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Jornal da FMB nº 30

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dezembro de 2010

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Medicina/ Unesp testa caneta inteligente para aprimorar avaliação de ParkinsonPor meio de uma estratégia inédita internacional, parceria com universidade alemã investiga os detalhes do comportamento motor para melhor acompanhar e tratar pacientes com a doença. Página 12

Já foi assinado o contrato entre a Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) e a empresa que venceu a licitação e ganhou o direito de construir a nova Unidade de Pesquisa Experimental da instituição,

Momento histórico para o início da nova Unidade de Pesquisa Experimental

Um moderno sistema de câ-meras de segurança está sendo implantado no campus da Unesp em Rubião Júnior. O projeto, coor-denado pela Administração Geral, contempla a instalação dos dispo-sitivos nas vias de entrada e saída. Sete aparelhos, de última geração, já estão em funcionamento desde de-zembro do ano passado. Página 10

Campus tem novas câmeras de segurança

Câmeras tem alta capacidade de captação de imagens a longa distância

Cerca de 70 cestas básicas foram arrecadas e distribuídas em Botucatu

Contrato assinado prevê construção da unidade

em dezoito meses

Em entrevista ao Jornal da FMB, a historiadora e especialista em arquivos e gestão de cultura, professora Isaura Bretan deu detalhes sobre o processo de organização do Centro de Me-mória e Arquivo da instituição. O pavimento térreo já está pronto. O novo espaço representa um avanço para a guarda e preservação de do-cumentos da faculdade. Página 7

FMB estrutura seu Centro de Memória e Arquivo

Um mutirão realizado por dermartologistas da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp contribuiu para reduzir a fi la de espera por cirurgias de câncer de pele no ambulatório do Hos-pital das Clínicas. Em três dias, durante o mês de dezembro, foram atendidos 48 pacientes de toda a região de abrangência do hospital. Todos os pacientes atendimentos continuarão sendo acompanhados. Página 11

Mutirão reduz espera por cirurgia de pele

‘Médicos da Alegria’ levam esperança a bairros carentes

Alunos que integram o projeto de extensão “Médicos da Alegria”, da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp, distribuíram 70 cestas básicas a moradores caren-tes do Distrito de Rubião Júnior e

a Unipex. O empreendimento será realizado pela empresa Elgel Eletricidade e Engenharia LTDA, que deve iniciar as obras ainda em janeiro. Os modernos laboratórios que irão compor o complexo de pesquisa expe-

rimental da faculdade estarão voltados para a real ização de experimentos básicos nos mais diversos segmentos da medicina humana: cultura de células, biologia molecular, entre outras. Página 3

Jardim Santa Elisa. Todos os man-timentos foram obtidos através de doações, que benefi ciaram 22 famílias. A iniciativa contou com a colaboração de unidades básicas de saúde. Página 9

Desde 31 de dezembro, quando professor Herman Voorwald se afas-tou do cargo de reitor da Unesp para assumir a Secretaria de Estado da Educação, a universidade vem sendo comandada pelo ex-vice-reitor, pro-fessor Júlio César Durigan. Não haverá o impacto com a mudança, já que o atual plano de gestão é uma iniciativa planejada em conjunto e discutida pela comunidade. Página 6

Prof. Durigan assume reitoria da Unesp

Mutirão, realizado em dois dias, atendeu a 48 pacientes do HCFMB

Durigan irá manter plano de gestão

Governo federal insere FMB na luta contra o crack

A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) foi confirmada, no final de de-zembro, como o único Centro Regional de Referência para formação permanente de pro-fissionais que atuam no com-bate ao crack e outras drogas do interior do Estado de São Paulo. O projeto, coordenado pelo professor José Manoel Bertolote, da FMB, terá R$ 250

mil em investimentos federais. Estão previstos quatro cursos, sendo um de aperfeiçoamento e três de atualização. Todos oferecerão 70 vagas. A área de abrangência será os 68 mu-nicípios pertencentes ao Depar-tamento Regional de Saúde de Bauru (DRS 6). Dois deles terão início em fevereiro e serão volta-dos a profi ssionais da rede básica de Saúde. Página 6

A Comissão de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (CCIRAS) tem conseguido bons resultados através de sua atuação. Entre as principais vitórias está a redução em 2/3 das ocor-rências de pneumonias associadas à ventilação mecânica. A Comissão tem centrado suas ações nas uni-dades de terapia intensiva e en-fermarias do hospital. Página 11

Comissão faz cair casos de infecção em UTIs

FOtO FLÁVIO FOGUERAL

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Reitor: Julio Cezar Duriganfaculdade de medicina de botucatu

Diretor: Sérgio Swain MüllerVice-diretora: Silvana Artioli Schellini

Superintendente do HCFMB: Emílio Carlos CurcelliVice-superintendente: Irma de Godoy

Presidente da Famesp: Pasqual BarrettiVice-presidente: Shoiti Kobayasi

O Jornal da FMB é uma publicação mensal dirigida ao público interno da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp e das fundações, unidades médico-hospitalares e de pesquisas a ela vinculadas. Sug-estões, comentários e colaborações devem ser encaminhadas à Assessoria de Comunicação e Imprensa da FMB/Unesp pelo endereço [email protected]. ou telefone (14) 3811-6140 ramais 120 e 123.

Assessoria de Comunicação e Imprensa- Leandro Rocha (MTB-50357)Produção, editoração e impressão: G3 Gráfi ca & Editora- Rua Jorge Barbosa de Barros, 163- Jardim Paraíso-Botucatu-SPReportagens: Flávio Fogueral (MTB- 34927)Fotografi a: Flávio Fogueral, Fotografi a AG e Arquivo ACI/FMB

universidade estadual Paulista “Júlio de mesquita filHo”

Jorn

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todos os meses, os resultados das

enquetes acessíveis no site da Faculdade

de Medicinaserão publicados no

Jornal da FMB

sua oPinião

Participe também das enquetes acessando www.fmb.unesp.br

19/01/2011 - DEFESA DE tESELUIZ EDUARDO IMBELLONIANAtOMIA DA COLUNA VERtEBRAL tORÁCICA COM AUXÍLIO DE RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉtICAPrograma: AnestesiologiaOrientador: Prof(a). Adj. Eliana Marisa GanemLocal: Anf. Maria José dos Reis Lima - Depto. de Enfermagem/FM BotucatuHorário: 8h30

22/01/2011 - CURSOSIStEMA DE GERENCIAMENtO DE EVENtOSLocal: SALA DO LAB. DE INF. DO NEAD.TISHorário: 8h30Contato: [email protected]

22/01/2011 - CURSOINSCRÇÕES PARA PROCESSO SELEtIVO CURSINHO DESAFIOLocal: Site da Faculdade de Medicina de BotucatuContato: www.cursinhodesafi o.fmb.unesp.br

08/02/2011 - DISSERtAÇÃO DE MEStRADOMARIANA CRIStINA AUGUStOAVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE DISPENSAÇÃO DE GLICOSÍMEtROS E INSUMOS PARA AUtOMONItORIZAÇÃO DA GLICEMIA CAPILAR NO MUNICÍPIO DE BOtUCAtU-SPPrograma: EnfermagemOrientador: Prof(a). Ass. Dr(a). Maria Antonieta de Barros Leite CarvalhaesLocal: Anf. Maria José dos Reis Lima - Depto. de Enfermagem/FM BotucatuHorário: 13 horas

11/02/2011 - DISSERtAÇÃO DE MEStRADODAIANE CORRÊA DAUBERMANNQUALIDADE DE VIDA NO tRABALHO DO ENFERMEIRO DA AtENÇÃO BÁSICA À SAÚDEPrograma: EnfermagemOrientador: Prof(a) Ass. Dr(a) Vera Lucia Pamplona ToneteLocal: Sala 6 do Anexo H (vermelho) - Depto. de Enfermagem - FM/Botucatu - UNESPHorário: 10 horas

18/02/2011 - DISSERtAÇÃO DE MEStRADOFABIO POÇAS ZAMBELLIPRODUÇÃO DE CItOCINAS PRÓ-E ANtI-INFLAMAtÓRIAS POR MACRÓFAGOS EStIMULADOS IN VItRO COM PRÓPOLIS, ALECRIM-DO CAMPO, CAPIM-LIMÃO E CRAVO-DA-ÍNDIAPrograma: PatologiaOrientador: Prof(a). Adj. José Maurício SforcinLocal: Sala de Reuniões do Depto. de Patologia - FM de Botucatu - UNESPHorário: 9 horas

22/01/2011 - CURSOCURSO DE INICIAÇÃO CIENtÍFICALocal: ANFITEATRO DO DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA- FMB/UNESPHorário: 18 horasContato: (14) 3811-6020

16/04/2011 - EVENtOCAMPANHA NACIONAL DA VOZ Local: Centro Saúde Escola (CSE) Horário: não informadoContato: [email protected]

Informações detalhadas no site www.eventos.fmb.unesp

agenda

R$ 1 milhão para investir em pesquisa curtas

Novas salas de aulaA nova Central de Salas de

Aula da Faculdade de Medicina de Botucatu devem entrar em funcionamento já em fevereiro, com o início do ano letivo de 2011. Os primeiros alunos que utilizar da nova estrutura será o quarto ano de Medicina. A primeira etapa da construção do complexo, que fi cará nas inter-mediações do prédio da admin-istração da FMB está concluída e recebeu os últimos retoques como limpeza do espaço e alo-cação de móveis, como carteiras (todas ergonômicas) e mesas. Todas as salas contarão ainda com moderno sistema audiovi-sual e ar-condicionado.

Grande capacidadeNão somente o conforto foi

pensado no projeto para a con-strução da Central de Salas de Aula da FMB. Todo o complexo tem grande capacidade de aco-modação de alunos. A primeira parte, já pronta e prestes a entrar em operação, possui 2.475,48 m² de área construída. Nessa primeira parte haverá 13 salas com capacidade para 20 alunos cada uma na parte térrea. Já o 1º pavimento contará com 3 salas para 60 alunos e no segun-do piso, haverá uma sala para 120 graduandos. O local está preparado também para futuras ampliações de vagas dos cursos de Enfermagem e Medicina.

Grande capacidade 2No entanto, o complexo de salas de aula da FMB tem a previsão

de ser ampliado ao longo dos anos. No projeto inicial, a expectativa é que estejam à disposição dos alunos dos cursos de Medicina e En-fermagem, 38 salas, sendo 14 para 20 alunos, 4 para 40 pessoas , 17 para 60 graduandos e 3 para 120. Outra modernidade será o sistema de transmissão de arquivos para aulas que os professores terão à dis-posição. Através de uma central, poderão ser enviados os conteúdos ao sistema audio-visual de cada sala.

A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) foi contemplada, no fi nal de 2010, com uma verba no valor de R$ 1 milhão vinda da FINEP (Finan-ciadora de Estudos e Projetos), através de chamada pública. Os recursos serão investidos em um sistema de purifi cação de água para o novo prédio da Unidade de Pesquisa Experimental (Unipex) da FMB e ainda na compra de um microscópio confocal (para visualização de estruturas muito pequenas). Foi a maior captação de recursos junto ao órgão de fomento em toda a universidade.

Ambos os projetos fazem par-te da estruturação da Unipex. Se-gundo a presidente da Comissão de Pesquisa da FMB, professora Célia Regina Nogueira, a preocu-pação de dar prosseguimento ao processo de implantação da nova unidade de pesquisa experimental

que fez a Pró-Reitoria de Pesquisa optar por enviar o pedido da Fac-uldade de Medicina à FINEP.

“Esse dinheiro é uma conse-quência do projeto da Unipex. É uma continuação do processo de estruturação da unidade”, justifi ca.

Profª Célia Nogueira preside a Comissão de Pesquisa da FMB

Apesar do funcionamento do Microscópio Confocal ser semelhante ao do Microscópio de Fluorescência, o primeiro é utilizado para aumentar o con-traste da imagem microscópica e construir imagens tridimension-ais através da utilização de um orifício de abertura, pinhole, que permite uma grande defi nição de imagem em amostras mais espessas que o plano focal.

