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JORNAL DOS E SPORTE S RIO BRANCO - ACRE - ANO I - Nº 4 - 7 A 13 JULHO DE 2009 - EM BREVE: WWW.JDOSESPORTES.COM Rio Branco goleia na abertura do Infantil Competição organizada pelo Projeto Recriança reúne centenas de atletas PÁGINA 6 BASQUETE ESPECIAL JUVENIL Anglo leva título do Campeonato Aberto Feminino No reino encantado do futebol feminino Náuas derrota o Juventus e é lider da competição PÁGINA 8 PÁGINAS 4 E 5 PÁGINA 3

Jornal dos Esportes

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Primeiro jornal totalmente esportivo do Estado do Acre

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jornal dosE s p o r t E sRio BRanco - acRe - ano i - nº 4 - 7 a 13 julho de 2009 - em BReve: www.jdosespoRtes.com

Rio Branco goleia na abertura do

InfantilCompetição organizada pelo Projeto Recriança reúne centenas de atletas

Página 6

Basquete

especial

Juvenil

Anglo leva título do Campeonato Aberto Feminino

No reino encantado do futebol feminino

Náuas derrota o Juventus e é lider

da competiçãopágina 8 páginas 4 e 5página 3

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jornal dosE s p o r t E s Rio Branco-acre, 7 a 13 julho de 2009

artigo

ExpEdiEntEJornal dos esportes é uma publicação dirigida e o primeiro jornal totalmente esportivo do estado acre

e-mail:[email protected]

Telefone: 9976-5215

Jornalista responsável: Tião Vítor (MTB/aC 29/97)

Redação: Wescley CameloFotografia: Regiane Daniel

Revisão: Beneilton Damasceno

Textos, fotografias e demais criações intelectuais publicadas neste exemplar, não podem ser utilizados, reproduzidos, apro-priados ou estocados em sistema de bancos de dados ou processo similar, em qualquer processo ou meio (mecânico, eletrô-

nico, microfilmagem, fotocópia, gravações e outros), sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais.Não devolvemos originais, publicados ou não. Matérias, colunas e artigos assinados, são de responsabilidade de

seus autores e não traduzem necessariamente a opinião do jornal.

notinhas do esporte

imagem do esporte

memórias de uma estrela fracassada

Atleta de Kung Fu exibe toda sua elasticidade durante

apresentação na Gameleira

Handebol Sub-21A diretoria da Federação Acreana de Handebol (FACH) abriu

as inscrições para o Campeonato Estadual Sub-21. O evento acon-tece no ginásio Álvaro Dantas e quadra da escola Diogo Feijó. Os interessados podem fazer sua inscrição na sede da FACH e pelo e-mail [email protected].

MaestroQuem desembarca em Rio Branco no próximo dia 23 é o ar-

mador Fred, do Flamengo. O acreano vem após a conquista do título da NBB e participa do I Festival do Projeto Basquete do Futuro Eletrobrás. O atleta aceitou o convite do presidente da Federação Acreana de Basquete, Atevaldo Santana. A modalidade está em crescimento no Estado.

Acre na TaçaRepresentante acreano na Taça Brasil de Futsal Sub-20, o SRT

embarcou no último domingo à noite rumo a Porto Velho (RO). A equipe busca o título para chegar à segunda fase da competição. Agora é só torcer.

Acesso restritoO jornal dos esportes foi proibido de cobrir as partidas do

Rio Branco na Série C. A direção irá tentar de forma pacífica a so-lução desse problema. Caso não resolva, pretende procurar outras formas. Deixem a gente trabalhar também.

CompetiçãoO Projeto Criança no Esporte, Tucumã Mais Saudável estará reali-

zando a partir do próximo dia 25 o I torneio Sub-10 de Futsal. Os jogos acontecem na quadra do conjunto. As inscrições podem ser feitas no quadrilhódromo.

Expedição SudamericaAventureiros acreanos vão realizar um passeio turístico visitan-

do Peru, Chile e Bolívia. Entre os locais visitados, destaque para o lago mais alto do mundo, o Chungara, localizado no Chile. Mais informações http://expedicaosudamerica.blogspot.com.

