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Nº 4 Informativo do Projeto Voz Nativa - Ilha Grande, Angra dos Reis / RJ - Associação Civil Alternativa Terrazul - Maio de 2015 Jornalismo Badjeco Levado a Sério! ILHAGRAM # SIGA O INSTAGRAM @ILHAGRAM E POSTE FOTOS DAS CENAS MAIS BONITAS DA SUA COMUNIDADE COM A HASHTAG #ILHAGRAM Vamos usar as redes sociais para mostrar para o mundo as belezas da Ilha Grande

Jornal Voz Nativa - Edição 04

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Nº 4 Informativo do Projeto Voz Nativa - Ilha Grande, Angra dos Reis / RJ - Associação Civil Alternativa Terrazul - Maio de 2015

Jornalismo Badjeco Levado a Sério!

ILHAGRAM#

SIGA O INSTAGRAM @ILHAGRAM E POSTE FOTOS DAS CENAS MAIS BONITAS DA SUA COMUNIDADE COM A HASHTAG #ILHAGRAM

Vamos usar as redes sociais para mostrar para o mundo as belezas da Ilha Grande

Associação Civil Alternativa TerrazulConselho DiretorPresidente Regina Maria Sousa ChavesDiretor Financeiro Pedro Piccolo Contesini Diretora Técnica Camila Ribeiro Soares

Projeto Voz Nativa Juventude Protagonista da Ilha GrandeCoordenação Geral Marcio RanauroCoordenação de Comunicação Marina RotenbergCoordenação Administrativa Arnaldo AugustoAssistentes: Ana Laíse, Guaraci Lage, Luísa Sobral

Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento Social – UFRJCoordenação Pedagógica Ivan BursztinCoordenação Multimídia André Paz

Jornal Voz NativaCoordenação Marcio Ranauro e Marina RotenbergDiagramação e Arte Guaraci Lage

Endereço Espaço Voz NativaAlameda Meu Santo, 250 / Vila do Abraão, Ilha Grande – Angra dos Reis/RJ CEP: 23968-000Telefones (24) 99903-5776 (WhatsApp) [email protected]: Voz Nativa Ilha GrandeSite: www.voznativa.eco.br

Associação Civil Alternativa TerrazulRua Floriano Peixoto, 1440 / Centro – Fortaleza/CE - CEP: 60.025-131www.alternativaterrazul.org.br

Tiragem 5.000 Distribuição Gratuita

Este jornal é uma iniciativa do Projeto Voz Nativa, sua intenção é dar visibilidade e voz aos jovens nativos da Ilha Grande. As opiniões aqui expressas não refletem necessariamente as opiniões do Terrazul e das instituições parceiras.

EDITORIAL

Patrocínio

Jornalismo Badjeco Levado à Sério!

Realização

A edição 4 do Jornal Voz Nativa resgata o passado e as tradições da Ilha Grande, por meio de len-das, contos e memórias contadas por quem mais entende e ama esse lugar: os bajdecos.

Através do olhar dos moradores de cada comunidade, a história prova a diversidade e a riqueza deste maravilhoso pedaço de terra no meio do oceano. Desde jovens engajados com a política do Brasil e com o desenvolvi-mento de suas comunidades, até memórias de livros antigos, po-esias, entrevistas e lindas fotos feitas durante cursos, o Jornal 4 está recheado de belezas cria-das pelos próprios moradores da Ilha Grande.

Como dizia Clarisce Lispector, “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é” e é pensando nisso que o Projeto Voz Nativa oferece espaço para que crianças, jovens, adultos e idosos da Ilha

www.altalternativaterrazul.org.br

Grande expressem no jornal suas idé-ias, memórias, pedidos, reclamações e elogios à Ilha.

Ninguém sabe mais das belezas e po-tencialidades deste lugar que os pró-prios moradores e é por isso que, além do jornal, o Projeto desenvolve uma programação intensa de cursos, ofici-nas e eventos que valorizam a cultura local e oferecem instrumentos para que a juventude possa se apropriar de seu poder de transformação e fazer a diferença dentro da Ilha.

Com cursos gratuitos de inglês, tu-rismo comunitário, gestão ambien-tal, jornalismo comunitário, design, vídeo, entre outros, o projeto Voz Na-tiva tem o objetivo de fortalecer o sen-timento de pertencimento do jovem nativo, que já faz muito por este lugar e pode muito mais!

Saiba das atividades que estão rolan-do. Fique atento à programação, par-ticipe e faça a diferença!!

Foto: Marcio Ranauro

Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015

Jovem de Provetá conta o que pensa sobre política e o futuro da Ilha Grande

1. Fale de você, o que faz e onde mora.Meu nome é Caroline da Silva Moreira, tenho 16 anos, moro no Provetá, Ilha Grande. Eu sempre fui uma aluna estudiosa, gosto de ler, porém a escrita não é meu forte. Moro com meus pais e minha relação com eles é muito boa. Meu pai é pescador e minha mãe é do lar.