Esta técnica tem adquirido uma grande popularidade e possui diversas aplicabilidades na ciência, nomeadamente na obtenção de imagens de amostras vivas e de informação computadorizada tridimen-sional na pesquisa biológica, na análise química e de materiais, principalmente na área de neu-roanatomia e neurofi siologia.

sobre o microscÓPio confocal

medicina

Alunos do sexto ano de gradu-ação em Medicina Humana da Faculdade de Medicina de Botu-catu/Unesp (FMB) iniciaram, nessa segunda-feira, 10 de janeiro, os úl-timos meses de aprendizado dentro da universidade. Realizada no salão nobre da instituição, a aula inaugural teve nos discursos de representantes do corpo docente recomendação como o comprometimento da fu-tura profi ssão e a preparação para os exames de residência médica.

Cerca de 90 alunos participaram do evento que teve a presença da vice-diretora da FMB, profª Silvana Schellini; do coordenador do Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP), prof. José Carlos Peraçoli; da coordena-dora do curso de Medicina, profª Norma Sueli Popolo e da coorde-nadora da Frente de Avaliação do curso e também do Programa de Internato da FMB, profª Vera Borges.

Para profª Silvana Schellini, vice-diretora da FMB, ressaltou ao corpo discente presente a importância do aprimoramento contínuo na profi ssão. Para ela, muitos dos de-safi os que os futuros médicos têm começaram com o vestibular. “Esta-mos aqui para transmitir o conheci-mento a vocês, futuros profi ssionais, e que o nome da FMB esteja sempre presente na comunidade”, ressaltou.

Já a coordenadora do curso de Medicina, profª Norma Sueli Modolo, frisou a dedicação à pro-fi ssão e preocupação com a ética e comprometimento dos profi ssionais em relação aos novos desafi os que a profi ssão trará. “Esse será um ano de muito trabalho. Gostaria que todos pensassem nos médicos que serão formados e nas necessidades de seus futuros pacientes”, complementou.

Os professores José Carlos Pe-

FMB inicia o último ano letivo de sua 44ª turma

raçoli e Vera Borges frisaram a preparação dos futuros médicos para o aprimoramento profi ssional e especialização em áreas especí-fi cas da Medicina nos programas de Residência Médica. “É um mo-mento e grandes refl exões para a formação de um bom médico”,

Gostaria que todos pensassem nos médicos que serão formados e nas necessidades de seus futuros pacientes

Norma Sueli Modolo ao falar da perspectiva de ser médico

aconselhou profª Vera.O curso de graduação em Me-

dicina tem a duração de seis anos, sendo que os últimos 24 meses consistem em treinamento e prática das disciplinas cursadas. A turma em questão será a 44ª formada pela FMB/Unesp.

Início das aulas marca o último ano da 44ª turma de Medicina

Direção e corpo docente deram as boas-vindas aos acadêmicos

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faculdade de medicina

um dos grandes avanços na uniPex será

a viabilidade da Pesquisa translacional

Assinado contrato para construção da nova unidade de pesquisa experimental da FMB

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A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) já conta os dias para o início da construção de sua Uni-dade de Pesquisa Experimental (Unipex). No entanto, todo o processo para a concepção da nova unidade mobilizou setores e levou meses para ser concluído. A concorrência, que teve início com seis empresas interessadas, foi finalizada dia 20 de dezembro e a vence-dora realizará o serviço por R$ 4.984.616. A cifra é R$ 1.333.334,70 menor que o or-çamento inicial do empreendi-mento (R$ 6.317.951,62), o que representa uma economia de 21%, conquistada através de negociações feitas pela Seção Técnica de Materiais da FMB.

O prédio da Unipex será er-guido pela empresa Elgel Ele-tricidade e Engenharia LTDA, que deve iniciar as atividades na primeira quinzena de ja-neiro de 2011 e terá 18 me-ses para entregar a obra. Os laboratórios que irão compor

Medicina/Unesp economiza mais de R$ 1 mi para construir a Unipex

Assinatura do contrato da unidade, que deve ser um dos centros de referência de pesquisa no interior paulista

A Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP (FMB) ofi cial-izou na manhã desta quarta-feira, 5 de janeiro, a contratação da empresa que construirá o novo e mais moderno prédio do Com-plexo de Pesquisa da instituição, a Unipex (Unidade de Pesquisa Experimental). Representantes da empresa que venceu a licitação se reuniram com o diretor da FMB, professor Sérgio Müller, a vice, professora Silvana Artioli Schellini e a presidente da Comissão de Pesquisa da faculdade, professora Célia Regina Nogueira, para a as-sinatura do contrato.

O empreendimento será re-alizado pela empresa Elgel Ele-tricidade e Engenharia LTDA, que deve iniciar as atividades ainda na primeira quinzena de janeiro. Os laboratórios que irão compor o complexo de pesquisa experimental estarão voltados para a realização de experimen-tos básicos nos mais diversos

segmentos da medicina: cul-tura de células, biologia mo-lecular, análise de patologias, ent re out ras aplicações.

Durante a assinatura do con-trato, o diretor da FMB falou sobre a importância dessa unidade de pesquisa experimental para a FMB e para a toda a sociedade. Ele pediu que a construtora dedique uma atenção especial aos trab-alhos e seus detalhes. Professor Müller também lembrou que será investida uma grande quantia de dinheiro público, por isso diz fazer questão que os contribuintes saibam como estão sendo feitos os investimentos. “Essa obra terá um grande impacto para a so-ciedade nas próximas décadas”, declarou.

Segundo professora Cé-l ia Nogueira, presidente da

Comissão de Pes-quisa da FMB, faz parte do projeto Unipex creden-ciar a estrutura de pesquisa que será montada com pa-

drões internacionais. Além disso, já tramita na Reitoria da Unesp uma proposta para que o centro se transforme em uma unidade auxiliar da universidade, com recursos próprios e uma maior autonomia de gestão.

A docente garante que a nova unidade iniciará uma nova etapa para a pesquisa da FMB. “Os pesquisadores terão a dis-posição uma estrutura devida-mente montada, equipe técnica preparada para operar os equi-pamentos e dar todo o apoio ao desenvolvimento de seu ex-perimento. Entretanto, eles não utilizarão permanentemente os espaços, já que terão prioridade aqueles que atenderem a al-

guns critérios, como importantes publicações e boa captação de recursos”, esclarece.

Um dos grandes avanços, na opinião de professora Célia, será a viabilidade, na Unipex, da pesquisa translacional, ou seja, que abrangerá desde a etapa experimental até uma possível aplicação clínica. “Poderemos trabalhar com novos fármacos e em parceria com profi ssionais de outras áreas, envolvendo outras unidades da Unesp”, afi rma.

A empresa Elgel Eletricidade e Engenharia LTDA, vencedora da licitação para construção da Uni-pex, foi fundada em 1991 em São Paulo, mas atualmente está se-diada em Assis. Em visita à FMB, para assinatura do contrato, seu proprietário, o engenheiro José Carlos Neri Oliveira afirmou ser possível entregar o prédio antes do prazo previsto no projeto, que é de 18 meses.

“Já analisamos o projeto e não devemos ter grandes prob-lemas. A parte mais complicada é agora no começo, na fundação, por conta do período de chuvas, mas como não haverá grandes movimentações de terras en-tendo que não teremos dificul-dades”, avalia. “Vamos seguir a especificações do projeto e, se preciso, iremos propor melhorias para serem avaliadas”, completa Oliveira.

A Elgel foi a empresa respon-sável pela construção do forno incinerador, atualmente insta-lado no campus da Unesp em Botucatu. Entre seus principais clientes estão: as prefeituras de São Paulo e São Bernardo do Campo e a própria UNESP, com moradias estudantis e outros lab-oratórios. “Trabalhamos focados no setor público”, citou Oliveira.

O local onde estarão situados os laboratórios experimentais abrigará também anfiteatro, salas para pesquisadores, arqui-vos, secretaria e laboratórios. Ao todo serão cinco andares a serem construídos em área dentro do campus de Rubião

a estrutura Júnior, junto aos Laboratórios Experimentais da Faculdade de Medicina. O projeto dispõe de verbas provenientes da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), com complemen-tação da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp) e da Re-itoria da Unesp.

Empresa pretende concluir obra em

até 12 meses

administração

o complexo de pesquisa ex-perimental estarão voltados para a realização de pesquisas básicas nos mais diversos seg-mentos da medicina: cultura de células, biologia molecu-lar, análise de patologias, en-tre outras aplicações.

O local onde estarão situa-dos os laboratórios experimen-

Maquetes digitais mostram visão lateral e frontal do prédio que abrigará a Unidade de Pesquisa Experimental da Faculdade de Medicina

tais abrigará também anfite-atro, salas para pesquisadores, arquivos, secretaria e labo-

ratórios. Ao todo serão cinco andares a serem construídos em área dentro do campus de Rubião Júnior, junto aos Laboratórios Experimentais da Faculdade de Medicina. O pro-jeto dispõe de verbas proveni-entes da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), com complementação da Funda-

em 2010, a seção tÉcnica de materiais gerou, economia de

r$ 1,5 milHões

ção para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp) e da Reitoria da Unesp.

Em 2010, a Seção Técnica de Materiais gerou, para a FMB, uma economia de aprox-imadamente R$ 1,5 milhões através de uma gestão eficaz dos contratos para compra de materiais.

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4 faculdade de medicina

Pediatria da Medicina teve trabalhos premiados entre os 10 melhores da Unesp em Congresso

Uma das doenças mais pre-sentes em todo o mundo, a Síndrome da Imunodefi ciência Adquirida (AIDS), tem atualmente mais de 33 milhões de pessoas infectadas com o vírus HIV- cau-sador da doença. No entanto, muito mudou ao longo de três décadas da epidemia.

Saber como está a prevalência da AIDS no mundo, países com maiores números de casos e o desenvolvimento de pesquisas no combate e políticas de dis-tribuição de medicamentos e de qualidade de vida das pessoas portadoras do vírus foram os objetivos do ciclo de palestras “Infecção pelo HIV e AIDS: 30 anos depois, onde estamos e para onde vamos?”, realizado dia 1º de dezembro na Faculdade de Me-dicina de Botucatu/Unesp (FMB).

O evento, que reuniu mais de 200 participantes, integrou série de atividades promovidas pelo Grupo de Estudos em Car-cinogênese Viral e Biologia dos Cânceres da FMB, Serviço de

Perspectivas e futuro do HIV

Ambulatórios Especializados e Hospital Dia “Domingos Alves Meira” e da Liga Acadêmica de Saúde Sexual e Reprodutiva de Botucatu. Uma das propostas foi expor resultados e estudos apre-sentados durante a Conferência Internacional sobre Aids, realiza-da em Viena, Áustria, durante o mês de julho.

A primeira palestra da noite abordou a epidemiologia da infecção pelo HIV no Brasil e no mundo. Proferido pela Drª Suza-ne Ramos da Silva, vinculada ao Departamento de Patologia da FMB, o tema aprofundou as dis-cussões sobre a atual dimensão da doença no mundo. Segundo a palestrante, há características distintas nessa primeira década

do século XXI. Houve aumento dos casos em mulheres e em homens que praticam relações sexuais com outros homens.

Segundo Suzane, em 2009 houve 12,6 milhões de novas in-fecções e 1,8 milhões de mortes relacionadas ao HIV. Ressaltou também que a infestação tem sido mais prevalente em mulhe-res e que a doença apresenta curva crescente, no Brasil, em municípios com menos de 50 mil habitantes. No entanto, também disse que houve aumento na so-brevida das pessoas portadoras do vírus devido a programas de assistência (sejam eles governa-mentais ou não) e o crescimento, em treze vezes desde o início da doença, ao tratamento retroviral.

