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1 JOGOS RECREATIVOS COMO RECURSO METODOLÓGICO EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PÚBLICA Franciane Lima de Figueiredo Acadêmica Concluinte CEDF/ UEPA [email protected] Josiléia do Socorro Neves de Lira Docente orientadora do TCC [email protected] RESUMO O presente estudo teve como objetivo, utilizarmos os jogos recreativos no processo de ensino e aprendizagem, evidenciando atitudes de cooperação, socialização e motivação dos alunos nas aulas de Educação Física. De acordo com as vivências realizadas na prática da Educação Física escolar, durante os estágios supervisionados, a problemática está nos recursos didáticos que ainda são utilizados como as metodologias esportivistas que acaba levando a desmotivação e evasão dos alunos nas aulas de Educação Física. Logo, foi utilizada como metodologia de ensino uma pesquisa de campo, de cunho qualitativo e descritiva, aplicado nas turmas do ensino médio da escola pública estadual Visconde de Souza Franco, sendo o local da coleta de dados na Universidade do Estado do Pará (UEPA), Campus III, Curso de Educação Física. Conclui-se que a metodologia utilizada com os jogos recreativos é de suma importância para o desenvolvimento do aluno, na qual foram verificadas as atitudes relacionadas ao jogo e sua eficiência dentro do processo de ensino e aprendizagem. Palavras-chave: Jogos recreativos. Educação Física. Ensino e aprendizagem. INTRODUÇÃO O conteúdo jogo teve como objetivo analisar o processo ensino e aprendizagem baseado em jogos recreativos utilizado nas aulas de Educação Física da Escola Estadual Visconde de Sousa Franco com alunos do ensino médio, evidenciando o desenvolvimento das atitudes de cooperação, socialização e motivação dos alunos dentro de uma perspectiva através das atividades recreativas, utilizadas na iniciação esportiva. Visto isso, a escolha do tema partiu da participação nos estágios supervisionados, adquirindo experiências e vivências como monitora da disciplina fundamentos e métodos do esporte, fato que permitiu perceber a partir da observação, a desmotivação e evasão dos alunos nas aulas de Educação Física, referente aos métodos esportivistas que continuam restringindo as aulas somente a prática esportiva, tornando-as constantes e repetitivas.

JOGOS RECREATIVOS COMO RECURSO METODOLÓGICO … · criança, o adolescente ou o jovem enaltece uma resistência às atividades que desenvolve durante as práticas esportivistas voltado

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JOGOS RECREATIVOS COMO RECURSO METODOLÓGICO EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA

PÚBLICA

Franciane Lima de Figueiredo Acadêmica Concluinte CEDF/ UEPA [email protected]

Josiléia do Socorro Neves de Lira

Docente orientadora do TCC [email protected]

RESUMO O presente estudo teve como objetivo, utilizarmos os jogos recreativos no processo de ensino e aprendizagem, evidenciando atitudes de cooperação, socialização e motivação dos alunos nas aulas de Educação Física. De acordo com as vivências realizadas na prática da Educação Física escolar, durante os estágios supervisionados, a problemática está nos recursos didáticos que ainda são utilizados como as metodologias esportivistas que acaba levando a desmotivação e evasão dos alunos nas aulas de Educação Física. Logo, foi utilizada como metodologia de ensino uma pesquisa de campo, de cunho qualitativo e descritiva, aplicado nas turmas do ensino médio da escola pública estadual Visconde de Souza Franco, sendo o local da coleta de dados na Universidade do Estado do Pará (UEPA), Campus III, Curso de Educação Física. Conclui-se que a metodologia utilizada com os jogos recreativos é de suma importância para o desenvolvimento do aluno, na qual foram verificadas as atitudes relacionadas ao jogo e sua eficiência dentro do processo de ensino e aprendizagem. Palavras-chave: Jogos recreativos. Educação Física. Ensino e aprendizagem.

INTRODUÇÃO

O conteúdo jogo teve como objetivo analisar o processo ensino e

aprendizagem baseado em jogos recreativos utilizado nas aulas de Educação Física

da Escola Estadual Visconde de Sousa Franco com alunos do ensino médio,

evidenciando o desenvolvimento das atitudes de cooperação, socialização e

motivação dos alunos dentro de uma perspectiva através das atividades recreativas,

utilizadas na iniciação esportiva. Visto isso, a escolha do tema partiu da participação

nos estágios supervisionados, adquirindo experiências e vivências como monitora da

disciplina fundamentos e métodos do esporte, fato que permitiu perceber a partir da

observação, a desmotivação e evasão dos alunos nas aulas de Educação Física,

referente aos métodos esportivistas que continuam restringindo as aulas somente a

prática esportiva, tornando-as constantes e repetitivas.

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O jogo como conteúdo da educação Física utilizado como atividades

recreativas dentro da formação acadêmica têm como objetivo tornar os alunos,

cidadãos críticos e participativos as práticas recreativas diferenciadas, como também

fator educacional que promove benefícios de aspecto cultural, afetivo, social, motor

e intelectual.

