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EDIÇÃO 2 ANO 1 SEGUNDA-FEIRA, 11 DE OUTUBRO DE 2010 www.jornaltimao.com.br | @jornaltimao Vaguinho PÁG. 14 O ponta-direita campeão paulista em 1977 conta tudo sobre seus dez anos de Timão INVASÃO CORINTHIANA: O JOGO EM QUE 70 MIL ALVINEGROS FORAM AO MARACANÃ PÁG. 12 ADÍLSON BATISTA NÃO RESISTE À DERROTA PARA O ATLÉTICO-GO E PEDE DEMISSÃO PÁG. 4 PARREIRA É O FAVORITO. VEJA AS PRINCIPAIS OPÇÕES DO MERCADO PÁG. 5 Corinthians X Vasco PÁG. 9 Corinthians pega Vasco, no Rio, com Fábio Carille no comando CAIU! © Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians Adílson Batista deixa o Pacaembu pela última vez como técnico do Timão

Jornal Timão - 11/10

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Timão - O Jornal da Fiel Edição de segunda-feira, 11/10/2010

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Page 1: Jornal Timão - 11/10

EDIÇÃo 2ANo 1

sEguNDA-FEIrA, 11 DE ouTuBro DE 2010

www.jornaltimao.com.br | @jornaltimao

Vaguinho Pág. 14O ponta-direita campeão paulista em 1977 conta tudo sobre seus dez anos de Timão

invasão corinthiana: o Jogo Em QuE 70 mIL ALvINEgros ForAm Ao mArACANÃ Pág. 12

adÍlson baTisTa não REsisTE À dERRoTa paRa o aTléTico-go E pEdE dEMissão Pág. 4

paRREiRa é o faVoRiTo. VEJa as pRincipais opÇÕEs do MERcado Pág. 5

Corinthians X Vasco Pág. 9Corinthians pega Vasco, no Rio, com Fábio Carille no comando

Caiu!

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g. Corinthians

Adílson Batista deixa o Pacaembu pela última vez como técnico do Timão

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humorEDITorIAL

TABELA

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ClassifiCação CaMPEoNaTo BRasilEiRo

30ª roDADA

16/10/10 - SÁBADO

18h30 - Flamengo x Internacional

18h30 – Atlético-PR x Goiás

17/10/10 – DOMINGO

16h – Guarani x Corinthians

16h – Atlético-MG x Avaí

16h – Grêmio x Cruzeiro

16h – Atlético-GO x Vasco

16h – Vitória x G. Prudente

18h30 – São Paulo x Santos

18h30 – Palmeiras x Ceará

18h30 – Fluminense x Botafogo

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Cruzeiro

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Internacional

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Flamengo

Vitória

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Atlético-MG

Goiás

G. Prudente

Vaga na Libertadores Sul-Americana Rebaixamento Na Libertadores

(*) Perdeu 3 pontos no STJD

TEM quE sER CaMPEão, MEsMo sEM a Taça

o Corinthians é realmente uma caixinha de surpresas. Durante as 28 primeiras roda-

das do Brasileirão, o time esteve entre os dois primeiros postos na tabela. Até a virada de tur-no, o Alvinegro era líder em aproveitamento de pontos e tinha 100% de vitórias em casa. E, um dia, sem mais nem menos, a casa caiu.A derrota para o Atlético-GO é a alegoria perfei-ta do momento corinthiano. Falta atitude, falta ousadia, falta cérebro, falta comando, falta téc-nica e sobra azar. Sim, e que não se desconsi-derem as contratações desastrosas, o eterno processo de recuperação de Ronaldo e a “in-vencionice” e teimosia de Adílson Batista, mas o azar foi determinante nesta derrocada.A sorte levou com ela para o departamento mé-dico nada menos que sete titulares nas últimas semanas. Um Corinthians campeão se recupera nas salas de musculação do moderníssimo CT, enquanto o time que entra em campo não passa de uma equipe regular, que brigaria apenas por uma vaga na Copa Sul-Americana.O momento leva a crer que vamos ver o Timão terminar o ano do Centenário sem uma taça se-quer. Para os anais da história, o culpado será Adílson Batista, que, mais perdido que cão em dia de mudança, pediu demissão. O cargo está disponível para que um herói salve a novela nos capítulos finais. Cabe agora à Fiel torcer e cobrar – importante destacar: sem violência! – postura de campeão nas últimas dez rodadas. Porque, com título ou sem título, é isso que so-mos, e que só nós sabemos.

EXPEDIENtE

Edição: Luiz Felipe Silva e Rodrigo Pedroso

redação: Alexandre Ciszewski, Aryanna Oliveira,

Luiz Felipe Silva e Rodrigo Pedroso

Conselho Editorial: Celso Unzelte

Direção de Arte: Kareen Sayuri

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Em FoCo

FALA, FIEL!

Peço desculPas ao torcedor Por ter assumido o time na Primei-ra Posição e es-tar deixando em terceiro. ainda acho que o co-

rinthians Pode ser camPeão.

Adílson Batista, na coletiva após derrota

para o Atlético-GO.

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TorCEDor DA roDADA

Ídolo Corinthiano: “Basílio e Ronaldo Giovanelli (goleiro).”Momento de Crise: “Todas as eliminações na Libertadores. Mas o sonho não acabou, esse título ainda será nosso.”Momento de êxtase: “O título do Mundial da Fifa em 2000 e o título de 77, que mexe muito comigo quando vejo as imagens ou quando ouço os relatos embocionados de meu pai.”Se eu fosse técnico do Timão... “Salvaria o Brasileiro. Não sei quem virá, mas o cara tem que aguentar a pressão, colocar esse time pra jogar e levar o título.”Eu nunca vou te abandoner porque… “Através de você eu tenho a real sensação de que sou humano. Sinto dor, alegria, posso sorrir e chorar. Posso ser vitorioso e derrotado, porém sempre continuarei de pé, lutando. Te amo, Coringão!!!”

Bruno “PePe” riBeiro Cortesia, corinthiano há 23 anos, diz que nasceu gritando

“Vai Corinthians!”

“Eu já larguEi o cigarro, a bEbida E as drogas, mas não consigo largar o corinthians.”

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aniel Augusto Jr./A

g. Corinthians

No último sábado (9), torcida organizada foi ao CT cobrar o elenco. O resultado?

