65
II ENFORSUP - Encontro Norte, Nordeste e Centro-Oeste de Formação Docente para a Educaçãoo Superior Temática 1: Ensino e aprendizagem na Educação Superior e Profissional- Tecnológica: práticas e inovações pedagógicas e tecnológicas; relação docente-aprendiz; formação para atuação com / na diversidade.

JESUS GARCIA PASCUAL – UFCfedathi.multimeios.ufc.br/rides/phocadownload/resumos_iienforsup.pdf · II ENFORSUP Encontro Norte, Nordeste e CentroOeste de Formação Docente para a

Embed Size (px)

Citation preview

II ENFORSUP ­ Encontro Norte, Nordeste e Centro­Oeste de Formação Docente para a Educaçãoo Superior

Temática 1: Ensino e aprendizagem na Educação Superior e Profissional­Tecnológica: práticas e inovações pedagógicas e tecnológicas; relação 

docente­aprendiz; formação para atuação com / na diversidade.

CURSINHOS   PREPARATÓRIOS   PARA   ACESSO   À   UNIVERSIDADE:   O   QUE SABEMOS   SOBRE   COGNIÇÃO   E   AUTO­ESTIMA   DE ESTUDANTES DE ESCOLAS PÚBLICAS? 

JESUS GARCIA PASCUAL – UFC

Políticas  Públicas   solicitam  núcleos   de   acessibilidade  nas   instituições   federais   de   ensino superior. A Universidade Federal do Ceará implementa cursinhos para acesso à universidade de estudantes do ensino público. O trabalho mostra resultados de pesquisa relativa ao assunto (2008),   que   trata   do   desenvolvimento   de   estruturas   cognitivas   formais,   instrumentos psicológicos  necessários   para   entender   questões  do  vestibular.  A  Epistemologia  Genética defende   que   o   desenvolvimento   de   estruturas   cognitivas   formais   torna­se   tão   importante quanto  os  conteúdos  das  disciplinas  para  a  aprendizagem.  A metodologia  utilizada   foi  o Método Clínico/crítico elaborado por Piaget.  Constatamos que os sujeitos da pesquisa (7) utilizam estruturas cognitivas concretas e formais; mesmo possuindo estruturas formais, os candidatos   mostram   oscilações   cognitivas   perante   a   argumentação   do   examinador.   Essa ambivalência   cognitiva   apóia­se   na   representação   distorcida   que   os   estudantes   têm   dos professores: “eu não sei explicar isso aqui pro senhor, não” (aluno), mesmo mostrando alguns conhecimentos sobre o tema pesquisado. Afirmamos que processos de inclusão comportam mão dupla porque, além do raciocínio, torna­se impreterível promover auto­estima social nos estudantes. Eis o que propomos como inclusão cognitivossocial!

PALAVRAS­CHAVE: Cognição; Ensino Público; Acesso.

O LADO OCULTO DA MINHA TESE: O (POR)QUÊ NÃO COUBE NO TEXTO

JESUS GARCIA PASCUAL – UFC

O texto trata  de exigências  promovidas por  intuições  públicas  de fomento ao Ensino que encurtam   períodos   de   pós­graduação,   enxugam   currículos,   valorizam   resultados, homogeneízam cursos internacionais e (for)matam teses. A complementaridade restaurada do texto oficial nas notas remete­nos ao exercício docente no sentido de promover ‘ciência com consciência’. Pensamos que o modelo da tecnociência não pode ser recebido acriticamente nas   ciências   sociais.  A  metodologia   consiste   em preencher   ‘silêncios’   sociais,   teóricos   e bibliográficos   exigidos   pelo   enxugamento   recomendado   pelas   instituições   de   fomento. Defendemos que informações capturadas pelos doutorandos ­ conhecimentos subterrâneos na formatação textual do trabalho acadêmico nos programas de pós­graduação ­ contribuem para completar a formação no sentido de refletir critica, etica e politicamente resultados obtidos nas pesquisas realizadas para obtenção dos títulos. A partir de referências colocadas sob a forma de apêndice,   reproduzimos os  parágrafos  castrados,  restituindo­lhes contextualidade social,   esclarecimento  científico  na   sua  genealogia   conceitual   e   filiação  bibliográfica   em relação ao assunto, evitando o retorno à mera erudição. O que não cabe nas defesas litúrgicas dos Programas de Pós­Graduação −  esqueletos de curta duração −  retorna como fermento social e humano na prática docente de professores/formadores.  

PALAVRAS­CHAVE: (Pre)texto;  Texto;  (Com)texto

APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS (PBL) E A FORMAÇÃO DO MÉDICO­DOCENTE

 Meirecele Calíope Leitinho – UFC/UnB

 Claudia Christina Bravo e Sá Carneiro – UFC/UnB 

São apresentados resultados preliminares de uma pesquisa quanti­qualitativa cuja área de   investigação   é   o   Curso   de   Medicina   da   Universidade   de   Fortaleza   (UNIFOR),   com proposta de formação baseada no método PBL como “ferramenta pedagógica principal”. O método, centrado na iniciativa do aluno, aplica­se ao longo do desenvolvimento curricular. O problema de investigação situa­se na natureza do método PBL no Curso, às suas relações com o ensino­aprendizagem, o contexto institucional e com a formação do médico­docente e sua efetividade  como metodologia  ativa.  No  Brasil,   especificamente  em São Paulo,  Paraná   e Ceará, no Canadá, Estados Unidos e União Européia, o PBL apresenta­se como metodologia ativa,   baseado  na   solução  de  problemas,   contribuindo  para   desenvolver   competências   de graduandos e, segundo autores, com bons resultados. Contrariamente, vários estudos sobre o método  são desfavoráveis  quanto  à   superioridade  de  seus   resultados,  ao  compará­lo  com outros   mais   convencionais   e   sua   efetividade   como   abordagem   educacional   não   parece garantida.  São utilizados referenciais  teóricos explicitando os fundamentos do método, um processo de estudo de casos, efetivando uma avaliação iluminativa. No estudo participarão gestores pedagógicos, professores e alunos, em grupos de discussão, entrevistas, assembléias e   análises   documentais.   Os   primeiros   depoimentos   colhidos   de   professores   envolvidos apontam indícios de sua eficácia  na formação de profissionais médicos críticos e reflexivos, na realidade social em que atuam.

PALAVRAS­CHAVE: Formação Docente – Ensino Médico – Aprendizagem Baseada em 

Problemas (PBL)

O ENSINO SUPERIOR COMO LOCUS DE INCLUSÃO EDUCACIONAL

Ana Paula Lima Barbosa CardosoRita de Cássia Barbosa Paiva Magalhães

Universidade Estadual do Ceará 

Este artigo provém de uma investigação recentemente concluída, cujo objetivo foi analisar a experiência pedagógica de uma professora do Ensino Superior e de seu aluno cego, buscando evidenciar os processos de construção identitárias dos sujeitos e seus caminhos de ensino­aprendizagem. Este recorte versa sobre o encontro desses sujeitos no curso de Filosofia da Universidade Estadual do Ceará e priorizando a discussão acerca do ingresso, permanência e as  mediações  pedagógicas   realizadas  pela   docente.  A  educação   inclusiva  não  é   prescrita apenas na Educação Básica, mas em todos os níveis de ensino. Estes sujeitos: uma docente do Ensino Superior e um aluno cego podem inspirar novos modelos de ação docente, estas mais inclusivas e de respeito à diferença. A pesquisa viabilizou­se por meio do Estudo de Caso numa   abordagem  qualitativa.  O   instrumento   de   coleta   foi   a   entrevista   do   tipo   semi­estruturada. Os dados foram tratados por meio da Análise de Conteúdo (BARDIN, 1977). Os estudos sobre as práticas inclusivas são mais descritos no âmbito da Educação Básica, por isso, são necessários estudos sobre a inclusão no Ensino Superior. Este é marcado por forte seletividade   e   exclusão   de   grupos   minoritários,   como   os   deficientes.   Pelos   resultados, inferimos que os sujeitos da pesquisa fornecem pistas sobre como se dão os processos de inclusão educacional no Ensino Superior quando enfocados o ingresso e a permanência deste aluno   na   universidade.   Estas   não   são   experiências   apenas   de   acertos   e  celebrações  da diferença, mas de relações tensas e contraditórias. Concluímos que esta relação pedagógica tenha colaborado com o entendimento das possibilidades da inclusão na universidade, fazendo avançar o debate sobre a relação com o outro deficiente. 

PALAVRAS­CHAVE: Inclusão, Ensino Superior, Relação Professor­aluno. 

DE BACHAREL A PROFESSOR: PROCESSOS DE APRENDIZAGEM DA DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR

Benedito G. Eugênio

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

O   texto   apresenta   os   resultados   parciais   de   um   projeto   de   investigação   denominado  A aprendizagem   da   docência   no   ensino   superior:   estudo   com   professores   da   UESB­Campus de Vitória da Conquista, cujo objetivo é analisar os processos de constituição do aprendizado da docência de um grupo de professores que têm formação inicial em cursos de bacharelado (Medicina, Ciências Contábeis, Comunicação Social, Administração, Engenharia Florestal,   Ciências   Sociais).   Os   dados   foram   coletados   por   meio   de   entrevistas   e   são discutidos, do ponto de vista teórico, por meio da articulação de três conceitos: aprendizado da docência, pensamento do professor e formação. O texto está organizado em três tópicos: da decisão de ser professor: o inicio do exercício da docência; a realidade da sala de aula; o aprendizado da docência: as estratégias para a transposição didática. Os resultados destacam as dificuldades e estratégias dos docentes entrevistados para lidar a gestão da sala de aula e do processo ensino­aprendizagem.

PALAVRAS­CHAVE: Aprendizado da docência, ensino superior, formação docente.

FORMAÇÃO DIFERENCIADA: A PRODUÇÃO DE UM GRUPO DE PESQUISA

Silvia Maria Nóbrega­TherrienUniversidade Estadual do Ceará

O estudo teve por objetivo central compreender a relação entre ensino e pesquisa no contexto de formação nos  cursos de graduação da área da saúde da Universidade Estadual do Ceará, tendo   como   referenciais   elementos   de   uma   epistemologia   da   prática   que   fundamenta   a formação do profissional reflexivo e a reflexão para a ação como fatores de competência. Encontrou suporte metodológico em abordagem predominantemente qualitativa. O local da investigação foi a UECE  entre os anos de 2005 a 2007.  Os sujeitos de investigação foram alunos  de graduação e pós­graduação  matriculados  em disciplinas  de pesquisa e bolsistas integrantes de grupos de pesquisa.  Como resultado sete trabalhos foram publicados. Destes, três   focalizaram  predominantemente  preceitos   legais   e   institucionais   na   formação   para   a pesquisa:   “Ação   formativa   e   o   desafio   para   a   graduação   em   saúde:   compromisso   da  Universidade”; o “Ensino e pesquisa na LDB/96 e nas Diretrizes Curriculares: reflexões e  contrapontos sobre a formação médica”; “O ensino da pesquisa: percepções de alunos de  graduação   dos   cursos   da   área   da   saúde”.   Dois   estudos   evidenciam   a   cartografia   da construção de grupos de pesquisa e sua contribuição para formação de alunos: “Grupos de pesquisa na universidade: líderes e formação diferenciada nos cursos de graduação”; e, “A pesquisa na graduação: o perfil dos bolsistas de iniciação científica na área da saúde da Universidade   Estadual   do   Ceará”.  Dois   trabalhos   abordaram:  “A   pesquisa   na   pós­graduação: possibilidades e limites na construção do conhecimento” e, “Ensino, pesquisa e a produção do conhecimento: desafio para os alunos de cursos de pós­graduação”.  O estudo revelou a importância de uma concepção de epistemologia da prática alicerçando a formação profissional com base na integração do ensino com a pesquisa. 

PALAVRAS­CHAVE: ensino/pesquisa, formação profissional, epistemologia da prática 

FORMAÇÃO INICIAL E PERMANENTE DOS PROFESSORES DE MATEMÁTICA NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

Gregório Maranguape da Cunha – UFC/UVA

Ilma Passos de Alencastro Veiga ­ UNB / UniCEUB

O presente trabalho é um recorte de uma pesquisa que tem por objetivo responder a seguinte questão: como os professores de matemática que atuam no Instituto de Educação Ciência e Tecnologia ­ IFCE foram formados para atuar nos cursos tecnológicos em nível superior? Nesse contexto educacional surgiu a preocupação de investigar a disciplina de Matemática ministrada  nos  cursos   superiores  de   tecnologia,  uma vez  que  esses   cursos  possuem uma cultura particular diferente da cultura acadêmica propedêutica e tendo em vista que, o ensino da disciplina Matemática faz parte da formação geral do aluno e sua aprendizagem desde a escola básica, prescinde dos conhecimentos de outras áreas das ciências. Para tanto, adotamos como processo metodológico para a explicitação e o entendimento do percurso formativo dos professores   de   Matemática   do   IFCE,   a   revisão   bibliográfica,   análise   de   documentos   e entrevistas  com os  interlocutores  selecionados.  Para construção deste   trabalho  dialogamos com os seguintes autores: Morin (1999), Veiga (1999, 2004), Onrubia, Rochera e Barberá (2004) e Imbernón (2009). Os achados da pesquisa evidenciaram que o percurso formativo dos professores de Matemática da referida instituição que se encontram na formação inicial centram seus objetivos de formação em compreender como os conceitos são formados. Em contrapartida, os professores que já vêm desenvolvendo em efetivo a docência elegem como finalidade em sua formação contínua a preocupação com os tratos dos conceitos na regência em sala de aula, sobretudo, ante os contextos de aplicação em situações problemas. 

PALAVRAS CHAVE: Formação inicial e permanente, professor de matemática, educação profissional e tecnológica. 

A GESTÃO DOS SABERES NA FORMAÇÃO PARA A PESQUISA: COMO ENSINA O PROFESSOR UNIVERSITÁRIO? 

