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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do Sul R$ 3,10 - ANO XIII nº 575 08/09 a 14/09 de 2013 www.copopular.com.br MAIS NA PÁGINA B2 MAIS NA PÁGINA 4 MAIS NA PÁGINA B3 MAIS NA PÁGINA 6 MAIS NA PÁGINA B4 MAIS NA PÁGINA 2 Senador Blairo Maggi - “Sou favorável ao voto majoritário”. Pág. 3 ENTREVISTA DA SEMANA “Todo médico tem de ir onde o povo está” EDITORIAL Por Fernando Ordakowski MAIS NA PÁGINA B1 O novo dono de Mato Grosso ‘BUSINESS’ João Emanuel arma ‘casinha de caboclo’ para Mauro Mendes IMBRÓGLIO Falta de água perpetua na capital CAB CUIABÁ Prefeito reclama da invasão garimpeira e da falta de fiscalização O ‘renascimento’ do Pomeri “O TCE-MT é um exemplo de dedicação na busca pela excelência em gestão” NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO CENTRO SOCIOEDUCATIVO CONTROLE EXTERNO W anderley da Trimec patro- la concorrência e fatura quase R$ 200 milhões em trinta meses. Metralhado por con- correntes em um garimpo na zona rural de Várzea Grande e com a empresa declarada inidônea pelo Tribunal de Contas da União, o empresário Wanderley Fachetti Torres, que é um dos proprie- tários da empreiteira Trimec Construções e Terraplenagem Ltda, segue ampliando seu poder sobre a máquina do Estado e notadamente sobre a Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana da admi- nistração de Silval Barbosa. Para conseguir força e muitos contratos, Wanderley da Trimec tem recorrido à velha fórmula de escolher parceiros bem posicionados dentro das estruturas de poder. Para reforçar seu poder, o ardi- loso empresário também tem multiplicado sua área de influência e o número de seus parceiros, ao ponto de ter como frequenta- dor habitual do escritório de sua empresa, na rua Paraguaçu, no desfocado bairro do Pico do Amor, em Cuiabá, o senhor Toninho Barbosa, outro empresário que age muito nas sombras e que se beneficia, ardilosamente, da condição de irmão do atual governador do PMDB, Silval Barbosa. Alguns dizem que tudo o que Wanderlei da Trimec toca se transforma em ouro, principalmente nos diversos garimpos que mantém sob seu controle, sem qualquer fiscalização do Departamento Nacional de Produção Mi- neral. Só que as denúncias em torno dos esquemas, conchavos e acertos celebrados e operados por este empresário de apetite aparentemente insaciável começam a pipo- car por todos os lados e já não são poucos os inquéritos e processos administrativos e judiciais que em que seu nome começa a aparecer na condição de investigado. Comitê Gestor da Atricon entrega relatório de avaliação prévia à Corte de Contas de Mato Grosso As obras de reforma devem começar em 40 dias. O “menino prodígio” que surgiu na política de Cuiabá e de Mato Grosso como um meteoro, depois de surgir do nada e se eleger como o vereador mais votado do Estado com mais de 5 mil votos começa a se envolver em uma encrenca atrás da outra. João Emanuel, assim como subiu feito um foguete sem rumo nem direção, tam- bém pode cair muito rapidamente, possivelmente em um local muito distante - quem sabe em alto mar.

JORNAL CENTRO OESTE POPULAR

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Um jornal completo. Com circulação em MT DF MS, e com plano de expansão. Edição 575 em Setembro 2013

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulR$ 3,10 - ANO XIII nº 575 08/09 a 14/09 de 2013

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Senador Blairo Maggi - “Sou favorável ao voto majoritário”. Pág. 3

EntrEvista da sEmana“Todo médico tem de ir onde o povo está”

editorial

Por Fernando Ordakowski

mais na página b1

O novo dono de Mato Grosso‘business’

João Emanuel arma ‘casinha de caboclo’ para Mauro Mendes

imbróglio

Falta de água perpetua na capital

Cab Cuiabá

Prefeito reclama da invasão garimpeira e da

falta de fiscalização

O ‘renascimento’ do Pomeri

“O TCE-MT é um exemplo de dedicação na busca pela

excelência em gestão”

nossa senhora do livramento

Centro soCioeduCativo

Controle eXterno

Wanderley da Trimec patro-la concorrência e fatura quase R$ 200 milhões em

trinta meses. Metralhado por con-correntes em um garimpo na zona

rural de Várzea Grande e com a empresa declarada inidônea pelo Tribunal de Contas da União, o empresário Wanderley Fachetti Torres, que é um dos proprie-tários da empreiteira Trimec Construções e Terraplenagem Ltda, segue ampliando seu poder sobre a máquina do Estado e notadamente sobre

a Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana da admi-

nistração de Silval Barbosa. Para conseguir força e muitos contratos,

Wanderley da Trimec tem recorrido à velha fórmula de escolher parceiros

bem posicionados dentro das estruturas de poder. Para reforçar seu poder, o ardi-

loso empresário também tem multiplicado sua área de influência e o número de seus parceiros, ao ponto de ter como frequenta-dor habitual do escritório de sua empresa, na rua Paraguaçu, no desfocado bairro do Pico do Amor, em Cuiabá, o senhor Toninho Barbosa, outro empresário que age muito nas sombras e que se beneficia, ardilosamente, da condição de irmão do atual governador do PMDB, Silval Barbosa. Alguns dizem que tudo o que Wanderlei da Trimec toca se transforma em ouro, principalmente nos diversos garimpos que mantém sob seu controle, sem qualquer fiscalização do Departamento Nacional de Produção Mi-neral. Só que as denúncias em torno dos esquemas, conchavos e acertos celebrados e operados por este empresário de apetite aparentemente insaciável começam a pipo-car por todos os lados e já não são poucos os inquéritos e processos administrativos e judiciais que em que seu nome começa a aparecer na condição de investigado.

Comitê Gestor da Atricon entrega relatório de avaliação prévia à Corte de Contas de Mato Grosso

As obras de reforma devem começar em 40 dias.

O “menino prodígio” que surgiu na política de Cuiabá e de Mato Grosso como um meteoro, depois de surgir do nada e se eleger como o vereador mais votado do Estado com mais de 5 mil votos começa a se envolver em uma encrenca atrás da outra. João Emanuel, assim como subiu feito um foguete sem rumo nem direção, tam-bém pode cair muito rapidamente, possivelmente em um local muito distante - quem sabe em alto mar.

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 575 08/09 a 14/09 de 2013

O prédio da atual Câmara de Vereadores de Cuiabá é há muito um local que assusta as pessoas, principalmente aqueles que nela tran-sitam e trabalham. Notícias de “assombração”, “visões” e outros sons do além já fizeram muitos saírem arrepiados. Mas são os mortais do poder constituído que vem ano após ano virando e fa-zendo “vítimas”, principalmente os que ocupam o “trono” da presidência, pois não é de hoje que os “amaldiçoados” de tal cadeira sofrem com acusações, processos e até cassações, uma vez que desde os tempos do Legislativo estadual seus ocupantes carregam lembranças amargas e processos intermináveis.

O antigo “Largo da Forca”, como era deno-minado aquele espaço que devido sua localização no centro da cidade, era frequentado por tran-seuntes e em um passado não muito distante foi palco de enforcamentos, punições a escravos e condenados que eram sacrificados em público. Dessa feita os populares denominaram o local de “Largo da Forca”. Também já foi conhecido como Campo D’Ourique; nome importado da história de Portugal, que é uma referência ao local situado no Alentejo, que foi palco da batalha travada em 1139, quando os mouros foram der-rotados e expulsos da Península Ibéri-ca. Em 1966 por lei municipal foi doado à Assembleia Legis-lativa para que nesse local fosse erguida sua primeira sede própria do legislati-vo mato-grossense. A edificação cons-truída no antigo Campo D’Ourique foi inaugurada em 15 de agosto de 1972, recebendo o nome de “Palácio Filinto Müller”. Desde 2005 quando a Assembleia Legislativa se mudou para o com-plexo do Centro Político Administrativo, o hoje Paço Paschoal Moreira Cabral abriga a Câmara de Vereadores da Capital e é conhecida por boa parte da população mato-grossense e imprensa local como a “casa dos horrores”. Será maldição?

Vale ressaltar que nesta Casa vivenciamos dias muito importantes para a política mato--grossense tais como: o período da divisão do Estado de Mato Grosso e criação do Estado de Mato Grosso do Sul, foi também o local que abri-gou os Deputados Estaduais Constituintes nos trabalhos de elaboração e promulgação de nossa atual Constituição Estadual, em vigor desde 05 de outubro de 1989. Mas também foi nesta Casa que seus últimos presidentes, antes de mudarem para o CPA, Gilmar Fabris e o hoje governador Silval Barbosa sofreram acusações e principal-mente Humberto Bosaipo e José Riva passaram a ser penalizados com processos intermináveis na justiça brasileira.

Desde 2005 quando Assembleia Legislati-va de Mato Grosso se mudou para o complexo do CPA que o espaço vem sendo ocupado pela Câmara Municipal de Cuiabá. Aliás, seu edifício foi tomado de assalto pelos vereadores da época

em uma cena cons-trangedora e patética onde foram filmados os nobres edis subindo pelas paredes e aden-trando pelas frestas das janelas. O interessante é que desde então a atual Assembleia Le-gislativa passou a ter momentos de calmaria em sua nova sede, a não ser pelas heranças carregadas pelos seus membros quando presidiram a Casa no antigo prédio e por terem sentado na antiga cadeira. Enquanto o antigo prédio e sua “amaldiçoada” cadeira de presidente permanece sob fortes emoções e constrangimento dos seus ocupantes os agora vereadores por Cuiabá.

De 2005 para cá já passaram vários presi-dentes, mas a maldição não os deixa em paz. A presidente da época da invasão, vereadora Chica Nunes, hoje já sem mandato, responde processo que apura irregularidades na gestão do Legis-lativo cuiabano. Seu sucessor, vereador Lutero

Ponce, teve o seu mandato cassado em 16 de outubro de 2009 por problemas na sua gestão no biênio 2007/2008.

Na sequencia o ex-presi-dente da Casa, o senhor Deu-cimar Aparecido da Silva, hoje sem mandato, também foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura irregularida-

des e superfaturamento em uma obra realizada na Câmara Municipal de Cuiabá durante sua presidência, além de outras acusações junto à justiça mato-grossense. Sem falar da cassação do vereador Ralf Leite pela Comissão de Ética da Câmara sob acusação de quebra de decoro. É, tem hora que pega geral.

Júlio Pinheiro, o último presidente do Legis-lativo cuiabano, embora ainda tenha mandato de vereador por ter sido reeleito em 2012, também não teve vida fácil; enfrentou a dor da cadeira “amaldiçoada” com várias acusações e pressões de toda ordem, além de ter tido uma detenção durante sua gestão por problemas de ordem doméstica. Na reeleição tentou articular uma candidatura a presidência da Casa em 2013 e não conseguiu. Era ele o presidente no momento do apelido “casa dos horrores”, que ainda carrega ranços da sua gestão.

O atual presidente, o vereador João Emanuel PSD, parecia que iria mudar a história, mas que nada! Já esta em papos de aranha, entre afasta-mentos e liminares numa disputa que promete esquentar ainda mais a maldição, pois entre suas batalhas terá de enfrentar seus próprios pares, além de não ter a simpatia do Palácio Alencastro e ainda ser importunado pelos fantasmas do velho “Largo da Forca”. Vai aguentar? Serão coisas do além? Do aquém? Ou do agora? Quem viver verá.

Recentemente, em dias diferentes, embora na mesma coluna, dois deputados mato-grossenses – um estadual e o outro federal – saíram em defesa do orçamento impositivo, mais precisamente da obriga-toriedade da liberação das emendas parlamentares – individuais e de bancadas – por parte do governo. Para isso, vale dizer, resta apenas que o Senado aprove a referida PEC, como já o fizera a Câmara Federal em duas votações. “Esta é uma vitória da população”, escreveu o membro da Assembleia Legislativa, e a emenda “um instrumento de transformação da rea-lidade dos municípios”, observou o representante da Câmara Baixa.

Afirmações convincentes, em especial para o brasileiro do interior. Este, afinal, reconhece que as emendas ao orçamento são quase as únicas possibi-lidades de seu município contar com posto de saúde, ambulância e, enfim, diversas obras. Acontece, porém, que tais liberações, hoje em dia, dependem muito do humor do governo, ou de acordo com a fidelidade do parlamentar. Tem-se, aqui, uma espécie de troca de favores, cuja mercadoria serve para que o parla-mentar também conquiste apoiadores e votos nas regiões beneficiadas. E isso, por outro lado, explica parte, senão todas as vitó-rias eleitorais de determinados políticos, a despeito de suas inexpressivas contribuições em plenário, de participação alguma no processo de fiscalização da administração pública e do baixo número de projetos por eles apresentados.

