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Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha jornal abrantes de MARÇO 2015 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · MENSAL · Nº 5529 · ANO 115 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITA GRATUITO Água de Castelo Bode vai chegar a todo o concelho de Abrantes Museu de Mação quer centro internacional de referência O diretor do Museu de Mação defende que Portugal tem condições para se assumir como um centro de referência cultural internacional. Pág. 20 Abrantes vai estar com os azeites e festival gastronómico Entre os dias 27 de fevereiro a 1 de março Abrantes vai acolher o III Encontro Ibérico do Azeite, no Mercado Criativo. Pág. 6 IRS solidário: dê 5% dos seus impostos Várias instituições particulares ou de solidariedade social podem be- neficiar dos donativos dos contri- buintes, sem que estes paguem mais. Basta, no Anexo H, da decla- ração de IRS assinalar a instituição beneficiária e o seu código. Assim, 5% dos impostos que seriam cana- lizados para o Estado vão direta- mente para essa instituição, sem que o contribuinte pague mais. Na zona de influência do Jornal de Abrantes são várias as instituições a quem pode dar este contributo. A lista está disponível na internet (http://www4.seg-social.pt/docu- ments/10152/864429/Listagem_ ipss.PDF). Para além de várias associações e centros sociais de freguesias, pode optar por outras entidades que localmente desen- volvem trabalho em prol das co- munidades. Por exemplo, a Santa Casa da Misericórdia de Abrantes (500239878), o CRIA (501064869), a Vidas Cruzadas (507921534) e a Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes (505852080). Centro Hospitalar anuncia medidas de saúde pública Centro Hospitalar do Médio Tejo vai contratar 39 mé- dicos e anuncia a prestação de serviço à diabetes pe- diátrica alargada. Pág. 3 a 5 Num processo a decorrer até 2020 e que representa um investimento 10 milhões de euros. A novidade é a chegada da água canalizada à localidade do Baralho, na freguesia de Bemposta. Pág. 11 ENTREVISTA CULTURA EVENTO

Jornal de Abrantes - Edição Março 2015

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Jornal de Abrantes, Sardoal, Mação, Vila de Rei, Constância e VN Barquinha

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Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinhajornal abrantesde

MARÇO 2015 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · MENSAL · Nº 5529 · ANO 115 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITAGRATUITO

Água de Castelo Bode vai chegar a todo o concelho de Abrantes

Museu de Mação quer centro internacional de referência O diretor do Museu de Mação defende que Portugal tem condições para se assumir como um centro de referência cultural internacional. Pág. 20

Abrantes vai estar com os azeites e festival gastronómicoEntre os dias 27 de fevereiro a 1 de março Abrantes vai acolher o III Encontro Ibérico do Azeite, no Mercado Criativo. Pág. 6

IRS solidário: dê 5% dos seus impostosVárias instituições particulares ou de solidariedade social podem be-neficiar dos donativos dos contri-buintes, sem que estes paguem mais. Basta, no Anexo H, da decla-ração de IRS assinalar a instituição beneficiária e o seu código. Assim, 5% dos impostos que seriam cana-lizados para o Estado vão direta-mente para essa instituição, sem que o contribuinte pague mais. Na zona de influência do Jornal de Abrantes são várias as instituições a quem pode dar este contributo. A lista está disponível na internet (http://www4.seg-social.pt/docu-ments/10152/864429/Listagem_ipss.PDF). Para além de várias associações e centros sociais de freguesias, pode optar por outras entidades que localmente desen-volvem trabalho em prol das co-munidades. Por exemplo, a Santa Casa da Misericórdia de Abrantes (500239878), o CRIA (501064869), a Vidas Cruzadas (507921534) e a Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes (505852080).

Centro Hospitalar anuncia medidas de saúde públicaCentro Hospitalar do Médio Tejo vai contratar 39 mé-dicos e anuncia a prestação de serviço à diabetes pe-diátrica alargada. Pág. 3 a 5

Num processo a decorrer até 2020 e que representa um investimento 10 milhões de euros. A novidade é a chegada da água canalizada à localidade do Baralho, na freguesia de Bemposta. Pág. 11

ENTREVISTA CULTURA EVENTO

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2 MARÇO 2015ABERTURA

Uma casa que foi totalmente destruída em dezembro por um incêndio, em Entrevinhas, concelho de Sardoal, foi totalmente reconstruída por um movimento de soli-dariedade surgido entre a população local e vai ser de-volvida ao casal desalojado no sábado, dia 28 de feve-reiro, numa festa que vai decorrer para o efeito.

Para a reconstrução da habitação, que envolveu colo-cação de chão, paredes, janelas, tetos e telhado, entre outras necessidades, a AMAE contou com o trabalho gratuito de mais de 30 profi ssionais de diversas áreas, desde pedreiros a serventes, instaladores de gás, colo-cadores de salamandras, colocadores de chão fl utu-ante, canalizadores, ladrilhadores e eletricistas, entre outros.

Afi nal, há Feira de S. Matias!

A manchete da última edição do Jornal de Abrantes dizia que a Feira de S. Matias este ano não se iria realizar. Na verdade, no momento em que o jornal seguiu para impressão, essa era a situação real, que correspondia à informação ofi cial veiculada aos jornalistas. Quando o JA saiu da gráfi ca para distribuição, a realidade tinha-se alterado: Câmara Municipal de Abrantes e feirantes encontraram uma solução que permitiu a realização da Feira de S. Matias, num outro espaço, conforme noticiamos nesta edição. Estas são situações que, obviamente, nenhuma redação gosta de viver, mas as decisões que são apresentadas como defi nitivas, por vezes, têm retorno, e foi esse o caso. A questão temporal não jogou a nosso favor: estando o JA impresso e em início de distribuição com a informação que era rigorosa no momento em que foi escrita, já não foi possível fazer uma nova edição.

Relativamente à fotografi a de capa, onde se mostrava a Feira de S. Matias numa edição anterior, com uma família onde se incluía uma criança, foi nosso entendimento que o interesse público da imagem não se centrava nas pessoas, mas antes no ambiente que o certame proporcionava (carrosséis e pessoas que fazem compras e passeiam). Considerámos, também, que tendo sido tirada no espaço público e não expondo nenhuma das pessoas (incluindo a criança) numa situação que atentasse contra a sua imagem ou mesmo privacidade, a fotografi a tinha um valor informativo que justifi cava a sua publicação. No entanto, uma familiar da criança contactou o JA manifestando o desagrado da família face à publicação da fotografi a por incluir a menor. Naturalmente que lamentamos o desagrado causado, mas, pelo que atrás fi cou exposto, o objetivo sempre foi o de retratar um cenário normal e típico da Feira de S. Matias que, a concretizar-se a manchete que a foto ilustrava, deixaria de acontecer este ano.

Hália Costa Santos

FICHA TÉCNICA

DiretoraHália Costa Santos

(TE-865)[email protected]

RedaçãoJoana Margarida Carvalho

(CP.9319)[email protected]

Mário Rui Fonseca (CP.4306)

[email protected]

ColaboradoresAlves Jana, André Lopes

e Paulo Delgado

PublicidadeMiguel Ângelo

962 108 [email protected]

SecretariadoIsabel Colaço

Produção gráficaSemanário REGIÃO DE LEIRIA

Design gráfico António VieiraImpressão

Grafedisport, S.A.

ContactosTel: 241 360 170Fax: 241 360 179jornaldeabrantes

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Editora e proprietária

Media On - Comunicação Social, Lda.

Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio,

Apartado 652204-909 Abrantes

GERÊNCIAFrancisco Rebelo dos Santos,

Joaquim Paulo Cordeiro da Conceição e Paulo Miguel

Gonçalves da Silva Reis.

Departamento FinanceiroÂngela Gil (Direção) Catarina Branquinho

[email protected]

Sistemas InformaçãoHugo Monteiro

[email protected]

Tiragem 15.000 exemplaresDistribuição gratuitaDep. Legal 219397/04

Nº Registo no ICS: 124617Nº Contribuinte: 505 500 094

Sócios com mais de 10% de capital

Lena Comunicação SGPS, S.A.

jornal abrantesde

Daniel Vazcarrinhos de choque, Lisboa

Em Alferrarede tínhamos mais es-colas do que aqui, também temos a ponte sobre o rio condicionada, mas há muitas localidades nos ar-redores que nos podem trazer bas-tantes pessoas ao fi m de semana. O espaço é relativamente pequeno, não foi fácil a montagem, mas esta foi a melhor solução porque ao me-nos estamos a trabalhar para pagar as nossas despesas.

Saul Teixeiraespaço Nutella, Aveiro

Estou satisfeito…é um espaço muito bonito devido ao rio e aos jardins existentes, a feira tem as-sim todas as condições para cor-rer bem. Nós devemos defender as nossas tradições e se esta tradição acabasse por falta de espaço era muito triste.

Laurinda Ferreiraespaço artesanato, Leiria

Esta foi a melhor solução que au-tarquia nos arranjou. É nossa pri-meira feira do ano e é muito impor-tante, para nós, dar início às vendas nesta altura. Foi um grande alívio para mim saber que iríamos fazer a feira porque, como toda a gente, precisamos de comer e de beber.

FOTO DO MÊS

INQUÉRITO

EDITORIAL

Como avalia as condições do novo espaço da Feira de São Matias? Quais são as suas expetativas?

1) O JORNAL DE ABRANTES é um projeto editorial que trabalha em prol do desenvolvimento da região e do bem-estar dos seus habitantes, através de edições publicadas men-salmente, de distribuição gratuita;

2) Enquanto projeto jornalístico, o JORNAL DE ABRANTES é um de-fensor da democracia, da Consti-tuição da República Portuguesa e dos direitos fundamentais aí con-sagrados;

3) A atividade da redação do JOR-NAL DE ABRANTES rege-se pelo cumprimento das disposições do Código Deontológico do Jornalista e em absoluto respeito pelos prin-cípios éticos que norteiam a pro-fi ssão;

4) O JORNAL DE ABRANTES é um projeto independente face a qual-quer tipo de poder e recusará sem-pre qualquer pressão de pessoas, partidos políticos, grupos econó-micos, religiosos e ideológicos que queiram pôr a informação ao ser-viço dos seus interesses;

5) JORNAL DE ABRANTES entende que a informação é um dos pilares da democracia, pelo que quanto mais e melhor informada estiver a população, melhor esta consegue formar a sua própria opinião e mais capacitada se encontra para a to-mada de decisões;

6) Enquanto projeto jornalístico, o JORNAL DE ABRANTES tem por missão o relato, com rigor e exati-

dão, da realidade dos concelhos de Abrantes, Constância, Mação, Sar-doal, Vila Nova da Barquinha e Vila de Rei.

7) O JORNAL DE ABRANTES aposta numa informação diversificado, dando, sempre que possível, voz aos protagonistas das notícias, mas também aos cidadãos comuns;

8) O JORNAL DE ABRANTES vive de receitas próprias, obtidas através da publicidade;

9) O JORNAL DE ABRANTES co-nhece como único limite à sua ativi-dade o espaço privado do cidadão exceto quando estiver em causa o interesse público.

Estatuto editorial

Solidariedade em Entrevinhas reconstruiu habitação de casal desalojado por incêndio

Page 3: Jornal de Abrantes - Edição Março 2015

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3MARÇO 2015 ENTREVISTA

CARLOS ANDRADE, PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO CENTRO HOSPITALAR DO MÉDIO TEJO (CHMT)

“Os hospitais são casas viciantes”Carlos Manuel Pereira

Andrade Costa, 49 ano, com Licenciatura em Di-reito, Curso de Administra-ção Hospitalar e experiên-cia acumulada na qualidade de Administrador Hospita-lar em diversos hospitais, é o novo presidente do Con-selho de Administração, (CA) do Centro Hospitalar do Mé-dio Tejo (CHMT), por um pe-ríodo válido por dois anos. Com uma equipa que acre-dita no Sistema Nacional de Saúde, aceitou um desafio “exigente”, prometendo dar o seu melhor, “a favor dos utentes”. O objetivo é aper-feiçoar o que foi feito e man-ter um “regime de comple-mentaridade de valências em Abrantes, Tomar e Tor-res Novas, uma vez que nós precisamos destes três polos de forma integrada, a pres-tar todos serviços que reu-nimos”.

Constituído pelas unidades hospitalares de Abrantes, To-mar e Torres Novas, separa-das geograficamente entre si por cerca de 30 quilóme-tros, o CHMT funciona em regime de complementari-dade de valências, abran-gendo uma população na ordem dos 255 mil habitan-tes de 12 concelhos do Mé-dio Tejo, no distrito de San-tarém, e ainda dos municí-pios de Gavião e Ponte de Sor, ambos de Portalegre.

JOANA MARGARIDA CARVALHO

Qual foi o motivo que o le-vou a aceitar este desafi o, de gerir um centro hospitalar composto por três hospitais, como se fosse um único?

Na verdade, eu e a equipa que me acompanha somos pessoas que gostamos de hos-pitais e que vibramos com os hospitais. Os hospitais são ca-

sas viciantes, quem gosta des-tas casas gosta cada vez mais. Estive dez anos fora do Ser-viço Nacional de Saúde (SNS), a exercer funções de gestão hospitalar noutros estabele-cimentos. Desejava muito re-gressar ao Ministério da Saúde e pôr-me à prova numa casa que nós sabemos que é exi-gente, que tem as suas parti-cularidades, com uma equipa que acredita no SNS, na presta-ção pública de saúde. Aqui nos reagrupamos para dar o nosso melhor, a favor dos utentes, desta unidade constituída por três edifícios, mas que é uma casa única.

Quais as primeiras medi-das que tomou, desde que assumiu funções, há cerca de seis meses?

Entrámos a 4 de julho, o que significa que entrámos au-tomaticamente no processo de elaboração do orçamento e, portanto, tivemos de fazer

uma aprendizagem muito grande e uma leitura muito rá-pida desta estrutura. Começá-mos por analisar os contratos de programa, começámos por perceber algumas alterações que podíamos discutir com a nossa tutela, já com o obje-tivo de expandir os nossos re-cursos humanos e a nossa ati-vidade. Essa expansão tinha de passar pela capacidade de atrair mais profi ssionais de sa-úde, e foi das primeiras ações que tivemos de tomar: refor-çar a equipa de enfermagem na urgência médico-cirúrgica, com 27 profi ssionais.

Ao longo destes seis meses, também quisemos estabilizar o hospital de dia oncológico e, por isso, desde o passado dia 18 de fevereiro, já iniciou fun-ções uma médica oncologista que está assumir a liderança do hospital de dia. Esta situa-ção signifi cou um salto na se-gurança clínica que passámos a garantir na prestação de cui-

dados. Temos assim um plano de

ação que tem uma primeira fase, que é recapitalizar o CHMT ao nível dos seus recur-sos humanos. Atualmente, so-mos cerca de 1700 profissio-nais.

Seis meses depois, apre-senta aos autarcas do Médio Tejo as contas reais do CHMT, faz um balanço exaustivo do que encontrou, aponta me-tas para o presente e para o futuro. O que destaca?

Atualmente, nós procuramos manter a gestão do CHMT, sem que haja aqui qualquer rutura, mantendo uma linha, aperfeiçoando-a, reajustando-a e procurando fazer cada vez melhor. Quando terminarmos o nosso mandato, quem vier a seguir também vai certamente corrigir e aperfeiçoar o que foi feito para trás. O nosso obje-tivo é seguir esta linha, man-tendo um regime de com-

plementaridade de valências em Abrantes, Tomar e Torres Novas, uma vez que nós pre-cisamos destes três polos de forma integrada, a prestar to-dos serviços que reunimos.

O serviço de urgências, concentrado no hospital de Abrantes, tem sido notícia pelos “congestionamentos e aumentos muito signifi ca-tivos nos tempos de espera” dos utentes. O que pensa este CA fazer relativamente às Urgências?

É uma realidade nacional! Nós temos tido procuras assi-métricas no conjunto das ur-gências no CHMT. No mês de janeiro, e por mais estranho que esta situação possa pare-cer, tivemos uma menor pro-cura no serviço de urgência em Abrantes.

Os doentes que chegam es-tão numa condição muito mais fragilizada, e portanto reque-rem um esforço e uma aten-ção redobrada, o que faz com que os tempos médios daque-les que chegam com cores de não urgência acabam por fi car bastante tempo à espera. Este é um cenário com o qual nós vamos ter de nos habituar a vi-ver. O grau de complexidade é maior, porque os doentes tam-bém estão mais idosos e, por isso, é necessário saber lidar com estas situações. Por exem-plo, para este inverno, já abri-mos 31 camas que podem ser descativadas quando este pico gripal passar. Nós estamos ava-liar o desempenho das nossas cinco urgências e, portanto, o cenário é de alguma comple-xidade e deve ter uma leitura integrada. Ainda não houve tempo para realizar essa lei-tura, que deve de ser feita com todos os profi ssionais.

Em termos concretos, como é que desenhou a

complementaridade de ser-viços para os três hospitais. O que é que gostaria de im-plementar em Abrantes, de ver a funcionar em Tomar, e que oferta diferenciadora deve ter o hospital de Torres Novas?

Hoje, os utentes do CHMT podem estar tranquilos face à qualidade da prestação de cuidados de saúde. Em Torres Novas, gostaríamos que nos próximos meses tivéssemos a funcionar o serviço de ne-frologia, sendo este o princi-pal serviço do distrito e quere-mos tê-lo a trabalhar em toda plenitude para breve. Passá-mos a ter o serviço da diabetes, em Tomar, e, em Abrantes, ou-tras valências como a materni-dade, a ginecologia e a obste-trícia. (ver páginas 4 e 5)

A questão da mobilidade entre as unidades do CHMT é incontornável, tendo em conta que os três hospitais estão separados por cerca de 30 km, características que devem ser únicas no país, em termos de centro hospitalar. Como está este CA a olhar para esta situação?