Com isso, dentro da problemática da pesquisa, utilizamos os jogos recreativos

de forma eficaz, como recurso metodológico no processo de ensino e aprendizagem

nas aulas de Educação Física, desenvolvendo atitudes de cooperação, socialização

e motivação nos alunos. Como dizia Oliveira (1997) que o método utilizado dentro do

processo de ensino e aprendizagem, sendo os conteúdos baseados na cultura

corporal, busca a aprendizagem do conhecimento da realidade social, por parte do

aluno.

Citado pelo Coletivo de Autores (1992), devido a Educação Física ser uma

área de estudo bastante ampla, pode ser denominado como cultura corporal, na

qual, temas ou formas das atividades corporais são aplicados, o homem libera sua

cultura corporal através da intencionalidade do conceito, que é produzido pela

consciência corporal.

Nesse sentido este trabalho teve como objetivo geral, analisar o processo de

ensino e aprendizagem baseado em jogos recreativos utilizado em aulas de

educação física com alunos do Ensino Médio, evidenciando o desenvolvimento de

atitudes de cooperação, socialização e motivação. E, especificamente, identificar os

princípios didáticos e metodológicos utilizados nas aulas; Observar a participação

dos alunos nas aulas, bem como; analisar o processo de ensino e aprendizagem

baseado em jogos recreativos utilizado nas aulas de Educação Física.

Para Antunes (2001, p.11), o jogo em seu sentido etimológico, “expressa um

divertimento, brincadeira, passatempo, sujeito a regras que devem ser observadas

quando se joga”. Sendo um elemento constante, de acordo com Teixeira e

Figueiredo (1970), é uma relação natural que liberta a capacidade do educando, na

possibilidade de criar situações em que os indivíduos revelam seu caráter,

permitindo ao professor intervir diretamente dando oportunidades em suas ações.

O jogo proporciona ao individuo a oportunidade de liberdade e

espontaneidade encontrada na corporeidade. “O jogo é uma maneira de

compreender o processo de organização de estruturas existentes no mundo [...]”,

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possibilitando ao aluno formas que possam enriquecê-lo através das atitudes

motoras (SANTIN, 1990, p.20).

Já Faria jr (1999) revela que devido o jogo apresentar um caráter particular

proporcionando ao indivíduo a capacidade de exprimir significados e técnicas a partir

de atividades lúdicas, com isso, foram verificados dentro do processo de ensino e

aprendizagem, os jogos recreativos baseado nas seguintes questões norteadoras; a)

Quais os tipos de jogos que foram desenvolvidos nas aulas e suas características?

b) Que princípios didático-metodológicos foram utilizados no processo de ensino e

aprendizagem? c) Como se deu a participação dos alunos nas aulas nos processos

de cooperação, socialização e motivação? d) Quais foram às percepções dos alunos

sobre as aulas desenvolvidas com os jogos recreativos e o desenvolvimento de

atitudes de cooperação, socialização e motivação?

A pesquisa apresentou uma abordagem qualitativa, descritiva e de campo,

tendo como objeto de estudo os jogos recreativos como ferramenta no processo de

ensino e aprendizado aplicado nas aulas de Educação Física na escola pública

estadual Visconde de Sousa Franco, município de Belém. Buscando relevância a

produção de novos estudos e conhecimentos a cerca do assunto tratado, sendo que

este possa contribuir para as demais pesquisas na área de Educação Física,

utilizando os jogos recreativos como uma vasta área do conhecimento.

1 A EDUCAÇÃO FÍSICA E O ENSINO MÉDIO

A Lei de Diretrizes e Base da Educação (LDB), nº. 9394 de 20/12/96

determina a obrigatoriedade da Educação Física nas práticas escolares na

Educação Básica, Ensino Fundamental e Médio (BRASIL, 1996). De acordo com

esta perspectiva, o profissional de Educação Física é ferramenta indispensável para

facilitar a aprendizagem de seus alunos.

Para os autores Moreira, Simões e Martins (2010) no ensino médio as aulas

de educação física acabam valorizando mais o esporte, como um padrão a seguir,

buscando de certa forma o rendimento. Se o quadro hegemônico é esse, não

significa que o problema está nos fenômenos corpo e esporte, e sim nos valores que

socialmente lhes atribuímos, contudo devemos pensar na Educação Física escolar e

no desenvolvimento de seus conteúdos, enfatizando a ressignificação do corpo e da

prática esportiva.

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De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1999), a Educação

Física na escola poderá favorecer a autonomia dos alunos para monitorar as

próprias atividades, regulando o esforço, traçando metas, conhecendo as

potencialidades e limitações, possibilita ainda a socialização, desfrutando de

atividades lúdicas e contribuindo para o bem-estar coletivo, assim como a cidadania

que são: dignidade da pessoa humana, igualdade de direitos, participação, e

corresponsabilidade pela vida social (BRASIL, 1999).

