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PG 3 JORNAL DO SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DO TERCEIRO GRAU PÚBLICO DE CURITIBA, REGIÃO METROPOLITANA E LITORAL DO ESTADO DO PARANÁ JORNAL DO SINDITEST.PR LEIA MAIS NAS PÁGINAS 3 E 7 Enquanto a presidente Dilma enaltece o microscópico aumento na renda da população, os servidores federais sofrem perdas salariais ano após ano. A desvalorização é geral. Não há uma categoria que esteja contente com este governo. Após privatizar Desvalorização atinge todos os servidores federais Greve unificada é nossa única alternativa As dívidas herdadas e a prestação de contas dos três primeiros meses da gestão Mudando o Rumo dos Ventos. Páginas 14 e 15 Colocando a casa em ordem Gestão MUDANDO O RUMO DOS VENTOS alternativa a não ser um movimento grevista geral, com a participação de todas as categorias do funcionalismo público. Acompanhe nesta edição como vão as coisas os hospitais universitários através da EBSERH, e a aposentadoria dos servidores com o Funpresp, a presidente acaba de aprovar a MP-568/12, que reduz os salários dos médicos e os adicionais de insalubidade. Não nos resta outra nos locais de trabalho, conheça os itens da campanha salarial 2012/2013 elaborada em conjunto pelas instituições que representam os servidores federais. Envelopamento fechado pode ser aberto pela ECT EDIÇÃO 02 - ANO 20 MAIO/JUNHO de 2012 Mudou-se Falecido Ausente Desconhecido Não procurado Recusado CEP errado End. Insuficiente Não existe o nº indicado Inf. Porteiro / sindico Outros Reintegrado ao seviço postal em: / / Responsável: Impresso Especial 3600173954/2008/DR/PR SINDITEST-PR CORREIOS DEVOLUÇÃO GARANTIDA CORREIOS I

Jornal do Sinditest-PR

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Maio de 2012

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3JORNAL DO SiNDicAtO DOS tRAbALhADOReS em eDucAçãO DO teRceiRO GRAu PúbLicO De cuRitibA, ReGiãO metROPOLitANA e LitORAL DO eStADO DO PARANáJORNAL

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LEIA MAIS NAS PÁGINAS 3 E 7

Enquanto a presidente Dilma enaltece o microscópico aumento na renda da população, os servidores federais sofrem perdas salariais ano após ano.A desvalorização é geral. Não há uma categoriaque esteja contente com este governo.Após privatizar

Desvalorização atinge todos os servidores federais

Greve unificada é nossa única alternativa

As dívidas herdadas e a prestação de contas dos três primeiros meses da gestão Mudando o Rumo dos Ventos. Páginas 14 e 15Colocando a casa em ordem

Gestão MuDANDoo RuMo DoS VENtoS

alternativa a não ser um movimento grevista geral, com a participação de todas as categorias do funcionalismopúblico. Acompanhenesta ediçãocomo vãoas coisas

os hospitais universitários através da EBSERH, e a aposentadoria dos servidores com o Funpresp, a presidente acaba de aprovar a MP-568/12, que reduz os salários dos médicos e os adicionais de insalubidade. Não nos resta outra

nos locais de trabalho, conheça os itens da campanhasalarial 2012/2013 elaboradaem conjunto pelas instituições

que representam os servidores federais.

Envelopamento fechado pode ser aberto pela ECT

EDIÇÃO 02 - ANO 20

mAIO/juNhO de 2012

Mudou-se FalecidoAusente DesconhecidoNão procurado RecusadoCEP erradoEnd. InsuficienteNão existe o nº indicadoInf. Porteiro / sindicoOutros

Reintegrado ao seviço postal em: / / Responsável:

ImpressoEspecial

3600173954/2008/DR/PRSINDITEST-PR

CORREIOS

DEVOLUÇÃOGARANTIDA

CORREIOS

I

EDItoRIAL

Na

universidade,

no hospital,

a vida do

trabalhador

está mais

difícil...

2

O dia a dia no SINDITEST-PR tem mostrado a esta dire-ção que os trabalhadores da UFPR, UTFPR, IFPR e da UNI-LA têm motivos de sobra para paralisar, gritar e lutar por mu-danças nas condições e rela-ções de trabalho. São crescen-tes os relatos e queixas sobre desmandos da administração, dos chefes, e até dos colegas que transformam a jornada di-ária de trabalho num pesadelo.

Violência no trabalho - As-sédio moral, desrespeito, mo-vimentação à revelia do servi-dor, sindicância, acidentes de trabalho, constrangimentos... parecem situações individuais. parecem situações individuais, mas revelam estruturas cente-nárias, e outras ainda “prema-turas”, que operam a lógica da inferiorização do trabalhador e do seu trabalho.

O que dizer de uma univer-sidade que assiste ao adoeci-mento de inúmeros trabalhado-res, que recebe a cada dia um novo pedido de transferência de setor, e nada faz pra mudar esse quadro?

Insalubridade - Sete me-ses após assinatura do acordo de greve 2011, a UFPR ainda não regularizou a situação da concessão do adicional de in-salubridade e ainda desconta retroativamente o adicional de quem recebe. Por que a ausên-cia do laudo, que é de respon-sabilidade da Administração, penaliza apenas o trabalhador?

E o que dizer de uma Admi-nistração que recorre sistemati-camente contra uma sentença judicial favorável aos trabalha-dores, não reconhecendo as-sim, na prática, a legitimidade do pagamento dos adicionais de insalubridade e radiação ionizante aos trabalhadores do Raio-X?

Buscamos o caminho admi-nistrativo. De nada adiantou! Trilhamos o caminho judicial e também não obtivemos resul-tado. De novo, o governo e a Reitoria empurram à greve!

30 horas, sim!Ponto eletrônico, não!

JORNAL DOSINDITEST.pR

Na UFPR, uma resolução que ainda precisa ser melhora-da para contemplar todos os servidores também impõe um controle que, além de não resolver, aprofunda a opressão no trabalho. A Reitoria precisa fazer valer o acordo de greve que assinou, e os trabalhadores precisam concretizar a jornada de 30 horas no seu setor. Já na UTFPR, IFPR, UNILA, a ba-talha pelas 30 horas está só começando.

Esses são alguns dos desafios colocados diariamente para a nossa gestão e encarados com dedicação por esta direção sindical. Quem atenta contra a dignidade do traba-lhador merece uma resposta: organização e luta!

EDIção 02 - ANo 20 - MAIo/JuNHo DE 2012

O Jornal do SINDITEST-pR é uma publicação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro GrauPúblico de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná. Avenida Agostinho Leão Junior, 177 – Alto da Glória – Curitiba – ParanáTelefone: (41) 3362-7373 – Fax: (41) 3363-6162 – www.sinditest.org.br – [email protected]

Colaboradores: Ana Paula Cunha Coelho, Bernardo Pilotto, Carla Cobalchini, Cristiane Andrade, Giuliano Monn, Judit Gomes, Márcio Palmares eSelma Lamas. Jornalista Responsável: Carla Cobalchini. DRT/PR 7147. Projeto Gráfico e Diagramação: Excelência Comunicação - fone: (41) 8802-4450 – Tiragem: 5.000 mil exemplares. Grafica: Mega Impressão Grafica e Editora - fone: 3598.1113 e 9926.1113. É permitida a reprodução com a citação da fonte.

ExPEDIENtE Maio/Junho de 2012

Gestão MuDANDo

o RuMo DoS

VENtoSwww.sinditest.org.br twitter.com/sinditestpr [email protected]

3JORNAL DOSINDITEST.pR

Mais um capítulo da novela sem fim: INSALUBRIDADE

INSALuBRIDADE

“sou servidor do hC lotado no Pronto atendimento

e movimentado para a UTi Cardíaca. apesar

de ambos os setores serem insalubres, perdi o

adicional que representava 20% do meu salário

e ainda tenho que devolver o adicional de

insalubridade recebido nos últimos três meses.”

A situação absurda acima relatada é real para vários tra-balhadores do HC e de outros setores da UFPR. Além de per-derem o adicional de insalubri-dade, esses trabalhadores têm de devolver o adicional recebido enquanto aguardam novo laudo da SESAO – Serviço de Saúde Ocupacional da UFPR.

Isso acontece porque o tra-balhador perde o adicional a partir da data em que é assi-nada a portaria de movimen-tação. Porém, o processo que ordena o desconto retroativo do adicional chega muito antes do processo que traz o novo lau-do técnico de insalubridade. Em alguns casos, auxiliares de enfermagem chegam a ter uma redução de R$ 600,00 por mês no salário até que a situa-ção seja regularizada. Há ainda casos, como exemplo, em que dois servidores trabalham em um setor insalubre realizando as mesmas tarefas e receben-do percentuais diferentes. Pior, trabalhadores em locais insalu-bres sem receber nenhum per-centual, pois aguardam o laudo que demora muito e muito tem-po para ser elaborado.

Na audiência com o SINDI-TEST, em 5 de abril último, o reitor Zaki Akel e a pró-reitora Larissa Born assumiram o com-promisso de suspender todos os descontos retroativos até a emissão de novo laudo para concessão do adicional de in-salubridade. Mas esse compro-misso está sendo descumprido: vários trabalhadores tiveram descontos nas suas folhas de pagamento dos meses de maio e junho.

adicional de insalubridade = direito?

As polêmicas em torno des-

te assunto se deram a partir da publicação da Orientação Normativa (ON) Nº 2 do MPOG/SRH, de 19/02/2010, e sua aplicação por parte da Reito-ria e Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas da UFPR.