Isabel Maria Sabino de Farias ­  Universidade Estadual do Ceará 

Jacques Therrien­ Universidade Federal do Ceará

Silvia Maria Nóbrega­Therrien ­Universidade Estadual do Ceará

Silvina Pimentel Silva ­Universidade Estadual do Ceará 

O   trabalho   apresenta   estudo   sobre   a   integração   ensino   e   pesquisa   na   docência universitária. A iniciativa, desdobramento de investigações empreendidas pelos autores, visa contribuir  para a   reflexão sobre a  prática  de professores  universitários  que  participam de grupos  de  pesquisa e  que  ministram disciplinas   ligadas  à  área  da  pesquisa  em diferentes cursos de graduação da Universidade Estadual do Ceará. Tem como foco a compreensão da gestão pedagógica do processo de ensinar na universidade e sua relação com as orientações da proposta   de   formação  profissional   vigente.  A   investigação  parte   da  hipótese   de  que   tais diretrizes não vêm orientando o  modus operandi do professor universitário. A problemática incide  sobre a  natureza  do “saber  ensinar”  a  partir  dos  modos de  integração dos  saberes docentes ao trabalho pedagógico do professor universitário em contexto real de prática.  A proposta encontra suporte nos pressupostos da ergonomia do trabalho docente e da cognição situada, bem como na etnometodologia.  A prática da investigação envolverá  um grupo de docentes   universitários   experientes   que   participam   de   grupos   de   pesquisa   e   ministram disciplinas ligadas à pesquisa em diferentes cursos de graduação da Universidade Estadual do Ceará.  Quanto  à  coleta de dados, as atividades docentes serão acompanhadas, primeiro por observação, depois por gravação em vídeo e/ou entrevistas de explicitação. Essa aproximação será aprofundada através da auto­confrontação simples ou cruzada.  As informações colhidas por meio desses procedimentos são complementares e permitirão uma validação do estudo graças à triangulação das várias fontes, cujo processo deve apoiar­se nos referenciais teóricos sinalizados. 

PALAVRAS­CHAVE: Ensino­pesquisa, gestão de saberes, docência universitária.

A ECOLOGIA DE SABERES E A DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR

Maria Gerlaine Belchior Amaral – UFCG/UFC

Este   trabalho   é   parte   de   uma   pesquisa   em   andamento,   vinculada   ao   Programa   de   Pós­Graduação   em   Educação   da   Universidade   Federal   do   Ceará­UFC,   intitulada   “o   diálogo universidade­escola: a produção científica do Mestrado em Educação da UFC e sua interface com   as   práticas   pedagógicas   desenvolvidas   na   Educação   Básica.   O   fulcro  central   desta pesquisa é  a  democratização  do saber  científico  produzido  no âmbito  da  universidade.  O recorte feito para fins de análise neste trabalho considera apenas um dos objetivos específicos que é analisar se as problemáticas descritas e documentadas nas teses e dissertações, oriundas do Mestrado em Educação da UFC, fazem parte da formação inicial dos professores, no curso de Pedagogia da Faculdade de Educação, da referida universidade. Quanto aos procedimentos metodológicos serão analisadas as ementas das disciplinas que compõe o curso de Pedagogia. Esta investigação tem aporte teórico em Freire (1999), Moreira(2001) e Santos(2006). Busca­se através deste referencial teórico aprofundar a reflexão posta em cheque por  Santos de que não há ignorância em geral nem saber em geral. O confronto e o diálogo entre os saberes é um confronto   e   diálogo   entre   diferentes   processos   através   dos   quais   práticas   diferentemente ignorantes se transformam em práticas diferentemente sábias. Por tratar­se de uma pesquisa em andamento, as  conclusões parciais serão apresentadas no trabalho completo.

PALAVRAS­CHAVE: saber científico, diálogo, prática pedagógica.

PERFIL DISCENTE DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UVA: TRAJETÓRIAS PESSOAIS E ESCOLARES

 

Andrea Abreu Astigarraga ­ 

Universidade Estadual Vale do Acaraú

A frase: “Conhecer a realidade do aluno” tornou­se lugar­comum nos meios acadêmicos. No entanto, a política de inclusão social precisa estar presente no reconhecimento desta realidade. A fim de aprofundar estudos sobre “a realidade” vivencial e as dificuldades de aprendizagem dos alunos do curso de Pedagogia,  da Universidade Estadual Vale do Acaraú,  em Sobral, Ceará, realizamos pesquisa quanti­qualitativa. Na primeira abordagem, analisamos o relatório do   perfil   discente   aplicado   pela   Pró­Reitoria   de   Planejamento   e   pela   Pró­Reitoria   de Graduação da referida universidade. Na segunda abordagem, os alunos escreveram memoriais auto­biográficos,   descrevendo   suas   trajetórias   pessoais   e   escolares   até   chegar   ao   ensino superior. Este estudo é relevante na medida em que a universidade em estudo pertence ao âmbito estadual e não ao âmbito federal. Portanto, os alunos não têm acesso às atuais políticas públicas de democratização do ensino superior, tais como, o PROUNI e Ações Afirmativas. Além de não haver também políticas internas para tal fim.Entendemos que os resultados deste estudo contribuirão tanto no plano macro da universidade, como por exemplo, atividades das pró­reitorias,  quanto  no plano micro  da sala  de aula,  ou seja,  planejamento  de ensino de relação professor­aluno.

 

PALAVRAS­CHAVE: Pedagogia Universitária – Ensino­Aprendizagem – Políticas Públicas 

A PRÁTICA AVALIATIVA DOS DOCENTES DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ ENTRE O ESCRITO E O 

VIVIDO: PRIMEIRAS APROXIMAÇÕES 

Patrícia Helena Carvalho Holanda – UFCBenigna Maria Freitas Villas Boas –UNB

Este estudo pretende lançar um olhar sobre a prática avaliativa dos professores do IFCE, no sentido  de  compreender  como o modelo  proposto  pela  Pedagogia  das  Competências  vem sendo incorporado pelos professores em sua prática pedagógica. Ele é  um recorte de uma pesquisa  em desenvolvimento no âmbito estágio­científico pós­doutoral,  a  qual   tem como objetivo precípuo analisar a cultura avaliativa dos professores dos cursos de Tecnologia em Gestão Ambiental do IFCE. Para tanto, foram investigadas as práticas avaliativas dos referidos docentes   e   como   convivem   com   essa   questão,   utilizando   como   procedimentos:   análise documental,  entrevista com os professores e aplicação de questionário. Para construção do referencial teórico foram utilizados os seguintes autores: Romão (1998), Ramos (2002), Villas Boas (2004), Luckesi (1996). Vale destacar, que dentre os múltiplos aspectos que integram a cultura avaliativa do professor, a avaliação do processo ensino­aprendizagem merece destaque, pois exerce forte influência sobre o ato de aprender, sendo de vital importância analisar a relação entre o escrito e o vivido. A pesquisa revelou que o modelo de competência prescrito nas Diretrizes Curriculares dos Cursos de Tecnólogos não vem encontrando materialidade na prática avaliativa dos professores da referida instituição. Outrossim, explicitou que há uma coexistência   das   duas   funções   da   avaliação:   formativa   e   somativa,   apresentando   uma predominância da somativa mais voltada para as questões contraditórias sem a preocupação evidente   com   uma   cultura   avaliativa   do   aluno,   que   deve   ser   trabalhada   pela   instituição continuadamente. 

 PALAVRAS­CHAVE:  prática   avaliativa,   avaliação   de   aprendizagem,   pedagogia   das competências

CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DOCENTE: UMA ANÁLISE DAS INFLUÊNCIAS DO CURRÍCULO NA RELAÇÃO DOCENTE­APRENDIZ NO CURSO DE 

LICENCIATURA EM GEOGRAFIA DA UVA­ SOBRAL

 Lídia Azevedo de Menezes – CNPq/ UFC Patrícia Helena Carvalho Holanda ­ UFC

Este trabalho é resultado de uma pesquisa exploratória realizada no Curso de Licenciatura em Geografia  da UVA, em Sobral.  A partir  das  primeiras  aproximações  durante  a  disciplina Currículo, Saberes e Ação Docente ministrada no curso em questão, delineamos como objeto de estudo a construção da identidade docente vivenciada no currículo prescritivo, e em ação. No referencial teórico contamos com a contribuição dos seguintes autores:  McNeil (1995), define  o currículo  como construção,  que subentende­se que as  várias   formas que  assume obedecem   a   discursividades   diferentes,   em   que   habitam   filosofias   resultantes   de intencionalidades  que o produzem; Silva (1996),  o currículo  assume um importante  papel como elemento  constituinte  da   identidade  profissional  do sujeito;  Para  Pimenta  (1999),  a identidade não é algo imutável, nem externo, que possa ser adquirido, mas é um processo de construção do sujeito historicamente situado. Os procedimentos adotados para a explicitação e o entendimento do nosso objeto de estudo compreenderam a revisão bibliográfica, análise de documentos e entrevistas com os interlocutores selecionados. Resultados parciais apontaram que   a   opção   dos   aprendizes   pela   licenciatura   em   geografia   foi   decorrente   da   baixa concorrência  no vestibular,   somente  alguns  afirmaram  identificação  com a área,  porém a maioria não deseja ser docente e sim bacharel, argumentando a desvalorização da docência, enquanto   sendo   bacharel   teria   status   profissional,   o   que   nos   levou   a   refletir   acerca   das influências do currículo na construção da identidade docente do futuro professor de geografia que atuará na educação básica.

PALAVRAS­CHAVE: relação docente­aprendiz, currículo, identidade docente.

PROJETO REFLEX  E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DOS INDICADORES DE QUALIDADE DO PROHACAP

Andréia da S. Quintanilha Sousa ­ Universidade Federal de Rondônia

Este   trabalho   apresenta     os   resultados   da   pesquisa   realizada   no   estágio   pós­doutoral desenvolvido no Observatóro da Educação CAPES/MEC/INEP/PUCRS cujo foco de análise é o Programa de Habilitação e Capacitação de Professores leigos da rede pública de ensino  (PROHACAP) da Universidade Federal de Rondônia à luz dos indicadores de qualidade da  educação superior. A metodologia utilizada no   Projeto Profissional Flexível na Sociedade do Conhecimento: novas exigências na educação superior em Europa, mais conhecido como Projeto   REFLEX,   contribuíram   para   iluminar   a   pesquisa.   Não   se   perdeu   de   vista   as especificidades nacionais e regionais da formação de professores em exercício no Brasil e em Rondônia,   pós­LDB   (Lei   de   Diretrizes   e   Bases   da   Educação   ­   Lei   no  9.394/1996)   cujo contexto histórico  possibilitou e impulsionou a criação do PROHACAP, ou seja, havia no momento da sua criação aspectos macro sociológicos de reestruturação das políticas sociais no   geral   e   educacionais,   em   particular,   marcadas   pelos   cortes   dos   gastos   sociais,   pela privatização e descentralização, através da municipalização e centralização dos gastos sociais em programas seletivos e focalizados que justificaram a sua implementação. 

PALAVRA­CHAVE: PROHACAP, Projeto REFLEX, Formação de professores.  

MEDIAÇÃO DIDÁTICA E  PROFISSIONALIDADE DOCENTE NO 

ENSINO UNIVERSITÁRIO

Cristina d’Ávila

Universidade Federal da Bahia Universidade do Estado da Bahia

Este artigo tem por objetivo precípuo instaurar uma reflexão acerca da mediação didática em cursos de formação de professores e, no seu seio, sobre o espaço concedido para a construção identitária profissional e para a profissionalidade docentes. Nosso argumento parte de dados encontrados  em pesquisa   realizada  no  ano  de  2007  e  problematiza  o   terreno  da  docência universitária,   no   que   tange   ao   desenvolvimento   da   profissionalidade   docente   e   mediação didática.   Utilizamos   o   método   da   pesquisa   exploratória,   numa   abordagem   qualitativa, pretendendo   mais   problematizar   e   apontar   caminhos,   que   gerar   respostas.   Para   tanto, realizamos análise de memorial, entrevista coletiva e questionário. Trabalhamos com 11 cursos de  licenciatura  numa universidade  pública  baiana  e  com uma população de 33 estudantes. Constatamos que há lacunas na formação de professores em cursos de licenciatura que dizem respeito,   sobretudo,   aos   conteúdos  de   caráter   didático­pedagógico  que   estão  no   centro  da profissionalidade  docente.  Sustentamos   também a hipótese  de  que  tais   lacunas   incidem na constituição das identidades profissionais. Para fazer frente a essa problemática, engendramos uma Didática  de caráter   lúdico  e  sensível.  Como referencial  nos  apoiamos nos estudos  de GARCIA, 1999; ZABALZA, 2004; NÓVOA, 2002; ALARCÃO, 1998; LANGEVIN,   2007; GERVAIS,   2005,   RIOPEL,   2006;   CUNHA,   1998;   VEIGA,   2000,   2005;   PIMENTA   e ANASTASIOU, 2002; PIMENTA e LIMA, 2004, dentre outros .

PALAVRAS­CHAVE: Mediação didática; profissionalidade docente; docência universitária. 

Didática lúdica; saber sensível.

A PRÁTICA DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR: UM ESTUDO DAS EXPERIÊNCIAS DESENVOLVIDAS PELOS PROFESSORES DO CURSO DE 

LICENCIATURA EM QUÍMICA DO IFMA.

                                                                              Eliane Maria Pinto Pedrosa ­ IFMA   

Lélia Cristina Silveira de Moraes – UFMA                                                                                

Neste   trabalho   apresentamos   algumas   reflexões,   ainda   iniciais,   sobre   a   docência   que   se desenvolve no ensino superior,  particularmente,  no contexto do Curso de Licenciatura em Química  do   Instituto  Federal   do  Maranhão,  Campus  São  Luís  Monte  Castelo,   buscando apreender se os saberes e fazeres mobilizados pelos professores no exercício da docência no referido curso, tem se encaminhado no sentido do objetivo delineado no seu projeto curricular que é a formação de professores críticos, investigativos para atuarem na educação básica, e se, ao mesmo tempo, tem considerado as singularidades do ensino de nível superior. Partimos do entendimento apresentado por Pimenta, Anastasiou e Cavallet (2003) que o Ensino Superior, tem entre  outros os objetivos  de:  propiciar  o domínio de um conjunto de conhecimentos, métodos e técnicas científicas que assegurem o domínio científico e profissional do campo específico;   conduzir   a  uma progressiva  autonomia  do  aluno  na  busca  de  conhecimentos; desenvolver a capacidade de reflexão, o que exige um ensino contextualizado voltado para a construção/produção  de  conhecimento  mediado  por  um professor   com amplo  e  profundo domínio dos saberes da docência. Respaldadas nas contribuições teóricas de Pimenta, Veiga, Zeichnner,   levantamos   os   seguintes   questionamentos:   o   conteúdo   e   a   forma   de desenvolvimento das atividades de ensino têm considerado os objetivos de uma formação de nível superior? Que princípios estão na base dessas atividades? Que saberes/fazeres tem sido mobilizados pelos docentes do curso em sua operacionalização? Utilizamos como enfoque metodológico  a  perspectiva  qualitativa,   e  o  procedimento  de  análise  do  conteúdo  que  se expressa nos diversas dimensões da prática dos professores. 

