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INFORMATIVO MENSAL DO SINDICATO DOS ENGENHEIROS NO ESTADO DO PARANÁ engenheiro Filiado à PISO DE ENGENHARIA ENGENHARIA E JUVENTUDE Justiça do Trabalho determina que a Co- hapar pague o Salário Mínimo Profissional para o ingresso de profissionais da categoria na empresa. | Página 12 Integrantes do Senge Jovem contam como fizeram da Semana do Jovem Engenheiro de Londrina evento de grande sucesso que reu- niu centenas de estudantes. | Página 4 Nº 03 ANO I | JULHO 2016 jornal do Corte em investimentos públicos proposto pelo governo Temer afeta diretamente a carreira daqueles que trabalham nos setores de infraestru- tura e agropecuária, forças motrizes da economia nacional. Página 6 Por decisão da Justiça originada em represen- tação do Senge, a Sanepar terá de exonerar 30 consultores estratégicos nomeados sem previsão legal. | Página 3 COMISSIONADOS ILEGAIS

jornal do Nº 03 ANO I | JULHO 2016 engenheiro · Curitiba, JULHO de 2016 | jornal do engenheiro 3 A 2.ª Vara da Fazenda Pública determi-nou, na primeira semana de julho, que a

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INFORMATIVO MENSAL DO SINDICATO DOS ENGENHEIROS NO ESTADO DO PARANÁengenheiro

Filiado à

PISO DE ENGENHARIAENGENHARIA E JUVENTUDEJustiça do Trabalho determina que a Co-hapar pague o Salário Mínimo Profissional para o ingresso de profissionais da categoria na empresa. | Página 12 •

Integrantes do Senge Jovem contam como fizeram da Semana do Jovem Engenheiro de Londrina evento de grande sucesso que reu-niu centenas de estudantes. | Página 4 •

Nº 03 ANO I | JULHO 2016 jornal do

Corte em investimentos públicos proposto pelo governo Temer afeta

diretamente a carreira daqueles que trabalham nos setores de infraestru-tura e agropecuária, forças motrizes

da economia nacional.

Página 6

Por decisão da Justiça originada em represen-tação do Senge, a Sanepar terá de exonerar 30 consultores estratégicos nomeados sem previsão legal. | Página 3 •

COMISSIONADOS ILEGAIS

2 Curitiba, JULHO de 2016 | jornal do engenheiro

O Brasil passa por um momento de in-certezas que põe em risco o desen-

volvimento nacional. O governo federal pro-visório, reprovado pela grande maioria dos brasileiros, quer por em prática um ajuste fiscal que tem por princípio anular os inves-timentos públicos em nome de um suposto aquecimento da economia.

A medida proposta pelo governo interi-no prejudica os trabalhadores e a sociedade, em especial os profissionais de todas as áreas da engenharia que cujas atividades estão di-retamente ligadas às obras de infraestrutura, quando no setor público, e à produção de bens e serviços no setor privado. Nesta edição, fa-zemos um alerta sobre os rumos que se dese-nham para o Brasil, a partir da proposta de

EDITORIAL

Senge-PR

Diretoria ExecutivaDiretor-PresidenteEngº. Agrônomo Carlos Roberto BITTENCOURTVice-PresidenteEngº. Civil Valter FANINIDiretora-SecretáriaEngª. Civil ANGELA DoubekDiretor-Secretário AdjuntoEngº. Agrônomo MARCOS Valério de Freitas ANDERSENDiretor FinanceiroEngº. Eletricista LEANDRO José GrassmannDiretor Financeiro AdjuntoEngº. Eletricista Jorge Irineu DEMÉTRIO

Diretoria ColegiadaEngº. Civil CÍCERO Martins Junior; Engº. Agrônomo CLAUDINEI Pedroso Ribas; Engº. Civil CLEVERSON de Freitas; Engº. Eletricista CLODOMIRO Onésimo da Silva; Engª. Civil EDILENE Pires da Silva Andreiu; Engº. Eletricista ELOI Rufato Junior; Engº. Civil HÉLIO Sabino DEITOS; Engº. Civil JOSÉ RICARDO Vargas de Faria; Engº. Agrô-nomo MÁRCIO da Silva; Engª. Agrônoma MARY STELA Bischof; Engº. Eletricista MAURÍCIO Camilo Cesconetto Rodrigues; Engº. Agrônomo RAUL Henrique Brianese; Engª. Agrônoma SANDRA Cristina Lins dos Santos; Engº. Civil TELÉSFORO Liz de Oliveira, Engº. Civil THEODÓZIO Stachera Júnior, Engº. Eletricista ULISSES Kaniak, Engº. de Produção VICTOR Meireles Sampaio de Araújo.

Diretorias RegionaisCampo Mourão - Engº. Agrônomo Manoel Genildo PEQUENOCascavel – Engº. Civil NELSON Müller JuniorFrancisco Beltrão - Engº. Civil Ricardo S. Farias FREGONESEFoz do Iguaçu - Engº. Eletricista JOSÉ Quirilos ASSIS NetoLondrina - Engº. Eletricista NILTON Camargo COSTAMaringá - Engº. Civil SAMIR JorgePato Branco - Engª. Agrônoma ROSANE Dalpiva BragattoPonta Grossa - Engª. Civil MARGOLAINE Giacchini

Conselho EditorialCarlos Roberto BITTENCOURT, Valter FANINI, LEANDRO José Grassmann, ULISSES Kaniak, CÍCE-RO Martins Junior, CLAUDINEI Pedroso Ribas.

Senge-PRRua Marechal Deodoro, 630, 22.º andar. Centro Comercial Itália (CCI). CEP 80010-912 - Curitiba-PRTel./fax: (41) 3224 7536. [email protected]

Redação João Pedro de Amorim Jr. (Editor - MTB 3.197/PR) e Alexsandro Teixeira Ribeiro (MTB 9.177/PR)

Acesse: www.senge-pr.org.br /sengepr /sengepr

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

EXPEDIENTE

uma política econômica voltada a privilegiar o sistema financeiro, em detrimento de inves-timentos públicos estruturais e em serviços de atenção social.

