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Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima JORNAL DO Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima EDIÇÃO: 41ª | Julho 2014 PÁG. 8 PÁG. 9 Em Roraima, apenas 16% das ações do PAC 2 em saúde foram concluídas Agosto haverá eleição para Conselheiro Federal CRM – RR intensifica fiscalizações e cobra melhorias do setor público Pág. 7 JORNAL DO

Jornal CRMRR Edição 41

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Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima

J O R N A L D O

Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima

EDIÇÃO: 41ª | Julho 2014

PÁG. 8 PÁG. 9

Em Roraima, apenas 16% das ações do PAC 2 em saúde foram concluídas

Agosto haverá eleição para Conselheiro Federal

CRM – RR intensifi ca fi scalizações e cobra

melhorias do setor públicoPág. 7

J O R N A L D O

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2Julho - 2014Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima

J O R N A L D O

Para buscar a valorização profissional devemos ter como

base quatro pilares importantes:

O primeiro é o fortalecimento dos Sindicatos. Para que isto

ocorra é preciso se filiar e participar ativamente das suas ativida-

des. Através da participação e da mobilização é que teremos força

para fazer valer nossas reivindicações. Permita-me lembrar uma

frase lendária de Getúlio Vargas, dita em seu pronunciamento

no dia 1 de maio de 1951, para os trabalhadores brasileiros: “O

sindicato é a vossa arma de luta, a vossa fortaleza”.

O segundo é o apoio incondicional dos Conselhos Regio-

nais e Conselho Federal de Medicina. Os Conselhos podem e

devem sentar nas rodadas de negociações em busca da valo-

rização do trabalho médico e de uma assistência médica de

qualidade para o povo brasileiro. A atuação dos Conselhos de

Medicina e de seus representantes nos Conselhos de Saúde é

fundamental para a valorização do médico e buscar melhorias

no Sistema Único de Saúde.

O terceiro é o fortalecimento dos Conselhos através da

participação dos médicos nos eventos científicos e éticos, e nas

Câmaras Técnicas quando convidados.

E em quarto, é preciso intensificar a capacitação dos nossos

profissionais através dos Programas de Educação Médica Con-

tinuada. O profissional bem preparado tem maiores chances de

conseguir uma remuneração justa.

O Conselho Regional de Medicina de Roraima tem atuado

incondicionalmente no fortalecimento desses quatro pilares.

Somos 728 médicos em atividade no estado (lista atualizada

em 20/05/2014). É preciso que os médicos do Estado entendam

que somos uma força considerável e precisamos nos inserir

mais nas discussões e decisões dos governos no que se referem

às questões de políticas de saúde. A valorização da medicina e

do trabalho médico passa necessariamente pela valorização do

Sistema Único de Saúde. Queremos para o SUS uma gestão com

planejamento, sem desvio de recursos e com metas e objetivos

a alcançar.

Temos uma capacidade política ainda pouco aproveitada.

Isto se dá pela distância que os médicos mantêm das suas ins-

tituições. Este afastamento, além de enfraquecê-las, cria uma

sobrecarga em cima dos seus dirigentes, que na maioria das

vezes, são obrigados a tomar decisões solitárias, que podem

gerar descontentamento na categoria. É preciso que se crie uma

consciência local e nacional a respeito da participação de cada

um de nós, no contexto político das decisões a serem tomadas

em todos os níveis de gestão.

Os momentos de crise devem servir para reflexões e busca de soluções. A medicina brasileira e o trabalho do médico, seja no SUS ou no Sistema Suplementar, vêm passando por momentos difíceis nos últimos anos. Precisamos buscar urgentemente

a valorização do profissional, fortalecendo as nossas instituições. O médico não pode estar afastado delas, seja: em Conselhos de Medicina, Sindicatos Médicos, Conselhos de Saúde – Estadual ou Municipal – Associações Médicas e Cooperativas Médicas.

EDITORIAL

“É preciso que se crie uma consciência local e

nacional a respeito da participação de cada um de

nós, no contexto político das decisões a serem tomadas em

todos os níveis de gestão”.

WIRLANDE DA LUZEditor-chefe

Valorização da Medicina e do Exercício Profissional

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3Julho - 2014 Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima

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PALAVRA DO PRESIDENTE

Alexandre de Magalhães Marques

Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado de RoraimaEXPEDIENTE

Não vamos nos afastar jamais do nosso

compromisso de exercer uma fiscalização ri-

gorosa para protegermos o bom exercício da

medicina e, consequentemente, a sociedade.

Está sendo assim, quase que diariamente, nas

nossas idas às Unidades de Saúde.

Temos questionado aos gestores, o por-

quê da péssima qualidade da assistência pres-

tada aos usuários do SUS. Nossos relatórios

têm sido enviados ao Ministério Público da

Saúde que, como órgão fiscalizador, também

tem cobrado junto às autoridades responsáveis

pela devida assistência ao cidadão roraimense.

Estivemos na UTI do HGR, onde re-

centemente ocorreram mortes de pacientes

por falta do básico como: oxigênio, noradre-

nalina, trombolítico, antibióticos e outros

medicamentos. Nossos colegas e os demais

profissionais trabalham angustiados e numa

insegurança inaceitável. Como presidente,

estive pessoalmente alertando ao Secretário

Estadual de Saúde e ao próprio governador do

Estado de que mais mortes evitáveis podem

ocorrer, caso não seja tomado providências

urgentes.

Em uma fiscalização ao LAPER (Labo-

ratório de Patologia do Estado) verificamos

as péssimas condições de trabalho e de estru-

tura daquela unidade. Ambiente totalmente

inadequado para que os profissionais possam

realizar seu trabalho com dignidade e, acima

de tudo, com segurança. A Comissão de Fis-

calização do CRM-RR entendeu ser necessário

fazer uma interdição parcial do laboratório. E

assim o fizemos.

A Comissão de fiscalização esteve tam-

bém no Hospital da Criança Santo Antonio

onde havia denúncia sobre as dificuldades en-

frentadas pelos profissionais para realizarem

procedimento de Diálise Peritonial. O proce-

EDITOR-CHEFEWirlande Santos da Luz

JORNALISTA RESPONSÁVELMarta Gardênia Barros

REVISÃO TEXTUALRita de Cássia Costa

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃODavid Eugene

FOTOSGuilherme Moraes

IMPRESSÃOGráfica Ióris

TIRAGEM 1000 exemplares

DIRETORIAPresidente: Alexandre de Magalhães Marques1º Vice-Presidente: Rosa de Fátima Leal de Souza2º Vice-Presidente: Francinéa Rodrigues de Moura1ª Secretária: Anete Maria Barroso de Vasconcelos 2ª Secretária: Maria Hormecinda Almeida de Souza CruzTesoureira: Nite Lago ModernellCorregedora: Blenda Avelino GarciaSub-Corregedor: Marcelo Henrique de Sá Arruda

COMISSÃO DE ESPECIALIDADEPresidente: Bruno Figueiredo dos SantosMembro: Marcos Antônio Chaves Cavalcanti de AlbuquerqueMembro: Paulo Roberto de Lima

COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃOCoordenadora: Rosa de Fátima Leal de SouzaMembro: José Antônio do Nascimento FilhoMembro: Niete Lago ModernellMembro: Bruno Figueiredo dos SantosMembro: Domingos Sávio Matos DantasMembro: Alexandre de Magalhães MarquesMembro: Alberto Ignácio Olivares OlivaresMembro: Francinéa Rodrigues de Moura

COMISSÃO DE ASSUNTOS POLÍTICOS – CAPMembro:Laerth Macellaro ThoméMembro: Raimundo Júnior Prado OliveiraMembro: Elana Faustino Almeida

COMISSÃO DE EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA Coordenador: Vitor Manuel Montenegro da CostaMembro: Samanta Hosokawa Dias de Nóvoa RochaMembro: Cristiane Greca de BornMembro: Ricardo Augusto Iosimuta LoureiroMembro: Débora Maia da Silva

CÂMARA TÉCNICA DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIAMembro: Anete Maria Barroso de VasconcelosMembro: Niete Lago ModernellMembro: Ricardo Augusto Iosimuta LoureiroMembro: Rosa de Fátima Leal de Souza

COMISSÃO DE TOMADA DE CONTASMembro: Elana Faustino AlmeidaMembro: Aurino José da SilvaMembro: Álvaro Túlio Fortes

COMISSÃO DE LICITAÇÃOPresidente: Ricardo Augusto Iosimuta LoureiroMembro: Domingos Sávio Matos DantaMembro: Marcelo Cabral Barbosa

CONSELHEIROS FEDERAIS - RORAIMAEfetivo: Paulo Ernesto Coelho De OliveiraSuplente: Mauro Shosuka Asato

REPRESENTANTE DO CONSELHO ESTADUAL DE SAÚDETitular: Mareny Damasceno de SouzaSuplente: Débora Maia da Silva

REPRESENTANTE DO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDEAlexandre Magalhães MarquesAurino José da Silva

CONSELHO EDITORIAL:Membro: Wirlande Santos da LuzMembro: Alexandre de Magalhães MarquesMembro: Laerth Macellaro Thomé

ASSESSORIA CONTÁBILEudes Martins Filho

ASSESSORIA JURÍDICAKardec e Advogados Associados

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Marta Gardênia Barros

ASSESSOR ESPECIAL DA PRESIDÊNCIAWirlande Santos da Luz

Av. Ville Roy, 4123, Canarinho, Boa Vista, RoraimaTel.: (95) 3623-1542Fax: (95) 3623-1554

E-mail: [email protected]: www.crmrr.cfm.org.br

dimento é realizado na base do improviso. Tal

fato perdura há mais de dois anos.

Em procedimento de fiscalização no

Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de

Nazaré encontramos várias irregularidades a

serem sanadas, aliás, as mesmas que há anos

foram identificadas durante as várias fiscali-

zações realizadas naquele local.

Estamos trabalhando muito. Nossos rela-

tórios com dezenas de fotos anexas são enca-

minhados aos gestores e Ministério Público.

Mas, nos parece, não haver vontade política

para resolver os problemas estruturais e de

abastecimento das Unidades de Saúde. Some-

-se a esse fato, o financiamento inadequado, o

desperdício e a sangria dos recursos do SUS.

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4Julho - 2014Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima

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ARTIGO

NARGUILÉPERIGO CONSTANTE

O Narguilé é uma espécie de cachimbo consti-

tuído de um fornilho, um tubo longo e um pequeno

recipiente contendo água perfumada. É muito usado

por hindus, persas e turcos.

O Instituto Nacional de Câncer alerta de que um

pouco mais de uma hora, o consumo provocaexposição

a componentes tóxicos presentes em 100 cigarros. A

fumaça passa pelo ducto até chegar à boca do usuário.

Geralmente uma sessão de Narguilé dura de 20 a 80

minutos, o que corresponde à exposição acima citada.

Compartilhar o bocal entre os usuários pode

resultar na transmissão de doenças como Herpes,

Hepatite “C” e Tuberculose.

A nicotina não causa problemas apenas no

sistema respiratório. A inges-

tãointerfere no funcionamento

de todos os órgãos do corpo, tais

como:- queda de cabelo, irrita-

ção nasal, câncer nasal, câncer

de mama, doença coronariana,

problemas respiratórios, câncer

de pulmão, abortos espontâne-

os, arteriosclerose, impotência

para homens, envelhecimento

precoce da pele.

O Professor e Pneumo-

logista da UnB, Dr. Carlos

Alberto de AssisViegas, alerta

de que “as essências ajudam a melhorar o paladar e

fazem com que a pessoa trague com maior profun-

didade e intensidade, mas não existe tabaco para

narguilé sem a nicotina”. OProfessor ainda chama

a atenção para outro hábito perigoso que envolve

o uso do narguilé: “a mistura de maconha, vodca,

tabaco e essência no mesmo recipiente”.

“As pessoas acham que a água consegue filtrar a

nicotina, mas estão erradas, pois essa substância não

é solúvel em água”, esclarece Viegas. Além disso, relata

de que “a fumaça do narguilé tem maior concentração

de CO porque, além do tabaco, há o carvão”.

A Dra. Eliane de Fátima Duarte, Coordenadora

do Programa de Controle do Tabagismo do Hospital

Universitário de Brasília (HUB), alerta para o que

chama de Prejuízos Generalizados: “As folhas do

fumo tem 7.356 substâncias tóxicas, entre elas uma

psiquicamente ativa, a nicotina”. “Outras 50, que estão

no alcatrão, são comprovadamente carcinogênicas e

20 são potenciais causadoras de câncer”. “Tudo isso

na folha no tabaco, que quando queimada se mistura

a outros elementos químicos”. “A fumaça contem o

monóxidode carbono, a mesma coisa expelida no

escapamento dos carros”. “Possui também arsênio,

que é veneno, além de formol, naftalina, amônia e

tíner”. “O cigarro causa derrame cerebral, gangrena

nas pernas e inflamação de todas as veias e artérias

do corpo”. “As pessoas só procuram ajuda para parar

quando alguém próximo morre”. “O paciente vive a

ilusão de que a fotografia no verso do maço não é real,

mas aquele é o retrato de um fumante”.

Dr. José Antônio

Médico ginecologista

Jornal Correio Brasiliense (agosto/2013)

O Instituto Nacional de Câncer alerta de que um pouco mais de uma hora, o consumo provocaexposição a componentes tóxicos presentes em 100 cigarros.

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5Julho - 2014 Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima

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A DOR DE VIVERDiferentemente de outras especialidades médicas a

psiquiatria anda de braços dados com outras áreas do conhecimento. Talvez a literatura seja aquela mais “bem chegada”. Nasceu dela a motivação para o artigo. Explico: Encontrei-a quando lia outra vez o livro Terra Sonâmbu-la de Mia Couto (Antônio Emílio Leite Couto), escritor moçambicano, da Beira, que conheci nos idos de 1995 quando visitei a Feira do Livro de Zimbabwe. Adquiri-o no seu lançamento em Lisboa em 2004. Consegui lê-lo mais tarde no Brasil.

A depressão é uma enfermidade mental que nos casos mais graves pode ter um resultado devastador. Considerado o desfecho de um fenômeno complexo e multidimensional o suicídio tem na depressão um fator importante de risco de acordo com investigações de base populacional nos Estados Unidos, Canadá e áreas urbanas da China efetuadas pelo National Cormorbidity Survey e pela Epidemiologic Catchmente Area.