PALAVRAS­CHAVE: Prática Docente. Ensino Superior. Licenciatura em Química. 

DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: REFLEXÕES SOBRE O APRENDER A ENSINAR

                                                         Georgina Quaresma Lustosa – UFPI                                                        

O estudo objetiva analisar o ser professor na educação superior, particularmente discutindo o aprender a ensinar como processo que se consolida continuamente na vivência da profissão docente.  O estudo   tem como fundamentos  as  contribuições  de  autores,   tais  como:  Veiga (2006), Brito (2006), Rios (2005), Massetto (2003) e, outros pesquisadores que vêm refletindo sobre a complexidade de ensinar e aprender, caracterizando­se como pesquisa de natureza bibliográfica.  Trata­se de pesquisa em andamento,   indicando,  de modo preliminar,  que os aprendizados  docentes  no  ensino   superior  decorrem das   experiências  desenvolvidas  pelos professores nas relações e interações produzidas na aula.  

PALAVRAS­CHAVE: Docência superior. Aprender e ensinar. Profissão docente.

DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR: NOTAS SOBRE O CONHECIMENTO PEDAGÓGICO E O SABER­ENSINAR

Antonia Edna Brito – UFPI

O   presente   estudo   tem   como   foco   a   docência   no   ensino   superior   e   o   conhecimento profissional requerido neste nível de ensino. O estudo vincula­se a pesquisas desenvolvidas em núcleo de estudos e pesquisas sobre formação e prática docente. Apresenta reflexões sobre o   aprender   a   ensinar   a   partir   da   vivência   da   prática   pedagógica   na   docência   no   ensino universitário, postulando que as experiências tecidas no trabalho docente, conforme pontua Larrosa (2002), tem a marca da incerteza, o que requer do professor abertura para lidar com os imprevistos e, sobretudo, para compreender sua prática como  locus  de aprendizagens e, conseqüentemente,   de   autoformaçao.   Trata­se   de   compreender   que   a   prática   docente   no ensino superior, a exemplo de outros níveis de ensino, demanda a mobilização e articulação de conhecimentos de diferentes  fontes e naturezas.  Ou seja,  o  trabalho docente no ensino superior  requer  do professor um conhecimento especializado,  revelando que não basta   ter conhecimento do conteúdo de ensino. O trabalho docente, nesta acepção, exige considerar a importância do conhecimento pedagógico no processo de ensinar no contexto da sala de aula universitária. Comporta ressaltar que o estudo, de natureza qualitativa, focalizando narrativas docentes, apóia­se nas contribuições de: Masetto (2006); Larrosa (2002); Veiga (2000), entre outros. As análises empreendidas revelam que o ensinar,  notadamente no ensino superior, exige um profissional professor que articule cultura geral e conhecimento pedagógico.

PALAVRAS­CHAVE:   Docência   Superior.   Conhecimento   Profissional.   Conhecimento Pedagógico.

DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA E FORMAÇÃO PARA O TRABALHO PEDAGÓGICO: A GESTÃO DOS SABERES NO ENSINO

Jacques Therrien – UFC/CNPq

Os estudos desenvolvidos no contexto do projeto de investigação em pauta focalizam predominantemente   categorias   consideradas   centrais  para  o   esclarecimento  dos  elementos fundantes do axioma ensino, pesquisa e extensão nas instituições de educação superior: na pesquisa   predomina   a   produção   de   conhecimentos/saberes;   no   ensino   a   produção   de aprendizagens  aos  conhecimentos/saberes;  e,  na extensão  a consolidação   integrada  desses elementos.   A   abordagem  pela   categoria   da   epistemologia   da  prática   como   referência   no estudo do trabalho docente considera a diversidade de racionalidades que movem a vida do mundo, desafiando o mundo universitário e sua missão. A função educativa da instituição de ensino superior, sob o prisma de formação integral de profissionais, não dispensa a relação dialética ensino e pesquisa onde encontramos a dimensão de aprendizagem concebida como fundante de sujeitos autônomos cuja reflexividade crítica lhes permite intervirem nos seus espaços de trabalho. Os processos de ensino/aprendizagem afetam a identidade dos sujeitos implicados   nessa   relação   fundamentalmente   intersubjetiva,   moldada   pelas   dimensões   de individuação e socialização presentes em todo encontro entre mestres e aprendizes. A postura dialógica   de   entendimento   gera   espaço   de   convergência   do   qual   resultam   sentidos, significados e apreensão de saberes situados, ou seja, de aprendizagem. A ação comunicativa permite a expressão de referenciais e saberes diversos resultantes dos percursos experienciais de vida que caracterizam esses sujeitos. Racionalidades diferenciadas, contudo, estruturam as argumentações que dão suporte aos motivos de ação e às justificativas de compreensões e de vivências dessas experiências constituintes de saberes e conhecimentos. Estas constituem o desafio para o diálogo fundante do entendimento, o qual encontra superação na postura de escuta e de percepção atenta do ‘outro’ e das racionalidades que o movem. A racionalidade da gestão dos processos de ensino/aprendizagem tem uma característica da escuta pedagógica e de   diálogo   de   entendimento/consenso   necessário   para   a   transformação   pedagógica   dos conteúdos de ensino, situando­os em dimensões de apreensão no mundo de vida do sujeito aprendiz. 

PALAVRAS­CHAVE: Epistemologia da prática, aprendizagem intersubjetiva, racionalidade pedagógica

ENSINO E PESQUISA NA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO: A GESTÃO DO 

TRABALHO PEDAGÓGICO UNIVERSITÁRIO

Isabel Maria Sabino de Farias ­ Universidade Estadual do Ceará

Tathiane Rodrigues Lima ­Universidade Estadual do Ceará

O texto discute a integração pesquisa e ensino na docência universitária. Argumentando que o binômio   ensino   e   pesquisa   tem   ganho   espaço   nas   políticas   destinadas   aos   cursos   de licenciatura, reflete sobre as idéias que fundamentam a pesquisa como princípio de formação. O exame das diretrizes curriculares revela que esta proposta emerge consorciada ao enfoque do currículo organizado por competência, articulação que coloca sua vitalidade e potencial inovador em xeque. Com suporte em investigação qualitativa empírica apresenta um mapa do trabalho pedagógico desenvolvido em um curso de licenciatura de uma universidade pública cearense, incursão que buscou compreender como ocorre a integração da pesquisa ao ensino.

PALAVRAS­CHAVE: Pesquisa­ensino – Docência universitária – Trabalho pedagógico.

ESTÁGIO SUPERVISIONADO E APRENDIZADO DA DOCÊNCIA NO CURSO DE PEDAGOGIA

Benedito G. Eugênio, Zwinglio RodriguesUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

O texto discute como se dá o processo de aprendizado da docência de um grupo de estudantes do curso de Pedagogia da UESB­Campus de Vitória da Conquista. Para isso, analisamos os memoriais   e   relatórios   de   estágio   escritos  por  14  discentes   cuja   primeira   experiência  de regência de sala de aula ocorreu no último semestre do curso, por meio da disciplina Práticas pedagógicas  nas   séries   iniciais,  por  nós  ministrada.  Os  dados  são discutidos   tendo  como referência autores que vêm discutindo o processo de aprendizado da docência e a constituição profissional de professores da educação básica, a exemplo de Lima (2004, 2006) e Tardif (2000, 2002), dentre outros. As análises evidenciam o aprendizado do inicio da docência por meio dos conflitos,  da busca da articulação com os  conhecimentos   teóricos  estudados no curso superior, do choque com a realidade, da gestão do processo pedagógico, presentes nos relatórios. 

PALAVRAS­CHAVE:   aprendizado   da   docência,   estágio   supervisionado,   curso   de Pedagogia.

BASE TECNOLÓGICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS CEARENSES: CONDIÇÕES PARA O TRABALHO DOCENTE

  Luiz Claudio Araújo COELHO

Universidade Estadual do Ceará 

Lidiane Rodrigues Campêlo da SILVAUniversidade Estadual do Ceará

  Nilson de Souza CARDOSO

Universidade Estadual do Ceará 

A sociedade contemporânea é marcada pelo uso intensivo das tecnologias de informação e comunicação. A escola tem papel importante na formação dos indivíduos para lidar com essas tecnologias. Torna­se necessário estudar a utilização educacional dessas tecnologias. Assim, esta pesquisa de caráter quali­quantitativo analisou os fatores que interferem nas condições de uso dessas tecnologias como recurso pedagógico nas escolas da rede de ensino do Estado do Ceará.   Pode­se  perceber   que   esses   fatores   se   desdobram  em   três   dimensões:   a   estrutura escolar,  a formação docente e o contexto de influência.  Neste   texto,  aborda­se somente a primeira  dimensão,  que compreende os aspectos relativos ao suporte material  para que as tecnologias de informação e comunicação possam ser utilizadas. Trata­se da existência dos recursos na escola. A análise dos dados coletados junto à Secretaria de Educação do Ceará permite traçar um perfil inicial da dimensão estrutura escolar da rede estadual de ensino. Os dados são relativos ao ano 2007. A pesquisa indica que é possível a integração das TIC ao ensino em 296 escolas, o que significa a cobertura de 46% das matrículas. Em 324 unidades de ensino não há computadores conectados à  internet disponíveis para o trabalho docente. Ainda há 64 escolas estaduais desprovidas de recursos digitais. Embora não seja um cenário caracterizado pela oferta universal das tecnologias digitais, percebe­se a presença das TIC no ambiente escolar. 

PALAVRAS­CHAVE: escola pública, tecnologias digitais, trabalho docente.

CONSTRUINDO INTERFACES DE ABORDAGENS METODOLÓGICAS NO CIRCUITO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Valdecí dos SantosUniversidade do Estado da Bahia

Esta comunicação versa sobre minha experiência pedagógica construída no circuito de formação de professores­biólogos, no componente curricular Prática Pedagógica II (2008.2), no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, na Universidade do Estado da Bahia, que mobilizou a questão: Como construir interfaces de abordagens metodológicas no circuito de formação   de   professores?   Elegendo   o   conteúdo   conceitual   “Legislação   Educacional   e Formação de Professores” para construir  uma teia   teórico­metodológica que permitisse os discentes vivenciarem interfaces de abordagens metodológicas, recorri, no primeiro momento, à   técnica  de ensino  Organizadores  Prévios,   criando uma ambiência  de diálogos  sobre a temática   e  a  construção  de  quadro­síntese  sobre   “Legislação  Educacional  Brasileira”.  No segundo momento, explorei a técnica de ensino Estudo Dirigido em três etapas. No terceiro momento, o grupo vivenciou o circuito teórico­metodológico da técnica de ensino Estudo do Meio  ancorado no  projeto  intitulado  Bate­papo pedagógico sobre legislação educacional, formação de professores, identidade profissional e profissionalização docente. O processo avaliativo   constituiu­se  de  entrega  do  questionário   devidamente  preenchido,   apresentação escrita e oral do Relatório individual sobre o Estudo do Meio, discussão sobre o estudo do meio, encaminhamentos sobre a ressignificação dos conteúdos, elaboração e apresentação de Peça Teatral  contemplando o resultado coletivo do estudo. Concluo que a construção de interfaces   de   abordagens   metodológicas   no   circuito   de   formação   de   professores   desvela concepções sobre currículos de formação de professores, identidade profissional do professor e profissionalização docente.

PALAVRAS­CHAVE:  Formação de professores. Interfaces de abordagens metodológicas. Identidade profissional do professor.

CONTRIBUIÇÃO AOS ESTUDOS DIDASCÁLICOS DA MATEMÁTICA

Marcelo Papini CajueiroAurino Ribeiro Filho

Universidade Federal da Bahia

O presente trabalho aborda o ensino da matemática no terceiro grau. Tem como referencial teórico a epistemologia genética, de PIAGET [1974:50­51], que resume as concepções acerca do ‘tipo de realidade ou de existência’ atribuído aos entes matemáticos, classificando­as em duas   opiniões.   A   primeira   opinião   confere   aos   entes   matemáticos   uma   existência independente   do   labor   humano.   A   segunda   considera   que   a   matemática   esteja   unida   à atividade   humana,   quer   como   estruturas  a   priori  ou   inatas,   quer   como   convenção   ou linguagem,   quer   como   construção   incessante   de   conceitos   e   elaboração   de   estruturas, associadas às estruturas operatórias apontadas pela psicologia genética.  Para este trabalho, utilizou­se como metodologia o exame de textos usados no ensino da matemática no terceiro grau.   Os   resultados   apontam   que   nos   textos   contemporâneos   destinados   ao   ensino   da matemática no terceiro grau, nota­se o emprego consistente do método axiomático, notável por reunir  a brevidade na exposição com a ênfase nos fatos fundamentais  de cada teoria. Pode­se   concluir   que   como   as   referências   de   caráter   genético   são   estranhas   ao   método axiomático, o uso exclusivo desse método não desperta nos discentes a convição na unidade essencial   da  matemática.   Para   evitar   essa   distorção  perceptiva,   sugere­se   a   discussão   de aspectos epistêmicos dessa ciência. 

PALAVRAS­CHAVE: Didática, matemática, epistemologia.

PEDAGOGIA UNIVERSITÁRIA, CURRÍCULO E TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: UMA EXPERIÊNCIA DOCENTE

Lívia Freitas Fonseca Borges Joseval dos Reis Miranda 

Chris Alves da SilvaUniversidade de Brasília 

O   presente   artigo   representa   uma   experiência   no   campo   da   pedagogia   universitária desenvolvida junto ao Programa de Pós­graduação em Educação da Universidade de Brasília, por meio da disciplina Currículo: Fundamentos e Concepções, no Projeto Gestor. O curso objetiva oferecer aos mestrandos subsídios  teóricos e metodológicos a respeito das  teorias curriculares tradicionais, críticas e pós­críticas e as demandas do cenário atual da educação brasileira. Os referenciais teóricos pautaram­se nos seguintes eixos: pedagogia universitária, currículo e o uso das tecnologias da informação e da comunicação. O percurso metodológico escolhido   foi  o  analítico­descritivo  acerca  da   formação continuada  para  gestores  da  Rede Federal da Educação Profissional e Tecnológica no país. Os resultados deste estudo sinalizam que a experiência possibilitou uma nova configuração do processo pedagógico na relação espaço   e   tempo   –   encurtando   distâncias   ­   e   de   estudos   e   atividades   curriculares   que repercutiram na formação profissional e acadêmica dos mestrandos. Quanto aos aspectos a serem repensados encontramos  fragilidades  nas  vivências   tecnológicas;  demanda por  uma maior   oferta   de   encontros   presenciais,   limites   na   interação   entre   os   estudantes   e   a concomitância entre trabalho e vida acadêmica.

