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Reportagem produzida para especial do jornal Brasil Econômico, publicada em 18/12/2012.
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oi graças à interferênciados chamados mento-res, que com sua expe-riência no negócio po-
dem aconselhar e apontar novospontos de atenção, que a Bid-Corp sustentou seu objetivo de“ter um negócio que resolva umproblema real”, segundo seu só-cio-fundador Arthur Rozenblit.
Os três negócios estão sob as
asas da 21212, aceleradora destartups digitais focada na pon-te entre o Brasil e os EstadosUnidos que aporta o capital (eo aconselhamento) inicial paraque o projeto decole. A própria21212 é uma operação recente,mas que reúne ex-empresáriosdo setor mobile. A força destetime gera eventos como o De-mo Day, onde as startups (sele-cionadas a partir de aproxima-damente 400 projetos) têmseus planos e modelos de negó-cio apresentados a investido-
res. “A oferta de crédito podeser pequena em relação a ou-tros países, mas está aumentan-do. Havia fila de possíveis in-vestidores curiosos para conhe-cer os projetos escolhidos”,conta o sócio-fundador Frede-rico Lacerda.
São colegas de atividade da21212 empresas como a Acelera-dora.net, a Mountain e a própriaAnjos do Brasil. Tratam-se de or-ganismos essenciais para esteecossistema, pois aceitam o riscoe mesmo o erro. Considerando
que startups e microempresassão muitas vezes o primeiro negó-cio de uma pessoa, o que aconte-ce não só pela oportunidade denegócio mas também pela per-cepção de autonomia, é com-preensível a inconsistência de al-guns itens da análise de mercadoe estratégia. Por isso a importân-cia do “smart money”, que alémdo dinheiro também oferece co-nhecimento aplicado ao negócioe, invariavelmente, uma rede decontatos. Este apoio torna-se es-sencial na implementação, pois é
grande a chance de o empreende-dor ver-se obrigado a desviar ofoco do desenvolvimento do pro-duto, onde é especialista, para ou-tras atribuições que não domina.
“É comum que os planos des-ta fase batam na trave. Eles cos-tumam apresentar uma carên-cia de fórmulas que transfor-mem produto em valor, de mé-tricas que comprovem sua efi-ciência ou e estudos que com-provem a demanda”, pontua ofundador da Aceleradora.net,Yuri Gitahy.
Conhecimento e rede de contatos apoiam projetosMentores dão aconselhamentoe apontam novos pontos deatenção para viabilizar negócios
“
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Divulgação
Inovação pelainovação não basta.Saber como entrare se movimentarno mercado ecomprovar aescalabilidade donegócio são itensmais importantes.É preciso umoutro nível devisão estratégicae empreendedora
Cássio SpinaFundador e líder da
Anjos do Brasil
Opercentualdestartupsquerecebemapoiooscilaentre 3%e8%,enquantoapenas1% dos projetosem busca de venture capital obtém sucesso na empreitada
É comum que osplanos de iníciobatam na trave.Eles costumamapresentarcarência defórmulas quetransformemproduto em valor,de métricas quecomprovemsua eficiênciaou de estudosque comprovema demanda
Yuri GitahyFundador da Aceleradora.net
EMPREENDEDORISMO
O
F
universo das startups, bem comodas pequenas e médias empresas(PMEs) e seus financiadores, viveanos de efervescência neste come-
ço de década, não só em países onde o mode-lo está mais maduro e definido (sobretudo Es-tados Unidos e extremo Oriente), como tam-bém nos países em desenvolvimento, como oBrasil, que corre atrás do tempo perdido. So-bram exemplos em todos os continentes deprojetos inovadores, escaláveis e com poten-cial internacional. Porém, o percentual destartups que recebem apoio oscila dos 3% aos8%, enquanto apenas 1% dos projetos embusca de venture capital o obtém. E, na outraponta, somente uma fração decimal das em-presas que alcançaram o médio porte lançam-se à aventura da abertura de capital.
Embora representem 50% dos empregosdo G20, estas companhias recebem apenas
6% do investimento direcionado aos 20 paí-ses mais ricos, segundo o recente estudoFunding the Future promovido pela Ernst &Young. Com um detalhe: a maior parte des-te montante ainda provém de empréstimosbancários, e não de investidores-anjo, seedou venture capital.
É por conta deste cenário que o planeja-mento estratégico de modelo e de desenvol-vimento de negócios visando a obtenção definanciamento é fundamental. A GoJames,empresa que promete “revolucionar a expe-riência de transporte” com motoristas parti-culares a partir de janeiro, está nessa etapa.Ao lado de um investidor-anjo, que além deaportar recursos dá aconselhamento e enca-minha a operação para seus passos futuros,o projeto conseguiu o primeiro financiamen-to em apenas seis meses. Mas o plano estra-tégico tem sido aperfeiçoado quase que dia-
riamente rumo à implementação. “Apren-demos mais nestes poucos meses do que emum mestrado”, conta o francês Fabien Men-des, sócio da GoJames ao lado de FernandoFreitas e Edward Martins.
O parceiro deste momento crucial é Cás-sio Spina, também o nome por trás da Anjosdo Brasil, entidade de fomento deste mode-lo de financiamento que, segundo pesquisarecente da própria instituição, cresceu 18%em 2012, movimentando R$ 495 milhões.“Mas ainda falta abertura para o risco”, con-sidera Spina, que arrisca um possível moti-vo para esta postura defensiva: os anjos bra-sileiros podem ser obrigados a assumir passi-vos de empresas investidas nas quais elesnão interferem administrativamente. Soma-se a isso o alto índice de empreendedoresnaïf, ou seja, que apegam a uma ideia dife-rente acreditando que a “inovação pela ino-vação” será suficiente. “Isso é um mito. Sa-ber como entrar e se movimentar no merca-do e comprovar a escalabilidade do negóciosão itens mais importantes. É preciso um ou-tro nível de visão estratégica e empreende-dora”, diz Spina. Seu ponto de vista é umaunanimidade entre as fontes ouvidas peloBRASIL ECONÔMICO: à parte do conservadoris-mo de investidores, ainda falta formação, in-formação e preparo para a postura empreen-dedora entre os jovens brasileiros. Os erros,ou os prejuízos, ainda são vistos como fra-casso e não como aprendizado.
Segundo o coordenador do Comitê de Em-preendedorismo, Capital Semente e Inova-ção da Associação Brasileira de Private Equity& Venture Capital (ABVCAP), Robert Binder,o degrau seguinte das aventuras do financia-mento — o venture capital — é marcado pelaanálise de dois itens: a capacidade da soluçãoatender à demanda gerada por uma possívelexpansão, e as características únicas da opera-ção capazes de ampliar as barreiras de entra-da para concorrentes. Outro filtro desta eta-pa é a usual especialização dos fundos demaior porte em setores da economia.
TEXTOS ALISSON ÁVILA
O desafio de obter orientaçãoe recursos de investidores
Binder,daABVCAP:barreirasdeentrada aosconcorrentessãovantagens importantes
A8 Brasil Econômico - MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS | Terça-feira, 18 de dezembro, 2012