2. Fale um pouco de sua comunidade.Provetá é uma comunidade pacata, onde a maior ativi-dade social são os eventos religiosos. O principal ramo econômico daqui é a pesca. O povo daqui é muito pa-rado, a maioria sai da comunidade para estudar em Angra, e muitas vezes não volta, só nas festas da Igreja.

3. O que acha da for-mação política do jovem da Ilha Grande?Acho que os jovens da Ilha só querem saber de namo-ro, a minoria que se interessa por política. Acho que as pessoas não estão interessadas em política, quase nunca vejo ninguém falando sobre o que está aconte-cendo no país. Acho que isso é ruim, porque hoje em dia os acontecimentos políticos caem em provas do ENEM e vestibular, mas nenhum jovem se interessa.

4. Se você pudesse criar uma lei, qual seria?A minha área de interesse é o Meio Ambiente, pois vi-vemos na Ilha e os frutos de nosso sustento colhemos todos daqui, e dependemos do Meio Ambiente para isso. Meu interesse seria fazer uma lei que se focasse no tratamento de esgoto, pois toda a sujeira vai para o mar. Por ser filha de pescador, tenho visto o mal que a poluição dos mares está fazendo, os peixes não têm

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Fotos: Karen Garcia

vindo mais para a costa e a pesca está difícil. O pes-soal tem que ir para fora da Ilha pescar, aqui na Ilha a pesca tem diminuído. Meu pai trabalha embarcado, e muitas vezes o barco tem que ir para o Rio pra encon-trar peixes. A praia também está ficando suja, e isso tem afastado os turistas, que sempre foram poucos. A maioria dos turistas tomam banho de mar no meio da praia, porque no canto, onde tem as barras, é muito poluído.

5. Supondo que fosse deputada, o que você faria por Provetá?Eu colocaria um tratamento de esgoto, eu não dei-xaria os barcos grandes, de traineira, chegarem aqui,

pois ao invés de pescar lá pra fora, pes-cam todos aqui perto da costa e não deixam

peixes para os barquinhos pequenos. Aqui não tem muito emprego! Aqui só tem duas pousadas! Eu in-centivaria o turismo, pra gerar mais empregos para as pessoas daqui. Acho que só isso de início.

6. O que faria pela Ilha Grande?Bom, o lugar que eu mais visito é Aventureiro, então eu acho que eu ajudaria as pessoas de lá a colocar luz elétrica e uma torre de celular que tivesse sinal pra Provetá e pra lá. Colocaria também um posto de saú-de, porque dá pena das pessoas de lá que não têm médico pra ser atendido. Colocaria mais escolas Es-taduais, porque os alunos acordam muito cedo pra estudar aqui em Provetá e chegam cansados. Como o barco sai cedo as aulas aqui começam tarde, e se tivesse mais escolas eles acordariam na hora certa e teriam aulas às 7:30.

“Os jovens são o futuro da Ilha Grande. Eles podem valorizar a sua cultura, se preocupar com o meio ambiente, com o turismo,

com a educação, buscando melhorias para as pessoas daqui.”

Espaço ProvetáFoto: Guia Ecológico João Pontes

Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015

É um lugar onde a felicidade mora

Renato Buys, morador do Abraão

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7. O que você pensa em fazer no futuro?Eu pensava em ser professora de geografia, mas tá di-fícil ser professor, o salário é muito baixo, não valori-zam os professores não. Deveriam valorizar mais, sabe por quê? Porque são eles que dão a profissão, que ensi-nam os profissionais de hoje em dia. Também pensei em entrar pra Marinha, mas ainda estou decidindo.

8. O que acha que os jovens podem fazer pela Ilha Grande?

Caroline da Silva Moreira, 16 anos, moradora de Provetá

Os jovens são o futuro da Ilha Grande. Eles podem valorizar a sua cultura, se preocupar com o meio ambiente, com o turismo, com a educação, buscando me-lhorias para as pessoas daqui.

Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015 5

Em 2015, os dois Colégios Estaduais de Ensino Mé-dio da Ilha Grande começaram o ano reestruturan-do sua forma de funcionamento e replanejando o ensino para os jovens moradores. Tanto o Colégio Brigadeiro Nóbrega, na Vila do Abraão, quanto o Colégio Pedro Soares, em Provetá, receberam novos diretores, dispostos a criar estratégias para a melho-ria dos índices de ensino.

Os diretores têm trabalhado para preencher o qua-dro docente, com professores de todas as matérias para cada turma, além de elaborar, junto ao corpo docente, o Projeto Político Pedagógico – PPP com ênfase na realidade socioeconômica, oferecendo mais oportunidades aos alunos das comunidades da Ilha Grande.

O objetivo é proporcionar uma melhor estrutura nos colégios, como é o caso da Brigadeiro Nóbrega, que além de melhorar as salas com ar-condicionado e projetores, organizou o ensino em salas temáticas.

Upgrade no Ensino Médio da Ilha Grande

Com escolas melhores, o jovem morador não precisa mais sair da Ilha para se formar

“Que os jovens da Ilha Grande tenham as mesmas oportunidades de estudo que são oferecidas em outras localidades e possam se formar, se capacitar e trabalhar no

lugar em que nasceram”

A nova diretora Kelly Pereira conta que o Colégio do Abraão reorganizou sua estrutura em três salas: Ci-ências da Natureza; Ciências Sociais e Ciências Exa-tas. “Dessa forma, os livros não ficam mais guarda-dos na biblioteca, mas dispostos em cada sala para que sejam utilizados por alunos e professores.” Diz Kelly.