A PEC, nesse sentido, institucionaliza essa situ-ação, além de facilitar o trabalho dos financiadores de campanha, os quais não carecem mais da simples promessa dos candidatos-financiados em brigarem pela liberação das emendas apresentadas. Esta, com a obrigatoriedade, já estarão garantidas, e com o valor anual estipulado para cada membro das Casas Legislativas. Não é difícil, portanto, imaginar o tipo

de negociação que irá aparecer.

A campanha elei-toral para as proporcio-nais, então, passará a ser norteada pelo poder das emendas, como se a apre-sentação delas resumisse toda a tarefa do deputado estadual, deputado fede-ral e do senador. E isso é bastante ruim. Bem pior quando se tem notícias de que é a partir das emen-das que desenvolve parte da teia de corrupção no país.

Essa teia, cabe realçar, faz com que o dinheiro chegue ao seu destino muitíssimo menor de quando foi liberado. Razão pela qual as obras, sempre majoradas, são realizadas com materiais de quinta categoria. Isso

explica o porquê, em pouco tempo ou no mesmo ano das inaugurações, prédios precisam ser reformados e estradas, recapeadas ou necessitam de mais uma camada de asfalto.

Quadro de difícil acei-tação. Mesmo por quem tanto carece de uma poli-clínica, de escolas e de um

caminho seguro que lhe sirva de ligação à outra ponta da região, e desta às demais do Estado.

Diante disso, e do ponto de vista da população, seria ingenuidade imaginar que o orçamento impo-sitivo seja de fato a solução de muitos dos problemas dos municípios.

Assim, é impossível computar a aprovação da PEC como “uma vitória do povo”, muito menos considerá-la “instrumento de transformação da reali-dade das localidades”. A não ser que os parlamentares estejam considerando seus interesses particulares como sendo os de toda a sociedade. Claro que, defini-tivamente, eles não são.

Certa vez, durante uma audiência pública em Sinop, um cida-dão pediu a palavra e me perguntou: que garantia nós temos de que as reivindicações da comunidade inclu-ídas no orçamento se-rão atendidas? Com a sinceridade que me é peculiar, respondi: nenhuma! Tudo que é discutido e comprome-tido com a comunidade, incluindo as emendas

parlamentares, pode ser mudado ou ignorado pelo Executivo.

Este episódio sintetiza bem a situação atu-al dos orçamentos públicos, desestimulando a participação da comunidade nas discussões e tirando a credibilidade dos legisladores. Esta realidade negativa está com os dias contados, felizmente.

A Câmara dos Deputados já aprovou em duas votações e o Senado deve chancelar em breve a proposta que torna o orçamento da União impositivo. Em respeito aos in-teresses do cidadão mato-grossense, apre-sentei aqui no Parlamento uma Proposta de Emenda Constitucional com o mesmo objetivo, mas com um diferencial importante: não só o Poder Executivo, mas também o Legislativo, o Judiciário, o Ministério Público e o Tribunal de Contas serão obrigados a executar seus orçamen-tos integralmente.

Os municípios também devem seguir o mes-mo caminho, a partir de alterações nas Leis Or-gânicas. Eventuais mudanças nas dotações terão que ser muito bem justificadas com argumentos de natureza técnica, financeira, operacional ou jurídica. E dependerão de nova aprovação pelo parlamento estadual.

A partir de 2015, o orçamento do Estado de Mato Grosso deixará de ser uma peça de ficção, pois hoje o governo executa apenas 10 a 15% do que foi aprovado pelos parlamentares. Em países

desenvolvidos como o Canadá, onde o sistema já vigora, o governo executa mais de 90% do orça-mento, bem próximo da perfeição.

As demandas sociais crescentes exigem dos agentes públicos um esforço ainda maior para dar efetividade a estas legítimas reivindicações. E uma das ferramentas mais importantes para concretizar a vontade popular é o orçamento pú-blico, proposto pelo Executivo e aprovado a cada ano pelo Legislativo.

Muito mais do que um instrumento de gestão econômica, o orçamento é uma peça de planejamento com imenso conteúdo social, já que define onde e como serão utilizados os recursos arrecadados junto à sociedade. Isso é vital princi-palmente para a população de baixa renda, a que mais depende dos serviços públicos.

A aprovação desta PEC será uma vitória da população e um resgate da prerrogativa do Legislativo de atuar em defesa dos interesses do cidadão. O cidadão mato-grossense terá a

garantia de que as obras e melhorias incluídas pelos parlamentares no orçamento estadual serão efetivamente realizadas.

Com o orçamento im-positivo, a destinação mais justa e equilibrada dos re-cursos públicos terá que ser cumprida integralmente, contribuindo também para a redução das desigualdades regionais e sociais.

Também trabalho pela aprovação do projeto de mi-

nha autoria que cria a Lei de Eficiência Pública, em tramitação na Assembleia. Ele prevê a redução dos gastos com a atividade-meio em todos os Poderes, o aumento das receitas e a ampliação em pelo menos 5% dos investimentos em áreas essenciais como saúde, educação, segurança e infraestrutura.

Apenas com o aumento do percentual reser-vado aos investimentos, teríamos um incremento de pelo menos R$ 650 milhões, suficiente para melhorar muito a qualidade de vida da população.

O momento histórico que estamos vivendo é uma oportunidade ímpar para repensar Mato Grosso e promover a necessária reengenharia eco-nômica e financeira que permitirá o atendimento das demandas sociais com a rapidez e a eficiência que o cidadão espera.

O orçamento impositivo já é um passo im-portante nesse sentido.

DiretorAntônio Carlos Oliveira

Diretoria ComerCialMax Feitosa Milas

editoria e reportagem-mtBeatriz Girardi - DRT - 1187-MT

editor e reportagem - mSJota Menon

reportagensBeatriz Girardi, Ana Sampaio, Regina Botelho, Juliana Radel, Jota Menon

[email protected]

editor de arte / DiagramaçãoMário Pulcherio Filho

Diagramação / Projetos Leonardo Arruda - 65 9233-9018

ChargeFernando Ordakowski

CirCulaçãoBrasília, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul

SedesAvenida Miguel Sultil, nº 4.353 - Areão Cuiabá - Mato Grosso - CEP: 78.010-500Fone (65) 3623-4300/e-mail: [email protected]

Endereço BrasíliaCLSW - 301 - Bloco A - Edifício Spaço Vip Sala 136 - Setor Sudoeste Fones: (61) 3028-1388/3028-1488

Escrtório Campo GrandeRua Joaquim Murtinho, nº 184 - Centro Campo Grande - Mato Grosso do Sul CEP: 79.002-100 Fone (67) 3029-4214 e-mail: [email protected]

Assinaturas: (65) 3046-0400 (67) 3029-4214

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Opinião

Editorial artigos

O Mais Médicos é uma polêmica que está longe

de acabar. No Distrito Fede-ral, o Ministério Público do Trabalho instaurou inqué-rito civil sobre o programa. Uma das questões investi-gadas é se as contratações dos estrangeiros obedecem ao princípio constitucional da isonomia — nas mesmas condições, os prestadores de serviço devem receber os mesmos salários. A infor-mação é que os brasileiros ganham R$ 10 mil, enquan-to os cubanos receberiam R$ 4 mil (o complemento dos R$ 10 mil será pago ao governo cubano). Uma outra investigação já foi aberta pelo Ministério Pú-blico Federal. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, garantiu nada temer e disse que a decisão de contratar

médicos estrangeiros tem “segurança jurídica”. Já o ministro Marco Aurélio, do STF, negou pedido liminar feito pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) para sus-pender o programa. “Podem fazer críticas e sugestões para aprimorar. Agora, não venham ameaçar a saúde da nossa população”, co-mentou o ministro Padilha. Segundo o Ministério da Saúde, os cubanos que vêm para o país são especialis-tas em Medicina Familiar e Comunitária. Além disso, 84% deles têm pelo menos 16 anos de experiência, com participação em missões in-ternacionais como no Haiti e na Venezuela. Mas, segundo profissionais brasileiros, eles podem enfrentar difi-culdades em um sistema de saúde diferente do qual es-tão acostumados. Em todo o

país, 701 cidades, ignoradas pelos brasileiros na primeira etapa do programa, recebe-rão os médicos cubanos. O médico cubano Juan Delga-do - que se viu imprensado por vaias de profissionais brasileiros -, em Fortaleza, afirmou não entender as razões da hostilidade dos colegas. “Vamos ocupar lugares onde eles não vão”.Delgado se disse impressio-nado e lamentou a manifes-tação, especialmente ao ser chamado de escravo. “Não sei por que diziam isso, não vamos tirar seus postos de trabalho. Vamos aos lugares mais pobres prestar assis-tência. Os brasileiros deve-riam fazer o mesmo que nós. Seremos escravos da saúde, dos pacientes doentes, de quem estaremos ao lado todo o tempo necessário”, ponderou.

“Todo médico tem de ir onde o povo está”

A outrA fAce dA moedA

orçAmento impositivo: vitóriA do cidAdão

A cAsA AssombrAdA e A cAdeirA mAlditA

Seria ingenui-dade imaginar que o orçamento

impositivo seja solução

Tudo que é discutido e com-prometido com

a comunidade, incluindo as emendas parlamentares, pode ser mudado ou igno-rado pelo Executivo

Só o Governo acha que o traba-lho dessas orga-

nizações é satisfatório

Divulgação

LOUREMBERGUE ALVESé professor universitário

Reprodução

JOSÉ RIVAé deputado estadual pelo

psd/Mt Divulgação

JOÃO EDISOM DE SOUZA é analista político e pro-fessor universitário eM

Mato Grosso

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 575 08/09 a 14/09 de 2013 3EntrEvista da sEmana

salada de frutasO Centro-Oeste Popular recebeu denúncia envolvendo uma

grande indústria de cerveja que estaria atuando na simulação de exportação de soja com filiais em vários municípios em nome de laranja.

fora do baralhoA equipe do CO Popular está prestes a concluir investigação

sobre o inquérito 180/2011 das cartas de crédito. Na sequência, pode desvendar um grande esquema de lavagem de dinheiro envolvendo grandes empresários e políticos de Mato Grosso. Aguarde o desenrolar!

subornoMais uma denúncia. CO Popular apura situação em que

diversas construtoras que atuam no Estado tiveram que pagar propina de 10% referente aos seus respectivos contratos para conseguir obra ou simular obra.

assoCiação perigosaOutra denúncia envolve um potente empresário da área

de concreto do Rio de Janeiro que estaria associado a político e garimpeiro aqui no Mato Grosso. No entanto, terá suas grandes mineradoras reveladas em pouco tempo.

verba indenizatóriaPor determinação do juiz Alex Nunes de Figueiredo, da

Vara Especializada em Ação Civil Pública e Ação Popular, foram descontados R$ 5 mil do salário de cada um dos 25 vereadores, como ressarcimento pelo valor que foi pago irregularmente de verba indenizatória, em julho. Antes da decisão, os vereadores recebiam um total de R$ 40 mil por mês, sendo R$ 15 mil de salário e R$ 25 mil de verba indenizatória. Um caso de Justiça!

nepotismo A Câmara Municipal de Poconé encontrou 18 casos de

nepotismo na prefeitura. O relatório foi aprovado por unani-midade. Serão enviadas cópias para o Ministério Público, TCE e para a prefeita do município, Meire Adauto (PT). Os suspeitos de serem contratados indevidamente foram convidados pelos parlamentares para prestarem esclarecimento.

troCa troCa O médico cardiologista Jorge Lafetá aceitou o convite

do governador Silval Barbosa (PMDB) para substituir Mauri Rodrigues no comando da secretaria estadual de Saúde. Lafetá será o sexto secretário da Saúde em dois anos e meio da gestão Silval Barbosa. O posto já foi ocupado por Kamil Fares, Augus-to Amaral, Pedro Henry e Vander Fernandes. Os dois últimos também foram exonerados sob forte desgaste.

desviou?!?!?!O deputado federal Pedro Henry (PP) afirmou aos deputa-

dos estaduais da Comissão de Saúde, durante sabatina que R$ 37,4 milhões deixaram de ser aplicados no Hospital Regional de Sinop. O valor, segundo Henry, teria sido usado pela Secretaria de Estado de Saúde para “outras finalidades”. Pedro Henry foi secretário da pasta no primeiro ano do Governo Silval Barbosa, em 2011, e foi responsável por implantar o sistema de gestão por meio de OSS. Segundo a denúncia de Henry, o “desvio de finalidade” teria ocorrido durante oito meses da gestão do ex--secretário Vander e nos oito meses da gestão de Mauri.

