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Jornal AORP nº2

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jornal gratuito da Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal

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No seu constante esforço de interagir e informar o sector, a AORP lançou no início

de Junho uma newsletter semanal.

Esta newsletter é mais uma ferramenta de informação periódica que levará até aos

seus subscritores, utilizando um dos canais mais cómodos - o e-mail, informação

actualizada sobre o que se passa nacional e internacionalmente no panorama da

ourivesaria e relojoaria.

O nosso objectivo é reforçar a comunicação com a rede de parceiros, associados e

apaixonados do sector. A AORP está já, através deste novo meio a partilhar semanal-

mente informação útil sobre tendências, legislação, eventos e curiosidades.

No seguimento desta dinâmica de interacção com o sector, reforçámos a tiragem

do nosso jornal, para chegarmos cada vez mais longe, a mais gente, industriais e

retalhistas, armazenistas, designers e consumidores finais.

Estamos preocupados com a Segurança de todo o sector, sendo raro o dia em que

não existem assaltos! Temos que nos consciencializar que a Segurança começa em

nós próprios, tomando medidas que já aconselhámos e que voltamos a repetir neste

Jornal.

Queremos que este sector cresça!

Unidos valorizamos!

Finalmente desejo a todos umas boas férias. Aproveitem, descansem e inspirem-se!

Propriedade: AORP - Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal Avenida Rodrigues de Freitas, 204 · 4000-416 Porto - PortugalTel: +351 225 379 161/2/3 · Fax: +351 225 373 292 · [email protected] · www.aorp.pt

Edição: Gabinete de Comunicação e Imagem da [email protected]

Concepção Gráfica: Pinguim Design - Publicidade e Multimédia, Lda.Travessa de Paços de Ferreira, nº 164100-373 Porto

Tiragem: 2000 exemplares

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As Jóias Minúcias são Design Português e toda a produção

é essencialmente artesanal e desenvolvida por uma equipa

qualificada, passando desde o projecto à modelação, fundi-

ção, apuramento, tratamento de superfícies e cravação.

Fomos bem recebidos pela Ana e pela sua equipa (maioritariamente masculina e muito jovem). A Rita (a fiel cadela da foto) faz igualmente parte do universo “Minúcias” e como tal esteve sempre presente.Ana Rebelo nasceu em Lisboa e conta-nos que desde cedo mostrou apetência pela Arte.Em 1993 conclui o curso de Ouri-vesaria e Metais d'arte na Escola Artística António Arroio em Lisboa, paralelamente frequentou vários

Workshops de matérias ligadas à arte e ganha um apoio europeu para ingressar como estagiária no Lycée Jean Guéhenno especializando-se assim durante alguns meses na Pin-tura a Gouache de Joalharia com um dos Designers da Cartier. No ano de 1994 trabalha em ofici-nas de Jóias. Concluindo que o seu caminho profissional precisava ain-da de muita especialização, decide concorrer ao Cindor e nesse mesmo ano é aceite como formanda e daí

toda a sua vida terá sido mudada para Gondomar. Foram três anos dedicados ao estudo da joalharia e ourivesaria de pratas e cinzelagem. No decorrer do curso começa a tra-balhar em part-time com algumas empresas. Nesta mesma época começou a participar em workshops de técni-cas inovadoras com artistas con-temporâneos da área como Harold O'connor, Peter Scubic, Giò Carbone, Filomeno, etc. Em 1997, conclui o Curso de Pratas graúdas e cinzela-gem, porque de facto o que a moti-vava era o trabalho contemporâneo com motivos orgânicos e a "escul-tura" no metal. Ainda no decorrer desse ano é apoiada pelo IEFP e cria a sua empresa em nome individual.

Começa a trabalhar em colaboração com várias empresas e consegue assim uma carteira de clientes fiéis ao seu estilo.Em 2001 e querendo crescer como criadora e empresária cria a empre-sa, "MINÚCIAS JÓIAS" começando assim a marcar as peças com a sua chancela e a vender a vários arma-zenistas. No decorrer do ano 2004 prepara uma colecção que denomi-na "MINÚCIAS - Criadores de jóias" e passa assim a vender directamente as suas criações às Ourivesarias com todo um trabalho de marketing associado. Fomos conhecer um pouco melhor a criadora desta marca tão singular e tão feminina.Ana já conhecemos o seu percurso

Site: www.minucias.pt

Nome da empresa: Minúcias Jóias Unipessoal, Lda.

Actividade: Fabrico de artigos de joalharia e de outros artigos de ourivesaria

Ano de Constituição: 2001

Nº de Funcionários: 10

Mercado: 20% Armazenistas / 80% Retalho

Situação: S. Pedro da Cova / Gondomar

Ana Rebêlo, Empresária e Criadora

Minúcias“A Minúcias é mais que uma jóia, é o concretizar de um sonho de criança...”

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académico e profissional, mas con-te-nos como nasceu a sua paixão pelas jóias, quando é que passaram a fazer parte da sua vida?Desde muito cedo soube que o meu percurso teria que passar pelas Artes, mas no que refere à joalharia concretamente a minha memória mais antiga é a de criar jóias com fios eléctricos descarnados e mis-sangas, concerteza foi aí que tudo começou…Lembra-se da primeira peça que criou?Talvez uns anéis feitos com os tais fios de cobre e pedras , teria uns 7 anos.Aí nasceu a parte criativa… e a em-presária, quando é que apareceu?A certa altura quando estudava na António Arroio resolvemos tentar vender as nossas peças na feira da Ladra… resultado, vendemos tudo.

Voltemos ao processo criativo. Como nasce uma peça Minúcias, o que a inspira?Não sei nada sobre inspiração, acho que o que me conduz é a paixão pelo criar jóias, ou pelo menos o que cha-mo de jóias. Gosto de materiais e texturas, en-trego-me à leitura atenta da na-tureza que é a minha grande fonte. Gosto de formas orgânicas e parale-lamente gosto de formas geométri-cas, de Art Deco. Adoro a joalharia francesa, para mim estão no topo.Absorvo criticas e elogios, leio tendências e estudo padrões, pro-curo o que anteriormente já encon-trei dentro de mim, no entanto com uma vontade contínua de evoluir e surpreender. Sento-me e penso onde buscar a motivação de criar, depois desisto de pensar e permito-me apenas sentir… deixo fluir. Uma obra nasce em papel e cresce

na banca de trabalho… Um protótipo é feito com o cunho da Minúcias mas por detrás também o de mulher, filha, amiga, e acima de tudo, o ser humano.O que distingue as suas peças das demais?Na verdade não sei bem responder a isso. As minhas clientes provêm de um universo muito disperso, as minhas peças são usadas por avós, mães e netas, são muito femininas.Já me disseram que reconhecem as minhas peças porque são assimétri-cas, o “centro” nunca está no centro (risos). Eu faço o que gosto, o que eu própria usaria.Assume-se como uma marca 100% portuguesa, porque aposta nesta designação?Sim, é verdade, as minhas peças são integralmente feitas por por-

tugueses incluindo as malhas, que muitos importam, são feitas arte-sanalmente em Portugal. Gosto de valorizar o português, o tradicional.Como é a mulher por detrás da "Minúcias"?(risos) Talvez seja melhor pergun-tar à minha equipa. Eu sou a líder. Sou optimista, dominadora, criativa, distraída mas sou uma empresária realista. Aparecem problemas… resolvem--se. Aparecem coisas boas… óptimo.(perguntamos então ao Luís, um dos seus mais antigos funcionários, qual a sua opinião) – “É uma patroa boa, determinada, uma líder companhei-ra”.Como lida com o plágio?Não penso muito nisso. Concentro--me em seguir em frente.Do que mais se orgulha?Da minha equipa, acho que somos realmente bons, como grupo somos excelentes.