Esta normativa retira direitos dos trabalhadores e fere uma série de legislações, normati-vas e resoluções vigentes. Além dos prejuízos contidos no texto da ON 02, a UFPR e o governo conseguiram piorar a situação ao cortar o adicional de insa-lubridade de servidores que se afastaram em licença saúde ou licença maternidade. Esse cor-te é ilegal!

Mais um exemplo desse desrespeito ao trabalhador é o caso dos técnicos em ra-diologia. Pela lei do exercício profissional dos trabalhadores de raios-X, eles têm direito a receber os percentuais de insa-lubridade e radiação ionizante, mas tiveram de entrar na jus-tiça para ter esse direito reco-nhecido. A reitoria discursa a favor dos trabalhadores, mas a UFPR recorreu da decisão judi-cial que, no momento, tramita no STJ.

os sindicatos e os trabalhadores não desistem

O Fórum de Saúde do Tra-balhador — constituído pelo SINDITEST/PR, APUFPR e SE-SAO — tem o entendimento de que a ON Nº 2 não contempla

os trabalhadores e não serve como parâmetro para aplicar a concessão dos adicionais de insalubridade, periculosidade e radiação ionizante. Diante dis-so, este Fórum formulou uma proposta de alteração da ON nº 02 para ser votada no Conselho Universitário (COUN), conside-rando a autonomia universitária prevista na Constituição. A pro-posição já foi encaminhada ao COUN dia 18 de abril e aguarda o agendamento de uma sessão específica para apreciação e votação. (A proposta pode ser consultada no site do Sindi-test).

mais um ataque do governo aos servidores públicos federais

Em 11 de maio, a presi-

dente Dilma Rousseff aprovou, através de medida provisória, restrições que figuravam na lei orçamentária anual de 2011 como o PL 2203, agora trans-formadas em MP 568/2012. A MP foi publicada no Diário Ofi-cial da União em 14 de maio. Ela mutila o PCCTAE, não traz benefícios e afeta gravemente os técnicos administrativos em educação das universidades fe-derais.

A MP 568/2012 mutila o PCCTAE, não traz benefí-cios e afeta gravemente os técnicos administra-tivos em educação das universidades federais.

De acordo com o art.86 da medida provisória, que revoga o art.12 da lei Nº 8270/91 e altera a redação do art.68 da lei Nº 8112/90, os referidos adicionais passarão de per-centual do salário base (5%, 10% ou 20%) a valores fixos de R$100,00, R$180,00 e R$260,00 para insalubridade e R$180,00 para periculosidade, a justificativa para a redução é que trabalhadores de nível de apoio, médio e superior devem receber o mesmo valor, pois estão submetidos aos mesmos riscos, o problema é que o go-verno nivela tudo por baixo, re-tirando direitos.

Como a Constituição não permite redução de salários ou vencimentos, a medida tenta compensar as perdas ao criar a Vantagem Pessoal Nominal Identificada (VPNI), que cor-responde à diferença entre os salários anteriores e a nova ta-bela. No entanto, a VPNI terá valor fixo e dele serão des-contados reajustes regulares e adicionais de progressão, afetando inclusive aposenta-dos e pensionistas, e também absorverá os adicionais de in-salubridade e periculosidade da categoria.

Importante esclarecer que diante da posição firmada pelo Supremo Tribunal Federal de que servidor público não tem direito adquirido a regime jurí-dico, será muito difícil reverter tal situação caso as alterações sejam convertidas em lei.

EDIção 02 - ANo 20 - MAIo/JuNHo DE 2012

Por Giuliano Monn

E o Brasil, como vai?

4 JORNAL DOSINDITEST.pR

No dia 3 de maio, o Jornal Nacional concluiu sua série especial de reportagens sobre os dados do Censo 2010, do IBGE, cujos resultados foram divulgados oficialmente no final de abril.

A reportagem, focada na renda e nas condições de tra-balho no país, procura trans-mitir a impressão de que tudo vai bem no Brasil. As pessoas vivem cada vez melhor, as de-sigualdades diminuem, os salá-rios aumentam, principalmente o das mulheres! De acordo com a Rede Globo e com o governo, o Brasil vai muito bem, obriga-do!

Olhando para o nosso pró-prio bolso, porém, sabemos que as coisas não são bem assim... A própria reportagem acaba mostrando, sem querer, a dura realidade por trás dos números.

A primeira entrevistada é Catarina Pereira, uma aposen-tada de 57 anos, que retorna ao trabalho, agora numa fábri-ca de embalagens. Ela diz ao repórter que voltar a trabalhar

é uma maravilha! Bem, se os aposentados de nosso país ti-vessem rendimentos satisfató-rios, provavelmente não traba-lhariam depois de “pendurar as chuteiras”. Quem trabalhou a vida inteira, em tese, deveria querer descansar na aposenta-doria, cuidar dos filhos, dos ne-tos, viajar. É bem provável que Catarina Pereira tenha voltado ao trabalho por receber uma aposentadoria miserável, e não porque goste de permanecer 40 horas por semana dentro de uma fábrica.

A reportagem continua mos-trando o crescimento do mer-cado de trabalho formal. Atual-mente, de acordo com o IBGE, 60% das pessoas que estão empregadas possuem registro em carteira. O repórter não dei-xa de mencionar também o per-centual de trabalhadores em-pregados, o chamado “nível de ocupação”, que atingiu 53,3% da população (o maior índice da história!). Portanto, temos mais pessoas trabalhando, em comparação com o ano 2000. Nada mal! Faltou apenas dizer

que a maioria desses contratos de trabalho corresponde ao se-tor de serviços, onde a rotativi-dade é muito alta e os salários são baixíssimos.

Os terceirizados de todo o país têm registro em carteira, mas isso não quer dizer que recebam salários justos e que suas condições de trabalho se-jam dignas. Podemos confirmar isso olhando a própria UFPR e o Hospital de Clínicas. O au-mento da terceirização produz um contingente enorme de tra-balhadores mal remunerados e

superexplorados. Isso aumenta a estatística do emprego for-mal, mas não modifica a dura realidade dos trabalhadores.

A parte mais estranha da reportagem é o momento em que o repórter diz, cheio de en-tusiasmo:

— Emprego melhor, renda maior. O censo mostrou brasi-leiros com mais dinheiro no bol-so. Em uma década, o salário médio teve ganho real de 5,5%. O rendimento médio mensal foi de R$ 1.275, em 2000, e R$ 1.345, em 2010.

o Brasil real é bem diferente do Brasil mostrado na tV

EDIção 02 - ANo 20 - MAIo/JuNHo DE 2012

Por Márcio Palmares

Composição do Produto Interno Bruto pela ótica da despesa Brasil 2003-2008 (em%)

Rendimento médio nominal(1) mensal de todos os trabalhos, segundo sexo e cor/raça. Brasil 2006 e 2009 (em R$)

5JORNAL DOSINDITEST.pR

Emprego melhor? Como assim? Renda maior? Maior quanto? Em dez anos o ga-nho real foi de apenas 5,5%! Ao longo de toda a década os trabalhadores tiveram um aumento real de apenas R$ 70,00 nos seus salários!

Neste ponto, aparece o eco-nomista José Álvaro Cardoso, do DIEESE de Santa Catarina. Ele afirma que o crescimento real do salário médio foi muito inferior ao crescimento do PIB no período, e que, portanto, o ganho obtido pelos trabalhado-res foi muito baixo. Isso é ver-dade.

A realidade – Esses dados revelam que há uma política persistente, que já dura mais de dez anos em nosso país, de arrocho salarial para os traba-lhadores. Essa informação apa-rece claramente num indicador econômico sobre a composição do PIB, em que vemos o “Con-sumo das famílias” diminuir lentamente no Brasil pelo me-nos desde 2003, em decorrên-cia do arrocho salarial. Confira na tabela ao lado.

Observe também, na Tabe-la 1, que nem todo mundo sai perdendo com essa situação de arrocho salarial. Os capita-listas estão ganhando muito dinheiro, pois os investimentos em máquinas e equipamentos, construção civil e novas áreas de cultivo permanente (forma-ção bruta de capital fixo) estão crescendo significativamen-te desde 2003, e alcançaram um valor expressivo em 2008 (19,1% do PIB).

O delírio da Rede Globo al-cança o ápice quando se trata da questão das mulheres no mercado de trabalho. Come-morando os progressos notá-veis no “país das maravilhas”, o repórter informa que o ganho médio real das mulheres foi maior do que o dos homens. Mas que pena, as mulheres ainda ganham menos do que eles — 26% a menos! Em se-guida, Ana Cristina Pereira, que está grávida e trabalha como gari, é entrevistada. Ela afirma que não deseja que sua filha re-ceba, no futuro, menos do que

um homem para desempenhar a mesma função. Ainda segun-do Ana Cristina, a empresa em que ela trabalha paga o mesmo para homens e mulheres! Que bacana!

Pois bem. É claro que a re-portagem não mostra o quadro completo das desigualdades de remuneração entre homens e mulheres, ou entre brancos e negros, pois isso seria uma afronta ao governo. Vejamos os dados mais reveladores.

O Gráfico 1 abaixo mostra o valor nominal dos salários de todos os empregados em 2006 e em 2009, segundo sexo e cor/raça.

Racismo e machismo - A desigualdade é brutal. As mu-lheres, brancas ou negras, rece-bem menos do que os homens brancos. Os homens negros e

mulheres negras recebem me-nos do que as mulheres bran-cas. E, por fim, as mulheres negras recebem menos do que os homens negros. Essa desi-gualdade mostra o porquê de duas características essenciais do capitalismo: o racismo e o machismo — essas ideologias

asseguram lucros maiores para os patrões!