É de Mia Couto, obra citada - Décimo caderno de Kindzu - a seguinte perola literária, que S.M.J. traduz o que podemos imaginar ser o universo anedônico do deprimi-do: “[...], uma doença que me apagasse toda a paisagem por dentro (grifo nosso)”.

A depressão reduz aquele que a vivencia a uma situa-ção limite no qual percebe o passado possuído pela culpa, o presente cheio de angústia e o futuro sem esperança.

Já não há confi ança em si mesmo, perde-se a au-toestima, falta ânimo, vitalidade, energia e a atividade holotímica de base está grandemente reduzida. Tudo isso acompanhado de um sentimento de culpa avassalador e a crença de que nada vai ter solução. É fácil prever a escolha de alguém nessa situação.

Meu objetivo hoje não é relembrar a semiologia psiquiátrica da depressão, seus aspectos neuroquímicos, seus recentes achados científi cos e avanços no tratamento.

Uma referência a Freud entremente é indispensável. E o que pensa Freud?Os grupos categoriais que Freud estabelece para

pensar a clínica são os mesmos que a psiquiatria do fi m do século XIX e começo do século XX utiliza. Disso de-corre que o conceito de depressão tem origem médica e inexista na nosologia freudiana uma categoria específi ca que a codifi que o que não nos impossibilita de localizá-la numa leitura apurada na obra do Mestre.

Podemos inicialmente buscar as raízes do conceito freudiano de depressão na metapsicologia expressa no

texto “Mal estar na Civilização” de 1930. Hoje represen-tado no “excesso de desamparo” da pós-modernidade de Jean-François Lyotard, Jean Baudrillard, Walter Bejamin ou de Fredric Jameson se preferirem. O desenvolvimento da questão agora é com você Doutor (a).

Mas, como afi rmei nosso objetivo aqui é outro - ten-tar responder à seguinte pergunta:

Qual o papel que amigos e principalmente familia-res podem ter diante de alguém fortemente deprimido? É possível ajudar?

Em primeiro lugar compreender que é muito difícil entender a depressão sem tê-la vivenciado. Em seguida devemos dentre outras condutas:

• Descartar atitudes críticas ou negativas por falta de colaboração da pessoa deprimida;

• Não fazer exigências de atividades e atitudes para as quais o deprimido não seja capaz de tomar ou executar;

• Desestimular a tomada de decisão importante durante o episódio depressivo - troca de trabalho, de domicílio, separação matrimonial, investi-mentos, dentre outros;

• Detectar câmbios bruscos de humor e conduta, especialmente naqueles pacientes já diagnostica-dos e em tratamento para a depressão - atenção particular àqueles em uso de medicação anti-depressiva - ou quaisquer outros indícios que sugiram uma situação de alarme;

• Demonstrar com sinceridade compreensão, disponibilidade geral, disponibilidade particu-lar de escuta, companhia, apoio e afeto tendo consciência de que tais atitudes não resolverão o problema, mas se constituirão num valioso suporte;

Finalmente em casos de depressão grave - com sin-tomas psicóticos ou ideação suicida - promover sempre consulta com um psiquiatra e verifi car o estrito cumpri-mento de sua indicação terapêutica uma vez que o objetivo fi nal do tratamento é atingir a remissão, isto é, a ausência dos sintomas.

A depressão é uma enfermidade grave, porém tratá-vel (grifo nosso) por meios psicológicos, farmacológicos ou biológicos e seus portadores devem receber ajuda e tratamento precoz e de forma continuada o que às vezes não evita, como ocorre na prevenção em geral de termos surpresas desagradáveis.

Finalmente em casos de depressão grave - com sin-tomas psicóticos ou ideação suicida - promover sempre consulta com um psiquiatra e verifi car o estrito cumpri-mento de sua indicação terapêutica uma vez que o objetivo fi nal do tratamento é atingir a remissão, isto é, a ausência

A depressão é uma enfermidade grave, porém tratá-vel (grifo nosso) por meios psicológicos, farmacológicos ou biológicos e seus portadores devem receber ajuda e tratamento precoz e de forma continuada o que às vezes não evita, como ocorre na prevenção em geral de termos

DR. LAERTH THOMÉMÉDICO PSIQUIATRA

ARTIGO

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6Julho - 2014Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima

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Mas, não podemos deixar em segundo plano, o papel po-lítico extremamente importante de interesse da sociedade que a entidade tem operado na defesa da saúde da população e dos médicos brasileiros. Até parece um contra senso o fato de que, ao mesmo tempo em que defendemos os interesses da sociedade, defendemos também os interesses do médico. Mas não é bem assim. O que defendemos é a boa prática médica, o exercício ético da profi ssão e uma boa formação técnica e humanista. Acreditamos que essa é a melhor forma de defender a sociedade.

O papel político, tanto do Conselho Federal, quanto dos Conselhos Regionais de Medicina vem crescendo a cada ano. Principalmente, após a criação da Comissão de Assuntos Políti-cos e Comissão Pró-SUS, com representantes de três entidades médicas – CFM, AMB e FENAM. É nesse contexto político que entra a participação efetiva e a disposição política dos represen-tantes de cada Estado no Conselho Federal de Medicina.

O trabalho político do Conselheiro Federal é árduo. O acompanhamento de projetos e proposições requer paciência. Sem uma atividade política efi caz fi ca difícil avançar e conseguir êxito em nossas propostas de melhorias na assistência médica

e condições dignas de trabalho. Entendo que hoje a atividade política dos Conselhos é tão importante quanto a atividade car-torial, judicante e de fi scalização. Os governos costumam tratar a saúde pública com descaso e o profi ssional de saúde, com mais descaso ainda. Os projetos importantes, de interesse da medicina e do profi ssional médico que hoje tramitam na Câmara e Senado Federal, se não acompanhados atentamente quase sempre são aprovados com prejuízo para os médicos brasileiros.

Hoje, a atuação do Conselho Federal se tornou mais abran-gente. Não é possível fi carmos de braços cruzados esperando que as coisas aconteçam. É necessário enfrentar com muita ha-bilidade, e com conhecimento de causa, o jogo político nacional e ter participação efetiva nas mesas de discussões das políticas de saúde públicas, principalmente, quando se tem no poder um governo que não respeita os profi ssionais e joga todas as mazelas da saúde pública brasileira no lombo do médico.

Precisamos de um Conselho PROATIVO E PROPOSITIVO.

Dr. Wirlande da LuzMembro da Comissão de Assuntos Políticos e Pró-SUS do CFM

Criado em 1951, com a responsabilidade de fazer o registro profi ssional do médico e aplicar as sanções do Código de Ética Médica, o Conselho Federal de Medicina hoje, além da sua função cartorial e judicante, tem

atribuições constitucionais importantes como órgão fi scalizador e de normatização do exercício profi ssional.

O PAPEL POLÍTICO do Conselho Federal de Medicina

ARTIGO

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7Julho - 2014 Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima

J O R N A L D O

Em 2013, o Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM-RR) realizou uma série de fi scalização nas unidades de Saúde da Capital e interior. Totalizando 33 vistorias.