BeneilTon DaMasCeno *

Em meio a tanta notícia agourenta - dois acidentes aéreos, a morte do popstar Micha-el Jackson, as lambanças do poeta amapa-ense nascido no Maranhão José Sarney e o título da Copa do Brasil para o Corinthians -, começou no último domingo de junho, no complexo esportivo da AABB, o Campeo-nato da Imprensa de Futebol Soçaite, quinta edição, a segunda sob o reinado do presiden-te do Sinjac Marcos Vicentti.

Durante todo este verão, no sol quente, no mormaço, na sombra ou na friagem, filhos, enteados, esposas, netos, amigos, inimigos e agregados vão acompanhar, freneticamente, ídolos de todos os estilos dentro de campo: tipo exportação, pernas-de-pau, medianos, sem-técnica, veteranos (caso do Saldanha e do Malvadeza) e inconformados.

Nesta última embiricica se encaixa o autor destes considerandos, peladeiro contumaz que desde a puberdade sonhou ser um craque na vida e agora, despido de categoria e com o fôlego combalido, alcança o jubileu de ouro (50 primaveras) como reserva de luxo (aquele que veste o uniforme, entra no jogo faltando doze segundos para terminar e é substituído antes de tocar na bola).

Desprezado como um pangaré impres-tável pelos parceiros pós-adolescentes, este reclamante não consegue entender a meta-morfose que míseras três décadas são ca-

pazes de proporcionar - o maior driblador dos anos 70 e 80 dos bairros Ca-poeira e Aviário, que dava “chagão” e “banho-de-cuia” a torto e a direi-to e fazia gol de calcanhar numa travezinha de um metro quadrado, amarga desprestígio somente comparado ao do atacante Jardel, a mais nova “estrela” do Estrelão para a dis-puta da Série C.

Para quem chegou a ser chamado de “Garrincha do Acre” (o Cebasso, o Lalau, o Zeca Terrível e o Belê-Belê, entre outros contemporâneos, estão aí de prova), é degra-dante para um craque do passado mendigar uma vaga no elenco principal do Página 20, chegando à humilhação de oferecer até gali-nha caipira de propina para o treinador apro-veitá-lo entre os sete no dia do jogo. É triste ter que se despedir do futebol na condição de “bola murcha”.

Como detesta reclamar da vida, este recla-mante se despede dos leitores sem mágoas dos que o confinaram em qualquer lugar longe das quatro linhas, e permanece incenti-vando os colegas mais competentes, vibrando com sinceridade a cada gol - que não aconte-ce. Pode ser que algum dirigente de coração mole um dia ponha seu nome gravado em baixo-relevo num troféu de torneio amador no subúrbio da cidade. É pedir demais?

* Jornalista seringueiro

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as nOTÍCias De sUa esCOLa esTÃO nOs JORnais

u Com o objetivo de valorizar as cate-gorias de base revelar novos atletas, a Fe-deração Acreana de Futebol Profissional realizou no último sábado (4) a abertura do Campeonato Juvenil de Futebol. Os jogos aconteceram no estádio Antonio Aquino, o Tonicão.

No primeiro jogo do dia, o represen-tante do Juruá, o Náuas, mostrou supe-rioridade e goleou o atual campeão da competição, o Juventus, por 5 a 1. Os gols foram assinalados Luiz Felipe, Es-tevão, Clauber, Flodson e José Alencar, enquanto Hamilton descontou para o

Juventus.Para o técnico do Náuas, Jota Maria,

a equipe vem treinando há algum tempo para a competição e, apesar da distância, vamos buscar o título. “Temos um bom elenco e entramos na competição para buscar a vaga na Copa São Paulo”, des-tacou o treinador.

Por outro lado, o técnico do Juven-tus, Illimani Suarez, saiu do jogo muito contrariado com seu elenco. “Vamos conversar com os atletas no próximo encontro. Não podemos repetir erros dessa natureza”, sentenciou o treinador.

Náuas derrota Juventus pelo JuvenilRepresentante do Juruá aplica a primeira goleada do Campeonato Estadual da categoria

outros resultados

Plácido de Castro 2 x 1 AdesgRio Branco 2 x 0 Atlético AcreanoIndependência 1 x 2 São Francisco

Lei de incentivo ao esporte financia capacitação para coordenadores de projetou A Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer (Setul) realizou durante a última semana uma capacitação com os coor-denadores de projetos aprovados pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura e ao Esporte. O objetivo é padronizar a me-todologia de trabalho desses grupos que recebem crianças de 7 a 14 anos e atuam como escolas de iniciação esportiva.

