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N.º 53 | Ano XVII - JUL 2011 Distribuição Gratuita pág. 4 Entrevista: Carminho “Campo de Ourique é o meu bairro ” pág. 4 Entrevista: Carminho “Campo de Ourique é o meu bairro” 6 pág. Entrevista B.V. CAMPO DE OURIQUE 12 pág. Entrevista MARIANO DEIDDA Breves PRÓXIMO TRIMESTRE 15 pág.

JFSC nº 53

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Revista da Junta de Freguesia de Santo Condestável

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Page 1: JFSC nº 53

N.º 53 | Ano XVII - JUL 2011Distribuição Gratuita

pág. 4

Entrevista:

Carminho“Campo de Ourique

é o meu bairro ”

pág. 4

Entrevista:

Carminho“Campo de Ourique

é o meu bairro”

6pág.

EntrevistaB.V. CAMPO DE OURIQUE

12pág.

EntrevistaMARIANO DEIDDA

BrevesPRÓXIMO TRIMESTRE15pág.

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INFORMAÇÕES ÚTEIS

N.º 53 - Junho de 20112

EXECUTIVO

Pedro Miguel Sousa Barrocas Martinho Cegonho Presidente (PS)Pelouros: Gestão dos Serviços e dos Sistemas de Informação, Protecção Civil e Segurança Pública, Cultura, Director da Revista de Santo CondestávelAtendimento: 5ª Feira - 14h/18h (Marcação Prévia)

Virgínia Clara Vidigal EssenreiterVogal (substituto legal do Presidente) (PS)Pelouros: Habitação e Educação Atendimento: 2ª Feira - 14h/16h (Marcação Prévia)

Apolinário Barrau MendesSecretário (PS)Pelouros: Comunicação e Transportes, Intervenção Local e SaneamentoAtendimento: 6ª Feira - 10h/12h(Marcação Prévia)

António Bento da Silva AlmeidaTesoureiro (PS)Pelouros: Espaços Verdes e Ambiente, Desporto, Salubridade e Higiene Atendimento: 3ª Feira - 10h/12h(Marcação Prévia)

Isabel de Fátima Amaral Rolim de Almeida Vogal (PS)Pelouros: Acção Social, Juventude e UrbanismoAtendimento: 2ª Feira - 10h/12h(Marcação Prévia)

Órgãos da FreguesiaMESA DA ASSEMBLEIA DE FREGUESIA

José Duarte Piteira Rica Silvestre CordeiroPresidente (PS)

Patrícia Sofia Meireles Aires Sampaio Lourenço 1ª Secretária (PS)

António Eduardo Pereira Carvalho2º Secretário (PS)

Bancada PSJaime Correia da Silva MatosIsidro Machado AraújoHélder Alexandre Lourenço Machado

Bancada PSDTiago Filipe da Silva Mendes de MoraisAdelino Wenceslau CrespoTeresa Maria Tamagnini Mendes de CarvalhoRodrigo Salema de Sande e LemosJoão Pedro Teixeira Lagoas

Bancada CDUVítor Manuel de Oliveira Santos

Bancada BELuís Filipe Pedroso Rodrigues Pires

ASSEMBLEIA DE FREGUESIA

Rua Azedo Gneco, 84 - 1.º Esq. - 1350-039 Lisboa / Tel: 213931300 / 307

JUNTA DE FREGUESIA DO SANTO CONDESTÁVEL

SedeRua Azedo Gneco, 84 - 2.º - 1350-039 LisboaTel: 213931309 - Fax: 213931309E-mail: [email protected]ário: 2ª, 3ª, 5ª e 6ª f. - 9h/18h / 4ª f. - 09h/20h

GABINETE DE ENCAMINHAMENTO JURÍDICORua Azedo Gneco, 84 - 2.ºHorário: 6ª f. - 11h30/13h(Marcação Prévia)

LUDOBIBLIOTECARua Azedo Gneco, 84 - 3.º - 1350-039 LisboaHorário: 3ª a 6ª f. - 10h30/13h - 14h30/19h, sábado - 14h30/19h

CENTRO DE CONVÍVIO LYDIA HOMEM GOUVEIARua Azedo Gneco, 84 - 1.º Dtº - 1350-039 LisboaTel: 213900979Horário: 2ª a 6ª f. - 14h/18h

AUDITÓRIO DA JUNTARua Azedo Gneco, 84 - 1.º Esq. - 1350-039 Lisboa

DELEGAÇÃORua Quinta do Loureiro, à Av. de Ceuta, Lote 4, Loja 4 - 1350-410 LisboaTel: 213649868Horário: 3ª e 5ª f. - 14h/18h

Contactos Úteis• ASSEMBLEIA DE FREGUESIARua Azedo Gneco, 84 - 1º Esq. - 1350-039 LisboaTlf.: 213 931 300/307

• JUNTA DE FREGUESIA DO SANTO CONDESTÁVELSEDERua Azedo Gneco, 84 - 1º Esq. - 1350-039 LisboaTlf.: 213 931 300 - Fax: 213 931 309E-mail: [email protected]ário: 2ª,3ª,5ª e 6ª feira: 10h/18h - 4ª feira: 10h/20h

GABINETE DE ENCAMINHAMENTO JURÍDICORua Azedo Gneco, 84 - 1º Esq. - 1350-039 LisboaTlf.: 213 931 300 - Fax: 213 931 309Horário: 2ª,3ª,5ª e 6ª feira: 10h/18h - 4ª feira: 10h/20h

LUDOBIBLIOTECARua Azedo Gneco, 84 - 1º Esq. - 1350-039 LisboaTlf.: 213 931 300 - Fax: 213 931 309Horário: 2ª,3ª,5ª e 6ª feira: 10h/18h - 4ª feira: 10h/20h

CENTRO DE CONVÍVIO LYDIA HOMEM GOUVEIARua Azedo Gneco, 84 - 1º Esq. - 1350-039 LisboaTlf.: 213 931 300 - Fax: 213 931 309Horário: 2ª,3ª,5ª e 6ª feira: 10h/18h - 4ª feira: 10h/20h

AUDITÓRIO DA JUNTARua Azedo Gneco, 84 - 1º Esq. - 1350-039 LisboaTlf.: 213 931 300 - Fax: 213 931 309Horário: 2ª,3ª,5ª e 6ª feira: 10h/18h - 4ª feira: 10h/20h

DELEGAÇÃORua Quinta do Loureiro, à Av. de Ceuta, Lote 4 - Loja 41350-410 LisboaTlf.: 213 649 868Horário: 3ª e 5ª feira: 14h/18h

