma é indispensável.

A lei da reorganização administrativa refere que as freguesias passam a ter mais competências, mais recursos e mais capacidade de intervenção. Confirma?Esta lei prevê ser acompanhada de uma nova lei de atribuições e competências das freguesias. Ainda esta manhã tivemos a primeira reunião técnica sobre essa maté-ria. É um assunto difícil de concluir, nomeadamente no plano financeiro. No que se refere às competências, isso está mais do que escalpelizado entre nós a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP). Basta que as competências que exer-cemos de forma delegada passem a competência directa das freguesias. Depois, é preciso encontrar o envelope financeiro adequado ao exercício dessas competências.

Os recursos financeiros sairão dos municípios?Os recursos financeiros têm de estar garantidos. Independentemente onde os fo-rem buscar. É essa, creio, a intenção do Governo. Isso é relativamente fácil de con-cretizar, porque os municípios que delegam competências, alocam um conjunto de verbas que acompanha essa mesma delegação. O problema vai ser com os mu-nicípios que não têm a prática de delegar competências nas freguesias.

Haverá transferência de funcionários municipais para as freguesias?É um problema que vai surgir com grande acuidade, nomeadamente em Lisboa. Não pode ser imposto às freguesias receber funcionários municipais. Não pode haver abu-sos dos municípios. Tem de ser negociado entre o município e a freguesia. É frequente a freguesia desempenhar tarefas que são do município, via delegação de competên-cias, com muito menor custo, com muito maior eficiência e eficácia em resultado de haver uma racionalização de recursos humanos alocados a essas tarefas.

O grande argumento para esta reorganização administrativa foram os ganhos financeiros. Tudo somado e revisto, o que é que o Estado ganha, numa perspec-tiva macro?O argumento do Governo já não é a poupança. Nós apresentámos os números às pessoas. Fizemos um estudo que apresentámos à troika, e que vamos apresentar ao Presidente da República no próximo dia 12 de Julho, alertando para tensões que vamos acrescentar à sociedade portuguesa sem necessidade nenhuma. Podíamos poupar noutras áreas e nós demos sugestões para isso. Se forem eliminadas 1060 freguesias, que é o número para que aponta o nosso estudo, a poupança será, no máximo, 6,5 milhões. Suponho que não vale a tensão que vai ser acrescentada à so-ciedade portuguesa. No plano micro, vai ser muita gente afectada: aquelas pessoas que vão à Junta de Freguesia porque não têm dinheiro para a botija do gás, para comprarem medicamentos, para se deslocarem ao médico, ao tribunal, à sede do concelho… A esmagadora maioria das pessoas não têm meios de transporte, não têm serviços de transporte público. Quem é o polivalente para estas situações to-das? São os autarcas de freguesia.

Qual é a sua expectativa para as eleições autárquicas de 2013?Vai ser muito complicado… Vai haver muita contestação, nomeadamente aos par-tidos que sustentam o Governo. Já estão anunciados alguns boicotes. Tudo faremos para que assim não seja…

“troika não exigiu reorganização administrativa”tinha dito que não aceitava colocar a questão do alargamento do prazo.

Esta reforma não seria para aplicação primordial aos municípios?O memorando de entendimento refere, na sua versão original em inglês, municípios e freguesias. Não diz autarquias. Este Governo interpretou que deveria impor a agregação das freguesias, o que no plano financeiro não tem nenhuma sustentabilidade, e não impôs a agregação de municípios. Cada um assume as suas responsabilidades. Este Governo assume as suas responsabilidades, ao anterior têm de lhe ser assacadas responsabilidades por nos terem posto no memorando de entendimento. Nós mantemos a nossa tarefa, de ir conversando com o Governo, alertando-o para a convulsão e as tensões sociais que acarreta esta reforma num tempo em que já há demasiadas tensões na sociedade portuguesa. Continuamos a defender as freguesias, a promover a revisão da legislação para dignificação das freguesias e dos seus eleitos…

Tem conhecimento de alguma proposta de agregação de municípios?Não tenho conhecimento de nenhuma proposta. O que registamos – e sublinho – é que não foi imposta a agregação de municípios, mas foi imposta a agregação de freguesias.

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> SUBSíDIO DE TRANSPORTE

diaP inVestiga autarcade são domingos de BenFica

> ExPOSIçÃOintendentes Até ao dia 28 de Julho está patente ao público um projecto desenvolvido por Hélène Veiga Gomes durante uma residência artística no LARGO Residências. Em colaboração com vários habitantes do Intendente, este trabalho foi realizado a partir da transformação iniciada na zona. Este processo culmina numa apresentação pública, que aposta na vontade de revelar a perceção do lugar pelo olhar dos fotógrafos.

O DIAP está a investigar o presidente da Junta de São Domingos de Benfica. Em causa está o recebimento de subsídio de transporte

indevido, como divulgou em primeira-mão o Jornal de Lisboa. Tudo conforme publica a edição online do semanário “Sol”.

Rodrigo Gonçalves, presidente da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, “está a ser investigado pelo Departamento de Investigação e Acção penal (DIAP)” por ser “suspeito de ter recebido indevidamen-te mais de 7.600 euros da Assembleia Municipal, a título de subsídio de transporte”, noticiou a edição online do semanário “Sol” no pas-sado dia 23 de Junho (http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=52687).

Ainda de acordo com aquele periódico, “a Procuradoria-Geral da República ex-plica ao SOL que existe «um inquérito pendente», pelo que o caso «está em segredo de Justiça»”.A iniciativa do DIAP seguiu-se à divulgação em primeira-mão pelo Jornal de Lisboa, na edição de Novembro de 2011, que revelava que aquele autarca recebia subsídios de transporte em viatura própria muito superiores àqueles a que teria direito, calcula-dos com moradas onde Rodrigo Gonçalves não viva.Em síntese, a história conta-se em poucos passos.Rodrigo Gonçalves foi eleito, por inerência, deputa-do municipal pela primeira vez, nas eleições autár-quicas de 2005, quando ganhou a Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica. Nessa altura, no dia 21 de Novembro de 2005, o autarca preencheu e assinou diversos impressos para entregar nos serviços da As-sembleia Municipal de Lisboa, indicando, em todos eles, como sua “morada” e “domicílio” a Urbanização Encosta do Sol, Lt. 10, 2º Esq., 2560 Sobral de Monte Agraço. Porém, na mesma ocasião, o ainda autarca in-dica como “local para entrega de correspondência [a] Av. Gomes Pereira, nº56, 4ºDtº., 1500-331 Lisboa”, na Freguesia de Benfica. Endereço este que, como o Jornal de Lisboa revelou em anterio-res edições, foi sempre indicado por Rodrigo Gonçalves como a sua morada/residência/domicílio em sucessivos documentos oficiais, nomeadamente até à data do seu casamento, que se re-alizou a 24 de Julho de 2010 (ver edições de Outubro e Novembro de 2011 do Jornal de Lisboa).Apesar desta desconformidade, poderia o ainda deputado mu-nicipal arguir que a sua residência fiscal se situava na morada de Sobral de Monte Agraço, tendo em consideração que comprou, por escritura públi-ca celebrada a 16 de Outubro de 2002, um apartamento naquela localidade da zona Oeste, tal como o Jornal de Lisboa divulgou anteriormente.Porém, quando, a 28 de Agosto de 2007, Rodrigo Gonçalves vende o apartamento do Sobral de Monte Agraço por €123.500,00, declara curiosamente na respectiva escritura que a sua morada é Av. Gomes Pereira, 56, 4º Dtº, em Lisboa.De acordo com documentos facultados pela Assembleia Municipal, depois de ven-der o imóvel de Sobral de Monte Agraço em Agosto de 2007, Rodrigo Gonçalves não

actualizou a sua morada/residência/domicílio junto dos serviços daquele órgão autárquico, mantendo-se, desde essa altura, até ao fim do respectivo mandato, em Outubro/Novembro de 2009, a receber um valor de subsídio de transporte como se vivesse em Sobral de Monte Agraço.Posteriormente, quando o autarca iniciou o segundo mandato, no dia 24 de No-vembro de 2009, Rodrigo Gonçalves indicou que todos os dados que prestou ante-riormente, ou seja, neste caso desde o início do mandato imediatamente anterior