Em resumo, o Brasil real é bem diferente do Brasil mostra-do na TV.

É falsa, portanto, a impres-são de que a cada ano as coisas melhoram um pouquinho. Na verdade, acontece exatamen-te o contrário: a situação dos trabalhadores no Brasil piora a cada dia, em consequência da política econômica do governo, que privilegia os bancos e gran-des empresas, os especulado-res do mercado financeiro e as multinacionais do agronegócio.

Nos próximos anos, a classe trabalhadora brasileira deve-rá protagonizar grandes lutas, greves e mobilizações, tanto em defesa de suas conquistas e direitos mais elementares, quanto em defesa de trans-formações mais profundas na sociedade. Do contrário, a ten-dência para o rebaixamento das nossas condições de vida vai se agravar.

Anuário dos Trabalhadores 2010 -2011, publicado pelo DIEESE

Fonte: IBGE. Sistema de Contas Nacionais (nova base – ano de referência 2000). Elaboração: DIEESENota: (1) Instituições em fins lucrativos e serviços prestados às famílias

Anuário dos Trabalhadores 2010 -2011, publicado pelo DIEESE

Fonte: IBGE. Pnad. Elaboração: DIEESENota: (1) Valores de setembro de cada anoObs.: Negros = pretos e pardos; Não negros = brancos e amarelos

GRÁFICo 1

tABELA 1

EDIção 02 - ANo 20 - MAIo/JuNHo DE 2012

Item 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Consumo final 81,3 79,0 80,2 80,3 80,2 79,1

Consumo das famílias 60,7 58,5 58,9 58,9 58,7 57,8

Consumo das ISFLSF (1) 1,3 1,3 1,4 1,4 1,2 1,2

Consumo da administração pública 19,4 19,2 19,9 20,0 20,3 20,2

Formação bruta de capital 15,8 17,1 16,2 16,8 18,3 20,7

Formação bruta de capital fixo 15,3 16,1 15,9 16,4 17,4 19,1

Variação de estoques 0,5 1,0 0,3 0,3 0,9 1,6

Exportação de bens e serviços 15,0 16,4 15,1 14,4 13,4 13,7

(-) Importação de bens e serviços -12,1 -12,5 -11,5 -11,5 -11,8 -13,5

PRODUTO INTERNO BRUTO 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

1800

1600

1400

1200

1000

800

600

400

200

0Homens não negros Mulheres não negras Homens negros Mulheres negras

200920061534

10351001

602

399

538

O que são os Grupos de Trabalho?

Assédio é coisa séria!

Quem acompanha o site do SINDITEST já viu que sempre são anunciadas reuniões dos GTs ou Grupos de Trabalho. O que muita gente ainda não sabe é que estas reuniões são abertas e que todos e todas po-dem (e devem) participar.

A criação e organização de Grupos de Trabalho parte do pressuposto de que a direção sindical não acaba em si mes-ma e que para fazer um sindi-calismo democrático e com-bativo é preciso envolver mais pessoas nos debates que são colocados pela categoria no dia a dia do sindicato. A mul-tiplicidade de problemas que envolvem as relações de traba-lho é responsabilidade de todos nós. Os diretores do sindicato,

A psicóloga do Sinditest-PR, Mariângela König, realiza orientações sobre situações-problema no am-biente de trabalho, registra denúncias de assédio moral e encaminha as distintas reclamações trazidas pelos trabalhadores para o âmbito da ação do GT de Saúde do Trabalhador.

Atualmente, temos registrado muitos casos de as-

sédio moral, além de afastamentos do trabalho, que ocorrem por diversos motivos, como adoecimento, acidentes de trabalho, solicitações de movimentação não atendidas, arbitrariedades da administração, fal-ta de orientação ou até mesmo de um espaço para o trabalhador se manifestar.

É importante esclarecer que o atendimento com

uma profissional de psicologia, neste caso, não visa à psicoterapia, mas ao atendimento profissionalizado da Psicologia do Trabalho.

Se você está enfrentando problemas no seu local

de trabalho e precisa de ajuda, ligue e marque um horário. Venha conhecer esta oportunidade, venha ocupar o seu espaço.

GT Saúde do Trabalhador

sozinhos, não darão conta de conhecer todas as questões e problemas dos locais de traba-lho, tais como: assédio moral; movimentações impostas pela chefia; negativa para o servidor participar dos cursos de capaci-tação e qualificação entre tan-tos outros problemas que não se discutem de forma aberta na universidade.

É essencial que os traba-lhadores se envolvam nos GTs, participem das discussões e, desse modo, contribuam com as diretrizes política do sindica-to, indicando qual o caminho a ser trilhado para contemplar a vontade da categoria e não a da diretoria sindical. Os diretores são apenas uma parte da cate-goria que se dispôs a fazer algo

a mais, que é estar nos cargos da direção do SINDITEST.

Sabemos que o cotidiano dos trabalhadores é complexo e há impedimentos (falta de tem-po, dificuldades de liberação pelas chefias, questões pes-soais, cursos de qualificação, etc.) que dificultam a participa-ção em todas as atividades do sindicato. Por outro lado, são vários os colegas que se inte-ressam em contribuir com o sindicato em determinados te-mas, como Carreira, Educação, Aposentados, 30h, Saúde do Trabalhador.

Os Grupos de Trabalho pos-sibilitam a construção de um acúmulo maior sobre os mais diversos temas, acúmulo que

sindicato disponibiliza profissional especializado para pessoas que sofrem assédio no local de trabalho

só poderá vir com discussões ampliadas e qualificadas. Neste sentido, é fundamental que os/as técnico-administrativos(as) par tici pem desses espaços e, assim, fortaleçam a categoria na luta e manutenção dos di-reitos trabalhistas.

Divulgaremos neste espa-ço e no site do Sinditest os GTs que já existem, e estamos abertos para sugestões de no-vos GTs que a categoria julgar necessários.

Contamos com você, trabalhadores e trabalhadoras

da uFPR/utFPR/uNILA/IFPR/FuNPAR!

6 JORNAL DOSINDITEST.pREDIção 02 - ANo 20 - MAIo/JuNHo DE 2012

Greve à vista!

7

O ano mal começou e nós, servidores federais, sofremos duros ataques por parte do go-verno. A presidente Dilma Rous-seff sancionou a lei que criou a EBSERH, a empresa privada que vai “gerir” os Hospitais Univer-sitários (privatizando-os) e san-cionou também a lei que cria o Funpresp, um fundo privado de pensão, cuja finalidade será a de utilizar parte do dinheiro da aposentadoria dos trabalhadores que ingressarem no serviço pú-blico a partir de agora para espe-cular no mercado financeiro.

Não foram ataques isolados. Trata-se de uma política global de privatização dos serviços pú-

blicos. A mesma política que a presidente Dilma condenou quando era apenas candidata, mas já no cargo está implemen-tando. Exatamente como fez o PSDB durante os dois man-datos de Fernando Henrique Cardoso. Além de privatizar os HUs e nossas aposentadorias, o governo do PT já privatizou os Correios, a maior parte do pré-sal, os três maiores aeroportos do país e pretende iniciar agora uma rodada de privatizações de portos e rodovias.

Preparando o terreno - É claro que para entregar um ór-gão público para a iniciativa pri-

vada é preciso antes destruir a carreira dos seus servidores, ou ao menos arrochar os salários e reduzir direitos, pois os “investi-dores” não aceitam assumir um novo “empreendimento” em que os trabalhadores ganhem salários decentes, acima dos valores praticados na iniciativa privada. Por isso, no caso do Hospital de Clínicas, por exem-plo, o governo federal, com o auxílio da Reitoria, direção do HC e Progepe, está arrochan-do ao máximo os salários dos servidores, retirando conquistas como os adicionais de insalu-bridade, criando assim um pa-drão inferior de remunerações,

para que a EBSERH tenha mais facilidade para contratar seus novos empregados (celetistas) pelo valor de mercado, que é sempre o menor possível. E é por isso também que o gover-no não realiza mais concurso público: nossa carreira está em extinção. Nos últimos anos, fo-mos gradualmente substituídos por trabalhadores precarizados, por meio da terceirização ou da contratação via fundações como a Funpar. A EBSERH vai completar esse processo, insti-tuindo no HC o regime e o pa-drão de salários e condições de trabalho dos hospitais da inicia-tiva privada.

Como se vê, os motivos por trás da intransigência do go-verno federal frente à greve da nossa categoria, realizada no ano passado, que ultrapassou os 100 dias de duração, nada tinham a ver com “negocia-ção”. Na verdade, o governo não negociou conosco. Antes da deflagração da greve, ocor-reram 43 reuniões oficiais de “negociação” da Fasubra com o governo, mas nessas reuniões o governo apenas nos enrolava, não propunha nada de concre-to. A linha contrária ao reajuste para o serviço público federal já havia sido definida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e acatada pela presidente Dilma. Por isso, o Comando Nacional de Greve da Fasubra não foi recebido uma vez sequer pelo Ministério do Planejamento. Ao contrário, o governo ainda usou a Advocacia Geral da União – AGU - para entrar com ação no STJ pedindo a criminalização da greve.

O fato é que mesmo quem

negociou acabou traído pelo governo. Os professores, por exemplo, encerraram a greve após receberem uma proposta de reajuste de 4% (bem abai-xo da inflação). Mas nem isso o governo cumpriu, e agora os professores entraram em greve de novo.

