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Do período ditatorial à democracia, os caminhos de uma história de conquistas APMI-Sindicato Quatro décadas e meia dedicadas a todas as áreas do ensino municipal Escolas Imeab e Soares de Barros mostram o que fica para além do tempo e dos dias em sala de aula INCLUSÃO 14 As histórias do professor de 20 mil alunos e da jovem educadora que escolheu os desafios da Educação Infantil LINHA DO TEMPO 6 Projeto da Escola Infantil Solange Ana Copetti traz o contador de histórias KALUNGA 12 Oficinas da 15 de Novembro rompem com os limites e resgatam valores de uma comunidade inteira PROJETO SOCIAL 13 Ballin garante manter metas definidas no Plano Municipal de Educação em 2010 EXECUTIVO 5 Diretoria avalia as conquistas do triênio e já projeta ações para o próximo período GESTÃO 2007/2009 3 ANO ZERO • Nº 1 • 21 DEZEMBRO DE 2009 Distribuição Dirigida

Jornal da Apmi/Sindicato - Ijuí/RS

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Jornal da Apmi/Sindicato de Ijuí

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Page 1: Jornal da Apmi/Sindicato - Ijuí/RS

Do período ditatorial à democracia, os caminhos de uma história de conquistas

APMI-SindicatoQuatro décadas e meia dedicadas a todas as áreas do ensino municipal

Escolas Imeab e Soares de Barros mostram o que fica para além do tempo e dos dias em sala de aula

INCLUSÃO14

As histórias do professor de 20 mil alunos e da jovem educadora que escolheu os desafios da Educação Infantil

LINHA DO TEMPO

6

Projeto da Escola Infantil Solange Ana Copetti traz o contador de histórias

KALUNGA12

Oficinas da 15 de Novembrorompem com os limites e resgatam valores de uma comunidade inteira

PROJETO SOCIAL13

Ballin garante manter metas definidas no Plano Municipal de Educação em 2010

EXECUTIVO5

Diretoria avalia as conquistas do triênio e já projeta ações para o próximo período

GESTÃO 2007/20093

ANO ZERO • Nº 1 • 21 DEZEMBRO DE 2009Distribuição Dirigida

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Ano I • Edição 3

www.jornalcruzeiro.com.br2 APMI/SINDICATO • Ijuí, 21 de dezembro de 2009

APMI - Sindicato

Hoje, 21 de dezembro, é um dia especial para os � liados ao Sindicato dos Professores da Rede Pública Municipal de Ijuí (APMI-Sindi-cato). É quando a classe se reúne para acom-panhar a posse da diretoria que estará a frente da instituição pelos próximos três anos. Mas não é só isso, o momento marca o nascimento da primeira edição do jornal sindical, que ini-cia com uma periodicidade bimestral.

O novo instrumento de comunicação visa oportunizar aos professores da rede pública municipal de ensino a divulgação dos traba-lhos que vem sendo realizados pela APMI/Sindicato, bem como evidenciar a � loso� a sindicalista que se constitui no alicerce da en-tidade.

A APMI/Sindicato empreende uma cami-nhada comprometida com a educação e zela pelo cultivo de suas raízes respeitando sua tra-jetória histórica, procurando manter a essên-cia do trabalho sindical.

A 1º edição do periódico surge no ano em que a instituição comemora seus 45 anos de atividades junto aos pro� ssionais da educação da rede pública municipal de ensino de Ijuí, momento extremamente signi� cativo e que resulta na publicação deste material. No pas-sado houve com certeza, publicações que dei-xaram estampadas as realizações, as experi-ências, as preocupações e as perspectivas dos tempos vividos. Hoje, como naquela época, a classe está diante de novos desa� os e sempre com muita luta e empenho para seguir � rme nessa caminhada.

A nova fase que marca o surgimento do jornal sindical também registra a posse da nova diretoria 2010-2012 que a partir de en-tão somará esforços, dividirá preocupações, partilhará vitórias e ajudará a minimizar as di� culdades que haverão de ser enfrentadas nesta caminhada que visa somente o melhor a categoria.

Por tudo isso, o registro e a divulgação do trabalho dos pro� ssionais da educação que pertencem à entidade, e o próprio trabalho realizado pela APMI-Sindicato é essencial para que continuemos esta caminhada, resgatan-do a história e projetando ações que se con-cretizarão num futuro próximo.Vida longa ao nosso jornal!

O salário mínimo do trabalha-dor brasileiro deveria ter sido de R$ 2.139,06 em novembro para ele suprir suas necessidades básicas e da família, de acordo com estudo divulgado hoje pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A consta-tação foi feita por meio da utilização da Pesquisa Nacional da Cesta Básica do mês passado, realizada pela insti-tuição em 17 capitais do País.

Com base no maior valor apurado

para a cesta no período, de R$ 254,62, em Porto Alegre, e levando em con-sideração o preceito constitucional que estabelece que o salário míni-mo deve ser su� ciente para garantir as despesas familiares com alimen-tação, moradia, saúde, transportes,

educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ser 4,60 vezes maior que o piso vigente, de R$ 465,00.

Em outubro deste ano, o valor do salário mínimo necessário era menor, de R$ 2.085,89, e correspondia a 4,49 vezes o mínimo em vigor. Em novem-bro de 2008, o valor necessário foi es-timado em R$ 2.007,84, o que corres-pondia a 4,83 vezes o salário mínimo o� cial na ocasião, de R$ 415,00.

O Dieese também informou que

o tempo médio de trabalho necessá-rio para que o brasileiro que ganha salário mínimo pudesse adquirir, em novembro de 2009, o conjunto de bens essenciais aumentou, na comparação com o mês anterior. Na média das 17 cidades pesquisas pela

instituição, o trabalhador que ganha salário mínimo necessitou cumprir uma jornada de 98 horas e 58 mi-nutos para realizar a mesma compra que, em outubro, exigia a execução de 97 horas e 27 minutos. Em novem-bro de 2008, a mesma compra neces-sitava a realização de uma jornada bem maior, de 111 horas e 4 minutos.

A cidade de Porto Alegre (RS) con-tinuou em novembro no posto de ca-pital com a cesta básica mais cara do País. Segundo levantamento nacio-nal realizado em 17 capitais pelo Die-ese, a capital do Rio Grande do Sul liderou o ranking pela 14ª vez con-secutiva, após a cesta avançar 2,55% ante outubro, para R$ 254,62, com custo quase R$ 20 acima do preço observado na segunda cidade mais cara, São Paulo, onde o conjunto de produtos alimentícios essenciais cus-tou, em média, R$ 234,99.

Vitória foi a terceira capital pes-quisada com preço mais elevado, de R$ 227,81. Na sequencia, com preços acima de R$ 200, também � -caram as cestas de Florianópolis (R$ 227,00), Rio de Janeiro (R$ 226,97), Belo Horizonte (R$ 225,33), Curitiba (R$ 222,67), Manaus (R$ 218,99), Bra-sília (R$ 216,22), Goiânia (R$ 205,95), Belém (R$ 203,56) e Salvador (R$ 200,45).

O Dieese realizou a Pesquisa Na-cional da Cesta Básica de novembro nas cidades de Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianó-polis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória. (FLAVIO LEONEL - Jornalista)

editorial Salário mínimo deveria ser de R$ 2.139,06 neste final de ano

Márcio Leandro da SilvaRedação e Reportagem

Joel PavanProjeto Grá� co

Rua 20 de Setembro, 842 - Centro

Fone: 3332.9947

[email protected]

Page 3: Jornal da Apmi/Sindicato - Ijuí/RS

A diretoria chega ao � nal desta ges-tão satisfeita com os desa� os supera-dos, as conquistas construídas junto a categoria e ao Executivo, não só no que diz respeito as questões salariais, mas principalmente no que diz respeito a própria Entidade. Logo no início da Ges-tão, o principal desa� o foi superar uma enchente em janeiro de 2007, momento em que perdemos nossa sede própria e impor-tantes registros histó-ricos que marcaram os mais de 40 anos da APMI.

Neste momento a categoria é chamada a aprovar o Projeto da Sede Administra-tiva, pois o terreno já havia sido adquirido em 2003. Uma série de medidas econô-micas vinham sendo adotadas com o obje-tivo de reduzir custos para que pudéssemos desencadear o pro-cesso de construção do prédio. Em abril de 2008 iniciamos a tão esperada obra. Muitas foram as di� culdades, a necessidade de mu-danças no projeto em função dos problemas que surgiram. Ao � nal do ano, a expec-tativa de inauguração teve que ser adia-da, pois muito ainda deveria ser feito.

Em fevereiro iniciamos a transferên-cia da sede para o novo

endereço, na Rua 20 de Setembro nº842, no centro de Ijuí. Ao � nal do mês se-guinte em 26 de março de 2009

3APMI/SINDICATO • Ijuí, 21 de dezembro de 2009

Com a palavra, a presidenteAdriana Noronha, que esteve à frente da entidade no triênio, avalia o período

Diretoria e autoridades presentes na solenidade de inauguração da nova sede da APMI

Adriana Noronha foireeleita para a direçãoda APMI-Sindicato noúltimo dia 15

A gestão 2007/2009

inaugura-se a sede do Sindicato dos Professores da Rede Pública Municipal de Ijuí, com 100 metros quadrados e um investimento de mais de R$ 100 mil considerando que as necessidades es-truturais agora são bem diferentes das até então vividas até este novo momen-to histórico.

Avanços políticos

Em agosto de 2008 organizamos vários encontros com os candidatos ao Executivo na Gestão 2009-2012, os quais responderam a uma série de questões de� nidas junto com os professores re-presentantes, as quais, alicerçaram al-guns pontos de pauta de negociação da categoria especialmente no que tange as questões salariais, políticas e admi-nistrativas a serem desenvolvidas junto as Escolas e aos professores.

Em alguns pontos os Planos de Go-verno apresentados vinham de encontro a pauta de negociação de muito tempo. Dentre eles, cabe destacar o processo de escolha de diretores em “todas as escolas

da rede”, criação da lei que previa recur-sos � nanceiros para se-

rem administrados pelas direções das escolas, além do recurso recebido anualmente pelo

governo Federal e os valores arrecada-dos a partir de diversas ações realizadas nas escolas envolvendo toda a comuni-dade ao longo de cada ano letivo. Tive-mos reconhecido a “equiparação salarial” ao padrão 6 da Prefeitura que tem a mes-ma exigência mínima de formação para o concurso público e com uma diferença

de salário básico que ainda é de aproxi-madamente 9%. A nível nacional nossa principal conquista foi a Lei do Piso Sa-larial Nacional que veio de� nir um “piso mínimo de salário dos professores”, clas-se de trabalhadores tão importante que ainda não tinha esse direito garantido em lei, a qual veio também para corrigir distorções salariais gritantes a nível na-cional nas diferentes regiões brasileiras; inclusive na Região Sul.

As comemorações dos 45 anos

Certamente o ano de 2009 marcou uma série de atividades que tinham por objetivo a comemoração dos 45 anos da APMI, sendo que a atividade mais importante foi a inauguração da sede própria. Em 15 de maio ocorreu um jantar na Casa Holandesa no Parque de Exposições com o prestígio de alguns associados e autoridades. Na mesma noite aconteceu o lançamento do site sob o endereço www.apmisindicato.org.br, momento que dá início ao projeto de organização de uma rede de comunica-ção e informações com os associados e abertura de uma canal de divulgação e troca de experiências do trabalho reali-

zado nas escolas.Em junho fomos parceiros da Secre-

taria Municipal de Educação, na promo-ção do primeiro Seminário Municipal de Educação Infantil e da Educação Básica com a presença do Professor Max He-tinger, abordando os desa� os de ser educador. No mês de outubro acon-

teceu a tradicional festa de confraternização em comemoração ao Dia do Professor, historicamente o evento vem sendo ao longo dos anos um mo-mento de reencontro dos associados(as) ativos e aposentados.