(2005-2009), se mantinham inalterados.De facto, como consta de documento fornecido pela Assembleia Munici-pal, na “Ficha Individual” deste autarca, está manuscrito e assinado que “Por indicação do Deputado Municipal [Rodrigo Gonçalves], mantém os dados todos iguais.”.Mais tarde, Gonçalves faz uma verdadeira “confissão” em forma de carta

dirigida à presidente da Assembleia Municipal, Si-monetta Luz Afonso.Naquela carta, com indicação de data

“Glória do Ribatejo, 14 de Novembro de 2011”, e em resposta a ofício da presidente

Simonetta, o ainda autarca descreve a su-cessão temporal do seu “domicílio”.

Assim, Rodrigo Gonçalves afirma que, “de 21/11/2005 a 31/08/2007, o meu domicílio foi

na Urb. Encosta do Sol, lote 10 – 2º Esq., So-bral de Monte Agraço”.

De seguida, o presidente de São Domingos de Benfica diz que “de 31/08/2007 a 29/06/2010,

o meu domicílio foi na Estrada da Torre, 1396 – 5º Fte., Carcavelos”, e “de 29/06/2010 até à

presente data, o meu domicílio actual é na Rua António Augusto Martingil, 18 – Glória do Ri-

batejo (ida e volta – 150km).Ou seja, pelo menos desde que vendeu em Agos-

to de 2008 o apartamento de Sobral de Monte Agraço que Rodrigo Gonçalves recebia mensalmente sub-sídio de transporte cujo valor é muito superior àquele a que teria direito se tivesse indicado a sua morada efectiva. E, de acordo com os documentos fornecidos pela Assembleia Mu-

nicipal de Lisboa, no início do mandato em 2009, Rodrigo Gonçalves indicou uma morada falsa, cujo imóvel tinha vendido dois anos antes.Só mais tarde, em finais de 2011, Rodrigo Gonçalves alterou os dados fornecidos à Assembleia Municipal, indicando que o seu domicílio/morada/residência é na Glória do Ribatejo.O Jornal de Lisboa contactou, via correio electrónico, com o autarca Rodrigo Gon-çalves, mas não obteve qualquer esclarecimento e/ou resposta até ao fecho da pre-sente edição.

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A Videovigilância no Bairro AltoFoi recentemente notícia uma tentativa de assalto com

violência física, no Bairro Alto, ao cineasta José Fonseca e Costa. O facto de ser alguém conhecido do grande público levou a que aparecesse nas primeiras páginas do jornais e com destaque nos telejornais dos vários canais de televisão, sendo certo que muitos outros

casos, em que as vítimas são cidadãos anónimos, não chegam ao conhecimento do grande público.

Chamo à atenção deste caso de insegurança, numa das mais animadas zonas da cidade, porque é inexplicável a passividade da Câmara Municipal de Lisboa e do seu Presidente, Dr. António Costa. No final de 2009 foi autorizada, a título experimental, por seis meses, pela Comissão Nacional de Protecção de Dados a instalação de 27 câmaras de videovigilância, sob gestão da PSP, no Bairro Alto. A verdade é que até hoje não foi instalada uma única câmara naquela zona da cidade, o que é inexplicável. Como é possível que a CML se tenha deixado enredado na sua própria burocracia e não tenha, conseguido, em mais de dois anos, adquirir e instalar o sistema de videovigilância e conserve, ao que parece, o concurso para a sua contratação encravado nos serviços municipais. Como é possível que os responsáveis políticos pela condução deste processo, designadamente o Dr. António Costa, não o tenham conseguido levar a bom porto e não se empenhem em cumprir os compromissos que assumiram com as populações. Também neste tema, o que parece é que o PS acha que basta fazer anúncio, após anúncio, para que se pense que estão a resolver os problemas da Cidade, quando acaba por ficar tudo na mesma. Afinal, o que se passa com a videovigilância no Bairro Alto? António Carlos Monteiro Vereador do CDS-PP na CML

> ELEIçõES NOS LARANJAS DE LISBOA

Lista a ganha concelhia do PsdA lista A, encabeçada por Mauro Xavier,

ganhou as eleições para a concelhia

de Lisboa do PSD.

Alista encabeçada por Mauro Xavier ga-nhou as eleições para a comissão políti-ca concelhia do PSD de Lisboa com 784 votos.A lista L, liderada por Paulo Ribeiro e com Bettencourt Picanço como candi-dato a presidente da mesa da assembleia

concelhia, obteve 202 votos, 21% dos votos expressos.O caderno eleitoral do PSD de Lisboa tinha cerca de 3.500 militantes com capacidade eleitoral (ou com quotas pagas) de entre cerca de 10 mil militantes. O que significa que apenas 35% dos militantes do PSD de Lisboa pagaram quotas para poderem votar. Mas, mais grave é verificar que apenas votaram 28% dos militantes com capacidade eleitoral. Isto é, dos 3500 votaram só 986 militantes. O que demonstra que há

um crescente afastamento dos militantes relativa-mente ao PSD, tendo em consideração que apenas 9,8% dos cerca de 10 mil militantes de Lisboa se inte-ressou por participar na vida interna do partido.Este crescente afastamento dos militantes em relação ao partido, torna o PSD mais vulnerável aos chama-dos colégios eleitorais, que – como se orgulham al-guns dos assumidos caciques – controlam cerca de 700 votos.

