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LONDRES 2012 edição 9 | sexta-FeiRa, 3 de agosto de 2012 | www.placar.com.br Um dia antes de completar 21 anos, a judoca mayra aguiar conquista o bronze e dá a quarta medalha para o brasil Feliz ippon! Jeff Gross/Getty ImaGes ATLETISMO Keila Costa, no salto triplo, e Rosângela Santos, nos 100 metros rasos, são as primeiras brasileiras a competir no Estádio Olímpico, hoje, na estreia da modalidade HANDEBOL Invicta, seleção feminina enfrenta a forte Rússia n Mayra Aguiar venceu a adversária com um ippon, em menos de 2 minutos de luta andy Lyons/getty images fotoCom.Net

Jornal Placar Londres 2012 Ed. 09

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Jornal Placar Olimpíadas de Londres Ed. 09

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LONDRES 2012edição 9 | sexta-FeiRa, 3 de agosto de 2012 | www.placar.com.br

Um dia antes de completar 21 anos, a judoca mayra aguiar conquista o bronze e dá a quarta medalha para o brasil

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esATLETISMOKeila Costa, no salto triplo, e Rosângela Santos, nos 100 metros rasos, são as primeiras brasileiras a competir no Estádio Olímpico, hoje, na estreia da modalidade

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Aquecimento

País ToTal

1 China 18 11 5 34

2 estados unidos 18 9 10 37

3 Coreia do sul 7 2 5 14

4 França 6 4 6 16

5 grã Bretanha 5 6 4 15

6 alemanha 4 8 5 17

7 itália 4 5 2 11

8 Coreia do norte 4 0 1 5

9 rússia 3 6 8 17

10 Cazaquistão 3 0 0 3

10 áFriCa do sul 3 0 0 3

12 japão 2 6 11 19

13 holanda 2 1 3 6

14 hungria 2 1 2 5

15 uCrânia 2 0 4 6

18 Brasil 1 1 2 4

jornal placar | SEXTA-fEirA, 3 dE AGOSTO dE 2012

frases

Destaques Do site

Editorial

Uma semana atrás, ainda que as competições de futebol e de tiro com arco já tivessem começado, o mundo via a cerimônia de abertura dos Jogos de Londres 2012 e já vivia a expectativa

da conquista de medalhas por alguns dos grandes esportistas em ação. Ao fim desta primeira etapa dos Jogos, muita coisa já aconteceu. Michael Phelps tornou-se o maior medalhista da história e quatro modalidades já terão se despedido do programa — tiro com arco, canoagem slalom, ciclismo de estrada e judô. O judô brasileiro, aliás, tem a chance de trazer mais medalhas ao Brasil hoje, assim como Cesar Cielo pode cravar o bicampeonato olímpico. E o Estádio Olímpico, com o atletismo, finalmente assume seu protagonismo. Que venham recordes e medalhas!

Por Miguel Icassatti

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www.abrilemlonDres.com.br Os destaques e o melhor conteúdo exclusivo sobre Londres 2012 na internet

Prefiro estar sentado em Um cavalo do qUe sentado em Uma cadeira em casa.” O cavaleiro Hiroshi Hoketsu, atleta de 71 anos que defendeu o Japão na prova de adestramento

Uma medalha olímPica não tem Preço, indePendentemente da cor, voU levar Para minha vida. eU qUeria o oUro, entrei Para ser camPeã, mas faz Parte.” A brasileira Mayra Aguiar, logo após conquistar a medalha de bronze do judô na categoria até 78kg

acreditem em mim: hondUras qUer mais. mesmo sendo o Brasil, estoU otimista.” Fernando Suárez, técnico da seleção hondurenha de futebol, animado para o duelo contra o Brasil de Neymar e cia., amanhã

Hoje começam as competições de atletismo

nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. A primeira medalha será dada ao vencedor do arremesso de peso, prova que sempre esteve nas Olimpíadas. O americano robert Garrett foi o campeão da prova em Atenas 1896 e também venceu no arremesso de disco. Nos Jogos de Estocolmo 1912, aconteceram duas competições: o arremesso de peso tradicional, vencido pelo americano Patrick Mcdonald, e o arremesso de peso com as duas mãos, em que o também americano ralph rose foi o campeão.

Quadro dE mEdalhasq para ver na tvhora esporte sexo disputa etapa Brasileiros na disputa

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Medalha de peso

n robert Garret foi o primeiro vencedor do arremesso de peso e de disco dos Jogos Olímpicos

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5h00 Vôlei de praia F oitavas de final

5h00 Vôlei de praia m oitavas de final

5h30 remo m skiff Final

5h30 judô m peso pesado eliminatórias rafael silva

5h30 judô F peso pesado eliminatórias maria suelen altheman

5h30 Vôlei F Brasil x China 1ª fase

6h00 atletismo m arremesso de peso eliminatórias

6h00 natação F 50m livre eliminatórias gracielle herrmann

6h00 tênis de mesa F equipe 1ª rodada lígia silva, Caroline Kumahara e gui lin

6h20 remo F double skiff Final

6h25 atletismo F salto triplo eliminatórias Keila Costa

6h40 atletismo F 100m rasos eliminatórias rosângela santos

7h15 atletismo m 400m com barreiras 1ª rodada

7h20 atletismo m lançamento de martelo eliminatórias

8h00 tênis m simples semifinal

8h00 tênis F simples semifinal

8h00 Futebol F quartas de final

8h00 Vela m star regatas Bruno prada e robert scheidt

8h00 Vela F 470 regatas ana Barbachan e Fernanda oliveira

8h00 atletismo F 400m rasos 1ª rodada

8h00 Vela F laser radial regatas adriana Kostiw

8h00 Vela m laser regatas Bruno Fontes

8h00 Vela m Finn regatas jorge zarif

8h30 levantamento de peso F jaqueline Ferreira

9h00 atletismo m 3 000m com obstáculos 1ª rodada

9h45 Boxe peso mosca oitavas de final julião henriques neto

10h30 Futebol F quartas de final

10h30 saltos ornamentais F trampolim de 3 metros eliminatórias juliana Veloso

10h30 Basquete F 1ª fase Barsil x Canadá

11h21 tiro com arco m individual Final

12h00 judô F peso pesado Final

12h10 judô m peso pesado Final

12h15 handebol F 1ª fase Brasil x rússia

13h00 Futebol F quartas de final Brasil x japão

15h00 tênis de mesa m equipe 1ª rodada gustavo tsuboi, hugo hoyama e thiago monteiro

15h05 atletismo F 100m rasos 1ª rodada

15h10 atletismo F lançamento de disco eliminatórias andressa oliveira de morais

15h30 Futebol F quartas de final

15h37 natação m 100m borboleta Final

15h50 atletismo m salto em distância eliminatórias mauro Vinícius da silva

16h05 atletismo m 1 500m 1ª rodada

16h06 natação m 50m livre Final

16h30 atletismo m arremesso de peso Final

17h25 atletismo F 10 000m

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baú olímPicoqpor olavo guerra

Assista aos vídeos e conteúdos exclusivos do Abril em Londres Veja a galeria com as melhores imagens do 10º dia de competições nos Jogos Olímpicos Saiba quais brasileiros já deram adeus aos Jogos e os que ainda continuam na disputa por medalhas Acesse o quadro de medalhas e confira o desempenho do Brasil na colocação geral da Olimpíada Nas provas de saltos do hipismo, o cavalo deve ter, no mínimo, nove anos de idade; acesse mais curiosidades olímpicas

n Quadro de medalhas atualizado até as 21h30 (horário de Londres). Confira o quadro atualizado em tempo real no site www.abrilemlondres.com.br

[email protected]

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Aquecimento 03jornal placar | SEXTA-fEirA, 03 dE AGOSTO dE 2012

Por Alexandre Battibugli, de Londres Os jOgOs que vOcê nãO vê

papO triplO - três perguntas para adriana Behar twitadas OlÍmpicas “Parabéns Mayra pela medalha de bronze! #VamosTimeBrasil”

As jogadoras de vôlei de praia Talita e Maria Elisa (@TalitaeMElisa) parabenizando o bronze da judoca Mayra Aguiar

“A derrota de hoje não interfere no nosso objetivo olímpico. Tem muito chão e estamos no caminho certo!” O armador da seleção brasileira de basquete, Marcelinho Huertas (@Huertas09) após a derrota contra os russos no último minuto

“Já já, piscina! regenerativo” Neymar (@Njr92) se recupera do jogo contra a Nova Zelândia com um treino regenerativo na piscina do hotel

“Não deu pessoal, perdemos 6/4, 6/2. Eles jogaram muito bem não deixando a nossa dupla entrar em jogo. Valeu pela forca de todos vocês.” O tenista Marcelo Melo (@marcelomelo83), após a derrota sofrida em companhia do parceiro, Bruno Soares, para a dupla francesa

“Olha ai, o samba que fizeram pra gente! A vela nunca foi tão brasileira! Obrigado Brasil pelo apoio! vimeo.com/46758531” O iatista Robert Scheidt (@robert_scheidt) postou um samba que um torcedor brasileiro fez em sua homenagem

ToucHé! Há algo de balé nos precisos movimentos da esgrima, tão velozes quanto o bater de asas de um beija-flor

Ela já fez a alegria dos brasileiros na areia de vôlei de praia, quando foi prata em Sydney em 2000 e Atenas 2004 ao lado de Shelda. Desde 2008 deixou as competições, mas não o esporte. Hoje está trabalhando na área de alto rendimento do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

1Você acompanha os atletas na Vila, centro de treinamento e instalações. Dá vontade de voltar a competir? Essa vontade sempre bate. Dá muita saudade. A fase de atleta é maravilhosa, mas torcer é pior que jogar. Quando eu jogava,

estava envolvida na partida, com toda aquela adrenalina. Na torcida, o coração quase sai pela boca.

2Você já esteve na arena de vôlei criada para a Olimpíada? Ainda não tive tempo, estou curiosa, mas sei que os atletas estão gostando. O tempo aqui, nem tão quente, nem tão frio, ajuda também.

3Você percebe uma mudança dos atletas da sua geração para a atual? O acesso a informações é muito diferente. Há estudos para o desenvolvimento dos atletas, para a recuperação após um jogo para a próxima partida, algo que não existia quando eu jogava,

pois chegar ao ápice é um desafio. E para manter requer muito trabalho. Hoje existe análise da técnica do atleta, do adversário, não é somente “achismo”, mas tudo calculado com dados específicos e isso é a evolução do esporte — um controle que minimiza riscos.

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Fundador: VICtOr CIVItA

(1907-1990) Presidente e Editor: roberto Civita

Vice-Presidente Executivo: Jairo Mendes Leal

Conselho Editorial: roberto Civita (Presidente), thomaz Souto Corrêa (Vice-

Presidente), Elda Müller, Fábio Barbosa, Giancarlo Civita,

Jairo Mendes Leal, José roberto Guzzo, Victor Civita

Diretor de Assinaturas: Fernando CostaDiretor Geral Digital: Manoel Lemos

Diretor Financeiro e Administrativo: Fabio Petrosi Gallo

Diretora Geral de Publicidade: thaís Chede Soares

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Alfredo OgawaDiretora Superintendente: Claudia Giudice

Diretor de Núcleo: Sérgio Xavier Filho

Diretor de redação: Maurício BarrosEditor-chefe: Miguel Icassatti Coordenação: Silvana ribeiro Colaboradores: Nelson Nunes (edição), Alex Xavier, Marcelo Goto, Pedro Proença, Simone tobias (reportagem), Olavo Guerra (repórter estagiário), Michel Spitale (edição de arte), Leonardo Eichinger, Marcos Vinícius rodrigues (designers), Eduardo Blanco e equipe (tratamento de imagem) PLACAr Online: Marcelo Neves (editor)www.placar.com.br ABrIL EM LONDrES Online: Alexandre Ciszewski, Filipe Prado, Marília Passos,

thiago Sagardoy (colaboradores)

Em São Paulo: redação e Correspondência: Av. das Nações Unidas, 7221, 14º andar, Pinheiros, CEP 05425-902, tel. (11) 3037-2000, fax (11) 3037-5597 Publicidade São Paulo www.publiabril.com.br Classificados tel. 0800-7012066, Grande São Paulo tel. (011) 3037-2700

JOrNAL PLACAr Especial Olimpíadas Londres 2012 é uma publicação diária da Editora Abril com distribuição gratuita entre os dias 26/07/2012 a 13/08/2012, em São Paulo, pela distribuidora Logway. PLACAr não admite publicidade redacional.

