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ANO 7 - Número 1378 Brasília-DF, segunda-feira, 28 de fevereiro de 2005 www.camara.gov.br [email protected] Fone: (61) 216-1666 Fax: (61) 216-1653 ECONOMIA 4 AVIAÇÃO 4 TRANSPORTES 7 Impresso Especial 11204/2002-DR/BSB CÂMARA DOS DEPUTADOS CORREIOS Babá critica cortes no investimento do governo Crise na aviação civil e militar preocupa Nicias Ribeiro André Costa quer integrar malha viária do Rio de Janeiro Congresso pode aprovar Plano Nacional em março Autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 306/00, que cria o Plano Nacional de Cultura, o deputado Gilmar Machado declarou que acredita na aprovação da matéria pelo Senado já em março. A afirmação foi feita durante debate no último dia da IV Conferência Nacional de Educação e Cultura, realizada durante quatro dias na Câmara. Machado espera que a promulgação da PEC 306/ 00, já aprovada em dois turnos na Câmara e em primeiro turno no Senado, acelere a tramitação da PEC 150/03, que destina recursos da União, dos estados e dos municípios para fomentar a produção cultural no País. O encerramento da conferência, no Auditório Nereu Ramos, teve também a entrega do Prêmio Darcy Ribeiro de Educação. Biossegurança, microcrédito e reformas na pauta de votações O Projeto de Lei de Biosse- gurança (PL 2.401/03) e a PEC Paralela da Previdência (PEC 227/04) são destaques da pau- ta do Plenário desta semana, que também inclui a Reforma Tributária (PEC 285/04) e a Medida Provisória 226/04, que passa a trancar os trabalhos na terça-feira e é o primeiro item a ser votado. A MP 226/04 cria o Pro- grama Nacional de Microcré- dito Produtivo Orientado (PNMPO), no âmbito do Mi- nistério do Trabalho, para in- centivar a geração de trabalho e renda entre os microempre- endedores populares. O proje- to de Biosse- gurança deve causar muita polê- mica em tor- no de pon- tos, como a pesquisa ge- nética de cé- lulas-tronco com embriões humanos congelados e a legalização definitiva do plantio de soja transgênica. A matéria já passou pela Comissão Espe- cial, que aprovou o substitu- tivo do Senado. Reformas As PECs também devem demandar muita discussão, principalmente a da Reforma Tributária, em torno de dispo- sitivos como o que aumenta em 1% o repasse de impostos da União para o Fundo de Partici- parção dos Municípios (FPM). Já a PEC Paralela está na fase de apreciação, em primei- ro turno, dos Destaques de Vo- tação em Separado (DVS) ao texto aprovado em julho de 2004. A proposta altera pon- tos da reforma promulgada em 2003, permitindo aos servido- res, sob determinadas condi- ções, a diminuição da idade exigida para aposentadoria com proventos integrais. Também estão na pauta projetos de lei sobre crimes contra a Adminstração Públi- ca e assédio moral. Página 3 Reforma Política ainda não é consensual A fidelidade partidária é apontada por diversos líderes partidários como um dos úni- cos pontos em que se chega- rá a um consenso que permi- ta sua aprovação ainda neste ano. Pontos como as listas preordenadas, financiamento público de campanhas e co- ligações partidárias ainda são polêmicas. Opõem-se peque- nos e grandes partidos, so- bretudo quanto ao percentual da cláusula de barreira, que hoje é de 5%, mas pode pas- sar para 2%. Página 5 Começa hoje o seminário internacional Saídas da Escravidão e Políticas Públicas – uma promoção conjunta da Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial e da Unesco, entre outras instituições. O objetivo do evento é discutir a atual situação das políticas de promoção da igualdade na América do Sul, identificar as práticas escravagistas remanescentes e ressaltar as dificuldades que impedem a efetiva concretização dos direitos humanos dos negros. Leia a agenda da Câmara na página 8 Seminário debate desigualdade racial PV rejeita aumento de carga tributária para prestadores de serviço, afirma Marcelo Ortiz Página 7 GUSTAVO BEZERRA CULTURA 2 Sarney Filho propõe “moratória” na extração de madeira na Amazônia O deputado Sarney Filho cobrou ações mais enérgicas do governo federal para con- ter a degradação da floresta amazônica e a violência na região. Uma das sugestões do parlamentar é a adoção de uma “moratória” da extração de madeira na Amazônia, com a abertura de negocia- ções entre todos os envolvi- dos no processo. Sarney Filho alertou que a discussão e a resolução dos problemas so- ciais e ambientais na Amazô- nia não devem ficar restritas ao Ministério do Meio Ambi- ente, mas ser uma preocupa- ção de todo o governo. Página 6

Jornal da Câmara dia 28 de fevereiro de 2005 - camara.leg.br · 2 Brasília, 28 de fevereiro de 2005 Delegação formada por quatro deputadas participará de encontro com representantes

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ANO 7 - Número 1378Brasília-DF, segunda-feira, 28 de fevereiro de 2005 www.camara.gov.br • [email protected] • Fone: (61) 216-1666 • Fax: (61) 216-1653

ECONOMIA 4

AVIAÇÃO 4

TRANSPORTES 7

ImpressoEspecial

11204/2002-DR/BSBCÂMARA DOSDEPUTADOS

CORREIOS

Babá criticacortes no

investimentodo governo

Crise na aviaçãocivil e militar

preocupa NiciasRibeiro

André Costaquer integrar

malha viária doRio de Janeiro

Congresso podeaprovar Plano

Nacional em marçoAutor da Proposta de Emendaà Constituição (PEC) 306/00,que cria o Plano Nacional de

Cultura, o deputado GilmarMachado declarou que

acredita na aprovação damatéria pelo Senado já emmarço. A afirmação foi feita

durante debate no último dia daIV Conferência Nacional de

Educação e Cultura, realizadadurante quatro dias na

Câmara. Machado espera quea promulgação da PEC 306/

00, já aprovada em dois turnosna Câmara e em primeiro turno

no Senado, acelere atramitação da PEC 150/03, quedestina recursos da União, dosestados e dos municípios para

fomentar a produção culturalno País. O encerramento da

conferência, no Auditório NereuRamos, teve também a entrega

do Prêmio Darcy Ribeiro deEducação.

Biossegurança, microcrédito ereformas na pauta de votações

O Projeto de Lei de Biosse-gurança (PL 2.401/03) e a PECParalela da Previdência (PEC227/04) são destaques da pau-ta do Plenário desta semana,que também inclui a ReformaTributária (PEC 285/04) e aMedida Provisória 226/04, quepassa a trancar os trabalhos naterça-feira e é o primeiro itema ser votado.

A MP 226/04 cria o Pro-grama Nacional de Microcré-dito Produtivo Orientado(PNMPO), no âmbito do Mi-nistério do Trabalho, para in-centivar a geração de trabalhoe renda entre os microempre-endedores populares.

O proje-to de Biosse-g u r a n ç adeve causarmuita polê-mica em tor-no de pon-tos, como apesquisa ge-nética de cé-lulas-troncocom embriõesh u m a n o scongelados e a legalizaçãodefinitiva do plantio de sojatransgênica. A matéria jápassou pela Comissão Espe-cial, que aprovou o substitu-tivo do Senado.

ReformasAs PECs também devem

demandar muita discussão,principalmente a da ReformaTributária, em torno de dispo-sitivos como o que aumenta em

1% o repasse de impostos daUnião para o Fundo de Partici-parção dos Municípios (FPM).