Na condição de entidade que representa os profissionais de engenharia, o Senge-PR tem como prioridade trabalhar pelo que é de di-reito da nossa categoria, sem perder de vista a defesa do interesse público em todas as esferas. A partir de uma representação que fizemos ao Ministério Público, sobre a criação ilegal de cargos em comissão na Sanepar, a Justiça de-terminou que sejam exonerados 30 consultores estratégicos nomeados por ato administrativo na empresa. A decisão judicial representa uma vitória não apenas aos engenheiros saneparia-nos, mas a todos os trabalhadores da empresa.

Mesma representação do Senge, sobre a contratação de comissionados de forma ilegal,

O governo federal provisório, reprovado pela grande maioria dos brasileiros, quer por em prática um ajuste fiscal que tem por princípio anular os investimentos públicos em nome de um suposto aquecimento da economia.

foi feita em relação à Cohapar, mas o governo mandou uma lei, aprovada pela Assembleia Le-gislativa com a conivência dos parlamentares, que recriou os cargos numa medida imoral. De toda a forma, continuamos firmes no traba-lho por nossos representados. Ainda na Com-panhia de Habitação do Paraná (Cohapar), apoiado na lei do Salário Mínimo Profissional (SMP), o nosso sindicato conseguiu que o piso salarial de engenharia seja o salário-base para o ingresso na empresa. É uma vitória parcial de uma luta permanente, já que trabalhamos dia após dia para que os salários dos engenheiros sejam reajustados conforme o piso, o que ainda não acontece nas empresas públicas do Paraná.

O investimento na futura geração de enge-nheiros é novamente destaque desta nossa pu-blicação. Em matéria especial sobre a Semana do Jovem Engenheiro em Londrina, você vai saber dos desafios vencidos pela equipe local do Senge Jovem para a realização de um encon-tro que reuniu centenas de estudantes das mais diversas áreas de engenharia de cinco universi-dades com sede em território londrinense.

Uma boa leitura a todos.

Eng.º Agr. Carlos Roberto Bittencourt Presidente do Senge-PR.

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A 2.ª Vara da Fazenda Pública determi-nou, na primeira semana de julho, que a Companhia de Saneamento do Paraná exo-nere os consultores estratégicos, conhecidos como os “30 mais da Sanepar”, que ocupam cargos comissionados criados em 2011 sem previsão legal.

Pela decisão do juiz Tiago Gaglia-no Pinto Alberto, os ocupantes dos cargos de ‘consultor estratégico’ ní-veis I, II, III, IV e V devem ser exonera-dos da companhia e os cargos extintos. A medida judicial é de primeira instância e atende a ação proposta pelo Ministério Pú-

blico do Paraná (MP-PR), a partir de denún-cia do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge) na qual a entidade questiona a cons-titucionalidade das nomeações, uma vez que cargos em comissão só podem ser criados por lei e não por atos administrativos.

Os 30 cargos estratégicos de livre nomea-ção foram criados pelo Conselho de Admi-nistração da Empresa, em 17 de maio de 2011. Na opinião do presidente do Senge-PR, Car-los Roberto Bittencourt, a decisão judicial representa uma vitória para todos os funcio-nários da Sanepar, uma vez que muitos des-ses cargos foram criados para a acomodação de agentes políticos com pouca ou nenhuma relação com a empresa ou com o setor para o qual foram designados.

“De forma ilegal e imoral o governo se utiliza de empresas públicas para agraciar apadrinhados políticos. A criação de cargos em comissão por atos administrativos na Sanepar e na Cohapar são exemplos claros desse tipo de manobra”, destaca Bittencourt.

A Sanepar emitiu nota à imprensa infor-mando que irá recorrer da decisão pelo fim

dos cargos. No caso da Cohapar, o governo apresentou projeto de lei, aprovado pela As-sembleia Legislativa, recriando os cargos e contrariando a Justiça.

“O Senge vai continuar firme na defesa dos profissionais de engenharia que repre-senta e de todos os servidores. É importante que a sociedade fique sabendo das ações do governo e da conivência do parlamento em prejudicar as empresas públicas paranaen-ses”, afirma o presidente do Sindicato dos Engenheiros.

Sanepar terá de extinguir cargos de consultores estratégicos

COMISSIONADOS

Decisão da 2.ª Vara da Fazenda Pública atende a ação do Ministério Público feita a partir de denúncia apresentada pelo Sindicato dos Engenheiros do Paraná

De forma ilegal e imoral o governo se utiliza de empresas públicas para agraciar apadrinhados políticos.

Sanepar

Após denúncia do Senge em 2011 e a recomendação do Ministério Público em 2014 para que a empresa extinga os cargos irregulares, agora é a Justiça que determina a exoneração dos assessores estratégicos na Sanepar

4 Curitiba, JULHO de 2016 | jornal do engenheiro

A iniciativa de futuros enge-nheiros e engenheiras foi o que tornou possível a reali-

zação da Semana do Jovem Engenheiro em Londrina e a transformou num even-to com recorde de público e ponto de atra-ção na região de quem tem envolvimento com as mais diversas áreas da engenharia. Foram três dias (30 de maio a 1º de ju-nho) de debates sobre Infraestrutura, Mobilidade Urbana e Energia com lotação máxima. Já na abertura, 350 estudantes de engenharia, de cinco

Juventude comprometida com a engenharia

O êxito da Semana do Jovem Engenheiro inspira o nosso sindicato a continuar firme no suporte aos estudantes de engenharia

SEMANA DO JOVEM ENGENHEIRO

universidades com sede em território londrinense, compareceram em mas-sa ao auditório Cyro Grossi, da UEL, para assistir as palestras do presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PR), Joel Krüger e do presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge-PR), Carlos Roberto Bittencourt. O evento ainda teve como palestrantes, o diretor-geral de Itaipu Binacional, Jorge Samek; o eco-nomista e professor da UTFPR, Marcos Rambalducci; o criador do portal Enge-

nharia É, Ademilson Ramos e o gerente de Obras da Sanepar em Londrina, Luiz Nacayama. O encerramento ficou por conta anfitrião e diretor da Regional do Senge-PR, Nilton Camargo Costa. “A participação maciça de estudantes de todas as áreas da engenharia mostra que o trabalho de orientação proposto pelo Senge Jovem está no rumo certo. O êxi-to da Semana do Jovem Engenheiro se deve, em grande parte, à dedicação dos integrantes do Senge Jovem de Londrina numa ação que inspira o nosso sindica-to a continuar firme no trabalho de su-porte àqueles que serão os responsáveis pela engenharia do futuro”, afirma o presidente do Senge-PR, Carlos Roberto Bittencourt.

