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Ribeirão Preto/SP Março/2014 Série 2 Nº 242 R$ 20,00 Coruripe implantou o primeiro sistema de classificação por rating independente para o setor, no mundo Comparativos de indicadores são fundamentais hoje nas usinas

JornalCana 242 (Março/2014)

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Comparativo de indicadores são fundamentais hoje nas usinas.

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Ribeirão Preto/SP Março/2014 Série 2 Nº 242 R$ 20,00

Coruripe implantou o

primeiro sistema de

classificação por rating

independente para o

setor, no mundo

Comparativos de indicadores sãofundamentais hoje nas usinas

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Março 2014ÍNDICE DE ANUNCIANTES4

Í N D I C E D E A N U N C I A N T E SACIONAMENTOSRENK ZANINI 16 35189001 2

ACOPLAMENTOSVEDACERT 16 39474732 80

AÇOSFRANPAR 16 21334383 48

AÇOS INOXIDÁVEISMARC-FIL 18 39056156 54

ANTI - INCRUSTANTESGASIL 81 34718543 46

PRODUQUÍMICA 11 30169619 56

ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DEINFECÇÕES BACTERIANASPRODUQUÍMICA 11 30169619 56

PROZYN 11 37320022 79

ÁREAS DE VIVÊNCIAALFATEK 17 35311075 3

AUTOMAÇÃO AGRÍCOLAAGM TECH SOLINFTEC 18 36212182 39

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTODWYLER 11 268266633 9

AUTOMAÇÃO INDUSTRIALAGM TECH SOLINFTEC 18 36212182 39

AUTHOMATHIKA 16 35134000 7

METROVAL 19 21279400 10

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAISVIBROMAQ 16 39452825 82

BIG BAG'SSOLUÇÕES 16 38182305 80

BRONZE E COBRE - ARTEFATOSFERRUSI 16 39464766 22

CALDEIRARIACSJ METALÚRGICA 19 34374242 8

MARC-FIL 18 39056156 54

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 78

CALDEIRASENGEVAP 16 35138800 77

CARRETASALFATEK 17 35311075 3

CARROCERIAS E REBOQUESRODOTREM 18 36231146 60

RONTAN 11 30937088 55

SERGOMEL 16 35132600 26

CENTRÍFUGASVIBROMAQ 16 39452825 82

COLETORES DE DADOSMARKANTI 16 39413367 4

COMBATE A INCÊNDIO - EQUIPAMENTOS ESERVIÇOSARGUS 19 38266670 27

CONSULTORIA AGRÍCOLAAGRONOVA 16 39170597 62

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIALSUGARSOFT 19 34023399 82

CONTROLE DE FLUÍDOSMETROVAL 19 21279400 10

CORRENTES AGRÍCOLASSUDAMÉRICA 11 55484226 73

CORRENTES INDUSTRIAISGENERAL CHAINS 19 34172800 70

PROLINK 19 34234000 17

DECANTADORESCSJ METALÚRGICA 19 34374242 8

GASIL 81 34718543 46

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 78

DEFENSIVOS AGRÍCOLASSYNGENTA 11 50923305 43

BASF 11 30432125 31

CANAVIALIS 19 35124034 35

IHARABRAS 15 32357914 33

NUFARM 11 21338866 59

DESTILARIASCONGER 19 34391101 58

EDITORAPROCANA BRASIL 16 35124300 23, 61 E 71

ELETROCALHASDISPAN 19 34669300 14

ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA ESERVIÇOSCPFL SERVIÇOS 19 37562755 28

SANARDI 17 32282555 38

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVILCONGER 19 34391101 58

ENGEVAP 16 35138800 77

ENGRENAGENSGENERAL CHAINS 19 34172800 70

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃOANSELL 11 33563100 21

AZ BRASIL EPI 35 37318578 32

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOSAPS COMPONENTES 11 56450800 19

AUTHOMATHIKA 16 35134000 7

EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOSPARKER HANNIFIN 12 40093591 15

ESPECIALIDADES QUÍMICASNEOBRAX 17 33243955 72

PRODUQUÍMICA 11 30169619 56

PROZYN 11 37320022 79

EVAPORADORESCSJ METALÚRGICA 19 34374242 8

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 78

FEIRAS E EVENTOSAGRISHOW 11 35987800 47

REED ALCANTARA 11 30604942 63 E 75

SINATUB 16 36210315 6 E 36

STAB 82 33279632 57

FERRAMENTASLEMAGI - SP 19 34431400 54

FERRAMENTAS INDUSTRIAISHANNA 19 34514811 58

FERRAMENTAS PNEUMÁTICASHANNA 19 34514811 58

LEMAGI - SP 19 34431400 54

PARKER HANNIFIN 12 40093591 15

FERTILIZANTESPRODUQUÍMICA 11 30169619 56

FILTROS MAGNÉTICOSJ. ZULIAN 19 32282667 80

FILTROS INDUSTRIAISJ. ZULIAN 19 32282667 80

MARC-FIL 18 39056156 54

FIOS E CABOSCONSTRUFIOS 11 50538383 51

SOLUÇÕES 16 38182305 80

FUNDIÇÃOFERRUSI 16 39464766 22

GASES INDUSTRIAISGASIL 81 34718543 46

GEORREFERENCIAMENTOJRM GEO 14 34136856 64

GRÁFICASÃO FRANCISCO GRÁFICA 16 21014151 53

IMPLEMENTOS AGRÍCOLASDMB 16 39461800 37

INSPEÇÃO TÉCNICAELETROSERVICE 19 34967710 12

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLEDWYLER 11 268266633 9

METROVAL 19 21279400 10

INSUMOS AGRÍCOLASPRODUQUÍMICA 11 30169619 56

ISOLAMENTOS TÉRMICOSISOVER 11 22024814 41

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540 81

LEVEDURAS E ENZIMASPROZYN 11 37320022 79

MANUTENÇÃO INDUSTRIALELETROSERVICE 19 34967710 12

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 78

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLASAGRIMEC 55 32227710 30

MATERIAIS RODANTESITR SOUTH AMERICA 11 33407555 29

METAISFERRUSI 16 39464766 22

MOENDASFERRUSI 16 39464766 22

MOENDAS E DIFUSORESRENK ZANINI 16 35189001 2

MONTAGENS INDUSTRIAISCONGER 19 34391101 58

ENGEVAP 16 35138800 77

NUTRIENTES AGRÍCOLASIHARABRAS 15 32357914 33

PRODUQUÍMICA 11 30169619 56

UBYFOL 34 33199500 5

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLASOKUBO 16 35149966 11

PENEIRAS ROTATIVASVIBROMAQ 16 39452825 82

PLAINASAGRIMEC 55 32227710 30

PLANTADORAS DE CANADMB 16 39461800 37

PLANTAS INDUSTRIAISCSJ METALÚRGICA 19 34374242 8

PRODUTOS QUÍMICOSPRODUQUÍMICA 11 30169619 56

QUÍMICA E DERIVADOSNEOBRAX 17 33243955 72

REDUTORES INDUSTRIAISRENK ZANINI 16 35189001 2

WEG CESTARI 16 32441000 67

REFRATÁRIOSREFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540 81

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROSSÃO FRANCISCO SAÚDE 16 08007779070 83

SINALIZADORES INDUSTRIAISRONTAN 11 30937088 55

SOLDAS INDUSTRIAISAGAPITO 16 39479222 82

COMASO ELETRODOS 16 35135230 52

MAGISTER 16 35137200 13

SUPRIMENTOS DE SOLDACOMASO ELETRODOS 16 35135230 52

TELAS PARA TRANSPORTE OKUBO 16 35149966 11

TORRES DE DESTILAÇÃOMETALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 78

TRANSBORDOSDMB 16 39461800 37

TRANSPORTADORES INTERNOSMARC-FIL 18 39056156 54

TRATORESMASSEY FERGUSON 51 34628000 84

TROCADORES DE CALORAGAPITO 16 39479222 82

MARC-FIL 18 39056156 54

TUBOS E CONEXÕESFRANPAR 16 21334383 48

VÁLVULAS INDUSTRIAISFOXWALL 11 46128202 18

FRANPAR 16 21334383 48

TECNOVAL 16 39449900 34

VEDAÇÕES E ADESIVOSPARKER HANNIFIN 12 40093591 15

VEDACERT 16 39474732 80

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Março 2014 CARTA AO LEITOR 5

NOSSOS PRODUTOS

Anuário da CanaBrazilian Sugar and Ethanol Guide

www.jornalcana.com.brO Portal do setor sucroalcooleiro

JornalCanaA Melhor Notícia do Setor

Prêmio BestBIO Brasil

BIO & SugarInternational Magazine

Mapa Brasil de Unidades Produtoras de

Açúcar e Álcool

Prêmio MasterCanaOs Melhores do Ano no Setor

PRESIDENTEJosias Messias - [email protected]

GERENTE DE MARKETINGFábio Soares Rodrigues - [email protected]

ADMINISTRAÇÃO� Controle e PlanejamentoAsael Cosentino - [email protected]� EventosRose Messias - [email protected][email protected]@procana.com.br� Recursos HumanosAbel Martin - [email protected]

REDAÇÃO� Editor Luiz Montanini - [email protected] � Coordenação e FotosAlessandro Reis [email protected]� Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur� Consultor TécnicoFulvio Machado� ReportagemAndréia Moreno - [email protected]é Ricci - [email protected]� Arte Gustavo Santoro� RevisãoRegina Célia Ushicawa

ASSINATURAS EEXEMPLARES11 3512.9456www.jornalcana.com.br/assinaturas

MARKETING /PUBLICIDADE� ComercialGilmar Messias 16 [email protected] Milán 16 [email protected] Giaculi 16 [email protected] Michelle Freitas 16 [email protected]

NOSSA MISSÃOProver o setor sucroalcooleiro de

informações sérias e independentes sobre fatos eatividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar

e seus derivados, visando:� Apoiar o desenvolvimento sustentável, humano,

tecnológico e socioeconômico;� Democratizar o conhecimento, promovendo o

intercâmbio e a união entre seus integrantes;� Ser o porta-voz da realidade e centro de

informações do setor; e� Manter uma relação custo/benefício que propicie

parcerias rentáveis aos clientes e aos demaisenvolvidos.

O MA IS L ID O!

Fone 16 3512 4300 Fax 3512 4309Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia

14096-030 - Ribeirão Preto - [email protected]

ISSN 1807-0264

Artigos assinados (inclusive os dasseções Negócios & Oportunidades eVitrine) refletem o ponto de vista dosautores (ou das empresas citadas).JornalCana. Direitos autorais ecomerciais reservados. É proibida areprodução, total ou parcial, distribuiçãoou disponibilização pública, por qualquer meio ou processo, sem autorizaçãoexpressa. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 eparágrafos, do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamentecom busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, 123, 124, 126,da Lei 5.988, de 14/12/1973).

Tiragem auditada pelos

10.000 exemplaresPublicação mensal

í n d i c e

www.jornalcana.com.br

c a r t a a o l e i t o rJosias Messias [email protected]

O romantismo acabouOs tempos mudaram. A adequação a esta nova realidade exige renovação de mente.

Chega desta espécie de catatonia que nos mantêm presos ao período romântico do setor,

de outros tempos. Batalhar por políticas públicas favoráveis, como faz o Fórum Nacional

Sucroenergético, reunindo-se em Brasília, DF, é importante, mas não suficiente para

mudar a realidade da maioria das usinas.

O romantismo acabou. Alguns desiludidos já perceberam esta realidade, saíram da

reclamação e partiram para a ação. O diretor superintendente do Grupo Ruette, Hélio

Tavares Santos Junior, é um destes. Para ele, uma gestão corporativa competente, que

melhore a produtividade agrícola, baixando custos e não contraindo dívidas é a única

maneira de vencer as dificuldades que fizeram mais de quarenta usinas entrar em

recuperação judicial. (Veja matéria nas páginas 48 e 49).

Neste sentido também se mobiliza o recém-criado Gesucro — Grupo de Estudos para

Gestão Sustentável e Controladoria da Cadeia Sucroenergética, que pretende agregar,

alertar e capacitar os profissionais de controladoria na aplicação das melhores práticas

em finanças e planejamento de suas unidades. Como mostra a matéria de capa desta

edição nas páginas 46 e 47, levantar e fazer comparativos de indicadores são ações

preventivas fundamentais hoje nas usinas.

Pensar de forma estratégica é possível e necessário. Neste sentido, além da

governança corporativa, um importante aliado da gestão avançada é a tecnologia da

informação. Pude aprofundar este tema em plenária sobre o panorama do setor,

realizada no SAP Fórum 2014, um dos mais importantes eventos mundiais sobre TI,

realizado no mês de fevereiro.

Na palestra lembrei que o desafio é grande. Afinal, segundo a consultoria Canaplan,

apenas para suprir o mercado doméstico e manter 50% de participação no mercado

global de açúcar até 2021, o setor precisa ampliar sua produção em cerca de 13 milhões

de toneladas de açúcar, com uma moagem extra de cerca de 100 milhões de toneladas de

cana. (Veja mais na página 44 desta edição).

Crescimento que, olhando para a situação econômica da maioria das usinas,

representa apenas um sonho distante. E se há uma lição a aprender com os grandes

grupos do setor é a de que este é o momento de pôr os pés no chão e sempre fazer contas.

O romantismo acabou. É tempo de substituí-lo por uma visão de respeito.

CORAÇÃO E CONFISSÃO“Com o coração se crê para a justiça, e com a

boca se faz confissão para a salvação”.