Quando entrámos no CHMT procurámos fazer um esforço no nosso compromisso fi nan-ceiro, na viabilização da car-reira que percorria as três uni-dades. Para garantir a continu-idade do serviço, comprámos um maior número de passes. Contudo, e muito recente-mente, a empresa que explora a carreira reconheceu que ape-sar do esforço do CHMT o pro-jeto continuava a ser inviável. É muito difícil fazermos um es-forço sozinhos, mas sentimos que não podemos ir para além disso. É aí que podem entrar as forças vivas da nossa região, num esforço conjunto para a viabilização do projeto.

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• Carlos Andrade sugere que as forças vivas da região ajudem a resolver o problema do transporte entre os três hospitais do Médio Tejo

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4 MARÇO 2015DESTAQUE

O Conselho de Administra-ção (CA) do Centro Hospi-talar do Médio Tejo (CHMT) anunciou que vai contra-tar 39 médicos, medida inserida na estratégia de reforço global dos recursos humanos para viabilizar fi -nanceiramente aquele cen-tro hospitalar.

MÁRIO RUI FONSECA E JOANA MARGARIDA CARVALHO

Em declarações à Antena Livre/Jornal de Abrantes, no âmbito do Dia Mundial do Doente, o presidente do Conselho de Administração do CHMT, Carlos Andrade, fez um balanço dos seus pri-meiros seis meses de ges-tão.

Para o responsável, é neces-sário “recapitalizar” o CHMT - composto pelos hospitais de Abrantes, Tomar e Torres No-vas - em termos de recursos humanos “para, daí, poder obter mais proveitos”, medi-das que espera que tenham resultados visíveis em 2017,

ou seja, depois de terminar o seu mandato do gestor, no fi nal de 2016.

“Os anos de 2015 e de 2016 vão ser de muito trabalho, em termos de estruturação, captação de profi ssionais e da sua integração. No ano de

2016 já tem de ser evidente a expansão da atividade as-sistencial no CHMT e os re-sultados começarão a sur-gir em 2017, já para lá deste mandato”, afirmou Carlos Andrade, que tem um man-dato válido para dois anos.

As dívidas do Centro Hos-pitalar do Médio Tejo ascen-dem hoje aos 42 milhões de euros, números que o ges-tor pretende contrariar com o reforço dos quadros glo-bais do CHMT e com o con-sequente aumento da pres-

tação de cuidados aos cerca de 255 mil utentes da sua área de abrangência.

“O acrescento da prestação de cuidados vai permitir que os proveitos possam, tam-bém eles, crescer”, defen-deu, tendo adiantado que o

objetivo é “atingir um nível em que os proveitos estejam equilibrados com a dimen-são da despesa global”.

Por outro lado, observou, a despesa com a contrata-ção de médicos prestado-res de serviços, “rotina insti-tucionalizada no CHMT”, vai ser transferida para pagar a médicos que queiram traba-lhar no CHMT, numa lógica de “fi delizar os profi ssionais de saúde”.

No âmbito da estratégia do novo CA do CHMT, fo-ram já contratados 27 en-fermeiros e 15 auxiliares de ação médica, tendo Carlos Andrade afi rmado já ter au-torização da Administração Regional de Saúde de Lis-boa e Vale do Tejo e do Mi-nistério da Saúde para ini-ciar procedimentos para a contratação de 39 médicos, de diversas especialidades, nomeadamente ortopedia e cirurgia geral. “A resposta para avançarmos com estas contratações foi imediata”, garantiu.

GESTOR PRETENDE AUMENTAR A PRESTAÇÃO DE CUIDADOS AOS CERCA DE 255 MIL UTENTES

Centro Hospitalar do Médio Tejo contrata 39 médicos

• Especialidade de ginecologia do CHMT passou este mês a ser assegurada pelos meios clínicos de Abrantes

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A maternidade do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) registou 800 partos em 2014, mais 15 nascimen-tos do que em 2013, resul-tado ‘em linha’ com o país e que inverte a tendência de decréscimo que se registava desde 2009.

“É um aumento ligeiro, uma ténue inversão de tendência que queremos consolidar e gostaríamos de ver aumentar nos próximos anos, sabendo nós que o valor mínimo para repor gerações, por casal, é de 2,4 fi lhos”, disse à Antena Livre o presidente do Con-selho de Administração do CHMT, Carlos Andrade.

Nesse sentido, apontou, o CHMT vai “desenvolver e re-forçar o trabalho de articula-ção” com os médicos de fa-

mília, com médicos obstetras e com os centros de saúde da zona, para que, “pela rela-ção de proximidade e acom-panhamento do processo de gravidez, desde o seu início, as parturientes possam optar, de forma natural, pela mater-nidade” daquele centro.

O gestor lembrou ainda que, para além da anestesia epidural, a atividade cirúrgica da especialidade de gineco-logia do CHMT passou este mês a ser assegurada pelos meios clínicos existentes na maternidade da Unidade Hospitalar de Abrantes.

A concentração da ati-vidade cirúrgica de uma mesma especialidade, apon-tou, vai contribuir para “um melhor serviço às cidadãs, acrescentando efi ciência na

prestação de cuidados” de gi-necologia/obstetrícia. “A me-dida traz ganhos evidentes, não só em termos de efi ciên-cia, como também de segu-rança para as utentes”, frisou.

Co n ce n t r a d a n a u n i -dade hospitalar de Abran-tes desde 2001, a materni-dade registou 1.079 bebés em 2009, mais 11 do que em 2008. A partir daí, e até ao ano de 2014, houve decrés-cimos consecutivos, com 1.046 partos em 2010, 985 em 2011, 908 em 2012 e 784 (número mais baixo de sem-pre) em 2013.

O ligeiro aumento do nú-mero de partos em 2014 está ‘em linha’ com o pequeno au-mento de nascimentos regis-tados no ano passado a ní-vel nacional. Segundo as es-

timativas da Direção Geral de Saúde (DGS), em 2014 regis-taram-se em Portugal 83.511 nascimentos, o que repre-senta um aumento de 724 partos em relação ao ano an-terior, em que se registaram 82.787 partos.

Constituído pelas unidades hospitalares de Abrantes, To-mar e Torres Novas, separa-das geografi camente entre si por cerca de 30 quilómetros, o CHMT funciona em regime de complementaridade de valências, abrangendo uma população na ordem dos 255 mil habitantes de 12 conce-lhos do Médio Tejo, no dis-trito de Santarém, e ainda dos municípios de Gavião e Ponte de Sor, ambos de Por-talegre.

Maternidade do Médio Tejo inverte tendência e regista aumento de nascimentos em 2014

Page 5: Jornal de Abrantes - Edição Março 2015

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5MARÇO 2015 DESTAQUE

A atividade cirúrgica da es-pecialidade de ginecologia do Centro Hospitalar do Mé-dio Tejo (CHMT) passou em fevereiro a ser assegurada pelos meios clínicos existen-tes na maternidade da Uni-dade Hospitalar de Abrantes.

Em comunicado, o Conse-lho de Administração (CA) do CHMT defende que a con-centração da atividade cirúr-

gica de uma mesma especi-alidade numa Unidade Hos-pitalar, no caso em Abrantes, das três que compõem o Centro Hospitalar, a par de Tomar e Torres Novas, “con-tribuirá para um melhor ser-viço às cidadãs, acrescen-tando efi ciência na prestação de cuidados” de ginecologia/obstetrícia.

A atividade cirúrgica de gi-

necologia em Abrantes, onde está a maternidade do CHMT, passou, assim, desde o iní-cio de fevereiro, a ser ali re-alizada, “depois da reflexão clínica que tem sido efetu-ada no âmbito funcional do departamento cirúrgico e do serviço de ginecologia e obstetrícia”, destaca o CA do CHMT, uma medida que é acompanhada pela “necessi-

dade de otimização dos re-cursos técnicos e humanos disponíveis” no Centro Hos-pitalar do Médio Tejo.

Em declarações à Antena Livre/Jornal de Abrantes, o CA do CHMT, disse que, “ape-sar deste reforço cirúrgico na Unidade de Abrantes, man-têm-se no Hospital de Tomar, sem alteração, as consultas de Ginecologia e a Cirurgia

de Ambulatório desta espe-cialidade”, em que o doente é admitido e tem alta para o seu domicílio no dia da inter-venção.

Segundo números forneci-dos pelo CA do CHMT, reali-zaram-se durante o ano de 2014 cerca de 200 cirurgias eletivas de ginecologia /obs-tetrícia.

MRF

Mais de mil utentes estão desde outubro sem médico de família em São Miguel do Rio Torto e Bicas, no con-celho de Abrantes, tendo a junta de freguesia iniciado uma recolha de assinatu-ras para protestar contra a situação.

MÁRIO RUI FONSECA

“Encetámos em fevereiro a recolha de assinaturas pela população, através de abaixo-assinado, por forma a mostrar o nosso desconten-tamento e para pressionar o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo a colocar aqui um médico de família”, disse o presidente da União de Freguesias de São Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo

Segundo Luís Alves, o ma-nifesto, que está a ser desen-volvido em parceira com a Comissão de Utentes da Sa-úde do Médio Tejo (CUSMT), abrange as localidades de São Miguel e de Bicas, onde 1.047 utentes estão sem mé-dico de família há mais de três meses. O objetivo é exi-gir à tutela que “reponha a presença de pelo menos um médico de família para servir São Miguel do Rio Torto e Bi-cas” e também de serviços de enfermagem diários.

“Grande número de utentes

é de idade avançada, com poucos recursos económicos e sem transporte próprio, e têm de se deslocar às consul-tas de recurso em Abrantes, a vários quilómetros de dis-

tância. Os transportes públi-cos em São Miguel passam de manhã e regressam só à noite, pelo que a atual situa-ção implica um grande trans-torno para doentes e familia-

res, com mais sofrimento fí-sico e mais despesas”, vincou.

A diretora executiva do ACES do Médio Tejo disse que a falta de médico, desde ou-tubro, no polo do São Miguel

do Rio Torto, onde se deslo-cava um médico da presta-ção de serviços um dia por semana, se deveu ao facto de, nesse período, haver uma “redução de médicos na Uni-dade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Abrantes, devido a aposenta-ções, entre outras situações”.

Nesse contexto, observou Sofia Theriaga, a opção do coordenador da UCSP foi de “reforçar a consulta de re-curso para garantir a consulta e a prestação de cuidados de saúde ao maior número pos-sível de utentes sem médico de família”.

A responsável observou ainda que a consulta de re-curso, instalada em Abrantes, presta cuidados de saúde a todos os utentes do conce-lho sem médico de família e referiu que, “para agravar toda esta situação, o ACES Médio Tejo sofreu uma consi-derável redução de horas da prestação de serviços, pelo que a UCSP de Abrantes não foi uma exceção”.

Sofia Theriaga disse ainda que o ACES tem “reiterado” que lhe sejam atribuídas mais horas da prestação de serviços, “a fi m de poder alo-car profi ssionais médicos nas Unidades Funcionais com maior número de utentes sem médico de família”, como é o caso de São Miguel do Rio Torto.

Cirurgias ginecológicas do Centro Hospitalar do Médio Tejo passam para Abrantes

POPULAÇÃO DE SÃO MIGUEL DO RIO TORTO, EM ABRANTES, PROTESTA POR FALTA DE MÉDICO

“Pelo menos um médico de família”

• Presidente da Junta de Freguesia chama a atenção para as difi culdades dos utentes em se deslocarem à consulta de recurso

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Prestação de serviços à diabetes pediátrica alargada

O Conselho de Adminis-tração (CA) do Centro Hospi-talar do Médio Tejo (CHMT) vai instalar e autonomizar a valência de diabetes pe-diátrica na região, serviço inexistente em todo o dis-trito de Santarém.

“Posso anunciar que esta-mos já a dar formação espe-cífi ca de diabetes pediátrica a médicos e a enfermeiros para instalar esta valência no CHMT dentro de pou-cos meses”, disse à Antena Livre o presidente do CA do CHMT.

“Estamos a reforçar a equipa que já existe no ser-viço de diabetologia, em To-mar, e a nova valência re-presentará um signifi cativo reforço das competências do CHMT, no caso, na área da diabetes pediátrica, per-mitindo evitar, assim, que as crianças e os seus pais te-nham de se deslocar propo-sitadamente a Lisboa para consultas e tratamentos, como hoje acontece”, frisou Carlos Andrade. “Até ao iní-cio do verão”, apontou, “fi-caremos completamente autónomos no tratamento da diabetes pediátricas e de patologias associadas”, re-forçou o gestor.

A medida insere-se na es-tratégia de reforço global dos recursos humanos para viabilizar financeiramente aquele centro hospitalar, tendo o CA anunciado no dia 11 de fevereiro ter ob-tido autorização da tutela para a contratação de 39 médicos (ver notícia nesta página). O gestor disse ainda que o Hospital de Dia de Oncologia do CHMT conta, desde o dia 18 de fe-vereiro, com uma médica especialista a tempo inteiro a coordenar aquele serviço. “A contratação decorre da necessidade de se estabele-cer um elo de ligação maior entre a equipa médica, que era composta apenas por médicos prestadores de serviços, e os doentes que recorrem ao Hospital de Dia de Oncologia para realiza-rem os tratamentos e inter-venções oncológicas.”

Carlos Andrade acrescen-tou que “a curto prazo in-gressarão no CHMT mais um ginecologista\obstetra, um otorrinolaringologista e um internista”. MRF

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6 MARÇO 2015AZEITE

Abrantes vai voltar a exaltar o ouro vegetal

LUÍS SIMÕES, DIRETOR GLOBAL DE OPERAÇÕES DOS AZEITES GALLO

“Queremos ser a primeira marca mundial de azeite”

Entre os dias 27 de feve-reiro a 1 de março Abrantes vai acolher o III Encontro Ibé-rico do Azeite, no Mercado Criativo. Esta iniciativa conta com a realização de um sim-pósio técnico, que decorre nos dias 27 e 28 de fevereiro, no Cineteatro S. Pedro, onde serão abordadas três grandes áreas: o Azeite, os Mercados e a Política.

Durante os três dias do evento, decorrerá em simul-tâneo um fórum, onde será possível encontrar diferen-tes espaços expositivos, uma mostra subordinada ao tema “O Azeite em Abrantes - 2000 anos de história” ou, ainda,

uma exposição e venda de azeites por produtores do

concelho. Os produtos cos-méticos feitos com azeite e,

numa variante mais artística e artesanal, também serão uma constante.

Em destaque também vai estar a gastronomia que terá uma presença marcante, onde vai ser possível provar os melhores petiscos com azeite.

O Encontro Ibérico do Azeite é organizado pela Câ-mara Municipal de Abrantes e conta com uma Comissão Organizadora na qual se en-contram representados di-versos agentes governamen-tais e não-governamentais que intervêm na fileira do azeite, são eles: Gabinete de Planeamento e Políticas - Mi-

nistério da Agricultura, Dire-ção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo, Casa do Azeite - Asso-ciação do Azeite de Portu-gal, Associação de Agriculto-res do Ribatejo, Associação de Agricultores dos Conce-lhos de Abrantes, Sardoal e Mação, INOV’LINEA - Centro de Transferência de Tecno-logia Alimentar, TAGUS - As-sociação para o Desenvolvi-mento Integrado do Ribatejo Interior, Escola Profi ssional de Desenvolvimento Rural de Abrantes, SAOV e Vítor Gue-des - Indústria e Comércio, S.A.

JOANA MARGARIDA CARVALHO

Reza a história que o azeite Gallo canta desde 1919. Con-tudo, na verdade, há indica-dores de que tenha come-çado a cantar muito antes, pelas mãos da família Victor Guedes, quando abriu uma fábrica em Abrantes, com o nome de Azeite Gallo.A marca nasceu pela mão de Victor Guedes, passou para o fi lho, que, sem descenden-tes, a vendeu. Mas a tradição mantém-se até aos dias de hoje. Atualmente, a Gallo é terceira marca de azeites no mundo, apenas suplantada por duas marcas italianas. Todo o azeite comercializado é feito em Abrantes e conta com a participação de 190 colabo-radores. Em 2014, os azeites Gallo atingiram um volume de faturação que rondou os 170 milhões de euros. A em-presa está envolvida na orga-nização do III Encontro Ibé-rico de Abrantes.

Como é que surgiu a em-presa e como é que a mesma evoluiu até aos dias de hoje?

A história remonta a 1860, em Abrantes, onde hoje es-tamos sediados. Na altura já existia a empresa que se de-dicava à produção de azeite

e outros produtos, como os frutos secos. Há registos de em 1908 a marca Gallo ter conquistado no Brasil alguns prémios, mas efetivamente foi apenas em 1919 que a marca foi registada pelo Sr. Victor Guedes.

A empresa sempre teve uma vocação exportadora, inicialmente para o Brasil e Venezuela, sendo estes na altura os principais merca-dos da marca. Em 1989, de-corre um forte investimento na empresa a nível industrial com aquisição de uma refi-naria de azeite, granulagem, a construção de um lagar, entre outros equipamentos. Em Abrantes ficaram reuni-das as condições para a sele-ção e loteamento do azeite. O produto era depois envi-ado a granel para Lisboa e seguia para uma unidade de embalamento em lata em Cabo Ruivo, onde de lá saía para o mundo. Hoje em dia, a unidade de Abrantes reúne todas as valências, até à saída do produto para o mercado.

A empresa teve um ca-ráter familiar até 1989. Não havendo descendentes, a marca acabou por ser ven-dida e ingressou no grupo Jerónimo Martins. Em 2009, a empresa continuou inte-grada no grupo, mas assu-miu um registo autónomo

e começou a ser gerida pela Gallo Worldwide, dedicando-se desde então à seleção, lo-teamento e embalamento de azeites e óleos alimentares.

Como é que a empresa la-bora em Abrantes?