Dentre as produções dessa cultura corporal, algumas foram incorporadas pela Educação Física em seus conteúdos: o jogo, o esporte, a dança, a ginástica e a luta. Estes têm em comum a representação corporal, com características lúdicas, de diversas culturas humanas; todos eles ressignificam a cultura corporal humana e o fazem utilizando uma atitude lúdica (BRASIL, 1999).

Os alunos do ensino médio apresentam várias características, devido estarem

em uma fase da vida de grandes transformações, decisões e de muitas incertezas,

visto que a utilização dos jogos, brincadeiras e esporte no Ensino Médio oferece

oportunidades para a afiliação e a formação da identidade dos adolescentes e de um

grupo, que faz parte da característica social dos adolescentes (MOREIRA; SIMÕES;

MARTINS, 2010).

Sabemos da importância de vivenciar e experimentar nas aulas de Educação

Física além dos esportes tradicionais (futebol, voleibol ou basquetebol), adicionando

atividades de caráter lúdico proporcionando a inclusão como também a possibilidade

de outras práticas corporais como: ginásticas, jogos, brincadeiras, lutas e danças.

Assim, facilitando ao aluno uma maior chance de identificação pelas aulas e seus

conteúdos (DARIDO, 2012).

Segundo Neves (2002), as atividades lúdicas são utilizadas para contribuir na

melhoria dos resultados verificados pelos alunos, durante o processo educativo,

apresentando valores específicos para todas as fases da vida. Por isso, tanto a

criança, o adolescente ou o jovem enaltece uma resistência às atividades que

desenvolve durante as práticas esportivistas voltado para ensino, devido ela não ser

prazerosa e rotineira.

A implantação dos temas transversais, presentes nos Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCNs) do ensino médio, têm como objetivo de trazer para a

escola a realidade social desses alunos. Sabendo disso, ousar deve ser a palavra e

atitude presente no cotidiano do profissional da educação, auxiliando na não

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fossilização do conhecimento, devendo ser produzido diariamente por nós e nossos

alunos, utilizando temas que possam estimular os alunos a participarem das aulas

através de metodologias diferenciadas (CATUNDA, 2005. p.11).

2 COOPERAÇÃO, SOCIALIZAÇÃO E MOTIVAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO

FÍSICA

Primeiramente deve-se identificar as características gerais de cada aluno,

origens, perfil social, família, entre outras abordagens, assim, Oliveira (2001) afirma

que a cooperação é a forma de interação social nas quais diferentes pessoas,

grupos ou comunidade trabalham juntos para um mesmo fim, já o processo social

designa interação social, movimento, mudança, ou seja, a forma que os indivíduos e

grupos atuam uns com os outros, e se relacionam entre si estabelecendo relações

sociais.

Os processos metodológicos nas aulas de educação física que utilizam a

cooperação, socialização e motivação devem estar sempre presentes para um

melhor aproveitamento dos conteúdos. Por isso, Darido (2001) coloca os jogos

cooperativos como uma nova tendência na Educação Física e afirma ser uma

proposta diferente das demais valorizando a cooperação no lugar da competição.

Segundo Samulsky (1992) a motivação é caracterizada como um processo

ativo, intencional e dirigido a uma meta o qual depende da interação de fatores

pessoais e ambientais, ou seja, depende de uma determinante energética, nível de

ativação ou intensidade, que o individuo se envolve na atividade de acordo com seu

comportamento, ativando características intencionais, direcionais e motivacionais.

Aliás, segundo Weinberg e Gould (apud SAMULSKY, 2002)

Sobre técnicas de motivação compreende todas aquelas medidas que uma pessoa aplica assumindo o controle sobre seu próprio comportamento, para regular seu nível de motivação. A motivação para prática esportiva depende da interação entre a personalidade (expectativas, motivos, necessidades, interesses) e fatores do meio ambiente como facilidades, tarefas atraentes, desafios e influências sociais (p.57).

Oliveira (1978) afirma que a motivação implica diretamente nas fontes de

energia interior dos educandos para as aplicações das atividades. A motivação

através da aprendizagem é vital para o esforço, através dos estímulos e incentivos

de acordo com a idade e as experiências dos educandos, estabelecendo a conexão

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entre o educando, sua carga efetiva, intelectual, social e o desenvolvimento da

atividade realizada, assim como elas devem ser compreendidos e utilizados.

Para Witter (1984) o professor é o grande responsável em levar motivação

aos alunos, devido ter o maior contato com os discentes. Sendo assim, uma aula

ministrada sem motivação, acaba criando um clima desfavorável a aprendizagem, o

aluno por já apresentar uma rejeição à ida à escola, ao encontrar um professor

desmotivado, com certeza causará mais dificuldade em motivar-se.

Dias (2008) afirma que a escola é o espaço fundamental para o processo de

socialização da cultura, sendo um lugar privilegiado para este tipo de relações, pois

acredita que a formação inicial das pessoas justifica suas relações com o mundo.