Uma nova gestão

No dia 8 de dezembro encerramos a gestão com a escolha direta dos dire-tores em todas as esco-las da rede, com exceção da Escola Joaquim Porto Villanova pela ausência de candidatos ao cargo. No dia 15 de dezembro foi eleita a nova diretoria da APMI-Sindicato para a Gestão 2010-2012 com um percentual de 95,45% de aprovação. Acredito que o grupo que está sen-do empossado no dia 21 de dezembro de 2009, terá

grandes desa� os pela frente, principal-mente no que diz respeito as alterações que serão propostas no Regime Jurídi-co dos Servidores Públicos Municipais, bem como alterações no Plano de Car-reira, negociação dos índices de reposi-ção anual e da equiparação salarial num novo contexto a partir da Lei do Piso.

A nova Diretoria assume a gestão com objetivo de manter as reuniões mensais instituídas na gestão atual, pois a postura de decisões coletivas re-quer encontros periódicos para que as ações possam estar sendo construídas e de� nidas de acordo com as deman-das da categoria. Ao � nal da gestão lançamos a primeira edição do Jornal da APMI, concretizando o início de um projeto de assessoria de comunicação, para que os canais abertos possam estar sendo alimentados com as ações da en-tidade, construídas a partir das reuniões de representantes, das assembléias e dos encontros planejados para discutir as ne-cessidades da entidade uma vez associa-ção, hoje Sindicato e que precisa passar por um amadurecimento e constituição política no que tange a federalização e da nova organização exigida a partir da conquista da sede própria.

Page 4: Jornal da Apmi/Sindicato - Ijuí/RS

4 APMI/SINDICATO • Ijuí, 21 de dezembro de 2009

APMI - Sindicato

Data Despesas Cheque nº Valor R$08/abr NF Redemac Klett 441548 778,0009/abr NF Redemac Klett 441548 5,5511/abr NF Redemac Klett 441548 29,0723/abr NF JR Serraria 441548 180,0023/abr NF Lucchese Con. 441548 3.427,7225/abr NF Pedreira Tabille. 441548 320,0008/mai NF Pedreira Tabille Ltda 736094 210,0014/mai NF Redemac Klett 736094 8,1920/mai NF Celso V. Bohrer 736093 900,0020/mai NF Celso V. Bohrer 736099 900,0020/mai NF Madeireira Zambrasul 736094 2.889,0028/mai NF Lucchese Mat. De Construção 736104 2.890,8029/mai UNICOOS 736094 3.000,0019/jun NF Artefatos de Cimento Bandeira 736115 2.375,0025/jun NF Lucchese Mat. De Construção 936381 841,1526/jun NF Madeireira Zambrasul 986384 2.781,0011/jun NF Redemac Klett Dinheiro 14,0610/jul NF Redemac Klett Dinheiro 59,3810/jul NF Redemac Klett Dinheiro 95,0011/jul NF Redemac Klett Dinheiro 59,3818/jul NF SUPERTEX (concreto) 984754 1.722,5018/jul NF SUPERTEX (concreto) 984754 2.252,5022/jul Guia da Previdência Social 984758 490,5030/jul NF Lucchese Mat. De Construção Dinheiro 2.985,0031/jul NF UNICOOS (mão de obra) Dinheiro 6.000,0006/ago Redemac Klett Dinheiro 530,2311/ago Guia da Previdência Social 984768 900,0027/ago Central da Construção Dinheiro 274,0028/ago Padilha Ref. E Climatização (1ªPARC) 405293 678,0029/ago NF UNICOOS (mão de obra) Dinheiro 6.000,0010/set Guia da Previdência Social 689541 900,0010/set NF Lucchese Mat. De Construção 689550 1.475,1010/set NF Lucchese Mat. De Construção Dinheiro 1.524,9010/set NF Redemac Klett CEF 000004 193,8023/set NF Redemac Klett CEF 000004 91,5402/out Recibo Frete Dinheiro 20,0002/out NF Redemac Klett CEF 000001 307,7103/out Guia - Parcela climatizador 689553 678,0007/out NF Redemac Klett CEF 000001 1.350,0010/out NF Redemac Klett CEF 000001 46,1820/out Lojas Fricke 438701 2.266,9021/out NF Redemac Klett CEF 000004 201,0721/out NF Redemac Klett CEF 000004 29,4521/out NF Santana Artefatos de Cimento CEF 000004 135,0023/out NF Redemac klett Dinheiro 124,0028/out NF Redemac Klett CEF000004 33,4028/out NF Redemac Klett Dinherio 662,3228/out NF Redemac Klett Dinheiro 445,4029/out Lojas Fricke 438708 52,2031/out NF UNICOOS Dinheiro 8.000,0031/out Leão Comércio de Tintas Dinheiro 128,8003/nov NF Madeireira Zambrasul Dinheiro 1.424,0005/nov Guia - Parcela climatizador 738709 678,0005/nov NF Redemac Klett Dinheiro 22,2610/nov Guia - Previdência Social 438712 1.200,0011/nov NF Redemac Klett Dinheiro 55,5811/nov Recibo Frete Dinheiro 20,0012/nov NF Funilaria Sperling 438716 1.975,8013/nov NF Redemac Klett Dinheiro 202,2913/nov NF Redemac Klett Dinheiro 18,34

Data Despesas Cheque nº Valor R$19/nov NF Pré-Moldados Dre� s Dinheiro 38,7020/nov Recibo Frete Dinheiro 100,0020/nov NF Corujão CEF 000006 1.976,0021/nov NF Pedreira Tabille Ltda Dinheiro 160,0024/nov Recibo Corujão CEF 000007 5.650,0027/nov NF Marmoraria São Lucas 438719 700,0027/nov Recibo Corujão 913811 635,9027/nov Recibo Frete 913811 35,0014/nov Pedreira Tabille Dinheiro 250,0003/dez Recibo Consulta Arquiteta 913812 210,0004/dez Guia - Parcela climatizador 913813 678,0015/dez CF Schirmann Mat. E Sol. Construção 913827 95,0017/dez NF Lucchese Mat. De Construção CEF 000011 2.094,0002/jan CF Luis Schirmann Dinheiro 13,7905/jan Guia - Parcela climatizador Débito 678,0030/jan Recibo Custos do Projeto 692199 500,0006/fev NF Serralheiro Autônomo CEF 000013 2.015,0014/fev CF Lojas Fricke Dinheiro 24,0016/fev NF Lojas Fricke CEF 000015 97,1016/fev NF Lojas Fricke CEF 000015 1.333,0016/fev NF Lojas Fricke CEF 000015 127,0017/fev NF Leão das Tintas 658162 79,0026/fev NF Marmorária Ijui 658156 1.100,0026/fev Recibo Papa Tudo 658165 75,0030/dez NF Redemac Klett CEF 00017 340,0531/dez NF Redemac Klett CEF 00017 153,7302/jan NF Redemac Klett CEF 00017 13,2102/jan NF Redemac Klett CEF 00017 835,8020/jan NF Redemac Klett CEF 00017 26,0122/jan NF Redemac Klett CEF 00017 79,5323/jan NF Redemac Klett CEF 00017 58,0205/fev NF Redemac Klett CEF 00017 98,4205/mar NF Delta Instalações Elétricas 933972 190,0005/mar NF Centro Luz 933972 2.350,0006/mar CF Lojas Fricke 933975 112,8510/mar Recibo Arquiteta 658158 180,0011/mar NF VIGISAT 933985 655,0017/mar NF PRONTEC CEF 000019 210,0019/mar NF Redemac Klett 933988 120,0021/mar NF Redemac Klett CEF 000020 59,0121/mar NF Redemac Klett CEF 000021 70,0224/mar Emblema Comunicação Total CEF 000016 780,0027/mar NF UNICOOS Dinheiro 9.038,8302/jan NF Redemac Klett CEF 000032 110,3405/jan NF Redemac Klett CEF 000032 517,6605/jan NF Redemac Klett CEF 000032 43,8309/jan NF Redemac Klett CEF 000032 31,0414/jan NF Redemac Klett CEF 000032 83,701/abr CF Lojas Fricke CEF 000030 145,7717/abr NF Delta Instalações Elétricas CEF 000050 180,0017/abr NF Centro Luz CEF 000050 865,0018/abr Boleto Lojas Fricke CEF 000053 71,4520/abr GPS Ministério da Fazenda CEF000054 1.355,8225/abr NF UNICOOS CEF 000057 1.094,225/mai CF Lojas Fricke 846094 146,7313/mai NF Emblema (Parcela 2) CEF 000061 640,0019/mai GPS Ministério da Fazenda CEF 000066 164,1316/jun NF Emblema (Parcela 3) CEF 000081 656,6416/jul NF Emblema (Parcela 4) 39 657,54______________________________________________________________________ TOTAL 108.656,91

Prestação de Contas Construção da Sede Própria • Modalidade: Carta Convite• Empresas Convidadas:- Comércio de Frios Ijuiense (não apre-sentou proposta);- Arquienge – Arquitetura e Engenharia;- UNICOOS – União Cooperativa de Ser-viços;

Obs.: No dia da apresentação do Projeto para as três empresas, � cou acertado que as notas de aquisição de materiais fossem separadas das notas de mão de obra.

• Empresa Vencedora: UNICOOSValor: R$ 83.922,87 acrescido de 15% do valor referente a mão de obra (R$ 4.238,82), totalizando: R$ 88.161,69.Período da Construção: Abril/ 2008 à Fevereiro/2009

Obs.: O total gasto na obra foi de R$ 108.656,91. A diferença entre o valor da carta convite e a despesa efetivamente re-alizada originou-se pela aquisição de ma-teriais não previstos no projeto, entre eles: climatizador, mármore para as soleiras e roda-pés, portões na garagem, instalação do alarme, vidro fume, cerâmicas, cordões para contenção das calçadas, entre outras, conforme consta nas notas � scais.

Sandra WeberTesoureira

O TERRENO A CONSTRUÇÃO A NOVA SEDE

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5APMI/SINDICATO • Ijuí, 21 de dezembro de 2009

O ensino em 2009Um ano após ser eleito prefeito de Ijuí, Fioravante Batista Ballin, fala sobre os avanços na área do ensino municipal durante seu governo e a� rma que boa parte das 23

propostas que foram elencadas durante a campanha estão sendo cumpridas. Ballin recebeu a reportagem do jornal sindical em seu Gabinete quando enumerou as ações até agora desenvolvidas. Ele resguardou algumas expectativas de investimentos para 2010, mas garantiu a manutenção de todas as ações já previstas. “Temos cumprido paulatinamente o que está proposto no Plano Municipal de Educação”, vai logo avisando Ballin para os minutos que seguem de gravador ligado.

Estamos caminhan-do para um processo de fortalecimento da

cidadania e tudo começa pela

educação. O ambiente do

Executivo está aberto e franco. Temos

clareza em colocar essas questões aos

educadores da APMI-Sindicato para que possamos reavaliar

também todo esse trabalho”.