Já a PEC Paralela está nafase de apreciação, em primei-ro turno, dos Destaques de Vo-tação em Separado (DVS) aotexto aprovado em julho de2004. A proposta altera pon-tos da reforma promulgada em2003, permitindo aos servido-res, sob determinadas condi-ções, a diminuição da idadeexigida para aposentadoriacom proventos integrais.

Também estão na pautaprojetos de lei sobre crimescontra a Adminstração Públi-ca e assédio moral. Página 3

Reforma Política aindanão é consensual

A fidelidade partidária éapontada por diversos líderespartidários como um dos úni-cos pontos em que se chega-rá a um consenso que permi-ta sua aprovação ainda nesteano. Pontos como as listaspreordenadas, financiamento

público de campanhas e co-ligações partidárias ainda sãopolêmicas. Opõem-se peque-nos e grandes partidos, so-bretudo quanto ao percentualda cláusula de barreira, quehoje é de 5%, mas pode pas-sar para 2%. Página 5

Começa hoje o semináriointernacional Saídas daEscravidão e Políticas

Públicas – uma promoçãoconjunta da Frente

Parlamentar em Defesa daIgualdade Racial e daUnesco, entre outras

instituições. O objetivo doevento é discutir a atual

situação das políticas depromoção da igualdade naAmérica do Sul, identificaras práticas escravagistas

remanescentes e ressaltaras dificuldades queimpedem a efetiva

concretização dos direitoshumanos dos negros. Leia

a agenda da Câmara napágina 8

Seminário debate desigualdade racial

PV rejeita aumento de cargatributária para prestadores deserviço, afirma Marcelo Ortiz

Página 7

GUST

AVO

BEZE

RRA

CULTURA 2

Sarney Filho propõe “moratória” naextração de madeira na AmazôniaO deputado Sarney Filho

cobrou ações mais enérgicasdo governo federal para con-ter a degradação da florestaamazônica e a violência naregião. Uma das sugestões doparlamentar é a adoção deuma “moratória” da extraçãode madeira na Amazônia,com a abertura de negocia-

ções entre todos os envolvi-dos no processo. Sarney Filhoalertou que a discussão e aresolução dos problemas so-ciais e ambientais na Amazô-nia não devem ficar restritasao Ministério do Meio Ambi-ente, mas ser uma preocupa-ção de todo o governo.

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Brasília, 28 de fevereiro de 20052

Delegação formada por quatro deputadas participará de encontro comrepresentantes de todo o mundo para avaliar os avanços na promoçãodos direitos da mulher desde a Conferência de Beijing, em 1995

Câmara vai à reunião na ONUsobre situação da mulher

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Mesa da Câmara dosDeputados

52° Legislatura

Câmara dos DeputadosGeral: (61) 216-0000

SECOMSecretaria deComunicação Social

Presidente:Severino Cavalcanti

1º Vice-Presidente:José Thomaz Nonô2º Vice-Presidente:

Ciro Nogueira1º Secretário:

Inocêncio Oliveira2º Secretário:

Nilton Capixaba3º Secretário:

Eduardo Gomes4º Secretário:João Caldas

Suplentes:Givaldo Carimbão, Jorge Alberto,Geraldo Resende, Mário Heringer

Procuradoria Parlamentar:Ney Lopes

Ouvidoria Parlamentar:Custódio Mattos

Diretor-Geral:Sérgio Sampaio Contreiras de Almeida

Secretário-Geral da Mesa:Mozart Vianna de Paiva

Diretor:Ademir Malavazi

(061) 216-1500 /Fax: (061) 216-1505

Divulgação:Mauro di Deus(061) 216-1500

Relações Públicas:Flávio Elias

(061) 216-1752

Rádio Câmara:Humberto Martins

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TV Câmara:Sueli Navarro

(061) 216-1615Agência Câmara:

Patrícia Roedel(061) 216-1852

www.agencia.camara.gov.brCoordenação de Jornalismo:

Maristela Sant’ana(61) 216-1525

Jornal da Câmara

Diretora:Amneres Pereira

(061) 216-1651 / Fax: (61) 216-1653

Editor-chefe:Marcondes Sampaio

Editores: (61) 216-1666 / 216-1660Christian Morais, May Wolf, Renata Torres e

Vania Alves

Equipe de redação:Adriana Resende, Alessandra Rios, AntonioBarros,Carlos Malta, Clarice Dias, CristianeBernardes, Edvaldo Fernandes, FranciscoBrandão, Janary Junior, João Pitella Junior,

Joseana Paganine, Luciana Mariz,Luis Castro, Marcelo Larcher, Marcos Rossi,

Marcus Vinicius Almeida, Newton Araújo, OscarTelles, Rodrigo Bittar, Wilson Silveira e Eduardo

Piovesan

Revisores: Alexandre Costa,Cida Fialho, Darisa de Castro e Isolda Marinho

(61) 216-1666 / 216-1654

Diagramadores: (61) 216-1667Antônio Alves Ferreira Júnior,Cerino, José Antônio Filho e

Guilherme Rangel Barros

Produção:Castro Júnior, Waldyr Sanchez, José Alberto de

Almeida Filho e Fábio SilvaAssinaturas: (61) 216-1827/216-1826

Endereço: Câmara dos DeputadosAnexo I - Sala 1508

CEP: 70.160-900 - Brasília - DF

A Câmara está represen-tada na 49ª Sessão da Co-missão sobre o Status daMulher, realizada na sede daOrgan i zação das NaçõesUnidas (ONU), em NovaIorque , a part i r de hoje.Quatro deputadas integram adelegação oficial brasileira:Alice Portugal (PCdoB-BA),Elaine Costa (PTB-RJ), Jan-dira Feghali (PCdoB-RJ) eSuely Campos (PP-RR).

Na sessão da ONU, re-presentantes de todo o mun-do analisam os avanços napromoção nos direitos damulher desde a Conferência

Alice Portugal

de Be i j ing (China) , em1995, e os principais proble-

mas que ainda precisam serenfrentados.

Para a deputada AlicePortugal, o Brasil pode se or-gulhar dos resultados dos úl-timos anos. “Temos, sem dú-vida, de festejar avanços,como a criação da SecretariaNacional dos Direitos daMulher, que é um espaço pró-prio de debate e de busca detransformações”, ressaltou.

Mas, segundo ela, aindahá muito o que fazer para ga-rantir melhor qualidade devida para as mulheres brasi-leiras. Entre os principaisdesafios, a parlamentar des-

tacou a isonomia salar ialcom os t raba lhadores dosexo masculino e o problemada gravidez na adolescência.

“Não é aceitável que asmulheres, apesar de seremmaioria da mão-de-obra ati-va , a inda cont inuem ga-nhando 40% a menos doque os homens”, lamentou.“E a gravidez das adolescen-tes, além de ser um proble-ma de saúde pública, é umaquestão educacional, poiscorremos o risco de, breve-mente, confundir o Dia dasMães com o Dia das Crian-ças”, alertou.

A IV ConferênciaNacional de Educação eCultura, promovida pelaComissão de Educaçãoe Cultura da Câmara, foiencerrada na sexta-feira(25) com uma ampla dis-cussão sobre a destina-ção de recursos para aprodução cultural noPaís. Durante os debatessobre o tema “Plano eSistema Nacional de Cul-tura: Subsídios para suaElaboração”, o deputadoGilmar Machado (PT-MG) dis-se que espera a aprovação naprimeira quinzena de março daProposta de Emenda à Consti-tuição (PEC) 306/00, de suaautoria, que cria o Plano Nacio-nal de Cultura e unifica as polí-ticas do governo para o setor.