Tanto as crianças quando os adolescentes, que frequentam o espaço escolar,

interagem socialmente, e essa interação auxilia os alunos na compreensão de si

mesmo e da sociedade em geral, sendo a base efetiva para a cidadania.

Segundo Guimarães et al (2001) afirma a importância dos meninos e meninas

fazerem as aulas juntos, valorizando a relação efetiva entre eles, favorecendo o

respeito pelo colega do outro gênero e desenvolvendo a socialização dos mesmos.

O professor é responsável em utilizar estratégias durante as aulas, sempre

trabalhando com grupos mistos, incluindo os alunos com menos dificuldades com os

demais, valorizando o respeito que é responsável pela socialização entre eles.

Borsa (2007) versa que a escola exerce um importante papel na consolidação

do processo de socialização, permitindo, dentre outras coisas, a formação de parte

da identidade, adquirem-se hábitos de se comportar, aprender, valores morais e

éticos que envolvem a sociedade.

Reportando-se também aos processos de socialização Bonewitz (2003)

revela que,

a socialização corresponde ao conjunto dos mecanismos pelos quais os indivíduos realizam a aprendizagem das relações sociais entre os homens e assimilam as normas, os valores e as crenças de uma sociedade ou de uma coletividade (BONEWITZ, 2003).

De acordo com o processo de socialização segundo Bonewitz (2003) a

mesma ocorre por varias etapas, desde a vida fetal e vai se desenvolvendo ao

decorrer do tempo, devido o contato direto com o próximo e também em relação ao

ambiente. Com isso, a socialização pode ser dividida em duas fases, socialização

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primária, a qual a criança se torna membro participante da sociedade, e socialização

secundária, em que os indivíduos são introduzidos num mundo social específico.

A intensidade das aquisições varia de acordo com a idade; assim, distinguem-se tradicionalmente a socialização primária, ou socialização da criança, e as socializações secundárias, processos de aprendizagem e adaptação dos indivíduos ao longo de suas vidas (BONEWITZ, 2003).

Existem várias propostas para trabalhar a cooperação e inclusão nas aulas de

Educação Física, porém não podemos esquecer a forte influencia imposta pela

competição, definido pela “esportivização” da Educação Física escolar (CORREIA,

2007).

Referente a isso, Brotto (2001, p.27) afirma que cooperação,

é um processo de interação social, onde os objetivos são comuns, as ações compartilhadas e os benefícios para todos. As definições sobre cooperação enfatizam sempre o trabalho conjunto visando o bem de todos. A cooperação entre as partes é o modo de se atingir o objetivo que será compartilhado por todos. Ela é uma ajuda, um auxílio, uma colaboração que os envolvidos na ação permutam entre si para que todos alcancem à

mesma finalidade (BROTTO, 2001, p.27).

Soler (2009) ressalta que a cooperação é de suma importância para o

individuo, pois vivemos em uma sociedade que precisamos do outro, assim, a

cooperação busca a valorização em jogar contra o outro ou com o outro por meio

das atividades cooperativas potencializando a autoestima e a relação social.

Valorizando a inclusão e permitindo a participação de todos independente das

habilidades adquiridas.

A importância de trabalhar a solidariedade, a cooperação o respeito mútuo

nas aulas de educação Física, adquirindo um exercício de convivência em que as

pessoas aprenderão a construir uma sociedade, sem discriminação e com atitudes

de solidariedade, respeito e aceitação enfatizando uma sociedade sem preconceito

e exclusão (SOLER, 2009).

3 O JOGO COMO MÉTODO DE ENSINO DO ESPORTE

Segundo Helal (1990) o jogo e o esporte possuem conceitos diferentes com

características e especificações, o esporte apresenta elementos do jogo e vai além,

ou seja, suas características não são encontradas no jogo. O autor ainda reitera que

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o jogo passa por uma organização mais ampla e burocrática, explorando os

interesses dos participantes, dando inicio ao universo do esporte. O autor

exemplifica:

Uma “pelada” entre amigos, seja ela disputada na praça, no colégio, na praia ou no clube da esquina, é sempre um jogo. Mas uma partida de futebol entre as equipes profissionais do Flamengo e do Fluminense, válida para o Campeonato Estadual do Rio de Janeiro, faz parte do universo do esporte (HELAL, 1990, p. 28).

Atualmente as aulas de Educação Física, a maioria dos professores ainda são

influenciados pela concepção esportivista, restringindo as aulas aos esportes mais

tradicionais, como o basquete, voleibol e futebol. Porém, sabemos que esses

conteúdos são repassados muito superficialmente, apenas na prática do saber/fazer,

limitando os alunos sobre a cultura corporal de movimento em que se ensina para

aprender através do conhecimento adquirido (DARIDO, 2012).

Os jogos podem ser denominados e modificados por apresentarem uma

forma diluída do jogo principal, eles podem ser competitivos ou cooperativos e são

recomendados em qualquer nível de escolaridade (POZZOBON, 2001).

