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Mais uma... Página 4 Página 3 Vieira Maria Natal a Festa e a Família Por Octávio Morgadinho . U ma semana após a proclamação da República, a 12 de Outubro de 1910, o Governo Provisório aprovou o ca- lendário dos cinco novos feriados nacionais. Dele constava o Natal, “Dia da Família”. A remoção da referência ao nascimento de Jesus fazia parte do processo cultural e ideológico que visava a seculari- zação e laicização da vida pública, reformulando toda a simbologia Cont. na Pág. 5 e prática social para dela afastar qualquer referência a uma origem, justificação ou implicação religio- sa. Socialmente o Natal era por tradição a Festa da Família. Toda a organização social se estrutura e apoia em ritos que lhe dão signifi- cado e permanência. Os rituais, as festas foram e são uma exigência simbólica para a estabilidade das relações humanas e coesão social. A República não queria suprimir o valor simbólico da Festa de Na- tal nas suas implicações sociais, queria sim mudar o seu conteúdo, ignorando e suprimindo, por de- creto, a sua fundamentação e refe- rência religiosa. O Natal não surgiu no calendá- rio cristão para celebrar a fa- mília, foi a celebração do mis- tério religioso do Natal que fez dele festa para as famílias que o comemoravam com to- das as implicações sociais que isso significou. O calendário tradicional que as revoluções iluministas, laicas, anticleri- cais do séc. XIX visaram su- primir e tentaram substituir baseava-se no calendário cris- tão das festas litúrgicas que celebravam os mistérios cris- tãos e também os seus heróis, os santos. O ano litúrgico pro- põe-se “celebrar, actualizar o único mistério de Cristo tal como se reflecte nos diferentes conteúdos (mistérios) das fes- tas e acções dos membros do seu corpo” (M. Augé, “Teo- logia do tempo litúrgico”, in O Ano Litúrgico, p. 31.) O Mistério Pascal de Cristo constitui o núcleo estruturante do calendário litúrgico cristão na sua dimensão semanal e anual. O domingo, o “primei- Campanha de Natal apoia população do Médio Oriente A próxima edição da campanha “10 milhões de Estrelas”, que a Cári- tas promove todos os anos, vai asso- ciar-se a um projeto internacional de apoio à população do Médio Oriente. O principal objetivo é incenti- var a sociedade civil, os cidadãos, a contribuírem para a melhoria das condições de vida de pessoas e povos desfavorecidos, atingidos por fenó- menos como a pobreza, a guerra, as catástrofes naturais, as desigualdades sociais. Os portugueses são convidados a adquirir uma vela (com o preço de 1 euro) e acendê-la em nome da paz, na noite de Natal. “Este gesto é a denúncia da opu- lência de milhões de luzes que se acendem, mas que não iluminam nem aquecem os corações”, assinala a Cáritas. A campanha tem lugar durante o Advento (tempo litúrgico que prece- de o Natal no calendário católico) e é concretizada através de manifesta- ções públicas de natureza “religiosa, cívica, cultural e artística” desenvol- vidas pela Cáritas Por- tuguesa e pelas Cáritas Diocesanas. A organi- zação tem a RTP como parceira. De 3 a 6 de de- zembro, no Terreiro do Paço, em Lisboa, a Cá- ritas associa-se a uma ação contra a pobreza infantil, promovida pela ‘RTP+’. (Ecclesia) A criatividade no Matrimónio Há 36 milhões de escravos no mundo Que desgraça na vida aconteceu... VIII Encontro Mundial das Famílias O Natal e a Família A Família no centro das atenções O consumo do Tabaco Página 5 Página 6 Página 7 Página 8 “O Jornal da Família deseja a todos os Assinantes um Santo e Feliz Natal, verdadeiramente cristão” “O mistério da Encarnação do Filho de Deus envolve a realidade familiar no seio da qual Ele assumiu a humanidade”. Apesar de surpreendidos, nos últimos tempos, com notícias des- ta natureza: BES, “Vistos Gold”, genocídios, violência doméstica, guerras e guerrilhas, esta, pela força brutal e requinte que encer- ra, conseguiu suster a respiração e o pensamento dos portugueses, dando espaço a uma multiplicida- de de sentimentos contraditórios: silêncio e constrangimento, con- denação e indignação, mas não menos compaixão: “José Sócrates, ex-primeiro-ministro foi detido pelo Tribunal Central de Instrução Criminal, à chegada ao aeroporto de Lisboa. Uma notícia que correu mun- do através dos órgãos de comuni- cação e foi actualizando os acon- tecimentos, revelando, por fim, que José Sócrates foi colocado em prisão preventiva”, precisando que a medida de coacção foi decretada pela justiça portuguesa após “um interrogatório-maratona”, por sus- peitas de crimes de “fraude fiscal qualificada, corrupção e branque- amento de capital”. O cenário mudou. Até dia 24 tudo se confinava ao campo dos ru- mores e das desconfianças. É certo que se deve presumir a inocência até ao trânsito em julgado, mas o impacto dos acontecimentos das últimas 72 horas… vai muito além de Sócrates, atinge a qualidade do espaço público. Não há dúvida, a ausência extrema de valores e integridade moral e cívica poten- ciam comportamentos autistas que descuram o bem comum, o outro e o interesse colectivo. A força persuasiva e diabólica do dinheiro fácil, embrutece a consciência, os sentimentos, as atitudes e com- portamentos e coloca em causa a qualidade da própria democracia. Vem a propósito a palavra que o Papa Francisco dirigiu a cinco mil contabilistas, por estes dias: “a dignidade vale mais que o di- nheiro. Na actual situação, subli- nha, é "mais forte a tentação de defender o próprio interesse sem se preocupar com o bem comum" (…). Lembrou o drama vivido por muitas famílias que têm membros desempregados ou com trabalho precário e disse: "Não basta dar respostas concretas a questões económicas e materiais, é preciso suscitar e cultivar uma ética da economia, da finança e do traba- lho". Num país onde muitos estão a braços com míseros recursos, isto é escandaloso. O que é de lamentar é que uma “fraude” desta natureza, como tantas outras, apurada a ver- dade, fique sem punição e sem de- volução do que a todos pertence. AUTORIZAÇÃO Nº DE00282012SNC/GSCCS ANO LIV – N.º 622 DEZEMBRO de 2014 Fundador: MONS. JOAQUIM ALVES BRáS * Propriedade: Instituto Secular das Cooperadoras da Família Directora: Mª Alice Marques Cardoso; Administração: Rua de Santo António à Estrela, 35, 1399 – 043 Lisboa Publicação Mensal – Preço Avulso 0,80 * Assinatura simples, Portugal 8,00 , Estrangeiro 12 * Benfeitor 20,00 * Benemérito 25.00 * Associação de Imprensa de Inspiração Cristã

Jornal da Familia

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Dezembro 2014

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Page 1: Jornal da Familia

Mais uma...

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Página 3

Vieira Maria

Natal a Festa e a FamíliaPor Octávio Morgadinho.Uma semana após

a proclamação da República, a 12 de Outubro de 1910, o

Governo Provisório aprovou o ca-

lendário dos cinco novos feriados nacionais. Dele constava o Natal, “Dia da Família”. A remoção da referência ao nascimento de Jesus fazia parte do processo cultural e ideológico que visava a seculari-zação e laicização da vida pública, reformulando toda a simbologia

Cont. na Pág. 5

e prática social para dela afastar qualquer referência a uma origem, justificação ou implicação religio-sa.

Socialmente o Natal era por tradição a Festa da Família. Toda a organização social se estrutura e apoia em ritos que lhe dão signifi-

cado e permanência. Os rituais, as festas foram e são uma exigência simbólica para a estabilidade das relações humanas e coesão social. A República não queria suprimir o valor simbólico da Festa de Na-tal nas suas implicações sociais, queria sim mudar o seu conteúdo, ignorando e suprimindo, por de-creto, a sua fundamentação e refe-rência religiosa.

O Natal não surgiu no calendá-rio cristão para celebrar a fa-mília, foi a celebração do mis-tério religioso do Natal que fez dele festa para as famílias que o comemoravam com to-das as implicações sociais que isso significou. O calendário tradicional que as revoluções iluministas, laicas, anticleri-cais do séc. XIX visaram su-primir e tentaram substituir baseava-se no calendário cris-tão das festas litúrgicas que celebravam os mistérios cris-tãos e também os seus heróis, os santos. O ano litúrgico pro-põe-se “celebrar, actualizar o único mistério de Cristo tal como se reflecte nos diferentes conteúdos (mistérios) das fes-tas e acções dos membros do seu corpo” (M. Augé, “Teo- logia do tempo litúrgico”, in O Ano Litúrgico, p. 31.)

O Mistério Pascal de Cristo constitui o núcleo estruturante do calendário litúrgico cristão na sua dimensão semanal e anual. O domingo, o “primei-

Campanha de Natalapoia população do Médio Oriente

A próxima edição da campanha “10 milhões de Estrelas”, que a Cári-tas promove todos os anos, vai asso-ciar-se a um projeto internacional de apoio à população do Médio Oriente.

O principal objetivo é incenti-var a sociedade civil, os cidadãos, a contribuírem para a melhoria das condições de vida de pessoas e povos desfavorecidos, atingidos por fenó-menos como a pobreza, a guerra, as catástrofes naturais, as desigualdades sociais.

Os portugueses são convidados a

adquirir uma vela (com o preço de 1 euro) e acendê-la em nome da paz, na noite de Natal.

“Este gesto é a denúncia da opu-lência de milhões de luzes que se acendem, mas que não iluminam nem aquecem os corações”, assinala a Cáritas.

A campanha tem lugar durante o Advento (tempo litúrgico que prece-de o Natal no calendário católico) e é concretizada através de manifesta-ções públicas de natureza “religiosa, cívica, cultural e artística” desenvol-

vidas pela Cáritas Por-tuguesa e pelas Cáritas Diocesanas. A organi-zação tem a RTP como parceira.

De 3 a 6 de de-zembro, no Terreiro do Paço, em Lisboa, a Cá-ritas associa-se a uma ação contra a pobreza infantil, promovida pela ‘RTP+’.

(Ecclesia)

A criatividadeno Matrimónio

Há 36 milhões de escravos no mundo

Que desgraça na vida aconteceu...

VIII Encontro Mundialdas Famílias

O Natale a Família

A Família no centro das atenções

O consumodo Tabaco

Página 5

Página 6

Página 7

Página 8

“O Jornal da Família desejaa todos os Assinantes um Santo e Feliz Natal,

verdadeiramente cristão”

“O mistério da Encarnação do Filho de Deus

envolve a realidade familiar no seio da qual Ele assumiu a

humanidade”.

Apesar de surpreendidos, nos últimos tempos, com notícias des-ta natureza: BES, “Vistos Gold”, genocídios, violência doméstica, guerras e guerrilhas, esta, pela força brutal e requinte que encer-ra, conseguiu suster a respiração e o pensamento dos portugueses, dando espaço a uma multiplicida-de de sentimentos contraditórios: silêncio e constrangimento, con-denação e indignação, mas não menos compaixão: “José Sócrates, ex-primeiro-ministro foi detido pelo Tribunal Central de Instrução Criminal, à chegada ao aeroporto de Lisboa.

Uma notícia que correu mun-do através dos órgãos de comuni-cação e foi actualizando os acon-tecimentos, revelando, por fim, que José Sócrates foi colocado em prisão preventiva”, precisando que a medida de coacção foi decretada pela justiça portuguesa após “um interrogatório-maratona”, por sus-peitas de crimes de “fraude fiscal qualificada, corrupção e branque-amento de capital”.

O cenário mudou. Até dia 24 tudo se confinava ao campo dos ru-mores e das desconfianças. É certo que se deve presumir a inocência até ao trânsito em julgado, mas o impacto dos acontecimentos das últimas 72 horas… vai muito além de Sócrates, atinge a qualidade do espaço público. Não há dúvida, a ausência extrema de valores e integridade moral e cívica poten-ciam comportamentos autistas que descuram o bem comum, o outro e o interesse colectivo. A força persuasiva e diabólica do dinheiro fácil, embrutece a consciência, os sentimentos, as atitudes e com-portamentos e coloca em causa a qualidade da própria democracia.