O caminho para tirar o evento do papel e fazer dele uma prática de sucesso foi trilhado meses antes com muita dedi-cação por parte dos integrantes do Senge Jovem da regional londrinense. “Criamos uma página no Facebook e um site para facilitar a inscrição e fomos de sala em sala, nas universidades, para divulgar a

Semana do Jovem Engenheiro”, conta Gabriel Heckler Piedade, estudante do quinto ano de Engenharia Civil da UEL e um dos coordenadores do Senge Jovem. Segundo ele, além do suporte do Senge, a escolha de palestrantes fortes, a defi-nição por temas amplos e a validade do encontro como carga horária de apren-dizagem foram fatores que contribuíram para atrair o interesse dos participantes.

Mas não foi só isso. A viabilização do evento dependeu, ainda, da busca por parceiros para que fosse realizado dentro do que foi projetado pelos organizadores. “Tivemos a Sanepar como patrocinado-ra e o suporte do Londrina Conventions e da Sercomtel, que emprestou modem sem fio pra usar. Além disso, com a ins-crição a R$ 30,00 conseguimos cobrir as despesas de produção do site e de ins-crição pelo sistema Pag-Seguro, além do coffee-break, oferta dos brindes de copos e canetas e ainda comprar equipamentos de suporte, como o microfone sem fio e o controle remoto para exibir slides”, lembra.

Com 22 anos de idade, Gabriel Pie-dade diz que o combustível para encarar a jornada de estudo, estágio e ainda ar-ranjar tempo para ações voluntárias em nome da engenharia está na maneira de enxergar o dia a dia. “Somos engenheiros desde que passamos no vestibular; pro-fissionais em formação desde o primei-ro dia de aula. Penso que a participação em atividades contribui para a formação técnica e pessoal, sempre tendo em vista que o engenheiro tem que se preocupar com a sociedade, porque a sua ativida-de profissional tem influência direta na vida dos cidadãos”.

Se a decisão pela engenharia pode Presidente do Senge,

Eng. Agr. Carlos Roberto Bittencourt

Senge Londrina

Semana do Jovem Engenheiro em Londrina mobilizou centenas de acadêmicos de engenharia de cinco universidades locais num debate sobre os desafios da profissão. A ação foi mais um passo na consolidação do Senge Jovem como projeto de suporte à formação.

5Curitiba, JULHO de 2016 | jornal do engenheiro

nascer da maneira de olhar o cotidia-no, da curiosidade ou até mesmo estar presente no DNA, a história de Tayná Rafaela da Silva, uma das mais novas integrantes do Senge Jovem, e uma das responsáveis pela viabilização da Sema-na do Jovem Engenheiro em Londrina, parece unir de tudo um pouco.

Estudante de Engenharia Elétrica da UEL, Tayná tem apenas 20 anos e veio de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, para es-tudar em Londrina a 498 quilômetros de sua terra natal. Foi no evento Steptech, do IEEE (Institute of Electrical and Electro-nic Engineers), realizado na UEL, que ela foi convidada por Gabriel Heckler Pie-dade a participar da organização da Se-mana do Jovem Engenheiro. “Conheci a proposta do Senge Jovem e achei bacana, porque que não fica restrita a uma só ins-tituição. Promove a troca de experiências com estudantes de várias áreas da enge-nharia e instituições públicas e privadas. Isso amplia o contato com profissionais de outras áreas da engenharia”, observa a futura engenheira.

A união dessa multiplicidade de ati-vidades para a realização do encontro já se mostrou, segundo Tayná, como um importante desafio a ser vencido. “Foi um ponto positivo o fato das pes-

soas da organização serem de institui-ções diferentes, de cursos diferentes e terem horários e compromissos dife-renciados, mas que se uniram com o propósito comum de realizar o evento”, destaca a integrante do Senge Jovem que aponta também como fator mui-to importante a crescente participação feminina em eventos de engenharia. Ela lembra que o caminho que a levou a escolher a engenharia elétrica reme-te à lembrança da infância. “Meu avô foi barrageiro. Trabalhou na constru-ção das hidrelétricas de Ilha Solteira e Água Vermelha. Meu pai trabalhou na parte administrativa de uma grande empreiteira e eu morei um tempo no Pará. Quando era pequena ia em Tu-curuí buscá-lo ao final do turno. Tinha curiosidade de saber como funcionava a parte da geração de energia embaixo d’água. Decidi pela engenharia elétrica porque quero influenciar na vida das pessoas, atuando na forma de gerar ener-gia e fazer chegar até a casa delas”, conta. Hoje, além dela, há 4 outras meninas cursando elétrica na mesma sala. “Para fazer um time de futebol de engenheiras teríamos que juntar as meninas de todos os anos”, brinca Tayna Rafaela da Silva. Na opinião da integrante do Senge Jo-

vem, um caminho a ser trilhado é o do reconhecimento do indispensável papel das engenheiras no mercado de trabalho. “Penso que a orientação da Fisenge, por intermédio do Coletivo de Mulheres, é um passo importante no preparo das es-tudantes de engenharia para o mercado. Temos que fazer com que as pessoas nos enxerguem com outros olhos, não ape-nas como a menina de elétrica, a meni-na da agronomia, a menina da civil, mas como profissionais”, afirma.

