JEAN-PAUL SARTREJEAN-PAUL SARTRE

19051905 – Jean-Paul Sartre nasceu em Paris, a 21 de – Jean-Paul Sartre nasceu em Paris, a 21 de junho.junho.19071907 – Morte de seu pai: Muda se para a casa da – Morte de seu pai: Muda se para a casa da avó materna, em Meudon; retorna a Paris quatro avó materna, em Meudon; retorna a Paris quatro anos depois.anos depois.19241924 – Sartre matricula-se na Escola Normal – Sartre matricula-se na Escola Normal Superior, em Paris. Superior, em Paris. 19361936 – Publica – Publica A Imaginação A Imaginação e e A Transcendência A Transcendência do ego.do ego.19381938 – – Publica Publica A Náusea.A Náusea.19431943 – – Publica Publica O Ser e o Nada.O Ser e o Nada.1945 –1945 – Sartre cria e passa a dirigir junto a Ponty a Sartre cria e passa a dirigir junto a Ponty a revista revista Tempos ModernosTempos Modernos..

Sempre encarando a literatura como meio de Sempre encarando a literatura como meio de expressão legítima de suas crenças filosóficas e expressão legítima de suas crenças filosóficas e políticas, escreve livros e peças teatrais que tratam políticas, escreve livros e peças teatrais que tratam a respeito das escolhas que os homens tomam a respeito das escolhas que os homens tomam frente às contingências às quais estão frente às contingências às quais estão sujeitos.Entre essas obras destacam-se a peça sujeitos.Entre essas obras destacam-se a peça Entre Entre Quatro ParedesQuatro Paredes (1945) e a trilogia (1945) e a trilogia Os Os caminhos dacaminhos da LiberdadeLiberdade composta pelos romances composta pelos romances A idade da razãoA idade da razão (1945), (1945), Com a morte na almaCom a morte na alma (1949).(1949).

SARTRESARTRE

1946 – 1946 – Escreve Escreve O Existencialismo é um O Existencialismo é um HumanismoHumanismo, para esclarecer o significado , para esclarecer o significado ético do existencialismo.ético do existencialismo.1951 1951 – Escreveu O Diabo e o Bom Deus.– Escreveu O Diabo e o Bom Deus.1960 1960 – Sartre publica – Sartre publica Crítica da Razão Crítica da Razão DialéticaDialética.. 1964 1964 – Sartre escreve – Sartre escreve As Palavras ( uma As Palavras ( uma análise psicológica e existencial de sua análise psicológica e existencial de sua própria infância) e própria infância) e relato autobiográfico que relato autobiográfico que seria sua despedida da literatura.seria sua despedida da literatura.

• 1980 1980 – – Morre Jean-Paul Sartre em 15 de Morre Jean-Paul Sartre em 15 de abril, seu funeral foi acompanhado por abril, seu funeral foi acompanhado por mais de 50.000 mil pessoas.mais de 50.000 mil pessoas.

Jean-Paul Sartre é o maior intelectual Jean-Paul Sartre é o maior intelectual do Existencialismo – Filosofia que do Existencialismo – Filosofia que proclama a total liberdade do ser humano.proclama a total liberdade do ser humano.

EXISTENCIALISMOEXISTENCIALISMO

O existencialismo difundiu-se como o O existencialismo difundiu-se como o pensamento mais radical a respeito do homem na pensamento mais radical a respeito do homem na época contemporânea. Surgiu em meados do época contemporânea. Surgiu em meados do século XIX com o pensador dinamarquês Soren século XIX com o pensador dinamarquês Soren Kierkegaard e alcançou seu apogeu após a 2ª Kierkegaard e alcançou seu apogeu após a 2ª Guerra Mundial (anos 50 e 60) com Heidegger e Guerra Mundial (anos 50 e 60) com Heidegger e Sartre.Sartre.

- preocupação com a liberdade humana e a - preocupação com a liberdade humana e a responsabilidade social.responsabilidade social.

- importância individual para fazer escolhas.- importância individual para fazer escolhas.

- explicar todos os aspectos da experiência - explicar todos os aspectos da experiência humana.humana.

