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RESENDE E ITATIAIA - JULHO DE 2010 Nº 173 . ANO 15 - JORNAL MENSAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA [email protected] www.pontevelha.com uma conversa com Malu Rocha para além da música Um jornal cheio de notas musicais nas meias e na cueca Parte da Orquestra Voadora na abertura da festa junina da Associação Beneficente Arcanjo Gabryel (foto de Paulo Innocêncio) a polêmica sobre o anfiteatro / a preocupação com o futuro de Penedo vai dar para um dia nos alimentarmos de prana? / um elogio ao governo de Rechuan a mentira da isenção da mídia / por que não distribuir dinheiro pelas ruas? a lembrança de Doliva Godoy / o adeus a Luis Pereira E ainda:

Jornal Ponte Velha - Julho de 2010

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Jornal Ponte Velha - Julho de 2010

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RESENDE E ITATIAIA - JULHO DE 2010Nº 173 . ANO 15 - JORNAL MENSAL

DISTRIBUIÇÃO [email protected]

www.pontevelha.com

uma conversa com Malu Rocha para além da música

Um jornal cheio de notas musicaisnas meias e na cueca

Parte da Orquestra Voadora na abertura da festa junina da Associação Beneficente Arcanjo Gabryel (foto de Paulo Innocêncio)

a polêmica sobre o anfiteatro / a preocupação com o futuro de Penedo

vai dar para um dia nos alimentarmos de prana? / um elogio ao governo de Rechuan

a mentira da isenção da mídia / por que não distribuir dinheiro pelas ruas?

a lembrança de Doliva Godoy / o adeus a Luis Pereira

E ain

da:

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RESENDE: OS ÚLTIMOS 30DIASI – NOTAS POLÍTICAS: ···com a eliminação do BrasilMaravilha ficou difícilatualizar as pré-tensascandidaturas locais a dep.fed. e est./2.010: ··· ocolunista espera queinformações detalhadascom nomes, números,partidos etc etc possamestar á disposição deleitores(as) e eleitores(as)na próxima edição.II – BIOGRAFIA POLÍTICANÃO AUTORIZADA DE JOÃOBOSCO AZEVEDO: ··· nestaedição o colunista iria daruma pausa à BIOGRAFIAPOLÍTICA NÃO

AUTORIZADA DE JOÃOBOSCO AZEVEDO, posto que(segundo a galera que sechafurdeia na nossa política)nosso personagem teriadeixado a presidência doPTB/Resende ··· por outrolado um informante docolunista JBA ter-lhe-iagarantido que será cand. adep. est./RJ, em 2.010 ··· daí,né... ··· N.R.: então, o tópicona próxima edição de OPONTE VELHA se o nossoeditor deixar.III – TÓPICO DOSVEREADORES/ATUAÇÕESPARLAMENTARES-2.009(IN FINE): ··· PEDRA (PV):vereador de quatro mandatosconsecutivos é o presidente

da CMR eleito porunanimidade dos seus pares;sua atuação está focada natransparência administrativae na participação populardemonstrando respeito ao

cidadão;implantou osistema de pautaantecipada de 48horas das reuniõespúblicas para que o cidadãotenha conhecimento do quenela será tratado; comoresultado a população temcomparecido fazendo comque o auditório estejasempre com todos os lugaresdisponíveis ocupados quandooassunto é mais palpitante oscorredores ficam tambémocupados; reduziu os gastosda CMR; estimulou acapacitação dos seusservidores ··· proposições,projetos de lei, solicitações e

indicações ao governomunicipal: solicitações paraimplantação de infra-estrutura básica epavimentação para diversoslogradouros públicos de

diversos bairros eloteamentos; projeto paraexpedição agilizada deatestados de óbitos; projetode Reserva Particular doPatrimônio Ambiental noMunicípio e projeto paraimplantação do IPTU VERDE,especial para osproprietários de áreaspreservadas ··· Pedra écandidato a dep. fed./2.010.IV – TONHÃO/2.010: ··· é oresponsável direto pelacampanha eleitoral, na

região, de Chico D? Ângelo,PT, candidato a dep. fed., ede Carlos Minc, PT,candidato a dep. est.V - ANIVERSÁRIOS/JUL: ···4, Paula (Paulinha)

Rodrigues, idade nãorevelada, esposa do CláudioBaby Rodrigues ··· 4, AntonioToninho Capitão Faria, idadenão revelada, amigo e mentorpolítico do clã O PONTEVELHA ··· 3, Felipe Jardim,jovem amigo do colunista,filho do casal Felipe-Walba··· 22, João Rodrigues, idadenão revelada, competentecausídico e hoteleiro (HotelLeme) ··· 2, Matusalém daSilva Garcia, idade nãorevelada, o mago-do-hard-

ware ··· 15, Luiz MachadoFrias, o popular Machadinho,o cronista social (JornalVitrine) de maior sucessoalhures e algures, idade nãorevelada ···.4, Cecília GasparJardim, 90, a matriarca do clã

Gaspar Jardim, de PassaQuatro, MG, com profundasraízes em Resende (doexcelente Rei dos

Salgadinhos) ··· 26, Daniel deAlmeida Figueira de Castro,idade não revelada, servidormunicipal (PMR), filho doRenato Sulfato-de-Alumínio

Figueira ··· 24, Afonso Praça,25, filho do Gustavo-Lana,competente diagramador deO PONTE VELHA, acadêmicode Sistemas de Informações

(UNIRIO) ··· 26, Fernando J.M. Silva, idade não revelada,colunista do Jornal Vitrine(Transas da Política) ··· 26,Ana Flávia, 11, filha do casalJoão Grandão BoscoÁvila(Wolks)-Josiane ··· ···éns e votos de felicidades docolunista e de todos(as) de OPONTE VELHA aos(às)aniversariante(s), extensivosaos familiares.V – NASCIMENTO: ··· 19,Gilberto, na APMIR, filho deFrancisco-Ariane ···Parabéns ao casal, aos avósmaternos Almir-Marisa epaternos Gilberto-Marina emuitas felicidades para todossão os votos do e de todos(as)de O PONTE VELHA. .VI – E AGORA NOS RESTACURTIR A RESSACA DAELIMINAÇÃO DA NOSSASELEÇÃO; E VAMOS EMFRENTE QUE ATRÁS VEMGENTE PARA ASELEIÇÕES/2.010.

Jornalista responsável:Gustavo Praça de Carvalho

Reg.: 12 . 923Arte gráfica: Afonso e Brás Praça

24 . 3351 . 1145 // 9301 . [email protected]

www.pontevelha.com

Expediente:

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de um anfiteatro da beira doRio Paraíba, em frente ao Centro Empresarial, foitema de audiência pública na Câmara de Vereadoresde Resende, dia 30-6. O espaço pode abrigar até 295pessoas sentadas e possui um deck. Alguns pontospara reflexão:

O licenciamento ambiental não é apenas um procedimentoburocrático. É a ferramenta para se estudar e conhecerefetivamente a viabilidade ambiental do empreendimento,em termos legais e técnicos, tendo em conta inclusive asuscetibilidade do local quanto a enchentes e outros fatoresnaturais. Mesmo em intervenções “pequenas”, cabe sempreum Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), analisandoinclusive o impacto do trânsito de veículos, além de umRelatório Ambiental Simplificado - RAS. Ambiente é tudoque nos cerca.

Onde quer que o anfiteatro seja feito ocorrerão impactos.Positivos e negativos. Regras de funcionamento são indis-pensáveis e pode ser oportuno criar um grupo gestor quegaranta o interesse sociocultural do empreendimento.

O debate requer cuidado para não estigmatizar a produçãocultural como atividade incômoda. Muitas são as atividadespotencialmente causadoras de incômodos de trânsito epoluição sonora: Bares, igrejas, festas, shows, comícios,carros de som etc. Todos precisam de regras e semprehaverá locais onde os impactos sejam mais, ou menos,mitigados.

É bom participar de uma reunião onde a sociedade percebeclaramente que a legislação ambiental protege seus interes-ses diretos. Nem sempre é assim. Às vezes tem até apitaço...

Foi iniciada intervenção no acostamento da RJ 163, próximoao Pórtico de Penedo. Boa oportunidade para replantar asárvores cortadas ano passado.