Apóstolo Paulo, no verso dez do

capítulo 10 de sua Carta aos Romanos

Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6

Usina do bem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8

Mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 a 17� Giro do açúcar pelo mundo

� Sem gasolina de octano, produção de etanol cresce na Tailândia

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18 a 36� Bebida industrializada dá novo status para a garapa

� QUE VENHA O 2G!

� Cana bisada faz moagem adiantar

� SETOR TIRA O PÉ DO ACELERADOR

� Em 4 anos, setor poderá investir R$ 1,48 bilhão em inovação agrícola

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 a 40� Mecanização e palha criam novo universo agrícola

Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41� Predileção por gás de xisto demonstra descaso com etanol

Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . .42 a 52� Gestão eficiente de pessoas faz a diferença no momento de crise

� Números confiáveis de produção determinam maior eficiência

� O setor precisa formar líderes

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54 a 66� A evolução dos acionamentos

� Limpeza a seco preserva meio ambiente

Cana Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66 a 68

Pesquisa & Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . .69 a 72� Pacote de cana transgênica chega até o final da década

Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .73

Sustentabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .74

Destaques do setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .76

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . . .77 a 82

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Março 2014AGENDA6

A C O N T E C E U A C O N T E C E

FLORESCIMENTO EISOPORIZAÇÃO

Em 26 de fevereiro, a cidade deSertãozinho, SP, recebeu o“Seminário Florescimento eIsoporização – Fisiologia, Aplicaçãoe Monitoramento Indutivio”.Coordenado por Oswaldo Alonso,consultor da Canaoste, o eventocontou com a participação depesquisadores do IAC e tambémcom representantes de diversasusinas do país, que debateram eapresentaram cases sobre o trabalhorealizado em suas respectivas áreas.

Prêmio MasterCana tem datas definidas

BestBio e Fórum ProCana de Sustentabilidade no Agronegócioacontecem no dia 18 de setembro, em Ribeirão Preto/SP

As três edições do Prêmio MasterCana já têm data marcada. No Centro-Sul, a festaacontece no dia 25 de agosto, em Sertãozinho, SP. Já o MasterCana Nordeste, nesteano, acontece em 13 de novembro, em Recife, PE. Por último, em 25 de novembro,será realizado o MasterCana Brasil, em São Paulo, capital.

O PrêmioBestBIO, queacontece em 18 desetembro, emRibeirão Preto,SP, é umainiciativaindependente quetem por objetivocentral incentivara sustentabilidadeatravés da divulgação e reconhecimento aos melhores cases da bioeconomiabrasileira, com ênfase no desenvolvimento e

geração de energias limpas e renováveis.Mais informações acessewww.bestbio.com.br.

FERSUCROA Stab Leste realiza no período de, 8 a 11

de julho de 2014, no Centro de Convenções deMaceió, AL, a 11ª edição da Fersucro – FeiraRegional Sucroalcooleira. Mais informaçõesatravés do site www.fersucro.com.br.

FENASUCROA Fenasucro&Agrocana acontece de 26 a

29 de agosto de 2014, em Sertaozinho, SP,oferecendo aos visitantes a oportunidade deexplorar toda a cadeia de produção: preparo dosolo, plantio, tratos culturais, colheita,industrialização, mecanização e aproveitamentodos derivados da cana-de-açúcar. Maisinformações www.fenasucro.com.br.

CANAVICULTURA DE 3 DÍGITOS No dia 11 de março, em Ribeirão Preto, SP, o

Grupo Fitotécnico inicia suas reuniões em 2014. Nestaprimeira, o tema será “a caminho da canavicultura de3 dígitos”. Mais informações através dos [email protected] ou [email protected] ouatravés do telefone (16) 3919-9920.

CURSO DE PRODUÇÃO DE ETANOL 2GEm 21 de março, a cidade de Ribeirão Preto,

interior de São Paulo, sediará o 1º /SP CursoTécnico de Produção de Etanol 2G, promovidopela ProCana Brasil e Sinatub Tecnologia. Oevento tem como objetivo expor as tecnologiaspara a produção de etanol celulósico, além deapresentar os casos de viabilidade no Brasil.

AGRISHOWA Agrishow acontece de 28

de abril a 2 de maio de 2014, emRibeirão Preto, SP. Maisinformações acessewww.agrishow.com.br.

SUCRONORA 6ª Mostra

Sucroenergética para a RegiãoNordeste, acontece de 22 a 25 deabril de 2014, no Centro deConvenções de Pernambuco –Olinda, PE.

Mais informações através dosite www.sucronor.com.br.

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8 USINA DO BEM Março 2014

Iniciativa cria oportunidade de trabalho e renda para 70 cooperados

No dia 19 de fevereiro, a OdebrechtAgroindustrial, por meio do ProgramaEnergia Social para Sustentabilidade Local,em parceria com a prefeitura dePerolândia, GO e a Cooperfap —Cooperativa Mista Agropecuária Integradados Produtores Familiares de Perolândia,inaugurou o Núcleo de Corte, Costura eArtesanato de Perolândia, no AssentamentoLagoa do Bonfim, parcela 42.

De acordo com a empresa, osassentados foram capacitados e receberamconsultoria técnica e apoio deinfraestrutura para produção. "Essainiciativa cria oportunidade de trabalho erenda para 70 cooperados assentados dazona rural de Perolândia", afirma em notaa Odebrecht.

As unidades agroindustriais dogrupo, avaliam a possibilidade de

adquirirem uniformes feitos pelacooperativa. “Além da geração deemprego e renda para os moradores dazona rural, a estruturação de umacooperativa destinada a confecções deuniformes e artesanato pode criar umnovo mercado para a região”, disse CarlaPires, responsável por Sustentabilidade naOdebrecht Agroindustrial.

Para possibilitar a comercializaçãodos produtos e consequentemente aperenidade do projeto, haverá oenvolvimento e participação em feirasrenomadas de artesanato, como a Feira deArtesanato de Goiânia. Além disso, todomês é realizada a Feira Cultural dePerolândia e a Feira Cultural de Mineiros,que possibilitam a visibilidade e acomercialização dos artesanatosproduzidos pela cooperativa.

A Usina Sabarálcool assumiu emjaneiro participação em dois Comitês deBacias do Paraná: Alto Ivaí, na região deCampo Mourão e do Rio Piquiri, na regiãode Goioerê. O Comitê da Bacia do Alto Ivaítem uma área de abrangência de 23.195km2, contando com 57 municípios de formaintegral ou parcial e, segundo o censo de2010, uma população de aproximadamente728 mil habitantes.

O Comitê da Bacia do Rio Piquiri temuma área de abrangência de 26.428 km2 econta com 71 municípios de forma integralou parcial e, segundo o censo de 2010, umapopulação de aproximadamente 674 milhabitantes. Previstos na Lei 9.433/1997,conhecida como ‘Lei das Águas’, os comitêsde bacias são órgãos estaduais consultivos edeliberativos compostos por representantesda união, dos estados, dos municípios, dosusuários de água e das entidades civis derecursos hídricos com atuação na própriabacia hidrográfica.

Para o diretor de Bacias Hidrográficas,

Enéas Souza Machado, o Comitê é umimportante instrumento na gestão dosrecursos hídricos. “Ele funciona como umespaço de debate, no qual as pessoas queconhecem as particularidades de sua regiãopodem discutir a preservação da qualidadee da quantidade das águas”, explica.

O presidente do Instituto das Águas doParaná, Márcio Nunes, destaca que estetrabalho é pioneiro no Paraná. "Vocêgerencia as unidades por baciashidrográficas e não por regiõesadministrativas como é o caso do Brasilinteiro”, explicou.

O comitê atuará por meio de trabalhotécnico com elaboração de planos de bacia,trabalho o qual é considerado sua primeirafunção. “Estes planos de bacia norteiam asações que devem ser feitas não só no RioIvaí, mas em toda bacia hidrográfica,visando à manutenção e melhoria daqualidade dos rios e das águas. Estesmembros eu gosto de chamar de cuidadoresdo nosso futuro”, ressaltou Nunes.

Odebrecht inaugura

núcleo de corte e costura

Usina participa de

comitê de bacias do PR

Márcio Pereira, gerente de RH da Sabarálcool e o

presidente do Instituto das Águas do Paraná, Márcio Nunes

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Março 2014 MERCADO 9

Seca preocupainvestidores e produtoresde açúcar no Brasil

A estiagem na região Centro/Sul doBrasil preocupa investidores e produtoresde açúcar, assim como, o excesso dacommodity nos estoques dos maioresprodutores e exportadores do mundo.Somado a isso, o preço do açúcar brutocaiu em Nova York, em meados defevereiro, com a notícia da aprovação dosubsídio à exportação indiana, segundomaior produtor de açúcar mundial.Analistas acreditam que a medida podeaumentar a quantidade de açúcar que aÍndia exporta todos os anos.

Para Pedro Henrique Verges, analistana INTL FCStone Inc., a safra 2013/14 deaçúcar terá um aperto entre o balanço deoferta e demanda maior que em anosanteriores. “Haverá um superávit menorneste ciclo. Na próxima safra, pode haverum déficit de açúcar. É importante notar

que a oferta se mostra cada vez maisinelástica ao preço, pelo aumento daparticipação da cana-de-açúcar, umacultura semiperene. Desta forma, aprodução reage mais lentamente aos baixospreços atualmente observados”, explica.

EQUILÍBRIO NOS ESTOQUESAcredita-se que se a estiagem se

prolongar, e afetar de fato, a produçãode açúcar no Brasil, o mercado estásujeito a uma reação negativa aos preços,todavia, haverá equilíbrio nos estoquesmundiais, de acordo com Mike Seery,presidente da empresa americanaespecializada em mercado decommodities, Seery Futures.

“Estoques globais devem aumentarainda mais, a menos que a seca se agrave ecorte a produção. Ainda assim acredito quepreços muito baixos ainda estão por vir.Uma solução para este problema deexcesso de produção seria menorcrescimento anual da produção, além deproduzir mais etanol ao invés de açúcar”,afirma Seery.

GIRO DO AÇÚCAR

PELO MUNDO

Estiagem pode provocar déficit

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Março 2014MERCADO 10

Para Pedro Henrique Verges,analista na INTL FCStone, o fatorclimático influencia o mercado, que jáoscila diante do excesso de açúcar nosestoques mundiais, pelo quarto anoconsecutivo. “Certamente a secaobservada no Brasil é prejudicial àcana-de-açúcar e consequentemente àprodução de açúcar e etanol. Numcenário pessimista, sem chuvas atémarço e com chuvas durante a safra,resultaria em redução na produção deaçúcar no Centro-Sul. O etanolcontinua ganhando espaço às custas doaçúcar, o que pode sustentar ascotações internacionais, entretanto,num cenário otimista — com chuvas atémarço — a cana terá tempo derecuperar a produtividade”, explica.

Para Verges, um aspecto poucoconsiderado, e que em sua opiniãopode ajudar o setor, é o aumento do

preço da eletricidade.“Caso haja leilões de energia da

MME/Aneel, ou seja, alguns fatoresanticíclicos podem atenuar as perdasdas usinas, como o aumento do preçoda energia e dos preços internacionaisdo adoçante", pondera.

PRODUÇÃO NO CENTRO/SULA produção de açúcar na região

Centro-Sul do Brasil, será de 36,3milhões de toneladas, de acordo com aGreen Pool Commodity, com umaqueda pequena em relação à safrapassada com 36,9 milhões detoneladas.

O Brasil produziu 594,7 milhões detoneladas de cana-de-açúcar de 1 abrilde 2013 a 15 de janeiro de 2014, o queé considerada uma safra recorde, deacordo com dados da Unica – União daIndústria de Cana-de-Açúcar. CHINA

As importações de açúcar na China,segundo maior comprador mundial deaçúcar bruto brasileiro, serão maiores queo esperado para a safra 2013/14. Deacordo com RCMA Commodities Asia, opaís poderá importar 3,6 milhões detoneladas de açúcar nos próximos 12meses iniciados em primeiro de outubro de2013.

UGANDA A produção de açúcar de Uganda, na

África, vai aumentar pelo terceiro anoconsecutivo em 2014. De acordo com aAssociação dos Fabricantes de Açúcar deUganda o aumento é decorrente daampliação da área de plantio e capacidadede esmagamento de cana, nos seis maioresprodutores de açúcar do país.

ISRAEL E ETIÓPIA O governo de Israel financiará a

construção de uma indústria de açúcar naEtiópia, que terá capacidade de moagemde cana estimada em 24 mil toneladas pordia, com produção de 484 mil toneladas de

açúcar e cerca de 21 mil metros cúbicos deetanol por ano.

AUSTRÁLIAO país que é o terceiro maior

exportador mundial de açúcar, depois deBrasil e Tailândia, teve uma área de plantiode cana-de-açúcar, afetada pelo ciclone"Dylan", onde se produz cerca de 16milhões de toneladas por ano. A safranacional em 2014, antes do ciclone, eraestimada em 32 milhões de toneladas.

QUÊNIAA produção de açúcar bruto do

Quênia está prevista para subir 17% em2014, com 700 mil toneladas. Entretanto, opaís tem um déficit de 200 mil toneladasde açúcar por ano, o que o faz importar deoutros países africanos. A indústriaaçucareira do país possui custosrelativamente altos de produção e fábricasde açúcar mal financiadas, ainda assim,teve produção recorde em 2013, com cercade 600 mil toneladas de açúcar, o que foisuperior ao ano anterior com cerca de 500mil toneladas.