IMPrESSO NA tAIGA Gráfica e Editora Ltda. Av. Dr. Alberto J. Byington, 1808,

Cep 06276-000, Osasco, SP tIrAGEM 50.000 EXEMPLArES

Presidente do Conselho de Administração: rober to Civi ta

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www.abril.com.br

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jornal placar | SEXTA-fEirA, 3 dE AGOSTO dE 2012

Judô04

Parabénsa você!

A gaúcha Mayra Aguiar, que hoje faz 21 anos, ganha bronze olímpico na raça e pede mais respeito aos heróis do esporte brasileiro

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mifinais e demonstrou agressi-vidade na hora de lutar pela me-dalha. O apoio que recebeu do ex-campeão Aurélio Miguel e da técnica Rosicléia Campos foi fundamental.

“Eu falei o seguinte para ela: ‘Mayra, nossa briga pelo ouro acabou aqui, agora é pelo bron-ze. Vamos lá! Medalha olímpica é medalha olímpica!’”, disse a treinadora logo após a luta, ain-

da emocionada pelo resultado.Ao recolocar o judô no pódio

olímpico, Mayra achou espaço para rebater as críticas que os atletas brasileiros vinham so-frendo pelos quatro últimos dias sem medalhas em Londres. Em tom de desabafo: “O povo brasi-leiro tem essa mania de pisar nos seus heróis. Não é por não ganhar medalha que o atleta é menos merecedor”, disse.

A judoca começou bem e não teve dificuldades para vencer a tunisiana Hana Mareghini e a po-lonesa Daria Pogorzelec nas duas primeiras lutas. Nas semifinais houve o duelo mais esperado das Olimpíadas, contra a americana Kayla Harrison, a nº 2 do mundo. As duas já haviam se enfrentado em outras 9 ocasiões (com 4 vitó-rias para a brasileira). A america-na controlou a agressividade de

o caminho para o bronze

Contra: Hana MaregHni

Superior tecnicamente e com mais ímpeto, Mayra acua a tunisiana Mareghini. A brasileira não tem dificuldade para aplicar um wazari e

forçar três punições para a adversária.

Contra: Daria PogorzeleC

A polonesa daria Pogorzelec recebe dois wazaris poucos segundos depois de a luta chegar à metade. Mayra não

dá chances para a oponente.

Contra: Kayla Harrison

Encardida, a americana impede que a brasileira encaixe a pegada e toma as rédeas do confronto. Ela consegue um yuko e depois

imobiliza a brasileira, que pede arrego.

Contra: MarHinDe VerKerK

Mayra absorve a derrota e quem paga o pato é a holandesa

Verkerk, que é derrotada com um belo ippon.

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n aniVersário Pouco depois de perder a semi, a judoca sorri ao aplicar um ippon e vencer a disputa pela medalha

Número 1 do ranking mundial da catego-ria meio-pesado (até

78kg) e favorita nos prognósti-cos de todos os especialistas, a gaúcha Mayra Aguiar não de-cepcionou e conquistou a ter-ceira medalha para o judô bra-sileiro, ontem, em Londres: um bronze por ippon diante da ho-landesa Marhinde Verkerk.

A ocasião não poderia ter sido melhor. Hoje ela completa 21 anos e reconhece que a medalha é um grande presente. Poderia ter sido de ouro, que esteve bem próxima dela, mas não há o que lamentar. Medalha é medalha. “Não tem presente melhor. Es-tou muito feliz com a conquista. Toda batalha, as dores, tudo que tive que abrir mão até aqui, va-leu a pena”, festejou a judoca.

Após a derrota para a ameri-cana Kayla Harrison, o jeito foi pegar a trilha da repescagem mirando a medalha de bronze. Ao contrário de Tiago Camilo e Leandro Guilheiro, ela não sen-tiu o peso da eliminação nas se-

Por Pedro Proença

Mayra e começou a impor seu estilo de lutar. Faltando 14 se-gundos, a gaúcha foi imobilizada e deu adeus ao ouro.

A derrota, pela forma como foi, não foi capaz de derrubar Mayra, que foi para a disputa do bronze com a faca nos dentes e, com 1min29s conseguiu um ip-pon no melhor estilo japonês, ao aplicar a técnica ko-soto-gari na holandesa Verkerk, que lhe valeu o bronze. “Ninguém iria tirar essa medalha de mim”, co-mentou Mayra, em meio ao cho-ro da vitória.

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Judô06

Última chance para cumprir o objetivo Maria Suelen e rafael Silva lutam hoje. Um deles precisa subir ao pódio para atingir a meta da Confederação

son, coordenador técnico da CBJ. Maria estreia contra a francesa

Anne Mondiere (11ª no ranking), uma adversária forte e difícil de ser batida. O treinador da brasi-leira, Ivo Nascimento, acredita que a chave da vitória está nesse primeiro combate. “Vai ser uma luta dura, difícil, essa francesa é chata. Mas, caso passe, enfrenta a tunisiana Mihel Cheikh, que é mais fácil. Com isso, já dá para pensar pelo menos em bronze”.

O caminho para vitória passa

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Por Marcos Sérgio Silva, de Londres

Arena do judô parece feira de utilidades domésticasA ExCel Arena, local das lutas de judô, funciona como centro de convenções, como o Anhembi e o riocentro, nos outros dias do ano

Não parece um comple-xo de ringues ou tata-mes, mas um shop-

ping. A ExCel Arena, onde são disputadas as competições de judô, levantamento de peso, esgri-ma, boxe, luta greco-romana, ta-ekwondo e tênis de mesa, é a maior e mais movimentada das praças de competição em Londres.

Nos outros dias do ano, o Ex-Cel funciona como um centro de convenções, como o Anhembi em São Paulo e o Riocentro, no Rio. Situada no extremo leste da cida-de, ao lado do aeroporto London City, ela lembra as quilométricas filas das feiras de utilidades do-mésticas (UD) nos anos 80 e 90. À saída das estações de DLR (um monotrilho, que sai do Parque Olímpico até o local das competi-ções), milhares de pessoas se es-premem e caminham por cerca de um quilômetro.

A multidão se espalha pelos lo-cais de competições, principal-mente pelo judô. A velocidade com que as torcidas mudam durante elas é impressionante. Muitos pa-gam o ingresso para permanecer apenas os cinco minutos da luta que o interessam. As filas para as barracas de comida podem demo-rar até meia hora, mesmo que você queira uma simples Coca-Cola.

Cada torcida tem uma caracte-rística. A brasileira, por exemplo, encaixa entre os gritos conjuntos de “Brasil, Brasil” outros esparsos por quem está lutando. Quase toda ela é identificada com a cida-de de quem está competindo. Na luta de Leandro Guilheiro, na ter-ça-feira, havia uma multidão uni-formizada com a camisa e até bandeiras do São José. Guilheiro é natural da cidade do Vale do Pa-raíba. Na de Tiago Camilo, os gri-tos eram pelo lutador.

A s últimas esperanças do judô são Maria Suelen Altheman (ca-

tegoria pesado, acima de 78kg e 8ª no ranking mundial) e Rafael Silva (mesma categoria, mas aci-ma de 100kg e 3º no ranking mundial) vão subir ao tatame para tentar cumprir a meta de 4 medalhas estabelecida pela Con-federação Brasileira de Judô an-tes do início dos Jogos de Lon-dres. “Os dois têm chances de ob-ter medalha”, acredita Ney Wil-

atleta rápido para a categoria e isso pode fazer a diferença na hora de encaixar a pegada”, expli-ca o treinador Sérgio Baldijão.

Outro aspecto que deixa Baldi-jão esperançoso é o fato de que, nos últimos dois anos e meio, Ra-fael subiu muitas posições no ranking mundial. “No início de 2010, nós começamos a fazer com que ele participasse de mais cam-peonatos internacionais. Ele esta-va lá pela 120ª posição e hoje é o terceiro. Essa evolução nos deixa muito confiantes, mas, por outro lado, faz com que o Rafael seja muito estudado”, avalia Baldijão.

O público, em si, é majorita-riamente japonês, também o mais ruidoso. Mas são as peque-nas torcidas quem chamam mais a atenção. A sul-coreana Ye-Sul Hwang recebia, aos gri-tos, as orientações de três inte-grantes da delegação das arqui-bancadas. Elas gritaram duran-

te os cinco minutos de luta. Um cubano era a única voz em espa-nhol ouvida empurrando o com-patriota Asley Gonzalez, que chegou à final da categoria peso médio (até 90 kg). No tatame, não raro o árbitro lateral levan-ta da cadeira ao perceber a aproximação dos lutadores.

Mas o grande momento talvez tenha sido a vitória da francesa Lucile Perrotte, na categoria até 70 kg. A ala francesa a levanta. Gri-ta Lucile o tempo todo, sobretudo na final, contra a alemã Kerstin Thiele. Perrotte vence. Desaba no chão. Levanta, sorri e vai até a pla-teia. Público de fato ganha lutas.

n na briga Maria Suelen (à esquerda) vai pegar francesa na primeira luta

n pavilhãoa ExCel arena é um dos mais movimentados locais de competição

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por uma luta em pé, com postura ereta, mão esquerda na gola e a direita na manga, como manda a escola japonesa de judô. “O que vimos nas últimas lutas foi que os brasileiros não estavam conse-guindo encaixar sua pegada na

gola e na manga. Os europeus neutralizaram isso e, muitas ve-zes, levaram a luta para o chão, que não é a especialidade dela. Nós já conversamos sobre como encaixar a pegada”, analisou Ivo.

Já Rafael terá pela frente o is-landês Thormodur Jonsson (nº 58 do mundo). Assim como os de-mais judocas brasileiros, Rafael é adepto do estilo japonês, que foi anulado por muitos europeus ao longo das Olimpíadas. “No pesa-do, o estilo de luta é mais lento, porque os atletas têm um elevado percentual de gordura. Mas o Ra-fael, apesar de ter 160kg, é um

n EM alta rafael Silva está subindo no ranking

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NATAÇÃO08jornal placar | SEXTA-fEirA, 3 dE AGOSTO dE 2012

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liDobradinha à moda brasileira

A noite mal dormida não foi desculpa para que Cesar Cielo

voltasse a reinar nos 50 metros li-vres. O brasileiro voltou a domi-nar a distância, como já havia fei-to nas competições dos 100 me-tros livres, em que liderou a pri-meira metade da prova.

Cravou na semifinal 21s54, o melhor tempo do dia, ao lado do norte-americano Cullen Jones. Hoje, a partir das 15h30 (horário de Brasília), retornará às pisci-nas do Aquatic Center, em Lon-dres, para tentar o bicampeona-to olímpico — levou o ouro na prova em 2008.

