20

JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS · problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar

  • Upload
    dinhdat

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS · problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar
Page 2: JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS · problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar

JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS.

Autor: João Carlos Garcia1

Orientadora: Profª Ms Christine Vargas Lima2

Resumo

O presente projeto foi elaborado para alunos de 5ª série do Ensino Fundamental do Colégio Estadual José Marcondes Sobrinho, da cidade de Laranjeiras do Sul, nas aulas de Educação Física, com intervenção do pesquisador sob forma de pesquisa bibliográfica para o desenvolvimento de possibilidades metodológicas através dos Jogos Cooperativos. Neste sentido esta pesquisa propôs-se a contribuir para o ensino aprendizagem por meio de práticas pedagógicas que possibilitem trabalhar aspectos cooperativos, os quais permitem valorizar o hábito do pensar, cooperar, refletir, comunicar, conscientizar e socializar. Durante as atividades foram analisados os diferentes pontos de vista apresentados pelos alunos. Observou-se a aceitabilidade dos Jogos Cooperativos, através das oportunidades que foram oferecidas a cada atividade, buscou-se resgatar a capacidade das pessoas em viver e conviver em harmonia, respeitando as diferenças, para que ninguém se sinta excluído, numa perspectiva de melhorar a participação e a aprendizagem de todos. Neste projeto optou-se pelos Jogos Cooperativos, por acreditar-se que o jogo é importante para o desenvolvimento humano, pois ao jogar se aprende a solucionar problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar o interesse e a participação expressiva dos alunos em todas as atividades. A cada novo jogo apresentado surgiam novas possibilidades de interação para solução de problemas de forma coletiva, logo, este projeto justifica-se pela relevância de buscar possibilidades metodológicas para o Ensino de uma Educação Física onde a inclusão, a Coletividade e a Igualdade de direitos e deveres sejam básicos, onde todos princípios busquem coletivamente caminhos para compartilhar, solidarizar, preservar frente as dificuldades, construindo assim um caminho para crescer e desenvolver.

Palavras-chave: Jogos Cooperativos; participação; cooperação; convivência.

1 Graduado em Educação Física, com especialização em Educação Especial/Surdez – Libras, atuando no Colégio Estadual José Marcondes Sobrinho - EFM.2 Graduada em Educação Física, Mestre em Educação – Unicamp/Unicentro – Professora do Departamento de Pedagogia/Unicentro.

Page 3: JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS · problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho foi desenvolvido com o propósito de refletir sobre a importância

dos Jogos Cooperativos nas aulas de Educação Física, tendo como foco central o

resgate de valores humanísticos, fundamental e necessário para o relacionamento

harmonioso entre as pessoas.

Observa-se, nos dias de hoje, que a escola está fora desse contexto, pois o

que se percebe é a falta de possibilidades para que isso aconteça, ou um projeto

que discuta valores ou temas a eles relacionados, a fim de tornar o educando um

sujeito de uma sociedade mais humana.

A escola é um dos espaços onde pode acontecer uma tomada de consciência

em relação à importância da cooperação entre as pessoas, sendo a Educação

Física parte importante desse processo, ela mostra que existem outras formas de se

jogar e viver, buscando assim, a melhoria das relações intra e inter pessoais.

A Educação Física pode ser um meio importante para uma tomada de consciência, e que a mudança que tanto falamos aconteça, ou seja, que possamos diminuir o número de pessoas excluídas e marginalizadas dentro da escola. Pois a escola é especialista em reforçar a competição já que não estimula a criança a amar o aprendizado, mas sim, a tirar notas cada vez mais altas. E a Educação Física, por sua vez, não valoriza a pessoa que joga, e sim o jogo, fazendo com que o jogo seja sempre mais importante que a pessoa que joga, quando, na verdade, deveria ser justamente o contrário (Soler 2006 p 28).

Falando em Educação Física pode-se afirmar que essa tomada de

consciência é possível, por meio de Jogos Cooperativos e das inúmeras

possibilidades pedagógicas que oferecem. Essa vivência permite maior aproximação

entre os alunos, fazendo-os sentir-se mais seguros, e favorecendo as relações

interpessoais.

Para esse estudo optou-se pelos Jogos Cooperativos como possibilidade para

construção do sujeito/aluno de uma escola que queremos.

Quando se pensa em estimular os alunos para práticas educativas que

favoreçam um relacionamento solidário, tão necessário nos dias de hoje, os Jogos

Cooperativos sugerem inúmeras possibilidades, criando um ambiente propício para

Page 4: JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS · problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar

que o professor consiga desenvolver as atividades, permitem-lhe pontuar, de

maneira lúdica, valores a serem trabalhados durante o jogo.