LEILÕES PODEM ATENUAR PERDAS

Pedro Henrique Verges, analista na INTL FCStone

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O diretor da Guarani,Paulo Passos – um dosdestaques nessa área –recomenda prudência

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

Em ummercado de altavolatilidade, queenfrentainclusivemomentos deincertezas eindefinições, os gestores da área decomercialização de unidades e grupossucroenergéticos têm a árdua missãode coordenar, articular e executar bonsnegócios em situações bastantedistintas. Eles precisam manter oequilíbrio – e contar com uma dose deousadia em alguns casos – emmomentos de crise, euforia eestabilidade. É necessário inclusiveidentificar e aproveitar oportunidadesinteressantes.

O setor conta com inúmerosexecutivos que se destacam pelotrabalho realizado na área de

comercialização. Um deles é o diretorcomercial e de logística da Guarani,Paulo José Mendes Passos, que foiinclusive premiado pelo MasterCanaBrasil 2013 como um dos maisinfluentes do setor sucroenergético.Graduado em Engenharia Mecânicana Universidade Federal do Rio deJaneiro (UFRJ), ele construiu suacarreira nas áreas administrativas,comercial e logística. Está na Guaranidesde 1998.

Em relação às estratégias quedevem ser adotadas por usinas edestilarias, levando-se em conta ocenário atual, Paulo Passos recomendaprudência quando os assuntos sãoprecificação e liquidação de estoques.“O mercado já vem operando há muitotempo com preços comprimidos,próximos ou abaixo do break even(ponto de equilíbrio nos negócios). Tudoleva a crer que estamos próximos a umponto de inflexão, isto é, o ciclo de baixapode estar chegando ao fim”, avalia.

A Guarani, como todo o setor,precisa aumentar a rentabilidade,afirma ele, ao comentar os resultadosobtidos pela empresa nacomercialização de seus produtos. “Oideal seria preços melhores”, constata.Mas ao mesmo tempo, ele observa queprecisa ocorrer um esforço do setor

sucroenergético brasileiro paraaumentar a sua capacidade decompetir globalmente. “Do contrário,ficaremos estagnados”, enfatiza.

Além da necessidade de investirpara aumentar a capacidade, aprodutividade e reduzir asineficiências, Paulo Passos diz que aelevação competitividade requertambém a adoção de medidas na árealogística. “Precisamos expandir amalha ferroviária, melhorar asrodovias e ter outras opções de portos,além dos localizados em Santos eParanaguá. Estamos no limite dacapacidade logística. Dessa forma,qualquer demanda adicional aumentaimediatamente os custos da cadeia”,afirma

O diretor da Guarani observa queo Brasil está longe dos mercados maispromissores, que são os da Ásia, aoavaliar a questão dos fretesinternacionais. “Para o açúcar, o pesoda logística é grande”, ressalta PauloPassos, que foi também vencedor doPrêmio MasterCana Centro-Sul 2013como profissional do ano na áreacomercial e logística. No caso doetanol, ele destaca que o desafio é criaruma política que estimule o consumodo combustível renovável em relaçãoao fóssil.

QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

Profissionais gerenciam comercialização entre crises e euforias

Paulo Passos recomenda prudência quando os

assuntos são precificação e liquidação de estoques

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Março 2014 MERCADO 13

Investimentos em infraestrutura, intermodalidade e flexibilidade no trading ajudama minimizar os custos logísticos

Flexibilidade, escala, sinergia,qualificação do “time” agrícola,industrial e administrativo, buscapor aprimoramento e inovação sãoos principais fatores que têmassegurado ao Grupo SãoMartinho um desempenhosatisfatório, reconhecido pelo mercado, conformeexplica Helder Gosling, diretor comercial e de logísticada empresa, que é um dos executivos de destaque dosetor sucroenergético.

“O Grupo São Martinho é um expoente emexcelência operacional e gestão agrícola que, com aabertura de capital, nos força a buscar, diariamente, oaprimoramento de nossos processos de comercializaçãoe logística. Somos avaliados pelo mercado todos osdias”, afirma. Formado em Engenharia de ProduçãoMecânica pela Universidade Paulista (UNIP), HelderGosling é pós-graduado em Administração deEmpresas, também pela UNIP, e possui MBA Executivopela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Segundo ele, o grupo sempre se pautou emdisponibilizar produtos com qualidade diferenciada,tanto em relação ao açúcar quanto ao etanol. “Estamospreparados para oferecer o que o mercado demandar,

desde que faça sentido econômico”, comenta. Emqualquer mercado, poder “arbitrar” (compararmercados) na hora de decidir qual será o

direcionamento da produção, baseado na margem decontribuição do produto final, é um diferencial, observa

“Considerando que 65% do nosso custo sãoagrícolas, com uma matriz fixa de suprimento dematéria prima (cana-de-açúcar), todo processo à frentequanto mais flexível, melhor. Temos preocupaçãoconstante nesse sentido”, afirma. Outra aliada dogrupo para a conquista e ampliação do mercado temsido a obtenção de importantes certificações(Bonsucro), e registros em órgãos competentes (EPA,CARB).

“Isto nos tem assegurado uma vantagemcompetitiva no momento da decisão do compradortanto em mercados que as certificações atuam, comobarreira de entrada bem como para atender legislaçõesespecíficas”, enfatiza.

Investimentos em infraestrutura, intermodalidadee flexibilidade no trading tem ajudado a minimizar oscustos logísticos – informa. “A logística representamais de 15% no custo de nosso produto final. Umaoperação mal estruturada logisticamente pode zerar amargem comercial”, afirma Helder Gosling que possuisólida experiência na área de logística adquirida porsua atuação em empresas como: Copersucar, Solvay,Ipiranga e ED&F Man.

“Comecei na Copersucar como estagiário do setorde distribuição, onde permaneci por mais de 6 anos.Tive a sorte de passar por todos os departamentos demercado interno e externo de açúcar e etanol com focona logística e comercialização. Foi minha grandeescola do setor sucroalcooleiro e commodities, quefocam em economia de escala”, destaca ele, que está noGrupo São Martinho desde 2008. (RA)

QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

Grupo São Martinho busca aprimoramento diário de processos

Helder Gosling: quanto mais flexível o processo, melhor

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Março 2014MERCADO14

Mercado de commoditiesalterna ciclos de alta comciclos de baixa, observaLuiz Gustavo Figueiredo,diretor comercial da Alta Mogiana

“O temporesolve, pois a ofertavai diminuirlentamente,enquanto ademanda ao mesmotempo vai aumentar.Quem tiver sangue frio, paciência e caixa,para guardar mercadoria, deve sebeneficiar lá na frente. A situação vaimelhorar”, afirma Luiz Gustavo JunqueiraFigueiredo, diretor comercial da Usina AltaMogiana, de São Joaquim da Barra, SP, aocomentar as dificuldades geradas pelospreços desfavoráveis de açúcar e etanol.

Vencedor do Prêmio MasterCanaBrasil 2013 como um dos executivos maisinfluentes do setor, ele sempre avalia, demaneira consistente e ponderada, asituação e as perspectivas do mercadosucroenergético, tornando-se inclusivereferência na área. Formado emAdministração de Empresas pelaFEA/USP e pós-graduado em Finançaspela FGV, ele começou a trabalhar naAlta Mogiana em 1994, quando aempresa montou a sua fábrica de açúcar.Ele é o responsável pela estruturação daárea comercial dessa usina de SãoJoaquim da Barra,

“Estamos vivendo um momento deexcesso de açúcar no mercadointernacional pelo quarto ano seguido. Emconsequência disso, é inevitável que ospreços estejam baixos. Esse superávit éreflexo do grande incentivo à produção

que existiu no mundo inteiro há quatroanos quando o preço do açúcar superou30 centavos de dólar por libra-peso”,analisa.

O setor de açúcar está passando poruma “ressaca” da alta que foi muito forte,constata. O preço atualmente está em 15centavos de dólar por libra-peso e o custode produção em torno de 16 centavos porlibras-peso. “Estima-se que as usinasfixaram um terço das suas exportações comum preço médio de 16,50 centavos dedólar por libra-peso”, informa. Segundoele, é difícil afirmar por quanto tempoainda esse quadro vai se manter, porque háuma safra inteira pela frente no Brasil e emoutros países.

“Mas, uma sinalização interessante éque a produção no mundo já estabilizou. Ademanda de açúcar cresce a mais de 2% aoano, o que equivale a 3,5 milhões de

toneladas. É uma questão de tempo para omercado se equilibrar e eventualmente atégerar um pequeno déficit de oferta”,comenta.

De acordo com ele, a tendência émelhorar. “Mas, não dá para afirmar seisso vai ocorrer este ano ou em 2015 equal vai ser a intensidade da melhora”,avalia Luiz Figueiredo que preside háquatro gestões a Câmara Consultiva deAçúcar e Etanol da BM&FBovespa, tendoparticipado da formulação e lançamentodos contratos futuros de açúcar e etanolno Brasil.

Para o diretor comercial da AltaMogiana, o etanol está passando por ummomento de dificuldades devido a trêsmotivos. Um deles é a questão dos custos,que não param de subir e comprimemmargem. O segundo motivo estárelacionado ao fato de que os preços de

derivados de gasolina são artificialmentemais baixos em relação aos do mercadointernacional.

“Existe um terceiro componente quefaz parte desta equação. O preço do milhobateu recorde em Chicago há dois anos.Isto incentivou o aumento do plantio demilho, principalmente nos Estados Unidos.Estamos tendo também uma ‘ressaca’ nomercado de etanol internacional”,comenta.

O problema da competitividade doetanol não é somente a política de preçoruim no Brasil, diz. “Se o preço do etanol láfora estivesse bom, bastava a genteexportar mais. Não é o que estáacontecendo. O preço do milho caiu de 8dólares para 4 dólares por bushel. Ele ématéria-prima para a produção de etanol”,afirma. Em decorrência disso – constata –,o etanol de cana deixa de ser competitivono mercado internacional.

Em relação ao hidratado, ele acreditaque a gasolina vai continuar subindo nospróximos anos. É um processo que seiniciou em 2013, com o primeiro aumentopara o consumidor em cinco anos.“Imagino que o cenário do hidratadotambém vai melhorar lentamente”, prevê.

Na avaliação dele, há um ambienterealmente desafiador ocasionado pela altade preços há dois anos (no caso do milho) equatro anos (no caso do açúcar). “E é umacoisa natural. Estamos num mercado decommodities, que normalmente alternaciclos de alta com ciclos de baixa. Estádentro de uma situação corriqueira demercado”, diz

Para Luiz Figueiredo, o que tem dediferente é a questão da gasolina queamenizaria a situação, se fossesolucionada, Mas, não resolveria oproblema do setor. “É preciso entenderque as usinas tiveram um aumentoexpressivo de moagem e de investimento,nos últimos anos, num mercado queregistrou queda de preços”, afirma. (RA)

QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

Situação vai melhorar para quem tiver paciência e caixa

Luiz Gustavo Junqueira Figueiredo: setor de açúcar está passando por ressaca

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WAGNER VILA, DE BANGCOC,

ESPECIAL PARA O JORNALCANA

O setor de açúcar e etanol dá sinais demelhora na "Terra do Sorriso". A produçãode etanol cresceu desde que a gasolina deoctano 91 foi banida do mercado emjaneiro de 2013. Antes, a produção era decerca de 1,4 milhões de litros por ano,agora, a produção está em cerca de 2,6milhões de litros.

O setor tailandês possui cerca de 50unidades produtoras de açúcar e etanolespalhadas pelo país. Todas privatizadas,a partir de um processo que começou há30 anos. O governo apoia o setor e oferece políticas públicas que beneficiam

os produtores. Na última safra, a produção total de

açúcar alcançou a marca de 10 milhões detoneladas, muito embora, o consumointerno seja de apenas 2,6 milhões.Somente 40% deste consumo é destinado aprodução alimentícia. Estima-se que amédia de consumo per capita de açúcar naTailândia seja de 30 quilos por ano, osoutros 60% são usados em produtosfarmacêuticos, bebidas, entre outros fins.

O excedente da produção é exportado.A Indonésia é quem encabeça a lista dosmaiores importadores do açúcar tailandês— ano passado importou 1,6 milhões detoneladas. Países que fazem fronteira coma Tailândia, como por exemplo, Camboja,Mianmar, Laos, Malásia e Brunei, incluem

a lista de seus principais importadores,juntamente com Japão, Indonésia, China,Coreia do Norte e Coreia do Sul, além depaíses africanos.

Quanto aos processos que envolvem acadeia produtiva, existem vários desafios.Os produtores de cana-de-açúcarconsideram migrar velozmente seuprocesso de colheita manual paramecanizada. Há duas razões para essamudança. Devido ao alto nível deeducação, a população não tem interesseno trabalho manual, disponível na colheitada cana. A maioria dos cortadores de canasão estrangeiros, oriundos principalmentede Mianmar e Laos. Isto, cria dificuldadespara o país, graças a imigração ilegal queacontece após a safra. Atualmente a

Tailândia tem cerca de 3 milhões detrabalhadores estrangeiros ilegais em váriossetores da sociedade.

Cerca de 90% dos produtores são depequeno e médio porte, sendo assim, nãohá razão para o uso de grandes colhedoras.Os produtores consideram adquirirmáquinas de pequeno e médio portes paraa colheita. O que cria um novo nicho demercado para fabricantes de colhedoras.

Os fabricantes que tentam morder asfatias deste bolo tailandês, são a China e aÍndia. Ambos oferecem bons equipamentoscom bom preço. As companhiastailandesas, embora sejam capazes de darmanutenção às colhedoras, são limitadasquanto a capacidade de produção demáquinas agrícolas em larga escala.