Se, por um lado, a Semana do Jovem Engenheiro possibilitou maior visibilida-de ao Senge Jovem para aqueles que ainda não conheciam o projeto, por outro tam-bém integrou ainda mais a equipe que atua em Londrina. É um elo forte que une os estudantes de engenharia de todos os gêneros e idades num processo contínuo de aprendizagem e troca de experiências.

Paulo Gedeão Mendes, estudante do 3º ano de engenharia Civil da UEL e também um dos coordenadores do Senge Jovem na regional Londrina, destaca o programa como uma opor-tunidade de outra visão do aluno de engenharia, quanto as responsabilida-des, direitos e deveres. “O Senge Jovem mostra que é importante aproveitar as oportunidades que aparecem na facul-

dade para conhecer, ser conhecido”, diz. Com 35 anos de idade, ele é formado em Física pela UEPG (2005) e nos fins de semana dá aula em um cursinho na cidade de Wenceslau Braz, onde mora com a família. “Não foi fácil tomar a de-cisão de fazer outra faculdade. Hoje é ou-tra realidade, comparando com a época em que me formei em Física. Além de a engenharia ser outro tipo de estudo, há mais ferramentas à disposição, maior possibilidade de trabalhos em grupo e de convivência com os mais jovens que têm grande facilidade para mexer nos aparelhos. Convivo com uma geração diferente, mais aberta a contatos, com menor preconceito de gênero e maior participação feminina”, destaca. Sobre a atuação na Semana do Jovem Engenhei-ro e a experiência na área da engenharia, Paulo Mendes resume em uma frase: “Mais aprendo que ensino”.

Gabriel, Tayná e Paulo já têm agen-dados os próximos compromissos do Senge Jovem em Londrina. Para o dia 25 de julho, na Unopar, está sendo organi-zado um ciclo de palestras voltado a es-tudantes de engenharia e à comunidade londrinense. A participação será gratuita e o foco inicial do encontro será “Enge-nharia e Sociedade”.

Paulo Gedeão Mendes une a vivência da formação em Física com a de acadêmico de engenharia

Gabriel Heckler Piedade: “Somos engenheiros em formação desde o primeiro dia de aula.”

“Temos que ser vistas não apenas como a menina de elétrica, a menina da agronomia, a menina da civil, mas como futuras profissionais” - Tayná Rafaela da Silva e o presidente do Senge-PR, Carlos Roberto Bittencourt

Senge Londrina

CreaJR Senge Londrina

SEMANA DO JOVEM ENGENHEIRO

6 Curitiba, JULHO de 2016 | jornal do engenheiro

O Governo Federal encami-nhou para aprovação ao Con-

gresso Nacional duas novas normativas fiscais que buscam o restabelecimento do equilíbrio das contas públicas a partir de mecanismos de controle e/ou congelamento dos gastos e inves-timentos públicos. A primeira delas a PLP 257/2016, ainda sobre o comando da Presidente Dilma, trata das severas restrições de gastos aos governos esta-duais que quiserem alongar o perfil de suas dívidas com o governo federal. A segunda proposta, a PEC 241/2016 de lavra do governo interino de Michel Temer, trata do congelamento por vin-te anos dos gastos do governo federal.

Os dois projetos têm uma mesma motivação: eliminar o déficit primário das contas do setor público, ou seja, fa-

zer com que o governo volte a gastar menos do que arrecada, o que vinha fazendo até 2014, para sobrar dinheiro (superávit primário) para pagar os ju-ros da dívida pública.

“O equilíbrio fiscal é uma condição necessária e indispensável para que o Brasil volte a crescer”, trombeteiam os arautos da derrocada da economia brasi-leira através de todos os canais de comu-nicação da mídia empresarial hegemôni-ca. Nada mais enganoso, pois o equilíbrio das contas dos governos no curto prazo não é condição para reversão de tendên-cia de baixa das atividades econômicas na ótica de qualquer teoria econômica, pelo contrário, tende a aprofundar a cri-se representando medida de aprofunda-mento dos processos recessivos.

A maioria dos países do mundo,

mesmos aqueles com expressivas taxas de crescimento como a China, vêm mantendo déficits permanentes nas contas governamentais (ver quadro 1).

O Brasil foi o campeão mundial do superávit primário, entre os anos de 1994 e 2014 o setor público econo-mizou mais de R$ 3,3 trilhões para pa-gamento de juros e, apesar disso, viu a sua dívida pública, somente em títulos públicos, crescer de cerca de R$ 330 mi-lhões para mais de R$ 2,1 trilhões. Um verdadeiro milagre financeiro pagar dez vezes o que deve e ter a sua dívida aumentada e sete vezes.

No exercício de 2015, o Orçamen-to federal destinou aos ministérios da Educação R$ 103 bilhões; da Saúde R$ 121 bilhões; do Desenvolvimento So-cial R$ 75 bilhões; dos Transportes R$

O ajuste fiscal que desemprega engenheirosINSTABILIDADE

19 bilhões. Somados ao déficit da Pre-vidência, de R$ 86 bilhões, os gastos chegariam a R$ 406 bilhões. Se tivés-semos zerado os orçamentos de todos esses ministérios ainda faltariam cerca de R$ 100 bilhões para o pagamento dos juros do exercício de 2015, que che-garam a R$ 502 bilhões.

Os dados históricos das contas do governo federal deixam claro que o dé-ficit nominal (déficit que incluem os juros) nas contas do governo não tem origem nos gastos excessivos ou nos in-vestimentos governamentais, mas sim, nas taxas de juros mantidas sobre os títulos da dívida pública brasileira, que estabelecida pelo Banco Central em conluio com o sistema financeiro são as recordistas mundiais.

A quem interessa o restabelecimen-

Por Valter Fanini

Opção pelo fim de investimentos públicos e a manutenção das altas taxas de juros para o privilégio do Mercado Financeiro põe na corda bamba as carreiras que fortalecem o desenvolvimento do País

Planalto

Par ao vice-presidente do Senge e mestre em economia, Valter Fanini, a categoria dos engenheiros é uma das principais afetadas com o privilégio do rentismo em detrimento ao invesitmento público.