Em outras palavras: ao con-trário do que afirmam os de-fensores do governo, não ob-tivemos reposição salarial no ano passado porque a política do governo era não reajustar os salários, para avançar na políti-ca de sucateamento e privatiza-ção das nossas universidades e hospitais.

Por que o governo conseguiu derrotar a greve da Fasubra?

Em parte devido à sua in-fluência política no interior da nossa federação. Vale destacar que a maioria dos diretores da Fasubra ainda é ligada a dois dos principais partidos que go-

Nada explica a política de reajuste zero do governo Dilma

GREVE E CAMPANHA SALARIAL

JORNAL DOSINDITEST.pR

vernam o país: PT e PCdoB. E também porque as demais ca-tegorias do serviço público fe-deral não aderiram à greve.

De todos para todos - Nes-te ano, mudando a linha que foi adotada no ano passado, a ideia é construir uma greve na-cional dos servidores públicos federais, para que o governo não consiga vencer cada cate-goria pelo desgaste e pelo iso-lamento. Por isso, iniciamos já em março uma Campanha Sa-larial Unificada, cujos primeiros passos foram o Ato Nacional em Brasília, no dia 28 de mar-ço, e a Paralisação Nacional realizada em 25 de abril, que obteve forte adesão de diversos

segmentos da UFPR.Mais de 30 entidades repre-

sentativas dos servidores pú-blicos federais acordaram uma pauta unificada de reivindica-ções, que vem sendo defendida nesses atos nacionais.

A seguir, apresentamos as reivindicações da campanha salarial unificada e também a pauta específica da nossa ca-tegoria. Vale lembrar que en-cerramos o Congresso da Fa-subra em estado de greve. O governo tem prazo até o dia 31 de maio para se manifes-tar acerca de nossas reivindi-cações. Do contrário, nós e as demais categorias entraremos em greve a partir do dia 11 de junho.

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EDIção 02 - ANo 20 - MAIo/JuNHo DE 2012

Conheça as reivindicações da campanha salarial 2012/2013

Em janeiro de 2012, 31 entidades nacionais,

representando as mais diversas categorias

de trabalhadores do serviço público federal,

(Universidades, iBGE, iNCra, iNss, iBama, Polícia

Federal, ministério do Trabalho etc.) se uniram em

torno de uma pauta comum de reivindicações para

a campanha salarial 2012/13

8 JORNAL DOSINDITEST.pR

que acontece na iniciativa pri-vada e no serviço público muni-cipal e estadual. Esse direito é muito importante, pois muitas vezes temos de fazer paralisa-ções e passeatas apenas pelo direito de sermos recebidos numa mesa de negociação.

Queremos, também, o direi-to pleno de greve. Tudo o que temos hoje, tudo o que con-quistamos foi porque nos or-ganizamos e nos utilizamos da principal arma que temos: a força de trabalho. Fizemos greves, nos organizamos e nos mobilizamos. Foram com essas manifestações que tivemos al-guns avanços.

Paridade entre ativose aposentados!

Em várias categorias, os apo-sentados receberam, ao longo dos últimos anos, aumentos e correções de tabela salarial me-nores do que para os servidores da ativa. Um aumento menor para os aposentados caracte-riza requintes de crueldade da gestão porque o custo de vida aumenta para todos. Por isso, defendemos a paridade entre

ativos e aposentados.

incorporação das gratificações!

Por muitos anos, os governos aumentaram os vencimentos dos trabalhadores por meio de política de gratificação, muitas delas ligadas a metas quantita-tivas. Essas gratificações favo-recem o assédio moral e pre-judicam os aposentados. Pior: esses abonos podem ser retira-dos a qualquer momento. Por isso, os servidores lutam pela incorporação das gratificações aos salários. Em 2001, os téc-

nico-administrativos em educa-ção, após 100 dias de greve, ganharam a incorporação da GAE aos salários.

aumento do auxílio alimentação e demais benefícios!

Assim como acontece com os salários, não há regras para re-ajuste do auxílio alimentação e dos demais benefícios. Por isso, os trabalhadores reivindi-cam aumento, especialmente para o Poder Executivo, que re-cebe cerca de metade do que recebe um trabalhador do Po-der Legislativo e/ou Judiciário.

Contra Projetos deLei que prejudicam o serviço público!

Ainda tramitam no Congresso Nacional diversos projetos de lei que atacam os serviços pú-blicos. São eles:PL 549/09 – institucionaliza o congelamento salarial por 10 anos. Foi rejeitado por duas co-missões de análise, mas conti-nua em tramitação.

PaUTa GEraL

reposição salarialde 22,08%!

Esse índice é resultado da soma da inflação do período de março de 2010 a março de 2012 com o crescimento do PIB no mesmo período. A soma de inflação com o PIB tem sido o método de reajuste do salá-rio mínimo usado pelo próprio governo federal. Portanto, os trabalhadores cobram coerên-cia do governo e pedem uma reposição salarial semelhante àquela recebida pelos trabalha-dores da iniciativa privada.

Segundo estudo das entidades, um aumento linear de 22,08% para todos os trabalhadores do serviço público federal causaria um impacto orçamentário anu-al de R$25 bi. Parece um va-lor alto, mas é bem abaixo do apoio dado aos industriais re-centemente pelo governo, que gerou um custo de R$60 bi.

Data base,negociação coletiva e direito de greve!

Todo ano é o mesmo sufoco: não há nenhuma garantia de que o governo federal irá rece-ber os trabalhadores para nego-ciação. Por isso, reivindicamos o direito à negociação coletiva e à data base, semelhante ao

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Por Bernardo Pilotto

9JORNAL DOSINDITEST.pR

PL 248/98 – estabelece a de-missão por baixo desempenho, sem definir o que é “baixo de-sempenho”, abrindo margem para perseguição política nos órgãos públicos.PL 92/07 – cria a Fundação Es-tatal de Direito Privado como modelo de gestão para o servi-ço público federal. Este modelo precariza as condições de tra-balho e é bastante semelhante ao da EBSERH.

Defesa do serviçopúblico de qualidade!

Os trabalhadores reivindicam maior investimento do governo federal nos serviços públicos, especialmente naqueles liga-dos à área social, como Pre-vidência, Saúde, Educação, Reforma Agrária, Cultura, entre outros. Bandeiras como 10% do PIB para a educação pública e abertura de concurso público estão nesse contexto.

Pauta específica da Fasubra

Piso de três salários míni-mos e STEP de 5%!Em 2004, quando negociamos a implantação do PCCTAE, ficou

combinado com o governo que chegaríamos ao patamar de um piso de três salários mínimos e também do STEP de 5%. Já se passaram oito anos e o salário inicial está cada vez mais lon-ge dos três salários mínimos, e nosso STEP foi aumentado de 3% para 3,6%. Por isso, conti-nuamos na luta por dignidade e para a correção das distor-ções entre os trabalhadores da União, pois ainda somos o piso e o teto salarial mais baixos do serviço público federal.

Correção do anexo iV!

O Anexo IV, que estabelece os percentuais de qualificação, carrega distorções. Só o nível de classificação é que tem acesso a percentuais até o doutorado. No nível D, os percentuais vão até o mestrado; no nível C, até a especialização e assim por diante. Defendemos que todos, independente de nível de clas-sificação, tenham acesso aos percentuais de qualificação até o doutorado.

racionalização!

Em nosso Plano de Carreira (PCCTAE) temos mais de 200 cargos, muitos com funções semelhantes, embora em níveis de classificação diferentes. A racionalização serve para fundir cargos que têm funções simi-lares e também para recuperar concursos para os cargos que hoje são considerados extintos.

reposicionamento dos aposentados

É preciso estender o reposicio-namento dos aposentados, já conquistado em algumas uni-versidades (como UFG, UFPR, UFSM e UFF), para todas as

universidades e barrar as ame-aças do governo sobre a cassa-ção daqueles que já conquista-ram esse direito.

O reposicionamento busca es-

tender aos aposentados direi-tos que foram garantidos aos servidores da ativa por conta da implementação do PCCTAE em 2004.

Democracia nas instituições de Ensino superior

Em pleno Século XXI, as univer-sidades e instituições de ensi-no superior ainda são espaços muito antidemocráticos. Em eleições para Reitor, só na rede dos IF’s é possível que técnico-administrativos sejam candida-tos.A luta por mais igualdade nas instituições, por paridade nas instâncias decisórias e por elei-

ções paritárias e diretas para eleição de reitores e/ou direto-res de hospital deve ser man-tida e pode estar na ordem do dia de nossas mobilizações.

Contra a EBsErh. Em defesa da autonomia!

A lei que instituiu a Empresa Brasileira de Serviços Hospi-talares (EBSERH) estabelece que cada Conselho Univer-sitário deve avaliar se a uni-versidade vai ou não aderir à empresa. Entendemos que no caso da UFPR, o COUN deve manter a posição da moção aprovada por unanimidade em 28 de abril de 2011, que re-jeitou a desvinculação do HC-UFPR e a mudança do modelo de gestão.

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Apresentamos abaixo alguns esclarecimentos legais pres-tados pela Assessoria Jurídica do SINDITEST-PR (Trindade & Arzeno) a respeito da implan-tação da jornada de trabalho semanal de 30 horas, confor-me prevista na Resolução nº 56/2011, do COUN/UFPR e que também está sendo de-batida na UTFPR.

1) Qual é jornada de trabalho estabelecida em lei para os servidores públicos federais?

R. A jornada de trabalho, nos termos da Lei 8.112/90, art. 19, é de no máximo 40 horas semanais, observados os limites mínimo e máximo de seis e oito horas diárias, respectivamente. Tal dispositivo não se aplica aos casos em que exista lei especial fixando jornada diferenciada.