O nosso primeiro objetivo passa pela seleção dos me-lhores azeites provenientes do país e do mundo. O de-safi o é saber cominá-los, al-cançando perfis organoléti-cos de sabores e aromas dis-tintos. Não somos, portanto, detentores de um olival, nem

de um lagar, pois entende-mos que, do ponto de vista estratégico, seria bastante limitador para a marca. O azeite é um produto natu-ral: quer a qualidade como a quantidade gerada pelos olivais oscila bastante. Assim, estarmos agarrados a estas estruturas seria bastante li-mitador.

Optamos por procurar no mundo inteiro os melhores azeites e chegamos a receber entre 5 a 7 mil amostras por ano. Destas cerca de 30% são aceites, 70% são rejeitadas,

pois não se enquadram nos nossos parâmetros de qua-lidade. De seguida, os nos-sos mestres loteadores têm a tarefa de saber combinar os azeites, com o objetivo de atingirem os perfis deseja-dos, ou seja, harmoniosos, equilibrados e com uma in-tensidade distinta.

Para atingirmos a qualidade reconhecida, todos os nossos azeites estão sujeitos a um processo de avaliação bas-tante exigente, que passa por um conjunto de análi-ses físico-químicas e orga-noléticas e um painel acre-ditado de provadores. Anual-mente, chegamos a produzir cerca de 40 mil toneladas de azeite.

Quais são os principais mercados exportadores da Gallo?

Estamos em 47 merca-dos, 70% do nosso volume de vendas é feito fora da Eu-ropa. Temos forte presença no Brasil, Venezuela e Angola e algumas apostas na Rús-sia e na China. Os nossos es-critórios estão sediados em Abrantes, Lisboa, São Paulo e Xangai. Portugal é, para nós, um mercado maduro, com alguma expressão no nosso volume de venda, mas que cresce pouco e que não cria muito valor.

Qual é a mensagem que a marca Gallo deseja passar ao consumidor?

O nosso objetivo é levar ao consumidor um produto de elevada qualidade. Na em-presa, todos temos uma grande paixão pelo que faze-mos e isso tem sido refl etido na qualidade obtida, que é o principal diferenciador da marca. A nossa intenção é também passar a mensagem que a Gallo é uma marca que defi ne perfi s de azeite e sabe preparar os azeites para que os perfi s correspondam e se-jam consistentes no tempo.

Quais sãos os objetivos para este ano 2015?

O nosso objetivo é cres-cer a todos os níveis na ex-portação, na faturação, etc. Nós queremos ser a primeira marca mundial de azeite!

Como é que se vão envolver no III Encontro Ibérico?

Desde o primeiro momento que estamos na Comissão Organizadora do encontro, acabamos por ter alguma in-terferência na escolha dos te-mas para abordar em cada edição. Esta é uma iniciativa importante para divulgar o concelho e o bom azeite que se faz por cá!

Diversos restauran-tes, cafés e pastelarias do centro histórico de Abrantes vão dar des-taque ao peixe do rio e ao azeite produzido no concelho, num festival gastronómico que vai decorrer até ao dia 8 de março.

A ação promocional ‘Sabores do Tejo’, organi-zado e promovido pela autarquia nos últimos anos, é uma iniciativa da que pretende dar a conhecer os sabores e a cultura gastronómica da região, assim como dina-mizar a restauração lo-cal.

• A segunda edição do Encontro Ibérico decorreu na antiga rodoviária, hoje futura Unidade de Saúde familiar

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• Luís Simões diz que o objetivo é levar ao consumidor um produto de elevada qualidade

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7MARÇO 2015 REGIÃO

Feira de S. Matias anima a região até 8 de março

Até ao dia 8 de março, a tradicional Feira de S. Ma-tias está animar o espaço do Aquapolis, nas margens ri-beirinhas do Tejo, em Rossio ao Sul do Tejo.

Carrosséis e outros diver-timentos, espaços com jo-gos eletrónicos, barracas de quinquilharia, exposição e venda de viaturas e de alfaias agrícolas, bares, roulottes de farturas, pipocas e algodão doce são algumas das atra-ções do secular certame.

Este ano, os feirantes es-tão a ocupar os terrenos do Aquapolis, junto ao hipó-dromo dos Mourões, um lo-cal “provisório”, tendo em conta que nos terrenos do Tecnopolo, em Alferrarede, local que acolhe habitual-mente o evento, estão a de-correr obras.

Maria do Céu Albuquer-que, presidente da Câmara

Municipal de Abrantes, ad-mitiu que, para o próximo ano, a intenção da autarquia é criar condições para ins-

talar a Feira de São Matias e o mercado semanal no Vale da Fontinha, no centro da ci-dade: “Mesmo não estando

a infraestrutura concluída, o nosso compromisso é insta-lar ali o mercado semanal e a feira no próximo ano”.

“Esta é uma feira secular, muito importante porque es-timula economia local e as atividades económicas des-tas famílias. Há muitos feiran-tes que já fazem este certame há muitos anos, uma vez que iniciam aqui o calendário anual deste tipo de festivida-des”, acrescentou a autarca.

A Feira de S. Matias, que re-monta ao século XIII, é uma organização da Câmara Mu-nicipal de Abrantes, sendo considerada um dos ex-libris culturais do concelho e mo-tivo de atração e desenvolvi-mento local.

O certame foi inaugurado no passado dia 20 de feve-reiro.

JMC e MRF

Os bombeiros Sylvie Al-varez e Ricardo Daniel, da corporação dos bombeiros voluntários de Abrantes, realizaram no dia 15 de fe-vereiro, um parto inespe-rado, mesmo à saída da casa da parturiente, em Trama-gal. Foram chamados para transportar a futura mãe à maternidade do Hospital de Abrantes, mas “foi tudo muito rápido”. Sylvie Alva-rez conta que depois de en-caminharem a senhora até à ambulância viram “que as

águas tinham rebentado e que não havia tempo”. Os bombeiros concluíram que “o parto teria de ser feito na ambulância” e pediram à parturiente para confiar neles. “Felizmente tudo cor-reu bem, nasceu uma me-nina linda que esperneava e chorava muito”, lembra Syl-vie. Com 30 anos de idade e 14 de profi ssão, remata: “Foi o dia mais inesquecível da minha vida, com um misto de emoções inexplicáveis.”

MRF

Bombeiros de Abrantes fazem parto inesperado em ambulância

• Apesar de uma dimensão menor, a feira apresenta um conjunto de divertimentos e as habituações atrações

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8 MARÇO 2015ECONOMIA

VN Barquinha inaugura viveiro de empresas em ambiente escolar

Fundos comunitários apostam na criação de novas empresas

A Escola D. Maria II, em Vila Nova da Barquinha, inaugu-rou um viveiro de empresas em ambiente escolar (VEAE), projeto que pretende desa-fi ar os alunos do ensino bá-sico a pensar e criar empre-sas.

O VEAE envolve quatro tur-mas do 1º e 3º ciclos do en-sino básico, com alunos en-tre os 8 e os 15 anos, e está a funcionar nas instalações daquele estabelecimento es-colar, integrado em projeto educativo, e num espaço ex-clusivamente destinado ao desenvolvimento e criação de ideias de negócio, com meios e equipamentos próprios.

“O VEAE foi implementado num edifício autónomo da es-cola, é uma sala ampla (‘open space’) equipada com mobili-ário, telefone, computador e uma secretária/rececionista, e onde os jovens candidatos a empresários têm liberdade total para criarem as suas pe-quenas e médias empresas (PME), desenvolverem ideias e criarem produtos, sendo acompanhados por monito-res”, disse à Antena Livre/Jor-nal de Abrantes o presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, Fernando Freire.

“Desafiar os jovens a pen-sar e criar empresas desde

tenra idade, e familiarizar as crianças e jovens com con-

ceitos em torno do universo empresarial é o grande ob-

jetivo deste viveiro de em-presas, como se estivessem no mundo real dos negócios, partilhando custos e desen-volvendo ideias e criando ri-queza “, concretizou.

O projeto surgiu na sequên-cia da iniciativa “Empreende-dorismo na Escola”, medida implementada no início do presente ano letivo e inserida no Plano Estratégico de De-senvolvimento Económico “Barquinha 2020”, no âmbito do qual cerca de 100 alunos do Agrupamento de Escolas disputam o “Prémio Munici-pal de Empreendedorismo em Ambiente Escolar”, galar-dão instituído como sendo “uma forma de incentivar os jovens empresários”.

Desde o início do ano letivo,

os alunos já visitaram diversas empresas instaladas no Cen-tro de Negócios da Atalaia, em Vila Nova da Barquinha, “para perceberem no terreno como funcionam as empre-sas” e estiveram na Loja do Cidadão, onde fi caram a co-nhecer o processo de consti-tuição de uma empresa.

A professora Ana Santos, co-ordenadora do VEAE, disse, por sua vez, que vários pro-fessores foram agregados a este projeto, desenvolvendo conteúdos programáticos das disciplinas relacionados com a temática do empreen-dedorismo, tendo destacado “a importância do enquadra-mento local, ao nível histó-rico, ambiental e patrimonial”, aquando da conceção e de-senvolvimento das ideias de projeto.

“Tanto os professores como os alunos estão muito moti-vados e entusiasmados com este projeto”, notou a subdi-retora do Agrupamento de Escolas, tendo destacado a importância de “formar bons cidadãos, em termos acadé-micos, mas também no sa-ber fazer, aguçando o espírito empreendedor”.

Mário Rui Fonseca

Tornar as empresas mais competitivas e promover a sua internacionalização são as prioridades dos fundos co-munitários que aí vêm para a Região Centro no âmbito do novo quadro de apoio “Portugal 2020”. O anúncio foi feito por Ana Abrunhosa, Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvi-mento Regional do Centro (CCDR-C), durante o seminá-rio realizado no final de ja-neiro no Tecnopolo do Vale do Tejo, em Abrantes.

Durante a sessão, a respon-sável referiu ainda que uma das grandes preocupações deste novo pacote de incen-tivos financeiros prende-se com a elevada taxa de de-

semprego jovem e que, neste âmbito, o novo quadro comunitário irá apostar forte-mente no apoio à criação de novas empresas.

Em declarações à Antena Livre, Ana Abrunhosa salien-tou que “a ideia é aumentar o emprego e as exportações ou a substituição de impor-tações. Estamos a falar de au-mento de investimento que promova as exportações, es-tamos a falar de estimular o investimento no setor de bens transacionáveis, que traga a criação de emprego, e também o apoio ao empre-endedorismo, que é a criação do próprio emprego por jo-vens qualifi cados em setores de alta tecnologia, nas áreas

da cultura e da criatividade porque isso também reduz o desemprego”.

Para Maria do Céu Albu-querque, presidente da Câ-mara Municipal de Abran-tes, “é essencial para a região Centro que o ciclo de investi-mento que se vai iniciar traga as condições para gerar mais emprego, para qualificar o próprio emprego e para esti-mular a nossa economia para devolvermos aquilo que pa-rou neste último ano”.

Na ocasião, foi ainda assina-lada a adesão do Tagusvalley – Tecnopolo do Vale do Tejo e do Instituto Politécnico de Tomar ao projeto INOV-C – Ecossistema de Inovação, li-derado pela Universidade de

Coimbra, com a assinatura de um protocolo de colabo-ração que terá como objec-tivo “promovermos a econo-mia regional em conjunto”, salientou Maria do Céu Albu-querque.

“Aquilo que é previsível é que a partir de Tomar e a par-tir de Abrantes, num raio de 30 kms, todos os concelhos

que gravitam à volta pos-sam fazer parte deste ecos-sistema inovador, de desen-volvimento, e possam tam-bém candidatar-se ao que vier a estar acordado neste pacote de investimento do INOV-C, seja por via da capa-citação, da formação, da par-ticipação em certames nacio-nais e internacionais”, referiu

a autarca.Este seminário inseriu-se

nas comemorações dos dez anos de atividade do Tagus-valley, que está em fase de conclusão da sua infra-estru-turação e dotação de meios tecnológicos que estarão ao serviço da comunidade local e regional.

Margarida Tomé Serôdio

No dia 5 de fevereiro, pelas 14h30, no auditório da Escola D. Maria II de-correu a apresentação dos projetos de negócio elaborados pelos alunos do 3º, 7º,8º e 9 anos de escolaridade. Os projetos criados pelos mais alunos do 3ºA, intitulados “Chocociência” e “Vi-laromática”, foram elaborados numa alusão à ciência e à utilização do labo-ratório do Centro Integrado de Edu-cação e Ciência, CIEC. Os alunos do

7º C procederam à apresentação da empresa “Aromas de Almourol”, um projeto destinado à produção de do-ces e produtos cosméticos baseados na iguaria. Já os alunos do 8º C cria-ram uma ideia de negócio de âmbito desportivo, a “Barquinha Cross”, num incentivo à prática do desporto moto-rizado. Por último, o 9º B dedicou-se à elaboração de um projeto informático intitulado “Inova Team”, uma empresa

que pretende associar as novas tecno-logias ao turismo do concelho.

Pedro Gonçalves, aluno do 9ºB, disse ao JA que o projeto Empreendedo-rismo na Escola representa uma forma de ver o mundo dos negócios: “É algo incrível, uma responsabilidade au-têntica, onde o mais interessante foi aprender a trabalhar com os outros.”

JMC

O mais interessante foi aprender a trabalhar com os outros

• Alunos apresentaram projetos que vão das iguarias ao desporto motorizado

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Page 9: Jornal de Abrantes - Edição Março 2015

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9MARÇO 2015 REGIÃO

A interdição de circulação a pesados na ponte sobre o Tejo, em Abrantes, está a obrigar a desvios e a aumen-tos signifi cativos de despesas nas empresas da região.

A interdição de circulação a veículos pesados vai decor-rer até final de novembro e resulta do início da segunda fase de requalificação da ponte que liga Rossio ao Sul do Tejo a Abrantes, no âm-bito de uma obra das Estra-das de Portugal (EP) orçada em 2,9 milhões de euros, tendo a intervenção arran-cado em setembro de 2014 e perspetivando-se a conclu-são dos trabalhos para final de 2015.

Todas as empresas contac-tadas apontaram para “au-mentos significativos das despesas” previstos para este período de 330 dias, quer ao nível do combustível e em portagens, quer ainda no tempo despendido para cir-cular em vias alternativas,

tendo em conta que as tra-vessias mais próximas se si-tuam na Chamusca e em Al-vega/Mouriscas, a cerca de 30 quilómetros e 25 quilóme-tros, respetivamente.

“Temos cerca de 20 viaturas pesadas todos os dias na es-trada a fazer distribuição, pelo que estes condicionalismos têm um impacto signifi cativo para as contas da empresa, devido a maior dispêndio de combustível e pagamento de portagens”, disse o gerente da Aviludo, uma empresa de dis-tribuição alimentar, com sede em Alferrarede.

Segundo Filipe Guerreiro, a empresa, com cerca de 80 funcionários e 20 viaturas de venda e distribuição, teve de alterar as suas rotas nor-mais de circulação, tendo em conta que a ponte de Abran-tes era sempre a travessia utilizada para o trabalho a desenvolver na sua área de abrangência, e que inclui o Ribatejo, Alentejo, Beira Lito-

ral e Beira Interior.Também a administração

da fábrica do Caima, em Constância-Sul, apontou para difi culdades acrescidas na circulação de bens e pro-

dutos, tendo defendido a re-abertura da ponte da Praia a viaturas pesadas.

“Pelo menos enquanto du-rarem as obras na ponte de Abrantes, seria muito rele-

vante a reabertura da ponte de Constância ao tráfego de pesados, como medida que permitiria atenuar mais este constrangimento”, defende fonte ofi cial do Caima.

A administração da Mistu-bishi Fuso (MFTE), com fá-brica no Tramagal, disse que a ponte de Abrantes é utili-zada mensalmente por cerca de 100 viaturas que fazem entrega de componentes, e também por algumas viatu-ras que transportam o pro-duto final, que são carros montados.

Nuno Rodrigues, proprietá-rio dos vinhos Casal da Coe-lheira, com cerca de 80% da produção a ser escoada da adega através de empresas transportadoras (nacionais e internacionais) disse as im-plicações vão ser ao nível do “cumprimento de prazos de entrega e na capacidade de satisfazer encomendas mais urgentes”.

Mário Rui Fonseca

A presidente da Câmara de Abrantes anunciou que, até fi nal de 2015, a empresa con-cessionária de águas residu-ais vai construir a ETAR dos Carochos e resolver um an-tigo problema ambiental,

“Até ao fi nal do ano, a em-presa concessionária, no âm-bito do contrato de conces-são, tem de concluir o plano de investimento previsto, in-cluindo a nova Estação de Tratamento de Águas Resi-duais (ETAR) na zona dos Ca-rochos”, disse Maria do Céu Albuquerque, na Assembleia Municipal de Abrantes de 20 de fevereiro.

A nova ETAR, que vai ser construída ao lado da atual (em estado inoperacional e com descargas para o Tejo sem o tratamento adequado), vai implicar um investimento de cerca de 1,7 milhões de euros e estará preparada para servir um universo de 10 mil pessoas.

Concebida em 1991, em co-lina sobranceira ao rio Tejo,

a ETAR dos Carochos nunca funcionou corretamente, pelo que a Câmara sempre recusou a receção defi nitiva da obra, tendo entrado em litígio judicial com a empresa construtora.

A autarquia anunciou a construção de uma nova ETAR no ano 2009, ao tempo com Nelson de Carvalho (PS) como presidente de Câmara,

um objetivo consagrado na ocasião com a Abrantáqua, a empresa concessionária do saneamento de águas resi-duais.

Nesse ano, o ministério do Ambiente levantou um auto de notícia à autarquia, criti-cando no relatório de inspe-ção o estado da ETAR –“fora de serviço por abandono” -, a par das “descargas dos es-

gotos sem tratamento” para o Tejo.

Até hoje, a ETAR dos Ca-rochos nunca chegou a ser construída.

A Abrantáqua disse em fe-vereiro que as obras de cons-trução “já se encontram a de-correr”, tendo imputado os atrasos do arranque da em-preitada a “dificuldades na aquisição do terreno onde

decorre a construção da ins-talação”.