Mais uma derrota e demissao de Adílson

A musA Do TImÃoA sul-mato-grossense Isabella Zaupa, 18 anos, é a candidata corinthiana à Musa do Brasileirão 2010. As 20 candidatas que disputam o título serão apresentadas no programa Caldeirão do Huck, da TV Globo, em outubro. Enquanto isso, confira as fotos de Isabella!http://globoesporte.globo.com/futebol/brasileirao-serie-a/musa-do-brasileirao-2010/corinthians/

BLog Do TIÃo FIELO colunista corinthiano do jornal diário Lance! postou no site do jornal seu desabafo após mais uma derrota do Timão e o anúncio da demissão de Adilson. Saudoso do time “redondinho” de Mano Menezes, Tião sonha com a volta do técnico da seleção, ou, ao menos, com o empréstimo do mesmo até o final do ano.http://www.lancenet.com.br/blogs_colunistas/tiaofiel

@ronaldo601: Vc ai ... Me ajuda ... O que acontece com o nosso timão??????????, em 10/10

@mlkdoninho: Começa aí o desgaste. Com os resultados ruins, invenções e sua teimosia.... Adilson perdeu o cargo de treinador, em 10/10

@oliveirajonas: De um amigo de BH: Adílson se demitiu porque cumpriu sua meta. Conseguiu o que tentava há dois anos: colocar o Cruzeiro na liderança, em 10/10

@ACorinthiana: Não queriam tanto uma crise no Corinthians? Tá aí a crise! 10/10

@jrsamamba: Os jogadores, a tática ou a sorte demitiram o Adilson ? Jucilei hoje não jogou 10% daquilo que sabe. Estraanhoooo...., em 10/10

@chicolangreal: Nessa altura do campeonato, seria bom para todo mundo e não se mexeria na estrutura da equipe. Ronaldo técnico do Timão, em 10/10

@zegonzalez: Saldo do Adilson Batista no #corinthians: pegou o time líder e largou em terceiro lugar a 5 pontos do topo (17J: 7V, 4E e 6D), em 10/10

@carloscereto: Carlos Alberto Parreira é o nome mais forte para ser o técnico do Corinthians, em 10/10

@10neto: Quem mandou o Adílson embora foi o presidente Andrés Sanchez, em 10/10

TImÃo No TwITTEr

Quer participar dessa seção? Envie e-mail para [email protected] e conte sua história.

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rquivo Pessoal

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PEDIu PrA sAIr

Adílson Batista não é mais técnico do Corin-thians. Ainda no vestiário após a derrota por 4 a 3 para o Atlético-GO, em pleno Pacaem-

bu (ver mais na pág. 6), no último domingo (9), Adílson anunciou que acertou sua saída do clube com o presidente Andrés Sanchez e com o diretor de futebol Mário Gobbi. A versão oficial dada pelo treinador e pelo clube é de que Adílson pediu de-missão. “Ele nos procurou e entendeu que deveria deixar o caminho livre para não prejudicar o clube neste momento de decisão”, justificou Gobbi.

Há 76 dias, Adílson assumiu o comando técnico do Timão quando o clube ainda era líder do Brasileirão. Depois de 17 jogos, o Corinthians está na terceira co-locação e o rendimento do ex-técnico seria suficiente apenas para conquistar uma vaga na Copa Sul-Ame-ricana: sete vitórias, quatro empates e seis derrotas, aproveitamento de 49% dos pontos. No mesmo tor-neio, Mano Menezes teve aproveitamento de 72%.

Na entrevista na qual comunicou a demissão, Adílson reconheceu que segue torcendo pelo título alvinegro e que a despedida foi uma decisão dolo-rida. “Saio com o coração machucado, pois queria ser campeão pelo Corinthians. Acho que o grupo tem condições de levar o título e sigo torcendo pe-

los meninos”. Para a Fiel, ele deixou dois últimos recados. “Peço desculpas à torcida por não corres-ponder”, reconheceu. E avisou: “De repente, chega um Parreira aí. Dei a dica pra vocês (risos)”.

Além do mau rendimento dentro das quatro li-nhas, Adílson não teria aprovado a forma como a diretoria abriu a porta do clube para torcedores or-ganizados cobrarem a comissão técnica e os joga-dores, durante treino na última quinta-feira (7).

Parreira é o favoritoNos bastidores, o nome mais forte para substituir Adílson Batista é Carlos Alberto Parreira. Favori-to de Andrés Sanchez, Ronaldo e Roberto Carlos, o tetracampeão deve ser convidado já nesta segun-da-feira (11) para ser o técnico do Corinthians até dezembro de 2011. A recusa de Parreira, porém, pa-rece iminente: ele afirmou, após sair da seleção da África do Sul depois da Copa do Mundo, que não iria assumir nenhum trabalho em 2010 e que sua carreira como treinador pode estar encerrada. Abel Braga é outro técnico especulado, mas o vínculo com seu atual clube, o Al Jazira dos Emirados Ára-bes, e o contato com o Santos, o afastam do Timão. Por luiz FeliPe silva

Adílson Batista não resiste ao quinto jogo seguido sem vitória e pede demissão

saio com o coração machucado, pois

queria ser campeão pelo corinthians. Acho

que o grupo tem condições de levar o título e sigo torcendo

pelos meninos

adílsoN BaTisTa

A saída do técnico foi acertada no vestiário após derrota para Atlético-GO

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CENTENárIoCLuBE

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quem assume?Carlos Alberto Parreira é o plano A do Corinthians. Com grande passagem pelo

clube em 2002, quando venceu o Rio-São Paulo e a Copa do Brasil, Parreira só

deixou o Timão para assumir a seleção brasileira. Sua contratação, contudo, é

inviável: o tetracampeão disse que não treinará nenhuma equipe em 2010. Como

o nome de consenso entre diretoria, torcida e atletas (é o favorito de Ronaldo)

não deve vir, Timão – o Jornal da Fiel levanta as principais opções do mercado.

aBEl BRagaPontos fortes: valorizado no mercado, Abelão é um

treinador linha dura, mas que abre diálogo com seus

jogadores. Pode garantir, pelo menos, a classificação

para a Libertadores, torneio que sabe como vencer

– foi campeão em 2006, pelo Internacional.

Pontos fracos: Embora seja campeão da Libertadores e do Mundial, o

trabalho de Abel no Inter de 2006 foi o único de grande destaque de sua

carreira de 25 anos. Pesa contra também o altíssimo salário, a multa

rescisória com seu atual clube, o Al Jazira, dos Emirados Árabes, e um

suposto acordo com o Santos.

JoEl saNTaNaPontos fortes: Nos últimos três anos tem vivido

grande fase. Fez bons trabalhos no Flamengo e no

Botafogo com times medianos e conquistou títulos.

O Papai Joel é muito bom no diálogo com o grupo e

pode fazer jogadores em má fase renderem bem.

Pontos fracos: tem contrato com o Botafogo e jura que vai cumpri-lo até o

final. Além disso, já teve passagem desastrosa pelo Timão e é considerado

por muitos um técnico ultrapassado e fraco do ponto de vista tático.