• CONTACTOS ÚTEIS

Governo Civil de Lisboa 213 218 800

Assembleia Municipal de Lisboa 218 179 401

Câmara Municipal de Lisboa 217 988 000

P.S.P. – 24ª Esquadra 213 619 624

Regimento Sapadores de Bombeiros 213 422 222

Bombeiros Voluntários de Campo de Ourique 213 841 880

Porta-a-Porta, LX Alerta 808 203 232

Recolha de “Monstros” 213 804 020

Piscina Municipal de Campo de Ourique 213 869 541

Posto de Limpeza – Zona 5 (C.M.L.) 213 804 020

Mercado de Campo de Ourique 213 962 272

EMEL 217 803 100

Centro de Atendimento ao Munícipe 808 203 232

Santa Casa da Misericórdia 213 943 800

Protecção Civil 217 825 290

GEBALIS 213 619 370

EDP (faltas de energia, avarias) 800 506 506

EPAL (Linha de atendimento a clientes) 213 221 111

Agrupamento de Escolas Manuel da Maia 213 928 870

Escola Josefa de Óbidos 213 929 000

Centro de Saúde de Santo Condestável 213 913 220

Posto da Cruz Branca 213 869 366

Sub – Delegação de Saúde do Santo Condestável 213 913 220

Posto de Saúde da Misericórdia da Qta. Loureiro 213 600 611

Hospital São Francisco Xavier 210 431 000

Ajuda de Mãe 213 874 414

Policia Municipal 217 825 200

Táxis Jardim Teófilo Braga (Jardim da Parada) 213 903 060

Parque Estacionamento Campo de Ourique 213 915 120

Casa Fernando Pessoa 213 913 270

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EDITORIAL

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N.º 53 | Ano XVII - JUL 2011Distribuição Gratuita

pág. 4

Entrevista:

Carminho“Campo de Ourique

é o meu bairro ”

pág. 4

Entrevista:

Carminho“Campo de Ourique

é o meu bairro”

6pág.

EntrevistaB.V. CAMPO DE OURIQUE

12pág.

EntrevistaMARIANO DEIDDA

BrevesPRÓXIMO TRIMESTRE15pág.

Índice

Ficha TécnicaRevista da Junta de Freguesia do Santo Condestável

Propriedade da Junta de Freguesia do Santo Condestável

DirecçãoPedro Cegonho

Ano XVI / N.º 53 / Periodicidade Trimestral

Depósito LegalN.º 61581/82

Tiragem10.000 exemplares

DistribuiçãoGratuita

ImpressãoJorge Fernandes, Lda.

Concepção Gráfica e PaginaçãoAnfíbia Unipessoal, Lda. - Design, Comunicação e Multimédia

RedacçãoMaria João Vieira

FotografiaVítor Lima

Arquivo

www.jf-santocondestavel.pt

Junho é o mês em que terminam as aulas, e que os estudantes mais velhos olham o futuro, procu-rando o seu curso e uma nova etapa na Universi-dade. A todos desejamos sucesso e felicidade na escolha do seu curso.

Para a Junta de Freguesia o verão é sinónimo de fim das actividades curriculares, e o início das di-versas actividades de tempos livres da responsa-bilidade da JF: a Componente de Apoio a Famí-lia continua a funcionar no mês de Julho, agora a tempo inteiro, nas escolas básicas de Santo Condestável e Ressano Garcia; e os Programas de Praia-Campo levarão a praia mais de 200 crianças.

Este também é um tempo de balanço: no ano lec-tivo de termina começámos a ter a responsabili-dade directa sobre as Actividades Extracurricula-res (inglês, música ou expressões artísticas) nas três escolas básicas da freguesia, projecto com intervenção da Junta que mereceu nota positiva dos pais, professores e da avaliação da Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo. O que significa que assim continuaremos no próxi-mo ano lectivo, salvo alterações legislativas signi-ficativas que possam ser introduzidas com redu-ção de financiamento e da oferta pública neste nível de ensino.

Relativamente a Escola Básica e Jardim de Infân-cia de Santo Condestável (Ex-N.6), se tudo correr como previsto, terá obras de beneficiação geral e para isso será provisoriamente alojada na Escola Manuel da Maia, por sugestão daquele Agrupa-mento a Câmara Municipal, situação que a Junta de Freguesia tem acompanhado.

Por último, gostaria de agradecer a fadista Carmi-nho a simpatia da entrevista dada a este número da nossa Revista, com simpáticas palavras para com o nosso Bairro.

Boas férias a todos!

EditorialPEDRO CEGONHO 3pág.

NotíciasIGREJA SANTO CONDESTÁVEL10pág.

EntrevistaB. V. CAMPO DE OURIQUE 6pág.

EntrevistaMARIANO DEIDDA12pág.

EntrevistaCARMINHO 4pág.

Presidente da Junta de FreguesiaPEDRO CEGONHO

RecordarRUA PEREIRA E SOUSA

BREVES

2015pág.

pág.

Editorial

Para a Junta de Freguesia o verão é sinónimo de fim das actividades curriculares, e o início das diversas actividades de tempos livres.

Com o verão, chega ao fim

mais um ano lectivo

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ENTREVISTA

4 N.º 53 - Junho de 2011

Carm

inho

“Campo de Ouriqueé o meu bairro”

Aos 26 anos, Carminho passou já a maior parte da sua vida a cantar. Em Portugal e um pouco por todo o mundo. Diz que os públicos são sempre diferentes, mas o fado é uma linguagem comum que une pessoas tão di-ferentes como argentinos e japoneses, espanhóis e americanos. Duran-te este mês de Junho, Carminho vai cantar a Madrid e a Londres. Até Se-tembro, leva o seu fado a várias cidades portuguesas. A fadista estudou Marketing e Publicidade. Passou um ano a viajar e participou em acções humanitárias em Timor, no Camboja, no Peru e na Índia. De volta a casa, decidiu que o fado era a sua vida e que cantar seria a sua profissão. Se-guiu, assim, as pisadas da mãe, a fadista Teresa Siqueira. Não é surpreen-dente, numa família onde quase toda a gente canta.

Nasceu em Campo de Ourique?

Carminho – Não. Nasci em Lisboa, mas não em Campo de Ourique.

Há quanto tempo mora no bairro?

C. – Há cerca de 16 anos. Como já disse, nasci em Lisboa mas, depois, quando eu era muito pequena, fo-mos viver para o Algarve e só voltá-

Uma das mais famosas

fadistas da nova geração

mora em Campo de

Ourique e não imagina

outro sítio onde mais

gostasse de viver.

Entrevista

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ENTREVISTA

5

um bocadinho longe. Se houvesse Metro até Campo de Ourique, isso fa-cilitava a vidas de quem aqui mora e de quem gosta de aqui vir fazer com-pras.

Quando se tornou uma fadista co-nhecida a atitude das pessoas do bairro mudou?

C. – Mudou para ainda melhor. De uma maneira geral as pessoas, aqui, são muito simpáticas, os vizinhos cumprimentam-se, somos bem tra-tados nas lojas. Mas depois de me tornar conhecida as pessoas come-çaram a dizer-me que me tinham visto na televisão. Tratam-me me-lhor mas com normalidade. A se-nhora do quiosque, por exemplo, quando sai uma entrevista minha num jornal ou numa revista, vê-me passar e avisa-me. Mas continuo a fazer o que sempre fiz: a ir à mes-ma padaria, ao mesmo café. Tudo muito normal, como qualquer outra pessoa que aqui vive.