O que ainda não fez e gostaria de vir a fazer?A vida vai-se construíndo, não faço muitos planos a longo prazo.Que sonhos tem para a sua empresa?Gostava de começar a exportar, mas não massivamente, preferia uma afirmação internacional da marca “Minúcias”.Neste momento Ana Rebêlo con-tinua a inovar, a desenvolver tra-balhos de parceria com algumas empresas conceituadas, a gerir e a criar os seus objectos de desejo na Minúcias./

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A obra foi apresentada pelo arqui-tecto Siza Vieira numa sessão onde também esteve presente D. Carlos Azevedo, Coordenador-geral da Visi-ta do Papa a Portugal nas instala-ções da Manuel Acino & Filhos no Porto.A oferta foi entregue a Bento XVI por D. Manuel Clemente, presidente

da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações So-ciais, no final do Encontro com o Mundo da Cultura, realizado no dia 12 de Maio, no Centro Cultural de Belém em Lisboa.O Papa visitou Portugal de 11 a 14de Maio, com passagens por Lisboa,Fátima e Porto. /

A peça de ourivesaria que os representantes do mundo da

Cultura ofereceram ao Papa Bento XVI durante a sua visita

ao nosso país, foi da autoria do arquitecto Siza Vieira e do

Ourives Manuel Alcino & Filhos.

Trata-se de uma peça em prata e biscuit (porcelana não-

-vidrada) que representa a inspiração do Espírito Santo.

Peça de Ourivesaria oferecida ao Papa Bento XVI

Nova colecção Stadia - LucenteInspirada nos estádios usados no Mundial de Futebol de África do Sul.

www.lucentejoias.com

A mais recente colecção de jóias de-senvolvida pela empresa LUCENTE tem como inspiração os novos es-tádios desportivos de África do Sul.Com mais um campeonato Mundi-al de Futebol foram desenvolvidas novas infra-estruturas desportivas, muitas delas com formas orgânicas muito bonitas aptas a serem trans-portadas para a arte da joalharia. As-sim surgiu mais uma ideia inovadora da LUCENTE em criar uma colecção de joalharia simplesmente única./

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Desde cedo que Paulo do Vale en-controu a sua vocação na oficina do ourives. Ao labor quotidiano de artesão e ao trabalho criativo em projecto, junta a dedicação gra-ciosa, à manutenção do tesouro do Senhor Santo Cristo dos Milagres e ao ofício de avaliador oficial e en-saiador da Casa da Moeda. Como artista tem tido um percurso re-conhecidamente invulgar, apesar da sua juventude e da insularidade. Foi, no entanto, em 2004, que surgiu a grande novidade: Paulo desco-bre o "Ouro Negro dos Açores".Não sendo Portugal um país de ma-teriais gemológicos, foi com agrado que o artista reconheceu a beleza e as potencialidades do basalto insu-lar, quando aplicado em jóias de pra-

ta e de ouro de tradição portuguesa.O basalto, uma conhecida rocha vulcânica negra, não é, gemologi-camente falando, uma pedra pre-ciosa, nem um material nobre tradicional. Todavia, no contexto em que Paulo do Vale o utiliza nas suas criações, passa a ter um va-lor quase mítico: é um pouco dos Açores e de Portugal que ali está. Este terá tido um forte argumento

para a escolha de um colar da sua autoria como presente de Estado à Rainha da Jordânia durante a visita oficial do presidente da Repúbli-ca àquele país do Médio Oriente.O design, a simplicidade e a con-temporaneidade destas jóias que são irrepetíveis, tem merecido re-conhecimento a vários níveis, não só nas sucessivas participações que tem registado no espaço dedi-

cado aos novos criadores na mais importante feira de joalharia na-cional, a Portojóia, como também com prémios nacionais de relevo, como o primeiro prémio da VIP Jóias de 2006 e um honroso 3º lugar no concurso de joalharia do Mu-seu da Presidência da República, em 2007, tendo vencido em 2008 o concurso promovido pelo Mu-seu Berardo, entre 200 designers./

O Ouro Negro dos AçoresAs originais jóias de basalto de Paulo do Vale

www.paulodovale.com

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Laboratório de Análise de Materiais Preciosos

Empresa Fundada em 1983, iniciou a sua ac-tividade em Análise e Purificação de Metais Preciosos.Ao longo dos anos, temos vindo a aumentar progressivamente a capacidade produtiva da empresa.Acompanhando este aumento de produção, tem sido nosso objectivo investir em novos equipamentos e modernas tecnologias para dar resposta às mais diversas exigências do mercado, sempre na perspectiva de oferecer melhor Qualidade.

Estrada D. Miguel, 6404510-243 S. Pedro da Cova

Tel. 22 466 25 20Fax 22 467 31 75

[email protected]

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Faleceu Jorge Rodrigues de Freitas Faleceu na manhã do dia 31 de Ma-io, Jorge Freitas, administrador da J. Borges Freitas, Lda. e Vice-Presi-dente da AORP. Homem de grande sensibilidade no domínio das artes, Jorge Freitas sucedeu ao seu pai, João Borges de Freitas na direcção da empresa criada em 1946, ele-vando-a por via da sua capacidade e engenho, para uma das mais respei-

(1935 - 2010)

Liliana Guerreiro no MoMA em Nova IorqueIntegrada no projecto "Destination Portugal" da MoMA Store (Loja do Museu de Arte Moderna em Nova Iorque), Liliana Guerreiro leva mais longe o nome de Portugal e da Ourivesaria Portuguesa. A técnica da filigrana tem sido usa-da durante séculos em Portugal. Este deslumbrante alfinete, “Cheio

de Ramo”, desenhado por Liliana Guerreiro, coloca uma moderna re-viravolta na técnica tradicional. Este produto encontra-se exclusiva-mente à venda na loja MoMA, Nova Iorque, e pertence a uma colecção que destaca os produtos do “life-style” Português./

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tadas empresas de distribuição de relojoaria e ourivesaria em Portugal.Sob a sua direcção, a J. Borges Frei-tas destacou-se na forma como du-rante décadas comercializou algu-mas das mais importantes marcas de relojoaria no nosso país.Nos seus tempos livres, Jorge Frei-tas dedicava-se à pintura, uma arte que dominava, e pela qual chegou

mesmo a contribuir para a concep-ção de alguns modelos comemora-tivos de edição limitada da Zenith e da IWC, para os quais desenhou os mostradores. A toda a família, amigos e equipa da J. Borges Freitas, a AORP apresenta as mais sinceras condolências./

Vice-presidente da AORP

A publicação UP (revista da TAP dis-tribuída a bordo), dedicou à região do Minho a sua edição de Maio dando um enorme destaque à Ourivesaria Tradicional Portuguesa. Destacam--se os separadores da revista que estão ornamentados com fotogra-fias lindíssimas de pormenores de peças de Ourivesaria Tradicional Portuguesa.