Desde 2011, a Mitr Phol éconsiderada a quinta maior produtora deaçúcar do mundo e a maior da Ásia. Destaforma, a empresa atua não só na Tailândiacomo também na China, além de possuirinvestimentos no Laos, Camboja, Vietnã ena Austrália. A Mitr Phol produz tambémetanol e energia de biomassa. O país aindaconta com a Uttaradit Sugar Industrial Co

Ltd Daily , Saharuang Co.,Ltd. , a Kalasine a Mitr Phu Viang da Mitr Phol SugarGroup, ambas com produção anual de200 mil toneladas. A Phu Kieo da MitrPhol Sugar Group com produção anual de400 mil toneladas. Até 2017, o paíspretende concluir a construção de 14usinas de cana-de-açúcar, somando-se àsatuais 50 unidades produtoras. (PB)

De acordo com dados da USDA —Departamento de Agricultura dos EstadosUnidos para Assuntos Estrangeiros, osestoques vão aumentar 0,5%, fechandoem 43,379 milhões de toneladas noperíodo de comercialização finalizado em2014 para a maioria dos países. Isso superou a previsão de maio do ano passado em 13%.

A produção da Tailândia vai teraumento de 9% se comparado com a

produção da safra de 2012/13. A produção global vai cair 0,7%, com

cerca de 174,8 milhões de toneladas, coma participação de países que não estãoentre os grandes exportadores mundiais,como Índia, que figura apenas entre osmaiores produtores, e a Rússia. Oconsumo vai aumentar 2,4%, com 167,6milhões de toneladas vendidos a preçosabaixo da média, resultado da grandeoferta mundial de açúcar. (PB)

Maiores indústrias de

açúcar da Tailândia

Estoques de açúcar vão

aumentar neste ano

Mitr Phol Sugar Corp é a maior indústria de açúcar da Tailândia

Transporte de açúcar na Tailândia

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WAGNER VILA, DE BANGCOC,

ESPECIAL PARA O JORNALCANA

Chalush Chinthammit, tem 45 anos, erepresenta a terceira geração da família noGrupo KSL. Ele concluiu seu MBA emfinanças nos Estados Unidos e é o diretorexecutivo do Grupo, e vice-presidente daárea de suprimento de cana-de-açúcar. E também é secretário geral da TSEA —Associação Tailandesa de Produtores deAçúcar e Bioenergia.

O Grupo KSL é um dos maistradicionais produtores de cana e de açúcarno país. Com 60 anos, o grupo começouproduzindo açúcar a partir da cana e decoco, através de meios convencionais. OGrupo KSL também tem participação emoutros nichos de mercado, como: cerâmica,condimentos alimentares, placas de MDF,feitas a partir do bagaço da cana,exportações, tecnologia da informação,imobiliário, hotéis e resorts.

Em entrevista exclusiva aoJornalCana, Chinthammit apresentou suasimpressões e previsões sobre o setortailandês, segundo maior exportador deaçúcar do mundo, e de seu principalconcorrente, o Brasil .

Jornalcana - Quantas usinas deaçúcar e etanol o Grupo KSL possui naTailândia e no exterior?

Chalush Chinthammit - Temos 5usinas em lugares diferentes do país, exceto

na região sul, que tem uma incidênciamuito grande de chuva e a ocorrência depragas é grande. Temos também umausina no Camboja e outra no Laos.

Quando a safra começa e terminana Tailândia?

A safra começa em novembro etermina entre o final de abril e início demaio. Depois disto há muita chuva, queaumentando a sujeira na matéria-prima, e

também dificulta o transporte. NaTailândia 100% do transporte da cana éfeito através de rodovias.

Como está a produção de açúcar nopaís, visto que a Tailândia é o segundomaior exportador mundial?

Estamos crescendo. A estimativa deprodução nacional em 2013/14 era de 11milhões de toneladas. Por causa da chuva,a produção pode sofrer uma queda. Aindaassim já alcançamos 10 milhões detoneladas. Nossa demanda nacional é demenos que 3 milhões. O excesso éexportado para outros países da Ásia.

Qual é a área plantada naTailândia?

A produção de cana crua por hectareplantado está entre 70 a 75 toneladas. Anopassado produzimos 100 milhões detoneladas. Não há um número certo deárea plantada fornecido pelo governo, mascálculo que temos cerca de 1, 4 milhão dehectares. A produção é toda baseada empequenos produtores e a colheita é90%manual. A maior usina do país temcapacidade de processamento de 50toneladas de cana crua por dia.

Como o setor está organizado ecomo lida com o governo?

Tínhamos três associações deempresas produtoras de açúcar.Recentemente fundimos as três em uma,que é a TSEA — Associação Tailandesas deProdutores de Açúcar e Bioenergia. Émelhor que o setor tenha apenas um

interlocutor que agregue as necessidadesdos produtores e leve até o governo.Quando temos algo para discutir, nosreunimos e chegamos a um consenso.Ainda que as vezes a decisão tomada nãobeneficie todos, trabalhamos para quetodas as unidades continuem produzindoda melhor forma. Com isto, evitamos queunidades produtores fechem suas portas edeixem de produzir.

Existe interesse em comercializarcom países como o Brasil, que tem umagrande experiência no setor?

Olhando para o câmbio, não.Comercializar com Brasil, Austrália eoutros países mais afastados do nossocontinente é muito caro. Temos tecnologiaaqui na Ásia e isso torna os custos menosonerosos

Qual é a sua visão sobre a setorbrasileiro?

Bem, o setor no Brasil permite queempresas estrangeiras detenham o controlede alguns principais produtores de açúcar eetanol. Parece que, por causa da baixatemporada no mercado internacional deaçúcar e etanol, o Brasil está entregandosuas usinas ao capital estrangeiro,acreditando que esta é a melhor maneirade contornar a crise. Portanto, creio quequando esta fase negativa vai passar, o quedeve ocorrer em um futuro breve, é que oBrasil terá a maioria de seus principaisprodutores nas mãos de empresasinternacionais.

Produtor tailandês prevê que usinas brasileiras serão internacionalizadas

Chalush Chinthammit: Tailândia produzirá

cerca de 10 milhões de toneladas de açúcar

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Março 2014MERCADO18

ATR na

Tailândia

será maior

do que no

ano passado PATRICIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

De acordo com previsões da Green PoolCommodities, com sede em Brisbane, Austrália, aTailândia irá produzir 11,5 milhões de toneladas deaçúcar a partir de 110 milhões de toneladas de canapara a safra 2013/14.

O ATR – Açúcar Total Recuperado, tambémserá maior do que no ano passado.

“Na safra passada foram 10,026 milhões detoneladas de açúcar produzidos a partir de 100milhões de toneladas de cana, mas o ATR foi baixo,devido à uma inundação antes da colheita, em umadas maiores regiões produtoras”, afirma TomMcNeill, diretor da Green Pool Commodities.

A Tailândia é o maior exportador de açúcar naregião asiática e vai exportar 7,85 milhões detoneladas de açúcar na safra 2013/14, divididos em4,80 milhões de toneladas de açúcar bruto e 3,050milhões de toneladas de açúcar branco. Os donosdas usinas tailandesas têm se expandidoconsideravelmente nos últimos cinco anos, comprodução inicial de cerca de 70 milhões de toneladasde cana-de-açúcar para 110 milhões de toneladas.

“A maior parte da expansão foi no norte enordeste da Tailândia, que são ligeiramente maisvulneráveis à seca. No entanto, as empresas demoagem também têm promovido os novos conceitosde irrigação aos agricultores, especialmente deirrigação por gotejamento, que utiliza muito menoságua do que os métodos tradicionais de irrigação"explica Tom McNeill, diretor da Green Pool. Tom McNeill, diretor da Green Pool Commodities: produção dentro do estimado

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Importar açúcar

da Tailândia

custa menos

que do BrasilA Asean - Associação de Nações do Sudeste Asiático foi

criada em 8 de Agosto de 1967 em Bangkok, na Tailândia,com a assinatura da Declaração de Bangkok, pelos paísesmembros, ou seja, Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapurae Tailândia, de acordo com dados fornecidos pela própriaAssociação.

Brunei tornou-se membro em 7 de janeiro de 1984, oVietnã em 28 de julho de 1995, Laos e Mianmar em 23 dejulho de 1997, e Camboja em 30 de abril de 1999,formando os dez "Estados-Membros" da ASEAN.

A associação tem como objetivo promover crescimentoeconômico, desenvolvimento cultural, maior utilização daagricultura e indústria, além da expansão do comércio entreos membros da Associação através de cooperação contínuaentre os países.

Para tanto, a Tailândia propôs fazer acordo commembros da Asean — Associação de Nações do SudesteAsiático, relativos às exportações de açúcar do país. Paísesmembros da Asean dizem que importar açúcar daTailândia custa menos que importar do Brasil, já que ocusto de transporte é obviamente mais baixo. Entretanto, aTailândia tem tido dificuldades em exportar para países daAsean por eles terem decidido não baixar as tarifas deimportação, por uma política de proteção às indústriasnacionais desses países. Cerca de 90% do açúcar tailandês éenviado para outros mercados asiáticos, sendo que a Aseancorresponde a 45% desse total. (PB)

De acordo com NiponPoapongsakorn, distinguished fellow doTDRI — Instituto de Desenvolvimento ePesquisa Tailandês, dentre os maioresproblemas enfrentados pelo setor do paísasiático, está o de que o preço do açúcardoméstico é geralmente maior que o preçoda exportação. Assim, o comérciosupostamente destinado à exportação éfeito, na verdade, apenas no mercadointerno, de forma ilegal. Isto acontece,especialmente em períodos de preçosmuito abaixo de mercado, como agora,com o excesso de açúcar nos estoquesmundiais que forçaram a uma queda dopreço da commodity pelo mundo, deacordo com os dados apresentados peloTDRI. (PB)

Preço do açúcardoméstico maior que o deexportação gera comércio ilegal

Nipon Poapongsakorn traça panorama do mercado de açúcar tailandês

Vendas de açúcarpodem aumentarem até 18% emapenas uma safra

As vendas de açúcar podem aumentarem até 18% em 2013/14, de acordo com MitrPhol Sugar Corp com produção de 3,5milhões de toneladas de açúcar branco, umligeiro aumento se comparado aos 2,97milhões de toneladas na safra anterior. Asusinas tailandesas estão produzindo maisaçúcar bruto na atual temporada, em umesforço para fechar negócios antes que ospreços globais, que já enfrentam mínimas detrês anos, se enfraqueçam ainda mais porconta de uma inundação de fornecimentosindianos, disseram operadores no dia 11 defevereiro de 2014. Dados do Conselho sobreCana e Açúcar do país, preveem que asexportações atingirão 8,5 milhões de toneladasem 2014, o que significa um aumentosignificativo se comparado às 7,4 milhões detoneladas de 2013. A produção vai crescer10% com uma colheita estimada em 110milhões de toneladas de cana-de-açúcar. (PB)

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Março 2014 PRODUÇÃO 21

Empresa do Ceará lançacaldo de cana na“caixinha”, esterilizado,com ultrapasteurização esem conservantes

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

A tradicional garapa, comercializadaem feiras livres e barracas, tem agora a suaversão industrial. A Sucos Jandaia, dePacajus, CE, lançou em setembro o caldo decana em embalagem Tetra Pak, de 200 ml,que está tendo aceitação acima daexpectativa, conforme demonstramavaliações qualitativas e quantitativas,afirma Eduardo Figueiredo, diretorcomercial da empresa.

A comercialização do produto, inéditono mercado, está sendo feita por meio dosgrandes varejistas (redes de supermercados)e também de outros pontos de vendas, comopadarias, casas de lanches, cantinasescolares e até mesmo rede de farmácias. Afabricação do caldo exigiu, inicialmente, oinvestimento de R$ 800 mil para a comprade maquinário e ações para campanha devendas.

O produto começou a ser envasadopara o mercado do Nordeste. “Estamos

fazendo os ajustes necessários de estruturamercadológica. Como o Brasil tem umaextensão geográfica muito grande, é precisoter uma estratégica comercial para cadaregião”, comenta. No segundo trimestre,será disponibilizado para as regiões Sul eSudeste.

Para julho, está programada adistribuição do caldo de cana no Centro-Oeste. E, até o final do ano, o produto seráoficialmente comercializado na regiãoNorte, onde já é vendido em alguns lugarespor empresas, que também atuam noNordeste e transferem parte de seusestoques para o Norte.

A Jandaia está começando a exportar ocaldo de cana, com a venda de uma

pequena quantidade para Portugal. Atendência é a ampliação da exportação,revela Eduardo Figueiredo. Atuando nomercado externo há 20 anos, a empresa –fundada em 1941 – vende outros produtospara oito países.

O lançamento do caldo de cana segue oplano estratégico da Jandaia, que estabeleceo desenvolvimento de produtos que possamagregar valor nutricional ao consumidor.Segundo o diretor comercial, a empresa foiao mercado e fez uma pesquisa,constatando que existe uma grandedemanda para o caldo de cana.

“Infelizmente, este produto éconsumido sem segurança alimentar, Ficamuito suscetível à contaminação devido ao

processo primitivo no preparo do produto,que é feito de forma artesanal, sem oscuidados de higiene e de assepsia domaquinário”, diz ele, referindo-se àprodução e comercialização do caldo decana em barracas espalhadas por todo opaís.

