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Estamos chegando a Curitiba A capital paranaense receberá centenas de cardiologistas para o XXXIII Congresso da SBHCI E mais: Acesso radial | Conflito de interesses | Autonomia dos hemodinamicistas Estamos chegando a Curitiba A capital paranaense receberá centenas de cardiologistas para o XXXIII Congresso da SBHCI Ano XIV | n o 1 | #41 janeiro, fevereiro, março de 2011 Publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista

Jornal da SBHCI

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Publicação trimestral da SBHCI - Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista - ed. 41 - 01/2011

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Page 1: Jornal da SBHCI

Estamos chegando a CuritibaA capital paranaense receberá

centenas de cardiologistas para o XXXIII Congresso da SBHCI

E mais: Acesso radial | Conflito de interesses | Autonomia dos hemodinamicistas

Estamos chegando a CuritibaA capital paranaense receberá

centenas de cardiologistas para o XXXIII Congresso da SBHCI

Ano XIV | no 1 | #41janeiro, fevereiro, março de 2011

Publicação trimestral da Sociedade Brasileirade Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista

Page 2: Jornal da SBHCI

Fazendo a máxima diferença para a saúde dos pacientes através de grandes medicamentos.

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Page 3: Jornal da SBHCI

Fazendo a máxima diferença para a saúde dos pacientes através de grandes medicamentos.

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Page 4: Jornal da SBHCI

Palavra do Presidente

Nesta primeira edição de 2011 do Jornal da SBHCI, agradeço mui-to a participação de todos nas

atividades do ano que passou e desejo, mais uma vez, muito sucesso e que todas as metas se tornem realidade em mais esta jornada de trabalho. Logo em janeiro, os colegas já redigiam seus artigos sobre eventos, reuniões e assuntos discutidos desde os últimos meses de 2010. É o caso da reportagem sobre conflito de interes-ses assinada por Marcelo Cantarelli (SP), diretor administrativo, e Hélio Castello (SP), coeditor do Jornal, que traz números de uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha a pedido do Conselho Regio-nal de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). Fábio Sândoli de Brito Jr. (SP), diretor científico, nos apresenta os princi-pais tópicos – em preparação há meses e que neste começo de ano ganhou forma – para o XXXIII Congresso da SBHCI, que será realizado de 8 a 10 de junho, na ci-dade de Pinhais, região metropolitana de Curitiba (PR). Na seção Internas, os caros colegas verão que a nossa Sociedade man-tém o propósito de estimular cardiologis-tas intervencionistas para que produzam artigos científicos. O Curso de Incentivo à Pesquisa já teve sete edições até o mo-mento – sendo uma em 2010 e seis neste começo de ano – e continuará levando as aulas a todo o Brasil no segundo semestre.

Uma parceria de relevância e importân-cia internacional também se concretizou neste começo de ano. Em abril, a SBHCI estará à frente do Curso de Revisão sobre Inovações, promovido em parceria com The Society for Cardiovascular Angiogra-phy and Interventions (SCAI) no GI2 Glo-

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Caros colegasbal Summit on Innovations in Interven-tions, evento que Luciana Constant Daher (GO), coeditora do Jornal, apresenta com maestria na página 13. Para um começo de ano, foram meses de agenda repleta de compromissos. São indícios de crescimen-to em representatividade, o que nos leva a tratar do futuro de nossa Sociedade.

A Diretoria da SBHCI e representantes de hospitais que atendem o Sistema Único de Saúde (SUS) em nossa área de atuação reuniram-se na sede do Ministério da Saú-de, em Brasília, com Helvécio Miranda Magalhães Júnior, médico sanitarista, ex--secretário de Saúde municipal em Belo Horizonte (MG) e que assumiu recente-mente a direção da Secretaria de Atenção à Saúde, órgão encarregado dos projetos de média e alta complexidades do Minis-tério da Saúde. O grupo cumprimentou o secretário certo de que, com sua reconheci-da experiência na administração em saúde pública, teremos grandes avanços no aten-dimento à população brasileira. Foi entre-gue ao secretário um documento com as solicitações da SBHCI, no qual destacamos a necessidade premente de um reajuste de honorários médicos e despesas hospitalares em cardiologia intervencionista, procuran-do viabilizar a manutenção do atendimento adequado aos pacientes do SUS em todo o País. Neste primeiro entendimento com a nova administração, foi também solicitada a revisão de pendências relativas à inclusão de novas tecnologias, como o uso de stents farmacológicos, aprovação de dispositivos para tratamento de cardiopatias congênitas e o ultrassom intracoronariano. O implante percutâneo de válvula aórtica foi também apresentado para estudos da Secretaria

como uma das mais modernas técnicas em cardiologia intervencionista, obtendo re-sultados clínicos bem estabelecidos e que podem beneficiar um grande número de pacientes do SUS.

É de conhecimento de todos que 2011 é ano de eleição na SBHCI. Cumprindo com o determinado em nosso Estatuto e com nossa obrigação à frente da Sociedade, queremos conduzir o processo eleitoral com toda a transparência e seriedade que o tema exige. Nesta edição, apresentamos a chapa inscrita e o resumo do currículo de todos os colegas que ocuparão cargos na Diretoria a convite do candidato Mar-celo Queiroga (PB). Também realizamos uma entrevista com o candidato à Presi-dência da SBHCI para a gestão 2012-2013, na qual Queiroga detalha alguns de seus propósitos. Cumprida esta etapa, todos os sócios aptos devem exercer seu direito de escolher os colegas que estarão à frente de nossos interesses como cardiologistas in-tervencionistas nos próximos dois anos.

O voto será por meio eletrônico na pri-meira semana de junho e é muito impor-tante para consolidar este moderno pro-cesso eleitoral, legitimando a escolha da Diretoria e dos Conselhos Deliberativo e Fiscal da SBHCI.

Agradeço muito a todos os colegas, de-sejo boa leitura e espero encontrá-los em nosso congresso.

Maurício de Rezende BarbosaPresidente

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Page 5: Jornal da SBHCI

Conselho editorial | SBHCI | www.sbhci.org.brMaurício de Rezende Barbosa (MG) | presidenteMarcelo Cantarelli (SP) | diretor administrativoAlexandre Schaan de Quadros (RS) | diretor de comunicaçãoHélio Castello (SP), João Manica (RS) e Luciana Constant Daher (GO) | coeditores

Equipe técnica | take-a-coffee ComunicaçãoJornalista responsável | André Ciasca, mtb 31.963Editora | Carla CiascaRevisão | Christina G. DomeneProjeto gráfico e direção de arte | Vagner SimonettiFotografia e tratamento de imagens | Gis Ciasca | www.gisciasca.com.brImpressão | Ipsis | www.ipsis.com.brTiragem | 11.600 exemplares Circulação | em todo o território nacional

Jornal da SBHCI é uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista – SBHCI. Os textos assina dos são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não refletem neces sariamente a opinião da SBHCI.

#4101/2011

fone: (11) [email protected] skype: take.a.coffeetwitter: @take_a_coffee

12 Jogo Rápido

Direto de MilãoJoão Manica (RS) fala sobre os primeiros meses de sua experiência em Milão, na Itália

8 Cremesp

Conflito de interessesEvento em São Paulo discutiu eapresentou pesquisa sobre oenvolvimento de médicos com a indústria

9 CFM

Em defesa da autonomia dos hemodinamicistasAinda há o que esclarecer na discussão sobre a prescrição de órteses, próteses e materiais especiais

10 Ministério da Saúde

Aproximando-se do novo governoComissão da SBHCI foi a Brasília (DF) para a primeira reunião com representantes do Ministério da Saúde

13 Global Summit on Innovations in Interventions

O mundo está de olho no BrasilOportunidade singular de aprendizado e atualização científica para o médico brasileiro

14 Joint Interventional Meeting 2011

De volta a RomaCardiopatias estruturais, coronariopatias e hemodinamicistas brasileiros estiveram entre os destaques do JIM 2011

23 Simpósio Internacional de Terapia Valvar Percutânea

Novas evidênciasSimulador inédito no Brasil será destaque no evento da Fundação Universitária de Cardiologia em Porto Alegre

16 Congresso SBHCI 2011

XXXIII Congresso da SBHCIO principal evento de nossa Sociedade terá importantes novidades

18 Panorama

Cineangiocoronariografia com acesso pela artéria radialO procedimento ganha adeptos, cresce no Brasil, e quem o utiliza já aplica a técnica em quase 100% de seus pacientes

22 Arquitetura Hospitalar

Muito além da sala de exames Evento em Las Vegas, nos Estados Unidos, reuniu cerca de mil pessoas para discutir arquitetura hospitalar

24 Eleições 2011

Processo eleitoralConheça a chapa candidata para estar à frente da SBHCI no biênio 2012-2013

26 Homenagem

Doutor Donaldo Pereira GarciaNo dia 18 de janeiro, faleceu um dos pioneiros da hemodinâmica e da cardiologia intervencionista no Brasil

6 Internas

Notas e notícias sobre a SBHCICurso de Incentivo à Pesquisa 2011 | SBHCI no Cardio Interv 2010 | Enquete no Portal

27 Agenda

Eventos Conheça as datas e locais dos próximos eventos nacionais e internacionais de hemodinâmica e cardiologia intervencionista

Índice

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Page 6: Jornal da SBHCI

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Internas | notas e notícias

No primeiro trimestre deste ano, a SBHCI organizou seis edições do Curso de Incentivo à Pesquisa. Inaugurado em 2010, este curso tem por objetivo orientar os médicos participantes sobre bioestatística, banco de dados e técnica de redação científica. No segundo semestre, a SBHCI levará o curso para outras cidades, oferecendo o conhecimento necessário em metodologia científica e estatística para aumentar a produção de artigos e pesquisas em hemodinâmica e cardiologia intervencionista. Fique atento ao Portal da SBHCI (www.sbhci.org.br) para saber os locais e as datas das próximas edições. Agradecemos a todos os preceptores que, gentilmente, liberaram seus residentes para que participassem do Curso.

Curso de Incentivo à Pesquisa 2011

A edição de Salvador (BA) do Curso de Incentivo à Pesquisa contou com dez participantes.

Em Campinas (SP), o curso foi realizado no Hotel Premium Norte, teve 13

participantes e o apoio local de João Orávio de Freitas Junior (SP), presidente

da Associação dos Cardiologistas Intervencionistas do Interior de São Paulo e de Mariangela Mocelin (SP), gerente de

relacionamentos do Hospital Vera Cruz.

No Rio de Janeiro (RJ), contamos com o apoio de Maria Cristina Meira Ferreira (RJ) e José Ary Boechat (RJ) para reunir os 22 participantes.

A segunda turma de São Paulo (SP) foi formada por 15 médicos e realizada no dia 15 de fevereiro. Um dia depois, a terceira turma teve 16 participantes.

A edição mineira do Curso de Incentivo à Pesquisa, realizada em Belo Horizonte (MG), recebeu 17 cardiologistas.

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Page 7: Jornal da SBHCI

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Nos dias 3 e 4 de dezembro de 2010, a Fundação Francisco Cos-tantini organizou a 10a edição do

Cardio Interv, encontro anual de car-diologistas realizado no Hospital Car-diológico Costantini. A SBHCI também prestigiou o evento, onde montou um estande para atender os sócios, divul-gar o Congresso 2011 e as publica-ções da nossa entidade.

SBHCI no Cardio Interv 2010

Kelly Peruzi e Roberta Fonseca atenderam os sócios da SBHCI

no estande montado na 10a edição do

Cardio Interv.

No Rio de Janeiro (RJ), contamos com o apoio de Maria Cristina Meira Ferreira (RJ) e José Ary Boechat (RJ) para reunir os 22 participantes.