• 1) Ser humano enquanto indivíduo, e não com as 1) Ser humano enquanto indivíduo, e não com as teorias gerais sobre o homem. Há uma teorias gerais sobre o homem. Há uma preocupação com o sentido ou o objetivo das vidas preocupação com o sentido ou o objetivo das vidas humanas, mais que com verdades científicas ou humanas, mais que com verdades científicas ou metafísicas sobre o universo.metafísicas sobre o universo.

• 2) O homem não foi planejado por alguém para 2) O homem não foi planejado por alguém para uma finalidade, como os objetos que o próprio uma finalidade, como os objetos que o próprio homem cria, mediante um projeto. O homem se faz homem cria, mediante um projeto. O homem se faz em sua própria existência. em sua própria existência.

3) O mundo, como nós o conhecemos, é 3) O mundo, como nós o conhecemos, é irracional e absurdo, ou pelo menos está irracional e absurdo, ou pelo menos está além de nossa total compreensão; nenhuma além de nossa total compreensão; nenhuma explicação final pode ser dada para o fato explicação final pode ser dada para o fato de ele ser da maneira que é.de ele ser da maneira que é.

4) A falta de sentido, a liberdade 4) A falta de sentido, a liberdade conseqüente da indeterminação, a ameaça conseqüente da indeterminação, a ameaça permanente de sofrimento, dá origem à permanente de sofrimento, dá origem à ansiedade, à descrença em si mesmo e ao ansiedade, à descrença em si mesmo e ao desespero; há uma ênfase na liberdade dos desespero; há uma ênfase na liberdade dos indivíduos como a sua propriedade humana indivíduos como a sua propriedade humana distintiva mais importante, da qual não pode distintiva mais importante, da qual não pode fugir. fugir.

• Para Sartre, a idéia central do existencialismo é Para Sartre, a idéia central do existencialismo é que a existência precede a essência.que a existência precede a essência.

• Não existe nenhum Deus que tenha planejado o Não existe nenhum Deus que tenha planejado o homem e portanto não existe nenhuma natureza homem e portanto não existe nenhuma natureza humana fixa a que o homem deva respeitar. humana fixa a que o homem deva respeitar.

• O homem está totalmente livre é o único O homem está totalmente livre é o único responsável pelo que faz de si mesmo. Esta responsável pelo que faz de si mesmo. Esta liberdade e responsabilidade é a fonte da liberdade e responsabilidade é a fonte da angústia.angústia.

• Porque não há nenhum Deus e portanto Porque não há nenhum Deus e portanto nenhum plano divino que determina o que nenhum plano divino que determina o que deve acontecer, não há nenhum deve acontecer, não há nenhum determinismo.determinismo.

O homem é livre. Não pode desculpar sua O homem é livre. Não pode desculpar sua ação dizendo que está forçando por ação dizendo que está forçando por circunstâncias ou movido pela paixão ou circunstâncias ou movido pela paixão ou determinado de alguma maneira a fazer o determinado de alguma maneira a fazer o que ele faz.que ele faz.

• Os seres humanos são essencialmente Os seres humanos são essencialmente livres, livres para escolher (contudo não livres, livres para escolher (contudo não são livres para não escolher) e livres para são livres para não escolher) e livres para negar as características dadas pelo mundo negar as características dadas pelo mundo (cor, raça, saúde). Se são vantagens ou (cor, raça, saúde). Se são vantagens ou desvantagens(desafios a serem desvantagens(desafios a serem superados), é uma questão alerta que superados), é uma questão alerta que cada um faça para si ou desculpas para cada um faça para si ou desculpas para não fazer nada.não fazer nada.

TEMAS DO EXISTENCIALISMO: TEMAS DO EXISTENCIALISMO: 1) ESSÊNCIA: o homem é um sujeito consciente, ao 1) ESSÊNCIA: o homem é um sujeito consciente, ao invés de uma coisa a ser prenunciada ou como uma invés de uma coisa a ser prenunciada ou como uma definição, essência, generalização, ou sistema. O definição, essência, generalização, ou sistema. O existencialismo diz que o homem não é nada mais existencialismo diz que o homem não é nada mais que sua existência consciente. “A existência que sua existência consciente. “A existência precede a essência”.precede a essência”.

2) ANGÚSTIA/AFLIÇÃO: a angústia é o medo do 2) ANGÚSTIA/AFLIÇÃO: a angústia é o medo do vazio da existência humana. Angústia é a vazio da existência humana. Angústia é a fundamental condição universal da existência fundamental condição universal da existência humana. humana.