Em 2013 e 2014, durante a gestão do diretor Ander-son Pontes, os índices de ensino do Brigadeiro Nó-brega melhoraram significantemente, e agora An-derson se tornou diretor do Pedro Soares, a fim de levar as experiências positivas do Abrãao também para Provetá.

Uma nova visão de escola está sendo desenvolvida, para que os jovens da Ilha Grande tenham as mes-mas oportunidades de estudo oferecidas em outras localidades e que possam se formar, se capacitar e trabalhar na Ilha, lugar em que nasceram, cresce-ram e que tanto amam.

Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015 6

Espaço Araçatiba

Eu lembro quando minha avó cozinhava no fogão à lenha. A nossa televisão era à bateria, preto e branco. A minha mãe falava que ela e meus tios carregavam os cadernos no saco de arroz, porque naquela época não havia mochila. Na Ilha não tinha luz elétrica; o nosso lampião era a querosene.

“ Ausência de atendimento médico

Vejo que não é suficiente atendimento médico apenas segunda e quarta-feira na unidade de saúde em Araçatiba. Dois dias na semana não são suficientes para atendimento médico. Além de Araçatiba a Praia Vermelha e a Longa também fazem parte desta comunidade. Então eu pergunto: Como a equipe médica poderia atender de modo que viesse suprir nossa carência na área de saúde em três comunidades com apenas dois dias na semana?

Marlon Castro Ramos 17 anos, morador de Araçatiba

Matheus Ramos23 anos, morador de Araçatiba

Tempos Antigos

Foto: Marcio Ranauro

Quem escreve a notícia no Jornal Voz Nativa é você.

Escreva pra gente: [email protected] / (24) 99903-5776

Jornalismo Badjeco Levado a Sério!

Suas histórias, artes, o que acontece na sua vila, etc...Você pode contar no jornal.

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Árvore do dia Os primeiros raios da

manhã

Café Burro Café amargo

Copiada de fora Amarrado de bambu que faz a vez da bóia do lado de fora da rede do cerco

Escalar o peixe Limpar e salgar o peixe

GavolaMulherengo, namoradeiro

Lagamar Local onde a onda quebra

na praia

Fonte: Glossário Dialeto e Expressões Caiçaras –

Casa de Cultura de Paraty

Conhece mais termos?Encaminhe e publicamos!

Dicionário Badjeco de

Termos e Manias

Espaço Badjeco

MARIA AMELIA, MULHER DE VERDADE, DONA DO SEU PRÓPRIO NARIZ

ELA É PORTUGUESA CLARA, ISSO ELA DIZ (bis)NÃO DEIXA ALMOÇO PRA JANTADEIXA ELA FALAR QUEM QUSIER

ISTO É QUE É MULHERISTO É QUE É MULHER! ”

Nesta edição do Espaço Badjeco, selecionamos alguns trechos do livro Maria Amélia, escrito e organizado por Saionara, contando as memórias de sua avó, uma grande mulher da Praia de Araçatiba.

FUGITIVOS DA ILHA GRANDE

- Tem preso no mato!- Todo mundo usava essa expressão, desde quando me entendo por gente, exis-tiam colônias. Não sei por quanto tempo durou. A mãe dizia para não ir para a roça por causa dos “presos” (fugitivos).Os “presos” parecem que me conheciam. Um dia na roça a gente cortava a lenha, quando de repente... o cachorro ladrou. Então gritaram:

-Amélia, o preso está passando!Respondi:

-Estou trabalhando, não estou fazendo nada de mal a ninguém. Então o guarda veio e disse: - Dona Amélia, a senhora na roça? O preso é perigoso, pode matá-la!-Mas que nada!-Um dia encontrei um deles e ele disse: o que faço com a senhora?-Não faça nada, vai embora!

Já era madrugada e vi um fugitivo roubando minha canoa, então eu disse: - Dei-xe aí, não é hora de pescaria!

O seu Carmelino o pegou e o prendeu quando roubava a canoa dele, mas eles não faziam mal. Só queriam passar e ir embora. Hoje é que dá medo em ir para a roça, com várias pessoas estranhas por aí.

Uma homenagem da filha Zenaide, que tem o dom de produzir músicas.

Foto: Guia Ecológico João Pontes

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Foto: Guia Ecológico João Pontes

Com talento e precisão, Guilherme Dias, de 18 anos, morador da Longa, faz pequenas réplicas de lanchas, veleiros e canoas em madeira, recuperando a cultura local e mantendo a tradição dos

antigos barqueiros da comunidade.