Exercício: Para fortalecer a vontade, sempre dizer ementalizar aquilo que se pretende fazer. E cumprir.

Meditação: Estágio superior de concentração no qual seexperimenta um estado contemplativo, estático, sereno, esem pensamentos, onde se procura fundir o observador, oobservado e o ato de observar.

Tópicos Utópicos 15Tópicos Utópicos 15Tópicos Utópicos 15Tópicos Utópicos 15Tópicos Utópicos 15

Luis

Felip

e Ces

ar

Na audiência pública sobre oanfiteatro projetado para a Av.Beira Rio, ao invés de questões

ambientais que impossibilitassema sua construção ali, causou-meespanto o rumo da discussão, quese deu prioritariamente quanto aopossível transtorno sonoro que oespaço ocasionaria aosintegrantes da Primeira IgrejaBatista de Resende e a algunsmoradores do entorno, temerososque os incômodos gerados pelosbares noturnos pudessem serepetir no novo espaço,atrapalhando assim cultos e sonos.

O difícil foi ouvir que elepode ser feito em qualquer outrolugar que não lá. Ora, se é paragerar incômodos, que diferençafaz onde gera? Oproblema não“onde”, e sim“como” se faz.

O objetivo daarte é convergir, unir,integrar pessoas epensamentos,proporcionar o despertarda sociedade, apurar osenso crítico, promover idéias inovadoras como intuito de gerar desenvolvimento a todos.Talvez a carência destas manifestaçõesculturais em nossa cidade seja a causa da visãodistorcida da função do anfiteatro, que não ébarzinho, não é boate e nem casa de shows, éum espaço destinado ao exercício das

manifestações culturais em suas diversasformas artísticas.

Leis e normas que norteiem a sociedade

como um todo devem ser criadas e obedecidas,vai dar trabalho resolver o problema levantado,precisamos mais que pensar, precisamos agirem comunhão e tolerância, em exercícioconstante de cidadania — e nunca tirania.

Quem sabe este exercício que hoje sefaz necessário seja um fator transformador denossa sociedade, para que possamos ser maisconscientes de nossos direitos e deveres, umasociedade que cobra e governa junto, quemuda para melhor o meio em que vive. Vejo aíum momento único da pratica da convivênciaem harmonia, independente da crença religiosaou da classe social. Mesmo não existindo ainda,o espaço já cumpre parte de sua função. Sejaaonde for, Anfiteatro é Bom!

o anfiteatro já está cumprindo sua funçãoCarlaBiolchini

O projeto, de autoria de Ton Kneip, é uma extensão do calçadão queestá sendo construído e dá aproveitamento àquela passagem sob a

ponte que ficou abandonada com a mudança no trânsito

O problema não é“onde” colocá-lo,mas sim “como”,

que normasa sociedadeestabelece

para ele.

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Estive na festa junina deSão Pedro em Bocaina deMinas, e copiei esta expressãode um amigo caipira, dançandoforró perto da bela fogueira,mas... Na penúltima edição deste pequenogrande jornal, escrevi uma carta aberta aoprefeito de Itatiaia. Confesso minha surpresapela repercussão do artigo, e aproveito achance para continuar na linha da “cidadaniaativa”. Muitas pessoas ficaram chocadas com acomparação de Itatiaia com Caxambu eAraruama, mas acreditem, infelizmenteestamos cada vez mais próximos. O aparentedesenvolvimento turístico, vem acompanhado,cada vez mais, da queda de qualidade de vidalocal e renda dos visitantes. Vemos muito maisgente circulando, e muito menos resultadofinanceiro. Muitos como eu, já sentem nos seusestabelecimentos turísticos este fenômenopreocupante. O que ainda sustenta a nossaexpansão turística, é o crescente desenvolvi-mento industrial do Sul Fluminense. Comodestino de lazer, continuamos muito malavaliados por nossos visitantes de média e altarenda. Daí... No entanto, o comentário do Eliel na últimaedição foi o que mais me estimulou. Concordoplenamente que a grande mazela da adminis-tração pública é o tal de cargo comissionado. Èpraga que ataca, sem piedade, na raiz, aformação do bom servidor público. De poucoadianta o concorrido concurso público, já queos indicados para os melhores cargos esalários entram, quase sempre, pela janela daindicação política. É fenômeno tão constante,que já nos acostumamos a medir o prestígio devereadores, deputados e senadores pelaquantidade de cargos e empresas públicas queestes controlam. E são estes seres políticos quedeveriam fiscalizar os prefeitos, governadorese presidente da república brasileiros. Ou seja,controladores do orçamento brasileiro. Comopodem fiscalizar quem nomeia seus amigos? Na minha modesta opinião, aí se encontra ofermento da corrupção política brasileira, quenos relega, como nação, à um papel secundá-rio no mundo.Como cidadão ativo na comuni-

dade, acompanho, na maioria dos casos comovítima, as conseqüências da incompetência doadministrador público escolhido desta forma.Mas observem que usei a palavra “fermen-to”, e para fazer um bolo, ainda precisamosda farinha. Penso que, acima de tudo, está aresponsabilidade ética do governante.Conheço inúmeros servidores públicos,concursados, que geralmente ganham mal,mas que transformariam suas frustrações emnovas esperanças, se encontrassem naselites dirigentes, atitudes éticas decentes einovadoras. Converso com muitos amigos, de servido-res municipais à federais, que gostariam depoder trabalhar mais e melhor, mas recebemordens ou sofrem com a falta de estrutura(geralmente intencional) para desenvolveremum bom trabalho. Penso que deve ser maisfácil o descaminho, estando o bom servidorpúblico desmotivado. É evidente que existemexceções à esta regra. Estes se transformamnos grandes líderes políticos brasileiros emundiais, mas infelizmente são exemplosescassos. Esta, para mim, é a farinha destebolo indigesto e solado !!!!!!

xxxxxx

Aproveito o espaço generosamente cedidopelo jornal para informar que o movimetocomunitário do Alto Penedo, que pressiona aprefeitura para as obras de correção dosdesmoronamentos da Estrada das TrêsCachoeiras, recebeu a informação do prefeitoLuis Carlos, que está tentando junto aogoverno estadual a execução emergencial dasobras. Esperamos ansiosamente o sucessodesta empreitada política! Aliás, o nosso prefeitoparece ter bastante sucesso nos seus contatospolíticos estaduais. Parabéns!!! No entanto, alertamos ao procurador domunicípio, Dr.Geraldo, dos riscos de acidentes,pela falta de sinalização de alerta, e pelotransito dos ônibus pesados da linha regular/escolar junto aos desmoronamentos. Até agora,nada foi feito. E aí Dr.Geraldo? Quando vamosver algum resultado daquelas promessas? P.S - Parabéns Elisa !!!

“eita mundão dificir...” tempo de elogiarSalomão, o dos salmos e provér-

bios, dizia, em um dos mais lindostextos bíblicos, que “para todas as coisashá o seu tempo: tempo de nascer, tempode morrer; tempo de plantar, tempo decolher; tempo de construir tempo de

derrubar...” Nós, simples mortais,despidos da sabedoria de Salomão,pouco aprendemos sobre talensinamento. Tem hora de criticar, mastambém tem hora de elogiar. Se, naedição anterior do Ponte Velha, fiz corocom o Gustavo Praça e o Miguel Montenas críticas ao momento atual dogoverno de Itatiaia, que torcemos sejapassageiro, agora vou exercitar meutempo de elogiar.

Resende atingiu o segundo lugarno ranking dos municípios que maisarrecadam ICMS ECOLÓGICO. Pontopara Resende. Um dos motivos para estesucesso é o incentivo e o apoiooperacional que o município vemdando para a criação de ReservasParticulares do Patrimônio Natural(RPPN). Essas reservas fazem parte doSistema Nacional de Unidades deConservação, criado por lei federal, erepresentam um enorme avanço napolítica ambiental brasileira. Ao invésde ser tratado como inimigo, o proprie-tário de áreas de relevante interesseecológico passou a ser parceiro do poderpúblico e da sociedade na luta pelapreservação do meio ambiente.