De acordo com o coordenador da Comis-são de Fiscalização que atuou ano passado, José Antônio, apenas o município do Uiramutã não recebeu vistorias, por uma questão de logística.

“A cada fi scalização feita, um relatório é gerado e enviado pelo CRM a todos os órgãos competentes. Nosso desejo é que todas as falhas apontadas sejam corrigidas e as necessidades se-jam supridas. Nosso trabalho é por melhorias no atendimento e condições adequadas de trabalho”, disse José Antônio.

Nesse ano, foram realizadas 14 fi scalizações em unidades particulares e públicas de Boa Vista. A intenção é verifi car as condições de funciona-mento e a regularização dos profi ssionais que atuam nesses locais, garantindo assim, um aten-dimento de qualidade à população.

De acordo com a atual coordenadora da Comissão de Fiscalização, Rosa de Fátima Leal de Souza, está previsto ainda para o mês de julho, o inicio das vistorias nos municípios do interior.

“Com a nova resolução, intensifi caram-se as fi scalizações, até porque é de pleno interesse do CFM saber como andam os aspectos físicos e de atendimento às comunidades. Quem sai ganhando com esse trabalho é, principalmente,

CRM – RR intensifi ca fi scalizações

CRM – RR já utiliza o novo manual de fi scalização

a população. Pois, cobra-se para que seja ofertada saúde de qualidade. Um bom atendimento não diz respeito apenas ao profi ssional, mas à estrutura física e acesso aos exames”, disse Rosa Leal.

HCSA Depois da denúncia de vários profi ssionais

do Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA), sobre a precariedade no serviço de diálise peri-toneal oferecidos às crianças, a Comissão de Fis-calização esteve realizando a vistoria na unidade, no dia 19 de maio.

A precariedade do serviço oferecido foi cons-tatada pela equipe de fi scalização, de acordo com os funcionários da unidade. O problema perdurava há anos. “Cumprimos com o nosso papel e solici-

As novas regras de fi scalização determinadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) é um instrumento a mais para a garantia da qualidade da assistência em saúde.

Os Conselhos Regionais de Medicina con-tam com uma lista mínima com a descrição de equipamentos e de infraestrutura necessários para o funcionamento de consultórios e ambulatórios médicos, como os postos de saúde (mais conhe-cidos como UBSs).

Em Roraima, as fi scalizações já estão obede-cendo ao novo critério estabelecido pelo CFM. Os pontos não respeitados serão objeto de cobrança junto aos gestores e denunciados aos órgãos com-petentes, como Tribunais de Conta, Ministério Público, entre outros.

Para a coordenadora da Comissão de Fiscali-zação do CRM – RR, Rosa de Fátima Leal de Souza, o novo roteiro de vistorias voltadas para hospitais, prontos socorro e outros tipos de estabelecimentos de saúde, estão somando e dando mais qualidade

tamos que as providências fossem tomadas, pois o problema identifi cado é tão sério que poderia colocar em risco a vida das crianças”, explicou Rosa.

LAPER O Laboratório do Estado de Roraima (LA-

PER) também foi fi scalizado pelo CRM – RR, e como apresentava diversas inadequações foi in-terditado pelo Conselho de Medicina, Ministério Público e Vigilância Sanitária Estadual.

Situação encontrada no LAPER (foto a cima) e no Hospital da Criança Santo Antônio (foto a direita)

Fotos: Arquivo CRM/RR

DATA LOCAL

09/01/2014 Policlínica Perola LTDA

10/02/2014 Hospital Geral de Roraima - Setor de Acolhimento

11/02/2014 Hospital da Criança Santo Antonio (HCSA) – Setor de Residência Médica de Pediatria

25/02/2014 INSS Roraima

26/02/2014 Policlínica Cosme e Silva- Setor de Acolhimento e Classifi cação de Risco

27/02/2014 Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazaré – Setor de Acolhimento

11/03/2014 J.A. Serviços Médicos LTDA – Clínica Ultradens

14/03/2014 Clínica Nutromed

28/03/2014 Galeria Odontoclinica (Galeria Odontoclinica LTDA-ME)

16/04/2014 Clínica Endocárdio

19/05/2014 Hospital da Criança Santo Antonio

20/05/2014 Laboratório do Estado de Roraima (LAPER)

Fiscalizações realizadas em 2014

ao trabalho de fi scalização que é realizado.“Já tínhamos um trabalho efi ciente de fi s-

calização. Mas, diante da atual situação que a saúde enfrenta, nós do CRM – RR intensifi camos as vistorias e cobramos melhorias tanto para as condições de trabalho quanto para o melhor atendimento à população”, disse Rosa Leal.

Rosa de Fátima Leal de Souza coordenadora da Comissão de Fiscalização do CRM – RR

Marta Gardênia

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8Julho - 2014Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima

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CRM – RR cobra do governador melhorias para a saúde

Em Roraima, apenas 16% das ações em saúde foram concluídas

No dia 12 de maio, o pre-sidente do Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM – RR), Alexandre Marques, jun-tamente com os conselheiros da instituição recebeu na sede da instituição os diretores do Hospital Geral de Roraima (HGR) Douglas Henrique Teixeira e a diretora da Maternidade Ana Carolina Lima Lopes Brito.

O objetivo da reunião era pe-dir apoio do CRM – RR para ten-tar mudar a situação vivida pelas unidades de saúde que enfrentam desabastecimento de medicamen-tos e falta de condições adequadas para realização do trabalho.

Logo após a reunião, os mé-

Durante o mês de abril, o Con-selho Regional de Medicina de Ro-raima (CRM – RR) apresentou para a população por meio de entrevistas para imprensa local, a situação das ações previstas no Programa de Ace-leração do Crescimento (PAC 2). A denúncia é do Conselho Federal de Medicina (CFM), que, a partir dos relatórios oficiais do programa, cri-ticou o baixo desempenho dos pro-jetos – reflexo do subfinanciamento crônico da saúde e da má gestão administrativa no setor.

Os dados são alarmantes, apenas 16,3% das ações previstas no PAC 2 para a área da saúde no estado de Ro-raima foram concluídas desde 2011, ano de lançamento da segunda edição programa. Dos 153 projetos seleciona-dos no programa para o Estado, todos sob responsabilidade do Ministério da Saúde ou da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), apenas 25 foram con-cluídos até dezembro do ano passado.

“Numa perspectiva otimista, mesmo que o Governo Federal consiga con-cluir os projetos em andamento, o Programa chegará ao fim deste ano sem cumprir a metade do prometi-do”, avaliou Marques.

Os 25 empreendimentos con-cluídos fazem com que o estado apa-reça em 22º lugar na lista de unidades federativas com o maior número absoluto de obras inauguradas. Em termos percentuais, o estado aparece com desempenho ligeiramente acima da média nacional (11%).

Em 2011, foram prometidas a construção ou ampliação de 70 UBSs, das quais apenas quatro foram concluí-das. Também estava prevista uma UPA, que, até dezembro de 2013, não havia sido concluída. Também constam no Programa iniciativas de saneamento voltadas a qualidade da saúde em áreas indígenas, rurais e melhorias sanitá-rias nas cidades. Dentre as 82 ações desta natureza, 21 foram entregues.

dicos seguiram para o Palácio Se-nador Hélio Campos onde foram recebidos pelo governador Chico Rodrigues. Estavam presentes ainda o Secretário Estadual de Saúde, Stênio Nascimento e se-cretário adjunto de saúde Alys-son Lins.