Segundo um dos coordenadores do repasse pela secretaria, Isleudo Portela, a capacitação consiste em palestras que orientam os idealizadores dos projetos a respeito do uso de ficha de cadastro dos alunos, controle de frequência, além de outras metodologias que serão uma forma de regulamentação mínima peda-gógica para essas atividades.

“O foco dessa capacitação é de natu-

reza específica para os grupos que tra-balham com formação esportiva, a fim de apresentar o modelo de gestão peda-gógica, em que todos os princípios de trabalho com formação infantil foram repassados para que o investimento al-cance ainda mais resultados positivos”, afirma.

A Setul vai beneficiar os projetos por meio do programa federal Pintando a Li-berdade, com a doação de camiseta para cada aluno das escolas de esporte do Estado, de acordo com as especificações registradas no cadastro dos alunos junto à secretaria. “Todo o repasse para esses projetos vai ter como base as informações apresentadas nos formulários de inscrição de cada aluno”, acrescenta Portela.

Foram contemplados pela lei de in-

centivo 28 projetos no interior do Estado e 20 na capital Rio Branco. Cada proje-to atende em média 100 alunos, entre crianças e adolescentes. As modalidades esportivas são futebol, voleibol, hande-bol, futsal, capoeira, jiu jitsu, taekwondo e boxe, entre outras.

Em Rio Branco um dos projetos contemplados foi a escolinha de futebol “Bom de Bola, Bom na Escola”, que re-cebeu o repasse de R$ 4 mil. O projeto é destinado a um público com renda per capita de R$ 200 e está no segundo ano de execução. Ao matricular-se, a criança recebe uniforme, colete e material tanto para participar da escolinha de funda-mentos do futebol quanto de cursos de introdução à educação profissional. (Lyslane Mendes)

Isleudo: todo o repasse para os projetos vai ter como base as informações apresentadas nos formulários

Náuas derrotou o Juventus na abertura do Estadual Juvenil de futebol

RegiClay saaDy

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No reino encantado do futebol femininoGarotas da Baixada do Sol se reúnem toda sexta-feira à noite, na quadra do bairro Plácido de Castro, para ensinar técnica e elegância aos marmanjos

MagDa ToMaz e BeneilTon DaMasCeno

u Em um bairro distante das grandes baladas da capital, o Plácido de Castro, um grupo de meninas, diferentemente da música do grupo carioca Cidade Negra, não espera alguma coisa no sábado, mas na sexta-feira. Com o desejo de mostrar a si e ao mundo que futebol não é coisa só de homens, elas provam que uma quadra de futebol pode ser um ambiente tipicamente feminino.

A estudante Leilane Bispo tem 12 anos e há quatro joga no grupo das me-ninas de sexta-feira. Apesar da pouca idade, já coleciona troféus e medalhas conquistados nos Jogos Escolares, com-petição anual promovida pelo governo do Estado. Para Leilane, os jogos de sexta à noite contribuíram para que ela con-seguisse aprimorar o condicionamento físico e servem como treinamento.

Numa eleição feita no ano passado, ela foi escolhida a melhor jogadora de futebol do bairro. “Foi feita uma eleição e o povo votou na melhor jogadora, aí me disseram que eu havia sido a escolhi-da”, afirma a garota.

O grupo de Leilane é o mesmo de Rafaela e mais 30 meninas, todas apai-xonadas por futebol. “Não vou ficar em

casa lavando louça, por isso, quando posso, venho jogar aqui na quadra”, afirma Rafaela, 14, uma das goleiras da turma. A idéia surgiu na época do pro-grama CEJA (Centro de Estudos de Jovens e Adultos), complexo esportivo criado pelo Estado ao lado do Ginásio Coberto Álvaro Dantas, no bairro Ae-roporto Velho. A princípio, elas se reu-niam depois da aula para jogar futebol. Semanas depois novas meninas foram se juntando, e com a construção da quadra de esportes no bairro Plácido de Castro, elas começaram a jogar todas as sextas-feiras à noite.