Sendo a cidade o expoente máximo da intervenção humana no espaço para o transformar e adaptar às necessidades da vida em comunidade, constitui

sempre motivo de especial celebração quando o espaço público da urbe é recuperado e devolvido à fruição das pessoas. O novo Terreiro do Paço é um exemplo disso mesmo! Depois de um longo período de ausência de diálogo com o rio, de falta de articulação com a movida do Chiado e de ter

uma acentuada função utilitária e logística, o Terreiro do Paço transformou-se num lugar de excelência para o lazer, a criatividade e o desfrutar da

zona ribeirinha e de toda a sua envolvente. Culminando um processo amplo de requalificação levado a cabo pela Câmara Municipal de Lisboa, que incluiu o desviu das águas residuais para a ETAR de Alcântara, o fim da circulação automóvel da Rua do Ouro e da Rua da Prata e a renovação do espaço público, o Terreiro do Paço dispõe agora, fruto da iniciativa privada resultante do elevado potencial turístico e económico daquela área, de novas e melhoradas valências. Onde antes houve um estacionamento automóvel, tráfego automóvel em dois sentidos, utilização do edificado como instalações de ministérios e correios, existem agora lojas, restaurantes, esplanadas, florista, uma cervejaria, cafés e um bar. Paralelamente, o Pátio da Galé, totalmente remodelado, é um novo espaço para eventos e exposições e a nova sede da Associação Moda Lisboa. Em breve, abrirá também o “Lisboa Story Centre”, um centro de interpretação da história de Lisboa e, a médio prazo, o edifício anteriormente ocupado pelo Ministério da Administração Interna dará lugar a uma pousada. Desenvolvido pela Associação de Turismo de Lisboa e a Câmara Municipal de Lisboa, o projecto de reconversão da Ala Nascente abrange uma área superior a cinco mil metros quadrados e representa um investimento de dez milhões de euros, no âmbito do Plano Estratégico para o Turismo de Lisboa 2011-2014. Fruto de um processo que se iniciou com o fim do estacionamento automóvel e que culminou decisivamente na ambição actual de potenciar todas as naturais aptidões turísticas e de lazer do Terreiro do Paço, Lisboa ganhou mais um espaço de qualidade e excelência para ser desfrutado pelos habitantes da Grande Lisboa e por todos os turistas que nos visitam!Rui Paulo Figueiredo Presidente da Concelhia do PS de Lisboa

O Terreiro do Paço é das pessoas!

Oprimeiro vice-presidente da agora eleita comissão política concelhia do PSD de Lisboa é alvo de diversas investigações criminais.Ainda há poucos dias, o agora

dirigente laranja e presidente da Freguesia de São Domingos de Benfica foi acusado pelo Ministério Público do crime de ofensa à integridade física por ter alegadamente espancado o ex-autarca de Benfica, Domingos Pires.Por outro lado, a Procuradoria-Geral da República confirmou estar a decorrer um inquérito por Rodrigo Gonçalves ter recebido indevidamente subsídios de transporte pagos pela Assembleia Municipal de Lisboa com base em moradas desconformes com a realidade.De acordo com informações divulgadas na Comunicação Social, nomeadamente a revista Sábado, a justiça anda atrás do autarca de São Domingos por causa de um subsídio de 25 mil euros atribuídos a uma IPSS da sua Freguesia.

(Ver DESTAQUE, página 4)

> INVESTIGAçõES CRIMINAISos inquéritos do vice

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> REqUALIFICAçÃOnovo intendente A Câmara de Lisboa está a organizar um mês de Julho cultural no Largo do Intendente para marcar a requalificação da zona. Para isso, o município tem um programa de espectáculos às sextas e sábados durante todo o mês de Julho, que conta, entre outros com Boss AC, Lisboa Cantat, maestro Vitorino d’Almeida, Xutos e Pontapés e Camané.

> CARNIDE“cenas de Verão” As crianças e jovens de Carnide dos 6 aos 16 anos têm, entre 2 e 6 de Julho, a possibilidade de experimentarem as suas capacidades em diversas artes cénicas. O programa “Cenas de Verão” compreende laboratórios de corpo e de voz, atelier de dança e dramaturgia criativa, entre outras actividades.

> ACçÃO SOCIAL

Freguesia da sé iniciaapoio alimentar a freguesesA situação económica do País está a provocar o aumento de carenciados.

Por isso, a Junta da Sé inicia o programa de apoio alimentar a família da Freguesia.

Oadensar da crise económica e financeira que varre o País está a criar novas situa-ções de grande vulnerabilidade de sec-tores da população, que, até agora, con-seguiam satisfazer as suas necessidades. Necessidades que já se colocam no limiar da sobrevivência das famílias, com situa-

ções até de carência alimentar.Neste contexto, durante este mês de Julho a Junta de Freguesia da Sé inicia as primeiras entregas de bens de primeira necessidade, no âmbito do Programa Co-munitário de Apoio Alimentar a Carenciados, às 23 famílias daquela autarquia que enfrentam enormes vulnerabilidades. Estas famílias passarão a receber durante todo o ano de 2012 este apoio alimentar da Junta da Sé, cujo programa é possível devido ao proto-colo com Conselho Distrital de Lisboa do Instituto de Segurança Social.Este programa de apoio à população mais vulnerável surge depois do executivo da Sé já ter desenvolvido outras iniciativas. É o caso do protocolo de colabora-ção da autarquia com a Associação Mãos e Projectos, criando uma parceria que permite apoiar pessoas carenciadas da Freguesia com produto social Pingo Doce. Este programa realiza um diagnóstico da situação de carência e destina-se também a evitar a sobreposição de apoios. Com esta iniciativa, a autarquia afirma que pretende apoiar um maior número de pessoas, com produtos diferenciados dos já distribuídos no âmbito de outros programas.Por outro lado, no âmbito do evento “Mega Pic-Nic” realizado na Praça do Comércio, o Continente e os Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa dis-ponibilizaram alguns alimentos frescos à Junta de

Freguesia, que foram entregues à população carencia-da.Entretanto, a Freguesia da Sé tem contado com as “Tardes (Sé)niores em Movimento” com o objectivo de promover um envelhecimento digno e activo, no Lusitano Clube, local onde se mantém a exibição de um filme português, como acontecerá no próximo dia 28, e onde se celebra os aniversários dos eleitores da Freguesia.Para os mais novos, a Sé organizou a comemoração do dia Mundial da Criança para as crianças da Escola da Sé e do Patronato Nossa Senhora do Bom Conselho, promovendo uma sessão de cinema onde assistiram ao filme “Pular a Cerca”.

Bairro alto sem graffitis

> JUNTA DE FREGUESIA DA ENCARNAçÃO

Oexecutivo da Junta de Freguesia da En-carnação regozija-se com o facto de a Câmara Municipal de Lisboa ter reini-ciado a limpeza das paredes, sobretudo, do Bairro Alto.

De acordo com os autarcas, o reinício da limpeza de tags e graffitis na Freguesia é motivo de satis-fação, contribuindo para melhorar a qualidade de vida dos moradores, acabando com a prolife-ração de pinturas nas fachadas dos edifícios.Esta iniciativa municipal agrada aos autarcas locais, tanto mais que – como o Jornal de Lisboa tem divulgado – na opinião daqueles responsá-veis, os residentes do Bairro Alto sofrem enormes custos por viverem num local icónico de Lisboa. E um desses custos é a continuada proliferação de esplanadas que, de acordo com o executivo local, “não cumprem regras e ocupam lugares de estacionamento de moradores”.Entretanto, para o executivo da Encarnação, a marcha do Bairro Alto “está definitivamente no pelotão da frente, fez bonito na Avenida com uma coreografia muito complexa e original”, garan-tindo o 4º lugar. Noutra vertente, o encerramento das actividades do projecto “Envelhecimento Ac-tivo”, foi marcado por um conjunto de iniciativas, destacando-se as apresentações de música e re-presentação teatral e “uma almoçarada” para os utentes deste programa da Junta da Encarnação, que contou com a colaboração do Lisboa Clube Rio de Janeiro.