Vem a propósito a palavra que o Papa Francisco dirigiu a cinco mil contabilistas, por estes dias: “a dignidade vale mais que o di-nheiro. Na actual situação, subli-nha, é "mais forte a tentação de defender o próprio interesse sem se preocupar com o bem comum" (…). Lembrou o drama vivido por muitas famílias que têm membros desempregados ou com trabalho precário e disse: "Não basta dar respostas concretas a questões económicas e materiais, é preciso suscitar e cultivar uma ética da economia, da finança e do traba-lho".

Num país onde muitos estão a braços com míseros recursos, isto é escandaloso. O que é de lamentar é que uma “fraude” desta natureza, como tantas outras, apurada a ver-dade, fique sem punição e sem de-volução do que a todos pertence.

AUTORIZAÇÃO Nº DE00282012SNC/GSCCS

ANO LIV – N.º 622

DEZEmbrO

de

2014

Fundador: mONs. JOAquIm ALVEs brás * Propriedade: Instituto secular das Cooperadoras da Família Directora: Mª Alice Marques Cardoso; Administração: Rua de Santo António à Estrela, 35, 1399 – 043 Lisboa

Publicação Mensal – Preço Avulso 0,80 € * Assinatura simples, Portugal 8,00 €, Estrangeiro 12 € * Benfeitor 20,00 €* Benemérito 25.00 €* Associação de Imprensade Inspiração Cristã

Page 2: Jornal da Familia

2 Dezembro 2014 (622)

O Saber não Ocupa Lugar

O SABERNÃO OCUPA LUGAR

Jornal da Família NIB - 0036 0039 99100163227 98

IBAN: PT50 0036 0039 9910 0163 2279 8BIC: MPIOPTPL

Novas AssinaturasEstão de parabéns este mês!

Culinária

Teresa do Céu e Lucinda Teixeira

Aos Assinantes abaixo mencionados, que já procederam ao pagamento da sua Assinatura via TB e que não aparece actualizada, pedimos o favor de contactarem a Administração, solicitando, Berta Preto: Telef. 213 942 425 - email: [email protected].; ou enviarem o número de As-sinante, ou ainda o nome em que foi feita a Assinatura...

Cantinho recreativoAdivinha

Já m’arrastei pelo chãoJá fui presa, fui cativaPorém, em compensaçãoVoo pelas ares, divertida

Diversos nomes me dãoPela minha vida foraConforme a tradiçãoDo que fui e sou agora

De cor preta ou encarnadaOu de quaisquer outras coresSou muito procuradaPor muitos colecionadores

Por alfinetes espetadaFiguro em coleçõesMorro assim, atravessadaPor quem me tem afeições

Charada combinada --- + alar = Aspirar--- + gel = Pomar--- + tável = Insigne

Estação do ano-Charada em frase

Há uma crença que diz que o coaxar deste batráquio, afugente qualquer ANIMAL FEROZ.

Fabião Baptista

1 - 1.

Soluções do número anteriror: Adivinha: O café; Charada Combinada: Idóneo; Charada em frase: Contador

Rir em Família

Interiores imaculadosSe o interior do seu frigorí-

fico começa a ficar amarelado e com um aspeto feio, esfregue-o com um pano humedecido em água oxigenada. Em seguida, seque-o muito bem com um pano limpo. Ficará reluzente.

Extrair manchas de gelado

Se for uma mancha imedia-ta, molhe a zona manchada com água mineral, depois ensaboe e a mancha desaparecerá. Se já ti-ver penetrado nas fibras, utilize glicerina e lave-a. Se for uma mancha de gelado mais antiga, utilize borato de sódio e dissol-va em água morna.

Graça Simões

Truques Úteis

Caros Assinantes, 2014, está prestes a terminar. Voltamos a re-forçar o pedido de, na medida do possível, regularizarem a vossa Assinatura.

A propósito, pedimos aos Assinantes que endereçam ao Jornal da Família o cheque de pagamento da Assinatura. Se assim não for, teremos dificuldades em levantar o respectivo cheque. Obrigada.

09-02-2011 D. Mariana Balbina 10,00 €31-07-2012 Sr. Luis Filipe Oliveira Matos 7,50 €08-02-2012 D. Maria Gloria Silva Machado 15,00 €26-03-2012 D. Inês Pereira 25,00 €15-05-2012 D. Maria de Lurdes Cola 25,00 €15-11-2012 Sr. Francisco José Alcáçovas Ol 22,50 €15-01-2013 Sr. Nuno Gonçalo H. Matos 7,50 €25-01-2013 Sr. Carlos Miguel Monteiro 52,50 €21-02-2013 Alberto Moreira Mendes 7,50 €21-03-2013 Maria Manuela Ambrósio 5,00 €26-03-2013 José António Pires Anjos 20,00 €11-04-2013 D. Maria Teresa C. T. Silva Carv. 17,00 €12-04-2013 D. Maria Graça Coelho Gomes 15,00 €15-04-2013 Sr. Diamantino Machado Quinta 7,50 €06-11-2013 D. Maria Aldina Matias Mor 15,00 €20-11-2013 Sr. Abílio Ângelo Fontainha M 15,00 e22-11-2013 Sr. Alberto Manuel R. Moreira 15,00 €16-12-2013 Sr. Manuel Vences Cordeiro 10,00 €30-12-2013 D. Herminia Jesus Rosado 50,00 €09-01-2014 D. Ana Isabel Santos Mota 8,00 €20-01-2014 Sr. Fernando José Ivo Carvalho 24,00 €21-01-2014 D. Carla Maria Pinto Borges Fr. 10,00 €12-02-2014 Sr. Manuel António Carvalho 8,00 €14-02-2014 Dra. Maria Carla Montez Duarte 40,00 €04-03-2014 Sr. Nuno Gonçalves Henriques Matos 8,00 €24-03-2014 Sr. José Ilídio Calaca Aveiro 8,00 €31-03-2014 D. Maria Céu C. A. Carvalho 45,00 €01-04-2014 D. Teresa Jesus Pereira Silva 10,00 €14-07-2014 Sr. Carlos Jorge Claro Ramos Si 8,00 €15-07-2014 Sr. José A.V. Nunes 8,00 €21-07-2014 D.Anabela Ribeiro Trindade 15,00 €20-08-2014 Sr. Carlos Martins 15,00 €01-09-2014 D. Maria Manuela S. Gue 10,00 €

Assinantes - para conferir

Um certo mortal morreu. Ao chegar às portas do Céu, diz-lhe S. Pedro: “Ainda não podes entrar. Tens de ir remir alguns dos teus pe-cados. Para tanto terás de voltar à Terra, encarnando, desta vez, num cavalo”.

Entretanto chega outro a quem São Pedro adverte: “Falta pouco, mas ainda tens de voltar à Terra. Desta vez vais encarnar num bur-ro”.

Pouco depois aparece um ou-tro: “Foste um bom homem. Estás quase a poder entrar no Reino dos Céus. Mas ainda, embora por pou-co tempo, terás de voltar à Terra. Agora vais encarnar num boi”.

– Responde o penitente: “Oh! São Pedro, outra vez…”

BACALHAU ESPECIAL NATAL

Ingredientes4 postas de bacalhau1 pimento vermelho1 pimento verde2 tomates1 c/ de sopa de polpa de to-mate100g de bacon fumado2 cebolas4 dentes de alho1 cerveja branca,Farinha, azeite, louroPiripiri e sal q.b. ovos

Modo de fazer Demolhe bem o bacalhau,

retire-lhe as barbatanas e corte--o às postas. Passa-se o baca-lhau por farinha e por ovo e frita-se no azeite. Coloque o ba-calhau num tabuleiro de barro.

Corte as cebolas às rodelas fininhas, junte o alho, a folha de louro e com um pouco de azeite leve ao lume. Quando a cebola estiver transparente co-loque os pimentos cortados às tiras, o tomate sem peles nem sementes, o bacon, a cerveja, o sal se necessário e o piripiri, a gosto. Deixa-se apurar muito bem o molho e com ele regue as postas do bacalhau. Pode ser servido com batatas a murro ou cozidas e hortaliça a gosto.

FILHÓSIngredientes

750g de farinha de trigo3 ovos 3 laranjas1dl de azeite40g de fermento de padeiroSal q.b.

Modo de fazer Num alguidar coloque a fa-

rinha e faça quatro cavidades numa ponha o azeite quente, noutra o sumo da laranja, e na outra o fermento desfeito com um pouco de sal. De seguida

misture bem os ingredientes, e amasse muito bem até que a massa se desprenda do alguidar, forme uma bola. Se necessário pode adicionar mais um pouco de farinha e deixe levedar 30 m. em lugar quente. Com o rolo estenda a massa toda. Corte aos feitios que desejar. Coloque-a em cima de um pano para leve-dar mais um pouco, só o tempo de preparar o óleo necessário para fritar. Depois, passe as fi-lhós por açúcar e canela, ou por mel.

BOLO DE REIS COM AMÊNDOA

Ingredientes Massa:

250g de farinha100g de manteiga 2 ovos1 laranja só a raspa

Recheio:

2,5dl de leite 100g de miolo de amêndoa sem pele 1 colher de sopa de farinha maisena3 colheres de sopa de açúcar3 gemas100g de amêndoa picada

Modo de fazer Primeiro prepare a massa.

Junte à farinha os ingredientes, amasse muito bem, forme uma bola e deixe repousar um pouco.

Tire a pele a 100g de amên-

doa, em água bem quente. De seguida triture a com a máquina 1.2.3. e reserve.

Recheio: Leve um tacho ao lume com o açúcar e metade do leite, quando ferver junte a amêndoa moída, deixe ferver dois minutos sempre a mexer com uma colher e retire do lume. Numa tigela coloque as gemas, uma pitada de sal, a fa-rinha maisena, o restante leite. Desfaça bem a farinha e junte ao açúcar com a amêndoa e leve novamente ao lume brando até engrossar um pouco. Retire do lume e reserve. Ligue o forno no médio.

Divida a massa em duas partes iguais, estenda-a, procu-rando que a massa tome forma redonda. Coloque uma parte num tabuleiro untado de man-teiga, ponha o recheio e espalhe o creme por cima, mas não até às bordas da massa. As bordas devem ficar livres para serem pintadas com clara de ovo, a fim de colarem. De seguida, calque bem com um garfo para que o recheio não saia. Pinte nova-mente com a gema de ovo, pol-vilhe com as amêndoas picadas e leve ao forno só o tempo de cozer a massa. Quando estiver cozida deixe arrefecer um pou-co, depois com cuidado retire do tabuleiro para um prato e de-core a gosto com motivos doces de natal.

Odete Matias (Lisboa) 1Manuela Maria M. Fernandes (Ferreira Aves) 1

PassatempoAqui temos um pequeno problema. As imagens misturaram-se de tal

maneira que não sei onde está o quê, só a palha ficou direita. Basta colo-car as letras nos respectivos lugares e teremos tudo pronto. UM SANTO E FELIZ NATAL.

CONSTRUIR O PRESÉPIO EM FAMÍLIA

Sejo -Sujes -Ariam -Cava -Gamos -Gratu -Isnos -Sojna -

Palha - PALHARubro -Zules -Masicu -Teressal -Tossapre -Velhaso -Dourajenam -

José, Jesus, Maria, vaca, ma-gos, gruta, sinos, anjos, burro, luzes, música, estrelas, pasto-res, ovelhas, manjedoura.

Solução:

Deolinda Araújo

01 - Restauração da Independência01 - Dia Mundial de Luta Contra a Sida03 - Dia Internacional das Pessoas com Deficiência04 - Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla05 - Dia Internacional do Voluntariado08 - Festa da Imaculada Conceição da Virgem Maria 10 - Dia Internacional dos Direitos Humanos11 - Dia Internacional da Montanha18 - Dia Internacional das Migrações20 - Dia Internacional da Solidariedade Humana 21 - Solstício de Inverno25 - Solenidade do Natal do Senhor28 - Festa da Sagrada Família

Era época de Natal e o juiz sentia-se benevolente ao interro-gar o réu.

– De que é acusado? – De fazer as compras de Natal

antes do tempo. – Mas isso não é crime ne-

nhum!!! Com que antecedência as estava a fazer?

– Antes de a loja abrir.