“Elas começam cedo. Tem noite que isso aqui [aponta para as laterais da quadra] fica abarrotado de meninas e meninos. Eles vêm para ficar vendo as meninas jogar, elas para esperar a ‘cerca’ [equipe formada que entra no lugar do time perdedor]”, comenta Rosana Augusta dos Santos, responsável pelo quiosque próximo à quadra.

As atletas não recebem qualquer apoio de instituições privadas ou oficiais - a única bola que usam para jogar foi fruto da famosa “vaquinha”. Uma das garotas fez a compra no cartão de crédito (R$ 78) e o restante colaborou “como pôde”.

“Quando a nossa bola furou, a gente teve que ficar um tempo sem brincar, já

que os meninos se negavam a empres-tar a deles. Aí surgiu a idéia da cotinha e conseguimos comprar esta aqui [mostra a bola]. Hoje, quem pede para jogar são eles”, diz Leilane. A exemplo das com-panheiras, ela desconhece a Lei de In-centivo ao Esporte, tampouco sabe que o governo criou diversos programas para essa finalidade nos bairros considerados carentes.

Apesar de se tratar de um esporte ti-picamente masculino, elas afirmam que os garotos as respeitam. “Não há pri-vilégios por sermos mulheres. Quando eles estão sem bola, só emprestamos se a gente também puder jogar. Eles não amaciam: chegam pesado mesmo, mas a gente não abre não!”, continua Leilane.

Mauriele Farias, 19, também estudan-te, lembra que muitas meninas chegam ao grupo com a justificativa de que precisam perder peso. “Aparecem algumas aqui dizendo que querem jogar para perder peso, mas, mesmo depois de ganharem a briga com a balança, elas tomam gosto e acabam ficando”, afirma.

É comum os maridos aguardarem as mulheres nos bancos da praça até o fim da “pelada”. “Eles vêm com as crianças para cá. Enquanto a mãe joga, os filhos brincam no parquinho com eles”, diz Mauriele.

dona Janete, a protetora dos fracos e oprimidosDepois do gol, meninas reiniciam o jogo, acompanhadas de perto pelos garotos. A “pressão” começa a se estabelecer. No detalhe, piso deteriorado da quadra, inaugurada há três anos

Janete de Castro Figueiredo, mãe de quatro filhos, é presidente da As-sociação de Moradores do Bairro Boa Vista, um dos nove vizinhos que in-tegram a Baixada do Sol, conglome-rado de 72 mil pessoas que represen-ta 20% da população de Rio Branco. De segunda a sexta, todas as noites, ela cumpre sua rotina: pega o ônibus da Ufac, onde estuda, e vai até o ter-minal urbano. De lá, toma o coletivo “Sobral” e desce a poucos metros da praça de esporte.

Naquele momento, a acadêmica de Pedagogia se transforma em “mãe-zona”, assistente social, conselheira, professora e “juíza de paz”, mediando pequenos conflitos. Mas sua principal atribuição é a de patrocinadora dos peladeiros - ajuda a comprar bolas e encaminha ofícios à prefeitura reivin-dicando a melhoria física do espaço, mesmo reconhecendo estar fora da sua

“jurisdição”, já que o bairro Plácido de Castro tem seu representante eleito pela comunidade local.

“Apesar de relativamente nova, a quadra tem alguns problemas de manu-tenção. Parte do alambrado está danifi-cada, faltam redes para as traves e o piso apresenta bastante falhas. Como a maio-ria das garotas joga descalça, são comuns pequenos acidentes, como cortes nos pés e unhas arrancadas”, afirma. “Esta é a única área de lazer popular, daí a neces-sidade de preservá-la, já que foram anos de espera por esse benefício, e o número de usuários cresce todos os dias.”

Se algumas preferem brincar sem sapatos por opção pessoal, outras é porque não têm condições mesmo. São famílias de renda geralmente baixa, para as quais um par de tênis às vezes se torna algo supérfluo. “Ano que vem, quando haverá eleição, é provável que apareçam políticos oferecendo mate-

leilane Bispo, 12 anos: pose decraque e futebol de gente grande

“Não há privilégios por

sermos mulheres. Quando os meninos estão sem bola, só

emprestamos se a gente também

puder jogar. Eles não amaciam: chegam pesado mesmo, mas a gente não

abre não!”