7Curitiba, JULHO de 2016 | jornal do engenheiro

to urgente do superávit primário no Brasil? Obviamente não interessa ao setor produtivo nem aos trabalhadores, mas com certeza ao setor rentista brasi-leiro que vive das rendas obtidas com as maiores taxas de juros do mundo.

A combinação de déficit primá-rio, com taxas de juros pornográficas e recessão econômica é uma mistura explosiva que poderá levar a relação dí-vida/PIB a valores próximos a 100% em poucos anos. Um patamar de endivi-damento que colocaria o Brasil efetiva-mente em posição de risco de crédito em relação aos investidores estrangei-ros e em dificuldades domésticas de rolagem da dívida pública.

Dentre os três fatores que amea-çam o crescimento explosivo da dívi-da pública, recessão econômica, taxas de juros abusivas e déficit primário decidiu-se atuar somente nas contas públicas, danando-se as pessoas que dependem de serviços públicos e as-sistência social e desempregando em massa os trabalhadores que dependem do investimento público ou privado e deixando intacto os interesses de ren-tistas e especuladores.

A redução das taxas de juros que contribuiriam de imediato com o equi-líbrio das contas públicas e com a reto-mada do crescimento econômico pela retomada dos investimentos públicos e privados parece estar fora de cogita-ção, pois não agrada ao “Deus Mercado Financeiro” que hoje subordina toda a política econômica governamental aos seus interesses.

Por mais absurda que pareça a po-lítica de tirar de quem produz para entregar para quem nada produz uti-lizando-se do orçamento público tem sido vitoriosa no Brasil a despeito dos

males que vem causando. Uma mino-ria beneficiária da política econômica rentista que se estabeleceu no Brasil consegue se manter e fazer valer os seus interesses, mesmo nos governos ditos progressistas.

O Projeto de Lei 257/2016 e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016 reafirmam o domínio do rentismo sobre política econômica brasileira ao prometer o congelamento dos gastos públicos, ameaçando levar ao caos os já precários serviços públi-cos de educação e saúde, desmantelar o aparelho do Estado e reduzir a pó os investimentos públicos ao mesmo tempo que agracia o setor bancário com a remuneração automática de seus saldos de caixa com a taxa Selic.

E vai mais além. Promete aos in-vestidores nacionais no estrangeiro que não tiverem nenhuma seguradora disposta a cobrir seus riscos o aval do governo brasileiro. Ou seja, os brasilei-ros serão os garantidores de qualquer aventura que o capital nacional queira fazer fora do país.

Como explicar tamanho desequi-líbrio entre os interesses de minorias rentistas em detrimento dos interesses das maiorias trabalhadoras nas refor-mas econômicas que estão em curso? Certamente não encontraremos res-posta nas teorias econômicas. É mais provável encontrarmos respostas nos princípios de dominação da opinião pública pela propaganda.

A mídia empresarial hegemônica tem tido importante papel na condu-ção das políticas econômicas no Brasil. Associada aos interesses do mercado financeiro dá voz somente àqueles que afirmam e reafirmam as teses que lhes são vantajosas. Senão como entender

que pessoas repitam com naturalidade que o problema da atual crise econô-micas são os gastos do governo e que a única saída seria cortar despesas cons-titucionalmente obrigatórias como previdência, saúde, educação e assis-

tência social, opinião que contraria os mais primários dados numéricos dos orçamentos federal e estaduais que vêm sendo devastados pelos juros es-corchantes de dívidas que em muitos casos são originárias de fraudes como o caso do Banestado no Paraná?

Como entender que pessoas te-nham como verdade a necessidade de manter os juros básicos mais elevados do mundo, sendo que temos uma das maiores reservas de divisas de quase US$ 400 bilhões e superávits contínu-os nas contas públicas por 20 anos?

Como entender que pessoas acredi-tem ser necessários manter taxas de juros em valores estratosféricos para controlar a inflação, quando juros elevados inibem o investimento e provocam choque negati-vo de oferta futura, sendo portanto fator inflacionário a médio e longo prazos?

O déficit nas contas do governo não tem origem nos gastos excessivos, mas

sim nas taxas de juros mantidas sobre os títulos da dívida pública brasileira

Resultado primário do Governo Geral (% do PIB) /Quadro1

Fonte: IMF World Economic Outlook (WEO), Aberil de 2015. (*) Dados Preliminares

8 Curitiba, JULHO de 2016 | jornal do engenheiro

Só há uma maneira de entender; enxergando os processos de manipu-lação da opinião pública. E para isso uma boa lida nos princípios de domi-nação nazista pela propaganda formu-lada pelo poderoso ministro de Hitler, Joseph Goebbels, irá ajudar bastante.

Mas afinal, o que os engenheiros tem a ver com tudo isso? Eu diria que muito mais que os demais trabalhadores. Ex-pressiva quantidade dos empregos dos engenheiros são dependentes dos inves-timentos tanto no setor público, com a construção das infraestruturas, como no setor privado na formação de bens de ca-pital como instalações e equipamentos.

A política econômica em gestação ainda no governo Dilma, já sob chan-tagem explícita do mercado financeiro, e a política econômica prometida pelo presidente interino Michel Temer são inibidoras do investimento e pró-ren-tistas, portanto perniciosas à emprega-bilidade e aos salários dos engenheiros.

Como profissionais com consis-tente formação em disciplinas que nos habilitam ao exercício dedutivo não podemos fazer parte do exército de manipulados conduzidos pela indús-tria midiática aliada do capital especu-lativo. Temos que desempenhar nosso papel como protagonistas na formação das políticas econômicas. Mesmo que em muitos momentos este protagonis-mo limite-se à nossa contrariedade ao manipulado senso comum.

Valter Fanini - vice-presidente do Senge, engenheiro Civil e mestre em Desenvolvimento Econômico pela UFPR, Valter Fanini

Senge-PR

INSTABILIDADE

“Para crescer não basta alongar dívidas. É preciso retomar os investimentos e distribuir renda”

*Murilo Francisco Barella é mestre em Ci-ências Econômicas pela Universidade de Brasília (UnB). Foi diretor do Departamento de Coor-denação e Governança das Empresas Estatais (DEST) do Ministério do Planejamento, Orça-mento e Gestão, secretário-executivo da Comis-são Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societária da União, além de membro do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC).

