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Agosto de 2013 - Gestão “Não vou me adaptar!” Jornal do DCE dceusp.org.br // facebook.com/dcedausp // twitter.com/dcedausp
Os milhões de brasileiros que se manifestaram exi-
gindo mudanças estão fazendo história no país. Ten-
do como estopim os atos contra o aumento das pas-
sagens em São Paulo, milhões de jovens e trabalha-
dores foram às ruas exigir os direitos básicos da po-
pulação e o fim dos privilégios dos de cima, colocan-
do o Brasil no mapa das grandes mobilizações popu-
lares que ocorrem no mundo. Foram dezenas de a-
tos, que em números superam o “Fora Collor” e são
comparáveis às mobilizações por diretas nos anos de
1980. Os poderosos foram colocados contra a pare-
de e a rua se tornou a grande arena da disputa políti-
ca. Não apenas as tarifas caíram em São Paulo e de-
zenas de outras cidades, como projetos que atacam
direitos básicos da população, como a “cura gay”,
foram derrotados e os poderosos se viram sem saí-
das para conter o ímpeto das ma-
nifestações. Nós, e s -
tudantes da USP,
também estive-
mos nas ruas.
Vamos fazer
nossa univer-
sidade tam-
bém respirar
os ares de ju-
nho!
Desde a Calourada, o movimento social da USP se
organizou para barrar o PIMESP e a denúncia do
Ministério Público contra os estudantes que ocupa-
ram a reitoria em 2012 por “formação de quadrilha”.
O Programa de Inclusão com Mérito do Estado de
São Paulo (PIMESP) não foi aceito como programa
de inclusão pelo movimento estudantil, movimento
negro e de cursinhos populares. Hoje, apenas 8%
dos estudantes da USP são negros. O projeto era
excludente e elitista e não garantia reserva de vagas.
Os atos, debates e a pressão do movimento social
fizeram o projeto ser barrado nas Congregações e
obrigaram as reitorias das estaduais paulistas a aban-
donar o PIMESP.
Além disso, o MP denunciou 72 estudantes por for-
mação de quadrilha, na esteira dos processos promo-
vidos pela própria reitoria contra estes estudantes. O
juiz responsável pelo caso se recusou a receber a de-
núncia e abrir processo. O autoritarismo da promo-
tora Passareli e de Rodas foram derrotados. Movi-
Bem-vindos de volta à USP! Tivemos um primeiro
semestre em que tomamos as ruas com milhões de
jovens e trabalhadores e conquistamos a revogação
do aumento das passagens! Demonstramos nossa
indignação e agora queremos muito mais!
Este semestre se inicia com um grande desafio: esta-
mos muito próximos de conquistar nosso direito de
votar para reitor. Pressionado pelas manifestações,
Rodas declarou oficialmente que pretende ampliar a
participação da comunidade universitária na escolha
do próximo reitor. Conhecemos nosso reitor – o
autoritarismo foi a grande marca de sua gestão que
tornou a USP ainda mais elitizada. Por isso não po-
demos confiar no que diz.
Vamos exigir eleições diretas, paritárias e o fim da
lista tríplice para transformar a universidade!
A mesma força que derrubou o aumento das ta-
rifas nas ruas deve democratizar a USP!
Se o estudante não votar a USP vai parar!
Junho de 2013: a indignação nas ruas do Brasil!
Derrotada a ação do MP e o PIMESP, queremos mais!
A USP é uma das universidades mais antidemo-
cráticas do país. Não existem espaços de debate e
decisão abertos ao conjunto da comunidade univer-
sitária. O Conselho Universitário (CO) e o reitor
decidem de forma fechada e praticamente secreta
sobre as questões relativas à universidade. Além dis-
so, o nosso estatuto guarda constrangedoras raízes
no período da ditadura militar.
Um dos maiores pilares dessa estrutura de poder é a
forma como o reitor é eleito. Somente 5% da comu-
nidade vota no primeiro turno das eleições. No se-
gundo turno é ainda pior: participa o CO, com seus
pouco mais de 300 membros. No fim das contas, é o
governador que decide quem será o reitor da Univer-
sidade, pois ele sozinho escolhe entre um dos três
primeiros colocados da eleição.
É dessa maneira que a Universidade de São Paulo é
mantida fechada à população, à mercê dos podero-
sos do nosso estado. É urgente
democratizar seu funcionamento
injusto e antiquado. Precisamos
garantir Diretas na USP já!
mento Estudantil não é quadrilha. No entanto, o
Estatuto da USP segue tendo itens que legitimam
processos e expulsões por motivos políticos!
Agora nós queremos e precisamos de muito mais!
Nos próximos meses, o DCE-Livre da USP constru-
irá, conjuntamente com o movimento negro na
Frente Pró-Cotas Raciais Estadual, uma campanha
por um Projeto de Lei de Iniciativa Popular por Co-
tas Raciais em São Paulo: não mediremos esforços
para atingir a meta de 200 mil assinaturas em todo o
estado e pressionar a ALESP pela aprovação desse
direito! Convidamos todos os Centros Acadêmicos e
estudantes da USP a dialogar conosco a respeito da
campanha, que será debatida semanalmente na Reu-
nião Ordinária do DCE, aberta a participação de to-
das e todos. Exigimos um outro futuro para a juven-
tude negra!
(falta de) democracia na USP – uma estrutura mais que arcaica
Não queremos um novo João Grandino Rodas. Diretas já!
A luta por democracia na USP não é de hoje. Desde os anos 1960 se fala em ampliar a partici-pação da comunidade universitá-ria no governo da universidade.
Mas nos últimos anos,
com a subida de Rodas ao
cargo de reitor, essa luta
se tornou mais urgente.