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Devagar, devagar, elas vão surpreendendo e ganhando espaço

No reino encantado do futebol femininoGarotas da Baixada do Sol se reúnem toda sexta-feira à noite, na quadra do bairro Plácido de Castro, para ensinar técnica e elegância aos marmanjos

dona Janete, a protetora dos fracos e oprimidosDepois do gol, meninas reiniciam o jogo, acompanhadas de perto pelos garotos. A “pressão” começa a se estabelecer. No detalhe, piso deteriorado da quadra, inaugurada há três anos

rial esportivo ou outro tipo de apoio. Depois vão embora e só voltam na campanha seguinte. Essas crianças não precisam de ajuda esporádica, mas de um acompanhamento sério, de médio e longo prazos, sem a mesquinhez da troca de favores”, completa.

Enquanto Janete conversa, a repor-tagem confirma a reclamação das joga-doras: os garotos vão chegando e lenta-mente fechando o cerco, numa pressão a princípio pouco perceptível. Minutos depois, surgem mais dois pelo portão, três pelo buraco do cercado e se juntam aos que já estavam na lateral se aquecen-do. “Vamo lá, vamo lá, já deu dez horas!”, grita um, sendo logo acompanhado pelo restante. Sai um gol, e a temida invasão se estabelece.

“Dona Janete, vê se pede para eles deixarem a gente ficar pelo menos até as onze. Por favor, vai lá!”, implora uma das meninas. Com a partida interrompi-

da, uma aglomeração se forma no cír-culo central. Ninguém se entende mais. Inicia-se um bate-boca. Todo mundo se manifesta, mas, no fim da “conferência”, a matriarca convence os marmanjos a conceder a tolerância.

Um jovem de 16 anos, 1,80 metro, recua com os colegas para o alambrado. “Ah, meu irmão! Se deixarem, elas ficam aqui até quatro da manhã”, queixa-se ba-lançando a cabeça.

Muitas têm consciência de que, à exceção de um milagre, jamais serão uma Marta (brasileira, eleita a melhor jogadora de futebol do mundo por três anos consecutivos) na vida, mas sabem suplantar as limitações técni-cas com obstinação e disciplina, atri-butos nem sempre presentes no sexo masculino, até algumas décadas in-superáveis na arte de dominar a bola com os pés.

São determinadas, incansáveis, em certas situações paradoxalmente “viris”, mas sem a manha nem a deslealdade comuns dos precursores desse esporte. Da moleca de 12 anos à mãe de famí-lia de 25, estão ali porque têm amor à modalidade que a tradição, sem motivos plausíveis, impôs como exclusivamente

masculina.Há - poucas, é verdade - quem esban-

je elegância, com dribles desconcertan-tes nas rivais, “pedaladas” e tantas firulas típicas de quem verdadeiramente não nasceu para o vôlei, handebol ou outras práticas mais, digamos, delicadas. Quase todas chutam “de bico”, pouco preocu-padas se o chamado dedão vai aceitar sem resistência se encaixar no sapato para mais uma caminhada à escola no outro dia.

Todavia, o mais intrigante é que, a despeito do rosto e da roupa completa-mente tomados pelo suor, despedem-se das companheiras e vão para casa com o sorriso e a serenidade de quem acabou de assistir a uma peça de teatro. Cansa-ço? Isso é coisa pra homem!

espectadora privilegiadaRosana Augusta dos Santos é a

responsável pelo quiosque da praça, que também é sua casa e uma espécie de parada obrigatória do pessoal do bairro e arredores. Vende todo tipo de guloseima, sanduíche, água e refri-gerante, com destaque para o maior objeto de aposta entre as jogadoras: a famosa Coca-Cola de dois litros depois da brincadeira. Conhece muita gente e até arrisca a apontar quem “leva jeito pra coisa”. Na sua opinião, a goleira Rafaela, 14 anos, por exemplo, é uma grande promessa para o futuro.

foTos: alexanDRe noRonha

Presidente da Associação de Moradores do BairroBoa Vista, Janete Figueiredo divide as atividades de

universitária e mãe de família com agarotada do Plácido de Castro

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u A rivalidade esteve presente na pri-meira rodada do Troféu Governador Jorge Viana, domingo pela manhã, no campo do Independência. Rio Branco e Estrelinha fizeram jus ao nome que o jogo carrega nas divisões de base, o Clássico dos Clássicos. Numa disputa emocionante, os Estrelados venceram pelo placar de 3 a 0.