As primeiras denúncias do “atentado ambiental” decor-reram em 2005, tendo o de-putado municipal do BE, Ma-nuel António, promovido, en-tão, uma visita guiada à ETAR, já em evidente estado de de-gradação e abandono.

No dia 17 de fevereiro deste ano, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) respon-deu ao atual deputado mu-nicipal do BE, Armindo Sil-veira, dando conta que a an-tiga ETAR estava a funcionar “com tratamento provisório” desde dezembro de 2014, e que a Abrantáqua “prevê que a nova ETAR esteja a funcio-nar até fi nal de 2015”.

“Dez anos depois de tantas denúncias sobre este aten-tado ambiental e de nada ter sido feito, agora só acredito depois de ver a obra feita e com relatório técnico assi-nado por entidades exter-nas ao processo”, afi rmou Sil-veira.

Interdição a pesados na ponte de Abrantes aumenta despesas das empresas da região

Câmara de Abrantes anuncia nova ETAR dos Carochos até fi nal do ano

A construção do “Centro Geriátrico de Vila de Rei - Estrutura Residencial para Pessoas Idosas”, emprei-tada que tem um prazo de execução de 300 dias e re-presenta um investimento de 2 milhões de euros, en-trou em fase de concurso público.

Da responsabilidade da Santa Casa da Misericór-dia de Vila de Rei, a em-preitada de execução da obra prevê a construção de uma estrutura residen-cial com capacidade para 58 utentes, numa área su-perior a 3.000 m2. Com a construção deste novo espaço, prevê-se a cria-ção de aproximadamente 50 novos postos de tra-balho.

O futuro Centro Geriá-trico de Vila de Rei resulta de um protocolo entre a Santa Casa da Misericór-dia de Lisboa (SCML), a Santa Casa da Misericór-dia de Vila de Rei e a autar-quia local, tendo o muni-cípio cedido o terreno e o projeto para a sua imple-mentação. A SCML com-participa 1,5 milhões de euros e terá direito a uma reserva total de 20 vagas para os seus utentes.

Esta nova resposta so-cial que vai surgir no Cen-tro de Portugal, a cerca de uma hora de Lisboa, perto da albufeira de Castelo do Bode, é destinada à pres-tação de cuidados de sa-úde para grandes depen-dentes e defi cientes pro-fundos e pessoas idosas em situação de risco ou dependência.

Em declarações à An-tena Livre, o presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, Ricardo Aires, des-tacou a importância deste investimento pelo “au-mento da resposta social aos idosos do concelho e da região de Lisboa e con-sequente criação de mais emprego e mais riqueza” para o município.

Mário Rui Fonseca

Centro Geriátrico de Vila de Rei entra em concurso público e vai custar 2 ME

• A nova ETAR estará preparada para servir 10 mil pessoas

• O cumprimento dos prazos de entrega também está em causa

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10 MARÇO 2015REGIÃO

A Câmara Municipal de Constância decidiu atribuir este ano letivo 24 bolsas de estudo a estudantes do en-sino superior, no valor de 13 600 euros, no âmbito da con-cessão anual de apoios a es-tratos sociais desfavorecidos.

Em nota de imprensa, a au-tarquia faz saber que “tem vindo a aumentar” a atribui-ção do número de bolsas de estudo, como forma de “mi-nimizar as dificuldades eco-nómicas que afetam os agre-

gados familiares, e que cons-tituem um sério obstáculo ao prosseguimento dos estudos” por parte dos jovens. “Apesar das conhecidas dificuldades pelas quais as autarquias es-tão a passar”, o município des-taca “fazer questão de conti-nuar este apoio” aos jovens estudantes do ensino supe-rior com menores recursos económicos, “contribuindo, assim, para um maior e mais equilibrado desenvolvimento social, económico e cultural”.

A MédioTejo21 vai percor-rer, até fi nal de março, todas as empresas e particulares dos 15 municípios associa-dos para os apoiar na análise de fatura de energia elétrica e na criação de perfi s de con-sumos energéticos.

Nesse sentido, e com o ob-jetivo de “ajudar a reduzir os consumos de energia”, até ao dia 31 de março a Médio-Tejo21 - Agência Regional de Energia e Ambiente, estará um dia em cada município

para recolher das empresas e munícipes as faturas de ener-gia elétrica referentes a um ano civil.

O presidente do Conselho de Administração da Médi-oTejo21, Vasco Estrela, disse que, da análise às faturas re-colhidas de cada entidade, “resultará um perfil de con-sumo que vai permitir verifi -car quais os meses mais críti-cos, pontos de otimização de energia e até mesmo apoiar a contratação em mercado li-

beralizado”.Na calendarização das vi-

sitas a cada município, os aderentes à iniciativa deve-rão fazer-se acompanhar das cópias das faturas de ener-gia elétrica referentes a um ano completo (por exemplo de janeiro de 2014 a janeiro de 2015), observou o gestor, tendo acrescentado que, to-das as solicitações recebidas até ao dia 31 de março rece-berão uma análise de perfil de consumo de energia elé-

trica e quais as possibilidades de fi nanciamento.

“Este processo pode resultar em ganhos signifi cativos para as pessoas e para as empre-sas, mas também para as ins-tituições de solidariedade so-cial, tendo em conta a análise a efetuar, caso a caso, e as pro-postas que apresentaremos para adaptação a novos mo-delos de consumo, energeti-camente e financeiramente mais sustentáveis”, vincou.

O atendimento decorre du-

rante o mês de março. Os lo-cais de atendimento serão indicados pelos municípios e as inscrições para o aten-dimento presencial deverão ser efetuadas junto de cada autarquia. Nos concelhos de abrangência do JA os dias de atendimento serão os se-guintes: Constância no dia 3, Abrantes no dia 11, Vila Nova da Barquinha no dia 12, Vila de Rei no dia 20, Sardoal no dia 25 e Mação no dia 31.

Mário Rui Fonseca

Médio Tejo vai apoiar criação de perfi s de consumo de energia a empresas e particulares

Região do Médio Tejo reduz em 50% o consumo de energia nas piscinas municipais

As autarquias do Médio Tejo anunciaram a redução do consumo de energia nas piscinas municipais em cerca de 50%, resultados alcança-dos após um investimento na instalação dos variadores eletrónicos de velocidade naqueles equipamentos.

O investimento, na ordem dos 100 mil euros, foi efetu-ado através da MédioTejo21, Agência Regional de Ener-gia e Ambiente do Médio Tejo e Pinhal Interior Sul, e contemplou a instalação de 101 variadores eletrónicos de velocidade (vev´s) em 39 máquinas, repartidas por 17 piscinas municipais dos concelhos de Abrantes, Al-canena, Constância, Entron-camento, Ferreira do Zêzere, Mação, Oleiros, Proença-a-Nova, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila Nova da

Barquinha e Vila de Rei.Com esta intervenção, su-

portada em cerca 30% pelos municípios, “foi melhorada a eficiência energética das piscinas municipais, diminu-

indo o consumo de energia e o valor de fatura a pagar pela mesma, melhorando também o desempenho dos equipamentos existentes”, destaca a MédioTejo XXI, em

nota de imprensa.O presidente do Conselho

de Administração (CA) da Mé-dioTejo21, Vasco Estrela, disse que os primeiros dados obti-dos no terreno, após a insta-

lação dos vev´s, “deram resul-tados que ultrapassam sig-nifi cativamente o esperado” em fase de candidatura.

Segundo Vasco Estrela, que também preside à Câ-mara de Mação, o investi-mento está a permitir uma poupança de energia de 735.4 MWh/ano, as emis-sões de CO2 evitadas cifram-se nas 345 toneladas anu-ais, e a poupança estimada em fatura de energia cifra-se nos 85.700 euros/ano para o conjunto de municípios.

De acordo com as contas de Vasco Estrela, a poupança média alcançada é de 34,2%, o prazo estimado de retorno do investimento dos muni-cípios é de cerca de cinco meses, e o retorno total da intervenção será alcançado em pouco mais de um ano.

Mário Rui Fonseca

• Num ano os municípios, em conjunto, pouparam 85 mil euros

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CONSTÂNCIA

Autarquia dá 24 bolsas a estudantes do ensino superior

ABRANTES

Bombeiros Voluntários criam gabinete de comunicação

A Associação Humanitá-ria de Bombeiros Voluntá-rios de Abrantes (AHBVA) criou um Gabinete de Co-municação, anunciou a instituição, tendo nome-ado para o cargo Gisela Oliveira, 50 anos, docente na Pós-Graduação em Pro-teção Civil - Comunicação no Risco, nas Emergên-cias e na Crise, da ESTA/IPT. Segundo a AHBVA, este gabinete serve para dar apoio aos jornalistas, sócios, bombeiros e cida-dãos abrantinos, forne-cendo informações e es-clarecimentos sobre a sua atividade no concelho. O contacto poderá ser feito através do email: [email protected].

VILA DE REI

Equipa de cuidados domiciliários alargada no concelho

A Câmara Municipal de Vila de Rei e a Unidade Local de Saúde de Cas-telo Branco, EPE, anun-ciaram um protocolo de colaboração que se tra-duzirá num reforço dos serviços de saúde pres-tados à população local, através da criação de uma equipa de apoio domici-liário.

O protocolo prevê que a Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) de Vila de Rei, criada a 1 de fevereiro deste ano, possa desempenhar o seu trabalho de presta-ção de cuidados de sa-úde e apoio psicológico e social, no âmbito domici-liário e comunitário, atra-vés da implementação de uma unidade móvel de intervenção.

Page 11: Jornal de Abrantes - Edição Março 2015

jornaldeabrantes

11MARÇO 2015 REGIÃO

A água canalizada vai che-gar à localidade do Baralho, Bemposta, pequeno aglo-merado populacional que se abastece com recurso a fu-ros, poços e fontes.

A primeira fase da obra de abastecimento de água ao sul do concelho, a partir da Albufeira de Castelo do Bode, vai ter início em meados de março, com a construção da conduta adutora no troço en-tre a Samarra e o açude no rio Tejo. O prazo para execução é de 180 dias, com um valor de cerca de 370 mil euros.

Para abril, está previsto o iní-cio da construção da conduta adutora entre o açude e Vale de Donas (São Miguel do Rio Torto), com um investimento de 515 mil euros e que terá a duração estimada de 150 dias.

Na freguesia de Rio de Moi-nhos está previsto para o mês de março a remodelação do sistema de abastecimento

de água nas ruas Dr. João de Deus, do Canto e do Adro.

“Neste momento, o abaste-cimento de água é feito atra-vés de um dreno e nós quere-mos que Rio de Moinhos seja abastecido diretamente pela Barragem de Castelo Bode. Para este fi m, vamos instalar um troço da adutora que vem de Castelo Bode para a distri-buição da água na aldeia”, re-feriu Manuel Valamatos, presi-dente do Serviços Municipali-zados de Abrantes (SMA).

Durante a realização da obra, que deverá prolongar-se por dois meses, o trânsito de ligeiros e de pesados na rua Dr. João de Deus, Canto e Adro será cortado, e apenas está prevista a passagem de autocarros. Assim, para circu-lar na freguesia os automobi-listas terão de circular na Rua Direita, que atualmente ape-nas assume um sentido.

“É uma obra que tem al-guma complexidade e, pos-sivelmente, na rua transitável

(Rua Direita) será proibido o estacionamento uma vez que os ligeiros terão de circular nos dois sentidos”, explicou o presidente do SMAS.

O autarca acrescentou ainda que os riomoinhenses po-derão aproveitar esta inter-venção para mudar os seus ramais de ligação, “pois são estruturas muito antigas e já em processo de deterioração,

pelo valor de cerca de 80 eu-ros”. As “famílias mais caren-ciadas vão poder pagar de forma faseada”, garantiu.

Rui André, presidente da Junta de Freguesia, afirmou ao JA que “esta nova canali-zação é uma mais-valia para a nossa população, podendo esta intervenção abranger no futuro o resto da localidade”.

Novidade é a chegada da

água canalizada à localidade do Baralho, na freguesia de Bemposta, pequeno aglo-merado populacional que se abastece, desde sempre, com recurso a furos, poços, fontes e armazenamento da água da chuva.

“É uma revolução para esta povoação porque estas pes-soas nunca tiveram acesso a água canalizada”, disse José

Cortes. Para regas, banhos e lavagem de loiça e roupas, Jo-aquim Gil, 64 anos, recorre à água de um poço. Para beber, vai à fonte buscar 10 garrafões por semana.

“É uma zona de expansão natural de Bemposta e este é um investimento irrisório, tendo em conta os benefícios que podem representar para o desenvolvimento local”, des-tacou Maximino Chaves.

O presidente da Junta de Bemposta, por sua vez, disse que a decisão “salvaguarda os interesses da população no acesso aos serviços básicos”. Manuel João classificou a si-tuação que sempre se viveu no Baralho como de “inadmis-sível”. “Não se percebe como um bem essencial como a água ainda não chegou a este povoado pelo que é de enal-tecer o trabalho do atual exe-cutivo”, destacou.

Joana Margarida Carvalho e Mário Rui Fonseca

O deputado municipal An-tónio Gomes Mor, do PS, foi eleito presidente da Assem-bleia Municipal de Abrantes, substituindo no cargo Nel-son de Carvalho, que havia pedido renúncia em novem-bro último.

Militante socialista, Antó-nio Lucas Gomes Mor, 66 anos, economista, licenci-ado em Gestão, nasceu na freguesia do Pego, concelho de Abrantes, e desempenha cargos políticos e responsa-bilidades associativas desde 1977.

Sempre eleito pelo PS, foi

vereador da Câmara Munici-pal de Abrantes entre 1977 e 1993 (entre 1978 e 1989 em regime de permanência), tendo assumido cargos polí-ticos durante 26 anos, repar-tidos por cinco mandatos, e foi ainda responsável pelos Serviços Municipalizados de Abrantes, entre 1977 e 1989, entre outros cargos.

Em 1997 regressou à vida política ativa, sendo sempre eleito deputado municipal nas listas do PS.

António Mor foi, em ter-mos associativos, dirigente do Clube de Amadores de

Pesca e Caça do Pego, sócio fundador do Grupo Despor-tivo do Pego, diretor do Ran-cho Folclórico da Casa do Povo de Pego, e presidente do conselho fi scal do CRIA.

Atualmente, é presidente do Conselho Fiscal e sócio fundador da AHBVA – As-sociação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Abrantes, preside à direção do Centro Social do Pego (IPSS) e à direção do Centro Social do Pessoal do municí-pio de Abrantes.

António Gomes Mor assu-miu o cargo de presidente

da Assembleia Municipal de Abrantes no dia 20 de feve-reiro depois de Nelson de Carvalho (PS) ter renunci-ado em novembro do ano passado ao mandato para o qual havia sido eleito em outubro de 2013, invocando “opções pessoais de vida e do tipo de atividade profi s-sional e de envolvimento cí-vico” que pretendia assumir.

MRF

Serviços Municipalizados de Abrantes vão levar água a todo o sul do concelho

António Mor (PS) eleito presidente da Assembleia Municipal de Abrantes

• Manuel Valamatos, presidente dos SMAS, e Manuel João, presidente da Junta de Freguesia da Bemposta

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O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, agraciou no dia 13 de fevereiro 15 antigos presidentes de câmaras municipais com o grau de comendador da Ordem do Mérito, entre eles, António Mendes, ex-presidente da CM Constância, em exercício que executou ao longo de 24 anos. Cavaco Silva decidiu agraciar um conjunto de 15 antigos presidentes de câmaras “como reconhecimento do papel insubstituível dos autarcas portugueses” para o desenvolvimento do país e para o reforço da coesão territorial. A cerimónia de condecoração decorreu no Palácio de Belém.

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Page 12: Jornal de Abrantes - Edição Março 2015

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12 MARÇO 2015REGIÃO

O Ministério do Ambiente português garantiu não ha-ver registos de qualquer in-cumprimento de caudais se-manais e trimestrais no rio Tejo por parte das entida-des espanholas, tendo subli-nhado a intensa cooperação entre os dois países.

“O Sistema Nacional de In-formação de Recursos Hídri-cos (SNIRH) da Agência Por-tuguesa do Ambiente (APA) não regista, até ao momento, qualquer incumprimento de caudais semanais e trimes-trais”, pode ler-se na resposta que o gabinete do secretário de Estado do Ambiente en-viou à agência Lusa.

Para além de afirmar que não existem registos de in-cumprimentos do nível dos caudais do maior rio ibérico, o Governo português des-tacou a “intensa cooperação

entre as autoridades portu-guesas e espanholas, em par-ticular no respeitante ao pro-cesso em curso, correspon-dente ao segundo ciclo de planeamento das regiões hi-drográfi cas”.

O próprio Governo espa-nhol rejeita que os transva-ses de água do Tejo realizadas em Espanha sejam responsá-veis pelas variações do cau-dal do rio no lado português, afi rmando que os critérios es-

tabelecidos no convénio bi-lateral têm sido “escrupulosa-mente cumpridos”.

Confrontado com as críticas dos autarcas portugueses, o Ministério da Agricultura, Ali-mentação e Meio Ambiente de Espanha garantiu que to-dos os critérios sobre volu-mes de água estabelecidos na Convenção de Albufeira – que regula esta matéria entre os dois países – têm sido “escru-pulosamente cumpridos”.

“Desde o início do ano hidro-lógico (2014/2015) o volume de água do rio Tejo que pas-sou pelo ponto de controlo [estabelecido pela Convenção de Albufeira] rumo a Portugal cumpre, escrupulosamente os critérios da Convenção” in-dicou o Ministério à agência Lusa. Os dados, adianta, foram divulgados pela Comissária de Águas da Confederação Hi-drográfi ca do Tejo.

Lusa

Os autarcas da Comu-nidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) afi rmam estar preocupados com as “grandes variações diárias” dos níveis do caudal do rio Tejo, situação que, apon-tam, “resulta dos transva-ses do Tejo para o sul de Espanha”.

