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JOGOS INDÍGENAS E JOGOS RECREATIVOS perceber se é possível articular os jogos praticados pelos povos indígenas aos jogos recreativos dos alunos como aproximação, interação

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JOGOS INDÍGENAS E JOGOS RECREATIVOS:

Uma aproximação do processo ensino aprendizagem nas aulas de

Educação Física

WILMA TEREZINHA DA CRUZ FARIAS1

PROF.MSC.FÁBIO MUCIO STINGHEN2

PROF.MSC.SÉRGIO ROBERTO MOLLETTA 3

RESUMO

Este estudo desenvolveu-se a partir da preocupação quanto à abordagem da diversidade cultural nas aulas de educação física, em particular a temática indígena. Foi utilizado o conteúdo estruturante jogo como estratégia na inserção deste tema e elemento da pesquisa, por ser este um segmento importante da cultura corporal e na consideração que os jogos constituem um importante meio na formação de expressão de valores sociais. Assim, buscamos os jogos praticados pelos povos indígenas e inserimos nos conteúdos das aulas de educação física do 6º ano período da tarde do ensino fundamental, no Colégio Estadual Mathias Jacomel em Pinhais/PR, com a abordagem do processo de integração entre a cultura indígena, os jogos que praticam e, a cultura do homem moderno. Neste contexto, levamos ao âmbito escolar o conhecimento e vivência dos jogos indígenas através da pesquisa na Internet, apresentação de vídeo, visita à aldeia indígena Araça-i em Piraquara-Pr, texto e prática de alguns jogos, para que os alunos pudessem conhecer e vivenciar os jogos praticados pelos povos indígenas identificando as peculiaridades existentes quando comparados aos jogos contemporâneos. Os dados foram coletados através da observação feita da gravação de vídeo/áudio, das atividades práticas propostas, da visita à aldeia indígena, dos discentes nas atividades propostas, e principalmente do questionário no formato Escala Likert que mediu atitudes e aprendizado dos alunos.

Palavras chaves: Jogos recreativos. Cultura Indígena. Jogos Indígenas.

INTRODUÇÃO

Na consideração de que o ensino aprendizagem é um processo contínuo e

atemporal em todas as áreas de conhecimento, especificamente na educação física

entende-se que ocorreu uma amplitude em relação às diretrizes que orientam a

prática. Logo a Educação Física como componente curricular da educação básica

tem o compromisso de contribuir na inserção dos estudos das diversidades étnicas,

1 Professora da disciplina de Educação Física da Rede Estadual de Ensino do Paraná, participante

do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) - 2012. 2 Orientador do PDE, Professor/Mestre da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR),

Curitiba, PR, Brasil. 3 Co Orientador do PDE, Professor/Mestre da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR),

Curitiba, PR, Brasil.

a fim de proporcionar aos alunos um vasto acervo de movimentos da cultura

corporal, “formando o cidadão que vai produzi-la, produzi-la e transformá-la,

instrumentalizando-o para usufruir do jogo, [...] em benefício da qualidade da vida”

(BETTI & ZULIANI, 2002, p. 75).

A construção das diretrizes curriculares que orientam os conteúdos da

disciplina é histórica e não estanque, devendo assim contemplar as questões

políticas, sociais e filosóficas que fazem parte das discussões da sociedade e

incorporar a diversidade em suas discussões.

Atendendo a esse chamado histórico do momento, a inserção nos aspectos

teóricos e práticos em relação à diversidade étnica racial, em particular os povos

indígenas, é que pretendemos levar ao âmbito escolar a contribuição e influência

nas atividades que norteiam a cultura corporal, tendo o jogo na forma lúdica como

objeto de estudo.

Vale ressaltar que no decorrer da história o acúmulo de conhecimentos da

cultura corporal deu-se através das relações vivenciadas entre diferentes povos.

Sendo o jogo uma parte importante da cultura corporal, devemos utilizar desse

instrumento como possibilidade de uma educação intercultural nas aulas de

educação física (DCE, 2008, p.49).

De acordo com Rossetto Jr et al (2008) é importante ao professor utilizar o

jogo como um elemento de integração social e normas positivas, na consideração

que os jogos constituem um meio na formação de expressão de valores. Logo, o

jogo deverá ser utilizado como instrumento educacional contribuindo na construção

de valores morais.