Como é que começou a cantar fado

C. – Em casa, como os meus irmãos. A minha mãe é fadista e o fado sem-pre fez parte das nossas vidas. Aos seis anos já cantava com a minha mãe em festas de beneficência e aos 12 cantei em público pela pri-meira vez. Aos 19 anos comecei a cantar no Mesa de Frades, duas ve-zes por semana e foi a partir dai que a coisa ficou mais séria.

Foi aí que decidiu ser fadista?

C. – Foi aí que comecei a pensar no assunto mas, apesar de ser uma ideia, continuava a estudar Marketing e Publicidade. Quando acabei o curso passei um ano em várias partes do mundo, como Timor, Índia, Peru e Camboja, em acções humanitárias. Foi uma época da minha vida em que me conheci melhor e em que pen-sei muito naquilo que queria fazer. Quando voltei, estava decidida a ser fadista.

Já cantou fora de Portugal, para pessoas que não falam português?

C. – Já, várias vezes. Já cantei na Ar-gentina, na Tailândia, em Espanha, na Suíça, em Malta…

E como é cantar para públicos que não falam português?

C. – É sempre bom e sempre diferen-te. Mesmo em Portugal, de sítio para sítio, os públicos são diferentes. Uns mais efusivos e outros mais tímidos.

Lançou o seu primeiro disco há dois anos. Quando sai o próximo?

C. – Em Outubro. Está quase!mos quando eu tinha 10 anos. Não viemos logo para cá, primeiro, ainda vivemos no Bairro Alto e só depois viemos para Campo de Ourique, até hoje.

E gosta de morar aqui?

C. – Adoro! Campo de Ourique é o meu bairro, a minha casa. Não me imagino a viver noutro sítio de Lis-boa.

De que é que mais gosta em Campo de Ourique?

C. – Gosto da vida de bairro que ain-da aqui existe, desta dinâmica muito própria a que uma pessoa se habitua. Acho que Campo de Ourique é um bairro único porque tudo está mui-to próximo, podemos ir a pé a todo o lado e toda a gente se conhece, no entanto, não nos asfixia. Tenho ami-gos que vivem na Graça, por exem-plo, e aí sim, a pressão do bairro sen-te-se, abafa-nos. É completamente diferente.

E de que é que não gosta no bairro?

C. – Uhm!... Para dizer a verdade não há nada de que não goste. Acho que os transportes podiam ser melhora-dos e isso iria beneficiar muito o bair-ro. Sobretudo o Metro, que ainda está

Gosto da vida

de bairro que ainda

aqui existe,

desta dinâmica

muito própria

a que uma pessoa

se habitua.

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ENTREVISTA

6 N.º 53 - Junho de 2011

Porque é que se candidatou a presidente dos Bombeiros de Campo de Ourique?

Dinis Escudeiro – Para dizer a verdade, não foi por vontade própria, mas porque um grupo de sócios me pediu e porque estive sempre disponível para a corporação.

Para além da nova direcção, os Bombeiros também vão ter um novo comandante. Já está escolhido?

D.E. – Sim, já está escolhido e será empossado em breve. É o en-genheiro Paulo Alfaro, um jovem de 39 anos que, apesar da ida-de, é uma pessoa muito experiente nesta área. É licenciado em engenharia de Protecção Civil e cresceu aqui nos bombeiros. É uma pessoa da casa. E mora em Campo de Ourique. O segundo comandante vai ser o Engenheiro Carlos Alves.

Quais são os projectos para o seu mandato?

D.E. – Para já, o que nos ocupa é a elaboração e aprovação dos novos estatutos que, segundo a lei, já deviam estar pron-tos há dois anos. É absolutamente urgente resolver esse as-

sunto para vivermos dentro da legalidade. Depois da aprovação dos estatutos, há várias outras coisas que queremos fazer, como, por exemplo, abrir o quartel aos sócios, para que possa ser um espaço de convívio de todos e também temos planeadas várias acções, sobretudo junto das escolas, com o objectivo de cativarmos os jovens para a corpora-ção. Esta direcção quer que os Bombeiros Voluntá-rios de Campo de Ourique recuperem a tradição e o brilhantismo que os caracterizou durante muitas décadas.

Entrevista

Dinis Escudeiro

Queremos estreitaros laços coma comunidade

Desde 1976 que Dinis Escudeiro é sócio dos Bombeiros Voluntários de

Campo de Ourique. Sempre fez parte dos órgãos sociais mas, agora, é ele

o presidente da corporação. Promete fortalecer e estreitar os laços entre os

Bombeiros e a comunidade e quer atrair os jovens do bairro para renovar os

voluntários.

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ENTREVISTA

7

Quantos sócios têm?

D.E. – Neste momento temos 2650 sócios, mas acreditamos que pode-mos ter bastante mais, se as pessoas voltarem a interessar-se pela institui-ção e se conseguirmos responder às suas expectativas.

Como são as relações dos Bombei-ros com a Junta de Freguesia de Santo Condestável?

D.E. – Acabámos de tomar posse e, pela nossa parte, serão sempre as me-lhores. A colaboração entre nós e a Jun-ta de Freguesia é fundamental para o desempenho das nossas missões. Uma das primeiras coisas que faremos é a marcar uma reunião com o Presidente, que já mostrou toda a disponibilidade para colaborar connosco, e traçar as li-nhas de actuação conjunta.

Em 1916, em Lisboa, não havia nenhum serviço de incêndios sufi-cientemente eficiente apesar da já existência dos bombeiros volun-tários de Lisboa, da Ajuda e Lis-bonenses, para além do corpo de Bombeiros Municipais.

Um grupo de homens, de espírito al-truísta, e alguns dissidentes dos bom-beiros voluntários de Lisboa, entre eles, Augusto Ribeiro Ferreira, Otero e Salga-do, Egas dos Santos Ribeiro, Fernando Cardoso Boto, Carlos Bessa, Raul Seste-lo e Guilherme Saraiva Maia, decidiram então organizar outra corporação de bombeiros voluntários, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntá-rios de Campo de Ourique, Cruz Bran-ca, tendo como lema “ in perículo cha-ritas ” (no perigo a caridade) e tinham também por divisa, “Vida por Vida”.

Para além do combate a incêndios, essa associação teria também um ser-viço de saúde com posto de socorros permanente. A ideia era dar ao bairro e zonas adjacentes como o Casal Ven-toso, os Sete Moinhos, o Arco Carva-

lhão e a serra de Monsanto, uma cor-poração que socorresse aquando de incêndios e outros sinistros.

A primeira reunião da Comissão Or-ganizadora foi feita no primeiro andar de um prédio da Rua D. Luís, nº181 (actual Rua Silva Carvalho) onde se resolveu em definitivo a criação dessa associação humanitária.