O intuito é oferecer para o consumidor– ressalta – um produto com total segurançaalimentar, esterilizado, comultrapasteurização, preservando aspropriedades naturais, sem o uso deconservantes. A “garapa” na caixinha temdurabilidade de seis meses. “É 100%natural. A gente mói a cana e envasa nosistema Tetra Pak. Há uma praticidade parao consumo do produto. O consumidor sóprecisa abrir a geladeira e tomar o caldo decana, fresquinho, na hora que quiser”,destaca.

O fornecimento da matéria-prima,utilizada na fabricação do caldo de cana, éfeito por produtores da região de Pacajus,onde está instalada a Sucos Jandaia. Aempresa possui também uma pequena áreade cana irrigada, com 100 hectares, quecomeçará a ser colhida em maio. “Estamosbuscando conhecimento em relação àprodução e não a autossuficiência”,esclarece.

Com o aumento da fabricação de caldode cana – programado pela Jandaia –, onúmero de fornecedores será ampliado.“Haverá certamente um impacto positivo naregião”, enfatiza.

Bebida industrializada dá novo status para a garapa

Eduardo Figueiredo e o produto inédito

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Bebida energética bastante consumida por atletas, ocaldo de cana possui diversas propriedades nutricionaisque proporcionam muitos benefícios para a saúde.Segundo a nutricionista esportiva funcional, de São Paulo,Priscila Di Ciero, o caldo de cana, além de conter grandepercentual de açúcar, que o torna excelente fonte decarboidrato de rápida absorção, conta também com cálcio,fósforo, ferro, cloro, potássio, sódio, magnésio e algumasvitaminas do complexo B. É composto de 70% de água, 3%de glicose, 3% de frutose, 0,5% de proteínas, entre outros

componentes.Para as pessoas que não praticam atividade física

regularmente e não sabem como está a sua glicemia, éimportante não exagerar no consumo – alerta Priscila DiCiero –, pois o caldo de cana possui carga glicêmicaelevada. O produto não deve ser consumido por diabéticos.O valor energético do caldo de cana é de 136 Kcal a cada200 ml. “Uma caixinha de achocolatado, também de 200ml, tem 200 Kcal em média”, compara EduardoFigueiredo, da Sucos Jandaia. (RA)

Energético, produto é fonte de

carboidrato de rápida absorção

Priscila Di Ciero enumera os nutrientes do caldo de cana

Empresa paranaensedesenvolve o caldo de cana em póProduto precisa ser fabricado comcana especial que deve apresentarteor de sacarose elevado e índicede umidade adequado

Outra iniciativa para tornar a garapa mais acessívelpara o consumidor é da Natuceres, de ConselheiroMairinck, PR, que começou a desenvolver o produto em póem 1989. Segundo Milton Ribeiro, sócio da empresa, aobtenção do caldo de cana, nesta forma de apresentação, foium processo complexo. Não havia inclusive, na ocasião,trabalho científico voltado à fabricação do caldo de cana empó, afirma

Em 2003, o produto – informa – começou a serdivulgado em feiras agropecuárias. Para a produção depequena quantidade do caldo de cana em pó, a Natucerestem parceria com uma empresa que fabrica produtos –também em pó – na área de alimentos. Atualmente, acomercialização do caldo de cana é feita diretamente para oconsumidor em eventos ou no sítio, de propriedade dafamília. Com a embalagem de 100 gramas é possível fazer800 ml de garapa, observa. A empresa produz tambémaçúcar mascavo orgânico – que é inclusive exportado –, ecachaça especial em pequena escala

Até o início do segundo semestre, a Natucerespretende disponibilizar, em maior volume, o caldo de canaem pó para o mercado. Para isto, a empresa planejaadquirir equipamentos para implantar uma unidadeindustrial própria. O objetivo é atingir, em dois anos, aprodução de 8 a 10 toneladas por mês. Desidratado, oproduto precisa ser fabricado com cana especial que deveapresentar teor de sacarose elevado, índice de umidadeadequado, estabilidade no processamento, entre outrascaracterísticas.

A meta da Natuceres, até o final de 2014, édisponibilizar também uma linha de produtos em pó,solúveis e em flocos, incluindo temperos, raízes e chás, comocebolinha, salsinha, manjericão, batata, batata doce,cenoura, beterraba, chá mate, hortelã, entre outros. (RA)

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2014 será o ano dasnovas plantas de etanol celulósico;tecnologia prometeaumento na produção e redução nos custos

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Aumento da produção, queda noscustos e políticas públicas compatíveis aoatual mercado brasileiro. Esses são os trêspontos mais discutidos nos últimos anospelos representantes do setorsucroenergético, tendo em comum, o fatode que mudanças são necessárias.

Paralelo a isso, o que parecia sonho,em 2014 se tornará real. Estamos falandodo etanol celulósico, também chamado de2G, que promete um aumento de até 40%na fabricação do biocombustível, isso coma mesma quantidade de área de canaplantada.

A Raízen iniciou a construção de suaprimeira unidade de produção de etanolcelulósico em Piracicaba, SP, ao lado da

unidade Costa Pinto. Com investimentosde R$ 230 milhões (na maior partefinanciada por recursos do BNDES), anova planta está prevista para entrar emoperação ainda este ano. “Para nós, aimplantação desta usina é muito

importante. É o início de uma nova rupturatecnológica, onde é possível produzir porhectare. Isso contribuirá com redução decustos e também de emissão de CO2 noplaneta”, Pedro Mizutani, VP da Raízen.

A empresa aposta na sinergia com a

unidade de primeira geração, tendo comoobjetivo, reduzir custos e aproveitar osistema logístico já existente na região. Acapacidade instalada de produção será de40 milhões de litros do biocombustível apartir do bagaço e da palha da cana.

QUE VENHA O 2G!

Planta de etanol celulósico da GranBio em Alagoas

Pedro Mizutani: Raízen busca sinergia com

a unidade de primeira geração

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A Usina São Manoel, no interior deSão Paulo, foi o local escolhido pelo CTC –Centro de Tecnologia Canavieira parainvestir na fabricação de etanol celulósico.Diferentemente dos outros projetosbrasileiros, o CTC aposta em usufruir detoda a infraestrutura de uma usinaconvencional, acoplando, apenas, atecnologia necessária para a produção doetanol 2G. Quem conta detalhes sobre oprojeto é Oswaldo Godoy, gerente deengenharia do CTC. Confira a entrevista.

JornalCana: Hoje há diversosprojetos em andamento no País sobre aprodução de etanol celulósico. Quais asnovidades do CTC na área?

Oswaldo Godoy: O projeto de etanolde segunda geração desenvolvido pelo CTCdesde 2007 tem dois grandes diferenciais:ter sido desenvolvido especificamente paraa biomassa (bagaço e palha) da cana-de-açúcar e ser totalmente integrado com aprodução de etanol de primeira geração jáexistente na usina. Há uma planta pilotomontada no CTC em Piracicaba, interiorde São Paulo, na qual é possível analisarcada etapa do processo de produção. Já nausina São Manoel, localizada no municípiode São Manuel, o CTC está construindouma planta experimental para que possaser demonstrado a viabilidade do processoem escala industrial.

A planta será inaugurada em 2014?Sim. A previsão do início de operação

da planta está programado para junho de2014.

Quais os detalhes do projeto? O projeto conta com investimento de

aproximadamente R$ 80 milhões, maisparte da verba de R$ 350 milhões provindado Projeto PAISS - Plano Conjunto deApoio à Inovação Tecnológica Industrialdos Setores Sucroenergético eSucroquímico, com financiamento doBNDES e da FINEP. Para colocar emprática o projeto, algumas parcerias foramfirmadas. Uma delas é o contrato com ausina São Manoel. Além desta, a parceriacom a Pöyry Engenharia foi responsávelpelo detalhamento da engenharia doprojeto. E os principais equipamentos daplanta foram desenvolvidos por meio daparceria com a Andritz, empresa austríaca.A capacidade desta planta será de produzir

três milhões de litros por ano de etanolcelulósico.

Como funciona o acoplamento emuma usina tradicional?

O processo desenhado pelo CTCaproveita diversas correntes do processo deprimeira geração, otimizando o consumode água, energia, matéria-prima e demaisutilidades.

Devido à necessidade de aumentona produção, qual a real importância doetanol celulósico?

O processo de etanol de segundageração deverá ser parte integrante dosnovos desenhos das usinas brasileiras,aumentando a flexibilidade de produção etrazendo diversos benefícios econômicos eambientais. Isso porque não seránecessário o aumento de área plantadapara produção desse complemento deetanol que pode chegar até 50% a mais emrelação ao de primeira geração.

Se realmente ele é vantajoso para asusinas, qual o motivo de ainda não teremplacado?

Os desafios são grandes,principalmente no que tange ao custo doproduto final, que na nossa visão tem queser competitivo com o etanol de primeirageração atualmente produzido nas usinas.Outro ponto é que o setor passa por ummomento de dificuldades de financiamentopara novos investimentos. Além disso, estaé uma tecnologia recente e por isso suapenetração no mercado se dará nospróximos cinco anos a partir dademonstração da nossa planta e provará oretorno no investimento.

Falando em vantagens, quaispodemos elencar para o consumidor?

O objetivo das pesquisasdesenvolvidas pelo CTC é de que o etanolde segunda geração chegue ao consumidorcom preço mais acessível do que obiocombustível de primeira geração. Alémdo custo mais baixo, o desempenho doetanol de segunda geração será idêntico aode primeira. Para o consumidor final alémdas vantagens ambientais o novo processo,quando implantado em larga escalapermitirá estabelecer novos negócios, coma produção de outros equipamentos einsumos sustentáveis com geração deempregos de alta qualidade. O etanolcelulósico recoloca o Brasil na liderançamundial dos biocombustíveis e leva riquezapara o interior do país.

Qual o papel das usinas nesteprocesso?

O fato do processo de produção doetanol de segunda geração ser totalmenteintegrado com a produção de etanol deprimeira geração já existente na usinapermite que o investimento necessário sejamenor e, assim como seu custo deprodução. Com isso, além de ganhar maispoder de decisão de acompanhar ademanda do mercado (etanol, açúcar,energia), a Usina terá muito maisprodutividade sem precisar aumentar aquantidade de cana plantada.

A GraalBio é a empresa responsávelpela construção da primeira unidadeindustrial de etanol celulósico do Brasil,localizada na cidade alagoana de SãoMiguel dos Campos. Como diferencial, aempresa aponta a parceria feita com aBetaRenewables, empresa detentora datecnologia Proesa, utilizada na primeirafábrica de etanol 2G do mundo,inaugurada em outubro de 2013, emCrescentino, na Itália.

“Para as usinas, o etanol 2G seapresenta como uma possível solução para

ampliar a produção de etanol na mesmaárea, reduzindo os custos médios deprodução. Outro ganho é a venda dabiomassa excedente (bagaço ou palha),gerando uma receita extra. Já para oconsumidor, posso dizer que a tecnologia éexatamente igual ao que existe hoje nomercado, com uma vantagem, eleproporciona uma redução ainda maior naemissão de gases de efeito estufa,contribuindo com o meio ambiente”,explica Alan Hiltner, vice-presidente daGranBio. (AR)

Primeira planta brasileira

Alan Hiltner: possível solução

ENTREVISTA - Oswaldo Godoy

Etanol 2G já está integrado aos novos desenhos das usinas

Oswaldo Godoy: visão de futuro

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CANA BISADA FAZ MOAGEM ADIANTAR “Velha cana” despende odobro de gastos comtratos culturais e sãocolhidas uma vez só, porisso não é vantajosa

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

De um ano para o outro, a cana bisadaou de dois verões, remanescente que surgiusem planejamento, precisa ser de uma formaou de outra aproveitada na indústria.Incomum, passou pelas chuvas de verão enão parou de crescer. Por causa desse tipo dematerial, algumas unidades sucroenergéticasoptam por adiantar o início das atividades dasafra. A Usina Açucareira Guaíra é umadelas, já que utilizará suas 235 mil toneladasbisadas para iniciar a safra e começaráalguns dias mais cedo, no dia 2 de abril.

Marcelo Ulian, gerente de planejamentoagrícola da Guaíra, explica que as bisadassobraram por causa das chuvas de 2013, queimpactaram na moagem. “As usinas que nãotêm cana bisada deverão adiar um pouco asafra por causa do clima. Apesar de ser ummaterial mais complicado, o utilizaremoscomo estratégia para não perder a matéria-prima e deveremos misturá-lo com algumasoutras canas, sendo 70% a 80% de bisada.Ela deve ser utilizada na moagem por cercade 40 dias”, admite.

Segundo o especialista, a estiagemprolongada sacrificou a matéria-prima paracolheita no início de safra. “A bisada ajudaráno período correto de corte da canaconvencional de 12 meses, pois enquantocolhemos a cana bisada, a outra atingirá seuponto ideal”, diz.

Ulian explica que o corte manual oucom máquina, se torna mais difícil nesse tipode cana. “Como essa cana atinge seu pico dematuração e não é colhida, entende que devecontinuar crescendo e começa a emitir

brotações laterais, brotões e enraizamentoaéreo que prejudicam o rendimentoindustrial. Além disso, deverá levar mais terrapara a usina e ficar normalmente tombada.Seu ATR deve girar em torno de 114 kg portonelada, não muito diferente daconvencional, mas o correto é não tê-la nocampo, mesmo com incremento deprodutividade. A cana convencional temmaior pureza e melhor extração, já que aindústria conseguirá aproveitá-la melhor”,avalia.