Datas a assinalar

Page 3: Jornal da Familia

3Dezembro 2014 (622)

Jovens e Famílias

A História da madrinha rica

A criatividade no Matrimónio

Mari

na A

maro

A problemáticaHá quem se empenhe em afirmar que a perdurabilidade, no contex-

to actual está morta, e talvez tenha alguma razão.Os compromissos estáveis deixaram de existir, tanto nas relações interpessoais, la-borais e sociais, como no campo dos objec-tos e instrumentos. Vivemos num mundo das fragilidades, da ligeireza, da instabili-dade, das caducidades… Estamos na socie-dade do “descartável”. E a opção pelo ma-trimónio não é imune a esta mentalidade. O índice de separações matrimoniais nos últimos anos aumentou consideravelmente e tudo faz intuir que a tendência continuará nesta direção.As causas que produzem as roturas matri-moniais são variadas: desde os problemas de convivência pela incompatibilidade temperamental, passando pelos conflitos com a família mais alargada, as dificulda-des com os filhos, as infidelidades e até mesmo a rotina e a monotonia; tudo isto pode ir debilitando e apagando a chama do enamoramento. Depois de passarem por diferentes problemas, muitos cônjuges têm a sensação de que o outro continua a ser al-guém desconhecido ou simplesmente sem significado na sua própria vida.Parece que investir no matrimónio e na estabilidade do casal, hoje em dia, assume um tom contratual, é de “freakies” como dizem os jovens, quase uma excentricidade; e se durar mais de cinco anos é verdadeiramente um êxito! São sem dúvida paradoxos da sociedade actual, que coexistem com o anseio da estabilidade emocional, das relações interpessoais fe-cundas, e com o desejo de encontrar o amor ‘das nos-sas vidas…’ e constituem um desejo de permanente procura de realização. E neste desejo, investir na criatividade, enriquecer a relação matrimo-nial e consolidá-la mais, cada dia que pas-sa, pode ser uma chave fundamental.O que se compreende por criatividade?No dicionário, a criatividade é a capacida-de ou faculdade de criar, engendrar, gerar novidade ou fecundar. O acto criativo é um acto que implica gerar uma situação nova e distinta, que dá acesso a realidades que nos permitem avançar, acreditar e melhorar. A criatividade não se orienta a qualquer tipo de novidade ou de situação diferente, mas orienta-se sim, a possibilitar a gestação de uma nova vida, mais fecunda, mais plena e mais humanizante. Neste caso trata-se de uma novidade que ajuda a fazer crescer, ex-pandir e reforçar o amor dos esposos.Neste sentido há que avançar com cuidado e não confundir a criatividade com a diversi-dade. Nem toda a diversidade assegura que se introduzam elementos de novidade e que esta novidade permita aos esposos crescer no amor. Muitos matrimónios, na actuali-dade, que experimentaram ou experimen-tam debilidades: rotina, falta de estímulos e motivação, perda de enamoramento ini-cial, etc… lançam-se na busca de novas e diferentes experiências extra-matrimoniais com a ilusão de voltar a experimentar as sensações extraordinárias, a sentir que a chama do amor se volte a acender no seu coração, pensando que deste modo, hão-de encontrar o que ansiavam. O que precisa-

Diálogos em Família

mente sucede, como afirma Z. Bauman, é uma “incapacidade aprendida” de amar, porque a arte de amar não é uma questão de quantidade, mas sim de qualidade. Uma pessoa não aprende a amar ensaiando-se e dispersando-se numa multiplicidade de re-lações amorosas, mas sim, entregando-se profunda e totalmente a uma delas.

Como potenciar a criatividade no matrimónio?

O Amor de Deus, que todos os casais cris-tãos estão chamados a viver, na relação matrimonial e que tão maravilhosamente está descrita no capítulo 13 da primeira carta de S. Paulo aos Coríntios, não é um simples sentimento. Mas se quisermos, é um sentimento que se tem de alimentar, cultivar, suster e orientar pela vontade e por um pensamento inteligente. O Amor de Deus, ao qual estamos chamados, mais que o sentimento, pede-nos sobretudo “um trabalho” ou uma “tarefa” fundamental-mente criativa. Como dice Bauman: “amar é desejar conceber e procriar e por isso o amante procura e esforça-se por encontrar “a coisa” bela na qual pode conceber. O amor não encontra o seu sentido na ânsia de coisas já realizadas, completas e aca-badas, mas sim no impulso de participar na construção dessas coisas. O amor está muito próximo da transcendência; é so-mente um outro nome do impulso criati-vo e, portanto, está carregado de desafios/

/riscos, já que toda a criação ignora sempre qual será o seu produto final”, (Amor líqui-do, pag. 21). Ou como disse Bento XVI: “O amor é ocupar-se do outro e preocupar--se pelo outro. Já não se busca a si mesmo, consumindo-se na embriaguez da felicida-de, mas antes, anseia bem mais o bem do amado” (Encíclica Deus Caritas Est, nº 6).E não é possível preocupar-se e ocupar-se do bem da pessoa amada, senão através de uma certa ‘tensão’ de criatividade.Esta dimensão da criatividade requer um conhecimento profundo do outro, um conhecimento que permita saber o que é o novo que posso criar para que o outro cresça e para se crescer juntos. Requer conhecimento e comunicação profunda, dialógica, vital, espiritual e sexual… Em definitivo, requer um exercício permanen-te de “tomada de decisões”. O acto criativo é um acto permanente de tomada de de-cisões para resolver desafios, problemas e dificuldades, inclusive, muitas vezes, indo contra os próprios sentimentos, sobretudo quando existem grandes dificuldades no amor. E mesmo neste acto criativo podem existir equívocos, mas também se pode redireccionar os erros, conjuntamente, e construir juntos obras maravilhosas.O amor dos casais é uma «opção» que tem de ser confirmada cada dia, e que como qualquer opção vai assumindo configura-ções muito distintas. Vai-se moldando, é

Cont. na pág. 7

Cont. na pág. 8

Tudo o que a sociedade não sabe fazer por si mesma pede à escola,

mas convenhamos que em 2014 esta o realiza com enormes dificuldades.

A história da madrinha rica não é muito rica em declinações. Quase sempre a senhora é con-vidada a dar o nome à criança e, depois, vê-se confrontada com a obrigação de lhe oferecer um calendário de prendas, que o convite imaginou poderem ajudar o afilhado ou afilhada a sobre-viver um pouco melhor. Tudo parece decorrer satisfatoriamente, mas as beijocas lambuzadas dos petizes, maternamente instigados a mos-trar-se agradecidos a uma senhora grandiosa e distante, acabam por constituir um descomunal sacrifício para a magnânima madrinha. Esta, pela imolação vinda dos ósculos peganhentos e pela obrigação de marcar aniversários e fes-tas, depressa evolui no sentido de se tornar uma exigente cobradora de benefícios e sendo, pre-ferivelmente, uma solteirona sem descendência própria, desconhecedora dos hábitos e neces-sidades dos infantes, desorbita cegamente nas exigências colocadas aos afilhados.

A actual relação da nossa sociedade com as escolas que é a madrinha encontra nesta história um esclarecedor paralelismo. A madrinha, ago-ra, não passa de remediada, mas como a escola está cada vez mais pobre, o equilíbrio das re-lações mantém-se implacavelmente exacto. E, entretanto, pouco lida e estudada, agita-se com os tempos, moderniza-se nas experiências e nos riscos, e quanto mais destrambelhada e de-satenta se sente, mais perfeição e entrega quer dos afilhados.

O pedido mais recente da madrinha Socie-

dade à afilhada Escola diz respeito à violên-cia doméstica.

Tudo pareceria ajustado e pensável se a sociedade não tivesse desenvolvido uma re-lação disfuncional com a escola, cujo valor não reconhece e à qual não satisfaz as con-dições quotidianas de um exercício digno e da operatividade protegida exigível pelo superior interesse das suas indispensáveis funções de educar, ilustrar, instruir. Mesmo numa sociedade modesta, uma boa escola é um sítio admirável onde as pessoas em cres-cimento são protegidas, orientadas, ampara-das, ajudadas a descobrir-se e a estruturar--se, um verdadeiro "abrigo contra o mal", às vezes o único conjunto de adultos que trata uma criança sem risco, como o sujeito invio-lável, belo e único que ela é.

A escola vê hoje o seu papel educativo e instrutivo muito mitigado e ainda estamos para ver os males que daí vão vir, mas, como espaço de relação entre pessoas, até agora luta – ou, mais propriamente, fazem-no os adultos que lá trabalham – para dar a cada aluno aquelas bases mínimas de dignidade e atenção que lhe permitem crescer saudável, adaptado, eficaz. Tudo o que a sociedade não sabe fazer por si mesma pede à escola, mas convenhamos que em 2014 esta o reali-za com enormes dificuldades. Depois de ter passado décadas sob choques e experimen-talismos pedagógicos sem nexo, uns quan-tos não sendo mais do que ajustes de contas pessoais, permanentemente invadida com a realização dos desejos mais descabidos que a sociedade acha que tem o direito de lhe solicitar em troca do financiamento atribuí-do, sem ajudas nem estímulos, está gasta e cansada.

A escola, que deu disciplinadamente conta de quase todos esses pedidos e do seu

Por Cristina Sá de Carvalho.

Levar a todos o abraço de Deus2015 - Ano dedicado à Vida Consagrada

Numa ati-tude de reco-nhecimento e gratidão a Deus e a cada pessoa consa-grada e para assinalar o

ano dedicado à Vida Consagrada, na diversi-dade das suas formas, a Conferência Episcopal Portuguesa, emitiu uma nota pastoral na qual sublinha a importância e o sentido da razão de ser da vida consagrada na Igreja e o quanto a mesma Igreja espera desta, em testemunho, profecia e missão.

Sublinhando a iniciativa do Papa Francisco, a CEP desafia a Vida consagrada, em Portugal, a viver intensamente os objectivos traçados para este ano: «Fazer memória agradecida do passado» é o primeiro objetivo desta celebra-ção. Os 50 anos que separam do Concílio são momento de graça para a Vida Consagrada, que

percorreu um caminho de renovação guiada pelo Espírito, vivendo as suas fraquezas e in-fidelidades como experiência da misericór-dia e do amor de Deus.

«Abraçar o futuro com esperança», como segundo objectivo. As crises atuais e as incertezas no amanhã devem ser assumi-das como desafio e ocasião favorável para os consagrados crescerem em profundidade como homens e mulheres de esperança.

Esta esperança impele-nos a «viver o presente com paixão», terceiro objectivo a ter em conta na preparação e celebração deste Ano: uma paixão de enamoramento, de verdadeira amizade, de comunhão; uma paixão por evangelizar a própria vocação e testemunhar a beleza do seguimento de Cris-to; uma paixão para despertar o mundo com testemunho profético, em presenças signifi-cantes nas periferias geográficas e existen-ciais da pobreza, “levando a todos o abraço de Deus”.

Page 4: Jornal da Familia

4 Dezembro 2014 (622)

Actualidade

Circuito Mensal

“Pelo direito a Nascer”

Papa Visita Filipinas e Turim O Papa Francisco visitará as Fili-

pinas a 19 de janeiro de 2015. A sua visita será uma bênção para todos nós, especialmente para os pobres, para os sobreviventes das catástrofes naturais e para as vítimas de diferentes tipos de injustiça. Na pessoa e na presença do Papa Francisco será visível a preocupa-ção e a solidariedade de Jesus, o Bom Pastor", foi o que afirmou o cardeal Luis Antonio Tagle. O Papa anunciou ainda a sua viagem a Turim para ve-nerar o Santo Sudário. Aproveitando a presença do Arcebispo de Turim, Dom Nosiglia, da delegação oficial da Diocese e do prefeito Piero Fassino, o Santo Padre disse: "Tenho o prazer de anunciar que, se Deus quiser, em 21 de junho do próximo ano, irei em pere-grinação a Turim para venerar o Santo Sudário e honrar São João Bosco, no bicentenário de seu nascimento”.

