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Cont. da pág. 5 O rientada a colmatar um vazio de forma- ção e informação no âmbito familiar, es- pecialmente naquelas famílias que dispunham de poucos recursos monetários para se valorizarem, esta publicação surgiu há 55 anos. Uma certeza, que infelizmente tem hoje uma enorme actualidade, movia o Pe. Brás a tudo fazer para prevenir maiores danos na insti- tuição familiar: «A grandeza ou a decadência da família acompa- nham sempre a grandeza ou a de- cadência dos povos» (Pe. Brás). Olhando o cenário actual a partir desta chave de leitura, en- contramos a razão de muitos ma- les que povoam hoje as nossas sociedades. A “decadência” da família não é, certamente, factor único, a pre- cipitar a decadência dos povos, mas tem nesta conjuntura um pa- pel preponderante. Com a ‘decadência’ da insti- tuição familiar, vulnerabilizaram- -se as referências culturais, axio- lógicas e religiosas; os vínculos e os espaços afectivos de pertença e suporte ao crescimento sólido e harmonioso da pessoa huma- na; mas também os horizontes de sentido e o sentido de Deus, que garantiam e potenciavam a hu- manização da pessoa, o sentido da sua dignidade e sacralidade invio- láveis. A recuperação desta ‘decadên- cia’, a todos envolve, mas a ins- tituição familiar, assume aqui um papel determinante. É urgente va- lorizá-la e enaltecê-la, como fez o Papa que ousou “destacar o papel central da família unida, fecunda e indissolúvel para a formação das novas gerações. Sem esta soli- dez, acaba-se por construir sobre areia, com as graves consequên- cias sociais”. Valorizar, reconhecer e apoiar a família na sua difícil, mas nobre e necessária tarefa de pais e educa- dores, é urgente. Educar e formar é a arte das artes, da qual depende o bem da sociedade, como dizia o Pe. Brás: “Educar bem os filhos é a arte das artes, da qual depende o futuro da sociedade e da Igreja”. Ao longo destes 55 anos, o Jor- nal da Família, atento às constan- tes transformações, tem procura- do manter-se fiel à linha editorial traçada, e esse, continua a ser hoje o seu propósito, contando sempre com o valioso e imprescindível contributo dos seus assinantes e colaboradores. Vieira Maria 55 anos… Parabéns! à globalização da fraternidade. Globalizar a Fraternidade Por Octávio Morgadinho . da globalização da indiferença O caminho para a paz: (Papa Francisco) N o passado tri- mestre o Papa Francisco fez duas “saídas” enquadradas nos objectivos missionários que persistentemente tem prosseguido: Enfrentar a rea- lidade do nosso tempo, ir directamente ao essencial nos princípios que definem a nossa humanidade comum; acolher as diferenças com uma perspectiva construtiva; pro- curar o diálogo e promover a mobilização de pessoas e insti- tuições para acções comuns de resposta aos problemas urgen- tes da sociedade global. No Parlamento Europeu, na Turquia, dirigindo-se aos go- vernantes, às autoridades islâ- micas, ao Patriarca Ortodoxo de Constantinopla, na Mensagem para o Dia Mundial da Paz, o Papa Francisco insiste no tema da dignidade da pessoa humana, São rosas, meu senhor Mais de cinco milhões de crianças precisam de assistência humanitária Ainda sobre Nash... “Natal! uma Luz resplandece nas trevas”!... Oito conselhos do Papa Francisco para melhorar a vida em família Pais e Filhos Cuidar quem cuida Página 3 Página 6 Página 5 Página 4 Página 8 Página 7 O Jornal da Família deseja a todos: • Assinantes • Leitores • Colaboradores um Bom Ano. Que a construção da Fraternidade seja o marco mais forte na vida de cada um!... A Família no centro das atenções Cada homem vale por si, é fim de si mesmo, não pode ser usado como objecto, não é uma coisa. O homem é um ser relacional. Toda a pessoa se realiza em relação com as outras pessoas no respeito da autonomia e liberdade de cada um, da sua comum dignidade. A fraternidade conci- lia a “multiplicidade e a diferença” dos seres humanos. AUTORIZAÇÃO Nº DE00282012SNC/GSCCS ANO LV – N.º 623 JANEIRO de 2015 Fundador: MONS. JOAQUIM ALVES BRáS * Propriedade: Instituto Secular das Cooperadoras da Família Directora: Mª Alice Marques Cardoso; Administração: Rua de Santo António à Estrela, 35, 1399 - 043 Lisboa Publicação Mensal - Preço Avulso 0,80 * Assinatura simples, Portugal 8,00 , Estrangeiro 12 * Benfeitor 20,00 * Benemérito 25.00 * Associação de Imprensa de Inspiração Cristã

Jornal da Familia

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Janeiro 2015

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Page 1: Jornal da Familia

Cont. da pág. 5

Orientada a colmatar um vazio de forma-ção e informação no âmbito familiar, es-

pecialmente naquelas famílias que dispunham de poucos recursos monetários para se valorizarem, esta publicação surgiu há 55 anos.

Uma certeza, que infelizmente tem hoje uma enorme actualidade, movia o Pe. Brás a tudo fazer para prevenir maiores danos na insti-tuição familiar: «A grandeza ou a decadência da família acompa-nham sempre a grandeza ou a de-cadência dos povos» (Pe. Brás).

Olhando o cenário actual a partir desta chave de leitura, en-contramos a razão de muitos ma-les que povoam hoje as nossas sociedades.

A “decadência” da família não é, certamente, factor único, a pre-cipitar a decadência dos povos, mas tem nesta conjuntura um pa-pel preponderante.

Com a ‘decadência’ da insti-tuição familiar, vulnerabilizaram--se as referências culturais, axio-lógicas e religiosas; os vínculos e os espaços afectivos de pertença e suporte ao crescimento sólido e harmonioso da pessoa huma-na; mas também os horizontes de sentido e o sentido de Deus, que garantiam e potenciavam a hu-manização da pessoa, o sentido da sua dignidade e sacralidade invio-láveis.

A recuperação desta ‘decadên-cia’, a todos envolve, mas a ins-tituição familiar, assume aqui um papel determinante. É urgente va-lorizá-la e enaltecê-la, como fez o Papa que ousou “destacar o papel central da família unida, fecunda e indissolúvel para a formação das novas gerações. Sem esta soli-dez, acaba-se por construir sobre areia, com as graves consequên-cias sociais”.

Valorizar, reconhecer e apoiar a família na sua difícil, mas nobre e necessária tarefa de pais e educa-dores, é urgente. Educar e formar é a arte das artes, da qual depende o bem da sociedade, como dizia o Pe. Brás: “Educar bem os filhos é a arte das artes, da qual depende o futuro da sociedade e da Igreja”.

Ao longo destes 55 anos, o Jor-nal da Família, atento às constan-tes transformações, tem procura-do manter-se fiel à linha editorial traçada, e esse, continua a ser hoje o seu propósito, contando sempre com o valioso e imprescindível contributo dos seus assinantes e colaboradores. Vieira Maria

55 anos…Parabéns!

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Globalizar a Fraternidade

Por Octávio Morgadinho.

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No passado tri-mestre o Papa Francisco fez duas “saídas” e n q u a d r a d a s

nos objectivos missionários que persistentemente tem prosseguido: Enfrentar a rea- lidade do nosso tempo, ir directamente ao essencial nos princípios que definem a nossa humanidade comum;

acolher as diferenças com uma perspectiva construtiva; pro-curar o diálogo e promover a mobilização de pessoas e insti-tuições para acções comuns de resposta aos problemas urgen-tes da sociedade global.

No Parlamento Europeu, na Turquia, dirigindo-se aos go-vernantes, às autoridades islâ-micas, ao Patriarca Ortodoxo de Constantinopla, na Mensagem para o Dia Mundial da Paz, o Papa Francisco insiste no tema da dignidade da pessoa humana,

São rosas,meu senhor

Mais de cinco milhões de crianças precisam deassistência humanitária

Ainda sobre Nash...

“Natal! uma Luz resplandece nastrevas”!...

Oito conselhosdo Papa Franciscopara melhorar a vida em família

Pais e FilhosCuidar quem cuida

Página 3

Página 6

Página 5

Página 4

Página 8

Página 7

O Jornal da Família

deseja a todos: • Assinantes• Leitores• Colaboradores

um Bom Ano.Que a construção da Fraternidade

seja o marco mais forte na vida

de cada um!...

A Família no centro das atenções

Cada homem vale por si, é fim de si mesmo, não pode ser usado como objecto, não é uma coisa. O homem é um ser relacional. Toda a pessoa se realiza em relação com as outras pessoas no respeito da autonomia e liberdade de cada um, da sua comum dignidade. A fraternidade conci-lia a “multiplicidade e a diferença” dos seres humanos.

““

AUTORIZAÇÃO Nº DE00282012SNC/GSCCS

ANO LV – N.º 623

JANEIRO

de

2015

Fundador: MONs. JOAquIM ALVEs BRás * Propriedade: Instituto secular das Cooperadoras da Família Directora: Mª Alice Marques Cardoso; Administração: Rua de Santo António à Estrela, 35, 1399 - 043 Lisboa

Publicação Mensal - Preço Avulso 0,80 € * Assinatura simples, Portugal 8,00 €, Estrangeiro 12 € * Benfeitor 20,00 €* Benemérito 25.00 €* Associação de Imprensade Inspiração Cristã

Page 2: Jornal da Familia

2 Janeiro 2015 (623)

O Saber não Ocupa Lugar

Culinária

Cantinho recreativoAdivinhaÉ branca, cai das alturasNa planície ou na montanhaCobre todas as verdurasDe uma alvura tamanha

Cai com jeito, levemente,É suave o seu cairAgradável a muita genteQue a recebe a sorrir.

Se é pisada, no chãoTem um prazer particularGera às vezes trambolhãoA quem nela não sabe andar

O Sol é seu inimigoE o calor em geralQuando gela, é um perigoQue causa às vezes mal...

Charada combinada--- + la = Colarinho--- + gel = Pomar--- + ctar = Suco doce--- + rar = Contar DirigeCharada em frase

A homilia deste sacerdote, foi pronunciada de tal modo que INSTRÓI quem está com Fabião Baptista

3 - 1.

Soluções do número anteriror:

Adivinha: A BorboletaCharada Combinada: InvernoCharada em frase: Fera

Rir em Família

Datas a assinalar

Jornal da Família NIB - 0036 0039 99100163227 98

IBAN: PT50 0036 0039 9910 0163 2279 8BIC: MPIOPTPL

Novas AssinaturasEstão de parabéns este mês!

Caros Assinantes, pedíamos o favor, de na medida do possível, irem regularizando a vossa Assinatura relativa ao ano ou anos anterio-res, ajudando-nos desse modo a organizar a contabilidade do Jornal, atempadamente. Agradecemos desde já a vossa solicitude e generosi-dade.