Foi ainda secretário de Políticas de Previdência Complementar do Ministério da Previdência Social, no período de fevereiro de 2010 a janeiro de 2011.Participou de missões de aproximação com a Organização para Cooperação e Desen-volvimento Econômico – OCDE e outros fóruns internacionais de debate e intercâmbio com ór-gãos do setor público. Atuou ainda como diretor administrativo e financeiro do Instituto de Previ-dência e Saúde do município de Guarulhos (SP), economista do Dieese, professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e da Universidade Norte do Paraná.

Para o mestre em Ciências Econômicas pela Universidade de Brasília (UnB), Murilo Barella, a reforma fiscal tem que ter legitimidade, com a negociação de dívidas feita a partir da repactuação federativa e maior incentivo para a promoção do crescimento, sem perder de vista o controle da inflação.

A proposta de ajuste fiscal do gover-no representaria um privilégio ao sistema financeiro em detrimento de investimentos públicos?

O que se apresenta é a repactuação de dívidas entre a União, os Estados e o DF, envolvendo parcialmente recursos do BNDES, que é um banco público, com juros e taxas menores.

No entanto, a “blindagem” do siste-ma financeiro, com a prioridade dada aos recursos destinados às dívidas fi-nanceiras e na apuração de déficit/superávit primário, já estava defini-da na Lei de Responsabilidade Fiscal. É importante destacar que o governo interino propõe um déficit maior que o apresentado pela presidente Dilma Rousseff (cerca de R$ 170 bilhões).

Não vejo sinalização, por parte do governo interino, de uma política de ajuste fiscal que conjugue esforços ver-dadeiros para se chegar a algum objetivo. Entendo que uma reforma fiscal mais ampla precisa de legitimidade, além disso, a negociação de dívidas poderia envolver uma repactuação federativa, necessária ao nosso País.

Porém, tanto a legitimidade, quanto a repactuação federativa estão bastante distantes da atual conjuntura.

Tendo em vista que os gastos com o pagamento dos juros da dívida che-gam a superar investimentos em saúde e educação o que fazer num

cenário de possível queda no cresci-mento e aumento do déficit?

A solução desse problema não é fiscalista (de curto prazo), até porque o que a maioria dos estados está vivendo é um problema de fluxo e não de sustentabilidade. Nessa pers-pectiva, não basta só o alongamento de dívida proposto, mas incentivos e uma política de-liberada de crescimento econômico (retoma-da de investimentos e distribuição de renda, como condição ao consumo). Obviamente sem abrir mão do controle inflacionário.

No que diz respeito ao pagamento da Dívida Pública, em quanto o gasto do governo no pagamento dos altos juros aplicados pelo sistema financeiro com-promete a viabilidade de um projeto de ajuste fiscal? Esses recursos destinados ao pagamento dos juros abusivos da dí-vida não podem ser redirecionados?

Sem dúvida os recursos destinados ao pagamento dos juros poderiam ser redi-recionados, mas não é assim que o mun-do está funcionando. Vide o caso da Gré-cia e o Euro, por exemplo. Os contratos blindados são os contratos financeiros.

E como equalizar a dívida pública e buscar o equilíbrio para então se-guir nos ajustes necessários, como o ajuste fiscal?

Bem, a rolagem, perfil e encargos e a dívida pública em si, é um debate de maior fôlego. Mas, considerando nossos fundamentos e as perspectivas da eco-nomia brasileira no longo prazo, se ul-trapassarmos essa turbulência política e retomarmos a rota do desenvolvimento, (pois o País é viável sim!), a gestão da dí-vida pública torna-se plausível.

Temos sempre que lembrar que pra pagar dívida tem que ter renda, pra isso, o País tem que crescer. E aí, podemos en-carar uma reforma fiscal que considere bases de arrecadação (incidência de im-postos) mais justas e economicamente mais eficazes, que estimulem a produção e o consumo, inibam o rentismo e o pa-trimonialismo. Em termos pragmáticos, esse governo e esse Congresso não têm legitimidade e nem capacidade de ela-boração para buscar uma reforma fiscal

consistente. E o ajuste proposto limita-se a uma repactuação de dívidas.

O regime de metas da inflação está traçado para sustentar unicamente as taxas de juros?

Um regime de metas de inflação se propõe a convergir expectativas, como também uma política de juros. Ocorre que, dada a nossa estrutura econômica heterogênea, combinada com a confusão política, esses mecanismos tornam-se pouco eficientes, muitas vezes, prejudi-cando mais do que ajudando. É como de-cidir por ministrar quimioterapia em um paciente em situação instável e ter como resultado a morte dele.

Quais os efeitos imediatos no corte de investimentos proposto pelo go-verno?

De imediato ocorre a redução do nível de atividade econômica, contudo, está se verificando somente queda no emprego, mas não nos preços na mesma proporção.

Para os estados, quais serão os efeitos a médio e longo prazos das propostas de esticar o pagamento das dívidas sem alterar a forma de pagamento?

A União poderá conceder um des-conto de até 40%, conforme previsto no Artigo 6º do Projeto de Lei Comple-mentar 257/2016. Os impactos variam de estado para estado, dependendo da vocação econômica de cada um, nível de endividamento e de investimentos. Em termos agregados, pela proposta original (gestada no governo Dilma), poder-se-ia gerar um alívio, até 2018, de R$ 36,9 bi nos serviços da dívida.

9Curitiba, JULHO de 2016 | jornal do engenheiro

QUESTÃO DE DIREITO

A aposentadoria especial é tema que gera dúvidas

recorrentes entre os engenheiros que pretendem obter o benefício perante o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O benefício de aposentadoria especial é devido aos segurados que comprovarem o exercício de atividade considerada especial por 25 anos, além disso, não há exigência de idade mínima para sua concessão e o cálculo não utiliza o Fator Previdenciário.