TiTEPontos fortes: fez excelente trabalho no Corinthians

em 2004: assumiu correndo risco de rebaixamento e

levou o time ao 5º lugar no Brasileirão. É um técnico

reconhecido por ter grande conhecimento tático e ser

bom de papo.

Pontos fracos: multa rescisória (mais um treinador “árabe”, está no Al

Wahda, que disputa o Mundial de Clubes este ano). Adenor Bacchi conta

também com a desconfiança de grande parte da torcida e imprensa devido à

sequência de maus trabalhos. Conquistou títulos apenas por times gaúchos.

oswaldo dE olivEiRaPontos fortes: identificado com o Corinthians, foi o

responsável pelo título do Mundial de Clubes. Já foi

bicampeão brasileiro, por Timão e Vasco, e fez ótimos

trabalhos nos Tricolores paulista e carioca. É o atual

tricampeão japonês, pelo Kashima Antlers.

Pontos fracos: seu comportamento calmo à beira de campo criou uma

imagem de técnico sem pulso – torcida e imprensa certamente criticariam

a contratação. Está há muito tempo longe do futebol brasileiro e pode

demorar para se ambientar novamente.

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CrIsE E DEmIssÃo

A máxima de que o Corinthians é imbatível no Pacaembu vai ter que ser revista. No último domingo (10), o Alvinegro recebeu o Atlético-

GO no estádio e perdeu por 4 a 3 pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro. Agora, faltando dez jogos para o Timão no torneio – a partida remarcada contra o Vas-co será disputada na próxima quarta (13) –, a equipe soma cinco confron-tos sem saber o que é vencer.

Além de causar a demissão do téc-nico Adílson Batista (ver na pág. 4), a derrota complica o Timão na luta pelo título brasileiro. Com 49 pontos, o time segue como terceiro colocado, mas vê a distância para o líder Cru-zeiro subir para cinco pontos.

Dentro de campo, o objetivo era colocar um fiml nos maus resultados. E a Fiel Torcida estava confiante, já que logo no primeiro minuto Leandro Castán abriu o placar, após jogada de Bruno César.

No entanto, o Atlético-GO, que foi a 29 pontos mas continua na zona do rebaixamento, virou a partida ain-da no primeiro tempo. Aos 19 minutos, Róbston foi à linha de fundo e cruzou. Após falha da zaga, a bola so-

brou para Marcão fazer o dele. No segundo ataque pe-rigoso do adversário, novamente erro da defesa e gol. Bola alçada na área, aos 39 minutos, e Gílson, sozinho, ampliou. No final do primeiro tempo, o terceiro chute a gol do Dragão e o terceiro tento, com Marcão, aos 45.

O segundo tempo foi uma tentativa desesperada do Corinthians em atacar. Ainda mais após a expulsão de Leandro Cás-tan, aos 12, que deu uma cotovelada em Anaílson. Adílson Batista, que havia trocado Chicão por William e Defederico por Moacir, fez a ter-ceira substituição, com William Morais no lugar de Souza.Com um a menos, o Corinthians

levou o quarto, de Marcão, aos 22 minutos. A equipe ainda esbo-

çou uma reação e diminuiu com William Morais (26´) e Thiago

Heleno (41´). Insuficiente, o resul-tado frustrou a torcida, que, além de pedir a cabeça

do técnico, reclamou do presidente Andrés Sanchez. O Corinthians agora vai a São Januário com o técnico interino Fábio Carille tentar driblar a crise que se ins-

talou no Parque São Jorge. Por rodrigo Pedroso

Corinthians toma quatro e perde em casa do Atlético-GO; já são cinco jogos sem vitória

A derrota do Corinthians

complica ainda mais a luta pelo título brasileiro

De novo, Souza? Atacante lamenta mais um gol

perdido contra o Atlético-GO

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jalma Vassão/G

azeta Press

CorINThIANs1 – Júlio César2 – Alessandro

33 – Thiago Heleno4 – William (3 Chicão)14 – Leandro Castán

28 – Moacir (20 – Defederico)

15 – Paulinho 8 – Jucilei

10 – Bruno César19 – Souza

(27 – William Morais)21 - Iarleytécnico

mano menezes

ATLéTICo-go1 – Márcio

32 – Adriano3 – Gílson (4 – Jairo)29 – Daniel Marques

6 – Thiago Feltri5 – Agenor8 – Pituca

7 – Róbston30 – Anaílson

(38 – Renatinho)11 – Juninho

(20 – William)19 – Marcão

técnicorené simões

ÁrbitroRicardo Marques Ribeiro (Fifa-MG)

auxiliaresMárcio Eustáquio (Fifa-MG) e Dilbert Pedrosa (Fifa-RJ)

local e horÁrio16h (de Brasília), Pacaembu, em São Paulo (SP)

gols: (COR) 3 x 4 (ATG)COR: L. Castán, ao 1’ do 1º tempo; W. Morais, aos

26’ do 2º; T. Heleno, 41’ do 2º. ATG: Marcão, aos 19’e 45’ do 1º e 22’ so 2º; e Gílson, aos 39’ do 1º

Pós-Jogo

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análise tática

Como havíamos previsto na edição anterior

- da última sexta-feira (8) -, o Atlético-GO

se apoiou no contra-ataque para sair com

os três pontos do Pacaembu. E deu certo.

Os três gols que praticamente mataram o

jogo no primeiro tempo saíram da ligação

rápida entre o meio e o ataque

rubro-negro. No mano a mano, a defesa do

Corinthians, desentrosada, não conseguiu

frear o ataque adversário.

Além do miolo da zaga batendo cabeça, a

lateral direita corinthiana foi uma

verdadeira mãe. Os três gols começaram

com jogadas naquela faixa do campo.

Com a posse de bola, o Corinthians mais

uma vez não conseguiu mostrar talento

suficiente para furar a defesa adversária.

Quando perdia a redonda, sofria atrás.

Desesperado, Adílson Batista colocou

Defederico e William Morais para

pressionar os goianos. E conseguiu. A

equipe reagiu, mas não o suficiente. O

Timão mostra que a solidez tática da

época de Mano Menezes já foi dissolvida.

PArrEIrA CoTADo. CArILLE AssumE Como INTErINo

Mal o técnico Adílson Batista se despediu do

Corinthians, ainda nos vestiários do Pacaembu,

as especulações em torno do novo comandante

alvinegro começaram. O nome mais forte ventilado

nos corredores do Parque São Jorge é

o do tetracampeão Carlos Alberto Parreira.

Sem clube desde que deixou a seleção da África

do Sul após a Copa do Mundo deste ano, Parreira

tem forte ligação com o Corinthians e dois

jogadores do elenco em especial: Ronaldo

e Roberto Carlos, que comandou em 2006

na seleção brasileira.