Coreógrafos querem projetar«a Luz de Fátima no mundo»A Vortice Dance Company está a

criar “uma obra multidisciplinar” alu-siva à mensagem de Fátima, no con-texto do programa de celebração do centenário das Aparições, que vai ser levada a palco em maio de 2016. “Será uma oportunidade de criar uma obra sobre Fátima, à luz de uma visão atual e elevá-la à escala universal. A obra multidisciplinar, segundo os autores, vai “refletir sobre a Luz de Fátima no mundo” e será levada a palco em três espetáculos, em maio de 2016, no anfi-teatro do Centro Pastoral de Paulo VI. Este é o segundo trabalho da com-panhia de dança para o Santuário de Fátima, depois da peça “A Solo com os Anjos”, desenvolvida para as cele-brações dos 90 anos das Aparições do Anjo em Fátima, em 2006. “Outro ob-jetivo seria em maio de 2017 apresen-tarmos, também, o espetáculo no Bra-sil, nas cidades do Rio de Janeiro e São

Paulo”, acrescentam os autores sobre o novo projeto. (Eclesia, 12/11/2014).Inglês obrigatório a partir do 3º ano

O Governo aprovou um diploma que torna o inglês disciplina curricular obrigatória a partir do 3º ano de esco-laridade, com efeitos no próximo ano lectivo e a realização de um concurso extraordinário de professores em 2015, exclusivamente para o recrutamento de docentes para o novo grupo, lê-se no mesmo texto. “Todos os alunos que ingressem no 3º ano de escolaridade no ano lectivo 2015-2016 terão já, obriga-toriamente, a disciplina de inglês, com pelo menos duas horas semanais”, o que implicou “a definição da habilita-ção profissional para leccionar inglês no 1º ciclo e a criação de um novo grupo de recrutamento”, esclarece o comunicado do conselho de ministros. O ministro da Educação e Ciência assi-nalou que vai passar a haver “sete anos de frequência obrigatória de inglês” em Portugal - do 3º ano ao 9º ano de escolaridade, ou seja, em metade do 1º ciclo, e no 2º e no 3º ciclos. (cf. RR, 14/11/2014)

Seminário sobre «saúde mental e pastoral»

A Coordenação Nacional das Ca-pelanias Hospitalares vai promover um seminário de formação permanente sobre ‘Saúde Mental e Pastoral’, para os diversos agentes desta área, a 1 e 2 de dezembro, no Hotel São Nuno (Car-melitas Descalços), em Fátima. “Lidar com doentes mentais também na área da assistência espiritual e religiosa re-quer conhecimento e preparação ade-quada”, explica a Coordenação Nacio-nal das Capelanias Hospitalares sobre o seminário ‘Mentes brilhantes para olhares sem estigma’. Nesse sentido, o seminário é orientado aos diversos agentes que atuam nesta área, como assistentes espirituais e religiosos;

hospitalares médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde; volun-tários na área da saúde e seminaristas maiores. A participação neste encontro está “também aberta a outras pessoas que estejam interessadas no tema” e a inscrição pode ser feita emwww.men-tesbrilhantes.admeus.net, através do envio do boletim para o Hospital de Santa Maria, Serviço de Assistência Espiritual e Religiosa, ou, ainda, para o email [email protected] – da Coordenação Na-cional. (Eclesia, 11, 11/2014)

Aprovadas verbas para escolas de Ensino Especial

Ainda este ano, os 14 estabeleci-mentos particulares irão receber 1,53 milhões de euros. O restante seguirá até ao final do ano lectivo em 2015. Uma portaria dos ministérios das Finanças e da Educação concede o pagamento de 4,87 milhões de euros para 14 escolas particulares do Ensino Especial para o corrente ano lectivo. A publicação da portaria em Diário da República surge poucos dias depois do Ministério da Educação ter dito que estaria para bre-ve o fim do bloqueio das verbas para os colégios de ensino especial que re-clamam uma dívida superior a 600 mil euros. (cf. RR, 11/11/2014) Combustíveis mais caros em 2015

O gasóleo vai ficar cinco cêntimos por litro mais caro no próximo ano e a gasolina 6,5 cêntimos, por via das me-didas previstas no Orçamento do Esta-do e da reforma da Fiscalidade Verde, avançou o presidente da Galp. “Os combustíveis vão ficar 346 milhões de euros mais caros em Portugal no próxi-mo ano”, declarou Manuel Ferreira de Oliveira. O responsável fez as contas, com base no consumo de 2013, refle-tindo o aumento da contribuição de serviço rodoviário, a taxa de CO2 e a obrigação de inclusão de um álcool na gasolina e de biocombustível no gasó-

leo, previstos na reforma da Fiscalida-de Verde. (cf. RR, 28/10/2014)

Estado Islâmico é o grupo terrorista mais rico

Tem um volume de negócios anual de 1,6 mil milhões de euros. O Hamas, o Hezbollah, os talibãs e a Al-Qaeda também fazem parte da lista da “For-bes Israel”. (cf. RR,17/11/2014)

Visita ad limina dos Bispos Portugueses

A Assembleia refletiu sobre a próxima visita ad limina dos Bispos Portugueses, de 7 a 12 de setembro de 2015, salientando alguns aspetos da sua organização: programa e horários das celebrações nas quatro Basílicas Maiores; preparação dos Relatórios sobre o estado de cada Diocese; visita aos vários Dicastérios; encontros com o Santo Padre.

Taizé: 37º Encontro de JovensCristãos no «coração da Europa»

A Comunidade Ecuménica de Taizé, na França, está a organizar o Encontro Europeu de Jovens em Pra-ga, República Checa, que pretende ser “um sinal de paz e de reconciliação”, entre 29 de dezembro e 2 de janeiro de 2015. “No final de um ano marcado pelo centenário da I Guerra Mundial, pelo conflito entre a Ucrânia e a Rússia e pelas eleições europeias, este encon-tro será um sinal de paz e de reconci-liação, vivido por milhares de jovens vindos de todo o continente”, explica a Comunidade de Taizé. O comuni-cado enviado à Agência ECCLESIA identifica oito pontos “fortes” para este encontro: “A juventude; a Euro-pa; a reconciliação entre o Oriente e o Ocidente; o espírito de peregrinação; o ecumenismo; o encontro com o ou-tro; o empenhamento na sociedade e a hospitalidade.” No contexto atual da Europa, a Comunidade considera que a presença de 2600 jovens da Ucrânia, de mais de 1000 jovens da Bielorrússia e

Passos Coelho admite que será preciso esperar, pelo menos, dez anos para fazer face ao actual declí-nio demográfico em Portugal. De vi-sita aos Açores, o primeiro-ministro afirmou que este é um problema que só se resolve no longo prazo e que in-verter a queda da natalidade será, por isso, tarefa para futuros governos.

"É um desafio muito grande para futuros governos, porque não é uma questão que possa ser resolvida num ano ou sequer num mandato legis-lativo. Precisaremos seguramente, pelo menos, de uma década para se mostrar que podemos ser bem suce-didos em inverter este declínio de-mográfico", afirmou durante a visita oficial.

Passos Coelho sublinhou que este é problema nacional e uma ameaça ao estado social. "Não podemos es-perar uma década para começar a trabalhar, temos de ir devagarinho mas de forma decidida, trazendo respostas para este problema que é um problema muito grave", consi-derou. O desagravamento fiscal para as famílias numerosas não é tudo, mas é alguma coisa. Mas as solu-ções para inverter a baixa natalidade têm de surgir no longo prazo, disse Passos. "Na organização do horário de trabalho, na forma como con-cebemos a parentalidade; no modo como funcionam as nossas vilas e cidades; na forma como o apoio so-cial é dirigido àqueles que têm mais dificuldades. Tudo isso constitui um programa vasto e precisa de ter uma perspectiva integral e transversal em quase todas as políticas públicas que são promovidas", rematou. (cf. RR, 29/10/2014)

Natalidade levará pelo menos dez anos a resolver

Há 36 milhões de escravos no mundoCerca de 36 milhões de pes-

soas por todo o mundo vivem, ainda hoje, como escravas e a maioria já nasce sob essa condição. Um rela-tório mundial da Walk Free Foun-dation, uma organização australiana para os direitos humanos, estima que 29,8 milhões de pessoas nascem em condições de escravatura, sendo vendidas para tráfico, exploração sexual ou trabalhos forçados.

“De crianças a quem é negada a educação para serem forçadas a trabalhar ou a casar cedo, a homens que não podem deixar o trabalho por causa das esmagadoras dívidas

aos agentes de recrutamento, a mu-lheres e meninas exploradas como empregadas domésticas não pagas, a escravatura moderna tem muitas caras”, lê-se no documento.

Dos 167 países analisados, a Índia é o que regista maior número de escravos: 14.3 milhões, num país com 1.250 milhões de pessoas. Na sua maioria, as vítimas são usadas para a prostituição e o trabalho for-çado. Contudo, é na Mauritânia que há um maior número de escravos por habitante: 4%. O Qatar é o quar-

to pior país em matéria de escrava-tura. O mega-projecto de prepara-ção para o Mundial de Futebol de 2022 depende fortemente de mão--de-obra imigrante barata. Todos os países do mundo, excepto a Coreia do Norte, têm leis que criminalizam qualquer forma de escravatura. To-davia, a maior parte dos Governos não faz o que é necessário para tra-var estes abusos. “O que os resulta-dos mostram é que faz-se muito no papel mas não está necessariamen-te a ter resultados”, disse à agência Reuters Fiona David da Walk Free Foundation. No mesmo dia da pu-

blicação do relatório, o prémio No-bel da Paz Kailash Satyarthi (que re-cebeu a distinção em conjunto com a jovem Malala Yousafzai) apelou à mobilização global para acabar com a escravatura infantil. A sua organi-zação não-governamental, Bachpan Bachao Andolan (BBA), já libertou 80 mil crianças de situações de tra-balho forçado nos últimos 30 anos. Ainda esta semana, a BBA vai lan-çar em Londres a campanha “End Child Slavery Week”. (cf. RR 17-11- -2014)

de algumas centenas de jovens da Rús-sia “vai assumir um relevo particular” e recordam ainda que este é o segundo encontro em Praga. (Eclesia, 11/11/2014)

Sínodo da FamíliaO Vaticano anunciou, a 20 do pas-

sado mês, que o documento preparató-rio (‘lineamenta’) para o Sínodo 2015 está em preparação e vai ser enviado às conferências episcopais no início de dezembro. Segundo comunicado di-vulgado pela sala de imprensa da Santa Sé, o texto é constituído pela ‘Relatio Synodi’, o relatório final da assembleia geral extraordinária do organismo con-sultivo que decorreu em outubro deste ano, acompanhado por “uma série de pontos que ajudam na sua recepção e aprofundamento”. Os contributos das conferências episcopais serão depois utilizados para a elaboração do do-cumento de trabalho (Instrumentum Laboris) da 14ª Assembleia Geral or-dinária do Sínodo dos Bispos, que vai decorrer de 4 a 25 de outubro de 2015, com o tema ‘A vocação e a missão da família na Igreja, no mundo contem-porâneo’. O Papa Francisco participou esta terça-feira na oitava reunião do Conselho Ordinário desta assembleia sinodal, para “sublinhar a importância que atribui ao Sínodo como expressão da colegialidade episcopal e à família”, assinala a Santa Sé. O cardeal Loren-zo Baldisseri, secretário-geral do Sí-nodo dos Bispos, sublinhou o “clima de liberdade, sinceridade e espírito de comunhão” que marcou os trabalhos. (Eclesia, 20/11/2014).

XXX Semana de Estudos sobre a Vida Consagrada

A Semana de Estudos sobre a Vida Consagrada, vai decorrer no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima, de 14 a 17 de fevereiro de 2015, sob o tema «Consagrados para anunciar a alegria do Evangelho».

Contem con-nosco - Foi a res-posta dada pelo Patriarca de Lis-boa quando ques-tionado sobre se a Igreja portuguesa está “de alma e coração” com a iniciativa/legisla-tiva de cidadãos Pelo Direito a Nascer, que pretende obrigar o Parlamento a votar um projecto de lei que altera alguns dos aspectos da actual lei do aborto. D. Manuel Clemente recordou que a Confe-rência Episcopal já tinha manifes-tado o seu apoio pouco depois de a iniciativa ter sido anunciada, em Outubro.

"Estamos nisto de alma intei-ra porque as questões do apoio à maternidade e paternidade, à vida, são questões fulcrais para a socie-dade e que não podemos secunda-rizar. Portanto, quando apareceu essa iniciativa a CEP, pelo seu Conselho Permanente, deu ime-diatamente todo o apoio, como dará a outras iniciativas congéne-res, confessionais ou não", disse D. Manuel Clemente.