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> FISCALIDADEProprietários contra aumento do imiA Associação Nacional de Proprietários (ANP) instou o Governo a recuar no aumento a triplicar do IMI a aplicar a lojas, escritórios e andares vagos há mais de um ano. Os proprietários consideram que este aumento é resultado de “voracidade fiscal” e sentem-se “espoliados”. JULHO12

Lapa e parceiros aderemao Zero desperdício contra a Fome

> SOLIDARIEDADE

A política de apoio da Junta da Lapa aos residentes alarga-se ao

projecto “Zero Desperdício contra a Fome”. Com a Freguesia a

contar com a participação de parceiros locais.

AJunta de Freguesia da Lapa tem apostado em projetos que visam promover a qualidade de vida dos seus moradores e apoiar os mais carenciados, dando designadamente espe-cial atenção às necessidades

mais básicas dos fregueses. Neste sentido, a autarquia apostou na participação no projec-to “Zero Desperdício”.Assim, a Junta da lapa tem angariado refei-ções que são doadas às famílias que se encontram em situação de carência económica grave e que necessitam de apoio ali-mentar. Este apoio tem permitido que estas famílias tenham agora uma nova esperança e um novo ânimo para lutarem por uma vida melhor. Diariamente, a autarquia entrega cerca de 30 refei-ções, disponibilizadas pela Assembleia da República

e pelas Oficinas de S. José. Este programa funciona na Lapa desde Abril passado, mês em que foram distribuídas 505 refeições, en-quanto em Maio foram entregues a residen-tes na autarquia mais de 630 refeições. A par deste apoio, as famílias têm beneficiado de um acompanhamento social em áreas im-portantes para a sua autonomização, como a procura activa de emprego e a gestão do or-çamento familiar. Desde meados do mês de Junho, a Junta da

Lapa conta com mais um par-ceiro no “Zero Desperdí-cio”. Assim, o restaurante

“Chef” dôa refeições confe-cionadas que são entregues aos mais carenciados, por

uma equipa da Junta de Fre-guesia da Lapa e do Projeto

SolSal. A adesão desta verda-deira instituição a Freguesia da Lapa a este projeto permite

que um número maior de fa-mílias beneficie de apoio ali-

mentar.

PDM: OS ARAUTOS POR DIOgO DE BASTOS

>> Deputado Municipal AML

Em Lisboa, a “máxima da moda” parece ser a de se imputar ao PSD na AML um pretenso bloqueio na emissão de pareceres por parte das 4ª e 5ª Comissões Permanentes (CP) relativamente à Proposta de revisão do PDM (recebida na AML no final de Setembro de 2011).

1. Como bem sabem os arautos da máxima, mas omitem, em ambas as CP têm assento deputados de todos os Grupos Municipais, bem como deputados Independentes, num total de 16 membros por CP, 32 no total.

2. As deliberações das CP, na falta de consenso, são tomadas por maioria, sendo que o PSD não tem maioria absoluta em qualquer CP, argumento que, de per se, faz desmoronar a atoarda, ao que se pode juntar o argumento de ambas as CP (presididas, uma pelo PS, outra pelo PSD) terem emitido os seus pareceres, no início de Junho, com poucos dias de diferença.

3. O PDM é um instrumento urbanístico composto por largas centenas de páginas de conteúdo técnico, resultado de cerca de 10 anos de trabalho, e que requereu um esforço de análise notável, diria mesmo hercúleo, por parte dos membros das CP, aos quais dou o meu apreço, independentemente dos diferentes posicionamentos políticos, por não prescindirem do pensar e não se deixarem condicionar pelo bas-fond da demagogia.

4. As CP, aquando da chegada do PDM à AML, tinham já para análise um conjunto de propostas complexas a que a CML conferia especial importância, como sejam o PP do Parque Mayer, PU do Vale de Stº António, ou o PP do Aterro da Boavista Nascente, entretanto todos já aprovados e publicados em Diário da República, sem necessidade de qualquer novo PDM aprovado.

5. O Vereador Manuel Salgado, acompanhado por um conjunto de técnicos municipais, procedeu à apresentação do PDM às CP no período compreendido entre Novembro de 2011 e Fevereiro deste ano.

6. O PDM depende, intrinsecamente, de 3 regulamentos subsidiários, tendo o ultimo dado entrada na AML em Junho (aprovado na CML em 30.05.2012).

7. E se dúvidas houvesse sobre a inocuidade da máxima, basta atentar nos insuspeitos elogios, merecidíssimos aliás, proferidos no Plenário da AML de 19 de Junho, à forma empenhada e competente com que o deputado do PSD, João Serra, presidiu aos trabalhos da 5ª CP, elogios oriundos de espectros tão distintos como o dos deputados Independentes eleitos pelo PS ou o do Bloco de Esquerda.

8. O à-vontade da parlapatice é tal que, dramatizando, há quem clame que na AML estão 7 Planos de Pormenor pendentes de aprovação. Erram só quase pela metade: estão pendentes 4.

FREGUESIA DA MADALENA IDOSOS EM féRIAS A primeira quinzena de Julho é época de férias para a população mais velha da Freguesia da Madale-na. Cerca de meia centena de idosos da Mada-lena contam com a colónia de férias que a Junta local organizou especificamente para aquela faixa populacional. Entre os dias 2 e 11 de Julho, a Junta da Madalena organiza a colónia de férias para os se-niores que podem ser acompanhados por crianças que sejam seus familiares, passando as manhãs na praia do Tamariz, no Estoril. No último dia, realiza--se um almoço convívio para encerrar o período de férias. Para os mais novos, a Junta da Madalena vai proporcionar às crianças da Freguesia participarem no Festival Panda, contando com a colaboração do Bombeiros Voluntários, que asseguram o transporte das crianças. Entretanto, chegou ao fim o arraial dos Santos Populares, organizado pela Junta da Mada-lena, no Campo das Cebolas, que contou com a participação de muitos residentes, que beneficiaram de animação durante cerca de um mês.

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> FéRIAS

anjos levam crianças à praia

> SANTOS POPULARES graça organiza marchas infantis

Aacção praia-campo para as crian-ças da Freguesia dos Anjos rea-liza-se na primeira quinzena de Agosto. Concretamente, os mora-dores mais novos dos Anjos “vão a banhos” entre 30 de Julho 3 10 de Agosto, marcando duas semanas

de puro divertimento para as crianças da Fre-guesia, sendo conciliadas as idas à praia com as tardes no campo. Por outro lado, e apostando numa vertente mais cultural, serão também re-alizadas visitas a museus e locais de interesse di-dáctico para os infantes dos Anjos.Por seu lado, a acção praia-campo sénior, voca-cionada para as pessoas com mais de 55 anos de idade, realizar-se de 3 a 7 de Setembro. Também nesta acção haverá um encontro entre as idas à praia da parte da manhã e os passeios e convívio no campo e também na cidade. As inscrições es-tão abertas durante o mês de Julho. Entretanto, a Junta dos Anjos promoveu a festa de final de mais um ano lectivo da USENA, que

se realizou no passado dia 18 de Junho. Esta ini-ciativa contou com a presença e participação de vários alunos, não só da USENA como de outras Universidades. Esta foi uma actividade diferente e dinâmica onde se partilhou o trabalho desen-volvido durante o ano lectivo, provando que não há limite de idade para dar, receber e aprender. Com um diversificado leque de actuações, des-tacam-se a participação do Grupo de Teatro, do Grupo de Violas, Canções da Aula de Espanhol, Grupo de Cantares, Dueto Musical, Momento Poético do Centro de Dia Nª Sra. dos Anjos da SCML, Grupo de tai-chi e Grupo de Cavaqui-nhos. Por outro lado, tendo em conta a neces-sidade de apoio das famílias, no que se refere a apoio para as crianças emférias, a Junta dos An-jos tem a funcionar, desde o passado dia 18 de Junho a Componente de Apoio à Família (CAF) , proporcionando às crianças o desenvolvimento de várias actividades lúdicas e também cultu-rais, permitindo a estas crianças ter umas férias divertidas e didácticas.