PALAVRAS­CHAVE:  Pedagogia  Universitária.  Currículo.  Tecnologias   da   Informação   e Comunicação, Projeto Gestor.

O PAPEL DO PROFESSOR DO ENSINO MÉDIO NO ACESSO DO ALUNO DA ESCOLA PÚBLICA À UNIVERSIDADE PÚBLICA.

Aline Meiry Cruz  de OLIVEIRA – UFRNBetania Leite RAMALHO – UFRN

Um dos principais desafios postos à Universidade diz respeito à sua relação com a sociedade: se antes ela estava à margem dos ditames sociais, preocupando­se apenas com a formação de poucos acadêmicos, nesse momento histórico se encontra imersa em um contexto de pressão social para a democratização do acesso daqueles que queiram ingressar no nível superior. Este estudo diz respeito ao papel preponderante do professor do Ensino Médio na passagem de alunos de escolas públicas para a Universidade. Pensar o papel do professor do Ensino Médio nesta questão é entendê­lo como agente dinamizador de mudanças que vislumbram ampliar a chegada e  a  inclusão de grupos sociais  e economicamente  marginalizados  à  Universidade pública.  O estudo envolveu 50 professores da rede estadual  de ensino do Rio Grande do Norte, que responderam a um questionário elaborado com intuito de compreender como esses professores se veem frente à preparação dos seus alunos para o vestibular da UFRN. Podemos concluir   que   professores   do   Ensino   Médio   da   rede   pública   de   ensino   se   implicam, superficialmente, como agentes essenciais deste processo. A relação implicação do exercício da docência no Ensino Médio público versus demandas  de ensino e aprendizagem para o vestibular parece algo nebuloso, pouco evidente, ao contrário do que ocorre na rede privada, tendo um objetivo bem claro que seria o de preparar os alunos para prestarem o vestibular. Nesse  sentido,  o   acesso  à  Universidade   se   torna  um objetivo  bem distanciado  da  escola pública; esse fato é agravado pela própria identidade do Ensino Médio público, que perpetua as incertezas na formação dos alunos, conferindo a esse nível de ensino uma certa “identidade vacilante”. Neste sentido, é necessário tanto um comprometimento para se firmar políticas que assegurem uma identidade mais consistente para o Ensino Médio público do país, como também é extremamente necessário se investir na relação entre professores e alunos para que se efetivem praticas pedagógicas da melhor qualidade.

PALAVRAS­CHAVE: Docência no Ensino Médio; Acesso; Educação Superior.

TORNAR­SE ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO: TRAJETÓRIA DE EGRESSOS DE ESCOLAS PÚBLICAS NA UNIVERSIDADE PÚBLICA

 Claudia Pereira de Lima– IFRN

As políticas afirmativas de acesso e inclusão ao/no Ensino Superior no Brasil têm despertado debates   intensos  na  atualidade.  O  fenômeno da expansão da  educação  superior  aliado  ao aumento da demanda por este nível de ensino impulsionou a adoção de formas alternativas de selecionar candidatos. A UFRN vem realizando desde 2004 uma série de ações integrantes de sua Política de Inclusão Social. O foco principal desta política é o Argumento de Inclusão, que se constitui num mecanismo de pontuação adicional que toma como referência critérios sócio­econômicos e de desempenho dos candidatos da rede pública de ensino. Para o presente trabalho, questionamos:  quem são os estudantes que estão ingressando na universidade através desse mecanismo? Que mecanismos e estratégias fizeram parte da sua trajetória escolar e contribuíram com a aprovação dos mesmos no Vestibular? Que estratégias vêm sendo  mobilizadas  para conseguirem “sobreviver”  na universidade?  Realizamos entrevistas   semi­estruturadas   com 20  desses   estudantes   e  utilizamos  o   software  modalisa como ferramenta de apoio na sistematização e análise dos dados. Apoiado em uma análise sociológica   de   natureza   predominantemente   qualitativa,   sem   desconsiderar   os   problemas estruturais   que   produzem   as   desigualdades   escolares,   o   estudo   com   universitários provenientes da rede pública possibilitou conhecer a dinâmica que permeia a vida cotidiana e a   trajetória  escolar  dos  mesmos,   revelando  as  estratégias  e  o  custo  pessoal  daqueles  que procuram permanecer no sistema de ensino apesar das condições adversas de escolarização.

PALAVRAS­CHAVE: Acesso ao Ensino Superior;   Trajetória Escolar; Estudante da Rede Pública. 

A INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: AS TESSITURAS DO 

PROCESSO

Zenilda Botti FernandesUniversidade da Amazônia

[email protected]

Este   trabalho  é   resultado  da  experiência   sobre   inclusão  na  educação   superior,   em andamento na Universidade da Amazônia – UNAMA. As questões que têm direcionado as atividades da Coordenação Pedagógica na mediação desse processo são: nós, coordenadores, professores, funcionários e familiares, estamos preparados para encarar os desafios colocados pela   inclusão? Temos as condições  favoráveis  ao aprendizado dos alunos? A direção que buscamos afirmar para as práticas de inclusão pretende dar a conhecer a complexidade da formação profissional de estudantes com necessidades educacionais especiais, considerando que ela é forjada em meio a uma rede de elementos heterogêneos, entre os quais se incluem processos didáticos. Nesse sentido, a universidade, para oferecer formação profissional cidadã deve ser espaço livre de discriminação, que favoreça a convivência com a diversidade em igualdade  de  condições   e  oportunidades.  Frente  à   solicitação  para   receber   apoio  de  uma Intérprete  de Libras,   feita  por uma estudante com deficiência  auditiva  do Curso de Artes Visuais,   a   Coordenação   Pedagógica   da   UNAMA   foi   designada   para   acolher,   orientar   e acompanhar estudantes que ingressaram a partir desse período. Mais recentemente, foi criado o Núcleo de Atendimento ao Estudante – NAE, constituído por profissionais das áreas de Psicologia, Pedagogia e Fonoaudiologia, pela Coordenadora Pedagógica, quatro Técnicos em Assuntos Educacionais  e  por uma secretária,  habilitada  em Pedagogia.  Além destes,  há  o grupo de Coordenadores de Cursos que atuam como mediadores do NAE junto aos docentes, familiares e as turmas. O Núcleo de Laboratórios, a Coordenação de Tecnologia, a Diretoria Administrativa   e   a   Biblioteca  dão   o   suporte   estrutural   as   ações   de   inclusão.  O   trabalho realizado   pelo   Núcleo   reconhece   que   a   Universidade   não   é   uma   instituição   com   fins terapêuticos,  embora deva zelar pela formação profissional de seus estudantes durante sua trajetória na UNAMA.

PALAVRAS­CHAVE: inclusão; educação superior; convivência com a diversidade.

Temática 2:  Pedagogia Universitária: modelos em busca de uma política de formação docente para a educação superior  (Profissão, profissionalismo, profissionalização e desenvolvimento profissional ­   saberes e condições de trabalho na Educação Superior e na Educação Profissional Tecnológica); articulação ensino­pesquisa­extensão, conhecimento e cultura, teoria­prática na formação docente para a Educação Superior.

A PRODUÇÃO E A MOBILIZAÇÃO DE SABERES NA PRÁTICA DOCENTE

Kennedy Santos­ UFC

O objetivo do presente trabalho é refletir sobre a formação do docente universitário dos cursosde licenciatura,  visando perceber  se a prática  desse docente corresponde às exigências  do mundo   contemporâneo   em   face   da   legislação   brasileira.   Este   trabalho   é   uma   primeira aproximação  do  meu  objeto  de   investigação  ao  qual  venho  estudando  no  Doutorado  em Educação, cujo objetivo é compreender os elementos constituintes da relação dialética teoria­prática no trabalho docente desenvolvido nos cursos de Licenciatura da área de Ciências de uma IES e dos saberes e suas implicações resultantes para o processo de formação contínua do  professor   reflexivo­crítico.  Nesse   contexto,   tomamos   inicialmente   como  categorias  de análise  o  trabalho  docente,  a  formação docente,  a epistemologia  da prática  que permitem focalizar   as   relações  dos  professores  com os  saberes  que  dominam para  poder  ensinar  e aqueles   que   ensinam.   Para   primeira   trilha   percorrida   na   investigação,   utilizou­se,   uma abordagem qualitativa por acreditar que o uso desta análise permite estabelecer conclusões mais significativas, a partir dos dados coletados, bem como da observação direta, in locus, dos sujeitos  envolvidos na pesquisa.  Os sujeitos  investigados  são professores universitários de uma   IES  pública   no   estado  do  Ceará,   que   atuam  nos   cursos  de   licenciatura   da  área   de Ciências,   possuem   formação   inicial   em   nível   de   bacharelado   e   não   cursaram   quaisquer disciplinas   pedagógicas   na   pós­graduação.   Os   resultados   preliminares   da   pesquisa possibilitam afirmar  que grande parte  dos docentes  não possui  uma formação pedagógica adequada  que  atenda  as  exigências  da  contemporaneidade.  Essa  carência  pedagógica   tem refletido diretamente no cotidiano da sala de aula.

PALAVRAS­CHAVE:   1.   Docência   Universitária   2.   Formação   Docente   3.Prática Pedagógica.

A   CONCEPÇÃO   DOS   PROFESSORES   DO   CURSO   DE   PEDAGOGIA   SOBRE   A DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR

Maria do Carmo Martins Cavalheiro – FAEC / UECE Maria do Socorro Lima Marques França – SEDUC 

Este trabalho apresenta como temáticas centrais de discussão, a docência no Ensino Superior, evidenciando a formação dos que exercem este nível de ensino. Apoiamo­nos teoricamente nos estudos de Masetto (2003), Pimenta (2005), Libâneo (1994), Morosini (2000) e Cunha (2009). Os eixos de análise são a identidade do professor do Ensino Superior e seu espaço institucional  de trabalho nas suas diversas configurações,  assim como a concepção desses sujeitos sobre docência. A questão que norteia este trabalho é um esforço de compreensão do entendimento dos professores do Curso de Pedagogia sobre docência. Objetivamos entender a abordagem dos conceitos, analisando o Ensino Superior no contexto atual, suas finalidades e as   práticas   desenvolvidas,   da   mesma   forma  discutindo   a   identidade  dos   professores   e   o processo   de   construção   de   seus   conhecimentos.   Adotamos   a   abordagem   qualitativa   por trabalharmos com conceitos e subjetividades e configuramos a pesquisa como do tipo estudo de caso. Os dados foram coletados por questionário formulado em torno das categorias em estudo.   Para   situar   a   questão,   explicitamos   os   conceitos   na   visão   dos   teóricos   que   nos fundamentam e confrontamos esses pressupostos com as ideias dos professores do curso de Pedagogia   da   Faculdade   de   Educação   de   Crateús   –   FAEC,   descrevendo   o   seu   perfil formativo. Evidenciou­se a falta de formação pedagógica adequada a esses profissionais, pois suas concepções sobre a docência no ensino superior são distorcidas na essência, na maior parte das vezes tratada apenas como uma atividade fim.

PALAVRAS­CHAVE: 1 Ensino Superior. 2 Docência. 3 Professor.

PERFIL DOCENTE DA UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ: 

ELEMENTOS PARA REFLETIR SOBRE A PROFISSIONALIZAÇÃO DA 

DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA

Adriana Campani­ 

Universidade Estadual Vale do Acaraú

O presente resumo objetiva apresentar resultados da primeira etapa da pesquisa “Mudanças e impactos   na  docência   do   ensino   superior   da   Universidade   Estadual  Vale   do  Acaraú   pós reforma   curricular   nos   cursos   de   licenciaturas”.   Será   apresentado   o   perfil   docente   da universidade pesquisada com intuito de problematizar elementos que caracterizam a docência universitária.  Os  dados  apresentados  nesse   trabalho   foram  retirados  do   relatório  geral  do questionário   sócio­econômico   dos   professores,   aplicado   pela   Pró­Reitoria   de   Ensino   de Graduação no semestre de 2009.1. Embora o vínculo funcional da maioria dos professores seja efetivo, menos da maioria não se dedica exclusivamente à universidade, portanto não têm a docência no ensino superior como base da sua profissão. Constatou­se que os professores são,  em sua maioria,  bacharéis  e  não  tiveram experiências  de ensino  durante  a   formação acadêmica, sendo o ensino superior a sua primeira experiência como docente. A pesquisa e a extensão ainda aparecem pouco nas práticas dos professores universitários, comprometendo o princípio da indissociabilidade e o da “reconfiguração de saberes” (Santos, 1994) da prática docente   universitária.   Uma   parcela   significativa   dos   professores   revelou   desconhecer   ou conhecer  parcialmente  o  novo  projeto  político  pedagógico  do   seu  curso   indicando  que  a docência por eles desenvolvida não está articulada com os propósitos do projeto pedagógico­PPP. Em relação às dificuldades apresentadas pelo novo PPP, o planejamento do ensino; o domínio dos novos conhecimentos postos, a inovação e a avaliação do processo de ensino­aprendizagem são as mais citadas pelos professores. 