Questionado sobre se as igrejas locais estão autorizadas a servir de base de recolha de assinaturas para a iniciativa, o Patriarca de Lisboa não deixou margem para dúvidas. "Estamos de alma e coração com a iniciativa. As nossas comunidades cristãs estão alertadas nesse senti-do, contem connosco",

“Pelo Direito a Nascer” - Tra-ta-se de uma iniciativa legislativa de cidadãos que requer 45 mil assinaturas para ser apresentada no Parlamento. Se este número for conseguido, os deputados são obrigados a votar, ponto por pon-to, o projecto de lei proposto pelos cidadãos.

Esta iniciativa visa estabelecer oficialmente o "direito a nascer", e desse modo, contribui para saldar o “Inverno demográfico” que Por-tugal atravessa, mas é sobretudo, uma forma de se opor à ‘banali-zação’ e à ‘coisificação’ da vida humana, tão mal tratada, na sua génese.

A ser aceite, a proposta não põe fim ao aborto legal em Por-tugal, mas muda aspectos que, no entender dos proponentes, vão muito para além do que foi votado pelos portugueses em referendo, como por exemplo a isenção de pagamento de taxas moderadoras por parte de quem aborta e a proi-bição de objectores de consciência poderem fazer parte das consultas de aconselhamento.

Page 5: Jornal da Familia

5Dezembro 2014 (622)

Opinião

Cont. da Pág. 1

Que desgraça na vida aconteceu...

Por Armindo Monteiro.Camilo Pessanha,

poeta português dos primórdios

do séc. XX, em memória de sua falecida mãe, escre-veu, em Macau, um poema,

cujos primeiros versos, dizem “Mãe, que desgraça na vida aconteceu, ficaste insensível e gelada, todo o teu perfil esmoreceu…!”

Assim também muitos pais e mães do nosso país, com o co-ração cheio de amargura, lhes apetece, em clamor, gritar a ple-nos pulmões “Que desgraça nos aconteceu!”.

Ele é a emigração dos seus filhos para o estrangeiro em bus-ca de meios de vida que uma pátria madrasta lhes recusou, de uma pátria que lhes negou o pão de cada dia, de uma pátria que mente atirando números de desempregos em queda real por-que a pressão dos candidatos ao emprego debandaram para outras paragens.

Ele é uma faixa de cerca de 2 milhões de compatriotas nossos numa situação detectada de po-breza, que tecnicamente é recon-ducente a menos de 10 dólares diários para satisfação das neces-sidade diárias básicas de alimen-tação, vestuário, medicação e alo-jamento, suas e do seu agregado familiar.

Ele é uma insegurança, até agora incipiente, mas que come-ça a enraizar e de que têm sido vítimas, principalmente, os mais idosos e isolados.

Ele é uma criminalidade, em crescendo, no seio da família, ao nível aterrador do uxoricídio e do abuso sexual, de que são alvo os mais fracos e indefesos, sempre as mulheres e as crianças, os eter-nos sofredores dos mais fortes e dos que, para satisfação da sua líbido, doentes ou sem o serem, endereçam as suas insaciáveis e incontroláveis tendências às suas vítimas.

Ele é um país mórbido, doen-tio, patológico, atingido pelo ven-to iracundo do norte que espalhou os micro-organismos agressivos aos pulmões, à revelia da culpa de quem quer; nem pensar pelo in-cumprimento de normas técnicas, que nós somos escrupulosos ob-servadores de regulamentos e ordenações; indemnizar os familiares dos que partiram ou os que jazem debilitados no leito do hospital, é do ou-tro mundo, o nosso gabinete jurídico está já incumbido de tratar do assunto…, é a linguagem da desculpa e enxotar nacional.

Ele é uma terra que está a aterrar-nos e enterrar-nos com impostos. Só perde, é voz corrente, quem tem. Es-tamos avassalados por um

furacão diabólico, numa carga fiscal, própria de um sistema li-beral, mais amarelo, a tender para o vermelho, do que outra cor, apoiado por uma estrutura per-secutória que não olha a meios e nem a proporções, tudo em nome de um cofre financeiro bem cheio, com um “cash“ gordo, lu-zidio, anafado, a transbordar de cheio para, daqui por uns anos, no mais puro do samaritanismo, consolar os que foram espolia-dos, como se alguém acreditasse em tão caritativo gesto…!

Ele é um conjunto vasto de pessoas que começam a mostrar, tal como o pato, ao emergir à tona da água, depois de muito se proteger com o unto do uropígeo da frieza da água, um clima de “torção“ de regras e valores fun-damentais, que dá para encher os bolsos, sem esforço, apaga a ver-gonha e o respeito que lhe deviam merecer os cidadãos limpos deste país, conhecido em muitos mun-dos, até lá para os lados de fala em mandarim e árabe, para não falar na Europa próxima, com que também aprenderam alguma coisa e noutros continentes, como um país de muitos oportunistas e alargada gente sem grande escrú-pulo, pronta, deixando-a, acon-chegar o monte dos seus haveres.

Ele é uma praga de gente sub-sidiada que vive sem dobrar a cerviz, vinda dos quatro cantos do mundo, esvazia cofres, gera tumulto, esparge lassidão, acres-centando mau ao já nosso muito de mau.

Não admira que a família atravesse uma das fases mais crí-ticas entre nós; o amor deu lugar à atracção e dura enquanto esta durar; o espírito de sacrifício à experiência e à desresponsabili-zação; a pedra angular da socie-dade pois é nela que se cultivam os valores essenciais à construção saudável do mundo cedeu, ruiu, e só muito a custo, pontualmente, a autoridade dos pais, o respeito entre todos os seus membros, a generosidade entre marido e mu-lher, o perdão e a tolerância, fonte de estabilidade social, vem ao de cima, com delatores a cada canto, mais interessados em desagregar do que construir, cultivando um academismo balofo, quantas ve-zes pingue e fácil.

É altura de apregoar bem alto “Que desgraça nos aconteceu…“, ainda que, de riso de orelha a orelha, nos tentem convencer do contrário, como já boa parte dos ouvintes se deu conta...

Natal a Festa e a Famíliaro dia”, comemorativo da ressur-reição de Jesus marca o ritmo da semana. É o “dia sagrado” dedica-do ao “Senhor”, sem trabalho, dia da assembleia (ecclesia » igreja) eucarística, memória permanente e actualização do Mistério Pascal, da morte e ressurreição do Senhor. O Tríduo Pascal, o período que a prepara e as celebrações que o prolongam constituem o cerne do Ano Litúrgico que deu origem aos seus desenvolvimentos. “O ano litúrgico é o desenrolar dos dife-rentes aspectos do único mistério pascal. Isto vale sobretudo para o ciclo das festas à volta do mistério da Encarnação (Anunciação, Na-tal, Epifania) que comemoram o princípio da nossa salvação e nos comunicam as primícias dos mis-térios da Páscoa” (CIC 1171).

O Natal celebra o mistério da Encarnação do Filho de Deus, o seu nascimento na carne, a mani-festação e acção terrena de Deus--Homem. O Natal celebra a con-dição humana do Filho de Deus e reciprocamente a elevação da humanidade à participação da di-vindade. A revelação do mistério comporta a incorporação da reali-dade humana na esfera do divino.

Os evangelhos não dão gran-de importância à família de Jesus. Apenas Mateus e Lucas, nos anúncios e narrativas relacio-nadas com o nascimento de Jesus acentuam claramente o Seu enrai-

zamento numa família humana. O mistério da Encarnação do Filho de Deus envolve a realida-de familiar no seio da qual ele assumiu a hu-manidade. O calendário litúrgico foi incorpo-rando na órbita do Na-tal, mas com carácter distinto, as celebrações referentes à família de Jesus.

A liturgia muito cedo associou o culto a Maria, “Mãe de Deus” à celebração no mistério da En-carnação do Filho de Deus. “En-viado do Céu no seio da Virgem, concebido em seu ventre, ele se fez carne e se manifestou como seu Filho, nascido do Espírito e da Virgem” (Tradição Apostólica de Hipólito de Roma, cit. O Ano Li-túrgico, p. 241). A Igreja bizantina começou a celebrar, no séc. V, a 26 de Dezembro, a festividade da Mãe de Deus que, no séc. VII, foi adoptada por Roma, e colocada na oitava do Natal. Associada poste-riormente à Circuncisão de Jesus, foi retomada em 1969, com a de-signação de “Solenidade de Maria Santíssima, Mãe de Deus” no dia 1 de Janeiro.

Curiosamente foi o laicismo, a separação da Igreja do Estado, a legislação civil do divórcio, o casamento à margem da Igreja, a dessacralização da vida familiar, as mesmas circunstâncias que

levaram a República a declarar o Natal Festa da Família, que desper-taram a Igreja para a ur-gência de revalorizar os aspectos propriamente cristãos e sacramentais da família e promover os valores morais, espi-rituais e sociais ineren-tes à condição familiar. Com essa preocupação, o Papa Bento XV insti-tuiu uma Festa dedica-da à “Sagrada Família”. Aproximou-a da órbita do Natal, situando-a no domingo a seguir à Epi-fania. A Sagrada Família de Nazaré é proposta às famílias como modelo das virtudes familiares e sua intercessora. No pon-tificado de João XXIII, a

Festa foi colocada mais próximo do Natal, no domingo a seguir.

O Natal é hoje uma Festa glo-bal. Ao aumentar a sua abrangên-cia, foi perdendo a especificidade da sua identidade religiosa e social cristã. A crise da família, o enfra-quecimento da sua coesão, o fosso entre gerações, a dispersão da fa-mília alargada, tendem a converter as reuniões familiares de Natal em encontros de coexistência, exercí-cios de tolerância e distribuição de prendas.

Na família e através dela re-cebemos a vida, experimenta-mos e desenvolvemos os laços afectivos básicos, exercitamos a cooperação e a interacção e suas crises, acolhemos os valores bá-sicos e as convicções que estru-turam a nossa personalidade e fundamentam as nossas decisões e compromissos. É na família que construímos a nossa identi-dade. Dessa identidade faz parte a nossa experiência de Deus, as nossas experiências individuais e também as nossas experiên-cias comunitárias em família. O Advento e Natal são tempo para fortalecer os laços da nossa iden-tidade cristã em família, encon-trando-nos com o Deus que vem ao nosso encontro, se faz próxi-mo e caminha connosco. Pode-mos fazê-lo, criando em família clima para partilhar a Palavra de Deus, para a oração comum, para a atenção e disponibilidade maior de uns para com os outros, para receber Deus que vem ao nosso encontro para nos ajudar a ser mais autênticos, a ir além de nós mesmos, a viver do amor de Deus. Demos espaço a Deus para que “nos conduza para além de nós mesmos a fim de alcan-çar o nosso ser mais verdadeiro” (AE ,8).

Mais um ano passouMais um Dezembro chegouE com ele veio o NatalUma festa de alegriaEm que reúne a famíliaNuma união fraternal

Natal, palavra tão belaToda ela se revelaEm ternura, amor e luzPorque uma estrela brilhouE a todos anunciouO Nascimento de Jesus

Com todo o poder DivinoNasceu um lindo MeninoDe beleza DivinalNa Sua coroa de luzTrazia escrito JesusE também Feliz Natal

Natal - Palavra tão BelaNatal, símbolo de alegriaDe muita luz e magiaUma festa sem igualEm qualquer uma criançaHá um sorriso de esperançaNa vinda do Pai Natal

Mas não podemos esquecerQuem está no mundo a sofrerSem um lar, carinho e pãoOnde a guerra destrói vidasCrianças ao abandono perdidasAí, não há Natal… não

Anda daí meu amigoNeste Natal vem comigoAjudar e dar a mãoMuitas mãos todas unidasPodem salvar muitas vidasQue sofrem na solidão

Às crianças e aos velhinhosA quem faltam os carinhosEsquecidos do seu valorVamos nós estar de mão dadaLevar-lhe em troca de nadaUm pouco do nosso amor

E que este Natal seja a esperançaD’uma sublime aliançaEntre amor, paz e alegriaQue o Deus-Menino nos desseO Novo Ano trouxesse Para todos: um Natal em cada dia

Maria Albertina

“O Advento e Natal são tempos para fortalecer os laços da nossa identidade cristã em família, encontrando-nos com o Deus que vem ao nos-so encontro, se faz próximo e caminha connosco. Podemos fazê-lo, criando em família cli-ma para partilhar a Palavra de Deus, para a oração comum, para a atenção e disponibilida-de maior de uns para com os outros, para receber Deus que vem ao nosso encontro para nos ajudar a ser mais autênti-cos, a ir além de nós mesmos, a viver do amor de Deus”.