2) Fazer a jornada de 30 ho-ras semanais no serviço pú-blico é ilegal?

R. Não. Uma vez que a lei fixa jornada semanal máxima de 40 horas, basta respeitar o limite mínimo de 6 horas diárias para que a lei seja cumprida, o que, se considerarmos de segunda à sexta, corresponde a trinta ho-ras semanais.

3) A UFPR pode estabelecer jornada reduzida de trabalho para os seus servidores?

R. Sim, desde que respeitados os limites legais e o dispos-to no artigo 3º do Decreto nº 1.590/95, com a redação dada pelo Decreto nº 4.836/2003, o qual estabelece que se ocorre-rem atividades contínuas por período igual ou superior a doze horas ininterruptas, em decor-rência de atendimento ao pú-blico ou trabalho noturno, po-derá o servidor ser autorizado a cumprir jornada de seis horas diárias e trinta semanais, sem intervalo para refeições.

4) Redução da Jornada para 30 horas acarretará redução dos vencimentos?

R. Não, pois a própria lei, ao estabelecer jornada de trabalho semanal máxima, dá margem para o cumprimento de jornada reduzida, sem prever redução nos vencimentos.

Depois de 5 meses da aprovação da Resolução 56/11 – COUN/UFPR, os téc-nico-administrativos ainda batalham pela implantação das 30 horas na UFPR. Ain-da somos vanguarda na con-quista de 30 horas em rela-ção a outras universidades e vários motivos explicam as dificuldades enfrentadas pe-los trabalhadores para ade-são a essa nova jornada:

1º) a UFPR é uma institui-ção conservadora, ainda pau-tada por profundas desigualda-des entre técnicos e docentes;

2º) conquistamos a jornada de 30 horas na última greve, mas a resolução aprovada no COUN (56/11) impôs o pon-to eletrônico e deixou margem para que alguns setores inviabi-lizassem a aplicação da jornada de seis horas diárias. Lembre-se: os docentes estão liberados do ponto eletrônico por lei, por-tanto, o ponto eletrônico não será para todos;

3º) chefias, dirigentes de vários setores e alguns pró-reitores continuam resistindo à implantação da nova jornada e criam obstáculos à adesão dos técnico-administrativos às 30 horas;

4º) oportunistas de plantão e parasitas de cargos plantam dúvidas e geram conflitos entre os técnico-administrativos, re-produzindo a política do patrão, que objetiva desunir para retro-ceder;

5º) o COUN é formado na sua maioria por docentes (70%) e é presidido pelo Reitor, que tem grande influência so-bre os seus membros. A Reso-lução 56/11 é resultado dessa correlação de forças.

É necessário dizer que, ape-sar de todas essas dificuldades, hoje os técnico-administrativos

da UFPR estão mais próximos da jornada de 30 horas do que estavam antes do movimento grevista de 2011. Queremos a implantação imediata das 30 horas para todos, por isso, pro-pomos alteração da resolução 56/11 – COUN, nos seguintes pontos:

a) Jornada de 30 horas para todos os técnico-administrati-vos da UFPR, já!

b) No art. 3º, os setores e unidades administrativas de-vem ser entendidos como se-tores acadêmicos (ex.: Setor de Educação, Tecnológicas, Li-toral, Palotina, Exatas, etc.) ou Pró-Reitorias (PROGRAD, PRO-EC, PRA, etc.);

c) Supressão do Parágrafo 1º, do Art. 1º, que trata das 40 horas para ocupantes de car-gos FG – função gratificada;

d) Supressão do Art. 5º, que trata do ponto eletrônico;

e) A Comissão criada pelo COUN, no Art. 10, deve fiscali-zar a implantação das 30 horas pelos setores e garantir esta jornada a todos os técnico-ad-ministrativos;

f) Os dirigentes dos setores que inviabilizarem a implanta-ção das 30 horas, ou o atendi-mento de quaisquer condições para a mesma, devem ser res-ponsabilizados por descumpri-mento de resolução do COUN.

Negociamos as 30 horas na greve de 2011 e não abrimos mão da implantação dessa jor-nada na UFPR. A Resolução 56/11 – COUN deve traduzir o pleno direito dos técnico-administrativos ao exercício da jornada de 30 horas semanais. O ponto eletrônico não é con-dição legal para a implantação desta jornada e deve ser trata-do de forma separada pela Ad-ministração da UFPR.

JORNAL DOSINDITEST.pR

30 horas: tem que ser agora, tem que ser pra todos!

30 horas é legal?5) Os servidores que conti-nuarem trabalhando 40 ho-ras semanais terão alguma vantagem remuneratória?

R. Não, pois estarão traba-lhando dentro da jornada le-galmente estabelecida pela Lei 8112/90.

6) Redução da Jornada para 30 horas reduz adicionais e auxílio-alimentação?

R. Não, pois a legislação que regulamenta o recebimento destes benefícios não estabe-lece nenhum tipo de redução para o caso de ser cumprida jornada de trabalho semanal inferior a 40 horas.

7) É verdade que reduzir a jornada para 30 horas inter-fere no tempo necessário para aposentadoria?

R. Não, uma vez que a aposen-tadoria do servidor público se dá por tempo de contribuição, não havendo nenhuma relação com a jornada de trabalho de-sempenhada.

8) Como fica a redução da jornada para ocupantes de cargos FG e CD?

R. Não há nenhum impedi-mento legal para que o ocu-pante de FG ou CD também tenham redução em sua jor-nada de trabalho, nos termos do parágrafo 1º do artigo 19 da Lei 8.112. Todavia, a UFPR, na Resolução nº 56/2011 – COUN, art. 1º, parágrafo, es-tabeleceu que tais servidores terão jornada de trabalho de 40 horas semanais e oito ho-ras diárias. A única diferença que a Lei 8.112/90 estabelece para estes servidores, relativa-mente à jornada de trabalho, é que estão sujeitos a regime de integral dedicação ao serviço, podendo ser convocado sem-pre que houver interesse da Administração.

9) A Resolução Nº 56/11 - COUN pode ser revogada pelo Reitor?

R. Como a Resolução foi apro-vada pelo COUN, para que o Reitor a revogue primeiro preci-sa aprovar tal decisão no mes-mo Colegiado.

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Por Carla Cobalchini e Judith Gomes

Em meio a esse turbilhão de terceirizações e privatizações no serviço público, fico me perguntando se a população e até mesmo nossos gover-nantes lembram do significado e da importância do servidor público. É ele quem atende às demandas, geralmente em si-tuações delicadas, na vida do cidadão. E é ele também quem transmite essas demandas e desenvolve mecanismos para o atendimento coletivo, inde-pendente de quem está no go-verno.

A sua estabilidade ser-ve para resguardar o país e a população dos desmandos (Marcio, tava de novo “man-dos e desmandos”) de seus dirigentes. O servidor é está-

O Sindicato recebeu ordem judicial para publicar um direi-to de resposta referente à uma publicação ocorrida na gestão anterior.

Cumprindo a decisão judi-cial, registramos:

“Por ordem do MM. Juízo da 20ª Vara Cível de Curitiba, nos Autos n.º 1350/2010, da Ação de Retratação, SIRLEI DO ROCIO ALVES HANCHUK, enfermeira da UDITRA, atribui NOTA ZERO ao SINDITEST-PR pela fal-sa acusação de assédio sobre os servidores da unidade, publicado no Boletim do Sindicato, Ano 19/n.º 1/abril/2010, fl. 2. Acusar é crime. De-fender-se, um DIREITO! Exercite-o!”

O papel do servidor público no exercício da cidadania

Direito de resposta

JORNAL DOSINDITEST.pR 11

O parágrafo 2º, do arti-go 34, da Resolução 65/09 – CEPE – garante que “todo curso (mestrado e doutorado) destinará 5% (cinco por cento) de suas vagas a servidores da UFPR”.

Entretanto, conhecemos muitos servidores da UFPR que comprometem sua renda em busca de qualificação, pagan-do valores altíssimos em cursos Stricto Sensu de faculdades pri-vadas. Ao mesmo tempo, sabe-

mos que nem todos os cursos de mestrado e doutorado pre-enchem a cota.

Nestes 100 anos de UFPR, chamamos os servidores a apre-sentar seus projetos de mestra-do e doutorado e a reivindicar a ocupação de todas as vagas. Dessa forma, podemos partici-par desse projeto de inclusão, com respeito e dignidade.

Nestes 100 anos de

UFPR, nossa luta também é pela efetivação do direi-to aos 5% das vagas dos cursos de Mestrado e Dou-torado para o servidor téc-nico-administrativo desta Uni versidade!

resolução garanteaprimoramento profissional

Por Cristiane Andrade

vel para evitar que ocorra, a cada eleição, uma quebra no atendimento à população e, também, para que não fique vulnerável a quaisquer formas de pressão para atendimentos “prioritários” não previstos ou mudanças profundas no me-canismo de atendimento que favoreçam esse ou àquele ci-dadão.

O servidor público tem acesso a informações estra-tégicas da população e gere esse conteúdo com cuidado e respeito, pois além de estar ciente de sua responsabilida-de, deve seguir os princípios de nossa Carta Magna, sob pena de responsabilização pessoal. O que demanda pes-soas capazes, responsáveis e críticas no fazer cotidiano de suas atividades. Esse é o perfil do servidor público e estas são as pessoas que es-

tão sendo desvalorizadas pelo governo quando precariza sua atuação com:

• baixos salários • más condições de trabalho • adesão à lógica de privatiza-ção do serviço público.