Todavia, uma vez concedido o be-nefício, o INSS exigirá o afastamen-to do segurado de atividades que lhe expõe à agentes nocivos, sob pena de suspensão dos pagamentos, restrição que já é reconhecida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região como inconstitucional.

Para que os períodos de trabalho possam ser reconhecidos como espe-ciais perante o INSS, o engenheiro pode contar com o chamado “enqua-dramento de categoria profissional”, que autoriza o reconhecimento da atividade de engenheiro como espe-cial de forma presumida pelo menos até 28 de abril de 1995.

Para os engenheiros civil e eletri-cista é possível ampliar a vantagem até 13 de outubro de 1996, bastando apre-sentar documentos que comprovem o exercício da atividade de engenharia no ato do pedido de aposentadoria.

Contudo, para ser admitido como especial o período de trabalho poste-rior a 28 de abril de 1995, a legislação

Aposentadoria Especial: quem tem direito?Por Gabriel Fabian Corrêa

Advogado especialista em Direito Previdenciário fala sobre o benefício para trabalhadores que atuam em condições de risco ou insalubres, a aposentadoria especial.

Gabriel Fabian Corrêa é advogado e espe-cialista em Direito Previdenciário e Processu-al Previdenciário Aplicado pela PUC-PR

Divulgaçãoexige que o engenheiro comprove a efetiva exposição à agentes nocivos em limites superiores aos toleráveis, mediante a apresentação de formulá-rio PPP ou laudos técnicos que com-provem quais os agentes nocivos pre-sentes no ambiente de trabalho.

Caso o engenheiro não consiga comprovar o total de 25 anos necessá-rios para a concessão da aposentado-ria especial, a legislação concede uma vantagem em virtude do período que o engenheiro permaneceu exposto à agentes nocivos, autorizando a majo-ração do tempo que for reconhecido como especial, para fins de ser utili-zado na aposentadoria por tempo de contribuição, com acréscimo de 40% para homens e 20% para mulheres.

Atualmente, para que os segura-dos possam ter concedido benefício de aposentadoria por tempo de con-tribuição integral, os homens devem

comprovar o total de 35 anos de tem-po de contribuição e as mulheres 30 anos de tempo de contribuição, não existindo idade mínima.

Todavia, nesta modalidade, o cál-culo utilizará o Fator Previdenciário, fórmula que para muitos poderá re-duzir o valor do benefício, pois leva em consideração a expectativa de vida média da população brasileira. Porém, encontra-se em vigor regra chamada fórmula 85/95, a qual au-toriza a aposentadoria por tempo de contribuição integral sem a incidên-cia do Fator Previdenciário, exigindo que os homens comprovem um total de 95 pontos e as mulheres 85 pon-tos, os quais são obtidos mediante a soma do tempo de contribuição com a idade na data da aposentadoria. O tempo mínimo de contribuição exi-gido é de 35 anos para homens e 30 anos para mulheres.

Tema de palestra em Ponta Grossa

Fabian, por meio do convênio com a assessoria jurídica do Senge, fez palestra sobre aposentadoria especial para cerca de 30 profissionais de engenharia dos Cam-pos Gerais. O evento foi promovido pela Regional do Senge em Ponta Grossa.

Na avaliação da diretora da regional, engenheira civil Margolaine Giachinni, o evento teve expressiva participação da ca-tegoria e esclareceu dúvidas sobre um as-sunto que, mais cedo ou mais tarde, todos os engenheiros se preocupam: a aposen-

tadoria. “Além de reunir os engenheiros junto ao Senge, a palestra foi muito rica ao abordar os aspectos legais da aposentado-ria para nossa categoria, principalmente para quem atua em condições de risco e prejudiciais à saúde, como com a manipu-lação de defensivos agrícola”, afirma.

Na palestra, ministrada pelo advogado especialista em Direito Previdenciário e Processual Previdenciário Aplicado, Ga-briel Fabian Correa, foram abordados cri-térios específicos da categoria para ingresso

com processo de aposentadoria especial. Na aposentadoria especial, devido aos

riscos, o tempo para conseguir o benefício é menor que o por tempo de contribuição. Dependendo do agente de risco que o tra-balhador é exposto, é possível se aposentar com 15, 20 ou 25 anos de contribuição.

Mesmo que o trabalhador não tenha atuado durante todo o período em expo-sição ao risco, ainda é possível que consiga reverter parte do tempo contribuído com proporcionalidade ao benefício especial.

Regional do Senge em Ponta Grossa

Além de promover a união da categoria, evento esclarece dúvidas sobre aposentadoria especial para engenharos

10 Curitiba, JULHO de 2016 | jornal do engenheiro

Os trabalhadores da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab-CT) aprovaram em junho a proposta da empresa para o Acordo Coletivo de Trabalho 2016/17.

A definição contou com apoio de 80% dos 130 funcionários que participaram de assembleia do Sen-ge, Sindaspp e Sindasp, sindicatos

Senge

Trabalhadores da Cohab aprovam acordo com manutenção de conquistas

que representam os funcionários da empresa pública.

O acordo aprovado contempla reajuste de salários pela inflação acumulada, calculada em 9,82%, ín-dice previsto também na convenção do setor de construção..

O mesmo percentual para os sa-lários foi aprovado como índice de

reajuste dos demais itens financei-ros do Acordo de Trabalho, como pisos profisionais, gratificações, au-xílio-alimentação e auxílio-creche.

A aprovação dos trabalhadores, no entanto, não é para toda a pro-posta da empresa apresentada na assembleia.

Do documento enviado pela em-

Proposta da empresa, de reajuste pela inflação e manutenção das conquistas, teve apoio de 80% dos trabalhadores em assembleia

SENGE EM AÇÃO

presa aos sindicatos para o ACT, os funcionários definiram por não vo-tar o item referente a incorporação de percentual de função gratificada.

Outra conquista dos trabalha-dores é a manutenção de benefícios contidos no acordo anterior, como os abonos de valores quivalentes ao de ticket alimentação.