Freire (2003) relata que os jogos cooperativos surgiram com algumas

alternativas metodológicas, mas não única. Mantendo como foco principal a

formação de grupos. Sendo que, tais jogos, possuem o objetivo de promover a

competição, promovendo a cooperação, principalmente sem a desagradável

presença de conflito.

Brenelli (2001) ressalta que os jogos educativos são utilizados para

potencializar a aprendizagem de conceitos, conteúdos e habilidades,

proporcionando de forma educacional um ambiente de aprendizagem rico e

complexo, e quando o jovem encontra no jogo qualidades para pensar e solucionar

problemas acaba descobrindo oportunidades em desenvolvê-los.

[...] organiza e pratica as regras, elabora estratégias e cria procedimentos a fim de vencer as situações-problema desencadeadas pelo contexto lúdico. Aspectos afetivo-sociais e morais estão implícitos nos jogos, pelo fato de exigir relações de reciprocidade, cooperação, respeito mútuo. Relações espaço-temporais e causais estão presentes na medida em que a criança coordena e estabelece relações entre suas jogadas e a do adversário (BRENELLI, 2001, p.178).

Pensando nisso, Dietrich (1984) ao observar os alunos praticando o jogo fora

das aulas de Educação Física, verificou que os mesmos aprendem jogando

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livremente, construindo seu próprio jogo de acordo com as capacidades sociais de

sua faixa etária.

A tendência esportivista é conhecida também pela competitivista, mecanicista

ou tecnicista, sendo bastante utilizada na área da Educação Física Escolar, os

meios que lhes são atribuídos como métodos, conteúdos e formas indica a prática

esportiva, assim como, técnicas, táticas, normas e busca pela performance, sendo

uma das tendências que mais deixou vestígios na prática da Educação Física.

(FERREIRA, 2009).

A importância de utilizar os jogos recreativos como abordagens

metodológicas, por serem dos conteúdos principais da Educação Física, utilizado

tanto para o ensino escolar como ao ensino dos esportes. Em geral, são chamados

de conteúdos da Educação Física o jogo e o exercício corporal (FREIRE; SCAGLIA,

2003, p. 35).

[...] um aspecto relevante nos jogos é o desafio genuíno que eles provocam no aluno, que gera interesse e prazer. Por isso, é importante que os jogos façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor analisar e avaliar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curricular que se deseja desenvolver (BRASIL, 1997, p. 48).

Os autores Freire e Scaglia (2003) ressaltam que os jogos e brincadeiras são

na maioria das vezes associados à criança, pois é difícil imaginar uma criança que

não jogue ou brinque. Entretanto sabemos que não se restringe somente a esta

idade.

Segundo Melo (1997) de acordo com uma pesquisa realizada com alunos do

Ensino Médio utilizando o conteúdo jogo nas aulas de Educação Física. Foram

utilizados alguns tipos de jogos como: Queimadas, Hand sabonete, Pique bandeira,

Quatro cantos e outros. No final os alunos avaliaram a aula de forma positiva e

afirmaram que os jogos sempre devem estar presentes nas aulas de Educação

Física, até mesmo com alunos mais experientes.

O jogo também promove valores éticos do indivíduo, pois para as crianças e

jovens, o jogo tem o poder de estabelecer conceitos de ganho e perda, sendo muito

importante na formação da sua personalidade. O jogo deve surgir como momento de

lazer, podendo ser populares ou esportivos, não se deve deixar de ser

compreendido como cultura (TAVARES, 2005).

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PERCURSO METODOLÓGICO

O presente estudo caracteriza-se como descritivo, pois consiste em observar,

registrar, analisar e concluir sobre fatos sem manipulá-los, não havendo interferência

do pesquisador. Segundo Rudio (2000) a pesquisa descritiva é aquela que procura

obter informação do que existe, com o intuito de poder descrever e interpretar a

realidade interpreta “o que existe” e relaciona condições, dados que não consistem

apenas na tabulação de dados, mas inclui a interpretação e a conclusão.

Outra analise metodológica caracteriza-se pela observação sistemática, na

qual, o pesquisador efetua um registro sistemático de dados, de comportamentos,

de fatos e de ações, a fim de obter subsídios sobre determinado fenômeno que está

sendo estudado. Conforme Gil (1999), a observação constitui elemento fundamental

para a pesquisa, pois é a partir dela que é possível delinear as etapas de um estudo:

formular problemas, construir a hipótese, definir variáveis, coletar dados e etc.

Vale lembrar que a pesquisa realizada também abordou um caráter de cunho

qualitativo, para Silveira (2009), os pesquisadores que utilizam os métodos

qualitativos buscam explicar o porquê das coisas, exprimindo o que convém ser

feito.

Já a pesquisa de campo, de acordo com Chizotti (2003) há uma maior relação

entre os sujeitos de modo que as dúvidas a respeito da pesquisa sejam esclarecidas

relacionando com as problemáticas a fim de obter melhores resultados dos dados

obtidos.