A 13 de Novembro de 1916 foi fundada a Associação Humanitária, fez-se a pri-meira Assembleia Geral num primeiro andar da Rua Patrocínio, nº133, casa de um associado e aí passou a ser a sede provisória da associação. Nessa assem-bleia estiveram presentes quarenta pessoas, entre as quais o padreSantos Farinha, prior da igreja de Santa Isabel, que durante muitos anos foi presidente da Assembleia Geral, e ainda António Barros Montes, Carlos Bessa, Alberto Gouveia e Carlos Salgado que foram eleitos para os corpos gerentes com cargos de comando na reunião de 29 de Dezembro de 1916.

O ambiente que rodeava a criação dos bombeiros voluntários de Campo de Ourique era difícil, estávamos em plena primeira guerra mundial que, apesar de se desenrolar longe, era sentida tam-bém em Portugal, e a política nacio-nal vivia momentos menos tranquilos. Contudo, foi nesses momentos difíceis que os BVCO demonstraram todo o seu valor, heroicidade e utilidade quer no socorro a militares portugueses mutila-dos e feridos de guerra, quer na ajuda a marinheiros franceses que atracavam por Lisboa, quer no socorro a vítimas da epidemia pneumónica (1918), quer nas revoluções politicas Monárquicos vs. Republicanos de 23-25 (Janeiro de 1919).

Apesar das adversidades, os dirigen-tes não desistiam de levar o projecto humanitário avante e o objectivo, em Novembro de 1917, era as instalações e a aquisição de material para que o serviço de saúde e incêndios pudesse funcionar. Ssurgiu então a oportuni-dade de utilizar o material de incêndio

HISTÓRIADOS BOMBEIROS

VOLUNTÁRIOS DE CAMPO

DE OURIQUE

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ENTREVISTA

8 N.º 53 - Junho de 2011

do para as suas novas tarefas e a oca-sião era tão importante que a entrada em funções da viatura contou com a presença do Presidente da República.

A ideia de um quartel com boas con-dições nunca foi abandonada e, as-sim, em 1940, surge o edifício da Rua Francisco Metrass. Nas décadas de 40 e 50 foram sendo adquiridas vá-rias viaturas de combate a incêndios e socorro a pessoas. Em 1961 houve a oferta de uma viatura Citroën para adaptação a posto de socorros mó-vel, uma novidade no serviço de saú-de prestado na via pública, e ficou tão bem equipada que permitia inclusive que nela se efectuassem pequenas cirurgias. Entrou logo em acção.

Durante muitas décadas, ser bombeiro era uma actividade masculina. Mas, em 1982, sob a presidência de José Nicolau, foi criada a primeira escola de recrutas femininas do país e a 27 de Junho des-se ano, cinco mulheres tornaram-se, oficialmente, bombeiras de 3ª classe.

As instalações da Rua Francisco Metrass estavam muito degradadas e, por isso, em 1983 criou-se um Quartel-Sede em terrenos cedidos pela Câmara Munici-pal de Lisboa, na Rua Azedo Gneco e o corpo activo ocupou um terreno com estruturas, pertencente à EPAL.

Com 95 anos de existência, os Bom-beiros Voluntários de Campo de Ou-rique, instalados na Rua José Gomes Ferreira, continuam a ter um papel fundamental no apoio à população da freguesia de Santo Condestável.

teriormente os formandos fossem para as urgências desse hospital praticar e melhorar o que haviam aprendido.

Em 1924 os Bombeiros de Campo de Ourique conseguem comprar o pri-meiro automóvel pronto-socorro. Era um Mercedes que teve de ser adapta-

MUSEU DOS BOMBEIROS DE CAMPO DE OURIQUE

Talvez não saiba, mas no quartel dos Bombeiros de Campo de Ourique há um pequeno museu que vale a pena ser visto. Li, estão guardadas algumas das peças mais importantes desta corporação, ao longo dos seus 95 anos de vida. O museu não está sempre aberto, por enquanto. Mas, se telefonar a fazer uma marcação, pode combinar dia e hora e terá alguém à sua espera para lhe mostrar o espólio. Grupos de escolas, de associações do bairro e até de vizinhos são muito bem-vindos.

SERSÓCIO

Ser sócio dos Bombeiros Voluntários de Campo de Ouri-que é não apenas uma forma de ajudar esta instituição como, também, de ter descontos sempre que precisar de ambulância, consultas médicas, cuidados de enfer-magem, alugar canadianas, cadeiras de rodas ou ca-mas articuladas, entre outros serviços. A quota mínima anual são 20 euros e a máxima 70. Basta passar pelos serviços administrativos, no quartel da Rua José Gomes Ferreira e preencher a ficha de inscrição.

que pertencera a Real Associação dos Bombeiros Voluntários dos Terramotos, há muito sem actividade, constituído por dois carros, um carro-bomba, um carro com escadas além de agulhetas, mangueiras e algum outro material ne-cessário.

Aí surgiu a necessidade de um quartel que ficou sitiado num armazém na Rua Correia Teles, onde cabiam duas viatu-ras. Esse quartel foi inaugurado apenas em 3 de Julho de 1921. A escola de bombeiros era feita no prédio em fren-te do quartel com a colaboração dos moradores que, de noite, mantinham as janelas abertas para formação de no-vos bombeiros ou treino dos antigos.

Em 1918 encontraram-se instala-ções associativas na Rua Ferreira Borges, onde se situava a antiga “Pérola da China”, aí ficou também localizado o posto de socorros e o gabinete de atendimento. O posto de socorros foi todo equipado com material adquirido, a prestações, no instituto Pasteur, e foi também de-cidida a compra de uma maca roda-da coberta, pois era muito difícil fa-zer o transporte de doentes da Rua Ferreira Borges até ao hospital de S. José e regressar empurrando carros braçais.

O serviço de saúde ficou assim a fun-cionar 24 horas por dia com dois en-fermeiros de serviço 24 horas cada um e, em Outubro de 1918, começou a funcionar na sede a primeira escola de enfermagem, que tinha um acordo com o hospital de S. José para que pos-

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NOTÍCIAS

N.º 53 - Junho de 201110

Foi em 1934 que o Patriarcado de Lisboa criou a Paróquia do Santo Condestável. Nessa altura, e durante quase 20 anos, a pe-quena Capela de Nossa Senhora das Dores, na Rua do Patrocínio, serviu de sede paro-quial. Mas, logo desde o início, o primeiro prior da freguesia, o Padre Francisco Maria da Silva, deitou mãos à obra para que fosse construída uma igreja maior, que albergasse os muitos fiéis de uma zona da cidade que, desde meados do século XIX, via a sua população crescer todos os dias.

Para concretizar a obra foi constituída a Comissão Fabriqueira, presidida pelo Engenheiro D. José de Lencastre e Távora, Mar-quês de Abrantes, que encarregou o Arquitecto Vasco Morais palmeiro (Regaleira) de elaborar o projecto. A construção iniciou--se em 1948 e prolongou-se por quatro anos, até 1951. O custo total da nova igreja atingiu quase 10 mil e duzentos contos, ten-do os contributos, para além das ofertas dos paroquianos, vindo do Patriarcado de Lisboa, do Ministério das Obras Públicas e do Exército Português, dado que o Santo Condestável é o patrono da arma de Infantaria e, por isso, foi escolhido o dia 14 de Agosto, aniversário da batalha de Aljubarrota, para se realizar a consagra-ção do novo templo.