Pensando no desenvolvimento dessas possibilidades pedagógicas, torna-se

necessário a consciência e autonomia da comunidade escolar para que as relações

sociais construídas sejam entendidas em seus diversos papeis e ou funções.

Assim, Medina (1990 p 25) coloca que as consciências precisam ser agitadas

e estimuladas no sentido de uma ampliação de suas possibilidades, pois somente

através da superação de uma consciência comum, convertendo-a em uma

consciência filosófica cada vez mais crítica e, portanto aptos a transformação,

implica necessariamente em se perceber, implícita ou explicitamente, que as

relações entre nossas ações e reflexões são fenômenos que se completam e que,

embora possam ser consideradas de maneira distintas, não se excluem. É no

equilíbrio desta unidade fundamental que o ser humano pode ascender a níveis

superiores de consciência, permitindo-lhe alimentar não apenas os seus poderes de

imitação. E é este poder de criação e a capacidade de questionar o seu valor que se

constitui na marca registrada da espécie humana.

Nesse sentido, a pesquisa tornou-se necessária, pois preocupou-se em

relacionar a consciência corporal com as relações sociais e humanas da

contemporaneidade.

A evolução de uma cultura do corpo que fundamente a Educação Física, deve ser trabalhado, no sentido de rever criticamente seus princípios e propostas enquanto atividade preocupada com o verdadeiro desenvolvimento humano integral e também no sentido de democratizá-la permitindo que todos (promotores e beneficiários) possam ter acesso mais fácil aos conhecimentos (Medina 1990 p 89).

Logo, as possibilidades que vislumbramos estão de acordo com um processo

Educativo onde as transformações devem ocorrer de forma globalizadas, não se

esquecendo, porém, que a disciplina, de Educação Física, tem como foco principal,

o movimento. Logo, essas transformações devem ocorrer por meio da consciência

corporal, provado, como relata Medina, através da reflexão crítica e da expressão.

A utilização do jogo e sua importância já foram analisados por importantes

estudiosos e continuam sendo até hoje. Neste momento se faz necessário uma

reflexão nesse sentido, a cooperação vem de encontro ao que se deseja nas

Escolas Públicas de Laranjeiras do Sul – PR.

Page 5: JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS · problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar

Para iniciar o trabalho pedagógico, na Escola, com jogos, foi importante ter

claro o que se entende por ludicidade, pois por meio dela o jogo torna-se uma

atividade prazerosa e significativa. É o que Falcão remete-se sobre isto:

O lúdico não se situa numa determinada dimensão do nosso ser, mas constitui-se numa síntese integradora. Ele se materializa no todo, no integral e na existência humana. Da mesma forma que não existe uma essência humana divorciada da existência, também não existe um lúdico descolado das relações sociais. O lúdico permite a criança construir o mundo do jeito que gostaria que ele fosse, assim o lúdico se apresenta como parte do integrante do ser humano e se constitui nas interações sociais (ACORD, FALCÃO E SILVA, 2005 p 35).

Este estudo favoreceu a busca de possibilidades metodológicas para o

Ensino de uma Educação Física, na 5ª série do Ensino Fundamental, onde a

Inclusão, a Coletividade e a Igualdade de direitos e deveres fossem básicos, todos

esses princípios buscassem coletivamente caminhos para compartilhar, solidarizar,

perseverar frente às dificuldades, construindo assim, um caminho para o

crescimento e desenvolvimento do educando.

1.1 Justificativa

Os Jogos Cooperativos propõe novas formas pedagógicas que possibilitam o

exercício da convivência, a fim de que todos aprendam, através das interações

cooperativas, podendo se expressar espontaneamente. Promovem também ações e

relações educativas, favorecendo a liberdade, responsabilidade e a convivência.

Os Jogos Cooperativos contribuem de diversas formas para a aprendizagem

interdisciplinar, entre as quais: o desenvolvimento cognitivo, afetivo, físico-motor e

mental. Ao jogar cooperativamente, os alunos podem vivenciar inúmeras

possibilidades de participação e inclusão por meio da modificação gradativa das

regras e estruturas básicas do jogo, potencializando as habilidades de

relacionamento, compartilhando objetivos comuns, com respeito e confiança mútua

através do diálogo, espontaneidade, criatividade e co-responsabilidade.

Page 6: JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS · problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar

Nesse sentido os Jogos Cooperativos podem contribuir também como instrumentos pedagógicos, pois auxiliam para o ensino aprendizagem, exercitando a reflexão criativa, a comunicação sincera, a tomada de decisão por consenso e a abertura para experimentar o novo, todos podem descobrir que são capazes de intervir positivamente na construção, transformação e emancipação de si mesmos, do grupo e da comunidade onde convivem (Broto, 2001 p 63).