O tempo foi melhor que os 21s80 da manhã, mas pior que os 21s36 conseguidos em 24 de abril no Rio de Janeiro, marca que ainda não foi batida nos 50 me-tros livres neste ano.

“Nos 50 não dá para poupar não. Acho que dá para tirar um pouco os detalhes. Agora é baixar um pouco a pilha que eu estava

na hora da prova. Vejo eu, o Bru-no, o Jones e o Erwin como os favoritos para o ouro. Mas, para garantir essa medalha, tenho que nadar melhor que hoje.”

Bruno Fratus, o outro brasileiro da prova, também conseguiu clas-sificação para a final dos 50 me-tros livre. Pela manhã, ficou ape-nas 0s02 atrás de Cielo, depois de disputar a bateria braçada a bra-çada com o campeão olímpico.

“Adorei o tempo. Chegou ali por volta dos 30, 35m e vi que es-tava bem confortável e aí dei uma respirada. Vou dar uma olhada na prova com o biomecâ-nico e ver o que posso melho-rar”, disse a surpresa do dia de-pois da eliminatória. Mais tarde, depois da semifinal, cobrou um resultado melhor. “Esperava fa-zer algo em torno de 21s6 mes-mo, mas, se quiser medalha, te-nho que nadar melhor que isso. O tempo de ontem, 21s63, foi o melhor de Bruno no ano.

Já Cielo disse que foi econômi-co na eliminatória. “Fiz o sufi-ciente para passar. Concentrei

para classificar, porque sabia que avançavam 16.” O nadador disse que demorou a pegar no sono de-pois da prova dos 100 metros li-vres, na quarta, em que terminou apenas em sexto lugar.

“Chegar 10h da noite para dor-mir, depois de disputar uma pro-va... A gente chega com a adre-nalina voando. É difícil recupe-rar. O importante agora é dormir direito.”

A surpresa foi a ausência do australiano James Magnussen, considerado um dos favoritos para a prova. “Ele não classifi-cou?”, surpreendeu-se Fratus. Magnussen, normalmente falas-trão, estava cabisbaixo. “Estava física e emocionalmente mal”, re-conheceu o australiano.

Cielo e Fratus, adversários de hoje na final, são nadadores que mantêm apenas o contato profis-sional — não vai além das pisci-nas. “A gente se cumprimenta. ‘Boa sorte, boa sorte.’ Tomara que a molecada se espelhe nisso e dê mais valor para a natação”, disse Fratus.

n duelo Bruno Fratus e Cesar Cielo vão juntos para a final dos 50m nado livre hoje

Pelo desempenho até os primeiros 150 metros do

nado medley, parecia que viria a segunda medalha do nadador Thiago Pereira. Parecia. O brasilei-ro cansou no último quarto da pro-va e deixou a medalha escapar.

“Cansei. Dei uma morrida no final. Talvez tenha queimado um pouco no início, onde tinha que ter nadado um pouco mais no chão o nado de costas”, reconhe-ceu depois da prova.

Thiago foi o quarto melhor na competição. Perdeu para o mega-medalhista norte-americano Mi-chael Phelps (seu 16º ouro) e seu compatriota Ryan Lochte (prata). O húngaro Lazlo Cseh ficou com o bronze. “Nós quatro termina-mos entre os primeiros na última olimpíada. Isso mostra que a com-petitividade nessa prova é muito alta”, analisou o brasileiro.

A esperança de medalha per-

maneceu durante toda a prova. Thiago fez a melhor largada e terminou em segundo nos 100 metros e nos 150 metros — Phelps liderou toda a prova. Mas o brasi-leiro não segurou o ritmo no últi-mo quarto, quando foi ultrapas-sado por Lochte e Cseh.

O nadador fez a distância em 1min56s74, seu melhor tempo no ano. Em abril, no Rio, nadou o medley na mesma distância em 1min57s11. Sua melhor marca, ainda com o supermaiô, é a de Roma, em 2009, quando cravou 1min55s55. “Fiz o meu melhor tempo fora da era traje.”

Mesmo com a derrota, esta é a Olimpíada em que Thiago Pereira conquistou sua primeira meda-lha. Ele foi prata nos 400 metros medley, quando deixou Phelps para trás. “Estou satisfeito com o que tive nesta Olimpíada. Meu grande sonho foi realizado aqui”.

Thiago Pereira “cansa” e perde medalha nos 200mNadador repete quarto lugar de Pequim, com o mesmo trio à frente

Atrás do bicampeonato olímpico, o recordista mundial da prova compete com o colega de equipe Bruno fratusPor Marcos Sergio Silva, de Londres

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DIÁRIO OLÍMPICO

Uma frase está estampada em toda parte nas instalações olímpicas de Londres 2012: “Inspire a generation”. Escolhido 100 dias antes do início dos Jogos, o slogan reflete uma das justificativas que o

comitê organizador (LOCOG) utilizou para investir bilhões de libras no evento. Além de recuperar a região leste de Londres, os Jogos Olímpicos serviriam para inspirar os britânicos a praticarem mais esportes. As imagens de atletas conquistando medalhas levariam as crianças a querer imitá-los.

Não há nenhum estudo, porém, que comprove que receber os Jogos Olímpicos torne a população da cidade ou país sede mais fisicamente ativa. Em alguns casos, como Sideny 2000, registrou-se o contrário: a grande oferta de competições na TV faz com que a população troque atividades físicas por mais tempo no sofá de casa. Havia a expectativa que os Jogos

ajudassem a tornar esportes como o handebol mais popular entre os australianos. O interesse, porém, acabou com o fim dos Jogos.

No caso de Londres 2012, o comitê organizador chegou a quantificar seu objetivo: tornar 2 milhões de britânicos mais ativos com a Olimpíada. Meses antes da abertura, porém, admitiu-se que a meta era demasiadamente ambiciosa. Ainda assim, chamou-me a

atenção o discurso afinado de vários atletas com o slogan dos Jogos. Em entrevistas após suas competições, vários deles têm usado o discurso de que o mais importante é inspirar futuras gerações.

A quatro anos do início dos Jogos de 2016, é improvável que o Rio de Janeiro utilize o legado esportivo como justificativa para receber o evento. Até aqui, o desempenho dos atletas brasileiros em Londres não pode ser considerado muito diferente que o das últimas edições dos Jogos. A meta do COB de igualar as 15 medalhas de Pequim 2008 não será facilmente atingida, apesar do maior investimento que o esporte brasileiro tem recebido desde então. Por ora, nada indica que a performance brasileira em 2016 será espetacular.

n inspiração O Comitê Local espera que as crianças imitem os atletas e passem a praticar esportes

O LOCOG queria tornar 2 milhões de britânicos mais ativos com a Olimpíada

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O legado esportivo dos jogos

Por Jonas Oliveira

10 iatismo

Scheidt e Prada mantêm segundo lugarBritânicos abriram a diferença para sete pontos e lideram com mais tranquilidade

A dupla brasileira da classe Star, Robert Scheidt e Bruno

Prada, manteve a segunda colo-cação geral, mas viram a dis-tância para a dupla britânica Iain Percy e Andrew Simpson aumentar de dois para sete pontos. Na sétima corrida da classe Star, os brasileiros fica-ram na terceira colocação, e na oitava, terminaram na quinta. São mais três regatas até o fim das Olimpíadas, duas amanhã, e a final, no domingo.

Os outros brasileiros que com-petiram ontem mantiveram a média de posições. Na classe

Finn, Jorge Zarif ficou na 14ª posição na sétima corrida e no 21º lugar na oitava. No geral, terminou o dia na 19ª colocação. Assim como na classe Star, fal-tam apenas três regatas para o fim da disputa, duas amanhã e uma no domingo.

Patricia Freitas segue no blo-co intermediário na classe RS-X feminina. Ficou em 13º na quinta e em 17º lugar na sexta regata. Terminou o dia na 14ª colocação geral. A líder é a polonesa Zofia Noceti-Kle-packa. Esta classe ainda tem cinco corridas, mas hoje, os ia-tistas descansam.

jornal placar | SEXTA-fEirA, 3 dE AGOSTO dE 2012

n vento em popaos brasileiros continuam bem na classificação geral

Na mesma classe de Patricia, mas entre os homens, Ricardo Santos terminou a quinta regata na 14ª colcação e a sexta no 22º lugar. O holandês Dorian van Rijsselberge continua na lide-rança. A próximas regatas da classe RS-X acontecem amanhã, a partir das 10h.

Entre as mulheres, duas clas-ses vão à água pela primeira vez, às 8h da manhã, com parti-cipação brasileira: no 470, as re-presentantes são Fernanda Oli-veira (bronze em Pequim 2008 ao lado de Isabel Swan) e Ana Barbachan. Adriana Kostiw compete na laser radial.

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jornal placar | sexta-feira, 3 de aGOstO de 2012

atletismo12

do pasto montado no Estádio Olímpico pelo cineasta Danny

Boyle para a festa de abertura, só sobrou um baixo e perfeito gra-mado central. E é ao redor dele que devem acontecer, a partir de hoje, algumas das maiores emo-ções destes Jogos de Londres. Do tiro que dá início à primeira eli-minatória dos 400 metros com barreiras feminino, perto das 10 da manhã (6h no horário de Bra-sília), até a última prova no dia 11, desfilarão pela pista as maiores estrelas mundiais do atletismo. Dois desses astros fazem um due-lo fratricida nos 100 e nos 200 metros rasos: o jamaicano Usain Bolt (recordista mundial de am-bas as provas, foi desclassificado no Mundial da Coreia do Sul, após queimar a largada) e o com-patriota Yohan Blake, que o ven-ceu nas seletivas jamaicanas das duas provas. Nos 400 metros (na prova individual e no revezamen-to), as atenções estarão voltadas para a equipe sul-africana. Entre os quatro integrantes do time está Oscar Pistorius. Ele se tornará o primeiro atleta a disputar a Olim-píada e a Paralimpíada. Pistorius corre com duas próteses na altu-ra dos joelhos, e conseguiu o índi-ce para os Jogos em meio a muita polêmica — alguns dizem que as próteses lhe conferem uma van-tagem mecânica em relação aos outros corredores. Nomes como Yelena Isinbayeva (salto com vara), o americano Christian Taylor (salto triplo) e a russa Sve-tlana Shkolina (salto em altura) também devem fazer história na competição. O Brasil participa com 36 atletas, 18 deles estrean-tes em Olimpíadas. A seguir, con-fira quem são os destaques da de-legação brasileira e suas respecti-vas chances.

D esde a frustração em 2008, por causa do sumi-

ço das varas que escolheu para a final, não é só o cuidado com a lo-gística de seu equipamento que melhorou. Fabiana Murer evo-luiu, tornou-se campeã mundial em 2010 (indoor) e 2011 (outdo-

“Sou a campeã olímpica e não vou abrir mão

fácil desse posto. Será muito difí-cil me derrubar”, desafia Maur-ren Maggi, primeira mulher a conquistar uma medalha de ouro individual para o Brasil em Pe-quim 2008. Hoje, aos 36 anos, a

Um mineiro que come pelas beiradas pode ser a gran-

de surpresa brasileira em Lon-dres. Apesar de ter a segunda me-lhor marca de 2012 (17,39m), ele ainda não tem consistência para ser considerado favorito. O cres-cimento de Jonathan, porém, é

“Se meus adversários fi-zerem os melhores

tempos deles, não tenho chance. Mas nem sempre é isso que acon-tece na Olimpíada”, afirma Ma-rílson dos Santos, deixando claro seu papel em Londres: “Corro por fora”.