De acordo com Alexan-dre Marques, foi relatada para o governador e secretário de saúde a situação vivida pelos profissionais de saúde que tem dificultado o bom atendimento ao paciente.

“Para oferecer saúde de qua-lidade e com dignidade para a po-pulação precisamos de condições de trabalho, medicamentos e ins-

“É necessário que o poder pú-blico e autoridades competentes pos-sam fazer o bom gerenciamento dos recursos destinados à saúde. Devido a falta de condições adequadas nas unidades de saúde, o atendimento à população não acontece como deveria, pois, além de infraestrutura falta medicamentos, acesso a exames, leitos, etc”, disse o presidente do CRM

– RR, Alexandre Marques. Mais um terço (37%) das ações

programadas para o Estado no perí-odo de 2011 a 2014 continuam nos estágios classificados como “ação preparatória” (estudo e licenciamen-to) ou “em contratação”.

Enquanto isso, 71 ações cons-tam em obras ou em execução, quan-tidade que representa 46% do total.

O presidente do CRM – RR, Alexandre Marques, participou de entrevistas de rádios, tv’s e jornais impressos para falar sobre as obras do PAC 2 em Roraima

trumentos necessários. Avaliamos positivamente o posicionamento do governador e contamos com as providências prometidas”, disse Alexandre.

CONSELHEIROS Os conselheiros do CRM – RR

que participaram da reunião foram o Bruno de Figueiredo dos Santos, Marcelo Arruda e Vitor Montenegro.

Marta Gardênia Barros

Guilherme Moraes

O Governador Chico Rodrigues e o Presidente do CRM-RR, Alexandre Marques

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9Julho - 2014 Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima

J O R N A L D O

Pleito para escolha do Conselheiro Federal do CRM – RR será dia 25 de agosto

Unimed atende solicitação do CRM – RR e realiza eleição para Diretor Clínico

Dos dias 26 de maio de 2014 a 24 de junho deste ano, foi o período do registro das chapas que participarão da eleição para escolha dos conselheiros federais efetivos e suplentes do Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM – RR). Duas chapas foram inscritas para participarem do pleito.

A eleição acontecerá no dia 25 de agosto. A votação será presencial, das 8h às 20h, na sede do CRM – RR, localizada na Avenida Ville Roy, 4183, bairro Canarinho, Boa Vista. Quanto aos votos por correspondência, deverão ser encaminhados pelos Correios, conforme instruções contidas na Resolução do CFM nº 2.024/2013.

As normas pertinentes ao processo eleitoral estão disponíveis no site do Conselho Federal de Medicina (www.portalmedico.org.br) e no site www.crmrr.cfm.org.br, do CRM – RR.

O voto é obrigatório e secreto para os médi-cos que estejam em gozo de seus direitos políticos

e profissionais, inscritos primária ou secundaria-mente no CRM – RR, e quites com o pagamento de suas anuidades. Para as pessoas com mais de 70 anos é facultativo.

O mandato para conselheiro federal, efetivo e suplente tem duração de cinco anos e é meramente honorífico. A posse dos candidatos eleitos acontece-rá no dia 1º de outubro em Brasília, na sede do CFM.

O presidente do Conselho Regional de Medi-cina de Roraima (CRM – RR), Alexandre Marques, atendendo às solicitações de médicos cooperados da Unimed, requereu via ofício no dia 17 de março, que a Unimed realizasse votação para eleger um diretor clínico para o Hospital da Instituição.

A Unimed atendeu a solicitação do CRM – RR e realizou votação no dia 27 de maio, das 8h às 17h, no próprio Hospital Unimed. De acordo com a Instituição, dos 90 médicos cooperados aptos a votar, 59 participaram da eleição.

Duas chapas participaram do processo. A Chapa 1, liderada pelo médico Aurino José da Silva, obteve o total de 31 votos contra 28 da Cha-pa 2, comandada pelo cooperado Paulo Emílio Mello de Oliveira.

O médico Aurino José da Silva é o novo di-retor clinico do Hospital Unimed e terá mandato de dois anos.

O médico Aurino José da Silva terá mandato de dois anos como diretor clinico do Hospital Unimed

“O CRM – RR sempre está aberto a ouvir os anseios de seus profissionais e intermediar nas questões possíveis e pertinentes. Com um diretor clínico no Hospital Unimed, tanto os usuários quanto a equipe que lá trabalham, saem ganhando”Alexandre Marques

Auribete Deodato

DIVULGAÇÃO

O voto poderá ser presencial ou por

correspondência via

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10Julho - 2014Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima

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Protesto no Dia Mundial da Saúde

No Dia Mundial da Saúde, 7 de abril, o Conselho Federal de Medicina (CFM) apre-sentou o retrato da saúde pública no Brasil. De acordo com relatório, a realidade dos hospitais brasileiros se assemelha aos de uma enfermaria de guerra, com pacientes internados e deixados sobre macas pelos corredores ou em colchões espalhados no chão.

Esta face cruel da assistência médica oferecida à população nos principais hospitais públicos de urgência e emergência no país foi constatada pelo CFM, numa ação desenvolvida em parceria com a Comissão de Direitos Hu-manos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM).

Essas circunstâncias foram apresentadas à imprensa em evento realizado na sede do Conselho, em Brasília, no dia 7 de abril. O encontro reuniu autoridades, parlamentares e representantes da sociedade, para chamar atenção de todas as instâncias da sociedade sobre a necessidade imediata de tomada de decisões para evitar a penalização de pacientes e profissionais.

Em Roraima, o quadro não é muito dife-rente daquele que acomete rotineiramente os demais centros médicos do país. Os médicos do Estado também enfrentam falta de medicamen-tos, de equipamentos e condições dignas para trabalhar e atender bem a população.

“Vemos que sempre tiram o foco do aban-dono e descaso para com a saúde pública e cul-pam o médico pelos problemas ocorridos nos hospitais e unidades de saúde. Mas, a realidade é do conhecimento de todos. Lutamos contra a falta de estrutura, de medicamentos e mate-riais e, às vezes, falta até o básico. Queremos, sim, oferecer uma saúde de qualidade e com dignidade para a população. Por isso, sempre lutaremos por este ideal”, disse o presidente do CRM – RR, Alexandre Marques.

Os médicos de Roraima não fizeram pa-ralisação, pois acreditam que a população já sofre em demasia com a falta de estrutura. Para manifestarem apoio à causa, roupa, laço preto, cor símbolo do luto, foi usada no dia 7 de abril.

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11Julho - 2014 Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima

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Conselheiros participaram do I Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina de 2014

No mês de março, um grupo de Conselheiros do Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM – RR) participou de importantes discussões referentes à área de saúde em João Pessoa, durante o I Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina de 2014 (I ENCM 2014).

Na ocasião, o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz d’Avila, lembrou a gravidade do momento atual para a saúde e o exercício da profissão no país. “Em tempos difíceis temos que estar preparados para os desafios. É isso que estamos fazendo: discutindo, planejando e cuidando de nossas estratégias”, afirmou o Roberto D’Ávila.