Uma RPPN, alémda sua importânciacomo unidade deconservação, conta

pontos na hora de calcular o repasse doICMS ECOLÒGICO. Somente na APAda Serrinha do Alambari, são duas asRPPNS criadas: A Santo Antonio e aReserva Agulhas Negras. Além destas, háuma terceira em fase de criação,todas atuando como zona de amorte-cimento e proteção natural ao ParqueNacional do Itatiaia. Ponto para aSerrinha do Alambari.

Por tudo isso, não há como nãodestacar a atuação do atual Presidenteda Agência Ambiental de Resende, obiólogo Paulo Fontanezzi, que vemdemonstrando como é possível serprodutivo quando o poder público e ainiciativa privada se juntam em tornodos interesses da sociedade. Sem esteapoio que o Fontanezzi vem dando, essasunidades de conservação da naturezaseriam reservas florestais criadas apenasno papel, sem cumprir efetivamente suasfunções sociais, como tem sido regra,infelizmente, em nosso país.

Mas o Fontanezzi terá ainda umbom trabalho pela frente. O primeirodeles é convencer a Câmara Municipalde Resende da importância de investir oICMS ECOLÒGICO em ações voltadaspara a proteção e desenvolvimentosócioambiental. Neste sentido, oPresidente da AMAR, com o apoio doConselho Municipal do Meio Ambiente,já encaminhou ofício à Câmara deVereadores. Se isso acontecer, Resendeentrará em um círculo virtuoso: maisRPPN; mais ICMS ECOLÒGICO; maisreservas; mais qualidade de vida; maisprestação de serviços ambientais...Esperamos que o Presidente daCâmara, que é do Partido Verde, nãodeixe o pleito do Fontanezzi e doConselho do Meio Ambiente dormin-do no fundo da sua gaveta.

Eliel de AssisQueiroz

MiguelAugusto

Monte

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1) A bola ficou quadra-da. Os passes se faziamtransportando-a nas mãos,a fim de nunca errar ou

acertar de modo previsível, parafacilitar a cobertura jornalística, acotação do mercado e a invenção dejogadores, até que criaram um sistemade trilhos, e ela circulava sempre pelomesmo lugar. Disse “circulava”, masdevia dizer trafegava. Os árbitrosentraram numa escola cada vez maisprecisa, e o ideal de exatidão ostransformou em magistrados. Cadajogo gerava um processo na cortearbitral, pois os milhões envolvidosjustificavam extremos cuidados. Ofair-play passou a ganhar jogo eacabaram os jogadores bons, sobran-do só os bonzinhos, com o selo-FIFA,de preferência depilados. (Elegia parauma bola murcha; de um viúvo daSeleção de 1982)

2) “Lamento ver que há umtipo de suposição universal na maio-ria dos jornais de que o cavalheiroque deu dinheiro às crianças ehomens nas ruas fez algo inteiramen-te indefensável e absurdo. Quandointerpretou a caridade como a obriga-ção de distribuir dinheiro pelas ruas,ele fez algo pelo que eu, por exemplo,esperava há muito tempo. Não voutão longe a ponto de afirmar que eleestava certo; mas certamente pensoque estava muito mais certo que todosos filantropos e organizadores decaridade que o desaprovam. Está tudomuito bem em dizer que os economis-

o fim do mundo. desesperadamentetas alertam que a caridade casual fazmal. Os economistas são muitocapazes de afirmar que comer e beberfaz mal – e, de fato, pensando bem,comer e beber faz certamente mal.

Fala-se em jogar dinheiro no mar.Fala-se em atirar riquezas num poçosem fundo. Fala-se em derramar umbom vinho no esgoto. Mas pelomenos, em todos esses casos de jogaralgo no abismo, a coisa, uma vez noabismo, não pode fazer mal. O di-nheiro não pode subornar o mar; nemo vinho pode embebedar a tubulação.Fazemos, contudo, algo mais obscuroe mais imprudente quando atiramosvinho ou comida num abismo maistenebroso que é dentro de nós mes-mos...” (Chesterton, 1906)

3) A pobreza é pública. E é umbem. Aliás, um bem bastante distribu-ído, pois todos são pobres. Todosrecebem para viver, respirar, pensar,

Até alguns anos atrás a

pequena parada de trem de

Engenheiro Passos, idealiza-

da, creio, pela motivação do

turismo em uma das belas regiões do país,

encontrava-se em bom estado de conservação,

talvez por obra e graça do Hotel Villa Forte,

situado bem próximo e de outros destinos

turísticos.

Embora há muito desativada, parece-

me que de tempos em tempos era ao menos

pintada.Tais esforços de conservação ressalta-

vam os elegantes adereços de madeira que a

envolviam, servindo de atrativo para turistas

românticos.

Quando passo agora pela Dutra tenho a

impressão de que a edificação se encontra em

abandono.Não tenho certeza absoluta, pois não

paro para conferir, mas a imagem que voa na

janela do carro não é nada agradável.

Engenheiro Passos, antigo distrito, após

o desmembramento do território no oba oba que

se seguiu a constituição de 88, continuou

pertencente a Resende, mas ficou quase como

um enclave para compensar a perda do

Penedo.Nada compensou....Hoje é apenas um

vago ponto nos mapas regionais.Mais lamentá-

vel que este fato seria a degradação da pequena e

querida estação.

A Estaçãode Engº Passos

embora pensem que respiram e vivemgraças ao Congresso Nacional. Quepouco pensa. Ou há os mais inteli-gentes, que pensam que pensamgraças à pauta da ONU ou do WWF.

A privatização dapobreza vale tantoquanto sua estatização:nada. Assim pensavamnossos antepassados,quando inventaram apersonagem do Juiz dePaz para zelar dasfronteiras entre nossasminguadas posses,resolvendo rusgas devizinhos, dotandonossa orfandadeconstitutiva e dandocobro à maior parte dassafadezas que assolam

o mundo. Mas aí resolveram orga-nizar demais as coisas, os pobresviraram um empreendimento e asfichas ficaram sujas.

4) Dois reis insensatos, masmuito cumpridores dos deveres echeios de boa vontade tinham umamigo muito simples, chamado Não-Forma, que os tratava muito bem.Resolvidos a dar-lhe retribuição,planejaram uma surpresa. Como oshomens têm sete aberturas para ver,ouvir, comer etc. e o Não-Forma nãoas possuía, de presente, fizeram neleaberturas durante sete dias. Ao fazera última, seu amigo estava morto.Moral: “Organizar é destruir” (A Viade Chuang-Tzu, 1977; adaptado)

MarcosCotrim

José AlbertoSomavilla

A festa junina da Associação Benefi-

cente Arcanjo Gabryel bombou este ano. Muita

gente dançou ao som de Bernard, Gustavo

Holanda, Rafael Procacci , DJ Uirá, Japão e

Gabriel, e depois se acabou com a música

contagiante da Orquestra Voadora, grupo do Rio

que ,só com metais e percussão, vai do frevo aos

ritmos africanos. Teve leilão de prendas, bingo,

muitas barraquinhas com guloseimas, teatro

sobre a vida de São João Batista apresentado por

atendidos e professores, fogueira e a tradicional e

linda caminhada das lanternas. A Arcanjo

Gabryel atende a jovens e adultos de Resende e

Itatiaia que necessitam de cuidados especiais.

Trata-se de um trabalho feito com muito

carinho, oferecendo, entre outras coisas, oficinas

de marcenaria e tecelagem. Veja mais no site:

www.arcanjogabryel.org.br

Em tempo: a festa da Arcanjo foi no

sábado, 26 de junho. No domingo, 27, a Orques-

tra Voadora bombou no terreiro dos Kalimba.

Ponto para Lana Almendra, que trouxe o grupo

num esforço de produção.