5,5 milhões partiCipam de ConsórCiosApesar do cenário desaquecido da economia brasileira,

nos sete primeiros meses do ano o sistema de consórcios teve crescimento de 10% no total de participantes, chegando a número recorde – 5,5 milhões. Foram vendidas 1,46 milhão de novas cotas no período, alta de 1,4% e mais de 709,9 mil contemplações. Com negócios de R$ 47,2 bilhões de janeiro a julho, os pontos altos continuam relacionados a indicadores de veículos automotores e de imóveis. Enquanto em janeiro deste ano havia 1,93 milhão de consorciados em veículos leves, sete meses depois, em julho, o total superava 2,15 milhões. No setor de veículos pesados havia 200,5 mil consorciados no início do ano e em julho somava 207 mil. E o de imóveis vem se recuperando gradativamente: começou 2013 com 678,5 mil participantes e chegou a julho com 690 mil.

promotor de Justiça antônio sergio Cordeiro piedade

Beatriz Girardi e Juliana RadelDa redação

Centro-Oeste Popu-lar- Qual foi o seu projeto mais importante no Se-nado para Mato Grosso e para o país?

Blairo Maggi - A par-ticipação na elaboração do novo Código Florestal. O programa MT Legal, lançado em meu governo serviu de exemplo e base para a cons-trução do Código Florestal Brasileiro. O Programa de Regularização Ambiental Rural (PRA), por exemplo, que visa propiciar a regulari-zação do passivo ambiental existente no campo, trazen-do para a legalidade produ-tores que passam a contar com um instrumento ágil e de custo reduzido. Adicio-nalmente, contribuirá para sanar o passivo ambiental relativo à degradação de áreas de preservação per-manente e conversão de Reserva Legal. Outro ponto em comum foi o Cadastro Ambiental Rural (CAR), tido como etapa inicial do pro-cesso de Licenciamento Am-biental de Imóveis Rurais, visando a obtenção da LAU, sendo o mesmo formalizado eletronicamente a um custo reduzido, o que possibilita ao interessado iniciar a re-cuperação/compensação de seu passivo ambiental sem sua prévia autuação admi-nistrativa. E ainda, a conver-são das Multas para quem adere ao programa e depois comprova a recuperação do passivo, para esses, a multa é automaticamente anulada.

CO Popular - A pro-posta de reforma polí-tica pode mudar o jeito de escolher candidatos no Brasil?

Blairo Maggi - Não creio. O que se discute é a forma de condução da elei-ção. A escolha do candidato, a opção pelo voto, continua sendo de caráter pessoal.

CO Popular - Para aproximar o cidadão das decisões políticas é preciso alterar a forma de votar?

Blairo Maggi - Não. É preciso que a população esteja envolvida nos deba-tes, e junto às entidades de classe, sindicatos e grupos representativos defenda seus interesses aos assuntos que são inerentes ao seu coti-diano. Toda Casa de Leis é aberta à população para que nas audiências públicas, por exemplo, as propostas e leis sejam construídas em consonância com os anseios do cidadão. As últimas ma-

nifestações nas ruas do País vieram mostrar não a nós, políticos, mas, à própria sociedade civil organizada o poder que ela tem.

CO Popular - Na sua concepção, que mudan-ça poderia ser feita no sistema eleitoral?

Blairo Maggi - Sou fa-vorável ao voto majoritário, ou seja, o cidadão votaria na pessoa e não num partido e/ou coligações. Quem tem que ter ‘ideologia’ e seguir àquilo que se propôs durante o exercício do seu mandato, são os políticos eleitos, e não

a legenda que ele representa.

CO Popular - O se-nhor é favorável à ree-leição?

Blairo Maggi – Não. A disputa é muito despro-porcional, porque quem está fora não disputa com quem está fora, e sim com quem está dentro.

CO Popular - O se-nhor é a favor do finan-ciamento público para campanhas? O financia-mento público não esti-mularia o caixa 2?

Blairo Maggi - Sou contra. A população não vai entender a proposta e da forma como está ela estimula a prática ilícita de doações. Além disso, para Mato Gros-so seria prejudicial na medi-da em que, o cálculo que se faz sobre o voto é feito pela quantidade populacional por território. Assim sendo, nosso estado, por exemplo, em detrimento de São Pau-lo, sairia no prejuízo já que o custo por voto da última eleição ficou em 7,00 por pessoa. Em Mato Grosso, com 2,1 milhões de habitan-tes teríamos o ‘repasse’ de R$ 14 milhões para todo o processo. Enquanto isso, ou-tros estados mais populosos recebem bem mais.

CO Popular - O se-nhor irá disputar cargo majoritário na próxima eleição? Caso contrário, quem o senhor apoiará?

Blairo Maggi - Não. Nós temos hoje uma pré--candidatura do Mauricio Tonhá (ex-prefeito de Água Boa), que se colocou à dis-posição e tentará viabilizar seu nome. Mas, as coisas (coligações) serão discutidas

no tempo certo. E, minha prioridade, é exercer o mandato para o qual fui eleito.

CO Popular - O se-nhor foi o relator da pro-posta de emenda à cons-tituição que altera a lista de punições a membros do Ministério Público e magistrados. Na prática, o que representa?

Blairo Maggi - O fim da aposentadoria integral com prêmio a juízes e pro-motores que tenham desvio na função. A aposentadoria compulsória, como pena administrativa a infrações cometidas por magistrados, é entendida pela sociedade não como punição, mas, como prêmio, e era neces-sário corrigir essa distorção.

Outra coisa, na regra atual, não há prazo estabe-lecido para ações judiciais e perda do cargo, e a de-mora da propo-situra e trâmi-te das referidas

ações é visto pela sociedade como impunidade. Então, a PEC aprovada no Senado estabelece prazos para que o órgão administrativo - ao entender que ao caso con-creto cabe demissão-, em 30 dias represente ao MP, que por sua vez, terá 90 dias para propor a ação de perda do cargo; que ainda correrá em caráter preferencial. Isso dará celeridade ao processo judicial.

CO Popular - Recen-temente o senhor criticou falhas dos poderes públi-cos no combate à violência contra mulheres. Detalhe, por favor.

Blairo Maggi - Os nú-meros dão a dimensão de uma tragédia nacional continuada. A cada quinze segundos, uma mulher é agredida no Brasil. A cada duas horas, uma é assassinada. Se a legislação é modelar e rigorosa, como explicar um quadro tão pre-ocupante? Somente em 2010, 4.297 mulheres foram assas-sinadas de maneira brutal em nosso País, mais do que o triplo registrado no ano de 1980. A taxa nacional de ho-micídios de mulheres − 4,4 por 100 mil − coloca o Brasil ainda entre os piores colocados nos rankings internacionais sobre a questão da violência de gê-nero mesmo sob os implacá-veis ditames da Lei Maria da Penha. O avanço da lei precisa ser reconhecido, visto que, as agressões saíram do anoni-mato, porém, não há como haver uma aplicação efetiva da Lei Maria da Penha, cuja eficácia depende, de maneira visceral, de todo um aparato institucional especializado e funcionando regularmente. A falta de recursos tem sido ainda, um dos maiores empe-

cilhos para o enfrentamento da questão. Apenas 26 centavos são gastos por mulher, a cada ano, pelos programas federais voltados para a questão. Na prática, nos últimos oito anos, apenas 11 milhões de reais foram aplicados anualmente nesses programas de âmbito nacional. Em todo o País, para cerca de cem milhões de mulheres, são apenas 71 casas-abrigo, 192 centros de referência e pouco mais de 500 delegacias das mulheres, com boa parte delas funcionando de maneira bastante precária e insuficiente. É uma realidade e que nos mostra, em números, o quanto ainda precisamos fazer, avançar e melhorar.

CO Popular - Na sua opinião, Cuiabá estará pronta e preparada para receber a Copa?

Blairo Maggi - Sim. Talvez falte o VLT na sua in-tegralidade, ou seja, conforme o projeto original. Mas, estive na Arena Pantanal no último sábado, por exemplo, e saí de lá muito satisfeito com o que vi. A obra está na mão. Será entregue dentro do prazo es-tabelecido pela FIFA, ou seja, em dezembro deste ano, e com um projeto arrojado, que contempla a área ao entorno do estádio, com uma gran-de estrutura de restaurante, choperia, etc. Muito bonito de se ver e tudo em fase de con-clusão e acabamento, pois, já estão limpando o terreno para a pista de estacionamento.

CO Popular - Qual a sua avaliação da adminis-tração Mauro Mendes?

Blairo Maggi - Tem um bom começo. Mauro Mendes é focado e resolutivo. As pers-pectivas são boas.

“O MT Legal foi referência para a construção do Código

Florestal Brasileiro”O senadOr e ex-gOvernadOr dO matO grOssO blairO maggi (pr-

-mt) é da bancada ruralista e é cOnsideradO um dOs maiOres prOdutOres de sOja dO brasil. a empresa ammagi, grupO fami-

liar dO qual faz parte, é uma das maiOres prOdutOras individuais de sOja nO mundO. O grupO ainda atua na pecuária e extraçãO da bOrracha. em 2004, quandO gOvernadOr dO matO grOssO, cOlOcOu em prática uma pO-lítica de repressãO aO desmatamentO. na mesma épOca criOu O mt legal

que prOmOveu a regularizaçãO ambiental dOs imóveis rurais, permitindO maiOr cOntrOle dO usO dOs recursOs ambientais e assinOu, ainda,

a mOratória da carne, cOncOrdandO cOm O vetO interna-ciOnal à carne matO-grOssense que fOsse prOduzida em

áreas de desmate ilegal. paranaense de sãO miguel dO iguaçu, blairO nasceu em 29 de maiO de 1956, na famí-lia dOs pequenOs prOdutOres rurais de descendência

italiana andré antôniO maggi e lúcia bOrges maggi. blairO graduOu-se em agrOnOmia na universidade federal dO paraná. cOnfira a seguir a entrevista.

Sou favorável ao voto majoritário

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 575 08/09 a 14/09 de 20134 política

“Livramento está sendo tomado pelo garimpo”, confessa prefeito

O chefe do executivo municipal, Carlos Roberto da Costa, disse que irá acionar a Sema para um trabalho conjunto

(i)legal

Ana SampaioDa Redação

A atividade mineradora no município de Nossa Senho-ra do Livramento, distante 32 km da Capital, está totalmen-te desorganizada. “Estamos tentando organizar a classe. Porém, é um processo que caminha lentamente”, obser-va o prefeito da cidade, Carlos Roberto da Costa (PP). De acordo com ele, existem mais de 25 garimpos e a maioria funcionando legalmente. Ga-rante que não há indícios ou informações de ilegalidade nos trabalhos com minério. Já as investigações do Centro--Oeste Popular contradizem tal informação.

“Livramento está sendo tomado pelo garimpo. Nós estamos procurando chegar aos poucos, mas não está sendo fácil. O processo de legalização está caminhan-do? Está, mas muito len-tamente”, conta o prefeito. Ainda segundo o gestor, os proprietários dos garimpos “não dão atenção ao muni-cípio”. Costa disse também que a prefeitura não precisa cobrar esse tipo de serviço do Estado já que, “se ele tem uma atribuição consti-tucional ele tem que fazer” e não há porque lembrar ou pedir que ele faça seu papel.

A falta de uma cooperativa também prejudica e ajuda para a lentidão no processo de legitimação dos minérios.

Em seu terceiro mandato, Carlos Roberto revela que não há como fiscalizar a ativida-de garimpeira na cidade, já que a maioria dos garimpos são “grandes e poderosos”, o que segundo ele, dificulta os órgãos competentes rea-lizarem os trabalhos. Além disso, a falta de uma equipe de trabalho e parcerias com o Governo do Estado através da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), ajudam ao não sucesso de fiscalizações nos garimpos do município. Trabalho de recuperação das áreas exploradas também não existe em Livramento, confor-me apurou a reportagem do CO Popular.

Questionado pela equi-pe do Centro-Oeste Popular quanto a alguma ação conjun-ta com a Sema, o prefeito disse que nunca houve tal operação, mas que vai buscar e “acatar a ideia”, pois é para o bem do município. “Vou oficializar ainda esta semana a Sema para um trabalho conjunto”, garantiu.

MUNICíPIO AtíPICOSegundo o Instituto Bra-

sileiro de Geografia e Estatís-tica (IBGE), Livramento tem

12.302 habitantes atualmente. De acordo com o prefeito Carlos Roberto, cerca de 62% da população ‘livramentense’ ocupa a área rural e desenvol-ve atividades voltadas a agri-cultura, pecuária e mineração. “É um município totalmente atípico”, qualifica o prefeito. Conforme ele, a cidade não possui uma atividade eco-nômica específica, já que as atividades desenvolvidas atu-almente “são sazonais”. Além disso, Carlos conta que por estar muito próximo a capital, o comércio de Livramento não consegue se fortalecer. “Quer alguma coisa, compensa ir a Cuiabá comprar”, conta. “Hoje 96% da receita de Livramento é baseado em transferências, principalmente do Governo Federal, e uma pequena par-cela do Governo do Estado”, relata o prefeito. “Nós rece-bemos apenas o ICMS, que é obrigatório, do governo esta-dual e uma quantia minguada para saúde, que foi cortada pela metade. O que o estado repassa pra nós é insignifican-te”, avaliou o prefeito.