Page 6: Jornal da Familia

6 Dezembro 2014 (622)

Igreja e Família

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FuNDADOr: Mons. Joaquim Alves Brás - PrOPrIETárIO/EDITOr: INSTITUTO SECULAR DAS COOPERADORAS DA FAMÍLIA - Contribuinte nº 500 746 230 - Directora: Dulce Teixeira de Sousa - Administração: Cristina Margarida dos Reis, Rua de Sto. António à Estrela, 35 - 1399-043 LISBOA - Tel: 213942425 - Fax. 213962502Email: [email protected]ção/ Composição/ Paginação: Mª da Conceição Gomes Vieira

Rua Sociedade Farmacêutica, 39; 1150-338 LISBOA - Tel: 213513060 - Fax: 213141186Email: [email protected]: Octávio Gil Morgadinho; Mª Deolinda Araújo; Lucinda Teixeira; Teresa do Céu; Armindo Monteiro; Juan Ambrosio; Fabião Baptista; Mª Helena H. Marques; Natália Matos; Marina Amaro; M.ª Helena Seixas ; M.ª de Fátima Castanheira;

Fontes: Ecclesia, Zenite, Rádio Renascença; Notícias ao minuto, jornais diários, outras. Impressão/Expedição - Gráfica Almondina - Zona Industrial - Apartado 29- 2354-909 Torres NovasTel: 249830130 - Fax: 249830139 - Email: [email protected]. Legal 137735/99 - Tiragem 10.00

Ficha Técnica

Registo ICS nº 101.387

mENsárIO

VIII Encontro Mundial das FamíliasInscrições abertas - 22 a 27 de setembro de 2015O Arcebispo de Philadelphia

(Estados Unidos), Dom Charles Chaput, anunciou a 12 do pas-sado mês, que já se encontram abertas as inscrições para parti-cipar no Encontro Mundial das Famílias que se realiza cada três anos e foi instituído por São João Paulo II em 1994 – Ano da Famí-lia -. O Papa Francisco também já confirmou a sua presença em Fi-ladélfia, neste importante evento. Síntese das catequeses

As catequeses preparatórias para o VIII Encontro Mundial das Famílias, da autoria do Pontifício Conselho para a Família e da Ar-quidiocese de Filadélfia (Estados

Unidos), já se encontram disponí-veis no syte oficial do Encontro, embora tenham que ser compra-das. Foram publicadas através da editora “Our Sunday Visitor” e contam com versões em inglês e espanhol, em papel e formato electrónico.

Estas catequeses desempe-nham um papel fundamental na preparação de cada Encontro, a nivel mundial e destinam-se a pessoas de todas as idades. Impri-mem ao encontro um dinamismo e um colorido especial.

O documento reflecte os en-sinamentos da Igreja a partir da razão de ser da vida humana e trata temas como o amor huma-no, o sacramento do matrimónio, a abertura à vida, entre outros.

- “O amor é a nossa missão”, e é por amar a Deus e uns aos ou-

tros que seremos plenamente vi-vos.” – Este é o grito que se quer fazer ressoar em todo o mundo, a partir de Philadelphia. "As verda-des sobre a família, reunidas no documento preparatório da Igreja para cada EMF (...), têm acen-tuações particulares baseados nos assuntos que o país anfitrião e o mundo estão a enfrentar no momento da redação", explica a apresentação oficial do texto. O documento é também a base que inspirará as conferências, as ativi-dades juvenis e todos os eventos culturais. O guião está dividido em 10 temas principais. O pri-meiro (1) deles, "Criados para a alegria", fala do sentido trans-

cendente da vida humana, que não surge do acaso ou da simples interação das leis naturais, mas diretamente da vontade criadora de Deus. O segundo tema (2), "A Missão do Amor", aborda a razão de ser do existir de cada um dos seres humanos: "acolher o amor de Deus e mostrar o amor de Deus aos demais", assim como a missão de "curar um universo ferido" no qual o homem está cha-mado a ser testemunha e co-operador.

Os seguintes temas (3 e 4), estão relacionados com o significado cristão da sexua-lidade humana e a doutrina da Igreja sobre o Sacramento do matrimónio, assim como sua inerente fecundidade (5) e as diversas maneiras

de como a vida humana se torna fértil, de acordo com as distintas vocações ao serviço de Deus (6). O documento reflecte, também, o facto e o modo como a família constitui um valioso testemunho, enquanto "escola do amor, de compaixão, de perdão, de respei-to mútuo, de paciência e humil-dade no meio de um mundo escu-recido pelo egoísmo e o conflito", sendo "Luz num mundo escuro" (7).

Os temas do guia catequético são a proximidade das famílias e as redes de famílias que sofrem situações difíceis (8), o papel da Igreja diante da família e do mun-do como Mãe, Mestra e Família (9) e a missão particular que o Encontro Mundial das Famílias 2015 apresenta aos católicos: "Eleger a Vida". "A Nossa missão

de amor requer c o r a -gem e f o r t a -l e z a " , adverte o docu-mento. " Jesus está a chamar-nos, e nós pode-mos responder, abrindo-nos ao dom da Fé, Esperança, Caridade, alegria, Serviço e Missão".

A apresentação oficial do do-cumento e os links da loja virtual na qual se pode adquirir estão dis-poníveis na página web oficial do Encontro Mundial das Famílias 2015. SITE OFICIAL - http://www.worldmeeting2015.org/

Santos Patronos do Encontro Mundial

São João Paulo IISão João Paulo II, Karol Jozef

Wojtyla, nasceu na cidade de Wa-dowice, Polónia, em 18 de maio de 1920. Foi eleito papa em 1978, o seu pontificado durou quase 27 anos e faleceu no dia 2 de abril de 2005. São João Paulo II é lembra-do por grandes feitos, incluindo o seu amor pelos jovens. Criou as Jornadas Mundiais da Juventude que serviu para reunir milhões de jovens de todo o mundo. São João Paulo II era conhecido pela sua capacidade e disposição para tocar o coração das pessoas em todo o mundo.

Foi um dos líderes mundiais que mais viajou, visitando 129 países durante o seu pontificado. São João Paulo II visitou Filadél-fia em 1979, onde ele entregou à multidão no Parkway. A Sua pai-xão pelo fortalecimento da famí-lia foi ilustrada em 1994, quando deu início ao Encontro Mundial das Famílias. Foi canonizado em 27 de abril de 2014.

OraçãoOre cada dia, com a sua família, pelo bom êxito do En-

contro Mundial

Deus e Pai de todos nós, em Jesus, Vosso Filho e nosso Salvador, nos fizestes Teus filhos e filhas,na família da Igreja.Que a Tua graça e amor ajude as nossas famílias em todas as partes do mundo a unirem-se umas às outras em fidelidade ao Evangelho.Que o exemplo da Sagrada Família, com o auxílio do Espírito Santo, oriente todas as famílias, especialmente aquelas mais problemáticas, para serem casas de comunhão e oração, a procurar sempre a Tua verdade e viver no Teu amor. Por Cristo nosso Senhor. Ámen .Jesus, Maria e José, rogai por nós!

Em 1979, São João Paulo II foi o primeiro papa a visitar Filadélfia, onde disse, em Logan Circle, para quase um milhão de pessoas en-chendo a Benjamin Franklin Parkway. Em 1994, comemorou o primei-ro Encontro Mundial das Famílias, em Roma, que teve como objetivo fortalecer os laços sagrados da família em todo o globo. Após a sua canonização, foi declarado “o papa da família.”

Santa GiannaPadroeira das Mães,

Crianças Não-Nascidas Santa Gianna era pediatra, esposa

e mãe. É conhecida por se recusar a fazer um aborto e uma histerectomia, quando estava grávida de seu quarto filho, apesar de saber que continuar com a gravidez podia resultar na sua morte. Foi beatificada pelo Papa João Paulo II em 24 de abril de 1994 e ca-nonizada a 16 de maio de 2004. O seu marido Pietro e a sua filha Laura, es-tiveram presentes na cerimónia da sua canonização. Pela primeira vez na história da Igreja, um marido é tes-temunha ocular da canonização da sua esposa. Na homilia da missa da sua canonização, o Papa João Paulo II chamou a Gianna “um simples, mas mais do que nunca, mensageiro significativo do amor divino.”

(publicado em gaudiumpress.org)

Papa pede "mobilização das consciências em favor dos cristãos perseguidos"

O Papa Francisco lançou um vigoroso apelo por todas as comunidades cristãs vítimas de perseguição e violência no mundo, especialmente no Médio Oriente. "Com grande apreensão acompanho os dramáticos acontecimentos de cristãos que em várias partes do mundo são perseguidos e mortos por causa de suas crenças religiosas – disse o Papa –. Eu sinto necessidade de expressar a minha profunda proximidade espiritual às comunidades cristãs duramente atingidas pela absurda violência que não mostra sinais de término, e encorajo os pastores e fiéis a serem fortes e firmes na esperança." Mais uma vez, o Papa dirigiu "um apelo urgente a todos os líderes políticos a nível local e interna-cional, bem como a todas as pessoas de boa vontade, para que realizem uma grande mobilização das consciências em favor dos cristãos perseguidos. Eles têm o direito de encontrar segurança e serenidade em seus próprios países, professando livremente a própria fé. (cf. Zenit.org,12/11/2014)

Page 7: Jornal da Familia

7Dezembro 2014 (622)

Actualidade e Família

Por Fabião Baptista.O Natal e a Família

Assim se vive o Natal

Fabião Baptista

Cont. da pág. 3

Pais e Filhos

A criatividade no Matrimónio

susceptível de enfraquecimento ou ruptura; mas também se pode fortalecer cada vez mais; muitas vezes, este fortalecimento passa justamente por uma luta e um esforço de superação de crises e desenganos. Passa por construir novas oportunidades, por se es-forçar, em cada dia, em ser cria-tivos. Algumas sugestões:Surpreender o outro com algo

que sabemos que o pode deslumbrar

Não é necessário pensar em coisas ou situações extraordiná-rias. Por vezes os detalhes mais simples podem ser acolhidos com a maior gratidão e alegria: uma mensagem carinhosa no te-lemóvel na primeira hora do dia; um gesto de ternura inesperado; uma escapadela a um sítio que sabemos que agrada imenso ao outro, etc.

Planificar conjuntamenteos distintos momentos

do ócio familiar Tendo em conta as situações

que ajudam os dois (casal) a partilhar afetos, diversões, expe- riências ou gostos semelhantes, e permitam sentir-se em plena co-munhão e que juntos, desfrutem todas essas emoções.

Trabalhar mutuamente para que cada um «tenha vida pró-pria», a cultive, a faça crescer numa rede de relações sociais fecundas e sinta que o seu côn-juge o ajuda, contribui e acom-panha. Sem dúvida, isto requer uma atitude de amor para o outro e uma confiança plena. Acredi-tar no outro, em tudo o que pode nascer de novo e fazê-lo emergir. Na medida em que se é capaz de potenciar e respeitar que o outro possa encontrar noutros lugares e em outras relações o que nunca se lhe pode oferecer, por sua vez, amá-lo e ‘reparti-lo’, permitirá também que este se sinta feliz ao nosso lado e desse modo, con-tribuir mais para a sua completa realização.

Improvisar passeios, saídas, espaços de conversação… que ajudem os esposos a desfrutar

da companhia um do outro Que permitam, sensatamen-

te, «estar» conscientemente com a pessoa que se ama, sem pres-sas… totalmente atentos.

Por último, o que acima está escrito, não significa viver em tensão permanente e doentia, num esforço para se ser criativo cada dia e com uma frequência obsessiva. Os silêncios partilha-dos no amor e o relaxamento que levam a estar bem com o outro, mesmo depois de muitos anos de convivência, podem ser formas de conhecimento profundo e de bem-estar espiritual. Às vezes, nem sequer é necessário falar, se não se pode melhorar o silêncio.