Ourivesaria Tradicional Portuguesa em destaque na Revista Tap

Mais informação em:www.upmagazine-tap.com

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A forma das coisas distingue-se melhor à distância:

Internacionalização“A oitenta milhas de encontro ao vento de mastro o homem chega à cidade de Eufémia, onde se reúnem os mercadores de sete nações a cada solstício e equinócio. O navio que aproa com uma carga de gengibre e algodão voltará a zarpar com o porão cheio de pistáchios e sementes de papoila, e a caravana que acabou de descarregar sacos de noz moscada e de gengibre já atulha os seus fundos para o regresso com rolos de musselina dourada. Mas o que impele a subir rios e atravessar desertos para vir até aqui não é só a troca de mercadorias que se encontra sempre as mesmas em todos os bazares dentro e fora do império do Grão Khan, espalhadas aos nossos pés em cima das mesmas esteiras amarelas, as sombras dos mesmos mos-quiteiros, oferecidas com os mesmos abaixamentos de preço enganosos. Não é só a vender e a comprar que se vem a Eufémia, mas também porque à noite junto das fogueiras à volta do mercado, sentados em sacas ou nos barris ou deitados sobre montes de tapetes, a cada palavra que alguém diz – como “lobo”, “irmã”, “tesouro escondido”, “batalha”, “sarna”, “amantes” – os outros contam cada um a sua história de lobos, de irmãs, de tesouros, de sarna, de amantes, de batalhas. E sabemos que na longa viagem que nos espera, quando para ficarmos acordados com o balançar do camelo ou do junco nos pomos a repensar em todas as nossas recordações uma a uma, o nosso lobo ter-se-á transformado noutro lobo, a nossa irmã numa irmã diferente, a nossa batalha noutras batalhas, no regresso de Eufémia, a cidade em que se trocam memórias a cada solstício e a cada equinócio.”

Vicenza, Munich, Basel, Hong Kong…. são pontos de uma geo-grafia sectorial, feita de eventos de prestígio e encontros de troca co-mercial. O nosso mundo, cada vez mais extenso / vasto, não conhece fronteiras…. Neste planeta mais global, com um sector com menos barreiras, a ourivesaria nacional deve, ainda, encontrar sua posição/as suas mar-cas. Embora historicamente a interna-cionalização não seja uma desco-nhecida para um restrito núcleo de pioneiros, empresas com uma certa visão internacional, que se aventu-rou fora para expandir os seus limite, as condições nem sempre foram as mais benéficas, dependendo mais de ordens de compra vindas do ex-terior que das próprias decisões de venda das empresas nacionais.Entretanto, este certo dinamismo no exterior, é truncado pela alarga-mento do mercado interno nacional

que nas últimas décadas do século XX, encontrou-se em expansão, ávido por consumir e que absorve aleatoriamente a produção nacional. Este breve episódio faz com que muitas empresas travem o seu im-pulso de saída para o exterior, con-centrando as suas actividades na fugaz prosperidade nacional. São anos de crescimento relativo para o sector, de aumentos nas vendas internas, mas também de um certo desinvestimento nos fac-tores competitivos. Em paralelo, os mercados mundiais, fustigados pela abertura e a globalização agitam--se, tornando-se cada vez mais exi-gentes, com a concorrência externa adaptando-se, investindo em ser ca-da vez maior e melhor. Nos derradeiros anos do século, a ourivesaria nacional é brusca-mente surpreendida pela reviravolta do mercado interno que cede sob a pressão de novas modas e formas de consumo e das turbulências na

economia nacional e mundial. Ao mesmo tempo, uma concorrência acrescida dentro e fora dificulta a venda dos mesmos produtos, nos mesmos canais de venda.As empresas devem aclimatar-se repentinamente a este cenário di-fícil, que exige a intervenção de empresários capazes de arriscar. O caminho da internacionalização não sendo o mais fácil, pode neste contexto, deparar uma melhoria generalizada na competitividade empresarial. Sair fora supõe uma prova crucial para o produto, para a estratégia da empresa.... Porven-tura até pode chegar a estimular um abatimento no tão característico isolamento empresarial, já que para ganhar dimensão a via é a coopera-ção (um exemplo interessante é o da promoção conjunta no mercado da China realizado por duas empre-sas complementares, ver Jornal n.º 1 “Tradição Portuguesa à Conquista da China”).

O futuro do sector está no interna-cional, sair fora afigura-se como catalisador da competitividade, in-citando o investimento e a aposta em variáveis tais como tecnologia, design, marca, diferenciação pela inovação do produto. O aumento do número de vendas fora e o acesso a mais mercados são uma das poucas alternativas para salvaguardar o futuro do sec-tor em Portugal. Depois, claro, esta premência deve ser afiançada com meios e condições que possibilitem a abertura (uma série de incentivos e apoios à internacionalização podem ser consultados no site da AORP, directamente no site do QREN e da AICEP). Sendo a ourivesaria um sector muito específico, por vezes os apoios po-dem ser mais ou menos adaptados, no entanto a principal condição para se internacionalizar é ter vontade de fazê-lo./

Extracto do livro “ As cidades invisíveis”, de Ítalo Calvino

www.aorp.pt

Mudámos a imagem, mantemos o serviço.

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ABRIL/MAIO/JUNHO//2010 //////////////////////////////////////////////////////////////////// //////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// PÁGINA 11

Como vê actualmente, e de forma global, o mercado dos metais pre-ciosos? causas O aumento do preço suporta-se fun-damentalmente: - Pela manutenção de posições de compra nos mercados futuros, op-ções e outros derivados, como pro-tecção da crise financeira interna-cional.- As compras físicas de ouro como investimento, propiciaram uma nova procura inexistente há anos, mas que não compensa o grande declínio na procura de ouro físico que se produziu no fabrico de ourivesaria e joalharia no mundo.- O efeito psicológico que pressupõe a compra de ouro por Bancos Cen-trais na defesa contra o dólar (China

e Índia), ainda que o seu consumo interno tenha baixado muito, mais ainda no caso da Índia.impacto sobre sector da ourive-sariaMuito negativo, porque se juntou o decréscimo na procura com, o des-créscimo do consumo em geral. - Aumento do preço dos objectos fabricados em metais preciosos - Obriga os fabricantes a aumentar o valor das suas existências e dos seus produtos em processos com: - Menores vendas pela falta de pro-cura. - Dificuldade para financiar as exis-tências e produtos em processo pelas limitações de crédito.- Em algumas empresas, inclusive com ganhos, o efeito produziu um fluxo de caixa negativo.

previsõesSobre o preço, um re ajuste para os 900 dólares a onça se a crise se for estabilizando, já nem falo de recu-peração, só de estabilização.Sobre a procura, uma certa recu-peração, sem chegar aos níveis de há uns anos, baseado em produtos, singulares, especializados, de valor acrescido, marca, etc. Só uma forte reactivação económica pode recu-perar a venda de ouro de baixo valor acrescido. De que forma se adaptou a sua em-presa à nova conjuntura? - A nossa empresa já leva muitos anos a adequar-se a um mercado em recessão e de maior valor acres-cido, e para isso estamos a desen-volver diversos projectos:

Julián Sardá - Director Geral da SEMPSA Sociedad Española de Metales Preciosos, S.A. (SEMPSA) - Grupo Cookson