Os dois times buscaram a vitória desde o início da partida. O Estrelão impôs seu ritmo de jogo.

Segundo o organizador do evento, Josemir Calixto, o Mimi, essa competi-ção é uma homenagem que todas as es-colinhas do Estado e o Projeto Recrian-ça estão fazendo ao governador, pelo incentivo ao esporte amador e profissio-nal. “Apesar das dificuldades, estamos realizando esse trabalho. As crianças merecem uma competição de qualida-de”, ressalta Mimi.

O evento conta com a parceria da Federação de Futebol Profissional, que seleciona os árbritos de seu quadro para comandar as partidas.

No primeiro jogo da rodada, o Es-porte Clube Paulão venceu por 3 a 0 a equipe do Jóia de Cristo.

outros resultadosRecriança 1 x 1 VascoAtlético Acreano 0 x 2 Juventus

Rio Branco bate Estrelinha no InfantilEstrelão mostrou superioridade e venceu pelo placar de 3 a 0

Atletas de Capixaba intensificam treinamentosu Com três meses de preparação para disputar o Campeonato Estadual de Kung Fu, os atletas do município de Ca-pixaba vêm treinando forte para repre-sentar bem a sua cidade. A competição acontece no próximo dia 18 no ginásio Álvaro Dantas, a partir das 9 horas e será organizada pela Super Liga Acreana de

Kung Fu (SLAKF).O coordenador do núcleo de Capi-

xaba e instrutor, Manoel da Silva, que trabalha há dois anos com os jovens do município já colhe fruto de um trabalho com pouco apoio. Um de seus atletas, Jardeson Lima, Foi campeão Brasilei-ro na cidade de São Paulo.“Apesar das

dificuldades vamos fazendo um bom trabalho com os jovens de Capixaba. A prefeitura nos cedeu o espaço para os treinamentos e isso melhorou bastante”, ressaltou Manoel.

A expectativa é que a delegação de Capixaba seja a maior. “Vamos com um ônibus lotado de atletas e esperamos re-

petir os bons desempenhos alcançados nas ultimas edições das competições”, disse Silva.

A equipe de Kung Fu de Capixaba conta com o apoio da Super Liga Acre-ana de Kung Fu, Gabinete do Senador Tião Viana, Prefeitura Municipal de Ca-pixaba e vereador Rômulo Barros.

Apesar da falta de apoio, competição tem sua abertura bem movimentada, com muitos gols

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Feav abre inscrições para o infantou Depois de uma reunião realizada na sede da Federação Acreana de Vo-leibol (Feav), na última quinta-feira (2), os dirigentes definiram a data e o prazo de inscrições para o Campeona-to Estadual Infanto-Juvenil masculino e feminino.

O encontro teve a presença da Jotas, AABB, Aliança, CEAN e Alcimar Leitão, que deram sinal verde para o início do campeonato. Ficou definido que no pró-ximo dia 16 as inscrições serão encer-radas. No mesmo dia acontece o con-gresso técnico para definir a forma de disputa do Estadual.

Segundo o presidente da Feav, João Petrolitano, o Infanto será a segunda competição da entidade neste ano. “Vamos dar sequência ao calendário da Feav, após alguns problemas com falta de ginásio”, ressaltou Petrolitano.

As inscrições podem ser feitas na sede da Feav, no Parque da Maternidade. Os atletas devem ter 17 anos (masculi-no) e 16 (feminino).

plácido de castro derrota o mangabeirau Plácido venceu a equipe do Manga-beira por 6 a 2, na noite da última sexta-feira (03), no ginásio Álvaro Dantas em Rio Branco. O jogo faz parte do Estadu-al sub-20 realizado pela Federação Acre-ana de Futsal (Fafs).

Durante o primeiro tempo a equipe não conseguiu acertar, principalmente devido ao pouco entrosamento com o estreante Kaio, e permitiu o adversário terminar o primeiro tempo na frente por 2 a 1.