A Freguesia dos Anjos desenvolve actividades de verão para a população

loca. Na primeira quinzena de Agosto, as crianças têm férias na praia

> IGUALDADEcmL dá sede para direitos das mulheresA Câmara de Lisboa atribuiu instalações à Plataforma para os Direitos das Mulheres, entregando as chaves do Centro Maria Alzira Lemos àquela instituição. O Centro Maria Alzira Lemos é o primeiro ninho de associações no país na área da Igualdade e dos Direitos das Mulheres, promovendo sinergias e objetivos partilhados entre entidades da sociedade civil. JULHO12

Como um dos mais característicos e típi-cos bairros de Lisboa, as celebrações dos Santos Populares têm uma enorme rele-vância na Freguesia da Graça.Para além dos festejos dos Santos Popu-

lares, a Freguesia da Graça realiza diversas acti-vidades lúdico-culturais, nas quais se destacam as marchas infantis. Neste contexto, a Junta da Graça, organizou, no passado dia 24 de Junho, no Pavilhão Municipal da Graça, o já tradicional en-contro de Marchas Infantis. Esta é uma iniciativa que conta com grande adesão da população da Freguesia, mas também de outras autarquias. As-sim, para além da marcha infantil da Graça, este evento contou ainda com as marchas infantis da Freguesia de Santa Engrácia, da Voz do Ope-rário e da Freguesia da Penha de França. Ainda especificamente para a população mais nova da Freguesia, a Junta da Graça organizou a come-moração do Dia Mundial da Criança e, como é já tradição, a autarquia da Graça proporcionou um dia diferente às crianças do bairro, com várias actividades que decorreram no jardim da sede da Junta e que tiveram enorme adesão.

Entretanto, realizou-se mais uma edição da Feira do Antigamente, no Jardim da Graça, um evento organizado pelas crianças da Escola Natália Cor-reia e que contou com muita animação dos alu-nos daquele estabelecimento de ensino.Destinando-se à população mais velha da Fre-guesia, da Junta promoveu mais uma acção or-ganizada pela PSP, em colaboração com a Jun-ta local, através do Programa Policiamento de Proximidade da 11ª Esquadra e subordinada ao tema: “Férias em Segurança”. Uma actividade dirigida a toda a população, em especial à mais idosa, e que teve como objectivo a prevenção de assaltos a residências nomeadamente na época das férias balneares.

A PAlAvrA de deus

Bendito o povo que tem o Senhor por seu Deus.

Bendita a sua prosperidade, não faltará ouro e prata e a sua alma se saciará de alimento.Benditos aqueles que confiam no seu

Senhor e não seguem os caminhos dos seus corações mas sim escutam o

seu concelho.Benditos todos os que não fazem do dinheiro o Deus do mundo, mas que são fiéis ao Senhor de toda a existência.Benditos os políticos que servem o povo, não a si próprios, nem fazendo da sua fazenda a sua panela.Bendito o político que lava os pés do seu povo, pois Jesus lavou os pés dos seus discípulos.Bendito o que serve de coração limpo. O Senhor conhece os corações e o louvará.Bendito todo o que humilha os soberbos e protege os povos, Deus o resguardará.Bendito todo o político que caminha após o Senhor, que o segue e executa seus mandamentos de misericórdia e compaixão.Bendito todo aquele que protege o pobre, o órfão, a viúva, e o estrangeiro em terra que não é sua, pois todos são peregrinos nesta terra perante o Senhor.Bendito todo o político que mostra zelo no seu trabalho, pois também o Senhor vem ardendo de longe em furor pelo zelo de seu Santo Nome e de sua Santa Palavra, pois Ele zela por ela para a fazer cumprir, e será cumprida.Bendito todo o que se mostrar guardião dessa Palavra, o Senhor o louvaráBendito será um povo que se deixe conduzir por um político santificado e amado do Senhor DeusBendito o que fita a justiça e guarda o juízo perfeito e profundo do Senhor.Bendito o que faz da fé o seu guia e não baixa os braços com a tristeza e as trevas que caminham no mundo.Mas ai do que se esquece do Deus de toda a salvação e não se lembrou da rocha da sua fortaleza.Ai da multidão dos grandes povos que bramam como os mares e do rugido das nações que rugem como impetuosas águas.Bem rugirão, mas o Senhor as repreenderá, e fugirão para longe. E ao anoitecer, haverá pavor, e antes que amanheça, elas não serão. Esta é a parte daqueles que nos despojam e a sorte daqueles que nos saqueiam. Pelo que a abundância que juntaram e o que guardaram será levado, porque se secou o feno, e definhou a erva, e não há verdura alguma. Ismael Ferreira Membro da Assembleia Metropolitana de Lisboa do PSD

Serviço da Fé

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> MARCHAS POPULARES

santos em campolideA Freguesia de Campolide voltou a viver as tradições populares. O regresso da

autarquia às marchas de Lisboa marcou as festas dos Santos populares.

DESAFIOSPARA LISBOA

A restauração do Terreiro do Paço

Foram diversas as intervenções no Terreiro do Paço, até que os lisboetas se apropriassem desta praça simbólica, considerada por alguns das mais belas do mundo.Entretanto acabaram de abrir na ala nascente mais

5 restaurantes, uma discoteca e uma florista. Já existiam na ala poente 3 restaurantes e uma gelataria.

No entanto, ao longo dos últimos 20 anos diversos documentos estratégicos ou programas eleitorais foram falando da importância da divulgação da Baixa Pombalina num núcleo museológico descentralizado e instalado no Terreiro do Paço, que deveria ser um dos núcleos temáticos do Museu da Cidade que, entretanto, tarda em modernizar-se.Com a excelente exposição efectuada em 2008, do plano de reconstrução de 1758 à revitalização do Séc. XXI, ficou um embrião que poderia dar origem a esse museu, que deveria ainda alargar-se à temática da sismologia em rede com outras cidades. O mesmo é lembrar a preparação da proposta de classificação da Baixa como Património Mundial, galardão que ironicamente S. Luis de Maranhão ganhou porque apresenta, segundo a Unesco. “... seu desenho urbano original no centro histórico e o seu conjunto “.Assim, tarda a Lisboa em potencializar “ a modernidade urbanística” desta malha urbana o que estamos certos, aumentaria o turismo cultural.João Pessoa e Costa

Mais LisboaA redescoberta do Terreiro do Paço como praça viva

da cidade é uma boa notícia e um sinal. Vale pelo modo como se começou recentemente a olhar a cidade, tornando-a mais agradável, mais disponível para ser usada, mais próxima de

quem a sente como coisa sua; mas também mais atrativa e mais envolvente para quem nos visita. E

não podemos esquecer o que Lisboa representa como destino turístico. Lisboa precisa de mais iniciativas como esta para o seu centro se anime e a revitalização da Baixa possa ser não um desejo mas uma realidade. O que se fez no Terreiro do Paço é bom e deve ser continuado. Nas suas envolventes e nas áreas que com ele podem ser factores de revitalização da Baixa. Como o Parque Mayer, o eixo Campo das Cebolas-Santa Apolónia e o aterro da Boavista. Aos poucos Lisboa vai ficando mais bonita e mais agradável e isso é bom para a cidade e para quem nela vive e trabalha; e também para quem nos visita. Leonel Fadigas

JULHO12

> SEGURANçAVideovigilância em preparaçãoO projecto de videovigilância para a Baixa de Lisboa recebeu mais 20 câmaras para chegar à Alameda D. Afonso Henriques, subir ao Chiado e ao Largo do Carmo, onde se liga ao Bairro Alto, de acordo com o vereador Manuel de Brito.