A propósito, pedimos também aos Assinantes que enderecem ao Jornal da Família o cheque de pagamento da respectiva Assinatuta. Se assim for, não teremos qualquer dificuldade em o levantar.

01 - Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus “ - Dia Mundial da Paz 04 - Dia Mundial do Braille04 - Solenidade da Epifania do Senhor (Festa dos Reis) 08 - Dia Mundial da Alfabetização11 - Festa do Baptismo do Senhor15 - Dia Mundial do Compositor 23 - Dia Mundial da Liberdade18 a 25 - Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 25 - Conversão de S. Paulo30 - Dia Escolar da Não Violência31 - Dia Mundial do Mágico

Lucinda Teixeira e Teresa do Céu

A alma dum certo mortal, ao chegar junto de S. Pedro, consta-tou que este lhe impediu o ingres-so no Céu. Então pensou que iria cair no inferno. Perante esta pro-babilidade, tentou ser o mais cor-dial e amável possível, para com o satanás. Bateu à porta do inferno e quando apareceu belzebu dispa-rou:

– Como vai sr. diabo? A Sra diaba e os diabinhos estão bem?...

– Mas eu não sou casado... res-pondeu lúcifer.

Ai não!... Retorquiu a alma. Desculpe, mas julgava que era casado, ao ver esses apêndices na cabeça...

CARIL DE CAMARÃOIngredientes

1 kg de miolo de camarão1dl de Azeite1 cebola e 2 dentes de alho2 tomates ou 2 c/ de polpa 1 c/ de sobremesa de caril250g de arroz agulha80g de passas de uva sem grainhaSal, pimenta e água qb.

Modo de fazerNuma frigideira funda, co-

loque a cebola picada, o alho, o azeite e o tomate. Leve ao lume a refogar, sem deixar alourar.

Depois junte os camarões, o caril, o sal e a pimenta. Mexa bem, tape e deixe cozinhar em lume brando, juntando de vez em quando, se necessário, um pou-co de água. À parte coza o arroz em água e sal. Escorra-o bem e coloque-o à volta do prato de ir à mesa (de preferência redondo e de barro), no centro o preparado, ao qual deve juntar as passas, por cima do arroz, na altura de servir.

ROLINHOS DE PERU À PARISIENSE

Ingredientes 8 bifes de peru8 fatias de fiambre1 cenoura1 pé de aipo (a parte branca)1 pé de alho francês (a parte branca)3 colheres de sopa de azeite1c/ de sopa de manteiga1 c/ de sopa de farinha de trigo200g de cogumelos laminados1 cálice de vinho do Porto Meia chávena de caldo de galinha125g de natas1 colher de chá de mostardaSal e piripiri qb.

Modo de fazer Limpe e lave muito bem, o

aipo e o alho francês e corte-os às tiras, só a parte branca. Tanto o aipo como o alho devem ser mui-to bem lavados porque estão em contacto com a terra.

A parte verde do alho francês, corte-a em pedacinhos e reserve-a.

Lave e descasque a cenoura e corte-a às tiras. Os cogumelos de-vem ser laminados.

Coloque os bifes em cima da mesa ou da tábua, espalme--os bem. Sobre cada um coloque uma fatia de fiambre, não maior que o bife. Sobre o fiambre colo-que as tiras de cenoura, de aipo e de alho francês. Enrole e ate as extremidades com um fio incolor.

Num tacho largo, coloque o azeite, deixe aquecer e aloure os bifes. À medida que forem fican-do louros, coloque-os num prato.

Escorra o azeite e deite no ta-cho a manteiga. Junte-lhe a parte verde do alho francês e os co-gumelos. Deixe refogar tudo até desaparecer o líquido que se for-mou. Espalhe por cima a farinha e mexa.

Coloque em cima os rolinhos de bife, junte o vinho do Porto, as natas e a mostarda. Tape o tacho e deixe cozer mais um pouco. Quando achar que os bifes estão prontos, retire-lhes o fio e retifi-que os temperos. Conserve-os quentes até ao momento de servir.

Para acompanhar, frite triân-gulos de pão e faça um puré de batata com cenoura. Pode fazer outra guarnição a gosto.

PUDIM DE ANO NOVO Ingredientes

100g de miolo de pão duro150g de fios de ovos (de com-pra ou feitos em casa)

250g de doce de chila2 c/ de sopa de mel100g de miolo de nozes picadas5 ovos1 colher de sopa de farinha1 colher de café de fermento100g de açúcar0,5 l de leite

Modo de fazerCorte o pão em cubos peque-

nos e leve-os ao forno num tabu-leiro a secar (não deixe alourar mui-to). Numa tigela grande, coloque os fios de ovos, os cubos de pão, o doce de chila, o mel as nozes picadas, os ovos previamente ba-tidos, a farinha com o fermento e o açúcar. Mexa tudo com cuida-do e junte-lhe o leite, aos poucos, mexendo sempre.

De seguida, deite o preparado dentro da forma de pão-de-ló que já deve estar forrada com açúcar queimado e leve a cozer em ba-nho-maria, cerca de 1 hora e 10 minutos, em forno quente.

Se o pudim começar a ficar muito louro, tape-o com uma tampa ou papel de alumínio. Quando estiver cozido, tire-o para fora, e deixe arrefecer.

Com a ajuda da ponta de uma faca, tente descolar o pudim da forma. Aqueça o fundo da forma com água a ferver e desenforme o pudim para o prato onde vai ser servido. Pode decorar com rode-las de laranja.

Sapatos sem odorJá reparou se os seus sapatos

tem um cheiro desagradável? Experimente introduzir no móvel, na caixa ou no saco onde os guarda, umas cascas de laranja e o odor desapare-cerá como por magia.Nem uma formiga

Para fazer frente ao re-gimento de formigas lá em casa, experimente colocar um pouco de fermento em pó no atalho por elas construído. Verá que não voltarão a apa-recer.

TRUQUES ÚTEIS

Conceição Santos (Vila Nova de Gaia) 1 Fundão (Fundão) 1 Etelvina Covêlo (Lisboa) 1 Deolinda Pinto (Carlão) 2 Centro de Braga (Braga) 1 Emília Bessa (Lisboa) 3 Centro de Faro (Faro) 1

Curso Teologia e Espiritualidade da Família

Todos sabemos, até por experiência pes-soal a vários níveis, que a família desem-penha um papel fundamental na vida das pessoas, desde o nascer ao morrer. A sua centralidade, como âmbito de vida, é inques-tionável. A sua presença é importante, a sua ausência ou desestruturação gera dificulda-des. Por outro lado, a família adquiriu nos úl-timos tempos, várias configurações, às vezes diferenciadas dos padrões do passado mesmo recente. Fala-se de “vários modelos de família”. Temáticas como a conju-galidade, a paternidade, a educação humana e a transmissão da fé, entre outras ocuparam e ocupam grande parte das suas preocupações.

Consciente da importância da família e das novas realidades em que se move, a Faculdade de Teologia da UCP associa-se a este cuidado pastoral, proporcionando o presente Curso como itinerário de reflexão e de estudo.

De fevereiro a junho de 2015, à 2ª feira, das 18.30h às 21.15h, decor-rerá a 1ª edição do Curso.

Inscrições: de 5 a 30 de Janeiro.

O Papa deixou um alerta con-tra a proliferação de armas nuclea- res, um “problema global” que afeta todos os países e as “gera-ções futuras”. O texto foi lido na conferência sobre o impacto hu-manitário destes armamentos, que se realizou em Viena, Áustria.

“A dissuasão nuclear e a ameaça de destruição mútua garantida não podem ser a base de uma ética de fraternidade e de coexistência pacífica entre povos e Estados”, escreveu Francisco. O Papa de-fende que a juventude “merece muito mais”, pedindo uma “or-dem mundial pacífica baseada na unidade da família humana”. “Agora é o momento de contrariar a lógica do medo com a ética da responsabilidade e assim cultivar um clima de confiança e diálogo sincero”, acrescenta. A mensagem critica os gastos dos governos in-

Contra proliferação de armas nucleares

(Eclesia, 09/12/2014)

ternacionais em armas nucleares, um “erro” que retira recursos que deveria ser destinados “ao desen-volvimento humano integral, à saúde, à educação e à luta contra a pobreza extrema”. O desejo de paz, precisa, “não pode ser satis-feito apenas por meios militares e menos ainda pela posse de ar-mas nucleares e outras armas de destruição em massa”. Francisco conclui com um apelo ao diálogo entre organizações internacionais, comunidades religiosas e socieda-de civil em favor do bem comum.

“Um mundo sem armas nuclea- res é um objetivo partilhado por todas as nações, bem como a aspi-ração de milhões de homens e mu-lheres. O futuro e a sobrevivência da família humana exigem que se vá para lá deste objetivo, assegu-rando que se torne uma realidade”.

SOFRIMENTO, por não ter sido PROFESSOR.

O SABERNÃO OCUPA LUGAR

Page 3: Jornal da Familia

3Janeiro 2015 (623)

Jovens e Família

A Assembleia Geral das Na-ções Unidas declarou 2015 o Ano Internacional da Luz como matéria da ciência e do

Desenvolvimento tecnológico. Promover o conhecimento sobre o papel fundamen-tal que a luz desempenha nos vários do-mínios da vida e assinalar algumas datas científicas importantes, entre as quais: os 100 anos da teoria da relatividade geral e os 110 anos da explicação do efeito fotoe-létrico, de Albert Einstein, e os 50 anos da descoberta da radiação cósmica de fundo por Arno Penzias e Robert Wilson, são os objectivos traçados para este ano.

Um ano Internacional dedicado à luz, ajuda a tomar consciência do enorme valor da luz na existência humana. São muitos os benefícios que dela recebe o ser humano. É fundamental no progresso da humanidade e na resolução dos problemas tecnológicos. A civilização não existiria sem luz – a luz do Sol, a luz dos lasers, que agora é parte importante da medicina e a luz que nos permite comunicar com outros seres vivos, na terra.

O Parlamento Europeu, convidou a Comissão Europeia a consagrar 2015 como ano Europeu para o Desenvolvi-mento Sustentável, sintonizando, desse modo, com o 8º objectivo do Milénio: “Estabelecer uma Parceria Mundial para o Desenvolvimento Sustentável”, con-fiando que esta decisão possa contribuir para aumentar a visibilidade da coopera-ção para o desenvolvimento.

Três objectivos norteiam esta decisão: (1) “Informar os cidadãos da União sobre

Assinala-se em 2015

a cooperação para o desenvolvimento da União e dos respectivos estados-mem-bros”; (2) “Fomentar a participação di-recta, o pensamento crítico e o interesse activo dos cidadãos da União e dos in-teressados na cooperação para ao desen-volvimento, inclusive da formulação e execução das respectivas políticas”; (3) “Sensibilizar para os benefícios decor-rentes da política de cooperação para o desenvolvimento da União não apenas para os beneficiários da ajuda ao desen-volvimento da União mas também para os cidadãos da União”.