Em um primeiro momento se faz necessário falar do jogo enquanto via de

comunicação entre as pessoas, como expressão simbólica de uma sociedade. Para

isso, Broto coloca que o Jogo é muito importante para o desenvolvimento humano

em todas as idades. Ao jogar, não apenas representamos simbolicamente a vida,

vamos além. Quando jogamos estamos praticando, direta e profundamente um

Exercício de Co-existência e de Re-conexão com a essência da Vida.

Segundo Barreto (2000), Jogos Cooperativos são dinâmicas de grupo que

têm por objetivo, em primeiro lugar, despertar a consciência de cooperação, isto é,

mostrar que a cooperação é uma alternativa possível e saudável no campo das

relações sociais, em segundo lugar, promove efetivamente a cooperação entre as

pessoas, na exata medida em que os jogos são eles próprios, experiências

cooperativas.

Para esse projeto optou-se pelos Jogos Cooperativos, pois acredita-se que

esse jogo tem o poder de despertar, nas pessoas, o gosto pela cooperação,

favorecendo assim, a integração de todos, promovendo a auto-estima e a

convivência harmoniosa.

Segundo Soler. “Muitos valores surgem em situações de cooperação, assim

como a amizade, a sensibilidade, a ajuda mutua, a intercomunicação de idéias e o

orgulho de pertencer ao grupo”.

Logo, este projeto justifica-se pela relevância de buscar possibilidades

metodológicas para o Ensino de uma Educação Física onde a Inclusão, a

Coletividade e a Igualdade de direitos e deveres sejam básicas, todos busquem,

coletivamente, caminhos para compartilhar, solidarizar, preservar-se frente às

dificuldades, construindo assim, um caminho para crescer e desenvolver.

Page 7: JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS · problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar

1.2 Problematização

Os Jogos Cooperativos contribuem para a formação integral, na escola?

1.3 Objetivo Geral

Desenvolver possibilidades metodológicas através dos Jogos Cooperativos,

para alunos de 5ª série do ensino fundamental do Colégio Estadual José Marcondes

Sobrinho da cidade de Laranjeiras do Sul – Paraná, para a formação integral do

aluno.

1.4 Objetivos Específicos

- Propor os Jogos Cooperativos como uma nova possibilidade para as aulas de

Educação Física;

- Analisar os diferentes pontos de vista dos alunos, apresentados durante as

atividades;

- Observar, por meio das práticas pedagógicas das aulas de Educação Física, a

aceitabilidade dos Jogos Cooperativos por parte dos alunos de 5ª série do ensino

fundamental;

- Oportunizar o trabalho em grupos, incentivando a integração;

- Verificar a aceitação dos Jogos Cooperativos e a participação do educando no

decorrer das atividades;

- Desenvolver práticas pedagógicas que possibilitem trabalhar aspectos

cooperativos, que permitam valorizar o hábito do pensar, cooperar, refletir,

comunicar, conscientizar, socializar por meio dos Jogos Cooperativos.

Page 8: JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS · problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo Elenor Kunz (p 11, 2006), a Educação Física brasileira,

especialmente dos últimos dez anos, encaminha-se para um desenvolvimento cada

vez mais diferenciado em relação a sua prática. De um lado, persiste o modelo

tradicional que pretende preservar os objetivos básicos da disciplina conforme

previstos nas próprias legislações oficiais, os quais se configuram, basicamente, no

desenvolvimento das modalidades esportivas e por intermédio deste a consecução

de metas sócio educacionais como fomento à saúde e a formação da personalidade.

Por outro lado, ocorre cada vez mais intensamente o desenvolvimento de projetos

para uma Educação Física Escolar comprometida com finalidades mais amplas; ou

seja, além da sua especificidade, deve ainda se inserir nas propostas político

educacionais de tendência crítica da educação brasileira. Em termos de produção

teórica esta última tendência vem se desenvolvendo rapidamente.

A Educação Física é parte da Educação Geral, sendo sua tarefa educativa

desenvolvida com a compreensão do sujeito que se pretende construir. O pensar, as

emoções, os gestos são humanos, não ora físicas ou psíquicas. Ela deve ocupar-se

do corpo e seus movimentos voltados para a ampliação constante das

possibilidades concretas dos seres humanos, ajudando-os assim, na sua realização

mais plena e autêntica (Santin, 2003).

A Educação Física, como atividade educativa, será tanto mais consequente

em relação aos objetivos políticos pedagógicos, quanto mais forem desenvolvidas

práticas de vida e de trabalho que estimulem as relações sociais, com dimensão

política, comprometida com uma nova postura do profissional de Educação Física

Escolar. Este deve estar sempre atento ao seu papel de agente renovador e

transformador da comunidade onde vive.