PALAVRAS­CHAVE: Pedagogia universitária – Perfil docente – Profissionalização docente

PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL E PROJETO PEDAGÓGICO NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS BRASILEIRAS

 Maria da Glória Arrais Peter ­ UFC Jacques Therrien ­ UFC

As   universidades   federais   brasileiras   necessitam   refletir   sobre   a   elaboração   de   um  novo projeto   acadêmico,   político   e   administrativo,   bem  como   sobre   as   suas   próprias   práticas, buscando construir  um novo projeto de universidade  que privilegie  o aspecto pedagógico associado  ao   sócio­político,   sob  o  paradigma  da  comunicação.  Diante  da   importância  da educação superior pública e de qualidade no contexto educacional e social do país, o presente trabalho pretende identificar, analisar e consolidar elementos considerados essenciais para a formulação   de   diretrizes   de   planejamento   nas   universidades   federais   brasileiras, fundamentadas em um modelo de racionalidade adequado à natureza da atividade educacional e científica, de modo a conceber um projeto pedagógico de instituição universitária pública, no atual contexto social, cultural, político e econômico brasileiro. A opção por um conceito mais   abrangente   de   razão,   numa   perspectiva   emancipatória,   surgiu   com   o   interesse   por fundamentar   epistemologicamente   a   pesquisa   no   trabalho   de   Habermas   acerca   da racionalidade comunicativa, ou Teoria da Ação Comunicativa.  Uma aproximação do projeto filosófico de Habermas, traz a compreensão da necessidade de uma reflexão mais profunda, crítica e dialógica, acerca de todos os elementos que compõem o planejamento universitário, questionando sua pertinência e validade, possibilitando assim, uma mudança no  status quo. Para tanto, foram analisadas as experiências das diversas universidades federais brasileiras, no que diz respeito à elaboração e implementação de planos institucionais, buscando identificar os aspectos pedagógicos contemplados. Diante dos resultados da análise, constatou­se que o teor dos documentos que consolidam o planejamento institucional nas universidades federais brasileiras,   ainda  deixam a  desejar  quanto  à   sua  aderência  a   tese   formulada,  de  que  um processo   dessa   natureza   deverá   desembocar   na   construção   de   um   projeto   pedagógico institucional,   orientado   por   uma   concepção   de   universidade   e   de   sociedade   que   reflita criticamente sobre os saberes que transmite e sobre suas práticas,  de forma intersubjetiva, notadamente   no   que   diz   respeito   ao   projeto   pedagógico   institucional,   dimensão   não contemplada de forma contundente nas instituições analisadas, como espaço de reflexão sobre as práticas institucionais. Os dados permitiram afirmar que existe uma grande lacuna nesse aspecto,  evidenciada  pela  ausência  de  propostas  que   tratem do  trabalho  docente,   fator  de extrema   relevância   do   processo   intencional   de   formação   desenvolvido   nas   universidades federais.

PALAVRAS­CHAVE: Planejamento. Processo Pedagógico. Universidades.

A COMPETÊNCIA PROFISSIONAL DE PROFESSORES NO ENSINO SUPERIOR: CAMINHOS DE UM ESTUDO COLABORATIVO

Cecília Rosa Lacerda ­UFC

O estudo apresenta uma discussão sobre a competência profissional de professores dos cursos de bacharelado no enfoque da pesquisa colaborativa. O texto trata do recorte de uma pesquisa de   Doutorado   em   Educação   da   Universidade   Federal   do   Ceará   que   tem   como   objetivo compreender como os professores do ensino superior sem formação pedagógica formal e com experiências   concomitantes   em   atividades   profissionais   específicas   constroem   sua competência (seu ‘saber ensinar’) no trabalho docente. A investigação é desenvolvida em uma instituição privada do ensino superior com professores dos cursos de bacharelado que também atuam concomitantemente  em outro campo profissional.  Os eixos  centrais  para análise  se aglutinam nas categorias competência docente,  epistemologia da prática,   trabalho docente, saber de experiência e profissionalidade. O caminho metodológico da investigação se define como estudo colaborativo, oportunizando aos sujeitos momentos de reflexão sistemática da prática em parceria com investigador e a troca de experiências com os pares. Nesse sentido, destaca­se a importância do pesquisador com o trabalho de campo em um contexto no qual são constituídas  as significações  que os sujeitos atribuem às situações cotidianas,  atuando como mediador do processo de interação na intencionalidade da transformação da prática.  A coleta de dados tem sido realizada através de encontros de formação, utilizando o estudo de ensino   como   estratégia;   entrevistas   semi­estruturadas;   observação   de   aulas   e   observação participante em reuniões de professores.   Os dados prévios  indicam a docência como um trabalho complexo e os desafios da articulação das experiências profissionais específicas com os saberes da docência.   

PALAVRAS­CHAVE: 1. Competência 2. Trabalho docente  3. Pesquisa colaborativa

COMPETÊNCIA E REFLEXÃO: DOS SENTIDOS AS IMPLICAÇÕES NA 

DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA

Maria do Socorro Lima Marques França­SEDUCIsabel Maria Sabino de Farias­UECE

O texto apresenta análise dos conceitos de competência e reflexão considerando suas implicações sobre a docência universitária.  Com base nos estudos de Charlot (2005), Pimenta (2002), Rios (2002) e Zeichner (2008) buscou­se compreender os pressupostos de competência e reflexão presentes nos discursos oficiais atuais. Nesse diálogo com os autores, refletiu­se sobre as implicações dos conceitos de competência e de professor reflexivo nas práticas   de   formação   desenvolvidas   pela   universidade.  Aponta­se,   nesse   sentido,   que   o reconhecimento  da  educação  como  instrumento  de   integração  do  homem ao  universo  do trabalho, da sociedade e da cultura, reclama fazê­la acontecer de forma consciente, crítica e libertadora,   como   um   direito   garantido   a   todos.   Assim,   pensar   um   professor   que   atue favoravelmente na construção de um novo fazer na educação, exige mudanças nos processos formativos de nível superior, pelos quais respondem os docentes universitários. Quando se exige do professor da Educação Básica a articulação entre a teoria e a prática no processo de ensino   e   de   aprendizagem,   bem   como   o   desenvolvimento   de   condições   adequadas   de aprendizagem para o crescimento do aluno, pressupõe­se que a sua formação dá conta disso. Pouco adianta que se modifiquem apenas aspectos gerais, sem lhes alterar a essência, sem que os   processos   formativos   ofereçam   oportunidades   de   pensamento   reflexivo,   de   efetiva aprendizagem   pela   pesquisa.   Nesta   tarefa   o   formador   de   formadores   assume   papel fundamental. 

PALAVRAS­CHAVE: Docência universitária, competência, professor reflexivo.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: UM OLHAR A PARTIR DO CURRÍCULO E DAS PRÁTICAS DOCENTES DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA 

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ NA PERSPECTIVA DA TEORIA DA AÇÃO COMUNICATIVA

Ruth Carvalho de Santana Pinho ­UFC Jacques Therrien ­ UFC

 

A necessidade de um projeto político pedagógico antecede a qualquer  decisão política  ou exigência legal  no âmbito de uma instituição de ensino. O objetivo geral deste trabalho é analisar   o   Projeto   Político­Pedagógico   do   Curso   de   Ciências   Contábeis   da   UFC,   por intermédio do Currículo e das Práticas Docentes, na perspectiva dos princípios fundantes de uma compreensão reflexiva e transformadora acerca da ação educativa, referendada na Teoria da   Ação   Comunicativa.   O   Projeto   Político   Pedagógico   é   o   documento   que   orienta   a estruturação do currículo  cuja  construção é  cultural  e  que organiza uma série  de práticas educativas determinadas pelo sistema educacional e político, assim como pelos sujeitos que as fazem.   Assim,   compõem   o   referencial   teórico:   Projeto   Político   Pedagógico,   Currículo, Identidade   Docente,   Epistemologia   da   Prática,   Racionalidade   Comunicativa,   Trabalho Docente e Diretrizes Curriculares Nacionais. Para tanto está sendo uma pesquisa de natureza colaborativa,  envolvendo  o  corpo docente  do  Curso,   iniciada  com um  levantamento  para identificar  as  práticas,  a   identidade  e  a   racionalidade  deste,  e por  entrevistas  com grupos focais. Os resultados parciais apontam para um projeto político pedagógico não participativo, de formato burocrático; para a predominância da racionalidade instrumental e de um ensino tecnicista;   e   um   currículo   técnico­linear.   Conclui­se   que   para   que   o   Projeto   Político Pedagógico  do  Curso  de  Ciências  Contábeis   da  UFC possa   representar   a   articulação  do processo   educativo   é   preciso   que   haja   uma   quebra   de   paradigmas   que   garantam   o protagonismo dos envolvidos e lance as bases de uma educação emancipadora. 

PALAVRAS­CHAVE: Projeto Político Pedagógico, Currículo, Educação emancipadora.

PESQUISA E FORMAÇÃO REFLEXIVA NO CURSO DE HISTÓRIA: UM OLHAR SOBRE A DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA

Ana de Sena Tavares Bezerra­ Universidade Estadual do Ceará

Isabel Maria Sabino de Farias ­  Universidade Estadual do Ceará 

A relação ensino, pesquisa e formação docente não é um tema novo, constituindo­se alvo de atenção de vários pensadores no cenário internacional (SCHON, 1983; ZEICHNER, 1997; CONTRERAS, 2002). No Brasil esta discussão permeia o debate educacional desde os anos de 1980. O debate forjado ao longo das últimas décadas em torno da formação docente, paulatinamente,   incorporou   e   fortaleceu   a   compreensão   da   pesquisa   como   componente indispensável  à   construção  de  uma profissionalidade  vinculada  à   reflexão  da  prática.  O marco   legal  vigente  na  educação  nacional   (Plano  Nacional  de  Educação,  Resolução  nº. 1/2002 – CNE/CP, Resolução nº 13/ 2002– CNE/CES) é expressivo desse movimento. O foco da nossa pesquisa é a formação inicial e tem como objetivo central compreender como a integração da pesquisa ao ensino no curso de História (licenciatura), mais precisamente no âmbito das disciplinas vinculadas a pesquisa, tem contribuído para o desenvolvimento da capacidade reflexiva do professor em formação. Na busca por respostas e/ou pistas sobre o problema investigado centramos nossa atenção sobre a prática do professor universitário da Universidade Estadual do Ceará  que trabalha com as disciplinas relacionadas a iniciação científica na graduação, privilegiando a observação e seus discursos (vozes) sobre a ação pedagógica   desenvolvida.   Por   esta   razão   buscamos   suporte   metodológico   na etnometodologia. Os resultados obtidos fortalecerão o debate sobre a docência universitária, especialmente na licenciatura em História. Deverá  também contribuir com os professores envolvidos   na   iniciativa,   haja   vista   que   no   contexto   em   que   o   estudo   vem   sendo desenvolvido estes profissionais vivenciam a implantação de um novo currículo.

    

 PALAVRAS­ CHAVE: Pesquisa, docência universitária, formação reflexiva

VEZ E VOZ DE ORIENTADORES E ORIENTANDOS: CONTRIBUIÇÕES PARA O DIÁLOGO ACADÊMICO

Cleide Maria Quevedo Quixadá Viana ­ UnB

Ilma Passos Alencastro Veiga – UnB/UniCEUB

O texto tem o objetivo de discutir a voz de orientandos e seus respectivos orientadores sobre as contribuições e fragilidades de ambos para o êxito da produção acadêmica.  Trata­se do recorte de uma pesquisa qualitativa, desenvolvida em cursos de pós­graduação da UnB. O campo empírico foi o curso de mestrado do Programa de Pós­Graduação em Educação. Os sujeitos da pesquisa foram vinte e oito alunos egressos do mestrado com seus respectivos orientadores,  no total  de dezoito.  O instrumento de pesquisa aplicado ao orientando foi o questionário e ao orientador, a entrevista. A pesquisa revelou que, nem sempre, a forma como orientador e orientando se apresentam corresponde ao olhar do outro, apesar da identificação de pontos convergentes. Entender os meandros do cruzamento desses olhares é o desafio do texto.  Dentre   as   dificuldades   enfrentadas  no  processo  de  orientação  destaca­se   a   relação orientador­orientando. Sua compreensão exige considerar a natureza subjetiva do ser humano e de sua relação com a realidade  e sua história  de vida,  sua compreensão de mundo, de conhecimento, os diferentes comportamentos influenciados pelos determinantes históricos da realidade social. Outros desafíos identificados podem ser categorizados em: (a) afetivos, (b) profissionais   e   (c)   teórico­metodológicos.   Por   fim,   o   êxito   da   relação   e   da   produção acadêmica exige, do orientador e do orientando, diálogo, dedicação, organização, disciplina, interesse, satisfação, reforçados pelo compromisso e responsabilidade de ambos, destacando a importância da auto­avaliação do orientando e do orientador, no processo.

PALAVRAS­CHAVE: educação superior; pós­graduação; orientação acadêmica.

EDUCAÇÃO SUPERIOR, IDENTIDADE E PROFISSIONALIZAÇÃO: O PROGRAMA DE RECONSTRUÇÃO DAS PRÁTICAS DOCENTES.

Deliene Lopes L. KotzJoseane Rodrigues da Cunha

Lêda GonçalvesUniversidade Católica de Brasília

O presente artigo tem por objetivo refletir sobre a docência no ensino superior, nas questões sobre a identidade, a profissionalização e a formação profissional. A perspectiva teórica que fundamenta   a   reflexão   proposta   neste   artigo   envolve   a   compreensão   de   identidade,   que segundo Imbernón (2009), a identidade passa pela capacidade dos sujeitos refletirem e darem significado   às   suas   experiências.   Veiga   (2008)   ao   explicar   que   embora   imbricados,   a profissionalização   e   a   formação  possuem  especificidades.  Pimenta  &   Anastasiou   (2002), sobre formação, explica que é comum nas instituições de ensino superior a falta de preparo e desconhecimento do que seja o processo de ensino e de aprendizagem. Os sujeitos envolvidos na análise e reflexão, são 287 professores de uma universidade privada do Distrito Federal que participam de um programa de formação continuada docente. A metodologia utilizada constituiu­se de um levantamento de dados quantitativos e qualitativos (análise de conteúdo de   fóruns).   Após   análise   dos   dados,   os   elementos   do   contexto   do   professor   que   serão destacados são: perfil; condições de trabalho; sentimentos e sentidos da profissão e trajetória no ensino superior. Sobre como se tornou professores universitários, a maioria afirma que só teve contato com a docência, após concluírem o Mestrado. Conclui­se que ao refletir sobre a identidade e a profissionalização, com a colaboração das contribuições teóricas recentes na área,  é  possível  apontar  dimensões essenciais  para se pensar  a formação continuada,  bem como melhorar a qualidade dos processos de ensino e aprendizagem.

PALAVRAS­CHAVE: Programa de Reconstrução Docente, Identidade, Profissionalização.

PEDAGOGIA UNIVERSITÁRIA: O PROCESSO DE FORMAÇÃO DO DOCENTE ATRAVÉS DA SUA FALA.