Com a vigência da Lei 11.645/08 que torna obrigatória a abordagem, nos

currículos escolares, a temática da história e cultura afro-brasileira e indígena,

pretendeu-se proporcionar aos nossos alunos o conhecimento e importância da

cultura dos povos indígenas, levando-os a descobrir que muito dos jogos tradicionais

praticados nos contextos de lazer tiveram origem nesses povos.

Utilizamos o jogo como instrumento educacional na inserção da temática

indígena nas aulas de Educação Física, contribuindo para transmissão de

conhecimento e valorização da cultura desses povos. Primeiramente por estarem os

jogos presentes em todas as civilizações e fazerem parte do patrimônio da

humanidade, além disso, por que a criança quando joga constrói sua identificação

com os seus iguais.

E perceber se é possível articular os jogos praticados pelos povos indígenas

aos jogos recreativos dos alunos como aproximação, interação e inserção do

processo de ensino aprendizagem e de forma lúdica no 6º ano do ensino

fundamental?

O processo de aproximação, interação e inserção dos jogos indígenas,

despertará o pensamento crítico e analítico sobre as desigualdades e discriminações

das diversidades culturais nos alunos e refletirão não só na sala de aula, mas em

toda a sua vida.

Neste contexto pretendemos estudar as modalidades dos jogos recreativos

praticadas pelos povos indígenas, como um conhecimento para valorização da sua

cultura no processo ensino aprendizagem e incorporar a temática indígena ao

conteúdo curricular das aulas de educação física no ensino fundamental procurando

com isso identificar algumas brincadeiras de origem indígena que foram

incorporadas à cultura do homem contemporâneo e oportunizando momentos de

lazer através da vivência prática desses jogos ao mesmo tempo em que iremos

integrar as diferentes mídias, no processo de pesquisa e construção da temática

indígena no âmbito escolar.

Para Dias (2008), a escola é um espaço de socialização da cultura, e ocupa

um lugar privilegiado para este tipo de relações, pois compreende a formação inicial

das pessoas, colaborando nas suas posições perante o mundo. Aonde as crianças e

adolescentes integrantes do espaço escolar, interagem socialmente, e essa

interação, ajuda os alunos na compreensão de si mesmos e seus outros sociais,

construindo os alicerces para a vivência efetiva da cidadania.

Conhecer os povos indígenas e sua importância na sustentação da cultura

brasileira contribui para que se possam identificar as diferenças entre as sociedades

e as suas formas de produzir a vida (GRANDO, OLIVEIRA & AGUIAR, s/d, p. 01).

Retrocedendo na história vamos relembrar que em 1910, o governo criou o

Serviço de Proteção ao Índio para controlar as tribos, sob a chefia do Marechal

Cândido Rondon. Ele pacificou índios sem violência e garantiu a posse das terras.

Em 1967 foi criada a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) para a demarcação,

prestação de assistência médica e educacional.

Porém, o Brasil via o índio como ser primitivo e só através da Constituição de

1988 o reconheceu como povos culturalmente diferentes entre si e da sociedade

brasileira. A Constituição garante a eles o direito de serem índios eternamente,

mesmo que exerçam outras atividades ou usem calça jeans e relógio.

Os índios brasileiros possuem uma cultura bastante diferente do homem não

índio e também não são iguais entre si, são pelo menos 180 línguas faladas pelos

membros destas sociedades, que pertencem a mais de 30 famílias linguísticas. Os

Caiapós, Cadiuéu, Suruís, Xavantes, Ticunas, Ianomâmis, são algumas das 225

nações indígenas brasileiras que vivem em 565 áreas espalhadas por todos os

estados, com exceção do Piauí e do Rio Grande do Norte. A maior parte das terras e

da população está na Amazônia.

Segundo o Censo 20124 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE, 2010), atualmente há cerca de 817.000 pessoas que se alto declaram

indígenas no Brasil. Destes, cerca de 25.915 índios estão distribuídos pelo território

paranaense.

O Caderno Temático – Educação Escolar Indígena, traz em seu conteúdo

uma abordagem sobre as primeiras populações indígenas do Paraná, que definiram

como "os caçadores e coletores pré-históricos” (SEED, 2006, p. 11). Sendo que as

populações denominadas pelos arqueólogos de “Tradição Humaitá”, “Tradição

Umbu” e “Tradição Sambaqui”, ocuparam a região Sul do Brasil e não deixaram

descendentes historicamente conhecidos.