Carlos Roberto disse ainda que como a maioria da população está “distante do centro” há grandes difi-culdades “pra fazer saúde e educação”. Os usuários das 17 unidades escolares (escolas e creches) dependem do trans-

porte escolar para chegar até o destino. Segundo o prefeito, há casas com cerca de 2 km

longe uma da outra, o que faz com que o ônibus escolar da cidade circule cerca de 6 mil

km diariamente. Para manter a condução a prefeitura fez uma parceria com o estado.

Cerca de 62% da população ocupa a área rural e desenvolve atividades voltadas a agricultura, pecuária e mineração

Carlos Roberto da Costa, prefeito: a falta de uma equipe de trabalho e parcerias com o Governo do Estado ajudam ao não sucesso de fiscalizações nos garimpos do município

Os usuários das 17 unidades escolares dependem do transporte escolar para chegar até o destino

CO POPULARAna Sampaio

Ana S

ampaio

Fotos Ana S

ampaio

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 575 08/09 a 14/09 de 2013 política 5

Durante o 1º Seminário da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, a Associação Mato-grossense dos Municípios debateu sobre novas regras da contabilidade pública

Da RedaçãoC/ Agência de Notícias da AMM

As mudanças na con-tabilidade pública foram debatidas nos dias 22 e 23 de agosto na Associação Mato-grossense dos Municí-pios, durante o 1º Seminário da Contabilidade Aplicada ao Setor Público. As adap-tações serão obrigatórias a partir de 2014, sob pena das contas municipais não serem aprovadas pelos ór-gãos fiscalizadores.

Entre as principais al-terações que constam no Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP), destacam-se as seguintes: adoção de um plano de contas único para União, estados e municí-pios; novos demonstrativos contábeis; adoção de novos procedimentos, tais como depreciação, amortização, provisões, entre outros; implantação de sistema de custos, entre outros. O MCASP foi coordenado pela Secretaria do Tesouro Nacional e Conselho Federal de Contabilidade.

O instrutor do curso, João Eudes Bezerra Filho, disse que os modelos contá-beis utilizados atualmente são ultrapassados, adotados desde a década de 1960 e

A diretora institucional da AMM, Lieda Rezende Brito, que representou o presidente Valdecir Luiz Colle na abertura do evento, destacou que os gestores devem estar atentos às mudanças,

que vão alterar de forma significativa a contabilidade pública

1970. Ele defende a mudan-ça e disse que a sociedade exige uma maior transpa-rência e controle no setor público.

A diretora institucional da AMM, Lieda Rezende Brito, que representou o presidente Valdecir Luiz Colle na abertura do evento, destacou que os gestores de-vem estar atentos às mudan-ças, que vão alterar de forma significativa a contabilidade pública. “A AMM está orien-tando os contadores muni-cipais para que se adaptem com mais facilidade às novas regras, que visam moderni-zar a administração públi-

As adaptações serão obrigatórias a partir de 2014, sob pena das contas municipais não serem aprovadas pelos órgãos fiscalizadores

ca”, afirmou.O Seminário abordou

todos os temas propostos através de exposições teó-ricas e atividades práticas oportunizando um apren-dizado técnico e consistente com enfoque nas Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público - NBCTSP; Plano de Contas Aplicado ao Setor Público - PCASP e Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Se-tor Público - DCASP.

O conteúdo programá-tico incluiu a apresentação e reflexão das Normas Bra-sileiras de Contabilidade Aplicada ao Setor Público.

O evento foi coordenado pela contadora Waldna Fraga, que destacou que as mudan-ças representam um divisor de águas na gestão pública.

A abertura do seminário contou com a presença da delegada da Receita Federal, Marcela Maria de Matos Rocha, do conselheiro do TCE, Luiz Carlos Azevedo, do auditor geral do estado, José Alves Pereira Filho, do representante do Ministério Público de Contas, Francis-nei Siqueira, da superinten-dente do Conselho Regional de Contabilidade, Ednalva Carvalho e do representante da empresa Serprel, Pedro Oliveira.

DÉBItOS PREVIDENCIáRIOS

Durante a abertura do evento, a delegada da Recei-ta Federal, Marcela Maria de Matos Rocha, falou sobre a possibilidade de adesão dos municípios ao parcelamento dos débitos previdenciá-

rios, concedido pela Lei 12.810/2013. O prazo para adesão será encerrado no dia 30 de agosto. A delegada disse que a Lei 12.810/2013, que confirma a Medida Pro-visória 589/2012, viabiliza um parcelamento especial, pois os débitos parcelados terão redução de 100% das multas, 50% dos juros de mora e de 100% dos en-cargos legais, inclusive ho-norários advocatícios. De acordo com o Artigo 1º da 12.810/2013, os débitos serão consolidados e pagos em 240 parcelas a serem retidas no Fundo de Partici-pação dos Municípios - FPM e repassadas à União, ou em prestações equivalentes a 1% da média mensal da receita corrente líquida do muni-cípio, o que for de menor prestação.

AMM orienta contadores municipais

manual

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 575 08/09 a 14/09 de 20136 política

Riva pede extinção do voto secretoCCJ da Assembleia Legislativa de Mato Grosso deve anexar propostas semelhantes para votação imediata que acaba com o voto secreto

em todas as votações no parlamento estadual

‘aberto Já’

Beatriz Girardi Da Redação

O deputado José Riva (PSD) solicitou no último dia 4 à Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), a vo-tação em caráter de urgência da Proposta de Emenda Cons-titucional (PEC) que acaba com o voto secreto em todas as votações no parlamento estadu-al. “Esta é uma medida urgente e necessária, pois fortalece a transparência no Legislativo e permite ao cidadão conhecer o posicionamento dos parlamen-tares em qualquer situação”, justificou Riva.

O parlamentar lembrou que existem duas propostas com o mesmo objetivo, uma de sua autoria e outra apresenta-

da pelo deputado Guilherme Maluf (PSDB), que devem ser anexadas. “A CCJ pode fazer a integração das duas propostas, com as alterações necessárias e encaminhar para a votação em caráter de urgência. Apesar de tratar de uma mudança na Constituição, a matéria já está apta a ser apreciada em primei-ro turno e em 15 dias faremos a segunda votação”, explicou Riva.

tRANSPARêNCIA Apresentado pelo deputa-

do Riva em julho, o projeto de Emenda Constitucional acaba com o voto secreto em todas as situações previstas na Constitui-ção de Mato Grosso: derrubada de vetos do governador, escolha de membros do Tribunal de

Contas, perda de mandato do deputado estadual, destituição do Procurador Geral de Justiça e do Defensor Público Geral, além da derrubada de vetos de prefei-tos pelas Câmaras Municipais.

A eleição da Mesa Diretora da Assembleia também será feita pelo voto aberto e público, a partir do Projeto de Resolução 197/2013 que altera o Regimen-to Interno da Casa. A eleição dos membros da Mesa será feita mediante apresentação de cédula completa e por maioria absoluta de votos.

O fim do voto secreto foi um dos pleitos das manifes-tações realizadas no país nos últimos meses e será atendido também no Congresso Nacio-nal. Ontem à noite (3), a Câmara dos Deputados aprovou por 452 votos a favor e nenhum contra, a PEC 349/01, que acaba com o voto secreto. A proposta agora seguirá para o Senado, onde também será votada em dois turnos.

“A partir da aprovação des-tas mudanças, o cidadão poderá conhecer o posicionamento de cada parlamentar em votações importantes. A própria escolha da Mesa Diretora também será aberta, a exemplo do que esta-mos propondo também para o Poder Judiciário”, explicou.

Ao justificar a proposta,

Riva pede votação urgente da PEC que acaba com voto secreto

Efeito Donadon

Desembargador afasta vereador

Os deputados federais aprovaram em segundo turno a proposta de emenda à Cons-tituição (PEC) que extingue o voto secreto no Congresso. Fo-ram 452 votos a favor da PEC. Para ser validada - e ter efeito cascata em Assembleias Legis-lativas e Câmaras Municipais do país -, a proposição precisa ainda ser aprovada pelo Sena-do. A sessão extraordinária de terça-feira, 3/9, foi uma res-posta à constrangedora vota-ção que preservou, dias atrás, o mandato do deputado Natan Donadon (sem partido-RO) - preso desde junho após ter sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 13 anos de prisão. A decisão de pôr a proposta em votação foi anunciada pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Al-ves (PMDB-RN) após reunião com líderes partidários. Ao contrário do caso Donadon, a votação foi aberta - o sigilo não é previsto em análise de PEC.

Parada na Câmara desde

A sessão extraordinária de terça-feira foi uma resposta à constrangedora votação que preservou o mandato do

deputado Natan Donadon (sem partido-RO) - preso desde junho após ter sido condenado pelo STF a mais de 13 anos

de prisão

Assessoria

Reprodução

João Emanuel teria armado plano para derrubar Mauro

Mendes e assumir prefeitura

‘Casinha de CaboClo’

O “menino prodígio” que surgiu na política de Cuiabá e de Mato Grosso como um meteoro, depois de surgir do nada e se eleger como o vereador mais votado do Estado com mais de 5 mil votos começa a se envolver em uma encrenca atrás da outra. João Emanuel, assim como subiu feito um foguete sem rumo nem direção, também pode cair muito rapidamente, possivelmente em um local muito distante,

quem sabe em alto marJosé Ribamar Trindade

Especial para o Centro-Oeste Popular

Atenção, muita atenção. Alguns vereadores, entre eles João Emanuel, não estão nem ai para o povo, pois a finalida-de maior seria mesmo ganhar dinheiro. Existem, inclusive, fortes indícios de que o ex-pre-sidente da Câmara Municipal de Cuiabá esteja envolvido em um forte esquema para derrubar o chefe do executivo municipal. Ou seja, até mesmo cassar o mandato do prefeito da Capital, Mauro Mendes.

O vereador João Emanuel (PSD), teria “armado” uma espécie de “casinha de caboclo” para cassar o prefeito para que pudesse assumir a prefeitura de Cuiabá. A meta era gerar muita confusão em vez de paz dentro do Legislativo Municipal. Uma das “arapucas” seria gerar um grande apagão e uma série de impedimentos para que a Casa não voltasse a funcionar tão cedo.

Ainda na última quarta--feira, 4 a reportagem do Jornal Centro-Oeste Popular teve algu-mas informações privilegiadas que davam o tom da orquestra-ção de uma engrenagem diabó-lica que estaria sendo montada pelo vereador João Emanuel, então presidente da Câmara de Cuiabá. Seus “amigos” e “alia-dos” estariam mantendo cons-tantes reuniões para colocar em prática um plano já previa-mente traçado. Alguns “amigos fiéis”, inclusive “sócios” de João Emanuel em negócios dentro

O vereador João Emanuel teria “armado” uma espécie de “casinha de caboclo” para cassar o prefeito para que pudesse assumir a prefeitura de Cuiabá

da Câmara de Cuiabá, estariam preparando, entre outras coisas, vários atestados médicos caso a luz da Câmara, que apagou mis-teriosamente – e nem os mais especialista dos especialistas em energia elétrica conseguiram fazê-la funcionar - caso a luz voltasse na sessão da última quinta-feira, 5, o Plano B seria o sumiço de vereadores aliados de João Emanoel. Alguns já estariam “fortemente armados com uma série de documentos previamente providenciados dentro do esquema”.

Aliás, o próprio desembar-gador José Zuquim Nogueira, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), fez questão de destacar alguns trechos de seu despacho como relator de um recurso na tarde de quinta--feira,5, quando acatou um pedido de liminar que pedia o afastamento do vereador João Emanuel da presidência da

Riva ressaltou que o Poder Le-gislativo é, por sua natureza e essência, a caixa de ressonância da sociedade. “O Parlamento é o destino natural das grandes demandas sociais e nos últimos

anos temos intensificado este trabalho de trazer a sociedade para o debate, através da trans-missão ao vivo das sessões, das audiências públicas e demais atividades parlamentares atra-

vés da TV Assembleia. Agora damos mais um passo impor-tante para a transparência que interessa a toda a comunidade”, disse o deputado. (Com infor-mações da Assessoria)

2006, a proposição precisa ser aprovada por comissão do Se-nado e, depois, em dois turnos pelo plenário para entrar em vigor. Alves disse que conversará com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para que o texto seja analisado o mais rápido possível. Embora alguns senadores defendam a aprovação da PEC do voto aber-to como foi aprovada na noite

de terça-feira, na Câmara dos Deputados, a tendência que predomina nos corredores do Senado, onde a proposta ainda precisa ser apreciada, é alterar o texto. O próprio presidente da Casa, senador Renan Calheiros , já se mani-festou contra a abrangência da PEC, que permite saber como os parlamentares votaram em todos os casos.