George Pimentel Fernandes ­ URCADébora Simone de Carvalho Santos ­ URCA

Para  o bom desempenho do  professor  da educação  superior  pressupõe necessariamente  a construção de saberes e as condições de trabalho. Na perspectiva da LDB pelo menos 1/3 do corpo docente deve apresentar titulação acadêmica de mestrado ou doutorado e regime de tempo integral. Considerando que a Universidade Regional do Cariri – URCA, já apresenta estas duas condições, interessou­nos analisar a relação entre a formação docente exigida no Art. 52 da Lei n° 9394/96 e o trabalho docente que cada professor desempenha em sala de aula. Nesse sentido, estabelecemos uma relação dialógica com os docentes da URCA, com a finalidade de coletar os dados que fundamentam “o olhar docente para a práxis pedagógica”. No desenvolvimento do presente trabalho foi possível analisar as diversas manifestações a respeito  da categoria  práxis.  Notamos assim que o processo de formação docente “stricto sensu”   não   representou   uma   efetiva   mudança   (em   sala   de   aula)   consolidada   em   uma teorização pedagógica que resultasse em efetivas mudanças no desempenho do professor, em sala de aula, por outro lado o envolvimento com a pesquisa possibilitou uma maior segurança no trabalho docente, bem como, tem resultado no incentivo a pesquisa através da iniciação científica e na pós­graduação. Enfim, o trabalho até então concluído reflete apenas um aspecto da   Pedagogia   Universitária.   Nossa   perspectiva   é   contribuir   para   o   estabelecimento   de elementos para uma política de formação docente da URCA.

PALAVRAS­CHAVE: Práxis Pedagógica ­ Formação Docente ­ Educação Superior.

O PROFESSOR UNIVERSITÁRIO EM AÇÃO NA LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS: QUAL INTEGRAÇÃO ENTRE ENSINO E PESQUISA?

 Nilson de Souza CARDOSO ­ Universidade Estadual do Ceará

 Isabel Maria Sabino de FARIAS ­ Universidade Estadual do Ceará

Como ensina o professor universitário? A interrogação expressa o foco deste trabalho, que apresenta pesquisa em desenvolvimento em universidade pública cearense. O estudo objetiva compreender  o  processo  de   integração  da  pesquisa   ao   ensino  na  prática  dos  professores formadores   do   Curso   de   Ciências   Biológicas   (CCB),   tendo   em   vista   as   orientações curriculares para a formação profissional. A problemática parte de questionamentos em torno da   ausência   de   formação   pedagógica   para   atuar   no   magistério   superior,   bem   como   da demanda   de  reelaboração   da   profissionalidade   docente,   especialmente   em   face   do estabelecimento da pesquisa como princípio e como competência a ser desenvolvida durante a formação profissional superior. Indaga­se: Qual a prática pedagógica dos docentes que atuam na  licenciatura em CCB da Universidade Estadual  do Ceará? Que integração fazem estes formadores entre  ensino e pesquisa no processo de formação inicial  que desenvolvem? A investigação apóia­se na etnometodologia. Levantamento preliminar sobre estes docentes na UECE, um total de 30 profissionais, revelou que eles possuem formação inicial diversificada (somente 23,52% são licenciados em CCB) e que 56,6% estão ligados a grupos/projetos de pesquisa. Quanto à  formação continuada,  23,52% concluiu mestrado,  70,59% doutorado e 5,88% pós­doutorado, mas nenhum deles na área de Educação. A produção acadêmica está direcionada às áreas específicas das ciências biológicas, divergindo apenas duas professoras com investigações em educação e saúde e em metodologia do ensino de ciências e biologia. Os dados sugerem a existência de hiato na relação entre pesquisa e formação considerando as diretrizes curriculares, lacuna que solicita maior aprofundamento.

PALAVRAS CHAVE: formação pedagógica, prática pedagógica, docência universitária.

POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOCENTE PARA A UECE

Elivânia da Silva Moraes ­ Universidade Estadual do Ceará

Meirecele Calíope Leitinho ­ Universidade Federal do Ceará  e Universidade Estadual do Ceará

 Nilson de Souza Cardoso ­ Universidade Estadual do Ceará

Nos últimos anos o desenvolvimento profissional docente na Educação Superior no Brasil, emergiu   com   maior   força,   sendo   uma   preocupação   e   um   objetivo   da   agenda   educativa internacional e nacional, tendo em vista que as mudanças políticas, econômicas e culturais na sociedade tem colocado em questão o papel da Universidade no que concerne a formação profissional   necessária   à   uma   nova   ordem   societária   e   a   um   ensino   de   qualidade.   A Universidade Estadual do Ceará (UECE) se insere neste movimento de interrogação e revisão de  propostas   e  práticas  pedagógicas  para   a  docência  universitária,   frente   aos  desafios  da sociedade da informação. Assim nasceu a Política de Desenvolvimento Profissional Docente para a Universidade Estadual do Ceará­ Brasil (UECE), sistematizada no âmbito do Núcleo de Formação de Professores da Célula Técnico­Pedagógica, da Pró­reitoria de Graduação. Esta política tem como princípios: a integração, flexibilidade, dinamicidade, autonomia e reflexão, e   está   sendo   avaliada   continuadamente,   considerando­se   as   metas   propostas.   Temos   já implantado um Programa de Formação Pedagógica para os professores, considerando­o como eixo estruturante da política de desenvolvimento profissional docente na UECE, com ações já realizadas em termos de conferências, grupos de diálogos, orientação de tutores e de outras ações   que   serão   relatadas   neste   trabalho,   analisando­se   os  métodos   desenvolvidos   e   dos resultados alcançados.

PALAVRAS­CHAVE:   Docência   Universitária,   Desenvolvimento   Profissional   Docente, Formação de Professores.

FORMAÇÃO PARA A DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA: DESAFIOS E 

PERSPECTIVAS NA UNEB

Mônica Moreira de Oliveira Torres ­

Universidade do Estado da Bahia

O texto discute a formação para a docência universitária na Uneb tomando como referência a análise do perfil formativo dos seus docentes desde 2006 o que permitiu conhecer melhor esta problemática na Instituição identificando demandas de formação. Evidenciamos a relevância deste trabalho para uma universidade multicampi como a Uneb, que possui 29 Departamentos e que vem realizando a democratização do acesso à educação superior na Bahia. O trabalho também   tem   como   objetivo   subsidiar   a   Universidade   na   elaboração   de   uma   política institucional   voltada   para   a   formação   em   serviço   dos   seus   docentes.   Diante   disto, abordaremos neste ensaio a formação para a docência universitária analisando a questão do currículo e da formação docente e as implicações no ensino de graduação e analisando o perfil profissional  dos  professores  da  Uneb,  a  partir  de  Morin   (1999),  Cunha(2007),  Kincheloe (1997), Pimenta e Anastasiou (2005). Qual o perfil de formação dos docentes da Uneb as implicações  para  o  ensino  de  graduação?  Utilizando  o  estudo  de  caso  com a  análise  do cadastro dos docentes no Inep,  identificamos a ausência de formação pedagógica entre os professores   e   a   necessidade   da   definição   de   uma   política   institucional   como   condição imprescindível para fortalecimento do ensino de graduação na universidade. 

PALAVRAS – CHAVE: Formação, docência universitária, currículo

O ENFOQUE HISTÓRICO CULTURAL COMO REFERENCIAL TEÓRICO­

METODOLÓGICO NA FORMAÇÃO DO DOCENTE UNIVERSITÁRIO: RELATOS 

DE EXPERIÊNCIA NO BRASIL E EM CUBA.

Tania Suely Azevedo Brasileiro – Universidade Federal de Rondônia/Brasil

 Gloria Fariñas León – Universidade de La Havana/Cuba

Esta comunicação objetiva compartilhar duas experiências formativas no âmbito da docência universitária – uma na Universidade Federal de Rondônia/Brasil, e a outra na Universidade de Havana/Cuba,   ambas   adotando   o   enfoque   histórico   cultural   como   referencial   teórico metodológico para o desenvolvimento das capacidades para aprender a aprender no processo de   profissionalização   docente   para   atuar   na   educação   superior.   As   duas   realidades   de formação partem de estudos e pesquisas realizados pelas autoras em seus países e têm como finalidade   contribuir   para   a   superação   de   uma   prática   pedagógica   bancária   e descontextualizada,   ainda   presentes   na   “aula   universitária”,   apontando   alternativas   que busquem   responder   às   exigências   de   complexidade   da   vida   e   do   saber   contemporâneo. Autores   como   Vygotski,   Galperin,   Davidov,   Freire,   Garrido,   Veiga,   entre   outros,   são convidados ao diálogo estabelecido pelo confronto teoria­prática no emprego de métodos de trabalho que adotam a autoorganização da aprendizagem e a metodologia problematizadora, bem como pela comunicação e pelas vivencias de seus protagonistas. Estes dois contextos formativos,   distintos   em   suas   origens   culturais   e   históricas,   podem   favorecer significativamente   ao   desenvolvimento   do   pensamento   e   da   ação   profissional   críticos   e comprometidos com uma sociedade mais humana e equitativa. 

PALAVRAS­CHAVE:   Educação   superior.   Enfoque   histórico­cultural.   Formação Profissional do docente universitário.

A FORMAÇÃO PEDAGÓGICA PARA A DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: ESTUDO SOBRE OS EGRESSOS DO CEMES

 Maria Alice Melo ­UFMA Lélia Cristina Silveira de Moraes ­ UFMA

Ilma Vieira do Nascimento­ UFMA

Discutir a formação de professores para a educação superior leva, necessariamente, a situá­la no processo de expansão desse nível de ensino, fenômeno que neste início de século assume acentuada  proporção.  Um dos  aspectos   a   considerar  nesse   contexto   refere­se  à   crescente importância atribuída à educação superior  pelos segmentos sociais que no Brasil estiveram (e,   muitos   ainda,   continuam)   por   longo   tempo   mantidos   à   sua   margem,   com   escassa possibilidade   de   participação.   Tais   demandas   para   serem   atendidas   acabam   por   exercer alguma influência  nos rumos das políticas voltadas para a formação de professores, impondo a   necessidade   de   não   só   aumentar   o   quantitativo   desses   profissionais,   como   de   melhor qualificá­los.   A   formação   profissional   requerida aos   professores   envolve   um   conjunto complexo de saberes que, na perspectiva de Bocchese (2002), resulta da articulação dos eixos científico, empírico e pedagógico. No caso do Curso de Especialização em Metodologia do Ensino   Superior   ­   CEMES,   voltado   para   licenciados   e   bacharéis   de   qualquer   área   do conhecimento, em se tratando, especificamente, dos bacharéis, o curso indica não abordar em profundidade   os   saberes   pedagógicos   que   articulam   a   aprendizagem   em   suas   diversas dimensões. Os estudos em andamento, realizados pelo grupo de pesquisa Escola, Currículo, Formação e Trabalho  Docente,  do Programa de  Pós­Graduação em Educação da UFMA, fundamentados em Tardiff (2002), Anastasiou (2002), não nos permitem, ainda,  uma análise conclusiva. Objetiva­se com esses estudos analisar a relação expressa entre o objeto de estudo dos egressos em seus trabalhos de conclusão de curso e os saberes pedagógicos, entendidos como eixo da formação docente para a educação superior.

PALAVRAS­CHAVE: Formação Pedagógica. Educação Superior. CEMES

O TRABALHO DE PLANEJAMENTO E ACOMPANHAMENTO DOS INSTRUMENTOS AVALIATIVOS REALIZADO PELA ASSESSORIA PEDAGÓGICA COMO POLÍTICA DE FORMAÇÃO DOCENTE: UMA 

ABORDAGEM HISTÓRICA E PRÁTICA

Dayse Braga MartinsJanine de Carvalho Ferreira Braga

Simone Trindade da Cunha Universidade de Fortaleza – UNIFOR

O trabalho realizado pelos professores que compõem a assessoria pedagógica do Centro de Ciências  Jurídicas da Universidade de Fortaleza,  no planejamento e  acompanhamento  dos instrumentos avaliativos dos professores do curso de Direito, como mecanismo de formação docente é o objeto de estudo da presente pesquisa. O processo de ensino e aprendizagem nas três dimensões: técnica, política e humana revela a identidade da Instituição, na perspectiva do ensino,  pesquisa e  extensão.  Dentre  os  elementos  que compõem este  processo,  está   a avaliação,   representando   um   instrumento   de   julgamento   das   competências   e   habilidades adquiridas,   embasado   em   critérios   pré­estabelecidos   (LUCKESI,   1999).   O   trabalho   de assessoramento   pedagógico   consiste   na   orientação   e   acompanhamento   dos   docentes   no desenvolvimento   das   práticas   avaliativas,   analisando   aspectos   formais   e   materiais   dos instrumentos, e sua articulação com o Projeto e o Plano de Enino. Esta pesquisa exploratório, é   de   natureza   bibliográfica   e   documental,   o   que   revelou,   a   partir   dos   resultados,   a identificação da continuidade e    consolidação de uma prática   institucional  que  prioriza  o processo   avaliativo,   repercutindo,   inclusive   na   formação   pedagógica   dos   professores. Semestralmente,   observa­se   o   crescimento   da   adesão   dos   professores   neste   processo,   no aperfeiçoamento dos enunciados avaliativos, com destaque aos elementos sociais e culturais, à relação teoria e prática, na busca da excelência do ensino jurídico.

PALAVRAS­CHAVE:   planejamento   e   acompanhamento;   instrumentos   avaliativos; formação docente na Educação Superior. 

 PROFISSIONAL DOCENTE DA EDUCAÇÃO SUPERIOR­ PROFISSÃO QUE SUPÕE FORMAÇÃO ESPECÍFICA

Sofia de Evaristo Menescal Barreira ­  UFC/UVA/ FUNCAP

O artigo refere­se ao estudo da sociedade da informação e do conhecimento e decorrentes desafios à formação profissional na educação superior, explicitando das profissões no mundo contemporâneo, motivo pelo qual ressalta­se a importância de redimensionar a atuação docente no âmbito dessa nova realidade. Para efeito de delimitação do texto, as análises são direcionadas mais especificamente à compreensão de que o magistério também deste nível de ensino constitui uma profissão, a qual, como as demais, demanda profissionalização específica para as atividades exercidas nas Instituições de Ensino Superior – IES e demais espaços pertinentes. No decorrer do texto são apresentados alguns referenciais que caracterizam as profissões, como se relacionam ao profissional docente da educação superior, justificando a necessidade de formação específica no âmbito de uma política de desenvolvimento profissional docente a ser implementada legal e legitimamente no âmbito das IES. Esse artigo é parte integrante do texto final de uma tese de doutorado, realizado por meio da pesquisa qualitativa, através do estudo de caso da política institucional de uma universidade pública, sendo utilizadas, para coleta de dados, entrevistas semiestruturadas e análise documental. O referencial teórico deste artigo incorpora contribuições de Berger, Brzezinski, Freire, Imbernón, Meirieu, Pimenta e Anastasiou, Popkewitz, Ramalho, Nuñez e Gauthier, Tardif e Veiga.

PALAVRAS­CHAVE: Formação docente para a educação superior. Sociedade da informação e do conhecimento. Desenvolvimento profissional docente.