MÁRIO RUI FONSECA

Os 13 autarcas do Médio Tejo destacam como causa para as variações do volume de água no Tejo “a gestão dos caudais em função das ne-cessidades de produção de energia pelas grandes bar-ragens espanholas”, junto à fronteira com Portugal.

Em declarações à Antena Livre, Maria do Céu Albu-querque, presidente da CIMT, disse que os últimos anos hi-drológicos “têm sido genero-sos quanto às disponibilida-des de recursos hídricos” na bacia do Tejo, quer em Espa-nha quer em Portugal, e que “nada justifi ca os níveis anor-malmente baixos de rio, em plena época de inverno”.

“Este é um problema que

subsiste há muitos anos, mas temos sempre sido surpreen-didos com notícias de novos transvazes do rio Tejo do lado espanhol, pelo que o que im-porta, e entendemos como absolutamente vital, alertar e reivindicar junto das autori-dades nacionais o caudal ne-cessário para o sustento dos

caudais ambientais em Por-tugal”, vincou.

Maria do Céu Albuquerque destacou ainda as “disponibi-lidades de 75,8% da capaci-dade de armazenamento” to-tal das albufeiras da bacia do Tejo em Portugal, em dezem-bro de 2014, “e de 61,93% da capacidade de armazena-

mento total das albufeiras da bacia do Tejo em Espanha”, em janeiro de 2015, valores que, frisou, estão “acima da média dos 10 últimos anos”.

Por outro lado, acrescentou a autarca, que também pre-side à Câmara Municipal de Abrantes, “o caudal diminuto que chega a Portugal, no-

meadamente ao Médio Tejo, prejudica de forma evidente todo o investimento desen-volvido na reabilitação e re-vitalização das povoações e margens ribeirinhas”.

“No curso de rio que atra-vessa a região do Médio Tejo tem-se assistido, nos últimos anos, a um preocupante as-

soreamento do leito do rio, à deterioração da qualidade da água face aos caudais cada vez mais reduzidos”, vincou.

Além disso, acrescentou Maria do Céu Albuquerque, também se têm verificado “danos em infraestruturas fluviais que ficam a desco-berto devido à ausência de condições para a prática de desportos náuticos, prejudi-cando os serviços do turismo e lazer, componente impor-tante da estratégia de desen-volvimento do Médio Tejo”.

As 13 autarquias que com-põem a Comunidade Inter-municipal do Médio Tejo de-cidiram, por unanimidade, solicitar a intervenção do mi-nistro do Ambiente, Ordena-mento do Território e Energia no sentido de, em conjunto com o Ministério de Agricul-tura, Alimentación y Medio Ambiente de Espanha, ga-rantir a existência de um ní-vel regular dos caudais do rio Tejo que sejam adequa-dos à preservação dos ecos-sistemas aquáticos e à utili-zação dos equipamentos de turismo e lazer pelas popula-ções ribeirinhas.

Autarcas do Médio Tejo preocupados com variações nos caudais do Tejo

• Presidente da CIMT diz que o caudal diminuto prejudica investimento desenvolvido na reabilitação das margens ribeirinhas

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Governos português e espanhol negam incumprimento

Movimento pelo Tejo quer sanções por falhas dos caudais acordados com Espanha

O Movimento ProTejo de-fendeu a instauração de san-ções por incumprimento fi -nanceiro ou ambiental da Convenção de Albufeira (CA), caso se confi rmem fa-lhas nos volumes dos cau-dais do Tejo acordados en-tre Espanha e Portugal e re-gulados pela convenção. A associação ambientalista reagiu assim à posição pú-blica dos autarcas da Co-munidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) (ver artigo ao lado).

Em declarações à agên-cia Lusa, os porta-vozes do ProTejo, Sara Cura e Paulo Constantino, defenderam o estabelecimento de in-dicadores do estado eco-lógico das massas de água

transfronteiriças e a inscri-ção dessa avaliação no rela-tório sobre o cumprimento da Convenção de Albufeira, assim como a determina-ção de caudais ambientais nos vários troços de rio e na chegada à foz, em função do objetivo de estado eco-lógico. “São questões para as quais vimos alertando desde sempre, e que in-cluem ainda a aproximação do caudal ambiental ao cau-dal instantâneo [duplicação dos atuais caudais trimes-trais e semanais para alcan-çar 80% do caudal anual], e a quantifi cação dos caudais ambientais” em hectóme-tros cúbicos (hm3) e metros cúbicos (m3) por segundo.

Lusa

Page 13: Jornal de Abrantes - Edição Março 2015

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Manuel Pereira Dias, histó-rico socialista abrantino e de-putado eleito para a Assem-bleia Constituinte em 1975, faleceu no dia 27 de janeiro, em Abrantes, aos 84 anos, ví-tima de doença prolongada.

Militante do Partido Socia-lista, Manuel Pereira Dias nas-ceu em Abrantes a 9 de no-vembro de 1930, onde fun-dou o PS local, após o 25 de Abril de 1974.

Manuel Dias foi alfaiate de profi ssão até aos 70 anos, di-rigente desportivo no Spor-ting Clube de Abrantes, no Clube Amadores de Pesca e no Clube de Campismo de Abrantes, tendo assumido ainda responsabilidades de âmbito cultural no Orfeão e no Cineclube de Abrantes. Foi também presidente da di-reção da Associação Comer-cial de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação, e desenvol-

veu, paralelamente, uma in-tensa atividade política.

Em 1949, com 19 anos, par-ticipou na campanha de Nor-ton de Matos, tendo ficado comprometido com a opo-sição ao regime do Estado Novo. Após o 25 de Abril ini-cia a militância no Partido So-cialista e funda o partido em Abrantes. Em julho de 1974, Manuel Dias integrou a Co-

missão Administrativa da Câ-mara Municipal de Abrantes.

Em 1975, foi eleito depu-tado à Assembleia Constitu-inte e, no ano seguinte, para a Assembleia Municipal de Abrantes, onde esteve 37 anos. Em 2012, a Câmara Mu-nicipal de Abrantes entre-gou-lhe a Medalha Municipal de Mérito Cívico e Político.

Mário Rui Fonseca

Manuel Dias, fundador do PS em Abrantes e deputado à Constituinte, morreu A Barquinha perdeu no dia

5 de fevereiro um dos seus fi éis guardadores de memó-rias. Genuinamente irreve-rente, o Quim Vieira foi um apaixonado pela sua terra. Colecionou-a e deu-a a co-nhecer. Dono de vários ta-lentos desde a cerâmica, desenho, poesia e fotogra-fi a foi um impulsionador da cultura e da arte. Sempre fi el a si próprio.

Era uma figura típica da terra. Quem não conhecia o Quim do 21 e o famoso abafado? Este ilustre barqui-nhense nasceu a 21 de De-zembro de 1959 no antigo Hospital da Misericórdia, em Vila Nova da Barquinha.

Quim Vieira criou um lo-cal de culto, em 1994, onde a sua fi gura era tão ou mais carismática que o próprio lu-gar. O Museu Etnográfi co 21 era um espaço único na re-gião, que albergava o fruto da sua recolha, desde foto-grafi as, cartazes e objetos.

No bar museu mantinha um pequeno atelier, onde dava azo à imaginação cri-ando, entre figuras menos ortodoxas, as miniaturas do Castelo de Almourol em ce-râmica. Além do artesanato e do colecionismo, dedic-ava-se também à escrita.

No verão de 2012 tornou-se vendedor ambulante, indo ao encontro dos clien-tes e amigos por entre escul-turas, plátanos e pedaços do

Tejo, no Barquinha Parque, apregoando o abafadinho. Criou uma personagem em que não faltava a bicicleta “pasteleira”, boina, bigode fi ninho e fato domingueiro a condizer, “tal como as fi gu-ras típicas barquinhenses do século passado”, dizia.

Pelos seus atos e talentos perdurará na memória cole-tiva de toda uma região. Até sempre Quim.

Pérsio Basso

O Quim do 21

Page 14: Jornal de Abrantes - Edição Março 2015

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14 MARÇO 2015EDUCAÇÃO

Projeto de transferência de competências na Educação divide municípiosA eventual delegação de competências para as autar-quias em matéria de contra-tações, transferências e sa-lários de professores está a revelar-se um foco de con-trovérsia entre tutela, sin-dicatos e órgãos do poder local. Há municípios que consideram que a área da Educação deve ser da sua responsabilidade, enquanto outros dizem não haver con-dições para implementar o projeto porque as escolas perdem autonomia e as ver-bas não responderiam às ne-cessidades.

Na região do Médio Tejo, os concelhos de Mação, Cons-tância e Abrantes foram con-siderados municípios piloto para a implementação do processo de municipalização da Educação, mas as opini-ões dos autarcas divergem e não são consensuais. Mação vê vantagens, mas está em conversações com o Agrupa-mento. Constância rejeita por não ver mais-valias tendo em conta a sua dimensão. Abran-tes não está fora do processo, mas quer ‘afinar’ algumas questões.

No caso de Mação, Vasco Es-trela admite que este pode ser um processo com “alguns ganhos”. Contudo o muni-cípio ainda está em fase de conversações com o Agrupa-mento de Escolas sobre o as-sunto. “Aquilo que para nós é importante é que a escola possa cumprir a sua missão com as melhores condições possíveis. Estamos disponíveis para discutir este assunto que, para nós, poderá representar alguns ganhos, mas é funda-mental que o Agrupamento

de Escolas entenda que isto será uma mais-valia.”

Vasco Estrela, autarca soc-ial-democrata, adiantou ainda que a transferência de compe-tências da Administração Cen-tral para as Câmaras pode ser um garante de mais respos-tas e serviços de proximidade para com os munícipes. “Não podemos passar a vida a recla-mar que tudo se concentra em Lisboa e que a capital controla tudo e, quando há uma von-tade de descentralizar, muitos se assustam. O que é impor-tante é que as respostas têm de ser dadas ao nível dos ser-viços públicos. A forma como são dadas é quase um acessó-rio em todo este processo.”

O autarca maçaense questi-ona: “Se os municípios estão mais próximos dos cidadãos, se conhecem bem as suas ne-cessidades e reclamam por mais autonomia, porque não assumir alguns destes servi-ços?” Vasco Estrela defende que “as funções das câma-

ras municipais passam cada vez mais por uma prestação de serviços públicos” e deixa uma ideia clara: “A nossa fun-ção é garantir qualidade de vida aos munícipes.”

Constância critica processo e rejeita proposta do Governo

A Assembleia Municipal de Constância, de maioria CDU, aprovou por maioria uma mo-

ção do PS de “rejeição da mu-nicipalização da Educação”, tendo criticado a “forma uni-lateral” como o Governo tem conduzido o processo, numa medida que consideram “dis-cutível, mas nada participada nem aberta aos interessados”.

A Assembleia Municipal re-jeitou, assim, “a forma enca-potada” como esta medida está a ser negociada, “envolta num grande secretismo e sem

a participação dos territórios educativos”, e recomenda que a comunidade local promova um amplo debate sobre a ma-téria.

Júlia Amorim, presidente da CM de Constância, já ad-mitiu que este processo não será concretizado no conce-lho que lidera. A autarca ga-rante que “não estão reunidas as condições para que o con-trato seja assinado”. E explica

porquê: “Tendo em conta as características e especifi cida-des do nosso concelho, com um agrupamento apenas, o acordo que a Administração Central prevê com a imple-mentação da municipaliza-ção da Educação, não acres-centa mais-valias para o agru-pamento, para o concelho e para os alunos, que são o nosso foco de interesse.”

A autarca de Constância lem-bra que “todo este processo demorou imenso tempo, con-tudo não foi o tempo sufici-ente para se fazer uma discus-são alargada sobre o assunto, como é necessário. Eu própria tenho participado em varias iniciativas sobre o assunto, onde ainda persistem bastan-tes dúvidas e onde não há um consenso alargado para a im-plementação deste processo.”

No caso de Abrantes, a pre-sidente da autarquia, a socia-lista Maria do Céu Albuquer-que, já veio dizer que o mu-nicípio que lidera assume a condição de município piloto no âmbito do processo de transferência de competên-cias, mas afi rma que existem situações que têm ainda de ser ‘afi nadas’ com o Ministério da Educação, nomeadamente ao nível fi nanceiro e de auto-nomia das escolas.

“Nós não desistimos do pro-cesso e, por isso, já fizemos várias propostas ao Governo para melhoria deste processo de transferência de competên-cias na área da Educação. Não atirámos, assim, `a toalha ao chão`, mas ainda não chegá-mos a um entendimento que corresponda às nossas preten-sões nesta matéria”, explicou Maria do Céu Albuquerque.

Joana Margarida Carvalho

• Abrantes não desistiu, mas aguarda que o Ministério responda às suas pretensões

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O presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Manuel Machado, exige que o Governo “não discrimine e que trate de forma igual” as câmaras, no âmbito da trans-ferência de competências na área da Educação.

No processo de delegação de compe-tências da administração central para as autarquias, no setor da Educação, para o respetivo projeto-piloto, “as câmaras têm vindo a ser contactadas [pelo Go-verno] num procedimento de pesca à linha”, sustenta Manuel Machado.

A expressão ‘pesca à linha’ “não agrada a muita gente, mas objetivamente é o

que tem sido feito”, afi rmou à agência Lusa o presidente da ANMP, referindo que alguns municípios têm sido con-tactados pelo Governo para estabele-cerem, de forma isolada, acordos de transferência de competências na área da Educação, no âmbito dos projetos-piloto.

As disciplinas de caráter regional, que podem vir a ser criadas no âmbito do processo de municipalização da Educa-ção, terão de ser lecionadas preferenci-almente por docentes dos quadros do Ministério da Educação, mas há mar-gem para contratações.

De acordo com um documento a que

a agência Lusa teve acesso, relativo à descentralização de competências na Educação, ainda a ser negociada com os municípios, “a contratação para for-mação específi ca de base local só pode ocorrer quando não exista pessoal do-cente dos quadros dos agrupamen-tos ou de zona pedagógica disponí-veis para afetar a esta formação, otimi-zando o corpo docente existente”.

O mesmo documento diz que esco-las e municípios vão poder gerir 50% das poupanças conseguidas no âmbito do projeto-piloto de transferência de competências de Educação.

Lusa

Municípios exigem tratamento igual na transferência de competências na Educação

Page 15: Jornal de Abrantes - Edição Março 2015

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15MARÇO 2015 EDUCAÇÃO

Inquestionavelmente, o sis-tema educativo português enferma de um excessivo centralismo e dependência da administração central, que controla, através de uma forte teia burocrática, a vida das es-colas. Esta realidade traz for-tes constrangimentos à ação dos diretores e outros órgãos de gestão, para além de se re-velar manifestamente inefi-ciente. É neste contexto que temos reclamado uma maior autonomia das Escolas e que presidiu à assinatura do Con-

trato de Autonomia do Agru-pamento de Escolas de Cons-tância em outubro de 2013. A perspetiva de poderem as Au-tarquias assumir algumas das competências, atualmente detidas pela administração central, também nos parece desejável uma vez que, no caso de Constância, sabemos que a autarquia faz melhor do que a administração central. No entanto, o que o atual Pro-grama Aproximar preconiza, na prática, é a transferência de competências para as autar-

quias, sem o correspondente reforço da autonomia das es-colas. Aliás, este programa re-mete as escolas para um pa-pel secundário, ficando na dependência das vontades das autarquias, mesmo em questões de natureza peda-gógica-didática e de gestão de profissionais, competên-cias inalienáveis das escolas. A aproximação deve, assim, fazer-se numa autoestrada de duas vias – em direção às es-colas e em direção às autar-quias, mantendo cada uma

o seu espaço autonómico e específico – que conduzam uma maior efi ciência e efi cá-cia na construção de respos-

tas adequadas, específicas e atempadas aos grandes de-safios do sistema educativo, concretizado em cada escola/

agrupamento. Anabela Grácio

diretora do Agrupamento de Escolas de Constância

A educação em Portugal, especialmente na última dé-cada, ganhou novas dinâ-micas, novos intervenientes, novas problemáticas. As es-colas, de forma mais visível as do ensino básico e secun-dário, passaram e continuam a passar por grandes altera-ções nas suas dinâmicas in-ternas e externas, sendo obri-gadas a alterar e alargar a sua atuação a campos que lhe es-tavam vedados.

Hoje, temos uma escola para todos; a escola, obriga-tória e inclusiva, chama para si um conjunto de problemas aos quais tenta dar resposta, que decorrem, não tanto da quantidade, mas da diversi-dade de alunos que, diaria-mente, chegam a cada uma das nossas escolas com ne-cessidades e problemas sin-gulares e que exigem, cada vez mais, respostas também elas diferenciadas.

Para lá de alunos cada vez mais heterogéneos, à escola é pedido que os mantenha por períodos mais longos (até aos dezoito anos e diari-amente, por vezes, mais que doze horas). Estes novos pú-blicos, e de maior permanên-cia, remetem a escola para novas dimensões, para no-vos papéis e funções que du-rante décadas e até séculos estiveram destinadas a ou-tros atores, a outros agentes, especialmente à família.

Assim, é importante cha-mar ao “palco” outros atores e dar-lhes mais relevo. Cha-mar os Municípios a assumir novas funções e protagonis-mos não será, certamente, o apocalipse que muitos apre-goam mas também, não será, longe disso, a solução para todos os problemas da educação, como alguns têm defendido.

Se nos conseguirmos liber-tar destas posições extremas, este programa “Municipa-lização da Educação” pode tornar-se, para algumas re-alidades e só para algumas, um caminho interessante a ser preparado e, quem sabe, mais tarde, até trilhado.

Esquecendo a forma como foi desenhado ou a metodo-logia usada para apresentar o programa por parte dos ser-viços do Ministério de Edu-cação e Ciência, que relegou para uma plano excessiva-mente subalterno os Agru-pamentos de Escolas, a pri-meira refl exão que temos de fazer e acerca da qual temos que nos entender é delimitar o que está em causa, isto é, qual o objeto ou objetos des-tes “Contratos de Transferên-cia de Competências”, ou por outras palavras, qual o objeto desta “Municipalização”?