Câmara Municipal de Cuiabá. “Assisti com muita atenção ao DVD que reproduziu a referida sessão e posso enumerar as mais absurdas situações que ocorreram durante a votação (que deveria ser) do pedido

de afastamento do Presidente. Foram momentos de tensão, pressão psicológica, manifes-tação desrespeitosa de poder e burocracia; desordem, compro-metimento de direitos; ilega-lidade, arbitrariedade; atos de

protesto, tanto de forma tácita quanto expressa, e a tudo isto o agravado mostrou-se alheio, ignorando sua função de co-ordenar, apaziguar, dirigir, e, sobretudo, de garantir o pleno desenvolvimento dos trabalhos,

que deveriam estar pautados na ordem, na observância do regimento e do respeito às ma-nifestações dos componentes da Casa Legislativa”, disse o desembargador. Atenta a todos os acontecimentos, uma estu-dante de Direito que se identi-ficou como Mara, de 22 anos, foi muito taxativa: “Os caras (os vereadores), estão brigan-do é por aumento de salários. Estão brigando por aumento de verbas que não deveria nem existir. Eles não estão brigando pelo povo, como alguém pode pensar e muitos sonhavam. Ou seja, eles não estão brigando para que o prefeito de Cuiabá trabalhe bem pela saúde, pela educação, pelo asfaltamento de ruas e pela melhoria do transporte coletivo. Nada disso, os caras querem é assumir a Prefeitura para ganhar grana, muita grana e nada mais”.

O desembargador José Zuquim Nogueira acatou, na quinta-feira, 5, o recurso do 2º vice-presidente da Câmara de Cuiabá, Haroldo Kuzai (PMDB), e afastou o vereador João Ema-nuel (PSD) da presidência do Legislativo. Ele considerou válida a sessão que afastou o parlamentar do cargo há uma semana. Com a decisão, assu-me o cargo o vereador Onofre Júnior (PSB), que, até aqui, vem fazendo dura oposição também ao prefeito Mauro Mendes. O agravo de instrumento foi pro-tocolado pelo advogado José

Antônio Rosa. Com a decisão, o 1º vice-presidente, Onofre Júnior, passa a responder pelo Legislativo da Capital. João Emanuel ficará afastado pelo prazo de 15 dias até a comis-são processante investigar as denúncias contra ele. O afas-tamento de João Emanuel foi aprovado por 16 vereadores da base do prefeito Mauro Mendes (PSB), na quinta-feira, 29, em uma sessão polêmica, realizada sob a ausência de luz elétrica, da Ata, de notas taquigráficas e até mesmo serviço de som. Os parlamentares alegaram que

o presidente da Câmara não estava cumprindo o Regimento Interno para a instalação de quatro Comissões Parlamen-tares de Inquéritos (CPIs). En-tretanto, no dia seguinte, o juiz da 5ª Vara de Fazenda Pública, José Roberto Seror, concedeu um mandado de segurança mantendo João Emanuel no cargo. Os vereadores Leonardo de Oliveira e Adilson Levante ingressaram com agravo de instrumento junto ao Tribunal de Justiça. Em sua decisão, o desembargador Nogueira ain-da afirma que devido ao modo

como João Emanuel conduziu a sessão, o afastamento ime-diato é necessário para garantir a lisura das investigações. “O periculum in mora, por sua vez, se afere pela maneira autoritária e manipuladora que o agravado conduziu os trabalhos na ses-são, evidenciando que, acaso mantido no cargo de Presiden-te, irá tumultuar também as investigações, comprometendo a efetiva democracia dentro da Casa Legislativa, a liberdade de manifestação, o tramitar ileso dos trabalhos das CPI’s”, diz em outro trecho da decisão.

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 575 08/09 a 14/09 de 2013 7política

Apesar de polêmicas, Faiad continua forte no poder

duro na queda

Mesmo diante de tantas adversidades, titular da secretaria de Administração de Mato Grosso visualiza avanços - principalmente em relação ao MT Saúde

Francisco Faiad, secretário de Administração de Mato Grosso, garante que ataques à sua pessoa não irão inviabilizar sua

possível candidatura ao pleito de 2014

Rodinei C

rescêncio

Regina Botelho Da Redação

Mesmo sendo alvo de de-núncias sobre fraudes, inqué-rito civil público e muita polê-mica o secretário de Estado de

Administração de Mato Grosso, Francisco Faiad, continua sen-do um dos homens fortes do go-verno Silval Barbosa (PMDB). Faiad revela que foi acusado de impedir que policiais militares recebessem reajuste salarial e

que estaria advogando contra o próprio Estado. Disse que conversou com a associação dos PM´s e os lembrou que parou de advogar há 10 anos. “Houve apenas uma discussão com a Associação dos Oficiais da Polícia e Bombeiro Militar de Mato Grosso (ASSOF-MT). Eu falei que havia uma Lei aprovada em 2010, onde o Estado não tinha condições de conceder o reajuste pleiteado. Caso os policiais entendessem que a Lei estivesse equivocada, deveriam procurar o Judiciário. Nunca determinei, solicitei ou indiquei o meu escritório para a Associação”, alega o secretário.

Questionado sobre o caso de suposta falsificação de um substabelecimento assinado pelo advogado Romão Filho, afirma que, como advogado, jamais iria praticar um ato dessa natureza, pois recebeu o substabelecimento de Filho em 1998 e a firma foi reconhecida no Cartório do 3º Oficio. “Nun-ca fui procurado por ninguém com relação a essas procura-ções com o trabalho que de-senvolvia. Fico extremamente chateado com essas notícias porque são inverídicas, são fa-tos criados. Fazem a denúncia e saem divulgando com se fosse verdadeira. É um fato mentiro-so e tenho certeza que o Poder Judiciário vai resolver”, salien-ta. Já diante da acusação feita pela Ong Moral sobre suposto

esquema de favorecimento aos seus próprios escritórios junto a Fundação Uniselva e a Empresa de Pesquisa de Energia (EPE), ligada ao Ministério das Minas e Energia, Faiad garante que nunca foi intimado e só soube dos fatos pela imprensa. Enfa-tiza que até onde tem conheci-mento não há nada em anda-mento, nenhuma ação. “Estou satisfeito. Isso comprova que não houve a prática de nenhum ato ilícito nas contratações do meu escritório pela Uniselva”.

ELEIçõES 2014Em um tom firme e mui-

to seguro garante que esses ataques à sua pessoa não irão inviabilizar sua possível can-didatura ao pleito de 2014. Disse que é filiado ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e será o partido que vai decidir o seu futuro politico. “Se o PMDB entender que devo continuar no governo, eu ficarei. Quanto a sair candidato a qualquer cargo, vou ficar a disposição do meu partido”, assegurou.

Mt Saúde Faiad garante que hou-

ve melhoras no MT Saúde. Conforme ele, praticamente todos os hospitais, laborató-rios e consultórios médicos da Grande Cuiabá voltaram a atender o plano dos servidores de Mato Grosso. “Estamos sa-

tisfeitos com o MT Saúde. Ele está voltando a ser o plano que era antes e vai ficar melhor. Va-mos ampliar e encaminhar um projeto de lei para a Assembleia Legislativa até o final deste mês. Tenho certeza que a partir disso poderemos chegar ao equilíbrio econômico financeiro”.

RESULtADOS ALCANçADOS Para o secretário de Ad-

ministração, os trabalhos de-senvolvidos em 2013 estão satisfatórios, pois o governo obteve evoluções no plano do servidor público, no MT Saúde e nas negociações com as categorias que estavam em greve. Como um dos princi-pais resultados alcançados em sua gestão, Faiad cita a boa relação com os servidores que é mantida através de reuniões mensais com o Fórum Sindical e nas audiências diárias com os sindicatos. Sobre as greves diz que o governo está negocian-do, conversando e dialogando com todas as categorias. “Esse é o nosso papel, não podemos jamais fechar as portas para quem está disposto a dialogar”, garante o secretário.

POLêMICAS NA OABO presidente da OAB/MT,

Maurício Aude, disse que o ór-gão já recebeu todas as denún-cias que envolvem Francisco Faiad, mesmo ele estando afas-

tado da entidade. Explicou que a entidade dos advogados já tomou as devidas providências e encaminhou as denúncias ao presidente do Conselho de Ética Disciplinar para verificar eventual infração em três opor-tunidades. “O Tribunal de Ética Disciplinar está apurando os fatos. Faiad já foi notificado em algumas situações e apresentou defesa. É um trâmite normal de um processo envolvendo um advogado que é acionado quanto à sua prática profissio-nal”. Caso os fatos sejam com-provados, Aude pondera que todo advogado que comete uma infração é submetido ao Tribu-nal de Ética e pode ser apenado com advertências, censura suspensão, multa, penalidades normais. “Não faço análise de mérito de nenhum advogado, porque essas situações podem desaguar no próprio conselho e eu, como presidente, posso ser convocado a votar. Em qualquer situação não faço analise de qual minha impres-são”, finaliza o presidente da OAB/MT.

Procurada pela reporta-gem, a advogada Luciana Se-rafim, que é uma das principais testemunhas no inquérito do Ministério Público Federal que investiga o possível envolvi-mento de Faiad em fraude à licitação no caso da Uniselva, disse que “não se manifesta mais sobre essa pessoa”.

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 575 08/09 a 14/09 de 2013

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 575 08/09 a 14/09 de 2013

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*DEtERMINADO!Para o bem daqueles que necessitam da agi-

lidade pela cura do câncer, uma ótima notícia: A Justiça Federal determinou que o tempo máximo de espera para o início do tratamento de câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é 60 dias após a data do diagnóstico da doença. A decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região anula artigo da Portaria nº 876 do Ministério da Saúde, que usava a inclusão do diagnóstico no registro do SUS como ponto de partida para a contagem do prazo. Que assim seja!

*CUtUCADA! Ao abrir a 41ª reunião do Conselho de

Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), a presidente Dilma Rousseff reconheceu que o norte da voz do governo era diferente do norte das vozes das ruas, que ecoaram em todo o País nas recentes manifestações defendendo valores públicos, ética e maior representatividade. Apesar da louvável postura democrática de acatar as reivindicações da sociedade, não se pode ignorar que os cinco pactos se referem a graves questões que há décadas per-sistem como entraves ao desenvolvimento social e econômico do Brasil. Houve, é verdade, avanços, mas não foram suficientes para erradicar os pro-blemas ou para satisfazer as novas aspirações que surgiram com a recente ascensão das classes C, D e E, decorrentes dos programas assistenciais do governo e dos ganhos salariais acima da inflação. O que comprova que reside a ausência ou a baixa prioridade de políticas públicas voltadas para, pelo menos, minorar antigas distorções, carências e gargalos ao desenvolvimento.

*INOVANDO SEMPRE! As Papinhas Nestlé trazem novidades para

a categoria de alimentos infantis: as Papinhas

Nestlé Yogo – uma deliciosa combinação do sabor e da cremosidade do iogurte com a conveniência das Papinhas Nestlé, que dispensam refrigeração antes de abertas. Yumy!

*ENtUSIAStA!NY, setembro de 2013 – Maybelline NY,

patrocinadora oficial de cosméticos do Mercedes--Benz Fashion Week, leva mais uma vez, para a nona edição, suas cores icônicas e fórmulas únicas. Nos desfiles de primavera/verão 2014, que vão de hoje até dia 12 de setembro, nesta edição, o Brasil dará uma colaboração especial à equipe de Maybelline: Vanessa Rozan, maquia-dora oficial da marca no país. Entre as marcas patrocinadas por Maybelline nesta edição estão Lacoste, Michael Bastian, Richard Chai, Suno, Mara Hoffman, Tibi, DKNY, Guilietta, Custo Barcelona, Wes Gordon, Rachel Zoe e Bibhu Mohapatra.

BDAyS!Essa semana foi o momento de muitos amigos

marcantes e atuantes no nosso Estado celebrarem mais um ano de vida! Entre inúmeros, destacamos a competente cerimonialista do Governo Olga Lus-tosa, o artista plástico Miguel Penha e na semana que vem é a vez do queridinho de todas, Cleber Clemente, passar em altíssimo estilo seu niver, em plena Nova York, ao lado de poucos e bons amigos. Vive La Vie!

*EMOCIONANtE!Encantamento e emoção marcaram a abertu-

ra da Mostra Morar Mais por Menos em Cuiabá no Clube Dom Bosco na noite desta quarta-feira (5/09), quando foi homenageado o artista plástico mato-grossense, Clóvis Irigaray. O reconhecimen-to pela grandeza de seu trabalho foi dado pelo

vice-presidente de honra da “Divine Académie Française des Arts, Lettres et Culture”, Nikko Kali,que também estará expondo suas obras no evento. A abertura da Edição 2013 da Mostra contou com a presença de 600 convidados. Este ano, o evento tem o tema “Ousadia e Sofisticação”, segue até dia 13 de outubro no Clube Dom Bosco.

*RECONhECIMENtO!O trio matogrossense Pescuma, Henrique e

Claudinho, mesmo sem qualquer apóio de patro-cínios, são favoritos na nossa cultura pela música e fãs. Impressionante são os dados reais levantados. Apenas no Youtube seus vídeos já atingiram mais de 600 mil acessos. Sucessos sempre!