Para Medina (1990): as consciências precisam ser agitadas e estimuladas no

sentido de uma ampliação de suas possibilidades, pois somente através da

superação de uma consciência comum, convertendo-a em uma consciência

filosófica cada vez mais crítica e, portanto aptos a transformação. Implica

necessariamente, em se perceber, implícita ou explicitamente, que as relações entre

nossas ações e reflexões são fenômenos que se completam e que embora possam

ser consideradas de maneira distintas, não se excluem. É no equilíbrio desta

Page 9: JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS · problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar

unidade fundamental que o ser humano pode ascender a níveis superiores de

consciência, permitindo alimentar não apenas os seus poderes de imitação, estes

característicos também aos animais em graus diferentes, mas essencialmente

tornando-o um ser capaz de fazer cultura, ou seja, capaz de criar, objetos, situações,

valores. E é este poder de criação e a capacidade de questionar o seu valor que se

constitui na marca registrada da espécie humana.

Tratando-se de Cultura Corporal Medina (1990) argumenta ainda que, a

evolução de uma cultura do corpo que fundamente a Educação Física, deve ser

trabalhados no sentido de rever criticamente seus princípios e propostas, enquanto

atividade preocupada com o verdadeiro desenvolvimento humano integral e ainda no

sentido de democratizá-la permitindo que todos (promotores e beneficiários) possam

ter acesso mais fácil aos conhecimentos necessários e condizentes com o

desenvolvimento integral da mulher e do homem brasileiro, por meio do movimento.

Entende-se por formação integral do aluno, não só o estudo dos conteúdos

propostos, mas a socialização, as relações interpessoais, que acontecem dentro da

escola, por meio dos momentos de aprendizagens individuais e coletivas, de

socialização de decisões. Essa possibilidade no ensino da Educação Física é

possível de ser alcançada através da complementação e enriquecimento do trabalho

pedagógico, possibilitando a construção de conhecimentos significativos que

despertem para uma tomada de consciência em relação aos valores humanísticos

fundamentais para o relacionamento harmonioso entre as pessoas.

Essa proposta pedagógica visa contribuir para o ser co-responsável no

processo educativo, tendo como princípio, despertar a consciência do movimento,

enquanto comunicação, interação nas relações sociais e suas transformações.

Espera-se assim, através de movimentos corporais conscientes, provocar a reflexão

crítica e a expressão.

As verdadeiras propostas (práticas) de trabalho em Educação Física, e em outros tantos ramos, são um projeto a ser construído em cada situação concreta, onde elas pretendem se realizar por intermédio dos valores que conscientemente aceitam todos os participantes do processo. E para ser legítimo, tem que ser necessariamente um projeto coletivo (Medina, p. 15, 1983).

Page 10: JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS · problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar

A utilização do jogo e sua importância já foram estudados por importantes

estudiosos e continuam sendo até hoje, ele é historicamente construído, sendo

porém sujeito à mudanças.

Se antes no mundo do jogo havia uma dinâmica fundada num associativismo espontâneo, a partir de uma construção lúdica comum ao grupo de amigos, agora o sentimento de domínio pela força prevalece, aniquilando o esquema anterior, fazendo com que os mais fortes sejam imbuídos de um sentimento de propriedade (em relação ao próprio corpo) e de poder (em relação ao domínio pela força) comparado ao espaço lúdico (BRUHNS, p. 89, 2003).

Huizinga (p 32, 2007) vê o jogo como elemento da cultura humana. Ele

propõe que o jogo é anterior à cultura visto que esta pressupõe a existência da

sociedade humana. Acrescenta ainda que “a existência do jogo não está ligada a

qualquer grau determinado de civilização ou qualquer concepção de universo”.

Segundo Bruhns (1996), o modelo do esporte atual não deve fazer com que o

jogo seja confundido ou mesmo se transforme em esporte. Para a autora, não se

pode estabelecer semelhança entre jogo e esporte, mas sim algumas relações que

fazem com que, se o primeiro pode se transformar no segundo, o esporte também

pode vir a ser um jogo, sob determinadas condições, tais como relaxamento das

regras, uma menor organização, a ausência da busca incessante da vitória, entre

outras.

Embora sejam atividades distintas, pode-se afirmar que o esporte é apenas

uma das manifestações de jogo dentro de um contexto bastante socializado e

universal.

Por outro lado, Amorim deixa claro que quando não existe o medo de errar, e

a criança se sente pertencente ao grupo, ela desenvolve uma alta autoestima o que

possibilita um bom e adequado ajuste psicológico apresentando, por isso, condutas

de cooperação.

Brotto (1999), afirma que Cooperação é um processo de interação social, em

que os objetivos são comuns, as ações são compartilhadas e os benefícios são

distribuídos para todos. Ao contrário, a competição é um processo de interação

social, em que os objetivos são mutuamente exclusivos, as ações são isoladas ou

em oposição umas às outras, e os benefícios são destinados somente para alguns.