Na véspera, dia 13 de Agosto de 1951, as relíquias do Santo Con-destável foram transladadas, com grande cerimonial militar, da igreja do Carmo, onde até então estavam, para o novo templo,

onde foram colocadas sob o altar-mor. E aí estão, até aos nossos dias.

Mas prometemos-lhe uma visita guiada à igreja de Santo Condestável, cujas linhas, no seu todo, têm uma grande simplicidade de formas e caracterizam o edifício como neogótico. Comecemos, então, pela fachada. O pórtico é ladeado por duas torres e sobre o pórtico, podemos ver o brasão de armas reais, tal como se usava na segunda dinastia. Passando o gradeamento em ferro forjado em ponta de lança, chega-se à porta principal, que é da auto-ria do escultor Leopoldo de Almeida, e ostenta o escudo de armas dos Pereiras como remate. Por cima, vê-se Dom Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável, ladeado por dois anjos, São Miguel e o Anjo de Portugal. De cada um dos lados da porta principal podemos ver, também, as imagens de Nossa Senhora do Carmo, à esquerda, e de S. Jorge, à direita. No cimo das portas laterais, no exterior, está esculpido um pelicano, símbolo da caridade.

A Igreja, com planta em forma de cruz latina, tem três na-ves, sendo a central mais elevada. No fundo do transepto,

À descoberta de uma das principais referências do bair-ro de Campo de Ourique. Quando foi construída a igreja? Quem são os seus autores?

A Igreja do

SantoCondestável

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NOTÍCIAS

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O Padre José Filipe Agostinho sublinha o valor artístico de algumas das obras que podem ser vistas na Igreja de Santo Condestável e lamenta que os desenhos de Almei-da Negreiros estejam desaparecidos.

Que obras de arte da Igreja de Santo Condestável são, na sua opinião, as mais significativas?

Prior José Filipe Agostinho – Pelo seu valor artístico, creio que as mais importantes são a imagem de Nossa Senhora do Rosário, datada do século XVII, e que veio, felizmente, da Igreja de São Domingos para aqui. E digo felizmente por-que, pouco tempo depois, a Igreja de São Domingos ardeu, como se sabe, e a imagem teria desaparecido nesse incên-dio. Também pelo seu valor artístico, devo destacar os vi-trais de Almada Negreiros que são, de facto, de uma beleza extraordinária. Como símbolo de fé, a obra mais importante é, sem dúvida, o túmulo de Santo Condestável.

Algumas peças interessantes, como por exemplo os moldes dos baixos-relevos do pórtico, ainda hoje po-dem ser visto na igreja, não é?

P.J.F.A. – Sim, é verdade, embora não todos. Temos ape-nas dois desses moldes: o de Nossa Senhora do Carmo, que está na casa mortuária, e o de São Jorge, que foi co-

locado numa outra salinha. Quando o Dr. João Soares era presidente da Câmara Municipal tentou-se localizar os ‘cartões’ de Almada Negreiros, isto é, os desenhos origi-nais que foram entregues pelo artista à pessoa que fez os vitrais mas não foi possível encontrá-los. Ainda hoje não sabemos onde estão ou se ainda existem.

Há muitos turistas que vêm visitar a igreja?

P.J.F.A. – Sim, bastantes, sobretudo ingleses. Às vezes também aparecem alguns franceses, mas menos. E ainda há pouco tempo esteve aqui um grupo de 40 america-nos. A igreja de Santo Condestável merece ser vista, tan-to pelas obras de arte do seu interior como pelo próprio edifício, que foi todo construído em pedra, por mais de 50 canteiros, que cortavam as pedras uma a uma, para serem encaixadas nos sítios certos, como um puzzle.

Flores e limpeza de graffiti

A Junta de Freguesia de santo Condestável procedeu à limpeza dos graffiti da Igreja de Santo Condestável, atra-vés de um método que dá três anos de garantia. Também os jardins envolventes foram embelezados, tendo sido construídos cinco novos canteiros onde foram plantadas malvas vermelhas e petúnias.

de ambos os lados, estão os vitrais, da autoria de Almada Negreiros. O da direita representa a Anunciação e o Coração de Maria e, o da es-querda, o Coração de Jesus e o Bom Pastor. No final da década de 1980 do século passado, os vitrais foram submetidos a um restauro, sob a orientação do Professor Aquino Antunes.

A Capela-mor tem um fresco assinado por Portela Júnior, representando a glorificação de Nun’Álvares. Por baixo do altar original está o túmulo de pedra, onde ficaram guardadas as relíquias do Santo Condestável, da autoria de Soares Branco que, em Abril de 2009, revisi-tou a sua obra. Actualmente, colocada no coro da igreja, está uma imagem que representa Dom Nuno Álvares Pereira, vestindo o hábito de carmelita, da autoria de Veloso da Costa.

Prior de Santo Condestável destaca obras de arte da sua igreja

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ENTREVISTA

12 N.º 53 - Junho de 2011

Como descobriu Fernando Pessoa?

Mariano Deidda - Descobriu-o há mais de 20 anos, através das traduções de António Tabucchi. Primeiro, li o Livro do Desassos-sego e comecei logo a apaixonar-me por Pessoa. Com muito mérito de Tabucchi, devo dizer, que consegue traduzir o próprio pensamento do poeta. E nunca mais deixei de o ler. A poesia de Pessoa é uma obra de arte absoluta, encerra toda a literatura do mundo. De facto, Pessoa era uma pessoa extraordinária, que se inventava a si próprio em vários escritores, todos eles notáveis. Admiro-lhe a modernidade e acho que foi um homem à frente do seu tempo. Aliás, o tempo de Pessoa ainda está para chegar.

Entrevista

Mariano Deidda

A verdadeira revoluçãoestá no saber

Considerado um dos maiores representantes

italianos da canção de autor, Mariano Deidda

apaixonou-se pela poesia de Fernando

Pessoa há mais de 20 anos. Mas só em 2001,

no disco Deidda Interpreta Pessoa, o canta

pela primeira vez. A 13 de Junho, dia de anos

do grande poeta português, o cantor deu um

concerto na Casa Fernando Pessoa. E como na

plateia estava Celina Pereira, a cantora cabo-

verdiana com quem já cantara em dueto, num

dos seus discos, o poeta Misteriosa Orquestra,

Deidda convidou-a para, mais uma vez, o

acompanhar nessa canção. Um concerto

memorável, numa sala cheia de admiradores

de Pessoa e de Deidda.

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ENTREVISTA

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Já conhecia Lisboa quando começou a ler Fernando Pessoa?

M.D. – Não, não conhecia Lisboa. E fui-me apaixonando pelos dois ao mesmo tempo, à medida que lia. Fui conhecendo Lisboa através dos po-emas de Pessoa e, uns anos mais tarde, decidi que tinha de vir ver os lu-gares por onde ele tinha andado e sobre os quais tinha escrito. E foi como revisitar a sua poesia.