Já o professor Deílson Elgui de Oliveira, reforçou as desco-bertas na composição genética do vírus. Também discorreu sobre os avanços na forma como o organismo hospedeiro do HIV tem respondido à pre-sença do mesmo.

o evento, que reuniu mais de duzentos

ParticiPantes, integrou sÉrie de atividades

Promovidas Pela fmb

Deílson salientou descobertas na genética sobre o HIV

Na sequência, o médico infectologista Alexandre Naime Barbosa explicitou as novas te-rapias e a prevenção para o HIV/AIDS. Barbosa participou esse ano de congressos, em âmbito internacional, sobre as perspec-tivas de atuação e de combate à doença. Durante a palestra,

o médico ressaltou ainda as melhores formas de prevenção como o uso de preservativos nas relações sexuais, sejam elas heterosexuais ou homosexuais; além de alerta para o não com-partilhamento de seringas ou comportamentos que possam levar ao contato com o vírus.

conquista

O Departamento de Pedia-tria da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) foi responsável por três dos dez melhores trabalhos da área de Biológicas premiados durante o XXII Congresso de Iniciação Científica da Unesp. A primeira etapa do evento foi realizada em cada uma das unidades universitárias da Unesp quan-do foram se lec ionados 44 trabalhos da FMB.

Desses, foram selecionados os 10 melhores projetos para apresentação em Marília, de 13 a 15 de novembro. Entre eles, três do Departamento de Pediatria da FMB foram premiados após con-correrem com todos os demais na universidade.

Para o professor Rossa-no César Bonatto, chefe do Departamento, a premiação comprova a importância que a pesquisa tem para os do-centes de sua especialidade.

“F icamos muito fel izes por nossos trabalhos terem sido escolhidos. Queremos manter nossa produção científica, mas para isso precisamos contratar definitivamente um pesquisa-dor”, comentou.

VENtILAÇÃO OSCILAtÓRIA DE ALtA FREQUÊNCIA AtENUA LESÃO PULMO-NAR OXIDAtIVA EM MODELO DE LESÃO PULMONAR AGUDA EM COELHOS.Área: Biológicas / MedicinaUnidade: Faculdade de Medicina - BotucatuAutor: THALISSA HERMINIA BAIOOrientador: José Roberto Fioretto

IMPACtO DOS EVENtOS PUBERtÁRIOS SOBRE A DENSIDADE MINERAL ÓSSEA DE ADOLESCENtES SAUDÁVEIS DO SEXO FEMININO.Área: Biológicas / PediatriaUnidade: Faculdade de Medicina - BotucatuAutor: Gabriel Henriques FerreiraOrientador: Tamara Beres Lederer Goldberg

PROGNÓStICO NEONAtAL DE PREMAtUROS EM GEStAÇÕES COM PRÉ-ECLAMPSIA E EM GEStAÇÕES NORMOtENSAS.Área: Biológicas / PediatriaUnidade: Faculdade de Medicina - BotucatuAutor: Priscila Nalin SaurettiOrientador: Ligia Maria Suppo de Souza Rugolo

confira os trabalHos da fmb Premiados na área: biolÓgicas:

Nos três projetos da Pedia-tria premiados houve partici-pação da bióloga e professora substituta do departamento, Cilmery Suemi Kurokawa, que atualmente é responsável pelo Laboratório de Pediatria.

rePresentação

O professor José Roberto Fioretto, do Departamento de Pediatria da Faculdade de Me-dicina de Botucatu/Unesp (FMB) foi eleito, em novembro, vice-presidente da Sociedade Paulista de Terapia Intensiva (SOPATI) – a maior regional da Associação Brasileira de Medicina Inten-siva. O docente já fazia parte da SOPATI como presidente, desde 2009, da Comissão Científi ca – Área de Pediatria/Neonatologia e preside ao Núcleo Sul da enti-dade desde sua fundação.

A chapa de professor da FMB, encabeçada pelo médico Dr. Jorge Valiatti, obteve 95% dos votos. Fio-retto é professor-adjunto e livre do-cente da FMB, responsável médico pelas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) do Hospital das Clínicas da FMB (HCFMB).

Em junho deste ano, professor Fioretto foi coordenador, no Brasil,

Professor Fioretto assume vice-presidência da Sociedade Paulista de terapia Intensiva

do primeiro curso de Fundamentos em Cuidados Intensivos Pediátri-cos- Pediatric Fundamental Critical Care Support. A capacitação foi voltada a médicos intensivistas, socorristas, cirurgiões e demais profi ssionais que atuam em terapia intensiva a crianças.

Prof. Fioretto já fazia parte da entidade desde 2009

confraternização

Última reunião da Congregação de 2010 tem homenagem a professores aposentados e apresentações de piano

A última reunião ordinária da Con-gregação da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) em 2010 foi realizada de maneira diferente neste ano. Na sexta-feira, 10 de dezembro, durante a abertura dos trabalhos, logo após o tradicional café da manhã oferecido pela instituição, houve duas apresentações de piano erudito e homenagens aos profes-sores que se aposentaram.

A parte artística do encontro fi cou por conta dos professores eméritos da FMB, Dr. Antonio Carlos Cicogna e Dr. Álvaro Oscar Campana. Eles apresen-taram sonatas e prelúdios de Chopin, Beethoven e Shumann.

Os professores homenageados foram os doutores Beatriz Lotufo Griva, Fernando Câmara, Renê Prado, Carlos Roberto Vitória e Herculano Dias Bastos. Ao ser chamado ao palco, professora Beatriz destacou: “Saio com a sensação de dever cumprido. Agora vou seguir outros rumos, mas fi cará a saudade”.

Professor Fernando Câmara disse: “deixo a FMB, mas ela não me deixa, pois a levarei em meu coração. Estarei sempre à disposição”. Professor Renê também mencionou que continuará atuando na faculdade como voluntário e os professores Carlos Roberto e Herculano não puderam comparecer à cerimônia.

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Prova de Residência Médica teve presença de 260 profi ssionais

O sonho de ingressar em uma residência médica ficou mais palpável para um seleto grupo de profissionais. Eles prestaram o exame prático do processo seletivo para acesso direto no dia 11 de dezembro, em busca de uma das 327 bolsas para cursar um dos 38 program-as de especialização da Facul-dade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). A relação final dos aprovados foi divulgada dia 23 de dezembro.

Foram 260 médicos que re-alizaram a prova, que registrou 76 ausências. Desde dia 13 de dezembro começaram a ser feitas pelos responsáveis pelas

Alunos do curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP (FMB) terão, a partir de 2011, oportunidade de realizarem um estágio opcional em Medicina Intensiva na Uni-versidade de Regensburg, na Ale-manha. O intercâmbio faz parte do processo de internacionalização pelo qual a FMB passa atualmente, seguindo diretrizes da Unesp.

Poderão se candidatar ao está-gio alunos do 5º ano, com fl uência na língua inglesa. A expectativa do Escritório de Relações Inter-nacionais da FMB é que sejam oferecidas duas vagas por mês ao longo de todo o ano. Será avaliada a possibilidade de a instituição brasileira alugar dois quartos na Alemanha para serem usados pe-los estudantes.

Esse intercâmbio foi aprovado pelo Conselho de Graduação Fac-uldade de Medicina de Botucatu em outubro deste ano e contará pontos para o currículo do aluno.

especialidades, as arguições de currículo – momento em que o candidato apresenta informa-ções sobre seu histórico pessoal e profissional. Já havia sido real-izado o exame de especialidades cirúrgicas (prático), dia 6 de dezembro e a prova teórica, dia 27 de novembro.

Em 2010, 1.082 candidatos se interessaram por uma das especialidades oferecidas. A maior procura se deu em Der-matologia, com 151 inscritos. Clínica Médica, que é uma das grandes áreas, teve 186 inscritos. Entretanto, após dois anos de treinamento o médico precisa escolher por uma especialidade.

A Residência Médica é, no Bra-sil, sem dúvida, o programa mais

bem sucedido quanto ao aper-feiçoamento dos médicos recém-formados e a sua especialização. Entendida como pós-graduação “lato sensu” pelo Conselho Fed-eral de Educação é reconhecida como tal pela Universidade Es-tadual Paulista (Unesp) e encarada pela FMB como uma base de suas principais responsabilidades.

O objetivo principal da Residência Médica é o aper-feiçoamento profi ssional, integ-rando o médico recém-egresso aos cenários de prática, inclusive preparando o jovem profi ssional para ao exercício da profissão dentro do Sistema Único de Saúde. O ensino está fortemente apoiado nos preceitos éticos e nos avanços tecnológicos.

residÊncia mÉdica

Alunos de Medicina poderãofazer estágio ofi cial na Alemanha

A professora responsável pelo Es-critório de Relações Internacionais da FMB, Dra. Silke Anna Thereza Weber afi rma que o objetivo para

o próximo ano é expandir o leque de disciplinas oferecidas no está-gio opcional na Universidade de Regensburg. Deverão ser mantidas conversas, por exemplo, com a Universidade do Porto – Portugal - para estágio em Clínica Médica.

Ainda segundo professora Sil-ke, desde 2006, quando o acordo com a Universidade de Regens-burg entrou efetivamente em atividade, já foram enviados para a Alemanha aproximadamente 25 estudantes. “Antes de termos esse estágio opcional aprovado pela FMB, enviávamos alunos de medicina a partir do 4º ano para Alemanha durante 15 ou 20 dias somente nos meses de férias e não contava para o currículo da gradu-ação. Para esse intercâmbio a uni-versidade alemã oferece moradia. Agora, os estudantes terão uma oportunidade muito importante de se aprimorarem no exterior, com impacto para seu currículo”, destaca ela.

esPecialização

FMB mantém acordo com universidade alemã desde 2006

Para prevenir acidentes com animais aquáticos nas férias do início do ano, período em que aumenta o fluxo de pessoas em regiões litorâneas, rios e lagos, o professor e dermatologista Vidal Haddad Junior, da Faculdade de Medicina/Unesp (FMB) produziu em parceria com pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), o informativo online “Animais Marin-hos: prevenção de acidentes e primeiros cuidados”.

O material em formato de folder apresenta detalhes de como o ban-hista deve se portar caso se depare com um animal marinho; quais tipos de cuidados os mergulhadores devem tomar ao entrar em contato com esses animais; e como deve ser a preparação para fazer uma camin-hada em costões rochosos e praias, entre outras situações.

De acordo com Haddad, em mais de 1200 acidentes por animais marinhos registrados em Ubatuba, estado de São Paulo, 50% foram causados pelos ouriços-do-mar, ani-mais recobertos por espinhos, e os demais acidentes foram provocados por águas-vivas, caravelas (semel-

educação

Cartilha aborda prevenção a acidentes com animais marinhos

hante a água-viva, mas possui uma bolsa púrpura ou avermelhada que fl utua em cima da linha da água) e outros peixes venenosos, como os bagres, arraias e peixes-escorpião.

“As pessoas se expõem facil-mente a acidentes, por falta de con-hecimentos sobre os ambientes e animais que lá vivem. O ideal é que haja uma divulgação e discussão de medidas de prevenção e primeiros socorros antes das campanhas de saúde promovidas no período de verão, onde se aborda tratamentos e não a prevenção”, explica.

O professor também desen-volveu material juntamente com alunos da Unesp, com informações de acidentes com animais fl uviais. Foram observados mais de mil ca-sos, nos rios Tietê, Paraná, Paraguai, Araguaia e Negro. Os acidentes ocorrem principalmente com pes-cadores, por ferroadas de mandis, mordidas de piranhas e dourados. Um outro perigo está nas arraias de água doce, que acabam ferroando pessoas que pisam nelas em águas rasas e que estão presentes nos rios paulistas, o que não acontecia há 20 anos.

Prof. Vidal Haddad Jr. tem diversas publicações do gênero

Engenheiros mecânicos e elétricos, físicos, profissionais de ciências da computação, matemáticos e também médicos interessados participaram, dia 3 dezembro, na Faculdade de Me-dicina de Botucatu/Unesp (FMB), do 1º Worskhop sobre sensores em biometria. A capacitação, que ocorre pela primeira vez no Brasil, faz parte do Programa de Pós-Graduação em Bases Gerais da Cirurgia e contou com a pre-sença do Prof. Dr. Christian Hook, da Universidade HS Regensburg, da Alemanha um dos especial-istas que desenvolveram e pat-entearam o sensor em biometria projetado em formato de caneta. A tecnologia analisa distúrbios no controle de movimentos do corpo humano.