De tempos em tempos, os edi-tores e coeditores do Portal da SBHCI publicam na seção “Es-

quina Científica” uma enquete para conhecer a opinião dos internautas a respeito de diversos assuntos. A últi-ma enquete de 2010 foi uma pergun-ta técnica. Será que a sua opinião é a mesma da maioria dos internautas que responderam a pergunta?

Enquete no PortalO que representa a região demarca-

da com o círculo vermelho na imagem de tomografia por convergência ópti-ca, ao lado?

a. artefato de imagem b. placa de ateroma rica em lipídeosc. dissecção arteriald. tromboAcesse www.sbhci.org.br e saiba o

que os colegas responderam.

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Page 8: Jornal da SBHCI

Cremesp

É correto aceitar amostras grátis de medicamentos oferecidos pela in-dústria? É possível organizar eventos

científicos sem apoio ou patrocínio da in-dústria? É necessário haver regulamenta-ção específica a respeito do envolvimento do médico com a indústria, ou o profissio-nal deveria ser o único responsável por esta decisão? Estas perguntas fazem parte do cotidiano e das rodas de discussão de mé-dicos de qualquer especialidade. Para tratar do assunto, em 26 de novembro de 2010, o Conselho Regional de Medicina do Esta-do de São Paulo (Cremesp) organizou um evento cuja programação abordou diversos aspectos e informações sobre o conflito de interesses na relação do médico com as em-presas farmacêuticas, e contou com a par-ticipação de representantes de diversas en-tidades, sociedades médicas, da indústria farmacêutica, da Agência Nacional de Vi-gilância Sanitária (Anvisa), da saúde suple-mentar, de universidades e de jornalistas.

O evento foi motivado pelos resultados da pesquisa realizada pelo Instituto Data-folha, por encomenda do Cremesp. Segun-do Bráulio Luna Filho (SP), conselheiro do Cremesp e coordenador do projeto, os re-sultados das entrevistas feitas com 600 mé-dicos de diversas especialidades trouxeram à tona dados interessantes. Apesar de 51% dos entrevistados afirmarem que a indús-tria não deveria participar de congressos, a maioria entende que os eventos jamais se-riam realizados sem o apoio das empresas do setor médico e farmacêuticas.

De acordo com Guilherme Brauner Bar-cellos (RS), médico intensivista, diretor do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul (Simers) e presidente da Sociedade Brasileira

de Medicina Hospitalar, é possível sobreviver profissionalmente sem que haja tamanho en-volvimento do médico com a indústria. Cria-dor do site www.campanhaalerta.com.br, Barcellos enfatizou em sua apresentação que a estratégia da indústria tem grande poder de influenciar o médico no momento da pres-crição e que já realizou evento sem nenhum investimento de empresas farmacêuticas.

Para José Augusto Cabral de Barros (PE), professor da Universidade Federal de Pernambuco e um dos palestrantes do evento, os médicos devem refletir sobre essas ações. Porém, o vice-presidente do Cremesp, Renato Azevedo (SP), defende que o Estado regule a relação médico--indústria farmacêutica. “É uma obriga-ção constitucional”, afirma Azevedo. “O governo possui força e legitimidade para

isso por meio da Anvisa, e precisamos da pressão da sociedade, dos conselhos e de universidades para termos medidas regu-latórias mais fortes, que proíbam, inclusi-ve, a publicidade na mídia.”

O tema faz parte de discussões em todos os níveis, tornando imprescindível a busca con-junta por mudanças. Cada um dos envolvidos na assistência médica e na educação continuada deverá ter sua posição determinada por valores éticos. Não se discute o valor das contribuições que as indústrias oferecem no âmbito das pes-quisas e da educação, porém estes investimen-tos devem estar focados na melhoria da assis-tência, na maior longevidade e no incremento de qualidade de vida das pessoas.

Segundo os organizadores, este evento serviu para compilar, discutir e balizar futuros direcio-namentos do Cremesp sobre o assunto. ■

8

Por Marcelo Cantarelli (SP) | diretor administrativo e Hélio Castello (SP) | coeditor

O filósofo Dennis F. Thompson, PhD da Universidade de Harvard, define o conceito de conflito de interesses de maneira bastante clara. Trata-se de um conjunto de condições nas quais o julgamento de um profissional a respeito de um interesse primário tende a ser influenciado indevidamente por um interesse secundário. Apesar da clareza e do consenso no entendimento léxico do termo, a polêmica se mantém viva

Conflito de interesses

Entre números e conflitosO evento realizado no Conselho Regional de Medicina do Estado de

São Paulo (Cremesp) divulgou os resultados da pesquisa encomendada ao Instituto Datafolha e feita com 600 médicos.

Conheça alguns dados obtidos com este trabalho:• 93% dos médicos afirmam ter recebido produtos, benefícios ou pagamentos da indústria de valor inferior a R$ 500 nos últimos 12 meses.• 77% dos entrevistados declaram que conhecem médicos que aceitaram produtos, benefícios ou pagamentos da indústria superiores a R$ 500 nos últimos 12 meses.• 74% dos médicos declaram que presenciaram ou receberam benefícios da indústria ainda no período de graduação.• 33% dos médicos souberam ou presenciaram casos de pressão da indústria sobre colegas ou alguma parceria comercial considerada inadequada.

Page 9: Jornal da SBHCI

CFM

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A Resolução Normativa 1.956/10 do Conselho Federal de Medicina (CFM), publicada no final de 2010 e que trata

da prescrição de órteses, próteses e materiais implantáveis, vem em decorrência do que já havia disposto a Agência Nacional da Saúde Suplementar (ANS), na Resolução Normativa 211, no âmbito dos planos privados de assis-tência à saúde. Para entender porque a reso-lução do CFM representa um avanço – com ressalvas – nesta polêmica discussão, é preciso entender o contexto em que foi definida.

A ANS, entre outras funções, pugna pela viabilidade do setor da saúde suplementar no Brasil, o que envolve seus usuários e ope-radoras de planos de saúde. Há uma recla-mação por parte das operadoras em relação aos profissionais, sugerindo que alguns mé-dicos participam de esquemas comerciais com fabricantes ou distribuidores de mate-riais. Em virtude disso, a ANS resolveu que o médico não deveria indicar a marca do produto, e sim suas características. Caso a operadora lhe oferecesse um material com o qual ele não concordasse, ela poderia so-licitar três marcas comerciais diferentes. Se o conflito ainda perdurasse, uma terceira parte arbitraria sobre a questão, de comum acordo entre a operadora e o médico.

A resolução da ANS é um avanço, mas apresenta alguns problemas. O primeiro de-les diz respeito à questão das três opções dos materiais. A norma diz que “pode a operadora solicitar do médico três opções para ele esco-lher”. Se está escrito “pode”, não quer dizer que a operadora “deva” solicitar. Sob esta interpre-tação, o CFM concluiu que tal resolução sus-citaria questionamentos, e poderia interferir na autonomia do médico. Consequentemente,

para aclarar este cenário, o CFM editou uma nova resolução versando sobre o assunto.

Para tanto, foi criada uma comissão especial no CFM integrada por conselheiros e médicos especialistas de várias entidades – entre elas, a SBHCI –, que se reuniu durante um ano. A co-missão gerou este documento, que, posterior-mente, foi aprovado pelo Pleno do CFM, o qual representa um avanço em relação à resolução da ANS. A nova resolução preserva a autono-mia dos médicos, pois diz claramente que o profissional pode recusar o material oferecido pela operadora, assegurando sua autonomia, desde que devidamente justificado, e oferecen-do à operadora três opções, quando houver.

Outro aspecto importante é que a norma de-fine as responsabilidades diante das negativas de autorização. As operadoras de plano de saúde, quando negam determinado procedimento, ge-ralmente o fazem por meio de um funcionário burocrático e, às vezes, não identificado. Com a resolução do CFM, este procedimento tem de ser auditado na jurisdição onde ocorre. Por exemplo, se a solicitação é de um procedimento no Amapá, o auditor precisa ser um médico que esteja inscrito no Conselho Regional de Medi-cina do Amapá. Além disso, o médico auditor deve identificar-se, assim ficarão bem claras as devidas responsabilidades. Vale destacar que há normativos éticos que proíbem a negativa de determinados procedimentos por parte do au-ditor sem uma justificativa fundamentada.

O ponto principal da discussão é o Artigo 3º, que diz que é vedado ao médico a indicação de marca comercial e fornecedor exclusivos. Esta polêmica tem trazido um certo desagrado e motivou as sociedades médicas a procura-rem o CFM para rediscutir a resolução, embo-ra não se vislumbre grandes modificações na

norma, deve-se destacar que ninguém pode impedir que qualquer médico manifeste sua preferência por um determinado material. Por outro lado, o médico não pode exigir um pro-duto sem fundamentação científica compro-vada. A substituição da prescrição poderia ser aceitável se fosse possível assegurar a similari-dade do produto, que não diz respeito apenas ao material usado na fabricação de determina-do dispositivo, se é de ferro, de inox, de níquel ou de tungstênio; o que deve ser observada é a similaridade dos resultados clínicos.

Existe também a questão relativa à auto-nomia da interação médico-paciente, pois o paciente tem o direito de ser informado sobre todo o processo, não somente a parte clínica, mas também de todos os materiais que serão empregados – esta proposta foi inserida na resolução por sugestão da SBHCI. Não pode-mos permitir que o paciente desconheça que o dispositivo indicado pelo seu médico, em quem ele confia, seja negado e substituído à revelia pela operadora.

A resolução do CFM obriga todos os médicos a agirem segundo determinada conduta. Já a da ANS tem poder sobre o setor da saúde suple-mentar. Então, é uma questão que está longe de terminar, sobretudo porque, no Brasil, há uma liberalidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dar registro a determina-dos produtos sem que os requisitos de eficácia e segurança sejam plenamente observados.

Embora não seja a solução definitiva para as divergências sobre o tema, a resolução do CFM esclarece alguns pontos. Mesmo que haja modi-ficações no futuro, estas serão motivo de discus-são ampla na Câmara Técnica de Órteses e Pró-teses da Associação Médica Brasileira (AMB), matéria que certamente está em evolução. ■

Por Marcelo Queiroga (PB) | presidente da Sociedade Norte-Nordeste de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SNNeHCI)

Conselho Federal de Medicina avança na discussão sobre a prescrição de órteses, próteses e materiais especiais, mas ainda precisa esclarecer pontos questionáveis

Em defesa da autonomia dos hemodinamicistas

Page 10: Jornal da SBHCI

Ministério da Saúde

Na manhã do dia 23 de março, diretores da SBHCI e representantes de hospi-tais conveniados com o Sistema Úni-

co de Saúde (SUS) de diversas regiões do País foram recebidos em Brasília (DF) por Helvécio Miranda Magalhães Júnior, atual dirigente da Secretaria de Atenção à Saúde, órgão do Mi-nistério da Saúde que tem entre suas principais ações participar da formulação e implementa-ção das políticas de atenção básica e especiali-zada, bem como elaborar e avaliar as políticas de média e alta complexidades, ambulatorial e hospitalar do SUS. O grupo convidado pela SBHCI para representar a grande capacidade assistencial de nossos dedicados associados e de nossos hospitais foi composto por J. Eduar-do Sousa (SP), José Armando Mangione (SP), Paulo Sérgio de Oliveira (RJ), Expedito Ribei-ro (SP) e Marcos Antonio Marino (MG).