Enquanto não encontra um técnico para o

restante do Campeonato Brasileiro, o Timão será

treinado pelo interino Fábio Carille, que está no

clube desde a contratação de Mano Menezes.

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ToQuE Do Zé

Adílson Batista chegou ao Corinthians como uma boa esco-lha para o lugar de Mano Menezes e logo de cara tentou mudar a identidade da equipe. Quando dirigido por Mano, o Timão era caracterizado por uma forte marcação, com pouca saída dos volantes. A equipe atuava pra-ticamente no contra ataque. Tenho certeza de que a pressão por resultados imediatos foi crucial para os problemas de adaptação de Adílson ao clube.

O tempo jogou de forma dura. O técnico ten-tou mudar três anos de trabalho em pouco mais de trinta dias, e esse foi o seu erro. Deveria ter aproveitado a base deixada por Mano, mudan-do apenas uma ou outra peça, já que o time ti-nha conjunto e os jogadores sabiam exatamente como se posicionar dentro de campo. Provavel-mente pela necessidade de implantar a sua me-todologia de trabalho e a sua forma de enxer-gar o futebol, ele tenha encontrado dificuldade.

No Corinthians, você não tem tempo para mudanças ou expe-riências. No começo do trabalho de Adílson, já dava pra ver al-gumas alterações: os volantes não guardavam mais a posição e tinham liberdade para chegar ao ataque, forçando a equipe a marcar onde a bola se posicionava, justamente para não dar problema à defesa, que é lenta e muito limitada. Com a lesão de Dentinho, acabou se confirmando a “Ronaldodependência” que existe até hoje. Não sei por que existe esse medo tão grande de

sAíDA DE PorTA ABErTA

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ivulgação

falar o que se passa com Ronaldo. Era assim com Mano, e com Adílson foi igual. Ambos sabiam que o time precisava dele, mas

nenhum dos dois foi capaz de motivar o atacan-te a tal ponto para fazê-lo jogar regularmente.

Pessoalmente acredito que foi muito mais fácil para a diretoria mandar o treinador embora, como é de praxe, ao invés de falar abertamente dos problemas que existem devido às limitações do elenco. A torcida pressionou, o que não foi nenhu-ma novidade, e todos já sabiam que algum tipo de protesto seria feito.

Adílson não saiu porque não aceita pressão da torcida. O ex-zagueiro é malandro do futebol, co-nhecedor do ambiente do Corinthians, pois jogou no clube. Ele deixou a equipe pelo respeito que tem por seu próprio trabalho. Saindo do jeito que saiu, Adilson Batista conseguiu deixar uma porta aberta para uma futura retorno ao Parque São Jorge.

“Zé da Fiel”Zé Elias nasceu em 25 de setembro de 1976, em SP. Jogou no Corinthians, como volante, de 1993 a 1996, 60 partidas oficiais e dois gols. Campeão Paulista e da Copa do Brasil em 1995. Atualmente, é comentarista da Rádio Globo (SP) e colunista do Timão – o Jornal da Fiel

Foi mais fácil mandar Adílson embora do que reconhecer as limitaçoes do

elenco

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Pré-Jogo

CorINThIANs1 – Júlio César2 – Alessandro

3 – Chicão4 – William

6 – Roberto Carlos15 – Paulinho

8 – Jucilei7 – Elias

10 – Bruno César21 – Iarley19 – Souza

(20 – Defederico)técnico

mano menezes

vAsCo1 – Fernando Prass

22 – Irrazábal3 – Cesinha36 – Dedé

38 – Carlinhos28 – Renato Augusto

18 – Jumar8 – Rafael Carioca21 – Fellipe Bastos

6 – Felipe10 – Zé Roberto

7 – Éder Luistécnico

Pc gusmão

ÁrbitroSandro Meira Ricci (DF)

auxiliaresRoberto Braatz (Fifa-PR) e Ênio Carvalho (PE)

localEstádio de São Januário, no Rio de Janeiro (RJ)

horÁrio21h50 (de Brasília), com transmissão da

TV Globo e TV Bandeirantes

horA DE FAZEr A FEsTA

o Corinthians faz contra o Vasco, na pró-xima quarta-feira (13), a partida que pode render o primeiro título do Cen-

tenário. Embora simbólico, está em jogo o tro-féu de vencedor do primeiro turno do Campe-onato Brasileiro. Para conquistá-lo, o Timão precisa de uma vitória simples no estádio de São Januário, no Rio de Janeiro.

A partida tem ainda a marca de ser a do Centenário. Originalmente marcado para o dia 1º de setembro, pela 18ª rodada do Brasi-leirão, o jogo foi adiado devido às comemora-ções promovidas pelo clube.

E o técnico que pode ser o responsável por dar à Fiel o primeiro título do ano não é nem Mano Menezes nem Adilson Batista. Seu nome é Fá-bio Carille. “Quem?” deve se perguntar o leitor.

Jogo contra o Vasco, adiado por causa das comemorações do Centenário, pode render título simbólico do primeiro turno

Fábio Carille, ex-auxiliar técnico de Mano, assume

interinamente contra o Vasco

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g. Corinthians

Carille é auxiliar técnico integrante da comissão corinthiana desde 2008, durante a disputa da Série B, ainda com Mano como treinador.

Com muitos desfalques (Ralf, Jorge Henrique, Dentinho e Ronaldo – sempre ele – estão fora), Ca-rille já no primeiro treino recorreu aos jogadores mais experientes, em especial o capitão William e o recém-recuperado Chicão, para pensar no time que entrará em campo para diminuir a vantagem do líder Cruzeiro de cinco para dois pontos.

O Vasco, também desfalcado de seu princi-pal jogador, Carlos Alberto, aposta em Felipe e Zé Roberto para vencer e ficar longe da zona de rebaixamento. O time cruzmaltino vem de dois empates seguidos, contra Atlético-PR e Grêmio, e se encontra em 12º lugar, com 38 pontos. Por luiz FeliPe silva

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são Paulo EMBALA SOB COMANdO dE CARPEGIANIO São Paulo vive um bom momento sob o comando do novo técnico. Com três gols de Ricardo Oliveira, o Tricolor derrotou o Grêmio Prudente por 3 a 2 no último sábado (9), jogando fora de casa. Os gols do time de Presidente Prudente foram marcados por Wesley. O próximo jogo será o teste da verdade para o São Paulo de Paulo César Carpe-giani, que enfrenta o Santos. O Tricolor ainda não venceu o time da Vila em 2010. A partida será no próximo domingo (17), no estádio do Morumbi, às 18h30.