Na comemoração dos 80 anos das Marchas Populares e sob o lema ‘Um Sonho de Futuro’, a marcha de Campolide voltou a arrastar multidões de apoiantes entusiás-ticos e a exibir, no Pavilhão Atlân-tico e na Avenida da Liberdade

na noite de Santo António, a “garra, o orgulho e o empenho” que tantos residentes na Freguesia continuam a colocar nesta participação na gran-de Festa da cidade de Lisboa e no renovar de tra-dições antigas que continuam a mobilizar, refere o executivo local. As centenas de fregueses, que exibiram as faixas e os cachecóis de Campolide, participaram na celebração dos 80 anos das Mar-chas de Lisboa, e galvanizaram a “Esperança e a Confiança num Futuro” para lá da difícil situação económica e social que o país atravessa actual-mente, e ajudaram a erguer bem alto os arcos alusivos ao Aqueduto das Águas Livres, ex-libris da Freguesia. Os marchantes de Campolide bate-ram-se com dignidade e demonstraram o amor à camisola, a satisfação pura da participação, o espírito de entrega e carinho pela Freguesia que

leva ao envolvimento de tantas pessoas – 24 pares de marchantes, padrinhos, ensaiador, composi-tor, figurinista, os músicos do cavalinho, costu-reiras, os voluntários que fabricaram os arcos e adereços – durante mais de dois meses de intensa dedicação, nomeadamente nos ensaios que mais uma vez decorreram no pátio do Liceu Francês, a cuja direcção renovamos o nosso agradecimento.Por outro lado, com a colaboração do Sport Lis-boa e Campolide, a Junta local promoveu a orga-nização de um grande arraial ao longo de todo o mês de Junho, com um cartaz em que pontua-ram, entre outros, Vitorino e os Homens da Luta, para comemorar os Santos populares.Durante esta iniciativa, realizaram-se bailes, ou-viram-se grupos de música popular, houve teatro de revista, declamou-se poesia e fez-se comédia, além de se cantar e dançar o fado em ritmos de quizomba e funaná. A dança cigana também es-teve em cartaz, assim como a dança contempo-rânea, e ritmos e sonoridades diferentes, como as de Voodoo Marmelade ou P’la Guita, para além do Coro da Associação de Reformados de Pensio-nistas de Campolide.

SÃO NICOLAU VOLUNTARIADO SéNIOR O Voluntariado Sénior é uma das apostas da Junta de Fre-guesia de São Nicolau para combater o isolamento, desenvolver laços de sociabilidade e dar mais vida aos anos dos que, por força da idade, como alguém dizia, “o tempo parece pesar mais no coração do que no corpo”. Este projecto, que foi notícia na Comunicação Social, designadamente na informação da RTP, faz parte também da rede que está atenta aos sinais de solidão do idoso em risco, em virtude de, na Baixa, a população mais velha viver em prédios semi-devolutos e em situação de isolamento físico e afectivo. A Junta de Freguesia de São Nicolau tem já concluída a monitorização destes casos, pelo que esta rede de voluntariado permite levar mais facilmente e da melhor forma o apoio que necessita esta população e que reside há muitas décadas na Baixa e que, através da visita de outros moradores com melhores condições de mobilidade, trocam as suas memórias e revivem as suas vivências.

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As Ambiguidades do Parque das Nações

POR JOãO gONçALVES PEREIRA

>> Deputado do CDS/PP

Crise de qualidadePOR LUíS MIgUEL LARChER

>> Professor Universitário

OCDS-PP de Lisboa congratula-se pela aprovação, no passado dia 1 de Julho, na Assembleia da República, da nova Freguesia do Parque das Nações. Aliás, fomos o primeiro Partido Político a defender a sua criação. O empenho que o CDS tem dedicado ao Parque das Nações é fruto de uma aspiração legítima dos residentes e comerciantes de uma zona da Cidade que foi motivo nacional de afirmação e

orgulho na EXPO98.Infelizmente o PS e o PSD, em alguns casos por razões diferentes, têm contribuído para o atraso e a confusão da Gestão Urbana da futura Freguesia do Parque das Nações. Primeiro, PS e PSD, fruto das muitas pressões vindas dos Paços do Concelho lisboeta, fizeram aprovar um Projecto de Lei que atribuía território de Lisboa a Loures e algum território de Loures que não devia ser transferido para Lisboa. Na proposta do CDS, rejeitada por PS e PSD, os limites da nova Freguesia do Parque das Nações estavam correctos!Depois, como a pressa é inimiga da perfeição, PS e PSD esqueceram-se de pedir os pareceres à Câmara Municipal e Juntas de Freguesia de Loures e que são obrigatórios para a deliberação de transferência de território, o que, como o Constitucionalista Jorge Miranda veio denunciar, pode implicar a inconstitucionalidade da decisão parlamentar.Agora, a Câmara Municipal de Lisboa, que tem uma avultada dívida à Parque Expo, vem manifestar-se indisponível para receber a gestão urbana do Parque das Nações, excepto se existirem contrapartidas financeiras do Governo. É bom recordar que quer Lisboa, quer Loures, recebem desde sempre as receitas fiscais provenientes de IMI, IMT, Derrama, assim como de várias taxas e licenças.Em Agosto do ano passado, a Ministra Assunção Cristas anunciou a extinção da empresa Parque Expo, tendo em Setembro a Empresa iniciado os contactos com os Municípios de Lisboa e Loures para a transferência da gestão urbana. Em Janeiro, ambos os Municípios receberam a calendarização da transferência da Gestão Urbana e continuaram as reuniões técnicas até à presente data.Terminada a EXPO98, a empresa Parque Expo devia ter tido logo encerrada, uma vez que os municípios de Lisboa e Loures ficaram amputados de uma parte considerável dos seus territórios e cuja tutela permaneceu a cargo de terceiros. Se Lisboa a 1 de Julho não exercer as responsabilidades de gestão urbana, teremos o absurdo, de em pleno Sec. XXI, os moradores do Parque das Nações, mais de 20.000 pessoas, deixarem de ter recolha de lixo ou manutenção de jardins e parques infantis. Onde é que a Câmara de Lisboa aplica as receitas fiscais (IMI, IMT, Derrama,…) resultantes dos impostos pagos pelos moradores e comerciantes do Parque das Nações? E quem tem suportados os custos da gestão urbana do Parque das Nações? Todos os contribuintes do País. É justo?Mas alguém acredita que a Câmara de Lisboa não tem os técnicos e os meios para garantir a gestão urbana do Parque das Nações?Loures já assumiu a tutela do Parque das Nações a partir do dia 1 de Julho. Lisboa rejeita essa obrigação e vota irresponsavelmente o Parque das Nações ao abandono!

gostaria, francamente, que nesta crise oportunidade fosse sinónimo de qualidade. Se a crise se reduzir a um problema financeiro e económico – o que já é muito – significará que não se procurarão as causas ou razões da crise, e que muito tem a ver com a falta de qualidade de muitos dos intervenientes nos diversos sistemas da sociedade portuguesa. E a falta de qualidade interfere directamente no tipo de democracia que vivemos.