No Paraná, encontramos as seguintes etnias: os Guaranis, grupo do tronco

linguístico tupi-guarani. Dividem-se em três subgrupos: Mbyá, Nhandéva e Kaiová.

Os Kaingang pertencentes à família linguística jê. Há famílias descendentes do povo

Xetá pertencente ao tronco linguístico tupi-guarani e algumas do povo Xokleng este

grupo indígena pertencente ao tronco linguístico macro-jê (MARANHÃO, s/d).

Uma forma encontrada para valorização da cultura indígena foi à criação dos

Jogos dos Povos Indígenas. Castro (2005) relata que em 1996, depois de muito

empenho pelos irmãos Carlos e Marcos Terena5, foi possível a realização dos

primeiros jogos e aconteceu entre 16 e 20 de outubro de 1996, na cidade de

Goiânia, com a participação de 400 atletas de 29 etnias, cujo principal objetivo foi

4Tabela Censo 2012. Fonte IBGE. 5Marcos Terena é líder indígena do Pantanal (MS), articulador do grupo de trabalho dos povos indígenas na ONU, coordenador geral dos direitos indígenas da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e foi Coordenador do Comitê Inter Tribal, durante a COP8.

integrar os povos e mostrar ao homem não índio um pouco da cultura indígena

(CASTRO, 2005).

Baseando-se nessa forma utilizada de valorização desta cultura, que se

pretendeu incluir os jogos recreativos de origem indígenas nos conteúdos

curriculares da Educação Física, contribuindo para transmissão de conhecimento e

valorização da cultura desses povos.

Pois a Educação Física como componente curricular da educação básica

deve contribuir na inserção dos estudos das diversidades étnicas, a fim de

proporcionar aos alunos um vasto acervo de movimentos da cultura corporal,

“formando o cidadão que vai produzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para

usufruir do jogo, [...] em benefício da qualidade da vida” (BETTI & ZULIANI, 2002, p.

75).

Procuramos estudar os jogos na sua forma lúdica e como brincam as crianças

indígenas para introduzir a cultura indígena nas atividades recreativas das aulas de

educação física, pois como afirma Soares (s/d) “as brincadeiras de crianças

constituem no nosso entender um dos meios mais fidedignos para se verificar as

práticas corporais de uma determinada sociedade”.

De acordo com Rossetto Jr et al (2008) é através do jogo que a criança

aprende e se relaciona com o universo ao seu redor. Nesse contexto a criança

indígena não difere muito das suas brincadeiras que são focadas na imitação dos

animais e dos adultos, ou seja, nos comportamentos naturais.

De acordo com Teixeira (s/d) o contato com a criança indígena foi facilitado

pela catequese e através deste processo aconteceu à troca das culturas entre os

índios e os jesuítas.

GRANDO (2000) promoveu uma longa pesquisa sobre brincadeiras

praticadas pelas crianças indígenas em 18 etnias, o que originou uma contribuição

riquíssima ao nosso trabalho, pois através desta leitura será possível acrescentar ao

currículo escolar da escola as práticas sociais lúdico, levando a criança a perceber o

outro através dos jogos recreativos e assim ampliar o potencial humano de cada

criança, percebendo e respeitando as diferenças culturais existentes.

Percebemos após a leitura de Grando (2008) e Kishimoto (2009) que as

crianças indígenas, em muitas de suas brincadeiras, procuram imitar os adultos e

um exemplo é a brincadeira com arco e flecha o qual tem o seu tamanho adequado

à idade da criança, porém a prática dessa atividade já está preparando os jovens a

serem rapazes trabalhadores.

METODOLOGIA

Os alunos foram conduzidos pelos caminhos dos múltiplos saberes cultural

para que pudessem conhecer outros saberes e outros sujeitos nas suas

singularidades. E na descoberta dos jogos recreativos praticados pelos povos

indígenas conheçam a sua cultura e importância na construção da nação brasileira.

Participaram deste projeto os alunos devidamente matriculados no Colégio

Estadual Mathias Jacomel em Pinhais/PR, do 6º ano turma A período da tarde, do

ensino fundamental, com idade entre 11 e 13 anos e do sexo masculino e feminino.

Foi organizado o Caderno Pedagógico6 que contempla três unidades, visando

apresentar este material de estudo para que possa contribuir aos professores com a

implementação da temática indígena nos seus conteúdos curriculares.