Ele foi o segundo colocado nas eleições,
mas foi nomeado pelo então governador,
José Serra. Desde então, foi o maior aliado
do governo estadual para elitizar a USP.
Demitiu funcionários, anunciou o
fechamento de cursos de gradua-
ção, regulamentou o primeiro
curso pago de graduação na USP.
Assinou um contrato com a PM que permitiu a violenta desocu-
pação da reitoria, com 400 policiais armados contra estudantes
que se manifestavam pacificamente, expulsou estudantes., mudou
a Comissão da Verdade da USP para submete-la ao seu controle.
Mas os estudantes responderam com muitas mobilizações!
Chegou a hora e a vez de uma USP democrática!
Temos nesse semestre uma oportunidade histórica:
conquistar eleições diretas para reitor. Podemos dar
um passo importantíssimo para derrubar essa estru-
tura de poder antidemocrática e injusta!
Rodas não nos engana: não anunciou a abertura do
processo de escolha do reitor por convicção demo-
crática. O próprio Rodas é o maior símbolo da falta
de democracia na USP! O anúncio da reitoria de
adotar eleições diretas para reitor na USP é vitória
nossa, e não uma bondade do reitor. Demos uma
forte batalha histórica por democracia na USP. Ele
sabe também que muitos de nós estávamos nos a-
tos, e que queremos fazer na USP o mesmo que fi-
zemos na cidade.
Mas não podemos nos iludir e pensar que esta bata-
lha está ganha! A proposta da reitoria ainda possui
poucos elementos concretos. Rodas pode perfeita-
mente adotar um modelo de eleição que não garante
a participação democrá-
tica de fato a todos.
Ele pode, por e-
xemplo, restringir
a participação de certos setores, distorcer sua pro-
porção de modo a favorecê-lo, ou ainda, manter a
lista tríplice que garante a última palavra ao governa-
dor. Queremos democracia de verdade na USP.
Por isso, exigimos de forma clara eleições que ga-
rantam a participação democrática de todos:
Eleições diretas JÁ (para Chefes de De-
partamentos, Diretores e Reitor)
Proporção paritária (ou seja, participação
igual entre docentes, funcionários e estu-
dantes)
Fim da lista tríplice (pois o governador
não pode mandar na universidade!)
Vamos mudar radicalmente essa Universidade! A
experiência dos atos contra o aumento nos mostrou
que quando lutamos podemos fazer os poderosos
cederem. Converse com seus colegas, faça debates,
manifestações. Organize sua luta! Faça memes, es-
palhe cartazes, panfletos, use a criatividade. Vamos
todos por diretas na USP já!
As mobilizações de junho foram só o começo! Em
São Paulo, Haddad (PT) e Alckmin (PSDB) foram
obrigados a recuar e revogar o aumento. No entanto,
segue o caos no transporte. Para piorar, agora esta-
mos diante de provas de que os contratos de trans-
porte firmados entre governos e empresários são fon-
te de desvio de milhões dos cofres públicos. Docu-
mentos ligados a contratos de licitações do Metrô
provam a existência de esquema de superfaturamento
envolvendo o governo do PSDB e multinacionais,
totalizando o desvio de mais de 400 milhões de reais
dos cofres públicos. Enquanto isso, o governo muni-
cipal de Haddad, do PT, controla com mão de ferro
as informações das planilhas de contratos na CPI dos
transportes, impedindo que a população saiba quanto
tem sido gasto. Desta forma, garante que a máfia dos
transportes siga correndo solta.
Vencemos em junho. É preciso que o movimento
volte às ruas em agosto para exigir o fim do caos nos
transportes e avançar na conquista de nossos direitos!
Participe do ato no dia 14 de agosto contra a corrup-
ção no metrô!
luta por transporte continua: vamos contra o propinoduto tucano!
Vem com a gente transformar a USP e o país!
1 Informe-se A USP é uma Universidade muito antidemocrática! Para combater essa estrutura de poder temos que estar por dentro de tudo o que rola dentro dos muros da nossa universidade.
2 debata
Uma boa maneira de agregarmos mais pessoas nessa luta é deba-tendo. Converse com o seu CA, combine com seus amigos, discu-ta com os seus colegas sobre os problemas da nossa universidade!
3 divulgue Sabemos que temos dificuldade em sermos ouvidos. Por isso, use as redes sociais e todos os meios ao seu alcance para di-vulgar pelo que lutamos e o que enfrentamos!
4 Manifeste-se
Aprendemos com as lutas de junho que é na rua que conquista-mos vitórias. Na nossa universidade não será diferente. Por isso, organize seus colegas de curso e se manifeste por uma USP de-mocrática e por um país diferente!
O EnCA – Encontro de Centros Acadêmi-
cos da USP é um espaço aberto para todos
os estudantes participarem de debates, gru-
pos de discussão e oficinas. A ideia é que
pessoas de cursos e realidades diferentes
possam se encontrar e conversar sobre a si-
tuação da Universidade e do país, e o que
podemos fazer para transforma-los. Procure
os diretores do DCE e do seu CA, convide
seus amigos, organize caravanas do seu cur-
so e do seu campus para participar. Elabore
oficinas junto ao seu Centro Acadêmico e
participe!
Vem aí o ENCA: encontro
de centros acadêmicos Calendário 14/08: Ato contra o propinoduto tucano por trans-porte de qualidade! #ForaAlckmin Local a confirmar 17 e 18/08: EnCA - Encontro de Centros Acadê-micos da USP A partir das 09h na Faculdade de Medicina 20/08: Assembleia Geral dos Estudantes da USP 18h na Poli 22/08: 1° Grande Ato pela democratização da USP!cidade Universitária 30/08: Dia Nacional de Paralisações