A proposta já foi aprovadaem dois turnos pela Câmara eem primeiro turno no SenadoFederal. Por isso, Machadoacredita na promulgação aindano próximo mês. Para o depu-tado, logo que isso ocorrer, de-verá ser acelerada a tramitaçãoda PEC 150/03, da qual ele éco-autor. Essa outra propostadestina à produção e difusão dacultura nacional 2% dos impos-tos arrecadados pela União,1,5% da arrecadação estadual

Plano Nacional de Cultura pode ser aprovado em março

e 1% da municipal. “Todo plano temde ter fonte de financiamento. Issojá existe na área de Educação,mas queremos que também a Cul-tura possa ter fontes permanentespara seu funcionamento”, explicouMachado.

O gerente de Articulação Ins-titucional do Ministério da Cultu-ra, Aloysio Guapindaia, anunciouque, após a aprovação da PECsobre o Plano Nacional de Cultu-ra, o ministério deverá apresentarao Congresso um projeto de leipara regulamentá-lo. “A aprova-ção do plano é fundamental paraintegrar as ações dos governosfederal, estaduais e municipais”,ressaltou. “A idéia é a de que esseplano seja discutido em uma Con-ferência Nacional de Cultura, comdelegados do Brasil inteiro”,

acrescentou Guapin-daia.

O secretário munici-pal de Cultura de Reci-fe, João Roberto Costado Nascimento, e a co-ordenadora do Fórumde Secretários Estaduaisde Cultura, Vera Mussi,também participaramdos debates sobre o Pla-no Nacional de Cultura.

EncerramentoA discussão sobre

políticas públicas emEducação, com palestra da con-selheira do Conselho Nacionalde Educação Maria Beatriz Luce,foi outra atividade no último dia daIV Conferência Nacional de Edu-cação e Cultura, que ocupou oAuditório Nereu Ramos, diversosplenários e os corredores da Câ-mara de terça a sexta-feira.

O encerramento da conferên-

cia teve a apresentação da Or-questra de Flauta do Pantanal,composta por 40 meninos daperiferia de Cuiabá. Participa-ram da cerimônia o ministro in-terino da Cultura, Juca Ferrei-ra; o representante do Ministé-rio da Educação, FranciscoChagas; o representante daUnesco no Brasil, Jorge Wer-thein; o terceiro-secretário daMesa da Câmara, Eduardo Go-mes (PSDB-TO); o presidenteda Comissão de Educação eCultura, Carlos Abicalil (PT-MT);e o deputado Paulo Rubem San-tiago (PT-PE).

Abicalil comemorou a rea-lização da conferência. “Nós ti-vemos uma participação mui-to intensa, mais de 2 mil ins-critos, diversas representa-ções nacionais de alta respon-sabilidade, de muita experiên-cia nas duas áreas”, destacou.

CONFERÊNCIA

A professora mineira LygiaRabelo, de 75 anos, que dedi-cou mais de 40 anos à educa-ção básica; a ConfederaçãoNacional dos Trabalhadores emEducação (CNTE), que repre-senta 950 mil trabalhadores; ea Orquestra de Flautas do Pan-

tanal, de Mato Grosso, receberamo Prêmio Darcy Ribeiro de Edu-cação, em cerimônia no encerra-mento da IV Conferência Nacio-nal de Educação e Cultura. Oprêmio é entregue todos os anosa pessoas e entidades preocupa-das com a educação no País.

Prêmio Darcy Ribeiro

Gilmar Machado (2° à esquerda) é o autor da PEC

OTÁVIO PRAXEDES

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Brasília, 28 de fevereiro de 2005 3

1 - Estabelece uma regra de transição para quem in-gressou no funcionalismo público até 1998. Mesmoque o servidor não tenha a idade mínima para se apo-sentar (55 anos no caso das mulheres e 60 para oshomens), ele terá direito a benefício igual ao últimosalário, e a reajuste desse provento idêntico ao dosservidores da ativa. Para isso, é preciso ter 30 anos decontribuição, 20 anos de serviço público e continuarcontribuindo. A regra estabelece que, para cada ano amais de contribuição, desconta-se um ano do neces-sário para a aposentadoria.

2 - Determina que uma lei ordinária aponte critériosdiferenciados para aposentados e pensionistas por-tadores de deficiências. Isso valerá tanto para o ser-viço público quanto para as pessoas regidas pela Con-solidação das Leis do Trabalho (CLT).

3 - As donas-de-casa de famílias de baixa renda pas-sarão a ter direito a um salário mínimo, a título deaposentadoria.

“A discussão dos pontos mais emblemáticosjá foi superada, e agora vamos votar osoutros destaques” Professor Luizinho

Partidos se mobilizam paraaprovar PEC da Previdência

O deputado José CarlosAleluia (PFL-BA) afirmouque o seu partido vai entrarcom uma representação naMesa Diretora da Câmarapara processar o presidenteda República, Luiz InácioLula da Silva, por crime deresponsabilidade. O motivoé o fato de Lula ter dado aentender em discurso naúltima quinta-feira, noEspírito Santo, que nãomandou investigardenúncias sobre supostasfraudes em processos deprivatização durante ogoverno do ex-presidenteFernando HenriqueCardoso. Aleluia defende,também, uma união dospartidos de oposição paraprocessar o presidente daRepública. (O PFL é hoje amaior legenda de oposiçãoa Lula na Câmara, com 61deputados.) “Se o presidente Lula nãoabrir um processo sobre asdenúncias que recebeu, eleestará cometendo um crimecontinuado, pois deixará deapurar uma irregularidade –o que é uma obrigação doseu cargo”, afirmou Aleluia.Mas de acordo com o líderdo governo na Câmara,deputado ProfessorLuizinho (PT-SP), o discursodo presidente foi malcompreendido. “O que eledisse foi que, se porventurahouvesse alguma dúvidasobre corrupção, nãodeveriam ser feitasacusações sem provas”,argumentou Luizinho.No discurso, o próprio Lulacontou que no início do seumandato ouviu, de umdirigente de empresapública, que a instituiçãocorria o risco de ir àfalência. O motivo seria asuposta corrupção nogoverno anterior. Mas Lulateria recomendado que oassunto não fosse abordadoem público, para não causarabalos na credibilidade dainstituição.

PFL querprocessar Lula

O anúncio, feito pelo presi-dente Severino Cavalcanti (PP-PE), de que a Proposta deEmenda à Constituição 227/04, conhecida como PEC Pa-ralela da Previdência, vai entrarna pauta de votações desta se-mana repercutiu entre os líde-res dos partidos da Câmara. En-quanto a oposição critica o go-verno pela demora na aprova-ção da matéria (discutida des-de 2003), os aliados do Paláciodo Planalto garantem que nãohá motivos para preocupação.

A aprovação da PEC haviasido exigida pela oposição, e atépor parlamentares da base ali-ada, para compensar os efeitosda Reforma da Previdência de2003. A proposta entrou napauta pela última vez em 15 dedezembro de 2004, mas nãohouve acordo para concluir avotação. Ainda falta apreciardestaques que mudam partes daPEC e, em seguida, votá-la emsegundo turno.

O líder do governo, depu-tado Professor Luizinho (PT-SP), garante que os destaques

pendentes não comprometem aessência da PEC. “Não há ne-nhuma crise até agora, pois ospontos mais emblemáticos jáforam derrubados e vamos vo-tar os outros destaques”, argu-mentou. O líder do PT, deputa-do Paulo Rocha (PA), tambémse diz confiante na tramitaçãosem problemas da matéria.