- Desenvolvimento industrial, atra-vés do investimento em melhorias tecnológicas e meio-ambientais de mais de um milhão de Euros, para poder oferecer ao sector os mais modernos processos produtivos ne-cessários para uma concorrência produtiva.- Implantação de um sistema inte-gral que nos permita uma melhor produtividade, controlo dos nossos procedimentos, grau de satisfação dos nossos clientes, etc.. Este ano estaremos certificados:· ISO 9001 Produção, Qualidade, Clientes, Fornecedores, ...· ISO 14001 Meio Ambiente· OHAS 18001 Segurança no trabalho- Implantação da metodologia “Lean” e “ 6 Sigma” na concepção da produção e desenvolvimento dos processos.- Todo o esforço e adequação con-fluem numa oferta tecnologicamen-te mais desenvolvida, para todos os mercados europeus de fabricação de produtos com metais preciosos, incluindo a sua utilização indus-trial em sectores diferentes do da ourivesaria./

Visão Internacional

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O Inov Export - Programa de estímu-lo ao emprego de especialistas em comércio internacional nas PME na-cionais exportadoras ou potencial-mente exportadoras, visa de forma estruturante e sustentada, gerar no-vas oportunidades que venham a ser materializadas em factores de com-petitividade de natureza colectiva e a induzir efeitos de crescimento em matéria de internacionalização das Pequenas e Médias Empresas por-

Lançado o Programa de Estímulo ao Emprego Inov Export

tuguesas, através da integração de técnicos especialistas em comércio internacional, nos seus quadros. Assim, este Programa de estágios profissionalizantes, tem como objec-tivos: • Estimular as exportações e o pro-cesso de internacionalização; • Colmatar as insuficiências de capi-tal humano, através do estímulo à contratação de especialistas para a área de comércio internacional;

• Melhorar as estratégias de inter-nacionalização do tecido empresa-rial português, nomeadamente nas PME. São seleccionados pela AICEP, anualmente, até 500 estágios que irão decorrer nas PME beneficiárias, conforme candidatura apresentada por estas, através do formulário dis-ponibilizado no site da AICEP. Cada edição do INOV Export terá a duração de cerca de nove meses e será constituída pelas seguintes

fases sequenciais e de frequência obrigatória: 1ª fase: Acção de formação em sala (duração de um dia), em data e local a definir pela AICEP e pos-teriormente comunicada a todas as entidades seleccionadas, cujos es-tagiários irão frequentar; 2ª fase: Estágio na entidade bene-ficiária (cerca de nove meses), a decorrer nas instalações desta em Portugal continental; 3ª fase: Avaliação de estágio e Ses-são de Encerramento com entrega de Diplomas de frequência de es-tágio, em data e local a definir pela AICEP (com a duração de um dia)./

Com a implementação deste Pro-jecto promovido pela AORP, “Ou-rivesaria em Acção: Formação para Empresários”, pretende-se imple-mentar uma intervenção de Forma-ção-Acção para o sector da Ourive-saria e mais especificamente para

Formação para empresários é aposta reforçada da AEPAORP volta a candidatar-se a entidade beneficiária na “Iniciativa Formação para Empresários”.

elevar a qualificação dos seus em-presários.A nível operativo pretende-se elevar os níveis de qualificação através da realização de um itinerário forma-tivo ajustado às necessidades es-pecíficas de cada um; Promover as

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capacidades de gestão e de inovação nas empresas do sector (micro e pequenas), através da implementa-ção de um percurso formativo com-posto por formação em sala e por aconselhamento individualizado;Na intervenção serão abrangidos

Segurançano sector da Ourivesaria

A AORP e o Ministério da Administra-ção Interna aconselham BOAS PRÁ-TICAS DE SEGURANÇA NAS ACTIVI-DADES DE OURIVESARIA.A prevenção dos delitos começa pelo desenvolvimento de uma men-talidade orientada para a segurança, através de uma adequada sensibi-lização e formação das entidades envolvidas, permitindo, em cada mo-mento, a adopção das medidas cor-rectas e mais adequadas.De facto, de pouco serve a interme-diação de grandes dispositivos de segurança física se, anteriormente, não existir uma adequada consciên-cia, reflexão e interiorização sobre a forma mais adequada de reagir pe-rante a ameaça.Procedimentos de Segurança Acon-

selháveis:Trajecto entre a residência e o local de trabalho- Verifique sempre com atenção se acontece algo de anormal durante o percurso.- Evite a rotina: altere frequente-mente o seu percurso para impedir que eventuais assaltantes façam um estudo atento dos seus hábitos. Abertura das instalações- Esteja sempre a postos para acti-var o botão anti-roubo mesmo que se trate apenas de um suspeito.- A presença de duas ou mais pes-soas no momento da abertura das instalações, cada uma delas com uma função determinada, reduz o risco de assalto.Preparação das vitrines

- Efectue estas operações com as instalações fechadas ao público e com as grades de ferro fechadas. A entrada e saída dos funcionários deverá ser interdita.Venda- Todas as pessoas que entram nas instalações podem representar um perigo potencial: nunca as perca de vista e observe com atenção o seu comportamento.- Forneça aos funcionários das ins-talações um bip anti-roubo. Deve ser possível activar o sistema de emergência a qualquer momento.- Concentre-se sempre na venda e mantenha-se muito atento.- Desconfie.Encerramento das instalações- Preste atenção particularmente aos clientes que se apresentem precisamente a hora de abertura de encerramento das instalações.- Geralmente, os assaltantes efec-tuam várias observações antes de passarem aos actos, a fim de ins-peccionarem todos os detalhes dos

sistemas de segurança com que o ponto de venda está equipado.Guarda de Chaves- Partilhe as responsabilidades: tal multiplicará as dificuldades dos as-saltantes.Acesso às instalações de pessoal de limpeza e manutenção- Em matéria de segurança o factor humano é sempre o elo mais falível.- Aposte sempre na prevenção: pro-cure conhecer minimamente bem quem acede às suas instalações./

50 empresários. sendo o público – alvo empresários (sócios-gerentes e gerentes) das PME do sector da ourivesaria./

ABRIL/MAIO/JUNHO//2010 //////////////////////////////////////////////////////////////////// //////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// PÁGINA 13

Joana Caldeira

Nos primeiros minutos de contacto com Joana Caldeira, con-

seguimos atribuir-lhe de imediato três adjectivos: determi-

nada, experiente, empreendedora.

O seu percurso conferiu-lhe um back-up precioso, já que conhece todo o processo desde a produção até à venda ao cliente final.Joana transpira a segurança que a experiência permite.O plágio é um assunto muito presen-te no seu discurso, considerando-se algo massacrada por fenómenos de apoderação de peças desenhadas por si.Como/quando começou a sua rela-ção com o mundo das jóias? Foi através dos metais ouro e prata que consegui expressar a minha ne-cessidade de criar.A pesquisa incessante de técnicas ancestrais conduziu-me a oficinas de mãos “sábias” que deram corpo e forma a jóias com um carácter in-temporal. Não tenho qualquer vín-culo familiar com o sector. Do meu

Designer de Jóias

Joana Caldeira, iniciou a sua

formação no Centro de Joa-

lharia do Porto, licenciou-se

na ESAD em design de jóias,

terminando o seu percurso

formativo em Barcelona.

Começou por expor em Leça

do Balio lançando-se de se-

guida à conquista de um

lugar ao sol. Orgulha-se da

fase em que bateu de porta

em porta quebrando a rigi-

dez de muitos fabricantes,

provando que um designer

era uma mais valia dentro

das oficina.