Em Roma, em 2013, no contexto da 82ª Assembleia Geral de Superio-res maiores (USG), o Papa Francisco anunciou que 2015 seria um Ano dedi-cado à Vida Consagrada.

Um ano pensado no contexto dos 50 anos do Concílio Vaticano II e, em par-ticular, dos 50 anos da publicação do decreto conciliar sobre a renovação da vida consagrada. Os Consagrados, numa multiplicidade de formas e carismas, são chamados a seguir Jesus Cristo, casto pobre e obediente e a dispor da sua vida a favor do Reino de Deus. O grande de-safio é que os consagrados “Despertem o mundo com o seu testemunho profético”

Fazer memória, com gratidão; Viver o presente, com paixão; Abraçar o futu-ro, com esperança; são três objectivos delineados para este ano. Vão realizar-se vários encontros internacionais e cele-brações, com temáticas e destinatários diferentes, valorizando a consagração nas suas múltiplas formas.

• Ano Internacional da Luz (ONU)• Ano Europeu para o Desenvolvimento Sustentável (UE)• Ano da Vida Consagrada (Santa Sé)

Na infância, a fome é um mal híper-abrangente, porque

não é “apenas” uma dor do corpo e da alma, nem só a exclusão

e a marginalidade e todos osdesastres a que conduzem, mas a hipoteca permanente

do futuro.A dimensão das crises invoca uma ne-

cessidade directamente proporcional de parcimónia nos discursos. Entre o gaudio de uns e a consternação de outros, a ema-ranhada teia de interesses sãos ecriminosos em que a nossa sociedade se enredou, invo-ca o interesse de a ciência investigar a hi-pótese de a política também ser operada em ciclos longos, identificáveis por mecanis-mos naturais de autolimpeza dos regimes democráticos, acionados pelo seu sistema imunitário e tendo como função a preser-vação da homeostasia moral e, portanto, da sobrevivência política dos Estados e seus legítimos interlocutores.

A ver vamos, diz o cego, em voz alta, num país enredado em consan-guinidades e endogamias e de políti-ca mais genética e amigalhaça do que ética e inteligente. Para mal dos nossos muitos pecados, não é impossível ter-mos de lidar com a descoberta final: o super-juiz não está sobrecarregado com casos; tudo é o «caso», com os seus polos de ação dispersos, mas uni-dos numa única frente comum, como outrora as esquerdas quando queriam ir a votos. Só que desta feita as Inter-nacionais são bancárias e acabaram por sair da gaveta.

Entretanto, enquanto se trata de investigar os possíveis crimes e re--orientar as estratégias eleitorais rosas e laranjas, é preciso continuar a pensar no pão e naqueles a quem ele escasseia, boa meta para políticos, tal como certa santa soberana evidenciou. O imenso distúrbio alimentar que é hoje o problema da fome e da obesidade foi, a semana passada, alvo de alguma mediatização por via das lúcidas e inteligentes intervenções de Letizia Ortiz e do Papa Francisco na reunião magna da FAO, em Roma.

A sensibilização social já estava fei-ta pela imbecilidade da pré-campanha do mais mediático dos desfiles de roupa in-terior, as suas micromodelos alvo de ira e chacota nas redes sociais, coadjuvado pelo marketing grosseiro de uma marca de jeans “para todos os corpos”, que não resistiu a apresentá-los infundados por um enfermo padrão de IMC.

Ortiz, congruentemente vestida de rai-nha, chamou a atenção para duas questões cruciais: o efeito nefasto que tem sobre as

São rosas, senhorPor Cristina Sá de Carvalho. decisões a tomar a falta de confiança que

as sociedades têm na investigação cientí-fica, obrigada a achar resultados confor-mes ao financiador e a descarada impas-sibilidade da indústria alimentar quanto à sua responsabilidade objectiva na pro-dução de doenças associadas à nutrição. Também lembrou que educar uma mulher é educar uma sociedade, mostrando, por si mesma, a vantagem da mente sobre a condição social.

Por sua vez, o Papa recuperou o essen-cial da «Caritas in Veritate» de Bento XVI e, igualando a assertividade esclarecida da consorte espanhola, lembrou os males provocados pela financeirização dos bens alimentares, especulados como um produ-to qualquer. Mas creio que, num futuro, recordaremos a sua intervenção por se fa-zer um porta-voz autorizado do pobre que reclama dignidade e não esparsas fatias de pão-de-ló, naquela deliciosa maneira americanizada de apontar os óbices às lei-turas da realidade, alinhadas pelos pode-res, como certas e bem-comportadas.

Este debate de Roma também mostra a ociosidade, a estupidez e a “venda” das

(RR, 25/11/2014)

Apresentado o hino do Encontro Mundial da Família em 2015

"Toca o sino da santa liberdade ". Este é o título que terá o hino do oitavo Encontro Mundial da Família de 2015 (Philadelphia, 22-27 setembro), inspirado no tema "A família é a nossa missão: a família plenamente viva”.

A apresentação do hino ocorreu no final de novembro, durante uma missa na Catedral Basílica dos Santos Pedro e Paulo, na Filadélfia, celebrada pelo arcebispo Charles J. A comissão organizada pela Arquidiocese de Filadélfia escolheu a canção executada por Norman Gouin e escrita pelo Padre Andrew Ciferni. "Este hino - disse Mons. Chaput - inspira-nos ainda mais em viver o atual período de preparação para o encontro mundial. O evento de 2015 tem o poder de transformar a vida de todas as famílias, tanto católicas quanto não católicas, de forma positiva e carismática, e tenho a certeza de que, com o nosso hino surgirá ainda mais este espírito transfigurante". Graças à melodia excepcional, ‘Toca o sino da santa liberdade’ irá incentivar aqueles que acolhem o convite de aprofundar a sua relação diária com Deus e com as suas famílias de forma significativa".

(Zenit/17/12/2014)

Fátima - Ano Pastoral de 2014-2015

O Ano Pastoral de 2014-2015 no Santuário de Fátima tem por tema “Santificados em Cristo”, toman-

do como ponto de partida a aparição de Nos-sa Senhora em agosto de 1917. No quinto itinerário temático, que tem guiado a vida do Santuário até ao centenário das aparições em 2017, o “núcleo teológico” subjacente a este tema é a “santidade de Deus” da qual partici-pam todos os crentes.

O Santuário de Fátima promove, ao lon-go do Ano pastoral, uma exposição tempo-rária evocativa da aparição de agosto de 1917, intitulada “Neste vale de lágrimas”, que é uma reflexão sobre o contexto político e ideológico de Portugal da altura, nomea-damente a participação na Primeira Guerra

Mundial. Esta exposição está patente no convivium de Santo Agostinho, na Basílica da Santíssima Trindade até ao dia 31 outu-bro de 2015.

Outra das iniciativas programadas é o concerto “Os três pastorinhos de Fáti-ma”, pelo Coro Infantil do Instituto Grego-riano de Lisboa e o Coro Anonymus no dia 20 de fevereiro de 2015, às 21h00, na Sé de Lisboa, com a presença de João Santos, e no dia 8 de março, às 15h00, na Paróquia de Marrazes, em Fátima.

O santuário está também a organizar um Simpósio Teológico-Pastoral, de 19 a 21 de junho, no salão do Bom Pastor, no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima.

Mari

na A

maro

políticas aos interesses das grandes cor-porações anónimas, já que os Estados afluentes e democráticos gastam, hoje, fortunas incomensuráveis com doenças como a diabetes e a obesidade mórbida, sempre a crescer, enquanto muitos jovens morrem pela anorexia e, num mundo aqui ao lado, milhões de crianças – nas nossas ruas, também – passam fome e morrem desnutridas.

Na infância – e por isso, demos algu-ma atenção à campanha animada pela Ca-ritas – a fome é um mal híper-abrangente, porque não é “apenas” uma dor do corpo e da alma, nem só a exclusão e a margina-lidade e todos os desastres a que condu-zem, mas a hipoteca permanente do futu-ro daquela pequena e frágil pessoa, já que o cérebro é o primeiro órgão a entrar em regressão por falta de nutrientes. Se rosas e laranjas se transformarem em pão talvez tudo o mais possa ser recolocado no seu devido lugar.

Page 4: Jornal da Familia

4 Janeiro 2015 (623)

Actualidade

A Organização das Nações Unidas (ONU) denuncia que 12,2 milhões de pessoas, entre elas 5,6 milhões de crianças, precisam de ajuda e assistência humanitária urgente na Síria, onde a guerra ci-vil, que se arrasta há mais de três anos, já deixou 7,6 milhões de pessoas sem lar dentro do país e levou mais de 3,2 milhões a se re-fugiarem no Líbano, na Jordânia, no Iraque, na Turquia, no Egito e em outros países do norte de Áfri-ca. Dos 3,2 milhões de re-fugiados, 1,65 milhão são crianças.

Os menores são os prin-cipais afetados pelo con-flito. Mais de um milhão estão em áreas sitiadas na Síria ou em regiões do país em que o acesso da ajuda humanitária é muito difícil devido à violência contí-nua. A Unicef calcula que dois milhões de crianças sí-rias precisam de assistência e tratamento psicológico.

Há muitos outros dados alarmantes fornecidos por orga-nizações humanitárias que traba-lham com a infância na região. Antes da guerra civil, o índice de escolarização era de quase 100% e a Síria destinava quase 5% do PIB à educação. Quase quatro anos de conflito deixaram o país com a segunda pior taxa de escolariza-ção do mundo, com 2,8 milhões de crianças que deixaram de ir à

Mais de cinco milhões de crianças precisam de assistência humanitária

escola, seja porque tiveram que abandonar o lar, seja porque as escolas fecharam ou foram des- truídas.

Especialmente grave é a situa-ção das meninas. Entre os refugia-dos sírios na Jordânia, o índice de casamentos infantis aumentou de 18% do total de casamentos em 2012 para 32% no primeiro tri-mestre de 2014. Algumas das ra-zões deste aumento são a tentativa de fugir da pobreza, de proporcio-

nar meios de vida para as jovens ou de se proteger num ambiente familiar marcado por abusos.

A guerra também vem afetan-do os menores com doenças que poderiam ser prevenidas por medi-camentos e vacinas. Há um gran-de aumento dos casos de diarreia, sarampo e pneumonia. Segundo os dados da organização Save The Children, o número de crianças

com leishmaniose antes da guerra era inferior a 3 mil; agora, supera os 100 mil. Só na primeira sema-na de 2014, foram registrados 84 casos de sarampo; em todo o ano de 2010, tinham sido 26. O núme-ro de crianças com meningite nas primeiras duas semanas de 2014 chegou ao dobro do total de casos do ano inteiro de 2010. A polio-mielite, erradicada em toda a Síria em 1995, retornou e já contagiou 80 mil crianças no país.