O gerente lembra que é melhor não teresse tipo de cana porque despende o dobrode gastos com tratos culturais e são colhidasuma vez só, quando poderiam ser cortadasduas vezes no período. “Eu a deveria colheresse ano novamente, por isso, aprodutividade que deve atingir no máximo135 toneladas por ha de uma vez, poderiarender aproximadamente 180 t/ha nas duascolheitas”, conclui.

Se não fosse a estiagem prolongada noCentro-Sul, a cana bisada também poderiaajudar no incremento da safra. O diretortécnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de PáduaRodrigues, afirmou recentemente que o setorpoderia aumentar a moagem em até 40milhões de toneladas no próximo ciclo, ondecerca de 20 milhões de toneladas seriamprovenientes de cana bisada e 15 milhões detoneladas de cana vindas de áreas deexpansão, porém admite que a estiagem nãopermitirá esse incremento.

Até o início de fevereiro, o ciclo 2013/14do estado do Paraná contava com cerca de 3milhões de toneladas de cana "em pé",segundo José Adriano Dias, superintendenteda Alcopar. Três unidades estenderam asafra devido atrasos relacionados ao clima noinício do ciclo, mas Dias admite que porenquanto, os produtores não decidiram seirão adiantar a safra 2014/15 e utilizar acana bisada, por causa da insegurança emrelação ao clima. “Eles estão aguardando,pois não sabem o que pode acontecer, estãomuito receosos”, lembra.

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Nas últimas oito safras,cinco sofreram comos cenários extremos

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Há rumores de que a safra nas regiõesprodutoras do Centro-Sul poderá sofreruma quebra de até 10% se prevalecer oclima seco da temporada. O diretor técnicoda Unica, Antonio de Pádua Rodrigues,disse recentemente que a seca levará àperda de um volume de até 40 milhões detoneladas que seriam processadas napróxima temporada.

Deste, cerca de 20 milhões seria dacana bisada e os outros 15 milhões, deplantios em áreas de expansão e deinverno. Até mesmo a otimista consultoriaSafras & Mercados, prevê uma fortedesaceleração do setor em sua primeiraestimativa. Representantes de usinas vãomais longe e dizem que semdesenvolvimento da planta, o início damoagem em 2014/15, poderá até seradiada à espera de melhores condições daplanta. Em contrapartida, quem tem canabisada poderá começar mais cedo. Para oanalista da consultoria Safras & Mercados,Maurício Murici, embora haja umaprevisão de aumento, a forte desaceleração

da expansão canavieira será umarealidade, já que a renovação de áreas nãoé mais prioridade para as usinas em funçãoda queda de rentabilidade.

Mas o que mais preocupa o segmento

no momento é a estiagem que tem causadoestragos nos canaviais. Oswaldo Alonso,consultor técnico da Canaoeste diz que atéinício de dezembro, antevia-se que a safra2014/15 seria, no mínimo, semelhante a

da 2013/14 e bem melhor que a de2012/13, mas o cenário não é mais omesmo. “Infelizmente, se previsões defevereiro se confirmarem, a disponibilidadede cana no Centro-Sul poderá até ser "maismagra" do que de 2013”, afirma.

Ele ressalta que antes do final doverão e das duas primeiras semanas deabril, é preciso ter cuidado em prognósticossobre produtividade, produção e qualidadeda matéria-prima para a safra 2014/15.“Pela irregularidade e, mesmo, escassezdas chuvas, sem a menor dúvida haveráconsequências, uma vez que a demandahistórica (e sem irrigação) é de 16 a 18mm/t cana industrial e choveu menos namédia nesse verão”.

Porém o futuro continua sendo umaincógnita. De acordo com o meteorologistaAlexandre Nascimento da Climatempo, emmarço, a chuva ocorrerá de formageneralizada e consistente na primeiraquinzena. “Na segunda quinzena e naprimeira quinzena de abril, volta a serisolada, mas não teremos nova onda decalor. Maio será seco. Junho, como jáocorreu nos dois últimos anos, podemos teraumento da chuva”, diz.

A consultoria Safras & Mercadosinformou em janeiro que a produção decana-de-açúcar do Centro-Sul e do Brasildeve crescer em 2014/15, com moagemestimada em 618 milhões de toneladas decana no Centro-Sul.

SETOR TIRA O PÉ DO ACELERADOR

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Chuva traz perspectivas para safra do MT e PRA chuva de verão do mês de janeiro

deixou o produtor mato-grossense de canamuito animado e com boa perspectiva defuturo. O produtor paranaense, maisafetado pela estiagem, também temesperança, pois as chuvas registradasforam em menores volumes, mas nãodeixaram de aparecer no Estado.

O diretor executivo do Sindalcool-MT, Jorge dos Santos, explica quedurante o dia a temperatura média nasregiões canavieiras permaneceu em tornode 31°C e as chuvas caiam geralmente nofinal de tarde.

Muito otimista, Santos diz que nomínimo, a safra poderá empatar com as 17milhões de toneladas moídas do ciclopassado. A produção de etanol deverá girarem torno de 1 bilhão de litros e 420toneladas de açúcar.

Ainda contabilizando os números dasafra 2013/14, José Adriano Dias,superintendente da Alcopar, espera asolução da possível quebra nas chuvas deverão. “A seca compromete odesenvolvimento da planta nos trêsprimeiros meses do ano. No Paraná nãotemos chuvas uniformes e nem nosvolumes da média histórica, mas temchovido. Dessa forma nossa cana não foitão afetada como em São Paulo. Talvez acolheita atrase uns dias, pois temosexpectativa de chuvas regulares emfevereiro. Teremos quebra deprodutividade, mas não como em São

Paulo“, lembra. Sem querer arriscar nenhuma

projeção, Dias trabalha dois cenários. Nomais otimista, acredita que a safra possaser muito parecida com a do ano passadose voltar a chover. “No cenário maispessimista, o setor prevê quebra de 8% a10% nas grandes regiões produtoras decana como São Paulo, Minas, Sul do MS,

Paraná. No Paraná, a safra passadaapresentou estiagem, chuvas no início dacolheita e ainda nos meses de julho eagosto, geadas. Até a renovação foicomprometida porque muitos perderamsuas mudas de cana com a geada. Primeiropostergaram a colheita por causa de faltade crescimento vegetativo, depois começoua chover e em seguida as geadas. O

aproveitamento de tempo de colheita foimuito abaixo do esperado e agora trêsunidades seguem em safra e não irãoparar", diz.

As três usinas que ainda continuam emsafra são as duas unidades da Sabarálcool ea Dail - Ibaiti. "Essas optaram por fazer amanutenção durante a moagem e deverãoemendar as safras", lembra Dias. (AM)

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A cada ano, as intempéries do clima setornam mais evidentes e polêmicas a pontode comprometer um futuro imaginário ouprognosticável. Essas variáveis chegaramao setor sucroenergético nacionalcarregado de uma crise financeira. E nessecenário complexo, a matéria-primainocentemente luta pela sobrevivência emmeio aos delicados desajustes. “No últimotrimestre do ano, o cenário climáticoapontava para um futuro déficit hídrico,mas em janeiro, com as chuvas de verão, ocenário se tornou heterogêneo, compancadas isoladas em pequenas áreasdistantes entre cinco a 10 km”, lembraMaximiliano Scarpari, pesquisador doCentro de Cana do IAC, em RibeirãoPreto/SP.

Ele explica que das últimas oito safras,cinco delas sofreram com os cenáriosextremos. “O sol durante o dia e as chuvasno entardecer são muito bons para a cana,mas nem sempre foi assim. Houve umainsolação alta em janeiro, cuja médiaesperada diária foi de 6 a 6,5 horas debrilho solar no mês, contra a médiaregistrada de 10,5 horas/dia de brilho solarnaquele mês”, lembra.

Segundo Scarpari, em locais quechoveu a média e atendeu a demandahídrica, a produtividade foi muito boa, masdo contrário, o cenário estarácomprometido. “Em locais que choveu emjaneiro, a produtividade aumentou. Namesma unidade encontramos várioscenários e que requer estimativasdiferentes. Acho que os responsáveis pelasestimativas de safra das unidades devemter muita atenção nesse levantamento paradarem uma estimativa mais precisa aosacionistas”, confirma.

Desde outubro, a estiagem assombra aregião de Ribeirão Preto (SP), principalpolo do setor sucroenergético nacional. Noperíodo choveu 51% abaixo da médiaprevista para o mês. Em janeiro, asprecipitações atingiram 88 milímetros, 71%inferior aos 308 mm esperados.

O pesquisador diz que em algumas

regiões choveu a média de 250 mm, masem outras, metade disso. “Se a demandahídrica de janeiro não foi atendida naunidade, a produtividade já estácomprometida. Caso, esse levantamento eestimativa já tivesse sido realizado antes,muitas usinas já deveriam ter entrado comirrigação de salvação para garantir a safra.Quem fizer uma estimativa generalizadairá se dar mal”, relata.

Segundo especialistas da áreaagrometereológica, o calor pode atécontribuir para o acúmulo de ATR (AçúcarTotal Recuperável) na planta, mas pordeterminado período de tempo apenas,pois se prolongado, a cana começa aconsumir o próprio açúcar. Por isso,segundo eles, as primeiras canas colhidaspoderão até registrar um ATR mais alto,porém as que ficarem para outro período

terá efeito contrário por causa da exposiçãodas altas temperaturas.

Mas o que prevalece na atualidade é oclima de “desespero” porque muitosrepresentantes do setor acreditam que aforte estiagem nas principais regiõesprodutoras de cana-de-açúcar do Centro-Sul, com três meses de pouca chuva, fazcom que a safra 2014/2015 caminhe paraum desastre. (AM)

Cenários climáticos extremos comprometem safra

Maximiliano Scarpari, do IAC: futuro da cultura pode estar comprometido

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Sem capital, setor éobrigado a cortar gastos e deixar derealizar tratos culturais

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Há anos o setor sucroenergético sofrecom a crise financeira e com as intempériesclimáticas que provocaram estragos nocampo e na indústria. Os baixos preçospraticados nesta safra forçaram muitasunidades a deixarem de realizar os tratosculturais adequados e tão pouco renovar ouampliar seus canaviais como previstoinicialmente. Segundo Jair Pires, diretorexecutivo da MBF Agribusiness, essesfatores reunidos podem aproximar osnúmeros da próxima safra com os datemporada anterior. “A descapitalizaçãogeneralizada do setor reduziusignificativamente a renovação eprincipalmente, as expansões dos canaviaise provocou aumento no número de cortes ea consequente queda na produtividadeagrícola. Resta aos gestores das unidadesretomarem os antigos hábitos de controlarcada etapa de cultura e as atividades

envolvidas, visando reduzirsignificativamente os custos e não esperarajuda governamental”.

Ele revela que é fundamental um

planejamento orçamentário bem elaboradoe consistente, sempre atento aos itens maisimportantes como: controladoria – voltadatambém para os coeficientes técnicos

agroindustriais; controles rigorosos decustos e orçamentos; cortar gastosdesnecessários; cuidar da lavoura, poiscortar tratos e não renovar é prejudicial nocurto prazo – o custo é maior com menorprodução; compensar de alguma forma osbons trabalhos realizados; dispensar tudoque não agrega valor, seja nas atividades ounos produtos; tomar decisões rápidas,mesmo de não se fazer nada; analisar emonitorar as compras; etc .

Jorge dos Santos, diretor executivo doSindicato das Indústrias Sucroalcooleirasdo Estado de Mato Grosso (Sindalcool/MT)explica que a maioria das usinas emprocessamento no estado, com exceção detrês delas fazem a lição de casa no quesitoplantio, renovação e as outras renovam oque podem. “O problema é que semrenovação a idade média do canavialaumenta e a produtividade cai. Quem colhecana de sexto ano tem menor rendimento.Na média, a idade dos canaviais no estadoestá entre três e quatro anos”, diz.

Uma fonte do setor no estado garantiuque desde a crise as empresas lutam parasobreviver no Mato Grosso. Segundo afonte, de nove usinas, três delas estãocapitalizadas (Coprodia, Barralcool e AltoTaquari); outras três estão tranquilas, duasem recuperação judicial e uma delas muitoendividada.

CORTE PROFUNDO

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Nesta entressafra, a UsinaPitangueiras, de Pitangueiras (SP)economizará cerca de R$ 500 mil com usode fertilizantes naturais da unidade. Aredução de 20% de adubação química éatribuída ao emprego da vinhaça e a tortade filtro resultantes dos processos defabricação. O gerente agrícola, EduardoPrezinhas, afirma que essa mudança foinecessária para gerar maior economianeste ano.

"A vinhaça supre a falta de potássio nosolo e toda quantidade que precisamos aUsina consegue suprir", diz EduardoPrezinhas, gerente agrícola daPitangueiras.

Com ATR a 137,42 kg por tonelada e93 toneladas por ha de produtividade aunidade prova que fez a lição de casa em2013 e continuou fazendo os tratosculturais normalmente com resíduossólidos em maior quantidade. “Por ser umano difícil financeiramente para o setor,fizemos um planejamento para utilizarmais torta e vinhaça com ótimosresultados, com pequenas correções deadubos químicos”, lembra.

Para Jair Pires, diretor executivo daMBF Agribusiness, é importante enecessário que os produtores reduzam seuscustos e agreguem valor aos seus produtos.

No Paraná, por exemplo, segundouma fonte do segmento, os tratos e arenovação estão deficitários porque o setorestá no vermelho. “Os preços que ai estão

não remuneram e os custos estão altos porisso muitos deixaram de fazer os tratosculturais suficientes nos canaviais. NoNordeste, em Minas, em Goiás, comexceção de grandes grupos que possuemcaixa, a situação não é diferente e muitosentregam os pontos”, diz a fonte.