Há mais de 20 anos que lê Pessoa mas só em 2001 editou um disco em que canta os seus poemas…

M.D. – Para dizer a verdade, nunca pensei musicar os seus poemas. Acon-teceu espontaneamente porque, de tanto os ler, durante tantos anos, constantemente, interiorizei a poesia pessoana. Musicar os grandes poe-tas é muito difícil. Creio que só é possível quando os interiorizamos.

O que significa, para si, cantar na Casa Fernando Pessoa?

M.D. – É emocionante! Saber que Pessoa viveu nesta casa, que esteve nes-te sítio onde agora estamos, emociona-me. Precisamos de mitos, de mitos positivos. Sobretudo as novas gerações, precisam de reinventar os mitos de que falava Pessoa.

Já tinha dado concertos em Portugal?

M.D. – O meu primeiro concerto em Portugal foi na expo 98. Depois disso, voltei muitas vezes, para cantar no Teatro D. Maria, no Centro Cultural de Belém, no Teatro da Trindade… É um grande prazer cantar Pessoa e gran-des poetas italianos para o público português.

Os italianos conhecem bem a poesia de Pessoa?

M.D. – Sim, conhecem e admiram. O primeiro contacto foi, tal como

Fui conhecendo Lisboa através dos poemas

de Pessoa e, uns anos mais tarde,

decidi que tinha de vir ver os lugares por onde ele tinha

andado e sobre os quais tinha escrito.

aconteceu comigo, através das excelentes traduções de Tabucchi e, depois, através da minha música. Quando lanço um disco dou entrevistas na rádio, na televisão, na imprensa e falo dos poetas que canto. Para muita gente, a minha música tem sido a ponte para descobrirem a poesia de Pessoa.

Mesmo os mais novos?

M.D. – Sim, mesmo os públicos mais jovens. E, para eles, é fundamental que recuperem a inteligência, o saber. Se somos ignorantes ou se sabemos pouco, haverá sempre al-guém que sabe mais e que se aproveita de nós. Hoje, a verdadeira revolução está no saber. Por isso, digo sempre que os jovens têm dde reaprender a escrever e a ler se querem ser completamente transgressivos.

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NOTÍCIAS

N.º 53 - Junho de 201114

A discussão pública sobre o Vale de Alcântara decorreu entre os dias 9 de Maio e 21 de Junho. Agora os contributos serão intro-duzidos no Plano que baixará novamente à Câmara Municipal e depois seguirá para a Assembleia Municipal para apreciação.Os objectivos do Plano são os seguintes:1 Concretização da estrutura ecológica contínua - Corredor do Vale de Alcântara - estabelecendo ligação entre o Estuário do

Tejo e o Parque de Monsanto;2 Proposta de soluções que reduzam os efeitos de risco natural, designadamente sísmico e de inundações;3 Estabelecimento de redes de circulação que se articulem com a Frente Ribeirinha, com os percursos históricos, com os

espaços verdes, com os equipamentos e os transportes públicos;4 Promoção do transporte público, com a criação de transporte ferroviário proveniente da linha de Cascais, da linha de

Cintura, do Sul (estações de Alcântara-Rio, Alcântara-Terra e estação projectada do Alvito) e sua ligação com os restantes meios de transporte colectivo;

5 Estabelecimento de ligações entre os vários tecidos urbanos fragmentados, contribuindo para a integração social das áreas menos favorecidas;

6 Relacionamento dos novos espaços de renovação urbana com a envolvente;7 Estudo integrado dos Sistemas Viário, de Espaços Públicos e de Uso Colectivo, como elementos estruturadores e caracte-

rizadores desta zona da cidade que se pretende requalificada;8 Marcação de uma nova centralidade, promovendo a dinamização da zona de Alcântara através da introdução de equipa-

mentos colectivos, comércio, serviços e actividades económicas;9 Estudo da zona portuária de Alcântara, no sentido de lhe criar acesso ferroviário mais eficaz e melhoria da operacionalida-

de, com a preocupação de mitigar os efeitos negativos que esta estrutura poderá causar na área urbana adjacente;10 Garantia de viabilidade do Plano sob o ponto de vista urbanístico e económico-financeiro, nas suas implicações orçamen-

tais e na capacidade de corresponder às expectativas do mercado.

( Mais informações em: http://ulisses.cm-lisboa.pt )

O novo Plano de Urbanização do Vale de Alcântara esteve em discussão pública e, agora, todos os contributos dos munícipes que participaram no debate foram introduzidos no documento que, depois de ser discutido pela Câmara Municipal será apreciado pela Assembleia Municipal. Muitas e boas ideias para uma zona da nossa Freguesia que pode ser melhorada.

Plano de Urbanização de Alcântara

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BREVES

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MAIS MÚSICANO VALE DE ALCâNTARAA Junta de Freguesia de Santo con-destável ofereceu um piano à Esco-la Básica do Vale de Alcântara. Este instrumento musical era um sonho antigo daquela escola, que assim pode agora melhorar a qualidade das aulas de música das Activida-des de Enriquecimento Escolar.

ESCOLAS DA FREGUESIA FAzEM VISITAS DE FIM DE ANO

Uma vez mais, a Junta de Freguesia de Santo Condestável ofereceu os autocar-ros que transportaram os alunos das escolas públicas de 1º ciclo da sua área de jurisdição nas visitas de fim de ano lectivo. Assim, sete autocarros transportaram 290 alunos e 29 adultos da EB1 JI Santo Condestável na visita à Herdade das Parchanas, em Alcácer do Sal. Um autocarro levou 53 alunos da Escola Ressano Garcia a Vila Viçosa e 198 participantes, da mesma escola, viajaram em quatro autocarros até São João das Lampas. A Escola do Vale de Alcântara escolheu o Jardim da Estrela como destino para a sua visita de final de ano e, por isso, três autocarros transportaram 120 crianças e 20 adultos.

BrevesJUNTA DE FREGUESIA COMEMORA DIA MUNDIAL DA CRIANÇA

Para comemorar o Dia Mundial da Criança nas escolas da nossa Freguesia (Escola Eb1 com JI de Santo Condestável, Es-cola Eb1 com JI do Vale de Alcântara e Escola Eb1 com JI Engº Ressano Garcia) a Junta de Freguesia de Santo Condestá-vel ofereceu um conjunto de actividades que tornaram esse dia inesquecível. Em cada uma das escolas foi representada a peça de teatro “Baldecas” e houve ateliês de pinturas faciais, de bolas de sabão, de tererês, de esculturas com balões. Além disso, Fernando Pessoa, o mais ilustre ‘morador’ do nosso bairro também foi chamado a participar, através da re-citação de alguns dos seus poemas.

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BREVES

N.º 53 - Junho de 201116

PASSEIOS CULTURAIS DE DOMINGO

Como já é tradição na Freguesia, no último domingo de cada mês há um passeio cultural. E o interesse da popu-lação tem vindo a crescer. Em Março, houve uma visita guiada ao Museu do Fado. Em Abril foi a vez de um outro museu, também com visita guiada, a Casa Dr. Anastácio Gonçalves. Em Maio, a proposta foi o Museu de História Natural.