“ Meu nome é Guilherme Dias dos Santos, tenho 18 anos, moro na praia da Longa. Vou falar um pouco dos meus desafios. Quando eu tinha de 7 a 8 anos eu andava fazendo barcos de isopor com meus amigos, mas tinha um problema: meus amigos não faziam barcos para mim, eu tinha que me virar sozinho para conseguir fazer um barco, meus amigos faziam vários barcos muito legais, eu tentava fazer mas não conse-guia porque era muito difícil de fazer, mas eu sem-pre tentava fazer e uma certa hora eu peguei a manha de fazer um barco, e hoje eu já sei fazer sem nenhu-ma ajuda de ninguém. Hoje eu faço qualquer tipo de barco. Foi num certo dia que eu pensei em fazer um

“Eu gosto de estudar, porque sem estudos não conseguimos nada. No meu futuro, penso em fazer barcos, trabalhar como marinheiro ou ser engenheiro naval. Ainda não sei, mas com

certeza será com barco e no mar.”

barco de madeira, mas não de um tronco, mas sim de caverna uma cópia de um barco de verdade, aí eu comecei a construir, deixei ele quase pronto, mas eu não queria mais fazer porque achei que iria dar muito trabalho, aí foi que eu joguei fora, aí passou uns dias e eu pensei bem mesmo e fui buscar ele no lixo, peguei ele e comecei a construir de novo e fui terminando a cada dia todos os dias que eu chegava depois da escola eu pegava ele para arrumar, aí se passaram uns dias e eu terminei. Tenho muito orgulho desse barco, por-que eu não esperava que eu fosse capaz de construir um barco de madeira e hoje eu consigo fazer vários barcos.

Fotos: Guilherme Dias

Foto: Karen Garcia

Guilherme Dias 18 anos, morador da Praia da Longa

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“ Não só na Ilha Grande, mas no mundo todo, estamos sofrendo com a falta de água e cada vez mais os problemas aumentam. Como moradora da Praia da Longa, passando pela cachoeira observo que aquele lugar que era lindo, com água que sustentava toda a comunidade, hoje já não existe mais. Grande parte das cachoeiras da Ilha Grande estão secando, o mundo está em uma séria crise de falta d’água. E agora, o que poderemos fazer? Isso depende da atitude de cada um, talvez possamos melhorar nossas praias ou até o mundo. Ou iremos ficar de braços cruzados esperando que algo aconteça? Vamos nos unir para que tenhamos um futuro melhor. É preciso tomar atitudes para que a vida melhore.

Jamile Neves 15 anos, moradora da Praia da Longa

Falta d´água: um problema de todos nós

“ Sou morador da Praia da Longa. Vou contar uma história do pai do meu tio. Meu tio me contou que na década de 60 ou 70 na Praia da Longa para o morador era difícil ter uma canoa. Só quem tinha era dono de fazenda. Nesta época, nós tínhamos barco a motor. Então eles iam de canoa para Angra dos Reis para comprar seus mantimentos e na volta muitos canoeiros batiam de frente com os perigos. Havia muitos tubarões e para os canoeiros se defenderem eles compravam abóboras e deixavam num caldeirão e depois colocavam dentro de um saco.Quando eles iam para Angra e encontravam os tubarões, eles jogavam as abóboras quentes. Muitos tubarões morriam por conta disso, mas a única defesa era fazer isso. Ao longo dos tempos vieram os barcos e as canoas ficaram esquecidas. Muito poucos na Ilha Grande têm canoas. As canoas já mataram a fome de muitos moradores... Elas foram um começo para a Ilha, mas agora a ilha está sendo o fim para elas. Nós, jovens da Praia da Longa, não deveríamos deixar esta cultura morrer.

Dione Santos Oliveira, 22 anos, morador da Praia da Longa

Espaço Longa

“Nós, jovens da Praia da Longa, não deveríamos deixar esta cultura morrer”

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Retratos da Ilha Grande

Dando início às Oficinas de Comunicação Comunitá-ria na Ilha Grande em 2015, o Voz Nativa realizou o curso de Fotografia Digital, na Praia Grande de Ara-çatiba, entre os dias 16 e 20 de março. O curso marcou o início de um concurso de fotos que premia as me-lhores fotografias da Ilha Grande publicadas no Insta-gram com a hashtag #ilhagram.

Todos os moradores podem participar da campanha, que, ao final, produzirá um livro com as melhores fo-tografias dos jovens moradores da Ilha.

A oficina ministrada pelo fotógrafo profissional Felipe Varanda (estudioliquido.com) e promovida em parce-ria com o Laboratório de Tecnologia e Desenvolvi-mento Social – LTDS da UFRJ, contou com a partici-pação de jovens e moradores de Araçatiba e abordou aspectos teóricos e práticos da fotografia. A partir das atividades práticas e de exercícios direcionados, a pri-meira oficina foi encerrada com a entrega de um ta-blet à aluna Jéssica Ramos, que teve sua foto escolhida como a melhor publicada com a hashtag #ilhagram.

Para Jéssica, participar da oficina foi “Muito impor-tante e um incentivo muito grande para fotografar.”, diz. Com a série de cursos de comunicação, o Voz Na-tiva tem o intuito de despertar nos jovens e morado-res da Ilha um olhar mais crítico e contemplativo das questões sociais e da paisagem local.