Entre outros temas, foram debatidos: aspectos gerais de sensores e transdutores; exem-plos de sensores em biometria e tecnologia médica; signifi cado da

FMB sedia workshop sobre inteligência artifi cialtecnologia

inteligência artifi cial em medicina e engenharia e desenvolvimento futuro de sensores em engenharia e tecnologia médica.

Está programado para os dias 17 e 18 de fevereiro a se-gunda edição desse workshop, na Faculdade de Engenharia da Unesp em Bauru. O enfoque será mais específico na de elabora-

ção/ aplicação de biosensores. Ambas as iniciativas, que são uma contribuição da Unesp para o Ano de Inovação e Tecnologia Brasil-Alemanha – realizada de abril 2010 a abril 2011 - tem apoio da Deutsches Wissen-schafts-und Innovationshaus (Casa de Ciência e Inovação da Alemanha).

Capacitação com especialistas ocorre pela primeira vez no Brasil

Mais de mil candidatos

participaram da seleção

FOtO FLÁVIO FOGUERAL

FOtO FLÁVIO FOGUERAL

FOtO FLÁVIO FOGUERAL

dezembro 2010

6 faculdade de medicina

FOtO FLÁVIO FOGUERAL

A primeira reunião ordinária da Congregação da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), em 2011, está marcada para 4 de fevereiro – a 1ª sexta-feira do mês. As outras datas agendadas são 4/3;1/4; 6/5; 3/6; 1/7; 5/8; 2/9; 7/10; 4/11 e 2/12. O cronograma foi aprovado durante reunião realizada em dezembro de 2010.

As reuniões da Congregação são transmitidas, ao vivo, pela intranet da faculdade desde maio de 2009, com apoio técnico do NEAD.TIS (Núcleo de Ensino a

Reuniões da Congregação da FMB começam dia 4 de fevereiro

A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) promoveu, de 17 a 28 de janeiro de 2011, pelo terceiro ano, o curso de extensão “Empreendedorismo”.

O público-alvo foi a comunidade acadêmica da Unesp, especialmente alunos e de graduação e pós-graduação da FMB, mas todos os interessados podem participar. Os facilitadores serão os professores Deilson Elgui de Oliveira (Departa-mento de Patologia) e Silvana Molina (Departamento de Enfermagem). As aulas serão realizadas no anexo Pêssego da Faculdade de Medicina.

Desenvolvido em parceria com o Sebrae, o objetivo do treinamento foi proporcionar aos estudantes universitários a oportunidade de melhor se capacitarem para um mercado de trabalho dinâmico e re-

Curso capacita profi ssionais para o mercado empreendedor

Distância e Tecnologias de Infor-mação em Saúde). Em 2011 as reuniões continuarão acessíveis pela rede interna, exceto algumas discussões específi cas sobre as-suntos que não são de interesse de toda a comunidade.

A nova sala da Congregação, instalada no prédio da administra-ção da FMB que está em fase fi nal de construção, será equipada com telões de última geração, sistema de votação eletrônica para os par-ticipantes e acústica dentro das normas técnicas vigentes.

decisões

caPacitação

pleto de desafi os, além de fomentar uma mentalidade empreendedora que se estende da vida profis-sional para a particular, ampliando as possibilidades de intervenção na realidade e de exercício pleno da cidadania.

Durante o curso foram abor-dadas as características do in-divíduo empreendedor, como desenvolver um comportamento empreendedor, prospecção de oportunidades, viabilização de negócios, dentre outros assuntos. O curso está estruturado em três momentos, em que são discutidos aspectos relacionados ao Indi-víduo (20h), ao Mercado (8h) e o Negócio (ou Empreendimento) (8h). A primeira edição do curso na FMB ocorreu no primeiro se-mestre de 2007.

obstetrícia

sobre a congregação

A Faculdade de Medicina de Botu-catu/Unesp (FMB), através de seu Departamento de Ginecologia e Obstet-rícia, promove durante o mês de abril, seu 11º curso de Patologia Obstétrica. O evento será voltado a estudantes de Medicina e Enfermagem, além de pro-fi ssionais (médicos, enfermeiros, entre outros) que tenham especialização em saúde da mulher.

Durante quatro semanas, sempre às terças-feiras, os participantes poderão acompanhar temas de atualização sobre parto humanizado, eclampsia, gestação e infecções e sangramento na gestação. As palestras serão proferidas por profes-sores da própria FMB e também con-vidados da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade de Brasília (UnB).

Na primeira semana de curso, no dia 5 de abril, serão focados assuntos no parto humanizado como a participação do parceiro no processo da gestação e nascimento da criança e o parto hu-

Curso na FMB, em abril, aprofundará conhecimentos em doenças da gestação

manizado como direito reprodutivo da mulher. Já na semana seguinte, os pal-estrantes abordarão dentro da eclamp-sia e eclampsia eminente, o diagnóstico, assistência imediata e diagnóstico; além de exames complementares e assistên-cia obstétrica.

Já dia 19 de abril, as aulas serão destinadas às discussões da gestação e suas infecções, como a incidência das Hepatites B e C e assistência ao parto e recém-nascido. Além disso, o ras-treamento, diagnóstico e tratamento da Sífi lis será outro foco dos especialistas presentes. A última semana de curso terá como assunto predominante a gravidez ectópica (tubária), seus fa-tores de risco e também as doenças trofoblásticas gestacionais.

As inscrições para o curso serão abertas na primeira semana de fevereiro e deverão ser feitas exclusivamente pelo site da FMB. Ainda não foram divulgados os valores de participação. Informações podem ser obtidas pelos telefones (14) 3811-6090/ 3811-6227 ou pelo email: [email protected].

Projeto será coordenado pelo professor da Faculdade de Medicina/Unesp, José Manoel BertoloteA Congregação é um órgão normativo e deliberativo em matéria de ensino, pesquisa e extensão universitária e administrativa. É compos-ta pelo diretor (presidente), vice-diretor, chefes dos departamentos, supervisores das unidades auxiliares, cinco representantes docentes, um representante da associação dos docentes, um representante dos coordenadores dos cursos de Pós-Graduação, representante docente de cada comissão permanente, representante discente e representantes técnico-administrativos. É possível assistir, ao vivo, as reuniões da Congregação acessando o site da FMB.

FMB é credenciada como Centro Regional para formação no combate ao crack

A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) foi con-firmada, no final de dezembro, como o único Centro Regional de Referência para formação perma-nente em crack e outras drogas do interior do Estado de São Paulo. O projeto, coordenado pelo profes-sor José Manoel Bertolote, do Departamento de Neurologia, Psicologia e Psiquiatria da FMB, será financiado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Dro-gas, vinculada à Presidência da República, que destinará R$ 250 mil à faculdade.

Estão previstos quatro cursos, sendo um de aperfeiçoamento e três de atualização. Todos oferecerão 70 vagas. A área de abrangência será os 68 mu-nicípios pertencentes ao Depar-tamento Regional de Saúde de Bauru (DRS 6).

Dois deles terão início em fevereiro e serão voltados a profi s-sionais da rede básica de Saúde. Além disso, também serão abertas inscrições para capacitação voltada a agentes comunitários e redutores de danos (com duas turmas de 70

alunos).Em abril, começam outros

dois cursos para funcionários que atuam em hospitais gerais. Também haverá treinamento para profi ssionais das redes SUS (Sistema Único de Saúde) e SUAS (Sistema Único de Assistência So-cial).Todas as aulas serão realiza-das na própria FMB, ministradas por professores da faculdade e também convidados.

Em todo o Brasil, a qualifi cação através de centros de referência terá a disposição R$ 140,9 milhões. A previsão era que fossem criados de 25 a 30 centros no País, inclu-indo a FMB.

“Esse projeto faz parte do es-forço nacional de enfrentamento ao crack e outras drogas. A FMB teve o privilégio de ser uma das escolhidas. Será bom tanto para a faculdade como para toda a região”, declara profes-

sor Bertolote.

O crack - Os dados mais recen-tes sobre o consumo do crack no país estão disponíveis pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID). Segundo pesquisa divulgada em 2005, 0,1% da população consome a droga. O Ministério da Saúde fi nancia uma pesquisa inédita que vai mapear o perfi l dos usuários da droga no Rio de Janeiro, em Macaé e em Salvador. Outro es-tudo vai avaliar as intervenções de tratamento de usuários de álcool e drogas no SUS, especialmente nos Consultórios de Rua (em 14 municípios).

A droga é derivada das sobras do refi no da cocaína e geralmente é vendida em pedras. Nenhuma outra substância ilícita vendida no país tem semelhante poder de dependência. Apesar de ser menos consumida que outras substâncias, como álcool, tabaco, maconha e cocaína, os danos causados por ela são tão graves que produzem a impressão de que o número de usuários é bem maior.

A droga surgiu nos Estados Uni-dos na década de 1980. O primeiro relato de uso no Brasil data de 1989. Desde então, o consumo da substância apresenta crescimento, principalmente nos últimos cinco anos. Um dos motivos é que o ter-ritório brasileiro serve de rota para o tráfi co internacional. A situação de vulnerabilidade social de mui-tos jovens e de moradores de rua, como a falta de moradia, também contribui para a disseminação da droga. Embora a substância seja consumida predominantemente por essa parcela da população, qualquer pessoa pode se tornar um usuário dela.

Os consumidores de crack são expostos a riscos sociais e a diversas formas de violência. Geralmente, quando os efeitos da droga diminuem no organismo da pessoa, ela sente sintomas de depressão e tem sensação de per-seguição. Outros sintomas comuns são desnutrição, rachadura nos lábios, sangramento na gengiva e corrosão dos dentes; tosse, lesões respiratórias e maior risco para contrair o vírus HIV e hepatites.

estão Previstos 4 cursos:1 de aPerfeiçoamento e 3

de atualização. todos oferecerão 70 vagas

reitoria

Ex-reitor da Unesp, Herman toma posse como secretário de Estado da Educação

O reitor da Unesp Herman Voorwald foi empossado dia 5 de janeiro como secretário de Estado da Educação de São Paulo. Suas prioridades são valorizar a carreira dos profi ssionais de educação e reorganizar o ensino fundamen-tal de nove anos. “Educação se conquista com o compromisso de todos e, além disso, com o re-conhecimento do desempenho de cada um”, afi rmou em discurso na sede da secretaria, em São Paulo.

O secretário mencionou sua experiência de trinta anos na edu-cação superior. Para ele, o sucesso das universidades paulistas foi conquistado com o trabalho dos servidores na formação dos es-tudantes e com a excelência da pesquisa. Herman solicitou a co-laboração dos reitores de Unicamp e USP para se engajarem também na educação básica.

O diretor da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp e também presidente do Fórum de

Diretores da Unesp, prof. Sérgio Swain Müller, esteve presente à cerimônia de posse de Herman.

No dia 31 de dezembro Her-man afastou-se do cargo de reitor da Unesp, no qual tomou posse em 14 de janeiro de 2009 para um mandato de quatro anos. A reitoria vem sendo exercida, desde 1º de janeiro deste ano, pelo vice-reitor Julio Cezar Durigan.

Herman assumiu comandoda Secretaria em 5 de janeiro

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dezembro 2010

entrevista

O acervo do Arquivo da FMB será composto, primeiramente, pelos processos de vários setores da administração

Isaura Bretan sobre os primeiros documentos arquivados

O Centro de Memória e o Arquivo da FMB representam uma importante iniciativa para a preservação de sua história

Isaura Bretan sobre o impacto do novo Centro de Memória

FOtOS FLÁVIO FOGUERAL

Entre os novos patrimônios que estão sendo erguidos no campus da Unesp, em Rubião Júnior, sob a tutela da Faculdade de Medicina, um prédio em es-pecial será voltado, literalmente, para a história da instituição. Em área anexa à estrutura que abri-gará a ala administrativa da es-cola está em construção o Centro de Memória e Arquivo da FMB.

Seu acervo constitui-se, por ora, um acervo digitalizado, além de dossiês e coleções em papel (suporte físico), doados por professores e ex-alunos da antiga Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu - FCMBB e desta Faculdade de Medicina.O pavimento térreo já está pronto e a coordenação do material que será disponibilizado no local está a cargo da historiadora em arqui-vos e gestão de cultura material, Isaura Bretan, que concedeu en-trevista ao Jornal da FMB.