Em primeiro lugar, os participantes expres-saram ao secretário o propósito da SBHCI de

atuar conjuntamente com as autoridades do Ministério da Saúde em projetos que pos-sam beneficiar a população brasileira, espe-cialmente os usuários do SUS, oferecendo o melhor da cardiologia intervencionista em mais de 700 hospitais que realizam proce-dimentos minimamente invasivos. Sabendo da preocupação do atual secretário com a remuneração praticada pelo SUS, Adria-no Dias Dourado Oliveira (BA), diretor de Qualidade Profissional da SBHCI, teve a oportunidade de apresentar um estudo com informações referentes à questão dos hono-rários médicos em nossa área de atuação.

O último reajuste dos procedimentos em cardiologia intervencionista foi efetivado em outubro de 2007, o que resultou em grande defasagem nos honorários médicos pratica-dos na especialidade. O momento é crítico, pois muitos colegas de diversas instituições do País encontram-se em situação que pode

10

Por Maurício de Rezende Barbosa (MG) | presidente

Honorários médicos e implementação de novas tecnologias foram assuntos discutidos com Helvécio Miranda Magalhães Júnior (MG), que assumiu a Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde

Aproximando-se do novo governo

Da esquerda para a direita, José Armando Mangione (SP), Expedito Ribeiro (SP), o secretário Helvécio Miranda Magalhães Júnior (MG), Marcos Marino (MG), Maurício de Rezende Barbosa (MG), Adriando Dias Dourado Oliveira (BA), J. Eduardo Sousa (SP), Paulo Sérgio de Oliveira (RJ) e Marcelo Cantarelli (SP).

inviabilizar o atendimento pelo SUS. A va-riação entre o valor pago atualmente e os va-lores sugeridos pela Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) chega a 480%, sendo premente que os reajustes sejam efetivados, para que tais distorções sejam corrigidas e não mais atinjam estes extremos, evitando sérios pro-blemas para o atendimento da população.

É importantíssima a valorização do ato médico, em especial para o cardiologista in-tervencionista, profissional altamente qua-lificado após, pelo menos, seis anos de es-pecialização e que exerce atividade de risco, por estar diretamente exposto à radiação-X. Maurício de Rezende Barbosa (MG), pre-sidente da SBHCI, expôs ao secretário que a cardiologia intervencionista brasileira encontra-se em constante evolução e pro-gresso; é reconhecida mundialmente pelo trabalho assistencial realizado no País e pela

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Page 11: Jornal da SBHCI

renomada pesquisa científica, que apre-sentou ao mundo grandes avanços, como os stents farmacológicos, introduzidos na prática clínica mundial após os trabalhos da equipe de J. Eduardo Sousa (SP) no Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo (SP).

Tramitam no Ministério da Saúde solici-tações da SBHCI de incorporação de novas tecnologias para os pacientes do SUS, tais como os stents farmacológicos e dispositivos para tratamento de pacientes com cardiopa-tias congênitas, sendo necessária a adequa-da atenção das autoridades para que estes e outros avanços modernos, como o implante percutâneo da válvula aórtica, sejam dispo-nibilizados o mais brevemente possível aos pacientes do SUS. O secretário Magalhães

informou que estão sendo realizadas modifi-cações na estrutura da Secretaria de Atenção à Saúde, as quais permitirão que estes proces-sos sejam reavaliados com brevidade.

Marcelo Cantarelli (SP), diretor adminis-trativo da SBHCI, ressaltou a importância da rediscussão de compatibilidade entre có-digos de procedimentos e órteses, próteses e materiais especiais, minimizando os entra-ves burocráticos. Cantarelli informou ainda que a SBHCI tem se empenhado em desen-volver registros que possibilitem refletir a evolução da cardiologia intervencionista no País, com valiosas informações sobre os re-sultados dos procedimentos.

Entre as boas notícias, fomos informados de que não houve cortes significativos no or-

çamento do Ministério da Saúde, e de que o novo governo sinaliza com interesse especial para os projetos do setor. A questão dos ho-norários médicos está sendo analisada, assim como a incorporação de novas tecnologias.

A Diretoria da SBHCI está atenta a todos os desdobramentos desta importante reu-nião, reivindicando os direitos de nossos associados. Que este primeiro entendimen-to com a nova administração do País venha pavimentar o caminho para um futuro pro-missor nos próximos quatro anos, em bene-fício dos cardiologistas intervencionistas, do progresso contínuo de nossos hospitais e, em especial, para o bem-estar da sociedade bra-sileira, disponibilizando aos usuários do SUS o melhor da cardiologia intervencionista. ■

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Page 12: Jornal da SBHCI

Jogo Rápido

João Luiz Manica (RS) tem 31 anos de idade, é cardiologista intervencionista especializa-do em cardiopatias congênitas e está em Mi-

lão, na Itália, desde o final do ano passado para fazer seu curso de Doutorado. Só de falar que se trata de uma viagem para Milão, começamos a imaginar o que há de bom e de melhor. Passeios fantásticos, bons restaurantes, muito glamour. Mas não é nada disso. Em um bate-papo rápi-do, o médico gaúcho nos contou sua experiên-cia em solo italiano, que exige muito trabalho, dedicação e empenho nos estudos, acima de qualquer possibilidade de lazer e diversão.

Como surgiu a oportunidade de partici-par desta experiência?Surgiu do Programa de Doutorado do Ins-

tituto de Cardiologia (IC) do Rio Grande do Sul. Entretanto, o convênio com o Istituto Di Ricovero e Cura a Carattere Scientifico Poli-clinico San Donato (Milão, Itália), serviço de referência mundial de cardiologia interven-cionista em cardiopatias congênitas, só foi possível graças à excelente relação de Raul Rossi (RS), do IC, com Mario Carminati, di-retor da Unidade de Cardiologia Pediátrica e Intervencionista desta instituição italiana.

Qual é seu objetivo com esta experiência?Além do Doutorado, promover intercâmbio

científico entre as duas instituições, com a re-alização de linhas de pesquisa em conjunto e possibilidade de novas trocas de experiências entre as diversas áreas da cardiologia pediátri-ca. É também a possibilidade de continuar o aperfeiçoamento da intervenção em cardiopa-

tias congênitas em uma nova instituição, com acesso completo às últimas novidades no que se refere a dispositivos e novas tecnologias, o que, no Brasil, em situações específicas, pode-mos encontrar alguns empecilhos devido às limitações do Sistema Único de Saúde (SUS).

Quais as primeiras impressões sobre a nova rotina?De muita dificuldade. Não bastasse o frio,

tive meu passaporte roubado no quarto dia por aqui. Com pouco dinheiro e sem docu-mento, não era possível nem ao menos alugar um apartamento. A segunda semana foi me-lhor. Comecei a fazer cateterismos, consegui alugar um apartamento, minha esposa che-gou e encontrei muitas pessoas dispostas a me ajudar. Não posso deixar de citar o nome de Luciane Piazza, médica brasileira, membro do corpo de intervencionistas do Instituto Poli-clinico San Donato, que me deu todo apoio e ajuda possíveis durante a minha chegada.

Qual a diferença entre atuar na Itália e no Brasil?Afora os poucos recursos ainda não dispo-

níveis no Brasil, não existe muita diferença. No Brasil, estamos realmente na “ponta do ice-berg” no que se refere à qualidade técnica dos profissionais, o que dá a nós, hemodinamicis-tas da nova geração, muito orgulho de ter rea-lizado o treinamento com pessoas de qualida-de incontestável. Entretanto, a oportunidade de trabalhar ao lado de outros grandes nomes da hemodinâmica mundial é, sem dúvida, um crescimento profissional indiscutível.

Quais são os benefícios que uma experi-ência como esta pode trazer para a espe-cialidade no Brasil?Antes de viajar, tive a oportunidade

de conversar com diversos hemodinami-cistas de cardiopatias congênitas sobre a experiência no exterior. O apoio à minha iniciativa foi incondicional. Não há dú-vidas de que estamos em um patamar de qualidade internacional também porque a maioria dos nossos mestres acompa-nharam de perto o desenvolvimento da intervenção em cardiopatias congênitas. É indispensável que nós, mais jovens, mantenhamos esta relação próxima com os grandes centros mundiais para perpe-tuar a qualidade atual da hemodinâmica de congênitos no Brasil.

Você recomenda que outros jovens hemodinamicistas sigam o mesmo caminho?Com certeza. Além do inegável cresci-

mento profissional, o crescimento pessoal é incrível. A convivência com pessoas de diversos lugares do mundo, de culturas e hábitos completamente diferentes nos faz aprender e fortalecer valores muitas vezes esquecidos em nossa sociedade. O cresci-mento da cultura imediatista entre muitos estudantes faz com que iniciativas como esta se tornem cada vez mais escassas. En-tretanto, ainda acredito em uma mudança de visão da medicina atual, o que se refleti-rá em melhorias na qualidade do ensino e do serviço médico nacional. ■

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Por Carla Ciasca (SP) | jornalista

Direto de MilãoJoão Luiz Manica (RS) passará um ano em Milão, na Itália, participando do Programa de Doutorado do Instituto de Cardiologia (IC) do Rio Grande do Sul, que mantém convênio com o Istituto Di Ricovero e Cura a Carattere Scientifico Policlinico San Donato.

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Global Summit on Innovations in Interventions

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São Paulo será palco de um importan-te e inédito evento, reafirmando ine-quivocamente o papel do Brasil e de

seus médicos no panorama da cardiologia intervencionista mundial. Trata-se do Glo-bal Summit on Innovations in Interventions (GI2), que será realizado entre os dias 13 e 15 de abril de 2011, no WTC Convention Cen-ter, em São Paulo (SP).

O objetivo do evento é discutir o amplo conceito de inovações dentro da cardiologia intervencionista, desde a ideia de um novo dispositivo, dos aspectos de engenharia, fa-bricação e financiamento, até processos re-gulatórios de uso, estudos clínicos e aplica-ções práticas. O GI2 é um fórum importante para discussão de novas soluções dentro das principais áreas da cardiologia intervencio-nista, englobando as intervenções coroná-rias, extracardíacas, estruturais e em cardio-patias congênitas. O programa científico foi elaborado em parceria com a Cardiovascular Research Foundation (CRF), de Nova York, nos Estados Unidos, que tem longa tradição na organização do Transcatheter Cardiovas-cular Therapeutics (TCT), o maior evento mundial de nossa área. A edição brasileira contará com a parceria, além da SBHCI, de outras renomadas entidades e instituições como Instituto Dante Pazzanese de Cardio-logia, de São Paulo (SP), Sociedade Latino--Americana de Cardiologia Intervencionista (SOLACI), The Society for Cardiovascular Angiography and Interventions (SCAI), Pe-diatric Interventional Cardiology Sympo-sium (PICS) e TCT.

J. Eduardo Sousa (SP), pilar da hemodi-nâmica brasileira, é o presidente de honra do evento. Sua carreira coroada de êxitos e

prêmios foi responsável por projetar o Brasil no cenário mundial da pesquisa clínica em cardiologia intervencionista. Sousa dirigirá o evento junto com seus idealizadores, Alexan-dre Abizaid (SP), Carlos A. C. Pedra (SP) e Fausto Feres (SP), referências mundialmente conhecidas em suas áreas de atuação. O evento contará ainda com um notável comitê de codi-retores, chefiado por Amanda G. M. R. Sou-sa (SP): Antonio Colombo (Itália), Eberhard Grube (Brasil), George Dangas (Estados Uni-dos), John Cheatham (Estados Unidos), Mar-tin Leon (Estados Unidos), Patrick Serruys (Holanda), Peter Fitzgerald (Estados Unidos), Roxana Mehran (Estados Unidos), Shigeru Saito (Japão) e Ziyad Hijazi (Estados Unidos).