A implementação do projeto teve inicio através da apresentação de vídeo

sobre a cultura indígena e os jogos indígenas, sendo discutidos seus hábitos de vida

e num segundo momento foi feita a apresentação em PowerPoint do livro o “Jogo da

Onça”7 em que uma equipe de pesquisadores visitaram várias tribos indígenas em

busca os jogos que eles praticam, nesta atividade os alunos construíram o jogo da

onça para cada um e aprenderam a jogar.

Os alunos foram orientados a pesquisar na internet, com indicação dos sites a

serem visitados, para que os mesmos pudessem ter conhecimento das diversas

etnias que compõem o povo brasileiro. Vivenciaram os jogos praticados pelas

crianças indígenas e após foi promovido uma discussão sobre quais jogos são

semelhantes aos jogos que eles, os alunos, praticam.

Neste ponto do projeto foi observado o envolvimento dos alunos com alegria e

entusiasmo na descoberta de como construir e brincar com o jogo da onça e da

peteca, eles construíram os jogos com diversos materiais e contaram com o apoio

6 Caderno Pedagógico: Jogos Indígenas e Jogos Recreativos: uma aproximação do processo ensino

aprendizagem nas aulas de Educação Física, desenvolvido anteriormente a este artigo, como material didático a ser usado na implementação pedagógica do projeto. 7 Esta publicação é um dos produtos culturais do projeto “Jogos Indígenas do Brasil”. O texto é

baseado nas “notas de viagem”de Maurício Lima, coordenador do projeto.

de seus familiares na elaboração dos mesmos, e gostaria de deixar registrada a fala

de uma aluna que relatou o seguinte “professora, minha mãe até comprou uma

galinha viva para tirar as penas, para eu fazer a peteca”.

Figura 1: Jogo da Onça e Peteca feita pelos alunos

Antes da aplicação das atividades práticas, teóricas e de pesquisa cada tema

foi amplamente abordado, discutido através da fundamentação teórica deste projeto

e foi oportunizada durante todo o projeto a troca de conhecimentos, de opiniões e de

experiências, junto aos familiares em casa e com os colegas em sala, o que levou

alguns pais a manifestarem o desejo de participar da visita a aldeia indígena.

Na visita à aldeia indígena Araçá-Í que fica na Estrada da Barragem da

Sanepar s/n em Piraquara-Pr a primeira aldeia urbana do sul do Brasil os alunos

interagiram com as crianças indígenas e, através de perguntas para a cacique que

se encontrava lá, elucidaram suas dúvidas.

O interessante na visita à aldeia indígena de Araçá-i que observei, foi o

entusiasmo dos alunos em conhecer uma aldeia e como eles estavam informados

sobre os hábitos da cultura indígena. Em momento algum houve alguma crítica ou

desapontamento quanto ao local e modo como vivem, só havia muita curiosidade e

uma vontade genuína de conhecer os índios, alguns alunos preparam um

questionário para entrevistar o coordenador da escola indígena e o cacique. Durante

a visita os alunos tiveram oportunidade de brincar com as crianças indígenas,

jogando peteca, futebol e no final realizaram um lanche comunitário.

A avaliação de todo o projeto foi contínua e processual, através da

observação, envolvimento e comprometimento dos alunos nas atividades práticas

propostas, visita a aldeia indígena e na análise participativas dentro dos objetivos

propostos e levantamento de dados analisados pelo questionário no formato escala

Likert8 que mediu atitudes e aprendizado dos alunos.

O questionário no formato Likert com valores de 1 a 5 aonde: 1 é discordo

totalmente; 2 discordo parcialmente; 3 nem concordo/nem discordo; 4 concordo

parcialmente; 5 concordo totalmente, foi utilizado para medir se os objetivos deste

projeto foram atingidos, entendidos e assimilados pelos alunos.

De acordo com Cunha (2007):

“Para validar a escala usa-se uma amostra representativa da população em que se pretende aplicar a escala de atitude. É pedido aos sujeitos que manifestem o seu grau de concordância com cada uma das frases numa escala de 3, 4, 5, 7 ou 11 pontos. [ ... ] A escala só está pronta para ser aplicada quando está garantida a objetividade, a fidelidade, a validade e a consistência da escala.”

Vamos analisar as questões que foram aplicadas:

1. Após participar do projeto você concorda que é possível incluir os jogos

recreativos de origem indígenas nos conteúdos curriculares da Educação Física,

contribuindo para transmissão de conhecimento e valorização da cultura desses

povos?