Segundo ela, havendo opor-tunidades, o Centro de Memória da FMB, oferecerá estágio a estudantes formados em curso de História, Arquivologia, Socio-logia, entre outros, para auxílio no tratamento arquivístico do documentos.

Em que estágio se encontra a construção do prédio?O pavimento térreo já está pron-to. O edifício foi projetado para suportar um outro pavimento, com carga de massa documental, já tendo inclusive o espaço para elevador de carga. Esse pavimen-to superior deve ser construído assim que houver oportunidade e disponibilidade.

Como será a nova estrutura? A estrutura é própria para ed-ifícios de arquivo e segue as as recomendações do CONARQ-Conselho Nacional de Arquivos do Governo Federal, que esta-belece e ou recomenda normas para os arquivos de todo o país. Possui uma ampla sala somente para a guarda do acervo, es-paço específico para o trabalho administrativo (esta separação é uma medida moderna, alta-mente recomendável, por vários motivos e, entre outros, os de

O passado da FMB ao abrigo da modernidade

proteção à saúde do trabalha-dor), possui rota de fuga (outra medida importantíssima para o caso de incêndio, desastres) e há também sala para recepção e tratamento da documentação, antes de sua entrada na sala de guarda do acervo. Há banhei-ros que podem ser utilizados pelo público e está previsto um espaço-sala de consulta. O edifí-cio foi pensado e contempla,em sua estrutura, as necessidades básicas para o trabalho com documentos arquivísticos e para a preservação do acervo.

Qual o volume de documentos que a senhora já tem arquivado e que serão transferidos para esse novo espaço?Tenho cerca de 30 metros lineares de documentos de guarda per-manente, que serão transferidos após a higienização. Do arquivo (processos, de guarda inter-mediária e guarda permanente) ainda estamos atualizando os dados.

Como será organizado o acesso de funcionários (docentes, servidores e alunos)? O pú-blico externo poderá realizar consultas? (pesquisadores, jornalistas, estudantes).

Em primeiro lugar, nenhum pú-blico tem acesso ao acervo; so-mente o profissional responsável entrará na sala do acervo. É pre-ciso separar os acervos. O acervo do arquivo, num primeiro mo-mento, somente será disponível à administração da FMB, até que haja a separação dos processos de guarda permanente e que sejam estudados os prazos legais de sigilo. Num primeiro momento, o público que você citou poderá ter acesso aos documentos do Centro de Memória, dependendo do tipo documental, conforme já atendemos hoje, lembrando que o documento arquivístíco somente é consultado no local, não sai do edifício, exceto por demanda da administração.

Quais tipos de documentos fi-carão guardados no local? O acervo do Arquivo da FMB será composto, primeiramente, pelos processos de vários setores da administração (atividade-meio), posteriormente o arquivo poderá receber documentação dos setores acadêmicos (ativi-dade-fim).

O acer vo do Centro de Memória da FMB constitui-se, por ora, um acervo digitalizado, além de dossiês e coleções em

papel (suporte físico), doados por professores e ex-alunos da antiga Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu - FCMBB e desta Faculdade de Medicina. Temos também documentação reunida pela direção da Facul-dade como fotografias, negati-vos fotográficos, álbuns, pastas de recortes de jornais, livros e similares, slides, fitas VHS, cd’s, dvd’s e alguns objetos relativos à sua história. Recentemente, o acervo do Centro de Memória recebeu a custódia de parcela dos documentos acumulados pela Diretoria da antiga FCMBB, composto por um conjunto de livros e documentos manuscritos e ou datilografados.

Poderão ser realizadas ex-posições e outros eventos no local? Como?Não há espaço para exposição física, planeja-se exposições virtuais.

O que esse Centro representará para a história da FMB?Na minha avaliação, o Centro de Memória e o Arquivo da FMB representam uma importante iniciativa para a efetiva preser-vação de sua história adminis-trativa e acadêmico-científica.

Mas, por extensão, é também uma importante e concreta ação de preservação da história local (cidade de Botucatu) e regional.

Qual tem sido e qual será sua participação no processo de in-stalação do Centro de Memória da FMB?Quando da posse desta atual Diretoria da FMB, o Dr. Sérgio Swain Müller, em seu discurso de posse, destacou a sua intenção de promover ações para a preserva-ção da memória da FMB. Tendo em vista minha qualificação como historiadora e especialista em arquivos e gestão de cultura material e minha experiência pro-fissional anterior, junto ao acervo de documentos deste Campus e da FMB, solicitei ao dr.Sérgio que me permitisse trabalhar neste projeto. Minha participação tem sido de assessoria (como historia-dora e em arquivística), curadoria de exposições, conservação do acervo e atendimento ao público interno e, evetualmente, externo.

O Centro de Memória é um projeto que vimos desenvolvendo desde 2007, com a montagem do Memorial da FMB. Tenho a expectativa, com a sua criação e aprovação pela Congregação desta Faculdade, que este Centro de Memória possa, com ética e espírito acadêmico, cumprir seus objetivos que vão desde garantir a recuperação, preservação e divulgação da memória institu-cional e científica da Faculdade; desenvolver atividades relativas à preservação, divulgação e dis-cussão da memória histórica e sócio- cultural e formar acervos documentais, museológicos, digitais e bibliográficos, cuidando da sua organização, conservação e divulgação.

Também compete a ele pro-mover a elaboração da história da Faculdade de Medicina de Botucatu; e por final, ser local de reflexão da cultura da instituição, buscando a sua identidade e de que modo se opera a sua relação com a sociedade.

FOtO ARQUIVO ACI FMB

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Pacientes atendidos Pelo HosPital das clínicas

tiveram redução da dor no tratamento

tese

técnica pode acelerar cicatrização de ferimentos A utilização de raios-laser

pode ser uma ferramenta no tratamento e aceleração de cicatrização de lesões orais ou cutâneas. É o que sugere estu-do desenvolvido pela dentista e pesquisadora vinculada ao departamento de Dermatologia e Radioterapia da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp, Eliana Maria Minicucci. A técnica pode ser aplicada em caso de pacientes com Pênfigo Vulgar e Epidermolise Bolhosa, doenças crônicas que, embora com tra-tamento, são de difícil controle.

Ao serem submetidos a téc-nicas de bioestimulação a laser de baixa intensidade, pacientes atendidos pelo Hospital das Clí-nicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) tiveram redução considerável e ame-nização da dor no tratamento dessas doenças na epiderme. O trabalho, intitulado “Laser de baixa intensidade no tra-

tamento de doenças crônicas vesiculobullous. Três casos” foi o único estudo latino-ameri-cano inscrito na edição 2010 do Prêmio Antoni Gimbernat, um dos mais significativos da comunidade científica euro-peia . Apresentado no f inal de novembro em Cambris, na Espanha, o estudo obteve a terceira colocação no evento.

Foram analisados três casos de pacientes, sendo um deles com quatro anos de idade que tem diagnosticado Epidermólise bolhosa- grupo raro de doença caracterizada pela fragilidade da pele. Não há um tratamento específico, apenas proteção contra trauma na região afetada. Nas duas outras situações anali-sadas, as pessoas apresentavam Pênfigo Vulgar- doença rara e grave caracterizada pelo apa-recimento de bolhas na pele e membranas mucosas (que pode ser boca, vagina ou pênis) e

Raio foi aplicado de forma uniforme em regiões acima e em torno de cada bolha e na erosão provocada pela ferida

afeta principalmente indivíduos entre os 40 e 60 anos.

Em todos os casos foi usado, além do tratamento convencio-nal para cada um das doenças, o laser. O raio foi aplicado de for-ma uniforme em regiões acima e em torno de cada bolha e na erosão provocada pela ferida. No caso da Epidermólise Bo-lhosa, a terapêutica se aplicou a cada dois dias. Após quatro dias de exposição, houve redução da dor no paciente e cura na ferida.

A pesquisadora ressalta ain-da que a técnica serve de parâ-metro para métodos não-invasi-

vos de tratamento, o que facilita ainda a cicatrização e pode ser aplicada em diversas regiões do corpo. “Foi observado efeito imediato através do uso de anal-gésicos com diminuição da dor na boca após a primeira sessão de terapia com laser, e uma cura acelerada dos ferimentos bucais e cutâneos, resultando em maior conforto para os pacientes”, ressalta Eliane.

Um comparativo usado no trabalho que foi apresentado na Espanha aponta que em casos de Pênfigo Vulgar foi observado que quando as bolhas foram esvaziadas com uma agulha de insulina estéril antes do laser, as lesões cicatrizaram rapida-mente sem úlceras. No entanto, quando as bolhas quebraram espontaneamente, a laserterapia

acelerou a formação de crosta e sua posterior cicatrização, em relação ao método anterior.

“O laser tem sido utilizado com sucesso na diminuição da microcirculação e cicatrização de feridas, especialmente nos casos em que os tratamentos tradicionais usados anterior-mente não surtiram efeitos ime-diatos.”, finaliza Eliana Minicucci.

Luciana Almeida Lopes e Eliana Minicucci estiveram na Europa

Tese de doutorado desenvolvida pela Faculdade de Medicina de Botu-catu/Unesp (FMB) recebeu, no início de dezembro, menção como um dos mel-hores trabalhos de 2009 pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) na área médica. Essa é a segunda premiação obtida pelo Programa de Pós Gradu-ação em Doenças Tropicais da institu-ição. A primeira ocorreu em 2008.

O trabalho premiado teve a au-toria da pós-graduanda Ana Paula Bordon Graciani, intitulado “Efeito de prostaglandinas sobre a atividade fungicida de monócitos humanos desafiados com o Paracoccidioides brasiliensis”, e foi desenvolvido em três anos e nove meses. A orientação do estudo foi da Profª Ângela Soares.

Foi avaliada a interação do fungo Paracoccidioides brasiliensis com cé-lulas fagocitárias humanas. Esse fungo é causador de uma micose sistêmica profunda, a Paracoccidioidomicose, endêmica na região de Botucatu. A infecção ocorre pelas vias respiratórias e afeta principalmente os pulmões, podendo atingir outros órgãos como fígado, e baço, além de provocar lesões nas mucosas.

“Foi analisado o efeito de substân-cias que participam da resposta in-flamatória, como as prostaglandinas,

CAPES premia Programa de Pós em Doenças tropicais

que inibem os mecanismos de defesa do hospedeiro contra esse fungo”, ressaltou a pesquisadora.

Para o coordenador do Programa de Pós Graduação em Doenças Trop-icais da FMB, professor Paulo Câmara Marques Pereira, a menção representa o reconhecimento da excelência das atividades e estímulo à pesquisa que a faculdade tem e proporciona. “Esse prêmio é o resultado de uma avalia-ção externa dos trabalhos apresenta-dos e sua relevância à comunidade científica”, ressaltou o docente. “Esta é a segunda vez que o nosso Pro-grama é contemplado. É motivo de muito orgulho e estímulo para con-tinuarmos na busca da excelência na Pós-graduação”, complementa prof. Paulo Câmara.

O Programa de Pós Graduação em Doenças Tropicais existe desde 1992 e atualmente recebeu conceito 5 na avaliação da própria CAPES, que representa muito bom desempenho das atividades desenvolvidas pela in-stituição que o mantém. “Tal premia-ção é de grande orgulho para nossa Universidade e vem consolidar a Pós-Graduação da universidade no nível de excelência”, frisou a Pró-Reitora de Pós Graduação da Unesp, Marilza Vieira Cunha Rudge em mensagem enviada aos pesquisadores.

Foi observado efeito imediato através do uso de analgésicos com diminuiçãoda dor na boca

Eliana Minicucci sobre os primeiros efeitos do método

análise

Qual o impacto do trabalho na saúde mental dos médicos residen-tes? Essa é a proposta central de uma pesquisa em desenvolvimento coordenada pela professora do De-partamento de Saúde Pública da Faculdade de Medicina de Botu-catu/Unesp (FMB), Maria Cecília Pereira Binder.