O presidente do CRM – RR, Alexandre Marques, considerou o evento bastante proveitoso. Pois, além de debaterem temas relevantes e atuais, também proporcionou uma troca de experiência e de confraternização entre os profissionais do país.

No dia 19 de maio, o presidente do Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM – RR), Alexandre Marques e o médico Bruno Figueiredo dos Santos, representando a Comissão de Defesa Profissional da instituição, estiveram reunidos com os representantes da UNIDAS – RR (União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde), Grupo Executivo de Assistência Patronal (GEAP – RR) e Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (CASSI - RR) para tratarem do aumento das consultas médicas.

De acordo com Alexandre Marques, a reunião foi solicitada pela Comissão depois da adoção da quarta edição da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM).

“O acordo visou o aumento das consultas médicas para pediatras e outras especialidades e também para procedimentos médicos. Mais uma vez o CRM – RR trabalhou em prol dos. Obtivemos mais uma vitória que atendeu aos anseios da categoria”, comentou Alexandre.

Diante da denúncia de que as duas mortes ocorridas no dia 17 de junho no Hospital Geral, podem ter acontecido devido a falta de oxigênio, o presidente do Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM – RR), Alexandre Marques, procurou o coordenador da UTI do local e, posteriormente, o Secretário Estadual de Saúde em exercício Alysson Lins, para tomar conhecimento dos fatos.

De acordo com Alexandre, o CRM – RR tem estado atento a todos os acontecimentos relacionados à saúde. Por isso, tem intensificado as fiscalizações tanto nas unidades de saúde estadual quanto municipais.

“Sugerimos que o contrato com a empresa que fornece oxigênio para o HGR fosse rompido e, imediatamente, uma empresa idônea fosse contratada. Vamos continuar trabalhando em prol de melhorias para a saúde. Estamos acompanhando todos os casos e por duas vezes já estivemos com o governador cobrando melhorias para o setor”, disse Alexandre Marques.

CRM – RR acompanha o caso de mortes no HGR

O cardiologista José Deodato de Carvalho recebeu em março deste ano, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o Título de Associado Remido em reconhecimento aos anos de contribuição à Cardiologia Nacional.

Comissão de Defesa Profissional reúne-se com a UNIDAS

“Esses eventos possibilitam um momento de relacionamento entre os Conselhos de Medicina, troca de experiência e, sobretudo aprendizado. Pois, diariamente precisamos nos aprimorar, até mesmo para lidar com questões inerentes à profissão e outras que afetam a boa prática médica”, disse Alexandre.

Os Conselheiros de Roraima estiveram participando, de discussões importantes sobre a Medicina, com profissionais de outros estados

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12Julho - 2014Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima

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FISCALIZAÇÃO DE SERVIÇOS MÉDICOS

Parâmetros para funcionamento de postos de saúde e consultórios entram em vigor

A Resolução 2.056/13, que redefine as re-gras para fiscalização do exercício da medicina em território nacional, entrou em vigor no dia 13 de maio. Editada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em novembro de 2013, a norma cumpriu o prazo de 180 dias para que o Manual de Vistoria e Fiscalização da Medicina no Brasil e seus roteiros de vistoria comecem a valer.

Até o momento, Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) de todo o país realizaram vistorias educativas com base nos novos parâ-metros e também para treinar seus fiscais no uso das novas ferramentas. Contudo, a partir de 13 de maio, as unidades de saúde fiscalizadas terão 15 dias (prorrogáveis por igual período) para solucionar os problemas apontados.

Em caso de não cumprimento das orienta-ções, o CRM poderá chegar a propor a interdição ética do estabelecimento e apresentar denúncias aos órgãos competentes, como Ministério Público e Tribunais de Contas. Nestes casos, o médico fica proibido de trabalhar no local até que sejam provi-denciadas as devidas condições de trabalho. Me-didas desse porte são tomadas quando se percebe que os atendimentos nestes locais podem expor o paciente e os profissionais a situações de risco.

Outro ponto importante da Resolução 2.056/13 é que, ao alterar substancialmente o trabalho nos CRMs em suas atividades de fis-calização de serviços médico-assistenciais, ela uniformiza essa prática em todos os estados. “Será uma verdadeira transformação no modo de ensinar e exercer a medicina”, afirmou o diretor do Departamento de Fiscalização e 3º vice-presidente do CFM, Emmanuel Fortes.

Para poder colocar essa nova metodologia em prática, os 27 CRMs receberam do CFM kits, que cumprem as determinações do Manual de Vistoria e Fiscalização. No pacote, estão tablets, máquinas fotográficas, medidores a laser (para averiguar o tamanho dos ambientes), scanners digitais e im-pressoras portáteis. Também estão incluindo sof-twares para permitir que os formulários de visitas sejam preenchidos e enviados pela internet para os Departamentos de Fiscalização em alguns cliques.

Com a mudança, as vistorias passam a cumprir um check list padrão, gerando o envio de relatórios ao CFM, a parametrização e a aná-lise estatística tanto regional quanto nacional. Outras normas que aperfeiçoam o sistema de fiscalização dos conselhos devem ser editadas nos próximos meses. Entre elas, estão as que estabelecem os parâmetros para funcionamento de serviços de urgência e emergência.

A Resolução 2.056/13 fixa nova sistemá-tica para as vistorias e traz um modelo para o preenchimento de prontuários e para a elabo-ração das anamneses (entrevistas dos médicos com os pacientes). O Manual de Vistoria e Fiscalização da Medicina no Brasil estabelece a infraestrutura mínima a ser exigida dos consul-tórios e ambulatórios médicos, de acordo com sua atividade fim e/ou especialidade.

Os consultórios e ambulatórios foram divididos em quatro grupos, que vão desde os que oferecem serviços mais simples, sem anestesia local e sedação, até àqueles que re-alizam procedimentos invasivos, com riscos de anafilaxias (reações alérgicas sistêmicas) ou paradas cardiorrespiratórias.

“Até a edição desta resolução, cada conselho estabelecia regras no vácuo deixado por uma normativa nacional, sendo que os grandes conselhos apresentavam estratégias mais eficientes nesse controle que os meno-res. Agora está tudo parametrizado, o que facilitará a averiguação”, constata o diretor de fiscalização do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers), Antônio Celso Ayub, participante do grupo de trabalho responsável pela elabo-ração da Resolução 2.056/12.

Equipamentos mínimos Dos consultórios e serviços do Grupo

1, no qual são realizadas apenas consultas, serão exigidos, por exemplo, equipamentos básicos como tensiômetro, estetoscópio, termômetro, maca, lençóis, pia, cadeira para o médico e mais duas para o paciente e acompanhante, entre outras exigências. “Vamos exigir, além da infraestrutura física, todos os equipamentos para a propedêutica e a avaliação clínica, sem os quais o médico não vai poder atuar”, avisa Emmanuel Fortes.

Já para os do Grupo 2, onde se execu-tam procedimentos sem anestesia local e sem sedação, como o consultório de um cardiolo-gista que faz apenas eletrocardiogramas, se-rão exigidos, além do listado no consultório básico, os equipamentos necessários para os exames específicos.