Mesmo com os apelos das organizações e agências internacionais, o acesso da ajuda humanitária aos refu-giados internos e à população civil é extremamente difícil. A situação não melhorou nem sequer depois da resolu-ção aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, há dois meses.

A guerra na Síria já fez 250.000 vítimas. Em agosto, um relatório da ONU regis-trou 8.803 crianças mortas durante o conflito, das quais

2.165 tinham menos de dez anos de idade. São números espantosos que não param de crescer e que nunca são precisos, já que os pró-prios autores do estudo afirmam que há casos que não puderam ser documentados. A tragédia síria continua sem que praticamente ninguém se atreva a dar um bas-ta efetivo à perda de tantas vidas inocentes.

ONU cria medidas para proteger mulheres refugiadas

O Comité das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação contra Mulheres (CEDAW), publicou uma lista de medidas para dar respos-ta a vários desafios enfrentados por mulheres deslocadas ou apátridas. O objetivo é garantir que os seus direi-tos são respeitados. Segundo o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), muitas mulheres são persegui-das e discriminadas e os seus direitos podem ser violados durante o processo de deslocamento. No documento lê-se que «conflitos armados e outras sé-rias violações de direitos humanos só aumentam o desafio de eliminar todas as formas de discriminação feminina». Segundo a Rádio ONU, o documento identifica a mutilação genital femini-na, o casamento forçado, a ameaça de violência, crimes de honra, violações e ataques com ácido como algumas das formas de violência de género. A na-cionalidade também pode ser motivo de discriminação para as mulheres que procuraram refúgio noutro país. (Juliana Batista in Lusa, 09/11/2014)

Campanha contra desperdício alimentar

A Oikos - Cooperação e Desenvol-vimento está a desenvolver um projeto digital para combater o desperdício ali-mentar na fase de produção, envolven-do para isso, produtores, comerciantes e consumidores. “Todos os dias há mi-lhares de toneladas de produtos alimen-tares que são deixados a apodrecer no campo por falta de mercado ou deita-dos para o lixo por ficarem fora de pra-zo. Ao mesmo tempo, o fenómeno da fome e da má nutrição alastra em Por-tugal”. “Vidas fora de prazo” é o tema da Campanha que aposta na produção e comercialização “a preço justo” dos produtos, prevendo o encaminhamento

O Movimen-to Defesa d a V i d a

(MDV), instituição particular de solidarie-dade social, foi distin-guido pela Fundação Manuel António da Mota por causa do seu “projeto família”, dire-cionado para o apoio a famílias com crianças em risco.

Em entrevista à Agência EC-CLESIA, a diretora, Graça Mira Delgado, destaca a importância que o prémio, no valor de 50 mil euros, vai ter para a continuação do traba-lho que está a ser desenvolvido. Só este ano, até outubro, o Movimento “acompanhou cerca de 400 crianças de mais de 150 famílias”, graças ao esforço de 18 técnicos um pouco por todo o país. Profissionais especializa-dos que trabalham “24 horas por dia, sete dias por semana, em casa das fa-mílias, junto das suas comunidades, de modo a irem ao encontro das suas reais necessidades” e favorecerem “uma mudança” que permita aos mais novos “continuarem em suas casas, com os seus pais, em condi-ções de segurança”.

A MDV acompanha agregados “das mais variadas classes sociais”, mas sobretudo “famílias mais caren-ciadas, de bairros sociais e afetadas pelos mais diversos problemas”. Os técnicos podem ajudar mas “só as famílias é que podem desejar mudar e construir um novo modelo para si

MDV – “Projecto Familia” distinguido...

(cf. Ecclesia15/12/2014)

próprias”, frisa Graça Mira Delga-do. O “projeto família”, acrescenta aquela responsável, pretende marcar a diferença através de um acompa-nhamento permanente das pessoas, pois “as crises e os problemas nas famílias não surgem entre as 9h00 e as 17h00 no gabinete da assistente social, surgem quando a família está junta, quando se encontra, é aí que é preciso intervir”.

E com o apoio monetário conce-dido pela Fundação Manuel António da Mota, vai ser possível “apoiar mais famílias e mais crianças”. Além disso, o galardão em si é um reconhe-cimento que permite dar também “a conhecer mais o MDV e o trabalho que ele desenvolve”, acrescenta Gra-ça Mira Delgado.

O MDV desenvolve também ao longo do ano diversas ações de reco-lha de fundos, para poder prosseguir com o seu trabalho, sendo que a pró-xima ação de angariação de verbas vai ser lançada no princípio de 2015.

de excedentes para instituições de so-lidariedade. (cf. Eclesia, 12/12/2014)

€180 milhões para combaterpobreza e exclusão social

Portugal vai receber 180 milhões de euros de verbas europeias, no âm-bito do Fundo de Auxílio Europeu às Pessoas mais Carenciadas (FEAD), para o combate à pobreza e exclusão social, anunciou o ministro da Solida-riedade, Emprego e Segurança Social, a meados do passado mês, no decorrer da cerimónia de assinatura do terceiro Compromisso de Cooperação para o Setor Social e Solidário, presidida pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coe-lho. O FEAD foi lançado em janeiro de 2014 com 3,8 mil milhões de euros destinados para o período de 2014 a 2020.

Nova nota de 20 eurosconhecida em Fevereiro

As novas notas de 20 euros vão ser conhecidas a 24 de Fevereiro. Em comunicado, publicado na página de internet do Banco de Portugal, o BCE divulga que a nova nota de 20 euros é a terceira da série “Europa” a ser in-troduzida, depois das notas de 5 euros e de 10 euros, e incluirá elementos de segurança melhorados. No dia da apre-sentação da nova nota, o Eurosistema, que inclui o Banco Central Europeu (BCE) e os bancos centrais nacionais da área do euro, anunciará também a data exacta da sua entrada em circula-ção. Com a introdução da série “Eu-ropa”, o Eurosistema “visa melhorar a integridade das notas de euro e perma-necer na vanguarda face aos contrafac-tores”, diz. (cf. RR, 19-12-2014)

Prenda InéditaO Papa Francisco quis assinalar o

seu 78.º aniversário com a oferta de sacos-camas a cerca de 400 sem-abrigo de Roma, através do esmoler pontifí-cio, D. Konrad Krajewski. Os volun-

tários que distribuíram as prendas, ao longo de várias horas, incluíam uma representação da Guarda Suíça. No dia de aniversário do Papa, oito pobres de Roma estiveram na Praça de São Pedro para lhe oferecer um presente, um ramo de girassóis. O grupo, acompanhado pelo arcebispo Krajeweski, incluía um nigeriano, um marroquino, um polaco, um albanês, uma eslovaca, uma rome-na e duas italianas, tendo ficado na pri-meira fila, durante a audiência pública semanal. (Zenit, 18 de Dezembro de 2014)

Estado compra manuscritosde Almeida Garrett

O espólio do autor de “Viagens na Minha Terra” pertencia a uma colecção que estava na posse da família Futscher Pereira e foi adquirido por 30 mil euros e compreende mais de 400 páginas es-critas entre 1839 e 1854, grande parte delas inéditas, abarcam 99 temas de ro-mances. Vão ficar em depósito na Bi-blioteca da Universidade de Coimbra. O anúncio da aquisição foi feito a mea-dos do passado mês na inauguração da exposição evocativa dos 160 anos da morte do escritor. “Almeida Garrett- Viagem e Património” vai estar paten-te, até ao próximo dia 19 de Abril, no Panteão Nacional, em Lisboa, onde o escritor está sepultado na mesma sala que João de Deus, Guerra Junqueiro e Amália Rodrigues. (cf. Barreto Xavier, in RR, 18/12/2014)

Carlos do Carmo é “Personalidade do Ano”

O cantor Carlos do Carmo foi con-siderado a Personalidade do Ano pela Associação de Imprensa Estrangeira em Portugal. O prémio Martha de la Cal é atribuído à personalidade que “mais se distinguiu pela sua actividade de promoção do nome de Portugal pelo mundo fora”. Na edição deste ano, a par de Carlos do Carmo, dono de uma carreira de 51 anos, era também fina-lista o ‘chef’ José Avillez. Em anos

anteriores o galardão foi atribuído a Joana Vasconcelos, Cristiano Ronaldo, José Saramago, António Guterres, Luís Figo, Rosa Mota, Manoel de Olivei-ra ou o arquitecto Siza Vieira. No dia 19 de Novembro passado, Carlos do Carmo foi distinguido com o Grammy Latino de Carreira. A cerimónia acon-teceu em Hollywood, Los Angeles, no emblemático MGM Theatre. (RR, 06/12/2014).

“A beleza é tudo”Uma centena de peças da colecção

Franco Maria Ricci são mostradas até 12 de Abril, no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa. O colecciona-dor italiano, que inaugura em Lisboa uma exposição da sua colecção priva-da na véspera de completar 77 anos, confessa que foi por causa da beleza que fez a colecção de arte. António Fi-lipe Pimentel, que considera esta uma oportunidade única para conhecer uma colecção impar, diz que “a exposição é como se tivéssemos o privilégio de entrar em casa dele, mas com o silên-cio de um museu”. Comissariada por José de Monterroso Teixeira, a mostra que vai estar patente até 12 de Abril de 2015, tem a parceria da produtora UAU e apoio da Renascença. A exposi-ção vai estar aberta de terça a domingo, entre as 10h00 e as 18h00. Fecha dias 24, 25 de Dezembro, 1 de Janeiro e do-mingo de Páscoa. (Cf. RR, 28/11/2014).

150 mulheres assassinadas por não se casarem com milicianos

do Estado IslâmicoO massacre perpetrado no noroeste

do país foi denunciado pelo Ministé-rio iraquiano dos Direitos Humanos, segundo informações do canal Ara-biya, que explicou que as execuções aconteceram em Falluja sob o coman-do do jihadista Abu Anas al-Libi. Os corpos das vítimas foram enterrados em fossas comuns na periferia da ci-

dade. Enquanto isso, na Síria, foram encontrados os corpos de 230 pessoas assassinadas por jihadistas do Esta-do Islâmico em uma fossa comum na província de Deyr az-Zor, ao leste do país. O Observatório Nacional para os Direitos Humanos explicou que as vítimas são membros da tribo Sheitat, cujo massacre já tinha sido denunciado em setembro. Chegam a mais de 900 as pessoas da etnia Sheitat assassina-das pelos fundamentalistas do Estado Islâmico até ao momento, de acordo com os dados conhecidos. Segundo a agência italiana Sir, o porta-voz da oposição moderada do Exército Livre Sírio, Omar Abu Layla, afirmou que a tribo Sheitat descobriu a fossa comum depois que alguns dos seus membros voltaram para suas casas. Depois de ocupar a região, o Estado Islâmico deu aos Sheitat a permissão de voltar, mas acompanhada do seguinte aviso: “Esta é uma mensagem do Estado Islâmico para deixar claro que, se houver entre os que voltaram uma intenção mínima de vingança, a sua sorte será a mesma dos seus parentes”. (Zenit.org, 19/12/2014

JRS-Portugal distinguido na Assembleia da RepúblicaO Serviço Jesuíta aos Refugiados

(JRS) em Portugal recebeu no passa-do dia 10 na Assembleia da República uma medalha de ouro comemorativa do 50º aniversário da Declaração Uni-versal dos Direitos Humanos. O júri do Prémio Direitos Humanos, constituído no âmbito da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias decidiu distinguir o JRS, “uma organização especializada em migrações que desenvolve uma forte ação no terreno, na defesa dos direitos e na integração da população imigrante em situação de grande vulnerabilida-de”, bem como “na promoção do diálo-go em torno da imigração, diversidade e interculturalidade”.