Assumirmos que a bondade e a maldade do nosso sistema político e da qualidade da democracia que vivemos está nos partidos políticos e nas suas práticas e hábitos é justo. Da mesma forma que o multipartidarismo enriquece e sustenta o sistema democrático, a falta de qualidade de muitos dos seus membros e a vida interna e hábitos dos partidos está a minar e a destruir a democracia. Se o exercício do poder não for uma oportunidade para o País, para a melhoria da qualidade e das condições de vida, mas uma oportunidade para uma longa lista de militantes que esperam o prémio à sua persistência e lealdade, a sociedade portuguesa terá como governantes e funcionários públicos os que podem e querem e não os que devem, pela sua preparação e competências técnica e científica.O princípio uma pessoa um voto, na vida interna dos partidos e que se reflecte na entrada em comissões políticas, entradas nos executivos camarários ou empresas municipais e nos diversos níveis hierárquicos do governo e da administração pública, dá lugar ao princípio uma pessoa um sindicato de votos. E este é um poder de facto e multiplicador de influência e nomeações.A democracia torna-se uma ilusão do poder popular quando se sustenta em práticas de poder pessoal e influência partidária. São estas pessoas, incompetentes mas com currículos de cargos públicos brilhantes, que estão na base da visão negativa da função pública e da falta de qualidade do sistema produtivo nacional, por permitirem que os contratos com as empresas seja feito em base de conhecimentos e interesses pessoais e não por mérito ou qualidade. Aumentar os impostos e reduzir salários são um instrumento que já atingiu o seu limite e se reflecte no sacrifício dos portugueses, agora resta mudar de comportamentos. O grande peso na dívida é o da incompetência e não o dos empregos, públicos ou privados. A irresponsabilidade, o abuso de poder, a corrupção, a falta de visão do bem comum e do futuro, são fruto da incompetência e da inimputabilidade e causas da crise. Há coragem para mudar?

Um relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde revelou que há cada vez mais doentes a abandonar os tratamentos por falta de dinheiro e que não conseguem comprar medicamentos.O Governo contesta o relatório, e quer fazer-nos crer que tudo é mentira. Mas o aumento galopante das taxas moderadoras, o desconhecimento do país real com a falta de apoio para o transporte de doentes, os números assustadores do desemprego e os cortes

salariais, desmentem rapidamente este governo que desta forma está a dificultar o acesso à saúde de muitos portugueses.O título deste relatório é claro: “Crise & Saúde - Um País em Sofrimento”. Basicamente analisa com detalhe os efeitos da crise e das medidas tomadas no âmbito do memorando de entendimento com a troika no sector da saúde e deixa-nos alguns alertas que deveriam levar o governo a mudar de políticas.Fala-nos de um provável cenário de “racionamento implícito” nos serviços públicos de saúde que faz com que os decisores sejam pressionados por um

JULHO12

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Relatório e Contas de 2011 da CML rejeitados na Assembleia Municipal

POR MODESTO NAVARRO

>> Deputado Municipal do PCP na Assembleia Municipal de Lisboa

Um País em sofrimentoPOR MARCOS Sá

>> Membro da Comissão Política Nacional do PS e Diretor do Jornal “Acção Socialista”

Em 2011, a situação financeira do Município continuou difícil e com um passivo ameaçador. A reabilitação urbana marcou passo. A realidade ficou mais inquietante, face a uma proposta de Plano Director da Cidade que visa compactar a cidade e dar mais alento ao negócio e à especulação, sem ter considerado a Carta Estratégica e as propostas de comissões da Assembleia Municipal. O estado dos pisos das ruas e avenidas, das vias e passeios não melhorou em 2011, antes pelo

contrário. O trânsito e o estacionamento só não foram piores porque a crise e o aumento dos preços da gasolina e do estacionamento ajudaram pela negativa. Os bairros municipais foram alvo de dezenas de estudos e regulamentos, mas, no terreno, pouco ou nada foi feito para resolver os problemas que afectam os moradores. A limpeza urbana e a lavagem das ruas pioraram. Os equipamentos municipais, nomeadamente os desportivos, degradaram-se ou ficaram mais um ano encerrados, de que são exemplos o Pavilhão Carlos Lopes e as piscinas dos Olivais, Campo Grande e Areeiro. A maioria PS na Câmara Municipal não resolveu os problemas da cidade em 2011 e seguiu o caminho de atacar os direitos dos trabalhadores do Município e das empresas municipais, também na preparação de privatização de sectores importantes que só não avançou porque os trabalhadores se mobilizaram e estiveram contra, entre outras circunstâncias desfavoráveis. Chamamos a atenção para o que tem acontecido no Departamento de Reparação e Manutenção Mecânica, na Divisão de Manutenção, que foi objecto de um abaixo-assinado entregue na Assembleia Municipal.Nós estivemos contra as Grandes Opções, o Plano de Actividades e o Orçamento para 2011 e dissemos na Câmara Municipal e na Assembleia que aquelas coisas fantásticas do Fundo de Investimento Imobiliário e da venda da rede de saneamento em baixa à EPAL eram propaganda e falácias para marcarem a ausência de medidas para os problemas reais de Lisboa. A taxa de execução do plano de actividades foi de 49% e do Plano Plurianual de Investimentos foi de 27,6%. Tudo isto é claro e, sobretudo neste último caso do PPI, lamentável.