Com uma prata em 2000 e um bronze em 1996, o 4 x

100 verde-amarelo amargou um quarto lugar em Pequim 2008. Renovado e motivado pelo ouro no Pan de 2011, o time do Brasil espera retornar ao pódio em Lon-dres. “Temos condições de dispu-

O título mundial indoor conquistado em março

deste ano em Istambul, na Tur-quia, foi a credencial de Mauro para entrar de vez na lista de can-didatos a uma medalha em Lon-dres. Duda, como é conhecido, tem a melhor marca do mundo em pista coberta do ano, 8,28 me-tros (1 centímetro a mais que sua melhor marca outdoor). “Poderia ter saltado melhor no Mundial. Na hora eu não percebi, mas o ví-deo da prova mostra que saltei muito longe da tábua. Isso me permite acreditar em um salto na casa de 8,40 metros em Londres”, afirma Duda, que em Pequim fi-cou fora da final ao saltar apenas 7,75 metros. “A chance de meda-lha é real, mas a Olimpíada é um dia só. Ele precisa acertar lá”, afirma Aristides Junqueira, o Tide, seu treinador, que estima um salto superior a 8,50 metros.

Duda sabe que a ansiedade pode ser sua principal rival. “Eu durmo e acordo pensando nisso. Quero muito uma medalha e acho que posso sonhar com isso. ”, afir-ma. No Mundial da Turquia, Duda venceu no desempate (aná-lise do segundo melhor salto) o australiano Henry Frayne e com apenas 1 cm de vantagem sobre o bronze, Aleksandr Menkov, da Rússia. Os dois são — ao lado do sul-africano Godfrey Khotso Mokoena e do britânico Greg Ru-therford — os principais rivais.

A melhor marca individual nos 100 metros em 2012 é

da brasileira Rosângela Santos (11s24), que corre o revezamento. Por isso, o time pode surpreender em Londres. “Brigamos pelo bronze, é onde está nossa chance real. Estados Unidos e Jamaica

or) e provou ser possível vencer a maior rival, a russa bicampeã olímpica Yelena Isinbaeva.

Fabiana Murer convive bem com a pressão por um bom resul-tado. “Vou buscar uma medalha. Não me considero favorita, mas tenho chance. Vou enfrentar pelo menos seis outras boas atletas. Não penso: ‘É ouro ou nada’. Que-ro o bronze, a prata, o ouro...”

A consistência da brasileira no

último ciclo olímpico é sua prin-cipal arma. “Acho que tenho de saltar acima de 4,80 metros: 4,90, talvez 4,95 metros”, afirma Fabia-na, que tem 4,85 metros como melhor salto. “Fiz seis meses de treinos até a estreia na tempora-da, em maio, e abri mão de defen-der o título mundial indoor para me concentrar na preparação olímpica. Estou me sentindo mais veloz”, afirma a atleta.

Para apimentar um pouco mais a disputa, Yelena Isinbaeva saltou 5,01 metros em 2012 e retomou o título mundial indoor que per-tencia à brasileira. “A Fabiana é grande candidata a medalha. Mas acho difícil que seja de ouro”, afirma o treinador e comentarista de atletismo Lauter Nogueira, que esteve na Olimpíada de Sydney, em 2000, no comando da equipe brasileira de triatlo.

vencedora da prova de salto em distância conviveu com a descon-fiança no começo desta tempora-da. Nem o ouro pan-americano em Guadalajara, em 2011, com um salto de 6,94 metros, parecia reverter uma possível decadência na carreira. Mas, com um salto de 6,85m no GP Brasil de Atletismo de São Paulo, em maio, Maurren conquistou a confiança de quem mais precisa: dela mesma. Vibrou

com a marca obtida. “Fiz a tercei-ra melhor marca de 2012 e sou a segunda melhor saltadora do ano. Neste momento da temporada, esse resultado não poderia me deixar mais animada com o que posso fazer na Olimpíada”, diz.

Para Nélio Moura, treinador de Maurren, um salto de 7 metros é sinônimo de medalha. “É o que eu chamo de número mágico”, afirma ele. A americana Brittney

Reese tem um salto muito mais significativo nesta temporada, de 7,12m. “Em 2008, a portuguesa Naide Gomes também tinha uma marca muito melhor [os mesmos 7,12 de Reese], mas no dia quem saltou mais longe fui eu. A Olim-píada é diferente”, diz Maurren Maggi, que saltou 7,04m. Para chegar ao bi, ela sabe que precisa evoluir em algun spontos, como na velocidade de partida.

impressionante. Em 2010, sua melhor marca era de 16,07 me-tros. “É preciso que ele demons-tre um padrão, ou esse grande salto pode ser apenas um feito fu-gaz”, diz o treinador Katsuhico Nakaya. A expectativa é que Jo-nathan chegue à final em Lon-dres. “Ele tem potencial para sal-tar mais de 17,50 metros. Mas o futuro dele está no Rio, em 2016”, afirmao técnico Nélio Moura.

Os quenianos dominam nessa distância, tendo os etíopes como principais rivais. “Com três vagas por país, é uma luta cruel. Ele pode correr o melhor tempo da vida dele e terminar em 12º. Ao mesmo tempo, pode lutar por uma medalha”, diz Adauto Do-mingues, treinador de Marílson, bicampeão da Maratona de Nova York. “As chances dele aumentam se a prova for mais cadenciada.”

tar o bronze. Jamaica e EUA de-vem brigar pelo ouro, afirma o técnico Katsuhico Nakaya.

A equipe é composta por San-dro Viana, Bruno Lins, Aldemir Gomes da Silva Junior, Carlos Roberto Pio de Moraes Junior, Nilson André e José Carlos Go-mes Moreira. Se ficar entre os oito melhores e ir à final, o Brasil pode contar com os quatro titula-res e dois reservas.

são as favoritas ao ouro e à prata”, diz Ana Claudia Lemos. “Todas estão melhorando os tempos e podemos acreditar em uma mar-ca melhor nos Jogos”, diz Rosân-gela. Para compor a equipe de Londres foram conovcadas tam-bém Franciela das Graças Krasu-cki, Evelyn Santos (o terceiro me-lhor tempo do ano entre as brasi-leiras), Tamiris de Liz e Vanda Ferreira Gomes.

13jornal placar | sexta-feira, 3 de aGOstO de 2012

Por Leandro Bittar e Maurício Barros, da Runner’s World

s a lt o c o m va r a

s a lt o e m d i s t â n c i a

Fabiana murer

mauro viníciusda silva

s a lt o e m d i s t â n c i a

s a lt o t r i p l o m a r at o n a r e v e z a m e n t o r e v e z a m e n t o

maurren maggi

Jonathan Henrique silva marílson dos santos 4 x 100 m masculino 4 x 100 m Feminino

Façam suas apostasColocação emPequim 2008

Recordepessoal

Recordemundial

7,26

1999

17,39

2012

4,85

2011

8,27

2011(outdoor)

38’’18

2011*

42’’85

2011*

7,04

10º

4,45

26º

7,75

10º

38’’24

43’’14

7,52

Galina chistyakova

(1988)

18,29

Jonathan edwards

(1995)

5,06

Y. isinbaeva (2009)

8,95

mike powell (1991)

37’’04

Jamaica (2011)

41’’37

alemanha oriental (1985)

2h06’34’’

2011

abandono

2h03’38’’

patrick makau (2011)

as competições do atletismo começam hoje. saiba quem são os favoritos nas principais provas e conheça as chances dos brasileiros

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atletismo12

do pasto montado no Estádio Olímpico pelo cineasta Danny

Boyle para a festa de abertura, só sobrou um baixo e perfeito gra-mado central. E é ao redor dele que devem acontecer, a partir de hoje, algumas das maiores emo-ções destes Jogos de Londres. Do tiro que dá início à primeira eli-minatória dos 400 metros com barreiras feminino, perto das 10 da manhã (6h no horário de Bra-sília), até a última prova no dia 11, desfilarão pela pista as maiores estrelas mundiais do atletismo. Dois desses astros fazem um due-lo fratricida nos 100 e nos 200 metros rasos: o jamaicano Usain Bolt (recordista mundial de am-bas as provas, foi desclassificado no Mundial da Coreia do Sul, após queimar a largada) e o com-patriota Yohan Blake, que o ven-ceu nas seletivas jamaicanas das duas provas. Nos 400 metros (na prova individual e no revezamen-to), as atenções estarão voltadas para a equipe sul-africana. Entre os quatro integrantes do time está Oscar Pistorius. Ele se tornará o primeiro atleta a disputar a Olim-píada e a Paralimpíada. Pistorius corre com duas próteses na altu-ra dos joelhos, e conseguiu o índi-ce para os Jogos em meio a muita polêmica — alguns dizem que as próteses lhe conferem uma van-tagem mecânica em relação aos outros corredores. Nomes como Yelena Isinbayeva (salto com vara), o americano Christian Taylor (salto triplo) e a russa Sve-tlana Shkolina (salto em altura) também devem fazer história na competição. O Brasil participa com 36 atletas, 18 deles estrean-tes em Olimpíadas. A seguir, con-fira quem são os destaques da de-legação brasileira e suas respecti-vas chances.

D esde a frustração em 2008, por causa do sumi-

ço das varas que escolheu para a final, não é só o cuidado com a lo-gística de seu equipamento que melhorou. Fabiana Murer evo-luiu, tornou-se campeã mundial em 2010 (indoor) e 2011 (outdo-

“Sou a campeã olímpica e não vou abrir mão

fácil desse posto. Será muito difí-cil me derrubar”, desafia Maur-ren Maggi, primeira mulher a conquistar uma medalha de ouro individual para o Brasil em Pe-quim 2008. Hoje, aos 36 anos, a

Um mineiro que come pelas beiradas pode ser a gran-

de surpresa brasileira em Lon-dres. Apesar de ter a segunda me-lhor marca de 2012 (17,39m), ele ainda não tem consistência para ser considerado favorito. O cres-cimento de Jonathan, porém, é

“Se meus adversários fi-zerem os melhores

tempos deles, não tenho chance. Mas nem sempre é isso que acon-tece na Olimpíada”, afirma Ma-rílson dos Santos, deixando claro seu papel em Londres: “Corro por fora”.

Com uma prata em 2000 e um bronze em 1996, o 4 x

100 verde-amarelo amargou um quarto lugar em Pequim 2008. Renovado e motivado pelo ouro no Pan de 2011, o time do Brasil espera retornar ao pódio em Lon-dres. “Temos condições de dispu-

O título mundial indoor conquistado em março

deste ano em Istambul, na Tur-quia, foi a credencial de Mauro para entrar de vez na lista de can-didatos a uma medalha em Lon-dres. Duda, como é conhecido, tem a melhor marca do mundo em pista coberta do ano, 8,28 me-tros (1 centímetro a mais que sua melhor marca outdoor). “Poderia ter saltado melhor no Mundial. Na hora eu não percebi, mas o ví-deo da prova mostra que saltei muito longe da tábua. Isso me permite acreditar em um salto na casa de 8,40 metros em Londres”, afirma Duda, que em Pequim fi-cou fora da final ao saltar apenas 7,75 metros. “A chance de meda-lha é real, mas a Olimpíada é um dia só. Ele precisa acertar lá”, afirma Aristides Junqueira, o Tide, seu treinador, que estima um salto superior a 8,50 metros.