Page 11: JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS · problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar

Os Jogos Cooperativos são flexíveis, e podemos jogar livremente, sem medo de sermos arrancados do jogo. E aí, quando sentimos que fazemos parte de uma grande e verdadeira equipe, deixamos fluir nosso poder de criação, liberdade e cooperação (Soler, p 76, 2006).

Competir e cooperar são possibilidades de ser e agir no mundo. Dentro

dessas duas possibilidades, deve-se buscar aquela que tem o poder de transformar,

e ensine a compartilhar, contribuindo assim para uma mudança de cultura, incluindo

a todos, e com participação coletiva.

“O jogo é um espectro de atividades interdependentes, que envolvem a

brincadeira, a ginástica, a dança, as lutas, o esporte e o próprio jogo” (Brotto, p 13,

2001).

O jogo oferece às pessoas muitas oportunidades, permitindo o

aperfeiçoamento da convivência de uns com os outros, e também consigo mesmo.

Brotto destaca que o jogo pode ser visto e praticado não somente como

atividade lúdica característica da Educação Física e das Ciências do Esporte, mas

principalmente, como uma das expressões da Consciência Humana no dia-a-dia.

Salienta ainda, que o jogo e a vida são próximos, pois refletem entre si

características semelhantes.

Em todas as idades o jogo é importante para o desenvolvimento humano. Ao

jogar, as pessoas estão praticando direta e profundamente, um exercício de co-

existência e de Re-conexão com a essência da Vida.

O jogo tem o poder de contribuir para a solução de problemas, harmonizar

conflitos, superar crises e alcançar objetivos.

Funções essenciais do jogo merecem destaque, como a de desenvolver o

relacionamento humano; equilibrar o corpo e a alma; transmitir valores; fugir da

realidade; expressão corporal; experimentar e se sentir livre.

A Educação Física conta com um espaço privilegiado para trabalhar com os

educandos, pois os jogos são de relevância para o desenvolvimento do ser humano,

atuando como representação do real, através de situações imaginárias, criando,

assim um conjunto de possibilidades que favorecem a prática pedagógica.

Através do lúdico a criança pode construir o mundo do jeito que gostaria que

ele fosse, assim o lúdico se apresenta como parte integrante do ser humano e se

constitui nas interações sociais.

Page 12: JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS · problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar

Os Jogos Cooperativos começaram a ser difundidos no Brasil, na década de

80, em Brasília, a Escola das Nações. Nela, os embaixadores de outros países

matriculavam seus filhos. A filosofia desta escola baseava-se na solidariedade,

respeito mútuo e cooperação.

Nos anos seguintes, várias instituições começaram a trabalhar com esta

concepção de jogo. Em 2001, aconteceu o 2º Festival de Jogos Cooperativos cujo

tema foi “Construindo um Mundo Onde Todos Podem VenSer”, sendo que o primeiro

contato ocorreu em 1999, no SESC Taubaté, com participantes do Brasil e da

América do Sul.

Os Jogos Cooperativos apresentam, como característica principal, a sua

forma de participação. O principal objetivo em cada atividade realizada é

proporcionar aos participantes o máximo de diversão sem se preocupar com a

competição.

Proporcionar a melhoria das relações humanas é também um dos propósitos

do uso dos Jogos Cooperativos em escolas, pois entendemos que o comportamento

das pessoas tem mudado muito nos últimos anos. Vive-se em uma época onde o

individualismo e a disputa têm dominado o dia a dia da sociedade. Isso contribui

para uma desumanização onde a preocupação de um com o outro desaparecem.

Os Jogos Cooperativos apresentam, como dinâmica, aproximar mais as

pessoas, favorecendo assim, a comunicação criativa, sinceridade e reflexão, o que

contribui positivamente na construção e emancipação do grupo envolvido,

potencializando as habilidades humanas básicas como o amor, a alegria, a

criatividade, a confiança, o respeito, a responsabilidade, a liberdade, a autonomia, a

paciência, a humildade, a solidariedade, etc.

Os Jogos Cooperativos propõe a busca de novas formas de jogos, com o

intuito, de promover atitudes de sensibilidade, cooperação, comunicação, alegria e

solidariedade. A esperança, a confiança e a comunicação são as principais

características dos Jogos Cooperativos, além de buscar a integração de todos, bem

como, a alegria e a valorização do indivíduo na construção do processo de

participação e aprendizagem. Por isso, os Jogos Cooperativos buscam incluir.

(DENICOL, 2004).