À conversa com

Joana fotografada no final do seu curso com uma das suas primei-ras peças

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Loja Olho de Perdiz Matosinhos

Coco Chanel

pai herdei o espírito empreendedor e a persistência. Paralelamente, ti-ve desde sempre apetência pelas artes.O que a inspira? Tudo menos jóias, creio que até peco por não acompanhar o trabalho dos meus colegas, normalmente o que me inspira são ferramentas, per-fis, cortes. Costumam dizer-me que crio estruturas adornadas por pe-dras e não pedras que adornam es-truturas, adoro metais, inspiro-me na técnica, daí a minha paixão pela filigrana.Como se caracterizam as jóias Joa-na Caldeira? Dizem-me que se tratam de peças aparentemente simples, intempo-rais, que se complementam entre elas o que as torna viciantes.Tenho tido bastantes problemas re-lativamente a plágios, apoderação

indevida de peças desenhadas por mim tem sido constante. Se por um lado é uma honra, por outro chateia--me bastante porque vivo disso.O que gostaria de fazer que ainda não fez? Tenho muitos sonhos, mas o meu maior desejo é manter o que já te-nho… também gostaria de ter um fi-lho e poder passar-lhe este negócio.De que mais se orgulha no seu per-curso profissional? Tenho muito orgulho da capacidade que tive de bater de porta em porta no inicio da minha carreira, de ter conseguido mudar mentalidades, de provar que o meu trabalho com-pensa e que a aposta no design vale a pena. Desses tempos guardo ami-gos como o Jorge Ferreira da Silva que considero quase um segundo pai, um mentor, alguém que me deu sempre muito apoio quer pessoal-mente quer na gestão do negócio.Também me orgulho de ter exporta-do para a Jasper Conran / Londres.Um designer que admire? Coco Chanel por tudo o que já é conhecido sobre ela e o que repre-sentava na época em que viveu e, a madeirense Nini Andrade da Silva que só conheci recentemente e por quem passei a nutrir a maior admi-ração pelo seu percurso, pelo que representa enquanto mulher e em-presária.

Nini Andrade Silva

Desde 2005 que Joana Caldeira tem a sua própria loja em Matosinhos, a “Olho de Perdiz” trabalhando parale-lamente com armazenistas e indus-triais.Um exemplo do que pode ser o em-preendorismo./

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Cada vez mais as pessoas estão dis-postas a comprar jóias (conforme estatísticas mundiais). A razão re-side no facto destas despertarem as paixões de mulheres e homens. Por trás destes sentimentos está a possibilidade de realçar a beleza do corpo humano com a beleza resul-tante das cores e brilhos tão diver-sos quanto o dos metais preciosos e o das pedras como diamantes, rubis, safiras, esmeraldas, entre outras.Para além das cores e brilhos tradi-cionais as tecnologias mais avan-çadas permitem descobrir novos brilhos e novas cores nos metais preciosos, que durante tanto tempo escondidos, saem agora à luz do dia concedendo uma nova beleza e um novo glamour às peças de joalharia/ourivesaria.Quando reduzido a nano-partículas o ouro pode afinal ter uma palete de cores alargada tais como púrpura, verde intenso, azul de vários tons, castanho, ou ainda vermelho inten-so. Pode ainda apresentar efeitos e texturas com brilhos outrora es-condidos. Esta possibilidade alarga muitíssimo as possibilidades de concepção em peças de ourivesaria e joalharia, e permite com isso, não somente atrair os consumidores pa-ra a aquisição de novas peças como também criar novos mercados.A Universidade do Minho, consciente da importância que as novas tecno-logias podem representar para a indústria de ourivesaria e joalharia nacionais, vem desenvolvendo in-

Projecto GRADOURO (por Prof. Drº Filipe Samuel Pinho)

vestigação neste sector desde há cerca de 6 anos, tendo neste mo-mento 4 patentes, 7 investigadores doutorados, 3 alunos de doutora-mento, e vários mestrandos, a ex-plorar e desenvolver novas efeitos, cores e texturas que os metais pre-ciosos podem conter.Este projecto, conhecido como Gra-douro, envolve já vários parceiros, Brior, Lusogold, MagaJóias, Fer-nando Rocha Jºs, A. J. Amorim, Ou-ropa, Farilu, Ouronor, que dentro de alguns meses deverão apresentar colecções com estes efeitos e cores no mercado nacional.O projecto tem como objectivo, não somente providenciar às empresas de Ourivesaria/Joalharia, inovações continuadas. Para isto estão a ser exploradas as possibilidades de, jun-tamente com os outros agentes do sector de ourivesaria, dar origem a projectos que permitam a afirmação internacional do sector.

www.gradouro.dem.uminho.pt

O projecto GRADOURO recebeu, em

reconhecimento da excelência, cria-

tividade e inovação da sua investiga-

ção para a área da joalharia/ourive-

saria, o maior prémio internacional

desta área.

O Santa Fé Symposium (evento anual

realizado nos EUA) é o maior evento

mundial do sector onde se apresen-

tam e discutem as mais recentes

inovações científicas e tecnológicas

relativas à indústria de joalharia./

A Inovação em Materiais e Processos para Joalharia/Ourivesaria

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Jóias no Nosso PalácioDecorreu no passado dia 17 de Abril, na sede da AORP, a 2ª edição de “Jóias no Nosso Palácio”. Mais um showroom em que 4 empresas, Eugénio Campos, Ouropa, Góris e Nortestojo, apresentaram as suas colecções Primavera – Verão 2010,

Ourives, empresas de publicidade, designers, empresas de máquinas, empresas de pedras, serviços de informática e entidades institucio-nais fizeram parte do leque de mais de 100 participantes nesta que foi a 12.ª edição da “Ourindústria”.A “Ourindústria” é uma feira desti-nada, prioritariamente, aos profis-

Ourindústria 2010sionais do sector, sendo no entanto o último dia deste certame destina-do aos visitantes de ocasião.A abertura da feira contou com a presença dos mais altos represen-tantes de Gondomar, entre os quais Valentim Loureiro, presidente da Câmara Municipal de Gondomar e, Manuel Alcino, presidente da Asso-

Estar a par das últimas tendências é um factor crítico de sucesso para as empresas do sector, nomeadamente

Eurojóiade 07 a 09 de Maio 2010 3ª edição da MOSTRA EURO-

JÓIA - Salão Profissional de

Ourivesaria, Joalharia e Re-

lojoariana na EXPOSALÃO –

Batalha.

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Showroom das empresas Eugénio Campos, Ouropa, Góris e Nortestojo.

aos seus clientes num ambiente de glamour e requinte. A sede da AORP vestiu-se de gala para receber este evento que uniu a oportunidade de fazer negócios com um clima de festa e descontração./

ciação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal.Dinamizada pelo Pelouro do Desen--volvimento Económico da Câmara Municipal de Gondomar, a “Ourin-dústria” realizou-se, mais uma vez, no espaço proporcionado pelo Multi-usos Gondomar “Coração de Ouro”./

os industriais, que de ano para ano, sentem necessidade de apresentar aos seus clientes propostas mais arrojadas.Foi neste contexto que a MOSTRA EUROJÓIA se moveu contando com uma adesão bastante satisfatória, uma vez que é uma oportunidade ímpar de expor no centro do país. A MOSTRA EUROJÓIA decorreu de 07 a 09 de Maio e contou com cerca de 35 expositores que fizeram um balanço bastante positivo desta edi-ção de 2010 da Eurojóia./

Montra do stand de Delfim Pires Marinho

A AORP esteve presente nestas duas feiras nacionais, apoiando os Associados expositores.