Fotos: Alunos do Curso

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Espaço Voz Nativa

Voz Nativa: Novidades e Planejamentos para 2015

Além dos cursos técnicos de turismo e comunicação comunitária que vem sendo oferecidos em diferentes praias da Ilha, o Voz Nativa e a UFRJ estão preparando duas grandes novidades para 2015: um webdocumen-tário e um livro com fotos temáticas da Ilha Grande.

O webdocumentário será um material interativo na internet que contará casos e curiosidades do passa-do e do presente da Ilha Grande a partir do olhar do morador, dos jovens e dos apaixonados por esse lo-cal. O material pretende ser um Guia Afetivo da Ilha Grande, registrando e apresentando para moradores e visitantes as mais diversas praias, suas histórias e suas riquezas.

Participe do Concurso de fotografias no Instagram, seguindo

@ilhagram e postando fotos do seu dia-a-dia na ilha com a

hashtag #ilhagram

ILHAGRAM#

*fotos tiradas por risotas e moradores com a hashtag #ilhagram

Ainda neste ano, o Voz Nativa prepara a publicação de um livro de fotografias que reunirá as fotos de mora-dores e turistas postadas no Instagram com a hashtag #ilhagram. As melhores fotos estão sendo replicadas em @Ilhagram, a página do Voz Nativa no Instagram, e reunidas para a organização do livro ao final de 2015.

Fotos com os temas “trabalho na Ilha”, “imagens anti-gas” e “paisagem” já podem ser postadas.

Marque suas fotos com #ilhagram e fique atento aos cursos de comunicação comunitária do Voz Nativa. Participe também da produção do webdocumentário!

Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 201512

Jovens recebem certificados de cursos em Praia Grande de Araçatiba

O Voz Nativa realizou, no dia 20 de março de 2015, uma cerimônia de entrega de Certificados em Ara-çatiba. Na ocasião, foram distribuídos os certificados expedidos pela Universidade Federal do Rio de Janei-ro – UFRJ de 3 cursos realizados entre 2014 e 2015: Atendimento e Hospitalidade em Turismo; Turismo de Base Comunitária e Meio Ambiente da Ilha Gran-de; e Fotografia Digital. No total, mais de 60 morado-res de Araçatiba participaram e concluíram os cursos.

A entrega dos certificados aconteceu no Escola Mu-nicipal General Sylvestre Travassos e contou com o apoio da diretora Saionara Neves; do presidente da Associação de Moradores, Bené, do morador e mari-cultor Lourival,; e da dona da Pousada Mar de Araça-tiba, Andréa.

Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015 13

Espaço Praia Vermelha

Os trechos acima foram retirados do livro “Resgate Histórico da Praia Vermelha: construindo livro com os alunos”, escrito em 2006 por alunos e pro-fessores da Escola Municipal Ayrton Senna da Silva, através de relatos de moradores e fontes literárias, onde foram realizadas pesquisas de campo.

LENDA DO LOBISOMEM

“O lobisomem correu na noite de 6ª feira, assustando um rapaz na Praia do Aventureiro. Um dia, pescadores botaram a rede, puxaram peixes grandes e pequenos e deixaram alguns peixes na praia.

À noite ouviram barulhos de correntes... era o lobisomem passando. Um senhor foi até a casa do rapaz que era o tal lobisomem e o viu desmaiado, pois tinha passado mal. A mãe do rapaz disse que foi algo que havia comido e vomitou, talvez peixe. Então o homem percebeu que aquele rapaz era o lobisomem, que havia comido o peixe cru da praia.

POR QUE O POVO MORAVA NO MORRO ALTO E NÃO NA PRAIA?

A avó do Almir, proprietário do cerco diz que tem uma avó índia moradora do Provetá.

A avó de Almir contou-lhe que anos atrás, bem no início do século passado, as pessoas não moravam na praia, pois os piratas realizam muitos saques. O povo com medo preferia construir em lugares bem altos. Quando vinham até a praia era só para mariscar ou pescar.

A praia Vermelha recebeu este nome por ter sido aqui um local de entrepostos de engorda de escravos cansados da longa viagem e doentes, aqui eram colocados para se recuperarem para dar início ao trabalho. Por ter havido muita luta e sangue derramado, a areia ficara vermelha e originou o nome.

Outras pessoas falam que a areia da praia ficou vermelha devido à fábrica de sardinhas. Outras dizem que por tingir redes com casca de cobi e secá-las na praia.

Foto: Guia Ecológico João Pontes

Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015

O Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG) foi criado em 1971 para assegurar a preservação do ambiente e incentivar as atividades turísticas, que naquela época quase não existiam na ilha.

Hoje, o Parque é em sua maioria uma área de domínio público protegido por lei com o objetivo de realizar o encontro pacifico entre o homem e o meio ambiente.

É um orgulho para todos o fato da Ilha Grande ser con-siderada um paraíso, mas para que ela continue assim, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) trabalha in-cessantemente, realizando, inclusive, operações espe-ciais durante os feriados prolongados.

Durante o período do carnaval de 2015, a administra-ção do PEIG intensificou o monitoramento. Guardiões, Guarda-Parques e Fiscais do INEA atuaram priorita-riamente em ações preventivas e de orientação aos visi-tantes e moradores. Tais ações coibiram infrações como camping selvagem, vendedores ambulantes ilegais, ani-mais domésticos nas praias e lixo rejeitado nas trilhas.