Arcanjo Gabryel

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JOEL: Quando a Malu marcou a entrevistapara as oito horas eu pensei: vai ser uma boaoportunidade para desmitificar a beleza dela,porque vamos vê-la de manhã, logo aoacordar. Mas a gente vê que ela é bonitamesmo cedo.MALU: (rindo) Imagina...GUSTAVO: Malu, conte um pouco da tuahistória.MALU: Bem, eu sou paulista, morei em SãoPaulo até aos 33 anos. Comecei a estudarcanto com 12 anos, por influência de um primomais velho que era musico e tocava váriosinstrumentos. E eu ficava sempre junto comele, ouvindo, ouvindo, e querendo cantar, atéque um dia ele, que já tinha mais de 20 anos, seencheu daquela criança atrapalhando e medisse assim: “escuta, você gosta mesmo decantar?” Eu falei: “claro que sim”. E ele: “entãopor que é que você não aprende?” (risos) Eassim começou. Aquilo que era para acabarcomigo me entusiasmou. “Nossa! Dá praaprender? Aonde?” E aí comecei, me apaixoneipor esse negócio de técnica vocal também...GUSTAVO: E onde foi que você estudoumúsica?MALU: Eu morava próximo a um bairrojudáico, onde se valorizava muito a cultura eonde havia uma escola de música, mas essaescola não tinha aula de canto. Acabei achan-do o anúncio de uma outra escola numarevista. Era longe da minha casa, eu tinha quetomar dois ônibus e demorava duas horas prachegar lá. A minha família sempre foi contra; aminha mãe sempre foi dura, o meu pai morreucedo... E então eu pensei na minha madrinha.Eu tenho uma madrinha muito doida, que medizia, desde que eu era pequena, o seguinte: “olha, sevocê precisar de feijão, de arroz, de roupa, de sapato,você não pede pra mim não; agora, se você precisar dealguma coisa que ninguém pode te dar, de um luxo, vocêpode pode falar comigo” (risos). E eu, muito tímida —sou filha da repressão militar, até pra pensar a gentetinha que pedir licença — fui lá pedir a ela, e ela topou.E eu estudei nessa escola dois anos, depois fui procu-rando outros professores, e acabei desenvolvendo omeu próprio método, que eu uso hoje para dar aula.JOEL: É possível você explicar para o leitor em queconsiste a sua aula de técnica vocal?

MALU: Bom, o corpo é o instrumento do canto, e entãovocê tem que trabalhar todos os recursos que usa nahora de cantar: a respiração, a dicção, a interpretação, aquestão do apoio do ar, que é uma coisa que a gente usasem saber; usa falando, no dia a dia, mas não faz umtrabalho específico para cantar. É como um maratonista:as pernas dele são as mesmas que as nossas, masprecisa de um treino para correr 40 km. A técnica vocal éum treino para você resistir, ter tônus para poder cantar.Atualmente eu faço também um trabalho terapêuticomuito interessante que não é cantando; é harmonizaçãodo corpo através do som de tigelas tibetanas (Malu traz

algumas tigelas das quais tira sons lindos,tais quais os de grande sinos de igreja, eexplica que aqueles sons são aplicadossobre o corpo das pessoas para trazerequilíbrio ao ser).GUSTAVO: Como é o seu gosto musical?Você parece gostar mais de samba.MALU: Eu gosto muito de samba, mas eucanto tudo. Quando eu vim para cá, um dosprimeiros shows que eu fiz foi de musicaindiana. Agora, de fato o samba é uma coisaque eu comecei a cultivar mais nos últimosanos: curtir, pesquisar, fiz vários showsdiferentes e tal... E teve a questão de eu terido para o Rio estudar musicoterapia e daí ir àLapa, ver a coisa mais de perto. A faculdadeera pertinho da Lapa. Era muito puxada, 15matérias, a gente estudava de manhã, detarde tinha estágio, e quando chegava ànoite eu dizia para a minha companheira quedividia o quarto comigo: “agora eu vou praLapa fazer sambaterapia”. E houve umepisódio muito marcante, quando eu fui como pessoal da faculdade visitar o HospitalNise da Silveira (trabalha com doentesmentais). Como era uma festa, a gente levouvários instrumentos de percussão, todomundo começou a tocar e aquilo virou umsambão de morro. E entre os pacientes tinhaum menino que era autista, e uma dascaracterísticas do autismo é que a pessoa

fica repetindo ummovimento — chama-se a isso estereotipia.E quando o samba foicrescendo, comaquelas musicas da

Clara Nunes, etc, o menino se esticou todo, saiu daestereotipia, e a mãe dele que estava lá começou a chorarporque ela viu que foi a música, que foi aquele momento.Aí eu pensei: “bom, então é sambaterapia mesmo”... Edesde novembro passado eu já fiz mais de 10 showschamados de sambaterapia. Já fiz com muita gente, masagora ficamos em três: eu, Cirom e Tadeu — violão epandeiro. É um formato econômico.GUSTAVO: O “terapia”, no caso, é mais umadescontração.MALU: É, porque o samba faz bem. A pessoa vai lá,canta, relaxa, se solta. É nesse sentido.

GUSTAVO: E você também podechamar os atendimentos indivi-duais que faz, no sentido debuscar o desbloqueio daspessoas, de sambaterapia? Digoisso porque como você nãoconcluiu o curso deMusicoterapia, e Musicoterapiaé uma profissão regulamentada,você não pode exerce-la, certo?MALU: Olha, eu já pesquisava

Mais do que excelente cantora, Malu Rocha é uma buscadora de melhora para o ser humano. Em suas aulas de cantonão ensina só técnicas vocais, mas exercita também o desbloqueio da expressão da pessoa. Trabalha com alimentação,meditação, sons de tigelas tibetanas, florais de Bach, etc. E ainda com política cultural. A escolha de seu repertório, a

começar por Tom Jobim, já indica sua ligação com a natureza e com o cerne da música. Às vésperas de completar 10anos de Resende, esta paulistana já é considerada “coisa nossa” — o Joel Pereira, que a entrevistou junto comigo, lembra

que Resende é uma boa mãe e uma madrasta melhor ainda. Malu nos recebeu na varanda cheia de plantas de seuapartamento e, com seu gato Jeremias, falou um pouco de sua vida e de seu trabalho (G.P).

Malu, para além da música

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musicoterapia muito antes de ir para a faculdade; fui paraa faculdade porque eu já estava, intrinsecamente,fazendo musicoterapia. Mas eu precisava ser uma bruxacom certificado. A faculdade é um luxo, muito boa, mas édifícil você conseguir trabalhar e estudar. Hoje em dia amusicoterapia já é reconhecida, mas não é porque vocêtem um diploma que você tem alguma coisa garantida.Na faculdade mesmo, o que eu mais ouvi é que cada umtem que definir a sua prática. Dentro da musicoterapianão existe um padrão de procedimento; existem algumasregras, mas o que interessa é você criar uma práticaterapêutica. E eu já tenho isso, o meu método é isso, euacredito que cantar ajuda na cura de muita coisa, naexpressão do indivíduo. Nesse sentido é que a técnicavai ajudar. É a ferramenta para a pessoa se expressarmelhor, para ela ter um canal aberto, independente dequerer ou não ser um artista. Eu trato desde adolescen-tes até pessoas mais velhas, cada uma com um objetivo,com repertórios, escolhas musicais diferentes...GUSTAVO: A música brasileira tem a vantagem de teruma carga poética muito forte. Você trabalha tambémpensando nas letras das musicas?MALU: Sim, porque o meu trabalho é também com a vozfalada. O processo da voz acontece com dois mecanis-mos: respiração e articulação. Eu trabalho as duas coisas

separadamentepara poder juntar.E trabalho muitotambém aquestão poética,que traz emoçãoa pessoa. E issoaí cada um quesabe a sua,porque umamúsica podedizer muito paramim e nada paravocê, e vice-versa. Isso aí agente trabalhamuito na aula,porque interessaque a pessoa seexpresse comaquilo que dáprazer a ela.JOEL: Eu levei

pedaço: “lá embaixo a terra é um mapa / Que agorauma nuvem tapa”). E do meu lado o mestre memostrava todo aquele chão e me dizia assim: “Estávendo isso tudo aí? É o Rio de Janeiro. Você vaifazer um grande trabalho aqui”. E eu pensava: nãoestou vendo praia... E ele dizia: “É o Rio de Janeiro,e você vai pra esse lugar”. Bem, passou um tempo e

um belo dia eu estava naIlhabela com um amigo(revoltada por ver a RioSantos, que foi umaestrada que eu vi abrir,cheia de condomínio,material de construção,Mac Donalds), e aí eupego um livro a esmo numapilha de livros e era o livrochamado “Visão doParaíso”, que é o livro comas fotos que o Tom e suamulher fizeram sobre aMata Atlantica na mesmaépoca em que gravaram ovídeo com ele falando da