A QUALIFICAÇÃO DE DOCENTES PARA ATUAÇÃO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR NO IFMA: um estudo sobre os impactos do Programa de formação pedagógica

Sueli Borges Pereira – IFMA

No   presente   trabalho   analisam­se   os   impactos   causados   pelo   Programa   de   Formação Pedagógica de docentes do Instituto Federal do Maranhão (IFMA) nas concepções e práticas dos docentes que atuam no Ensino Superior. Aprofunda­se a reflexão teórica de construção da profissionalidade docente a partir de autores que dissertam sobre a pedagogia universitária PIMENTA (2002), entre outros, e de que modo os docentes reconhecem a constituição de tal profissionalidade.  Analisam­se os  fundamentos  e  objetivos  do referido Programa tentando captar as perspectivas subjacentes à formação dos docentes. Os caminhos da pesquisa a qual se   encontra   em   sua   fase   exploratória   serão   constituídos   por   pesquisa   bibliográfica   e documental. Como instrumentos de pesquisa serão utilizados além de questionários para obter dados   referentes   à   identificação,   formação   acadêmica   e   desenvolvimento   profissional, entrevistas   com   os   docentes   que   participaram   da   formação.   Preliminarmente,   podemos afirmar que os mesmos reconhecem a importância da formação pedagógica como saberes básicos  para  a  sua profissionalidade.  A perspectiva  que subjaz  ao  Programa se  insere na concepção de professor mais como um tecnólogo do ensino que agente social. A relevância desse trabalho consiste na atualidade do tema e na contribuição que este pode oferecer para que   a   instituição   possa   problematizar   a   qualidade   da   formação   pedagógica   e   de   ensino oferecida em seus cursos superiores. PALAVRAS­CHAVE: Formação. Docente. Educação Superior.

Características específicas dos professores da UNEB e sua relação com a universidade

Ilma Maria Fernandes Soares ­ UNEB

Samara Coelho Mascarenhas ­ UNEB

Esse estudo objetiva elaborar  um acervo de dados referente aos professores da UNEB de forma a identificar as características dos docentes dessa instituição no que se refere a sua origem social,   itinerância,  faixa etária,  relação com a instituição e com a profissão dentre outros.   A   metodologia   adotada   é   de   caráter   quantitativo,   sendo   utilizado   o   questionário mediante o elevado número de professores, cerca de 1600, distribuídos em 29 departamentos. As variáveis foram agrupadas em dois blocos. No primeiro, foca aspectos referentes a pessoa do   professor:   gênero,   idade,   étnia,   estado   civil,   lugar   de   origem,   local   onde   estudou   a graduação, formação,  etc. Esse primeiro momento constará  de questões objetivas.  O outro bloco busca compreender aspectos específicos da atividade   profissional, tais como: como avalia o seu trabalho e a universidade, dificuldades encontradas para o exercício profissional, pontos   positivos   em   trabalhar   nessa   instituição,   itinerância,   escolha   da   profissão   etc.   O referencial  de análise  se apoia nos trabalhos  de  Baptista,  Cunha,  Fialho,  Pimenta,  Anastasiou dentre  outros.  A pesquisa,  que,  atualmente,  consta  os  dados sistematizados de um único campus, demonstra   que   muitos   professores   são     das   classes   C   e   D,   sertanejos,   ex­alunos   da   própria universidade em que trabalham, inclusive, alguns do próprio departamento. As considerações a que se chega   é   que   a   UNEB,   enquanto   universidade   multicampi   possibilitou,   apesar   das   inúmeras dificuldades, não somente oportunizar sertanejos, negros, pessoas das camadas populares terem acesso a graduação, mas também formar parte do seu quadro docente. 

PALAVRAS­CHAVE: relação docência – universidade; caraterísticas sociais dos docentes; educação superior 

DESAFIOS, FUNDAMENTOS E PRESSUPOSTOS DA PESQUISA NOS CURSOS DE FORMAÇÃO DOCENTE

Edna Ribeiro de CastroUniversidade Estadual do Maranhão –UEMA

Tradicionalmente a pesquisa docente é predominante em nível de pós­graduação, e um dos objetivos destes cursos é formar pesquisadores que atuem em cursos de graduação, onde se espera que, além do ensino, realizem pesquisa e extensão. Contudo, o desenvolvimento de pesquisa  neste  âmbito  de  ensino  depende de  uma variedade  de   fatores  que  vão além da disposição e disponibilidade do pesquisador­professor. Alguns dos fundamentos da pesquisa na prática  docente  remontam aos anos 60 e 70 com os trabalhos  de Lawrence Stenhouse (1996)   desenvolvidos  na  Universidade  de  East  Anglia,   na   Inglaterra.   Mas   autores   como Zeichner (1993), Schön (1995) e Alarcão ( 2001b), ressalvam que desde os anos 30 já havia estudos em defesa dos professores como investigadores, especialmente John Dewey. Neste estudo, que faz parte de um trabalho mais amplo,  empregou­se a metodologia do Círculo Dialético  Hermenêutico,  de  Guba e  Lincoln   (1989),  por  meio  de  entrevistas  abertas  com professores   do   curso   de   Pedagogia,   que   expressaram   suas   reflexões   sobre   temas   como formação docente, pesquisa e etc. Os dados expõem a necessidade de desmistificar a pesquisa no cotidiano docente como algo sem articulação com a prática, de modo que se constitua num fator atrativo per se. Outro aspecto destacado é que faltam projetos dos próprios professores; o que há são projetos dos alunos para trabalhos de conclusão de curso. É relevante o papel dos formadores de professores na construção do espírito indagativo, que entendemos extrapolar os limites  de certas disciplinas,  posto que não é  suficiente  apenas indagar mas,  agir  fazendo acontecer. E a pesquisa constitui­se o nicho de cultura do espírito indagativo que gestará a ação.

PALAVRAS­CHAVE: Universidade; pesquisa docente; pesquisador­professor. 

PROGRAMA DE FORMAÇÃO DOCENTE DA UNIVERSIDADE DE FORTALEZA: REFAZENDO CAMINHOS E BUSCANDO NOVOS 

HORIZONTES.

    Francisco José Rodrigues     Xênia Diógenes Benfatti

Henrique Luis do Carmo e SáUniversidade de Fortaleza ­ UNIFOR

A  Educação   Superior   no  Ceará   vem  passando   por  mudanças   desde   a   aprovação  da  Lei 9394/96­LDB.   O   crescimento   desse   nível   educacional   e   as   demandas   da   sociedade contemporânea   colocam   desafios   referentes   à   formação   continuada   dos   docentes. Considerando este contexto a Universidade de Fortaleza desenvolve o Programa de Formação Docente, com o objetivo de subsidiar o trabalho docente, considerando suas dificuldades e demandas. A presente pesquisa apresenta as atividades desenvolvidas pelo Programa junto aos professores e gestores, bem como busca conhecer seus efeitos na formação docente. A abordagem teórico­metodológica fundamenta­se na perspectiva do planejamento participativo (Gandin, 2004; Dalmás, 2008), na medida em que os envolvidos assumem a responsabilidade pelas decisões, execução e avaliação do Programa. Neste sentido, os pesquisadores vivenciam o   processo,   enquanto   integrantes   da   equipe   de   trabalho   e   ao   mesmo   tempo,   observam, analisam   e   registram   os   desenvolvimentos.   As   ações   contemplam   5   áreas   articuladas: programação cultural; socialização didático­acadêmica, estudo e formação permanente; apoio pedagógico aos docentes e infraestrutura. O Programa têm contribuído, segundo os sujeitos, para a melhoria da qualidade do trabalho docente, entretanto,  permanecem as inquietações referentes ao excesso de atividades em face à escassez de tempo para o desenvolvimento das ações. 

PALAVRAS­CHAVE: Educação superior. Formação continuada. Qualidade educacional.

A PEDAGOGIA UNIVERSITÁRIA E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR CRIATIVO

Paulina Maria Mendes Parente­ UVA

Este ensaio versa sobre a formação de professor na perspectiva da competência criativa, tendo alguns   autores   das   áreas   envolvidas   como   apoio   teórico.   O   mundo   social   apresenta­se marcado por grandes mudanças e a educação também está alterando sua dinâmica, daí ser necessário que os modos de pensar e fazer das práticas educativas sejam objetos de pesquisas. Como referencial teórico nos apoiamos nos conceitos e pesquisas de autores reconhecidos da área  da   aprendizagem,   formação  de  professores   e  pedagogia   universitária,     como Santos (   2000),   B.;   Alencar,   E.   (2003);   Guether,   Z.;   Veiga,   I   (2009).;   Vygotsky,   L.   (1987, 1998).Ressalta­se  o  papel    da  criatividade  como uma competência  necessária  para  que  a própria  metodologia  para  aprender  e  as  aprendizagens  dos  alunos  se  dêem de  maneira  a formá­los  para  os  novos desafios.  A criatividade  é  passível  de ser  aprendida  através  das estratégias educacionais intencionais, por isso promovê­la deve ser uma meta da educação contemporânea. Sendo a pesquisa, de caráter qualitativa, utiliza o modelo de pesquisa­ação, na modalidade de pesquisa colaborativa. Queremos fazer uma reflexão sobre a relação entre a prática docente universitária nos cursos de licenciatura e a formação do professor criativo. Essa reflexão é  parte de uma pesquisa de doutorado que estamos realizando,   tendo como objeto de estudo o curso de pedagogia de uma universidade pública cearense. O curso de Pedagogia foi escolhido por ser responsável pela formação de professores e por ser local de trabalho docente da pesquisadora. Entre as novas competências dos docentes, reconhecemos aqui a capacidade de agir com criatividade e potencializar o uso da criatividade de seus alunos no ambiente de sala de aula, inclusive para conviver com as novas características grupais que deverão se estabelecer para que as mudanças se efetuem na prática universitária

PALAVRAS­CHAVE:  Criatividade, Pedagogia Universitária,  Formação de Professor.

DOCÊNCIA SUPERIOR E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOCENTE: NARRATIVAS AUTOBIOGRÁFICAS EM FOCO

Adriana Borges Ferro Moura­UFPIMaria da Glória Soares Barbosa Lima­ UFPI

Esta   comunicação   decorre   de   pesquisa   desenvolvida   no   âmbito   do   Programa   de   Pós­Graduação   em   Educação   (PPGEd),   encampando   reflexões   e   discussões   sobre   docência superior,   tendo   como   objeto   de   estudo   o   processo   de   desenvolvimento   profissional   do professor   bacharel   em   Direito.   Seu   eixo   teórico   de   sustentação   emana   das   concepções defendidas  por  Pimenta;  Anastasiou  e  Cavallet   (2003);  Masetto   (1998;  2003);  Pimenta  e Anastasiou (2005), entre outros. Trata­se de uma investigação­formação em história de vida, compreendendo e empreendendo discussões que se voltam para a sua configuração enquanto prática  multidisciplinar   e   polissêmica,   fundamentada   em Souza   (2006a;   2006b);  Abrahão (2004);   Santa   Marina   e   Marinas   (1995);   Nóvoa   e   Finger   (1988),   entre   outros.   Como instrumentos   de   produção   de   dados   foram   empregadas   entrevistas   autobiográficas   e questionários, a fim de que o próprio participante da pesquisa fornecesse informações de suas trajetórias   formativas  e  de  seu  desenvolvimento  profissional  docente.  A análise  de  dados orientou­se a partir de uma base categorial, tendo como fundamentação a análise de conteúdo segundo Gomes (1994) e Bardin (2004). Ao longo de todo trabalho evidenciou­se que os caminhos percorridos para chegar ao magistério superior foram diversos tantos quantos foram os professores­interlocutores, revelando um processo individual e intimista, com realce para a percepção   da   docência   que,   enquanto   profissão,   ocorre   para   todos   em   um   determinado momento, levando estes professores a buscarem a superação da ausência dos conhecimentos da formação inicial de modo a melhor se habilitarem para o ser professor de profissão.

PALAVRAS­CHAVE: Docência Superior. Desenvolvimento Profissional Docente. Autobiografia.

“BOM” PROFESSOR UNIVERSITÁRIO: ECOS DE VOZES DISCENTES

 Guaraciara Alves Barros LEAL ­Universidade Estadual do Ceará/CAPES 

 Helena Cristina Soares MENEZES ­Universidade Estadual do Ceará/CAPES

 

 Fabrícia Gomes da SILVAUniversidade Estadual do Ceará/FUNCAP

 

O presente trabalho visa discutir sobre o ensino universitário, considerando o contexto da pós­graduação Lato Sensu. Tal pesquisa provém de uma investigação recentemente concluída em uma turma de  Psicopedagogia   Institucional  da  Universidade  Estadual  Vale  do Acaraú   em Sobral­Ce. O objetivo central foi identificar concepções dos alunos sobre as características de um   “bom”   professor   universitário.   Buscou­se   evidenciar   elementos   acerca   dos   processos didáticos,   domínio   de   conteúdo,   titulação   docente,   compromisso   e   flexibilidade   dos professores  do referido  curso,  bem como a importância  dada pelos  pesquisados  à   relação professor­aluno.   Abordamos   o   modelo   de   pedagogia   universitária   a   partir   de   Pimenta, corroborando com os saberes  docentes  de Tardif  e  a   figura do professor de Machado.  O docente  é  discutido  como profissional  privilegiadamente  convocado  a  compor  a   linha  de frente do desafio do ensino universitário, por isso o interesse pela investigação a partir do olhar   do   aluno.   Trata­se   de   uma   pesquisa   exploratória   de   abordagem   qualitativa   onde realizamos   um   questionário   de   questões   fechadas   e   abertas.   Consideramos   que   em   um contexto capitalista  onde o ensino é  colocado como fator  de poder,  não se  faz pretensão esgotar a discussão, mas, incitá­la, a partir da voz de psicopedagogos em formação. Conclui­se   que   as   impressões   advindas   das   vozes   discentes   sobre   a   prática   de   seus   professores favorecem ricas reflexões sobre o processo ensino­aprendizagem. 