Duda sabe que a ansiedade pode ser sua principal rival. “Eu durmo e acordo pensando nisso. Quero muito uma medalha e acho que posso sonhar com isso. ”, afir-ma. No Mundial da Turquia, Duda venceu no desempate (aná-lise do segundo melhor salto) o australiano Henry Frayne e com apenas 1 cm de vantagem sobre o bronze, Aleksandr Menkov, da Rússia. Os dois são — ao lado do sul-africano Godfrey Khotso Mokoena e do britânico Greg Ru-therford — os principais rivais.

A melhor marca individual nos 100 metros em 2012 é

da brasileira Rosângela Santos (11s24), que corre o revezamento. Por isso, o time pode surpreender em Londres. “Brigamos pelo bronze, é onde está nossa chance real. Estados Unidos e Jamaica

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Fabiana Murer convive bem com a pressão por um bom resul-tado. “Vou buscar uma medalha. Não me considero favorita, mas tenho chance. Vou enfrentar pelo menos seis outras boas atletas. Não penso: ‘É ouro ou nada’. Que-ro o bronze, a prata, o ouro...”

A consistência da brasileira no

último ciclo olímpico é sua prin-cipal arma. “Acho que tenho de saltar acima de 4,80 metros: 4,90, talvez 4,95 metros”, afirma Fabia-na, que tem 4,85 metros como melhor salto. “Fiz seis meses de treinos até a estreia na tempora-da, em maio, e abri mão de defen-der o título mundial indoor para me concentrar na preparação olímpica. Estou me sentindo mais veloz”, afirma a atleta.

Para apimentar um pouco mais a disputa, Yelena Isinbaeva saltou 5,01 metros em 2012 e retomou o título mundial indoor que per-tencia à brasileira. “A Fabiana é grande candidata a medalha. Mas acho difícil que seja de ouro”, afirma o treinador e comentarista de atletismo Lauter Nogueira, que esteve na Olimpíada de Sydney, em 2000, no comando da equipe brasileira de triatlo.

vencedora da prova de salto em distância conviveu com a descon-fiança no começo desta tempora-da. Nem o ouro pan-americano em Guadalajara, em 2011, com um salto de 6,94 metros, parecia reverter uma possível decadência na carreira. Mas, com um salto de 6,85m no GP Brasil de Atletismo de São Paulo, em maio, Maurren conquistou a confiança de quem mais precisa: dela mesma. Vibrou

com a marca obtida. “Fiz a tercei-ra melhor marca de 2012 e sou a segunda melhor saltadora do ano. Neste momento da temporada, esse resultado não poderia me deixar mais animada com o que posso fazer na Olimpíada”, diz.

Para Nélio Moura, treinador de Maurren, um salto de 7 metros é sinônimo de medalha. “É o que eu chamo de número mágico”, afirma ele. A americana Brittney

Reese tem um salto muito mais significativo nesta temporada, de 7,12m. “Em 2008, a portuguesa Naide Gomes também tinha uma marca muito melhor [os mesmos 7,12 de Reese], mas no dia quem saltou mais longe fui eu. A Olim-píada é diferente”, diz Maurren Maggi, que saltou 7,04m. Para chegar ao bi, ela sabe que precisa evoluir em algun spontos, como na velocidade de partida.

impressionante. Em 2010, sua melhor marca era de 16,07 me-tros. “É preciso que ele demons-tre um padrão, ou esse grande salto pode ser apenas um feito fu-gaz”, diz o treinador Katsuhico Nakaya. A expectativa é que Jo-nathan chegue à final em Lon-dres. “Ele tem potencial para sal-tar mais de 17,50 metros. Mas o futuro dele está no Rio, em 2016”, afirmao técnico Nélio Moura.

Os quenianos dominam nessa distância, tendo os etíopes como principais rivais. “Com três vagas por país, é uma luta cruel. Ele pode correr o melhor tempo da vida dele e terminar em 12º. Ao mesmo tempo, pode lutar por uma medalha”, diz Adauto Do-mingues, treinador de Marílson, bicampeão da Maratona de Nova York. “As chances dele aumentam se a prova for mais cadenciada.”

tar o bronze. Jamaica e EUA de-vem brigar pelo ouro, afirma o técnico Katsuhico Nakaya.

A equipe é composta por San-dro Viana, Bruno Lins, Aldemir Gomes da Silva Junior, Carlos Roberto Pio de Moraes Junior, Nilson André e José Carlos Go-mes Moreira. Se ficar entre os oito melhores e ir à final, o Brasil pode contar com os quatro titula-res e dois reservas.

são as favoritas ao ouro e à prata”, diz Ana Claudia Lemos. “Todas estão melhorando os tempos e podemos acreditar em uma mar-ca melhor nos Jogos”, diz Rosân-gela. Para compor a equipe de Londres foram conovcadas tam-bém Franciela das Graças Krasu-cki, Evelyn Santos (o terceiro me-lhor tempo do ano entre as brasi-leiras), Tamiris de Liz e Vanda Ferreira Gomes.

13jornal placar | sexta-feira, 3 de aGOstO de 2012

Por Leandro Bittar e Maurício Barros, da Runner’s World

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Fabiana murer

mauro viníciusda silva

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maurren maggi

Jonathan Henrique silva marílson dos santos 4 x 100 m masculino 4 x 100 m Feminino

Façam suas apostasColocação emPequim 2008

Recordepessoal

Recordemundial

7,26

1999

17,39

2012

4,85

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38’’18

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4,45

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Galina chistyakova

(1988)

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Jonathan edwards

(1995)

5,06

Y. isinbaeva (2009)

8,95

mike powell (1991)

37’’04

Jamaica (2011)

41’’37

alemanha oriental (1985)

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loja de antiguidadesPor Fábio Altman, de Londres

jornal placar | SEXTA-fEirA, 3 dE AGOSTO dE 2012

14 boxe

A uma luta da medalhaBrasil já tem dois pugilistas nas quartas de final

Crescem as esperan-ças do boxe brasilei-ro sair da fila de 44

anos sem medalha em Olimpía-das. O país já garantiu dois pugi-listas nas quartas de final e tem boa chance de colocar mais dois nessa fase, hoje e amanhã. Che-gando às semifinais, qualquer um deles já pode comemorar o bron-ze, pois não há disputa de tercei-ro lugar na modalidade.

Depois da vitória do galo Robe-nílson de Jesus (na categoria até

56 kg ) anteontem, ontem foi a vez do médio Esquiva Falcão (até 75 kg). Ele já estreou nas oitavas por estar bem ranqueado e não teve dificuldades contra Soltan Migitinov, do Azerbaijão. O bra-sileiro dominou a luta inteira e venceu os 3 rounds (8/3, 7/5 e 9/3), finalizando o placar em ar-rasadores 24 a 11. Agora, volta ao ringue da Arena ExCeL na se-gunda (6), e enfrenta o húngaro Zoltan Harcsia. Com apenas 22 anos, o lutador mostrou muita

agilidade para se defender e san-gue frio para aguentar as provo-cações do adversário, que chegou a empurrá-lo para o chão. Agres-sivo, ele também encaixou seus golpes. É, desde já, uma grandes das promessas de medalha do Brasil. Hoje, o mosca Julião Neto (até 9h45), o “Vovô do Boxe”, sobe ao ringue às 9h45. Amanhã, o meio-pesado Yamaguchi Falcão (até 81 kg), irmão de Esquiva, luta às 11h45. Ambos também tentam chegar às quartas.

n vIBRAÇÃOEsquiva falcão solta o grito na vitória em Londres

n OtImIstADani quer mais visibilidade para o handebol

A estreia do cavaleiro japonês Hiroshi Hoketsu, de 71 anos, na Olimpíada de Londres, foi um momento de emoção. Ele não se saiu bem no primeiro dia da prova de adestramento. Pouco importa. “Prefiro estar sentado em um cavalo do que

sentado numa cadeira em casa”, disse Hoketsu. Ele participou pela primeira vez dos Jogos Olímpicos em 1964, no Japão, aos 23 anos. Seu feito, extraordinário, pede um passeio histórico pelo ranking dos atletas mais velhos e mais jovens a participar das Olimpíadas.

O ATLETA MAIS VELHO72 anos, 281 diasOSCAR SWAHN (Suécia)TiroJogos de Antuérpia 1920

A ATLETA MAIS VELHA70 anos, 6 diasLORNA JOHNSTONE (Grã-Bretanha)HipismoJogos de Munique 1972

O MAIS VELHO MEDALHISTA DE OURO64 anos, 258 diasOSCAR SWAHN (Suécia)TiroJogos de Estocolmo 1912

A MAIS VELHA MEDALHISTA DE OURO53 anos, 274 diasSybil Newall (Grã-Bretanha)Tiro com arcoJogos de Londres 1908

O ATLETA MAIS JOVEM10 anos, 216 diasDimitrios Loundras (Grécia)Ginástica ArtísticaJogos de Atenas 1896

A ATLETA MAIS JOVEM11 anos, 297 diasYip Tsz W (Hong Kong)NataçãoJogos de Atenas 2004

O MAIS JOVEM MEDALHISTA DE OURO13 anos, 282 diasKlaus Zerta (Alemanha)RemoJogos de Roma 1960

A MAIS JOVEM MEDALHISTA DE OURO13 anos, 267 diasMarjorie Gestring (Estados Unidos)Saltos OrnamentaisJogos de Berlim 1936

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Dos oito aos oitenta

Hoje, às 12h15, a seleção fe-minina de handebol encara

as russas na condição de única in-victa da fase de grupos. Empolga-das, as meninas tentam manter a boa fase para fugir do confronto com as favoritas francesas já nas quartas de final. “Queremos a lide-rança”, diz a pivô Dani Piedade.

“Todo jogo, a gente almeja a vi-tória, pois sabe que a briga no ou-tro grupo também é dura”, expli-ca. No último mundial, em de-zembro, o Brasil conquistou a quinta colocação batendo equi-pes tradicionais da Europa, como

Brasileiras enfrentam a Rússia hoje, de olho na liderança

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a França (que foi vice-campeã) e a própria Rússia. Com esse re-trospecto recente, a jogadora diz que o bom desempenho em Lon-dres não chega a surpreender.

Nos Jogos, as três vitórias so-bre Croácia, Montenegro e Grã-Bretanha deixaram claro a garra das meninas, que sempre vibram muito juntas. “É uma equipe muito alegre e a maioria das jo-gadoras já se conhecia muito bem”, lembra. “Esperamos que, com um bom desempenho aqui, o handebol tenha mais visibili-dade no Brasil”.

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Brasil vai às oitavas invictoTodas as duplas passaram para a fase que começa hoje

vôlei de praia

jornal placar | SEXTA-fEirA, 3 dE AGOSTO dE 2012

16 vôlei

Acabou a paciência. Conhe-cido por seu jeito calmo e

cortês no trato com as jogadoras, o técnico José Roberto Guimarães chegou ao limite depois das duas derrotas da seleção feminina de vôlei. Além das broncas que já dis-tribui para as jogadoras na quadra, o treinador passou a exigir uma reação imediata do grupo.

Medalhista de ouro em Pequim 2008, o Brasil ocupa a quinta colo-cação do Grupo B, ficando à frente apenas da Sérvia, que não pontuou. Os EUA ocupam a liderança, segui-dos de China, Coreia do Sul e a Turquia. Por isso, o duelo contra a China, amanhã, às 5h30 (horário de Brasília), passa a ser fundamen-tal para garantir a classificação às

quartas de final sem depender de outros resultados.