Propaganda e ineficáciaO fracasso desta política de fuga às realidades e às necessidades das populações das freguesias e bairros de Lisboa prosseguiu em 2011. Só não foi maior porque o trabalho positivo de juntas de freguesia e de associações locais acompanhou

muitas vezes a resistência e a luta dos trabalhadores e das populações contra as medidas destruidoras deste governo PSD/CDS-PP, na saúde, na educação, na habitação, nos transportes e noutras áreas fundamentais para a qualidade de vida na cidade. Cidade que foi e é afectada pelo desemprego sempre crescente, pela instabilização diária em questões essenciais de sobrevivência e de dignidade humana.Não vimos a maioria PS na Câmara pôr-se ao lado das populações e dos trabalhadores de Lisboa, na defesa dos seus direitos ameaçados, no combate à destruição do que resta quanto à segurança familiar e quotidiana e ao futuro da cidade e do país.A maioria PS entreteve-se em altos planos e voos, desde a planificação urbana no papel à internacionalização de nada e de coisa nenhuma, sempre em declarações de que agora é que vai ser descoberta a pólvora, e não era, nem nunca foi. Porque a actividade autárquica é outra coisa, não vive de ilusões nem de manipulações para a comunicação social e adjacências. Vive sim da actividade concreta nas áreas concretas, e não de propaganda e de receitas extraordinárias que nunca chegaram, na incapacidade para enfrentarem as dificuldades e de investirem o que era possível em projectos necessários à cidade.Entretanto, a inventariação do património vai patinando ano após ano. Até o fundo de emergência social ficou a zero em 2011; metade do orçamento proposto era virtual e, na certificação legal de contas, a maioria dos saldos e das demonstrações de resultados não mereceram a validação integral. Quanto às empresas municipais, há um débito de transferências de cerca de 30 milhões de euros, numa situação de passivos anteriores que urge clarificar.Nós não estamos cegamente contra as empresas municipais e entendemos que, quando são instrumentos úteis, operacionais, efectivos e transparentes, podem servir o município e a cidade positivamente, contribuindo para a resolução de problemas locais e das populações.E por aqui nos ficamos, nesta ineficácia da maioria PS na Câmara Municipal e na triste realidade de 2011, agora ainda mais agravada por um projecto de Lei de arrendamento urbano que é de despejo e de pesadelo para milhares de moradores em Lisboa e no país e que urge combater, porque também pretende atingir fortemente o comércio, as empresas e as estruturas associativas na cidade.

JULHO12

clima de intensa contenção de gastos tomem decisões que limitam a prestação de cuidados de saúde necessários. O relatório critica as taxas moderadoras, chamando a atenção para o facto de afinal se tratarem de pagamentos no acto da prestação dos cuidados, não se compreendendo como é que as pessoas podem ser obrigadas a pagar taxas moderadoras que verdadeiramente não o são.A baixa de preços de medicamentos é outro dos temas abordados e que merece mais um alerta ao Governo pois existem sinais claros relativos à diminuição da acessibilidade aos medicamentos por parte dos doentes, associada ao seu

empobrecimento. Tudo isto o Governo não vê nem reconhece, mas agradecem-nos a santa paciência.Hoje há quem evite ir ao médico por falta de dinheiro e há quem se veja obrigado a contar o dinheiro da reforma para poder recorrer aos cuidados mínimos de saúde. O País está verdadeiramente em sofrimento.Será que o Ministério da Saúde pode analisar rapidamente os efeitos da crise na saúde, e estabelecer novas estratégias para os contrariar? Ou será que o Senhor Ministro da Saúde duvida que o país esteja em sofrimento!?

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ficha técnica Director francisco Morais BarrosEditor colunas de Opinião - comunicação Unipessoal, Lda.

R. D. Estefânia, nº 177, 2º C, 1000-154 Lisboa PortugalJornalista Estagiário antónio Serrano costa

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Oapoio à população mais vulne-rável e com maiores carên-cias socioeconómicas tem sido uma aposta da Junta do Alto do Pina, como salienta

o presidente da autarquia, Fernando Braamcamp. Neste sentido, o executivo daquela Junta celebrou um protocolo com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para que a assistente social afecta à Freguesia do Alto do Pina passe a exercer a sua actividade nas instala-ções da sede da autarquia. Assim, a assistente social a quem compete fazer o acolhimento social da população da Freguesia, exerce as suas funções na sede da Freguesia, de-

signadamente o chamado atendimen-to de primeira linha, recebendo os

moradores e encaminhando-os ou solucionando as questões em cau-sa. Função de grande relevância é o desenvolvimento do programa

do Rendimento Social de Inserção, acompanhando as pessoas e verifi-

cando o cumprimento das acções que os beneficiários daquele subsídio têm de executar. Entretanto, a marcha da Freguesia do Alto do Pina ganhou, pela segunda vez consecutiva, o primeiro prémio da Marchas de Lisboa. Uma vitória que pre-meia o figurino, as letras, músicas e coregrafia da marcha do Alto do Pina.

> PROTOCOLO COM A MISERICÓRDIAalto do Pina “ganha” assistente socialA Freguesia passa a ter uma assistente social na sede da autarquia.

Entre 30 de Julho e 10 de Agosto a Junta de Freguesia da Sé organiza, com a colaboração da Câmara de Lisboa, mais uma edição da praia-campo infância e praia--campo jovem, nas quais 43 crianças dos 6 aos 12 anos

e 11 jovens dos 13 aos 17 anos terão a oportunidade, acompa-nhados de 8 monitores e 1 coordenador qualificados, de des-frutar de duas semanas de praia na linha do Estoril e várias actividades lúdico-culturais, como visitas a museus e locais muito divertidos na área da Grande Lisboa.

SÃO JOÃO DE BRITO ANO “APOTEóTICO” O executivo da Junta de Freguesia de São João de Brito organi-zou um “espetáculo apoteótico” para celebrar o encerramento do ano lectivo das actividades da acção social daquela autarquia.De acordo com membros do executivo local, “somos uma das Freguesias com mais actividades no país, já que anualmente levamos a efeito muitas centenas de actividades sociais, culturais, pedagógicas, cognitivas, lúdicas, numa dinâmica de acção social consentânea com os tempos actuais, onde muitas centenas de pessoas participam dos 50 aos 97 anos com um espírito muito jovial e activo”.

FREGUESIA DA LAPA SABER “SER PAIS” O papel dos pais na relação com os filhos, a comunica-ção entre pais e filhos, a importância do envolvimen-to dos pais na vida escolar dos filhos e a educação com amor são alguns dos temas da 2ª edição dos Encontros para a Promoção da Família. Os Encontros para a Promoção da Família são dinamizados pelo Projeto SolSal, em parceria com a Junta de Freguesia da Lapa, onde participam famílias com menores a cargo, apoiadas pelas duas entidades. Nesta 2ª edi-ção foram desenvolvidas actividades que promovem o exercício de uma parentalidade saudável e poten-ciam interações positivas entre pais e filhos.

> FREGUESIA DA Sé crianças em férias

Miguel Relvas gosta muito de Fernando Seara. Foi o próprio ministro quem o disse publicamente. Mas isso é razão suficiente para o ainda autarca de Sintra ser candidato à Câmara de Lisboa?

Mauro Xavier, quem o conhece, reconhece-lhe qualidades. Venenosamente, há quem diga que a sua grande qualidade política é ser amigo de Miguel Relvas. Isso é suficiente para ser presidente da concelhia de Lisboa do PSD?

Pé de PáginA

PROJECTO PESSOAL DE PODER

POR fRANCISCO MORAIS BARROS

Omais que previsível resultado das eleições para a comissão política concelhia do PSD de Lisboa é um importante passo para a consolidação do projecto de poder pessoal que alguns militantes laranjas cerzem e

alimentam há anos.Depois desta conquista e de se terem estabilizado em autarquias do concelho e do distrito, o próximo passo é, literal e inapelavelmente, tentar calar e

marginalizar os que se opõem a quem domina a concelhia de Lisboa. As eleições autárquicas vão ser o trampolim para que este projecto pessoal de poder emirja do nível local/distrital para o nacional.Conquistadas as Freguesias e as Câmaras, estes “patriotas” vão atirar-se como gato a bofe às estruturas nacionais. Do PSD. E do País.

Santo António Costa

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