Com objetivo de analisar as condições de trabalho e o impacto na saúde mental dos residentes, es-tão sendo distribuídos questionários a esses profissionais do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) que buscam sintomas de sofrimento mental que

Pesquisa pretende avaliar impacto do Sofrimento Mental em médicos residentes

possam ter relação com trabalho.Através de um questionário os

profissionais, de forma anônima, fornecerão detalhes das condições de trabalho e situações as quais estão expostos durante seu apri-moramento nas mais diversas es-pecialidades médicas. A expectativa é que mais 90% dos 330 residentes participem do estudo. Todos serão convidados a participar da pesquisa por meio de correspondências que serão enviadas aos departamentos aos quais estão vinculados. Todo o processo será feito de forma sigilosa e apenas os pesquisadores terão acessos às respostas.

As entrevistas ocorrem desde dezembro de 2010 e janeiro desse abi, Já no primeiro semestre de 2011 serão analisadas as respostas para a veri-ficação dos fatores do trabalho que poderão estar acarretando sofrimento mental. Com isso, a pesquisa pretende fornecer subsídios acadêmicos para que o HCFMB possa implantar pro-gramas de suporte social no trabalho a esses profissionais.

“Os médicos residentes dão plantões e estão ainda em um período de aprendizado e especialização, o que os torna mais suscetíveis a situa-ções de estresse”, ressalta a pesquisa-dora. “Espera-se que a pesquisa possa contribuir para o conhecimento das demandas psicológicas no trabalho e do grau de controle sobre a própria atividade dos residentes, segundo modelo que analisa as dimensões psi-cossociais do trabalho”, complementa profª Maria Cecília.

Segundo o Ministério da Edu-cação, a Residência Médica se constitui uma modalidade de en-sino de pós-graduação destinada a médicos, sob a forma de curso de especialização, funcionando em Instituições de Saúde. Os programas são aprovados pela Comissão Na-cional de Residência Médica.

Rotina e causas do sofrimento mental serão analisadas pela equipe

FOtO DIVULGAÇÃO

Pesquisa & extensão

FOtO DIVULGAÇÃO

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dezembro 2010

geral

Criada para ser um canal de comunicação entre os usuários e o Hospital das Clínicas da Fac-uldade de Medicina de Botucatu (HCFMB), a Ouvidoria da unidade registrou em 2010, mais de três mil atendimentos. O número é superior a 2009, quando foram atendidas 990 ocorrências. Na época, o serviço deixava de con-tabilizar as não aberturas de ocorrências.

Com nova postura de atuação, a Ouvidoria tem papel importante também na conscientização do relacionamento entre os servi-dores do HCFMB e o paciente; e na busca de soluções práticas e efetivas para os principais prob-lemas oriundos do atendimento hospitalar. Em 2010, das 1.100 ocorrências registradas (queixas formalizadas), 883 foram solucio-nadas e 218 estão em andamento. Os dados são similares aos do ano anterior, quando 853 ocorrências foram concluídas e 137 estiveram em andamento.

Os resultados são frutos da reestruturação pela qual o setor passou recentemente. Algumas das mudanças no perfi l do serviço se tornaram perceptíveis. Uma delas foi o incentivo a divulga-ção de elogios aos mais diversos setores do hospital. Através de um mural, os usuários e servidores do HCFMB podem verifi car quais

Ouvidoria realiza mais de três mil atendimentos em 2010

locais e serviços têm obtido ex-celência em aten-dimento.

Outra mudan-ça expressiva foi a fi xação de prazos para retornos dos resultados das ocorrências aos usuários. O tempo estabelecido entre o iní-cio do atendimento e a posição fi nal ao mesmo é de quinze dias, em média, e todos os retor-nos ocorrem através de contato telefônico, pessoalmente ou via correio eletrônico. “Há a triagem de todas as manifestações e isso

favorece a agi-lidade do serviço. Alguns casos mais simples podem ser resolvidos na hora”, ressalta a responsável pelo

serviço, enfermeira Cecília de Fátima Forlim.

“O Serviço de Ouvidoria so-mente cumpre o papel de in-termediar para que a solicitação seja atendida e solucionada ou justificada através de um es-clarecimento do que pode ser feito ou não. Quem resolve é o responsável pela área notifi cada”,

Ouvidoria do HCFMB realizou mais de 3 mil atendimentos em 2010

A Ouvidoria do Hospital das Clínicas atende pessoalmente ou por telefone de segunda a sexta-feira, das 7 às 12 horas e das 13 às 17 horas. Aos fi nais de se-mana e à noite, as manifestações

como falar com a ouvidoria podem ser realizadas pelo email [email protected] e

formulário para manifestação online disponível no site do H.C. Contato telefônico é feito pelos números (14) 3811-6319 ou 0800-7715023.

resultados são frutos da reestruturação Pela qual o setor Passou

recentemente

complementa a ouvidora.O espaço físico da Ouvidoria

também passou por melhorias para proporcionar bem-estar ao usuário dos serviços do HCFMB.

Além da pintura da sala, foram realizadas aquisições de um novo computador para dinamizar o atendimento- e também de mo-biliário para as dependências. Junto ao site do Hospital das Clínicas, o setor realizou ampla atualização do espaço destinado a ele, com a possibilidade de os usuários fazerem contato direto através de um formulário on-line e divulgação dos resultados obti-dos através dos indicadores.

Através dessa estrutura que o setor planeja a instalação, para 2011, de caixas coletoras de sugestões ou ocorrências em pontos estratégicos do hospital. Além disso, um trabalho amplo de conscientização do público interno pretende mostrar a im-portância do serviço e também

a obrigatoriedade da devolução dos processos com as ocorrências.

Também está prevista a pub-licação de uma cartilha de orien-tação aos usuários sobre como proceder em caso de reclama-ções, elogios ou outros assun-tos de competência da seção. “Muitos servidores e usuários desconhecem a importância do relacionamento do hospital com o paciente. É ele quem acaba por atestar a qualidade do serviço prestado”, complementa Cecília.

Muitos servidores e usuários desconhecem a importância do relacionamento do hospital com o paciente

Cecília Forlim, sobre a atuação da Ouvidoria do HCFMB

ação social

Em uma iniciativa do projeto Médicos da Alegria, alunos do curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) realizaram nova ação so-cial com a distribuição de mais de 70 cestas básicas a famílias carentes do Distrito de Rubião Júnior e do Jardim Santa Elisa, em Botucatu. As doações ocor-reram de 15 a 17 de dezembro.

Todos os mantimentos foram obtidos através de doações entre os próprios alunos da FMB, professores, servidores da faculdade e também com comerciantes e comunidade local. A distribuição beneficiou 22 famílias em Rubião Júnior e mais 27 no Jardim Santa Elisa. A iniciativa recebeu a colabo-ração de assistentes sociais das Unidades Básicas de Saúde das

‘Médicos da Alegria’ distribuem cestas básicas a famílias carentes de Botucatu

regiões beneficiadas. As demais cestas foram des-

tinadas também ao Asilo Padre Euclides, em Botucatu. “Foi uma forma de proporcionar maior alegria às pessoas que em mui-tas vezes não têm condições de ter uma ceia nessas datas importantes”, ressaltou Na-tanael Sutikno Adiwardana, um dos coordenadores do projeto Médicos da Alegria.

“Os alimentos que consegui-mos comprar nos proporcionou conhecer um pouco mais da ne-cessidade e da rotina de todos. No asilo, aproveitamos a visita para conhecer alguns idosos. A maioria foi muito receptiva e sempre carinhosa”, comple-mentou César Costa, também integrante do projeto e um dos idealizadores da ação. Alunos arrecadaram mais de 70 cestas básicas que foram distribuídas entre famílias carentes de Botucatu

ação social ii

Final de ano com muita solidariedade no HCFMBIniciativas diversas e distintas

alegraram o fi nal de ano dos paci-entes atendidos pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (HCFMB). En-tre entregas de brinquedos, deco-rações e solidariedade, o clima na-talino prevaleceu nas enfermarias e corredores da unidade.

Algumas das iniciativas vi-eram dos próprios funcionários que, durante o ano, se dedicam às mais diversas funções dentro

do HCFMB. Uma das ações foi a doação, no dia 18 de dezembro, de mais de 250 panetones a pacientes do Serviço de Quimoterapia e outras enfermarias do Hospital das Clínicas promovida por um grupo de jovens da Arquidiocese Metropolitana de Botucatu, vinculada à Igreja Católica. A coordenação foi da assessora de planejamento do HCFMB, enfermeira Maria Justina Felippe.

Outra ação foi dirigida às crianças da Enfermaria de Pedia-

tria e também outros pacientes de diversos setores do HCFMB. Vestidos de Papais-Noel, os ser-vidores Allan Tomazella de Ca-margo e Alan Francisco Fonseca percorreram os corredores do serviço e, entre um quarto e outro, presenteavam crianças. A iniciativa foi de Mônica Pereira, que é assistente de direção do hospital. Ela frisou a importância de proporcionar um ambiente mais alegre aos pacientes.

Distribuição de panetones ocorreu

no setor de Quimio-terapia e também

em enfermarias do HCFMB

Servidores vestiram-se de Papai-Noel e distribuíram brinque-dos às crianças da enfermaria de Pediatria do hospital

FOtO FLÁVIO FOGUERAL

FOtO DIVULGAÇÃO

dezembro 2010

10 HosPital das clínicas

FOtO FLÁVIO FOGUERAL

O coordenador do Setor de Transplantes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (HCFMB), Dr. Juan Carlos Llanos, participou, entre os dias 1º e 4 de dezembro, da Conferência Internacional de Transplante Hepático para Tu-mores. O evento foi realizado em Zurique, na Suíça e reuniu os 200 maiores especialistas do mundo no assunto.

Paralelamente, foi promovido o 1º Curso de Pós-Graduação da Associação Hepato Pancreato Biliar em Tumores Hepáticos. O trein-amento aconteceu no Hospital Universitário de Zurique – um dos principais centros de transplantes da Europa, além de ter sido uma importante escola de cirurgia. O famoso cirurgião Theodore Bilroth foi, por 15 anos, chefe do Setor de Transplantes daquele hospital.

Dr. Llanos voltou bastante satisfeito da viagem, já que teve oportunidade de discutir, com direito a voto, as novas diretrizes, indicações, contrainidicações e es-tudos prospectivos de transplante hepático e carcinoma hepatocelu-lar (HCC) – câncer de fígado. Além disso, também fez diversos conta-tos com autoridades nacionais e internacionais ligadas à esse tipo de transplante, com vistas no de-senvolvimento de projetos tendo o HCFMB como um dos parceiros.

Também participaram da Conferência o professor titular e chefe do Setor de Transplantes da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), pro-fessor Luiz Albuquerque Carneiro e professora Ilka Boin, professora e chefe do Setor de Transplantes Hepáticos da Faculdade de Me-dicina da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

O médico do HCFMB ainda teve o privilégio de visitar as enfermarias do Hospital Univer-sitário de Zurique, acompanhado do professor Pierre-Alain Clavien, chefe do Serviço de Transplantes daquela instituição. “Foi realmente uma viagem bastante proveitosa”, resume Dr. Llanos, que nos dias 16 e 17 de dezembro ministrou pal-estras sobre transplante hepático a funcionários do Hospital das Clínicas da FMB.

Médico discute transplante com os melhores do mundo

Hc no exterior

imunização

Simpósio de Vigilância Epidemiológica mostra que HCFMB é referência para o Estado

Profissionais da saúde e de-mais interessados no assunto, de Botucatu e região, lotaram o Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), quinta-feira, 9 de dezembro, para assistirem ao 3º Simpósio de Vigilância Epidemi-ológica e Imunização: uma visão atual. Durante as palestras foram apresentados dados que eviden-ciaram a importância do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NVE) do Hospital das Clínicas da FMB para o Estado de São Paulo.

O evento contou com a pre-sença da Dr.ª Maria Cecília Outeiro Gorla, pesquisadora científica da Divisão de Bacteriologia do Insti-tuto Adolfo Lutz; da Dr.ª Helena Keiko Sato, diretora Técnica da Divisão de Imunização do CVE (Centro de Vigilância Epidemi-ológica) do Estado de São Paulo; a enfermeira Vera Lucia Malheiros, assessora da Coordenação do Subsistema de Vigilância Epide-miológica e Âmbito Hospitalar do CVE e a Dr.ª Ana Lucia Frugis Yu, médica epidemiologista da Divisão de Doenças de Transmissão Respi-ratória do mesmo órgão.