Renomados cardiologistas intervencio-nistas de vários continentes terão partici-pação fundamental para o êxito do con-gresso, cuja programação será dividida em três dias. No primeiro dia, 13 de abril, haverá um curso de revisão e atualização em cardiologia intervencionista dirigi-do para médicos novos na especialidade, com ênfase nas diretrizes atuais do uso das principais novidades tecnológicas. Este curso será organizado pela SBHCI e pela SCAI e terá a participação de palestrantes nacionais e internacionais. Paralelamente ao curso de revisão, o GI2 oferecerá ses-sões práticas de treinamento com novas técnicas e materiais disponibilizados pela indústria. Nessas sessões informais, o es-pecialista poderá interagir com colegas renomados e com outros profissionais da área. Durante os dois dias subsequentes, o congressista assistirá a uma série de pa-lestras permeadas por casos ao vivo trans-mitidos do Instituto Dante Pazzanese de

Cardiologia, que estimularão a discussão sobre as aplicações de novas tecnologias. Entre os principais tópicos do programa científico destacam-se o uso da sala híbri-da – de cateterismo e cirurgia – para rea-lização de novos procedimentos; métodos de imagem para o diagnóstico de doenças cardíacas; stents e medicamentos para do-ença coronária; dispositivos para doenças valvares, estruturais e congênitas; tecnolo-gias para o tratamento intervencionista da insuficiência cardíaca; cirurgia e interven-ção cardíaca robótica e aspectos processu-ais e regulatórios da pesquisa clínica. Os 14 casos ao vivo serão variados, incluindo intervenções coronárias, apêndice atrial esquerdo, valvas mitral e aórtica, cardio-patias congênitas e aneurismas da aorta.

O maior desafio do GI2 será proporcio-nar ao congressista uma visão ampla, crí-tica e não tendenciosa de todo o processo de incorporação de novas tecnologias na prática da cardiologia intervencionista, com o objetivo final de levar aos pacientes cardiopatas a melhor terapêutica disponí-vel. Estes objetivos, aliados à participação maciça de renomados intervencionistas nacionais e internacionais, tornam o GI2 um congresso importante em nosso meio. A interação salutar com a indústria será útil no sentido de ampliar os horizontes do intervencionista em relação às novida-des tecnológicas, com potencial impacto positivo no tratamento de seus pacientes.

A organização do evento espera a par-ticipação de 500 a mil congressistas do Brasil e do exterior. O sucesso do GI2 certamente resultará na periodicidade do evento em anos futuros. ■

Por Luciana Constant Daher (GO) | coeditora

Global Summit on Innovations in Interventions será realizado em abril em nosso País, oferecendo ao médico brasileiro uma oportunidade singular de aprendizado e atualização científica

O mundo está de olho no Brasil

Page 14: Jornal da SBHCI

Joint Interventional Meeting 2011

A 11a edição do Joint Interventional Meeting (JIM) 2011, realizada de 10 a 13 de fevereiro em Roma (Itália)

com a participação de 1.500 congressistas, teve novo endereço. Neste ano, estivemos mais próximo ao Vaticano, diferentemente de edições anteriores, também realizadas em Roma, mas em uma região mais afasta-da. De acordo com os organizadores, a mu-dança foi uma determinação de repartições federais, para que o evento ocorresse em hotel classificado com 4 estrelas. Foi uma pena, pois o local anterior, o Hotel Hilton Cavalieri, embora mais distante e situado em outra colina romana, era magnífico, re-pleto de obras de arte e de história.

Mais uma vez, o JIM caracterizou-se por inovações e demonstrações interessantes na área da cardiologia intervencionista. No pro-grama deste ano, a intervenção em cardio-patias estruturais ganhou lugar de destaque, especialmente no primeiro dia do evento. O tratamento das patologias da valva aórtica, com diferentes tipos de próteses ou mesmo

reintervenções, foi exaustivamente demons-trado. Em segundo plano, porém não menos explorados, ficaram os temas do tratamento da insuficiência valvar mitral (“Mitral clip”) e a oclusão da auriculeta esquerda com plug ou prótese. As transmissões dos casos ao vivo foram feitas a partir de Milão, com An-tonio Colombo (Itália) e sua fantástica equi-pe (assim como acontecerá no Congresso da SBHCI 2011) da Universidade de Bonn, na Alemanha, pelos comandados de Eberhard Grube (SP), e também de um centro hos-pitalar em Londres, no Reino Unido, pela equipe de Carlo Di Mario (Itália).

Os casos transmitidos ao vivo permitiram a apresentação de novas tecnologias, com o uso de materiais recentemente introduzidos pelas companhias e a divulgação de “tru-ques” para obtenção dos melhores resulta-dos. Esta visão dos organizadores na forma de configurar este curso sempre foi o ponto alto do JIM ao longo de todos esses anos.

Apesar de tudo o que foi dito até agora, muitos participantes e congressistas ma-

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Por Décio Salvadori Jr. (SP) | chefe da Equipe de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo e do Instituto de Cardiologia de São Paulo

Cardiopatias estruturais, coronariopatias e hemodinamicistas brasileiros estiveram entre os destaques da edição 2011 do Joint Interventional Meeting (JIM), realizada em Roma, na Itália

De volta a RomaPraça de São Pedro, no Vaticano, foi parada obrigatória aos visitantes do Joint Interventional Meeting 2011, realizado em Roma, na Itália.

nifestaram-se surpresos e um pouco desa-pontados com o número exagerado de casos relacionados a cardiopatias estruturais. Con-tudo, e principalmente do segundo dia em diante, as coronariopatias voltaram a ocupar lugar de destaque. Assistimos demonstra-ções de casos interessantes, nos quais foram utilizados equipamentos inéditos, que facili-tam a intervenção e permitem a obtenção de resultados melhores e duradouros. O evento contou sempre com moderadores de reno-me, como os norte-americanos Martin Leon e Gregg W. Stone, e mesas repletas de espe-cialistas das mais diversas nacionalidades, entre eles os brasileiros Alexandre Abizaid (SP) e Expedito Ribeiro (SP), que enrique-ceram de maneira absoluta as discussões dos casos. Detalhes técnicos e a utilização de novas tecnologias ocuparam os princi-pais momentos das apresentações. Também devemos salientar a brilhante participação do colega Marco Vugman Wainstein (RS) na execução de caso ao vivo transmitido da Universidade de Bonn, relacionado à coro-

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Muito bem acompanhadonariopatia complexa. Aliás, casos complexos sempre foram a tônica deste evento.

Nas atividades didáticas na “hora do al-moço”, relacionadas ao estado da arte das cardiopatias e tecnologias, mais uma vez esteve presente Alexandre Abizaid (SP), que proferiu palestra sobre novos stents farmacológicos e exibiu resultados pre-liminares de estudos clínicos sobre eles. Essa estrutura de programação, composta por exibições de casos ao vivo, discussões calorosas sobre novas tecnologias, divulga-ções de resultados de estudos com novos stents, demonstrações e dicas para obten-ção dos melhores resultados e, por que não, para solucionar os problemas na execução destes procedimentos de coronariopatias complexas foram os pontos altos do JIM nestes 11 anos. E é justamente por esta ra-zão que este evento é especial. Por fim, e também muito importante, é sua realização em Roma: a cidade eterna. Cada ano mais exuberante, fantástica e bela. Jamais conse-guiremos conhecê-la por completo! Cada metro quadrado desta cidade tem uma lon-ga história a ser contada. Grazie mille! ■

Marco Vugman Wainstein (RS), dire-tor de Intervenções Extracardíacas da SBHCI, foi um dos brasileiros de des-taque na programação do JIM 2011. A convite da organização, Wainstein participou pela terceira vez do even-to. Este ano apresentou um dos casos ao vivo de alta complexidade trans-mitidos a partir do Hospital Univer-sitário de Bonn, na Alemanha. “Fui o operador de um caso de bifurcação coronária”, afirma Wainstein. “Aliás, a bifurcação coronária teve grande ên-fase em todo o congresso nas diver-sas abordagens sobre novos stents farmacológicos.” Entre os painelistas que discutiram o procedimento reali-zado pelo médico brasileiro estavam alguns dos mais importantes nomes da cardiologia intervencionista mun-dial, como Ian Meredith (Austrália), Gregg W. Stone (Estados Unidos) e Eulogio Garcia (Espanha).gi

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Congresso SBHCI 2011

A SBHCI já entrou na reta final da or-ganização de seu congresso anual. Este ano, o principal evento nacional

da cardiologia intervencionista, presidido por Samuel Silva da Silva (PR), acontecerá no Expotrade Convention Center em Pinhais (PR), região metropolitana de Curitiba, nos dias 8, 9 e 10 de junho. A maior novidade que o evento trará será a transmissão dos casos ao vivo em alta definição, tecnologia ainda rara em eventos científicos, mas que nossa Socie-dade apresenta pela primeira vez, oferecendo aos congressistas imagens de altíssima defini-ção e qualidade que permitirão a exibição de detalhes antes observados somente quando presentes na sala de intervenções.

A Comissão Organizadora do congresso concentrou o conteúdo do evento deste ano no aprofundamento da discussão de alguns temas novos e outros amplamente conheci-dos, que fazem parte da rotina do hemodi-namicista: tratamento percutâneo das val-vopatias aórtica e mitral; novos métodos de imagem; segurança, eficácia e novos stents farmacológicos; terapêutica farmacológica adjunta (novos antiplaquetários); disposi-tivos de assistência ventricular no infarto; intervenções extracardíacas; cardiopatias congênitas e diretrizes de cardiologia inter-

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Por Fábio Sândoli de Brito Jr. (SP) | diretor científico

A edição 2011 do principal evento de nossa Sociedade terá importantes novidades, como o prêmio para o caso clínico do ano e as transmissões de casos ao vivo em alta definição

XXXIII Congresso da SBHCI

vencionista. Para discutir este último tópi-co, a coordenação do congresso convidou o médico William Wijns (Bélgica), presidente do EuroPCR e primeiro autor das diretri-zes europeias de revascularização. Além de Wijns, outros profissionais estrangeiros con-firmaram presença: Evan M. Zahn (Estados Unidos), Federico Piscione (Itália), Murat Tuzcu (Estados Unidos), Peter Fitzgerald (Estados Unidos) e Shakeel A. Qureshi (In-glaterra). Francisco José Araujo Chamié de Queiroz (RJ), diretor de Intervenções em Cardiopatias Congênitas, está em contato com dois grandes profissionais estrangeiros que também virão ao Brasil. Todos os nomes serão confirmados nos próximos meses e di-vulgados no Portal da SBHCI.

A participação de profissionais renomados internacionalmente também será marcada nas transmissões via satélite de casos ao vivo. Antonio Colombo (Itália) disponibilizou o Centro Cuore Columbus, em Milão, na Itália, para uma das sessões. Também temos con-firmados casos transmitidos do Washington

Hospital Center, em Washington, DC, nos Estados Unidos, por Augusto Pichard (Chi-le), e do Swedish Hospital, em Seattle, tam-bém nos Estados Unidos, por Mark Reisman (Estados Unidos). Os casos nacionais serão realizados em hospitais de Curitiba (PR).

Duas importantes novidades devem ser ressaltadas. A primeira é a criação da sessão batizada de “O Melhor Caso do Ano”. A co-missão avaliadora vai escolher cinco casos clínicos previamente inscritos para serem apresentados na sala principal do congresso. Um dos casos apresentados será eleito o me-lhor do ano, e seu autor será premiado com passagem, estadia em hotel e inscrição para o Transcatheter Cardiovascular Therapeutics (TCT) 2011, que acontecerá em novembro na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos.

A segunda novidade em relação aos anos anteriores está no horário de abertura e en-cerramento do congresso. Neste ano, o even-to terá início na quarta-feira, dia 8 de junho, às 9 horas, e o encerramento se dará na sex-ta-feira, dia 10 de junho, às 16 horas. ■

De cima para baixo, pôr do sol em Curitiba,

a Ópera de Arame e Expotrade, onde

será realizado o XXXIII Congresso da SBHCI.