É o que fez um expressivo fornecedor

de cana do Nordeste, neto de dono deengenho, que há gerações trabalha nalavoura, e que desistiu da atividadecanavieira. Em um desabafo, revelou que asituação do produtor é vergonhosa e semperspectivas de melhoras. “Acabeimudando de atividade por falta de recursospara continuar a plantar cana. Depois de

mais de 60 anos de vida, tive que aprendera trabalhar em outra atividade. Comapenas 1,5% de meus ganhos no meu novoramo do setor imobiliário, conseguiliquidar quase todas minhas pendênciasfinanceiras anteriores. Se nada mudar, aatividade canavieira do Nordeste estaráameaçada”, comenta. (AM)

Fertilizantes naturais rendem economia de R$ 500 mil

Jair Pires: reduzir custos é importante e necessário

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Março 2014PRODUÇÃO34

Em 13 anos, setor cresceu apenas em quantidade Da safra 2000/01 até a 2013/14 o

setor sucroenergético nacional cresceusomente em volume, mas não emqualidade da matéria-prima, segundoestudo realizado por Jair Pires, diretorexecutivo da MBF Agribusiness.

O diretor revela que o cultivo da cana,que ocupava uma área de 3,8 milhões dehectares na safra 2000/01, passou para8,7 milhões em 2013, principalmente como crescimento agressivo do plantio de canano Centro-Sul do Brasil. “O Centro-Oestepraticamente triplicou sua área de cananos últimos oito anos. Em números, houveum aumento de 204%. O Sudeste tambémevoluiu significativamente, porém, opercentual se limitou a 44%, embora esseaumento seja equivalente a toda a área doCentro-Oeste”, lembra Pires.

Segundo o especialista, com oaumento das áreas de cana no Centro-Sul,

ocorreu uma elevação no rendimentoagrícola no país. “Essa elevação é naturalface aos melhores rendimentos justamentenas áreas com maior expansão (Centro-Sul) e não em razão da melhora naqualidade da cana, uma vez que a regiãoNorte-Nordeste reduziu a participação novolume total e teve um pequeno aumentona produtividade ao longo dos anos. Parase ter uma ideia, em 2005 a produçãoNorte-Nordeste representava 13,3% daprodução nacional e projeta umaparticipação de 8,8% em 2013”.

O volume total de produção de canado Brasil estimado pela Conab paratemporada 2013/14 é de 652 milhões detoneladas, aumento de 155% em relação àsafra 2000/2001. “Esse volume estásendo revisto e é provável que seja menor,e que parte do canavial de 2013 sejabisado”, diz.

Somente no Paraná, o volume decana bisada (sem colher) chegou perto de3 milhões de toneladas. “O ciclo 2013/14do estado do Paraná possuía até 16 dejaneiro, entre dois a três 3 milhões detoneladas de cana "em pé"”, relata JoséAdriano Dias, superintendente daAlcopar - Associação dos Produtores deBioenergia do Estado do Paraná.

Pires explica que os dados divulgadosdemonstram que a cana não temapresentado rendimentos e qualidadeimportantes, apesar dos esforços dospesquisadores. “Quando se espera umaprodução média acima de 80toneladas/hectare e um rendimento emtorno de 2,7 sacas de açúcar por toneladade cana, o que se verifica é que a médiageral fica em torno de 74 toneladas e umrendimento de 2,5 sacas por tonelada decana, culminando com uma produção de

9,4 toneladas de açúcar por hectare,quando se espera resultados acima de 10,5tonelada”, enfatiza.

Uma das razões desse número,segundo o estudo, é que a partir doalongamento das safras e da colheitamecanizada, tanto o rendimento quanto aqualidade tendem a sofrer quedas,ofuscando todo o ganho com aimplantação de novas variedades. “Essequadro precisa ser revertido urgentemente,uma vez que é no campo que se produzaçúcar e é esse campo que precisaproduzir mais e melhor, o que dependefundamentalmente da gestão agrícola e docaixa da empresa. A queda na longevidadedo canavial em razão da compactação desolo pela colheita mecanizada e oalongamento das safras no Centro-Sul nãoestão refletidas nos indicadoresanalisados”, conclui. (AM)

BRASIL - EVOLUÇÃO DAS SAFRAS - PRODUÇÃO / RENDIMENTOS

SAFRA HA (MIL) TC/HA T (MIL) AÇÚCAR ANIDRO HIDRATADO TONELADA UNICOP UNICOP/TC MIX

(T MIL) (MIL LITRO) (MIL LITRO) AÇÚCAR/HA TOTAL AÇÚCAR%

2000/2001 3,810 66.9 254.921,7 16,020 5,584,730 4,932,805 8.52 649,503,744 2.55 49%2001/2002 4,260 68.6 292.329,1 18.994 6.479.187 4.988.608 8,46 739.665.534 2,53 51%2002/2003 4,420 71.5 316.121,8 22.381 7.009.063 5.476.363 9,49 839.221.523 2,65 53%2003/2004 5,050 70.7 357.110,9 24.944 8.767.898 5.872.025 9,50 959.392.362 2,69 52%2004/2005 5,200 73.4 381.447,1 26.632 8.172.488 7.035.421 9,70 1.008.737.896 2,64 53%

2005/2006 5,840 73.9 431.413,4 26.420 9.105.448 7.746.041 9,04 1.056.072.897 2,45 50%2006/2007 6,163 77,0 474.800,4 30.224 8.220.716 9.211.462 9,31 1.147.413.679 2,42 53%2007/2008 7,010 81,5 571.370,7 31.280 8.640.050 14.367.118 9,53 1.336.804.365 2,34 47%2008/2009 7,058 81,0 571.434,3 31.620 10.063.711 16.619.714 10,32 1.457.361.565 2,55 43%2009/2010 7,410 81,6 604.513,7 33.075 6.949.840 18.812.783 9,79 1.451.260.793 2,40 46%2010/2011 8,056 77,4 623.905,3 38.168 8.016.983 19.578.500 10,00 1.610.713.768 2,58 47%2011/2012 8,363 67,1 560.955,2 38.272 9.677.855 13.749.286 8,92 1.491.768.391 2,66 51%2012/2013 8,485 69,4 588.915,8 38.337 9.852.373 13.758.092 8,83 1.498.993.220 2,55 51%2013/2014* 8,799 74,1 652.015,9 40.974 12.015.575 15.156.913 9,45 1.663.842.503 2,55 49%

evolução/05-> 50,7% 0.741 51% 55% 32% 96% 5% 57,5% 4,2% -1,6%evolução/00-> 131,0% 10.70% 155,8% 155.80% 115.20% 207.30% 10.90% 156.20% 0.20% -0.20%

158%

FONTE Conab a partir de 2005 / 200 a 2004 - Ministério da Agricultura

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Em 4 anos, setor poderá investir R$ 1,48 bilhão em inovação agrícolaANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

As usinas do setor sucroenergéticointeressadas em investir na inovação datecnológica agrícola terão um montante deR$ 1,48 bilhão em verba à disposição nospróximos quatro anos. O total faz parte doPAISS Agrícola assinado dia, 17 defevereiro, pelo Bndes – Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social e aFinep – Inovação e Pesquisa. Olançamento foi feito pelos presidentes doBndes, Luciano Coutinho, e da Finep,Glauco Arbix, em evento realizado na sede

da Unica – União da Indústria da Cana deAçúcar, em São Paulo, capital. Tambémparticiparam a presidente da entidade,Elizabeth Farina, e o ministro da Ciência eTecnologia, Marco Antonio Raupp.

O orçamento do PAISS Agrícolaprevê a verba em financiamentosreembolsáveis, que incluem todas aslinhas de crédito de Bndes e Finep, alémde instrumentos de renda variável deambas instituições. A apresentação dosplanos de negócios selecionados terá queser feita até 16 de maio, próximo. Oresultado preliminar da etapa única deseleção dos planos e a indicação dos

planos de suporte conjunto deverão sairno dia 20 de junho. Recursos ao resultadopreliminar poderão ser interpostos até 30de junho. O resultado final deverá seranunciado no dia 10 de julho.

O programa ainda disponibilizará R$80 milhões de recursos nãoreembolsáveis, sendo R$ 40 milhões pormeio do Fundo Tecnológico(Bndes/Funtec) e R$ 40 milhões desubvenção econômica pela Finep.

“O PAISS Agrícola é uma novidade degrande importância e impacto que chegaem um momento muito oportuno para osetor. Viabilizar investimentos em inovação

agrícola contribui para uma retomada dosganhos de produtividade e para a reduçãode custos de produção. É um passo quepode nos ajudar a chegar a um novocírculo virtuoso de investimento paraexpandir a capacidade de produção dosetor sucroenergético”, avalia a presidenteda Unica, Elizabeth Farina.

Dados da entidade demonstram quedurante os anos de crescimento aceleradodo setor sucroenergético, entre 2002 e2010, o custo de produção agrícolachegava a US$15 por tonelada. Hoje, essecusto dobrou e está na casa dos US$30 portonelada.

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Há mudanças no manejoda cultura de cana econdições atrativas para a adoção depráticas sustentáveis

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

Não é mais a mesma coisa. A “vida”mudou na maioria dos canaviais dediversos polos sucroenergéticos. Não temmais fogo e sobeja palha. O aumento dacolheita mecanizada de cana crua compôsum novo cenário. E está alterando tambéma condução da cultura, incluindo mudançasna adubação e no manejo de pragas,doenças e plantas daninhas, entre outrosaspectos.

A presença da palha no campo criacondições mais favoráveis e atrativas para aadoção de práticas conservacionistas esustentáveis, como plantio direto e rotaçãode culturas, além de elevar a capacidade dearmazenamento da água e reduzir asemissões de gases do efeito estufa. Geraainda impacto na área industrial, porquedisponibiliza maior quantidade debiomassa para a produção debioeletricidade e de etanol de segundageração que bate à porta.

Há também diversas questões quegiram em torno do novo “universo” agrícolacriado pela mecanização. Estudos,pesquisas, experimentos e novas práticasprocuram indicar caminhos e dirimirdúvidas. Uma delas está relacionada àquantidade de palha que deve ficar nocampo. A solução não é tão simples. Nãobasta definir um percentual aleatoriamente.

A quantidade de palha a ser mantidano campo deve ser diferente, para cadacaso, em função de uma série de fatores,como atributos do solo, condições do relevoe do clima, época de colheita, idade docanavial e produtividade de palha, afirmaJoão Luís Nunes Carvalho, pesquisador do

Laboratório Nacional de Ciência eTecnologia do Bioetanol (CTBE), queintegra o Centro Nacional de Pesquisa emEnergia e Materiais (CNPEM), localizadoem Campinas, SP. “Diferentes áreas emuma mesma propriedade têm ‘necessidadesde palha’ distintas”, observa.

Na avaliação dele, é possívelcompatibilizar a manutenção da palha nocampo e a destinação de parte dela para aindústria. Segundo João Carvalho,atualmente se discute muito sobre quantode palha deve ser retirada do solo e poucose comenta sobre qual parte da palha émelhor deixar no solo. Ele lembra que apalha de cana-de-açúcar é formada por

folhas secas e ponteiros, os quais têmcomposição química bastante distinta.

O pesquisador do CTBE esclarece queaproximadamente 80% dos principaismacronutrientes nitrogênio, fósforo epotássio (N, P e K) presentes na palha estãonos ponteiros. “Pensando apenas emtermos de ciclagem de nutrientes, osponteiros devem ser necessariamentemantidos no campo. Somado a isto, têmelevada umidade, o que não é interessantepara a indústria”, afirma. João Carvalhodesenvolve inclusive um projeto que tem afinalidade de avaliar o desempenho dasdiferentes partes da palha no solo e naindústria.

Mecanização e palha criam novo universo agrícola

Aumento da colheita mecanizada de cana crua compôs um novo cenário

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Manutenção da palhadisponibiliza nutrientes,reduz a incidência deplantas daninhas ediminui emissões degases de efeito estufa

A palha de cana contribuisignificativamente para melhorar ascondições químicas, físicas, biológicas ehídricas do solo e, consequentemente, aprodutividade do canavial, afirma JoãoCarvalho, do CTBE.

A manutenção da palha eleva acapacidade de armazenamento de água,diminui as perdas por erosão e reduz aincidência de plantas daninhas, detalha.Além disso, aumenta os estoques decarbono do solo e, consequentemente,diminui as emissões de gases do efeitoestufa.

Há também benefícios para aadubação. Segundo João Carvalho, apalha da cana-de-açúcar contémquantidades consideráveis de nitrogênio(N) e potássio (K), além de outrosnutrientes em menor quantidade.

“O potássio, por não fazer parte deconstituintes orgânicos da planta, é

prontamente liberado para o solo com adecomposição da palha, podendo serdeduzido da adubação de soqueira.Estudos indicam potencial de redução de

adubação potássica de cerca de 40 a 60kg/ha de óxido de potássio (K2O) paramassa de palha em torno de 10 t/hadepositada sobre o solo”, diz.

Para o nitrogênio, apesar dessaquantidade de palha possuir em torno de60 a 80 kg/ha de N, a mineralização émuito lenta, de tal forma que não épossível deduzir essa quantidade daadubação nitrogenada no curto prazo,explica. De acordo com ele, algunspesquisadores indicam até o contrário, ouseja, aumentar a dose de nitrogênio nosprimeiros anos de adoção da colheita decana crua, para evitar a deficiência dessenutriente no canavial que pode ocorrerpela imobilização de N pelosmicrorganismos decompositores da palha.