Em definitivo, como em todas as coisas, trata-se de encontrar um ponto de equilíbrio.Textos Bíblicos: Rm 8, 31-39; Rm 12, 1-13;1C 13, 1-8; Col 3, 12-17; Jo 15, 9-12

Pontos de reflexão:1. Que aspectos debilitam ou difi-cultam o amor no nosso matrimó-nio? Que alternativas podemos pensar, juntos?2. Quais são os aspectos que mais valorizo no meu cônjuge? Como os posso potenciar?3. Partilho afetos, diversões, gos-tos… com o meu cônjuge? Que podemos fazer para desfrutar jun-tos?4. Que atitude adoptamos diante de uma dificuldade ou conflito entre nós? Que podemos fazer para encontrar alternativas?5. Acreditamos que é necessário introduzir elementos novos no nosso matrimónio? Quais? Por-quê?6. Que poderei fazer para surpre-ender o meu cônjuge?(cf. La Sagrada Família, agosto-setem-bre-octobre, 2014).

Se na sua vida…Existirem pedras; Não desista de andar…Existirem barreiras; Não desista de passar…

Existirem os nós; É preciso desatar…Se a estrada for longa; Não desista de chegar…Se o cansaço chegar; É preciso caminhar…Se existirem derrotas; será necessário aprender com elas…Se existir o desamor; É fundamental amar…Na verdade, tudo o que se busca nesta vida é ser feliz,E para isso não devemos desistir nunca…Busquemos dentro de nós a força que nos move,a Esperança, a Coragem, a Fée teremos plena consciência de que estamos a esforçar-nos para conseguir a felicidade que é nossa!!!Lembre-se sempre de que: “Não são as dificuldades do ca-minho que te (nos) magoam os pés, mas a pedra que tens (temos) no sapato que torna difícil o teu (nosso) caminhar”

(André Rondán)

Estamos de novo no NA-TAL, na festa da FA-MÍLIA, por excelência. Jesus veio ao mundo,

através duma FAMÍLIA e duma fa-mília pobre.

As primeiras testemunhas deste misterioso acontecimento, foram os pegureiros de Israel. Destarte, foi num paupérrimo ambiente de pobreza humana que Deus se quis manifestar e se revelou na glória dos Céus.

Foi numa gruta húmida e escura que o Inacessível quis vir ao mundo do pecado, para salvar os homens…

A grande maioria das famílias, ainda hoje se reúne, festivamente, em sucessivas confraternizações, de carinho e amor fraternal. Vêm de longe familiares, para poderem con-soar juntos. O NATAL é pois um elo

agregador, motivo forte para refle-xões sobre o que é fundamental, na sociedade contemporânea, especial-mente sobre o que é imprescindível para a coesão e felicidade das famí-lias da actualidade.

Hoje, com muita frequência, de-paramos com famílias monoparen-tais ou outras onde coabitam filhos “meus”, filhos “teus” e filhos “nos-sos”. Ora isto significa que houve desagregações familiares, dissídios e quezílias entre cônjuges, lares des-feitos.

E podem crer que a primordial razão para estes conflitos e desagre-gação social, reside, invariavelmen-te, na instabilidade familiar, na de-cadência da “família patriarcal” que servia de seguro apoio, para afastar muitos problemas sociais.

Frequentemente ouvimos falar na ausência de valores, na crise dos ambientes familiares. Porém, muito pouco ou mesmo nada se tem feito, para debelar esta crise, este verda-deiro escalracho social.

Almeida Santos, o político que foi presidente da Assembleia da Re-pública, escreveu há tempos, no seu livro “Do outro Lado da Esperança” que “ainda não batemos no fundo, em matéria de valores hereditários”.

Todavia, a crise de valores é uma realidade bem patente à vista de to-dos e existe de forma preocupante”.

Concordamos, plenamente, com o pensar deste político, acrescentan-do que, como principal alçaprema, para incentivar esta ausência de va-lores, encontra-se a onda da imorali-dade que grassa na sociedade coeva: a irresponsabilidade de certa juven-tude e a superficial cultura dos cida-dãos, embora ostentando maior nú-mero de anos de escolaridade liceal.

A massificação, o objectivo de orientar a sociedade, segundo certos modelos e de dirigir a uniformidade tecnocrata segundo certos princí-

pios e ínvios caminhos, são outros tantos factores que provocam a de-sumanização da vida hodierna e que leva a que o Homem se reduza a um simples factor de produção, a um ser completamente desenraizado, sem personalidade e com total ausência de nobres ideais, desses ideais que antigamente eram cultivados, de pais para filhos e que eram tidos como ouro de lei.

Uma simples e despretensiosa análise desta situação, leva-nos, in-variavelmente, à conclusão que tudo isto tem por base, a desintegração da Família, a falta de respeito mútuo, entre os membros de um agregado familiar, às campanhas tenebrosas que instigam a novas formas de famílias, que se fundamentam, não no sacrossanto amor recíproco, mas sim no hedonismo, de facto e de di-reito, no “amor carnal” e ocasional, no simples prazer animalesco, de-turpando e por vezes vilipendiando os ancestrais valores da “FAMILIA

TRADICIONAL”.É assim, é deste modo

que a família tradicional se vai esboroando, dissipando--se os ancestrais valores que o homem produziu e preservou, ao longo dos tempos.

O amor, que cimentava, por elos inquebrantáveis e laços indeléveis e fazia da FAMÍLIA a unidade socioló-gica natural, a paz patriarcal e afectiva, entre os seus mem-bros, começa a diluir-se.

Com que nostalgia recor-do o tempo (que se Deus qui-ser há-de voltar), em que na

sua generalidade, as famílias eram verdadeiros modelos de convivên-cia, de união, de conduta, verdadei-ra escola de jovens e adolescentes e com os quais se identificavam, bem

ao invés do que sucede hoje, em que a nossa mocidade vê os tradicionais valores a serem desprezados, oblite-rados, destruídos implacavelmente, sendo vulgarmente delapidados e substituídos por uma pseudo ética social, que arrasta os jovens para o desvario, para um estado de passi-vidade espiritual, vazia de sentido.

Evidentemente que também não podemos dramatizar a actual conjuntura social. Se a presente si-tuação é genericamente má, o pes-simismo também não ajuda nada, nem nos conduz a lado nenhum…

Se não vejamos. Não há dúvida que nem tudo está perdido. No ho-rizonte social, já começam a surgir valores que entroncam nos princí-pios judaico/cristãos, o que muito nos anima e até a sociedade contem-porânea parece estar a mudar.

A dignidade e segurança da fa-mília, começa a vingar em defesa de uma filosofia vivencial. Veja-se como imensos jovens estão a ade-rir ao “Voluntariado”, trabalhando em causas nobres, nobilitantes e em prol de organismos de benemerên-cia. Veja-se como milhões de jo-vens, ocorrem aos locais visitados pelo Papa. Recorde-se ainda as pa-lavras de James Wilson, a propósito da campanha de angariação de fun-dos, contra a pobreza: “No público combate, contra a pobreza, tenta-mos quase tudo, excepto uma coi-sa, que era dar mais importância a certos valores, como seja, recons-truir a FAMÍLIA. Por mais difícil que seja, é primordial proteger a FAMILIA”.

Que neste NATAL se revigorem os laços familiares e se regenere a esperança de um mundo melhor para 2015, em que haja paz, menos divórcios e que a solidariedade con-jugal e o espírito de serviço, a fa-vor dos mais carenciados, seja uma constante, vencendo o egoísmo, o hedonismo e o repelente individua- lismo, infelizmente hoje tanto em voga.

Poucos presépios eu viSó luzes, sempre a brilharMuita gente em frenesiCorrendo p’rá aqui e p’rá liCom pressa de prendas comprar

Também não faltam cançõesAtroando nossos ouvidosMelodias aos milhõesQue põem os coraçõesEm sobressalto, aturdidos

Não há presépios aquiAnda tudo enganadoNem o Menino eu vi- Sabes, já te não querem a Ti.Deus-Menino foi trocadoMas sem Ti, está tudo erradoO NATAL fica ofuscado…

Parece já não haver crentesNo mundo sem lei, nem rumoSó há compras e presentesSó coisas fúteis, sem sumoNestes tempos de consumo…

Até Tu foste trocadoPor velho caricaturalDe propósito retiradoDo lugar que Te foi dadoNuma noite divinal…

Mas senhores, com pai-natalTudo é desvirtuadoE também adulteradoNeste dia sem igualEm que se festeja o NATAL…

Requiem por Alma de Dulce Teixeira de Sousa

Fabi

ão B

aptis

ta

Foste Consagrada companheiraDinâmica CoordenadoraEspalhando fraternidade à tua beiraDeslumbraste como estrénue directoraPartiste em Paz, serenamenteCom os olhos sempre fixos no SenhorFoste um exemplo de real valor Que permanecerá eternamente‘stás na companhia do Senhor, eternidadeEmbora fosse dolorosa a partidaDeixando em todos um rasto de saudade…Já que em vida foste exemplo de bondadeQue Deus te dê, recompensa merecidaEntre esplendores de luz e santidade…

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Há dias...

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As XXVI Jornadas Nacionais da Pastoral Familiar vão realizar--se num momento particularmen-te importante da vida da Igreja. Nesses dias, enquanto, em Roma ainda decorre e será encerrada a III Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”, já se prepara o VIII Encontro Mundial das Famílias 2015, em Filadélfia,

Departamento Nacional da Pastoral Familiar sobre “O amor é a nossa missão: Família plenamente viva”.

Para nos ajudar na sintonia com este pulsar da Igreja, a Co-missão Episcopal do Laicado e Família quis que as Jornadas tra-tassem do lugar da família na vi-talidade da Igreja, em íntima co-nexão com a dimensão eclesial na vitalidade da família.

O tema Família e fecundidade da Igreja, evocando este binómio,

reforçará a nossa comunhão com a Igreja em Sínodo e a abertura aos seus desafios e novos rumos, ao mesmo tempo que nos prepara a trilhar desde já o percurso prepara-tório do Encontro Mundial das Fa-mílias. Pelas suas competências e acompanhamento muito próximo dos passos preparatórios do Síno-do e do Encontro Mundial, foram convidados como orientadores o Padre Juan Luís Larrú, Decano do

Pontifício Instituto João Paulo II, em Espanha, e o Padre Duarte da Cunha, Secretário da Confedera-ção das Conferências Episcopais da Europa. É pois com muita ale-gria e grande esperança que, em nome da Comissão Episcopal do Laicado e Família, endereçamos o nosso convite aos Secretariados Diocesanos, Movimentos e todas as famílias (...).

(Fátima e Luís Reis - (Casal Responsável do DNPF)

Vieira Maria

Vigilância na Saúde

Paulo VI, uma luz que brilha no cume do monte

Reviver o passado em...

Ainda Vamos a TempoPág. 6

Os Hediondos “Escudos Humanos”

A Família no centro das atenções

Família em crise...

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À família incumbe a for-mação humana, moral e a orientação inteligente e sadia dos seus membros, menos para a ganância do dinheiro do que para uma forma hon-rada, digna, fiel, e responsável de aquisição e equilibrada do seu gasto.

XXVI Jornadas Nacionais da Pastoral Familiar18 e 19 de Outubro – Fátima – Seminário do Verbo Divino

Inscrições até 11 de OutubroOutras informações: www.leigos.pt

‘Estamos verdadeiramente a entrar num tempo precioso, onde todos somos chamados acontribuir parao anúncio da beleza do Evangelho da Família’

Juan Ambrosio

Ao participar há dias numa Missa campal, o tema da homi-lia foi a família. Ao meu lado decorria um diálogo, mais ou menos nestes termos: “Certa-mente este Papa vai aprovar as adopções pelos casamentos gays. É melhor assim do que as crianças serem maltratadas e por vezes abandonadas. Afinal muitas famílias ‘ditas normais’ abandonam e maltratam os fi-lhos. Nestas circunstâncias não sei o que é melhor…”.

O que ouvi deixou-me in-quieta. O conteúdo deste diálo-go fez-me intuir sérias questões: Primeiro, a falsa expectativa, face ao Sínodo, esperando que tudo vá ser permitido..; segun-do, feitas de um modo tão na-tural, estas afirmações revelam um défice de conhecimento do que é o matrimónio cristão e a sua dinâmica de cresciemnto na fé; terceiro, fica a impressão de que, as famílias cristãs, nestas situações, não marcam pela di-ferença.

‘Nesta babel’ de separações, uniões, re-uniões, divórcios liti-giosos e pacíficos, como se de descartável se trate, muitas ve-zes as crianças são o ‘elo mais fraco’. Ficam sem suporte afec-tivo, sem referências e quantas vezes sem outros meios que possibilitem o seu crescimento e desenvolvimento aos vários níveis.