O foco durante as operações do INEA é o ordenamen-to turístico das UCs que compõem a Ilha Grande, Par-que Estadual da Ilha Grande (PEIG), Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul (RBEPS), Reserva de Desen-volvimento Sustentável do Aventureiro (RDS Aventu-reiro) e Área de Proteção Ambiental de Tamoios (APA Tamoios), impedindo potenciais crimes ambientais.

Seguindo um planejamento estabelecido pelo PEIG, conforme os objetivos do INEA, é vislumbrado um ce-nário promissor para os tempos futuros na Ilha Gran-de, que resultará em uma melhor qualidade de vida para os moradores, bem como um melhor atendimento aos turistas.

Constituição Federal Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente eco-logicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações.

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Fotos: Eduardo Gouvêa

Contamos com você para a preservação da Ilha Grande

Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015 15

SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO

Olá, caros leitores do Jornal Voz Nativa! Depois de expressar minha opinião sobre identidade cultural e identidade territorial, agora venho colocar um pouco mais sobre este tema que estou chamando de ‘senti-mento de pertencimento’ para refletirmos.

Este é um dos sentimentos que não damos a menor importância no nosso cotidiano até que, realmente, perdemos algo de grande importância que não teremos de volta.

No falecimento de um parente ou um amigo com o qual crescemos juntos, ou na perda de algo que tínha-mos e tinha um significado além de qualquer valor es-timado, é justamente nesse momento que vamos per-ceber quanta falta aquela perda nos causa e que nada mais vai substituí-la.

Pois bem! É justamente este sentimento de pertenci-mento territorial que deveríamos obter para com a nossa região. A legislação brasileira nos oferece liber-dade em todo o território nacional, e o Brasil é a meta-de do continente africano, e temos uma diversidade cultural enorme dando às suas regiões uma particu-laridade única! Nesse sentido, precisamos atentar um pouco mais para nosso território, nossa essência de ser humano. Existe um lugar no qual você vai se re-cuperar, se recompor, sentir-se em casa e estar em sintonia com tudo a sua volta.

É muito normal en-contramos pessoas arrependidas por ter deixado o local onde nasceram. E quando voltam na condição de turista se lamentam de sua infância e adolescência e o motivo de não poder mais viver naquele local, o sentimen-to de perda é nítido nesta pessoa. Este ser não sofre um sentimento de perda como se tivesse perdido um ente familiar, mas fica explícita na sua expressão cor-poral a sensação de arrependimento por não ter ten-tado preservar sua história no local e sua identidade. E, muitos destes seres que, por alguns momentos, sentem esta perda, muitas vezes se justificam com a

“Se cada um dos moradores separasse o seu lixo: plástico, madeira papelão, alumínio e orgânico, sem se preocupar com o que vai acontecer com este lixo

depois, já faríamos uma grande diferença”

sua sub-existência financeira ou qualquer outra justi-ficativa, mas no seu íntimo está o sentimento de perda de sua identidade do seu território.

Mas, esta sensação de perda só existe quando as pes-soas conseguem harmonizar estas três informações na sua vida: identidade cultural, identidade territorial e sentimento de pertencimento.

As duas primeiras informações são quando o ser hu-mano sente que aquela região pertence à ele, como diziam os indígenas Tupis Guaranis na organização TAMOIOS, que significa ‘os mais antigos do lugar’ ou, atualizando a expressão, ‘nascido no lugar’.

Hoje, vejo um monte de gente que se diz nativo ou nascido na Ilha Grande, mas que não tem uma postu-ra de alguém que realmente pertence a este lugar. Muitas vezes ficam justificando determinados acon-tecimentos de desrespeito com o território local cul-pando sempre as pessoas de fora, que não são daqui, o poder público que não faz nada, etc. e tal.

Poderíamos ser uma comunidade exemplar para nosso país, onde o privilégio de estar em um paraíso como a Ilha Grande nos estimulasse a ter um compor-tamento razoável como o lugar merece.

Dentre várias su-gestões e opiniões que já ouvi em reunião, uma aqui, outra ali, vou deixar uma regis-trada neste texto: que nem tudo depende do poder público ou as-

sociações, ou qualquer outra organização.

Se cada um dos moradores separasse o seu lixo: plás-tico, madeira, papelão, alumínio e orgânico, sem se preocupar com o que vai acontecer com este lixo de-pois, já faríamos uma grande diferença! Acredito que com menos de três meses já apareceria alguém para se interessar por este material reciclável e uma fonte de renda poderia surgir desta iniciativa para o bem da nossa comunidade, da Vila do Abraão na Ilha Grande.

Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 201516

Adriano Fabio da Guiaprofessor de capoeira, arte de expressão corporal, coordenador do projeto Arena Cultural da Ilha Grande

E, digo mais, se as empresas que movimentam a economia local fossem unidas para o bem estar do seu produto denominado Ilha Grande, já teriam desenvolvido um projeto de cooperativismo para todos esses alimentos perecíveis do Serasa, que poderiam ser trazidos para o Abraão por um grupo de pessoas comprometidas em trazer alimento de qualidade para seu cliente e retornar com todo o lixo produzido de volta para ser reciclado. E para o marketing empresarial, que boa impressão dariam aos seus clientes.