Como, facilmente, se ex-trai da documentação de su-porte ao programa, um dos grandes objetivos é um au-

mento da autonomia dos Agrupamentos de Escolas, até porque, a assinatura do programa tem como conse-quência a obrigação da ce-lebração de um contrato de autonomia por parte des-tes; portanto se o presente programa se assumir como um “colete de forças” sobre a pouca autonomia que os Agrupamentos ainda têm não será nem uma decisão coerente nem daí advirá ne-nhum benefício para as esco-las, alunos ou comunidades locais; a ser assim, em vez de contratos de autonomia, te-remos contratos de submis-são ou dependência.

Tendo por referência toda a documentação disponibili-zada, especialmente a matriz de competências, se for apli-cada sem alterações, poderá trazer alguns conflitos de gestão, dado que se confun-dem um conjunto de com-petências; de todos os pon-tos, penso que a gestão de recursos, será o grande pro-blema de todo este processo criando difi culdades na ges-tão de recursos financeiros, materiais e humanos.

Se fizermos uma leitura atenta vemos, com muita facilidade, que o papel que está destinado aos Agrupa-mentos de Escolas, em toda a matriz, é de subalternidade, aparecendo como um órgão consultivo do respetivo Mu-

nicípio, assumindo um papel de menoridade, estando a decisão administrativa sem-pre do lado dos Municípios.

Não podemos transformar, num “estalar de dedos”, um Agrupamento de Escolas num departamento ou, pior que isso, numa secção da Câ-mara Municipal, em que a gestão diária irá a despacho do senhor Presidente da Câ-mara.

A gestão dos recursos, se-jam eles financeiros, mate-riais ou humanos tem que ser da responsabilidade dos Agrupamentos ou Escolas não Agrupadas, caso con-trário a pouca autonomia, as poucas competências, a pouca autoridade dos Agru-pamentos e respetivos dire-tores, ficarão colocadas em causa.

No limite, podemos mesmo dizer que se a Administra-ção Central quer transferir para o poder local a maioria das suas competências em matéria de educação que o faça, mas que não transfi ra as competências que estão, já, nos Agrupamentos de Esco-las e escolas não agrupadas e que tão bem têm sido exer-cidas; se essas competências forem retiradas não teremos um “aproximar” mas sim afas-tar da decisão.

José António Almeidadiretor do Agrupamento Verde

Horizonte, de Mação

Autonomia ou dependência?

Pede-me o Jornal de Abrantes que me pronun-cie sobre a chamada mu-nicipalização da educação (deixemos para outro mo-mento a questão das dife-rentes formulações jurídicas possíveis). Inquestionavel-mente um debate da maior importância, seja qual for a decisão final que em cada município venha a ser to-mada, que implica de todos os agentes educativos um grande sentido de respon-sabilidade e a ponderação cuidada de todas as possí-veis consequências. O im-portante neste caso, como em muitos outros, não é por isso a posição individual de cada diretor, mas sim a po-sição de cada comunidade escolar, coletivamente cons-truída após debate esclare-cido e esclarecedor. Limito-me pois a referir algumas preocupações pessoais que entendo deverem estar pre-sentes no debate:

- Identifi cação dos proble-mas concretos com que o sistema educativo se con-fronta no município de Abrantes. Não se pode cor-rer o risco de inventar solu-ções para depois procurar

problemas que por elas pos-sam ser resolvidos, mesmo que artificiais ou não prio-ritários.

- Identifi cados problemas concretos, qual o seu nível de prioridade para os atores educativos?

- E quais as possíveis solu-ções e respetivas alternati-vas? Será a municipalização a melhor resposta aos pro-blemas identificados? Será uma real autonomia de es-cola uma alternativa a pon-derar?

- Que estudos fundamen-tam cada uma das soluções? Que experiências foram fei-tas e quais os resultados ob-tidos noutros países?

O pior que pode suceder será o enviesamento do debate. A Escola Pública e os seus profissionais não o merecem. Quem todos os dias luta para cumprir a sua missão, tantas vezes contra ventos e marés, precisa de medidas que promovam a serenidade e a acalmia, con-dição essencial para, com os alunos, se atingir o almejado porto do sucesso educativo.

Alcino Hermíniodiretor do Agrupamento de Escolas nº 2

de Abrantes

“O pior que pode suceder será o enviesamento do debate”

• Diretora do Agrupamento de Escolas de Constância defende que os estabelecimentos de ensino e as autarquias “devem manter o seu espaço autonómico e específi co”

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POSIÇÕES E QUESTÕES DE TRÊS DIRETORES DE AGRUPAMENTOS DE ESCOLA SOBRE A PROPOSTA DE MUNICIPALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO

“Este programa remete as escolas para um papel secundário”

Page 16: Jornal de Abrantes - Edição Março 2015

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16 MARÇO 2015EDUCAÇÃO

A Câmara Municipal de Abrantes, a Tagus Valley e a Escola Superior de Tecnolo-gia de Abrantes (ESTA) estão a trabalhar no novo projeto de instalações para este es-tabelecimento de ensino su-perior politécnico que fun-ciona no centro histórico. A mudança de toda a estrutura para o Tecnopolo, em Alfer-rarede, volta a ser a opção, mas desta vez com um or-çamento que é aproximada-mente um terço do investi-mento inicialmente previsto: cerca de três milhões em vez de 11 milhões de euros.

Pedro Saraiva, diretor exe-cutivo da Tagus Valley, ex-plica que neste momento se está “a rever o projeto que estava feito inicialmente, para um determinado con-texto económico”. Concre-tamente, estão a ser revis-tas opções arquitetónicas, “nomeadamente em termos de áreas e de materiais”, que

possam baixar o volume de investimento para valores “mais defensáveis neste con-texto de maiores restrições fi nanceiras”.

Embora ainda se esteja na fase do estudo prévio, que está a ser preparado por uma equipa de arquitetos contratada pela Tagusvalley, uma das opções “será, pro-vavelmente, reduzir um dos três pisos” que inicialmente estavam previstos. Pedro Sa-raiva adianta que “as neces-sidades mínimas de áreas, e também em relação ao que é expectável em termos de crescimento da Escola”, es-tão a ser auscultadas junto do Instituto Politécnico de Tomar e da própria ESTA. “Es-tamos a ajustar com este ob-jetivo de reduzir o montante do investimento.”

A versão fi nal de projeto de arquitetura deve estar con-cluída em junho e estima-se que o processo esteja con-

cluído em outubro, para de-pois se iniciarem as obras. Enquanto aguarda a cons-trução do novo espaço, a ESTA tem já a funcionar os laboratórios de Engenharia Mecânica no Tecnopolo. So-fia Mota, diretora da ESTA,

espera que também os alu-nos de Comunicação Social e de Vídeo e Cinema Docu-mental possam usufruir, já no próximo ano letivo, dos laboratórios no mesmo es-paço, substituindo os que atualmente funcionam no

Convento de S. Domingos.Relativamente às novas

instalações, a diretora da ESTA confi rma que interna-mente, “inclusivamente com os docentes”, se estão a fazer sessões “para tentar otimi-zar os espaços futuros das

novas instalações”. Do resul-tado do diálogo com os ar-quitetos, Sofi a Mota espera que se possa “idealizar a Es-cola mais adequada”

Joana Margarida Carvalho e Alexandra Silva

Na véspera do dia dos na-morados, decorreu na Es-cola Dr. Manuel Fernandes, em Abrantes, uma palestra sobre os afetos intitulada �Um passeio pelas emoções humanas: o amor, a paixão e outros mistérios que a razão desconhece!�, conduzida por Nuno Colaço, psicólogo e docente da Universidade de Évora. Alunos, professo-res e funcionários participa-ram numa conversa sobre a capacidade humana de se relacionar com os outros.

De 9 a 13 de fevereiro, a escola promoveu os afetos e todos os dias. Durante o intervalo da manhã, alu-nos e professores trocaram abraços, beijos e deram as mãos. Este movimento afe-tivo da escola não passou em claro ao psicólogo con-vidado. Nuno Colaço achou “extraordinário estarem a semana toda a falar de afe-tos e terem a preocupação de dar a mão e abraçar”.

Nuno Colaço começou por fazer uma breve con-textualização do Homem, explicando o seu desenvol-vimento físico e cognitivo. De seguida comparou o ho-mem ao animal, e protago-nizou momentos bastante divertidos com um humor característico. O psicólogo encantou alunos e profes-sores com o tema, refl etindo sobre o cuidado das mães e a necessidade de proteção, os namoros na adolescên-cia e, ainda, as relações en-tre pais e fi lhos.

De forma informal, o pro-fessor conseguiu captar a atenção dos alunos no que diz respeito às emoções, re-forçar a ideia de importân-cia dos grupos nas socie-dades, dando como exem-plo a selva, em que “a mãe controlava o seu bebé para que este não chorasse, mas não estava sozinha, era um grupo que o controlava” para que este não fosse cap-

turado. Para finalizar, o professor

pediu que fossem os alunos a colocar algumas questões relacionadas com os afetos. Surgiram algumas dúvidas, no que diz respeito às novas interações humanas, e lev-antaram-se algumas ques-tões, nomeadamente sobre o ‘bullying’. Também o na-moro dos jovens foi questio-nado. Nuno Colaço lembrou que “a nossa liberdade ter-mina quando inicia a liber-dade do outro”, referindo-se à violência no namoro.

O professor mostrou-se entusiasmado por reunir ali alguém que pense nas in-terações humanas e most-rou-se grato por “Abrantes ter uma data de seres hu-manos”.

Alexandra Silvaaluna de Comunicação Social da ESTA

Projeto da nova ESTA redimensionado

Palestra afetiva na Escola Dr. Manuel Fernandes

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18 DESPORTO

Os pombos correio de Joaquim e João Jacinto voam desde 1977. Os dois irmãos de Rio de Moinhos começa-ram a praticar a columbofi lia ainda pequenos. O gosto foi-lhes despertado pelos prati-cantes mais velhos da fregue-sia.

Em 1977, eram autênticos amadores, apenas reuniam 11 pombos, hoje são pelo ter-ceiro ano consecutivo campe-ões gerais do distrito de San-tarém e já contam com cerca de 130 pombos. “Quando ini-ciámos a modalidade não en-tendíamos nada, mas foi a fa-lar com outras pessoas mais velhas, a ler muito e hoje com a internet que fomos evolu-indo”, conta Joaquim Jacinto.

O objetivo da modalidade é garantir que o pombo em competição percorra deter-minados quilómetros e que regresse o mais rápido possí-vel. São vários os campeona-tos que estimulam a prática da modalidade: as provas de

velocidade até 290 km, meio fundo entre 300 a 500 km e o fundo entre 500 a 1000 km. As três juntas constituem as provas gerais.

Joaquim e João fazem parte da Sociedade Columbófila de Abrantes, sediada no pri-meiro piso da rodoviária da cidade, composta por cerca de 16 membros oriundos de várias localidades do conce-lho. É nesta sede que os pom-bos são preparados para os campeonatos que decorrem entre os meses de fevereiro e junho.

“Na nossa sede os pom-bos são preparados para as provas, é-lhes colocado um chip e cada um tem uma ani-lha identifi cativa, depois são transportados por um ca-mião e são lançados para per-correrem os quilómetros defi -nidos. Quando regressam, se tudo correr bem se nenhum se perder ou for atacado, vão parar sempre ao nosso pom-bal. Lá temos um sistema que

possibilita a marcação da en-trada, a contagem do tempo e a identificação de cada pombo”, explica João Jacinto.

Para cada prova só podem ser enviados, no máximo, 30 pombos. Os dois primeiros podem ser classifi cados, ga-nharem pontos e consegui-rem prémios individuais.

Para a prática da modali-

dade, os pombos carecem de inúmeros cuidados. Os ir-mãos contam que as ativida-des são diárias e passam pe-los treinos duas vezes ao dia, uma alimentação cuidada com suplementos, vacinação, banhos semanais, entre ou-tras tarefas.

“Os pombos têm de estar em forma para competir, são

autênticos atletas. Para mim, basta olhar-lhes para os olhos e perceber se estão bem. No nosso pombal temos um pouco de tudo, pombos bel-gas, holandeses, etc. São animais dispendiosos, um pombo de competição pode custar entre 200 a 300 euros”, adianta Joaquim.

Para esta época que acaba

de arrancar, o objetivo dos dois irmãos é consagrarem-se novamente campeões gerais do distrito. Com esta moda-lidade referem que já conhe-ceram muitas pessoas, desde homens a mulheres que pelo país fora praticam a colum-bofi lia.

“As fêmeas são mais resis-tentes à dor e são mais re-sistentes para as provas. Te-mos uma que foi a melhor no distrito de Santarém que é a 44, muitas alegrias nos tem dado”, refere João. Quando ganham os campeonatos, os dois irmãos referem que o melhor é constatarem que tudo correu bem com os seus “atletas”.

João Jacinto explica como tudo termina: “Quando os pombos chegam das provas é-lhes atribuído sempre uma recompensa, podem acasa-lar (risos). Até às provas não há junção entre machos e fê-meas.”

Joana Margarida Carvalho

Futebol Feminino da União Desportiva Rossiense (UDR) é sensação no Campeonato

O novo projeto da União Desportiva Rossiense (UDR) - o Futebol Feminino - come-çou na época passada, pela mão do dirigente rossiense José Carvalho, com uma equipa sénior e júnior de fute-bol sete no campeonato dis-trital de Leiria, onde teve uma boa representação.

Na presente época, a equipa sénior faz a sua estreia no Campeonato Nacional de Promoção, serie C, que conta com 11 equipas. No final de fevereiro, a UDR ocupava uma honrosa 5ª posição na clas-sificação, a um ponto do 4º lugar e com um jogo a me-nos, e está a ser considerada a equipa sensação do Cam-peonato.

Na segunda volta ainda não perdeu um jogo (já lá vão seis jornadas sem perder), resul-tados que coincidem com a mudança que a atual direção, liderada por Carlos Alberto Francisco, incrementou na es-trutura técnica da equipa de

Futebol Feminino. A solução de uma equipa

técnica que trouxe à equipa uma mudança de atitude e com resultados desportivos de grande relevo. O treinador Hermínio Rosado conta dire-tamente com o apoio do di-retor Emanuel Gomes, de dois adjuntos, Bruno Miguel e João Rosa, e ainda de um massa-gista (Joaquim Miguel).

O plantel é constituído por 22 jogadoras, com uma mé-dia de idade de 22 anos, e com profissões variadas: en-fermeiras, farmacêuticas, es-tudantes do ensino secundá-rio e universitário, emprega-das de balcão e empregadas fabris, uma bombeira e al-gumas desempregadas. São mulheres que veem no fute-bol “uma paixão, um sonho de criança”, segundo as pala-vras de Sérgio Matos, pai de uma das atletas e o mais apai-xonado dos adeptos.

“Além da prática de exercício físico, é uma modalidade que

lhes confere uma competição saudável, com um espírito de grupo muito forte. Dizem que nasceram para jogar futebol e quem lhes tira o futebol tira-lhes tudo”, relata.

Como aspetos mais posi-

tivos, Sérgio Matos destaca, para além das vitórias ao Belenenses por 5-4 ou em Vila Nova de Poiares (0-2), “o es-pírito de grupo” que reina no seio da equipa de Rossio ao Sul do Tejo.

Sérgio Matos caracteriza, as-sim, a equipa: “Não recebem qualquer renumeração, mas não é por isso que deixam de ir aos treinos ou aos jogos. É uma verdadeira família com-posta por atletas e dirigentes

que assumem as suas respon-sabilidades e que têm alcan-çado resultados muito meritó-rios, tendo em conta que de-frontam equipas com muito mais experiência nos campe-onatos da modalidade.”

O grupo de atletas é com-posto por mulheres dos con-celhos de Abrantes, Mação, Sardoal, Constância e En-troncamento. No passado re-cente, o Rossiense teve pela primeira vez duas atletas a se-rem chamadas a seleção Dis-trital Sub 16: Filipa Matos e Érica Batista.

O plantel da equipa feminina do Rossiense: Ana Rita; Sandra Sousa; Cátia Rodrigues; Filipa Matos; Joana Alves; Susana Rosa; Carla Fontinha; Ana Filipa Ana Grácio; Andreia Ba-tista; Maria Madalena; Ana Barrento; Liliana Nunes; Tâ-nia Santos; Ana Sousa; An-dreia Martins; Maria João; Lu-cia Pinto; Renata Alves; Inês Lopes; Érica Batista; Sara Cruz.

MRF/SAM

• “Dizem que nasceram para jogar futebol e quem lhes tira o futebol tira-lhes tudo”

• Joaquim e João com a 44, considerada a melhor pomba no distrito de Santarém

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CAMPÕES DISTRITAIS DE COLUMBOFILIA PREPARAM MAIS UMA ÉPOCA

“Os pombos são autênticos atletas”

MARÇO 2015

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19MARÇO 2015 CULTURA

As Artes em destaque na regiãoÀs Artes

Atenção! Na galeria da Bar-quinha temos uma exposi-ção de Ângela Ferreira, con-siderada uma das melhores de 2014. Na galeria de Abran-tes está o percurso de Maria Lucília Moita 1928 – 2011. E desde o Centro Cultural do Sardoal oferece-nos um raro encontro imediato com o grande Nadir Afonso. Quan-tos quilómetros são da Bar-quinha ao Sardoal? É um pri-vilégio. A não perder.