Zé Roberto sabe que, além do as-pecto técnico, precisa trabalhar o lado psicológico do time. Em al-guns momentos é visível que algu-mas jogadoras acabam errando por sentirem a pressão. E, a partir de agora, ainda que a pressão se eleve, é proibido errar.

n invictas talita e Maria Elisa ganha de virada da dupla australiana

Zé Roberto cobra reação no duelo com a China

O vôlei de praia brasileiro fechou sua participação

nas eliminatórias do torneio olímpico ontem com uma atua-ção irrepreensível. Todas as quatro duplas do país nos Jogos de Londres terminaram na lide-rança de seus grupos, com ape-nas três sets perdidos. A próxi-ma fase será disputada hoje e amanhã.

No torneio masculino, Alison e Emanuel bateram a dupla ita-liana Nicolai e Lupo por 2 sets a 0 (26/24 e 21/18). O destaque foi a bela atuação de Alison na rede. O primeiro set foi equili-brado e marcado por muitos er-ros para os dois lados. Os brasi-leiros até se deram ao luxo de ter quatro set points a favor, mas após uma breve reação dos

italianos, Alison acertou três bloqueios, fechando o set em 26/24. A boa atuação do brasi-leiro seguiu na etapa seguinte e contou com defesas importan-tes de Emanuel, liquidando o duelo.

Horas depois, Maria Elisa e Talita comemoravam a vitória de virada sobre as australianas Bawden e Palmer, por 2 a 1 (18/21, 21/16 e 15/9). Assim como no masculino, as brasilei-ras erraram muito no início do jogo. Mais tranquilas, Bawden e Palmer fecharam o primeiro set em 20 minutos. Na etapa seguinte, a dupla brasileira re-agiu, surpreendendo as adver-sárias. Elas mantiveram o foco e precisaram de 12 minutos para fechar o tie-brake.

Brasil erra e perde devirada para os EUA

Seleção de Bernardinho, que vinha de duas vitórias, tropeça mais uma vez no poderio de ataque dos americanos

Ganhou quem errou menos. Essa frase pode definir o que foi

o duelo entre Brasil e Estados Uni-dos, ontem. Apesar do equilíbrio nos dois primeiros sets, os ameri-canos levaram a melhor e vence-ram por 3 a 1, com parciais de (23x25, 25x27, 25x19 e 25x 17). O que pode ajudar a explicar o resul-tado é o bom aproveitamento de ataque do time americano, em con-traposição aos erros de saque e bloqueio da seleção brasileira.

O primeiro set foi bastante equi-librado, com as seleções jogando seu melhor vôlei, virando muitas bolas. O Brasil demonstrou mais poder de concentração e fechou em 25 a 23, deixando no ar a pers-pectiva de uma grande vitória. O

segundo set, vencido pelos EUA, foi o mais emocionante. Os ameri-canos começaram mais ligados e, aproveitando-se dos erros dos bra-sileiros, abriram seis pontos, 19 x 13. Com Dante no saque e as entra-das de Wallace e Ricardinho, a equipe de Bernardinho fez sete pontos consecutivos, virando para 20 x 19. Mas não foi capaz de fe-char a parcial, permitindo que os Estados Unidos recuperassem o placar e vencessem por 27 x 25, num erro de ataque de Sidão.

O terceiro set seguiu equilibra-do. O problema é que o Brasil não mais encaixava o saque como fize-ra na partida diante da Rússia. O time chegou a errar quatro saques seguidos. Sem retribuir os erros, os Estados Unidos abriram cinco

pontos num momento crucial do jogo (20 x 15) e levou o set para um tranquilo final em 25 a 19.

Com a derrota, o nervosismo to-mou conta dos jogadores brasilei-ros no início do quarto set, a ponto dos inimigos abrirem 7 a 3. O Bra-sil chegou a empatar em 9 a 9, mas permitiu que os Estados Unidos fechassem o set e o jogo, liderados por uma grande atuação do expe-riente atacante Stanley, de 34 anos, destruidor no saque e no ataque, com 19 pontos.

Completaram a rodada de ontem Alemanha 3 x 2 Sérvia e Rússia 3 x 0 Tunísia. O próximo adversário do Brasil será a Sérvia, sábado, às 18 h (Brasília). No mesmo dia, os Estados Unidos enfrentam a Rús-sia e a Alemanha pega a Tunísia.

n sEguuura¡nem o bloqueio triplo foi capaz de parar stanley

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jornal placar | SEXTA-fEirA, 3 dE AGOSTO dE 2012

basquete18

Brasil perde a 4 segundos do fimTime tirou desvantagem de 11 pontos, mas última cesta de três pontos matou o jogo

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A Rússia era um rival a temer. E foi contra ela que o Brasil fez

ontem o seu terceiro jogo no tor-neio olímpico de basquetebol. Perdeu, mas vendeu caro a derro-ta por 75 x 74.

Os russos vinham com um his-tórico de pontos incontestável. A média era de 84 por partida, bem superior aos 71 dos brasileiros. Trituraram os dois primeiros ad-versários, Grã-Bretanha e China, com vantagens de 20 e 19 pontos, respectivamente. O do Brasil era mais tímido: vitórias por quatro pontos contra a Austrália e cinco pontos diante da Grã Bretanha.

Os brasileiros tinham uma ca-racterística bem diferente da dos russos, ancorados em Andrei Kiri-lenko, maior pontuador e líder em assistência do time. O Brasil, duas vitórias na bagagem, era um dis-tribuidor de pontos, que tinha em Marcelinho Huertas o seu motor.

O jogo começou melhor para o Brasil, embora a bola demorasse a entrar. Foram necessários mais de dois minutos para que Marcelinho fizesse os dois primeiros pontos da partida. Com três cestas de três

Por Marcos Sergio Silva, de Londres pontos, a seleção fechou o primei-ro quarto à frente da Rússia: 20 x 15.

O segundo quarto já foi diferen-te, com os russos dominando e o Brasil abusando dos erros de con-clusão. Tentativas de cestas de três pontos eram desperdiçadas. Era a opção para que desarmar a defesa russa. A cada bola perdida, contra-ataque dos russos. Dessa maneira, conseguiram fechar a primeira metade do jogo com vantagem de oito pontos, com 40 x 32.

O destaque era Kirilenko. Ele, que já havia feito 51 pontos nos dois primeiros jogos, manteve a boa mira. Fechou o primeiro tempo com 14 pontos. No Brasil, os pontos continuavam bem dis-tribuídos, com Tiago Splitter pontuando mais (fez 6 pontos), mas nem tanto.

O Brasil voltou melhor para o terceiro quarto. Ou a Rússia vol-tou pior, já que eles começaram a errar muito as jogadas de ata-que. Duas investidas de Leandri-nho recolocaram o Brasil no jogo. Só era preciso tirar a vanta-gem de seis pontos dos russos. O placar então era de 59 x 53.

Foi o que Larry Taylor fez, ao marcar os dois primeiros pontos

Femino joga sua última cartada

A seleção feminina joga hoje, contra o Canadá,

sua sobrevivência no torneio de basquete dos Jogos Olímpicos. Na lanterna do Grupo B, sem um triunfo sequer, as meninas preci-sam vencer seus dois últimos confrontos para avançar à fase dos mata-matas. Outra derrota acaba com as chances das brasi-leiras em Londres e promete re-petir o fiasco do Brasil na Olim-píada de Pequim, em 2008, quan-

do último quarto. E de novo, quando converteu um lance de dois pontos, sofreu a falta e so-mou o lance livre. A torcida se inflamava. O Brasil estava a ape-nas dois pontos dos russos, fal-tando seis minutos. Logo depois, Leandrinho, em jogada individu-al, empatava o jogo. Nenê, ao converter dois lances livres, re-colocou a seleção na frente. Fal-

tavam apenas três minutos.Pontos importantes de Lean-

drinho e Larry Taylor, os dois homens do jogo, fizeram a espe-rança renascer. Eles consegui-ram, respectivamente, 16 e 12 pontos. mas uma cesta de três pontos de Mozgov, a 26 segundos do fim, esfriou os ânimos. Como reverter? Na retomada, Marceli-nho Huertas segurou a bola, es-

perou o tempo passar e acertou uma bandeja. Faltavam seis se-gundos. Aí o russo Fridson acer-tou mais três pontos a 4 segundos do fim e o sonho acabou. Rússia 75 x 74.

O Brasil enfrenta amanhã a mediana China e depois a temida Espanha, medalha de prata em Pequim 2008 e atual campeã eu-ropeia de seleções.

n jogaço anton Ponkrashov parte para cima de Nenê na emocionante vitória da Rússia

Contra o Canadá, meninas lutam pela sobrevivência

do o país se despediu da competi-ção na 10ª colocação, com apenas uma vitória, sobre as bielorrussas, na última rodada. Desde 1992, em Barcelona, o Brasil nunca havia fi-cado abaixo da sétima colocação.

Apesar da pressão psicológica, o técnico Luis Cláudio Tarallo negou que a equipe esteja abatida e ga-rantiu que o astral melhorou desde a derrota para a Austrália, por 67 a 61, na quarta-feira. “Elas estão jo-gando no máximo, no 100%, que-rendo acertar. Elas estão brigando, lutando por um resultado positivo. É claro que quando isso não acon-tece, demora um pouco para assi-milar, mas elas estão trabalhadas

para encarar essa situação. Elas sabem que essa chave é difícil e uma vitória é muito importante”, explicou Tarallo, que elogiou o adversário de hoje. “O Canadá vem crescendo na competição. É uma equipe renovada e que está jogando junto faz algum tempo. Mas estamos estudando o jogo delas e vamos brigar pela vaga”.

Questionado sobre a influência que a falta da ala Iziane estaria tendo no desempenho da equipe, Tarallo desconversou. “Não tem como mensurar por enquanto, mas tive de me adaptar a essa si-tuação”. A jogadora foi cortada do time por indisciplina.

Por Marcelo Goto

Timaço dos EUA bate recorde olímpico de pontos: 156 a 73Massacre sobre a Nigéria, ontem, em Londres, supera placar da vitória brasileira sobre o Egito nos Jogos de Seul, em 1988

S em querer, a Nigéria en-trou para a história do

basquete olímpico, ontem, em Londres. Ao perder para os EUA por 156 a 73, a seleção africana foi a protagonista da maior “en-cestada” da história das Olimpí-adas. Os 156 pontos que os ame-ricanos fizeram superam o re-corde anterior, que pertencia ao jogo Brasil 138 x 85 Egito, regis-trado nos Jogos de Seul em 1988. O placar de ontem também su-pera o da maior vitória da sele-

ção americana em Jogos Olímpi-cos, que pertencia ao seleciona-do que disputou os Jogos de Atlanta, em 1996, e derrotou a China por 133 a 70.

Os americanos estiveram im-pecáveis em todos os fundamen-tos, sobretudo nos arremessos de 3 pontos, tendo acertado nada menos que 29 chutes. Só o ala Anthony Carmelo, do NY Nicks, fez 30 pontos em dez arremessos de 3 pontos, e acabou como ces-tinha do jogo com 37 pontos.

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jornal placar | SEXTA-fEirA, 3 dE AgoSTo dE 2012

20 FUTEBOL

Atuais campeãs mundiais e com a melhor jogadora do mundo, orientais “não são bicho papão”, diz Cristiane

“Não existe bicho pa-pão”. Cristiane, as-sim, procura acal-

mar aqueles que veem a parada mais dura da seleção brasileira de futebol feminino no torneio olím-pico. A derrota para a Grã Bretanha na terça-feira, em Londres, colocou o Brasil no caminho do Japão, atual campeão mundial, e da meia Ho-mare Sawa, eleita melhor jogadora de futebol do mundo em 2011.