*APAIxONANtE!O artista plástico Rafael Jonnier, jovem ta-

lentoso, natural de Cáceres, autodidata e artista de primeira no nosso Estado, lançou sua expo-sição “Pop Art”, na praça central do Goiabeiras Shopping. Com direito a performances ao vivo a exposição ficará até dia 22 de setembro. A mistura do regional e Personalidades inesquecíveis como Janis Joplin e Marilyn Monroe deu um toque mais que especial. Rafael, obrigada pelo carinho da sua lembrança, com essa colunista e te desejo sempre o melhor!

*NO CóDIGO!Essa semana em Brasília, muitos membros

do judiciário acompanharam de perto no Senado a tão aguardada Reforma do Código Penal. Re-gistramos, entre tantos daqui do Mato Grosso, a presença da Juíza, Dra. Lindinalva Rodrigues, trocando idéias com o Senador Magno Malta. Empenho e vontade esteve todo o momento presente por parte das nossas autoridades. Gostei de ver!

Liderança! O empresário Sula (Urban Man), representante da marca Dudalina no Centro Oeste, lisonjeado ao receber o Prêmio de 1º

luvar de vendas. Dudalina no Brasil...

A advogada Carolina Leon ao lado da amiga Carolina Lima Verde, em clima de

descontração.

Completou mais um ano de muita vida, a empresária da modaMirian Rita Boulos, aqui

ao lado da mãe e dedicada Senhora Dona Souad. Alegrias Mil, sempre!

Os empresários Margareth e Luis Buzetti em dia de empreendedorismo, ao lado do Secretário da Sicme Alan Zanatta.

O produtor de moda, descolado e sempre

requisitado Edson Guilherme ao lado

da empresária Ruth Semiramys em pique do

Cuiabá Fashion 2013.

Inspirado no glamour o

empresário da moda, Móa

Duarte, que promete abalar

na passarela, no dia 18.09.

Cheers!

*CONVItE!Com exclusividade, luxo e glamour, desembarca em Cuiabá, dia 17.08,

Terça, no Shopping Pantanal, das 17:30 as 22:00hs, uma grande festa está sendo preparada na Inauguração da marca de sapatos mais badalada do Brasil: Raphaella Boss. A Coleção está deslumbrante e para este dia as sur-presas ficarão na memória de todos os convidados! Anotem e nos vemos lá!

*FAZER O BEM, FAZ BEM!Esse é o lema deste ano, do Cuiabá Fashion 2013. Um grande aparato

está envolvido para que tudo saia perfeito no dia 18.09, quando Dona Dilair Savi, assessoria, parceiros, empresários e a sociedade assistiram um dos mais belos espetáculos do Bem! Toda a renda será revertida para duas instituições de caridade que muito precisam. Vamos todos participar!

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 575 08/09 a 14/09 de 2013

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 575 08/09 a 14/09 de 2013 POlítica - Mt B1

CO POPULAR

Wanderley da Trimec patrola concorrência e fatura quase

R$ 200 milhões em trinta meses

o novo dono de mato grosso

Metralhado por concorrentes em um garimpo na zona rural de Várzea Grande e com a empresa declarada inidônea pelo Tribunal de Contas da União, empresário segue ampliando seu poder sobre a máquina do Estado e notadamente sobre a Secretaria de

Transporte e Pavimentação Urbana da administração de Silval BarbosaDa Redação

O empresário Wanderley Fachetti Torres, que é um dos proprietários da empreiteira Trimec Construções e Terra-plenagem Ltda e que mantém interesses em diversos outros ramos de negócios em nosso Estado, tais como no nebuloso setor da mineração, desponta como o novo dono de Mato Grosso.

A empresa que Wanderley da Trimec dirige tem conseguido o milagre de controlar algumas das principais e mais rentáveis empreitadas em andamento no Estado, como o contrato de Manutenção 031/2011 e outros contratos com a Secretaria e o DNIT a Trimec faturou em trin-ta meses quase R$200 milhões pelo qual ele é encarregado de fornecer mão de obra para a conservação e recuperação da malha rodoviária estadual, e que já gerou, em apenas trinta meses, um faturamento recorde de quase R$ 200 milhões de reais, sem que se saiba ao certo quais são os trechos de estrada efetivamente recuperados pela Trimec.

Para conseguir força e mui-tos contratos, Wanderley da Trimec tem recorrido à velha fórmula de escolher parceiros bem posicionados dentro das estruturas de poder – e foi as-sim que, na campanha eleitoral de 2012, ele atuou como um camaleão, marcando presença tanto no grupo arrecadador do candidato a prefeito de Cuia-bá, Mauro Mendes (coligação PSB-PDT-PPS), como no gru-po arrecadador do principal adversário de Mauro, o médico pobretão do PT, Lúdio Cabral – adotado como uma espécie de “laranja” dos imensos interesses econômicos que se articulam em torno da máquina administra-tiva do atual governador Silval Barbosa (coligação PMDB-PR--PT).

A eleição passou e, depois do aparente confronto entre os dois grupos políticos e econô-micos que disputaram o con-trole do cofre da Prefeitura de Cuiabá, parece que só Wander-ley da Trimec ganhou tudo nesta história, pois seus negócios se multiplicaram e estão rendendo muitos novos milhões, seja jun-to ao Governo do Estado, seja junto à administração de nossa

Capital. Para reforçar seu poder, o ardiloso empresário também tem multiplicado sua área de influência e o número de seus parceiros, ao ponto de ter como frequentador habitual do escri-tório de sua empresa, na rua Paraguaçu, no desfocado bairro do Pico do Amor, em Cuiabá, o senhor Toninho Barbosa, outro empresário que age muito nas sombras e que se beneficia, ardilosamente, da condição de irmão do atual governador do PMDB, Silval Barbosa.

Alguns dizem que tudo o que Wanderlei da Trimec toca se transforma em ouro, princi-palmente nos diversos garimpos que mantém sob seu controle, sem qualquer fiscalização do Departamento Nacional de Produção Mineral. Só que as denúncias em torno dos es-quemas, conchavos e acertos celebrados e operados por este empresário de apetite aparen-temente insaciável começam a pipocar por todos os lados e já não são poucos os inquéritos e processos administrativos e judiciais que em que seu nome começa a aparecer na condição de investigado.

O pipoco mais violento e propriamente dito aconteceu em abril de 2012, em uma remo-ta fazenda situada na zona rural de Várzea Grande, denominada Fazenda Ajuricaba, na divisa com o município de Livramen-to, onde Wanderley da Trimec foi personagem de um episódio digno das mais sanguinolen-tas histórias da Máfia, sendo metralhado ao lado de um dos seus inúmeros sócios, Valdinei Mauro de Souza, o “Ney”, à beira

de um garimpo que mantém em sociedade com o também empresário e atual prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes. O episódio rendeu muitas man-chetes, inquéritos e até mesmo a prisão de outro empresário--garimpeiro, Filadelfo Dias, em meio a uma disputa por poder que já extravasou as porteiras das inúmeras áreas de garimpo onde estes empresários cos-tumam recolher parte de suas fortunas e que se arrasta, atu-almente, no Fórum de Cuiabá.

Não bastasse o mergulho no submundo onde o que fala mais alta é o som das metralha-doras, as estrepolias contratuais da empreiteira que Wanderley da Trimec comanda já chama-ram a atenção do quase sempre vesgo e bem cevado Tribunal de Contas da União que, muito recentemente, no final de agosto deste ano de 2013, através de voto do ministro Raimundo Carreiro (da cota do senador José Sarney), declarou a Tri-

A empreiteira controlada pelo empresário Wanderley Fachetti Torres tem multiplicado seu faturamento às custas dos cofres de Mato Grosso sem que se saiba ao certo quais tem sido os serviços que a Trimec do Wanderley tem efetivamente realizado para melhoria e manutenção da malha rodoviária estadual

mec do Wanderley como uma empresa inidônea (no popular: pouco confiável, dada à prática de ilegalidade) para participar de qualquer licitação que venha a ser promovida pela Adminis-tração Pública Federal no prazo mínimo de 6 (seis) meses. A Trimec, pelo que constatou o julgamento do TCU, na ânsia de ampliar o faturamento em um contrato com o Exército Brasileiro, através do 9º BEC, incorreu na prática de fraude em documentação e em sone-gação fiscal.

ADItIVOS MILIONáRIOS

NA SEPtUPela secretaria encarre-

gada das obras de logística no Estado de Mato Grosso já passaram secretários com pose de coronel, como no caso de Luiz Antônio Pagot e Vilceu Marchetti, indicados pelo então governador Blairo Maggi (PR). Ultimamente,

os secretários perderam a im-portância e a pose e quem se impõe mesmo são empreitei-ros como Wanderley Fachetti Torres que parece encarar a Septu como uma extensão da sua empresa Trimec. O atual secretário, Cinésio de Oliveira é uma indicação do deputado federal Welington Fagundes (PR) que, em uma primeira análise, teria ampliado, com esta nomeação do seu antigo chefe de gabinete na Câmara Federal, os seus domínios, somando o controle das obras do setor federal, através da su-perintendência do DNIT, com o controle das obras do setor estadual, através da Septu. As evidências, todavia, são de que Fagundes, tanto quanto o atual chefe do poder estadual, o governador Silval Barbosa, perderam força e o poder mesmo está com Wanderley da Trimec, como demonstra o contrato 031-2011, que parece ter colocado a chave do cofre da secretaria nas mãos do empreiteiro-garimpeiro.

Quando este contrato foi celebrado, em agosto de 2011, previa um faturamento total, para a Trimec do Wanderley, de R$ 22.284.000,00 ( Vinte e dois milhões, duzentos e oitenta e quatro mil reais), em troca do simples fornecimento de mão de obra, para atender a conser-vação das estradas da malha estadual, já que tudo mais seria providenciado pelo Governo do Estado. A força do Wanderley da Trimec ficou patente quando, apenas três meses depois o acor-do inicial, em agosto de 2011, ele já conseguiu um primeiro adi-tivo para o contrato, elevando o valor em R$ 4 milhões, sem a necessidade de apresentar justificativa para quem quer que seja, já que, diante da Trimec do Wanderley, os órgãos de fiscalização do Estado parecem ser letra morta.

Desde então todas as tor-neiras da Secretaria de Trans-porte e Pavimentação Urbana e da administração do governa-dor Silval Barbosa parecem te-

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O TCU condenou a empresa Trimec Equipamentos Ltda, que pertence ao empresário Wanderley Fachetti Torres, por fraude

em licitação

Reprodução

rem sido abertas para a Trimec do Wanderley que, em apenas três anos - de maio de 2011 até este mês de setembro de 2013 -, já conseguiu reajustar repe-tidamente o valor do contrato 031-2011, atingindo, segundo as mais recentes informações o montante de R$ 52.668.000,00 (Cinquenta e dois milhões, seiscentos e sessenta e oito mil reais). E, mantido o ritmo da carruagem, não deve parar por aí.

Fonte da Septu, consul-tada pelo CENTRO-OESTE POPULAR, calcula que, nesses três anos de vacas muito, muito gordas, o Wanderley da Trimec transformou os variados contra-tos que mantém com a adminis-tração de Silval Barbosa em uma espécie de garimpo fenomenal. Os dados apontam que Wander-ley da Trimec já recolheu dos cofres públicos quantia de quase R$ 200.000.000,00 (Duzentos milhões de reais), em apenas trinta meses, concentrando obras e favores, enquanto diver-sas outras empresas do setor da construção civil, que não con-tam com as bem articuladas re-lações que ele desenvolveu por dentro da máquina pública de poder em Mato Grosso, viram seus espaços reduzidos, tiveram que vender suas equipamentos, demitir seus funcionários e até mesmo fecharem suas portas, enquanto o sorriso e a fortuna do ardiloso caixa de campanha de Lúdio Cabral e de Mauro Mendes vai se ampliando.

Pior: a empreiteira con-trolada pelo empresário Wan-derley Fachetti Torres tem multiplicado seu faturamento às custas dos cofres de Mato Grosso sem que se saiba ao certo quais tem sido os serviços que a Trimec do Wanderley tem efetivamente realizado para melhoria e manutenção da malha rodoviária estadual já que, sempre que uma equi-pe de reportagem resolve sair em campo, só encontra, pelo interior, as mesmas crateras no asfalto e os mesmos atoleiros de sempre.

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grande número de reclamações, mesmo com pouca divulgação dos telefones dos gabinetes. “Recebi queixas do Pedra 90, Osmar Cabral, Planalto, Altos da Serra e Três Barras. Os re-clames vêm de todas as regiões e demonstram que a situação é gravíssima”, pondera o par-lamentar.

CAMPEÃ DE RECLAMAçõESSegundo a Superinten-

dência de Defesa do Consu-midor (Procon-MT), a CAB Cuiabá pelo terceiro mês con-secutivo é a campeã em recla-mações no órgão desbancando os setores de telefonia fixa e

móvel, que sempre estivem no topo de insatisfação dos con-sumidores. De maio de 2012 a maio de 2013, a CAB acumu-lou 1.508 queixas, enquanto a Sanecap, em seu último ano de atividade, recebeu 622 re-clamações.