Recordamos os próximos passeios dos últimos domingo previstos:

Junho - Castelo de São Jorge Julho - Palácio Nacional da Pena Agosto - Planetário Calouste Gulbenkian Setembro - Cemitérios dos Prazeres Outubro - Museu Militar Novembro - Exposição da Fundação Gulbenkian Dezembro - Paços do Concelho de Lisboa

Nos meses de Julho e Agosto, devido a encontrarmo-nos no período de férias, a pensar naqueles que não saiam de Lisboa, vamos apresentar dois “Passeios Mistérios”, em sá-bados ou domingos a indicar.

PRAIA CAMPO INFâNCIA E SéNIOR

Este ano, uma vez mais, a Junta de Freguesia proporciona férias na praia às crianças e idosos mais carenciados. As 220 crianças abrangidas, acompanhadas por 39 monito-res, irão à praia de Carcavelos, em dois turnos. O primeiro decorrerá entre 4 e 15 de Julho e o segundo de 18 a 29 do mesmo mês. A praia dos 208 seniores e dos 4 monito-res que os apoiam será na Costa da Caparica, também em dois turnos, ambos em Julho. O primeiro decorre entre 4 e 15 e o segundo entre 18 e 29.

PASSEIO SéNIOR A COIMBRA

No dia 14 de Maio realizou-se o passeio sénior da pri-mavera de 2011. Este ano, participaram 212 pessoas e o destino foi Coimbra. Na cidade do Mondego visitámos a Universidade de Coimbra e, depois, houve almoço, lanche e baile em Cantanhede, na Quinta da Pintoura. Foi um dia muito bem passado e que mereceu elogios de todos quantos participaram.

PROGRAMA DE VERÃO DOS CAFTambém os CAF (Componente de Apoio à Família), nas Escolas do 1º ciclo e Jardins de Infância, têm programas de Verão para, deste modo, apoiarem os pais que não têm com quem deixar os seus filhos quando o ano lectivo ter-mina. O CAF de Santo Condestável escolheu como tema as praias em Portugal e no Mundo. No dia 29 de Junho faz uma visita ao Jardim da Estrela e a 1 de Julho organiza uma Festa Havaiana.

O CAF da Escola Ressano Garcia tem uma proposta de se-mana e meia com actividades muito diversas como ginás-tica, jogos tradicionais e workshops de culinária e capoei-ra. Durante um mês as crianças terão praia no período da manhã e, à tarde, piscina na escola.

ADEUS, ATé SETEMBRO

O fim do ano lectivo merece sempre ser festejado. É uma maneira de dizer adeus aos amigos que, durante muitos meses, partilharam connosco alegrias, brincadeiras, horas de estudo, novas descobertas e, também, alguns momen-tos menos bons. Agora, cada um vai de férias para sítios diferentes e talvez nos vejamos muito menos. Vai ser pre-ciso esperar por Setembro para, com o início das aulas, voltarmos a estar todos juntos.

Por isso, há que festejar este ano lectivo que agora chega ao fim. E ideias é coisa que não falta nas escolas públicas da nossa freguesia. No dia 22 de Junho, a partir das 17h30, houve festa em toda a EB1 e JI de Santo Condestável. E o tema foi uma performance alusiva ao bairro de Campo de Ourique. A escola do Vale de Alcântara fez um peddy--paper e um piquenique no Jardim da Estrela. E a Ressano Garcia escolheu como tema da sua festa a Educação Am-biental: Cidadãos conscientes, melhor ambiente.

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BREVES

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GRUPO DE TEATRO DO CENTRO DE DIA EM DIGRESSÃO

A Junta de Freguesia apoiou a deslocação do Grupo de Teatro do Centro de Dia ao lar “A Casa dos Nossos Pais”, em São João do Estoril, para aí representar uma das peças em que tem trabalhado durante este ano.

APOIO AO BOXEDO LISBOA

FUTEBOL CLUBE A Junta de Freguesia com-participou no pagamento das obras dos balneários do Lisboa Futebol Clube, que visaram melhorar o aspecto e as condições de higiene daquelas instalações. Além disso, patrocinou, também, a

aquisição de fatos de treino para a Equipa de Boxe de Competição e apoiou o clu-be na realização da Gala In-ternacional de Kick Boxe que teve lugar no passado dia 14 de Maio, no Pavilhão Muni-cipal da Ajuda e que contou com a participação de atle-

tas portugueses, suecos e espanhóis e de muito público, amante da modalidade.

TEATRO COM OS SENIORES

No dia 29 de Junho, pelas 21h30, vamos levar 100 se-niores da nossa freguesia ao teatro. Desta vez, escolhe-mos um musical de Felipe La Féria: A Flor do Cacto. O espectáculo estreou recentemente, no Teatro Politea-ma, e é uma comédia clássica de Barillet e Grédy, que La Féria adaptou e encenou.

Eis aqui um resumo do enredo: numa Lisboa em plena crise psico-económica, um famoso dentista leva uma vida dupla com uma jovem tatuadora, produto típico da geração à rasca, convencendo a miúda que é um homem casado e pai de filhos. Tudo se complica quan-do esta pretende conhecer a verdadeira mulher do seu futuro marido. Nessa altura, a enfermeira que há anos trabalha no consultório do dentista e alimenta por ele uma paixão secreta, vê-se forçada a passar pela mulher legítima do ho-mem solteiro que sempre amou.

No ambiente hilariante de uma clínica dentária, com pacientes que são figuras famosas do nosso Jet7, a comédia atinge situações de grande comicidade com diálogos sofisticados e inteligentes mas numa peça de teatro transversal. Numa época de depressão, o público procura divertir-se, vendo um espectáculo bem representado e elegante, com a marca inconfundível de Filipe La Féria, da qual A Flor do Cacto é a impressão digital que se segue, num espectáculo com ac-tores como Rita Ribeiro, Carlos Quintas, Victor Espadinha, Joel Branco, Hugo Rendas, Helena Rocha, Patrícia Resende e Bruna Andrade.

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JARDIM DA PARADA AINDA MAIS BONITO

Dando continuidade ao trabalho já desenvolvido pela Junta de Freguesia de Santo Condestável, requalificam--se alguns canteiros e foi feita a reposição de algumas es-pécies no Jardim da Parada. Entre outros arranjos, foram colocados 600 impatiens e hortênsias nos canteiros da-quele espaço verde da freguesia. Também os bebedouros que ali existem, e que ou estavam inutilizados ou vertiam água, foram reparados.

OBRAS RUA MARIA PIA E CONSOLIDAÇÃO DA ENCOSTA

DA PISCINA MUNICIPALPerante a degradação do estado do pavimento da Rua Ma-ria Pia, a Junta de Freguesia de Santo Condestável tem rei-vindicado, constantemente, junto da Câmara Municipal de Lisboa, que sejam feitas reparações naquela artéria. Agora, as obras vão começar em breve. E, por isso, enquanto de-correrem os trabalhos, o trânsito ficará condicionado, para garantir a segurança de peões e automóveis.