Fioravante BallinPrefeito de Ijuí

Além das previsões >> “Elencamos 23 propostas, metas que vamos efetivar no decorrer dos quatro anos de governo. Entre elas, a continuidade do que já foi de� nido a longo prazo dentro do Plano Municipal de Educação. Temos acrescido um percentual de recursos orçamentários para além do que é obrigatório, ou seja, 25% do recurso livre para a educação e 35% da Lei Orgânica Municipal. O educador que está atento sabe que o governo está abrindo caminhos, ampliando o espaço de trabalho. Por isso, temos propiciado um diálogo franco, aberto e permanente com a própria APMI-Sindica-to. Por exemplo, ga-rantimos uma carga horária semanal de for-mação continuada a 32 grupos de estudos na educação. É o momen-to em que os professo-res tem, aquele tempo para se preparar, se quali� car”.

Escolas >> “Ampli-amos a oferta na Edu-cação Infantil e no Ensino Fundamental. Encaminhamos licitação para construir a nova escola da Eugênio Storch. Também estamos adequando os espaços físicos, como é o caso do Imeab, Joaquin Na-

buco, Tomé de Souza, Dona Leopoldina, Soares de Barros. Instalamos climatiza-dores e ventiladores nas instituições para melhorar o ambiente de trabalho. Agora trabalhamos na articulação da oferta de Ensino Médio e Técnico no quadrante su-doeste da cidade. Um exemplo é a insta-lação da Escola Tiradentes que vai iniciar em março num convênio com o Estado.

Junto a União vamos instalar um Centro de Ensino Federal Técnico (Cefet). Apresentamos ao Mec a proposta do Programa Brasil Pro-� ssionalizado para o Imeab. A prefeitura também comprou um veículo de 31 lugares totalmente adaptado para o transporte de alunos de� cientes através do Programa Caminhos da Escola. Vamos reivindicar jun-to aos governos feder-al e estadual a redução de impostos para aquisição de outros veículos de transporte escolar. Vamos dotar as escolas de recursos orçamentários destina-

dos a pequenos gastos de manutenção. Por isso, instituímos o Programa de Apoio Financeiro as Escolas Municipais (Pro-afem), que possibilitará a cada direção da escola a obtenção de recursos para agilizar pequenas reformas, evitando bu-rocracia e atrasos”.

Tecnologia, programas e livro“Outra meta se refere à Biblioteca

Escolar, adquirimos mais de quatro mil livros ampliando os acervos das bibliotecas, além de curso de me-diadores de leitura para um grupo de servidores/professores através do programa Todos pela Leitura. Aderimos ao programa Viva a Vida, que tem um caráter hu-manístico de prevenção e trata-mento ao uso de drogas e a vio-lência nas escolas. Adequamos a estrutura e funcionamento do Conselho de Educação para que ele possa ter mais autonomia. Os educadores também devem ter notado o apoio que receberam com a ampliação da oferta de atividades no turno inverso nas escolas, com espaços para práti-cas lúdicas, desportivas, culturais e recreativas. Isso re� ete nas o� cinas de violão, xadrez, e reciclagem. Imple-

mentamos o Pró-Vôlei que fechou o ano com atividades em 12 escolas munici-pais. O programa de informatização das escolas vem sendo ampliado, instalamos banda larga em todas elas, além da in-fraestrutura na rede de computadores. Não podemos esquecer do EJA, que con-tabilizou 250 alunos, com novas turmas a partir deste ano, ampliamos a cobertura, a alfabetização plena”.

Novas políticas >> “Por constituir-se numa meta subjetiva podemos dizer que todas as ações que a Secretaria de Edu-cação desenvolveu no âmbito das esco-las envolvendo alunos, pais, professores e comunidade local contribuíram para busca de alfabetização plena. Em espe-cial quando as escolas integraram-se em atividades que envolveram as temáticas como meio ambiente, drogadição, trân-sito, cultura, feira do livro e outros. A implementação dessa política também proporcionou eleições diretas para a escolha da direção das escolas. Isso ajuda a de-scentralizar e democrati-zar o espaço e a partici-pação da comunidade escolar. Promovemos o fortalecimento do Ensino Superior no município através da ampliação ao acesso e a integração do poder público com as nos-sas insti-tuições d e

ensino superior. Um exemplo são os es-tágios remunerados, bolsas de auxílio aos estagiários. Outra luta está sendo gestionar junto ao Estado a transferencia do Ciep para o Município. A remuneração dos professores está de acordo com o piso nacional e de acordo com a legisla-ção estabelecida”.

No caminho >> “A maioria das me-tas estabelecidas para os quatro anos na educação estão sendo cumpridas. A maioria delas já entrou nesse primeiro ano de governo. Isso é realmente motivo de muita satisfação. Para o ano que vem o nosso desejo é ampliar a cobertura e quali� car ainda mais os espaços físicos das escolas, dando uma maior qualidade aos professores, funcionários, estudantes. Também vamos incentivar uma partici-pação mais efetiva da comunidade no ambiente escolar. Estamos caminhando para um processo de fortalecimento da

cidadania e tudo começa pela educação. O ambiente do

Executivo está aberto e franco. Temos clareza

em colocar essas questões aos edu-cadores da APMI-Sindicato para que possamos reavaliar também todo esse

trabalho”.

EXECUTIVO

Page 6: Jornal da Apmi/Sindicato - Ijuí/RS

Waldir José Andriguetto, 71 anos, tem muito o que come-morar na vida. Aposentado do ensino desde 2004 contabiliza uma lista imensa de conquistas ao longo de 47 anos dedicados às salas de aula e as comunida-des por onde passou. A história de Andriguetto na educação iniciou em 1957 e cruza com a da APMI-Sindicato. Em Ijuí ele passou por instituições pú-blicas e particulares. “Cheguei a trabalhar 55 horas/aula por semana”, recorda revigorante o professor. Mas o que � cou de Andriguetto em quase uma dé-cada como educador?

A resposta dessa pergunta e de tantas outras possa estar nos corredores do Instituto M u n i c i p a l de Ensino Assis Bra-sil (Imeab). Foi lá que o educador se d e s c o b r i u primeiro alu-no, depois professor e mais tarde diretor. Ou seja, entra na soma dos 47 anos como professor outros quatro anos como aluno, foram 51 anos dentro da mesma instituição, o Imeab. “Conheço muito bem essa instituição. Ajudei a or-ganizar tudo aquilo, inclusive o Cinquentenário da Escola. Mas ainda pertenço ao Círculo de Pais e Mestres. Quando me chamam vou, ajudo sempre”, destaca.

Não poderia ser diferente para quem passou praticamen-te uma vida dentro da institui-ção. Lá os � lhos também estu-daram, só precisaram deixar a escola nos períodos em que o pai era diretor. “Isso para não ter risco de qualquer tipo de benefício. Eu queria ter liber-dade para tomar decisões. Não queria puxar para nenhum dos lados ou dar motivos para qual-quer tipo de descon� ança”, ex-plica.

Mas em sala de aula, Andri-guetto foi um conhecedor de alunos e usava uma tática infa-lível para ganhar a atenção do estudante: se tornava amigo. “Isso também é método de tra-

6 APMI/SINDICATO � Ijuí, 21 de dezembro de 2009

Foram 47 anos dentro das salas de aula, uma vida dedicada ao ensino

EXPERIÊNCIA DE VIDA

O professor da comunidadebalho, uma forma bem natural. Tentava tornar minhas aulas di-nâmicas com exposição e bom conteúdo. Qualquer estudante gosta de novidades”, detalha.

Numa época ainda distan-te das grandes navegações via internet os recortes de jornais e frases impactantes serviam para chamar a atenção dos alu-nos além de pesquisas rápidas logo nos inícios de aula. “Co-mecei como professor no Ensi-no Primário (1ª a 5ª séries). De-pois passei a dar aulas no Curso Normal Rural. Após completar meus estudos, comecei a lecio-nar História e Matemática”, fala.

Mas as disciplinas que mais o acompanharam foram de Filoso� a, Sociologia, Psicolo-

gia, Biologia, OSPB, Edu-cação Moral e Cívica e Ensino Reli-gioso. “São m a t é r i a s i m p o r t a n -tes como a Filoso� a que agora retor-nou. Ela é in-dispensável para a vida, p r i n c i p a l -

mente para a re� exão, o racio-cínio e para que o estudante saiba examinar bem a vida, as causas e as consequências de tudo o que acontece. Saber re-lacionar ajuda a evitar aquele pronunciamento rápido e fora da realidade e a Sociologia é importante para a integração do meio social, a recíproca cau-sa, ou seja, a ideia vai e volta”, diz o professor.

A integração comunitária

O sucesso de um professor também está relacionado em sua relação com a comunidade onde atua. “A integração salva”, vai logo avisando Andriguetto. “Trabalhei vários anos no está-gio. Alguns pais diziam: ele não é um grande professor, mas tem grande integração com nós. Eu sempre estava envol-vido com alguma coisa desde o esporte, a igreja, ajudando muitas famílias em momen-tos de necessidade. Ou seja, lá estava o professor presente

na comunidade. Só que essa é uma forma do educador tam-bém � car a par da realidade das famílias. Em outras épocas havia uma amizade com os pais dos alunos”, destaca.

A prova dessa relação era quando o � lho reclamava de alguma coisa em casa. “O pai procurava a escola e geralmen-te falava para o professor: o senhor pode fazer o que for ne-cessário. Tem todo o nosso apoio. Ain-da hoje se nota, os professores rurais tinham esse pres-tígio. Viviam ali na comunidade, mo-ravam nas escolas. Não era só chegar dar a aula e ir em-bora. É como se diz hoje nas faculda-des. Não é só ensi-no, tem a pesquisa, tem a extensão. Atualmente as es-colas praticamente viraram somente ensino. Não tem mais aquele pro-longamento de por em prática as coisas, como as hortas domésticas feitas do início até o � m. Era um tra-balho permanente não só na safra, um trabalho constan-te, aquilo que dava aquela força para o professor”, a� rma Andriguetto.

A relação aluno/professor

O professor faz uma ob-servação importante sobre a forma como a escola aborda as campanhas contra a vio-lência, criminalidade, consu-mo de drogas, entre outros. Ele vê uma certa dissonância entre o objetivo � nal e a linha adotada nesse percurso. “Acho que não se deve só combater a criminalidade, a violência, a drogadição, mas se deve pra-ticar a paz. Olhar tudo para o lado da paz. Então com boas maneiras, bons modos aquilo vai crescendo. Não adianta eu

fazer uma campanha contra as drogas abertamente. Eu tenho que ensinar que aquilo faz mal, prejudica e o que pode acon-tecer com quem usa. Então é bom ter sempre o aluno como amigo nesse processo, não como seu oponente. Avisan-do: tenha cuidado, respeita tua vida. Não adianta falar mal, eu tenho que procurar conquistar aquela pessoa. É uma forma de

mudar o quadro tanto para o aluno quanto para professor. Para encontrar um caminho é preciso os dois estarem do mesmo lado, pois o con� ito gera causas e as consequências são terríveis”, fala.