A pesquisa foi realizada na escola pública estadual Visconde de Souza

Franco, localizada no município de Belém/Pa, na qual obedeceu aos critérios

referentes ao professor responsável em ministrar a aula, tendo como base suas

aulas práticas e indo de acordo com a metodologia da pesquisa. Foi aplicado pelo

docente da escola sete tipos de jogos recreativos, escolhidos de acordo com a

temática desenvolvida neste trabalho.

Em relação ao público alvo, foi composta por alunos de ambos os sexos, com

idade entre quatorze e dezessete anos, matriculada nas três séries do ensino médio

da escola acima mencionada, escolhidos aleatoriamente que estavam aptos a

participarem das aulas.

Para a obtenção dos dados, foi utilizada uma tabela de coleta de dados

desenvolvida em categorias de análise, Minayo (2004, p.70) refere-se à palavra

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categoria, como elementos com características em comum e que se relacionam

entre si, estando ligada a ideia de classe ou série. As categorias estão relacionadas

a estabelecer classificações, com isso, deve-se utilizá-las quando for agrupar

elementos, ideias ou expressões em torno de um conceito que seja capaz de

abranger tudo isso.

A tabela foi desenvolvida em categorias de analise, baseadas em escalas

como muito forte, forte, regular, fraco e muito fraco, a fim de verificar as atitudes

referentes às aplicações dos jogos recreativos nas aulas de Educação Física. Esse

procedimento, em geral, pode ser utilizado em qualquer tipo de análise em pesquisa

qualitativa.

A coleta de dados foi realizada durante as aulas de Educação Física da

escola estadual Visconde de Sousa Franco com o aceite da direção e do professor.

Os instrumentos foram aplicados pelo próprio pesquisador, observando,

descrevendo e preenchendo a tabela utilizada para a coleta, por meio da intensidade

com relação às atividades desenvolvidas, sendo demonstrado através de tabelas.

Logo após realizou-se a análise de dados a partir da observação sistemática com

base nas escalas apresentadas na coleta de dados.

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Inicialmente, verificou-se a cooperação dos alunos pelas atividades

desenvolvidas analisadas por meio da intensidade da aplicação dos jogos

recreativos, como mostrado na tabela 1.

Tabela 1- Cooperação dos alunos pelas atividades desenvolvidas

Cooperação Jogo 1 Jogo 2 Jogo 3 Jogo 4 Jogo 5 Jogo 6 Jogo 7

Muito forte X X

Forte X X X

Regular X X

Fraco

Muito fraco

Fonte: Dados da pesquisa

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De acordo com as observações referentes aos jogos realizados, todos os

alunos cooperaram de acordo com os níveis referentes à escala. Porém, os jogos 1

e 6 tiveram os resultados considerados de maior nível como “muito forte”, devido

estes apresentarem alta relevância nas atitudes de cooperação entre os alunos, na

qual foi observado um maior nível de atenção, solidariedade e atitudes com relação

ao grupo, procurando sempre ajudar ao próximo melhorando a autoestima e

valorizando a participação dos alunos, intensificando as estratégias e soluções de

jogo, assim como a organização do espaço, fazendo com que os alunos tivessem

mais interesse em participar, trabalhando de forma coletiva e dinâmica.

Observou-se que os jogos 1 e 6 apresentaram níveis de intensidade

significativos, comprovando o que dizia Oliveira (2001) que a cooperação é a forma

de interação social nas quais diferentes pessoas, grupos ou comunidade trabalham

juntos para um mesmo fim, assim, formando alunos com alto teor crítico, criativo e

participativo nas aulas de Educação Física.

Os jogos 3, 4 e 5 se sobre saíram na escala “forte”, na qual foi observado que

os alunos não se envolveram de forma intensa, visto que os jogos desenvolvidos

não apresentaram uma dinâmica continuada. Já os jogos 2 e 7, não apresentaram

tanto o caráter cooperativo, classificado dentro da escala regular possuindo

restrições na escolha de novos grupos e principalmente na limitação de atividades

que exigiam força e velocidade. Com isso, não foram tão solidários com os outros

alunos, em relação à participação e respeito entre eles, não foi dado à oportunidade

aos menos habilidosos, além de outros. Já o nível “fraco” e “muito fraco” não se

aplicou dentro da escala utilizada pelos jogos.

Vale lembrar que a aproximação entre eles se deu de forma favorável, devido

às escolhas das atividades proporcionarem uma melhor organização em relação às

equipes, melhorando o diálogo tanto entre os alunos quanto ao professor. Além do

que, o processo de cooperação sempre esteve presente no desenvolvimento dos

jogos realizados.

Após a atitude de cooperação, foi analisada a partir da observação a atitude

socialização por meio de intensidade da aplicação dos jogos recreativos, como

mostrado na tabela 2.

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Tabela 2- Socialização dos alunos pelas atividades desenvolvidas.