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Panorama

A experiência com a utilização da artéria radial como alternativa ao acesso femoral tradicional iniciou-

-se em 1989 com Lucien Campeau (Ca-nadá), do Montreal Heart Institute. Nesta experiência pioneira, 100 pacientes conse-cutivos foram submetidos à cineangiocoro-nariografia diagnóstica por esta nova via de acesso vascular. Posteriormente, em 1992, Ferdinand Kiemeneij (Holanda) e seu grupo no Hospital OLVG em Amsterdã adaptaram esta técnica e realizaram os primeiros casos de angioplastia coronária e, posteriormente, de implante dos stents coronários. Os resul-tados desta e de outras experiências iniciais levaram à gradual difusão desta via de aces-so, inicialmente na Europa e na Ásia e, pos-teriormente, nas Américas.

No Brasil, os colegas Raimundo Furtado (MA) e Bedson de Sá (PE) apresentaram sua experiência inicial com cineangiocorona-riografia diagnóstica pela via transradial em 1998, que posteriormente foi replicada em ou-tros hospitais de nosso País. Nossa experiência pessoal com o acesso radial iniciou-se em abril de 2000 na Santa Casa de Porto Alegre (RS), sendo que, atualmente, esta é a nossa via de acesso preferencial, tanto para a realização de exames diagnósticos como terapêuticos.

O emprego da via radial apresenta várias vantagens em relação ao acesso femoral. Em primeiro lugar, a utilização da via radial per-mite a deambulação imediatamente após o término do procedimento, o que aumenta significativamente a sensação de conforto do paciente. Além disso, a via radial está as-sociada a uma menor chance de ocorrência de sangramentos no local da punção e a me-

nores taxas de complicações vasculares em comparação com as outras vias de acesso (mesmo quando são empregados dispositi-vos de sutura vascular da artéria femoral). Adicionalmente, a redução das complica-ções vasculares tem efeitos benéficos sobre os custos associados à intervenção coroná-ria percutânea. Em comparação com a via femoral, os custos hospitalares são menores e a internação, mais curta.

Outra vantagem da utilização do acesso radial é a possibilidade de transformar a intervenção coronária percutânea em um procedimento ambulatorial, como vem sendo realizado há vários anos pelo grupo de Amsterdã. Várias experiências interna-cionais demonstram que a liberação do pa-ciente para casa horas após o procedimento é segura e pode ser empregada na maioria dos casos, tendo impacto ainda mais pro-fundo na redução dos custos associados à intervenção percutânea. Finalmente, o acesso transradial é especialmente útil nos pacientes com maior probabilidade de de-senvolvimento de complicações hemorrá-gicas associadas ao sítio de acesso vascular, como mulheres, idosos, obesos e pacientes tratados na vigência das síndromes corona-rianas agudas, nos quais o uso de antago-nistas da glicoproteína IIb/IIIa e de antico-agulantes é mais frequente.

Apesar de todas estas vantagens, o empre-go rotineiro da via radial ainda é relativa-mente restrito. Dados do registro da SBHCI (Central Nacional de Intervenções Cardio-vasculares – CENIC), publicados em 1998, indicavam que a via femoral era empregada em mais de 90% dos procedimentos, sendo

Por Gilberto Lahorgue Nunes (RS) | Centro de Terapia Endovascular e Instituto de Medicina Vascular, do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre (RS)

Aos poucos, o procedimento de cateterismo com acesso pela artéria radial ganha adeptos, cresce no Brasil, e quem o utiliza já aplica a técnica em quase 100% de seus pacientes

Cineangiocoronariografia com acesso pela artéria radial

que em apenas 8% das intervenções coroná-rias percutâneas (ICP) o acesso era radial. Nos últimos cinco anos, houve o aumento para aproximadamente 11% dos casos, se-gundo dados do mesmo registro. Situação semelhante é observada nos Estados Uni-dos, onde a análise de 593.094 procedimen-tos catalogados no National Cardiovascular Data Registry demonstrou que a frequência de utilização desta via de acesso é ainda me-nor (1,32% do total de procedimentos).

As razões para a resistência de alguns operadores à utilização do acesso radial são múltiplas. A abordagem da artéria radial é tecnicamente mais complexa do que a pun-ção da artéria femoral, e a punção da arté-ria radial requer maiores cuidados pelo seu menor calibre e pela sua maior propensão a apresentar espasmo. Adicionalmente, a ca-teterização dos óstios coronários também pode ser mais difícil, especialmente quando ocorre manipulação excessiva dos cateteres--guia ou dos fios-guia. Por estes motivos, para adquirir proficiência na realização de procedimentos utilizando a artéria radial, o operador precisa submeter-se a uma curva de aprendizado mais longa do que a obser-vada com a abordagem femoral. Entretanto, dados do estudo RAPTOR, apresentados durante o congresso da American Heart Association (AHA) em 2009, demonstram que operadores experientes podem, em cur-to espaço de tempo, adquirir proficiência e adotar a via radial como acesso preferencial.

Estudos recentes sugerem fortemente que o emprego da via radial é capaz de reduzir também desfechos duros pós-intervenção coronária percutânea, por meio da diminui-

Page 19: Jornal da SBHCI

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ção da ocorrência de sangramentos. Uma análise conjunta de pacientes incluídos nos estudos ISAR (REACT, SWEET, SMART-2 e REACT-2) demonstrou que a ocorrência de sangramento periprocedimento foi um im-portante preditor de mortalidade ao final de um ano. O sangramento de qualquer monta elevou a mortalidade em três vezes e apresen-tou um poder discriminatório semelhante ao da ocorrência de infarto periprocedimento ou da necessidade de revascularização urgen-te. O estudo M.O.R.T.A.L. confirmou estes achados, demonstrando que o acesso radial foi capaz de reduzir pela metade a taxa de transfusões sanguíneas (2,8% contra 1,4%) e, consequentemente, a mortalidade ao final de 30 dias e de um 1 ano em, respectivamen-te, 29% e 17% em comparação com o acesso femoral. Mais recentemente, os estudos PRE-VAIL e PRESTO-ACS confirmaram a asso-ciação entre emprego da via radial e redução de mortalidade, tanto em pacientes eletivos como naqueles com quadro de síndrome co-ronariana aguda.

A grande quantidade de evidências rela-cionando o emprego do acesso transradial a menores taxas de complicações e a crescen-te disponibilidade no mercado de materiais desenvolvidos especificamente para utiliza-ção pela via radial vão propiciar que, em um futuro próximo, o número de operadores utilizando este acesso de maneira rotineira aumente expressivamente em nosso meio. Isto certamente terá um impacto positivo no aumento da segurança e na redução de custos associados à abordagem percutânea, o que será extremamente benéfico para o sistema de saúde de nosso País. ■

José Armando Mangione (SP)Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo (SP).Utiliza a técnica radial desde 2006.

Como passou a utilizar a técnica?O início do procedimento foi um pou-

co mais trabalhoso porque esta artéria é muito fina, o que torna a punção mais trabalhosa. No começo, perdia de 15% a 20% do espaço e não conseguia fazer. Hoje, com a experiência, esta taxa cai a menos de 1%. Por conta desta dificul-dade, é necessário um treinamento um pouco mais longo. Para ter o domínio da técnica é preciso ter feito, no mínimo, uns 500 casos. Com o material adequado, dificilmente ocorre espasmo. O cateter deve ser de boa qualidade. Se for rugoso, ele traumatiza um pouco a pele e causa espasmo. Hoje, a maior dificuldade é o início da técnica, período em que o pes-soal começa a perder punção. Então, é preciso ter obstinação, paciência. No co-meço, nós sofremos, quase paramos, por conta da alta quantidade de espasmos. Descobri que era o uso inadequado do material e trocamos o cateter. Insistimos. Se os outros faziam, por que nós não po-deríamos fazer? Mudamos o material, e as coisas melhoraram. Hoje, meus resi-dentes adoram fazer este procedimento. Não é à toa que o acesso à artéria é mais simples, pois é uma artéria fina. É uma artéria mais superficial, então dificilmen-te será traumatizada e dificilmente ha-verá complicação vascular, como fístula, aneurisma, rompimento de uma placa ou oclusão da artéria. A complicação vas-cular é de 0,1%, quase inexistente. Outra vantagem da técnica em comparação à

femoral é que na perna você tem de ficar de quatro a seis horas em repouso, com a perna esticada. Com a radial, você já pode andar imediatamente após o pro-cedimento; esta é uma grande vantagem. Você tira o cateter, põe o curativo e já pode andar, se quiser.

Existem pacientes de risco?Sim, os pacientes com artéria de peque-

no calibre. Se a artéria for muito fina, pode ocorrer espasmo. É um local de rica circu-lação colateral na mão. Então, mesmo que você perca o pulso, se há um hematoma ou uma trombose, é possível fazer uma circulação colateral e a mão volta a ser ir-rigada normalmente.

Na sua visão, qual o futuro da técnica?A técnica vai se desenvolver cada vez

mais. A grande vantagem é que os pa-cientes vão embora para casa mais cedo. Então, você economiza, o custo diminui, o paciente fica menos tempo internado. Por conta de a chance de ocorrer hematomas, trombose ou fístula ser quase zero, dife-rentemente da técnica via artéria femoral, o custo diminui.

Radial ou femoral?Quatro cardiologistas intervencionistas que optaram por enfrentar as dificuldades do aprendizado de uma nova técnica explicaram por que o acesso transradial reduz custos e diminui riscos, mas ainda é preterido pelos médicos acostumados ao acesso femoral

Para ter domínio da técnica são necessários cerca de 500 casos, segundo José Armando Mangione (SP), que utiliza este tipo de procedimento desde 2006.

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Panorama

Roberto Vieira Botelho (MG)Instituto do Coração do Triângulo, em Uberlândia (MG).Utiliza a técnica radial desde 1998.

Quais as principais dificuldades encon-tradas hoje?A necessidade de utilização de cateteres de

maior calibre (7F, 8F) nas bifurcações e trata-mentos do tronco da coronária esquerda, e a utilização de grandes ogivas de rotablator. Esta limitação já vem sendo amenizada pela técnica de intervenção sem introdutores (sheathless) na curva de aprendizado, embora cada vez menos impactante entre as limitações.

Em que tipo de pacientes o senhor utili-za a técnica radial?Em pacientes que apresentam calibre adequa-

do da artéria radial (que ofereça relação artéria/sheath maior ou igual a 1) associado à boa patên-

cia da circulação palmar, especialmente pacien-tes de maior risco e nas síndromes agudas.

Como o senhor vê o desenvolvimento da técnica a médio e longo prazos?Os avanços da técnica e da tecnologia têm

ampliado as indicações, favorecido a reutili-zação do acesso e facilitado a curva de apren-dizado. O benefício, claramente percebido por médicos e pacientes, tem estimulado a incorporação nos principais laboratórios de cardiologia intervencionista. Por isso, a mé-dio e longo prazos, será a técnica preferencial nos principais serviços em diferentes países.

Quantos casos são atendidos, aproxima-damente, por mês, em seu Serviço? Cerca de 66% dos pacientes são tratados

por via radial em nosso Serviço, que realiza cerca de 4 mil exames por ano, sendo 800 in-tervenções terapêuticas.

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Raimundo Furtado (MA)Responsável técnico pelo Serviço de Hemo-dinâmica e Cardiologia Intervencionista do Hospital São Domingos, em São Luís (MA).Utiliza a técnica radial desde 1997, quando respondia como chefe do Ser-viço de Hemodinâmica e Cardiologia In-tervencionista do UDI Hospital, também em São Luís, com o auxílio de Bedson de Sá (PE) e, posteriormente, de Márcio Barbosa (MA).