O Brasil tem Marta e Cristiane, que estiveram apagadas no último jogo, em Wembley. Marta, que de-pois de vencer o prêmio de me-lhor jogadora do mundo por cinco anos consecutivos o deixou esca-par justamente para a japonesa, vê a partida como a oportunidade de a seleção voltar a jogar do seu jeito. Na terça, a seleção abusou de chutões e chuveirinhos.

Mas mudar? Não é a hora, diz Marta. “Deveria mudar se a gente estivesse arrumando as malas para ir para o Brasil, mas a gente vai jo-gar as quartas de final”, afirmou Marta.

Um reforço deve ser a comunicação entre o meio e o ataque, que funcionou pouco contra a Grã-Bretanha. “Nós, atacantes, depen-demos muito do meio-campo, da saída de bola bem feita. Mas as ad-versárias não são bobas, elas têm marcado muito bem. É diferente

London CaLLingPor Giancarlo Lepiani, de Londres

O homem mais poderoso do mundo não veio à Olimpíada de Londres — a poucos meses de sua tentativa de reeleição, Barack Obama mandou a mulher, Michelle, em seu lugar. O presidente dos EUA não tem concorrentes quando se

trata de influência e força política e diplomática. Mas se existe um outro cargo público no planeta que também carrega um peso histórico incomum, esse cargo é o de primeiro-ministro da Grã-Bretanha. Seu poder na esfera internacional é difícil de calcular. Desde o primeiro dono da cadeira, Sir Robert Walpole, em 1721, o ocupante do cargo ajudou a moldar o mundo. E desde que Winston Churchill comandou a derrota da tirania nazista na II Guerra Mundial — e, de quebra, elevou para sempre o padrão pelo qual um estadista é avaliado —, o morador do número 10 de Downing Street é cercado por um fascínio único, ainda que o seu emprego seja menos estável e muito mais complexo do que se costuma pensar, em função do sistema de governo que vigora na terra da rainha.

Como anfitrião dos Jogos Olímpicos, David Cameron, londrino de 45 anos, integrante do Partido Conservador e primeiro-ministro desde maio de 2010, assumiu um papel ainda maior

que o de costume — e teve de exercitar ao máximo seu espírito esportivo em algumas ocasiões. A primeira delas, antes mesmo que a Olimpíada começasse, foi ter de saber lidar com as deselegantes e desnecessárias declarações do rival de Obama na eleição americana de novembro, o republicano Mitt Romney — que, ao visitar Londres, colocou em dúvida o sucesso dos Jogos.

Cameron driblou a situação bem: evitou entrar num bate-boca e ainda recebeu, sorridente, o americano mal-educado em Downing Street. A rotina na residência oficial do primeiro-ministro, aliás, também teve de se adequar aos Jogos: o vôlei de praia, uma das competições mais concorridas na cidade olímpica, acontece a poucos metros dali (e foi preciso erguer uma lona para obstruir a visão privilegiada da arquibancada sobre o jardim da casa).

O barulho e a agitação na arena montada em Horse Guards Parade, porém, é o de menos — duro mesmo é o premiê ter de ciceronear tantos convidados ilustres enquanto se preocupa com o funcionamento perfeito dos Jogos. Ontem, Cameron seguiu com sua interminável maratona diplomática. Tinha de discutir a gravíssima crise na Síria com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Mas não houve muito tempo para tratar do assunto: Cameron precisou acompanhar o chefão do Kremlin, fanático por judô, em sua torcida por uma medalha do russo Tagir Khaibulaev.

Cameron e Putin conversaram cordialmente enquanto a brasileira Mayra Aguiar conquistava um bronze — mas o britânico escapou da tribuna pouco antes que Putin saltasse da

cadeira, com os braços erguidos e um raríssimo sorriso de orelha a orelha, para festejar o ippon que deu à Rússia o ouro na categoria meio-pesado. Cameron pelo menos também teve sua chance de comemorar enquanto ciceroneava o russo: viu a britânica Gemma Gibbons faturar uma inesperada prata no feminino.PA

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Back in the U.S.S.R.

Cameron seguiu ontem com sua maratona diplomática

Por Marcos Sergio Silva

AndreiafabianaErikarenata CostaMaurineEsterfrancielleformigaBrunaMartaCristiane

T. Jorge Barcellos

fukumotoKingaiwashimizuKumagaiSameshimaSakaguchiMiyamaKawasumiHomare Sawaohnoogimi

T. Norio Sasaki

local: Millennium Stadium (Cardiff)Horário: 13h (Brasília)Árbitra: Kirsi Heikkinen (finlândia)

Brasil Japão

n dupla putin e Cameron viram Mayra aguiar ganhar o bronze, ontem

Seleção feminina encara favoritas japonesas

você ter a bola no pé e partir para cima e ter adversárias perto de você. E a nossa característica é a bola no pé. Isso pode ocorrer se a gente errar menos passes. E eu me coloco nessa lista aí”, disse, fazen-do um mea-culpa pela atuação na última partida da primeira fase.

A aposta no jogo das japonesas é o maior trunfo da seleção. Por ser mais baixa que as britânicas, as atuais campeãs do mundo jo-gam com a bola no chão, facilitan-do o jogo brasileiro. Um futebol mais rápido, como o nosso, segun-do o técnico Jorge Barcellos.

“O Japão é o atual campeão mundial, mas não é um bicho de sete cabeças”, afirma Cristiane, que, contra Camarões, atingiu o re-corde de 11 gols em uma Olimpíada – marca semelhante à de Ronaldo em Copas do Mundo. “A desaten-ção que a gente teve contra a Grã Bre-tanha não p o d e m a i s

acontecer. Mas o Japão é um time que deixa jogar mais do que os ou-tros, toca mais, não dá chutões e não é tão alto. É uma característica mais próxima da nossa.”

No torneio, o Japão teve resul-tados apenas modestos, embora tenha terminado em primeiro na chave. Venceu na estreia o Canadá por 2 x 1 e depois teve dois empa-tes sem gols contra Suécia e África do Sul. Terminou em segundo na chave, como o Brasil.

“A gente está tranquila, sabe que o Japão é uma ótima equipe. Mas não há nada que faça com que a gente tenha medo. No último jogo, elas empataram com a África do Sul. Futebol não dá para dizer quem é o melhor e quem é o pior”, diz Cristiane. “É procurar acertar e corrigir. Não pode acontecer o que aconteceu com a Grã Bretanha. Foi

um lembrete de que essa equipe pode perder. E perdemos na hora certa. Agora é mata-mata. Se perder, cai fora”.

n a fera Homare Sawa cruza o caminho das brasileiras na busca do ouro

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22jornal placar | SEXTA-fEirA, 3 dE AGOSTO dE 2012

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Não falem em ouro per-to de Mano Menezes — pelo menos por en-

quanto. Apesar dos 100% de apro-veitamento na fase de grupos e da queda de rivais favoritos, como Espanha e Uruguai, o treinador da Seleção Brasileira não quer cair na armadilha de contar com a meda-lha antes da hora. Precavido, vaci-nado pelas peças que o futebol costuma pregar, Mano rebate de pronto todos aqueles que dizem sentir o cheiro do ouro no ar.

É difícil não olhar para o Brasil como o maior favorito. Mas Mano

Chinesa expulsavai se aposentara chinesa Yu Yang (foto), atleta de

badminton desclassificada dos Jogos Olímpicos por fazer “corpo mole” em uma partida, anunciou ontem que decidiu se aposentar do esporte. de acordo com a atleta, seus sonhos foram “destruídos” com a exclusão em Londres. “Essa foi minha última competição. Adeus federação internacional de Badminton, adeus meu amado badminton”, escreveu a jogadora de 26 anos na rede social Weibo.

Cingapura: fim dejejum após 52 anosa atleta Tianwei feng sai de Londres

como a nova heroína nacional de Cingapura. Ao conquistar a medalha de bronze na categoria individual feminina no tênis de mesa, ela quebrou um jejum que já durava 52 anos. “Estamos todos orgulhosos de você”, afirmou o primeiro-ministro Lee Hsien Loong, em mensagem dirigida a atleta, que foi reproduzida pelos principais jornais do país. O detalhe é que a atleta, de 25 anos, na verdade nasceu na China e se naturalizou em 2008. Mas tá valendo...

Australiano quebravitrine e vai presoo remador australiano Joshua Booth

jamais vai esquecer os Jogos de Londres, mas não será por causa de medalhas, até porque ele acabou em sexto lugar na prova do oito com. Após passar a noite bebendo em pubs britânicos, ele foi detido pela polícia ontem por ter danificado a vitrine de uma loja em Londres. O chefe de missão do país, Nick Green, confirmou a detenção do remador, mas negou que ele estivesse bêbado.

Vovô do hipismofora da Rio 2016Mais velho atleta dos Jogos de

Londres, o japonês de Hiroshi Hoketsu, de 71 anos, deixou a arena de Greenwich ontem, irritado com as falhas na sua apresentação, na disputa da primeira etapa da prova do adestramento de cavalo. O cavaleiro descartou a possibilidade de estender sua carreira olímpica até os Jogos do rio em 2016 porque vai permitir que a égua Whisper (hoje com 15 anos) procrie depois da competição em Londres.

Kissya disputa 13º lugar no remoa remadora brasileira Kissya Cataldo

garantiu ontem uma vaga na final C do skiff simples, que será disputada amanhã, às 5h30 (Brasília). fora da briga por medalhas, Kissya vai competir na bateria que define a posição da atleta entre a 13ª e a 18ª colocação. A brasileira, que é estreante em Olimpíadas, se classificou, com o tempo de 8min01s64, terminando no segundo lugar das semifinais, ficando atrás apenas da irlandesa Sanita Puspure. A tcheca Miroslava Knapkova foi a mais rápida entre as 24 competidoras, terminando a fase com o tempo de 7min42s57.

Brasileiro fica fora das finais do t iroo atirador filipe fuzaro foi eliminado

ontem na disputa por uma vaga nas finais do torneio de Tiro, na categoria fossa double. O brasileiro acumulou 131 pontos na eliminatória, terminando sua primeira participação em Jogos Olímpicos, na 17ª colocação. Na primeira rodada de disparos, fuzaro acumulou 44 pontos, mesma pontuação da segunda etapa e um ponto a menos do que na terceira. A medalha de ouro foi para o britânico Peter russel Wilson, com um total de 188 pontos. A prata foi para o sueco Hakan dahlby e o bronze, conquistado pelo russo Vasily Mosin.

Herdeira da VelhoBarreiro vai mal

o Brasil não teve um dia muito feliz ontem nas provas de hipismo dos

Jogos de Londres. A amazona Luiza Almeida (foto) estreou mal e só obteve a 22ª colocação na prova de adestramento, com 65.866 pontos. Agora, a brasileira precisará torcer contra os rivais para garantir a classificação para a próxima fase. de acordo com o regulamento olímpico, os 50 conjuntos se apresentam divididos em dois dias (25 ontem e mais 25 hoje) e classificam os conjuntos das sete melhores equipes e os 11 conjuntos que competem individualmente ou que fazem parte de equipes que não conseguiram avançar. A participação em Londres é a segunda de Luiza em Jogos Olímpicos. A amazona também esteve presente em Pequim 2008, quando tinha apenas 16 anos. Ela é a herdeira do grupo Tavares de Almeida, dono da cachaça Velho Barreiro e do Banco Luso Brasileiro.