4 Elementos by Ouropa

de 06 a 09 de Maio 2010 / Gondomar

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O Fórum PME Global reuniu no Eu-roparque, em Santa Maria da Feira, largas centenas de empresários en-volvidos no programa e que cons-tataram o crescimento do mesmo. A Associação Empresarial de Portu-gal (AEP) divulgou os números rela-tivos ao triénio 2008-2010, do progra-ma de formação para as pequenas e médias empresas (PME), “Faz das Pequenas, Grandes Empresas”. Paulo Nunes de Almeida, vice-presi-dente da AEP, afirmou que o pro-

grama “é um sucesso e bem suce-dido”, reconhecido pelas empresas e respectivos empresários. “Só um programa que conta com uma rede sólida de parceiros, que no terreno dão o seu melhor para a execução e se rodeiam de bons consultores e formadores, pode invocar, com or-gulho, indicadores de passado e re-alizações do presente”, referiu Paulo Nunes de Almeida, garantindo que o Programa Formação PME, “tem provas dadas”. No entendimento do

vice-presidente da AEP, “deverão enunciar-se, a implementação ou melhoria de processos estratégicos e dos respectivos meios de planea-mento e controlo”. “As PME necessi-tam para o seu desenvolvimento, em mercados internos e externos, a sua modernização e invoação”, concluiu Paulo Nunes de Almeida. Objectivos da Formação PME A AEP estipulou diversos objectivos para esta formação destinada às PME. O reforço de competências e

qualificação dos empresários e res-pectivos colaboradores, é um dos principais objectivos. A melhoria de processos de gestão e organização, a consolidação de uma estrutura de economia, a orientação das em-presas para a abertura externa e o apoio ao desenvolvimento organiza-cional na redução das disparidades entre homens e mulheres no meio laboral, são outros dos objectivos propostos pela formação./

26 de Maio 2010

O Programa de Formação para as pequenas e médias empre-sas teve um crescimento significativo em relação ao triénio anterior.

Fórum PMEFormação PME “tem provas dadas”

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Iberjoya

Amélia Monteiro Organização Portojóia - ExponorQuais as novidades da Portojóia para esta edição de 2010?Contamos com as novas colecções dos clientes capazes de surpreender o mercado, evidenciando o seu dina-mismo e espírito empreendedor .Em 2009 assistiu-se a um reforço da imagem e do glamour da POR-TOJÓIA, na medida em que foi esta-belecido um protocolo de colabora-ção com o evento de moda Portugal Fashion, realizando-se, numa lógica de reciprocidade, dois desfiles de moda entre estilistas presentes no Portugal Fashion e empresas ex-positoras da Portojóia. Continuando a aposta na vertente da moda, a PORTOJÓIA durante este ano associou-se a eventos deste âmbito, um desfile de jóias e biquí-nis da marca Ekena Bay que decor-reu no Twins em Lisboa, e outro no Porto em parceria com a marca LOGGIA no Bela Cruz deixando todos

os presentes arrebatados com as propostas de glamour e elegância que foram apresentadas.Quais os objectivos?Reunir todas as condições, criando uma plataforma de negócios para dar visibilidade e notoriedade ao sector e potenciar excelentes opor-

tunidades às empresas que apos-tam na PORTOJÓIA.E ainda fortalecer e consolidar as relações de parceria já existentes ao longo destes anos.

Principais preocupações?As dificuldades que se fazem sentir à escala mundial e de forma trans-versal. O negócio das feiras e, em particular a Portojóia, não é excep-ção. Mas mais importante é adoptar-mos estratégias comerciais capazes de superar o momento, designada-mente de maior interactividade com o visitante e a incorporação de mais serviços e benefícios para os exposi-tores.Que importância tem esta feira para o sector?É um momento importante, posicio-nando-se como reflector das reais capacidades e potencialidades da indústria portuguesa do sector, pro-porcionando aos participantes con-cretizar negócios em segurança.A ligação da PORTOJÓIA à moda será uma constante, continuaremos a desenvolver esforços no sentido de promover acções conjuntas capazes

de criar sinergias válidas para am-bas.No Ano Internacional da Biodiversi-dade, a campanha de conscienciali-zação da Organização das Nações Unidas em prol de um planeta na-turalmente mais rico ganhou mais um aliado. O prémio “PORTOJÓIA Design”, junta-se ao esforço de re-flexão planetário e elege como tema precisamente a biodiversidade com o objectivo de mobilizar a sociedade na adopção de melhores práticas ambientais./

Hotel Meliá BragaO Hotel Meliá de Braga, será um dos melhores e mais modernos desta cadeia em Portugal, abrirá parcial-mente em meados de Junho e será inaugurado em Setembro deste ano. Terá como tema decorativo as fili-

granas portuguesas, contando com a colaboração do Dr. Manuel Freitas, da Ourivesaria Freitas, que forneceu imagens do melhor que se fabrica em Portugal.A decoração será da responsabili-

Decoração inspirada na Ourivesaria Tradicional Portuguesa

dade da prestigiada e premiada de-signer madeirense, Nini Andrade Silva. Todos somos poucos para nobilitar a nossa ourivesaria./

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Irá decorrer, de 08 a 12 de Setem-bro, em Madrid, mais uma edição da feira Iberjoya. A Iberjoya conta com a presença de fabricantes, designers e marcas de primeira linha. Exportadores e importadores, mos-tram que Iberjoya tem um papel im-portante na oferta e procura inter-nacionais. Na edição (2009) este certame con-tou com aproximadamente 53000 vi-

sitantes profissionais, 21 países ex-positores e 77 países visitantes.Portugal contará com uma partici-pação de aproximadamente dez em-presas.Esta acção é organizada pela AEP em parceria com a AORP e é destina-da exclusivamente a profissionais./

Mais informações em:http://www.ifema.es

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Assembleia Geral Aprovação do Relatório e Contas

Nova Tabela Salarial Aplicável ao Sector da Ourivesaria – Indústria

Em sede de negociação de contrata-ção colectiva para o ano de 2010, a AORP chegou a acordo com a

No passado dia 27 de Abril, pelas 15h30, teve lugar na sede da AORP mais uma Assembleia Geral onde foi aprovado por unanimidade o Re-latório e Contas relativo ao exercício do ano 2009.

Foram ainda debatidas várias ques-tões levantadas pelos presentes e consideradas do interesse do sector. Tudo decorreu dentro do ambiente familiar que caracteriza esta nossa associação./

Protocolo Aorp / BanifA AORP, Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal, celebrou um Protocolo com o Banif – Banco Internacional do Funchal, visando permitir aos nossos associados, o acesso a produtos financeiros co-mercializados por aquele Banco, em condições preferenciais e muito

vantajosas.Assim, os Associados da AORP pode-rão aceder aos seguintes produtos: • Conta Gestão Tesouraria (produto simultaneamente de Crédito e de Depósito)• Cartões Bancários• TPA

• Leasing (Equipamento e/ou Auto) • Renting “Rent & Business” • Cartões Bancários• Crédito para Espaços Comerciais• Depósitos a PrazoPara conhecer com maior detalhe os produtos, contacte a Linha Banif através do nº 808 200 200, das

08h30 às 22h00, ou visite qualquer uma das Agências Banif. No âmbito deste Protocolo, os Asso-ciados poderão ainda solicitar a visi-ta de um Gestor de Conta Banif que prestará todos os esclarecimentos necessários./

OUR-ourivesaria; RM-relojoaria-montagem; RMMG-aplica-se o regime da remuneração mínima mensal garantida = € 475,00.