Quais as principais dificuldades encon-tradas hoje?Na realidade, atualmente não temos mui-

tas dificuldades. Entretanto, vale mencionar que o acesso transradial oferece alguns de-safios técnicos que são superados conforme se adquire experiência. Em função destas dificuldades, a técnica tem sido aceita com relutância por operadores de grande expe-riência em outras vias de acesso, ao mesmo tempo em que ganha popularidade entre intervencionistas mais jovens, suscetíveis a encarar a curva de aprendizado. Estas difi-culdades vão desde a punção radial propria-mente dita, até o posicionamento adequado dos cateteres nos óstios coronários, tendo como denominador comum o espasmo ra-dial. Algumas destas dificuldades também são superadas pela possibilidade de se poder utilizar a artéria radial contralateral, bem como pela opção da utilização da artéria ulnar, direita ou esquerda, cuja técnica tem sido desenvolvida no Brasil por Pedro Beral-do (SP) e colaboradores.

Em que tipo de pacientes o senhor utili-za a técnica radial?Todos os pacientes com indicação para

realizar angiografia ou intervenção coro-nária, principalmente considerando que podemos utilizar ambas as artérias radiais, direita e esquerda, ou mesmo, a artéria ul-nar. A possibilidade de uso de cateteres de até 8F de diâmetro, em muitos casos, permi-te a utilização de quase todos os dispositivos disponíveis atualmente. Assim, não existem limitações com relação à idade, sexo ou raça.

Como o senhor vê o desenvolvimento da técnica a médio e longo prazos?O refinamento das técnicas e equipamen-

tos tem permitido o uso de vias de acesso vascular alternativas no intuito de facilitar os procedimentos, reduzir o desconforto dos pacientes e minimizar as complicações. Atualmente, a maioria dos procedimentos percutâneos diagnósticos e terapêuticos já podem ser realizados de forma cômoda, por meio da punção da artéria radial. Implante de stents uni, bi ou triarteriais, tratamento de lesões de bifurcação, angioplastias primá-rias e de resgate com o mínimo de descon-forto e complicações já são uma realidade. Nos dias de hoje, são utilizados cateteres diagnósticos de até 4F, e cateteres terapêuti-cos de 5F, 6F e até 8F. Com a constante evo-lução na indústria dos materiais, podemos crer que, em breve, todos os procedimentos intervencionistas coronários poderão ser re-alizados por esta via. Outro fato que pode auxiliar o desenvolvimento desta técnica em nosso País a médio e longo prazos seria sua utilização rotineira por instituições forma-doras de opinião e de novos cardiologistas intervencionistas. No entanto, muitos car-diologistas intervencionistas experientes já fazem isso. Quero mencionar Nahaliel Pes-

soa Rodrigues (RJ), que mesmo tendo sido o introdutor da técnica femoral no Brasil, em conjunto com Gilvan Dourado (AL), hoje utiliza preferencialmente em seu Ser-viço a técnica transradial. Em São Paulo, o mesmo vem acontecendo com José Arman-do Mangione (SP), cuja técnica preferencial também era a femoral e passou a utilizar a técnica radial.

Quantos casos são atendidos, aproxima-damente, por mês, em seu Serviço? De 100 a 120 casos por mês. Considerando

toda nossa experiência desde que iniciamos a técnica em 1997, bem como a experiência conjunta de nossa equipe, contamos hoje com cerca de 30 mil casos realizados através da via de acesso transradial.

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André Labrunie (PR)Atua em oito hospitais, sendo um hospi-tal em Marília (SP), um hospital em Lon-drina (PR) e outros seis em Curitiba (PR).Utiliza a técnica radial desde 1999.

Quais as principais dificuldades encon-tradas em 1999, quando começou a uti-lizar a técnica?A principal dificuldade era aceitar a mu-

dança de um conceito, uma maneira de fazer alguma coisa que era feita há muito tempo de forma diferente. A partir daí, as coisas aconteceram de maneira muito mais natural. No nosso caso, foi uma busca. Nós imaginávamos que seria uma alternativa e queríamos esta nova opção. Então nos de-dicamos e mergulhamos nesta empreitada.

Em que tipo de pacientes o senhor utili-za a técnica radial?Um grupo de pacientes é o que apresenta

obesidade, que fica em situação muito com-plicada quando o procedimento é feito pela perna. Já o procedimento pelo punho é uma situação muito mais serena e mais segura. A chance de sangrar na virilha é maior, e no obeso isso se multiplica por causa da condi-ção física. Outro grupo de pacientes que se beneficia da técnica radial é o de coagulo-patas, pacientes que têm problema de coa-gulação. Se eu faço o procedimento em uma via cuja chance de sangrar é menor, isso se torna melhor para eles. Outro grupo é o de idosos. O idoso tem problemas ortopédi-cos, questões posturais, da próstata. Para esses pacientes, ficar deitado por um longo período torna-se uma situação desconfor-tável; ao passo que, se ele faz pelo punho, ele pode se movimentar, o que minimiza

o desconforto. Um grupo de pacientes que tratamos muito frequentemente são os que possuem o quadro da síndrome coronária aguda. Esses pacientes vão ao cateterismo para desobstruir a artéria que está ocluí-da. Para isso, eles recebem vários fármacos que diminuem a capacidade do organismo de coagular, ou seja, que propiciam o san-gramento. Então, nesse tipo de paciente, se eu utilizar uma via de acesso que reduz a possibilidade de sangramento, certamente, usarei essas drogas com mais segurança. É uma massa grande de gente que se benefi-cia. Então, o domínio desta técnica não é mais um luxo, é uma necessidade.

Como o senhor vê o desenvolvimento da técnica a médio e longo prazos?Nas gerações mais novas, esta técnica

está vindo com muita força. É inevitável. Você não pode prescindir de uma técnica que é melhor que a outra. A técnica radial é melhor que a femoral em muitas situações e se equivale em tantas outras situações. Hoje, no Brasil, ainda é pouco utilizada. Não chega a 20% do total, mas está crescen-do. Em determinados países do Oriente, como o Japão e a China, esse número passa dos 60%. Em países da Europa, como Itá-lia, Espanha e Noruega, chega a 70%. Nós ainda estamos bem abaixo, talvez, porque a influência americana seja muito grande em nossa medicina, e nos Estados Unidos esta técnica não chega a 5%. Mas as ondas euro-peia e oriental, que nos apresentaram esta técnica pelos resultados positivos, dobra-rão os americanos mais cedo ou mais tarde.

Quantos casos são atendidos, aproxima-damente, por mês, em seu Serviço? Nós utilizamos a técnica radial em mais

de 90% dos procedimentos. Nós nos apai-xonamos e nos envolvemos com esta téc-nica de maneira que ela se tornou o carro--chefe e substituiu a técnica tradicional, que é a femoral. Utilizamos a técnica fe-moral como alternativa, quando há algu-ma contraindicação ou alguma dificuldade nesse sentido, e passamos para a chamada técnica clássica.

De acordo com André Labrunie (PR),

a cineangiocoronariografia com acesso pela artéria radial não é mais um luxo.

É uma necessidade, apesar de ainda ser

pouco utilizada no Brasil.

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Page 22: Jornal da SBHCI

Arquitetura Hospitalar

De 13 a 16 de novembro de 2010, participamos de um congresso diferente do que estamos habitua-

dos, o Healthcare Design Conference, que reuniu mais de mil congressistas no Hotel MGM Grand, em Las Vegas, nos Estados Unidos. O evento mostrou aos visitantes como está a situação das construções de edifícios de saúde ao redor do mundo e, principalmente, para onde caminharemos, criando espaços que influenciem positiva-mente a melhoria da assistência à saúde da população, sem prejudicar o meio ambien-te e com foco na relação custo-efetividade. O mais incrível é que o congresso não foi voltado apenas para arquitetos e enge-nheiros. Também teve a participação de médicos, professores, muitas enfermeiras, sociólogos, psicólogos, empresários da área da saúde, gestores e pessoas de quaisquer outros segmentos que exercem alguma in-fluência na assistência aos pacientes.

Em mais de 130 palestras e mesas-redon-das disponíveis em quatro dias de congres-so, destacamos alguns pontos de maior inte-resse e aplicabilidade:

• A importância da participação multidis-ciplinar e multiprofissional na criação do espaço e no desenvolvimento do processo operacional;• Desenho de processos, rotinas técnicas e fluxos que visam a coibir desperdícios e evitar o retrabalho, fomentando uma as-sistência de qualidade e melhores resulta-dos aos pacientes;• Uso de novos materiais e equipamentos com menor agressão ao meio ambiente e maior aproveitamento do espaço e dos re-cursos existentes;• A quebra de paradigmas em relação às cores e ao uso de imagens ou técnicas que influenciem positivamente o conforto e o equilíbrio emocional dos pacientes e dos profissionais de saúde;• Os novos desafios existentes na formação de profissionais de saúde, principalmen-te médicos, para que possam ampliar sua visão. Escolas de medicina e especialização em hospitais estão investindo em colocar os futuros médicos e especialistas em con-tato com profissionais de outras áreas, para que possam ampliar seus conhecimentos e

terem uma visão mais ampla da realidade;• O Design Baseado em Evidências (DBE), algo parecido com a Medicina Baseada em Evidências (MBE), torna o trabalho ar-quitetônico funcional no desempenho, no cumprimento de normas legais, na intera-ção e na sinergia completa com as pesso-as que utilizam o espaço e com os demais materiais inseridos, de olho na sustentabi-lidade e no respeito ao meio ambiente. O principal benefício do DBE é oferecer con-dições para que os profissionais trabalhem sem perda de tempo, com maior conforto, em condições ergonômicas e com pratici-dade, diminuindo o desgaste das pessoas e o índice de insalubridade;• Putting Patients First – Planetree Model: conceitos inseridos na criação de espaços de cura focados nas necessidades e expec-tativas dos pacientes.

Com certeza, teremos de caminhar muito para que nossos serviços de saúde estejam adequados dos pontos de vista legal, ambien-tal e operacional. Este é só um alerta para que façamos a nossa parte nesta caminhada. ■

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Por Hélio Castello (SP) | coeditor e Pamela Ortiz (SP) | arquiteta hospitalar

Evento especializado em arquitetura hospitalar reuniu em Las Vegas, nos Estados Unidos, cerca de mil pessoas envolvidas no universo da saúde para discutir arquitetura hospitalar

Muito além da sala de exames

À esquerda, quarto no Las Vegas Medical Center, em Las Vegas, nos Estados Unidos. À direita, o Cleveland Clinic Lou Ruvo Center for Brain Health, também em Las Vegas. Os dois centros hospitalares estavam no roteiro de visitas monitoradas do Healthcare Design Conference 2010.

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seguimento clínico3 e 4 anos de

terumo.com.br | terumo.com

• Última geração em Stent Farmacológico

• Polímero Biodegradável

(Ác. Polilactico – PLA)

• Cobertura Abluminal

• Fármaco Inovador – BIOLIMUS A9

Resultados comprovam a eficácia e segurança do Stent Nobori®.

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* de acordo com as definições da ARC. | Número de pacientes: 363 | acesse: www.noboristent.com

Chevalier, B., MD – Massy France, EuroPCR 2010.

01 mês

Taxus

Nobori®

01 ano 02 anos 03 anos

Trombose Definida* - 3 Anos

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Segurança

Eventos Adversos - 4 Anos

Eficácia Total

11,8

Chevalier, B., MD – Massy France, EuroPCR 2010.