Nos consultórios ou ser viços com procedimentos invasivos ou que exponham

os pacientes a risco de vida, do Grupo 3, que realizem, por exemplo, teste ergométrico ou procedimento com anestesia local ou sedações leves, os fiscais devem averiguar se existem os instrumentos que assegurem a aplicação de forma segura e, em havendo complicação, o médico tenha disponíveis equipamentos de socorro à vida.

Este médico também precisa ser pre-parado para realizar os primeiros proce-dimentos de suporte. Há, ainda, o Grupo 4, que envolve os locais de realização de endoscopia, os quais devem ter tudo o que é exigido do Grupo 3, mais o que for especí-fico do procedimento. A resolução também exige a presença de médicos plantonistas em ambientes onde são mantidos pacientes em descanso ou em observação.

Comunidades terapêuticas médicas tam-bém ficam obrigadas a ter médicos plantonistas e equipamentos de suporte à vida. A mesma exigência é feita aos CAPs AD II e III e ao CAPs III, locais de atendimento psiquiátrico.

CONSULTÓRIOS MÉDICOS SERÃO DIVIDIDOS EM GRUPOS

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13Julho - 2014 Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima

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Aimberê Freitas: Uma história de superação e amor por Roraima

CARREIRA PÚBLICA

PIONEIRO NOS LIVROS SOBRE RORAIMA

A vida do escritor Aimberê Freitas rende um livro com direito a várias edições. Tanto é, que ele lançará este mês uma biografia intitulada “O que eu vi da vida”. O lançamento aconteceu este mês primeiramente em Manaus – AM, onde ele viveu durante seis anos.

Os pais, paraibanos, vieram para o Estado em 1945. No ano seguinte, Aimberê nasceu à beira do Igarapé do Caxangá. A família era humilde, porém, com muita dignidade. O sonho do pai era que os filhos se interessassem pelos estudos e se tornassem doutor.

Nem todos os filhos se concentraram nesse sonho. Mas, Aimberê conta que sempre gostou de estudar e queria honrar o pai. Ele estudou na Escola Professor Diomedes e no Ginásio Euclides da Cunha (GEC), em Boa Vista. Como na época, em Roraima só havia até o ensino fundamental, foi preciso mudar-se para o Rio de Janeiro.

“Aqu e l e s qu e p o d i am e qu e r i am , aventuraram-se Brasil a fora para fazer o segundo grau e a universidade. A maioria foi para Belém – PA. Outros como eu, seguiram para o Rio de Janeiro – RJ. Não tinha condições financeiras de sair para estudar fora. Lembro que meu pai reuniu todos os familiares para saber se aprovavam minha ida. Ninguém aceitou. Mesmo assim, meu pai me mandou para estudar fora. Nunca tinha saído de Boa Vista e muito menos viajado de avião”, contou Aimberê.

Desde a sua chegada no Rio de Janeiro até a realização do sonho final de cursar uma faculdade, muitos foram os percalços. A princípio,

Aimberê cogitou até retornar a Roraima, depois que um incêndio destruiu tudo que ele tinha, inclusive a ultima quantia de dinheiro.

Porém, a sorte soprou a seu favor. Além de ser ressarcido com a quantia de dinheiro queimada no incêndio, ainda foi contemplado com uma bolsa de estudos na Associação Cristã de Moços (ACM), onde cursou todo o ensino médio.

Em seguida, passou para o curso de Medicina Veterinária na Universidade Federal Fluminense, em Niterói, Rio de Janeiro. Como sempre foi um apaixonado pelos estudos, concluiu Mestrado em Administração Pública e também Planejamento Urbano na Fundação Getúlio Vargas de São Paulo; fez Especialidade em Saúde Pública pela Universidade de Ribeirão Preto, São Paulo, e Doutorado em Engenharia de Transportes e Logística pela COPPE – Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O menino pobre, que sonhava em estudar e realizar o sonho do pai, superou as próprias expectativas. Conseguiu galgar os cargos mais altos da vida púbica, como assumir a cadeira de prefeito e vereador de Boa Vista. Secretário de

Aimberê é pioneiro em escrever livros sobre a geografia e história de Roraima. O trabalho é fonte de estudo para concursos públicos e vestibulares. O interesse em escrever sobre o Estado surgiu nos anos 90 quando, numa conversa com os filhos, percebeu que eles não conheciam a história local e na escola o assunto não era ensinado.

O primeiro foi escrito em 1993: “A História Política e Administrativa de Roraima 1943/1985”. Desde então, já se foram mais de 18 obras. Esse mês a biograf ia “O que eu v i da v i d a” fo i l anç a d a e m Manaus . E poster iormente , será lançada em Roraima. Existe outra obra biográfica quase pronta, mas segundo Aimberê, ele deixará para os filhos fazerem depois que ele morrer.

Aimberê também escreveu um livro infantil “Boa Vista Boa de Viver”. A obra foi um convite da editora Cortez.

Capa da sétima edição do livro Geografia e História de Roraima

Aimberê e a esposa durante a posse na Academia Brasileira de Medicina Veterinária

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

Estado da Economia, Agricultura e Colonização, Secretário de Estado da Agricultura, Secretário de Estado da Promoção Social.

Também foi Secretário de Estado – Chefe da Casa Civil, Diretor da Companhia Energética de Roraima, Diretor da Codesaima, Coordenador de Pesca na Amazônia Ocidental, Membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, Presidente da Agência de Fomento do Estado de Roraima, Superintendente da Federação das Indústrias de Roraima – FIER, Professor de Administração, Economia e Agronomia da FARES de Boa Vista e Consultor de Comércio Exterior do SEBRAE-RR.

Além do currículo extenso, Aimberê é membro da Academia Roraimense de Letras e no mês de maio deste ano, assumiu uma cadeira na Academia Brasileira de Medicina Veterinária.

Aimberê Freitas é pioneiro em escrever livros sobre a geografia e história de Roraima

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14Julho - 2014Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima

J O R N A L D O

RELATÓRIO ANUAL DA CORREGEDORIA/CRM-RR

CORREGEDORIA EM NÚMEROS

BOA VISTA/RR, 10 de junho de 2014.

REFERENTE AO EXERCÍCIO DE 2014

1 - SINDICÂNCIAS

1-1 EM TRÂMITE (do exercício atual e anteriores) 59

1-2 JULGADAS 35

2- PROCESSO ÉTICO PROFISSIONAL

2-1 EM TRÂMITE (do exercício atual e anteriores) 20

2-2 JULGADOS 03

3- PROCESSOS CONSULTA

3-1 EM TRÂMITE do exercício atual e anteriores) 04

3-2 APROVADOS 01

CÂMARA DE JULGAMENTO DE SINDICÂNCIA

COMPOSIÇÃO DA CÂMARA (última realizada 10ª)

Dra Blenda Avelino Garcia

Dr. Marcelo Henrique de Sá Arruda

Dra. Anete Maria Barroso de Vasconcelos

Dr. Marcos Antonio Chaves Cavalcanti de Albuquerque

Dr. Raimundo Junior Prado de Oliveira

Dra. Cristiane Greca de Born

Dra. Elana Faustino de Almeida

Dr. Rosa de Fátima Leal de Souza

COMPOSIÇÃODA CORREGEDORIA

OBJETIVO

Dra Blenda Avelino Garcia - CorregedoraDr. Marcelo Henrique de Sá Arruda – Sub Corregedor

Proporcionar ao corpo conselhal do CRM-RR, à classe médica e à sociedade, o bom andamento das Denúncias, Processos Consulta e Processos Éticos Profis-sionais recebidos pela Corregedoria do ano de

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muito ligado a movimentos políticos, culturais e sociais. Nós todos temos essa veia. Sem planejar nada, o ex- governador Ottomar de Sousa Pinto veio ao meu consultório e trouxe uma ficha de filiação partidária e a partir dai, foram quatro mandatos, somando-se então, 16 anos como deputado federal.