PalMEiRas EMPATA E SE AFASTA dO G3Em um jogo morno, o Palmeiras empatou no último domingo (10) por 0 a 0 com o Botafogo no estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro. O Fogão teve a chance de tirar o zero do placar, em cobrança de pênalti de Loco Abreu, mas o uruguaio desperdi-çou. O atacante Kléber deu uma cotovela-da em Alessandro e foi expulso.Com o empate, o Alviverde segue na nona colocação. Já na próxima quinta-feira (14), o Palmeiras enfrenta o Universi-tário de Sucre, da Bolívia, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana.

saNTos VENCE MAIS uMA E SOBE NA TABELANa Vila Belmiro, o Santos fez 2 a 0 no Atlético-PR e garantiu o quinto lugar na tabela do Brasileirão, em jogo realizado no último domingo (10). Com gols de Ma-ranhão e Zé Eduardo, o time da Baixada Santista segue sonhando com o título. Na próxima partida, decisiva para as pretensões santistas na busca do Brasi-leirão, o Peixe enfrenta o Internacional, adversário direto, na Vila, às 22h. Trata-se de um jogo da 13ª rodada, que foi adiado devido à participação do Santos na final da Copa do Brasil, contra o Vitória.

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Ricardo Oliveira marca três Loco Abreu perde pênalti Zé Love faz o dele e ajuda o Peixe

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série B: reserva no Coritiba, Tcheco pode entrar em campo

Líder da Série B do Campeonato Brasileiro com 53 pontos, o Coritiba recebe o lanterna América-RN nesta terça-feira (12), no estádio Couto Pereira. E quem vive a expectativa de entrar em campo é o meia Tcheco, que não vem sendo aproveitado entre os titulares.O ex-corinthiano deve ficar no banco de reservas, mas pode ser usado pelo técni-co Ney Franco no segundo tempo. Tcheco chegou ao Coritiba em setembro deste ano emprestado pelo Timão, que ainda paga parte de seus salários.O jogador tem contrato com o Corin-thians até dezembro de 2010, mas não deve retornar ao Parque São Jorge quan-do terminar seu vínculo.

Lateral Fagner se machuca em empate entre vasco e grêmio

O lateral direito Fagner sentiu uma lesão na coxa esquerda no empate por 2 a 2 entre Vasco e Grêmio, no último sábado (9), em São Januário, pelo Campeonato Brasileiro. O atleta, revelado pelas categorias de base do Corinthians, precisou ser substituído e ainda não se sabe o grau da contusão.Fagner começou no futebol profissional em 2006 com a camisa do Corinthians e no ano seguinte foi para o PSV-Eindhoven, da Holanda. Retornou ao Brasil em 2009, contratado pelo Vasco.Com o empate, os cariocas foram a 38 pontos e subiram uma posição, ocupando o 11º lugar. O Grêmio é o oitavo colocado com 43 pontos.

Kléber dá passe para gol da vitória do Inter

O Internacional venceu o Atlético-MG por 1 a 0 no último domingo (10), foi a 47 pontos e se manteve na luta pelo título do Cam-peonato Brasileiro. O gol que deu os três pontos aos gaúchos teve importante parti-cipação do lateral esquerdo Kléber.Aos 45 minutos do primeiro tempo, o ex-co-rinthiano cruzou na cabeça de Alecssandro, que só colocou a bola para dentro. Kléber foi revelado pelas categorias de base do Corinthians, em 1998. O lateral atuou no Parque São Jorge até 2003, quan-do se transferiu para Hannover, da Alema-nha. O jogador voltou ao Brasil em 2005 para defender o Santos. Em 2008 foi con-tratado pelo Internacional.

Real Madrid de olho em NilMaRJosé Mourinho, técnico do Real Madrid, está de olho no atacante Nilmar. De acor-do com o jornal espanhol Marca, o ex-co-rinthiano tem mostrado um bom futebol tanto no Villareal, da Espanha, quanto na seleção brasileira. Ao saber da intenção do time merengue, o jogador afirmou que seria um grande prazer jogar no Real. Nilmar é o artilheiro do Campeonato Espa-nhol com cinco gols, um a mais que Cristia-no Ronaldo, do Real Madrid. O atacante foi contratado pelo Corinthians em 2005, graças a MSI. Após a debandada dos investidores, o jogador conseguiu, em 2007, a liberação para o Internacional.

MaNo MENEzEs observa jogadores brasileiros na EuropaEx-treinador do Corinthians, agora na seleção, Mano Menezes está na Europa com a seleção brasileira para os amis-tosos contra Irã e Ucrânia. Aprovei-tando sua estada no Velho Continente, Mano está dando uma de olheiro, anali-sando a atuação de jogadores brasilei-ros para futuras convocações. Segundo Mano, que vai assistir ao clássico da Liga dos Campeões entre Real Madrid e Milan no próximo dia 19, o trabalho de observação é uma conti-nuação do que vinha fazendo durante o Campeonato Brasileiro.

Cristian disputará amistoso com o Fenerbahçe

O volante Cristian, que trocou o Corin-thians pelo Fenerbahçe em julho de 2009, disputará um amistoso com o time turco na próxima terça-feira (12). O jog conta-rá com a presença de Mehmet Simsek, ministro das finanças da Turquia. O políti-co vai jogar 15 minutos em cada equipe. Outra curiosidade do confronto é o nome do adversário do Fener: Batman.

Felipe nem viaja com o Braga em jogo da Taça Portugal

O Braga, clube onde atua Felipe, ex-goleiro do Timão, jogou no último domingo (10) contra o 1º de Dezembro, na estreia da Taça Portugal. A vitória por 2 a 1, porém, não contou com a presença do goleiro. Poupado pelo técnico Domingos Paciência, Felipe se-quer viajou. O Braga ocupa o sexto lugar no Campeonato Português, somando 11 pontos em sete rodadas - o líder Porto tem 19.

Mano vai assistir Real Madrid x Milan

José Mourinho estaria interessado no atacante

Goleiro ficou de fora contra o 1º de Dezembro

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CENTENárIoCENTENárIo

o Maracanã ficou com sotaque paulistano na-quele domingo, 5 de dezembro de 1976. Em plena casa do Fluminense, o Corinthians ga-

rantiu a vaga na final do Campeonato Brasileiro ao vencer os cariocas por 4 a 1 nos pênaltis após empa-tar por 1 a 1 no tempo regulamentar, com um gola-ço de meia-bicicleta do meio-campista Ruço. Mas o jogo ficou marcado graças à Fiel: o Alvinegro contou com uma verdadeira invasão de corinthianos ao es-tádio Mário Filho.