Número de pacientes: 363 | acesse: www.noboristent.com

Morte / Infarto do Miocárdio

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Page 23: Jornal da SBHCI

Simpósio Internacional de Terapia Valvar Percutânea

O crescimento contínuo da tecnologia e o uso de um simulador de última geração e utilizado pela primeira

vez em eventos brasileiros são os destaques da segunda edição do Simpósio Internacio-nal de Terapia Valvular Percutânea, que será realizado pelo Instituto de Cardiologia da Fundação Universitária de Cardiologia do Rio Grande do Sul (IC-FUC) no dia 6 de maio, no Centro de Eventos do Hotel Devil-le, em Porto Alegre (RS).

A novidade deste ano são os “hands on”, simuladores que permitirão aos participan-tes manipular o dispositivo, como se esti-vessem fazendo o procedimento em tempo real. Embora seja parecido com o simulador usado para síndromes coronarianas, é a pri-meira vez que o equipamento da Medtronic, com programa de computador específico para a técnica do implante percutâneo val-var aórtico, será usado no Brasil. O equipa-

mento já havia sido usado no Congresso da SOLACI, em Buenos Aires, no ano passado. Os participantes do simpósio poderão agen-dar períodos de 20 a 30 minutos durante todo o dia do evento para vivenciar a expe-riência com a técnica.

A programação científica do simpósio pre-vê palestras sobre os conceitos básicos em terapia valvar aórtica, diferenças entre dis-positivos, aumento das indicações deste pro-cedimento e exposição de relatos de casos da prática clínica, que está em crescente deman-da. “De um ano para cá, surgiram muitas evi-dências e foram publicados vários trabalhos que conseguiram caracterizar melhor o real papel desta tecnologia, que cada vez mais está indicada para pacientes de alto risco cirúr-gico”, afirma Rogério Sarmento-Leite (RS), membro da Comissão Executiva do evento.

Entre os palestrantes convidados, estão Eberhard Grube (SP), proctor especializado

no dispositivo CoreValve – utilizado atu-almente pelos centros brasileiros –, e Josep Rodés-Cabau (Canadá), diretor do Laborató-rio de Cateterismo e Intervenção do Instituto de Pulmão e Coração de Quebec, no Canadá, que falará sobre as peculiaridades do disposi-tivo da Edwards, nova opção para a técnica, ainda em fase de aprovação pela Agência Na-cional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas que deve chegar ao Brasil ainda este ano. ■

AGENDE-SEII Simpósio Internacional de Terapia Valvar PercutâneaData: 6 de maio de 2011Horário: das 7h30 às 18h30Local: Centro de Eventos do Hotel Deville, em Porto Alegre (RS)Informações e inscrições: Plenarium Organização de CongressosTel: (51) 3311.8969 www.cardiologia.org.br

Por Rogério Sarmento-Leite (RS) | diretor-técnico do Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul

Novas evidências

seguimento clínico3 e 4 anos de

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* de acordo com as definições da ARC. | Número de pacientes: 363 | acesse: www.noboristent.com

Chevalier, B., MD – Massy France, EuroPCR 2010.

01 mês

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Chevalier, B., MD – Massy France, EuroPCR 2010.

Número de pacientes: 363 | acesse: www.noboristent.com

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Page 24: Jornal da SBHCI

No dia 1º de abril, encerrou-se o prazo para inscrições de chapas candidatas a assumirem a gestão

2012-2013 da SBHCI. Apenas um grupo se organizou, se preparou e se inscreveu tendo como candidato a presidente Marcelo Quei-roga (PB), atual presidente da Sociedade Norte-Nordeste de Hemodinâmica e Car-diologia Intervencionista (SNNeHCI).

24

Exerça seu direito de legitimar os colegas que estarão à frente de nossa Sociedade no biênio 2012-2013. Participe da votação eletrônica que acontecerá na primeira semana de junho

Processo eleitoral

Eleições 2011

Marcelo Queiroga (PB)PresidenteGraduado em 1988 pela Faculdade de Me-

dicina da Universidade Federal da Paraíba, fez residência em 1991 no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro (RJ), e treinamento no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo (SP), em 1993. É diretor do Cardiocenter (Departamento de Cardiologia Intervencionista dos hospitais Unimed João Pessoa e Santa Pau-la Ltda). Conselheiro do Conselho Regional de Medicina da Paraíba. Presidente da Sociedade Norte-Nordeste de Hemodinâmica e Cardiolo-gia Intervencionista (SNNeHCI). Especialista em cardiologia da Sociedade Brasileira de Car-diologia (SBC). Membro do Conselho Delibe-rativo da SBHCI. Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia da Paraíba (SBC-PB). Doutorando em bioética da Faculdade de Medi-cina da Universidade do Porto (Portugal).

A linha central de atuação de nossa Di-retoria será focada na continuidade do processo de gestão da atual direção,

conduzida com proficiência por Maurício de Rezende Barbosa (MG), diretrizes estabelecidas desde 2006, quando a SBHCI esteve sob a lide-rança de Luiz Alberto Piva e Mattos (SP). Será mantida a política de valorização do associado, seja por meio da oferta de programas de educa-ção continuada ou pela defesa intransigente dos legítimos interesses dos cardiologistas interven-cionistas como categoria profissional.

Para consecução das metas anunciadas, cons-tituímos uma equipe integrada por colegas de experiência comprovada, representativa da re-alidade nacional, todos comprometidos com o aperfeiçoamento da gestão societária.

Atenção especial será dada ao processo de certificação profissional por meio da Comissão de Certificação Profissional, a fim de formar novos intervencionistas sintonizados com as atuais demandas da sociedade brasileira. As-sim, atuaremos junto aos centros formadores fomentando a incorporação de valores éticos e científicos aos novos médicos que integrarão a comunidade intervencionista brasileira. Inicia-tivas visando a suscitar o interesse na pesquisa clínica serão priorizadas.

A Revista Brasileira de Cardiologia Invasi-va (RBCI) continuará a ser incentivada, a fim de assegurar à comunidade cardiológica uma oportunidade para publicação de suas pesqui-

É nosso dever societário participar do pleito eleitoral e legitimar a escolha do pró-ximo presidente. Novamente, a votação será eletrônica, por meio da Internet. Todo sócio apto a participar do processo eleitoral re-cebeu uma senha enviada pelo correio que dará acesso ao sistema pela Internet. Caso não tenha recebido, o prazo final para solici-tação da segunda via da senha é 24 de abril.

A votação estará aberta da 0 hora do dia 1º de junho até as 16 horas do dia 7 de junho. No dia 8 de junho, a Diretoria atual divul-gará o resultado promulgado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Saiba quem são os colegas inscritos na chapa de Queiroga, seus currículos, e co-nheça as principais propostas para a gestão do biênio 2012-2013.

sas no campo da cardiologia invasiva. Todos os meios necessários a fim de obter uma indexação cada vez mais qualificada para nossa revista se-rão adotados, observando-se a excelência cien-tífica e independência editorial.

Por fim, buscaremos dialogar com as auto-ridades governamentais e com a saúde suple-mentar pela incorporação das técnicas inter-vencionistas para potenciar os benefícios aos pacientes, sobretudo os extratos sociais que atualmente se encontram apartados desses pro-cedimentos médicos.”

Conheça, ao lado, a Diretoria Executiva, cuja atuação será complementada pelos conselheiros apresentados abaixo:

Conselho FiscalCarlos Eduardo Diniz Couto (MG)José Marconi Almeida de Sousa (SP)Marcello Augustus de Sena (RJ)

Conselho DeliberativoAdrian Paulo Morales Kormann (SC)Alexandre do Canto Zago (RS)Bruno Moulin Machado (ES)Flávio Roberto Azevedo de Oliveira (PE)Gérson Miranda (MG)João Orávio de Freitas Júnior (SP)José Klauber Roger Carneiro (CE)Leonardo Cogo Beck (DF)Marcelo José de Carvalho Cantarelli (SP)Maria Cristina Meira Ferreira (RJ)Viviana de Mello Guzzo Lemke (PR)

As propostas para o biênio 2012-2013O candidato à Presidência da SBHCI apresenta as diretrizes de atuação que pretende manter à frente de nossa Sociedade

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Page 25: Jornal da SBHCI

25

Pedro Alves Lemos Neto (SP)Diretor AdministrativoFormado pela Universidade de Brasília (DF),

com residência em clínica médica no Hospital das Clínicas da USP e residência em cardiologia clínica e intervencionista no Instituto do Cora-ção da USP. Possui PhD em medicina pela Uni-versidade Erasmus, em Roterdam (Holanda). Atualmente é professor colaborador e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da USP e trabalha como cardiologista intervencionista no InCor, em São Paulo. É também coorde-nador técnico do Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Hospital Sírio--Libanês, em São Paulo. Possui três livros publi-cados e mais de uma centena de artigos científi-cos publicados em periódicos indexados.

Antônio Luiz Secches (SP)Diretor FinanceiroGraduado em 1974 pela Universidade do

Estado de São Paulo, em São José do Rio Preto (SP), concluiu em 1976 residência no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, onde realizou treinamento em hemodinâmica em 1977. Atualmente, é o responsável pelo Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencio-nista dos hospitais São Francisco e Beneficên-cia Portuguesa de Ribeirão Preto (SP).

Rogério Sarmento-Leite (RS)Diretor CientíficoGraduado em 1992 pela Faculdade de Me-

dicina da Universidade Federal do Rio Gran-de do Sul, concluiu residência em 1996 no Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul da Fundação Universitária de Cardiolo-gia de Porto Alegre (IC-FUC). É diretor-téc-nico do Serviço de Hemodinâmica e Cardio-logista Intervencionista do IC-FUC, fellow em cardiologia pelo Texas Heart Institute/Baylor College of Medicine, Houston, Texas (Estados Unidos). Mestre e doutor em car-diologia pela FUC-RS, professor do curso de Pós-Graduação em cardiologia e pró-diretor de extensão da FUC-RS.

José Ary Boechat (RJ)Diretor de ComunicaçõesGraduado pela Universidade Federal Flu-

minense, com residência médica em cardio-logia e cardiologia intervencionista pela Uni-versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atua na Clínica São Vicente e nos hospitais da Rede ESHO, no Rio de Janeiro e em Ni-terói (RJ). Atual presidente da Sociedade de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionis-ta do Estado do Rio de Janeiro (SOHCIERJ).

Hélio Castello (SP)Diretor de Qualidade ProfissionalGraduado pela Faculdade de Medicina da Uni-

versidade de Santo Amaro em 1986, fez residên-cia pela Universidade Federal de São Paulo em 1990, tornou-se especialista em cardiologia pela mesma instituição em 1991, na qual também tor-nou-se mestre em cardiologia. Possui MBA em gestão em saúde pela Fundação Getúlio Vargas e é coordenador dos Serviços de Intervenções Car-diovasculares do Grupo Saúde Bandeirantes, do Hospital São Luiz - Anália Franco e do Hospital Regional do Vale do Paraíba, em São Paulo.

Antônio Carlos Neves Ferreira (MG)Diretor de Intervenções ExtracardíacasGraduado em 1986 pela Faculdade de

Medicina da Universidade Federal de Mi-nas Gerais, fez residência no Hospital Vera Cruz, em 1989, e treinamento no InCor, em São Paulo. Atualmente, é cardiologista inter-vencionista e coordenador do Serviço de He-modinâmica do Hospital Mater Dei de Belo Horizonte (MG). Atual presidente da Asso-ciação Mineira de Hemodinâmica e Cardio-logia Intervencionista (AMHCI).