(Zenit.org, 02/12/2014)

Circuito Mensal

Page 5: Jornal da Familia

5Janeiro 2015 (623)

Opinião

Cont. da pág. 1 Por Armindo Monteiro.Globalizar a Fraternidade

fundamento de direitos, de-veres e da unidade solidária do género humano. Reco-nhecendo as diversidades cultu-rais e as desigualdades de facto no domínio social e económico, no acesso aos bens materiais, da cultura e do desenvolvimento, apela para uma cultura solidá-ria que procure o bem comum e concilie interesses e divergên-cias e conduza à harmonia, ao bem estar e à paz. A todos re-comenda o diálogo como forma de resolução e conciliação de divergências e conflitos e com-promete a Igreja no processo. “Um autêntico diálogo é sempre um encontro entre pessoas com um nome, um rosto, uma histó-ria, e não apenas um confronto de ideias” – confidenciou com alguma cumplicidade ao Pa-triarca Ortodoxo de Constanti-nopla. Às autoridades religiosas islâmicas em Ankara lembrou que o diálogo é testemunho e exemplo para aproximar as pessoas: “As boas relações e o diálogo entre líderes re-ligiosos constituem uma mensagem clara diri-gida às respectivas comunidades, mani-festando que, ape-sar das diferenças, o respeito mútuo e a amizade são possíveis”.

Promover o di-álogo, uma cultura do entendimento e da colaboração, do respeito pela digni-dade da pessoa e dos seus direitos e fomen-tar o bem comum desse «nós-todos» formado por indivíduos, famílias e grupos intermédios que se unem em co-munidade social” é uma urgên-cia suscitada pelas multidões de pobres e marginalizados da nossa sociedade concentrada no poder e no primado do econó-mico promotores de violência e desigualdade.

A Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz consagra-da ao tema: “Já não escravos, mas irmãos” constitui mais uma reflexão sobre o essencial da visão cristã do ser humano e da dignidade inviolável de cada pessoa. Consequentemente re-clama uma acção concertada e persistente, global, para o re-conhecimento universal dessa dignidade e dos direitos que dela derivam. Todo o homem é pessoa dotado de razão, capaz de conhecer e avaliar, de definir fins próprios e, segundo eles, ordenar as suas escolhas. A au-tonomia, a capacidade de regu-lar a sua vida por si, a liberdade para escolher de acordo com os fins que assume são fonte da sua dignidade. Cada homem vale por si, é fim de si mesmo, não pode ser usado como objecto, não é uma coisa. O homem é um ser relacional. Toda a pes-soa se realiza em relação com as outras pessoas no respeito

da autonomia e liberdade de cada um, da sua comum digni-dade. A fraternidade concilia a “multiplicidade e a diferença” dos seres humanos. “Constitui a rede de relações fundamentais para a construção da família hu-mana criada por Deus.” Esta é a ordem do dever ser, que não coincide com a experiência his-tórica do “pecado”, das relações humanas assentes na opressão e na violência, no desrespeito da dignidade inviolável de cada ser humano nas diversas formas de escravidão, de marginalização do tratamento das pessoas como coisas.

A revelação cristã acrescenta à dignidade natural da pessoa, a sobrenatural da adopção divina. O homem que aceita Jesus Cris-to pela fé é filho de Deus, faz

para situações particulares de escravatura moderna institu-cionalizadas ou fora de lei: Os migrantes enganados e abusa-dos em condições degradantes de viagem e trabalho clandes-tino, as “pessoas obrigadas a prostituírem-se”, os que “são objecto de tráfico e comerciali-zação para remoção de órgãos, os recrutados como soldados, para servir de pedintes” para “formas disfarçadas de adop-ção internacional”, os “ rapta-dos e mantidos em cativeiro por grupos terroristas”, vítimas de conflitos armados, violências, criminalidade e terrorismo.”

Que fazer? As causas da escravização moderna e mar-ginalização de grande parte da humanidade são globais. Exigem uma reacção igual-mente poderosa e global para anular o processo de exclusão social. “Faz falta um tríplice

empenho a nível institucio-nal: prevenção, protec-

ção das vítimas e acção judicial contra os res-ponsáveis”. É neces-sário actualizar as legislações nacionais e os tratados inter-nacionais “sobre as migrações, o tra-balho, as adopções, a transferência das

empresas e a comer-cialização de produ-

tos feitos por meio da exploração do trabalho

para que sejam efecti-vamente respeitadoras da

dignidade da pessoa” e im-plantar sistemas de vigilância “mecanismos eficazes de con-trole, da correcta aplicação das normas, que não deixem espaço à corrupção e à impu-nidade”. Há também espaço para a intervenção pessoal e organizada de consumidores e empresas que contrariem a exclusão, implantem novos sistemas de relações que pro-movam o respeito pela digni-dade de cada um, uma frater-nidade real.

Ao processo global de ex-ploração e escravização gerado pelo predomínio dos interesses económicos é necessário con-trapor um processo igualmente global e poderoso de reconhe-cimento da dignidade de cada ser humano, um sistema de re-lações fraternas. A nível indivi-dual impõe-se uma conversão das mentalidades que contrarie as reacções defensivas contra o outro “estrangeiro”, “pobre”, “que reclama trabalho, condi-ções de sobrevivência” visto como ameaça aos próprios di-reitos e bem-estar. Numa so-ciedade fraterna há lugar para todos e todos aproveitam com o bem-estar de todos.

Em John Nash con-fluíram a maravilha humana de um ser genialmente dotado

para a grandiosidade dos núme-ros que fez dele um matemático genial, um génio ainda vivo, mas também a máxima desdita, atin-gido como foi por doença mental gravíssima, para que a medicina ainda não descobriu cura, embora meros paliativos, e que fazem do ser humano um ser distanciado do mundo, vivendo no que vai construindo, por entre surtos de alucinações, mania da persegui-ção, isolamento total e incapaci-dade de convivência em moldes normais, e quase sempre para o trabalho, doença a que os gregos apelidavam de mente rachada, ou seja “esquizos frenos”.

Nash, que o cinema quase imortalizou, ao assinar uma fita com o nome de “Uma Mente Brilhante”, tornou-se conheci-do porque, embora atingido pela doença, conquistou um prémio de reconhecimento universal no domínio da matemática, pelo Teorema de Iackobs, reconheci-mento que veio a culminar com a atribuição do Prémio Nobel da Matemática, em 1994.

De Nash é posta em destaque a sua genialidade em contraponto com a doença, mas é esquecida ou pouco relevada a figura da es-posa, a bela jovem que, superan-do a timidez do que viria a ser o seu marido, com ele contraiu ca-samento e de quem houve um fi-lho, mal descortinando que a vida ao seu lado, ao lado do homem que já jovem era professor uni-versitário, dando mostras de uma inigualável inteligência, se tor-naria um doente mental. A vida, a seu lado, tornou-se um inferno, como sucede com os que privam de perto com portadores de esqui-zofrenia, caiu em revolta contra Deus, chegou ao beco sem saída, a sua cruz era do peso do mundo, mas que suportou como autêntica heroína, com resignação, paciên-cia, dedicação e um amor fiel sem limites, mesmo quando outros a requestaram. A todos respondeu não.

O meu marido está doente, mas, disse, “é o homem que eu amo, o homem a quem a infelici-dade bateu à porta”, mas é o ho-mem de toda a minha vida”.

E o sábio marido continuava a manifestar a sua doença entre cenas de rua e em casa, modesta, por entre a escritura de milhares de folhas brancas, que colava às escondidas da sua companheira de sempre, e que nunca maltra-tou fisicamente, colando aquelas, cheias de milhares de fórmulas e teoremas, equações e inequações, integrais e sistemas, em todas as paredes da divisão.

Semi-afastado da velha e re-putadíssima Universidade ameri-cana é entretanto agraciado com o prémio de melhor do Mundo de

Ainda sobre Nash...1994, o Prémio Nobel de Mate-mática, e numa atitude comovente e de enorme apreço, começa por receber as canetas de todos os co-legas da Universidade e, depois, na cidade sueca de Estocolmo, os símbolos desse prémio, que, também, significa a persistência, mas não só sua, mas também de uma mulher extraordinária, gene-rosa, sublime, uma heroína, que abandonou o egoísmo que, tantas vezes nos move, para penetrar na alteridade, na ajuda ao que tanto sofreu e amou e ama, carregando a cruz de ambos.

Nash, entre a voz entarame-lada, pouco ciente da sua capa-cidade de alinhar um discurso coerente e firme, mas bastante melhorado da sua doença, que o permite deslocar-se ainda à Uni-versidade de Princeton, dirigin-do-se a um escol de cientistas do globo terrestre, por entre figuras de inimaginável relevo, começou e terminou por dizer, olhando fixamente a esposa entre, assis-tência de elite, “que toda a vida se dedicou ao estudo de números e suas razões, mas a verdadeira razão da sua vida estava na sua mulher”.

Mas tantas mulheres no Mun-do há como a mulher de Nash, autênticas heroínas, aquelas que, com risco e sacrifício da vida assumem ser mães, aquelas que carregam filhos deficientes e pa-cientes de doença grave, maridos e familiares em terminal de vida.

Heroína aquela mãe que se ocupa de dia e de noite em tra-balho para criar e educar a filha, só, sem contributo do marido que há dez anos a deixou só mas com o tesouro da Ana, nos braços dé-beis.

A Ana é também uma he-roína jovem. Explorada é certo pela firma empregadora, os fins--de-semana, a começar à sexta, dedica-se, para conseguir mais algum dinheiro, para concluir o seu mestrado, a cuidar de idoso, viúvo, sem família disponível.

A Ana é uma linda menina, de queixo rasgado, um rosto esbelto, um sorriso que adocica a vida do vetusto homem, que soube reco-nhecer o esforço da mãe, que mal ganha para comer e o abandono do pai, que não está desejosa de ver e que recebe do Estado uma magra bolsa de estudos, a infini-tésima parte do que o Estado apli-ca mas… pessimamente.