mata, vídeo que eu apresento no meu show. Eu abrio livro numa página em que havia a seguinte frase:“toda a minha obra foi inspirada na Mata Atlântica”.Aquilo me emocionou, foi um insight, se juntou aomeu sonho. Eu comecei a chorar e pensei: já sei oque eu tenho que fazer. E daí as coisas foram seconjugando: através da minha iniciação HareKrishna eu acabei vindo cantar música indiana noHotel Pequena Índia; daí foi um pulo para meapaixonar por essa região, pela natureza, e realizar oprojeto do Tom numa parceria com o Wellington,que eu conheci no Pequena Suécia. Ele me levoupara o Parque Nacional de Itatiaia num dia em queme apareceram todos os bichos, macacos, tucanos,esquilos, todos os passarinhos... É incrível como avida vai compondo as coisas...JOEL: Malu, você é uma mulher elegante, bonita,televisiva...MALU: (rindo) Televisiva é ótimo...JOEL: ...fotografa bem, canta bem. Eu não consigoentender como é que você ainda não fez sucessoem nível nacional. Você acha que você ainda nãofoi vista pela pessoa certa na hora certa?MALU: Olha, se eu soubesse a razão eu tentaria

dois amigos que são músicos para ver um show seu láno boteco do Amaral (que infelizmente fechou; Resendetem dessas coisas, não sei por que é que esses lugaresbons fecham), mas eu levei lá o Zamba, que é pianista,e o Dr. Maciel, que toca saxofone. O Zamba te aprovoulogo de cara, mas o Maciel disse que precisava esperarvocê cantar Wave, do Tom Jobim. E aí fizemos o pedido,

e quanto você cantou ele disse que aprovava comlouvor. Você colocou essa música no seu CD por causados pedidos?MALU: (rindo) Não, Wave é linda, faz parte do showque eu fiz em homenagem ao Tom Jobim, chamado “OTom da Natureza”. Nele eu escolhi músicas que falam danatureza. No show, ela se emendava com Dindi. Éinteressante porque todo mundo pensa que Dindi é umamulher, mas não, é o “pasto do Dirindi”, um lugar nosítio do Poço Fundo, onde o Tom gostava de ficar.GUSTAVO: O Joel reclamou que o Boteco do Amaralfechou, mas tem o Jazz Village, no Hotel PequenaSuécia, no Penedo, que não fecha. E a Malu cantamuito lá, entre outros músicos de primeira.MALU: O Pequena Suécia foi o primeiro lugar que eucantei aqui, em 2001. Eu vim pra cá pra cantar no Peque-na Suécia e resolvi mudar pra cá, minha ligação com oPequena Suécia é fortíssima. E vim muito também porconta de natureza. Um ano antes de eu vir eu tive umsonho: eu estava em cima de uma montanha muito alta,um topo, de onde eu via um verde que não acabavamais. Do meu lado tinha um mestre, de quem eu não viao rosto, e meu sonho tinha trilha sonora, uma música doTom Jobim que se chama “Angela” (cantarola um

Um ano antes de eu vir pra cá eu tive um sonho:eu estava em cima de uma montanha muito alta,um topo, de onde eu via um verde que nãoacabava mais. Do meu lado tinha um mestre,de quem eu não via o rosto.(...) O mestre memostrava todo aquele chão e me dizia assim:“Está vendo isso tudo aí? É o Rio de Janeiro.Você vai fazer um grande trabalho aqui”.

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resolver o problema, mas eu não sei. Mas essaquestão de entrar na mídia, ela depende de muitos

fatores, e eu acho que a coisa do QI (quem indicou) éque é o negócio. Por exemplo: o Nélson Motta, que paramim é um cara que é referência, ele colocou uma musicaminha cantando com o Bernard no programa dele, masele não sabe quem eu sou. Mas se alguém amigo delefizer a ponte comigo, é diferente. Eu não tenho ilusão emrelação a isso. Eu sou uma ilustre desconhecida, nuncafiz parte de turmas, de panelas, não está em mim isso.Faço eu as coisas da minha cabeça.GUSTAVO: Não foi a tôa que você fez o “Tom daNatureza”. Você tem uma relação forte com onaturismo, com alimentação natural, etc. Você achaque a alimentação pode melhorar o ser humano?JOEL: E eu emendo uma outra questão: como vocêconsegue conjugar o seu lado natureba com o trabalhona noite. Porque, via de regra, quem trabalha na noitepelo menos bebe, quando não experimenta outrasemoções um pouco mais violentas.MALU: Eu bebo um vinhozinho... Mas quando vim paracá eu não bebia nada. Comecei a beber com aquelefriozinho ali no Pequena Suécia, a lareira acesa... Eutenho uma amiga que diz uma frase que eu uso sempre:“é na contradição que eu me equilibro”. Não dá pra seruma coisa só. Eu recebi um textooutro dia que dizia que a gente nãoé só luz; a gente é luz e sombra,tem que integrar as duas coisas. Élógico que no meu dia a dia euacordo cedo, dou aula de manhã.Não tenho aquele perfil de artistaque acorda ao meio dia porquepassou a madrugada toda em claro.Eu fico acordada de madrugada seeu estiver num show cantando. Docontrário, não tem porquê. A bebida não está ligada àminha vida artística como uma coisa compulsória. Nuncaesteve. Hoje em dia acho que essa imagem do artistaestá mudando.GUSTAVO: Existem outras formas de alteração doestado de consciência, que é o que a gente busca nabebida. A meditação, por exemplo. Você disse que éHare Krishna. Eu gostaria que você falasse sobre isso.MALU: Eu sou Hare Krishna porque eu recebi a minhainiciação, eu tenho toda uma formação em relação a isso,mas hoje em dia não frequento mais, até porque aquinem tem um templo, e tudo... então não tenho um

vínculo com ainstituição religiosa.Mas eu tenho umvínculo com aquestão da Índia, dameditação, dos sons,dos mantras. Tudoisso leva sim aestados alterados deconsciência, vamosdizer assim; que não

é aquele estado comum em que a gente fica no dia a dia,de ter que pagar as contas, etc. E isso estimula acriatividade, trabalhar com a kundaline, essas coisastodas que têm a ver com a criação artística e tal. Isso éuma coisa que eu venho desenvolvendo; não é umacoisa que a gente chega e dá por resolvido; é umabusca, é uma busca constante. Inclusive por isso, esserótulo de Hare Krishna é uma coisa meio pesada.

Primeiro porque o movimento Hare Krishna no Ocidenteestá ligado ao hippie, malucada, etc , e não tem nada aver porque existe nas Índia há muito tempo, não temnada a ver com o que a gente recebeu aqui. Então, é atéuma coisa que eu evito um pouco porque as pessoastêm preconceito. Já existe preconceito contra artista,

contra mulher solteira... Já está bom de preconceito...Então, eu evito levantar bandeiras. O própriovegetarianismo, que está lá no meu site, eu não fico poraí brigando por ele. Se as pessoas me perguntarem..., ounas minhas aulas, com meu alunos, eu posso dar umadica ou outra. Mas não é uma coisa que eu milito; é umacoisa minha.JOEL: O vegetarianismo tem o poder de melhorar a voz?MALU: Tem, com certeza. É aquela velha história: agente é o que come. O sangue, a irrigação da mucosa, adisposição física... Eu uso muito a sucoterapia, que éuma maneira de ir limpando o sangue e sempre tervitalidade, sempre ter saúde. E é como eu falei: o instru-mento do cantor é o corpo. Então, eu não sou umaneurótica com alimentação, nem com malhação, mastenho que me cuidar para ter disposição para fazer o queeu faço, até porque eu dou 20 horas de aula por semana.Então isso é uma maratona física.GUSTAVO: Ainda sobre alimentação, eu quero voltarna pergunta que fiz antes, se você acha que ovegetarianismo pode representar uma evolução do serhumano para uma civilização mais sensata.MALU: Claro, eu não tenho dúvida. Eu acho que o ser