Socialização Jogo 1 Jogo 2 Jogo 3 Jogo 4 Jogo 5 Jogo 6 Jogo 7

Muito forte X X

Forte X X X

Regular X X

Fraco

Muito fraco

Fonte: Dados da pesquisa

De acordo com a tabela 2, foi observado que os jogos 2 e 6 apresentaram

maiores níveis de socialização, sendo classificado na categoria “muito forte”, devido

as atitudes referentes a aplicação dos jogos tiveram características em formar

grupos trabalhando de forma coletiva, ou seja, é pelo processo de socialização que

os indivíduos interagem e se integram por meio da comunicação, na qual estão

relacionados com a assimilação de hábitos culturais bem como ao aprendizado

social dos sujeitos, na medida em que por meio dela os indivíduos aprendem e

interiorizam as regras e valores, os quais vão se sentido membro e, portanto, se

integrando a ela e trabalhando de forma coletiva.

Essa resposta Reforça o que dizia de Bonewits (2003) quando afirma que a

socialização corresponde ao conjunto de mecanismos que os indivíduos se

interagem, realizando troca de valores em virtude das relações sociais presentes no

cotidiano, com isso, melhorando o respeito, aceitação ao próximo e a individualidade

de cada um, criando responsabilidades e autonomia, utilizadas dentro do processo

de ensino e aprendizagem.

Porem, os jogos 1, 5 e 7 foram caracterizados com intensidade forte de

acordo com a tabela 2, devido às atividades desenvolvidas apresentarem caráter

repetitivo e cansativo, fato observado durante o aquecimento corporal e

posteriormente no desenvolvimento dos jogos, perdendo assim, seu caráter de

socialização.

Já os jogos 3 e 4, não tiveram tanto êxito dentro do processo de socialização,

devido alguns alunos não completarem com objetividade a meta do jogo, criando

situações constrangedoras dando-lhes o papel de decisão, vitória ou derrota,

durante a prática recreativa, com isso, ficaram desmotivados em continuar na

participação do jogo. Porem, o mesmo não se aplicou para os níveis de intensidade,

“fraco” e “muito fraco” de acordo com a tabela 2.

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A utilização dos jogos e brincadeiras acaba por simular a sociedade e a

compreender melhor a vida, respeitando as individualidades, aceitação ao próximo e

enfatizando a importância de se trabalhar em grupos e de forma coletiva para um

melhor desenvolvimento das aulas, verificando que vencer ou perder faz parte do

processo educativo.

Porém, ressaltamos a motivação e satisfação dos alunos em participar das

atividades, oferecendo-lhes oportunidades dentro do processo de ensino e

aprendizagem, proporcionando ao aluno uma maior interação com o outro o que

colabora para o processo de socialização.

Após a atitude de socialização, foi analisada a partir da observação a atitude

motivação por meio de intensidade da aplicação dos jogos recreativos, como

mostrado na tabela 3.

Tabela 3- Motivação dos alunos pelas atividades desenvolvidas.

Motivação Jogo 1 Jogo 2 Jogo 3 Jogo 4 Jogo 5 Jogo 6 Jogo 7

Muito forte X X X X X X

Forte

Regular X

Fraco

Muito fraco

Fonte: Dados da pesquisa

Para a tabela 3, observou-se que a motivação teve grande destaque na

escala dos níveis de intensidade adquirida como “muito forte”. Os jogos 1, 3, 4, 5, 6

e 7 tiveram êxito quanto à motivação e aceitação dos alunos na participação dos

jogos desenvolvidos, sendo que na maioria desses foi utilizada a competitividade,

sem perder o caráter lúdico para uma melhor participação dos alunos, pois sabe-se

da importância de se trabalhar com objetivos, fazendo com que os indivíduos dêem

o melhor de si e façam o possível para conquistar o que almejam por meio da

motivação.

Um dos principais fatores que interferem no comportamento de uma pessoa é

a motivação, que influi com muita propriedade em todos os tipos de

comportamentos, permitindo um maior envolvimento ou uma simples participação

em atividades que se relacionem com aprendizagem, desempenho e atenção,

confirmando o que dizia Samulski (2009) a motivação depende de fatores que vão

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de acordo com a personalidade, expectativas, motivos, necessidades e interesses

dos alunos, assim como, fatores do meio ambiente, tarefas atraentes, desafios e

influências sociais.

Somente o jogo de número 2 foi considerado como regular dentro da escala

apresentada, sendo que no primeiro momento da aula os alunos foram orientados

pelo docente a “correr” em volta da quadra para realizar o aquecimento, a partir

disso, a maioria dos alunos apresentou desmotivação devido à atividade ser

cansativa e repetitiva, perdendo seu caráter lúdico, porém continuaram na prática

recreativa, pois a atitude motivacional só foi observada após a aplicação do jogo, em

que foi utilizada uma dinâmica através da interdisciplinaridade, culminando no

término da aula. Já as categorias restantes, “forte”, “fraco” e “muito fraco” não foram

observadas durante a aplicação dos jogos recreativos.