Em tempo de Natal porque não lembrar a menina, quiçá inexperiente, sem grandes meios de fortuna, ante a novidade da sua futura gravidez, aceitou ser mãe de um Filho, a Luz do Mundo, porque a Deus nada é impossível, ou seja Maria, a Nossa Senhora. E que não é impossível, o exem-plo de Nash, o génio, apesar de doente mental grave, que se tor-nou conhecido em todo o mun-do, já antes do Nobel, sendo pela aplicação das suas descobertas, também à economia, em matéria de consumo e mercados.

“Já não escravos, mas irmãos”

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parte duma sociedade fraterna de irmãos: “a filiação adoptiva é o vínculo de fraternidade em Cristo”. A fraternidade cristã exige a contínua conversão, a transformação pessoal e social para ultrapassar a situação de pecado que de facto continua a gerar relações de opressão, de violência do homem sobre o homem, de marginalização, de “descarte”, que trata as pessoas como coisas, as escraviza.

“Ainda hoje milhões de pessoas – crianças, homens e mulheres de todas as idades – são privadas da liberdade e constrangidas a viver em condições semelhantes às da escravatura. Penso em tantos trabalhadores e trabalhadoras, mesmo menores, escravizados nos mais diversos sectores, a nível formal e informal, desde o trabalho doméstico ao traba-lho agrícola, da indústria ma-nufactureira à mineração, tanto nos países onde a legislação do trabalho não está conforme às normas e padrões mínimos in-ternacionais, como – ainda que ilegalmente – naqueles cuja le-gislação protege o trabalhador”.

O Papa chama a atenção

Page 6: Jornal da Familia

6 Janeiro 2015 (623)

Igreja e Família

FuNDADOR: Mons. Joaquim Alves Brás - PROPRIETáRIO/EDITOR: INSTITUTO SECULAR DAS COOPERADORAS DA FAMÍLIA - Contribuinte nº 500 746 230 - Directora: Mª Alice M. Cardoso - Administração: Cristina Margarida dos Reis, Rua de Sto. António à Estrela, 35 - 1399-043 LISBOA - Tel: 213942425 - Fax. 213962502Email: [email protected]ção/ Composição/ Paginação: Mª da Conceição Gomes Vieira

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Fontes: Ecclesia, Zenite, Rádio Renascença; Notícias ao minuto, Jornais Diários, Lusa. Impressão/Expedição - Gráfica Almondina - Zona Industrial - Apartado 29- 2354-909 Torres NovasTel: 249830130 - Fax: 249830139 - Email: [email protected]. Legal 137735/99 - Tiragem 10.00

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Telm

Por Mª Helena Marques .Natal na escola ASAS“Natal! uma Luz

resplandece nas trevas”!... E foi Natal outra vez na Escola ASAS …Entre textos, risos, adereços e guarda-roupa, foi se compon-

do o teatro alusivo ao Natal, uma peça escolhida pela docente de Expressão Dramática, segundo o texto de Ricardo Alberti.

Uma turma tratou dos adereços e do cenário com a docente de Expres-são Plástica, outra ensaiou as cantigas em coro com a Docente de Expres-são Musical, outra ensaiou o texto “O Presépio sem Pastor” e toda a ence-nação com a docente de Expressão Dramática e em união urdiu-se a Festa de Natal da Escola ASAS. O Natal na sua essência, o presépio do Menino Jesus, um presépio em que as personagens, os pastores falantes trocavam palavras a fim de ficar tudo composto, tudo perfeito, um presépio com-pleto. E um “vá lá castanhas…” era proferido frequentemente pela anciã, a Mulher das Castanhas que teimava em colocar tudo e todos na ordem.

Só que, neste presépio, faltava o Pastor, o tradicional Pastor que cui-dava das ovelhas, aquele que foi avisado pelo Anjo. O dorminhoco, ainda zonzo de sono tropeçou numa pedra caiu e partiu um braço de um lado e uma perna do outro, tendo até perdido o queijado e o alforge, relatava a lavadeira esbaforida e com um atraso na sua chegada. O Anjo trataria de tudo e o Pastor seria colado para não faltar ao presépio do Menino Jesus e à tradição.

Funchal

A professora - Ana Rita Abreu Correia

É a Luz mais fulguran-te que irrompe e bri-lha através das densas

trevas e oferece à humanidade sedenta a verdadeira paz, sobre-tudo nesta era crivada de ódios, ameaças e guerras, catástrofes, e execuções consumadas!...

Junto a Maria, a José e aos pastores no Presépio, adoremos o Menino – Deus, o Príncipe da Paz, que nasceu para nós, para a humanidade de todas as épocas, até ao Juízo Final. O glorioso nascimento do Menino Jesus constitui uma inesgotável fonte de salvação. E, invariavelmente – sobretudo neste ano tão atra-vessado por amea- ças, convulsões e terrores – o convite que nesta festivida-de mais uma vez é feito aos homens vem carregado de promessas. Junto ao Divino Infante pode-se encontrar a verdadeira paz, como aconteceu com os pastores e os Reis Magos: Movidos por um sopro do Espírito Santo, abandona-ram os seus afaze-res e puseram-se a caminho em busca da Paz Absoluta, para adorá-la. Esse mesmo con-vite nos é dirigido a nós na noite de hoje. “Venite adoremus”, pois a graça de Deus, o nosso Salva-dor, apareceu para todos os ho-mens”…

No Natal a eternidade e a hu-manidade abraçaram-se. O Deus – Menino veio ao nosso encon-tro tornando-se um de nós, na gruta de Belém. Por Ele somos convidados a ir ao encontro de Deus e dos irmãos mais peque-ninos e feridos do nosso tempo, que precisam do nosso acolhi-mento, amor e ajuda.

Na pobreza do Presépio de Belém, recebemos o convite para o desprendimento do su-pérfluo e o compromisso com os mais necessitados. Por isso mesmo, o Natal de Jesus é ensi-namento e mais, uma ordem…É na pessoa desses “ pequeninos”, que também hoje Jesus espera e

quer ser reconhecido, acolhido, hospedado e amado. Sem dúvi-da, celebrar o Natal de Jesus não consiste apenas em recordarmos que Jesus nasceu na história hu-mana, mas que Ele ontem, hoje e sempre quer e precisa nascer no nosso coração, nas nossas famí-lias, comunidades e no mundo.

Desde sempre nos encantou ver as ruas, lojas, casas e as igre-jas das nossas cidades e aldeias com enfeites e luzes! O Presépio nas famílias e ruas das cidades fala-nos do cumprimento da promessa de salvação feita por Deus, enviando-nos o Messias prometido, esperado e anuncia-do através dos profetas.

É o presépio que nos indica que o homenageado principal da

festa é e deve ser sempre Jesus. Faz-nos bem reconhecer e sen-tir que apesar das pressões da recordação do consumismo das últimas décadas no tempo nata-lício, somos despertados para a esperança de um mundo melhor.

E o Natal de Jesus é um si-nal permanente que nos fala do amor de Deus mas ao mesmo tempo nos interpela com a per-gunta: que lugar o Deus – Me-nino da gruta de Belém ocupa hoje na minha vida? Infelizmen-te devemos reconhecer que, para alguns de nós, mesmo cristãos, Ele ainda não é a prioridade da festa natalícia!

A Bíblia relata que Jesus no seu tempo veio ao mundo e que os seus não O reconheceram e, por isso, não O acolheram. Perguntemo-nos: hoje é di-ferente?!O que devemos fazer para que o verdadeiro Natal de Jesus, não

se transforme apenas num tem-po de consumo ou num banquete de família?

Jesus nasceu na gruta de Be-lém e quer hoje nascer na gru-ta do nosso coração! Que lugar Lhe reservamos? Como o prepa-ramos?!

No nosso tempo em que abundam dificuldades e carên-cias de todo o género, Jesus espera também ser reconhecido nos pobres, nos doentes e nas crianças feridas e abandonadas pelo mundo! Nunca o esqueça-mos: “Tudo o que fizeres ou dei-xares de fazer a um dos meus ir-mãos mais pequeninos é a Mim que o fazes”…

Estamos em vésperas do Na-tal. A celebração alegre do Nas-

cimento de Cristo, em cada ano não depende das condi-ções sociais e indi-viduais do momen-to. Quanto maior for a angústia, tanto mais cresce a expe-tativa de uma supe-ração do mal-estar reinante, através da comemoração do Natal de Jesus.

O Natal é um apelo dirigido a cada um, no sen-tido de viver e anunciar a mensa-gem do Presépio. R e c o r d e m o s a s lições esquecidas

que brotam da mangedoura: Há ali um ambiente religioso, com a presença do Menino – Deus, de seus Pais – Maria e José – as vozes dos Anjos, a homena-gem dos Pastores, dos Magos…Vislumbra-se uma magnífica riqueza, através da pobreza do estábulo. A felicidade que tem o seu lugar ali no meio da carên-cia de bens materiais: reconhe-cemos até o início do itinerário da Redenção da Humanidade: da Gruta de Belém ao suplício do Gólgota, à vitória da Ressur-reição… até ao Pentecostes! E Maria Santíssima aí estava sempre presente! Figura amável, materna, que está e continua, também nos nos-sos dias, na História da Igreja e da Humanidade e que assim per-manecerá até ao fim dos tempos!Feliz Natal! Feliz Ano Novo!

(Prof.ª Ensino Secundário)

É preciso acreditar que as crianças são o futuro do planeta e a sua educa-ção um instrumento para tornar o mundo melhor! Este Natal, a Renascença lança-lhe o desafio de contribuir para a educação de crianças através do seu acompanhamento à distância. Através da Helpo isso é possível. A Helpo é uma ONGD portuguesa que trabalha a favor da infância através do meio educativo e actua em Portugal, Moçambique e S. Tomé e Príncipe.

Por muito pouco (com donativos mensais, anuais ou a contribuição de bens), qualquer um de nós pode garantir, anualmente, a uma criança, uma refeição diária, livros e material escolar. Pode até ajudar na construção de uma escola! Através do Apadrinhamento de Crianças à Distância, a Helpo ajuda directamente 3 mil 152 crianças e 11 mil indirectamente. A Helpo ac-tua também em Portugal, no Bairro das Fontainhas em Cascais e em Mira-gaia, no Porto. Para conhecer o trabalho desta ONGD e saber como ajudar, consulte o site da Helpo. Pense que em 2015 pode estar a contribuir para um mundo melhor. Junte-se à sua Rádio, participe e dê a conhecer a campanha Perto do Coração! (RR, 15-12-2014)

Campanha de Natal Renascença

O nosso presépio tem também destes pastores já colados, corroídos pelas pancadas e pelo tempo, mas não deixam de cumprir a sua missão, sendo colocados no presépio para adorar o Redentor.