Observando o gráfico 1 percebemos que 86% dos alunos concordam

plenamente que é possível incluir os jogos de origem indígenas nas aulas de

Educação Física e conhecer a cultura desses povos. Pois segundo eles, os jogos

são divertidos e assim fica mais fácil o aprendizado.

2. Após participar do projeto você concorda que utilizar o jogo recreativo como

instrumento educacional na inserção da temática indígena nas aulas de educação

física, foi uma forma de conhecer os jogos praticados pelos povos indígenas?

8 Uma escala tipo Likert é composta por um conjunto de frases (itens) em relação a cada uma das

quais se pede ao sujeito que está a ser avaliado para manifestar o grau de concordância desde o discordo totalmente (nível 1), até ao concordo totalmente (nível 5, 7 ou 11).

Percebemos com relação ao gráfico 2, que é possível utilizar o jogo recreativo

como instrumento educacional na inserção da temática indígena nas aulas de

Educação Física de forma lúdica e contextualizando o tema.

3. Após participar do projeto você conseguiu identificar algumas brincadeiras de

origem indígena que foram incorporadas à cultura do homem contemporâneo?

Com relação ao gráfico 3, percebemos que poucas brincadeiras foram

identificadas pelos alunos, sendo apenas a peteca conhecida pelos alunos, dessa

forma é necessário promover mais a cultura indígena.

4. Após participar do projeto você seria capaz de relacionar quais brincadeiras

indígenas são vivenciadas em nossa região?

Com relação ao gráfico 4, se faz necessário uma pesquisa mais meticulosa e

regional, pois ficou difícil de relacionar os jogos indígenas que foi vivenciado com os

jogos e brincadeiras que os alunos conhecem.

5. Participar do projeto criou momentos de lazer através da vivência da prática

desses jogos?

Com relação ao gráfico 5, percebemos que 78% dos alunos concordam que o

participar do projeto criou momentos de lazer, isso se deu quando os alunos

vivenciaram na prática os jogos recreativos indígenas e aprendessem mais sobre os

índios.

6. Você concorda que é possível integrar as diferentes mídias (internet,

multimídia, televisão, dvd, quadro de giz, caderno, livro, lápis, etc.) no processo de

pesquisa e construção da temática indígenas nas aulas de educação física?

Quando analisamos o gráfico 6, percebemos uma incerteza por parte dos

alunos, isso se deu frente as dificuldades encontradas em acessar a internet

disponível no colégio, o sistema não comporta o número de alunos e computadores

ligados ao mesmo tempo, gerando assim uma frustração em todos, a inclusão digital

precisa de infraestrutura para que seja incorporada mais efetivamente nas aulas.

Percebe-se que para que qualquer projeto seja aplicável em sala de aula

deve levar em conta o interesse dos alunos, a novidade da proposta e

principalmente, a necessidade de condições de uso das tecnologias nas escolas que

atualmente é precária.

As questões analisadas servem de parâmetros para traçarmos metas de

ensino de qualidade e também, diversificarmos as aulas, atraindo a atenção dos

alunos para conteúdos diversos e explorando o potencial deles.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através dos resultados percebemos que, o projeto atingiu o objetivo proposto,

porém existem algumas ressalvas levantadas pelos alunos e evidenciadas na

análise dos gráficos: um ponto crítico está relacionado a integrar as mídias nas aulas

de educação física o nível de interesse dos alunos é incerto, pois enfrentamos

dificuldades na utilização da internet no laboratório de informática na escola, a rede

não suporta os números de computadores ligados e a quantidade de alunos

acessando ao mesmo tempo a internet, gerou frustração e como recurso foi

recomendado aos alunos que terminassem a pesquisa em casa.

Desta forma, concluímos que, na ótica dos alunos, é importante incluirmos no

currículo da educação física o tema diversidade cultura fazendo a abordagem

através dos jogos recreativos indígenas, pois é um meio eficaz de ensinar e inserir

valores culturais para a vida dos alunos. E ainda, através da educação física é

possível ampliar os conhecimentos sobre a diversidade cultural dos índios, incluindo

mais conhecimento aos educando de forma lúdica.

Podemos concluir que nas aulas de educação física é possível incorporar

estratégias para a construção de valores culturais, morais e éticos e não só a

educação do “físico”, pois nossa visão, enquanto professor deve ser direcionada

para uma educação integrada, buscando sempre um elo entre o trabalho cognitivo,

afetivo, psicomotor, lazer e o lúdico.

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