Mano avisa: “ainda não é hora de falar em ouro”

n sem euforia menezes pede respeito ao time de Honduras

n Vai para a judoca húngara Abigel Joo, que, mesmo sentindo fortes dores na perna esquerda, conseguiu derrotar a polonesa daria Pogorzelec com um belo ippon, na repescagem pela disputa da medalha de bronze da categoria até 78 kg do torneio feminino. Após a vitória, ela foi ovacionada pelo público que assistia à luta no Complexo Excel. Abigel venceu a polonesa com um uchi-mata perfeito, no fim do combate, e que acabou lhe rendendo o golpe perfeito, após estar em desvantagem no placar com dois yukos de punição. A húngara sofreu a lesão ao cair com a perna imobilizada durante a luta contra a norte-americana Kayla Harrison, pelas quartas de final.

n Vai para o judoca cubano Oreydi despaigne, que deu uma de Mike Tyson e abocanhou o dedo de seu oponente, o uzbeque ramziddin Sayidov, pelas oitavas de final da categoria até 100 quilos. despaigne, que vencia o combate pelo placar de um wazari contra dois yukos do rival, mordeu a mão direita de Sayidov faltando menos de um minuto para zerar o cronômetro. No momento da mordida, os judocas seguravam um no quimono do outro. Ao sentir a dentada de despaigne o uzbeque avisou o árbitro, que teve de recorrer ao vídeo para analisar o lance. Na sequência, o cubano foi desclassificado por atitude antidesportiva em decisão unânime dos juízes.

medalha de ouro medalha de lata

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prefere exaltar os adversários e pe-dir cautela aos jogadores na fase de mata-mata da competição.

“Não tenho intimidade com o ouro. Não sei qual é o seu cheiro. Mas penso que está distante ainda. Disse aos jogadores que precisaría-mos pensar jogo a jogo. Vamos pensar a partir de agora nas quartas de final e respeitar o nosso adversá-rio na próxima partida. Só podemos pensar no cheiro do ouro quando chegarmos à decisão do torneio para disputá-la” – disse o treinador.

A fase de mata-mata começa amanhã. O Brasil enfrenta Hondu-

ras, às 13h (de Brasília), em New-castle. Apesar do bom rendimento de alguns jogadores considerados reservas na partida contra a Nova Zelândia, a tendência é que o técni-co mande a campo a equipe que ele considera titular. Uma única dúvida está no comando de ataque, entre Alexandre Pato e Leandro Damião. O atacante do Inter era o preferido até o início da competição, mas o goleador do Milan entrou bem no time na segunda partida da fase de grupos. Os dois disputam a posição na camaradagem e prometem acei-tar qual fora a opção do treinador.

Treinador não quer que o favoritismo vire uma armadilha contra a Seleção

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torres de londresPor Carlos Maranhão, de Londres

Tênis

-Jogo fácil, né?

— Foi um treino.— Quase três horas e meia de

trem de Londres para Newcastle. Agora temos outras tantas de Newcastle até Londres. Sete horas de viagem e umas quatro na cidade, entre a chegada, o jogo e a saída. Valeu a pena ver ao vivo os 3 a 0 contra a Nova Zelândia?

— Olha, a gente poderia ter assistido pela televisão. Não aconteceu grande coisa. Depois ligaríamos para alguém perguntando se o Mano Menezes e os jogadores disseram algo importante. Nunca dizem. Pronto, dava para escrever.

— É, mas…— Pois é. De repente, tem uma frase.

Uma observação. Uma cena. Uma historinha. Faz toda a diferença para o leitor. Ei, olha a Lua Cheia ali à esquerda. Linda! Está vendo São Jorge? É o padroeiro da Inglaterra.

— E do Corinthians… Mas como descrever o que acontece numa Olimpíada se você não vê com seus olhos, não ouve os personagens com seus ouvidos?

— Que personagens? Os jogadores passam rápido por essa zona mista mais de meia hora depois da partida. Todos com fone amarelo pendurado no pescoço. Reparou nos anéis de brilhante e no Rolex de ouro do Thiago Silva? Dizem uns clichês decorados e vão apressados para o ônibus. O Neymar é sempre o último, vem vindo devagar, como uma estrela. É o único que aparece de fone preto. Onde o Marcelo arranja lugar no corpo para tanta tatuagem? Joga um bolão, mas que máscara, hein? O Oscar é bonzinho, só que fica assustado quando qualquer repórter liga o gravador. Cadê o Ganso? Mesmo antes dessa nova

contusão (como o cara se machuca…) andava esquivo, triste. Alguém triste consegue jogar bom futebol? E o Pato, todo apressado para falar com o jornalista italiano que o espera? Alguns deles parecem mais preocupados em falar para os jornais dos países em que jogam do que para os brasileiros, não parecem? Enfim, qual é a ligação do Pato com o Brasil? Ele nunca jogou no Maracanã.

— Não aguento mais o empurra-empurra dos repórteres na cerquinha da zona mista. É horrível, não quero parecer saudosista, mas… Ah, aí vem a mocinha com o carro de bebidas. Vou pedir uma taça de vinho para relaxar. Humm, horrível. Quente, sem graça… Saúde!

— Saúde! Boa sorte para o Brasil no futebol e na Olimpíada.

— O trem deu uma parada. Que estação é essa?

— York.— Ah, Nova York não tem esse nome por

causa dela? Trem também é cultura…— Eu estava falando

que não quero ser saudosista. Mas em coberturas como esta lembro de minha época de repórter de esportivo. Você sabe, eu fazia matérias no Corinthians, no Palmeiras, no São Paulo, no Santos. Nunca, nunca na minha vida conheci um assessor de jogador de futebol. Nenhum tinha. Você queria entrevistar o Ademir da Guia – o Ademir da Guia, um

monumento palmeirense, um dos maiores jogadores que o Brasil conheceu! –, e fazia o quê? Ia ao treino no Parque Antártica, dava boa tarde para o Oswaldo Brandão, que fumava seu cigarrinho sentado no banco, ficava na porta do vestiário, às vezes até entrava, e esperava ele sair do banho. Sentávamos num canto para conversar, sem pressa. Se fosse uma reportagem maior, ele convidava para ir em casa. Era a mesma coisa com o Rivellino, com o Pedro Rocha…

— E com o Pelé.— Com o Pelé. O Pelé! Para entrevistá-

lo, bastava esperar sua chegada na Vila Belmiro. Será que o Neymar sabe disso? O Crioulo aparecia sozinho, dirigindo seu carro, sem ninguém ao lado. Sim, nós o chamávamos de Crioulo. Era um apelido carinhoso. Ele gostava.

— Gostava. Não existia o politicamente correto.

— “Vamos lá no vestiário”, dizia o Crioulo. Se não me engano, o armário dele ficava no canto esquerdo. Enquanto tirava a roupa e colocava o uniforme de treino, respondia as perguntas. Atencioso, gentil.

Como era atencioso e gentil com os torcedores. Jamais vi o Pelé negar um autógrafo, um sorriso. Nem o Zico. Nem o Falcão. Ou o Sócrates. Acompanhei os três em muitos países, do Paraguai à Alemanha, além do Brasil inteiro.

— É, a seleção jogava no Brasil. Como eles, aliás.

— Se o repórter de uma rádio do Mato Grosso ou do

interior do Paraná pedia uma entrevista, eles atendiam com paciência. Era uma deferência para o radialista? Não, era um carinho para o ouvinte e o admirador do Mato Grosso ou do interior do Paraná. Outro dia, um colega que esteve com o Santos no Japão me contou como o Neymar tratava os fãs que tentavam se aproximar. Mas vamos deixar isso para lá.

— Hoje qualquer jogador tem assessor de imprensa, assessor de marketing, assessor financeiro, assessor de imagem… São verdadeiras empresas. Para falar com um deles, é preciso passar por todas as barreiras. No máximo, depois de uma boa canseira, dão uma entrevista com tempo contado, dez, quinze minutos, e ficam olhando o relógio.

— Relógio reluzente, por sinal. Parecem iguais: o mesmo fone, que colocam nos ouvidos para não escutar nada quando descem do avião ou saem do ônibus, um ou dois celulares na mão, os anelões, a correntona, nécessaire de grife, nariz levantado e, já sentiu?, o mesmo perfume.

— Acha que vão ganhar a medalha de ouro?

— Se não ganharem agora, sem a Argentina, sem a Alemanha, sem a Itália, sem a Nigéria e Camarões, com a Espanha e o Uruguai eliminados, não vão ganhar nunca.

— Quer saber? Estou sinceramente torcendo por eles.

— Eu também. Bola rolando, é a seleção brasileira. E o sucesso desse time pode ser a arrancada para nossa Copa do Mundo.

— Finalmente! Estamos chegando a Londres. Viagenzinha demorada.

— Bem, até sábado. Que venha Honduras. E que Atlanta, Sydney e Pequim não se repitam.

— Combinado. Nos encontramos no próximo trem.

Um trem para Londres

O Pelé! Para entrevistá-lo, bastava esperar sua chegada na Vila Belmiro. O Neymar sabe disso?

Melo e Soares dão adeus a Wimbledondupla masculina do Brasil foi eliminada ontem ao perder por 2 a 0 para os franceses Tsonga-Llodra

Marcelo Melo e Bruno Soares foram elimina-dos nas quartas de fi-

nal do torneio de duplas dos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Jo-Wilfried Tsonga foi, novamente, o carrasco dos brasileiros. O francês, que havia derrotado Thomaz Bellucci no torneio de simples, agora, ao lado de Michael Llodra, venceu Melo e Soares por dois sets a zero (6/4 e 6/2), em 1h01 de jogo. Agora, os franceses encaram pela

semifinal os espanhóis David Fer-rer e Feliciano López. Na outra semi, mais franceses: Richard Gas-quet e Julien Benneteau pegam a dupla número 1 do mundo, os ir-mão Bob e Mike Brian (EUA).

Dez minutos antes de iniciar a partida contra os brasileiros, Tson-ga jogou e perdeu para o sérvio Novak Djokovic por dois sets a zero (6/1 e 7/5), no torneio de sim-ples. Djoko vai enfrentar na semifi-nal o britânico Andy Murray, que

eliminou o espanhol Nicolas Al-magro, também por 2 a 0 (6/4 e 6/1). Na outra parte da chave, o nú-mero um do mundo, Roger Fede-rer passou pelo americano John Isner por dois sets a zero (6/4 e 7/6) e agora encara o argentino Juan Martín Del Potro, que ganhou do japonês Kei Nishikori, também, por 2 a 0 (6/4 e 7/6). Hoje serão disputadas as duas duas semifinais: Federer x Del Potro (a partir das 8 h) e Djokovic x Murray (às 12h).

Duelo de MariasNo torneio de simples feminino,

uma das semifinais reserva um clássico duelo de russas: Maria Sharapova x Maria Kirilenko. Elas passaram por Kim Clijsters e Kvi-tova, respectivamente, ambas por 2 a 0, e disputam hoje uma vaga na final a partir das 10 horas. No mes-mo horário acontece a outra semi-final, com a americana bicampeã olímpica das duplas, Serena Willia-ms – que venceu a dinamarquesa Caroline Wosniack por dois sets a zero (6/0 e 6/3) –, contra a bielor-russa, Victoria Azarenka, que ga-nhou da alemã Angelique Kerber, também por 2 a 0 (6/4 e 7/5).

n outra vez azarenka enfrenta Serena Williams hoje na semifinal

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Page 24: Jornal Placar Londres 2012 Ed. 09

Em cada movimento. Em cada conquista Vem ser [Optimus] com a gente

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Na torcida pelo Brasil em Londres 2012

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