O Jogo é uma manifestação cultural muito significativa. Surgiu com a

humanidade e até hoje tem um papel fundamental no desenvolvimento de todos os

povos da raça humana. Pode-se dizer que o Jogo é como um grande espelho que

Page 13: JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS · problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar

reflete a forma como determinada sociedade vive as relações entre as pessoas e

aquilo que, teoricamente, aquela comunidade acredita, seus valores e sua moral.

(BROTTO, 2000).

Por que não usar a força transformadora dos jogos para ajudar a nos

tornarmos o tipo de pessoa que realmente gostaríamos de ser? (ORLICK, 1989).

Observando-se a sociedade, pode-se perceber o quanto a competição

prevalece. O condicionamento enraizado em competir só é superado ao buscar-se

novas práticas que contribuam para a superação deste problema.

Brotto (p 20, 1999), considera que a pedagogia dos Jogos Cooperativos é

apoiada em três dimensões de ensino aprendizagem: Vivência, Reflexão e

Transformação. Pela Vivência busca-se incentivar e valorizar a inclusão de todos,

respeitando as diferentes possibilidades de participação. Através da Reflexão, cria-

se um clima de cumplicidade entre os participantes, incentivando-os à refletirem

sobre as possibilidades de modificar o jogo, na perspectiva de melhorar a

participação, o prazer e a aprendizagem de todos. E por fim, a Transformação, que

se propõe a ajudar a sustentar a disposição para dialogar, decidir em consenso,

experimentar as mudanças propostas e integrar, no jogo, as transformações

desejadas.

A cooperação é um exercício, e sendo um exercício, deve ser praticada,

considerando o processo do Jogo Cooperativo dividido em ação – reflexão – ação

melhorada.

As crianças de 5ª série tem idade entre 10 e 11 anos, são ainda crianças

entrando na pré adolescência, por isso os cuidados em se tratando de aula de

Educação Física devem ser redobrados. O objeto da pedagogia da Educação Física,

estende-se ao movimentar-se da criança que tem história, vida, classe social,

desejos e sentimentos.

Elenor Kunz (2006), apresentando o interesse na Análise do Movimento na

Aprendizagem Motora, coloca que “O homem é visto como uma máquina, um motor

do qual, depende dos ajustes funcionais e do combustível, podendo-se prever a

possibilidade do rendimento. O ser humano funciona dentro de leis e princípios

mecânicos. Já, na aprendizagem motora o ser humano se apresenta numa visão

mais ampla e complexa. Estas complexidade e amplitude se manifestam nas

dimensões perceptivo-cognitivas, emocional-afetivas, sociais e motoras do ser

humano”.

Page 14: JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS · problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar

Portanto o estímulo à participação de experiências significativas, como os

Jogos Cooperativos, contribuem para o desenvolvimento de capacidades positivas

de interação social, de unidade, de confiança mútua, e a elevar os sentimentos de

autoestima.

Reinaldo Soler (2006) descreve algumas características dos Jogos

Cooperativos:

• Os participantes jogam uns com os outros e não uns contra os outros;

• Joga-se para superar desafios e não para derrotar alguém;

• Busca-se atingir um objetivo comum e não, fins mutuamente

exclusivos;

• Aprende-se a considerar o outro que joga como um parceiro, um

solidário, em vez de tê-lo como temível adversário;

• A pessoa que joga passa a ter consciência dos próprios sentimentos;

• Colocam-se uns no lugar dos outros, priorizando o trabalho em equipe;

• Joga-se para se gostar do jogo, pelo prazer de jogar com os outros;

• Reconhece-se que todos os jogadores são importantes para se

alcançar o objetivo final;

• Não há comparação de habilidades, muito menos, de performances

anteriores.

Freire (2005) afirma que uma aula, embora eficaz, não se basta e não se

esgota no momento de sua realização, pois a missão de cada disciplina é mais que

ensinar conteúdos específicos, ensinar para a vida.

A Educação Física é parte importante desse processo, pois pode aproveitar

as características infantis, e contribuir para mudar todo um comportamento através

dos Jogos Cooperativos que oferecem dinâmicas de grupo que têm por objetivo

principal despertar a consciência de cooperação.

As Diretrizes Curriculares da Educação Básica apresentam, em seu caderno,

a dimensão histórica da disciplina de Educação Física. Em seu último parágrafo

afirma que:

Dentro de um projeto mais amplo de educação no Estado do Paraná,

entende-se a escola como um espaço que, dentre outras funções, deve garantir o

acesso dos alunos ao conhecimento produzido historicamente pela humanidade.

Page 15: JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS · problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar

Nesse sentido, partindo de seu objeto de estudo e de ensino, Cultura

Corporal, a Educação Física se insere neste projeto, ao garantir o acesso do

educando ao conhecimento e à reflexão crítica das inúmeras manifestações ou

práticas corporais historicamente produzidas pela humanidade, na busca de

contribuir com um ideal mais amplo de formação de um ser humano crítico e

reflexivo, reconhecendo-se como sujeito, que é produto, mas também agente

histórico, político, social e cultural.