O que � cou

Mais de 20 mil estudantes ele garante que passaram por suas mãos em 47 anos de en-sino. O número equivale a uma pequena cidade interioriana. “Hoje constato que aquilo que ensinamos há 20, 30, 40 anos foi útil. Quando vejo ex-alunos

assumindo cargos importantes na agricultura, educação, saú-de dos municípios me enche de orgulho. Tem um caso que o prefeito e o vice foram meus alunos. É difícil chegar num lo-cal em Ijuí e não encontrar pes-soas que estiveram na minha sala de aula. No bairro Assis Brasil tem seis mil habitantes, uns dois mil assistiram minhas aulas. Nunca mandei um aluno

para a direção, nem os castigava. Procu-rava sempre resolver os problemas. – E daí meu amigo, o que podemos fazer pra acertar isso? Deixava eles me darem a res-posta, eram eles que ao errarem corrigiam fazendo uma tarefa. Era uma saída. Uma fórmula diferencia-da, tudo para não machucar. Eu notava perfeitamente que aquele professor que usava métodos mais drásticos os alunos acabavam o atingin-do de alguma forma, fosse quebrando uma vassoura, vidros e outros. Sempre estourava na outra ponta. Para mim ser professor foi uma vocação. Foi fazer o bem para os outros, trazer felicidade para me sentir feliz tam-bém. Não tem coisa que mais me encanta hoje é viver no mun-do bem. Ver que tudo aquilo que foi seme-ado, � cou e não foi

perdido. Como diz um ditado francês: o que tu semeia � ores-ce, o que tu guarda apodrece. Dizia para os meus alunos que a gente precisa ser humilde. Com humildade é sempre mais fácil de chegar, de se relacionar, de dar um bom dia, um boa tarde seja a quem for. Isso é ser au-têntico. Aquela velha história do fui eu que � z, eu quebrei, en-tão tenho que consertar. Essa é uma lei para tudo. Se errei nesse ano no próximo não posso cair no mesmo erro, quem não co-nhece o passados está sujeito a repetir os mesmos erros no pre-sente”, � naliza o professor.

“o que tu semeia� oresce,

o que tu guarda, apodrece”

Professor Andriguetto

Page 7: Jornal da Apmi/Sindicato - Ijuí/RS

Ele cruzou os olhos, iden-ti� cou, estranhou. Procurou a professora e disse, em forma de lágrimas e choro: “Estou as-sustado! Quem é esse aí?” Essa foi a reação de um dos bebês do Berçário 1, da Escola Munici-pal Infantil Professora Cândida Iora Turra, ao notar a presença de pessoas estranhas ao seu ambiente. É lá que a profes-sora Franciele Nova-czyk Kilpinski, 25 anos, põem em prática tudo o que estudou, e de forma especial, no que ela acredita. Franciele pode até ser uma das mais jovens professo-ras da rede municipal de ensino, mas sabe exatamente o que está fazendo. Optou pela Educação Infantil não por ser a primeira por-ta aberta na área, mas por entender o valor desse processo para o desenvolvimento e formação das crianças. Como poucas, ela tem toda a razão.

Recém graduada em Pedagogia, a jo-vem educadora inte-gra o novo per� l de professores que estão chegando ao mercado de trabalho, em especial, na Educação Infantil. Quem tem � lhos e se um dia precisou deixá-lo em creches já percebe algumas mudanças no trato e atendimento dos pequenos. Houve uma pro� ssionalização e uma gradativa substituição de monitores para professo-res. As creches viraram escolas.

7APMI/SINDICATO � Ijuí, 21 de dezembro de 2009

O entusiasmo e o conhecimento de uma das mais novas professoras da rede municipal

NOVAS PERCEPÇÕES

Recém-chegadaOnde antes era apenas lugar do � lho estar por determina-das horas, hoje durante esse mesmo período, eles ganham além do atendimento básico e do olhar afetuoso, estímulos. “Tudo é feito com um intuito. Para cada momento há uma proposta. Por mais que a rotina seja pesada, que a gente passe boa parte do tempo alimentan-

do, trocando fraldas, desenvol-vemos paralelamente alguns estímulos, incluindo o motor. A conversa com o bebê, o to-que, a música cantada, o laço afetivo. Isso tudo in� uencia na personalidade que está sen-do formada e eles notam. São questões incluídas na rotina, no dia a dia”, explica Franciele.

A a� rmação tem peso. “Des-de pequenas coisas, como os horários, eles precisam ter aquela rotina. Por mais que se-jam bebezinhos é necessário. Eles descobrem que tal coisa pode e outra não. Pelo nosso próprio olhar eles já sabem. Quando tem alguém estranho eles testam aquela pessoa e nos procuram para ver o que

vamos fazer. Tem até a questão da linguagem que deve ser cuidada com os maiorzinhos. As gê-meas, por exemplo, elas estão aprendendo a falar. Então tudo o que a gente fala elas repetem, é bom, é grati� cante acompanhar essa evolução, mas temos que ter muito cuidado”, destaca a professora.

Um pouco mães

O mundo moderno exige cada vez mais tem-po dos pais. Fator que acaba comprometendo o tempo com os � lhos. Isso leva as crianças cada vez mais cedo para fora de casa. “Eles � cam aqui mais tempo do que na residên-cia da família. Chegam pe-las 7h e saem às 18h. Pelo

próprio relato das famílias notamos que ao chegarem em casa, eles se alimentam e já querem dormir. Quer dizer, o dia deles é aqui. E esse con-tato direto acaba criando laços afetivos. Nós temos que ter a percepção, o tato para saber quando eles não estão bem, descobrir o que está incomo-dando. E isso é ser um pouco

mais do que professora”, fala Franciele.

Os valores da escola

Para muitas famílias a es-cola atualmente é vista como a grande responsável pela educação dos � lhos. Um dos motivos é justamente pelo tempo que eles � cam sobre o zelo da instituição. Um engano. Educação começa em casa, se estende para as escolas onde o educando adquire conheci-mento. “É difícil trabalhar com isso, nesse limiar de responsa-bilidades, mas é nossa missão e somos cobrados. Noto que as famílias estão jogando nas es-colas quase toda a responsabi-lidade, e isso, inclui até mesmo os valores. Aqui nós estamos ensinando tudo, desde usar talheres a utilizar o banheiro. Se o meu � lho não aprendeu é porque a escola não ensinou?”, indaga Franciele. Uma coisa muito interessante lembrada por ela é a perda da infância. “Hoje as crianças já são muito adultas. Não tem mais aquela coisa do brincar. O eletrônico, a tecnologia está tomando con-ta. Eles preferem � car em casa assistindo televisão, jogando videogame do que andar de bi-cicleta”, cita como exemplo.

Além disso, há um outro li-mitador que também amplia os desa� os dos professores na atualidade: a desvalorização da educação. “Percebo isso não apenas na Educação Infantil – que sofre um certo preconcei-to – mas no ensino em geral. Não sei se o erro é da escola, das famílias ou de uma unida-

de – Município, Estado, União. Falta estímulo para a educação. A criança precisa ter esse gos-to pela escola. Eu cresci com meu pai dizendo: Você precisa caprichar sempre. E se eu não estudasse não seria alguém. Então meu foco sempre foi o de que precisava estudar para ser alguém na vida, pra mim melhorar a relação com os de-mais. Hoje vejo que a educação serve mais para cumprir um protocolo. Receber um canudo para conseguir um emprego”, lamenta.

O professor hoje

“O professor tem que ser um estudante permanente, com-prometido com a prática, fa-zendo uma análise do dia a dia. Daquilo que foi bom, do que foi ruim e o que pode melhorar. É preciso buscar sempre uma ex-celência da qualidade do traba-lho. No momento em que a por-ta da sala de aula é fechada é ele quem vai estar à frente. Pensei em ser professora da Educação Infantil para fazer diferente, não apenas jogar brinquedos no chão e esperar o tempo passar. Não é essa a intenção. Quero que lembrem de mim, que os estudantes gostem de mim. O professor precisa mergulhar no que é a educação, fazendo parte daquilo que é importante para a criança. Eu acredito que o futuro está nas crianças. Gosto de estar aqui, gosto de perceber cada detalhezinho que eles vão de-senvolvendo e notam progres-sos. Acho isso fantástico. Hoje eles sabem pouco e amanhã sa-berão muito”, � naliza Franciele.

Franciele Kilpinski

Page 8: Jornal da Apmi/Sindicato - Ijuí/RS

Qual é a essência de um sindicato? A resposta a essa pergunta vai além da luta pela preservação de direitos dos tra-balhadores. Ela é mais complexa e chega numa essência básica que forma a tríade ideal do ensino: professor, aluno e reco-nhecimento. Essa vem sendo a bandeira que o Sindicato dos Professores da Rede Pública Municipal de Ijuí (APMI-Sindica-to) vem defendendo em seus 45 anos de atuação.

As quatro décadas e meia da enti-dade foram marcadas por avanços em todos os campos do ensino municipal, desde questões salariais até melhores condições das escolas. Mas para enten-der o processo de construção sindical da APMI, é necessário saber que trata-se de uma ideia surgida em pleno período ditatorial brasileiro, nos anos em que o chumbo tinha mais valia que o cérebro. Em tempos negros do � m da década de 60. Foi enfrentando todos os tipos de ameaças que um pequeno grupo de professores cansados das muitas perse-guições políticas decidiram enfrentar o regime local. Mas não foi só aqui, um surto da biotônica vitalidade contra a ditadura militar instalada no País surtiu como onda criativa em todos os cantos do Brasil. Eram poetas, jornalistas, mú-sicos, escritores, advogados, donas de casa que passaram a pipocar ideias e pe-quenos movimentos contra a repressão.

Mas o que dizer dos professores que naqueles anos viam os colegas sumirem ou serem trocados de escola a escola, como num movimento viciado ininter-rupto. “Naquela época a nossa bandeira foi contra a perseguição. Tínhamos que defender os colegas que estavam sen-do transferidos de um lado para outro simplesmente por perseguição política. Nos encontrávamos escondidos porque era proibido qualquer tipo de reunião e organização. Os locais de encontros eram nas casas de cada um, tudo feito de forma secreta. E no momento que

conseguimos montar a direção e o es-tatuto procuramos o Departamento de Ensino Municipal para uma primeira inti-midação”, recorda o professor aposenta-do Domingos Pezzetta, 66 anos. Nascia a APMI, na época como associação de professores.

A democracia

Atualmente o cenário é outro. A de-mocracia permite a liberdade de ex-pressão, reuniões sindicais e da voz para todos os tipos de manifestação. Se em outras décadas foi necessário correr ris-cos diante do sistema, hoje o grito por igualdade e reconhecimento continua ecoando e re� ete nas atitudes da atual geração. Como é o caso da professora Sandra Weber, que acompanhou todo o processo de transformação da APMI numa entidade sindical. Eleita em 1994 e reeleita presidente em 1999, ela soube transitar como poucas na linha de frente da APMI e na organização sindical que hoje está fortalecida com a presença de mais de 500 pro-fessores entre apo-sentados e efetivos. “O cenário é outro, vivemos da liber-dade. Existe lei de amparo. Tem vários mecanismos que defendem os pro-fessores juntos de suas � liações”, diz Pezzetta.

Mas para isso, a caminhada foi lon-ga e nem tudo pós Ditadura Militar foi rosas. “Fizemos uma série de en-contros, ouvimos presidentes sin-dicais e órgãos já estabilizados. Era

necessária uma organização sindical até para podermos negociar com Executivo. E depois de muito debate, em março de 2001 durante uma assembléia geral com o auditório da Unijuí lotado votamos e transformamos a APMI em sindicato”, re-corda Sandra.