Em todo o espaço onde decorreu a festa foram florescendo trabalhos feitos pelos alunos na disciplina de Expressão Plástica onde os materiais de desperdício tomaram nova forma e nova cor, transformados e transfor-mando o recinto.

Tudo ficou pronto, para no dia dos festejos deleitar todos os presentes, alunos, familiares e amigos.

Este ano, a encenação transpôs a Escola e foi representar-se diante da-queles que tendo ou não família ou passando necessidades também tive-ram o conforto do espetador e viver de outra forma o Natal do Senhor atra-vés da peça de teatro “O Presépio Sem Pastor”. Ocorreu na Porta Amiga, AMI, e deleitou todos os presentes, utentes desta instituição. As emoções vieram ao de cima, neste reviver Natalício dando um toque de alegria a todos os presentes.

Page 7: Jornal da Familia

7Janeiro 2015 (623)

Actualidade e Família

Pais e FilhosPor Fabião Baptrista.

Fabião Baptista

1. “Aos recém-casados: “discutam o quanto quiserem; não se preocupem se voarem alguns pratos. Mas nunca terminem o dia sem fazer as pazes. Nunca!” (4 outubro 2013).

2. “Para fazer as pazes, não é preciso chamar a ONU para fazer o trabalho de reconciliação, basta um pequeno gesto, um carinho: bom dia, até logo, até amanhã. E amanhã se começa algo novo” (2 abril 2014).

3. Para aprender o perdão, nada melhor que ler a Bíblia. “Não é para a colocar numa estante, mas para se ter sempre à mão. É para se ler com frequência, todos os dias, seja individualmente ou em grupo, marido e mulher, pais e filhos; talvez à noite, sobretudo aos domingos. É assim que a família caminha, com a luz e o poder da Palavra de Deus!” (5 outubro 2014).

4. Aos casais que se vão casar, fala da beleza do casamento. “É uma viagem cheia de desafios, difíceis às vezes e também com seus conflitos, mas a vida é mesmo assim” (14 fevereiro 2014).

5. Convida os casais a lançar-se na aventura da paternidade. “Esta cultura do bem-estar dos últimos dez anos convenceu-nos: é melhor não ter filhos! É melhor! Assim, pode-se sair de férias, co-nhecer o mundo, pode ter uma casa de campo... Fica bem tranquilo” (6 junho 2014).

6. Aos casais com filhos, aconselha a refletir sobre o ritmo de vida frenético ao qual as famílias se submetem: “Quando confesso jovens casais e eles me falam dos seus filhos, faço-lhes sempre uma pergunta: ‘Tem tempo para brincar com os seus filhos?’. Muitas ve-zes o pai diz-me: ‘Mas, padre, quando vou trabalhar de manhã, eles ainda dormem, e quando volto à noite, já se foram deitar também’. Isso não é vida” (16 junho 2014).

7. Aos filhos, aconselha: “Talvez muitos adolescentes e jovens percam horas demais em coisas fúteis, como chats na internet, ou no telemóvel, na novela, os produtos do progresso tecnológico que deveriam simplificar e melhorar a qualidade de vida. No entanto, às vezes desviam a atenção daquilo que é realmente importante” (6 agosto 2014).

8. Para o Papa, um pilar fundamental da vida familiar são as pessoas idosas. Elas são o futuro dos povos, porque são sua memó-ria. Por isso, Francisco sabe como os avós marcam a vida dos fa-miliares. “Uma das coisas mais bonitas da vida da família, da nossa idade, é acariciar uma criança e deixar-se acariciar por um avô ou uma avó” (28 setembro 2014).

A iniciativa legislativa de ci-dadãos “pelo direito a nascer”, que pretende a revisão da lei do aborto em Portugal, já conse-guiu juntar 30 mil assinaturas. O número exacto revelado pelos promotores é de 29.701 assina-turas, sendo necessárias 35 mil “assinaturas válidas” para que a lei seja novamente discutida no Parlamento.

A iniciativa foi anunciada a 4 de Outubro na “Caminhada pela Vida”, organizada pela Federação Portuguesa pela Vida (FPV), e vai estar aber-ta a mais assinaturas até ao final de Janeiro. Nas últimas semanas, um conjunto de juristas juntou-se à iniciativa, estando entre eles Marcelo Rebelo de Sousa, Eduardo Vera Cruz Pinto, Jorge Bacelar Gouveia, Ger-mano Marques da Silva e o presidente dos juristas católicos José Lobo Moutinho, entre outros.

De acordo com um estudo da FPV, mais de 90% dos abortos realiza-dos em Portugal são feitos por opção da mulher, contra uma percentagem reduzida daqueles que são feitos por causa de malformações, doenças e outros problemas. (RR, 18-12-2014)

Recolha de Assinaturas continua(Artigo publicado originalmente pelo Forum Libertas)

Oitoconselhos do Papa

Francisco para

melhorar a vida

em família

Uma noite de insónia

O estrondo produzi-do pelo foguetório e por girândolas de morteiros, fê-la

acordar do sono profundo em que havia mergulhado.

Desperta, reparou que a chu-va, açoitada pelo vento, batia em fortes bátegas, nas vidraças da ja-nela do seu quarto, do seu espaço vivencial, como ela dizia, com certa graça…

Julgava já ser madrugada. Olhando para o relógio do seu rádio despertador, que tinha sobre a sua mesa de ca-beceira, verificou que era apenas meia noite e que os barulhos que a acordaram, eram provenientes dos foguetes que feste-javam a passagem de ano e a chegada do NOVO ANO.

Ligou a tele-visão e lá estava, a confirmar tudo aquilo, um ambien-te de festa e orgia, de alegria e ré-veillon. Ao menos estes têm alegria, para festejarem, alegremente, a vinda de mais um ano de espe-ranças e de ridentes projetos, re-flectiu ela…

Só, pensou então que tempos idos, também ela havia festejado passagens de anos, rodeada dos seus familiares. Nunca os quis festejar em discotecas, bares, dancings, ou outros centros de diversão pública. As comemora-ções, sempre tiveram lugar, em ambiente familiar. Nesse mo-mento, de solidão e de tristeza, emoldurada pela nostalgia, deu com os olhos na foto do seu filho, que estava numa moldura, sobre a mesa-de-cabeceira. Pensou en-tão, que o seu querido, adorado, muito amado e nunca esqueci-do filho, devia de estar, com sua segunda mulher e talvez com os filhos da primeira e da segunda, num qualquer sítio de diversão noturnas, festejando, alegre e despreocupadamente, a entrada do NOVO-ANO…

De repente, tentou afastar uma tal ideia. Ligou a luz do quarto, uma vez que estava acordada e não via jeito de adormecer de voltar a reclinar-se nos braços do Morfeu, pensando afastar deste modo, da sua mente, incómodos pensamentos, pressentimentos do presente e presságios do futuro, assim como a insónia que a fus-tigava e afligia de modo indese-jado.

A chuva, essa continuava a tamborilar sobre as vidraças da janela, de maneira impetuosa e ritmada, parecendo fazer melo-dias.

Foi até à janela. Chovia mes-mo, de maneira diluviana. Levan-tou-se, vestindo o roupão de lã. Calçou as pantufas e foi sentar--se junto da janela. Um cheiro a

terra molhada, invadiu-lhe as na-rinas, despertando-lhe a memória dos tempos em que era criança e gostava de andar à chuva, debai-xo de um grande guarda-chuva. Agora, só o cheiro vinha visitá-la, como velho amigo, fazendo-lhe recordar tempos idos, de criança. Nesta idade, tudo eram reminis-cências de um passado, que já lhe parecia tão distante. Agora tudo tinha perdido, até o seu poder de acreditar. Onde estava a mulher corajosa, destemida, intrépida, lutadora. Cheia de certezas, força e esperança? Agora, envolvida no seu roupão, cor-de-rosa e embru-

lhada na sua insuportável insónia, encontrava-se apenas desiludi-da…

Voltou a deitar-se, pois estava a enregelar, embora o meio am-biente do seu quarto, graças ao ar condicionado, estivesse acolhe-dor. Fechou os olhos, na tentativa de adormecer, chamando, para si, sonhos agradáveis e o desejo de um novo ano, cheio de prosperi-dades e diferente destes últimos tempos. Só que o sono não lhe fez a vontade. Não obedeceu aos seus desejos. Talvez o barulho que a chuva fazia, batendo nas janelas, fosse o grande cúmplice. Ficou a desbobinar o filme do passado, as noites de inverno, em família, à solarenga lareira lusitana, os fins de anos, passados em confraterni-zações, com amigos e familiares. Nisto começam a surgir, na sua mente, imagens de um mundo em convulsão, com carnificinas, pro-vocadas por dementados ataques

de Al-Qaeda, provocados pela demoníaca Jihad islâmica, por fascínoras Kamikases, por talibãs sem escrúpulos, pelos terroristas da por Hezbollah, dos Fedaye-en, assassinos impiedosos, num mundo terrível, e que o Novo Ano, não será capaz de mudar, para melhor. Porém a televisão, noticia que os americanos, acaba-vam de restabelecer a paz, com os cubanos, libertando prisioneiros, de ambas as partes. Mas logo de seguida voltam notícias, como o massacre de centenas de crianças, no Paquistão, a legalização da de-mentada eutanásia, a criminosa

legalização do aborto, o crescente desempre-go, a subida do custo da energia elétrica, o aumento dos impos-tos, a espartilhante austeridade, que faz minguar os vencimen-tos e as já de si exíguas reformas. E, perante tudo isto, continua a insónia, ufana e triun-fante, a rir-se a ban-deiras despregadas, do poder que tem sobre os humanos, martiri-zando-os e fazendo-os mergulhar em tétricos pensamentos.

Insatisfeita, ela voltou a sair da cama.

Aqueceu um copo de leite, no micro-ondas, na leda tentativa de afastar a insónia, que tanto a inco-modava e a fazia estar acordada àquela hora, persistindo em insta-lar-se no lado vazio da sua cama. Queria aconchego, carinho, calor humano, daquele calor que dá sentido à vida. O copo de leite tornou-a emoliente, trazendo-lhe, concomitantemente, boas ideias e óptimas recordações, imagens idílicas de passeios. Viu-se em Paris, subindo a Torre Eiffel, em Praga, nos canais de Veneza, na-vegando em gôndolas, em Milão, em Madrid e em Sevilha, repleta de sevilhanas salerosas e noutros lugares do mundo. E tudo isto porque, a chuva, continuava a cair, na sua sonora melodia e a in-sónia, talvez farta de ser vilipen-diada, resolveu partir, desapare-cendo devagarinho e sem alardes.

Quando voltou acordar, eram 10 horas da manhã.