3) ABSURDO: existir como um ser humano é 3) ABSURDO: existir como um ser humano é inexplicável, e totalmente absurdo. Cada um de nós inexplicável, e totalmente absurdo. Cada um de nós apenas está aqui, lançado nesse tempo e espaço – apenas está aqui, lançado nesse tempo e espaço – mas por que agora? Por que aqui? (Kierkegaard mas por que agora? Por que aqui? (Kierkegaard perguntou). perguntou).

Por nenhuma razão, sem uma conexão Por nenhuma razão, sem uma conexão necessária e então minha vida e um fato necessária e então minha vida e um fato contingente absurdo.contingente absurdo.

“Quando eu considero a curta duração “Quando eu considero a curta duração de minha vida, engolida na eternidade de minha vida, engolida na eternidade anterior e posterior o pequeno espaço que anterior e posterior o pequeno espaço que ocupo, e mesmo o que eu posso enxergar ocupo, e mesmo o que eu posso enxergar tragado na infinita imensidão do espaço no tragado na infinita imensidão do espaço no qual eu sou ignorante e que me ignora, fico qual eu sou ignorante e que me ignora, fico horrorizado, atônito por estar aqui mais do horrorizado, atônito por estar aqui mais do que lá; por que agora ao invés de depois?” que lá; por que agora ao invés de depois?” (Pascal) – matemático francês e filósofo do (Pascal) – matemático francês e filósofo do tempo de Descartes.tempo de Descartes.

• 4) VAZIO/NÃO EXISTÊNCIA: Se nenhuma 4) VAZIO/NÃO EXISTÊNCIA: Se nenhuma essência me define e se, como um essência me define e se, como um existencialista, rejeito todas as filosofias, existencialista, rejeito todas as filosofias, ciências, teorias políticas, e religiões que ciências, teorias políticas, e religiões que fracassam em refletir minha existência como fracassam em refletir minha existência como ser consciente e empenhado em impingir uma ser consciente e empenhado em impingir uma estrutura essencialista específica sobre mim e estrutura essencialista específica sobre mim e meu mundo, então não há nada que estruture meu mundo, então não há nada que estruture meu mundo. Eu sou minha própria existência, meu mundo. Eu sou minha própria existência, mas minha existência é uma não-existência.mas minha existência é uma não-existência.

5) O NADA/MORTE: o sujeito inconsciente 5) O NADA/MORTE: o sujeito inconsciente tenta viver como se a morte não fosse atual, tenta viver como se a morte não fosse atual, tentando escapar à sua realidade. A morte é tentando escapar à sua realidade. A morte é minha total não-existência. A morte é tão minha total não-existência. A morte é tão absurda como o nascimento – não é o absurda como o nascimento – não é o momento final e autêntico de minha vida, momento final e autêntico de minha vida, não é nada mais do que o aniquilamento de não é nada mais do que o aniquilamento de minha existência como ser consciente. A minha existência como ser consciente. A morte é apenas outra testemunha do morte é apenas outra testemunha do absurdo da existência humana.absurdo da existência humana.

• 6) ALIENAÇÃO/SEPARAÇÃO: alienação na sociedade – 6) ALIENAÇÃO/SEPARAÇÃO: alienação na sociedade – a alienação individual dos seres humanos que a alienação individual dos seres humanos que perseguem seus próprios desejos na separação dos perseguem seus próprios desejos na separação dos verdadeiros trabalhos institucionais de sua sociedade, verdadeiros trabalhos institucionais de sua sociedade, onde são controlados pela Astúcia da Razão. onde são controlados pela Astúcia da Razão. Alienados do sistema social, eles não sabem que seus Alienados do sistema social, eles não sabem que seus desejos são determinados pelo sistema assim como o desejos são determinados pelo sistema assim como o determinam.determinam.

Somos confinados por um mundo de coisas que Somos confinados por um mundo de coisas que são obscuras a nós e as quais nós não podemos são obscuras a nós e as quais nós não podemos compreender. compreender.