Dos quase 147 mil torcedores que estavam no Maracanã, calcula-se que cerca de 70 mil pegaram a rodovia Presidente Dutra, em São Paulo, para ir ao Rio apoiar o Timão. Três fatores podem explicar a presença maciça da Fiel Torcida: o jejum de 21 anos sem títulos, a repartição “meio a meio” dos ingressos e a campanha do Corinthians na fase anterior à se-mifinal, quando venceu as últimas cinco partidas.

Apesar do clima quente fora de campo, o que se viu dentro das quatro linhas ficou aquém do esperado. Com o gramado pesado devido à chuva que atingiu o Rio, os dois times começaram a partida apenas trocan-do passes. O primeiro ataque foi corinthiano, em cru-zamento de Zé Maria que o goleiro Renato defendeu.

O Flu passou a crescer no jogo e inaugurou o pla-car aos 19 minutos. Gil cruzou na área corinthiana e,

após erro de Zé Eduardo, Carlos Alberto Pintinho, numa entrada fulminante, desviou a bola para o can-to direito do goleiro Tobias.

A reação alvinegra não tardou. Aos 21 minutos, o inspirado Vaguinho se livrou da marcação de Edi-nho e driblou o goleiro, mas o zagueiro se recuperou e afastou a bola da área tricolor. Aos 29, mais uma oportunidade: após cobrança de escanteio de Vagui-nho, Neca perdeu a chance do empate.

Com o apoio da torcida, que fazia o Rio de Ja-neiro parecer sua casa, o Corinthians não tirou o pé do acelerador. Vaguinho cobrou outro escanteio, só que dessa vez Neca ganhou a disputa com Rodrigues Neto, jogando a bola na pequena área. Geraldão sal-tou e não achou nada. A bola sobrou para Ruço, que emendou uma meia-bicicleta sem chance para o go-leiro Renato. O empate corinthiano foi um golaço.

Mesmo com o gol, os comandados de Duque con-tinuaram no campo ofensivo, mas exageravam no toque de bola e nos cruzamentos, desperdiçando chances de gol até o final do primeiro tempo. No in-tervalo da partida, a chuva apertou e, com o campo mais encharcado, o que se viu no segundo tempo fo-ram chutes sem direção de ambos os lados.

O Fluminense começou a etapa final lento. A pri-meira chance corinthiana veio pelo lado esquerdo

com bola perigosa de Ruço, mas o goleiro defendeu. Após muita troca de passes sem objetividade no meio-campo, o Fluminense teve uma boa chance de ficar novamente à frente no placar no final do jogo. Rivellino tocou para Carlos Aberto Torres, que lan-çou Pintinho. O atacante chutou fraco e perdeu o gol.

A partida foi para a prorrogação, mas o campo encharcado e o cansaço dos jogadores impediram que a partida apresentasse lances perigosos nos úl-timos 30 minutos. Na disputa por pênaltis, Tobias se consagrou com a Fiel. Neca converteu a primeira penalidade a favor do Timão. Na sequência, Rodri-gues Neto bateu para o Fluminense e Tobias pegou, porém o juiz anulou. Tobias defendeu novamente e deixou o Corinthians em vantagem logo no começo da disputa. Ruço balançou as redes a favor do Timão: 2 a 0 nas cobranças. Carlos Alberto Torres, campeão do mundo na Copa de 70, também viu seu chute ser defendido pelo iluminado Tobias.

As cobranças seguintes foram convertidas pelos dois lados. Moisés marcou para os visitantes e Doval para o Tricolor. Zé Maria teve sangue-frio para ano-tar a última cobrança, decretando 4 a 1 nos pênaltis e colocando o Corinthians na final do Campeonato Brasileiro de 1976. Por aryanna oliveira

o mArACA é Nosso!Cerca de 70 mil corinthianos vão ao Rio de Janeiro para ajudar

o Timão a passar pelo Flu e ir à final do Brasileirão

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A Fiel protagonizou o maior deslocamento de torcida já registrado: 70 mil torcedores percorreram 430 km

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ToBias: Apesar de quase

não ser acionado durante

o tempo regulamentar, nos

pênaltis fez duas importantes

defesas

Ruço: Em um jogo morno,

o Beijinho doce da Fiel fez

a diferença marcando um

belíssimo gol

vaguiNho: Correu muito

na ponta direita. Mesmo

com o gramado encharcado

apresentou uma ótima

movimentação

PERsoNagENs CorINThIANs1 - Tobias

2 - Zé Maria 3 - Moisés

6 - Zé Eduardo 4 - Wladimir 5- Givanildo (13 – Basílio)

10 - Ruço 8 - Neca

7 - Vaguinho 9 - Geraldão (14 – Lance) 11 - Romeu técnico

duque

FLumINENsE1 - Renato

3 - Rubens Galaxe 2 - Carlos Alberto Torres

5 - Edinho6 - Rodrigues Neto 8 - Carlos Alberto

Pintinho 4 - Cléber

(14 – Erivélton) 10 - Rivelino

7 - Gil9 - Doval

11 - Dirceu técnico

mÁrio travaglini

Árbitro: Saul Mendes (BA) local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)

data: 05/12/1976Público: 146.043 pagantes

renda: Cr$ 4.027.250,00gols: FLU 1 (1) x (4) 1 COR

FLU: Pintinho, aos 18” do 1º. COR: Ruço, aos 29” do 1º

tobias: 9,0 – Responsável pelas duas defesas que botaram o Timão na final. Precisa mais?

Zé maria: 7,0 – Bem na marcação e no apoio ao ataque, o dono da lateral

moisés: 6,0 – Sólido. Não comprometeu a equipe

Zé eduardo: 5,0 – Falhou no gol do Fluminense ao deixar Pintinho livre para marcar

Wladimir: 7,5 – Mostrou muita habilidade

Givanildo 6,5 – Organizou a marcação no meio de campo

basílio 5,5 – Não entrou bem. Foi ineficiente nos arremates

ruço: 8,0 – Realizou boas jogadas, além de marcar o gol e mandar beijos para torcida

neca: 7,5 – Articulou o time. Grande parte das poucas jogadas teve sua participação

vaGuinho: 8,0 – Com muita velocidade na ponta, fez o seu marcador sofrer

Geraldão: 7,0 – Bastante esforçado, criou alguns lances no ataque

lance: 5,5 – Entrou no começo do segundo tempo e mostrou pouco futebol

romeu: 6,0 – Apagado durante a partida, apareceu pouco no ataque

duque: 7,5 – A chuva o ajudou a bater

o habilidoso Fluminense

NoTas

o5’ Cruzamento de Zé Maria para Geraldão. O goleiro

Renato se antecipa e defende

07’ Após jogada de Rivellino, dirceu chuta de fora da

área para a boa defesa de Tobias

18’ No contra-ataque, Gil cruza para Pintinho marcar. Gol do

Fluminense

21’ Vaguinho dribla o goleiro, mas Edinho consegue tirar

28’ Após cobrança de escanteio, a bola sobra nos

pés de Neca, que perde a chance do empate chutando para fora

29’ Novamente escanteio para o Timão. Na disputa de

Neca com Rodrigues Neto, a bola sobra para Ruço marcar de meia-bicicleta.