A primeira palestra ficou por conta da enfermeira Vera Lucia Malheiros, que falou sobre Indica-dores de Vigilância Hospitalar. Em vários momentos, ela fez questão de ressaltar a NVE do HCFMB,

que é um dos sete centros de nível III (atribuído a instituições que realizam atendimentos de alta complexidade). Ao todo, são 39 hospitais vinculados ao Subsistema de Vigilância Epidemiológica que possuem núcleos desse tipo.

Os NVEs têm, entre suas prin-cipais competências, realizar busca ativa de doenças junto aos pacien-tes internados, notificar e investigar suas causas. Segundo a mais recente portaria do Ministério da Saúde, publicada em agosto deste ano, a lista de doenças de notificação compulsória possui 44 itens.

“O Núcleo de Vigilância do HC de Botucatu representa bem as doenças notificadas tanto na cidade como eu sua região. É uma importante referência; é quem puxa os indicadores do Estado para cima, já que 90% dos casos têm sua avaliação final feita por critério labo-ratorial”, afirmou a enfermeira Vera Lúcia, que destacou as notificações de meningite feitas pelo hospital da FMB. Em 2010, das 760 notificações feitas pela região de Botucatu, 53% vieram do HCFMB.

Os dados apresentados pela palestrante mostram que em 2009, a doença que mais resultou em notificações foram as hepa-tites virais e em 2010 a primeira colocação do ranking foi ocupada pelas intoxicações exógenas.

A enfermeira Edna Maria de Souza Carvalho, enfermeira responsável pelo Núcleo de Vigilância Epidemiológica do HCFMB e organizadora do evento, ressaltou que foi possível, através dos indicadores, mostrar o trabalho feito pelo hospital. “As comparações feitas entre nós e outras instituições de grande porte mostraram uma situação bastante positiva de nosso núcleo. Ficamos muito felizes”, coloca.

Para Edna, as informações pas-sadas pela Dr.ª Maria Cecília Outeiro Gorla, do Instituto Adolfo Lutz foram bastante valiosas, já que não fazem parte do dia-a-dia dos NVEs. Ela tam-bém apontou a grande presença de docentes do Departamento de Pedia-tria da FMB como uma demonstração de interesse pelas novas determina-

ções no que diz respeito a calendário vacinal. “Devido ao número reduzido de pessoas em nossa equipe, se con-siderada nossa demanda, acabamos divulgando pouco nossos resultados, mas temos trabalhado para desem-penhar sempre com eficácia nossas atividades”, comenta.

Dra. Helena Sato, diretora técnica do CVE do Estado de São Paulo

Juan Llanos visitou o Hospital Universitário de Zurique

O Núcleo de Vigilância do HC de Botucatu represen-ta bem as doenças noti-ficadas tanto na cidade como eu sua região

Vera Lucia Malheiros sobre a atuação do NVE do HCFMB

diariamente, mais de cinco mil veículos trafegam

Pelas vias do camPus da unesP, em rubião Júnior

Visando garantir maior se-gurança aos usuários das uni-dades da Unesp instaladas em Rubião Júnior (Faculdades de Medicina, Medicina Veterinária e Zootecnia; além do Instituto de Biociências), o Grupo Ad-ministrativo do Campus, através de sua Administração Geral, tem investido na colocação de câmeras de vigilância nos aces-sos principais de seu complexo universitário.

Instaladas nas vias de entrada e saída do campus, as sete novas câmeras já estão em operação desde o dia 17 de dezembro. Todas substituem os aparelhos anteriores usados pelo setor de vigilância e primam pela tec-nologia como diferencial. São duas câmeras com alcance de até 70 metros com qualidade nas imagens captadas e que não sofrem interferências com a alta luminosidade, podendo focalizar a placa do veículo au-tomaticamente.

Os outros cinco modelos instalados na guarita possuem sistema de captação de ima-

gens em infravermelho, o que permite captação de imagens noturnas. Tais aparelhos têm alcance estimado de 30 metros. Para a colocação das câmeras foram investidos R$ 7.900, re-

Novo olhar para a segurança

cursos vindos da própria Admin-istração Geral.

Segundo Carlos Winckler, diretor administrativo do cam-pus, a instalação dos aparelhos integra parte da iniciativa de investimentos na melhoria da segurança interna. “Há a ne-cessidade de se acompanhar o fluxo de veículos que trafegam pelo campus diariamente. É um controle maior de quem entra ou sai das unidades da Unesp em Rubião Júnior”, declarou. Ele ainda explica que os agentes de vigilância do campus passarão

por capacitação para a utilização do novo sistema.

Diariamente, mais de cinco mil veículos trafegam pelas vias do campus da Unesp, em Rubião Júnior, conforme estimativa da As-sessoria de Segurança da Faculdade de Medicina de Botucatu.

Winckler adianta que o pro-jeto deve prosseguir no próximo ano com a instalação de mais câmeras, dessa vez na Portaria 2 do campus, que compreende a atual entrada pelo Instituto de Biociên-cias, através da vicinal Raimundo Putty, ao lado da Base Comunitária da Polícia Militar.

Também há a previsão de que outras partes do campus, como o Centro de Convivência Infantil, Biblioteca do Campus e o novo incinerador também recebam câmeras para a vigilância.Câmeras monitoram todo o fluxo de veículos nos acessos ao câmpus

FOtO FLÁVIO FOGUERAL

FOtO FLÁVIO FOGUERAL

11

dezembro 2010

HosPital das clínicas

Com propostas que pri-mam pelo estabelecimento de p rogramas e pa rce r i a s com os mais diversos setores do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medic ina de Botuca tu/Unesp (HCFMB) , a Comissão de Controle de Infecção Relacionada a As-s istência à Saúde (CCIRAS) reduziu em 2/3 a ocorrência de casos de pneumonias as-sociadas à ventilação mecâni-ca na unidade.

O s n ú m e r o s r e f l e t e m as mudanças pelas quais a comissão passou nos últimos dez meses, que centraram-se em ações nas Unidades de Terap ia In tens iva e en fe r-marias do hospital. Algumas iniciativas foram implantadas pelo órgão com o foco prin-cipal na redução dos casos de pneumonia, além do risco de incidência de outras formas de infecção hospitalar.

A s p r i m e i r a s m e d i d a s a d o t a d a s f o r a m o e s t a b -elecimento de normas mais severas para o isolamento de pacientes com doenças con-tagiosas, aumento no rigor do controle para a prescrição de antibióticos. “O objetivo é evitar o aparecimento de bactérias super resistentes”, en fa t i za a méd i ca Sandra Mara Queiroz Ricchetti , in-

Ações de comissão reduzem casos de infecções hospitalares nas Unidades de terapia Intensiva

Integrantes da CCIRAS, responsáveis pelo combate às infecções hospitalares no HCFMB

tegrante da comissão.Também foram atual iza-

das as medidas preventivas para as infecções nas UTIs após reuniões com as coor-denações dessas unidades e também com as equipes de enfermagem responsáveis. A principal novidade é a audi-toria que os locais recebem semanalmente, em dias ale-

diariamente, mais de cinco mil veículos trafegam

Pelas vias do camPus da unesP, em rubião Júnior

atórios, para a verificação da aplicação das medidas.

Após alguns períodos de adaptações , os resu l tados começa ram a se r pe rcep -

tíveis. A mais impactante tem sido a redução em 2/3 dos números de casos de pneu-monias nas UTIs do HCFMB. A cada mil dias de ventilação mecânica, ocorriam 33 pneu-monias nas UTIs do hospital. Hoje essa média foi reduzida a onze, abaixo do registrado pelos hospitais paulistas.

S e g u n d o p r o f . C a r l o s

Magno Fortaleza, presidente da CCRIAS , o comparat ivo refere-se à média registrada pe lo hosp i ta l nos ú l t imos a n o s . O s re s u l t a d o s m a i s s ignificativos, conforme ele, passaram a ser a queda da incidência desses casos, além da mudança de postura das equipes, que mostraram maior engajamento nos processos adotados. “Na prática, isso sig-nifica que todos os meses pre-venimos quatro pneumonias e evitamos uma morte entre os pacientes atendidos pelas UTIs do hospital”, complementa o presidente da CCIRAS.

Pa ra o p róx imo ano , o enfoque será o combate às infecções urinárias e decor-rentes de cirurgias. Isso im-plicará em campanhas para mudanças em alguns proces-sos de trabalho dos profis-sionais envolvidos nesse tipo de cuidado ao paciente.

Na prática, isso significa que todos os meses prevenimos quatro pneumonias e evitamos uma morte

Carlos Magno Fortaleza sobre os índices obtidos pelo hospital

Para desafogar o número de cirurgias contra o câncer de pele acumuladas em seu ambulatório de dermatologia, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (HCFMB) real-izou, de 8 a 10 de dezembro, seu terceiro mutirão de procedimentos desse tipo no ano. Realizado através de iniciativa do Departamento de Dermatologia da FMB, o mutirão atendeu, nesses três dias de ativi-dades, 48 pacientes oriundos dos 68 municípios de abrangência do Departamento Regional de Saúde de Bauru (DRS VI). Todos passaram pelos procedimentos e tiveram alta no mesmo dia.

Estiveram envolvidos no mu-tirão seis médicos residentes co-ordenados por três professores do Departamento de Dermatologia da FMB. O suporte ficou a cargo de duas enfermeiras e duas auxiliares de enfermagem. Foram realizados procedimentos para a retirada do Car-cinoma Espinocelular- tumor maligno, representando cerca de 20% a 25% dos cânceres da pele- e o Carcinoma Basocelular- que apesar de ter baixa mortalidade, produz sérios danos estéticos no paciente. Ambos os tipos ocorrem na face da pessoa.

Todos os pacientes atendidos continuarão a receber acompan-hamento clínico após a cirurgia para avaliação dos casos. Segundo Hamilton Stolf, professor do De-partamento de Dermatologia e

Mutirão de cirurgias atendepacientes com câncer de pele

tratamento

um dos responsáveis pelo mutirão, a iniciativa visa reduzir o grande número de casos que o hospital atende durante o ano. Também se tornou uma forma de agir precoce-mente contra a doença nos casos diagnosticados como mais sérios pela equipe médica.

“Atualmente, há uma maior in-cidência de casos de câncer de pele e o HCFMB tornou-se um dos cen-tros de referência no atendimento a essa doença no interior paulista. A iniciativa de realizar mutirões vem a atender a demanda crescente e, ao mesmo tempo, desafogar a agenda de atendimentos durante o ano”, ressaltou. O médico reforça ainda que o número de cirurgias desse tipo já ocupa toda a agenda do ambulatório até meados de 2011.

Prof. Stolf salienta ainda que é imprescindível que o câncer seja detectado precocemente, o que facilita o tratamento e proporciona melhores resultados. “A detecção e tratamento nos estágios iniciais dão maior perspectiva de cura à doença. Quanto mais cedo se consegue de-tectar e tratar o problema, as cirurgias tendem a ser simples e sem prejuízo estético ao paciente”, complementa.

Integraram a equipe os profes-sores Hamilton Stolf, Luciana Abade, Heloísa Campos e as enfermeiras Karen Menozzi e Liriane Garita. As auxiliares de enfermagem Selma Santos e Aparecida Cunha também deram apoio aos trabalhos.

Mutirão atendeu a mais de 40 pacientes do HCFMB

Dias 16 e 17 de dezembro a Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) recebeu o 1º Curso de Capacitação Multiprofissional em Transplante Hepático. A programação ocorreu no salão nobre da instituição.

O treinamento capacitou a equipe multiprofissional do Hospital das Clínicas da FMB para o atendimento ao paciente submetido ao trans-plante hepático. Entre os meses de novembro e dezembro o HCFMB foi credenciado pelo Ministério da Saúde

HCFMB capacita equipes para realizar transplantes de fígado

treinamento

para realizar transplantes de fígado e pâncreas/rim, por isso a necessidade de os envolvidos com os procedimen-tos estarem preparados para executar com eficácia suas funções.