humano embarcou nessa da destruição, e isso está emtudo, até na questão do alimento. Ele acha que precisamatar, e isso é desnecessário. Um ser humano desenvol-vido como nós já somos na tecnologia ainda estamosmatando vaca a paulada! É uma coisa que não combina...É muito pré-histórico em relação ao que a gente jáavançou. Eu acho um descompasso. E, no meu caso, eusofri muito na infância com enxaqueca, eu saía das festas

de família passando mal. Então,para mim foi uma conquistapessoal. Hoje em dia eu tenhoum bem estar que eu não tinhaantes. Já faz 20 anos que eu souvegetariana.GUSTAVO: Parar de matarbichos talvez fosse a grandediferença entre o humano etodos os outros animais.MALU: Eu acho que sim,

porque a gente já tem esse discernimento, a gente nãoprecisa caçar. Se a gente ainda fosse nômade, mas jáestamos tão longe disso. Eu acredito que a violência quea gente vê hoje em dia, com um ser humano matando ooutro com tanta facilidade, eu acho que tem muito a vercom isso. A nossa energia está muito drenada por aí, omais forte dominar o mais fraco. Então, começa podendoamarrar o animal, judiar, matar. Porque tanto faz mataruma vaca ou matar uma pessoa. Será que a gente valemais do que uma vaca?GUSTAVO: A gente começa pela vaca. A escritoraMarguerite Yourcenar diz que não consegue passar nafrente de um açougue, e que acha que se não existisseaquilo nós não chegaríamos a uma coisa como o nazismo.MALU: E quando chega no “consumo”, vem o bifeembaladinho, perfumadinho, a gente é poupado da visãoda violência.JOEL: Eu sou bastante cético em relação a isso.Porque eu vejo muito gente com esse perfil vegetariano,mas no entanto toma, por exemplo, um chá alucinóge-no (risos), ou cheira pó...MALU: Não, aí não dá...GUSTAVO: Vegetariano não cheirá pó; isso é coisa depresidente da república transtornado pelo poder... Ochá alucinógeno, sim, combina com o vegeriano.JOEL: É preciso não perder de vista que o bicho maisimportante é o Homem, e essa coisa de usar os animaisem proveito do Homem é um troço milenar, faz parte dacultura. Mas, por outro lado, esse argumento da nãoviolência me seduz. Se bem que daqui a pouco muitonatureba vai achar também que a hortaliça é umnegócio vivo...MALU: É muito diferente. Um pé de alface, se você nãocolher ela vai morrer ali. Ela está ali para isso. É diferentevocê fazer um estrago, com sangue, etc. E outra coisa:em termos econômicos (e aí já é uma coisa bem racional),custa muito para o planeta esses pastos todos. A maiorparte do que se produz de soja, que é uma das maioresvilâs da amazônia agora, é para alimentar essa indústriade matar gado.

A nossa energia está muito drenada por aí, omais forte dominar o mais fraco. Então, começapodendo amarrar o animal, judiar, matar. Porquetanto faz matar uma vaca ou matar uma pessoa.Será que a gente vale mais do que uma vaca?

E quando o samba foi crescendo, com aquelasmusicas da Clara Nunes, o menino autista se

esticou todo, saiu da estereotipia, e a mãe deleque estava lá começou a chorar porque ela viu

que foi a música, que foi aquele momento

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Nas últimasdécadas, pesquisadores— tendo como cobaias

alternativos, naturalistas, hippies, etc. —têm dedicado seus estudos à busca deuma melhor integração do homem comos alimentos que consome, procurandoequilibrar e aperfeiçoar a máquinabiológica do corpo humano. Oscaminhos desses estudos apontam paravárias direções, mas um aspecto comuminteressante é a descoberta do valorterapêutico das plantas, ervas, flores efrutos, confirmando cientificamente opoder da alimentação natural livre dainfluência de substitutivos químicos queagridem o organismo ocasionandomales e doenças que eramdesconhecidas de nossos antepassados.

No universo das ciênciasterapêuticas surgiu a EngenhariaBiodinâmica, preocupadaprincipalmente com o circuitoenergético vital dos seres humanos,como ativá-lo e como bloquear a açãodos agentes que o degradam. O grandevilão desse quadro é o processo deoxidação celular, gerador de resíduos dedifícil assimilação, que acabam porcontaminar a máquina orgânica. Aniodinâmica propõe um sistemanutricional baseado em alimentos esuplementos que desarmam osprocessos das reações químicas deoxidaqção celular, ativando o códigogenético para a emissão de células compotencial de geração de energiaorgânica. O principal artifício paramanter a vitalidade é a desintoxicaçãodos filtros orgânicos e a reconstituiçãodos nutrientes que mantém a químicadas estruturas orgânicas em equilíbrio.Entre uma série de alimentos estudadospor esta filosofia comportamental dealimentação estão os sucos verdes queatuam como nutrientes de alto teorenergético e que podem modificarcompletamente o comportamento deum organismo, agindo em músculos enervos e dificultanto a aquisição dedoenças, como até mesmo o câncer.Os raios de sol fornecem radiaçõesimportantíssimas aos alimentos, eestes cedem correntes elétricas aosistema nervoso.

Ponha seu mamão no sol damanhã. Faça sua comunhão com osalimentos in natura. Em breve vocêpoderá até se alimentar de prana (luz)

PONHA SEU MAMÃO

NO SOL DA MANHÃ

Paulo Mauá

GUSTAVO: E sobre a questão de arran-car a hortaliça, a gente tem que ver queexiste uma diferença de nível de consci-ência entre o vegetal e o animal. Eutenho uma amiga que diz assim: “eu nãocomo nada que tem rosto”.MALU: Também penso assim: nada quetem mãe, nada que se reproduz sexualmen-te. É isso. Quando eu sento para comer, euagradeço a pessoa que plantou, a pessoaque colheu, a pessoa quetransportou, a que cozi-nhou e a que me serviu. Eaí eu como tranquilaporque fiz uma ligação como processo. Mas a genteestá vivendo num momen-to em que há muitos níveisde consciência conviven-do, desde o sujeito queestá criando coisasmaravilhosas, ganhando oprêmio nobel da paz, até ooutro que está matando o irmão.JOEL: Malu, você poderia aproveitarpara divulgar o seu telefone para quemquiser contratar seu show ou ter aulasde técnica vocal.MALU: Olha, tem muita informação nomeu site: www.malurocha.com, e otelefone é (24) 8119 1603.GUSTAVO: Você tem uma atuaçãopolítica, uma certa preocupação comprojetos sociais, como foi aqui emResende com a Escola de Música. EmVolta Redonda também você tem umtrabalho com crianças carentes. Fale umpouco disso.MALU: Olha, o meu primeiro trabalhosocial foi em Penedo, com o AndréEspinola. E eu penso o seguinte: a gentenão tem que trabalhar para os pobres,mas com os pobres, aí dá certo. Eu tiveessa experiência em Volta Redonda, vique dá certo, e por isso eu briguei tantoaqui em Resende pela Escola de Música.GUSTAVO: Como é a orquestra em VoltaRedonda?MALU: Lá é patrocinado pela FundaçãoCSN, é um orquestra que já tem mais de10 anos, um trabalho lindo com crianças eadolescentes carentes. Chama-se projeto

Garoto Cidadão. Eu trabalhei diversasvezes com eles, cantando, dando aulas decanto, fazendo preparação de atores, etc.E Volta Redonda, embora seja mais jovemque Resende, tem já uma tradição emrelação à cultura; sempre existiu umprojeto municipal, independente mesmoda CSN. Ontem, por exemplo, eu estive láassistindo a um show dos “Demônios daGaroa” ( o conjunto vocal mais antigo do

Brasil) e todo mundo canta junto, sabeapreciar. Isso é uma coisa que faz diferen-ça. Eu tenho uma admiração enorme porVolta Redonda por causa disso, elesinvestem mesmo na cultura.GUSTAVO: A Escola de Música, que vocêdirigiu aqui em Resende e esteve paradaum tempo, voltou a funcionar. Como estáa situação dela?MALU: Eu não sei exatamente como está.Eu sei que voltou num outro contexto eestou torcendo muito para que a coisaande, porque eu acho que isso é umaconquista que a cidade não devia perder;é uma conquista do povo, das pessoas. Édifícil você fazer uma coisa assim dentrodo sistema público porque eles achamsempre que aquilo é um luxo. Eles queremresultado imediato, e, como diz o meuamigo Ciron, música não é Nescau. Não ébater e estar pronto.GUSTAVO: É preciso acreditar que amúsica, a arte, forma uma pessoa melhor.MALU: Existe ainda um conceito dentroda educação musical ligado aovirtuosismo: “vamos pegar aquele lápobre, da favela, que tem talento”.GUSTAVO: E vai virar um grandepianista!