Também por reivindicação da nossa Junta de Freguesia, a Câmara Municipal de Lisboa, executou obras de con-solidação da encosta entre as traseiras da Rua Sampaio Bruno, a Escola Manuel da Maia e a Piscina Municipal de Campo de Ourique.

ILUMINAÇÃO DOS JARDINSDA RUA PADRE FRANCISCO

Na Rua Padre Francisco, a iluminação dos espaços verdes estava instalada, mas nunca tinha sido ligada. Depois de pressão constante da Junta de Freguesia de Santo Con-destável junto da Câmara Municipal de Lisboa e da EDP, os espaços verdes passaram a estar, finalmente, iluminados.

TORNEIO DA PÁSCOA DO DOMINGOS SÁVIOContinuando o apoio financeiro às colectividades desportivas da Freguesia, a Junta contribuiu para realização do 14º Torneio de Páscoa do Desportivo Domingos Sávio – Torneio João Pereira, que se realizou nos dias 22 e 23 de Abril. Este ano, o convi-dado especial foi João Pereira, o lateral-direito do Sporting, da Selecção Nacional de Sub-21 e nascido na Freguesia. Hoje com 27 anos, João Pereira deu os primeiros passos no futebol foram dados com a camisola do Domingos Sávio, de onde saiu em 1994 para ingressar no Benfica onde, dez anos depois, o treinador José António Camacho o chama para a equipa principal. Depois de sair da Luz, em 2006, joga no Gil Vicente e no Braga e em 2009 volta a Lisboa mas, desta vez, para fazer parte da equipa do Sporting.

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NOTÍCIAS

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Para resolver o problema de muitos pais que não têm onde deixar os seus filhos pequenos quando vão traba-lhar, a Câmara Municipal de Lisboa lançou, no dia 2 de Maio, o programa B.A.Bá Faz Lisboa Crescer, que criará mais dois mil e quinhentos lugares na rede pública de creches, através de 76 novas unidades de creches.

O principal objectivo do programa é promover uma me-lhor cobertura de lugares em creches da rede pública, de acordo com as necessidades identificadas nas diferentes freguesias; promover a oferta deste tipo de equipamen-to facilitador da conciliação entre a vida profissional e familiar, de forma a melhorar a qualidade de vida dos actuais habitantes de Lisboa e reforçar o factor atracção à fixação de casais jovens na cidade de Lisboa, e respon-der às necessidades das pessoas com filhos em idade de creche que trabalham ou estudam em Lisboa.

A primeira fase deste programa corresponde à criação de 660 novos lugares, distribuídos por 11 creches - nove duplas, de 66 lugares cada, e duas individuais, de 33 lu-gares cada, nas freguesias da Charneca, Lumiar, Telhei-

O programa B.A.Bá, da Câmara Municipal de Lisboa, dá mais creches à freguesia de Santo Condestável.

ras-Carnide, Benfica, Santa Maria dos Olivais, Alto do Pina, Campo de Ourique-Santo Contestável e Ajuda - e a um investimento de cerca de seis milhões de euros.

A Freguesia de Santo Condestável contará, assim, com nova creche pública que irá funcionar na Rua Francisco Lacerda.

Para António Costa, presidente da Câmara Municipal, este programa reveste-se de importância ao tornar-se em mais uma ferramenta que permitirá “inverter o enve-lhecimento da população lisboeta”. “É fundamental para o futuro da cidade, tornar Lisboa mais atractiva para a fixação de novas famílias e, dessa forma, contrariar o ci-clo que tem vindo a verificar-se ao longo dos últimos 40 anos”, acrescentou.

“É errado pensar-se que a cidade já está satisfeita no que respeita a equipamentos de creche”, adiantou o autarca, “até porque Lisboa quer servir muito mais que a sua po-pulação residente”, disse, referindo-se a quem vive fora de Lisboa, mas que estuda ou trabalha na cidade.

Mais creches em Campo de Ourique

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CONTA-ME HISTÓRIAS

e Notas da vila de Arruda e Escrivão da Câmara e Sisas da mesma vila, cargos deixados vagos por António Joaquim Serrão.

Destacou-se, especialmente, como processualista e pelas suas obras de Direito Penal. Escreveu livros sobre gramática e traduziu poesia e foi ele próprio poeta. Mas, sem dúvi-

em 1803, “Primeiras Linhas Sobre Processo Civil”, em 1814 e, ainda, o “Esboço de um Dicionário Jurídico, Teórico e Prático, Remisso às Leis Compiladas e Extravagantes”, cujo manuscrito foi encontrado pelo seu filho, Francisco Joaquim Perei-ra e Sousa (que era Conservador da Biblioteca Nacional), após a sua morte. Ainda hoje este Dicionário é uma obra fundamental para os in-vestigadores da História do Direito Português e António Manuel Hes-panha considera-o importantíssimo pela exposição sistemática das fon-tes do Direito Português no final do Antigo Regime e nos primórdios da época Liberal.

Joaquim José Caetano Pereira e Sousa nasceu em Lisboa em 1756 e morreu na mesma cidade, em 1819. Foi um dos mais notáveis juristas do seu tempo, tendo estudado Di-reito na Universidade de Coimbra, onde se licenciou em 1777.

A partir de 1780 foi advogado na Casa da Suplicação – assim se cha-mava, então, o Supremo Tribunal do Reino. A 21 de Abril de 1807, Pereira e Sousa requereu o cargo de Escri-vão da correição do crime do Bair-ro de Alfama, deixado vago por seu tio, Francisco Caetano Pereira. A 13 de Setembro de 1817, requereu a nomeação como Escrivão do Geral

da, as suas obras mais importantes dizem respeito ao direito e entre as quais se contam “Primeiras Linhas Sobre o Processo Criminal”, publi-cado em 1785, “Classe de Crimes”,

Fonte: Arquivo Municipal de Lisboa, Núcleo Fotográfico - Referências: PT/AMLSB/AF/AJG/I00293 (esquerda) e PT/AMLSB/AF/POZ/S00186 (direita)

www.jf-santocondestavel.pt

Recordar Campo de Ourique

Escola EB1 Santo Condestável(Antiga Escola nº 6)

Em 1960, a EB1 JI Santo Condestável chamava-se Escola Primária nº 6 mas, tal como hoje, era o lugar onde os meni-nos do bairro aprendiam as primeiras letras e faziam as primeiras contas. Aqui a vemos, pela objectiva do fotógrafo Artur Goulart, há 51 anos. E, em vez de carros estacionados no passeio, uma carroça puxada por um burro está parada à porta da escola.

Sabe que rua de Campo de Ourique é esta? É a Rua Pereira e Sousa, fotografada por Fernando Martinez Pozal, no dia 20 de Setembro de 1949. Num tempo em que o bairro ainda tinha quintas e muitas casas térreas. Era tudo muito, muito diferente. A Rua Pereira e Sousa ainda nem sequer estava alcatroada.

RuaPereira e SousaNotável Jurista do Século XVIII