Mas a oposição culpa o go-

verno pela demora na aprova-ção da PEC Paralela. “O gover-no não cumpre acordo nem pa-lavra, e isso gera uma expecta-tiva no Parlamento e na socie-dade”, disse o líder do PFL, de-putado Rodrigo Maia (RJ). Olíder do PSDB, deputado Alber-to Goldman (SP), também cri-tica o governo pela demora, eafirma que a PEC Paralela já

poderia estar em vigor, se hou-vesse interesse do Palácio doPlanalto. “O último presidenteda Câmara deveria ter conclu-ído a votação, sem a qual vári-os dispositivos importantes nãose concretizam”, afirmou.

Apesar dessas críticas, o de-putado Professor Luizinho ga-rante que a demora não é res-ponsabilidade do governo. “ACasa tem o seu tempo. Todomundo diz que quer votar,mas na hora ninguém vota”,argumenta.

A PEC Paralela ameniza al-guns efeitos da última Reformada Previdência, sobretudo paraos servidores públicos, além depermitir maior inclusão socialno regime previdenciário. O re-lator na Câmara é o deputadoJosé Pimentel (PT-CE).

Durante a sessão solene emhomenagem aos trabalhadoresaposentados, na última quinta-feira, o presidente Severinoanunciou que a PEC entrariana pauta. A sessão foi realiza-da por iniciativa do deputadoArnaldo Faria de Sá (PTB-SP).

Novidades da PEC ParalelaEntre outras mudanças, a

PEC Paralela estabelece tetospara os proventos (salários e apo-sentadorias) nos três Poderes enas três esferas da AdministraçãoPública (federal, estadual e mu-nicipal). A questão dos subtetosestaduais do funcionalismo é umdos pontos polêmicos.

No dia 4 de fevereiro de2004, a Comissão de Constitui-ção e Justiça e de Cidadania daCâmara aprovou, por unanimi-dade, a admissibilidade da PEC,acatando o parecer favorável dodeputado Maurício Rands (PT-PE). A Comissão Especial nãochegou a votar o parecer do seurelator, José Pimentel (PT-CE),que acabou indo direto para avotação em Plenário.

Em julho, o Plenário apro-vou a PEC 227/04 em primeiroturno, por 375 votos a 5, res-

salvados os destaques. Com ex-ceção do Prona, os partidos vo-taram a favor, acatando o pare-cer do relator. Depois disso, fi-cou faltando a apreciação damatéria em segundo turno, oque deve ocorrer agora.

Desde então, outras medidaslegais vêm regulando a Previ-dência. A MP 201/04, editadaem 26 de julho de 2004, autori-za a revisão dos benefícios doINSS concedidos a partir de fe-vereiro de 1994, inclusive como pagamento de valores atrasa-dos. A Câmara aprovou a MPna forma da redação elabora-da pelo relator Júlio Delgado(PPS-MG). Esse texto incluiuo 13º salário nas parcelas queo INSS vai pagar, por meio deacordo, abrangendo as parce-las vencidas nos cinco anos an-teriores a agosto de 2004.

Subtetos em debate

Alberto Goldman

José Carlos Aleluia

Professor Luizinho

REPRESENTAÇÃO

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Brasília, 28 de fevereiro de 20054

Após reunião com o ministro daDefesa, o vice-presidente José

Alencar, a coordenadora doGrupo Parlamentar Misto em

Defesa da Varig, deputadaYeda Crusius (PSDB-RS),

anunciou que está-se chegandopróximo de um acordo para

salvar a empresa. Ela informouainda que será proposta umaaudiência pública na Câmara

para discutir o processo derecuperação da companhia,

que tem débitos fiscais etributários de R$ 3,1 bilhões.

“Finalmente há consenso entrecredores e devedores na busca

de uma solução concreta para ocaso Varig, em um prazo mais

rápido”, afirmou a deputadaapós o encontro.

Segundo ela, serão convidadospara a audiência pública o

próprio José Alencar,representantes da Varig, dos

trabalhadores da empresa, deentidades do mercado e de

todos os credores dacompanhia. Devem participar

ainda os parlamentares dascomissões de Desenvolvimento

Econômico, Indústria eComércio; e de Relações

Exteriores e deDefesa Nacional.

Yeda Crusius elogiou oempenho de Alencar para a

resolução dos problemas dascompanhias aéreas. “Assimcomo os parlamentares, ele

tem atuado para que o setoraéreo possa crescer. A

atividade da aviação comercialpode triplicar em três anos e a

Varig é uma empresafundamental para que isso

aconteça”, disse.A Varig está no mercado há

77 anos, tem 94 aeronaves e11,6 mil funcionários. Em

2004, a empresa respondeupor 32% dos vôos nacionais e

85% dos internacionais. Suadívida chega a R$ 6,5 bilhões,

sendo que R$ 3,1 bilhõesapenas com o governo,

referentes a débitos fiscais etributários.

CASO VARIG

Yeda Crusius

Grupo parlamentaranuncia que acordopode estar próximo

O deputado Babá (PA) cri-ticou o corte de R$ 15,9 bilhõesnos investimentos anunciadopelo governo federal. O parla-mentar disse que cortes dessetipo são responsáveis por situa-ções graves como as mortes dascrianças indígenas em Dourados(MS). Ele afirmou ainda que omesmo governo também estáanunciando cortes em emen-das, como se os parlamentaresfossem responsáveis pela criseeconômica do País.

Babá explicou que, se hou-vesse orçamento participativo noPaís, ele até seria contra as emen-das parlamentares, mas que, hojeelas representam não anseios in-dividuais, mas de populações in-teiras. “Não são apenas as emen-das parlamentares, são as de ban-cada também que envolvem es-

Babá critica corte deinvestimentos e de emendas

O deputado Nicias Ri-beiro (PSDB-PA) elogiou adecisão do presidente doSuperior Tribunal de Jus-tiça (STJ), ministro EdsonVidigal, de fazer o papel demediador nas negociaçõesentre o Poder Executivo eas empresas aéreas do país,especialmente a Varig. Odeputado lembrou que aVarig já conseguiu na Jus-tiça o direito de receber daUnião uma indenização su-perior a R$ 3 bilhões, sob aalegação de ter sofrido pre-juízos em conseqüência dosplanos econômicos adota-dos pelo governo nas duasúltimas décadas. “ O inusi-tado é que, pela primeiravez na história política, ju-rídica e administrativa do

Deputado Babá afirma que os cortes deinvestimentos são responsáveis pelas mortes decrianças e pelos episódios de violência no PaísPL

ENÁR

IO

tradas como a Transamazônica,Belém-Brasília, Santarém-Cuia-bá”, disse.

Babá afirmou ainda quetambém é por falta de investi-mentos, no caso, na ReformaAgrária, que ocorrem tragédias

como os assassinatos da irmãDorothy Stang e dos líderes dosagricultores no Pará. “Esse di-nheiro não foi para Anapu nemtampouco para o sul do Esta-do, para o Nordeste ou para oSul do País, onde o GovernoLula não fez um assentamentosequer. Esse dinheiro foi pararno Citibank, nos Estados Uni-dos, sede do grande capital, etambém na Europa; esse di-nheiro foi para os sete paísesgrandes, para os quais o Gover-no Lula pagou R$ 250 bilhõesem dois anos”.