MALU: Pois é, não é isso. O que memotiva é que a música é um canal deexpressão e é um conhecimento igual aqualquer outro, igual a português,matemática, que todo mundo tem que ter,mas que infelizmente nos foi negadonesse sistema educacional, de uns anospara cá. E forma então o quê? Gente quenão sabe apreciar música, que ouve ofunk e acha que está bom, que não tem

outra referência.Outro dia eu leveium disco dosParalamas doSucesso para osalunos de umcolégio e eles nãoconheciam. Veja só!Uma música que euconsidero músicade jovem, não é queeles não gostavam,eles não conheciam.

GUSTAVO: Você não gosta de nenhumfunk? Black Allien, Benegão...MALU: Olha, eu não conheço. Eu achoque existe uma coisa que é natural, queveio com a expressão daquele contexto.Então não é uma coisa que dá para negar,aquilo realmente está acontecendo.GUSTAVO: E está inclusive substituindoum pouco a cultura do samba junto àmocidade dos morros.MALU: Totalmente. Este ano uma meninadançou um passinho de funk no desfile.Na verdade existe uma coisa de negar osvalores que são brasileiros. O funk, decerta maneira, é o resultado disso, dessacoisa do imperialismo que vem não é deagora. O que é preciso é que as pessoastenham também outras informações, nãofiquem só no massacre do que é imposto,não abandonem suas raízes.GUSTAVO: Porque tudo tem valor. Écomo aconteceu com o rock, que muitagente negava porque era americano,porque tinha guitarra elétrica, e noentanto tem tanta coisa boa, foi assimi-lado por nós, misturado à nossa raiz.MALU: Sim, o problema é quando amidia fica martelando só uma coisa, eobriga aquilo goela abaixo sem daropção. E aí qualquer música de qualidadefica parecendo coisa de elite. Eu já ouvidizer, por exemplo, que eu só cantosamba chique. (ri)GUSTAVO: Queriam mais batucada emenos Tom Jobim. Eu conheci ummúsico que gravou uma vez com o TomJobim e me contou que num intervalo,tomando um café, o Tom disse a eleassim: “não sei se você sabe, mas fui euo inventor do samba desanimado”.

Não tenho aquele perfil de artista que acordaao meio dia porque passou a madrugada todaem claro. Eu fico acordada de madrugada se euestiver num show cantando. Do contrário, nãotem porquê. A bebida não está ligada à minhavida artística como uma coisa compulsória.

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Olho vivo! Aproxima-mos-nos de mais uma eleiçãopresidencial que decidirácertos rumos donosso país por nomínimo 4 anos.Nessa, como emtodas as eleições,conhecemos as propostas e,teoricamente (teoricamenteapenas), o caráter dos candida-tos através da mídia, emespecial da televisão que é amídia de massa por excelência.Bem, podemos ficar tranqüi-los, pois seguindo o ideal dojornalismo descomprometido,todo editorial, coluna e notíciaserão dados de forma neutra eobjetiva, correto? Errado! Amídia não é neutra edescompromissada como queraparentar ser.

Nossa imprensa,iniciada em 1808 com a vindada família real par ao Brasil,começou sob forte vínculopolítico-partidário e mesmo

após a independência, comuma menor censura de órgãoscivis e eclesiais, manteve este

vínculo de opinião,e este se mantém atéhoje, com o fimtotal da censura.

O professor daUniversidade Federal do RioGrande do Norte, Home deOliveira Costa, grande estudio-so de mídia e política, especi-almente a brasileira, já disseem artigo para o “Jornal deHoje” de Natal: “Assim,historicamente o que seconstituiu no Brasil foi umjornalismo essencialmente deopinião e claramente político-partidário. Não há, portanto,neutralidade e objetividade,mesmo considerando a expan-são das redes nacionais derádio e televisão”. Ele não é oúnico com essa visão, váriosestudiosos vêem essapartidarização e falta deneutralidade dos grandes

meios de comunicação, comoJorge Almeida, FernandoAntonio Azevedo, KjelJakobsen, Venico A. Lima, sópara citar alguns.

A partidarizaçãoem si não é o princi-

pal problema. O principalproblema é exatamente aaparência de neutralidade eimparcialidade que querempassar. Essa falsa isenção dojornalista, do editorial, dorepórter. Bem, dar uma notíciaou fazer uma reportagem,deixando clara a sua posição(como faz até hoje Bóris Casoy)é dar opinião. Agora, dar umanotícia ou fazer uma reporta-gem se colocando como isentoenquanto esconde uma posição(o que faz grandes meios demídia) é manipulação.

Não achem que a grandemídia será imparcial na

cobertura dessas eleições. Elanão será, como ela nunca foi.Na verdade, podemos ver queela já escolheu seu lado. A

agência Carta Maior e o OperaMundi já mostraram que naConferência de Comunicação,realizada pelo InstitutoMillenium no mês de maiodesse ano, foi estabelecida anecessidade de “Combater operigo Socialista”, que seriarepresentado pela candidata àpresidência Dilma Roussef(engraçado que essas falas decombate ao socialismo erammuito utilizadas por CarlosLacerda, que era um expoenteda TV e do rádio, e o maiorincentivador civil do Golpemilitar, de 1964. Quando ele viuque não ia poder concorrer a

“camarão que dorme a onda leva...”

Gustavo VilellaWhately

presidência ficou contra o golpe.Ou seja, se combate o socialismopela liberdade de expressãoincentivando um golpe queimplementa uma ditadura. Issonão faz sentido algum).

Essa conferênciacontava com pensadoresreacionários e grandes empre-sários midiáticos como RobertoIrineu Marinho e jornalistasComo Arnaldo Jabor, OtávioFrias Filho, Roberto Civita,entre vários outros que nãocabe ficar citando.(...) Temtem como acreditar que amídia é imparcial?

Poderia continuarcitando outros autores quevêem essa parcialidademidiática, ou mesmo citandofatos que aconteceram naépoca de eleição que mostramessa parcialidade (Não possodeixar de citar o fato maisconhecido de todos: os cortestendenciosos que aconteceramem 1989, onde uma certa redede televisão fez uma montagempara lesar um candidato ebeneficiar outro). Mas não éisso que pretendo nessepequeno texto. O que pretendodizer aqui é que devemos ficarligados, devemos ler as entreli-nhas e não acreditar passiva-mente e sem crítica naquiloque nos é passado. O que euquero dizer com este texto éexatamente o que diz no título.Acordem! Olho Vivo! Nãodeixem que sua opinião sejacontrolada por outras da formabaixa como é feito hoje em dia.Lembrem-se sempre damúsica: Camarão que dorme, aonda leva.

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11 Nossa História, Nossa Gente

Nosso homenageado, mais conhecido como Doliva Godoy, dá nome àavenida que começa na ponte sobre o rio Alambari, no Montese, etermina no bairro Paraíso. É a

avenida da entrada principal de Resende. SeuCEP É 27535-320. Nada mais justo do que ahomenagem a Dourival Godoy. Afinal, foi suafamília quem doou a faixa de terra que setransformou no mais belo acesso a cidades,em toda a extensão da Rodovia PresidenteDutra, projeto do brilhante Engenheiro TácitoVianna Rodrigues. Resende deve muito àfamília Godoy. Dourival é filho de Dona Carlota Guima-rães (Sinhazinha) e do Cel. Abílio Marcondesde Godoy, que foi Prefeito de Resende de 1927a 1929. Abílio chegou a Resende, por volta de1914 e, em 1920, comprou a Fazenda do Castelo, cuja sedeaparece na foto, ao lado do Dourival. Esse cartão postalde Resende vem sendo conservado pela família, desde asua aquisição. Nos últimos anos, o trabalho de restaura-ção e conservação vem sendo feito pelo Arquiteto GeorgeMarcondes Godoy, filho de Dourival e neto do Cel.Abílio. O site www.institutocidadeviva.org.br registrainúmeros dados e fotos da Fazenda do Castelo. Dourival foi um entusiasta da pecuária de leite e deseus derivados. Teve três fazendas produtoras de leite, e fundou a Usina de Laticíni-

Dourival Marcondes Godoy

Meu pai, o Luizinho da Babilônia, descansou na quinta-feira, 24 de junho de2010, aos 86 anos. Deus o poupou de uma sobrevida triste.