De associação para Sindicato

Foi preciso uma nova assembléia em 2003 para mudar a denominação que até então era Sindicato dos Professores Municipais de Ijuí, e que acabou não sendo aprovada em Brasília devido a semelhança com o já existente Sinpro. E assim nasceu o Sindicato dos Profes-sores da Rede Pública Municipal de Ijuí (APMI-Sindicato). Em março de 2004, o Diário O� cial da União publicava a pri-meira nota indicando a APMI como en-tidade sindical. “Mantemos a sigla em respeito a toda história que fez surgir na época a Associação, lá no ano de 1964 em pleno período da Ditadura, por isso

é importante que continue a nomencla-tura mesmo hoje sendo sindicato”, reco-nhece Sandra. “Hoje a APMI deve avan-çar mais e mais sem perder as conquistas que nós adquirimos ao longo de tantos anos. Essa história nos transforma numa instituição de raiz, mas ainda é necessá-rio a classe ser mais valorizada”, garante Pezzetta. Após tantas casas diferentes, a APMI-Sindicato � nalmente ergueu sua própria sede no dia 26 de março des-te ano, tornando real o que parecia ser distante demais. Localizada na Rua 20 de Setembro, nº 842, o prédio de 100 metros quadrados recebeu investimen-tos acima de R$ 100 mil, comprovando a nova fase de avanços e resultados do passado do Sindicato dos Professores da Rede Pública Municipal de Ijuí. A sede serve também para a realização de reu-niões mensais de diretoria, quinzenais com representantes das escolas munici-pais, da Apae, Smed e aposentados que propiciam um momento de discussão, estudo e consequentemente estabele-cendo um canal de comunicação com a

rede municipal.

Outros tempos, velhas lutas

Um novo plano de carreira, essa foi uma das primeiras lutas da entidade como sindicato. E foi a base de muita discussão que entrou como prioridade também a equiparação salarial do magistério, que hoje signi-� ca um professor receber 50% do valor referente ao padrão 6 da Prefeitura. “Essa foi uma luta que instituímos e que foi reco-nhecida pelos poderes públi-cos. Gradativamente estamos chegando nesse valor. Hoje o nosso básico é de R$ 546,00. Mas precisamos melhorar. É necessário também mudar a

8 APMI/SINDICATO • Ijuí, 21 de dezembro de 2009

Mais de 500 professores � liados dão peso a uma bela história

MEMÓRIA DE CONQUISTAS

APMI-Sindicato: quatro décadas e meia de luta

Domingos Pezetta, fundador da APMI

Page 9: Jornal da Apmi/Sindicato - Ijuí/RS

com os prefeitos, buscar reajustes”, fala Sandra.

Os desafi os

“Desa� os sempre vão existir. Você resolve um, surge outro. Mas uma das coisas que a enti-dade precisa fazer é pressionar o governo por melhoras de infraes-trutura das escolas. Lá, no local de trabalho dos professores é que estão aparecendo as de� ciências. Os maio-res problemas estão nas escolas mais an-tigas. Na maioria delas não foram planejadas ex-pansões. Um exemplo é a Escola Anita G a r i b a l d i , � zeram vá-rias reformas e a estrutura é ruim. Essas escolas mais tradicionais pos-suem salas pequenas, pouco ventiladas e de baixa segurança contra furtos e roubos”, � naliza Sandra.

9APMI/SINDICATO • Ijuí, 21 de dezembro de 2009

equivalência, pois hoje, um professor com licenciatura plena ganha 40% re-lação ao básico. Entendemos que isso é muito pouco para uma graduação. Feliz-mente a maioria dos nossos professores já tem curso superior e pós-graduação. Acredito que os professores percebem que essa ação sindical acontece. É uma caminhada que vamos construindo”, destaca Sandra Weber.

Essa política de recuperação leva em conta também a questão de segurida-de social através do Previjuí. “Sempre acompanhamos as discussões, esse é um fato extremamente importante que merece cuidado. Hoje sabemos que a conjuntura atual exige uma outra forma de luta da que se tinha antigamente. Por exemplo, em 1996, fomos bater panela em frente da Prefeitura. Fizemos greve, fomos até a ExpoIjuí atrás do prefeito Gérson Ferreira. Queríamos salário em dia, pois estava muito atrasado. Essas lutas foram construindo a história de nossa entidade. Atualmente temos con-seguido fazer uma negociação salarial

Primeira diretoria da APMI (Associação)

No dia 8 de março de 1964 realizou-se a primeira reu-nião para fundação de uma Associação dos Professores, na qual, compareceram 22 professores, os quais decidiram for-mar uma comissão para elaborar os estatutos. No dia 16 de maio de 1964, realizou-se uma Assembleia de professores, quando foi aprovado o estatuto. Compareceram 85 edu-cadores, que aprovaram o estatuto e elegeram a primeira diretoria.

Presidente: João Paulino PadilhaVice-Presidente: Evaldo Kest1º Secretário: Ewaldo Bier2º Secretário: Nair François Martel1º Tesoureiro: Irineo Sartor2º Tesoureiro: Domingos Pezzetta

Conselho:João Zimermann, Vilma PereiraTeresa Maria Padilha, Agnes KundeAlbertina Rosa Bartz, Albertina NoronhaPatrono: São João Batista de La Salle

APMI-Sindicato: quatro décadas e meia de luta

Primeira diretoria da APMI-Sindicato

No dia 16 de março de 2001, durante Assembléia-Geral Extraordinária, com a participação de mais de 200 professo-res foi aprovada a transformação da Associação de Professo-res em Sindicato dos Professores Municipais de Ijuí, quando foi criado o novo estatuto da entidade e eleita a nota dire-toria para a gestão 2001/2003, que fi cou assim constituída:

Vice-Presidente: Gilberto Natal Maas1ª Secretária: Claudete Drews2ª Secretária: Rosenara Huber1ª Tesoureira: Beatriz Cezimbra Correa2ª Tesoureira: Adriana Noronha

Conselho Fiscal: Gladiz Berno, Maria Ester Johann e Roselei Boneta de Moraes

Conselho Fiscal (suplentes):Gerson Pereira, Nilson Barriquello e Verani B. da Silva.

Sandra Weber, a mais jovem presidente

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10 APMI/SINDICATO � Ijuí, 21 de dezembro de 2009

Amor à pro� ssão

Professora 24 HA rotina de uma educadora de 65 anos e 50h/aula

• Acompanhe o roteiro diário da professora Carmen

Ela levanta cedo, bem cedo. To-dos os dias nos primeiros raios de sol, a professora Carmen Marilia Agert de Oliveira, 65 anos, sabe que o relógio é implacável. O tempo, como areia que se esvai entre os dedos não perdoa, não para. Por isso, não se permite er-rar. E ela sabe, já se passaram mais de 35 anos dentro das salas de aula.

Mas naquela quinta-feira (17) era mais um dia que era preciso acordar, abrir os olhos, conferir o relógio e comprovar os minutos que seguem. Ela ainda tem prazo, uma hora para tomar um banho, café, se arrumar, conferir a pasta com material que será usado na aula do Maternal 1 (crianças de 2 e 3 anos), também o dinheiro da passagem do ônibus, en� m, até às 6h45 tudo deve estar pronto para mais um dia de aula.

Após esperar uns minutinhos na parada de ônibus, chega o momento de subir os três degraus do veículo de transporte urbano que diariamente a leva até a Escola de Ensino Municipal Infantil Alvorada. Lá a jornada é lon-ga, típica de quem gosta do que faz.

No roteiro da professora que aos

65 anos, assumiu uma carga de 50 horas semanais (20 horas por con-vocação para substituir uma colega que foi para a rede estadual) está in-trínseca a força de vontade e a paixão pelo ensino. “Ser educadora é ter a certeza que se pode ensinar. É preci-so se envolver com isso. Eu trabalhei 23 anos em escolas públicas de Porto Alegre, então minha relação com o Estado e Município não vem de hoje. Mas tem algo que acho fundamental. A educação começa dentro de casa. Lembro que quando minha � lha era pequena começou a perguntar sobre os personagens das novelas: Mãe, mas esse tio não era marido da-quela ali, como ele agora está lá com outra? A partir dali não assisti mais novelas. A televisão lá em casa tem um valor imenso para “ouvirmos” no-ticiários. Então educação começa em casa sim”, fala ela. Questionada sobre uma vida em sala de aula, ela garan-te que “faria tudo de novo, não sei se agüentaria uma carga de 50 horas como agora (brinca), mas trabalharia com o maior prazer de novo”, garante a educadora.

7h00 – Chegada ao colégio. Após uma rápida organização e vistoria no seu ambiente de trabalho começa a receber as crianças trazidas pelas mãos dos pais. Algumas delas já aguardam em frente o colégio a abertura do portão. Por volta das 7h30 as chegadas se intensi� cam e mantém-se até por volta das 8h.8h20 – A professora após acomodar os pequenos os conduz até o refeitório, é a hora do café da manhã. 9h00 - Começam atividades pedagógicas orientadas. Trabalhos com pintura, recorte e outros. O objetivo é que a criança aprenda algo novo através de exercícios especí� cos.9h40 – Hora do lanche. Novamente a professora cuida dos pe-quenos no refeitório.10h00 – É chegado o momento das atividades no pátio e tam-bém na Brinquedoteca.10h45 – Após o momento de folia, Carmen passa a trabalhar um valor básico e essencial da criança, a higiente.11h20 – O almoço começa a ser servido. Nesta hora, a professora ensina os métodos corretos de uma boa ali-mentação. Após os pequenos voltam a ter práticas de higiene como escovar bem os dentes e lavar as mãos. Feito isso a educadora encaminha a turma para cerca de duas horas de sono.14h30 – Os alunos começam a acordar e a professora outra vez os conduz para as atividades de higiene, em segui-da é o momento do lanche da tarde.15h15 – Começam as atividades orientadas (na se-mana passada, foi a vez das canções natalinas).15h45 – Momento de descontração e brincadeiras no pátio da escola, tudo sob o olhar atento da professora.16h45 – Alguns pais já começam aparecer para buscar os � -lhos.17h15 – Fim do expediente.17h20 – A professora Carmen encaminha-se para o ônibus que a levará ou para casa ou para as compras no centro da cidade.18h00 – Fim da tarde ela chega em casa. Reside sozinha num prédio do centro da cidade. Hora de por tudo em ordem. Pri-meiro liga a TV como companhia, daí começa os afazeres, lavar a roupa, limpar o apartamento e também já pensar no material de aula do dia seguinte. Vida de professora, não é nada mole não.0h00 – Hora de dormir e quem sabe sonhar com os pequeninos.

Page 11: Jornal da Apmi/Sindicato - Ijuí/RS

Você tem ideia do número de benefícios que o Ban-risul pode lhe oferecer? Ou da quantidade de vantagens que se têm, através dos serviços que uma agência lhe dis-põe? Então, venha até a agência Banrisul de Ijuí e veja de perto todas as possibilidades que o maior banco do RS tem para você.

Que tal o Banricompras? Com o mesmo cartão de con-ta corrente, você paga ou parcela suas contas em mais de 80 mil estabelecimentos conveniados. Na área eletrônica, as vantagens são ainda maiores, com todas as facilidades de auto-atendimento ao seu alcance: caixas eletrônicos, internet banking e atendimento por telefone. Pela agên-cia virtual é possível acessar informações da sua conta e realizar transações bancárias a qualquer hora e de qual-quer lugar. “Tudo isso com total segurança através do www.banrisul.com.br. Cliente Banrisul não precisa enca-rar � las”, explica o gerente-geral da agência Banrisul de Ijuí, José Ricardo C. Cosentino.