O servidor está ciente de que quem paga seu salário é o povo, mas e uma empresa escolhida por um governante? Reduzindo a atuação do servi-dor e prosseguindo com esta lógica de privatização, esta-mos tirando o foco da popula-ção e passando à pessoalida-de – contrariando os princípios básicos do Estado, descritos na Constituição.

Quantas vezes já não vi-mos esta mesma história? O governo deixa de lado uma estrada, arruma os buracos, e aí entrega essa estrada à

iniciativa privada para que a empresa explore o pedágio. É o que está sendo feito há anos com o serviço público. Temos um índice baixíssimo de servidores por habitante. Isso torna deficiente o aten-dimento à população. Depois de estar à beira do colapso, com os servidores adoecidos, com situações de trabalho extremamente precarizadas e baixos salários, o governo pro-põe a terceirização através de empresas privadas.

O servidor é prejudicado nesse processo, mas quem paga a conta é a população, da qual todos fazemos parte. Precisamos lutar contra isso e entender o nosso papel como servidor e cidadão, exigindo mais respeito pelo papel fun-damental que exercemos no atendimento das demandas públicas.

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mestrado edoutorado.Você pode!

e devemos, por quaisquer mo-tivos, aceitar

como real que o compor-tamento de uma pessoa possa ser atribuído aos seus conflitos internos, às suas insuficiências (reais ou imaginárias), é uma contradição ne-gar que as pessoas com as quais ela se relacio-na também não tenham conflitos, insuficiências (reais ou imaginárias). O encontro entre um e ou-tro é sempre conflituoso e negar o conflito não o faz desaparecer (Ble-ger).

Desse modo, ao con-siderar os conflitos existentes nas relações de trabalho, que primam pelo caráter hierárqui-co – há superioridade e inferio-ridade hierárquica no mundo do trabalho – há que se pensar de maneira especular nesse(s) outro(s) que é par nas rela-ções intersubjetivas, ou então, não estamos falando de uma relação, já que uma relação sempre supõe dois. Ou seja, quando afirmamos que alguém é “insuficiente” numa relação, não é possível ignorar que o ou-tro com o qual se relaciona te-nha também responsabilidade nesse encontro, que seja partí-cipe. Para tanto, não podemos pensar um sujeito que denun-cia situações de assédio moral simplesmente como alguém de imaginação suscetível ou um paranóico. Isso seria reduzir o sujeito a si mesmo e destacá-lo do mundo, impondo-lhe um rótulo culpabilizante, pois nada existe por si só. Existimos num mundo e nele se dão todas as nossas experiências. O ser hu-mano é agressivo e violento, “um ‘animal louco’ antes de ser socializado pela linguagem, antes que um ego estruturado e um superego suscitem a to-mada de consciência de uma

SOBRE O ASSÉDIO MORAL:AS RESpONSABILIDADES

Por Selma M. Lamas

realidade impondo limites a seus desejos e à ilusão arcaica infantil, do poder total.” (AN-SART-DOURTEN, 2007, p. 90).

Desse modo, como o as-sédio moral não se dá apenas entre as pessoas, mas também como modo de operar no caso de uma instituição, é necessá-rio refletir sobre a responsabili-dade da instituição através da atuação dos gestores: sua pos-tura em relação à violência nas relações de trabalho.

As relações de trabalho fundam-se numa desigualdade hierárquica, na qual predomi-na o jogo da competição, que é aceito como instrumento de defesa na luta contra o aniqui-lamento da diferenciação dos indivíduos, reduzidos que são ao seu valor mercantil ou de troca. Nesse jogo de competi-ção a pessoa que se destaca ou recusa o jogo é considera-da incômoda, e, geralmente, é alvo de desprezo e humilhação por parte de pessoas em par-ticular, ou por parte da insti-tuição como um todo, quando essa não toma providências no sentido de cessar o ato.

Os atos de desprezo e hu-milhação podem ter um ca-ráter franco e aberto e/ou um caráter velado. Tal caráter de-

do terror infundido:• ou a agressividade

e o ódio são reprimidos e se voltam contra o eu, identificando-se o indivíduo com o agres-sor – ex.: doenças (“psicossomáticas”), depressão, alcoolismo, surto psicótico, suicí-dio;

• ou a agressividade e o ódio são liberados e voltados para fora numa explosão violenta – contra as pessoas do entorno de convivência (familiares e colegas de trabalho), ou aquele tido como o agressor; ex.: profs que mataram

colegas).Quaisquer destas respostas

são satisfatórias para aquele que assedia, pois em ambas as formas o sujeito levará um rótulo: de “louco”, desequili-brado, paciente psiquiátrico no primeiro caso; ou de crimino-so, monstro, no segundo caso. As duas respostas possíveis serão ainda legitimadas pela sociedade: se doente, pela psiquiatria; se criminoso pelo direito (justiça) – quando não pelas duas concomitantemen-te, razão de ser dos manicô-mios judiciários.

A “passividade” da institui-ção em relação às várias for-mas de violência nas relações de trabalho, ou concorda ou nega a violência, colaborando ativamente para o incremento e a perpetuação da situação. De fato não há nada de passi-vo nisso, pois a instituição está se pareando ao perpetrador da violência. Trata-se não de simplesmente ter uma postura passiva, mas de omissão pe-rante àqueles que a instituição congrega, ou seja, das institui-ções não cumprirem aquilo a que vieram: proteger, diminuir o estado de desamparo da nossa condição humana.

pende, além de outros fatores, também do nível de perigo real ou imaginário que a pessoa re-presenta para o outro – pessoa ou instituição –, no sentido de “tomar” seu lugar, ou seja, ven-cer o jogo da competição, ser reconhecido como melhor, ani-quilando o outro, o inimigo.

As ações se darão, então, no sentido de descartar, ex-cluir ou marginalizar a pes-soa incômoda através de:

• Observações que infe-riorizam;• Tolerância desprezível; Ausência de motivos reais;• Agressões veladas;• Falta de explicações francas;• Duplas mensagens;• Uso do aparelho buro-crático;cujo objetivo é inculpar a víti-ma, desestabilizá-la fazendo com que ela saia do “campo de batalha” – viva ou morta.

Assim, “a humilhação atinge o orgulho do sujeito enquanto ser racional, mas também atin-ge as origens afetivas de suas convicções.” (ANSART-DOUR-LEN, p. 91).

Resta ao sujeito então ape-nas duas possibilidades, diante

S

12 JORNAL DOSINDITEST.pREDIção 02 - ANo 20 - MAIo/JuNHo DE 2012

A equipe de enfermagem é aquela que está todo o dia com o doente, responsável pelo seu cuidado, recuperação e bem estar. Detentora de ciência, competência e responsabilida-de.

O profissional de enferma-gem é aquele que se preparou para trabalhar com o ser huma-no em seu estado mais crítico, mais sensível, mais necessita-do. É aquele que opta por se dedicar ao outro, e tem como objeto de seu trabalho os seus pares.

Arte? Doação? Vocação?Trabalhador! Ciência! Res-

ponsabilidade! Ética!Essa é a descrição da en-

fermagem. Pessoas que traba-lham duro, de dia e de noite, que garantem que todo aquele que tem dor vai ser medicado, todo aquele que está debilita-do vai ter suporte, todo aquele que está em recuperação será assistido.

Pessoas que passam bas-

Maio: mês do trabalhador da enfermagem

tante tempo cuidando de outros e dei-xam até mes-mo de cuidar de si e sua famí-lia para suprir es-calas de plantão e não deixar os doentes sem cuidado.

Pessoas que passam 90% do tempo de internamento com o doente e que são esquecidas nos agradecimentos. Pessoas que trabalham em jornadas de trabalho excessivas e são mal remuneradas.

Essa é a nossa enferma-gem!

Enfermagem que mata um leão por dia! Que apaga um incêndio por plantão. Enferma-gem do HC que além de cuidar do doente, contribui todos os dias para a formação de novos profissionais. Que realiza ações extremamente especializadas, maneja equipamentos de últi-ma geração com destreza e que improvisa quando falta algo.

Enfermagem que se enxer-ga enquanto protagonista des-se imenso hospital, que faz o acontecer, mas que nem sem-pre aparece.

No mês de maio, mês que se comemora a enferma-gem, nos perguntamos:

o QUEPoDEmos

ComE-morar?

• COMEMORAR que trabalhamos mais do que deveríamos?• COMEMORAR que ganhamos menos do que deveríamos?• COMEMORAR que todos os dias reduzem nosso campo de

atuação?• COMEMORAR que para sermos reconhecidos temos que

gritar? E bem alto?!• COMEMORAR que todos os dias adoecemos mais e mais

por causa do trabalho estressante?• COMEMORAR que cada vez mais sofremos com a retirada

de nossos direitos (insalubridade, aposentadoria integral)?• COMEMORAR a ameaça de privatização de nosso querido

hospital?

Com todo esse cenário, podemos escolher o mês de maio para além da comemoração. Podemos escolher esse mês — o mês da enfermagem, o mês desses trabalhadores tão essenciais — para LUTAR!

Assim, propomos que toda essa categoria junte-se ao Sinditest para lutar!

• LUTARpelaaprovaçãodoPL2.295/2000,queregulamenta a jornada de trabalho da categoria em 30h semanais.

• LUTARpelaaprovaçãodoPL4924/09,quepropõeum piso salarial digno para que se consiga viver com apenas um emprego e qualidade de vida.