A motivação dos alunos torna-se presente de acordo com as metodologias

utilizadas durante as aulas de Educação Física, dentro do processo de ensino e

aprendizagem, buscando relacionar e conhecer o nível motivacional dos alunos de

acordo com os jogos desenvolvidos.

Assim como, melhorando o contato com outras pessoas e o diálogo tanto

entre os alunos quanto ao professor. Assim, os jogos recreativos apresentam grande

relevância para uma melhor socialização e motivação dos alunos, apresentando seu

caráter educacional e lúdico, buscando estratégias nas resoluções de problemas,

desafios do jogo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com este estudo foi possível analisar que os jogos recreativos

utilizados como recurso metodológico nas aulas de Educação Física, é de suma

importância para o desenvolvimento dos alunos, buscando através do jogo,

estratégias de sair do “comodismo”, utilizadas pela esportivização em massa, e

encontrando na recreação aplicada ao conteúdo jogo uma ferramenta indispensável

nos processos de cooperação, socialização e motivação dos alunos.

Foram verificadas estratégias metodológicas para tornar as aulas de

Educação Física, voltadas para a valorização, cooperação, socialização e motivação

dos alunos, sendo uma disciplina favorável ao nível de ensino e aprendizagem,

capaz de formar cidadãos críticos, criativos e participativos, adjetivos importantes na

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sociedade contemporânea, trazendo consigo a sua realidade de vida e cultura para

dentro da escola, encontrando soluções através das atividades lúdicas, buscando

intensificar as atitudes e comportamento dos alunos durante as aulas.

Sabemos que as práticas esportivas são bastante utilizadas como conteúdo

no ensino médio, porém, o objetivo é de tentar mudar essa concepção, aprimorando

outras estratégias que possam melhorar a autoestima do aluno em participar das

aulas. Os dados analisados mostraram de forma positiva a intensidade na

cooperação, socialização e participação dos alunos, a qual necessita de uma boa

didática do professor em utilizar metodologias através dos jogos de forma recreativa

para uma melhor dinamização da aula.

Os profissionais relacionados ao esporte e lazer, precisam fazer a diferença

na sociedade, tornando a Educação Física uma das disciplinas promissoras, seja ela

relacionada à saúde, a educação, bem estar físico, psicológico ou social. Os jogos

recreativos surgiram com o propósito de fazer o “diferente”, em tornar as aulas mais

criativas, dinâmicas, divertidas e participativas, ou seja, buscando estratégias que

realmente possa intervim no aluno de forma positiva, somente assim, a grande

problemática de evasão nas aulas de Educação Física será reduzida e significante,

devido alguns professores ainda utilizarem o esporte como conteúdo principal no

ensino médio, enfatizando somente o rendimento e desprezando a ludicidade.

Outro fator importante é quando se utiliza a recreação priorizando a relação

entre os professores/alunos e alunos/alunos modificando o comportamento dos

atores envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. No entanto, as

orientações repassadas pelos docentes durante as práticas educacionais utilizando

os jogos para além da recreação, facilitam o diálogo valorizando o respeito, a

atenção e a reciprocidade.

O ensino médio encerra a educação básica, e tem por finalidade consolidar os

conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, por meio da construção de

competências básicas que situem o aluno como produtor de conhecimento e

cidadão participante. A principal luta da Educação Física no Ensino Médio é torná-la

um componente curricular de extrema relevância para os jovens, onde o mesmo

possa através dela perceber o mundo que o cerca, e qual a importância do seu

papel na construção de uma nova sociedade mais justa e igualitária.

Portanto, outras pesquisas devem ser realizadas no sentido de dar

continuidade na metodologia utilizada através dos jogos recreativos, podendo ser

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aplicada nas demais áreas da educação, assim como nas aulas de Educação Física,

servindo como conteúdo e recurso didático indispensável e facilitador no processo

de ensino e aprendizagem.

RECREATIONAL GAMES AS A RESOURCE METHODOLOGY IN PHYSICAL EDUCATION CLASSES FOR HIGH SCHOOL STUDENTS OF A PUBLIC SCHOOL

ABSTRACT This study aimed, we use the recreational games in the process of teaching and learning, showing attitudes of cooperation, socialization and motivation of students in physical education classes. According to the experiences made in the practice of Physical Education during the supervised training, the problem is in the teaching resources that are still used as esportivistas methodologies that eventually leads to demotivation and dropout of students in physical education classes. So it was used as a teaching methodology field research, qualitative and descriptive nature, applied to the high school classes of the public school Visconde de Souza Franco, and the location of data collection in the Pará State University (UEPA) Campus III, Course of Physical Education. It is concluded that the methodology used with recreational games is very important for the development of the student, in which attitudes to the game and its efficiency within the teaching and learning process were verified.

Keywords: Recreational Games. PE. Teaching and learning.

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