É difícil? Eu acredito que não. Para que isto possa acontecer é necessário que as pessoas daqui tenham no mais implícito de sua vida estas três coisas as quais eu já falei. “IDENTIDADE CULTURAL, IDENTIDADE TER-RITORIAL & SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO”.

Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015 17

Taekwondo na Vila do Abraão

Eu, Ernani Cristianes Neto, há dez anos quando voltei para a Ilha Grande, vi que as crianças e jovens locais não tinham muita opção de lazer e esporte na Vila do Abraão. E isso facilitava alguns a ingressarem no uso do álcool.

Preocupado com a situação, como eu já tinha instrução no Taekwondo (1° gubi, vermelha ponta preta), obti-ve permissão do meu mestre Nelson, de Angra dos Reis, e comecei as aulas de Taekwondo, que é um esporte olímpico de disciplina oriental, no Abraão. Com isso, consegui arrebatar entre os alunos, alguns jovens que estavam entrando no mundo do álcool. Participamos de dois campeonatos estaduais. Trouxemos dez medalhas, sendo cinco campeões. Na época fomos divulgados pelo Jornal O Eco. Mas com o passar do tempo, ocupado, não mais ministrei aulas e nem treinei, e isso me incomodava.

Ano passado conheci o professor Tiago Azevedo, faixa preta 2° dan, de Conceição de Jacareí, e fiz o convite para ministrar aulas de Taekwondo aqui na Vila do Abraão, que aceitou de imediato.

Ficamos com o problema do espaço para as aulas. Com a ajuda do coordenador da Casa de Cultura Cons-tantino Cokoto, Adriano da Guia, e o apoio da Gevig que entrou com o pedido de uso da Casa de Cultura para as aulas de Taekwondo e Jiu Jitsu, conseguimos dar reinício às práticas.

Hoje estamos com um ano de Taekwondo com vários atletas que já passaram por diversos exames de faixa, e o Jiu Jitso, também com um ano de sucesso.

Ernani Cristianes Neto morador da Vila do Abraão

No dia 26 de Abril a Vila do Abraão recebeu, na Casa de Cultura, o 1° Grand Island de Taekwondo. Campeonato que contou com seis atletas da Vila do Abraão, e mais quarenta e seis participantes do Estado do Rio de Janeiro que competiram por equipes.

Nossos badjecos fizeram bonito:Wallace Cristianes - Ouro

Jay Ferreira - OuroLucas Lopes - 2 OuroMarcus Lima - Ouro

Thiago Santos - OuroLucas Mendes - Prata

Prof. Tiago Azevedo - Ouro Fotos: Latino

Equipe Vencedora - DRAGÃO VERDE “Prof. Tiago do Abraão e Jacarei”Segunda Colocada - DRAGÃO BRANCO “Angra dos Reis”

Terceira Colocada - MILTON TKD “Itaguai”DRAGÃO BRANCO “Rio de Janeiro”, EQUIPE TAEGUK, AREAL TKD,

IMPÉRIUM TKD, LOBOS TKD, IF TKD e ACADEMIA KIM.

Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 201518

Turismo Pedagógico: Educação para o lazer e educação pelo lazer

Waldeck TurismoGuia de Turismo e licenciando em Turismo pela UFRRJ

Turismo Pedagógico: Educação para o lazer e educação pelo lazer

Uma nova forma de turismo está ganhando força. É o Turismo Pedagógico. As instituições de ensino estão cada vez mais descobrindo esse caminho de promo-ver a educação e motivar seus alunos ao aprendizado através de um passeio, uma viagem ou aula de campo.A minha experiência com o turismo pedagógico tem sido muito grande e intensa, pois como guia de turis-mo, atuo principalmente aqui na Ilha Grande , distrito de Angra dos Reis onde moro e minha família nasceu, logo esse fato ajuda muito na minha profissão. A área de história está diretamente ligada a profissão de guia de turismo. O conhecimento que acabei adquirindo vem de minha experiência local e também através de cursos como o de eco monitor, que foi ministrado pela UERJ, no campus do CEADS , que é destinado aos estudos ambientais e desenvolvimento sustentável e da licenciatura em turismo que venho cursando na UFRRJ. Através dos conhecimentos adquiridos nos cursos citados tenho agregado valores cada vez mais interessantes à minha profissão. Antes eu só recebia grupos de estrangeiros para realização de um “Tour Histórico e Cultural” dentro do PEIG “Parque Estadu-

al da Ilha Grande”, órgão do INEA “Instituto Estadual do Ambiente”, porém hoje já recebo grupos de colé-gios e universidades, tanto do Brasil como de outros países. Essa experiência no contato com instituições de ensino me faz acreditar mais no turismo pedagógi-co como uma atividade enriquecedora para a comu-nidade, turistas e profissionais. As áreas são diversas, pois a interdisciplinaridade aparece a cada grupo. Um exemplo é que ao receber uma turma do ensino mé-dio, os discentes estão imersos em informações sobre a história local, além de informações técnicas, pois es-sas visitas são sempre acompanhadas de monitores, que são professores de história, biologia , geografia etc... Vejo o turismo pedagógico uma ótima oportuni-dade de trabalho para um guia de turismo, pois quem faz uma visita guiada acaba adquirindo conhecimento, tornando sua experiência única. Uma aula de campo, por exemplo, jamais será esquecida pelo o aluno, que vai levar para sempre a experiência do contato com a história e a natureza. O turismo pedagógico segue a seguinte linha: educação para o lazer e educação pelo lazer.