• LUTARcontraoatomédicoquerestringecadavez mais a área de atuação da enfermagem.• LUTARcontraprojetosdeleiquenosroubemnossos

direitos.• LUTARparatercondiçãodetrabalhoequantitativode

pessoal suficiente.• LUTARpelamanutençãodoHCpúblicoecontraaEBSERH.

Dessa forma poderemos mudar o título do texto:Maio: mês do LUTADOR da enfermagem.

Por Ana Paula Cunha Coelho

13JORNAL DOSINDITEST.pR EDIção 02 - ANo 20 - MAIo/JuNHo DE 2012

14 JORNAL DOSINDITEST.pR

prestação de contas

De acordo com o compro-misso firmado em nossa carta-programa, apresentamos nesta edição a prestação de contas dos três primeiros meses da gestão Mudando o Rumo dos Ventos. Antes de passar aos dados, po-rém, precisamos mostrar a todos em que condições assumimos a direção do sindicato.

Dívidas e problemas deixados pela gestão anterior

“Fiz cagada. Peguei a bola

com a mão duas vezes, dentro da área, aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo”.

Foi com essas palavras que o

ex-presidente do sindicato, Wil-son Messias, se referiu ao último mês de sua gestão, na primeira assembleia geral da categoria re-alizada neste ano. A declaração está gravada e está no sindicato à disposição de quem quiser con-ferir.

A gestão anterior, comandada por Antônio Néris e Wilson Mes-sias, até agora não apresentou a prestação de contas. O prazo ven-ceu em 31 de março. A assesso-ria jurídica do sindicato entrará na justiça com uma Ação de Presta-ção de Contas, para que a gestão anterior assuma suas responsabi-lidades.

Encontramos o sindicato com muitos problemas e dívidas. Entre eles, destacamos os seguintes:

A dívida da piscina - Para es-

vaziar o caixa do sindicato e deixar a nova gestão com dificuldades,

o ex-presidente Wilson Messias comprou uma piscina para a sede de Shangrilá, em dezembro, sem consultar a categoria, no valor de R$ 59 mil. Desse valor, pa-gou apenas R$ 16 mil, deixan-do o restante, R$ 43 mil, para a nova gestão pagar, na forma de cheques pré-datados para a em-presa que vendeu a piscina e fez a instalação. Fato curioso: o ex-tesoureiro Jonas sustou um dos cheques, no valor de R$ 11 mil, alegando em conversas informais que havia suspeita de superfa-turamento. Como resultado, a empresa responsável pela venda e instalação da piscina ameaçou várias vezes entrar na justiça con-tra o sindicato. Tivemos de assu-mir os juros decorrentes do atraso nos pagamentos.

Dívida com a Fasubra - Mos-

trando o seu descompromisso com a categoria, os ex-dirigentes Wilson Messias e Antônio Néris deixaram de pagar a Fasubra por cinco meses (de setembro a ja-neiro), acumulando uma dívida de R$ 30.117,67, que fomos obri-gados a parcelar em nove vezes.

Dívidas da reforma da Sede

Social - Para piorar a situação, descobrimos em abril que parte da reforma da Sede Social, reali-zada em 2010, não foi paga. Isso gerou uma dívida de R$ 30 mil com a empresa que fez a reforma. A empresa está recorrendo na justiça. Como consequência da irresponsabilidade no tratamento dessa questão, e apesar do alto custo das reformas, a instalação

elétrica ficou em péssimo estado. Durante um casamento realizado na Sede Social, em 2011, houve pane na parte elétrica, prejudi-cando as famílias envolvidas, que entraram com ação por danos morais contra o sindicato, no va-lor de R$ 20 mil. Assim, somando as dívidas da reforma com a ação por danos morais, herdamos da gestão anterior um “probleminha” de aproximadamente R$ 50 mil só na Sede Social.

MAIS DíVIDAS!

Há vários outros problemas, como uma dívida com a APUFPR, referente à organização das ativi-dades do Fórum dos Dirigidos, no valor de R$ 1.866,33, além de multas decorrentes de ações ju-diciais contra gestões anteriores, que até hoje não foram pagas.

O desdém manifestado publi-

camente pelo ex-presidente Wil-son Messias em relação a essas dívidas, e o próprio fato de sua gestão não ter realizado a presta-ção de contas são provas categó-ricas de que o sindicalismo pele-go e burocrático só traz prejuízos à categoria.

Vale lembrar que neste ano

convocamos uma Assembleia Geral para organizar a eleição do Conselho Fiscal 2012-2013 e nenhuma chapa se inscreveu. Optamos por não inscrever uma chapa ligada à atual gestão, pois entendemos que o Conselho Fis-cal deve ter autonomia em rela-ção à direção do sindicato. Por

DE JANEIRO A MARçOTrês meses de muita luta e mobilização!

Desde a posse da nova gestão já realizamos muitas atividades. De janeiro a março, o sindica-to esteve à frente da greve dos trabalhadores do setor de radio-logia do HC. Conduzimos a cam-panha salarial dos trabalhadores da Funpar, elaborando um Acor-do Coletivo muito superior aos anteriores. Realizamos ciclos de debates e palestras de formação sindical abertos à categoria e ini-ciamos uma série de transforma-ções na estrutura organizacional do sindicato, como, por exemplo, a substituição da assessoria jurí-dica, por meio de processo públi-co de seleção.

Avançamos também na orga-nização do sindicato no interior e no litoral, integrando os dele-gados e diretores eleitos às ativi-dades da gestão, o que demanda tempo, dedicação e também re-cursos para viagens.

Os reflexos dessas impor-tantes atividades aparecem na evolução dos gastos de janeiro a março, que apresentaremos a seguir. O investimento com mate-rial impresso, por exemplo, saltou de R$ 970,00 em janeiro para R$ 1.160,00 em fevereiro. Em março, o pagamento da gráfica alcança R$ 1.489,00. O mesmo se observa em relação às ativida-des políticas e sindicais.

Nas próximas edições de nosso jornal apresentaremos a prestação de contas dos meses de abril e maio, quando tivemos também atividades muito impor-tantes, como o Congresso da Fa-subra.

Esclarecemos, finalmente, que todos os dados aqui divulga-dos estão à disposição da cate-goria para consultas no sindicato.

motivos ainda desconhecidos, setores da categoria que se espe-cializaram em questionar apenas as finanças do sindicato também não inscreveram chapa, mostran-do que preferem o “denuncismo” nas assembleias e nos corredores do que o trabalho real de fiscaliza-ção das contas.

EDIção 02 - ANo 20 - MAIo/JuNHo DE 2012

15JORNAL DOSINDITEST.pR

ARRECADAÇÃO

Mensalidades UFPR R$ 101.951,20

Mensalidades UTFPR R$ 11.652,53

Mensalidades IFPR R$ 574,56

Mensalidades FUNPAR R$ 5.201,65

Mensalidades outros órgãos R$ 358,39

Convênios R$ 9.542,48

Depósitos Praia (diárias) R$ 4.122,10

Total R$ 133.402,91

DESPESAS COM ADMINISTRAÇÃO EMANUTENÇÃO DO PATRIMÔNIO

(Inclui as sedes recreativas, sede social e administrativa)

Telefone R$ 1.739,02

Telefone (parcela referente a janeiro) R$ 737,33

Luz R$ 2.782,70

Água R$ 2.605,20

Internet R$ 238,80

IPTU R$ 1.332,34

Seguro R$ 192,50

Taxas bancárias R$ 127,28

Despesas de manutenção da sede Itapoá R$ 151,42

Despesas de manutenção da sede Shangrilá (Pintor/gestão anterior)

R$ 2.300,00

Financiamento da sede de Shangrilá R$ 50.000,00

Manutenção da piscina de Shangrilá (gestão anterior) R$ 3.517,80

Vales Café da manhã (Shangrilá + Itapoá)

R$ 2.728,97

Total R$ 68.453,36

FOLHADEPAGAMENTOEGASTOSDASEDEADMINISTRATIVA

(Inclui todos os funcionários)

Salários/Férias/Vale transporte R$ 25.739,06

INSS/FGTS/PIS/IRRF/Darf CSRF/GPS R$ 5.080,81

Sistema de Informática (manutenção) R$ 3.080,00

Advogados Benkendorf (gestão anterior)

R$ 6.522,58

Assessoria Jurídica (Avanilson Araújo) R$ 2.426,30

Gastos gerais (material de expediente, padaria, fundode caixa, etc.)