A própria ciência nos alienou da natureza, A própria ciência nos alienou da natureza, pelo extravasamento da alta especialização e pelo extravasamento da alta especialização e conceitos matematicamente, leis, teorias, e conceitos matematicamente, leis, teorias, e tecnologias que agora posicionam-se entre nós e a tecnologias que agora posicionam-se entre nós e a natureza. Vivemos na alienação de nossas próprias natureza. Vivemos na alienação de nossas próprias instituições, afetando relações sociais e de instituições, afetando relações sociais e de trabalho, e domina também o relacionamento trabalho, e domina também o relacionamento amoroso.amoroso.

• Devemos nos questionar:Devemos nos questionar:- se essa é de fato a condição humana, se esse é um - se essa é de fato a condição humana, se esse é um retrato real do mundo no qual o homem retrato real do mundo no qual o homem absurdamente se encontra, como é possível continuar absurdamente se encontra, como é possível continuar a viver nela?a viver nela?

• * As flores, os animais, as pedras; tudo existe. Mas as * As flores, os animais, as pedras; tudo existe. Mas as pessoas existem de uma forma diferente. Os pessoas existem de uma forma diferente. Os indivíduos são únicos capazes de pensar sobre eles indivíduos são únicos capazes de pensar sobre eles mesmos, sobre o mundo no qual eles se encontram e mesmos, sobre o mundo no qual eles se encontram e de fazer escolhas.de fazer escolhas.Eles podem escolher porque são livres e as escolhas Eles podem escolher porque são livres e as escolhas feitas estabelecem o futuro no qual eles se protejam.feitas estabelecem o futuro no qual eles se protejam.

*ANGÚSTIA: decorre da consciência da liberdade e *ANGÚSTIA: decorre da consciência da liberdade e do receio de usar essa liberdade de forma errada. É do receio de usar essa liberdade de forma errada. É muito mais fácil acreditar que existe um plano, um muito mais fácil acreditar que existe um plano, um propósito no universo, e que nossos atos são propósito no universo, e que nossos atos são guiados por uma mão invisível em direção a esse guiados por uma mão invisível em direção a esse propósito.propósito.

*CRÍTICA: a filosofia sartreana foi vista por muitos *CRÍTICA: a filosofia sartreana foi vista por muitos como uma filosofia nociva aos valores da sociedade como uma filosofia nociva aos valores da sociedade e à manutenção da ordem. Seria uma filosofia e à manutenção da ordem. Seria uma filosofia contra a humanidade. Razões para que toda sua contra a humanidade. Razões para que toda sua obra foi incluída no index de obras proibidas pela obra foi incluída no index de obras proibidas pela igreja católica. igreja católica.

“Crítica da razão dialética”, afirma que “o “Crítica da razão dialética”, afirma que “o marxismo é a filosofia insuperável de nosso tempo”.marxismo é a filosofia insuperável de nosso tempo”.

Influências: psicologia, literatura, teatro. Conseguiu Influências: psicologia, literatura, teatro. Conseguiu inserir a filosofia na vida das pessoas comuns. Esta inserir a filosofia na vida das pessoas comuns. Esta continua a ser sua maior contribuição à cultura continua a ser sua maior contribuição à cultura mundial.mundial.

- O Em-siO Em-si

- O Para-si- O Para-si

- A liberdade- A liberdade

- A angústia- A angústia

- A Má-fé- A Má-fé

- O Ser e o Nada- O Ser e o Nada

“ “ O homem deve criar a sua própria O homem deve criar a sua própria essência; é jogando-se no mundo, essência; é jogando-se no mundo, lutando, que aos poucos se define... A lutando, que aos poucos se define... A angústia, longe de oferecer obstáculos angústia, longe de oferecer obstáculos à ação, é a própria condição dela... O à ação, é a própria condição dela... O homem só pode agir se compreender homem só pode agir se compreender que conta exclusivamente consigo que conta exclusivamente consigo mesmo, que está sozinho e mesmo, que está sozinho e abandonado no mundo, no meio de abandonado no mundo, no meio de responsabilidades infinitas, sem auxílio responsabilidades infinitas, sem auxílio nem socorro, sem outro objetivo além nem socorro, sem outro objetivo além do que der a si próprio, sem outro do que der a si próprio, sem outro destino além de forjar para si mesmo destino além de forjar para si mesmo aqui na terra”.aqui na terra”.