A superintendente do Procon, Gisela Viana, comenta que a maioria das reclamações é em relação a cobranças in-devidas da fatura. E que outra queixa comum é com relação aos caminhões pipa. “Como há demora da CAB em atender à demanda, o consumidor tem pagado e, depois, vem ao Pro-con cobrar o ressarcimento do prejuízo”, explicou.

na gestão da Sanecap e apesar da promessa de melhoria, das mudanças na rede de abasteci-mento, a situação não melhorou em nada. “Compramos água dos caminhões pipas ao menos três vezes por mês. A cada mil litros desembolsamos R$ 40, caso contrário temos que sondar quando o fornecimento vai che-gar ao bairro”, lamenta.

Há 23 anos, a aposentada Nilcinha Maria Pereira, 60, residente na Rua Minas Gerais no Jardim Brasil convive com a carência d’água. O problema só não é maior porque ela conta com auxílio de um poço artesia-no. Ela explica que água quando chega as torneiras é tão fraca que não abastece as caixas da parte alta da casa. Mas o pouco que consegue, é armazenado em baldes e recipientes plásti-cos que são usados para limpar a casa e lavar roupas. Mesmo enfrentando momentos críticos, sua generosidade é grande. “Com auxilio de uma bomba e uma mangueira oferto água

para abastecer as casas de duas vizinhas. Essa situação é muito triste e humilhante”, revela a moradora. Mesmo com a falha no sistema a reportagem consta-tou que as contas chegam todos os meses aos consumidores e em alguns locais houve aumen-to no valor da tarifa.

MAPA DA ESCASSEZ

O vice-presidente da União Cuiabana de Associações de Moradores de Bairros (Ucamb), Joanil da Costa disse que está sendo elaborado um “mapa da escassez” para identificar pon-

tos críticos de falta de água para cobrar a CAB. Com isso, enal-tece que a associação pretende buscar soluções para identificar os períodos que acontecem às interrupções e esperam que o estudo ao menos minimize a situação. Já na Câmara de Cuiabá, a Comissão Especial de Acompanhamento da CAB, criou mecanismos para receber denúncias que permitam aju-dar na elaboração do “mapa da escassez”.

Segundo o presidente da Comissão Especial, o vereador Toninho de Souza (PSD), a fina-lidade é mapear os pontos críti-cos de falta de água e identificar onde ocorrem situações graves para verificar o que a CAB tem feito para cumprir o contrato.

T o n i n h o , D o m i n -gos Sávio(PMDB) e Oséias Machado(PSC) disponibiliza-ram telefones em seus gabinetes que funcionam de segunda a sexta-feira, no horário comer-cial, para anotar as reivindi-cações dos bairros. “É uma ferramenta importante para o trabalho da comissão”, justifica Toninho. Já o vereador Oséias revela que está assustado com o

Geral - mtB2

Falta de água perpetua nos bairros em Cuiabá

reClamação Constante

Com mais de um ano na gestão de saneamento da cidade, a CAB ainda não conseguiu amenizar o caos no abastecimentoRegina Botelho

Da Redação

A prestação de serviço que já era ruim quando prestado pela antiga Companhia de Sa-neamento da Capital (Sanecap), piorou depois que foi privatiza-do para a CAB Cuiabá, segundo a população de Cuiabá. Vários bairros sofrem com o abaste-cimento irregular. Com um semblante triste, uma residên-cia humilde de apenas quatro cômodos, a dona de casa Maria Flaviana da Silva, 76, moradora do bairro Jardim Vitória conta que o fornecimento irregular d´água é frequente na região. Somente na semana passa-da, lembra que o bairro ficou quatro dias sem uma gota nas torneiras. Para amenizar o caos, a anciã conta com pequenos reservatórios que são utilizados para os serviços domésticos. “Não dá para nada. Estamos em um período de forte calor. Tenho roupas acumuladas por toda a minha casa”.

Revoltada também está a técnica em edificações, Lucinéia Martins Pereira, 43, que reside

no Jardim União há 17 anos. “A CAB entrou acabou água”. Ela frisa que os moradores passam semanas sem o fornecimento. Acostumada com o caos no abastecimento do líquido pre-cioso dispõe em sua casa três caixas d’água grandes afixadas em seu quintal. “Às vezes quan-do a água chega de madrugada ocorre muito desperdício, pois existem vários canos furados na localidade. Ainda bem que os moradores são unidos e um acaba ajudando o outro. É co-mum vizinhos buscarem água na casa do próximo”, observa.

A cozinheira Lucilene Martins Pereira, 42, reside na rua Salgado Filho também no Jardim União há nove anos e padece com o fornecimento ir-regular. A moradora conta com um reservatório de mil litros

CAB afirma que executa programa de padronização

A CAB informou via as-sessoria que a empresa está executando o programa de padronização nos bairros que sofrem com a intermitência de água. A concessionária justifi-cou que já passou por 37, dos 100 bairros que serão atingi-dos pelo programa até 2014. De acordo com a assessoria, os bairros Jardim Florianópolis, Jardim União, Jardim Vitória e Jardim Brasil integram o programa de padronização e a medida da demanda recebida tem enviado caminhões pipa para reforçar o abastecimento nesses bairros. Sobre a distri-buição ineficiente de água na cidade, a assessoria alegou que o crescimento desorde-nado da cidade, dos bairros criados sem as condições de

infraestrutura necessárias, grande incidência de ligações irregulares (cerca de 40 mil famílias usam água sem terem hidrômetro) e o histórico de falta de investimentos e de manutenção no sistema de abastecimento da cidade, são fatores que contribuem com o fornecimento regular. “Um dos graves problemas que a empresa também enfrenta nos bairros são as ligações clandestinas, que prejudicam toda a comunidade. Quem faz uma ligação irregular compro-mete a rede de água, causa va-zamentos que tiram a pressão e infiltrações que contaminam a água. Combater esse tipo de ligação é outra frente de tra-balho da empresa”, informou a assessoria.

DIStRIBUIçÃO INEFICIENtE

O planejamento da CAB Cuiabá é abranger no pro-grama de padronização, de acordo com critérios técnicos, 99 bairros que hoje tem problemas no sis-tema de abastecimento, em todas as regiões da cidade. Serão atendidos conforme cronograma técnico bairros das regiões como a Grande Morada da Serra, Altos da Serra, Parque Cuiabá, Jar-dim Florianópolis , Dom Aquino, Santa Isabel, Duque de Caxias 1 e 2, Tancredo Neves, Centro América, João Bosco Pinheiro, Jar-dim União, Florianópolis, Jardim Brasil, Jardim Vitó-ria, entre outros.

Famílias que sofrem com a falta regular de abastecimento utilizam reservatórios para garantir um pouco mais do bem essencial à vida

fora as duas caixas localizadas na parte de cima do telhado. “Com auxilio de uma mangueira forneço água a dois vizinhos pelo muro de casa. As poças de água espalhadas pelo bairro não são esgotos, mas sim água limpa que é desperdiçada sem nenhuma utilidade”.

Além da escassez comum no bairro Jardim Florianópo-lis, o jovem Kayque Victor,18, afirma que a situação é antiga

e está longe de ser solucionada. Para ele o problema começou

Dona Maria Flaviana da Silva, lamenta que a situação seja antiga e frequente no Jardim Vitória

Lucinéia Martins Pereira, do Jardim União: CAB entrou acabou água

Lucilene Pereira lamenta que as poças de água limpas estão espalhadas no Jardim União e desperdiçada sem nenhuma

utilidade

Nilcinha Maria Pereira moradora do Jardim União economiza como pode o líquido precioso e raro na região

Mesmo com dificuldades vizinhos se unem e recebem água em casa com ajuda de outros moradores

Fotos Regina Botelho

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Falta políticas públicas na recuperação de jovens infratores

CompleXo pomeri

Sistema é apontado como caótico e sem metodologia de trabalho. Na maior unidade socioeducativa de Mato Grosso falta efetivo e adolescentes infratores vivem em ambiente insalubre

Regina BotelhoDa Redação

Superlotação, ambiente insalubre e falta de políticas públicas eficazes. Essas são algumas das deficiências que impedem o Complexo Pome-ri, atualmente denominado Centro Socioeducativo, no bairro Planalto em Cuiabá, atingir o ideal que é recupe-rar jovens infratores.

A unidade de internação de adolescentes em conflito com a lei sob jurisdição do Governo do Estado conta com 105 internos cumprindo medida socioeducativa na instituição. Deste total, 75 são internados definitivos, 26 internados provisórios e 04 adolescentes femininas. A unidade abriga adolescentes na faixa etária de 12 a 18 anos que cometeram atos infracio-nais como roubo, furto quali-ficado e na forma reiterada, tráfico de entorpecentes, sexuais (análogos a estu-pro), homicídio e latrocínio. Conforme o ato infracional e tempo determinado para internação, poderá o adoles-cente ficar até os 21 anos.

A maior unidade socio-educativa de Mato Grosso conta com 32 quartos para unidade de internação mas-culina, 22 internação pro-visória masculina e 04 na internação feminina.

A presidente da Comis-são de Direitos Humanos da OAB/MT, Betsey Polistchuk de Miranda, revela que a instituição está muito aquém daquilo que realmente de-veria ser. “Existem lugares com aspectos ruins. As de-pendências da parte antiga é totalmente insalubre, escura, úmida e há superlotação. Não existe espaço para res-socialização dos menores infratores. O aspecto físico é muito negativo. A estrutura não é das melhores e de-pende de muita adequação”, observa Betsey.

Segundo ela, os ado-lescentes são submetidos a tratamento desumano e os princípios estabelecidos no Estatuto da Criança e Adoles-cente (ECA) não estão sendo cumpridos. Para Betsey, uma educação em período inte-gral e uma formação técnica rápida seria ideal para ame-nizar a ponta deste iceberg. “Tudo precisa ser repensado para ver como se pode re-solver. Não só o problema do menor, mas dos adultos também. Está na hora de haver uma ação prática, sair do discurso e ir para prática”, completa a presidente da Co-missão de Direitos Humanos da OAB/MT.

* Jovelina (nome fictí-cio), agente socioeducativa

do Pomeri revela que os maiores problemas ocorrem na parte antiga, pois a estru-tura é muito sensível e com um empurrão vem chão abai-

xo. Ela diz que o local passa por manutenções constantes devido a depredações feitas pelos próprios infratores. “O problema só será solu-cionado quando inaugurar a unidade em Várzea Grande”.

Apesar do bloco velho ser contemplado todos os meses com dedetização, é comum o aparecimento de baratas e ratos. Outra defi-ciência citada pelo agente *Humberto são os problemas na parte hidráulica que sem-pre está com entupimentos. Para o servidor a parte velha já foi condenada há muitos anos e algumas alas estão interditadas. “Só vai ser pos-sível uma interdição total quando houver transferên-cias dos menores infratores para outras unidades”.

*Thiago conta como é a rotina de trabalho no local, considerado uma bomba relógio para a sociedade. “É muito difícil. Somos ameaça-dos o tempo todo. Os adoles-centes problemáticos fazem de tudo para confrontar os agentes socioeducativos. Apesar de contarem com médico, dentista, preparador físico, psicólogo, as fugas ocorrem devido à fragilidade que ocorre na parte velha. Há muita destruição na parte velha do Pomeri, ala crítica e que amedronta muitos servi-dores. Reparos paliativos são constantes. Estamos fazendo cursos de capacitação, que deveriam ter sido iniciados há vários anos atrás. A falta de efetivo é outra barreira que limita um bom serviço no complexo”, revela o servidor.

REFORMA EM 40 DIAS

A juíza Gleibe Bispo dos Santos, que atua junto à 1ª Vara da Infância e Juventude de Cuiabá, garante que para todos os efeitos hoje o socio-educativo está interditado

por força de uma decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. “Entrei com uma liminar para interdição par-cial do Pomeri em 2011. Pos-

teriormente o Tribunal de Justiça suspendeu os efeitos dessa liminar. Em seguida o mérito manteve a liminar de interdição”, explica.

A decisão foi tomada após várias visitas in loco, onde ela descreveu as ins-talações como precárias, insalubres, desprezíveis e inaceitáveis e que todas as medidas administrativas já haviam sido tentadas.

Após isso, Gleibe Santos começou a trabalhar para-lelamente para solucionar os problemas. Conta que esteve na Assembleia Legis-lativa e conversou com os deputados. Na sequência, conseguiu R$ 450 mil em emendas parlamentares que foram repassadas para a reforma do socioeducativo. Posteriormente a iniciativa da juíza, foi formada uma comissão e os parlamentares foram até o governador Silval Barbosa ( PMDB) que liberou R$ 800 mil em 2012 para as reformas totalizando recur-sos na ordem de R$ 1.250 mil. “ No ano passado fica-mos aguardando a liberação dos projetos. Foi firmado

uma parceria entre a Vara da Infância e Juventude e o Governo do Estado e elabo-

rado um projeto de reforma que já está em fase de licitação”.