Tabela salarial para vigorar a partir de 1 de Maio de 2010

Categorias profissionais 2010Encarregado geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 722,20Encarregado de secção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 683,80Encarregado (OUR) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 683,80Ourives principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 664,60Afinador de máquinas (RM) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 664,60Afinador de relógios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 664,60Ourives oficial de 1.ª classe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 638,30Montador de relógios de 1.ª classe. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 638,30Ourives oficial de 2.ª classe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 579,70Montador de relógios de 2.ª classe. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 579,70Ourives oficial 3.ª classe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 502,00Apontador/Monitor (RM) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 502,00Especializado (OUR/RM) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 485,50Indiferenciado (OUR/RM). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 479,40Pré -oficial (OUR/RM) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 479,40Praticante especial (OUR/RM) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 479,40Aprendiz do 2.º ano (OUR/RM) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 475.00Aprendiz do 1.º ano (OUR/RM) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 475.00Subsídio de alimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3,85

Já se encontra disponível a

nova tabela salarial aplicá-

vel ao nosso sector, publica-

da no Boletim do Trabalho e

Emprego n.º 22 de 15/06/2010

e com efeitos retroactivos a

Maio 2010.

FIEQUIMETAL – Federação Intersin-dical das Indústrias Metalúrgica, Química, Farmacêutica, Eléctrica, Energia e Minas e com o SIMA – Sindicato das Indústrias Metalúrgi-cas e Afins, na revisão do Contrato Colectivo de Trabalho – Indústria de Ourivesaria. Publica-se ao lado a tabela salarial em vigor para o sec-tor durante o ano em curso, com efeitos retroactivos a de 1 de Maio de 2010, conforme publicado no BTE nº 22./

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Micro e Pequenas Empresas

Protocolo AORP / Digimountain

Redução da taxa contributiva em 3%

As empresas com/até 49 trabalha-dores ao serviço beneficiam no ano corrente de uma redução de 3% da taxa contributiva para a Segurança Social a seu cargo, relativamente aos trabalhadores que tenham 45 anos ou idade superior.A aplicação em 2010 desta redução da taxa da responsabilidade da en-tidade patronal (de 23,75% para 20,75%) ficou a dever-se à pror-rogação, efectuada pela Portaria n.º 99 / 2010, de 15.2 dos efeitos

do art. 4 da Portaria n.º 130 / 2009, de 30.1, que vigorou durante todo o ano de 2009.A redução da taxa em 3% relativa-mente a trabalhador que venha a completar 45 anos de idade ao longo do ano de 2010, produz efeitos no mês seguinte à da verificação das condições para a sua atribuição.O direito à redução da taxa em 3% depende da manutenção do nível de emprego pela entidade emprega-dora durante o ano de 2010, aferida

semestralmente pelos serviços de Segurança Social, com referência ao dia 1 Janeiro de 2010.Constatando-se o não cumprimento da condição de manutenção do nível de emprego, cessa para o semestre seguinte o direito à redução da taxa contributiva.Tal redução depende ainda de a en-tidade empregadora ter a respec-tiva situação regularizada perante a Segurança Social./

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A AORP celebrou um Protocolo com a empresa de Domótica Digimountain visando permitir aos nossos Associados o acesso aos produtos por si comer-

cializados, em condições preferenciais e muito vantajosas. Conheça-os em: http://digimountain.pt

in Boletim do Contribuinte

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Crenças e Lendas na Ourivesaria por Manuel Rodrigues de Freitas

O amuletismo no Ouro Tradicional Português

Os amuletos fundam-se no princípio de que tudo o que é mau é produzido por seres sobrenaturais com imenso poder, seres capazes de produzir as mais variadas doenças e males de toda a ordem. Para quem acredita, os amuletos atuam repelindo todos os espíritos que atormentam a vida e fixam os bons, que só nos trazem benesses, atuando muitas vezes de forma positiva (por sugestão). O amuleto é um instrumento de caráter passivo, que protege o indi-víduo ou o objeto contra todos os males e perigos (resolvendo alguns problemas, por sugestão). O talismã é um instrumento ativo que produz

efeitos maléficos a quem queremos fazer mal. O feitiço é um elemento demoníaco que atua por si mesmo, tanto para o bem como para o mal.Cornos, figas, cruzes de David, “sino--saimão”, “sansolimão”, chaves, ele-fantes com a tromba para baixo ou para cima, trevos, “trezes”, ferradu-ras, corcundas, quartos de lua, por-cos, patas e cornos de animais, Bu-das, olhos e um sem fim de objetos semelhantes, são alguns exemplos de amuletos .Atente-se no antigo hábito de no primeiro banho do recém-nascido se lhe juntar moedas ou peças em ouro, convictos que lhe poderiam acrescentar um futuro cheio de saú-de e benesses económicas.As mães punham ao pescoço, no berço ou à cintura das crianças, me-

dalhas religiosas, figas, representa-ções do “sino-saimão”, etc, para os defender de influências maléficas de bruxas, mau-olhado ou quebran-to, sendo as crianças seres inde-fesos e por isso mais vulneráveis a influências sobrenaturais.Nos serões da minha aldeia, à volta do “borralho”, todas as histórias que ouvia eram invariavelmente sobre almas penadas, maus espíritos que atormentavam as mentes das pes-soas (pouco tem mudado, basta ver os anúncios enganosos com que nos deparamos ainda hoje, nos jornais).Como os maus espíritos deambu-lavam a esmo (mais que os bons) e eram responsáveis por todos os males, quando bocejava tinha que fazer o sinal da cruz na boca, não fosse algum espírito nocivo entrar. Com a pressão do espirro poderiam os bons espíritos armazenados no corpo saírem e nunca mais entra-

rem, então teríamos que proferir frases como “Deus te acrescente“, “salve”, “viva” ou “Anjinho Bento da minha boca adentro”.Mal a criança nascia, sempre na sua casa, “areava-se” o tacho de fazer os rojões em cobre, que refletia a luz do Sol (o nosso primeiro Deus e pre-sente em todas as culturas antigas e religiões), aí o nascituro(a) tomava o seu primeiro banho, juntando à água o “ourito“ que existia na casa (a cor do ouro também refletia a cor do Sol), tudo isto para lhe acres-centar fortuna. No caso de se tratar dum rapaz, a água era deitada com força e raiva pela janela fora, como quem deseja que de futuro e quando homem, procurasse prosperidade fora da sua pobre terra. Se de meni-na se tratasse a água era deitada na

cozinha para que continuasse sem-pre na casa a tratar dela, do marido e filhos. É curioso que vamos en-contrar noutras culturas, costumes muito semelhantes.Na América Central (Astecas), mal se soubesse da gravidez, o marido começava a talhar um escudo guer-reiro durante a gestação e nos tem-pos livres. Se nascesse um rapaz mergulhava-se, mal nascia, em água fria e se sobrevivesse a esse grande choque, naturalmente não haveria maleitas que lhe chegassem e seria, quando adulto um valente e destemido guerreiro. O cordão um-bilical seria enrolado no escudo e aí

secava sendo entregue ao primeiro guerreiro que encontrasse com a tarefa de o enterrar no local mais próximo do campo de batalha a que fosse destinado. Todo este ritual se destinava a que o nascituro fosse, quando adulto um grande guerreiro e se necessário morresse no campo de batalha. Se de menina se tratasse o cordão era enterrado debaixo da lareira. No caso português depois do primei-ro banho e do corte cordão umbili-cal, se duma menina se tratasse, de imediato se furava o lóbulo da orelha com uma agulha de ponta desinfe-tada com o fogo, com a ajuda duma cortiça, rolha ou batata, por trás da orelha, deixando uma pequena ar-gola de fio preto que todos os dias a mãe rodava, lubrificando o orifício