O deputado Babá tambémse pronunciou sobre a morte deduas pessoas numa ocupaçãoem Goiânia e afirmou que o go-vernador Marconi Perillo deveresponder pelo episódio, por-que é o responsável pela Polí-

cia Militar. Ele afirmou que aposição do governador se agra-va pelo fato de que, em campa-nha política, havia prometidoàs pessoas que moravam naocupação que não seriam reti-radas dali. Ele pediu ao prefei-to de Goiânia, Íris Rezende, quedesaproprie a área de conflitopara que as pessoas que ali mo-ravam possam voltar. “Espera-mos que a Justiça goiana pro-cesse o governador MarconiPerillo, principal responsável poraqueles bárbaros assassinatos epela repressão havida com o es-pancamento de crianças e se-nhoras gestantes”, disse. O de-putado encerrou afirmando quevai apresentar à Casa imagensfeitas durante o incidente emGoiânia para provar a intensi-dade da violência.

País, um magistrado passa a fa-zer o entendimento entre o Exe-cutivo e uma empresa privada deaeronavegação”, afirmou.

Já a medida em estudospelo governo de alugar caçassupersônicos para uso o uso daForça Aérea Brasileira, e nãomais de comprá-los por meiode licitação, não foi poupadade críticas pelo deputado.“Faço esse registro constran-gido, na condição de brasilei-ro, envergonhado, como mem-bro do Congresso brasileiro, ecom toda tristeza, porque, aolongo da história do Brasil, emtempo algum, as Forças Arma-das tiveram aviões de caça alu-gados para garantir a seguran-ça do espaço aéreo”, afirmouNicias, fazendo um apelo aopresidente Luiz Inácio Lula daSilva para desistir da idéia.

Na avaliação do deputado,o presidente Lula, “que teve acoragem de adquirir um avião

Nicias Ribeiro elogia mediação do Judiciáriona crise do setor de aviação

a jato fabricado na França,ao custo de milhões de dó-lares”, deveria restabelecero orgulho dos brasileiros enão permitir a utilização,pela FAB, de caças aluga-dos de qualquer outro paísou empresa. “Na condiçãode parlamentar, faço cons-trangido e envergonhadoeste pronunciamento. Aomesmo tempo em que mecongratulo com o PoderJudiciário, por intermediaro ajuste de contas entre ogoverno federal e a Varig,lamento a decisão de alu-gar aviões de caça a jatopara nossa Força AéreaBrasileira. Espero que serestabeleça o orgulho dosbrasileiros neste particular”,finalizou.

Nicias Ribeiro

Babá

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Brasília, 28 de fevereiro de 2005 5

Líderes partidários estão céticos em relação à aprovação integral da Reforma Políticaainda em 2005. As opiniões são de que a fidelidade partidária deverá ser aprovada,mas que pontos como a cláusula de barreira e listas preordenadas serão empecilhos

Os interesses quase opostosdos grandes e pequenos partidostornam difícil a aprovação daReforma Política ainda nesteano, na opinião dos líderes dediferentes partidos. O únicoponto em que a aprovação pare-ce unânime é a fidelidade parti-dária. Para impedir o troca-tro-ca de partidos o mais rápido pos-sível, os presidentes da Câmara,Severino Cavalcanti, e do Sena-do, Renan Calheiros, deverãoacelerar a votação de um proje-to de resolução para alterar os re-gimentos internos das Casas. Aidéia é fazer valer a legenda par-tidária do deputado no momen-to da eleição. Qualquer troca departido no decorrer do mandatonão contará para cálculos de pro-porcionalidade partidária naseleições da Mesa ou na compo-sição de comissões permanentes.

À exceção da fidelidade par-tidária, todos os outros pontos daReforma Política, como financia-

Grandes queremcláusula debarreira commínimo de 5%

Os líderes dos partidoscom maior número dedeputados na Casa, comoPSDB e PFL, lutarão paraque a cláusula de barreiranão seja reduzida. JoséCarlos Aleluia (PFL-BA),líder da Minoria, disse queseu partido é favorável àaprovação da ReformaPolítica nos moldes emque está. “Mas lutaremoscontra a redução dacláusula de barreira para2%”, avisou.Paulo Rocha (PA), líder doPT, acredita que é precisoestabelecer um limitemínimo para que ospartidos funcionemplenamente na Casa e,ressalvou, deve-se criarcondições para que acláusula de barreira nãotire a força política dospartidos históricos emenores.Segundo Alberto Goldman(SP), líder do PSDB, opartido é radicalmentefavorável à aprovação dareforma. Goldman, porém,avalia que a reação dospartidos menores atrasaráa discussão. “Porinteresses pessoais,partidos que não têmexpressão, que sãoajuntamentos, saeminflados das eleições etemem a reforma”, avaliou.Saraiva Felipe (MG), líderdo PMDB, acredita que adiscussão dofinanciamento público decampanhas está muitoatrelada às listaspreordenadas decandidatos por partido. Porisso, a aprovação dessespontos da reforma serámais complicada. “Nomomento em que ospartidos passarem aindicar seus candidatos,eles terão que correr atrásdo dinheiro para elegê-los.E isso poderá facilitar ocontrole da entrada dedinheiro”, explicou. “Nãoacredito que a JustiçaEleitoral esteja aparelhadapara evitar o recurso docaixa dois.”Rodrigo Maia (RJ), líder doPFL, acha que estes doistemas devem serdiscutidos sem pressa,para serem aplicadosapenas nas eleições de2010 ou 2014.

Reforma Política

Líderes só acreditam emconsenso quanto à fidelidade

Apesar de 13 líderes partidá-rios afirmarem que a discussãoda Reforma Política deverá serprioritária neste ano, e de o pre-sidente da Casa, Severino Ca-valcanti, já ter anunciado quecolocará o tema em discussão,todos afirmam que temas comoas listas preordenadas, financi-amento público e cláusula debarreira serão polêmicos.

O líder do PP, José Janene(PR), aposta que, além da fideli-dade partidária, o disciplinamen-to das pesquisas eleitorais tambémpoderá ser aprovado até setembro.Ele declarou-se, porém, comple-tamente contra as listas preorde-nadas e o fim das coligações par-tidárias. Janene conta ainda comdiscordâncias de todos os outros

Severiano Alves Sandro Mabel

mento público de campanha, lis-tas preordenadas de candidatos,cláusula de barreira ou fim dascoligações são controversos naCasa. O fatiamento da reforma,atualmente em discussão na Co-missão de Constituição e Justiçae de Cidadania (CCJC), tornou-se inevitável. Sem esse recurso, areforma pode estacionar.

Renato Casagrande (ES), líderdo PSB, entende que a alteração

regimental para garantir a fidelida-de política será o único ponto derápida tramitação da Casa. “Mas acoluna vertebral da reforma, quealtera todo o sistema político-elei-toral, deverá demorar mais a seraprovado”, disse. Para Sandro Ma-bel (GO), líder do bloco PL/PSL,a reforma poderá ser aprovada ain-da neste ano, desde que sejam re-tirados do texto o fim das coliga-ções e as listas preordenadas.

Mabel defende que a reformaseja rígida em relação à fidelida-de partidária, inclusive com ris-co de perda de mandato em casode troca de partido. “Será preci-so estabelecer critérios de ônus ebônus para que os deputadosaprovem a fidelidade para valerjá nas eleições de 2006”, disse.

Para Severiano Alves (BA),líder do PDT, o substitutivo emdiscussão na CCJC não reflete osentimento do Congresso; no en-tanto, ele defende que seja dadaprioridade ao tema. “O partidoapóia o financiamento público ea fidelidade partidária, mas é reti-cente quanto à lista fechada dospartidos”, explica. Por conta danecessidade de estabelecer umconsenso em torno dos pontosmais controversos da reforma,Alves avalia que as regras atuaisnão serão mudadas pelo menosaté as eleições de 2006. “Não achoque será possível aprovar a refor-ma ainda neste ano”, disse.

Polêmica envolve listas, financiamento e coligaçõespartidos, inclusiveo seu, com relaçãoa outras propostas.“Também não es-tou convencido deque o financia-mento públicoconseguirá impedirque exista o caixadois nas campanhas”, disse.

Para Dimas Ramalho (SP), lí-der do PPS, não há condições po-líticas para aprovar a reforma. Opartido também é contra as listaspreordenadas e Ramalho julganecessário discutir mais a questãoda cláusula de barreira. Conformeo relatório da CCJC, do deputadoRubens Otoni (PT-GO), o limitemínimo para que os partidos te-nham funcionamento parlamen-

tar pleno será de2%. Atualmente, opartido precisa com-putar 5% dos votosapurados em pelomenos um terço dosestados para ter di-reito, por exemplo,a lideranças e a par-

ticipação nas comissões.ColigaçõesA extinção das coligações

partidárias também não é pontode consenso entre os deputadosdo PCdoB. Para Renildo Calhei-ros (PE), líder do partido, a ex-tinção das coligações prejudica-rá os pequenos partidos. “A coli-gação, mesmo que temporária,resolve um problema imediatodos que dependem de outros

para fazer campanha e conseguirmais espaço nas propagandaseleitorais”, avaliou. Calheirosdefende que a reforma valorizeo sistema eleitoral, fortaleça ospartidos e reduza a influência dopoder econômico, “mas ela nãopode prejudicar os pequenos quetêm tradição política.”

Na avaliação de Edson Du-arte (BA), líder do PV, é precisocorrer contra o relógio paraaprovar a Reforma Política. Se-gundo ele, o partido está juntan-do forças com o PPS, PDT, PSBe PCdoB para que os partidospequenos não sejam ameaçados.“O fim das coligações partidáriase a cláusula de barreira são fortesameaças aos partidos tradicio-nais, porém menores”, explicou.

PARTIDOS

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Brasília, 28 de fevereiro de 20056

A falta de medicamentosde combate à Aids, em es-pecial o coquetel AZT, noslaboratórios oficiais motivoucríticas de diversos deputa-dos, que responsabilizaram oministro da Saúde, Humber-to Costa, pela crise de abas-tecimento.

O deputado AntonioCarlos Pannunzio (PSDB-SP) acusou o ministro de ne-gligência no caso do atrasode 15 dias no fornecimentodo coquetel AZT aos porta-dores do vírus HIV. “O mi-nistro foi advertido pelo co-ordenador da gestão anteri-or do Programa Nacional deAids, Marco Antônio Vitó-ria, e até por seu atual secre-tário, Luiz Carlos Bueno (se-cretário de Ciência, Tecnolo-gia e Insumos Estratégicos doMinistério da Saúde), de que

“Esses crimes devem ser entendidos como alerta e incentivopara que o governo passe a encarar a questão ambientalcomo central para o desenvolvimento do País”PL

ENÁR

IO

Sarney Filho

Sarney Filho propõe “moratória”da extração de madeira

HanseníaseSimão Sessim (PP-RJ)

lamentou o fato de o Brasil sero País com a maior incidência

de hanseníase, conhecidapopularmente como lepra, nomundo. Segundo revelou, em

2003 foram diagnosticadosmais de 49 mil casos novos,um alto índice de 2,77 para

cada 10 mil habitantes.“Infelizmente, a maioria dos

enfermos não sabe que adoença é de fácil diagnóstico,que tem tratamento gratuito e,

melhor ainda, que também temcura”, frisou, elogiando a

governadora do Rio de Janeiro,Rosinha Matheus, pela

iniciativa de distribuir o “chequecidadão” para a camada mais

pobre da população queprecisa de tratamento.

Saúde no RioJandira Feghali (PCdoB-RJ)

expressou indignação diante dacrise que ocorre no sistema de

saúde do estado do Rio deJaneiro, informando que está

atuando firmemente no sentidode que seja encontrada uma

solução que garanta oatendimento à população. Aparlamentar explicou que a

crise é mais resultado de mágestão do que de verbas, o

que, na sua opinião, caracterizacrime de omissão do governo

do Rio. Feghali tratou ainda daquestão da MP 232, dizendo

que ela não pode ser aprovadanos seus termos. “O ideal seria

aprovarmos a correção doImposto de Renda Pessoa

Física e tratarmos a questãopor outro instrumento, como

por projeto de lei”, sugeriu.

InvestimentosAo contrariar a posição de

alguns setores da economiaque pretendem reduzir os

gastos em saúde para melhoraro saldo do superávit primário, adeputada Angela Guadagnin

(PT-SP) destacou que todas asações do governo neste setor

ajudam a movimentar aeconomia. Como exemplo,

citou a distribuição demedicamentos de uso

continuado para hipertensos ediabéticos que, além de

beneficiar o setor industrial,reduz os gastos com

internação e aposentadoriaprecoce. A deputada entende

que uma redução de gastos sópoderia ser feita por meio de

melhorias no processo degestão, do combate à

corrupção e com o controlesocial. “Gasto com saúde não é

despesa, é investimento”,enfatizou.

Sarney Filho

O deputado Sarney Filho(PV-MA) cobrou ações maisenérgicas do governo federalpara interromper o processo dedegradação da floresta amazô-nica e conter a violência na re-gião. O deputado, que foi mi-nistro do Meio Ambiente entre1999 e 2002, sugeriu que o go-verno faça uma “moratória” daextração de madeira na Ama-zônia e chame os envolvidospara a mesa de negociação.

Sarney Filho lembrou os re-centes assassinatos da irmã Do-rothy Stang, na cidade de Ana-pu (PA), e de Dionísio Júlio Ri-beiro Filho, no Rio de Janeiro,ambos ambientalistas que atua-vam em defesa da preservaçãode florestas e da exploração sus-tentável dos recursos naturais.“Esses crimes devem ser enten-didos como alerta e incentivopara que o governo passe a en-

carar a questão ambiental comocentral para o desenvolvimen-to do País”, disse.

Para o deputado, a discus-são e a resolução dos problemasambientais e sociais na Amazô-nia não cabem apenas ao Mi-nistério do Meio Ambiente. “Aministra do Meio Ambiente,

Marina Silva, que tem minhaadmiração e respeito, é impo-tente para implementar políti-cas governamentais, pois nãotem condições políticas e eco-nômicas para pôr em prática oque pensa”, considerou. Segun-do ele, é necessário que o go-verno seja proativo no que dizrespeito à Região Amazônica.

Sarney Filho afirmou não sercontra a extração da madeira,que pode ser uma atividade eco-nômica fundamental para aAmazônia. “No entanto, é pre-ciso que se faça não o corte raso,mas o corte seletivo, com estu-dos e monitoramentos”, escla-receu. Um projeto-piloto demonitoramento por satélite degrandes propriedades rurais, rea-lizado em uma região do MatoGrosso, foi citado pelo deputa-do como uma iniciativa interes-sante para se manter o controle

sobre áreas de interesse ambien-tal. Segundo ele, depois que aregião começou a ser monitora-da, o desmatamento caiu 44%.

Na avaliação de Sarney Fi-lho, o governo tem duas frentesde atuação para preservar a bio-diversidade do País. A primeiraé conjuntural e envolve coman-do e controle. Nela, estão inclu-ídas as leis e os mecanismos parafazer com que elas sejam cum-pridas. “Nossa legislação é mui-to boa, mas a ação da polícia,as multas e o acompanhamen-to por satélite são falhos”, ava-liou. A segunda é a estruturan-te, cuja base são as políticaspúblicas. “A frente conjunturalé importantíssima para contero ritmo de degradação, mas aestruturante proporciona ummodelo de desenvolvimentopara as áreas de preservaçãoambiental”, completou.

pode r i a have rproblemas como suprimento dochamado co -quetel anti-Aidse não tomouprov idênc ia s ” ,afirmou.

Humberto Costa tambémfoi criticado por José CarlosAleluia (PFL-BA), que decla-rou que o ministro da Saúde éculpado por homicídio dolosocontra os portadores do HIV eque poderia ter evitado o desa-bastecimento de remédios. “Ospróprios assessores do ministroé que estão nos jornais a dizerque não falta só o AZT. LuizCarlos Bueno diz que falta co-quetel anti-Aids porque Hum-berto Costa não tomou provi-dências e que vão faltar tam-bém os remédios para tuber-culose”, destacou.

José Janene (PP-PR) considera quenão há justificativapara a falta de me-dicamentos. “O mi-nistério tem dinhei-ro, dotação orça-mentária, autoriza-

ção para gastos e ordenadorde despesas. Se faltam remé-dios, a culpa é única e exclu-sivamente do ministro Hum-berto Costa”, afirmou.

DefesaMaurício Rands (PT-PE),

Henrique Fontana (PT-RS) eVicentinho (PT-SP) rebateramas críticas contra o ministro daSaúde. Para Rands, as acusa-ções são “denúncia vazia”. “Tra-ta-se de uma tentativa de seaproveitar de uma crise no abas-tecimento de remédios para osportadores de HIV, crise estaque, sabemos muito bem, tem

origem nos fornecedores doexterior”, declarou.

Vicentinho concordoucom o colega, afirmandoque a falta de medicamen-tos é uma situação provi-sória. “O que hoje é exce-ção, na gestão passada eraregra”, disse. Já HenriqueFontana chamou de “irres-ponsáveis” as denúnciascontra Humberto Costa eacusou a oposição de estarcriando um clima de terrordesnecessariamente. “Osgovernos federal e estadu-ais compraram matérias-primas que foram reprova-das pelos laboratórios bra-sileiros. O ministro tomouas providências na hora,inclusive importando me-dicamentos da Argentina.O assunto está soluciona-do”, concluiu.

Falta de remédios de Aids é negligência, dizem deputados

PINGA-FOGO

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Brasília, 28 de fevereiro de 2005 7

“Urge que esse povo tenha representação adequada ao seu pesopolítico e importância nacional, seja na forma da presença no governo,no mais alto nível, seja pelo nível de investimento federal”PL

ENÁR

IO

Em seu primeiro discursocomo parlamentar federal, odeputado André Costa (PT-RJ), depois de analisar a con-juntura nacional, afirmou que,como representante do Rio deJaneiro, pretende defender aefetiva integração dos antigosestados do Rio de Janeiro e daGuanabara, inclusive no planofísico, o que significa investi-mentos na malha de transpor-tes, segundo explicou.

Ele afirmou que há neces-sidade premente de integrar agrande conurbação metropoli-tana na forma de transporte demassa. “Nesse contexto, apre-senta-se como fundamental aligação da rede de transportemetroviário e ferroviário doRio de Janeiro e da região Ni-terói-São Gonçalo-Itaboraí,todo o leste fluminense, medi-ante a construção do túnel soba Baía da Guanabara”, defen-

Porta-vozSaraiva Felipe (MG), novolíder do PMDB, disse queatuará como porta-voz davontade majoritária dosmembros de seu partido. Paraisso, firmou o compromissode se reunir quinzenalmentecom a bancada, a fim dediscutir as questões polêmicasque tramitem na Câmara,como a Medida Provisória232/04, que reajusta oImposto de Renda. “Minhaatuação será calcada navontade do partido, sob suaorientação. Só assimestabeleceremos o diálogocom o governo, mas semalinhamentos automáticos. Énessa direção que vamoscaminhar”, explicou. Saraivaprometeu ainda dialogar parapromover a unificação dopartido.

LiderançaJair Bolsonaro (PFL-RJ)cumprimentou o presidenteSeverino Cavalcanti por abriras portas para oempresariado, para o produtore para os agricultores nadiscussão da MP 232/04. Nasua opinião, a eleição deCavalcanti representou “avitória de Davi contra Golias,do bem contra o mal, dademocracia contra a ditadurae da verdade contra amentira”. O deputado acusoua grande imprensa dediscriminar o presidente,inclusive deixando de convidá-lo para debates.

RepassesLuiz Carreira (PFL-BA)afirmou que iniciativas como aMedida Provisória 232/04 são“manobras sorrateiras” a fimde aumentar impostos edescumprem acordosestabelecidos. O deputadolembrou a MP 237, queautoriza a União a dar auxíliofinanceiro aos estados emunicípios a fim de estimulara exportação. De acordo comesta MP, o valor do repasseacordado entre a União,governadores e prefeitos foide R$ 5,2 bilhões. Entretanto,R$ 900 milhões ainda nãoforam liberados, e o TesouroNacional afirma que aconcessão de tal montantedependerá da arrecadação.Carreira afirmou que a atitudedo governo em relação atemas como a votação daPEC Paralela da Previdência,a elevação do Fundo deParticipação dos Municípios ea Lei de Biossegurança foi dedesrespeito ao que foicombinado.

PINGA-FOGO

André Costa

O deputado Marcelo Or-tiz (PV-SP) anunciou queseu partido rejeita a MP 232no que tange ao aumento daContribuição Social sobreLucro Líquido e do Impostode Renda de prestadores deserviço. O parlamentar ex-plicou que a decisão se deveà ligação histórica do parti-do com os pequenos empre-sários, agricultores e profis-sionais liberais e ressalvouainda que a decisão não sig-nifica uma colisão com o go-verno federal. “Os verdadei-ros amigos do governo sa-bem ser possível racionalizaros gastos públicos, tornar amáquina administrativamais eficiente, sem agravaros pequenos, fonte de mui-tos empregos”, disse.

André Costa

André Costa defendeinvestimentos no Rio

deu. Costa explicou que o pro-jeto, concebido inicialmentenos anos 70, marcaria definiti-vamente a integração dos anti-gos estados do Rio de Janeiro eda Guanabara e tem, acredita,todo o apoio do Governo Lula.

O parlamentar afirmou queo governo federal tem uma dí-vida histórica com seu estado,

um cartão postal do País, mastambém “uma das síntesesmais dramáticas do dualismosocial, dos contrastes regionaise da crise do estado na formada insegurança pública”.“Urge, portanto, que esse povotenha representação adequadaao seu peso político e impor-tância nacional, seja na formada presença no governo, nomais alto nível, seja pelo nívelde investimento federal com-patível com que o estado apor-ta para a economia nacional”,declarou, lembrando a fortevotação obtida pelo presiden-te Lula no estado.

O deputado, que trabalhoudurante dez anos como diplo-mata, no Palácio do Itamaraty,assumiu a vaga no lugar do ex-deputado Lindberg Farias (PT-RJ), que renunciou ao cargopara ser empossado prefeito deNova Iguaçu (RJ). Costa disse

que ingressou no Partido dosTrabalhadores por reconhecersua representatividade junto aoMovimento Social, e seu papelna luta pela cidadania e tam-bém pela atuação do PT emfavor da “generosa utopia deconstituição de uma verdadei-ra democracia política, econô-mica e social no Brasil”.

Para a realização dessa uto-pia, disse, estão desafios comoos da superação do modelo neo-liberal, que teria desorganizadoa economia. O Governo Lula,na sua visão, apresenta- secomo solução acertada para asuperação da indefinição deprojeto nacional. O Parlamen-to, por sua vez, afirmou, tempapel na manutenção da demo-cracia, pois cabe a ele “lideraro debate e assumir as reformasnecessárias que permitam ex-pandir a cidadania e atualizaras instituições”.

PV condena pontos da MP 232De acordo com o parlamen-

tar, além de a medida não con-tar os dois requisitos constitu-cionais para sua existência, “éfalsa” a justificativa usada pelogoverno federal para aumentarde 32% para 40% a base de in-cidência da CSLL e do IR deprestadores de serviços. Ortizargumentou não ser verdadeiraa afirmação do governo de quea correção em 10% na tabela doImposto de Renda Pessoa Físicacausaria perdas para os cofrespúblicos, porque o que houve,segundo ele, foi apenas reajusteda defasagem existente.

O outro “pecado” da MP se-ria, na avaliação do parlamentar,o de impedir o direito de defesado contribuinte. “É uma flagran-te afronta à Constituição”, dis-se. Ortiz apontou ainda que a

MP aumenta a carga tributáriaacima da capacidade contributi-va do cidadão. Ele explicou que,a cada ano, toda a atividade eco-nômica perde três meses de tra-balho para pagar os tributos. “Acada R$ 100 produzidos, quase

R$ 40 ficam nos cofres dogoverno”, disse.

Para o parlamentar, é obri-gação do Congresso dar res-posta a esses erros. “Cabe anós darmos respostas ao quea sociedade está esperandofrente a essa afronta”, disse.

O deputado do PV disseainda que situação oposta àda MP 232 é a da MP 225/04, aprovada pela Câmarana noite de quarta-feira(23).Ele informou que foi indica-do pelo presidente SeverinoCavalcanti para relatar amedida e pode reconhecer acoragem do presidente daRepública em abordar e darsolução à questão tão polê-mica quanto a lavra e a co-mercialização de diamantesem terras indígenas.

Marcelo Ortiz

Page 8: Jornal da Câmara dia 28 de fevereiro de 2005 - camara.leg.br · 2 Brasília, 28 de fevereiro de 2005 Delegação formada por quatro deputadas participará de encontro com representantes

Brasília, 28 de fevereiro de 20058

AGENDA

A pauta completa do plenário e das comissões pode ser consultada no endereço eletrônico www.camara.gov.brSAIBA MAIS

A atual situação das políticas de promoção da igualdade naAmérica do Sul será o foco de um seminário internacional, queocorrerá nesta semana em Brasília. Os participantes do evento –que começa hoje, às 9 horas, no Auditório do Palácio do Itamaraty,em Brasília – também avaliarão as saídas da escravidão adotadaspelos países latino-americanos. O encontro reúne especialistas doBrasil, Haiti, Colômbia, Estados Unidos, Cuba, Etiópia, Uruguai,Costa Rica, Peru, Venezuela, Equador, África do Sul e Reino Unido.

A abolição da escravatura nas Américas começou há 200 anos,com a Revolução Haitiana, que culminou no estabelecimento doprimeiro Estado negro das Américas. No Brasil, a libertação dosescravos só ocorreu há 115 anos. Dois séculos depois, o semináriose propõe a identificar as práticas escravagistas remanescentes eressaltar as dificuldades que impedem a efetiva concretização dosdireitos humanos dos negros.

O Brasil já vem adotando algumas ações que buscam assegurara efetivação dos direitos dos negros. Entre elas, destaca-se a determinaçãolegal de que a história e a cultura afro-brasileiras sejam incluídas nos currí-culos escolares, a adoção de cotas universitárias baseadas na cor da pele dos

Seminário avalia discriminaçãoracial na América Latina

estudantes e a criação da Secretaria Especial de Políticas dePromoção da Igualdade Racial.

PromoçãoO seminário é uma promoção conjunta da Frente Parlamentar

em Defesa da Igualdade Racial; da Organização das Nações Uni-das para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco); do Senado;das secretarias Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Ra-cial e de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; doMinistério das Relações Exteriores; da Fundação Cultural Palma-res; do Ministério da Cultura; e da Secretaria Especial de DireitosHumanos.

Em 2001, foi realizada em Durban, na África do Sul, a III Con-ferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia eIntolerância Correlata. Essa conferência classificou a escravidão e otráfico de escravos de crimes contra a humanidade e, no Brasil, deuinício à discussão e à implementação de políticas de ação afirmati-

va. O encontro em Durban concluiu que as ações afirmativas devem incenti-var a participação igualitária de todos os grupos raciais no setores cultural,educacional e político, e no acesso aos serviços judiciários e policiais.

SEGUNDA-FEIRA – 28/02

PRESIDÊNCIA9h30Encontro com o governador deRoraima, Ottomar de Souza Pinto, ea bancada federal do estado.Local: Palácio Senador HélioCampos, Boa Vista (RR)

10h30Encontro na Assembléia Legislativade Roraima.

11h30Almoço no Palácio Senador HélioCampos.

13 horasSobrevôo sobre a área da ReservaIndígena Raposa Serra do Sol,acompanhado pelo governador epela bancada federal.

17 horasVisita à sede do Partido Progressistaem Manaus, acompanhado dedeputados federais.

FRENTE PARLAMENTARDefesa da Igualdade Racial9 horasAbertura do seminário internacionalSaídas da Escravidão e PolíticasPúblicas. Confira a programação nosite da Câmara dos Deputados

(www.camara.gov.br).Local: Palácio do Itamaraty

TERÇA-FEIRA – 1/3

FRENTES PARLAMENTARESDefesa da Igualdade Racial9 horasContinuação do semináriointernacional Saídas da Escravidãoe Políticas Públicas.Local: Palácio do Itamaraty

Advogados14 horasDebate sobre a MP 232/04, queaumenta a carga tributária dosprestadores de serviço e do setor deagronegócios, para definir se osintegrantes da frente votarão pelarejeição integral da MP ou pelapreservação de alguns de seuspontos.Local: Auditório Freitas Nobre

QUARTA-FEIRA – 2/3

CPIBiopirataria14h30Audiência pública com o jornalistada revista Veja, Leonardo Coutinho;o sócio-proprietário da KramerEscritório Imobiliário, Valdemir

Kramer; e o presidente do Institutode Terras do Estado do Acre,Henrique Corinto.Local: Plenário 11

COMISSÕES ESPECIAIS

Sistema Penitenciário do Rio deJaneiro14 horasDiscussão do relatório final.Local: Plenário a definir

Bacias Hidrográficas do Semi-Árido14 horasVotação de requerimentoLocal: Plenário 16

ESPECIALBancada do PSB9 horasReunião para escolha do novo líderdo PSB.Local: Sala da Presidência daComissão de Meio Ambiente eDesenvolvimento Sustentável

FRENTE PARLAMENTAR

Defesa da Igualdade Racial9 horasContinuação do semináriointernacional Saídas da Escravidãoe Políticas Públicas.Local: Palácio do Itamaraty

PREVISÃO DA SEMANA