Waldeck TurismoGuia de Turismo e licenciando em Turismo pela UFRRJ

Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015 19

Foto: Guia Ecológico João Pontes

És rica em verdes e no chão, fonte mais viva da minha inspiração. És o forró do canto,

A festa de São Sebastião, alegria do povão e a batida do meu coração.

És a rede do pescador, a mão do lavrador, as folhas mortas nas trilhas, você é água fria do bicão a

vida, é o sol! É a mais pura emoção.

És o papagaio sem asas, a Gruta do Acaiá, Dois Rios, Aventureiro, Festival de Ecologia, Lagoa Azul,

Pedra do Amor, és o sopro do criador.

És o vento que sopra, Lopes Mendes e sua beleza, Freguesia de Santana, Aqueduto, Escorredeira da

Feitceira, és o retrato perfeito da mãe natureza.

És Praia Da Julia e o cristalino do mar, preto da areia, os contos de sereia, curva da morte, Sitio Forte,

todos os cantos e recanto, e a saudade do Meu Santo.

És a visão do mirante, Casa da Dinda, a Pedra do Elefante o Calango do Francino, o sorriso de um

menino, o perfume das flores, o canto do sabiá, o pingo da chuva a molhar, Saco do Céu, Enseada das

Estrelas um paraíso a brilhar. És lua cheia que vem iluminar os dedos a dedilharem do Russo e seu

violão nas noites apaixonantes do velho casarão.

És a terra, és Mar! És verde e sedução Ilha das Grandes fantasias, notas musicais que embalam os

meus dias, você é os versos mais nobres que compõem minhas poesias és vida viva!

É magia a cada amanhecer. Ilha Grande um show de encantos o ano inteiro o retrato perfeito que

merece respeito.

Retrato PerfeitoRetrato Perfeito

Iordan morador da Praia da Longa

Iordan morador da Praia da Longa

Projeto Juventude Protagonista Ilha Grande

Colégio Estadual

Brigadeiro Nóbrega

Realização:

Parceiros: Apoio:

Patrocínio:

Colégio Estadual

PedroSoares

www.alternativaterrazul.org.br

Quem escreve a notícia no Jornal Voz Nativa é você.

Escreva pra gente: [email protected] / (24) 99903-5776

Jornalismo Badjeco Levado a Sério!

Suas histórias, artes, o que acontece na sua vila, etc...Você pode contar no jornal.

JOÃO PONTES GUIA TURÍSTICO

O maior diferencial do Voz Nativa é que ele olha para a Ilha Grande como um todo. Não é só o Abraão que precisa de cursos e atividades. A Ilha toda precisa, principalmente as praias que têm menos acesso. Meu trabalho também é apresentar todas as belezas que a Ilha tem, através das trilhas e do contato com a natureza. O morador e o turista precisam olhar para toda a Ilha e o Voz Nativa vem fazendo isso

JUCIARA RAMOS CRUZ MÃE DO ALUNO MATHEUS

Para mim, o trabalho desenvolvido pelo Projeto Voz Nativa é muito importante. Vemos o governo falando o tempo todo de educação e aqui na Ilha, principal-mente em Araçatiba, não chega nada. Esse projeto fez com que oportunidades de educação chegassem aqui e isso ajudou muito o meu filho, apresentando cursos diversos. Espero que mais cursos venham para cá.

LÍVIA CORRÊA MORADORA DE ABRAÃO E MESTRANDA DA UFRRJ

Procurava um objeto de estudo para a minha pes-quisa de mestrado e me deparei com o Voz Nativa. O projeto é muito importante para a Ilha Grande, para dar oportunidade e esperança para os moradores daqui. A profissionalização é fundamental para que o turismo se mantenha na Ilha. Meu foco no estudo vai ser o impacto do projeto na vida dos jovens, a partir dos questionários pré e pós cursos. Espero de-senvolver um trabalho bem legal.

MATHEUS CRUZ JOVEM DE ARAÇATIBA

Para mim, qualquer oportunidade de curso é muito importante. Fiquei muito feliz de ser certificado em Turismo, Hospitalidade e Fotografia. Hoje trabalho como pedreiro, mas sonho em trabalhar com car-teira assinada e os cursos são muito importantes para eu conseguir um emprego. Agradeço muito a oportunidade e o apoio do Voz Nativa em trazer es-ses cursos pra Araçatiba.

Depoimentos de quem conhece o Projeto Voz NativaEste espaço é aberto, envie o seu também

Foto: Marcio Ranauro