PALAVRAS­CHAVE: Ensino Superior, Docência, Ensino­Aprendizagem 

LEITURA E (AUTO) FORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR

Ana Maria Iorio Dias (UFC/UnB)Ilma Passos Alencastro Veiga (UnB/UNICEUB)

Esta pesquisa discute a formação docente para a Educação Superior, compreendendo os   caminhos  que  o   docente   percorre   para   essa   (auto)formação,   uma   vez   que   há   poucos mecanismos   institucionais   para   isso.    Trata­se   de   um  estudo/pesquisa   sobre  docentes   na Universidade   Federal   do   Ceará,   e   as   trajetórias   desenvolvidas   para   se   chegar   à   (auto) formação, pelas leituras que realizam, para, de forma também auto­didata, alimentar a atuação docente.   Refletir sobre esse movimento, ao nosso ver, é trazer à cena o “ofício de mestre”, sua identidade, seu profissionalismo, e, ao mesmo tempo, lançar um olhar mais aprofundado sobre a formação dos professores que atuam na Educação Superior.  No Brasil, não há, ainda, uma política explícita de formação docente. A conseqüência disso é que, para ser professor de uma   Instituição   de   Educação  Superior,   basta   ter   o   saber   técnico.  Onde   fica   a   formação pedagógica   para   ser   docente?   Na   pesquisa,   utilizamos   instrumentos   (questionários   e entrevistas explicitativas) para (re)conhecer as estratégias que os professores se utilizam para se constituírem docentes, enfatizando a  leitura de textos que abordem conteúdos didático­pedagógicos. A leitura tem lugar de destaque no mundo contemporâneo; mas não se pode dizer, com certeza, que pelo menos um de seus objetivos – o de proporcionar competência profissional ­ esteja sendo atingido, se considerarmos a precariedade com que o docente que atua   na   Educação   Superior   (como   atestam   pesquisas).   Os   resultados   nos   levam   a   uma evidência de que a leitura na (auto)formação docente está restrita à leitura de conhecimentos técnicos específicos da área em que o docente atua, não incorporando ao seu cotidiano uma leitura de conteúdos pedagógicos que auxiliem na tarefa de ser professor. 

PALAVRAS­CHAVE: leitura; formação docente; Educação Superior

AS LICENCIATURAS NA CONCEPÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO 

BÁSICA

 Luiz Claudio Araújo COELHO ­ Universidade Estadual do Ceará

Lidiane Rodrigues Campêlo da SILVAUniversidade Estadual do Ceará

 Nilson de Souza CARDOSOUniversidade Estadual do Ceará

Os resultados pouco expressivos da educação pública brasileira socializados pelo sistema de avaliação   da   Educação   Básica   redirecionam   as   lentes   investigativas   para   o   âmbito   da universidade,   espaço   de   formação   do   professor   que   atua   na   escola   básica.   A profissionalização docente em uma perspectiva crítica constitui­se uma possível solução para as arguições entremeadas no debate educacional moderno. Vislumbra­se na constituição do professor­pesquisador a promoção da reflexão crítica, capaz de aprimorar a prática educativa, à melhoria da aprendizagem dos alunos e do reconhecimento profissional docente. A pesquisa entendida em sua dimensão processual, institucional e coletiva constitui­se como demanda real no processo formativo e prático dos docentes e exigência das DCN para formação de professores   da   Educação   Básica.   A   presente   reflexão,   resultado   de   pesquisa   empírica exploratória  de cunho qualitativo,   teve  a  entrevista  semi­estruturada  como instrumento  de coleta de dados e trata do entendimento de dez professores do ensino médio da rede pública cearense sobre a sua formação acadêmica. Em linhas gerais, eles entendem suas licenciaturas com caráter excessivamente teórico, desconectadas da realidade da escola pública. Pode­se apreender, a partir dos dados, que esses professores não tiveram preparação para a pesquisa, sendo sua iniciação decorrente da elaboração do trabalho monográfico, o que lhes impõe, no cotidiano, desafios teóricos e práticos para se instituírem como professor­pesquisador.

PALAVRAS­CHAVE: formação docente, licenciaturas, professor­pesquisador.

WEBQUESTS E FORMAÇÃO DOCENTE: ANÁLISE DA PROBLEMATIZAÇÃO

Luiz Claudio Araújo COELHOUniversidade Estadual do Ceará

Lidiane Rodrigues Campêlo da SILVAUniversidade Estadual do Ceará

Nilson de Souza CARDOSOUniversidade Estadual do Ceará

A escola não se encontra isolada, estabelecida em espaço e tempo diversos do vivido pela sociedade. Ela influencia e é influenciada pelos acontecimentos de seu contexto histórico. Os anseios e necessidades da sociedade têm reflexos na escola, que passa a desempenhar novos papéis. Essa mudança, contudo, deve ser debatida e questionada criticamente, para que possa trazer melhorias ao ambiente escolar e à educação. Despertar o interesse dos estudantes com situações­problemas relevantes,  incentivar a apresentação de soluções,  promover o contato com o conhecimento  sistematizado a partir  das   idéias  prévias,  possibilitar  a  utilização do conhecimento em outros contextos tem o condão de romper com o ciclo transmissão­recepção peculiar ao ensino tradicional. O professor ao utilizar os recursos digitais, deve fundar sua prática em metodologias que estimulem outras habilidades discentes, além da memorização. O modelo  webquest  foi  desenvolvido  com este  desiderato.  A presente  pesquisa  objetivou analisar a abordagem metodológica de nove webquests disponíveis na internet com temáticas voltadas para a formação de professores. Para tanto, utilizou­se uma abordagem qualitativa. Contudo, será discutida apenas a análise efetivada quanto à ocorrência da categoria situação­problema   na   introdução   das   amostras.   Embora   a   contextualização   dos   temas   tenha   sido identificada,   a   problematização   obteve   um   tratamento   quase   nulo,   pois   apenas   uma   das amostras apresentou a situação­problema de forma clara.

PALAVRAS­CHAVE: formação docente, webquests, problematização.

DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA: trabalho, cultura e lazer 

Lívia Freitas Fonseca Borges ­Universidade de Brasília 

O texto deriva de uma pesquisa mais ampla que foi desenvolvida na Universidade de Brasília, intitulada   “Formação   e   Desenvolvimento   Profissional   do   Docente   Universitário”   sob   a responsabilidade   de   seis   pesquisadores   situados   na   Faculdade   de   Educação.   A   pesquisa objetivou compreender como os professores da Universidade de Brasília constroem os seus percursos na docência universitária. Os interlocutores da pesquisa são professores do quadro permanente,   em   regime   de   dedicação   exclusiva.   Neste   recorte   de   pesquisa   refletimos   a respeito da relação entre cultura, lazer e trabalho docente. Este estudo contempla um total de 177 interlocutores pesquisados durante o ano de 2005. A base de dados foi consolidada por meio da aplicação de um questionário. A análise teórica tem origem em obras referenciais da teoria crítica no campo da educação e do trabalho. Os resultados da pesquisa possibilitaram compreender as repercussões das preferências culturais e de lazer dos professores que estão relacionadas com o trabalho docente. 

PALAVRAS­CHAVE: docência universitária, trabalho, cultura e lazer 

FORMAÇÃO E DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO NAS IES POTIGUARES

Ridalvo Medeiros Alves de Oliveira ­ UFRNDaniele da Rocha Carvalho­ UFRN 

 Betânia Leite Ramalho ­UFRN

Apesar   do   grande   retardo,   formação   e   exercício   da   docência   nas   IES   ganham importância. É visível a preocupação com gestão pedagógica em que se relaciona formação e prática pedagógica de professores com os resultados avaliativos das IES. Na insuficiência de uma formação pedagógica para os professores do ensino superior, que leve o docente a ter domínio do campo de conhecimento do ensino, e a enfrentar as situações de aprendizagem dos seus alunos, os professores agem segundo suas representações sobre ensinar e aprender. Este trabalho investigou a trajetória de formação dos docentes de Ciências Contábeis das IES potiguares, professores bacharéis, sem a devida preparação para a atividade de docência, que tornam­se professores  “num passe  de mágica”,  ao  passarem em um concurso  público.  A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário aplicado a uma amostra de 40 docentes, representando todas as IES do Estado. O questionário foi dividido em duas partes: uma que  identificou  o perfil  pessoal  do docente,  outra  a   trajetória  do professor  quanto  a formação para o ensino superior. O estudo concluiu que a maioria dos docentes é do sexo masculino, com idade entre 25 e 40 anos, sendo as áreas de maior interesse as de custos e contabilidade   geral.   Quanto   aos   motivos   que   os   levaram   a   optar   pela   atuação   docente ressaltam a estabilidade financeira. A maioria buscou cursos de especialização, mestrado e doutorado; porém, quase nenhum deles participou de eventos de didática,  metodologia do ensino ou avaliação. Alegam dificuldades financeiras para a não realização desses cursos e o desconhecimento   de   metodologias   de   ensino,   didática,   elaboração   de   instrumentos   de avaliação   e   distribuição   do   conteúdo   no   tempo   de   aula,   como   dificuldades   encontradas durante as aulas.

PALAVRAS­CHAVE:   Docência   Universitária.   Formação   de   professores   em   Ciências Contábeis. 

RELAÇÃO ENSINO/PESQUISA NA MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA: UM PARADIGMA DE APRENDIZAGEM PARA A DOCÊNCIA 

UNIVERSITÁRIA

Maria Raquel de Carvalho Azevedo – UFC/FUNCAP

Relação   ensino/pesquisa   na   monografia   de   graduação   em   pedagogia..visa   compreender como   os   docentes   do   curso   de   pedagogia   constroem   novas   aprendizagens   vinculadas   à docência universitária, a partir da integração entre ensino/pesquisa concretizada na atividade de   orientação/acompanhamento   da   monografia.  Para   compreender   o   problema,   a epistemologia da prática é essencial,  considerando ainda como categorias teóricas centrais: racionalidade   pedagógica,   saberes   docentes   e   aprendizagem   docente.   A   orientação   à monografia  é   aqui   tomada   enquanto   atividade   interativa   suscitando   ao  professor   integrar saberes,  aprendizados,  conhecimentos.  A formação pela  pesquisa elevaria  o ensino a uma dimensão mais reflexiva,  crítica,  aberta.  Considera­se ainda que o ensino viabilizado pela pesquisa   permite   a   formalização   para   o   docente   de   seus   conhecimentos   práticos, transformados pela problematização e crítica em instrumentos de sua profissionalização. A abordagem  teórico­metodológica   centra­se   na  pesquisa   etnometodológica   e   ergonomia  da atividade docente, examinando as concepções e argumentos práticos, as atividades didático­pedagógicas,   currículos   e   contextos   de   trabalho,   bem   como   as   experiências     e   práticas adotadas.  Dados preliminares  parecem indicar,  problemas  contextuais   relativos  a  espaços, recursos e tempo para orientação e que a atividade de orientar é alterada ao longo da trajetória dos docentes, podendo influenciar no modo de conceber/ministrar as suas aulas. Ainda cabe dizer   que   habilidades,   disponibilidade  para   orientar/rever   a   prática   e  motivação  parecem fatores essenciais.

PALAVRAS­CHAVE: Ensino­Pesquisa; Aprendizagem Docente; Docência Universitária.

DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR:

APONTAMENTOS SOBRE A PEDAGOGIA UNIVERSITÁRIA

Antonia Edna Brito­UFPI;

Carmen Lúcia de Oliveira Cabral­UFPI;

Maria da Glória Soares Barbosa Lima­UFPI

Esta comunicação tem como objeto a docência universitária, que, na sua essência, pressupõe um professor na condição de profissional reflexivo, crítico e competente. Decorre, pois, de pesquisas   desenvolvidas   no   Núcleo   de   Estudos   e   Pesquisas   sobre   Formação   e Profissionalização Docente em Pedagogia – NUPPED, tecendo reflexões sobre o tornar­se professor universitário, o ensinar e o aprender neste entorno, realçando, em especial, o papel e os desafios inerentes à educação superior diante da globalização mundial e da efemeridade da informação   e   do   conhecimento.  Discute   na   sua   centralidade   a   pedagogia   universitária,   a complexidade   do   trabalho   docente,   a   construção   do   ensinar   e   aprender,   bem   como   o conhecimento profissional requerido no exercício da docência superior. Trata­se de estudo desenvolvido a partir da pesquisa narrativa e que tem como apoio teórico as contribuições de Gauthier   e   Tardif   (1996),   ao  discutirem   a   pedagogia   em   seus   aspectos   epistemológicos; Morosini (2001) referindo­se à especificidade da docência superior; Freire (1996) ao propor uma concepção de docência como um vir  a ser, atividade marcada pelo inacabamento.  O estudo, portanto, ressalta a docência universitária em diferentes dimensões, tendo como base a pedagogia enquanto campo de conhecimento,   relacionado à   formação do professor.  Neste sentido,  constata  a  necessidade  de um fazer  docente  comprometido  com os  processos  de emancipação e de formação para a autonomia, conforme exigências da contemporaneidade, em   relação   aos   princípios   cognitivos,   éticos,   sociopolíticos   e   estéticos   da   docência universitária.

Palavras­chave: Pedagogia universitária. Docência superior. Conhecimento Profissional.

CONCEPÇÃO DE FUNÇÃO SOCIAL DA UNIVERSIDADE PRESENTE NOS CURSOS DE LICENCITURAS:  ELEMENTOS PARA  REFLETIR SOBRE A 

DOCENCIA UNIVERSITÁRIA Rejane Maria Gomes da Silva ­ Universidade Estadual Vale do Acaraú

Adriana Campani ­ Universidade Estadual Vale do Acaraú

Simone Dias Marques ­ CNPq/UVA

O presente trabalho objetiva apresentar elementos que caracterizam a concepção de função social da universidade presente nos cursos de licenciaturas da Universidade Estadual Vale do Acaraú ­ UVA. Este estudo integra uma das etapas da pesquisa “Mudanças e impactos na docência do ensino superior da Universidade Estadual Vale do Acaraú pós reforma curricular nos cursos de licenciaturas”.   A intenção foi de verificar de que forma os elementos dessa concepção social da universidade encontrada nos cursos está relacionada com os propósitos da docência universitária. Realizamos entrevista aberta com os professores e coordenadores dos cursos de licenciaturas,  a saber:  Letras,  matemática,  História  e Geografia.  Nossos estudos teóricos,  pautados  em Boaventura  Santos   (1995 e  2008),   indicam que a   função social  da universidade   encontra­se   numa   base   contraditória   entre   produzir   a   alta   cultura   e   os conhecimentos necessários a  formação de uma elite  e a produção dos padrões culturais  e conhecimentos necessários a transformação social. Em análise preliminar, constatamos que os cursos de licenciaturas associam a função social da universidade à produção do conhecimento científico e a formação de quadros de excelência intelectual.  A idéia de universidade para transformação social está   ligada aos saberes que devem ser produzidos pela epistemologia científica e não aos saberes emergentes dos conflitos sociais. 

Palavras­Chave: Função social da universidade – Docência Universitária – Licenciaturas