Mesmo deputado federal, o senhor continuou atuando como médico?Sim. Nunca deixei de exercer a profissão de médico. Sempre realizei minhas cirurgias.

Qual o aprendizado desses 16 anos como deputado federal? Sem dúvida nenhuma o convívio na vida política, dá um espírito mais universalizado. Quem já tem uma vocação social humanitária, acaba por conhecer mais de todo o Brasil e de vários países, e tem uma noção mais abrangente do desenvolvimento que a nação precisa. Conhece as limitações econômicas que os municípios pequenos têm; as necessidades sociais, de saúde, educação e cultura. A gente cresce muito na captação desses anseios. Aqui aloquei muito recursos, tive muita participação em obras, postos de saúde e escolas. Valeu muito esses 16 anos.

A medicina, de quando o senhor começou a atuar, é muito diferente da atual? Como as demais ciências, a Medicina também tem crescimento a cada ano. Quando cheguei aqui não tínhamos sequer um eletrocardiograma, não tínhamos equipamentos finos. Operei sob luz de vela! Hoje nós temos uma estrutura bem montada, avanço técnico significativo, equipamentos de ponta. Roraima já entrou nesse patamar, faz hoje uma medicina de ponta.

Quais são as características para ser um profissional de excelência? Aprimoramento profissional constante é muito importante. Hoje estou na terceira idade, mas

Além de médico, Alceste atuou como deputado federal por 16 anos

nunca parei de fazer cursos. Sempre faço de dois a três cursos por ano, sempre na área de cirurgia e ginecologia. Porém, se não tiver amor pelo que faz não adianta. Eu sou viciado em bloco cirúrgico. Enquanto minhas mãos não tremerem continuarei a realizar as cirurgias.

Quando surgiu o amor pela obstetrícia?Estava no Rio de Janeiro fazendo um internato, num desses momentos quando realizei minha primeira cesariana e, ao terminar, escrevi uma carta para o meu pai, que ele guardou. Dizia o seguinte: Pai, eu vou ficar na obstetrícia, porque diferente das outras áreas que a gente tira câncer, tumor, aqui a gente tira vida. É uma alegria muito grande.

Existe alguma história que marcou o senhor durante esses anos de atuação?Sim. Tenho várias. Mas, um dos fatos mais gratificantes que eu tive na vida, foi num plantão de natal, há uns 25 anos. Estava no bloco cirúrgico e uma enfermeira veio me dizer que tinha chegado uma parturiente passando mal. E uma outra paciente grávida, porém, chegou morta. Nesse momento, não pensei duas vezes, deixei a primeira aos cuidados de uma enfermeira,coloquei a grávida morta numa maca, e realizei o parto. A criança saiu flácida, roxinha, a equipe de enfermagem começou a massagear e a oxigenar a criança, e logo ela começou a chorar fraquinho e depois aumentou o choro. A enfermagem foi muito importante. Foi uma grande festa. Momento muito emotivo para todos.

“Eu sou um viciado em bloco cirúrgico”

Fotos: Marta Gardênia

ENTREVISTA

DR. ALCESTE MADE IRA

O ginecologista e obstetra Alceste Madeira é um apaixonado pelo que faz. Aos 70 anos,

diz não ter ideia de quando pretende parar de exer-cer a profissão. Segundo ele, enquanto as mãos estiverem firmes, ele estará realizando cirurgias.

Alceste é filho de mãe Amazonense com pai Acreano. Nasceu em Manaus – AM. Aos três anos de idade passou a morar com a fa-mília no Rio Grande do Sul. Lá concluiu todos os estudos, inclusive o curso de Medicina na Universidade Federal de Santa Maria.

O interesse pela Medicina surgiu ainda quando criança. Fez apenas um vestibular para o único curso pelo qual se interessou.. Durante a vida acadêmica se identificou com a área de ginecologia e obstetrícia, que o levou ao Rio de Janeiro para realizar residência e especialização no assunto.

Como tantos outros jovens à época, Al-ceste veio para Roraima em 1970 pelo projeto Rondom . Conheceu um Estado que ainda não tinha infra-estrutura e o exercício da Medicina era feito com muita coragem e ousadia.

Segundo Alceste, ele identificou em Roraima um lugar promissor que poderia lhe oferecer, futuramente, uma vida digna. Com isso, decidiu permanecer aqui e ajudar no desenvolvimento da cidade.

A convite do ex-governador Ottomar de Sousa Pinto ingressou na política. Mesmo começando sem muitas pretensões, durante 16 anos atuou como deputado federal. Na primeira eleição que participou em 1990, foi o segundo parlamentar mais votado.

O senhor embora amazonense, tinha morado boa parte da sua vida no Rio Grande Sul. O que lhe motivou a permanecer em Roraima?Eu gosto muito do Sul, meus irmãos ainda moram lá. Sou um frequentador assíduo da cidade. Quando cheguei aqui, Boa Vista era muito pequena. Só tinha asfalto na Jaime Brasil. O 6º BEC estava fazendo muitas obras, que eram de recursos federais. E achei que a cidade iria se desenvolver e crescer. Também me dei muito bem com o clima. Eu tinha renite alérgica e como no Rio Grande do Sul só três meses fazem verão, eu passava o resto do ano muito ruim, sempre com nariz entupido, coriza. O clima e a visão de que Roraima seria um estado promissor, me motivaram a permanecer.

Como foi o seu ingresso na vida política? Na cidade de pequeno e médio porte, o trabalho médico tem uma atuação muito significativa frente a sociedade. E desde o tempo de escola, eu atuava nos grêmios escolares, fui até presidente de centro acadêmico. Sempre estive

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16Julho - 2014Informativo do Conselho Regional de Medicina do Estado de Roraima

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O Brasil tem urgência de ser bem tratado.

Todos juntos por uma saúde melhor.

www.portalmedico.org.br

A saúde no Brasil enfrenta uma crise grave, o que não é segredo para ninguém, principalmente para aqueles brasileiros que esperam horas por atendimento, semanas por uma consulta e até anos por uma cirurgia. Colocados entre a urgência dos pacientes e a falta de estrutura do sistema público de saúde, os médicos enfrentam as mais difíceis situações. Impedidos de praticar a boa medicina, fazem o possível para prestar um atendimento digno e humano. Há tempos, os médicos denunciam esta realidade inaceitável e cobram mais recursos para a saúde, maior controle e avaliação dos gastos para evitar abusos, melhoria na qualidade de gestão e criação da carreira de Estado para a categoria. O país não precisa de medidas paliativas, mas de ações concretas pelo bem de todos.

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