No segundo tempo a equipe voltou melhor, explorando mais os espaços da quadra, e contou com melhor aprovei-tamento do Renan, virando o placar e logo em seguida ampliando a vantagem. Já encerrando a partida, o Mangabeira teve um tiro livre e conseguiu diminuir.

u Jogando na Associação Atléti-ca Banco do Brasil (AABB), o jornal página 20 foi goleado pela TV5 por 6 a 2, em jogo válido pela segunda rodada do Campeonato de Futebol Soçaite da Imprensa.

Com a derrota a equipe do “Galinho” segue na última posição. A TV 5 soma quatro pontos na competição e ocupa a terceira posição na tabela. Já TV Gazeta e Difusora Acreana lideram a competi-ção, com seis pontos.

A rodada do próximo domingo, a partir das 8 horas, no campo da AABB, será a seguinte: A Tribuna x Difusora Acreana, TV Gazeta x TV5, Jornal A Gazeta x TV Acre e TV Rio Branco x página 20.

Página 20 é goleado “Galinho” não segurou a pressão e foi derrotado pela TV5 por 6 a 2

Basquete do Futuro eletrobrásu O núcleo Basquete do Futuro Ele-trobrás de Rio Branco está em pleno funcionamento, na Cidade do Esporte, localizado ao lado do Estádio Arena da Floresta. As aulas são coordenadas pelo professor Manielden Távora e atendem, em média, 40 crianças de 10 a 14 anos,

divididas em duas turmas. Segundo o presidente da Federação

Acreana de Basquete, Atevaldo San-tana, o programa tem como objetivo educar e socializar meninos e meninas de 10 a 14 anos através do esporte e ao mesmo tempo popularizar e divulgar a

modalidade. “É prazeroso oferecer à comunida-

de um espaço para praticar o basquete e promover a integração social”, comen-tou Santana. “Lembrando que contamos com apoio da Confederação Brasileira de Basquete e da Eletrobrás.”

Com a vitória, a TV5 ocupa a terceira posição na tabela. página 20 amarga a última colocação

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No último sábado (4) aconteceu no ginásio Rui Lima do Nascimento, o Sesi, a final do Campeonato Aberto de Bas-quete feminino. A partida terminou 46 a 31 para a equipe do Anglo, que se sagrou campeã. A competição é organizada pela Federação Acreana de Basquete (FEAB).

Quem assistiu à partida do início presenciou um maior volume de jogo por parte da equipe do CEBRB. Mas no começo do segundo quarto, o Anglo iniciou sua virada no placar. Usando a velocidade de Jessica Barbosa, a habili-dade de Jessica Fernandes e a precisão de Andréia Ferreira, a equipe comandou o jogo e abriu uma excelente vantagem até o fim do jogo.

Para o treinador do Anglo, Regis Santos, a vitória é fruto de um trabalho em conjunto com as atletas. “Enfrenta-mos uma grande equipe, mas sabíamos da nossa capacidade de buscar o jogo e

ser campeãs”, ressaltou Regis.Segundo o presidente da FEAB,

Atevaldo Santana, as duas competições foram de alto nível e a intenção é de que a cada evento atletas evoluam no bas-quetebol. “O basquete acreano passa por um bom momento. A tendência é melhorar a cada campeonato”, destacou Santana.

universo bate assesep e é cam-peão - Na última final da noite, o Uni-verso, representante do Segundo Distri-to, derrotou a equipe da Assesep por 57 a 49, ficando com o título do Campeo-nato Estadual de Basquete Sub-17.

Liderados pelo pivô Igor, os repre-sentantes do Segundo Distrito coman-daram o placar desde o início da partida. A equipe do Assesep, apesar do grande elenco, não incomodou em nenhum mo-mento do jogo.

Com show de Jessicas, Anglo derrota CEBRB

comissão de arBitragem

FemininoÁrbitra: Flávia FernandesAuxiliares: Janilda Melo e Daniel DavesAnotadora: Francisca FernandesCronometrista: Helenilda Melo 24 segundos: Lilian dos Anjos

masculinoÁrbitra: Janilda MeloAuxiliares: Fábio Alves e Daniel DavesAnotadora: Helenilda Melo Cronometrista: Francisca Fernandes24 segundos: Lilian dos Anjos

Muita disposição dos atletas durante as partidas

Meninas do Anglo com o troféu de campeãs do Aberto Equipe do Universo, vencedora do Estadual Sub-17 masculino