com saliva que também desempe-nhava as funções de desinfetante. Ao sétimo dia, número cabalístico (sete vezes quatro - mês lunar e dias que mediavam o início de cada período menstrual), a mãe cortava a argola de fio e colocava-lhe os primeiros “brinquinhos”, ou “botõezinhos”, du-ma maneira geral com uma conta lisa e muitas vezes denominado “ais” por semelhança aos gritos da criança (mais uma vez a conta e o Deus Sol).Antigamente, pensava-se que a in-fertilidade era sempre da mulher e haveria que proteger os orifícios do corpo mais vulneráveis e per-manentemente abertos aos maus espíritos, perturbadores desse bem supremo, principalmente em socie-dades pobres e para preservar a es-pécie. Nunca mais a menina ou mu-lher, poderia andar sem brincos, sob pena de ser chamada de “mulher

fanada” e ser colocada no escalão mais inferior da sociedade.Era tão penoso à mulher ostentar as orelhas “despidas”que eram as últi-mas peças a ser vendidas no ouri-ves “oulives” e nunca duma “veza-da”, vendiam um e colocavam uma pomada branca no lóbulo despido para fingir uma “maleita”. Quando a pobreza apertava e tivesse que vender o outro brinco, a mulher só aparecia à noite para ocultar a sua penúria.Era tal o sacrifício das mulheres não usar brincos, que chegavam a prometer à Padroeira, ir atrás da procissão “despidas” desta jóia , ex-pondo a todos os seus conterrâneos a nudez das suas orelhas.

Antigamente, era assim!!!.../

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////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// ÚLTIMA HORA

Flash Interview

O Coração Independente Dourado me-de 3,7 metros de altura e 2 metros de largura e demorou cerca de dois me-ses e meio a concluir o primeiro mo-delo. Existem duas réplicas, uma em preto e outra em vermelho. Esta peça foi arrematada num leilão londrino por um preço final que as-cendeu os 192 mil euros.Para além dos talheres de plástico, a obra é composta pela corrente em

ferro que a segura ao tecto, um mo-tor que a faz girar e um CD com três músicas de Amália Rodrigues, "Es-tranha Forma de Vida", "Maldição" e "Gaivota".Quisemos perceber o que unia uma das artistas portuguesas mais acla-madas à ourivesaria.Como surgiram estas peças?A primeira destas peças – “Coração Independente Dourado” (2004) – sur-

A instalação integra as obras: CORAÇÃO INDEPENDENTE DOURADO, 2004; CORAÇÃO INDEPENDENTE VERMELHO, 2005; CORAÇÃO INDEPENDENTE PRETO, 2006.

Joana Vasconcelos

22

giu do convite para criar uma peça destinada ao restaurante Eleven. Quando projectei estas obras procu-rei questionar os sentidos do luxo e do objecto vulgar, as diferenças entre a cultura popular e a cultura de elite, interrogando, assim, alguns valores da tradição à luz da contem-poraneidade.Tinha alguma relação com a ourive-saria anteriormente… passou a ter?

"Os meus corações, como o sapato, são peças fantásticas, com forte presença nas

colecções internacionais. São peças que falam da nossa tradição ligada à gastro-

nomia, e do facto de o fado ser cantado em restaurantes. A primeira foi feita para

o restaurante Eleven, por isso estava implícita a ideia de qualidade e o luxo. Quis

logo fazer outras versões: a vermelha e preta. São peças ligadas à joalharia, como

é o coração de Viana, e às nossas tradições, como é o caso da filigrana, uma téc-

nica que está em desaparecimento. No fundo, fala do luxo português, que temos

de enaltecer."

in Jornal I Publicado em 01 de Março de 2010

A minha relação com a ourivesaria é muito próxima, uma vez que fiz for-mação em Joalharia no Ar.co. Estas obras são talvez o exemplo mais di-recto da influência que a Joalharia tem no meu trabalho.Qual a receptividade do público in-ternacional a este trabalho? Reco-nhecem a “Portugalidade” implícita?A receptividade internacional difícil-mente poderia ser mais entusiástica e os estrangeiros são, sem dúvida, capazes de reconhecer a “Portugali-dade” das obras, sobretudo, porque qualquer uma das instalações inte-gra a reprodução de três fados in-terpretados por Amália. Muitos re-conhecem-na imediatamente./

A obra da artista plástica Joana Vasconcelos intitulada Cora-

ção Independente Dourado – uma peça que imita a filigrana

típica portuguesa, elaborada com talheres de plástico – foi

o mote para a nossa Flash Interview.

DM

F, L

ISBO

A

JOR

GE

NO

GU

EIR

A

Ana Freitas, CEO da empresa J. Bor-ges Freitas, Lda. sucede a Jorge Borges Freitas, seu pai, falecido no passado dia 1 de Junho, no cargo de Vice-presidente da Direcção da As-sociação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal.Licenciada em Economia pela Fa-culdade de Economia do Porto, Ana Freitas há muito que conhece o sec-tor da ourivesaria e relojoaria, den-

Ana Freitas assume a Vice-Presidência da Direcção da AORP

tro e fora de portas. Desde muito nova que dedicava todos os seus tempos livres a trabalhar na em-presa do seu pai. Com o passar dos anos, apercebeu-se que era isso que gostava de fazer profissionalmente, tendo já passado por todas as áreas da empresa – administrativa, finan-ceira e comercial, sendo nesta últi-ma que se sente mais à vontade e realizada.

Ana Freitas lidera assim uma em-presa de sucesso, impondo um rit-mo jovem, dinâmico e audaz.Enquanto representante da área do comércio do sector da ourivesaria e relojoaria, Ana Freitas terá um papel determinante da Direcção da AORP.

No meio Ana Freitas na edição de 2009 da feira Portojóia www.jborgesfreitas.pt

ABRIL/MAIO/JUNHO//2010 //////////////////////////////////////////////////////////////////// //////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// PÁGINA

/////////////////////////////////////////////////////////////////////////// SUGESTÕES / LAZER

23

Nesta edição as nossas sugestões vão para a navegação online. Sugerimos-lhe duas páginas Web, uma italiana e outra espanhola, am-bas contendo informação continua e muito actual sobre as tendências do sector.Dê uma espreitadela!

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Para isso basta enviar um e-mail para [email protected] e passará a constar auto-

maticamente da nossa lista de destinatários. Também poderá contactar-nos telefoni-

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A cozinheira (como gosta de ser cha-mada) Mafalda Pinto Leite, do pro-grama "Dias com Mafalda" (sábado, 11h30 - SIC Notícias) e autora de três livros imperdíveis, aceitou associar--se à AORP na defesa e representa-ção da Ourivesaria Tradicional Por-tuguesa.Com um posicionamento jovem, origi-nal e irreverente, Mafalda Pinto Lei-te tornou o cozinhar algo fácil, aces-sível e muito na moda!

une-se à Ourivesaria Tradicional Portuguesa

A AORP entendeu que Mafalda seria uma parceira ímpar, com uma capa-cidade de inspirar única e uma mais

Mafalda Pinto Leite valia para a imagem da Ourivesaria Tradicional Portuguesa.

Saiba mais sobre Mafalda Pinto Leite em: http://mafaldapintoleite.sabores.sapo.pt