O chefe do Setor de Transplantes do HCFMB, Dr. Juan Carlos Llanos, que também ministrou aulas durante a capacitação, comentou durante a abertura das atividades que o tema “transplante” não pode assustar os funcionários do hospital. “É um grande desafio, sim, mas que precisa

ser conhecido, por isso a importân-cia deste curso”, declarou ele, que apresentou informações sobre a Política Nacional para o Transplante Hepático e as indicações para esse procedimento.

Ao longo do primeiro dia de curso também foram abordados temas como: Captação de Fígado, Atendimento Multiprofissional Am-bulatorial Pré-Transplante, Avaliação Multiprofissional, Fluxograma do atendimento intrahospitalar, Cuida-dos Transoperatórios, Cuidados no Pós-operatório imediato/mediato, Cuidados no Pós-operatório tardio e discussão do fluxograma do aten-dimento intrahospitlalar.

FOtO FLÁVIO FOGUERAL

FOtO FLÁVIO FOGUERAL

dezembro 2010

12 Pesquisas e inovações

feliPe modeneseEspEcial para o Jornal da FMB

Na reportagem da TV, golfinhos entrecortam a superfície do mar de alguma baía brasileira. Os movi-mentos são suaves e contínuos, os animais exercem sua liberdade com fluidez e independência. Até que a voz no alto-falante chama a aten-ção convocando um dos pacientes da sala de espera do Bloco 3 para a consulta. Do lado de cá da tela está em andamento o Ambulatório de Neurologia das Doenças do Movimento da Faculdade de Me-dicina de Botucatu/Unesp (FMB), compondo um contraste curioso.

Aloísio tem Parkinson. Com braços e mãos tremendo, levanta-se por apoios, assume uma pos-tura inclinada e, a passos lentos amparados pela esposa, segue pelo longo corredor até a sala 16. Antes de passar pela consulta médica padrão, ele é convidado a realizar um exame diferente. Recebe as instruções para utilizar uma caneta conectada a um laptop e sobrescrever desenhos de círcu-los, espirais e caracóis, assim que soar um apito eletrônico. O punho parece pouco firme e o tremor do outro braço apoiado é incessante. Terminado o registro, Aloísio segue para o atendimento médico.

Através desta rotina, a Facul-dade de Medicina de Botucatu participa de uma iniciativa inter-nacional inédita para melhor com-preender e tratar a doença de Par-kinson. Por meio de um sensor inus-itado- a caneta inteligente BiSP - a pesquisa se propõe a esquadrinhar as minúcias de movimentos manu-ais voluntários de pacientes com a doença. Os pesquisadores pretend-em, então, acompanhar a evolução da execução dos movimentos e as respostas aos tratamentos usados, assim como comparar esses dados com os de pessoas saudáveis.

Os pacientes de Parkinson, esti-mados em 10 milhões no mundo e 300 mil no país, perdem dramática e progressivamente o controle dos movimentos finos, o que dificulta a rotina dessas pessoas, deixando-as muitas vezes inconformadas e deprimidas. O cenário ganha complexidade diante do aumento da expectativa de vida e do fato de ser uma doença associada ao envelhecimento, aumentando progressivamente sua incidência depois dos 65 anos.

Há décadas , d iagnóst ico, definição do tratamento e acom-panhamento da doença são feitos através da caracterização visual pelo médico dos sinais motores: tremor, rigidez, lentidão dos movi-mentos e instabilidade da postura. Entretanto, são tomadas decisões baseadas em parâmetros médicos e “por mais treinamento que tenha o profissional, essa avaliação é sub-jetiva e sujeita a erro”, considera Dr. Arthur Schelp, do Departamento de Neurologia da FMB e um dos autores do projeto.

Por meio da cooperação entre a Unesp de Botucatu e a Univer-sidade de Ciências Aplicadas de Regensburg, na Alemanha, os pes-quisadores elaboraram um projeto para testar a capacidade de um equipamento medir objetivamente e registrar as alterações motoras da doença. Além de Schelp, a pesquisa foi planejada pela Dra. Silke Weber, da Otorrinolaringologia, pelo Dr. Luis Antonio Resende, da Neuro-logia, ambos da FMB, e pelo físico Christian Hook, pesquisador da universidade alemã e responsável pelo desenvolvimento da caneta biométrica inteligente BiSP (sigla para Biometric Smart Pen).

Medicina/Unesp estuda Parkinson em iniciativa internacional de ponta

O estudo em andamento na Faculdade de Medicina de Botu-catu desde outubro de 2010 é o primeiro do mundo a propor uma analise longitudinal com o apa-relho, ou seja, a avaliação periódica da motricidade de pacientes de Parkinson. Devido à existência de um ambulatório específico para a doença no Hospital Universitário de FMB/Unesp, os pesquisadores podem contar com o retorno periódico dos pacientes (o que é mais complicado na Alemanha) para acompanhar e medir seu desenvolvimento com respeito ao comportamento motor fino.

A cada três meses, durante um ano, 50 pacientes já em acompan-hamento e outros 20 novos casos de diagnóstico da doença realizarão as tarefas motoras padronizadas. Os sensores da caneta detectam os detalhes de como a pessoa realiza o desenho, e a análise computacional desses dados define algo parecido a uma “impressão digital” única da ação gráfica realizada (veja quadro “Como funciona a caneta BiSP”).

Dessa forma, comparando parâ-metros como a continuidade, correções do traçado, suavidade e tempo de execução das tarefas, a caneta pode fornecer “mais informações para se perceber a evolução da doença e a resposta ao tratamento”, como salienta Dr. Schelp. Ele lembra também que há casos em que o paciente informa certo tremor que não é confirmado ou não está aparente na inspeção médica, e outros casos em que modificações das características do tremor não são percebidas na avaliação. Uma análise quantitativa e qualitativa mais exata pode, dessa forma, contribuir ao diagnóstico precoce e à prática clínica em Parkinson.

Professor Hook lembra que não há cura para a doença. Embora se saiba que resulte da disfunção ou morte de neurônios produtores do neurotransmissor dopamina no cérebro (o que leva à perda do controle e da fluidez dos movimen-tos), suas causas últimas não são

conhecidas. Resta aos médicos e pacientes

o controle dos sintomas, o que é feito, normalmente, através de medicamentos. E como as drogas são para o resto da vida, definir detalhadamente a dosagem mínima (quantidade e frequên-cia) suficiente desde o começo pode prolongar o tratamento e a qualidade de vida dos pacientes. Os pesquisadores acreditam que a

caneta BiSP pode ajudar a definir a dose controladora ótima desde o inicio, comparar a eficácia de dife-rentes medicamentos, assim como identificar e registrar as flutuações dos sintomas. “Isso seria fantástico para o paciente”, considera Hook.

O médico inglês James Par-kinson, em 1817, definiu como “paralisia agitante” a doença que leva seu nome. Em dezembro de 2010, as pernas de Bernardo

tremem e os pés se retorcem en-quanto participa da pesquisa. O punho desenha 12 círculos sobre o mesmo lugar na folha de testes, e depois mais 12 círculos no ar, com o cotovelo apoiado e o braço erguido. Em seguida vêm quatro caracóis e mais quatro espirais, cujas linhas são acompanhadas de dentro para fora.

Por último, ele estica os braços e gira eles com as palmas para cima e para baixo repetidamente, en-quanto segura a caneta BiSP numa mão e uma comum na outra. A tarefa toma todo o seu corpo. Ter-minado o teste, Bernardo recorda do dia em que ficou “travado” no ponto de ônibus e não conseguiu voltar para casa. Tinha calculado mal o período que ficaria sem os remédios.

Os danos pessoais e sociais da doença de Parkinson são extensos. Os tremores provocam constrangi-mento na fase inicial da doença. De modo geral, as mulheres se queixam de não conseguir mais desempenhar adequadamente suas funções no âmbito familiar, e os homens se queixam de perder a independência. Há perda da qualidade de vida com o com-prometimento motor e da fala. Os gastos públicos com remédios e aposentadorias são altos. Talvez se justifique, assim, a necessidade do monitoramento detalhista da doença e o controle da eficácia prolongada da medicação.

Dra. Silke considera se tratar de uma linha de pesquisa de ponta, de longo prazo e com caráter inova-dor, integrando áreas na fronteira multidisciplinar entre medicina, física, matemática e computação. Ela vislumbra o acompanhamento remoto da doença através do envio dos dados e comparação objetiva com exames prévios. Por ser móvel, de fácil aplicação e inofensivo a quem é examinado, o equipamento pode, futuramente, evitar o deslo-camento dos pacientes.

Para a médica, a pesquisa se alinha a uma visão que a medicina global vem assumindo de não ap-enas amenizar os sintomas, “mas fazer um diagnóstico cada vez mais precoce para poder intervir mais cedo com resultado melhor”.

A partir desse projeto inicial, os pesquisadores esperam multiplicar as investigações nessa direção e intensificar a integração Botucatu-Regensburg.

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isP De acordo com o professor Christian Hook,

que é um entusiasta do intercâmbio com o Brasil e os brasileiros e que esteve em Botucatu no começo de dezembro para o workshop “Sensores em Medicina e Sistemas de Saúde Pessoais”, o projeto da caneta BiSP desenvolve-se dentro da biometria. Ou seja, para medir características de uma pessoa de modo a identificá-la de forma única, assim como os leitores de íris e das digitais. No caso, a ideia era captar as singularidades da assinatura de alguém, já que todos escrevem diferentemente, e usar o sistema para segurança de dados e acesso.

Para tanto, a caneta dispõe de seis sensores, capazes de receber estímulos sobre a maneira que a pessoa escreve (ou desenha) e converte-los em sinal elétrico. Em cada momento, são captados: força na direção da caneta, força no plano do papel, som propagado pelo tubo, a pressão da “pegada”, e os dois ângulos que a caneta faz com o plano. A partir da dinâmica desses sinais, programas de computação extra-em certos números especiais, compondo uma “impressão digital matemática” singular para a execução de uma assinatura ou certo desenho. Daí, através de programas de inteligência ar-tificial, o sistema, então, “aprende” a classificar um sinal de entrada, ou seja, compara este com sua base de dados armazenados e reconhece quais as semelhanças e diferenças. Hook e seus colegas alemães notaram que o sistema funcionava bem para a biometria de assinaturas porque era muito sensível para os detalhes da

escrita. Diante disso, se descobriu a possibilidade do equipamento ser aplicado para condições em que seria interessante medir certas disfunções motoras no ato de empunhar a caneta.

Para a pesquisa envolvendo Parkinson, os pacien-tes têm realizado as mesmas tarefas gráficas, mas cada um a sua maneira. A partir do conjunto de dados dos pacientes e dos voluntários saudáveis, a idéia inicial é encontrar qual o conjunto de números essencial para classificar um desenho realizado como tipicamente de alguém com ou sem a doença. Seria possível assim, um “diagnóstico cibernético” do Parkinson.

Entretanto, o pesquisador está cético sobre esta possibilidade devido à grande diversidade de formas de desenhar. Ele confia mais em resul-tados a partir da repetição da mesma tarefa pelo mesmo paciente. A variação tende a ser menor e a comparação dos sinais sucessivos pode revelar mais indícios da evolução do quadro da doença e o monitoramento do efeito de remédios. Uma outra proposta de aplicação da caneta BiSP em medicina partiu da constatação de que pessoas que sofrem de apnéia tem dificuldade de se concentrar na tarefa de escrita. Dra. Silke está coordenando a elaboração de um projeto para, futuramente, ser capaz de medir o grau de atenção para essas pessoas executarem uma tarefa gráfica, o que pode ajudar a evitar acidentes nas estradas e no trabalho.

Essas e outras ideias serão discutidas e aprofun-dadas no segundo workshop sobre a aplicação de sensores em medicina, que acontecerá dias 17 e 18 de fevereiro na Faculdade de Engenharia da Unesp de Bauru.

FOtOS FLÁVIO FOGUERAL

Pesquisadores Pretendem, acomPanHar a

evolução da execução dos movimentos e as resPostas aos tratamentos usados