55’ Ruço tem boa chance pelo lado esquerdo, mas a bola

para nas mãos de Renato

67’ No ataque Fluminense Wladimir tenta tirar a bola

da área, mas ela sobra para Gil, que bate para fora

84’ Pintinho é lançado por Carlos Alberto Torres, mas

perde a ultima chance do Fluminense no tempo regulamentar

MElhoREs MoMENTos

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wagno de Freitas, Vaguinho, ídolo no Atlético Mineiro, é convoca-do para a seleção srasileira. Em conversas informais com Gerson, recebe uma proposta para jogar no São Paulo. Quando o acerto

parecia próximo com o time do Morumbi, entra em cena Vicente Matheus com um caminhão de dinheiro e consegue trazer para o Parque São Jorge o ponta-direita, que viria a ser o dono da camisa Alvinegra número 7 durante dez anos. “Foi uma surpresa quando o Matheus chegou com aquela pro-posta. Aí ele conversou com o meu pai e nos acertamos”, relata Vaguinho, que foi na época o atleta mais caro do futebol brasileiro.

Depois de três meses de Corinthians, Vagão – como os mais próximos o chamam – quebra a perna em uma dividida com Gerson, o mesmo que tentou levá-lo para o São Paulo. “Não foi vingança, não”, brinca. Os quatro meses fora de campo o ajudaram a compreender melhor o clube e se preparar para que-brar tabus. “Havia três tabus: o de título, o de que mineiros não davam certo no clube e o suposto azar da camisa 7. Consegui quebrar todos”, gaba-se.

Um episódio, porém, foi mais marcante para Vaguinho que a quebra do jejum: a Invasão Corinthiana ao Maracanã, na semifinal do Brasileirão de 1976. “Foi o momento mais emocionante da minha vida. Nunca mais vai acontecer algo igual. Foi um susto geral quando subimos ao gramado e vimos 70 mil corinthianos. Funcionou como um doping.” O resultado da partida épica contra o Fluminense foi 1 a 1, com vitória por 4 a 1 nos pênal-tis, quando brilhou a estrela de Tobias, que pegou duas cobranças.

Se Vaguinho não foi protagonista em 1976, não se pode dizer o mesmo do título de 1977. Ao lado de Palhinha e Geraldão, ele era um dos destaques da campanha corinthiana. Suspenso do primeiro jogo da final contra a Ponte Preta, Vaguinho soube poucos dias antes que ficaria de fora também da se-gunda partida. “O Brandão falou que eu não iria começar, mas que ia entrar e fazer o gol da vitória. Discuti com ele e propus: então eu começo, faço o gol e depois saio”, ri. “Não queria perder a foto do título por nada”, com-pleta. E não perderia mesmo. Embora Vaguinho realmente tivesse entrado e feito um gol – “Palhinha sonhou um dia antes que isso aconteceria” – o Corinthians perdeu. Na partida final, Vaguinho não só entrou para a foto do título, como foi o responsável por chutar na trave a bola que viria a chegar ao pé direito de Basílio no gol que marcou a conquista.

Vaguinho esteve ainda em outros dois momentos marcantes do Corin-thians, o Paulistão de 1979 e a derrota para o Palmeiras na final do Pau-lista de 1974 – “A torcida não perdoou o Rivellino porque ele já tinha muito tempo de clube. Foi uma pena” – antes de ir novamente para o Galo, onde pendurou as chuteiras, com 32 anos. “Percebi que tinha que parar quando preparei pra soltar uma bomba e saiu um traque”, brinca. Ele ainda voltou aos campos para jogar no Santo André. “O Galo é como se fosse um pai, mas o Corinthians amo como se fosse uma mãe”, emociona-se.

Em 16 anos de carreira, Vaguinho se orgulha em especial de um jogo pela seleção. “Fiz dupla de ataque com o Pelé em sua despedida da camisa ama-relinha.” Foram mais sete jogos e um gol pelo Brasil. O ponta-direita diz que era um jogador veloz, com boa impulsão e chute forte. “Tinha muita raça. Vejo o Tevez jogando e me identifico com ele”, compara. “Sem modéstia, fui um grande jogador”, afirma Vaguinho. A Fiel concorda. Por luiz FeliPe silva

vAguINho: “Amo o CorINThIANs Como umA mÃE”

Wagno de Freitas – Belo Horizonte (MG), 11 de fevereiro de 1950

Jogos pelo Corinthians: 551 (6º com mais jogos)

Gols pelo Corinthians: 110 (15º com mais gols)

títulos pelo Corinthians: Campeonato Paulista 1977 e 79.

seleção Brasileira: 8 jogos, 1 gol

Clubes: Atlético-MG, Corinthians e Santo André

Campeão em 1977, o ponta-direita revela que Invasão Corinthiana foi a maior emoção de sua vida: “Nunca mais vai acontecer nada igual”

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eprodução/Arquivo C

elso Unzelte

Ídolo de 71 a 81, Vaguinho diz que seu

estilo era parecido com o de Tevez. No destaque,

como ele está hoje

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© Luiz Felipe S

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Esse parece não ser o ano de Ricardo Zon-ta na Stock Car. O ex-piloto da McLaren, Re-nault e Bar na Fórmula 1 tem enfrentado uma série de dificuldades à frente da equipe RZ Corinthians desde o começo da temporada. No último domingo (10), em Londrina (PR), os problemas se repetiram durante a corrida da nona etapa da Copa Caixa Stock Car 2010 e o piloto foi obrigado a abandonar a prova.

Já nos primeiros dias de treino, Zonta e Antonio Jorge Neto, também piloto da equipe corinthiana, tiveram problemas com o carro modelo JL-09. A suspensão do amortecedor dianteiro de Zonta se rompeu e a correia da bomba de óleo do carro de Neto quebrou, im-pedindo a dupla de participar dos treinos.

Durante a corrida, os pilotos sofreram com os problemas. Com maus resultados no treino classificatório, Zonta e Jorge Neto saíram na segunda metade do grid de largada. Ricardo vinha se recuperando bem, mas após lenta parada no pit stop precisou desviar do acidente entre os pilotos Atila Abreu e Felipe Maluhy. A mudança brusca de trajetória fez com que parte da suspensão traseira do car-ro se quebrasse. Com queda no rendimento, Zonta precisou abandonar a corrida.

Antonio Jorge Neto não quebrou e mel-horou em relação à saída do grid, mas não o suficiente para alcançar a zona de pontua-ção. O piloto terminou a etapa paranaense na 19ª colocação.