O banco também oferece débito em conta, investi-mentos e cartões de crédito. “Temos linhas especiais para funcionários públicos. Hoje, a grande vantagem, além das tarifas reduzidas, são os créditos consignados para funcionários públicos, que são empréstimos parcelados, com desconto em folha, sem avalista e com prazos e ta-xas especiais. “É a possibilidade, por exemplo, de comprar um carro, fazer uma reforma, viajar, realizar um sonho. Por isso, antes de fechar negócio, vem conversar com a gente!”, detalha o gerente. “Muitas vezes, é muito mais vantajoso para o cliente fazer um empréstimo com juros reduzidos no Banrisul e negociar o pagamento à vista do produto, obtendo descontos que, no � nal das contas, fa-zem com que o bem saia muito mais barato”.

O gerente lembra ainda da linha da construção civil através do Crédito Imobiliário, é a possibilidade de con-quistar a casa própria com uma taxa de juros diferencia-da. Além de tudo isso, aproveite para conhecer a agilida-de do Crédito 1 Minuto, Cheque Especial, entre diversos outros serviços.

No ítem segurança, o Banrisul também possui diferen-ciais importantes, como o Cartão Chipado, que possui um chip de identi� cação inviolável, para garantir transações seguras e muito mais tranquilidade aos usuários.

Quem tem Banrisul, tem tudo o que precisa.

Quem sai à noite, com certeza já os viu tocando nos restaurantes, boates, bares e casas de dança em Ijuí e região. Cassiano Scheer e Roberto Bonnes são músicos que há mais de dez anos botam a galera pra dançar em festas e eventos, com um repertório sem-pre sintonizado com os sucessos do momento e tam-bém com a bagagem musical diversi� cada que só os anos de palco são capazes de formar.

Roberto toca guitarra e violão e usa samplers para as partes de bateria e acompanhamento, fazendo um show dançante com muito rock´n roll nacional e inter-nacional, música nativa e gauchesca. Já Cassiano toca teclado e faz uma verdadeira banda soar nos altofalan-tes, com a experiência de quem já tocou em grandes grupos de baile e sabe “sentir” o público.

Os dois artistas sentem orgulho e prazer em poder fazer o que gostam e garantir o sustento a partir de um talento que desenvolveram ainda crianças, meio que por brincadeira e que acabou virando pro� ssão.

Cassiano e Roberto também tocam em eventos particulares, como casamentos, aniversários, formatu-ras e recepções e são garantia de uma festa animada e inesquecível.

Como sócios-proprietários do salão, Noeli e Renan Diniz - mãe e � lho - são os alicerces de uma equipe de pro� ssionais que preza pela excelência no atendimen-to, oferecendo as mais variadas opções de tratamento, coloração, alisamentos, penteados, cortes, mega-hair, mechas e make-up, além de pedicure e manicure con-vencionais e decoradas.

Pelo 4º ano consecutivo, o Beleza Humana recebe o prêmio Podhium de Salão de Beleza Destaque, e agra-dece a credibilidade e con� ança de seus clientes.

Todo o equipamento utilizado no salão é descartável ou esterelizado, segundo as normas de saúde vigentes e indo além, para garantir o manuseio seguro e procedi-mentos corretos de uso e descarte do material.

As técnicas utilizadas no Beleza Humana estão em harmonia com as últimas tendências da moda e ante-nadas nas novidades tecnológicas que despontam no mercado do mundo fashion.

Utilizando produtos de alta qualidade, garante pro-cedimentos que duram mais tempo, cores � rmes e pe-renes - além de evitar reações alérgicas, comuns em tra-tamentos menos quali� cados.

O Salão Beleza Humana, sempre cuida do bem es-tar de suas clientes e de lapidar a beleza nas tendências da moda, respeitando o estilo próprio de cada mulher. Aqui, todas trabalham em espírito de equipe. O Beleza Humana se orgulha em participar ativamente da forma-ção dos melhores pro� ssionais: capazes, responsáveis, atenciosos e prestativos.

Noeli e Renan estão sempre buscando atualizar-se, no Brasil e no exterior: Noeli, em 2008, participou de cursos nos Estados Unidos, Renan foi à Argentina, e am-bos, este ano, estiveram em São Paulo e Rio de Janeiro.

A parceria com a JOICO - marca de produtos ameri-cana, de altíssima qualidade - respalda a seriedade e o compromisso que o Beleza Humana tem em proporcio-nar o que há de melhor para suas clientes.

11APMI/SINDICATO � Ijuí, 21 de dezembro de 2009

Vem conversar com a gente!

Para bailar e se divertir

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Cliente Banrisul pode muito mais Músicos que tocam e encantam as festas da região

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Page 12: Jornal da Apmi/Sindicato - Ijuí/RS

As histórias de Kalunga, aquelas do sapo inglês, da bruxinha querida, do louco mundo de Raimundo, que tanto encan-tam e povoam a cabecinha das crianças, ganharam neste ano um olhar mágico da direção e professores da Escola Municipal Infantil Solange Ana Copetti. A instituição que atende estudantes de 1 a 5 anos de-cidiu apostar num projeto até certa forma inovador.

Foram preparadas diversas atividades tendo como foco a literatura. Mas litera-tura para crianças que estão recém apren-dendo a ler? Exatamente isso, literatura para os pequenos, tendo como base uma temática clara e fácil de ser compreendida: o trabalho reconhecido do escritor infan-tojuvenil Kalunga. O projeto que veio para � car não tem um nome especí� co, nem mesmo os temas. Tudo é uma variável que deve mudar a cada edição e desa� a os professores em pôr no papel a sua criati-vidade.

Em 2009, o tema foi “Minha escola que gostosura, tem brincadeira e também lite-ratura”. Mas o lema nasceu de um dos li-vros infantis de Kalunga, o qual tem uma passagem que diz: cinco pitadas de cari-nho, uma porção de amizade e ternura a vontade. Pronto estava montada a base, a linha norteadora que iria focar objetivos que vão do estímulo ao hábito da leitura, a possibilitar aos pequenos um mundo de magia e do faz de conta, do envolvimento com a família e também a utilização da li-teratura de Kalunga em áudio.

Os 167 alunos da instituição foram en-volvidos no projeto literário que durante o primeiro semestre – a partir de abril - foi organizado através de atividades coletivas em sala de aula. “A escola tinha o projeto geral que envolvia o Kalunga, mas cada turma trabalhava seu projeto especí� co em sala de aula. Por exemplo, no Berçário,

as professoras usavam métodos do siste-ma corporal como reconhecimento, iden-ti� cação e assim por diante. Mas todas as turmas num determinado momento en-volviam o projeto geral da escola em suas atividades. E assim foi do Berçário 1 (crian-ças até 1 ano), Berçário 2 (de 1 a 2 anos), Maternal 1 (de 2 a 3), Maternal 2 (de 3 a 4) e Pré-escola. “Acreditamos que quando a criança houve histórias desde muito cedo desenvolve a criatividade, imaginação, co-munica-se com maior facilidade, elabora

hipóteses sobre acontecimentos vivencia-dos. Sendo assim quando a criança inte-rage com diferentes gêneros textuais, ela tem acesso as mais diversas possibilidades humanas”, acredita a coordenadora Lilia Cavalheiro Pinto Teichmann.

A contação de histórias foi um dos

métodos bastante trabalhados pelas pro-fessoras, tanto que geralmente uma das educadoras se caracterizava de um per-sonagem para dar aquele momento uma dose maior de realidade, um diferencial. Além disso, as atividades coletivas foram desenvolvidas através de eventos como a Cinemateca, Sarau de Poesias, O bicho está Solto, Concurso de Caricaturas entre as famílias, Dia da Paródia, entre outros. “Exploramos todos os espaços da escola. Eles tiveram atividades variáveis, de pintu-

ra, brincadeiras dirigidas, vivas, coletivas e tudo relacionado ao Kalunga. Em setem-bro aconteceu o momento da paródia, quando os alunos escolheram uma poesia ou música do escritor para parodiar. Tive-mos também cinemateca com vídeos do Kalunga”, detalha Lilia.

Apesar do sucesso, o evento por pouco não saiu. O motivo foi a chegada da Gripe A, que assolou todo o País, em especial o Rio Grande do Sul. Mas uma mudança na data e o próprio entendimento do escritor manteve em pé o belo projeto da escola. Então nos dias 11 e 12 de novembro o grande inspirador de todos os trabalhos, Kalunga chegou em Ijuí. “Foi grati� cante desenvolver esse trabalho, pois uma valo-rização das famílias que tiveram um papel importante nesse processo. Os pais se en-volveram tanto que durante a apresen-tação do Kalunga com auditório lo-tado as famílias cantavam todas as músicas. Isso mostra que ouviam o CD em casa com os � lhos, aju-davam nas atividades, foram pais presentes nesse processo que desperta o gosto pela leitura desde cedo”, comemora a profes-sora.

Ela tem razão, um outro fator que pode dar dimen-são ao trabalho

desenvolvido pode ser também visualiza-do ao que pensa o escritor infantil Kalun-ga, que viu no trabalho dos educadores algo valioso e não mediu esforços para levar seu talento a uma escola infantil. “Ge-ralmente ele desenvolve esses eventos em escolas maiores, quando vimos ele estava em nosso bairro, em nossa escola e os pe-queninos envolvidos com aquilo. É preciso acreditar na educação infantil, não sendo apenas como lugar onde as crianças pre-cisam � car, mas que elas podem aprender também. Essa questão pedagógica tem que ser levada a sério”, explica Lilia.

Os familiares também se envolveram, em casa junto dos � lhos, � zeram carica-turas do Kalunga, cerca de 60 obras foram produzidas. Agora um próximo evento literário está sendo projetado para 2011. “Decidimos que esse evento irá acontecer a cada dois anos. A literatura sempre esta-rá em foco, pois é através dela que se tor-na possível trabalhar outras questões. Já estamos pensando em alguns nomes que possam se tornar o carro-chefe do proje-to”, avisa a coordenadora pedagógica. Para que o evento fosse realizado a escola con-tou com a participação de vários apoiado-res que não mediram esforços para que o evento de fato acontecesse.

• Kalunga e a literatura Kalunga é poeta, contista, animador

cultural e compositor. Percorre todo o Bra-sil realizando palestras e o� cinas. Para ele estar presente nas instituições de ensino tem um objetivo especí� co: despertar o interesse pela leitura, sempre partindo da � gura do escritor. Ou seja, se as crianças gostarem do escritor irão gostar da histó-ria e da literatura. Kalunga acredita que se o escritor for visto como alguém do conví-vio da criança com os pais ou amigos, se identi� cará mais com a leitura. Para ele, a história não precisa ser escrita, mas é de-ver de todos ajudar a criar na criança o hábito, aquele do interesse por tudo o que ela vê. Desde as observações do caminho para a escola, diante deste contexto, o li-vro também se tornará interessante e pas-sará a fazer parte da vida dela, tornando a criança numa pessoa leitora.

12APMI/SINDICATO � Ijuí, 21 de dezembro de 2009

Um faz de conta de verdadeProjeto da Escola Solange Ana Copetti traz Kalunga para contar histórias

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Page 13: Jornal da Apmi/Sindicato - Ijuí/RS

Sabe a escolinha do 15, do lado da lom-bada? Assim foi conhecida durante muitos anos a Escola Municipal Fundamental 15 de Novembro. O diminutivo do termo es-cola hoje não condiz com a realidade da instituição. Cresceu. Expandiu para além das salas de aula, se tornou tão grande que o pequeno pátio ganhou novas extensões chegou as casas. Escola e comunidade que até então eram divididas por uma rodovia acabaram encontrando uma na outra um ponto, uma possibilidade. Da escola, a de realmente exercer seu papel social. Da co-munidade, em saber que as coisas podem ser melhores através da educação, espe-rança de dias melhores para os � lhos, para todos.