Para a ma-g i s t r a d a e s s e montante será suficiente para reformar o bloco provisório, bloco da saúde e bloco I (que é o definiti-vo). Ela frisa que existe a ala velha bastante antiga construída na dé-

cada de 70 e não compensa investir no local. “A proposta é fazer a reforma da parte mais nova e estamos traba-lhando na elaboração dos

projetos. Acredito que vai ser uma das melhores unidades do Brasil em termos de estru-tura”, sinaliza.

O sonho da magistrada é arrumar o Pomeri e deixá-lo com condições dignas para os adolescentes. Sinaliza ainda que pretende mudar a metodologia de trabalho e toda a parte de educação - projeto este considerado audacioso, pois não engloba somente a reforma física.

A juíza conta que o pro-jeto para reforma do Pomeri foi bem elaborado. Também foi criado uma logomarca nova com cores em tom azul para transmitir um pouco mais de tranquilidade ao ambiente. “Os quartos serão reformados para que fiquem confortáveis. Iremos com-prar novos equipamentos, novos uniformes e toda a parte de enxoval que incluem roupa de cama e toalhas. As obras de reforma devem começar em 40 dias. Será um grande projeto para o renascimento do Pomeri”.

‘RENASCIMENtO’ DO POMERI

Sobre a interdição parcial, a magistrada afirmou que a sociedade precisa entender que o complexo não pode internar adolescentes que não cometem ato de forma grave. Segundo a juíza, está sendo utilizado um critério de ponderação e dependendo do tipo de ato infracional, tipo de adolescente, se é reincidente ou réu primário é feito primei-ro uma ponderação na hora do ingresso. Explica também que a nova entrada de menores infratores no Centro Socie-ducativo só é feita quando há absolutamente necessidade. “ Teoricamente a instituição não pode receber novos internos. Só vamos receber adolescentes que cometem atos infracionais de natureza grave como homi-cídio, estupro, ato infracional

71% dos jovens voltam a cometer atos infracionais, mesmo após a aplicação das medidas. Esse foi o resultado de um levantamento feito pelo Judiciário de Mato Grosso em julho de 2013 junto aos meno-res infratores que cumprem medidas socioeducativas no complexo Pomeri, em Cuiabá. Um levantamento semelhan-te, feito pela Polícia Judiciária Civil com base em números do primeiro semestre, revela que seis em cada 10 menores apreendidos são reincidentes. Os crimes mais comuns são tráfico ou porte de drogas e roubos.

O delegado adjunto da Delegacia Especial do Ado-lescente (DEA),Eduardo Bo-telho, acredita que três fatores facilitam o retorno dos meno-res a praticar crimes. Segundo ele, a estrutura oferecida é precária, as famílias de muitos jovens não cooperam para a recuperação e o índice de evasão do ambiente escolar,

nestes casos, é muito alto.O juiz auxiliar da Cor-

regedoria-Geral de Justiça, Antonio Veloso Peleja Júnior, afirma que é possível traçar um perfil dos jovens com base nos dados coletados em março, quando ele era titular da 2ª Vara Especializada da Infância e Juventude de Cuiabá. A maioria dos meno-res tem apenas o ensino fun-damental (67%), sendo que 88% são negros ou pardos. As famílias são desestruturadas e têm baixo poder aquisitivo, morando normalmente em locais cercados pelo tráfico de drogas.

O juiz afirma que é fun-damental a construção de unidades semiabertas, espécie de ponte entre a internação e a liberdade, e a ampliação da rede de entidades envolvidas com o trabalho comunitário de adolescentes infratores, que atualmente inclui, em Cuiabá, apenas o Museu do Rio.

Retorno ao crimeFotos: R

egina Botelho

A unidade de internação de adolescentes em conflito com a lei sob jurisdição do Governo

do Estado conta com 105 internos cumprindo medida socioeducativa na instituição

análogo como latrocínio e cri-mes de grande repercussão”, explica Gleibe.

OUtRO LADOO secretário adjunto da

Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos de Mato Grosso( Sejudh), Valdemir Rodrigues Pascoal, assegura que a estrutura física velha do Pomeri será resolvida com a reforma de algumas depen-dências e as demais restantes demolidas. “Uma nova uni-dade será construída no local hoje denominado bloco antigo. Será reformado o Bloco I da internação masculina, Bloco de Saúde e unidade de interna-ção masculina”. Para resolver o quantitativo de servidores, comenta que já foi deman-dado novo concurso público previsto para abertura ainda em 2013.

Segundo Pascoal, na uni-dade os adolescentes partici-pam de oficinas de qualifica-ção, aulas de ensino formal, práticas esportivas e culturais.

Em relação à superlotação diz que ocorre em momentos ex-cepcionais e que no momento a unidade não está com su-perlotada.

Além do Complexo Po-meri em Cuiabá, o secretário ressalta que o interior de Mato Grosso conta com quatro uni-dades de internação para ado-lescentes nos municípios de Barra do Garças, Cáceres, Ron-donópolis e Sinop. “ O governo tem projetos para construir novas unidades em Lucas do Rio Verde, Primavera do Les-te, Rondonópolis, Tangará da Serra e a retomada das obras do Centro de Várzea Grande. Pretendemos transformar o atual Centro de Cáceres em unidade feminina. Iremos adequar o antigo prédio da Su-perintendência para instalação de uma Casa de Semiliberdade para 20 adolescentes. Com a construção dos novos centros socioeducativos, Mato Grosso vai contar com cerca de 570 vagas no sistema”, observa o secretário adjunto da Sejudh.

Maior unidade socioeducativa de Mato Grosso, criada para recuperar jovens infratores, é considerada um mini presídio

Com projeto de reformulação, uma nova logomarca foi criada e os internos terão a disposição novo enxoval que

inclui lençol e toalha

O sonho da juíza Gleibe Santos é reformar o Pomeri e deixá-lo com condições dignas para os adolescentes

De acordo com levantamento feito pelo Tribunal de Justiça, 71% dos jovens voltam a cometer atos

infracionais, após a aplicação das medidas

Page 12: JORNAL CENTRO OESTE POPULAR

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Distrito Federal - Mato Grosso - Mato Grosso do SulANO XIII nº 575 08/09 a 14/09 de 2013B4 cidades - mt

Um porto perto da sua empresaporto seCo Cuiabá

A estação aduaneira de Mato Grosso é uma alavanca para o desenvolvimento do Estado

Juliana RadelDa Redação

Com o objetivo de in-centivar o crescimento do comércio de Mato Grosso, a empresa Porto Seco de Cuiabá atua há 10 anos no mercado e oferece servi-ços vinculados às impor-tações e exportações. O Porto Seco é uma estação aduaneira de iniciativa privada, homologado pela Receita Federal em 2003,

Francisco Antônio de Almeida, mais conhecido como Chico Paiaguás, presidente do Porto Seco: hoje, todas as empresas que possuem benefício fiscal em Mato Grosso realizam, necessariamente, a comercialização via Porto Seco

após concorrência pública. Hoje, todas as empresas que possuem o benefício fiscal em Mato Grosso re-alizam, necessariamente, a comercialização via Porto Seco.

A empresa, localizada no Distrito Industrial de Cuiabá, tem uma área de 33 mil m² e oferece servi-ços como: movimentação e armazenagem de merca-dorias; estadia de veículos, contêineres e unidades de

carga; pesagem, limpeza e desinfecção de cargas e ve-ículos; coleta de amostras, agilidade nos desembara-ços com a presença cons-tante da Receita Federal e dos ministérios da Saúde e da Agricultura, dentre outros serviços.

Francisco Antônio de Almeida, mais conheci-do como Chico Paiaguás, presidente do Porto Seco desde a fundação, relata que Mato Grosso tem uma

importância fundamental na economia do Brasil. “É muito importante que te-nhamos esse intercâmbio. Os negócios realizados através do Porto Seco são ligados diretamente com o importador ou com o ex-portador e isso faz com que a comunidade do Estado acabe se inserindo em um comércio internacional, o que é muito importante”.

Chico Paiaguás afirma que a logística do Estado

melhorou apesar da ca-rência de transporte para carregar as mercadorias. “Se tivéssemos uma ferro-via ou melhores estradas, com certeza teríamos um intercâmbio maior e, con-sequentemente, produtos em maiores quantidades”, explica.

O Porto Seco atual-mente conta com uma equipe de 100 funcionários e possuiu uma unidade de armazéns em Paranaguá

(PR). “Somos operador portuário através de outra empresa do grupo, isso acontece para facilitar os trâmites”, comenta o em-presário.

Chico Paiaguás diz também que ainda este ano “vamos ampliar a área do Porto Seco: 7 m²de área externa e mais 3 m² de área coberta”, conclui.

PRODUtOSAtualmente os pro-

dutos mais importados pelo Porto Seco são pneus, bobinas de aço, material de metal mecânico, insumos para indústria local como polipropileno para fazer forro, garrafas de bebidas e muita máquina agrícola. Já os exportados são ma-deira, algodão em pluma, milho pipoca e feijão. O Porto Seco é uma alavanca para o desenvolvimento do Estado, pois além de aten-der as empresas com be-nefício fiscal, o Porto Seco também atende indústrias que estão se instalando no Estado e empresas comer-ciais que trazem produtos importados para serem vendidos dentro de Mato Grosso e fora dele.

Fotos COPOPULAR

Porto Seco de Cuiabá, desde sua criação em 2003, tem registrado considerável crescimento nas operações de importação e exportação no Estado

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“O TCE-MT é um exemplo de dedicação na busca pela excelência em gestão”

Comitê Gestor da Atricon entrega relatório de avaliação prévia à Corte de Contas de Mato Grosso

Controle eXterno

Beatriz GirardiDa Redação

O Pleno do Tribunal de Contas de Mato Grosso rece-beu durante a sessão plenária de terça-feira, (03/09), repre-sentantes do Comitê Gestor da Associação dos Membros do Tribunal de Contas do Brasil (Atricon), quando foi entregue a avaliação prévia do órgão. Os representantes visitaram todas as unidades do TCE-MT com objetivo de avaliar os itens e critérios de qualidade e agilidade do controle exter-no. Fazem parte do comitê, o conselheiro do TCE do Estado do Piauí, Kennedy Barros e pelo conselheiro substituto do TCE-PI, Joílson Campelo.

Ao receber o documento, o presidente do TCE-MT, José Carlos Novelli, enalte-ceu a importância das auto avaliações na fundamentação do Plano Estratégico. “A auto

José C. Novelli, presidente do TCE-MT: a auto avaliação oferece dados que subsidiam os Tribunais de Contas na elaboração dos seus planejamentos e ficamos felizes de poder

partilhar nossas experiências com o restante do país com o restante do país

avaliação oferece dados que subsidiam os Tribunais de Contas na elaboração dos seus planejamentos e ficamos feli-

zes de poder partilhar nossas experiências com o restante do país”, afirmou.

Além do TCE-MT, ou-

tros 25 Tribunais de Contas aderiram ao regulamento de avaliação de Qualidade e Agi-lidade, estabelecido no Regu-lamento da Atricon nº 1/2013 que busca apurar, de forma aprofundada, se os órgãos de controle externo atendem aos anseios da sociedade. Em Mato Grosso, as unidades técnicas do Tribunal de Con-tas iniciaram a avaliação uma semana antes, respondendo o questionário prévio.

CAtALIZADOR DE MELhORIAS

O presidente da Atricon

Marcos Bergamasco/Agência Phocus

Conselheiro substituto Joílson Campelo (TCE-PI), membro do Comitê Gestor da Atricon destaca a importância da visita

técnica ao TCE-MT

e conselheiro do TCE-MT, Antonio Joaquim, ressaltou sobre a conjuntura históri-ca que envolve o controle externo. “Estamos vivendo um momento único, no qual 26 instituições se colocam espontaneamente para re-ceberem avaliações o que significa que aqueles que não estão acertando, buscam corrigir suas falhas e aqueles que já acertam, buscam se aperfeiçoar”, disse.

Segundo o membro da Atricon, conselheiro substi-tuto do Piauí, Joílson Cam-pelo, a associação tem bus-cado ser mais do que uma instituição de membros, para se tornar um cataliza-dor de melhorias no controle

externo. Campelo desta-cou a atuação do Tribunal de Contas de Mato Grosso quanto ao desenvolvimento de suas funções. “O TCE-MT é um exemplo de dedicação na busca pela excelência em gestão e isso precisa ser levado a outros órgãos”, finalizou.

A etapa inicial da ava-liação começou com a res-posta ao questionário prévio com 133 quesitos, inseridos em 88 perguntas. Os re-sultados da avaliação serão anunciados durante o XXVII Congresso dos Tribunais de Contas do Brasil, de 3 a 6 de dezembro, em Vitória (ES). (Com informações da Assessoria)