UM CONSELHO AMIGOGAZETILHA

ANO VELHO, já carecaAsmático e desdentadoDecrépito e com marrecaCaduco, amalucadoFala ao ano chegadoAntes de ser afastadoE por todos desprezado- Não venhas com ilusõesUfano e com peneirasDeixa-te de conviçõesPensando que és capazDe corrigir as asneirasQue um velho caduco faz…Deixa-te disso, tem maneirasE recebe este conselhoDum ancião, já gasto e relhoQue neste momento te trás…

ANO NOVO, meu rapazTem juízo, como aprazNeste mundo que ‘stá velhoMilagres, ninguém os fazNeste Portugal sem trambelhoTem cuidado, que és capazSe não alinhares num grupelhoDe nunca mais teres pazFica a saber, meu fedelho…

Page 8: Jornal da Familia

8 Janeiro 2015 (623)

Pensando a Família

A Família no centro das atenções

Por Juan Ambrosio.

Pais e Filhos

A Conferência Nacional das Associações de Apostolado dos Leigos

(CNAL), vai promover o segundo Encontro Nacional de Leigos no dia 24 de janeiro sobre o tema “Recolo-car o Homem no centro da socie-dade, do pensamento e da vida”.

O filósofo e dramaturgo francês Fabrice Hadjadj, membro do Con-selho Pontifício para os Leigos, faz a conferência principal, que vai de-correr no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, sobre o tema "Recolocar o Homem no Centro – Desafio Antropológico"..

A CNAL convida todos a parti-cipar no Segundo Encontro Nacio-nal de Leigos porque acredita que “a pessoa humana e a sua dignidade única, são o fim de toda a procura e de toda a resposta criativa às ne-cessidades e urgências do mundo”,

Segundo encontro nacional de Leigos

(Eclesia, 17/12/2014)

que implicam “todos os homens e mulheres”.

Entre os 24 comunicadores, destacam-se: Henrique Leitão, Pré-mio Pessoa 2014, o juiz José Souto Moura, o professor universitário Joaquim Azevedo, o escritor Pedro Mexia e o campeão paralímpico Bento Amaral, entre outros.

O tema do encontro “Recolocar o homem no centro” é analisado de-pois em seis ateliers onde se debate este desafio em várias “urgências do mundo”: “Na Vida e na Ecologia Humana e do Planeta”; “Na Família Humana”; “Na Comunidade Políti-ca” “No Desenvolvimento Eco-nómico e Social”; “No Progresso Cultural” e “Na Paz Internacional”.

O programa está publicado na página da internet da CNAL, onde podem também ser feitas as inscri-ções.

Estimados Leitores do Jornal da Família,Os cuidados parentais e a in-

teracção pais-filhos nos primei-ros anos de vida da criança são determinantes na promoção de um bom desenvolvimento! Nes-te sentido, este Jornal contará, a partir de Janeiro de 2015, com a rubrica “Cuidar de quem cui-da...”, destinada, especialmen-te, a pais, mas alargada a tantos outros agentes educativos que leêm este Jornal, por exemplo avós, educadores, entre outros.

Para quê o projecto “Cui-dar de quem cuida”?

• Para desfrutar do prazer de estar com o(a) seu (sua) filho(a);

• Para conhecer a criança que mora no(a) seu (sua) filho(a);

• Para cuidar do pai e/ou a mãe que é.

Mensalmente, os pais po-derão encontrar (in)formações, reflexões e dicas/pistas para a interacção pais-filhos, relativa-mente ao desenvolvimento da criança, com destaque para te-máticas, tais como: «a relação pais-filhos», «a identidade», «o aprender», entre outras. Esta rubrica será desenvolvida durante o ano de 2015.

“Cuidar de quem cuida...” foi um projecto pensado e im-plementado num Equipamento de Infância da Obra de Santa Zita e que agora chega a todos os leitores do Jornal da Família, acreditando que, à semelhança da experiência feita, poderá ser um recurso útil a todos vós!

Se, ao longo do ano, algum dos nossos leitores quiser ver esclarecida uma temática espe-cífica, faça o seu pedido para o e-mail deste Jornal.

Marina Amaro, a psicóloga|[email protected]

10. A beleza e a força do «sentir da fé»

No encerramento da III As-sembleia Geral Extraordinária do Síndo dos Bispos o Papa Francisco pronunciou um dis-curso, no qual, com uma maneira muito serena mas realista, parti-lhou o seu olhar sobre o caminho realizado, chamando a atenção para várias coisas, entre as quais destacou algumas tentações que marcaram presença ao longo dos trabalhos.

Agora, em que de novo so-mos todos convocados a parti-cipar diretamente na reflexão respondendo a outro conjunto de questões, a partir das quais será elaborado o do-cumento de trabalho para a próxima Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos so-bre a vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo, parece-me ser da maior importância termos bem presentes essas tentações, uma vez que, e disso não tenho a menor dúvida, elas voltarão a fazer-se sentir.

A tentação do endure-cimento hostil, ou seja, o desejo de se fechar dentro daquilo que está escrito (a letra) e dentro daquilo que já conhecemos, sem nos deixarmos surpreender pelo Deus das surpresas.

A tentação da bona-cheirice destrutiva, que em nome de uma misericórdia enga-nadora liga as feridas sem antes as curar e medicar, que trata os sintomas e não as causas nem as raízes.

A tentação de transformar a pedra em pão, para tentar res-ponder mais facilmente às situa-ções difíceis e dolorosas em que as pessoas se encontram; ou a tentação de transformar o pão em pedra, lançando-a contra os

pecadores, os frágeis e os doen-tes, de modo a que estes vejam com clareza a situação em que se encontram, mas tornando este pão um fardo insuportável.

A tentação de descer da Cruz, para ir ao encontro das massas e das modas e não permanecer nela, de modo a cumprir a von-tade do Pai, que quer com o seu amor, e com a sua proposta levar o mundo e a humanidade ao seu destino de plenitude.

A tentação de descuidar o depósito da fé, do qual somos guardiões e não proprietários e o qual deve ser para todos crité-rio de discernimento, reflexão e ação.

Finalmente, a tentação de descuidar a realidade, não a

tendo presente com tudo o que ela tem de interpelante, utilizan-do na sua análise e nas respostas às suas interpelações uma lin-guagem que recorre a uma ter-minologia muito minuciosa e de difícil compreensão, correndo o risco de parecer dizer muitas coi-sas, sem, no entanto, dizer nada que seja verdadeiramente com-preendido.

Com a linguagem a que já nos vem habituando, o papa Fran-

cisco, no fundo, chama atenção para as duas posições extre-madas que facilmente surgem, apresentando-se como a única possibilidade de reflexão, de res-posta e de solução a adotar, neste caminho que todos, em conjunto, somos chamados a percorrer. É a tentação do tudo ou nada, que se insinua das mais diversas ma-neiras e, quase sempre, tentando fazer sentir culpado quem não assume essa atitude.

O convite que nos está a ser feito, através da chamada de atenção para estas tentações, não é, de modo nenhum, um convi-te a optar pelas meias verdades e pelos meios caminhos, com a

falsa ilusão de que assim chegaremos a um núme-ro maior de pessoas. Pelo contrário, a proposta passa por nos deixarmos conduzir pela fidelidade ao projeto de Deus, que nunca desiste da humanidade, por mais difí-ceis que sejam as situações e os tempos.

Não podemos tornar a mensagem mais ‘ligth’, ou mais ‘soft’, uma mensagem ‘faz de conta’ para agradar; mas não podemos igual-mente utilizá-la como ‘arma de arremesso’, com a qual acabamos por apagar a cha-ma que fumega. Entre estes posicionamentos, tão opos-tos nas propostas que fa-zem, mas não tão afastados na falta de diálogo e empe-nho em se deixar interpelar pelos ‘sinais dos tempos’,

encontra-se o caminho a percor-rer, exigindo, no meu entender, ainda mais fidelidade, coragem e ousadia. Não se trata, pois, de optar pelo que é mais fácil.

Quando a Igreja, continua o Papa a dizer neste discurso, na variedade dos seus carismas, se exprime em comunhão, não pode errar: é a beleza e a força do sensus fidei, daquele sentido sobrenatural da fé, que é confe-rido pelo Espírito Santo a fim de que, juntos, possamos todos entrar no âmago do Evangelho e aprender a seguir Jesus. A be-leza, a força, a coragem, atrevo--me eu a acrescentar, do sentir da fé de todos os cristãos é o ca-minho apontado, que todos jun-tos, em família, como família, temos de percorrer sempre e, a partir de agora, de uma maneira mais intensa e comprometida.

As tentações far-se-ão, de novo, sentir, mas não nos de-vem assustar, nem desconcertar e menos ainda desanimar. O que devemos ter sempre bem pre-sente diante dos nossos olhos, como chave do nosso pensar e agir, é o bem que Deus quer para a humanidade. Esse é tam-bém o bem da Igreja. Confesso que não sou capaz de compreen-der aquelas reflexões que apre-sentam estes ‘bens’ como sendo distintos e podendo estar em conflito.

“Relatio Synodi”um ano para amadurecer...

A santa Sé, tornou público no passado mês a “Relatio Synodi”, documento com o qual encer-raram os trabalhos sinodais, em Outubro passado. Este mesmo documento - a “Relatio Synodi” que ao longo do ano vai ser en-riquecido, ampliado e amadureci-do com o contributo das Igrejas locais, constituirá o Instrumen-tum Laboris, para a IV Assem-bleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que vai decorrer de 4 a 25 de outubro de 2015, sob o tema “A vocação e a missão da família na Igreja, no mundo con-temporâneo”.

O documento contempla 46 perguntas, formuladas de acordo com o corpo doutrinal da “Rela-tio Synodi”, perguntas orientadas a colher sugestões e experiências pastorais em curso e a questio-nar a maior ou menor qualidade da pastoral familiar realizada. As Igrejas locais têm, assim, nova oportunidade para fazer uma lei-tura crítica da sua praxis ao nível

da pastoral Familiar, à luz das questões formuladas no docu-mento Relatio Synodi e sugerir mais uma vez o seu contributo. É um «um ano para amadurecer, com verdadeiro discernimento espiritual, as ideias propostas e encontrar soluções concre-tas para muitas dificuldades e numerosos desafios que as fa-mílias devem enfrentar» (Papa Francisco, Discurso conclusi-vo, 18 de outubro de 2014). Até 2015, vai decorrer um trabalho de “oração, reflexão e discussão fraterna” para preparar o próxi-mo Sínodo dos Bispos, a fim de “caminhar rumo à maturidade daquilo que é preciso a todas as Igrejas”. As Conferências Epis-copais são convidadas a escolher as modalidades adequadas para realizar esta tarefa, comprome-tendo todos os componentes das Igrejas particulares: instituições académicas, organizações, agre-gações laicais e outras instâncias eclesiais.

O Papa Francisco iniciou no passado mês um ciclo de catequeses sobre a família, que continuarão até à realização do próximo Sínodo.

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