O ser humano é tão grande e tão digno, quão frágil, o que reclama de quem o cuida, mui-to cuidado, mas também muito respeito, sobretudo nas fases mais tenras, em que a sua per-sonalidade está em construção. O Sínodo pode trazer a simpli-ficação de procedimentos, pode apontar a necessidade de atitu-des mais abertas e mais inclusi-vas; pode dar orientações para obviar processos; pode criar al-guma tolerância face a aspectos mais contingentes, mas a grande mudança, penso, passará por um investimento sério na formação, criando itinerários catequéticos sólidos e esclarecedores, para as várias etapas de crescimento na fé.

Acompanhemos o Sínodo no seu pulsar, com confiança e ora-ção, para que aconteça a mudan-ça que o Espírito sugerir.

A ‘Promessa’ de ontem, con-tinua de pé: “Ele ensinar-vos-à todas as coisas... (Jo 14, 26). Uma aprendizagem que requer um coração aberto ao querer de Deus e não ao que a mim me parece.

AUTORIZAÇÃO Nº DE00282012SNC/GSCCS

ANO LIV – N.º 620

OUTUBRO

de

2014

Fundador: MONs. JOAqUIM ALVes BRás * Propriedade: Instituto secular das Cooperadoras da Família Directora: Dulce Teixeira de Sousa; Administração: Rua de Santo António à Estrela, 35, 1399 – 043 Lisboa

Publicação Mensal – Preço Avulso 0,80 € * Assinatura simples, Portugal 8,00 €, Estrangeiro 12 € * Benfeitor 20,00 €* Benemérito 25.00 €* Associação de Imprensade Inspiração Cristã

Dezembro 2014 (622)

Pensando a Família

A Família no centro das atenções

Por Juan Ambrosio.

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9. ‘Empalavrar’ Deus a partir do amor familiar

O ser humano é um ‘empala-vrador’ da realidade. Com esta expressão, que tomo de Lluis Duch (Monge Beneditino que tem desenvolvido uma intensa e extensa reflexão no âmbito da antropologia), pretende-se sublinhar uma das dimensões fundamentais não só do viver humano, como da sua própria condição. Na realidade, a vida humana, para ser verdadeira-mente humana, não pode apenas ser uma vida sentida, mas tem de ser uma vida com sentido. Dito de outra maneira, é na pro-cura do sentido do viver que a vida deixa de ser simples vida para passar a ser a minha e/ou a nossa vida. Só nessa altura a vida vai para além de um mero acontecimento físico e biológi-co.

Nesse exercício, que pode-mos bem chamar de narração, a palavra ocupa um papel fun-

gamos, pois todos sabemos que ele é muito mais do que aquilo que dele possamos dizer.

Como dizer o indizível? Como abarcar o infinito? Esta é uma dificuldade que todos os crentes sentem. Mas juntamente com esta, sentimos outra, como que de sinal contrário: como silenciar aquilo que nos mar-ca no mais profundo do nosso ser? Como calar uma das expe-riências mais fundamentais do nosso viver? Não há como fu-gir a este dizer, ainda para mais quando o sentimos como fonte de felicidade e salvação que queremos e devemos partilhar com outros.

Quando olhamos para o per-curso que a tradição cristã nos testemunha a este nível há um dado que surge com toda a sua evidência: a gramática utilizada para tentar dizer esta experiên-cia está intimamente relaciona-da com o amor e com a família.

Na Sagrada Escritura, quan-do se quer falar da relação entre Deus e o ser humano essa é a linguagem utilizada, seja no An-tigo Testamento, onde podemos referir-nos, por exemplo, ao li-

vro do Cântico dos Cânticos no qual se fala do amor que une in-timamente o amante e a amada; seja no Novo Testamento, onde, por exemplo, na primeira carta de João se diz explicitamente: “amemo-nos uns aos outros, pois o amor é de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.” (4, 7-8). Quando no Novo Testamento se fala da relação de Cristo com a Igreja é à metáfora matrimonial que se recorre. E esta realidade acaba por desembocar numa reflexão que nos apresenta o matrimónio como sacramento desse mesmo amor e realidade.

Também quando Deus nos quer falar abertamente e dizer--nos tudo o que pensou, sonhou e preparou para nós, é no seio de uma família que assume a condição humana, para concre-tizar esse diálogo e o levar a ho-rizontes jamais imaginados. E quando Jesus nos quer revelar plenamente esse Deus e qual a relação que ele quer estabelecer connosco, é à linguagem das

relações familiares que recor-re, porque só ela é capaz, como nenhuma outra, de nos ajudar a dizer Deus: este Pai que nos ama como filhos e que faz de nós irmãos.

De igual modo os místicos, quando querem traduzir (‘em-palavrar’) a experiência de in-timidade que vivem, se viram para a gramática do amor hu-mano, como tão sublimemente nos testemunham estas duas estrofes que tomo da poesia de Santa Teresa d’Ávila: “Foste por amor criada/Formosa bela e assim/Dentro do meu ser, pintada/Se te perderes, minha amada/Alma, procura-te em Mim. […] E se acaso não sou-beres/Em que lugar Me perdi/Não andes daqui para ali/por-que se encontrar Me quiseres/A Mim, Me acharás em ti!”

Podia continuar a dar exem-plos nesta linha, mas julgo que estes bastam para entendermos que o amor familiar, não sendo a única gramática possível e necessária para falar de Deus, é aquela que mais nos aproxima

do seu Mistério e melhor traduz a relação com ele.

Recorrendo a esta gramática é possível elaborar uma linguagem acerca de Deus capaz de conter simultaneamen-te a distância e a proxi-midade, capaz de dizer Deus como o Outro, mas simultaneamente como aquele que é o Deus con-nosco. A experiência do amor, que cada um de nós vive, pode ajudar--nos a entender melhor a nossa relação com ele, pois sabemos que o amor pode unir no respeito e

na promoção da alteridade do outro, já que quem ama quer verdadeiramente ser um com o outro, e não apenas ser um. E, no fundo, como sabemos bem, a experiência cristã, muito mais do que ser caracterizada por um falar acerca de Deus, é, essen-cialmente, um viver Deus, ex-periência que pode e deve ser traduzida pela relação de amor.

Apesar de todas as suas am-biguidades e fragilidades a ex-periência do amor humano vivi-do em contexto familiar é uma linguagem que nos permite, não só poder narrar melhor a nossa relação com Deus, como fazer esse exercício a partir da própria relação com ele. ‘Empalavrar’ assim o Mistério de Deus, não está com certeza isento de erros e de riscos, mas porque brota dessa relação é algo que profun-damente nos tem de comprome-ter com aquilo que é dito.

Na altura em que nos pre-paramos para celebrar o natal, este é, certamente, um momen-to oportuno para testemunhar e viver essa realidade.

O consumo do tabacoPor Mª Helena Seixas.O ser humano é um

“animal de hábi-tos”. Adquirimos hábitos e rotinas

com facilidade, contudo não é com comodidade que os conse-guimos alterar. Existem certos hábitos que são nocivos para o bem-estar psicológico e físico do ser humano. Um dos mais perigo-sos é o tabaco.

O tabaco é originário de uma planta com o nome científico Ni-cotiana Tabacum.

Vulgarmente o consumo de tabaco surge por imitação, por in-fluência e pressão social.

Ao fumar estamos a inalar fumo que contém mais de 4 mil substâncias tóxicas. Como, por exemplo a nicotina que provoca dependência e dá sabor ao tabaco; o alcatrão que é uma substância gomosa e acastanhada que pro-voca nos dedos e nos dentes dos fumadores um amarelecimento, assim como contém substâncias cancerígenas; o monóxido de carbono, gás altamente tóxico, que reduz a capacidade do sangue para transportar o oxigénio dos pulmões às células dos tecidos e órgãos.

O consumo de tabaco é a prin-cipal causa evitável de numero-sas doenças, morbilidade, mor-talidade e incapacidade a nível mundial.

As doenças que o consumo de tabaco proporciona são muitas e diversas. Com particular realce para o cancro nos diferentes ór-gãos, doenças no aparelho respira-tório, no aparelho cardiovascular e no aparelho reprodutor.

O consumo de tabaco con-tribui para a diminuição da lon-gevidade. Na infância e na ado-lescência, o consumo de tabaco tem consequências imediatas no desenvolvimento e na função pulmonar. Na mulher o consu-mo de tabaco tem como efeitos a diminuição da fertilidade, uma menopausa mais precoce e o apa-recimento de osteoporose. Na gravidez, os efeitos nocivos do tabaco, para a grávida e para o feto são muito graves.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o consu-mo de tabaco um grave problema de Saúde Pública para os fumado-res e para os que estão expostos ao fumo do tabaco. Ainda segun-do a OMS, anualmente, morrem cerca de 5,4 milhões de pessoas fumadoras ou ex-fumadoras e 600 000 pessoas que estão expos-tas ao fumo do tabaco.

Muitas das alterações provo-cadas pelo tabaco são reversíveis se deixar de fumar.

Os benefícios para a saúde são visíveis, quase de imediato e continuam a manifestar-se ao longo dos anos. Assim, se deixar de fumar:

- 20 minutos depois, o ritmo cardíaco baixa;

- 12 horas depois, o nível de monóxido de carbono no sangue fica normal;

- 2 semanas a 3 meses depois, o risco de ocorrência de enfarte do miocárdio desce e a função pulmonar aumenta;

- 1 a 9 meses depois, a ocor-rência de tosse e dificuldade res-piratória diminuem;

-1 ano depois, o risco de doença cardíaca coronária é me-tade do de um fumador;

- 5 anos depois, o risco de aci-dente vascular cerebral iguala o de um não fumador;

- 10 anos depois, o risco de cancro do pulmão é de metade do de um fumador. O risco de cancro da boca, faringe, esófago, bexiga, rim e pâncreas também diminui;

- 15 anos depois, o risco de doença cardíaca coronária é igual ao de um não fumador.

São necessárias múltiplas es-tratégias na prevenção da inicia-ção do consumo de tabaco e na promoção da cessação tabágica.

Se sente motivação, que é considerado o primeiro passo para deixar de fumar, recorra ao Enfermeiro do seu Centro de Saúde ou ao seu Médico de Famí-lia que o encaminharão para uma Consulta de Cessação Tabágica, onde poderá ser ajudado por uma equipa de profissionais de saúde.

Bibliografia: (NUNES, Emília, et alia, Cessação Tabágica, Programa-tipo de actuação, Direcção Geral da Saúde, Gra-diva, 2007; MARTÍ, José Mª Farré (direc.), Programa de Formação, Saúde Familiar, Vol. III, Oceano-Liarte, 2001, pp. 4-11).

A História da madrinha ricacontrário, agora está a braços com turmas sobrelotadas, garotos com fome, com frio e crescentes neces-sidades educativas especiais, mais o peso e o lastro que a vida transtorna-da das famílias lhe atira para dentro, a cada nova manhã. A escola de hoje pode ainda não ser um lume brando de cozer violências, o que não deixa de ser espantoso com toda a fricção

Cont. da pág. 3a que tem estado votada. Mas a sua capacidade de acomodar aquelas a que os seus alunos estão sujeitos começa a exceder-lhe as compe-tências, quanto mais poder garantir que estes, no futuro, não imitarão os modelos de violência que as mãos largas da sociedade lhes oferecem. Sendo assim, não há metas que re-sistam, mesmo

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(RR, 11/11/2014)

damental, pois a procura de sentido tem sempre de ser tra-duzida em palavra(s), num dis-curso que possa ser entendido por cada um e pelos outros. É a este exercício, tão tipicamen-te humano, que se pode chamar ‘empalavramento’.

E este exercício percorre a totalidade da existência, pois aquilo que o ser humano não é capaz de dizer através da pala-vra nunca acaba por compreen-der e, mais importante do que isso, nunca acaba por viver.

Esta nota característica da existência humana tem grandes consequências quando pensa-mos a experiência da relação do ser humano com Deus. Também neste âmbito irrompe a necessi-dade de ‘empalavrar’, para se poder viver mais plena e inten-samente o que se está a expe-rimentar. Mas como fazer isso sem reduzir essa mesma expe-riência ao tamanho da palavra que utilizo? Esta é uma questão central. Não podemos deixar de dizer, de ‘empalavrar’ Deus, mas igualmente ele não pode fi-car amarrado a nada do que di-