Os Jogos Cooperativos vêm de encontro a essa perspectiva de tomada de

atitude que emana de uma vivência de sentimentos e sensações que fazem

desvendar significados e tomar decisões coletivas, contribuindo para o

desenvolvimento de habilidades intelectuais, interpessoais, físicas, pessoais e em

relação aos outros.

3. METODOLOGIA E ESTRATÉGIA DE AÇÃO

A estratégia de ação parte inicialmente das pesquisas bibliográficas sobre

Jogos Cooperativos, mais especificamente no uso desses jogos como uma

possibilidade para a vivência escolar.

Entende-se por pesquisa bibliográfica: a leitura, análise e interpretação de

livros, periódicos e documentos que auxiliam na construção efetiva de uma

investigação.

O material didático foi elaborado no ano de 2011, fez parte da produção

didático pedagógica, possibilitando a implementação do projeto na escola.

Este estudo justifica-se pela relevância em buscar possibilidades

metodológicas para o ensino de uma Educação Física na 5ª série do ensino

fundamental, onde a inclusão, a coletividade e a igualdade de direitos e deveres

sejam básicos, onde todos esses princípios busquem coletivamente caminhos para

compartilhar, solidarizar, perseverar frente às dificuldades, construindo assim, um

caminho para crescer e desenvolver.

Foram desenvolvidas práticas pedagógicas que possibilitaram trabalhar

aspectos cooperativos, permitindo valorizar o hábito de pensar, cooperar, refletir,

comunicar, conscientizar, socializar por meio dos Jogos Cooperativos.

Page 16: JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS · problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar

A pesquisa foi baseada na aplicação dos Jogos Cooperativos nas aulas de

Educação Física e avaliada por um questionário informal, aplicado aos alunos da

turma a fim de levantar dados para serem analisados e discutidos.

Este projeto foi realizado no Colégio Estadual José Marcondes Sobrinho da

cidade de Laranjeiras do Sul, no segundo semestre de 2011, envolvendo uma turma

de 5ª série do ensino fundamental, com faixa etária compreendida entre 10 e 12

anos, regularmente matriculados no período matutino da escola.

O projeto antes de ser desenvolvido na escola foi apresentado ao diretor,

pedagoga e professores, na semana pedagógica, após as férias de julho.

Antes da aplicação dos Jogos Cooperativos foram explicadas suas regras e a

finalidade de cada jogo, deixando os educandos livres, na perspectiva de atingir o

objetivo em comum.

As atividades cooperativas foram desenvolvidas três vezes por semana, com

aulas de cinquenta minutos.

A produção didática pedagógica foi elaborada com o objetivo de oferecer

oportunidade a todos para conhecer e participar de atividades que envolvessem

Jogos Cooperativos, promovendo a integração, estimulando assim, o resgate dos

valores humanos como o respeito, a solidariedade, a cooperação e a união do

grupo.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na realização do trabalho de implementação do projeto na escola, pôde-se

constatar o interesse e a participação expressiva dos alunos em todas as atividades

desenvolvidas. A cada novo jogo apresentado, surgiam novas possibilidades de

interação para se solucionar os problemas de forma coletiva. Percebi também que

esse jogo gera atitudes solidárias, promove a necessidade de compartilhar ideias,

fazendo com que um necessite do outro para que o jogo aconteça de fato. A

intervenção acontecia conforme a necessidade apresentada pelo grupo.

Page 17: JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS · problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar

4.1 Discussões Grupo de Trabalho em Rede (GTR)

O Grupo de Trabalho em Rede (GTR) contou com a participação de

professores da Rede Pública Estadual, para o estudo do tema proposto: Jogos

Cooperativos: uma possibilidade para a vivência na escola.

O trabalho em rede aconteceu no segundo semestre do ano de 2011, com a

participação de quinze professores/cursistas, os quais realizaram as atividades,

participando ativamente das discussões, demonstrando através de seus

apontamentos e interações, compreensão pela intencionalidade da proposta

apresentada.

A ativa participação dos professores/cursistas demonstrou que o tema

estudado é de fundamental importância para o enriquecimento pedagógico dos

profissionais da área de Educação Física.

4.2 Atividades desenvolvidas

O trabalho consiste em desenvolver práticas pedagógicas que possibilitem

trabalhar aspectos cooperativos, que permitam valorizar o hábito do pensar,

cooperar, refletir, comunicar, conscientizar e socializar por meio dos Jogos

Cooperativos.