R$ 1.929,49

Total R$ 44.778,24

ATIVIDADES/FORMAÇÃO SINDICAL/AÇÃO POLÍTICA

Gráfica R$ 1.160,00

Automóvel R$ 793,33

Jornais (assinaturas) R$ 207,90

Correios R$ 133,10

DIEESE R$ 541,13

Deslocamentos interior/litoral R$ 2.819,19

Hospedagem R$ 330,00

Devolução mensalidade R$ 145,80

Total R$ 6.130,45

RESUMO

Arrecadação R$ 133.402,91

Saldo em 31/01/2012 R$ 9.814,86

Despesas R$ 119.362,05

Saldo em 29/02/2012 R$ 23.855,72

ARRECADAÇÃO

Mensalidades UFPR R$ 102.090,92

Mensalidades UTFPR R$ 1 1.613,65

Mensalidades IFPR R$ 566,97

Mensalidades FUNPAR R$ 5.214,43

Mensalidades outros órgãos R$ 462,81

Mensalidades avulsas R$ 121,44

Convênios R$ 3.681,00

Depósitos Praia (diárias) R$ 3.480,00

Sede Social R$ 530,00

Total R$ 127.761,22

DESPESAS COM ADMINIS. E MANUT. DO PATRIMÔNIO

(Inclui as sedes recreativas, sede social e administrativa)

Telefone R$ 2.060,33

Luz R$ 2.265,97

Luz (parc. ref. a janeiro) R$ 953,27

Água R$ 1.562,91

Água (parc. ref. a janeiro) R$ 822,41

IPTU R$ 1.075,05

Internet R$ 234,85

Alarme R$ 191,41

Taxas bancárias R$ 107,93

Manutenção da piscina de Shangrilá (gestão anterior) R$ 2.248,60

Pagamento piscina Shangrilá (gestão anterior) R$ 23.212,00

Vales Café da manhã (Shangrilá + Itapoá) R$ 3.460,63

Manutenção sede social (eletricista, material elétrico) R$ 1.542,40

Desp. gerais de manut. sedes recreativas e social R$ 170,00

Total R$ 39.907,76

FOLHADEPAGAMENTOEGASTOSDASEDEADMINISTRATIVA

(Inclui todos os funcionários)

Salários/Férias/Vale transporte R$ 2 2.049,70

INSS/FGTS/PIS/IRRF/Darf CSRF R$ 6.939,67

Manutenção do sistema de informática R$ 1.290,00

Ass. Jurídica (Avanilson Araújo) R$ 2.235,81

Ministério da Fazenda R$ 1.300,58

Serviços Entrega R$ 88,00

Gastos gerais (mat. de exp., pad., fundo de caixa, etc.) R$ 2.785,52

Total R$ 36.689,28

ATIVIDADES/FORMAÇÃO SINDICAL/AÇÃO POLÍTICA/REPASSES

Gráfica R$ 1.489,00

Automóvel R$ 2.636,54

Jornais (assinaturas) R$ 726,86

Correios R$ 149,80

DIEESE R$ 563,98

Fasubra R$ 6.037,68

Fasubra (dívida gestão anterior) R$ 3.011,77

Ativ. na Unila (confec. de faixas) R$ 105,00

Reun. mensal dos aposentados R$ 280,00

Sem. Nac. da CNESF em Brasília (4 observadores) R$ 4.140,84

Sem. e Deb. sobre Estrat. para o Movimento Sindical R$ 11.353,96

Deslocamentos interior/litoral R$ 889,68

Assembleias no Paraná R$ 3.041,26

Subtotal R$ 34.426,37

Devolução mensalidade R$ 145,80

Total R$ 34.572,17

RESUMO

Arrecadação R$ 127.761,22

Saldo em 29/02/2012 R$ 23.855,72

Despesas R$ 111.169,21

Saldo em 29/03/2012 R$ 40.447,73

ARRECADAÇÃO

Mensalidades UFPR R$ 101.845,88

Mensalidades UTFPR R$ 11.634,27

Mensalidades IFPR R$ 563,00

Mensalidades FUNPAR R$ 5.206,98

Mensalidades outros órgãos R$ 325,89

Convênios R$ 4.365,00

Depósitos Praia (diárias) R$ 17.021,44

Total R$ 140.962,46

DESPESAS COM ADMINISTRAÇÃO EMANUTENÇÃO DO PATRIMÔNIO

(Inclui as sedes recreativas, sede social e administrativa)

Telefone R$ 1.842,93

Luz R$ 97,97

Água R$ 437,57

Internet R$ 234,85

Alarme e seguro R$ 367,58

Taxas bancárias R$ 220,86

Despesas de manutenção da sede Itapoá R$ 4.751,07

Financiamento da sede de Shangrilá R$ 50.000,00

Manutenção da piscina de Shangrilá (gestão anterior) R$ 3.711,50

Vales Café da manhã (Shangrilá + Itapoá) R$ 6.489,54

Despesas gerais sedes recreativas e social R$ 1.588,47

Total R$ 69.742,34

FOLHADEPAGAMENTOEGASTOSDA SEDE ADMINISTRATIVA

(Inclui todos os funcionários)

Salários/Férias/Vale transporte R$ 22.715,96

INSS/FGTS/PIS/IRRF/Darf CSRF R$ 12.174,45

Depósito judicial R$ 622,00

Advogados Benkendorf (gestão anterior) R$ 7.500,00

Advogados Paulo Cavalcante (gestão anterior)

R$ 6.107,00

Gastos gerais (material de expediente, padaria, fundo de caixa, etc.)

R$ 1.958,87

Total R$ 51.078,28

ATIVIDADES - FORMAÇÃO SINDICAL -AÇÃO POLÍTICA - REPASSES

Gráfica R$ 970,00

Automóvel R$ 225,00

Jornais (assinaturas) R$ 57,90

Correios R$ 128,70

DIEESE R$ 548,70

Deslocamentos interior/litoral R$ 1.604,47

Devolução mensalidade R$ 145,80

Repasse para a UTFPR (Seção Sindical) R$ 6.646,41

Total R$ 10.326,98

RESUMO

Arrecadação R$ 140.962,46

Despesas R$ 131.147,60

Saldo em 31/01/2012 R$ 9.814,86

JaNEiro DE 2012 FEVErEiro DE 2012 março DE 2012

EDIção 02 - ANo 20 - MAIo/JuNHo DE 2012

16 JORNAL DOSINDITEST.pR

O XXI CONFASUBRA (Con-gresso da Federação de Sin-dicatos de Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras) aconteceu de 11 a 15 de abril, em Poços de Cal-das (MG), com participação de 1.076 delegados das mais di-versas instituições de ensino su-perior do Brasil.

O clima no congresso era de tensão. Além de aprovar o pla-no de lutas da categoria, esse congresso deveria eleger uma nova diretoria para a federação. Por conta disso, os mais diver-sos grupos se reuniam nas 24 horas do dia, debatendo política e construindo propostas.

Mesmo com 12 teses ins-critas e vários coletivos o con-gresso se apresentava bastante polarizado. De um lado, as cor-rentes governistas, defensoras do governo Lula/Dilma (Tribo, CSD, CTB e outros) e do outro os agrupamentos de esquerda (Vamos à Luta, Base, PSLivre, Unidos para Lutar e outros) em toda a sua diversidade, mas com uma concordância: o go-verno do PT é um governo de enrolação, que não está do lado dos trabalhadores.

No meio de todos esses cole-tivos, correntes e agrupamentos políticos encontrava-se a dele-gação do Paraná. Mesmo tendo em sua composição alguns de-legados já alinhados com deter-minadas correntes, a maior par-te da delegação não compunha nenhum desses grupos, o que a tornava um grupo denominado “independentes”.

O fato de sermos “indepen-dentes” não nos tornava apo-líticos. Fruto de toda a movi-mentação da Greve de 2011, o alinhamento com as correntes de esquerda por parte desse grupo era bastante claro. Can-sados do descaso do governo durante todo esse período e percebendo a postura de mobi-lização do bloco de esquerda, a aproximação era inevitável.

XXI CONFASUBRA: derrota do governismo, vitória dos trabalhadores

BALANço Do CoNFASuBRA

Com todo esse cenário se desenhando, as conversas de corredor sobre a eleição da nova diretoria da Fasubra domi-navam a todos e o desejo de ver uma diretoria comprometi-da com a categoria e desatrela-da ao governo crescia cada vez mais. Para tanto, era necessá-rio que todas as correntes da oposição (do bloco de esquer-da) se unissem.

Mas e a diversidade? E as di-vergências? E as contradições? Como construir uma chapa uni-ficada da oposição com tantos pormenores?

Alguns acreditavam em tal união, outros estavam um pou-co receosos. Para os “indepen-dentes”, não unificar a esquer-da não fazia o menor sentido, afinal de contas o esforço todo era para derrotar a bancada go-vernista, para que esta não in-terferisse mais na construção da política da federação.

A maior parte da delegação do Paraná, comprometida com tal unificação (corroborada por um manifesto da Diretoria do SINDITEST) fazia todos os es-forços possíveis nesse sentido, promovendo reuniões conjuntas

entre todas as correntes da es-querda e pressionando para que a chapa unificada se concreti-zasse. Tais reuniões chamaram a atenção dos presentes no Con-gresso, o que acabou por agre-gar mais trabalhadores de outros estados.

Além da direção da federação, o plano de lutas da categoria era o foco central, pois a campanha salarial encontra-se pendente desde a greve do ano passado e muitos outros pontos precisavam ser debatidos.

Diante de toda a indignação da categoria por se sentir en-rolada na greve passada e nas tentativas de negociação desse ano, nem mesmo o bloco da base do governo (CUT/CTB) teve coragem de não embarcar num calendário de mobilizações com início imediato. Assim, o calen-dário de lutas para esse ano foi aprovado por aclamação.

Outro ponto alto era a pro-posta de refiliação à CUT, a qual foi rejeitada veementemente pelos congressistas, pelo enten-dimento que essa central tem feito uma blindagem do governo em detrimento dos interesses da categoria.

No final, a chapa unificada da esquerda se concretizou. Além de ser a chapa mais vota-da do Congresso, garantiu duas das três coordenações gerais na diretoria e foi protagonista do evento, garantindo inúmeros encaminhamentos importan-tes.

Final feliz para a catego-ria que ansiava por uma di-reção que lutasse de fato pelos interesses dos traba-lhadores. Final feliz para a maioria dos delegados do Paraná, que mostraram que é possível fazer a diferença. Início da história para esse grupo que apresenta inúme-ras diversidades, mas que tem um único objetivo: cons-truir uma Fasubra autônoma, democrática e de lutas!

EDIção 02 - ANo 20 - MAIo/JuNHo DE 2012

Por Ana Paula Cunha Coelho