Mas como isso pode ser feito? É pos-sível mudar uma cultura enraizada no “eu sempre serei assim”? “Mostramos que eles são especiais, que podem competir no mesmo nível até com estudantes das esco-las particulares, que eles não � cam abaixo de ninguém”, explica a diretora da Escola Elisane Riethmüller. Ela tem razão. E foi pensando em alternativas que pudessem render aos educandos um melhor apro-veitamento do tempo na escola que os professores de� niram uma série de ações e diretrizes, tendo como base as o� cinas. “Reestruturamos as o� cinas. Não fazendo com que as crianças venham para a escola apenas por vir, mas para ter foco”, destaca a diretora.

As 11 o� cinas desenvolvidas ao lon-go do ano mostram hoje um diferencial da instituição que passou a ser escola de tempo integral. O motivo que acabou ma-terializando a ideia é a situação socioeco-nômica dos estu-dantes. “Eles preci-savam sair das ruas e frequentar o colégio no turno inverso ao da aula. Ou seja, no contra tur-no. Retor-nariam para participar de t r a b a l h o s de qualida-de. Esse foi o grande desaf io, propor-c i o n a r a ç õ e s que os auxi-

liassem a melhorar, de alguma forma, a sua qualidade de vida e automaticamente do ensino-aprendizagem”, salienta a coor-denadora pedagógica da escola, Sandra Bombardieri.

Hoje os estudantes passam o dia todo na escola. Chegam pela manhã, são ser-vidos com café e ao meio-dia almoçam. Quem estuda a tarde tem a manhã inteira para participar das o� cinas, isso equivale a um grande comprometimento do grupo de professores em fazer algo mais, dan-do uma maior razão para a pro� ssão. “Os professores tem um per� l diferenciado e buscam estratégias para realizarem um trabalho de qualidade. O grande desa� o é promover um ambiente que possibilite a construção de sujeitos autônomos, tan-to do ponto de vista moral e ético como no campo intelectual, no qual os alunos aprendam vivenciando as situações, pois a preocupação é em formar sujeitos his-tóricos, afetivos, capazes de perceber suas expectativas imediatas e de futuro. E a es-cola passa a ser uma expressão da diversi-dade, um espaço de construção do futuro, um espaço de interação e de esperança na construção de um mundo melhor”, acredi-ta Elisane.

• Do futsal a alfabetizaçãoO leque de o� cinas é grande: futsal,

coral, jardinagem, xadrez, teatro, técnica circense, literatura, artes e recreação, mu-sicalização e hora do conto, jogos pedagó-gicos e alfabetização. “É necessário ver que o foco também está em tirar o aluno da rua. Se ele não estiver na escola, estará em casa. Porém a maioria das mães trabalham fora e não tem tempo para os � lhos.

São mamães que fazem biscates, são papeleiras. Então para nós

é importante que as crianças estejam aqui. O nosso trabalho visa real-

mente mudar alguma coisa e que a

gente consiga fazer com que esse aluno permaneça na escola, que desperte o gos-to de estar aqui. É interessante, pois temos grá� cos que mostram detalhes importan-tes dessas evoluções. Meninas que vieram para as o� cinas e que mudaram a atitude dentro da sala de aula. Elas faltavam muito as aulas e agora tudo se inverteu, as o� ci-nas � zeram com que elas valorizassem o aprendizado em sala”, fala Sandra.

Pela manhã também são atendidas aquelas crianças que os pais não tem onde deixar, enquanto vão para o trabalho. Ge-ralmente alunos da 1ª a 4ª série. “Nesse caso, eles precisam � car na escola, é uma situação diferente, mas abrigamos. O di-ferencial começa quando os estudantes maiores que estão matriculados de ma-nhã, por exemplo, retornam à tarde por iniciativa própria. Eles voltam porque real-mente gostam, se envolveram com o coral, teatro, técnicas circenses”, fala Elisane. De manhã é possível ver os estudantes con-centrados em atividades como de artes e recreação, literatura, jogos pedagógicos, alfabetização, xadrez, além de o� cinas de aprendizagem. Neste caso, é especí� co para alunos que precisam ir à escola para melhorar, estudar um pouco mais. É o su-porte da sala de aula”, lembra Sandra.

A tarde é a vez das o� cinas esperadas por vários alunos, as técnicas circenses, te-atro e o coral. “Eles vem por opção. Temos observado que houve um aumento do número de estudantes inscritos, tanto que tivemos que cortar. Se eles vem por que querem, é porque o trabalho que está sen-do feito é diferenciado. É um resgate. O te-atro pode parecer uma o� cina sem muitos

valores, mas o que o professor traba-lha lá, irá re� etir na sala de aula em concentração e comportamento. Um exemplo são os alunos com

problemas de disciplina, temos observado

as mudanças e o respaldo apa-rece na sala

de aula, o quanto amadureceram e estão diferentes. Muitos já tem autonomia, se produzem, maquiam-se. Carregam cená-rio, essa o� cina é completa e eles se sen-tem responsáveis por tudo, desde a or-ganização à troca de � gurino”, comemora Elisane.

• Escola e comunidadeComo estender o ensino para além

dos muros da escola? Como, se em casa não há revistas, nem livros, nem o jornal do dia? Não por falta de vontade dos pais, mas pelo fator � nanceiro e na maioria dos casos, cultural também. “Os nossos estu-dantes vem de famílias de baixa renda, sem um suporte, sem os acessos que são importantes no processo de aprendiza-gem. Chega a ser incrível ver que os pais passaram a olhar para a escola através das o� cinas, nas apresentações era os � lhos deles lá no teatro, no coral, etc. Isso acabou se tornando para nós uma forma de apro-ximação mais intensa com a comunidade, com as famílias. O que aconteceu? Antes era a Escolinha do 15, do lado da lomba-da, essa era a referência que se tinha. Com as o� cinas houve uma valorização do alu-no e as famílias notaram também uma organização. Os alunos se viram usando uniformes, participando de torneios que antes era praticamente impossível por não terem roupa adequada, tênis e outros ma-teriais necessários. Os alunos passaram a ter uma identidade nova com a escola, au-toestima melhorou. Viram que são capa-

zes como qualquer ou-tro aluno da escola.

E nós sentimos o acolhimento das famílias que estão mais próximas”, enfatiza Sandra.

“Não impor-ta de onde o aluno vem. Es-tamos dando para ele a chan-ce de um novo olhar, de ver que ele tem condições”, � -naliza Elisane. Sabe a escoli-nha do 15, do lado da lom-bada? Escoli-

nha?

13APMI/SINDICATO � Ijuí, 21 de dezembro de 2009

Oficinas que salvamEscola 15 de Novembro desenvolve projeto exemplar de resgate social

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Teatro

Page 14: Jornal da Apmi/Sindicato - Ijuí/RS

Silêncio. Imagine viver num mundo totalmente silencioso, sem barulho de carro ou de pássaros. Sem os gritos de raiva e sem o som das palavras de amor. Mas, no meio do mais profundo silêncio, existem olhares. E o que os olhos enxer-gam podem ser reproduzidos em pa-lavras “faladas” pelas mãos. Trata-se da Língua Brasileira de Sinais (Libra), que em Ijuí vem sendo companhia para muitos estudantes surdos da Escola Municipal Fundamental Soares de Barros. Essa é a realidade para a pequena Elisângela da Silva Gabriel, de 9 anos.

Ela integra o Ciclo 1 de Alfabetização, destinado a estudantes surdos da esco-la. As aulas estão oportunizando um elo com o mundo pra além do silêncio. “Gos-to de estudar e faço isso todos os dias. Aqui na escola adoro as aulas de infor-mática e brinco muito com a Helena, mi-nha colega”, diz ela, usando Libras, sob os olhos atentos da professora e intérprete Deise Mirela Bronzatto. Era mais uma ma-nhã de aula, um dia normal para o grupo de estudantes que não mais se isola dos colegas que podem falar e ouvir natu-ralmente. Esse resultado compõem os avanços que a instituição teve a partir de 2000 quando foi necessário descobrir um caminho que levasse a alfabetização dos estudantes surdos. Tudo começou numa sala que era para atender apenas um gru-po de estudos. “Mas eles foram chegando e fomos ma-tr iculan-do. Até q u e

sentimos a necessidade do suporte. Assim o tempo foi passando e a escola buscou as adequações, melhorando o sistema, alterando a proposta. Os profes-sores assumiram esse compromisso, se aperfeiçoaram, estudaram Libras e estão aqui realizando um trabalho incrível”, fala a diretora da Escola Soares de Barros, Gla-ci Krause.

Hoje a instituição inclui os estudan-tes surdos na chamada Classe Especial. “São crianças que após comprovada a de� ciência passam a integrar a Educação Infantil (entre 4 e 5 anos). É uma forma de socializá-los. Geralmente essas crianças nunca foram para escola e aqui acabam tendo coleguinhas ouvintes. Após isso, o aluno começa a frequentar o Ciclo de Formação – compreende o 1º, 2º e 3º Ano do Ensino Fundamental – lá eles serão atendidos por professores intérpretes, to-dos com curso de formação em Libras. O atendimento nesse caso é feito em sepa-rado dos alunos ouvintes. É o momento em que serão alfabetizados na Língua de Sinais. Depois eles frequentam o Ciclo 2, que é o de pós-alfabetização e compre-ende o 4º e 5º Ano do Ensino Fundamen-tal. Ao concluírem esse processo então in-gressam novamente para as turmas, mas na 5ª Série, junto dos alunos ouvintes”, detalha a vice-diretora dos Anos Iniciais e Educação Infantil da Escola Soares de Barros, Cláudia de Oliveira. No meio des-

se caminho também há proble-

mas com a faixa etária dos estudantes, isso ocorre devido a demora na matrícu-la, já que a capacidade de aprender não é problema. “Não adianta gritar para eles aprenderem ou entenderem. É preciso respeitar a velocidade de cada um. Aqui na escola temos esse cuidado. O profes-sor explica o conteúdo, as intérpretes tra-duzem. Às vezes precisamos de algum re-forço, pois na velocidade que as pessoas falam o surdo não consegue captar tudo. Mas isso não quer dizer que ele precise de mais tempo, o segredo está na trans-crição da Língua Portuguesa para a Lín-gua de Sinais, o entendimento é normal, natural”, salienta a professora e intérprete Sandra Maira Amaral Zaltron.

Todo o processo de aprendizagem é longo e necessário e vai re� etir num amadurecimento tanto dos estudantes ouvintes quanto dos alunos com surdez. Hoje em algumas turmas do Ensino Fun-damental é possível encontrar alunos surdos que iniciaram lá no Ciclo 1 de Alfabetização e que passaram por todos os estágios. “Temos cerca de três alunos nessas turmas, cada uma delas com um professor intérprete direto em sala de aula. Cinco alunos já conseguimos for-mar até a 8ª Série. Agora estamos prepa-rando os ouvintes, eles também necessi-tam aprender a Língua de Sinais. Mas não quer dizer que são obrigados a serem amigos dos estudantes surdos, é apenas uma forma de respeitar. E isso está re� e-tindo na rotina de sala de aula, andam

juntos e fazem trabalhos em grupo”, fala Cláudia. A escola é um diferencial em Ijuí em termos de atendimentos para alunos especiais. Além dos estudan-

tes surdos recebem atendimento diário na instituição cerca de

30 alunos com problemas variados que vão da Pa-ralisia Cerebral, Síndrome

do X Frágil, lentidão, hi-peratividade, dé� cit de

atenção, entre outros. Tudo é coordenado e

controlado por 13 professores espe-cializados.