Foram desenvolvidas atividades envolvendo Jogos Cooperativos, indicados

por alguns autores pesquisados, como Reinaldo Soler (2006), Elenor Kunz (2006),

Fábio Otuzi Brotto (2001), Guillermo Brown (1994).

5. CONCLUSÃO

Ao final do trabalho foi perceptível a significância em vivenciar os Jogos

Cooperativos nas aulas de Educação Física, pois, foi possível desenvolver as

atividades previstas, observar a participação e interesse dos alunos, constatar

também as inúmeras possibilidades que o jogo propicia ao favorecer o resgate de

Page 18: JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS · problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar

valores humanísticos, fundamentais que promovem o relacionamento amigável entre

as pessoas.

As atividades desenvolvidas foram aceitas com entusiasmo e participação

ativa dos alunos, pois todos tiveram a oportunidade de vivenciar o Jogo Cooperativo,

dando opiniões, participando da criação, apresentando seu ponto de vista,

compartilhando sentimentos e ideias.

Acredito que esse trabalho mostrou a todos que o Jogo Cooperativo favorece

a comunicação entre todos os participantes e essa vivência nova apontou para

outras possibilidades nas aulas de Educação Física. Um clima de cumplicidade foi

criado através deste jogo, pois todos puderam refletir, participar e cooperar na

construção e realização.

Sabemos que isso foi possível acontecer devido ao Jogo Cooperativo

apresentar as características de criação, liberdade e cooperação.

Neste sentido, a pesquisa tornou-se possível devido a disciplina de Educação

Física ter como foco principal o movimento. Este vem de encontro às características

de criação, liberdade e cooperação que os Jogos Cooperativos apresentam fazendo

uma combinação perfeita para o desenvolvimento da consciência corporal com as

relações sociais e humanas da contemporaneidade. Sabemos que a cooperação é

necessária para a nossa sociedade, caso contrário, a escolha de outro caminho que

não seja o de cooperar uns com os outros, será danoso para todos.

Devido às inúmeras possibilidades pedagógicas que o jogo apresenta creio

que os Jogos Cooperativos devem fazer parte da Proposta Política Pedagógica.

Considero importante a realização de projetos interativos que envolvam a

comunidade escolar.

Pensando nisso, acredito na frase de Fábio Brotto (2001), que diz:

“Necessitamos aperfeiçoar nossas habilidades de relacionamento e aprender a viver

uns com os outros, ao invés de uns contra os outros”.

Page 19: JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS · problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Marcos Teodorico Pinheiro da. JOGOS COOPERATIVOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA: uma proposta lúdica para a paz. Universidade Federal do Ceará – UFC. 2003.

BARRETO, Ricardo. JOGOS COOPERATIVOS: participação conjunta e inclusiva. CEFEF/RN. 2007

BROWN, Guillermo. JOGOS COOPERATIVOS: teoria e prática. São Leopoldo, RS: Sinodal, 1994.

COLETIVO DE AUTORES. JOGOS COOPERATIVOS X JOGOS COMPETITIVOS: um desafio entre o ideal e o real. Revista Brasileira de Educação Física, Esporte, Lazer e Dança. Dezembro 2007.

COSTA, Ivanete Maria da & PIMENTEL, Giuliano Gomes de Assis. REFLEXÕES CRITICAS SOBRE O USO DE JOGOS COOPERATIVOS EM ESCOLAS COM VIOLÊNCIA DISCENTE. SEED – UEM

MEDINA, João Paulo Subirá. A EDUCAÇÃO FÍSICA CUIDA DO CORPO... E Q“MENTE”. Campinas: 9ª edição: Papirus, 1990.

PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Educação Física para os anos finais do Ensino Fundamental. Curitiba: SEED. 2008.

PARANÁ. Educação Física, Ensino Médio. 2 ed. Curitiba: SEED. 2007.

SALLES FILHO, Nei Alberto. OS JOGOS COOPERATIVOS NA RELAÇÃO COM VALORES HUMANOS E EDUCAÇÃO PARA A PAZ. Universidade Estadual de Ponta Grossa/PR.

SANTIN, Silvino. EDUCAÇÃO FÍSICA: uma abordagem filosófica da corporeidade. Ijuí, RS, 2003.

SILVA, Marcos Augusto Souza Rodrigues da. A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS COOPERATIVOS. Mestrando na Universidade do Vale do Paraíba. São José dos Campos.

SOLER, Reinaldo. JOGOS COOPERATIVOS. Rio de Janeiro: 3ª edição: Sprint, 2006.

Page 20: JOGOS COOPERATIVOS: POSSIBILIDADES E ALTERNATIVAS · problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos. Com a implementação do projeto na escola pôde-se constatar

SOLER, Reinaldo. JOGOS COOPERATIVOS: para Educação Infantil. Rio de Janeiro: 2ª edição: Sprint, 2006.