11Curitiba, JULHO de 2016 | jornal do engenheiro

SENGE EM AÇÃO

NEGOCIAÇÕES EM ANDAMENTOConvenção ColetivaConstrução CivilConstrução PesadaPrestação de serviços (abrangendo empresas do setor público como Ceasa, Claspar, Codapar, Mineropar, Tecpar e Emater)Setor do ComércioCooperativas Agrícolas

Na Copel, Senge inicia pesquisa para formação de pauta dos engenheiros

Os engenheiros da Copel já po-dem enviar suas sugestões de revindi-cação para a formação de pauta das negociações do Senge de 2016/17.

Por meio de formulário de pes-quisa enviado via boletim aos fun-cionários da estatal, os profissio-nais poderão avaliar as negociações do acordo passado e darem suges-tões para a campanha deste ano.

As negociações na empresa atingem mais de 10 mil funcioná-rios, dentre os quais, quase 800 profissionais de engenharia.

As reivindicações coletadas na pesquisa serão apresentadas e de-fendidas pelo sindicato nas nego-ciações do ACT com a empresa, cuja data base é em outubro. Po-

dem participar da pesquisa os en-genheiros da Copel filiados e não filiados ao Senge.

A data limite para o preenchi-mento do formulário é 7 de agosto (domingo).

Além das reivindicações, os profissionais também podem indi-car na pesquisa quais os canais de comunicação que preferem para receberem as atualizações das ne-gociações, além de sugerir motes da campanha deste ano.

O preenchimento da pesquisa é fácil e rápido. Se você é engenhei-ro da Copel e ainda não recebeu o link, envie e-mail para [email protected] e participe agora das negociações.

Acordo ColetivoCompanhia de Habitação do Paraná (Cohapar)Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar)Itaipu BinacionalSTPC Engenharia

Acordo de Banco de HorasSTPC Engenharia

12 Curitiba, JULHO de 2016 | jornal do engenheiro

EM DEFESA DO SMP

Decisão unânime da Justiça do Trabalho determina que a Compa-nhia de Habitação do Paraná (Coha-par) tem que pagar o Salário Míni-mo Profissional de Engenharia como vencimento de referência para o in-gresso de profissionais da categoria na empresa. A Cohapar não cumpre o que prevê a Lei Federal 4.950 A/66.

No último concurso, em 2011, o sa-lário de ingresso para o cargo de En-genheiro Civil era de R$ 3.842,00 para uma carga horária de oito horas. Um valor 17% menor que o piso salarial

Justiça define que Cohapar adote piso como salário de ingresso de engenheirosA medida atende a ação impetrada pelo Senge-PR. Perdas salariais de engenheiros aprovados no último concurso da companhia passam de R$ 10 mil por ano.

pago à época, que deveria ser de R$ 4.632,50 caculado com base no salário mínimo de então que estava em R$ 545,00. Isso significa que, por mês, o engenheiro que tinha entrado na Co-hapar deixou de receber R$ 790,00, o que representava uma perda superior a R$ 10 mil ao fim de um ano.

“A defesa do Piso dos Engenheiros é uma ação permanente do Senge. A lei do SMP acaba de completar 50 anos de vigência e ainda há muitas empresas que não remuneram os engenheiros confor-me manda a legislação. Neste sentido, a decisão da Justiça do Trabalho é um passo importante, já que a Cohapar paga ainda hoje, a grande parte dos profissionais de engenharia que já estão efetivados, um salário que equivale ao valor do piso de 5 anos atrás”, observa o presidente do Sindicato dos Engenhei-ros, Carlos Roberto Bittencourt.

Embora a decisão da Justiça do Trabalho seja um avanço na defi-nição do piso como remuneração de entrada dos profissionais de en-

genharia na empresa, no entanto, segundo o entendimento do TRT, o reajuste anual dos salários dos en-genheiros não deverá ter por base o salário mínimo nacional.

Na opinião do presidente do Sen-ge-PR, este é um fator que poderá refletir em perdas futuras do quadro técnico da Companhia. “Entende-mos que os direitos previstos na lei federal devam ser mantidos para que não haja perdas ao longo da carrei-ra. Porém, esta é uma bandeira que seguiremos defendendo, já que a Jus-tiça já reconhece a importância do

piso ao estabelecê-lo como salário de ingresso dos engenheiros”.

O quadro de engenheiros da Co-hapar é hoje de 86 profissionais. Des-tes, 42 recebem salários de R$ 4.865,00 ainda bem abaixo do piso. São valores próximo do que deveria ser pago já em 2011, se a empresa cumprisse o que prevê a legislação do SMP.

Para Bittencourt, o não pagamen-to do piso por parte da Companhia de Habitação do Paraná é uma com-provação de que o atual governo não tem compromisso com o reforço dos quadros técnicos do setor público.

Ilegalidades – Em fevereiro deste ano, sentença da mesma Justiça do Trabalho obrigou a Cohapar a exonerar comissionados contratados sem previsão legal. A decisão se deu com base em reclamatória trabalhista feita pelo Ministério Público a partir de representação do Senge de setembro de 2011. Já no ano pas-sado, o MP havia recomendado à Cohapar a extinção de 45 cargos criados sem respaldo legal, sem prévia aprovação em concurso ou declarados em lei específica de nomeação, conforme preconizam as regras às quais estão sujeitas empresas prestadoras de serviços públicos.

Mesmo assim, o governo do Paraná conseguiu aprovar na Assembleia Legislativa, em maio passado, projeto de lei que legalizou a contratação dos comissionados. “O desmantelamento dos quadros técnicos do setor público estadual é uma rea-lidade no Paraná. Além da Cohapar, por exemplo, há o caso do Emater, em que profissionais aprovados em concurso aguardam há mais de dois anos a assinatura do decreto de nomeação por parte do governador. Esse descaso tem reflexo di-reto na piora dos serviços públicos essenciais prestados à população paranaense”, afirma o presidente do Senge-PR, Carlos Roberto Bittencourt.

Na Cohapar, dos 86 engenheiros, cerca de 50% recebem menos que o piso

Senge-PR