14 APMI/SINDICATO � Ijuí, 21 de dezembro de 2009

Mãos que falam Estudantes surdos da Soares de Barros mantém elo de ligação com o mundo através da Libras

ESCOLA VIVA� compartilhe sua experiência educativa: [email protected]

“Eu gosto muito de trabalhar com eles. É uma experiência bem signi� -cativa na vida da gente. E, no dia a

dia, nós acabamos aprendendo com eles. Eu � z o curso de Libras, mas a

gente esquece se não tem a prática. Por isso, é bom esse contato diário

também. Como pessoa, aprendi a va-lorizar mais essa questão das crianças especiais. A escola os ajuda a viverem

melhor na sociedade. É um papel importante que temos, pois acredita-

mos que eles podem”,

Historicamente o trabalho desenvolvido no Coral Emoções marca as festas de � m de ano da instituição, momento

bastante aguardado por familiares e estudantes do colé-gio. “Nós escolhemos as músicas e trabalhamos palavra

por palavra com estudantes surdos. É necessário pra eles entenderem o que estão falando durante a apresentação.

Enquanto a música é cantada, é feita a tradução em si-nais”, explica a coordenadora e intérprete do coral Sandra

Maira Amaral Zaltron.

Deise Mirela Bronzatto, professora da Escola Soares de Barros.

Um coral que ecoa

Page 15: Jornal da Apmi/Sindicato - Ijuí/RS

Uma sala, feito luz no � m do túnel. Assim pode ser de-� nida a Sala de Recursos para De� cientes Visuais do Ins-tituto Municipal de Ensino Assis Brasil (Imeab). É lá que 24 alunos com variados tipos de cegueira “enxergam” o mundo. Leem com o tato, usam as mãos como guia mes-tre do relevo em papel aos cantos iluminados da litera-tura e do planeta. A sala concretiza a vontade de famílias que procuravam escola para os � lhos, mas colecionavam portas fechadas. A resposta era a sempre a mesma: não havia estrutura para recebê-los. Essa realidade que faz parte da vida daqueles que foram acometidos em graus profundos de cegueira serve também para questionar os valores da sociedade, que geralmente não se coloca na mesma situação. Como seria viver no escuro?

E foi buscando soluções para problemas iguais a esse que em 1996 algumas famílias de crianças com de� ciên-cia visual decidiram mobilizar-se e fundaram em outubro do mesmo ano, juntamente com médicos, assistentes sociais, pro� ssionais da educação e comunidade em ge-ral a Associação de Pais, Amigos e De� cientes Visuais de Ijuí (Apadevi). No ano seguinte dois alunos começaram – como desa� o ao Imeab – a frequentar a pré-escola, com atendimento em turno inverso ao da aula.

Em 1998, a direção do Imeab abraçou a causa e abriu de vez as portas para alunos com de� ciência visual. Com isso, o espaço físico apertadinho da Sala de Recursos cresceu, prolongou-se e começaram a ser quebradas as escuras barreiras do preconceito. E a sala ganhou re-gletes, punções, bengalas, sorobãs, guias de assinatu-ra, papel 40, entre outros materiais indispensáveis para processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Lá todos estavam juntos, crianças nas salas regulares da escola e adultos que não tiveram oportunidade de freqüentar o colégio na idade considerada ideal ou que precisaram abandonar os estudos por causa dos problemas de visão foram integrados. “Hoje temos grupos de alunos que entraram aqui quando tinham 4 ou 5 anos e que já saíram formados no Ensino Médio, um deles, está cursando Jornalismo na Unijuí. A profes-sora Camila é um grande exemplo dessa su-peração. Ela foi nossa aluna e trabalha como professora aqui no Imeab, além de fazer faculdade de Pedagogia”, destaca a coor-denadora pedagógica infantil e Anos Iniciais da Sala Multi-Funcional, Nádia Helena Trindade da Costa.

Desde 2001, a Sala de Recursos, entrou na fase da informática. Recebeu do Rotary Internacio-nal – da Índia – uma doação em dinheiro, que foi investido na compra de dois computa-

dores com programas próprios para de� cientes visuais. Além de impressora jato de tinta, scanner, lupa eletrônica com televisão, gravadores de bolso com fone de ouvido, máquinas Perkins (para escrita Braille), além de uma im-pressora braile, entre outros. “O mesmo conteúdo de sala de aula é fornecido em braile para os estudantes cegos. Os professores ocupam a estrutura para disponibilizar para eles um ensino de igualdade. Isso mostra que as portas aqui se abriram para a inclusão. Tanto que muitas instituições encaminham para o Imeab seus alunos que apresentam esse tipo de de� ciência”, lembra a professora e psicopedagoga Liliane Feistel.

Dentro da sala >> São diversos os benefícios para os atendidos na Sala de Recursos. A começar pela alfabetização em braile, que se estende também para aprendizagem do sistema para quem já foi alfabetizado em tinta e por algum motivo perdeu a visão. Na sala, os estudantes aprendem a usar o sorobã (um aparelho de contar e calcular adaptado) e que possibilita diversas operações matemáticas. Há ainda orientação e mobili-dade, com técnicas de locomoção dependentes e inde-pendentes, como é o caso de uso da bengala e auxílio de guia-vidente, ou seja, localização espacial e orientação. Um detalhe elementar e muito interessante são as ati-vidades feitas com base na vida diária, desde pequenos movimentos que podem fazer muita diferença dentro de casa. Aulas de xadrez, arte e Educação Física também integram as atividades. Também incluso nas atividades está a alfabetização em letra ampliada (baixa visão) e uso dos equipamentos e recursos disponíveis, como: lupa

eletrônica, máquina Perkins, com-putador com programas es-pecí� cos e uma série de outros trabalhos.

Fora da sala, também são ofe-

recidos aos es-

tudantes atividades especiais envolvendo visitas, via-gens de estudo, intercâmbios com outras associações, atividades culturais e recreativas, estudo e pesquisa em parceria com a Unijuí, além de notebook – enviados pelo MEC - para uso em sala de aula (alunos do Ensino Médio) e transporte escolar disponibilizado pela Secretaria Mu-nicipal de Educação.

Para ampliar ainda mais o processo de ensino-apren-dizagem dos estudantes, a Apadevi dispõe de literatura para seus associados, com uma biblioteca de livros em braille e uma kassetoteca com livros gravados em � tas k7 e em CD, tudo resultado de doações que a Fundação Dorina Nowill, de São Paulo, tem feito continuamente à associação desde 1996.

O espaço multifuncional >> Multifuncional porque abrange várias de� ciências. “Aqui predomina a Síndrome de Down, mas temos também atendidos com traços de autismo e de� ciências mentais leves. Trabalha-mos também com a adaptação de material, tudo é feito de acordo com os níveis e pontencialidades de cada um. Por exemplo, na sala de aula normal haverá uma assisten-te da professora que vai dar apoio durante as aulas, pois não se pode esquecer da realidade e condições individu-ais desses estudantes. Notamos que as crianças gostam de estudar aqui na sala. Quando eles descem do trans-porte escolar correm pra cá e isso não era assim. Mas foi tudo sendo feito de forma gradativa, foi um salto muito grande na sociabilidade deles. É grati� cante ouvirmos depoimentos dos próprios pais dos alunos, a� rmando que pela primeira vez os � lhos estão recebendo um olhar

diferente e nós percebemos isso”, falam as professoras Manuela Zas-so Spencer e Liliane Feistel.

15APMI/SINDICATO � Ijuí, 21 de dezembro de 2009

Mãos que leemESCOLA VIVA

� compartilhe sua experiência educativa: [email protected] Rosa, 20 de Setembro de 2009 Ano 1 � Edição Zero

Como um facho de luz , sala de recursos do Imeab re� ete a vida em relevo para alunos cegos

Page 16: Jornal da Apmi/Sindicato - Ijuí/RS

APMI/SINDICATO• [email protected]

Santa Rosa, 20 de Setembro de 2009 Ano 1 • Edição Zero

Se o País vive a democracia, se escolhemos o prefeito, os verea-dores, o presidente da república pelo voto, porque a escola deveria ser diferente? No dia 8 de dezem-bro deste ano foi um dia especial para o ensino municipal de Ijuí, quando toda a comunidade es-colar foi às urnas para escolher aqueles que � cariam à frente das instituições por um perí-odo de dois anos.

A idéia de uma escola cada vez mais democrá-tica também vem sendo defendida pelo atual go-verno municipal. Tanto que o Executivo criou a Lei 5.109, de 23 de outu-bro de 2009, que passou a incluir a duas únicas instituições de ensino que a escolha dos dire-tores ainda era feita pelo Executivo, agora então pelo sistema de voto.

A partir da lei, as es-colas Deolinda Barufal-di (Cemei) e o Instituto Municipal de Educação

Assis Brasil (Imeab) ingressaram no sistema de voto direto. Em en-trevista, o próprio prefeito de Ijuí, Fioravante Batista Ballin, falou so-bre a importância de escolha dos diretores através desse sistema. “É uma forma de ampliarmos a democratização das escolas e de trazer a comunidade para dentro das instituições”, explicou o pre-

feito.Das 24 unidades que inte-

gram a rede municipal, 20 delas, de� niram no dia 8, os seus direto-res. Porém houve exceções, foi o caso de quatro escolas: a Joaquim Porto Villanova – que não tinha candidato ao cargo de diretor ins-crito – Escola de Educação Infantil Maria Barriquello e Meu Pequeno

Mundo, que esta-vam em reforma devido aos estra-gos causados por um temporal e a Escola Municipal Infantil Alvorada. Essas instituições tiveram as datas alteradas para o processo de es-colha.

Votaram alu-nos (4ª Série ou 5º Ano do Ensino Fu n d a m e n t a l ) pais, professores e servidores de to-das as escolas da rede municipal.

EMF Anita Garibaldi Flavio Ademar Zeni

EMF Davi Canabarro Erica Hunho�

EMF Deolinda Barufaldi Gladis Marize Berno

EMF Dona Leopoldina Zilfa Maros

EMF Doutor Ruy Ramos Helena M. Boniatti

EMF E. do Amazonas Beatriz K. Sandri

EMF Eugenio E. Storch Jaqueline Krüger

IMEAB Simone B. Friederichs

EMF JOAO GOULART Márcia R. Ceretta Flores

EMF Joaquim Nabuco Loreni Kittlaus

EMF 15 de Novembro Elisane Kunzler RiethmUller

EMF Soares de Barros Cláudia F. de Oliveira

EMF ToME de Souza Carmem M. de Martini Weiller

EMF Branca de Neve Jane L. da Silva Menegon

EMF Casa da CRIANCA Monique Callai Kaufmann

EMF Dalva A. Weinmann Grasiela Carvalho

EMF Independência Daiane T. Gonzaga Bohrer

EMF Maria Bariquello Silvana M. Severo

EMF Meu Pequeno Mundo Sandra G. P. Roncata

EMF Professora Cândida I. Turra Dilene Rigodanzo Brandli

EMF Solange Ana Copetti Rosalina Elizete Pires Goi

EMF Trilha do Saber Ana Claudia Ramos Santos

O diretor pelo votoDezembro também foi o mês das escolas municipais escolherem seus diretores Foram eleitos os seguintes diretores: