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JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 337 | DEZEMBRO DE 2017 FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer Jo 1, 18 JESUS

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“Embora pequeno, deitado em presépio, em todo Universo, ó Cristo, reinais. Ó fruto bendito da Virgem

sem mancha, que todos vos amem num reino de paz” [Ofício de Leituras – Natal do Senhor]

Compreender a figura de Jesus de Nazaré como paradigma para a hu-manidade provoca imediatamente

um emparelhamento com a Criação do homem, que, a partir do gesto amoroso e gratuito de Deus, promove o surgimento da humanidade feita imago Dei. Ao possuir os traços de seu Autor, a criatura manifes-ta a profundidade de sua missão de coo-peração diante da realidade criada. Esse mistério é profundo e impõe ao homem e à mulher a missão de tornar o cosmo naquilo que a Trindade intencionava.

Porém, ao afastar-se do projeto divino inicial com a existência do pecado, marca indelével da natureza humana, o homem rompe com a aliança harmônica que o aproximava de sua imagem e semelhança divinas. Surge a necessidade de uma jus-ta reparação (justificação) que restabeleça

profundamente as realidades humanas e divinas, separadas pela concupiscência humana.

Jesus de Nazaré, a encarnação do Ver-bo de Deus, restitui com seus gestos e pa-lavras a aliança rompida pela inconsistên-cia humana. E faz mais: estabelece novos modos de agir, de pensar e viver, inclusive a fé. Ao aproximar-se dos amansados pelo peso da injustiça, o Mestre de Nazaré in-dica o caminho àqueles que anseiam pela comunhão com Deus e denuncia com sua força profética o fratricídio constante da humanidade.

A essência divina é explicitada na pes-soa de Jesus Cristo, pois este, ao revelar de forma tão simples e, ao mesmo tempo, tão profunda o mistério divino à humanida-de as características amorosas do Todo-Po-deroso, se torna o Todo-Amoroso. O Divino

não se caracteriza mais pela onipotência, mas pela capacidade total em exercitar a misericórdia. Uma justiça divina que com-preende a limitação da natureza humana, tão marcada por seus condicionamentos históricos.

Cabe ao homem, ao vislumbrar o mo-delo de Jesus de Nazaré, aproximar-se não por seus méritos, mas pela graça divina, da filiação adotiva proporcionada pela en-carnação do Filho unigênito de Deus. Ao assumir a natureza humana e tornar justos todos os homens com seu sacrifício até a morte, Jesus une novamente o céu e a ter-ra, o divino e o humano etc. Não há mais abismos entre a história e a transcendên-cia. A Trindade por amor rompe o véu de separação e se debruça mais uma vez em direção à humanidade.

editorial

voz do pastor

expediente

No encerramento do ano litúrgico, na Solenidade de Cristo Rei do Univer-so, juntamente com o último retiro

das Santas Missões Populares, instituímos, junto com a Igreja de todo o Brasil, o Ano do Laicato, que vai até 25 de novembro de 2018.

O tema escolhido para animar a mística das atividades do Ano do Laicato é “Cris-tãos leigos e leigas, sujeitos na Igreja em saída, a serviço do Reino”, com o lema inspirador “Sal da Terra e Luz do mundo”. “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos lei-gos e leigas no Brasil, aprofundar sua iden-tidade, vocação, espiritualidade e missão e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade. Tempo promissor, pois deposi-tamos nos leigos e leigas nossa confiança, esperançosos de que bons frutos virão.

Iniciamos o tempo do Advento em pre-paração à Festa do Natal quando nossas comunidades crescerão na espiritualida-de e na fraternidade, realizando a liturgia doméstica preparada com tanto carinho e

ardor por nossas equipes. A semeadura é intensa, grandes acon-

tecimentos marcarão nossas comunidades: celebrações, encontros, visitas, momentos de perdão, busca de santidade, reconheci-mento de que Deus está no meio de nós.

É nesta expectativa que nossos co-rações passam a vibrar. Tempo de mais Luz, pois até nossas cidades ganham um novo brilho. Tudo fica mais cheio de vida, de esperança e de alegria. Assim, aumen-ta ainda mais nossa responsabilidade no testemunho cristão. Nossa Luz se uniu às demais para que a Luz de Deus – o grande Sol, recaia na vida de cada irmão e irmã.

É hora de sairmos do marasmo, da tristeza, da morosidade, do sono e da de-sesperança. Fomos sufocados demais pela incerteza e insegurança de nossos dias sombrios na política, na economia e até mesmo na fé. Levantemos nossa cabeça, cinjamos nossos rins, olhos fixos no Senhor e digamos a nós mesmos que o tempo pre-sente é fértil, grandes frutos se esperam dos que confiam no Senhor. Não cabe mais

Diretor geralDOM JOSÉ LANZA NETO EditorPE. SÉRGIO BERNARDES | MTB - MG 14.808

Equipe de produçãoDOUGLAS RIBEIROJANE MARTINS

RevisãoJANE MARTINS

Jornalista responsável ALEXANDRE A. OLIVEIRA | MTB: MG 14.265

Projeto gráfico e editoração BANANA, CANELA bananacanela.com.br | 35 3713.6160

ImpressãoGRÁFICA SÃO SEBASTIÃO

Tiragem3.950 EXEMPLARES

RedaçãoRua Francisco Ribeiro do Vale, 242 Centro - CEP: 37.800-000 | Guaxupé (MG)

Telefone35 3551.1013

[email protected]

Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.

Uma Publicação da Diocese de Guaxupé

www.guaxupe.org.br

TEMPO DE ALEGRIA E ESPERANÇA

Dom José Lanza Neto,Bispo da Diocese de Guaxupé

ficarmos murmurando e esperando por dias melhores sem compromisso e engaja-mento.

A grande Luz já chegou - é Natal. A es-curidão perdeu seu lugar. Os corações fo-ram enriquecidos com o esplendor radian-te da força da vida nova.

A humanidade acolhe Aquele que é atração, tudo se transforma e renova a par-tir de sua chegada. O sol vem brilhar para todos, mas nem todos gostam de acolher o sol da mesma maneira. Louvemos a Deus por este tempo que é graça e vida, favorá-vel e promissor em frutos abundantes de alegria e esperança.

Nossos agradecimentos surgem espon-taneamente por tantas coisas boas que aconteceram, pelas quais muitas pesso-as se dedicaram durante todo o ano, com esforço incansável. Deus recompense a todos. A luz que brilha do coração do me-nino Deus nos encha de caridade ardente, esperança duradoura e fé inabalável.

Feliz e Santo Natal a todos!

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Mais uma vez vemos luzes piscando, lo-jas e ruas adorna-

das, uma agitação cada vez mais procrastinada para a compra de presentes e a preparação de ceias. O fim do ano vem chegando aos atropelos outra vez, e nes-se pacote está o Natal, com suas compulsões socioeco-nômicas. Até aí, “nada de novo sob o sol” (Ecl 1,9). E por que nada há de novo e somos novamente traga-dos pelo vórtex da rotina? Porque, “vaidade das vai-dades, tudo é vaidade”, diz o Eclesiastes (1,2). Uma espiral de coisas vãs, vaidosas, vácuas, vazias nos enreda e nos anula. Batemos ponto nas datas do ca-lendário sem beber do elixir da longa vida que cada uma delas traz consigo.

Há manjedouras, há anjos, há estrelas, há burros. Há até o menino. Mas e o Natal? O Nascimento, a Natividade, o Nascedouro, a Nascença? Dizem que um menino nasceu há dois mil anos e foi crucificado para nos salvar. Não são poucos os que tomam isso como conto da carochinha, no mesmo pa-tamar do Papai Noel e do coelho da Páscoa – não sem razão, uma vez que as instân-cias educativas (família, escola, catequese, mídia) acabam por diluir Jesus nessa mas-sa homogênea de ilusões.

Podemos ser soterrados por pisca-pis-cas, papéis de presente e uvas passas. Ou podemos lançar uma mirada curiosa e de-safiadora para o estábulo em que nasceu o

Anunciamos a vinda de Cristo: não apenas a primeira, mas também a segunda, muito mais gloriosa. Pois

a primeira revestiu-se de um aspecto de sofrimento, mas a segunda manifestará a coroa da realeza divina.

Aliás, tudo o que concerne a nosso Se-nhor Jesus Cristo tem quase sempre uma dupla dimensão. Houve um duplo nasci-mento: primeiro, ele nasceu de Deus, antes dos séculos; depois, nasceu da Virgem, na plenitude dos tempos. Dupla descida: uma, discreta como a chuva sobre a relva; outra, no esplendor, que se realizará no futuro.

Menino. A escolha é nossa.Eu escolho a segunda opção, porque

ali é que está o vinho da vida, o pão que alimenta para a vida eterna. Há um Menino enrolado em panos, reclinado num cocho. Há uma mãe e um pai que, estrangeiros na cidade, não tiveram um quarto e um berço para colocar o Menino. Essa mãe e esse pai sabem que esse Menino é Deus, e que com ele começa uma história nova. Ele é Cristo, é Messias, é Senhor, é Adonai. É o totalmente Outro, Senhor do Céu e da Ter-ra, cujo nome não se podia pronunciar, e que agora chora e se deixa tomar no colo. O Altíssimo se fez Deus-Menino, armou sua tenda entre nós, veio ser Deus-Conosco. O céu baixou na terra!

Há pastores de perto e magos de longe que acorrem a Ele. Vinde, todos, adoremos! Deus não está no Santo dos Santos reser-vado ao sumo-sacerdote, sob o controle da

Na primeira vinda, ele foi envolto em faixas e reclinado num presépio; na se-gunda, será revestido num manto de luz. Na primeira, ele suportou a cruz, sem recusar sua ignomínia; na segunda, virá cheio de glória, cercado de uma multidão de anjos.

Não nos detemos, portanto, somente na primeira vinda, mas esperamos ainda, ansiosamente, a segunda. E assim como dissemos na primeira: “Bendito o que vem em nome do Senhor” (cf. Mt 21,9), aclamaremos de novo, no momento de sua segunda vinda, quando formos com

liturgia do Templo, mas é uma criança! Uma criança como as outras que irrompem no mundo, cheias de promessas, de potencia-lidades, trazendo consigo enormes possibi-lidades de mudança. Esse Menino vai levar a pleno cumprimento a vontade de Deus, desempacotando a Palavra Divina, covar-demente aprisionada nos códigos morais de seu tempo. Trará para o centro os que estão à margem; levará para a margem os que estão no centro, para que descubram a alegria de servir. Fará os poderosos desce-rem de seus tronos, e elevará os humildes. Por isso, pagará o preço do próprio sangue, que será memória de salvação para o mun-do.

Vamos a Belém! Deixemo-nos ser crian-ças novamente, nascer de novo, nascer do Alto, nascer do Espírito! Não fiquem ad-mirados, meus irmãos, se lhes digo para nascerem de novo. Permitamo-nos o novo!

opiniãoUMA GRANDE NOVIDADE

AS DUAS VINDAS DE CRISTO

Desempacotemo-nos! Corramos o risco de irmos a Belém e encontrarmos o Deus--Criança, que nos diz que o novo é possível. Ofereçamos a Ele o nosso melhor: nosso ouro, incenso e mirra. O que você tem para compartilhar? Cinco pães e dois peixes? É suficiente para fazermos vida e fartura! Permitamos ao Menino trazer-nos a vida verdadeira, aquela que tanto desejamos e tanto tememos, porque nos desinstalará de nossas cômodas e acolchoadas poltronas e nos levará ao encontro de nossos irmãos, banidos para o vale da escuridão, jazendo nas sombras da morte. E veremos que ali vai brilhar uma grande Luz, irromperá o Sol da Justiça.

Cristo nasceu! Nasçamos também! E então repiquemos sinos, acendamos lu-zes, entoemos cânticos, porque a glória de Deus terá brilhado no sorriso de quem já não sorria. Amém!

Por Giovanni Marques Santos, mestre em Teoria e História Literária e diretor acadêmico da Faculdade Católica de Pouso Alegre (MG)

patrimônio espiritual Por São Cirilo de Jerusalém, bispo século IV

os anjos ao seu encontro para adorá-lo: ‘Bendito o que vem em nome do Senhor’. [...]

Por isso, o símbolo da fé que professa-mos nos é agora transmitido, convidando--nos a crer naquele que subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Nosso Senhor Jesus Cristo virá, portanto, dos céus, virá glorioso no fim do mundo, no último dia. Dar-se-á a consu-mação do mundo, e este mundo que foi criado será inteiramente renovado.

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COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 3

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notícias

Texto/Imagem: Assessoria de Comunicação – Diocese da Campanha

Texto/Imagem: Douglas Ribeiro

Texto: Ismael Deyber Oliveira Silva | Imagens: Rosinei Costa Papi Dei Agnoli

Texto/Imagem: Assessoria de Comunicação

Documento sobre a família tem sido refletido em todo o país

Representantes da Diocese: os padres Leandro Melo e Éder de Oliveira, além do seminarista Douglas Ribeiro

Programação anual visa a formação humano-religiosa dos colaboradores

Iniciativa visa gerar frutos para a ação evangelizadora nas universidades

Entre os dias 16 e 18 de outubro, bispos e padres coordenadores de pastoral da Província Eclesiástica de Pouso

Alegre, das dioceses de Campanha, Gua-xupé e Pouso Alegre, estiveram reunidos em Três Corações para se aprofundarem na dimensão familiar.

Com apresentações e debates sobre a exortação pós-sinodal Amoris Laetitia, os participantes discutiram a ação pastoral

Entre os dias 23 e 26 de outubro de 2017, na cidade de Diamantina (MG), aconte-ceu a 37ª Assembleia da Organização

dos Seminários e Institutos do Brasil do Regio-nal Leste II (OSIB). O assessor do encontro foi dom Vicente de Paula Ferreira, C.Ss.R., bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG), que trabalhou a temática: “A espiritualidade do presbítero a partir da nova Ratio Fundamentalis”.

Durante o encontro, dom Vicente deu pistas para uma espiritualidade cristã pós-moderna diante de uma época da hermenêutica pluralis-ta, explicitada nos meios de comunicação virtu-ais, “não podemos construir barreiras em nos-sos relacionamentos, principalmente em nossa relação com Deus, por isso é preciso uma ex-periência de fé pautada na gratuidade de uma resposta ao amor superabundante de Deus”.

Com as suas reflexões, a partir da nova

No dia 20 de outubro, os colaborado-res da Cúria Diocesana participaram de uma manhã de espiritualidade

sobre a Igreja como lugar de Comunhão. A assessoria do encontro foi realizada pelo padre Gilvair Messias, mestre em Teologia Fundamental pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

O padre destacou a inspiração bíblica como caminho para a interiorização e refle-xão pessoal e comunitária. Além das falas do assessor, os colaboradores puderam refletir sozinhos sobre sua vida e suas re-

A Província Eclesiástica de Pouso Ale-gre, constituída pela Arquidiocese de Pouso Alegre e as Dioceses de

Campanha e Guaxupé, com a colaboração da Pontifícia Universidade Católica de Mi-nas Gerais – PUC Minas promoveu um Cur-so de Formação para Agentes de Pastoral Universitária no sábado, dia 18 de novem-bro, no campus da universidade em Poços de Caldas.

Com a presença de 45 participantes, entre agentes de pastoral, integrantes de movimentos que atuam no âmbito univer-sitário, padres assessores e também re-presentantes de outras Igrejas Cristãs, o curso teve o objetivo de partilhar saberes

voltada para as famílias na região. O en-contro teve a assessoria do padre Juliano Ribeiro Almeida, da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim (ES).

O encontro valorizou a necessidade de um trabalho sistemático com as famílias, compreendendo-as como “aerópago primor-dial” para a humanidade. Esta é a terceira edição do encontro que reúne padres, bispos e agentes da evangelização anualmente.

Ratio Fundamentalis, o assessor questionou os formadores e formandos dizendo que, an-tes de evangelizar o outro, “precisamos nos evangelizar primeiro”. O seminário, sendo uma comunidade formativa, deve oferecer aos que nele residem uma identidade presbiteral unida a Cristo, um espaço comunitário que seja sau-dável, educativo, com superação de posturas egoístas, um lugar de construção, despertan-do aquela sadia inquietude do coração que abre o espírito do homem à procura de Deus.

A diocese de Guaxupé foi representada por padre Leandro Melo, reitor da etapa propedêu-tica; padre Éder Carlos, promotor vocacional e diretor espiritual do Seminário Santo Antônio e pelo seminarista Douglas Ribeiro, estudante do terceiro ano de teologia. A 38ª Assembleia da OSIB será na arquidiocese de Mariana entre os dias 22 e 25 de outubro de 2018.

lações humanas.“Nós somos um conjunto de diversida-

des. Às vezes, estamos completamente em harmonia e, às vezes, caímos no desequi-líbrio. A comunhão começa interiormente em nós”, destacou padre Gilvair.

A dimensão transcendental foi aponta-da em sua profunda identificação com a re-alidade histórica. De acordo com o padre, “quando nos desencontramos de Deus, nós nos desencontramos dos outros”.

O encontro foi concluído com a celebra-ção eucarística presidida pelo assessor.

Encontro Provincial aprofunda diretrizes da Amoris Laetitia

Cúria promove encontro de espiritualidade para colaboradores

Regional Leste II promove encontro entre formadores e formandos

Pastoral Universitária promove encontro de formação em Poços de Caldas

abrangentes sobre a missão evangeliza-dora no âmbito universitário para aqueles que já exercem esse serviço e para quem se dispôs a iniciar esse trabalho em suas Instituições de Ensino e Dioceses.

O período da manhã contou ainda com a visita de dom José Lanza, bispo de Guaxu-pé, que reforçou seu apoio para o desenvol-vimento das ações da Pastoral Universitária.

Em nível provincial, o encaminhamento aprovado pelos presentes prevê a realiza-ção de um novo Curso de Formação em fevereiro de 2019, ocasião em que serão priorizadas palestras e oficinas que com-partilhem dimensões teóricas e práticas de um dos eixos de atuação da Pastoral.

4 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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Texto/Imagem: Renan Beraldo – seminarista

Texto: Assessoria de Comunicação - Regional Leste 2/Imagem: Arquivo Pessoal

Texto: padre Henrique Neveston |Imagens: Lázara Assunção/Divulgação

: Ingresso no seminário tem como objetivo colaborar no discernimento dos jovens

Preocupação do Regional é favorecer um envolvimento maior dos iniciados com a comunidade de fé

Temática forte deve envolver comunidades no próximo ano

A Diocese de Guaxupé promo-veu, nos dias 11 e 12 de novem-bro, mais um encontro para

discernimento vocacional no Semi-nário São José. O lema adotado para o encontro foi “Coragem, levanta-te! Ele te chama!”, do Evangelho segun-do Marcos.

Foram realizados momentos de oração, convivência e várias asses-sorias sobre aspectos pertinentes à vida de um presbítero, tais como as dimensões formativas e a missiona-riedade. Além disso, os jovens tive-ram a oportunidade de visitar o túmu-lo do Servo de Deus Inácio João Dal Monte, na cripta da Catedral Diocesa-

À luz do Documento 107 da Confe-rência Nacional dos Bispos do Bra-sil (CNBB) “Iniciação à vida cristã:

itinerário para formar discípulos missio-nários”, o Regional Leste 2 (Minas Gerais e Espírito Santo) realizou, entre os dias 14 e 16 de novembro, em Belo Horizonte (MG), a Assembleia Regional de Pastoral.

O encontro reuniu cerca de 170 par-ticipantes entre bispos, padres, religio-sos(as), leigos(as) e coordenadores(as) de catequese em momentos de estudo e reflexão sobre a Iniciação à Vida Cristã hoje, seus principais desafios e perspec-tivas. A assessoria do tema central ficou a cargo do bispo presidente da Comissão Episcopal Pastoral Bíblico-Catequética

na, onde houve uma partilha sobre a vida e o sacerdócio do quarto bispo diocesano e um momento de espiritu-alidade na intenção das vocações da Igreja.

Esse foi o terceiro e último en-contro do ano. Seu auge foi a sele-ção de nove rapazes acompanhados pelo Serviço de Animação Vocacional diocesano para ingresso no seminá-rio no ano de 2018. Os aprovados iniciarão sua trajetória no seminário discernindo melhor sobre sua voca-ção, proposta da etapa formativa do Propedêutico, além de serem acom-panhados de mais perto pela equipe de padres formadores.

da CNBB, dom José Antônio Peruzzo.A programação teve, ainda, a apre-

sentação do relatório sobre a configura-ção atual do setor catequético nas (arqui)dioceses do Regional, partilha de expe-riências de alguns projetos bem-sucedi-dos nas (arqui)dioceses sobre Iniciação à Vida Cristã, Inspiração Catecumenal na vida pastoral e Catequese com Adultos.

A Diocese de Guaxupé foi representa-da pelo bispo diocesano, dom José Lanza Neto, os padres Henrique Neveston (co-ordenador de pastoral), César Acorinte (representante dos presbíteros), Luciano Campos Cabral (assessor diocesano da Catequese) e o leigo Edon Fonseca (co-ordenador diocesano da Catequese).

Nove jovens devem ingressar no Seminário Diocesano no próximo ano

Assembleia Regional se aprofunda na Iniciação Cristã

Fraternidade e Superação da Violência:“Vós sois todos irmãos”

No dia 11 de n o v e m b r o , aconteceu o

Encontro de Capa-citação para Anima-dores da Campanha da Fraternidade (CF) 2018, na Cúria Dio-cesana, em Guaxu-pé.

Além do bispo diocesano, dom José Lanza Neto, e do coordenador dio-cesano de pastoral, padre Henrique Ne-veston, muitos pa-

dres, religiosos e religiosas, leigos e leigas participaram do evento.

O assessor do encontro foi o padre Pa-triky Samuel Batista, coordenador da Ação Evangelizadora da Diocese de Luz (MG). O assessor é um dos redatores responsáveis pela elaboração do texto-base apresenta-do pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O assessor falou do histó-rico da CF e a sua abrangência ao longo de mais de 50 anos no Brasil com temas mar-cantes para a sociedade e que ajudaram as

comunidades brasileiras a dar passos rumo à transformação social e religiosa no país.

A apresentação foi dividida em três etapas (ver, julgar e agir), destacando os índices de violência, que são assustadores pela colocação do Brasil entre os países mais violentos e com maior número de víti-mas do mundo.

O texto bíblico que ilumina a CF 2018 é o texto do Evangelho de Mateus, “vós sois todos irmãos” (23, 8). Padre Patriky desenvolveu também a relevância das po-líticas públicas e ações eclesiais junto às escolas, conselhos de segurança e demais órgãos e instituições públicas a fim de se unir forças para a superação da violência e o revigoramento da fraternidade. Por fim, o assessor apontou para a responsabilidade pessoal como elemento fundamental para a diminuição da cultura da violência nas comunidades.

O coordenador diocesano de pastoral ressaltou a oportunidade de cidades com mais de uma paróquia estabelecerem es-tratégias pastorais comuns. “É urgente estabelecermos um trabalho orgânico, nas grandes cidades e em pequenos setores, que vise à reflexão e à ação conjunta contra o estado de calamidade em que vivemos”.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 5

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em pauta2017: UM ANO ANALISADOA PARTIR DE OLHARES E REFLEXÕES MÚLTIPLAS

Ao perceber a forte relevância da personalidade de Dom Frei Inácio João Dal Monte, OfmCap e a pro-

funda relação dos fiéis católicos com sua pessoa, a Diocese de Guaxupé remeteu à Congregação para a Causa dos Santos um pedido formal para o início da investi-gação acerca de possíveis traços de san-tidade de dom Inácio.

Já é tempo de olhar para a história construída no ano de 2017, analisá-la e organizá-la para promover um debate in-teressado em reconhecer as falhas e con-quistas alcançadas. “Portanto, para não ir à deriva, devemos prestar mais atenção ao que ouvimos” (Hb 2, 1) e vivemos, e, com prudência, oportunizar novas perspectivas para um futuro comprometido com a ver-dade, a justiça e a paz. 2017, sem dúvidas, foi marcado por inúmeros fatos políticos, sociais e eclesiais no Brasil e no mundo. Confira a seguir, a análise feita por um grupo de comentadores sobre diferentes âmbitos de reflexão.

PolíticaPolítica é viver em sociedade. Partido

não é política. Partido é meio de partici-pação política. Política é comungar e cele-brar valores em comunidade, sobre qual-quer assunto. Trata-se de ato humano que carrega em si a transcendência, ou seja, a capacidade de sair de si mesmo para tor-nar-se maior e coletivizado. É o “Eu” que se abre para além de si, que encarna a voz coletiva das variadas comunidades, tal como Jesus, que se doou muito além de si, em sacrifício para a humanidade, e se fez voz coletiva. Política é compartilhar e não apenas partilhar. Assim também o faz nos-sa Igreja, em assembleia perene, soando as vozes coletivas em oração. Mas a Políti-ca como vivência em comunidade precisa de Educação para todos, a fim de apren-der a acolher e superar conflitos. Jesus deixou-nos sua Educação nos Evangelhos, a educação do amor ao próximo, ou seja, do amor à Política como caridade na vida comunitária. Assim fez Jesus, sacrificou-se demonstrando que a Política não é alimen-tar conflitos, mas, sim, reconhecê-los e buscar superá-los com justiça e dignidade coletiva. Mas também com sacrifícios.

Neste ano de 2017, na brasa de nosso Brasil, assistimos ao desgosto de conhe-cer os porões das trapaças que alguns políticos e servidores públicos brasileiros, desavergonhadamente, realizam contra nosso povo. Realizaram a comercializa-ção, a corretagem, a venda declarada e aberta de benesses e privilégios, de leis, sentenças, de votos, de tudo que é esta-tal e público. Comercializaram proteções e impunidades à corrupção, a desonestos

e ímpios. Quebrou-se a dignidade e o de-coro ético-social. Atualmente, vemos a Po-lítica esvaziada de comunhão, esvaziada de vozes coletivas e repleta de egoísmos e isolacionismos. Inverteu-se a Educação dos Evangelhos, despolitizando-o em seus ensinamentos. Isso é a exata negação da Política. Interessa aos infames e incrédu-los. Para este momento, em defesa cristã da Política, defendemos o sacrifício da doação, estimulados pela nossa fé e cora-gem, no exemplo da vida comunitária de Jesus, afirmando serenamente que não mais aceitaremos a negação da Política, pois isso é negar a vida e o legado de Je-sus. É chegada a hora do Homem Novo, da Boa Nova, da Nova Política. Como cristãos, se estivermos unidos com o povo e os de-sassistidos, em vida comunitária, com cer-teza ele emergirá das urnas, já em 2018.

Por Reginaldo Arthus, doutor em Filosofia e História da Educação. Reitor do Centro Uni-versitário da Fundação Educacional Guaxupé (UNIFEG).

MundoUma Nova Guerra Fria em 2017Neste ano de 2017, o mundo sofreu

com uma ameaça de um conflito nuclear, que desde o fim da Guerra Fria não as-sombrava a humanidade e foi elevado a níveis de uma possível 3ª Guerra Mundial. A Coreia do Norte, liderada pelo ditador Kin Jong Un, fez uma série de testes com mísseis balísticos, com armas nucleares e até mesmo com a temida bomba H, cau-sando uma preocupação enorme para o Ocidente, Japão e Coreia do Sul. Com isso, o presidente norte-americano Do-nald Trump, que tomou posse esse ano, iniciou um discurso agressivo ameaçando “destruir” e “aniquilar” a Coreia do Norte caso os testes continuassem. Em resposta, a Coreia do Norte ameaçou, em abril e em maio, destruir o Arquipélago de Guam, que é Território dos EUA e localiza-se no Pacífi-co a aproximadamente 2540 km da costa leste da Coreia do Norte.

Essa troca de ameaças espalhou no mundo o medo de um conflito armado e nuclear, o que fez com que vários países tomassem a dianteira das negociações diplomáticas, entre eles China, Alema-nha, França e Rússia. Contudo, a retórica agressiva dos dois países, acompanhada de uma série de testes nucleares subterrâ-neos realizados por Pyongyang e diversos exercícios militares realizados pelas ma-rinhas americana e sul-coreana, inviabili-zaram qualquer tipo de diálogo entre os governos. Em junho de 2017, o Secretário Geral da ONU, Antonio Guterres, junta-mente com o Secretário de Estado do Va-

ticano, Cardeal Pietro Parolin, propuseram um encontro entre os chanceleres dos dois países, o que não foi aceito pelos dois go-vernos.

Em setembro, a China, que é a maior aliada da Coreia do Norte, reforçou as sanções econô-micas e pediu ao país que cessasse os testes bélicos. E o Secretário de Estado norte americano, Rex Ti-lerson, em visita às Fi-lipinas declarou estar disposto ao diálogo com o governo nor-te-coreano. “Assim, o mundo aguarda para que os dois governos não au-mentem a tensão e, portanto, con-sigam construir um acordo que evite a guerra e, assim, possa ga-rantir a paz e a vida humana na Terra”, como de-clarou o Cardeal Adrew Yeom Soo--Jung, Arcebispo de Seul e Primaz da Coreia.

Rhilton Roger Candido Marques, seminarista - Filosofia

EducaçãoTodos lamentamos que o

ambiente educacional, espaço privilegiado para a prática da to-lerância, da inclusão e do amor que ancoram a construção do conhecimento na formação do ser humano seja também palco de desrespeito e de violência. E to-dos os envolvidos com a Educação formal são responsáveis por essa realidade con-troversa.

A Educação formal é um caminho a ser trilhado em conjunto com as famílias e a comunidade e seu objetivo primordial é a integração social. Cada atitude dentro des-sa relação é irrepetível e ocorre naquele momento de dedicação e disponibilidade dos educadores e educandos. Geralmente se discute se a criança coloriu fora ou den-tro do desenho, se a criança nasceu com uma determinada distonia muscular, mas é preciso que os professores e os pais com-preendam aquilo que não se vê, para que as atitudes de todos sejam cada vez mais afinadas com as necessidades ocultas de nossos educandos. Cada contato gera um

cam-po de informação, e a questão é sa-ber como lidar com ela.

O que não vemos nos alunos, mas podemos perceber com nossa sensibilida-de de educador consciente, constitui os pri-meiros degraus para a educação formal. Se não considerarmos isso, não atingiremos os degraus superiores. Existe uma Ordem no universo da Educação. É preciso per-ceber as necessidades dos alunos, o que trazem em suas mochilas e o que precisam levar com eles para casa. Todos precisam encontrar o seu lugar e para isso precisam observar o lugar do outro. Esse movimen-to obriga a todos a saírem das polaridades

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Reportagem: Filipe Zanetti, seminarista – Teologia

q u e p e r -

meiam a Edu-cação e assumir

suas responsabilidades. Educar é um ato de amor que inte-

gra a família e seus valores e que se abre para a sensibilidade e para a firmeza nas ações. São essas três ferramentas juntas que nos levam ao reconhecimento dos limites de nossos alunos e também dos seus potenciais, assim como dos nossos. Trata-se de olhar através dos olhos do ou-tro, enquanto todos olham através de seus próprios olhos.

A legislação educacional tem se ocupa-do, sobretudo nos últimos anos, com refor-mas curriculares e com aumento de carga

horária na Educação Básica, mas isto con-cerne ao objetivo de ensino-aprendizado, enquanto o primeiro objetivo da Educação

é o social. Tanto é isto verdadeiro que o descaso no cumprimento do objetivo

social teve um desfecho doloroso no corrente ano, quando acom-

panhamos, consternados, os acontecimentos do mês de

outubro último, na creche de Janaúba, MG e no co-

légio Goyases, em Goi-ânia, GO, cujo saldo foi a perda de tantos inocentes, além de traumas que pode-rão perdurar ainda por algum tempo, em muitos alunos, professores, fun-cionários e fami-liares. Sabemos que educar é um ato de amor. Portanto, deixe-mo-nos guiar por valores de nossa essência huma-na na formação

das bases sólidas para que o conhe-

cimento científico de que se ocupam os

currículos escolares possam ser ensinados,

aprendidos e utilizados na edificação de uma so-

ciedade mais justa.

Por Marly de Souza Almeida, Doutora em Língua Portuguesa.

Professora no Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé (UNI-

FEG). Reside em Tapiratiba-SP.

Eclesiologia A mulher e o dragão: uma possível

eclesiologia de 2017Apocalipse 12, 1-17 é um texto oportuno

para ilustrar a Igreja de 2017. Um ano de-dicado à figura da mãe de Jesus. Fátima e Aparecida são respectivamente um apelo ao cuidado materno de Deus. A primeira, cujo contexto era banhado pelo sangue e sofrimento da I Guerra Mundial (1914-1918). A segunda, em um momento (1717) de grande exploração por parte da Coroa Portuguesa e da vergonhosa escravidão dos africanos no terreno brasileiro.

A mulher, que é a comunidade cristã, luta contra os domínios do dragão. Ela, frágil e simultaneamente cheia de luz (sol, lua e estrelas), grávida da esperança. Ele, aparentemente perfeito (sete cabeças e

dez chifres), representa os regimes de opressão e injustiça.

Em 2017, as graves situações do Brasil e do mundo colocaram a Igreja em escuta atenta e maternal. O ano não foi de gran-des novidades eclesiais. Contudo, de aten-ção pastoral. O Papa Francisco fez quatro importantes viagens internacionais: Egito (28-29 de abril); Portugal (12-13 de maio); Colômbia (6-11 de setembro); Nyanmar e Bangladesh (26 de novembro a 2 de de-zembro). A preocupação do Santo Padre se volta para as periferias do mundo, como bem salientou desde o início de seu ponti-ficado. As regiões visitadas são de sérios problemas políticos e religiosos. Por ou-tra perspectiva, o olhar da Igreja se dirige para as esperanças do continente asiático, embora nele mesmo ocorram as maiores perseguições do cristianismo. Preocupado com possíveis guerras nucleares, o Vati-cano levanta internacionalmente sua voz rogando o desarmamento. Francisco tam-bém canonizou trinta mártires brasileiros, massacrados por holandeses no século XVII. Destaca-se, sobremaneira, o olhar amoroso do Pontífice para suas raízes, a América Latina.

No Brasil, a atenção do episcopado voltou-se para os fundamentos da vida eclesial, a iniciação cristã, ainda como resposta aos sopros do Espírito na Confe-rência de Aparecida. Um cuidado com as raízes toca o coração da Igreja brasileira. No plano social, a CNBB destacou, tam-bém, na Campanha da Fraternidade, a questão ecológica dos biomas brasileiros e da defesa da vida. Colocou-se ainda con-trária à extinção de reserva ambiental na Amazônia, fez pronunciamentos sobre o momento político do país, mostrou-se con-trária à reforma da previdência, repudiou o trabalho escravo e lamentou o desrespeito e a intolerância aos símbolos religiosos. É inegável que houve uma grande súplica do laicato pela manifestação da Igreja diante destes acontecimentos. Nada mais oportu-no, diante disso e dos eventos sócio-polí-ticos de 2018, a iniciativa de viver agora o Ano do Laicato. Apesar de todas as forças contrárias, a mãe Igreja prossegue seu ca-minho no deserto, sempre grávida da es-perança de novos céus e nova terra.

Por padre Gilvair Messias, mestre em Teologia Fundamental, e pároco da paróquia de São Benedito em Passos.

Diocese de GuaxupéO ano de 2017 foi repleto de boas

notícias para nossa Igreja particular. As Santas Missões Populares trouxeram um novo vigor para a Diocese de Guaxupé. As paróquias ressuscitaram de uma pastoral

de conservação, saíram para as periferias, descentralizaram a ação pastoral e estão colhendo muitos frutos bons. Consegui-mos empreender esse grande projeto, a realização das Semanas Missionárias na maioria das paróquias que, a partir da realidade local, desenvolveram um traba-lho fantástico animando as comunidades. E coroando essa trajetória, tivemos o 4º Retiro Diocesano das Santas Missões Po-pulares com a proposta de uma missão permanente.

A Diocese de Guaxupé, com os olhos no futuro, se preparou para momentos im-portantes que vamos viver na sociedade e na Igreja. Realizamos o 1º Encontro de Fé e Política com os vereadores, prefeitos e de-putados estaduais e federais de nossa re-gião para discutir os desafios que estamos vivendo no Brasil. E nos preparando para a 5ª Assembleia Diocesana de Pastoral, que acontecerá em 2018, a equipe de trabalho, que foi constituída para planejar a assem-bleia, se reuniu para articular as propostas preparatórias para o itinerário que vamos percorrer.

Foi dado, também, um grande passo na relação e organização das dioceses da Província Eclesiástica de Pouso Alegre. Bispos e nós, coordenadores de pastoral, estreitamos os laços e começamos a de-senvolver trabalhos em conjunto. A Equipe de Formação Presbiteral tem buscado um diálogo de comunhão e, com isso, realiza-mos um encontro de formação missionária com mais de 120 seminaristas de todas as etapas de formação das três dioceses: Campanha, Pouso Alegre e Guaxupé. Rea-lizamos, pela primeira vez, o encontro pro-vincial de liturgia; demos início ao trabalho com a catequese e o projeto para a Inicia-ção à Vida Cristã, que será apresentado na Assembleia dos bispos.

A caminhada percorrida no ano de 2017 foi maravilhosa, precisamos ser gra-tos a Deus pelos bons frutos que colhe-mos, porém, é preciso e possível melhorar. Assumir, de fato, o compromisso de uma diocese missionária, que caminha em co-munhão com toda Igreja ouvindo os ape-los do Papa Francisco por uma mística que viva e anuncie a Alegria do Evangelho. A missão não pode parar, vamos juntos con-tinuar com os grupos de animação, forma-ção e visitas missionárias. Juntos escolhe-mos um caminho: uma Diocese em saída e em permanente estado de Missão!

Por padre Henrique Neveston, coordenador diocesano de pastoral e pároco da paróquia de Nossa Senhora da Assunção em Cabo Verde.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 7

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social

catequese“ONDE DEUS NÃO É GLORIFICADO, NÃO HÁ PAZ.” (PAPA BENTO XVI)

CAMPANHA PEQUENOS REIS MAGOS

Por padre Robison Inácio de Souza Santos, pároco em Serrania e mestre em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma

Aos 24 de dezembro de 2012, o Papa emérito Bento XVI presidiu a Santa Missa da Vigília de Natal. Ao pronunciar sua homilia assim se expressou: “Com a glória de Deus

nas alturas, está relacionada a paz na terra entre os homens. Onde não se dá glória a Deus, onde Ele é esquecido ou até mesmo negado, também não há paz”. O Papa emérito, embora admitindo um certo mau uso da religião no correr dos séculos, refutara a tese de que as religiões, sobretudo as monoteístas, são causadoras de guerras.

Na verdade, a associação da glória de Deus à paz no mundo é feita pelos seres espirituais, que na noite do nascimento de Jesus, entoaram: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade!” (Lc 2,14). Dar glória a Deus significa reconhecer o seu senhorio e admitir que seu reino é um reino de paz, no qual a única luta aceita é aquela empreendida contra o mal e o pecado. Se o soberano é pacífico, seu reino só pode ser de paz.

Quando o homem crente glorifica a Deus, reconhecendo seu senhorio universal, recebe a paz que só Deus pode dar. E, assim sendo, torna-se, na sua realidade concreta, um arauto de paz. A paz dada por Deus é a que alcança, primeiramente, o coração humano e não aquela que se confunde com o ces-sar fogo decorrente das tréguas acordadas entre os poderosos deste mundo.

Para os Padres da Igreja, o coração é o órgão responsável

A Campanha Pequenos Reis Magos é uma inciativa da Pastoral da Crian-ça. Inspirada na tradição alemã, a

campanha consiste em organizar, junto ao trabalho catequético nas comunidades, uma atividade com crianças de 8 a 12 anos para saírem vestidas de reis magos e ir até as casas para fazerem oração e pedirem ajuda financeira, a ser enviada para países onde há sofrimento e miséria entre os pe-queninos.

Em nossa diocese, a campanha foi aprovada pelo bispo diocesano e seus conselhos. A dinâmica de realização é bem simples: motivar as crianças da catequese infantil a participarem da campanha. Há vídeo e demais materiais para essa moti-vação. Pedir que falem com seus pais ou responsáveis e marcar uma missa para en-vio das crianças que se inscreverem.

A açãoEm dia e local combinados, todas as

crianças se fantasiam de reis magos. É es-

tabelecido um tempo determinado para as crianças realizarem as visitas às casas para fazer os pedidos, acompanhadas de mo-nitores (que podem ser seus pais ou res-ponsáveis ou jovens e pessoas convidadas para isso). Pode haver uma missa para que as crianças apresentem os cofrinhos usa-dos nas visitas. O valor é contabilizado e depositado em conta específica para isso. Essa campanha pode acontecer na sema-na que antecede o Natal ou em data que a comunidade achar viável, no contexto do Natal.

Trata-se de uma atividade que insere as crianças em uma atividade missionária, desperta a solidariedade e beneficia ou-tras crianças em situação de sofrimento. As comunidades interessadas em realizar a campanha podem pedir apoio à equi-pe diocesana da Pastoral da Criança para orientação e esclarecimento de dúvidas.

Para mais informações, acesse o site: www.pastoraldacrianca.org.br/pequenos-reismagos

pelo equilíbrio do corpo. A espiritualidade cristã eslava, sem in-correr em sentimentalismo, diz que o coração é o órgão respon-sável pelo sentimento e este é a instância que dá ao homem a capacidade de crer.

O grande pregador protestante estadunidense, Billy Graham, certa feita disse durante um de seus sermões: “Eu não temo as armas nucleares, mas sim os corações dos que guardam essas armas.” Se a paz de Deus chega ao coração do homem e aí se estabelece, consequentemente, ela vai de estrutura em estrutura, até chegar aos centros decisórios que esquadrinham o presente e o futuro dos povos e das nações.

E quanto às minorias cristãs no oriente médio? Elas estão glorificando a Deus e mesmo assim as guerras e as persegui-ções contra elas não cessam. Na verdade, esses cristãos co-nhecem a verdadeira paz que procede da glorificação de Deus. Eles a experimentam todos os dias, sobretudo, quando os ata-ques se intensificam. Eles estão conscientes de que os promo-tores das guerras e das perseguições são os que ainda não glo-rificaram o Deus verdadeiro, por isso, não sabem o que é a paz.

Que o nascimento de Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, reaviva na memória dos cristãos a necessidade de se glorificar a Deus, em cada momento e em cada rincão deste mundo, para que a paz alcance os corações humanos e as es-truturas constituídas para manter o equilíbrio da humanidade.

Por padre Éder Carlos de Oliveira|Imagem: Divulgação

8 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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bíbliaPRÓLOGO DO EVANGELHO DE SÃO JOÃO:O ENCONTRO DE DEUS COM O HOMEM

O Evangelho de São João começa com o chamado Prólogo, uma espécie de hino cristão semelhante a outros en-

contrados no Novo Testamente, como, por exemplo, em Fl 2,5-11; Col 1,12-20; Ef 1,3-10. Ao escolher o gênero literário “hino” para iniciar sua obra, o Evangelista João nos dá uma porta de entrada ao seu evangelho. O fiel deve entrar em uma perspectiva de louvação, de reconhecimento pela ação de Deus que se manifesta no envio de seu Filho. O objetivo do Prólogo não escapa ao objetivo principal do Evangelho, que o autor mesmo indica na chamada “Primeira Conclusão” (20,30-31): confirmar e fazer mais profunda a fé dos leitores na digni-dade messiânica do Filho de Deus, Jesus Cristo, graças a quem se pode conseguir a vida eterna.

Outro ponto importante a destacar, nes-te início, é que o Evangelho não foi escri-to com um primeiro objetivo de converter quem estava fora da comunidade cristã como os judeus ou pagãos, mas escrito para quem estava dentro da comunidade, para os cristãos, pois não pretendia apenas dar notícias a respeito de Jesus, desejava, também, que seus leitores entrassem em uma dinâmica de testemunho de Jesus, vivendo radicalmente sua fé. Podemos di-zer que este continua sendo o objetivo do Evangelho, pois não é uma obra literária do passado e, sim, Palavra de Deus com tudo aquilo que implica, porque “toda a Escritu-ra é divinamente inspirada e útil para en-sinar, para corrigir, para instruir na justiça: para que o homem de Deus seja perfeito, experimentado em todas as obras boas” (2Tim. 3,16-17).

Como se trata de um hino, veremos o Prólogo em 6 estrofes: 1 vv.1-5; 2 vv.6-8; 3 vv.9-13; 4 v.14; 5 v.15; 6 vv.16-18.

1ª Estrofe (vv.1-5)João inicia seu Evangelho nos recor-

dando o livro de Gênesis com a expressão “No Princípio”. Mas não é uma simples recordação. O evangelista quer nos le-var para além do início da criação, quer nos transportar à esfera do divino, pois este divino entrará em ralação com a hu-manidade. João escolhe a palavra Lógos, traduzida em nossas Bíblias como Verbo, cujo significado é palavra, discurso, algo que exprime o pensamento, pois, como sa-bemos, no grego lógos significa razão, ra-ciocínio (de lógos devira a palavra lógica). João escolhe uma palavra que revela a in-tenção comunicativa de Deus que se revela às suas criaturas, pois o v.3 nos diz que o Verbo é o sustento de toda a criação. Os vv.4-5 nos transportam de uma perspectiva cósmica da criação para uma perspectiva antropológica de salvação. Começamos a

Por padre Adilson da Rocha, presbítero da Arquidiocese de Pouso Alegre e mestrando em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma

entrar no mistério da salvação, representa-do pela figura da luz que significa o Reino de Deus, verdade e amor que encontram obstáculo nas trevas.

2ª Estrofe (vv.6-8)Nestes versículos, João põe em cena

João Batista e reforça seu papel de ser tes-temunha da Luz. Seu testemunho tem por objetivo conduzir todos à fé em Jesus, pois, para João, a história evangélica parte de João Batista. Aqui, João nos mostra que, em todos os tempos, a pregação e a vivên-cia cristã estão subordinadas a um objetivo bem concreto: dar testemunho de Jesus. E, neste ponto, podemos dizer que João Ba-tista é uma figura coletiva, representa os seguidores de Jesus que são envolvidos nesta missão.

3ª Estrofe (vv.9-13)

Nesta estrofe, o hino volta à narrativa principal e coloca em cena a negação, a hostilidades dos homens de quem se es-perava acolhida. Mas esta negação, por bem, não põe o plano de Deus a perder, pelo contrário, é oportunidade de acolhida por parte de outros. Estes que o acolhem,

graças à fé, se tornam filhos de Deus. Aqui, mais uma vez, o evangelista João vai além do livro de Gênesis. Ali, o homem é ima-gem e semelhança de Deus, aqui, o ho-mem pode, graças à acolhida e à fé em seu Verbo enviado ao mundo, se tornar filho de Deus.

4ª Estrofe (v.14)Neste momento, chegamos ao ponto

alto do hino: a encarnação do Verbo. O acontecimento culminante da História da Salvação, que é a entrada de Deus em nos-sa história. A expressão se fez carne, no sentido bíblico (sarx em grego, basar em hebraico), mostra o homem como simples criatura, suas limitações, seu aspecto ter-restre e mortal, pois o Verbo assumiu nos-sa condição, com exceção do pecado. Do Verbo encarnado agora se diz que Ele veio morar entre nós. É qualificado como Filho Único, ou seja, sem igual, amado acima de tudo. Esta exaltação de Jesus é também uma exaltação do ser humano, pois Ele veio ao mundo por nós.

5ª Estrofe (v.15)Novamente, entra em cena a figura de

João Batista. É a primeira vez que o Evan-gelho dá voz a uma pessoa. Como já nos lembrava Santo Agostinho: “João era a voz, mas o Senhor, no princípio, era a Palavra. João era a voz passageira e Cristo, a Pala-vra eterna desde o Princípio” (Serm 293). Jesus é superior a João Batista e a qual-quer outro, pois aqui está a razão desta superioridade: sua pré-existência, ou seja, sua divindade. Uma superioridade que só mostra o valor do ser humano, pois Aquele que é pré-existente, divino, entra na histó-ria humana como luz em benefício do ho-mem.

6ª Estrofe (v.16-18)Nesta unidade, se destaca o “nós”, que

compreende um amplo círculo de pessoas. São todos aqueles que creem em Jesus, os membros da comunidade cristã. Não só os apóstolos ou testemunhas oculares de Jesus, mas todos os que fizeram adesão ao testemunho apostólico e passaram a fa-zer experiência da graça de crer em Jesus como Filho enviado do Pai. Esta graça con-duz à verdade e a verdade liberta (8,32). O v.18 conclui o hino com uma consequência muito prática: nenhum homem pode co-nhecer a Deus se, de algum modo, Deus não se revelar. Ninguém pode estabele-cer um relacionamento pessoal com Deus se Ele primeiro não lhe vem ao encontro. Jesus revela Deus da forma mais completa e acessível ao homem, vivendo entre nós para que nós possamos viver com Deus.

ConcluindoO evangelista João vai buscar a origem

da fé de sua comunidade para além da ori-gem da criação e do mundo. O Verbo é o próprio Deus que vem ao mundo como luz. A primeira menção de relacionamento en-tre o Verbo e os homens está no v.3: “e a vida era a luz dos homens”. Essa pequena frase mostra a alegria de estar em comu-nhão com Deus, de ser sustentado por Ele. O Verbo encarnado é acolhido na comuni-dade cristã que, como João Batista, é cha-mada a testemunhá-lo. Podemos dizer que o Verbo se identifica permanentemente com a Palavra de Deus contida nas Escritu-ras. O Papa Bento XVI, na Exortação Pós-Si-nodal Verbum Domini (50-51), de 2008, ten-do o Prólogo de São João como base, nos diz que a Palavra deve ser acolhida por nós e vivida de tal modo que não seja algo do passado, mas, de hoje. Para alcançarmos este objetivo, é preciso sempre estarmos abertos à comunhão com Deus, colocando o Verbo (Palavra) no centro de nossa vida, a fé como ponto de partida para nosso teste-munho, pois esse é o desejo do Evangelho segundo São João.

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missãoSMP: 4º RETIRO MISSIONÁRIOINICIA MISSÃO PERMANENTE E ANO DO LAICATO

“O mundo não para e o mesmo deve acontecer conosco: de-vemos estar constantemen-

te em movimento, perceber os sinais dos tempos. A missão é de Deus, Ele nos envia para anunciar, em seu nome, a alegria do Reino”. Essa foi a mensagem de dom José Lanza Neto, bispo de Guaxupé, na abertura do 4º Retiro Diocesano das Santas Missões Populares (SMP), em Juruaia, nos dias 25 e 26 de novembro.

Cerca de 1200 missionários estavam entusiasmados pela alegria do Evange-lho, na partilha de vida e de experiências, e também pela participação no retiro mis-sionário. O assessor do evento, padre Luís Mosconi, idealizador das SMP, acolheu a todos os participantes, fazendo-os recor-dar os últimos acontecimentos do proces-so missionário, especialmente as Semanas Missionárias realizadas em todas as paró-quias da diocese.

Semanas Missionárias As Semanas Missionárias foram o ápice

do processo das Santas Missões Populares na vida da Diocese de Guaxupé. Todas as 87 paróquias que compõem a Diocese tive-ram ao menos sua primeira Semana Missio-nária, das quais algumas já realizaram ou estão realizando a segunda edição.

Sobre a experiência vivida ao longo do processo missionário, Sidnei Benedetti e Tatiana de Araújo Barcelos, membros da equipe missionária da Paróquia São Pedro Apóstolo afirmaram: “Fatos marcantes fo-ram as visitas na periferia, áreas com alto risco de acesso. As Santas Missões também deram abertura à assistência ao presídio e à zona rural – foi fundada a comunidade Nossa Senhora dos Navegantes. Vimos nas Semanas Missionárias uma verdadeira uni-dade das pastorais em prol das missões, foi clara a unidade da paróquia”.

José Geraldo de Carvalho, membro da equipe missionária da Paróquia São João Bosco de Poços de Caldas relatou: “Toda essa experiência nos possibilitou conhecer pessoas tão próximas fisicamente mas ao mesmo tempo tão distantes. Com o proces-so missionário passamos a conhecer cada um”.

“A semana missionária em nossa paró-quia foi uma experiência enriquecedora.

Antes da missão ficávamos somente den-tro da Igreja. Depois da missão passamos a visitar doentes, visitar as famílias, aqueles que precisam. Nossa missão é contínua, de assistência àqueles que precisam de aten-ção, de uma palavra amiga”. Assim expres-saram as missionárias Ana Maria e Mirian Nogueira da Paróquia Nossa Senhora da Penha, em Passos.

Padre Edimar Mendes Xavier, pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo de Pa-raguaçu, demonstrou-se bastante animado com o projeto. “Fizemos bastante coisa em nossa Paróquia no que se refere às Santas Missões Populares e às semanas missioná-rias. Temos formação todas as sextas-feiras e formações periódicas sobre os Evange-lhos”.

“Na Semana Missionária visitamos to-das as famílias católicas de nossa paróquia, inclusive da zona rural, além de famílias de outras confissões religiosas. A Igreja pre-cisa se revigorar e o ambiente é propício, a Igreja está incentivando e o povo está precisando. Vamos manter o projeto”, de-clarou padre Edimar.

Após a conclusão das Semanas Missio-nárias, a diocese se coloca num novo mo-mento, a vivência da missão permanente. Isso é evidenciado nas palavras do padre Luís Mosconi: “A missão continua! Ela vai durar a vida toda, sempre, porque a vida é missão e somente a missão dá sentido à vida”.

Caminhada MissionáriaAlém do estudo do sétimo capítulo do

livro Santas Missões Populares, os missio-nários aproveitaram as reflexões do asses-sor para a nova etapa que se inicia na ação missionária.

Padre Luis Mosconi exortou os parti-cipantes a serem imitadores da Virgem Maria. “É preciso reconhecer o mistério de Deus que mora em Maria. Dizer sim ao projeto de Deus é mais importante do que fazer grandes obras”. “Os caminhantes fir-mes, os verdadeiros construtores do futu-ro, pé na estrada, são os que brotam dessa profunda atitude contemplativa da vida, da história”, afirma o papa das missões.

“Para continuar a caminhada, preci-

samos de convicção, de clareza. Fazer da missão o coração de toda pastoral e, assim, proporcionar uma verdadeira realidade de Igreja”, reafirmou padre Mosconi.

JuventudeAlém da participação da Infância e Ado-

lescência Missionária (IAM), com a apresen-tação de uma coreografia, outros jovens marcaram presença no Retiro Missionário. Uma apresentação de dança, apresentada pelos jovens da Paróquia São José de Mu-zambinho, demonstrou o envolvimento dos jovens nas SMP. Isso também foi compro-vado na encenação de 20 jovens de Monte Belo sobre as cegueiras presentes na vida do missionário.

Desde o primeiro Retiro Missionário, os seminaristas têm assumido um papel im-portante na organização e preparação dos eventos. “Com as SMP, a diocese ganhou um novo florescimento e nós mostramos o quanto estamos dispostos a trabalhar para a construção de uma ‘Igreja em saída’ uni-da ao Evangelho de Jesus Cristo, alegria para todos os povos”, comentou o semina-rista Luiz Henrique da Silva.

A animação do retiro, coordenada pe-los seminaristas Filipe Zanetti e Gustavo Fernandes, contou com a participação dos jovens do grupo musical Sopro de Vida, de Machado.

Vigília Missionária O primeiro dia do retiro foi encerrado

com uma Vigília, na qual foi entregue o quarto símbolo de compromisso das SMP: o anel de tucum. O anel simboliza uma aliança de compromisso com Jesus, evan-gelizador por excelência do Pai.

Os símbolos ao longo dos Retiros Dio-cesanos das SMP representam fomento e fonte de boa memória para a caminhada do povo de Deus. A metodologia das SMP

estabelece símbolos para seus retiros: o termo de compromisso (1º Retiro), a unção (2º Retiro), a cruz (3º Retiro) e, por fim, o anel de tucum.

Cristiane de Oliveira Martins, membro da Equipe Missionária da Paróquia São Sebastião de Poços de Caldas, relata a importância desses símbolos ao longo de sua trajetória missionária: “O termo de compromisso foi uma forma de consolidar minha participação nas Santas Missões Populares. A unção foi, também, um sinal muito forte. Ao recordar o batismo, percebi que devo abraçar com compromisso o de-ver de todo cristão: ser missionário. A cruz é o símbolo de todo cristão. Carregamos no peito aquilo que somos: missionários. Tenho a cruz como o maior símbolo da mis-são. O anel, por sua vez, representa união, compromisso com Deus e com o outro”.

Silvana de Almeida Sarnento, membro da Associação Santas Missões Populares e missionária paraense, descreveu o sentido e importância do uso do anel: “O anel de tucum é oriundo do tucumã e representa a comunhão com a causa dos pobres. No contexto das Santas Missões Populares sig-nifica o compromisso com a missão. O ver-dadeiro sentido do anel é abraçar a causa de Jesus. Comprometer-se.”

Missão PermanenteA diocese inicia agora um novo perío-

do missionário, a missão permanente. Isso é o que revela o coordenador diocesano de pastoral, padre Henrique Neveston. “Já não mais falaremos de missão como nos últimos anos, mas esperamos que as comunidades levem adiante o projeto mis-sionário realizando semanas missionárias anuais, estimulando os trabalhos setoriais, fazendo um planejamento missionário, mantendo as equipes missionárias”.

Sobre o contínuo processo missionário, relataram Romualdo Donizetti Salomão e Claudineia dos Reis Salomão, membros da equipe missionária da Paróquia São José de Muzambinho: “Pretendemos estimular a participação das famílias, dar continuidade à missão. Devemos manter a consciência de que nós somos missionários e colocar-mos a missão em prática.”

Irmã Maria de Lourdes, Cisterciense da

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liturgiaADVENTO NA VIDA DO CRISTÃO: ESPERAR A LUZ

O Natal é uma festa de Luz! Como can-taram Simeão e Zacarias, diante do mistério que vislumbraram, Cristo

é a luz que ilumina todos os povos no ca-minho da salvação (cf. Lc 1,78-79 e 2,32). O Cristo-Luz do mundo é razão da nossa esperança e alegria. Esperança e Luz são duas palavras-chave no Advento.

Falemos da ESPERANÇA: para nos prepararmos bem para a grande festa do Natal, a Liturgia nos presenteia com o Tem-po do Advento, tempo de esperar a Luz que vem... com o Advento, a Igreja inicia um novo ano na sua caminhada litúrgica; Advento é um tempo de espera vigilante e alegre, em que a cada domingo somos convidados a penetrar no mistério de Deus que sempre vem a nós: já veio uma vez e voltará para levar à plenitude o Reino de Deus Pai. Eis porque o tempo do Advento é um tempo de espera! Na verdade, ser cristão é esperar... é um “estilo de vida...” Ter fé é esperar, mesmo a pela fé seja já a posse da realidade que esperamos (cf. Hb 11,1), ou seja, da nossa salvação. No Tempo do Advento, tudo nos leva a esperar Jesus: os cantos singelos e tranquilos, a ausência de uma alegria exultante (omite-se o hino de louvor), o clima de expectativa pela fes-ta do Natal, a História da Salvação relida à luz de Cristo Senhor... Como é bom esperar

Texto: Douglas Ribeiro/Waldir J. R. Rodrigues / Imagens: Renan Beraldo

Por padre Daniel Menezes Fernandes, presbítero da Diocese da Campanha (MG) e especialista em Espaço Litúrgico pela PUC-RS

Caridade, afirmou sobre sua experiência missionária: “Minha ação pastoral dá-se nas pastorais, principalmente na cateque-se, e as SMP mudaram muito minha vida de missionária. Despertaram em mim e em nossa comunidade o espírito missionário. Ser missionário é ir ao encontro do outro com misericórdia. Pretendo levar adiante esse ideal.”

Iniciativa pastoral que deve contribuir para o fortalecimento da consciência mis-sionária em toda a diocese são os grupos de reflexão, que já existiam antes das SMP’s, mas que ganharam novo impulso.

Para o padre Eduardo de Carvalho, pá-roco da Paróquia São João Bosco de Poços de Caldas, esta valorização dos grupos de reflexão é fundamental. “Para que as SMP sejam colocadas verdadeiramente em prá-

tica devemos fomentar os grupos de refle-xão, ou seja, as missões em casa. Dessa forma propõe-se que cada paróquia tenha ao menos uma vez por semana encontros dos grupos de reflexão.”

Missa de EncerramentoA Missa de encerramento foi presidida

pelo bispo diocesano, dom José Lanza e concelebrada por alguns padres da dio-cese. Em sua homilia, o bispo partilhou as experiências missionárias realizadas pela diocese e a vida de santidade de dom Iná-cio João Dal Monte, quarto bispo de Gua-xupé. “Devemos perceber e trabalhar as virtudes da santidade que estão presentes em todos nós, este deve ser o nosso gran-de objetivo”.

Ao se referir às SMP, dom Lanza disse que acredita neste projeto, acredita que o povo pode trabalhar em prol da evangeli-zação, seguindo o modelo de Jesus Cristo, que é “Rei e Santo”.

No final do 4º Retiro Missionário, houve a renovação das promessas batismais e a abertura oficial do Ano Nacional do Laica-to. O coordenador de pastoral, padre Hen-

rique, agradeceu todos os voluntários que fizeram com que o evento se concretizas-se. O coordenador diocesano de pastoral, padre Henrique Neveston, apresentou tam-bém as iniciativas da diocese para a cele-bração do Ano do Laicato, iniciado com o Retiro Missionário.

o Senhor e dizer com a Igreja, “Marana-tha!” (vem, Senhor!) e cantar a cada ano: “Senhor, vem salvar teu povo, das trevas, da escravidão; só tu és nossa Esperança, és nossa Libertação!”.

Falemos agora da LUZ: é no Natal que celebramos a “Luz do mundo” (cf. Jo 8,12), Cristo Jesus. Mas já no Advento, a Luz do

Senhor começa a se fazer presente em nossa liturgia e em nossa vida. Em muitas regiões existe o belo costume de se fazer a “Coroa do Advento” com quatro velas, que serão acendidas uma a uma, acompanhan-do os quatro domingos... A luz crescente indica a proximidade do Natal, quando a luz de Cristo há de brilhar para todos. A Co-

roa é sempre feita em círculo, pois este não tem começo nem fim, simboliza a eternida-de. O Messias é descrito pelo profeta Isaías como uma luz que brilha para aqueles que viviam na escuridão (cf. Is 9,1) e, por isso, no Advento, nós iluminamos os nossos olhos com a Luz de Cristo, simbolizada na Coroa que gradualmente vai ganhando luz. Assim também é nossa vida, quanto mais perto do mistério de Deus mais “iluminados” somos; quanto mais perto de Cristo tanto maior é a luz! Também na Liturgia do Advento sem-pre cantamos ao Senhor: “Nossos olhos ganharão nova luz, com a tua presença, Jesus!”

Advento, portanto, é tempo de esperar a Luz! E esta espera nos diz que na nos-sa vida cristã a Luz sempre há de brilhar... Mesmo quando passamos pela escuridão da dor, do sofrimento, da angústia, pelas “noites traiçoeiras”, sabemos pela fé que, embora não vejamos a Luz, ela sempre está brilhando – assim como o sol num dia chuvoso.

Que neste Advento saibamos espe-rar alegres e vigilantes o Cristo que vem. Que cada dia seja motivo para renovarmos nossa fé na Luz verdadeira que vem a este mundo (cf. Jo 1, 9).

Celebrar o Advento é celebrar a certeza de que a Luz que sempre vence as trevas!

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 11

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comunicações

fé e política

aniversários dezembro

agenda pastoral

Natalício01 Monsenhor Enoque Donizetti de Oliveira01 Padre Vítor Aparecido Francisco03 Dom José Geraldo Oliveira do Valle06 Padre Alexandre José Gonçalves09 Padre Luiz Januário dos Santos11 Padre Marcelo Nascimento dos Santos12 Padre Adirson Costa Morais15 Padre José Natal de Souza17 Padre Valdenísio Justino Goulart21 Padre Francisco Albertin Ferreira

2 Reunião Diocesana da Pastoral da Criança - Poços de Caldas Espiritualidade e confraternização da Equipe Diocesana de Catequese3 Aniversário Natalício de Dom José Geraldo Oliveira do Valle, css – Bispo Emérito5 Confraternização Anual dos Presbíteros8 Imaculada Conceição de Nossa Senhora9 Reunião Geral de Pastoral - Guaxupé

21 Padre Gladstone Miguel da Fonseca25 Dom Messias dos Reis Silveira31 Padre Heraldo de Freitas Lamim 31 Dom José Lanza Neto31 Padre Maurício Marques da Silva

Ordenação 05 Padre José Milton Reis08 Padre Carlos Miranda08 Padre Mário Pio de Faria10 Padre José Pimenta dos Santos

10 Assembleia Diocesana do ECC17 Encerramento Anual das atividades do Movimento Apostólico de Schoenstatt25 Natal do Senhor31 Sagrada Família, Jesus, Maria e José Aniversário Natalício do 9º Bispo Diocesano – Dom José Lanza

12 Padre Célio Laurindo da Silva12 Padre João Pedro de Faria12 Padre Gilgar Paulino Freire14 Padre Gledson Antônio Domingos18 Padre José Ronaldo Rocha20 Padre Antonio Garcia20 Monsenhor Hilário Pardini22 Padre Luiz Gonzaga Lemos 26 Padre Ailton Goulart Rosa26 Padre Nelson Fernandes de Oliveira28 Padre Gentil Lopes de Campos Júnior

IGREJA CATÓLICA REÚNELIDERANÇAS POLÍTICAS EM ENCONTRO DE FÉ E POLÍTICA“A Igreja anuncia o Reino

de Deus e nós somos chamados a construir e

a antecipar o Reino entre nós”. Essa foi a síntese da fala do assessor do encontro Fé e Política, promovido pela Diocese de Guaxupé nesta sex-ta-feira (24), em Juruaia (MG).

O encontro voltado para lideran-ças políticas da região contou com a presença de 120 participantes entre prefeitos, vereadores, assessores, padres e leigos de toda a diocese. A atração principal do evento foi a presença de Laudelino Augusto dos Santos Azevedo, assessor nacio-nal da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da Conferência Na-cional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Na apresentação feita pelo as-sessor, a valorização da presença de leigos nas esferas políticas é fundamental para a promoção de uma política que propicie a concre-tização da promoção humana. “A constru-ção da sociedade é tarefa dos cidadãos e cidadãs e nós precisamos de instrumentos para transformar o mundo, e uma dessas ferramentas é a política”, reforçou Laude-lino.

Em sua fala, o bispo diocesano, dom José Lanza Neto, destacou a importância de não se dissociar fé e política. “Qualquer caminho que busque separar estas duas

dimensões cairá em situações horríveis, uma fé sem política aliena e se torna uma experiência mágica. Ao mesmo tempo, uma política sem fé reforça os mecanis-mos de exploração dos mais pobres, eli-minando os valores autênticos que dão sentido à vida”.

A participante do encontro Ana Luiza de Souza avaliou a iniciativa da diocese em apoiar as lideranças políticas. “Nós,

cristãos católicos que temos esta vivência de fé, se não tivermos essa firmeza, não conseguimos realizar a militância política”. “A representação feminina [na política] é muito pequena, as mulheres devem se empoderar, superar as barreiras sociais e assumir sua função na vida pública”, des-tacou Ana Luiza sobre a presença das mu-lheres nas esferas políticas.

“Deus nos coloca numa missão no

mundo da política, que deve ser um meio para transformar a vida das pessoas em todas as áreas, principalmente na educação e na saúde”. Isso é o que afirma o pre-feito de Guaxupé, Jarbas Côrrea Filho, enfatizando a política como forma de transformação social. “Temos que incentivar as pessoas a acreditarem na política pública e a cobrarem dos agentes públicos a seriedade e a honestidade”.

Doutrina Social da IgrejaA responsabilidade de perse-

guir o bem comum compete não só às pessoas consideradas individu-almente, mas também ao Estado, pois o bem comum é a razão de ser da autoridade política. Na verdade, o Estado deve garantir coesão, uni-dade e organização à sociedade civil da qual é expressão, de modo que o bem comum possa ser con-seguido com o contributo de todos

os cidadãos. O indivíduo humano, a famí-lia, os corpos intermédios não são capazes por si próprias de chegar ao seu pleno desenvolvimento; daí serem necessárias as instituições políticas, cuja finalidade é tornar acessíveis às pessoas os bens ne-cessários — materiais, culturais, morais, espirituais — para levar uma vida verda-deiramente humana. O fim da vida social é o bem comum historicamente realizável.

Texto/Imagem: Assessoria de Comunicação

12 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