Luiz Pereira da Silva foi lavra-dor, vivendo sempre da terra quenunca teve. Rude e terno ao mesmotempo, imitava a natureza – sua grandemestra. Foi um competente adminis-trador de fazendas: hábil gestor depessoas, de plantas e de animais.

Até o final, teve a carinhosaassistência de sua mulher, Faninha, ede Francine, prestimosa filha do casal.Ele e elas foram amparados pelo meuirmão, Zé Roberto, e por minhacunhada Taís – uma pessoa tão boa,que mais parece um anjo.

Seus amigos o acompanharam,no derradeiro passeio, até o Alto dosPassos. Escolhi dois chorosos para simbolizar os demais: DelphimRocha e Marquinhos Monteiro de Barros, depositários de apreço quenunca morrerá.

Há quase cinqüenta anos, Luizinho resolveu seguir um novocaminho, causando grande turbulência na vida dos envolvidos, comoacontecia em uma época que mal se falava de divórcio, no Brasil. Aindaassim, conseguiu ser feliz. Foi feliz porque o amor verdadeiro é superiora tudo.

A benção, Luiz Pereira!

Adeus, Luiz Pereira!

perdeu o GalvãoBueno disse que aquilo era apenasum jogo de futebol. Mas não foi issoque ele vendeu o tempo todo, e sim avelha exaltação da pátria de chuteiras.Essa pátria de chuteiras, imagem doNélson Rodrigues, pode ter sidoimportante como afirmação da auto-estima brasileira nos anos 50, hojenão precisamos disso. É um negócioque só atrapalha, pesa nos jogadores,acaba com a arte, põe no comando umgeneral e um pastor (Dunga eJorginho), e se presta a estimular oconsumismo grosseiro de cerveja.Calem a boca Galvão e latinhasfalantes.

Corrijo aqui dois erros domeu texto na última edição. Oprimeiro foi que escrevi a palavra“alínea” quando era para escrever“edital” ao me referir à determinaçãodo governo de Itatiaia de recobrar osIPTUs de anos anteriores, já pagos.Eu sugeria que o Executivo fizesse umdecreto anulando o tal edital, uma vezque seu próprio procuradorreconhecia o absurdo da cobrança, elembrava que o poder público poderever seus atos.

O segundo erro foi que, porconta da entrada de um anúncio deúltima hora, o final do artigo sumiu naedição impressa (na edição do site eleestá inteiro). Reproduzo aqui otrecho, que falava sobre a cobrança daágua, cujo final desapareceu:

“O argumento a favor daprivatização, em geral, é o de que oEstado é mau gestor por sercorrupto, fazer vista grossa comquem não paga — enfim, fazerpolítica no pior sentido. O que issotem de verdade se funda em apetiteshumanos que devem ser combatidose que também existem noempresário privado, que quer omaior lucro possível. As Prefeiturassempre operaram os sistemas deágua, como sempre fizeram avarreção e limpeza das cidades. Deuma hora para outra teriamdesaprendido? Quem sabe essedinheiro que vem chegando, dasmultinacionais, possa ser investidona rede, para não deixarmos osucateamento levar à idéia de que sóa privatização resolve?”

Futebol,IPTU e Águaos Godoy, embrião da Cooperativa de

Leite de Resende. Para fechar o cicloprodução- industrializaçãocomercialização, Doliva tinha umadistribuidora chamada Nevada, naCapital do Rio, mais precisamente naPraça da Bandeira. Aqui em Resendemantinha, também, um curral, na RuaLuiz Pistarini, chamado “ Beba maisleite”, onde havia um retireiro unifor-mizado que ordenhava as vacas e serviao leite, tirado na hora. Nosso destaque nasceu emPindamonhangaba, em 23 de abril de

1899, e faleceu aquiem Resende, em 14de setembro de1954. Foi casadocom a DonaHaidèe MarcondesGodoy (já falecida)e tiveram doisfilhos: GeogeMacondes Godoy,arquiteto e Solange

de Sampaio Godoy, museóloga.

JoelPereira

Gustavo Praça

Page 12: Jornal Ponte Velha - Julho de 2010

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moçasEm nosso país tropical

O anormal é normal

O paradoxal é natural

O Natal é comercial

O amoral supera a moral

O imoral fragiliza o moral

O bem acovardou-se

ante o mal

Em escala nacional

O ilegal tornou-se legal

A Ética tragada pelo lamaçal

Gerou o terremoto da moral

Com epicentro

no Planalto Central

E o Superior Tribunal

Com sua demora letal

Não pune o ato ilegal

Previsto no texto

constitucional

E no Código Penal

Este, coitado

pouco falta para o seu funeral

E a maioria do Congresso

Nacional Tomou

anticoncepcional para o legal

E a nossa autoridade maioral

Travestido de vestal

E achando-se acima

do bem e do mal

Afronta a lei eleitoral

E debocha da punição legal

Meu Deus

Estamos mal

Embora tenha sesurpreendido

em ver-senovamente,reconheceu-se deimediato. A últimaempreitada – maravilhosa erevigorante – o fizeraesquecer-se do que fora atéque a iniciasse. Desde entãoo amor havia sido tãoarrebatador que aquilo nãopodia deixar de afetar-lhe amemória. Nada que aexperiência empírica nãofosse capaz de resgatar. Aboemia é parte constituintede si e ele já não se permitequalquer dúvida sobre isso.Sabe que ainda vai afastar-se

e reaproximar-se muitasvezes ao longo de suadelicada existência mas,agora, sente-se emcasa na sua condiçãodescompromissada.E a maré tem sidogentil.

xxxxx

Vou me encontrarcom Natália. Não fossepor um detalhe,Natália seria Juliana.Vou encontrar comNatália porque ela meintrigou. Porque nãoconheço Natália.Conheci Juliana, masJuliana existe muitopouco. Por outro lado,tudo o que tenho deNatália é Juliana.Mulher interessante.

Na ocasião em que nosconhecemos eu me sentiaespecialmente disposto aocontato social, e não fossepela impossibilidade deestar em dois lugares aomesmo tempo, eu não teriadeixado de comparecer aduas das cinco festividadespara as quais eu foraconvidado. A hora já eraavançada, tal como o teor de

álcool (o qual eu tratava demanter precisamente)quando a vi adentrar o salão.

Ela estava fantasiada. Poucodepois eu descobriria quenão apenas vestida com umafantasia, mas vivendo umapersonagem. Ela, do meiodo salão, manteve o olharsobre mim e eu correspondi.Num par de instantes estavaeu, com um bandofantasiado, rumando de voltaa Santa Teresa.

Nesta noite as coisas nãocorreram como eu gostaria.

Havia certa avidez pelo calorde uma mulher e não oobtive. No entanto, sentia-me feliz com meu próprioproceder, com a sensação de

liberdade que metrouxe esse movimentoestúpido de deslocar-se de uma bebedeira àoutra sem muito pensarna perspectiva do sonomaltratado e do dia queo segue. Natália, umavez que profundamenteJuliana, se encaixaperfeitamente nestedelírio. Natália meintrigou, mas delíriosnão devem durarmuito.

Não durou. Natália,uma vez conhecida, seassemelhava pordemais a Elisa. Euhavia amado Elisa

loucamente mas, ao fim denosso romance, elaconsumira toda a minhapaciência para comdeterminados temas. Natáliame despertava Elisa namemória, mas soava comouma falsificação de Elisa. E seda original eu já havia medesvencilhado, não meapegaria de modo algum aNatália. Natália não é má.Provavelmente eu é que sou.

NunoRomero

país paradoxal

Lydio

Albe

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