E não é mero acaso.Cada um destes “espaços” man-tém uma atividade conti-nuada na mostra das artes plásticas. Em Abrantes, desde 1996, no Sardoal desde 2004 e na Barquinha desde 2012 (neste caso continuando ou-tro programa bem anterior). Há ainda o trabalho comple-mentar, neste campo, da Bi-blioteca António Botto. Se adicionarmos o recente Par-que de Escultura Contempo-rânea, na Barquinha, as duas apostas no Creative Camp, em Abrantes, e a dotação da mesma Abrantes de um já signifi cativo conjunto de es-culturas em espaço público, percebemos o esforço desta pequena região no domínio

das artes plásticas. (Mação acaba de inaugurar a sua ga-leria de exposições, fi ca a fa-zer parte deste processo.)

E a sociedade civil não fi cou parada. Quando em 1996 (?) a Palha de Abrantes abriu a sua Escola de Artes Plásticas, quantas pessoas havia a pin-tar em Abrantes? Umas três ou quatro. Hoje, maior que esse é o número de escolas privadas de pintura no con-celho, a que devemos acres-centar a do Sardoal e o CEAC na Barquinha. E alguns cafés e restaurantes passaram a exibir artes plásticas.

Devemos, portanto, con-cluir que muito tem mudado entre nós, nos últimos vinte anos.

A caminho

Mas há alguns elementos que faltam neste sistema lo-cal de arte contemporânea.

Falta uma divulgação in-tegrada desta paisagem ar-tística e das suas dinâmicas. Cada Câmara divulga as suas actividades e pouco cruza-mento de informação existe, o que é pena. Os jornais e a rádio fazem o que podem, mas é insufi ciente.

Falta uma comunidade de

artistas e de apreciadores de arte plástica contemporânea. Hoje, até as empresas procu-ram construir uma comuni-dade de clientes: “As empre-sas inteligentes não se limi-tam a vender produtos; criam uma comunidade” (Bem Ar-ment). Não devemos pedir o mesmo no campo das ar-tes plásticas? Esse é o cami-nho para potenciar os inves-timentos e democratizar o acesso às artes.

Falta ainda um trabalho de educação do olhar dos po-

tenciais apreciadores. Não consigo dar conta de tudo, mas nunca dei conta, nesta região, de um curso de His-tória da Arte fora das escolas, ou de Filosofi a da Arte. Não admira, por isso, por exem-plo, que muitas pessoas en-trem na exposição de Ângela Ferreira, na Barquinha, ou en-contrem uma intervenção do Creative Camp e perguntem “mas isto é que é arte?” Sim, é um primeiro passo; mas não deve ser o último.

Falta, por último, um traba-

lho, decisivo, de qualifi cação das práticas artísticas entre nós. Sem dirigismo, mas com efeitos na qualidade do que se produz. A multiplicação dos praticantes é positiva. Mas a baixa do nível médio é uma consequência inevi-tável. Como é que se eleva esse nível? Que estamos a fa-zer para isso? A atual expo-sição do percurso de Maria Lucília Moita é um desafi o a pensarmos esta dimensão da vida artística de uma comu-nidade. E a Gulbenkian é um exemplo neste campo a nível nacional

Há, portanto, e muito mais haveria a dizer, um longo tra-balho a realizar. De anima-ção, de captação e educação de públicos, logo desde a es-cola básica, de formação dos artistas. Um trabalho que aju-daria na criação da tal comu-nidade de interessados e de praticantes de artes plásticas nesta nossa região. Muito já se fez, sim. Mas o mais impor-tante é sempre o que falta fazer, sem esquecer a manu-tenção do que já se conquis-tou.

Alves JanaP.S. Na Escola Solano de Abreu continua o curso de artes, que

completa este ramalhete.

• Inauguração da exposição Nadir Afonso em Sardoal

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VENDALUÍS MIGUEL DUQUE CARREIRA Administrador da Insolvência, nomeado no

processo de Insolvência n.º 1187/11.2TBABT, que corre no Tribunal de Comarca de Santarém – Secção do Comércio – J2, em que foi declarado insolvente Sílvia Isabel António Martins, faz saber que, vai proceder à venda no estado físico e jurídico em que se encontram, por negociação particular através de propostas em carta fechada seguida de licitação, os seguintes bens apreendidos a favor da massa insolvente, pelos respetivos valores:

DESCRIÇÃO DE BENSVERBA Nº1: 1/5 do prédio urbano, em propriedade total, com área total de

1198m2, área coberta 285m2 e área descoberta 913m2, descrito na Conservatória do Registo Predial de Constância, sob o nº440, inscrito na matriz predial sob o art. 565, sito na freguesia de Constância, com o valor base de dois mil duzentos e noventa e nove euros e noventa e sete cêntimos 2.299,97€

VERBA Nº2: 1/5 do prédio urbano, em propriedade total, com área total de 1158m2, área coberta 145,60m2 e área descoberta 1012,4m2, descrito na Con-servatória do Registo Predial de Constância, sob o nº439, inscrito na matriz predial sob o art. 629, sito na freguesia de Constância, com o valor base de quatrocentos e trinta e três euros e trinta e três cêntimos 433,33€

Para efeito de apresentação das propostas, os bens podem ser vistos mediante marcação pelos tel/telm nºs: 963054865 e 249840757.

REGULAMENTO DE VENDA1. Só serão consideradas as propostas recebidas até ao dia 12 de março de 2015

que inclui a data do registo de expedição dos CTT, remetidas em envelope fechado e dirigidas ao Administrador de Insolvência LUÍS MIGUEL DUQUE CARREIRA, com endereço na Rua General Trindade – Apartado 20 – 2485-135 Mira de Aire.

2. Para efeito de apresentação das propostas, os bens podem ser vistos mediante marcação pelos seguintes contatos: 963054865/ 249840757.

3. As propostas devem conter os seguintes elementos: identifi cação do pro-ponente - nome ou denominação completa, morada ou sede social, contribuinte, telefone/ telemóvel, e-mail; Identifi cação do processo – identifi cação das verbas e respetivo valor oferecido por extenso, o envelope no exterior deve constar a iden-tifi cação do processo e assinalado com a menção proposta em carta fechada.

4. A abertura das propostas realizar-se-á no dia 13 de março de 2015 às 14.15 horas, no escritório do Administrador de Insolvência Luís Miguel Duque Carreira com sede na Rua Academia Recreativa Mindense, n.º 24, 2395-145 Minde, onde podem também comparecer os proponentes. Serão excluídas todas as propostas que não contenham todos os elementos solicitados à data supra indicada.

5. Se existir mais que um proponente para o mesmo bem, serão os mesmos convidados para licitarem entre si a compra dos bens, com valor base de licitação igual à melhor proposta recebida, o que se fará nas mesmas instalações após a abertura das propostas.

6. Se os bens forem adjudicados, o comprador entrega um cheque no valor de 20% da adjudicação.

7. Caberá ao Meritíssimo Juiz do processo de insolvência, a resolução de to-das e quaisquer questões surgidas, que não estejam contempladas no presente regulamento.

O Administrador de Insolvência.Luís Miguel Duque Carreira

Um festival gastronó-mico dedicado à lam-preia vai estar em desta-que em sete restaurantes do concelho de Mação até dia 19 de abril, no âm-bito do Festival da Lam-preia 2015.

Durante um mês e meio, os pratos confecionados à base do ciclóstomo, gastronomia tradicional daquele concelho ribei-rinho, assumem lugar de destaque nas ementas dos restaurantes, tendo as receitas da zona sido eleitas, em 2013, Estrela do Médio Tejo na catego-ria de Prato Principal, a ní-vel regional.

A história da confeção da lampreia no conce-lho cruza-se com a do rio Tejo e das gentes de Ma-ção, sobretudo na fregue-sia ribeirinha de Ortiga, onde ainda existem vá-rios pescadores. Os res-taurantes aderentes são: A Lena, Avenida, Dona Flor, O Cantinho, O Godi-nho, O Pescador e o Solar do Moinho.

MAÇÃO

Festival gastronómico da Lampreia até 19 de abril

Page 20: Jornal de Abrantes - Edição Março 2015

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20 MARÇO 2015CULTURA

Museu de Mação quer centro internacional de referência cultural para Portugal

O diretor do Museu de Mação defende que Portu-gal tem condições para se assumir como um centro de referência cultural interna-cional, tendo alertado o se-cretário de Estado da Cul-tura para a importância de consolidar a dimensão ins-titucional.

MÁRIO RUI FONSECA

“Estamos a fechar os acor-dos com uma muito forte rede no Brasil, por um lado, onde iremos colaborar no plano de gestão integrada da baía da Guanabara e orien-tar a construção de um novo Museu em Minas Gerais, mas também com a China e, natu-ralmente, com a UNESCO. Po-demos, se nos articularmos bem, consolidar em Portugal um centro internacional de referência em Humanidades, vinculado diretamente à pers-petiva do congresso mundial que o Conselho Internacio-nal de Filosofi a e Ciências Hu-manas [CIPSH] e a UNESCO vão realizar em 2017. O facto de termos criado o Instituto Terra e Memória [ITM], no Bra-sil, alargou as nossas possibi-lidades”, defendeu Luíz Oos-terbeek.

A intervenção do diretor do Museu de Arte Pré-Histór-

ica e do Vale do Tejo, em Ma-ção decorreu na cerimónia de inauguração da exposição “Do Gesto à Arte: criar, fazer, comunicar”, realizada no âm-bito do projeto Gestart - Ges-tos Artísticos revisitando a di-versidade e a convergência na Europa, programa apoi-ado pela Comissão Europeia, e que contou com a presença do secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xa-vier. A instituição, fundada em Mação em 1986, desen-volve, neste momento, pro-jetos próprios em quatro pa-íses europeus, seis países afri-canos, dois da América e um da Ásia.

“Estamos no início da ter-ceira etapa de construção do projeto de Mação, tal como foi defi nida em 2002, e estamos em condições de afi rmar que Portugal pode agora reforçar-se de forma exponencial na vertente internacional, o que inclui a questão da exporta-ção de ‘know-how’. Nesse do-mínio, a equipa que temos está agora em condições de se afirmar com um modelo muito competitivo no campo da museologia”, disse Luiz Oosterbeek.

O responsável alertou, no entanto, que tal tem sido pos-sível graças a um “esforço que tem sido, sobretudo munici-

pal, e com um forte apoio do Politécnico de Tomar”, tendo feito notar que “o que falta agora é a integração regio-nal e nacional destes planos e a consolidação da dimensão institucional”.

“Hoje está aqui um centro que tem o envolvimento de pesquisadores de muitos paí-ses e que se pode consolidar, se o país e a região quiserem,

como um centro português de referência internacional. Para isso, porém, a escala dos compromissos estratégicos com o Estado deverá mu-dar, para que o maior inves-timento estruturante ao ní-vel do funcionamento (e não apenas da pesquisa e divul-gação) não seja de outros pa-íses, como começa a aconte-cer”, apontou.

Em declarações à Antena Li-vre/Jornal de Abrantes, Jorge Barreto Xavier disse que o projeto desenvolvido pelo Museu de Mação “é exem-plar”, tendo destacado a “ca-pacidade de integração das autoridades regionais, naci-onais e internacionais, a in-vestigação e a articulação da universidade com a comuni-dade envolvente e o sistema

educativo, e a projeção dos resultados em termos de ge-ração de conhecimento”.

“É um projeto cultural que contribui para o desenvolvi-mento regional e nacional, numa perspetiva de articu-lação em rede de âmbito internacional. Todos estes parâmetros são dignos de re-alce”, destacou.

• Secretário de Estado da Cultura diz que o projeto desenvolvido pelo Museu de Mação “é exemplar”

Equipa de Luiz Oosterbeek quer 100 palavras-chave da sustentabilidade até 2017

Formar 40 líderes por ano e defi nir as 100 palavras-chave da sustentabilidade até 2017 são objetivos do projeto inter-nacional APHELEIA, que reúne 17 parceiros de sete países e é coordenado pelo Instituto Politécnico de Tomar (IPT).

O projeto parte de um ba-lanço negativo dos resultados concretos das últimas déca-das de políticas de desenvolvi-mento sustentável, e defende um novo quadro de referên-cia, que assume as necessida-des humanas e a diversidade cultural como o núcleo de um

novo paradigma de desenvol-vimento.

Com coordenação geral de Luiz Oosterbeek, Benno Wer-len e Renaldas Gudauskas, a parceria, intitulada APHELEIA (o espírito da simplicidade na Grécia antiga), tem na sua base a colaboração estreita em Portugal entre o IPT, a Co-munidade Internacional do Médio Tejo (que será o terri-tório europeu prioritário para a formação de quadros em contexto aplicado), o Instituto Terra e Memória (que desen-volveu o modelo de gestão

territorial cultural integrada, o município de Mação (onde ficará a sede do Centro de Ações de Referência do IYGU (International Year of Global Understanding para a Europa ocidental) e o Centro de Ge-ociências da Universidade de Coimbra (o único que em Por-tugal integra as ciências natu-rais e as ciências humanas).

Em declarações à Antena Li-vre, Luíz Oosterbeek, profes-sor do IPT e diretor do Museu de Arte Pré-Histórica e do Ins-tituto Terra e Memória (ITM), ambos em Mação, disse que

o objetivo do projeto, apro-vado em sede de Comissão Europeia, é desenvolver um conjunto de atividades até 2017 em torno do desenvol-vimento sustentável, tendo defendido a “importância da cultura na sustentabilidade do planeta”.

“Até 2017, o objetivo é, por um lado, produzir três livros em que vão colaborar as pes-soas que, no espaço europeu, refletem sobre estas ques-tões, e criar um léxico base com as 100 palavras-chave da sustentabilidade, a traduzir

numa série de línguas”, elen-cou Oosterbeek, que é, atual-mente, o secretário-geral do Conselho Internacional de Fi-losofia e Ciências Humanas da UNESCO.

“O significado das palavras varia de entendimento de país para país e isso tem levantado problemas na aplicabilidade de conceitos. Por isso, vamos organizar um debate aberto, na internet, a nível mundial, e queremos formar até 2017, ainda no âmbito deste pro-cesso, cerca de 40 líderes por ano para a Europa”, destacou.

O projeto APHELEIA decorre da reflexão desenvolvida na Rio+20, a Conferência das Na-ções Unidas sobre Desenvol-vimento Sustentável realizada em 2012, na cidade do Rio de Janeiro, e que contribuiu para defi nir a agenda do desenvol-vimento sustentável para as próximas décadas e articula-se com a proposta do IYGU, do ano internacional do en-tendimento global, e com o conceito de Filosofia e Ciên-cias Humanas da UNESCO.

Mário Rui Fonseca

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21MARÇO 2015 DIVULGAÇÃO

Na rua o frio que se fa-zia sentir não demoveu os abrantinos de irem ao Cine-teatro São Pedro na noite de 21 de Fevereiro. No interior da sala o público, que quase lotou a sala de espetácu-los, ia acomodando-se para uma noite que se previa re-vivalista e quente. No âmbito do 86º aniversário, o Orfeão de Abrantes organizou um concerto de Tributo aos Pink Floyd mas em cima do palco não estiveram os elemen-tos desta associação quase centenária. O Orfeão decidiu convidar o projeto Time - Tri-buto aos Pink Floyd para em-belezar a noite.

Em palco estiveram nove elementos, quatro deles do concelho de Abrantes, que, entre guitarras, baixo, bate-ria, teclados e um coro de três vozes femininas, conjugaram o melhor da música dos Pink Floyd com a projeção de ima-gens de videoclips da banda,

numa simbiose perfeita. Em Abrantes, a reação do público foi efusiva, demonstrando conhecer as músicas da mí-tica banda. Durante as quase duas horas de concerto ouvi-ram-se os intemporais “Time”, “Shine on you crazy diamond” ou “Wish you were here” que tiveram as maiores ovações da noite. No fi m do concerto, a banda subiu novamente ao palco, a pedido do público, para tocar mais três temas. “O concerto foi muito bom, com

uma sala espetacular, o pú-blico foi bastante recetível à música e fi cou com vontade de mais.”, referiu ao Jornal de Abrantes (JA) Ricardo Miguel, teclista da banda. A satisfa-ção era evidente nos rostos dos músicos e também na plateia. Sónia Picão, 33 anos, residente no concelho de Abrantes, explicou ao JA que veio acompanhada por um grupo de amigos e que to-dos gostam de Pink Floyd. Para esta abrantina, o con-

certo foi “fantástico, superou as minhas expectativas, as imagens projetadas, em sin-tonia com a música fi zeram uma harmonia interessante”, referiu. Os próximos concer-tos da banda, que se estreou no Sardoal em 2012, são em Ponte de Sor (4 de abril) e em Leiria. Parabéns ao Orfeão de Abrantes pelos seus 86 anos de atividade. Parabéns ao projeto Time pelo concerto e profi ssionalismo.

André Lopes

Projeto Time – Tributo a Pink Floyd no 86º aniversário do Orfeão de Abrantes

Mediação Familiar disponível na Associação Vidas Cruzadas

A Associação Vidas Cru-zadas inicia neste mês de março um novo serviço dis-ponível para todo o conce-lho de Abrantes, mas tam-bém para os concelhos limí-trofes: a Mediação Familiar. Trata-se de um meio alter-nativo de resolução de con-flitos familiares que ajuda as partes a chegar a acordo em situações da esfera pri-vada e resultantes das rela-ções familiares, nomeada-mente regulação/ altera-ções ou incumprimentos de responsabilidades pa-rentais, divórcios, reconcilia-ção de cônjuges separados, atribuição de pensão de ali-mentos, entre outros. A me-diação tem a vantagem de ser um processo informal, com maior eficácia, já que o acordo é negociado entre

as partes, mais rápido e mais barato.

De salientar que o divór-cio é sempre uma experiên-cia marcante para todos os membros da família, con-tudo, não implica necessa-riamente desajuste ou per-turbação emocional/psi-cológica nos filhos. Nesse sentido, a Associação ofe-rece também a possibili-dade de aconselhamento psicoterapêutico.