Carro da RZ Corinthians Motorsport apresenta falhas na suspensão

ZoNTA QuEBrA E ABANDoNA ETAPA DA sToCK CAr No Pr

Futsal sub-20

TiMão aRRanca EMpaTE coM o indaiaTubanaNa última sexta-feira (8), a equipe de futsal sub-20 do Corinthians enfrentou o Indaiatubana, no ginásio Aldrovandi, em Indaiatuba (SP). Em uma partida definida apenas nos últimos minutos, o Alvinegro paulista saiu de quadra com o empate por 2 a 2, pelo Campeonato Paulista. O time adversário marcou forte e o Timão perdeu muitas chances no primeiro tem-po. Entretanto, no começo da etapa final, o corinthiano Gleison abriu o marcador. O Indaiatubana empatou e virou a partida, mas Arthur garantiu o empate do Corin-thians faltando apenas 30 segundos para o encerramento do jogo.Com o resultado, o Corinthians garante o 1º lugar do Grupo A no Paulistão da cate-goria, com 16 pontos.

Formula trucK

scania coRinThians sEguE EM MaRé dE azaR na caTEgoRiaPela quarta vez na temporada 2010 do Campeonato Sul-Americano e Brasileiro de Fórmula Truck 2010, o piloto Roberval An-drade, da Scania Corinthians Motorsport, sofreu problemas mecânicos. No último domingo (10), Roberval perdeu a liderança da etapa de Nova Santa Rita (RS) por cau-sa de falhas no caminhão. Mesmo com a quebra, o piloto avaliou posi-tivamente a estreia de seu novo caminhão, que no treino classificatório garantiu a volta mais rápida entre os pilotos.Andrade está em terceiro lugar no cam-peonato e terá que descontar 24 pontos em duas corridas para superar Giaffone, líder com 137. A próxima etapa da Fórmula Truck acontece no dia 14 de novembro, em Curitiba (PR).

categoria de base

TiMão na bRiga pEla sEMifinal da copa sub-23 dE fuTEbolEm jogo realizado no último domingo (10), no estádio do Pacaembu, pela Copa sub-23 de futebol de campo, o Corin-thians derrotou o Fluminense pelo o placar de 2 a 1. A partida serviu como preliminar entre o Alvinegro e o Atlético-GO, que se enfrentaram mais tarde pelo Campeonato Brasileiro da Série A. O marcador foi aberto pelo time carioca somente no segundo tempo. O Corin-thians, do técnico José Augusto, virou o placar com gols de Jonatan e Weslley.Agora com seis pontos, o Alvinegro Paulista está empatado na liderança da chave B do torneio com Atlético-MG, San-tos e Flamengo. A próxima partida está marcada para quarta-feira (13), contra o Vasco, em São Januário.

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ário Dias/FG

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Problemas dos treinos se repetem com Zonta na prova de Londrina (PR)

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Eu, FIEL!

ACoNTECEu

A

Minha primeira recordação como torcedor é, também, a

mais marcante. No auge dos meus oito anos, fiz minha

estreia em estádios de futebol na final do Paulistão de

1983, no bicampeonato da Democracia!

No jogo em questão fui totalmente uniformizado: camisa

branca, shorts preto, meião branco e uma chutei-

ra Kichute novinha em folha.

Morumbi lotado, quase tudo perfeito. Quase?

Sim! Para mim, ir de numerada era o fim da

picada. Meu pai, ex-craque que jogou

inclusive no Timão, tinha direito a um

lugar privilegiado, mas eu resmunga-

va: “Numerada é coisa pra mulher, eu

quero é ir de arquibancada”.

Meu pai nem ligava para as minhas

reclamações. Eis então que

passa um membro da comis-

são técnica do Corinthians,

cumprimenta o meu pai e me

pergunta se estou totalmen-

te uniformizado. Levanto-me

orgulhoso dizendo que sim, ele

olha para o meu pai e diz: “Deixa o

garoto comigo”.

Dei a mão para aquele desconhecido

e lá fomos nós. Eu não tinha a menor

ideia de onde estava, e durante uma

longa caminhada passamos por um verdadeiro tumulto

até chegarmos à entrada de um túnel.

Quando dou por mim, estou junto com os jogadores daquele

esquadrão que viria a ser bicampeão paulista. O desconhe-

cido me deixou ao lado do Doutor Sócrates e disse para o

craque: “Este é o filho do Ivair”. Em seguida ele

me advertiu: “Você entra e depois volta aqui!”.

“Vamos lá, molecada”, ouvi. Subimos

todos, uma legião de mascotes, a

escadaria do túnel de acesso ao

gramado e lembro-me, como se

fosse hoje, uma das cenas mais

marcantes da minha vida: o

estádio completamente tomado,

um barulho infernal, chuva de pa-

pel higiênico, bandeiras e fumaça.

Algo impressionante.

Depois disso, voltei ã tão

famigerada numerada cheio

de história pra contar. Meu

pai foi à forra. “Tá vendo? Se

tivéssemos ido de arquiban-

cada você não teria entrado em

campo”, divertia-se.

Depois foi só acompanhar o jogo, gritar é cam-

peão, comprar a faixa e ter a foto estampada

na capa da Gazeta Esportiva do dia seguinte.

Na reta final do Campeonato Pau-lista, o Corinthians pegou o Sírio no dia 11 de outubro de 1930, no estádio da Ponte Grande, e goleou por 5 a 3, em grande apresentação do ponta-direita Filó. Naquele ano, o Timão conquistou seu segundo tricampeonato paulista.

Em 11 de outubro de 1970, Co-rinthians e São Paulo se enfrenta-ram pela Taça de Prata do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (antigo Bra-sileirão), no Morumbi. O Alvinegro vi-rou para cima do Tricolor, com gols de Aladim e Benê, e venceu por 2 a 1.

Foi em 11 de outubro de 1987 que Romário começou a fazer do Corin-thians seu alvo favorito. Em jogo váli-do pela Copa União, o Vasco goleou o Timão por 4 a 1 no Maracanã, e o Bai-xinho anotou três gols. Paulo Roberto, contra, descontou para o Corinthians.

Amor EsTAmPADo Em CAPA DE JorNAL

© D

ivulgação

denis tassitano Denis Tassitano, São Paulo, 20 de março de 1975, filho do atacante Ivair, que jogou no Timão na década de 70. Corinthiano fanático, é publicitário formado pelo Mackenzie com extensão em Marketing Esportivo pela New York University. Escreveu, junto com Thiago De Rose, o livro “Centenário de Gols - 100 gols que marcaram a história do Timão” e é comentarista da Rádio Coringão, a WebRádio Oficial do Corinthians.