Carlos AC Pedra (SP)Diretor de Intervenções em Cardiopatias CongênitasGraduado em 1986 pela Faculdade de Ciên-

cias Médicas da Santa Casa de São Paulo. Fez residência em pediatria no Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) de 1987 a 1989 seguido de complementação especializada em terapia in-tensiva no pós-operatório de cirurgia cardíaca do Instituto do Coração (InCor) da FMUSP em 1989. Fez residência em cardiologia pediátrica seguida de treinamento em cardiologia invasiva

Samuel Silva da Silva (PR)Diretor de Educação Médica ContinuadaGraduado em 1968 pela Universidade Fede-

ral de Santa Maria (PR). Concluiu especializa-ção em cardiologia e hemodinâmica no Serviço do Prof. Luiz V. Décourt no Hospital das Clíni-cas da USP em 1970. É mestre em cardiologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Professor-adjunto de cardiologia da Universidade Estadual de Londrina (PR). Che-fe dos Serviços de Hemodinâmica do Hospital Evangélico de Londrina e do Hospital Universi-tário Regional Norte do Paraná.

e intervencionista em cardiopatias congênitas no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia de 1994 a 1998. Entre 1998 e 1999, passou 18 meses no The Hospital for Sick Children em Toronto (Canadá) como clinical fellow. Em 2004 defendeu sua tese de Doutorado na Faculdade de Medicina da FMUSP e desde janeiro de 2004 é diretor da Seção Médica de Intervenções em Cardiopatias Congênitas do Instituto Dante Pazzanese de São Paulo. Também tem papel de codireção do Laboratório de Cateterismo de Cardiopatias Congênitas do Hospital do Cora-ção da Associação Sanatório Sírio em São Pau-lo e atua nos hospitais Israelita Albert Einstein, São Luís e São Camilo. Nos últimos quatro anos teve papel de codireção do PICS (Pedia-tric Interventional Cardiololy Symposium) e é o atual diretor da pasta de Cardiologia Pediá-trica da Sociedade Latino-Americana de Car-diologia Intervencionista (SOLACI).

Page 26: Jornal da SBHCI

Homenagem

Donaldo Pereira Garcia nasceu no Ma-ranhão, no dia 1o de abril de 1928. Formou-se médico em 1952 pela

Universidade Federal da Bahia e fez residên-cia no Hospital São Paulo, concluída em 1955. Na época em que se faziam exames corona-rianos com pequenos e precários aparelhos, Donaldo foi o criador de diversas técnicas cirúrgicas, e seu nome faz parte da história da medicina e da hemodinâmica no Brasil. Entre 1961 e 1963, desenvolveu duas técni-cas para biópsia do coração, a transtorácica e a intracavitária. Ao lado de Radi Macruz (SP), desenvolveu a técnica de septostomia, capaz de produzir comunicação entre septos atriais íntegros e reduzir o grave problema do edema agudo de pulmão. Também é ideia de Donaldo a técnica do laço para retirada de corpos estranhos no coração.

Após uma temporada de estudos e apren-dizado no exterior, Donaldo iniciou no Brasil as primeiras técnicas de cateterismo. Em 1977, fundou o Serviço de Hemodinâmica do Insti-tuto do Coração (InCor), onde passou grande parte de sua carreira envolvido na assistência aos pacientes, no ensino e na pesquisa. Em 1979, soube que alguns cardiologistas estavam próximos de realizar a primeira angioplas-tia com balão. Na companhia de sua esposa, Dona Neide, foi à Alemanha para acompanhar as experiências no Serviço do médico Andreas

Grüntzig. Após constatar o sucesso dos resul-tados, decidiu que traria a técnica para cá.

Dona Neide conta que ele conseguiu um balão descartado durante um dos procedi-mentos na Alemanha e, pacientemente, re-cuperou o dispositivo no escritório de sua residência, em São Paulo. “Lembro como se fosse hoje dele desamassando aquela peça”, ela afirma. Com o material recuperado, a equipe de Donaldo se dizia pronta para rea-lizar o procedimento. Só faltava um elemen-to: o paciente com as características adequa-das. Passaram-se dias, semanas. Donaldo estava em casa quando recebeu o telefonema de um jovem médico com quem trabalhara no InCor, era Costantino Costantini (PR). O amigo e colega dizia do outro lado da linha que havia encontrado um paciente em Curi-tiba (PR). Donaldo dirigiu-se imediatamen-te à capital paranaense e realizou ali, junto com Costantini, a primeira angioplastia do País. Sua contribuição à hemodinâmica na-cional se seguiu durante décadas no auxílio ao desenvolvimento de técnicas instrumen-tais e novos métodos, que hoje fazem parte da rotina dos centros cardiológicos.

Como o próprio Donaldo Garcia afirmou em entrevista à Revista do InCor em 1998, ele era do tempo em que médico que fazia he-modinâmica era considerado louco. E é desse tempo que ele trazia as histórias que conta-

va para os amigos, colegas e familiares, pes-soas que são unânimes ao descrevê-lo. Um homem de personalidade forte, mas muito social, sempre com uma piada ou uma boa história para contar. Pessoa querida. Jamais se negou a ajudar, sendo sempre generoso como chefe e, acima de tudo, respeitoso com qualquer pessoa, seja paciente, colega, resi-dente ou subalterno. “Sua característica mais marcante é o respeito. Lembro dele como uma pessoa pioneira, solidária demais, que tinha muita confiança no que fazia”, afirma José Armando Mangione (SP), chefe de Equi-pe de Hemodinâmica do Hospital Beneficên-cia Portuguesa de São Paulo, que conviveu durante 15 anos com Donaldo. “Devo muito da minha formação como hemodinamicista a ele, que foi meu grande incentivador.”

Em casa, Donaldo era marido carinho-so. Gostava de tocar violino na companhia de sua esposa e, todos os anos, ia à Paraíba visitar sua filha e brincar com as netas. Foi em uma dessas visitas, em outubro do ano passado, que Donaldo sofreu um acidente. “Estávamos na casa de nossa filha Renata, em João Pessoa, quando ele caiu e fraturou o fêmur”, conta Dona Neide. Ele foi internado, operado e tornou-se vítima de uma segun-da fatalidade: uma infecção hospitalar que o deixou debilitado. Ele não resistiu. Faleceu no dia 18 de janeiro, aos 82 anos de idade. ■

26

Por Carla Ciasca (SP) | jornalista

No dia 18 de janeiro, faleceu um dos pioneiros da hemodinâmica e da cardiologia intervencionista no Brasil

Doutor Donaldo Pereira Garcia

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Page 27: Jornal da SBHCI

Agenda

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ABRILdia 13GI² - Global Summit on Interventions in Innovations SCAI & SBHCI - Review Course on InnovationsSão Paulo, SP

dias 13 a 15GI² - Global Summit on Interventions in InnovationsSão Paulo, SP

dias 14 a 165º Congresso Piauiense de Cardiologia Teresina, PIsociedades.cardiol.br/pi/congresso.asp

dias 27 a 2916th Angioplasty SummitTCT Asia Pacific 2011Seul, Coreia do Sulwww.summit-tctap.com

MAIOdias 4 a 7SCAI 2011 – The Society for Cardiovascular Angiography and InterventionsCongenital Heart Disease SymposiumBaltimore, Estados Unidoswww.scai.org

dia 6Simpósio Internacional de Terapia Valvular Percutânea do Instituto de Cardiologia da Fundação Universitária de CardiologiaPorto Alegre, RSwww.cardiologia.org.br

dias 8 a 1117th Annual Interventional Cardiology – Fellows CourseMiami, Estados Unidos www.fellowscourse.com

dias 17 a 20EuroPCR 2011Paris Course of RevascularizationParis, Françawww.europcr.com

dias 20 a 22XXIX Congreso Nacional de CardiologíaCórdoba, Argentina www.fac.org.ar/1/cong/2011/index.php

dias 27 e 28Congresso Paranaense de CardiologiaCuritiba, PR www.congressos-spc-pr.org

JUNHOdias 8 a 10XXXIII Congresso da SBHCICuritiba, PRwww.sbhci.org.br

dias 23 a 25CSI 2011 Congenital & Structural InterventionsFrankfurt, Alemanha www.csi-congress.org

dia 25Simpósio Satélite SBHCI no XXXII Congresso da SOCESPSão Paulo, SP

dias 23 a 25XXXII Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP)São Paulo, SPwww.congressosocesp.com.br/2011

JULHOdias 24 a 27PICS & AICS 2011 - Pediatric & Adult Interventional Cardiac SymposiumBoston, Estados Unidos www.picsymposium.com

AGOSTOdias 3 a 5XVII Congresso da Sociedade Latino Americana de Cardiologia IntervencionistaSantiago, Chilewww.solaci.org

dias 18 a 20XXXI Congresso Norte Nordeste de Cardiologia 2011Aracaju, SE

dias 27 a 31ESC Congress 2011European Society of CardiologyParis, Françawww.escardio.org

SETEMBROdias 10 a 14CIRSE 2011Cardiovascular and Interventional Radiological Society of EuropeMunique, Alemanhawww.cirse.org

dia 19Simpósio SBHCI no 66º Congresso Brasileiro de Cardiologia Porto Alegre, RSwww.sbhci.org.br

dias 16 a 1966º Congresso Brasileiro de CardiologiaPorto Alegre, RS congresso.cardiol.br/66

OUTUBROdias 9 a 12Venice Arrhythmias 2011Veneza, Itália www.venicearrhythmias.org

dias 20 a 22Curso Avançado em Aterotrombose Diagnóstico e Tratamentowww.caat2011.com.br

NOVEMBROdias 7 a 11TCT 2011 - Transcatheter Cardiovascular TherapeuticsSão Francisco, Estados Unidoswww.tctconference.com

dias 12 a 16American Heart Association Scientific Sessions 2011 (AHA)Orlando, Estados Unidos scientificsessions.americanheart.org

dias 28 e 29Curso Anual de Revisão em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista 2011São Paulo, SPwww.sbhci.org.br

DEzEMBROdia 25th Imaging & Physiology Summit 2011Seul, Coreia do Sul www.imaging-physiology.com/2011

dia 3VIII Simpósio de Cardiologia Clínica e Hemodinâmica do Hospital Mario Lioni (AMIL Par RJ)Rio de Janeiro, RJTel. (21) 2775-3000

dias 7 a 19Reunião Científica Anual SOCIME 2011Puebla, Méxicowww.socime.com.mx

dias 9 e 10Endovascular Summit 2011San Juan, Porto Rico www.endovascularsummit.net

Gestão 2010-2011Presidente: Maurício de Rezende Barbosa (MG) | Diretor Administrativo: Marcelo José de Carvalho Cantarelli (SP) | Diretor Financeiro: Fernando Stucchi Devito (SP) | Diretor Científico: Fábio Sândoli de Brito Jr. (SP) | Diretor de Comunicação: Alexandre Schaan de Quadros (RS) | Diretor de Qualidade Profissional: Adriano Dias Dourado Oliveira (BA) | Diretor de Edu cação Médica Continuada: Antônio Carlos de Camargo Carvalho (SP) | Diretor de Intervenções Extracardíacas: Marco Vug man Wainstein (RS) | Diretor de Intervenções em Cardiopatias Congênitas: Francisco José Araújo Chamié de Queiróz (RJ)

Equipe AdministrativaNorma Cabral | gerência administrativa | [email protected] Ribeiro | científico | [email protected] Peixinho | financeiro | [email protected] Peruzi | sócios | [email protected] Roberta Fonseca | eventos | [email protected]ânia Fernandes | secretaria | [email protected]

Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista

www.sbhci.org.brRua Beira Rio, 45 – cjs. 71 e 74 Vila Olímpia – São Paulo, SPCEP 04548-050 Fone: (11) 3849-5034

Page 28: Jornal da SBHCI

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08 a 10de junho2 0 1 1

I n f o r m a ç õ e s(11) 3 8 4 9 5 0 3 [email protected]