Os pedidos de mediação podem ser feitos através do 960 471 890, do e-mail [email protected] ou no edifício Millenium em Abrantes loja 1.3. Mais informações em www.associacaovidascruza-das.org

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22 MARÇO 2015CULTURACOORDENAÇÃO DE ANDRÉ LOPES

AbrantesAté 28 de fevereiro – Exposição “Escreler” de Manuel Portela – Biblioteca Municipal António BottoAté 1 de março – III Encontro Ibérico do Azeite – Cineteatro São Pedro e Mercado Criativo Até 20 de março – Exposição de pintura de “Maria Lucília Moita” – quARTel – Galeria Municipal de Arte de Abrantes 28 de fevereiro –Stand Up Comedy com António Raminhos e Hugo Sousa – Sociedade Artística Tramagalense, 22h – 5€6 de março – Concerto com a banda Meu e Teu – Cineteatro São Pedro, 21h3020 de março –“Your Majesties, Welcome to the Anthropocene”, espetáculo de dança pela Vortice Dance Company – Cineteatro São Pedro, 21h30 – 10€

Constância Até 31 de março – Exposição “Física do Voo” – Centro de Ciência Viva, das 14h30 às 18h

MaçãoAté 28 de fevereiro – Exposição “Os Bainounk em Mação” de Amadou Kane Beye – Edifício dos Paços do Concelho Até 6 de abril – Exposição “Passagem e Memórias” de homenagem a Cipriano Dourado – Galeria do Centro Cultural Elvino Pereira6 de março – Conferência com Chris Scarre sobre “Megalithic monuments and landscapes of death” – Museu de Arte Pré-Histórica de Mação, 18h1 de março a 19 de abril – Festival da Lampreia – Restaurantes aderentes do concelho de Mação Até dezembro - Exposição “Do gesto à arte: criar, fazer, comunicar” – Museu de Arte Pré-Histórica de Mação

Sardoal Até 7 de março – Exposição alusiva ao Teatro do GETAS – Espaço Cá da Terra, Centro Cultural Gil VicenteAté 26 de abril – Exposição de pintura de Nadir Afonso – Galeria do Centro Cultural Gil Vicente8 de março – Concerto pela Filarmónica União Sardoalense – Edifício da Junta de Freguesia de Santiago de Montalegre, 15h

Vila de Rei Até 28 de fevereiro – Exposição “Desafio”, pintura de Edite Nunes – Biblioteca Municipal José Cardoso Pires 26 de março – Encontros Documentais “Arquivos” – Biblioteca Municipal José Cardoso Pires

Vila Nova da BarquinhaAté 24 de Maio – Exposição “Indépendance Cha Cha” de Ângela Ferreira - Galeria do Parque Até 5 de abril – XXI Mês do Sável e da Lampreia – Restaurantes aderentes 14 de março – Apresentação do livro “Nunca desistas de viver” de Sofi a Lisboa – Centro Cultural, 16h

AGENDA DO MÊS

Depois do espetáculo “Drácula”, aclamado pela crí-tica especializada, a Vortice Dance Company tem uma nova produção de dança – “Your Majesties, Welcome to the Anthropocene”, que vai ser apresentada no Cinetea-tro São Pedro, em Abrantes, no dia 20 de março, pelas 21h30. A criação aborda “o impacto global da atividade humana nos ecossistemas terrestres” e a humanidade, envereda por um paradigma, a “Antropocena”, resultante

do impacto dos excessos so-bre o planeta e caracterizado pelo contraste entre a liga-ção tecnológica constante e a desconexão solitária das pessoas e sociedades.

O espetáculo tem como co-reógrafos Cláudia Martins e Rafael Carriço, os diretores da companhia sediada em Fá-tima. Dos intérpretes fazem parte os próprios coreógra-fos, a quem se junta ainda Jaana Nurminen, Alexandru Pretu, Anna Kurlikova e Sil-viu M..

A Vortice Dance Company tem sido distinguida com vá-rios prémios nacionais e inter-nacionais como o Grand Prix of Choreography (Finlândia, 2001), Audience Award (Ja-pão, 2002) Menção Honrosa da cidade de Ourém (2003) ou Phillip Morris Recognize-ment Award (Letónia, 2004). As suas performances já pas-saram por vários palcos inter-nacionais, designadamente em Espanha, Finlândia, Letónia, Roménia, Japão, Hungria, Dinamarca, Itália e

Estados Unidos da América. Depois da sua passagem por Abrantes, a companhia de dança contemporânea tem uma digressão pelo Brasil du-rante os meses de março e abril.

Os bilhetes para o espe-táculo “Your Majesties, Wel-come to the Anthropocene” têm o preço de 10€ e podem ser comprados antecipada-mente no Posto de Turismo ou no dia do 20 de março no Cineteatro São Pedro.

Vortice Dance Company com espetáculo de dança contemporânea em Abrantes

Sofi a Lisboa, que até 2001 foi vocalista da banda Silence 4, lançou o livro “Nunca de-sistas de viver”, em novem-bro de 2014, e tem vindo a fa-zer apresentações um pouco por todo o país. Em Vila Nova da Barquinha, a obra vai ser dada a conhecer no dia 14 de março, no Centro Cultural, às

16 horas. A obra retrata, na primeira

pessoa, a luta contra uma leucemia linfoblástica aguda. Contrariamente a todos os prognósticos, Sofia Lisboa venceu a doença e regista o seu testemunho no livro es-crito em co-autoria com Na-tália Heleno Pereira e com

prefácio do músico David Fonseca. “Nunca desistas de viver” transmite uma men-sagem de esperança, luta e amor.

Sofia Lisboa nasceu em França em 1977, regressando a Portugal em 1988. Estava a terminar o secundário em Leiria, cidade onde vive atu-

almente, quando foi desa-fiada para ser vocalista dos Silence 4, grupo de que fez parte desde o início (1995) até ao fi m (2001). Depois da passagem pelos Silence 4, geriu uma empresa familiar e foi instrutora de fi tness até lhe ser diagnosticada a leu-cemia.

Ex-vocalista dos Silence 4 apresenta livro em Vila Nova da Barquinha

ACORDOS E CONVENÇÕES ARS (SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE) ADSE ADMG ADMMEDIS MINISTÉRIO DA JUSTIÇA PSP PT-ACS SAMS MULTICARE CAIXA GERALDE DEPÓSITOS ALLIANZ MEDICASSURMEDICINA NO TRABALHO MITSUBISHI FUSO TRUK CAIMA - INDÚSTRIA DE CELULOSE

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PONTOS DE RECOLHA Sardoal Mouriscas Vila do Rei Vale das Mós Gavião Chamusca Longomel Carregueira Montalvo Stª Margarida Pego Belver

SEDE Avenida 25 de Abril, Edifício S. João, 1.º Frente Dto/Esq 2200 - 355, Abrantes Telf. 241 366 339 Fax 241 361 075

- Certifi co para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia de-zanove de Fevereiro de dois mil e quinze, exarada de folhas cento e dois a folhas cento e cinco verso, do Livro de Notas para Escrituras Diversas CENTO E VINTE E UM – A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUS-TIFICAÇÃO na qual os Senhores EVANGELINA CANAS SERRAS DA SILVA, e marido JOSÉ MATEUS DA SILVA, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ela da freguesia de Alcaravela, do concelho de Sardoal e ele da freguesia de Cardigos, do concelho de Mação, residentes na Rua Serras, em Casos Novos, Alcaravela, Sardoal, DECLARARAM, que com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do seguinte:

- UM) Prédio Rústico, sito em Pescoso, na freguesia de Alcaravela, do concelho de Sardoal, composto de horta oliveiras, leitos de curso de água e pinhal, com a área de mil duzentos e oitenta metros quadrados, a confrontar de Norte com Maria Benvinda Pimenta Lobato Pires, de Sul e Nascente com Gorette Amado Serras e Poente com Estrada omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na respectiva matriz cadastral sob o artigo 57 da secção AD.

- DOIS) Prédio Rústico, sito em Várzea Marmoral, na freguesia de Alcara-vela, do concelho de Sardoal, composto de pinhal, com a área de cinco mil quinhentos e sessenta metros quadrados, a confrontar de Norte com Carlos Manuel Serras Lobato, de Sul com Eusébio Serras Dias, de Nascente com Herdeiros de Daniel Bento Pita e Poente com Herdeiros de Abílio Gaspar omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na respectiva matriz cadastral sob o artigo 197 da secção P.

- TRÊS) Prédio Rústico, sito em Várzea Doca, na freguesia de Alcaravela, do concelho de Sardoal, composto de pinhal, com a área de nove mil qui-nhentos e vinte metros quadrados, a confrontar de Norte com Manuel Serras Vermelho e outros, de Sul com Joaquim Serras, de Nascente com António Manuel Lopes Chaves e Poente com Herdeiros de Josefi na Florinda, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na respectiva matriz cadastral sob o artigo 69 da secção AA.

- QUATRO) Prédio Rústico, sito em Sobral, na freguesia de Alcaravela, do concelho de Sardoal, composto de cultura arvense, com a área de quinhentos metros quadrados, a confrontar de Norte e Poente com Estrada e de Sul e Nascente com Maria Clara Chaves, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na respectiva matriz cadastral sob o artigo 243 da secção AD, (anterior artigo 157 da secção AD).

- CINCO) Prédio Misto, sito em Sobral – Casos Novos, na freguesia de Alcaravela, do concelho de Sardoal, composto na Parte urbano de casa de rés-do-chão para habitação, com a área de noventa e um metros quadrados e na parte rústica de cultura arvense, com a área total de mil e setenta e três metros quadrados, a confrontar de Norte com Herdeiros de José Santos Serras e outros e de Sul, Nascente e Poente com Herdeiros de José Santos Serras e outros e de Sul, Nascente e Poente com Estrada, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na matriz urbana sob o artigo 1560, (anterior artigo 827) e na matriz rústica sob artigo 241 da secção AD), (anterior artigo 157 da secção AD).

- SEIS) Prédio Misto, sito em Sobral – Rua da Escola, na freguesia de Alcaravela, do Concelho de Sardoal, composto na parte urbana de garagem com a área de trinta virgula sessenta metros quadrados, logradouro com a área de quinhentos e dezanove virgula quarenta metros quadrados e na parte rústica de pinhal, com a área total de dois mil e quatrocentos metros

quadrados, a confrontar de Norte com Lídia Paulina Serras e outro, de Sul e Nascente com Estrada e Poente com Pedro Miguel Martins Alves Damas e outros, omisso na Conservatória do Registo Predial de Sardoal, inscrito na matriz urbana sob o artigo 1568 e na matriz rústica sob o artigo 240 da secção AD, (anterior artigo 157 da secção AD).

- SETE) METADE do Prédio Rústico, sito em Sobral, na freguesia de Alcaravela do concelho de Sardoal, composto de horta e mato, descrito na Conservatória do Registo Predial de Sardoal sob o número TRÊS MIL OITOCENTOS E NOVE/Alcaravela, sem inscrição quanto à metade que ora se justifi ca, inscrito na respectiva matriz cadastral sob o artigo 242 da secção AD, (anterior artigo 157 da secção AD).

- OITO) METADE do Prédio Rústico, sito em Sobral, na freguesia de Alcaravela, do concelho de Sardoal, composto de cultura arvense, descrito na Conservatória do Registo Predial de Sardoal sob o número TRÊS MIL OITOCENTOS E DEZ/Alcaravela, sem inscrição quanto à metade que ora se justifi ca, inscrito na respectiva matriz cadastral sob o artigo 244 da secção AD, (anterior artigo 157 da secção AD).

- NOVE) UM QUARTO do Prédio Rústico, sito em Telheiro, na freguesia de Mouriscas do concelho de Abrantes, composto de mato, olival e pinhal, descrito na Conservatória do Registo Predial de Abrantes sob o número CINCO MIL NOVECENTOS E VINTE UM/Mouriscas, sem inscrição quanto ao quarto que ora se justifi ca, inscrito na respetiva matriz cadastral sob o artigo 64 da secção F.

-DEZ) METADE do Prédio Rústico, sito em Canto, na freguesia de Alcara-vela, do concelho de Sardoal, composto de pinhal, mato, oliveiras citrinos, horta, cultura arvense de regadio, leitos de curso de água e macieiras, des-crito na Conservatória do Registo Predial de Sardoal sob o número TRÊS MIL OITOCENTOS E OITO/Alcaravela, sem inscrição quanto á metade que ora se justifi ca, inscrito na respectiva matriz cadastral sob o artigo 167 da secção AD.

- Que são possuidores dos mesmos há mais de quarenta anos, por partilha meramente verbal, com os demais herdeiros, por óbito de seu pai e sogro António Serras, casado com Nazaré Canas, no regime da comunhão geral de bens, residentes em Alcaravela, Sardoal, por volta do ano de mil novecentos e setenta e quatro.

- Que, desde a referida data, vêm exercendo continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas as utilidades dos prédios, aman-hando-os, cultivando-os, apanhando a fruta, limpando o mato, cortando a madeira, fazendo obras de conservação e benefi ciação, na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente, pacifi camente, porque sem violência, continua e publicamente, de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os respectivos impostos, o que lhes permite invocar a seu favor a usucapião dos prédios, já que lhes é impossível por meios normais obter o registo do seu direito de propriedade.

- Está conforme o original e certifi co que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve.

- Abrantes, 19 de Fevereiro de 2015.A Notária(Sónia Maria Alcaravela Onofre)(jornal de Abrantes edição de Março n.º 5529)

NOTARIADO PORTUGUÊSCARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES

A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE.

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CONSULTAS POR MARCAÇÃO

NOTARIADO PORTUGUÊSCARTÓRIO NOTARIAL DE SÓNIA ONOFRE EM ABRANTES

A CARGO DA NOTÁRIA SÓNIA MARIA ALCARAVELA ONOFRE.- Certifi co para efeitos de publicação que por escritura lavrada no dia vinte

de Fevereiro de dois mil e quinze, exarada de folhas cento e nove a folhas cento e dez verso, do Livro de Notas para Escrituras Diversas CENTO E VINTE E UM – A, deste Cartório Notarial, foi lavrada uma escritura de JUS-TIFICAÇÃO na qual os Senhores JOÃO DA CONCEIÇÃO INÁCIO, e mulher MARIA DE JESUS VICENTE INÁCIO, casados no regime da comunhão de adquiridos, naturais, ambos da freguesia de Martinchel, do concelho de Abrantes, residentes na Rua da Fonte, número 12, em Martinchel, Abrantes, DECLARARAM, que com exclusão de outrem, são donos e legítimos pos-suidores do seguinte:

-Prédio urbano, sito em Vale da Louza, na freguesia de Martinchel, do concelho de Abrantes, composto de casa de habitação de rés-do-chão, com a área coberta de dezanove metros quadrados e logradouro com área de cento e sessenta e um metros quadrados, a confrontar de Norte com Via Publica, de Sul, Nascente e de Poente com Herdeiros de João Inácio, omisso na Conservatória do Registo Predial de Abrantes, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 510.

-Que o prédio encontra-se inscrito na matriz em nome dele justifi cante marido e que são possuidores do referido prédio desde, pelo menos, mil novecentos e setenta e sete, por o terem construído em terreno que lhes foi doado verbalmente, por seus pais e sogros João Inácio e mulher Maria da Conceição, residentes que foram em Martinchel, Abrantes, portanto há mais de trinta anos.

- Que, desde a referida data, vêm exercendo continuamente a sua posse, à vista de toda a gente, usufruindo de todas as utilidades do prédio, habitando-o fazendo a sua conservação, obras de benefi ciação, na convicção de exercer direito próprio, ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente da freguesia e freguesias limítrofes, pacifi camente, porque sem violência, continua e publicamente, de forma correspondente ao exercer do direito de propriedade, sem a menor oposição de quem quer que seja e pagando os respectivos impostos, verifi cando-se assim todos os requisitos legais para que ocorra a aquisição imóvel por usucapião.

- Esta conforme ao original e certifi co que na parte omitida nada há em contrário ou além do que nesta se narra ou transcreve.

Abrantes, 20 de Fevereiro de 2015.A Notária, Sónia Maria Alcaravela Onofre(Jornal de Abrantes n.º 5529 edição de Março 2015)

EXTRATO PARA PUBLICACÃO

Maria João Gonçalves dos Santos Pereira, Notária do Car-tório Notarial em Sintra, sito na Rua Anta de Agualva, número 8 C, loja 3, Agualva-Cacém, CERTIFICA, para efeitos de publicação, que por escritura de vinte de Fevereiro de dois mil e quinze, lavrada a folhas cento e onze do livro de notas para escrituras diversas número cento e cinquenta e sete, deste Cartório, FRANCISCO DA SILVA SOBREIRA, com o NIF 153 644 150 e mulher MARIA MATILDE SERRAS com o NIF 153 644 168, casados sob o regime da comunhão geral, naturais, ele da, freguesia e concelho do Sardoal e ela da freguesia de Alcaravela, concelho de Sardoal, residentes na Praceta Cristóvão Falcão, lote 56, 3º A, Massamá, Sintra, declararam-se, com exclusão de outrem, donos e legítimos possuidores do prédio rústico com área de sete mil setecentos e sessenta metros quadrados, composto de pinhal, cultura arvense de sequeiro, cultura arvense de regadio e oliveiras, que confronta de norte com David Chaves, de sul com caminho público, de nascente com Paulo Manuel Silva e de poente com João Romeu, sito em Sobrosa, freguesia de Alcaravela, concelho do Sardoal, inscrito na matriz sob o artigo 104 secção U em nome de Joaquim Martins, não descrito na Conservatória do Registo Predial

- Invocaram a USUCAPIÃO como causa da sua aquisição fundada na posse em nome próprio, continua, pública e pacífi ca, iniciada em mil novecentos e noventa e um, em virtude de compra e venda meramente verbal, invocando, por isso, esta forma de aquisição originária do direito de propriedade, para todos os efeitos legais

ESTÁ CONFORME. Agualva-Cacém, vinte de Fevereiro de 2015.A Notária,Maria João Gonçalves dos Santos Pereira(jornal de Abrantes edição de Março n.º 5529)

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