“Estudos coordenados pelo professordo Cena/USP, Paulo Trivelin, indicamque após este período inicial de conversãoe estabilização do sistema de cana crua, aciclagem de N forneceria quantidadessignificativas do nutriente para a cultura,podendo assim reduzir as doses aplicadasde fertilizantes nitrogenados”, comenta.

João Carvalho desenvolveatualmente um projeto de pesquisa naUniversidade de Illinois Urbana-Champaign e no Energy BioscienceInstitute (EBI), nos Estados Unidos, como objetivo de avaliar qual é a participaçãoefetiva da palha e do sistema radicular dacana-de-açúcar em fornecer matériaorgânica para o solo e qual o efeito daretirada de palha na sustentabilidade docanavial. (RA)

Presença da biomassa proporciona diversos benefícios

A palha é um condicionador de solo edeve fazer parte de um manejo integrado,alerta João Carvalho. Por isso, não resolvetodos os problemas do canavial. Mantê-laem um solo extremamente compactado,por exemplo, pode ser perda de tempo,observa o pesquisador. “O caminho ésolucionar primeiro e problema decompactação, para que esta palha possaatuar, em seguida, como um condicionador

de solo”, comenta. A presença da palha, em conjunto com

a ausência do fogo, faz parte de um novosistema de manejo, em que algumas pragas edoenças são beneficiadas e outras passarama ter papel secundário, constata. “Cabe aosetor de pesquisa e desenvolvimentoencontrar as melhores estratégias de controledestas pragas e doenças que forampotencializadas”, diz. (RA)

Solo compactado podeneutralizar efeitos positivos

João Carvalho: manutenção da palha eleva a capacidade de armazenamento de água

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Na hora de definir a quantidade dapalha que vai para a indústria, outro fatorque deve ser levado em consideração é osistema que a usina utilizará para otransporte dessa biomassa, segundoDenizart Bolonhezi. Uma alternativa é orecolhimento de parte da palha com acana, a partir do desligamento deventiladores da colhedora, o que temimplicação econômica com a diminuiçãoda densidade da carga e a necessidade deinstalação de um sistema de limpeza a secona indústria.

Se a opção for o enfardamento, deveser levado em conta – observa – o aumentodo trânsito em cima da soqueira. É precisoavaliar se toda variedade vai suportar aretirada da palha nesse sistema que requerum trator para enleirar, um equipamentopara enfardar e outra máquina para aretirada desses fardos. O tráfego mais

intenso aumenta também a compactaçãodo solo, diz.

Em relação à quantidade de palha quedeve ser deixada no campo, DenizartBolonhezi considera que um índice entre50% a 60% pode ser utilizado, em diversoscasos, sem que ocorra a perda dos benefíciosproporcionados por essa biomassa. Eletambém afirma que fatores específicos e asparticularidades de cada região devem serlevados em conta nessa decisão.

Em áreas de expansão da cana comsolos mais fracos, como na região docerrado, há carência de nutrientes que sãocompensadas, em diversos casos, pelamanutenção do resíduo no solo. “Quandoestá ocorrendo a retirada de palha, estáhavendo a exportação de maior quantidadede nutrientes que ficariam na área. Comisto, ocorre uma maior dependência daadubação”, pondera. (RA)

A presença da palha no campofavorece a adoção de outras práticassustentáveis, como o plantio direto e arotação de cultura. Segundo o engenheiroagrônomo Denizart Bolonhezi,pesquisador científico da Agência Paulistade Tecnologia dos Agronegócios - AptaCentro Leste, com sede em Ribeirão Preto,SP, essa nova realidade nas áreas de canaabre perspectivas para o manejo de soloconservacionista, como a utilização doplantio direto, que requer somente aabertura do sulco e não exige preparoprévio.

A resistência ao plantio direto nosetor sucroenergético está diminuindo,observa. O menor custo em relação aosistema convencional também favorece ocrescimento dessa prática. Algumas usinas – informa – estãoadotando o plantio direto em área total.

A utilização da rotação de cultura, principalmente umaespécie leguminosa, em um sistema de cultivo que mantém apalha no campo – mesmo parcialmente – e adota o plantio

direto, cria condições para um aumentosignificativo da produtividade erentabilidade do canavial, ressaltaDenizart Bolonhezi. Ele coordenainclusive o projeto Rotacana, financiadopelo CNPq, que tem a finalidade dedifundir tecnologias sustentáveis noplanejamento da reforma de cana crua.

Para o pesquisador, o sistema demanejo conservacionista é a solução paraa queda da produtividade nos canaviaisproporcionada pelo crescimento damecanização das lavouras – associado aquestões climáticas em algumas ocasiões –que tem provocado problemas de pisoteioda soqueira e compactação do solo.

De acordo com ele, a Austráliaenfrentou esse problema de estagnação e

queda da produtividade há 15 anos e realizou diversos estudos eexperimentos que demonstraram a importância da redução deoperações no preparo do solo, o uso da rotação de culturas e amanutenção da palha para recuperação e elevação daprodutividade.

Manejo sustentável inclui rotação

de culturas e plantio direto

“Dobradinha” coloca canavialno rumo da sustentabilidade

Neste novo sistema de manejo integrado da cana crua, a rotaçãode culturas é uma peça chave, pois apresenta diversos benefícios,como a quebra de ciclos de pragas e doenças, adição de matériaorgânica no solo e a reciclagem de nutrientes, sobretudo nitrogênio,ressalta João Luís Nunes Carvalho, pesquisador do CTBE. “Acreditoque a presença da palha no campo e a adoção de rotação de cultivosformam uma ‘dobradinha’ perfeita rumo à sustentabilidade doscanaviais”, afirma.

Na opinião dele, o manejo ideal da cana-de-açúcar deve estarbaseado em alguns pilares básicos de agricultura conservacionista,como manter o solo coberto com palha, revolvimento mínimo do solo,adoção de rotação de cultivos na renovação do canavial, controle eredução do tráfego de máquinas nas lavouras. “O que me deixa feliz éver que nos últimos anos o setor começa a entender que este é ocaminho, e algumas atitudes já começam a ser implantadas comresultados fantásticos”, comemora. (RA)

Plantio de leguminosapode reduzir custo dareforma em até 40%

A rentabilidade proporcionada pelasculturas comerciais – uma leguminosa, porexemplo – usadas no sistema de rotação podereduzir em até 40% os custos de reforma dasáreas de cana, calcula Denizart Bolonhezi. Alémdisso, é preciso considerar o aumento daprodutividade do canavial, que chega a 20toneladas de cana por hectare (TCH) noprimeiro corte, destaca.

Há ainda outros benefícios, provenientes darotação, como o aumento da longevidade docanavial e a proteção do solo contra a erosão.“Em São Paulo, existe uma lei de uso do solo. Ausina é responsabilizada se forem encontradosproblemas de erosão na propriedade, sendoautuada por isso. A erosão acontece porque osolo fica descoberto e exposto no período em queocorre maior precipitação”, afirma.

A escolha entre a utilização de um aduboverde e uma cultura alimentícia (soja,amendoim, girassol, etc) após a reforma docanavial, depende da estratégia de cada usina,observa o pesquisador. Em termos agronômicos,o adubo verde – diz – apresenta mais benefícios,disponibilizando maior quantidade denitrogênio.

A crotalária juncea tem maior volume debiomassa, fornecendo grande volume denitrogênio, e a crotalária spectabilis ajuda areduzir a população de nematóides em uma áreainfestada por essa praga de solo – exemplifica.

O plantio de uma leguminosa comercial,como a soja – que apresenta atualmente preçosfavoráveis – apresenta condições de amortizarcustos da reforma de uma maneira maissignificativa, avalia. “O adubo verde amortiza demaneira indireta, porque certamente a cana vaiter um aumento de produção, de 20 toneladaspelo menos no primeiro corte”, diz. Com oplantio de uma cultura comercial, essa elevaçãodo rendimento fica entre 10 a 15 toneladas,informa. (RA)

Sistema de recolhimento deve ser considerado

Denizart Bolonhezi: em

busca do manejo perfeito

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Março 2014 ENERGIA 41

ALESSANDRO REIS, DA REDAÇÃO

No editorial da edição de outubro de 2013 doJornalCana, o presidente da ProCana Brasil,Josias Messias, apresentou um alerta sobre apossível exploração de gás de xisto no Brasil. Alémde revelar consequências ambientais alarmantes, otexto também questionava certa predileção doGoverno Federal pelo combustível fóssil que tentadebutar em nossa matriz energética. Isso porqueno mês de novembro a ANP — Agência Nacionalde Petróleo leiloou 20 áreas para exploração em12 estados, gerando desconforto, nas classespolíticas, ambientalistas e nos produtores deenergia renovável.

A polêmica relacionada à produção de gás dexisto no Brasil ganhou maior evidência em 28 denovembro, último, quando o Ministério PúblicoFederal entrou com uma ação civil pública naJustiça Federal de Floriano, PI, a 240 km deTeresina, para anular a 12ª rodada de leilão de gásrealizada pelo governo federal, quanto à extraçãode gás de folhelho, ou gás de xisto. Um dos blocosvendidos na licitação sobrepõe-se ao território deFloriano. O procurador da ação Antônio MarcosMartins Manvailer pediu que não haja maisnenhuma licitação para esse tipo de exploração atéque sejam realizados estudos para avaliar os riscose a viabilidade ambiental da atividade.

MANOBRADe acordo com matéria veiculada no site do ISA —

Instituto Socioambiental, a ação foi apresentada depois dofinal do leilão porque, no dia anterior, a diretora-geral da

ANP, Magda Chambriard, voltou atrás na última hora, dadecisão de firmar um TAC — Termo de Ajustamento deConduta com o MPF no Distrito Federal para retirar o gás

de folhelho do leilão, até que o Conama —Conselho Nacional do Meio Ambienteregulamentasse a atividade. O documento tambémprevia que ofertas desse tipo de exploração emnovas licitações só seriam feitas depois derealizados estudos ambientais.

Conforme publicou o ISA, a diretora-geraldesautorizou o acordo quando o TAC já estavaassinado pelo procurador federal que atua naANP. A ação estava pronta desde o dia 25 denovembro, mas ela desistiu de apresentá-lanaquele dia diante da perspectiva de sucesso nasnegociações. A manobra, definida como“ardilosa” pelo procurador do MPF, acabougarantindo a realização do leilão.

LENHA NA FOGUEIRAOutro fator que coloca “mais lenha na

fogueira” é que o Brasil — ao contrário dos EUA,onde a exploração do “shale gas”, ocorre de ventoem popa — não domina a tecnologia para aprodução sem contar no ônus estratosféricovinculado à extração, de acordo com especialistas.

Não fosse as questões de risco ambiental, afalta de estudos de viabilidade econômica, e umfórum de debate social, o Brasil possui o etanol,combustível que é comprovadamente social eambientalmente mais viável do mundo. Utilizadoinclusive como suporte a gasolina no combate àinflação. Diante disto, surge a questão: por que aANP se antecipou, passando por cima de todosesses fatores, e leiloou áreas de exploração ao gás

de xisto? É inexplicável e absurda a aparente predileçãoque o Governo Federal oferece ao desconhecidocombustível fóssil em detrimento ao familiar etanol.

Predileção por gás de xisto demonstra descaso com etanolENTENDA COMO FUNCIONA A EXTRAÇÃO DE GÁS DE XISTO

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Março 2014ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO42

Reunião de cerca de 80pessoas destaca aimportância e caminhospara aprimorarprofissionais de liderança

ANDRÉ RICCI, DE SERTÃOZINHO, SP

É comum ouvir que hoje o setorsucroenergético carece de líderes. Oproblema não se restringe apenas areferências políticas, mas sim, dentro daspróprias usinas. Sabendo disso, o Gerhai -Grupo de Estudos em Recursos Humanosna Agroindústria vem trabalhando o temadesde 2013, com palestras e debates nestaárea.

No primeiro encontro de 2014,realizado em 21 de fevereiro, na cidade deSertãozinho, SP, o Grupo contou duaspalestras ligadas ao assunto. Na primeiradelas, a psicóloga Fabiane Maria Zat e asócia-diretora da Multi Training, SandraSchiavetto, falaram sobre a importânciaem se desenvolver os trabalhadores, quemuitas vezes, possuem conhecimentotécnico mas precisam se fortalecerpsicologicamente. “Em alguns casos,vemos que faltam habilidades relacionaise emocionais aos profissionais. Queremosajudar na formação de uma liderançagenuína e sustentável, buscando subsidiaro comportamento das pessoas para quetenham saúde emocional e possam serprodutivas”, explica Sandra.

Neste quesito, da saúde emocional, aespecialista lembra que o problema vaialém. “Temos dados relacionados à saúdedo trabalho que apontam a existência deproblemas físicos, mas sobretudo, agrande demanda, é do adoecimentopsíquico dos trabalhadores. Isso é algoque precisa ser tratado para que oprofissional e a empresa possam sairfortalecidos”, alerta.

Com mais de 25 anos de experiênciana área de Recursos Humanos, BeatrizRossi Resende, consultora organizacional

e de carreiras, foi outra palestrante a falarsobre necessidade em se formarlideranças.

Em suas palavras, a profissionaldestacou a importância em se criar umbom relacionamento entre os profissionaisde RH com os gestores de pessoas.Segundo ela, é comum a disputa entre asáreas dentro da própria empresa, fatorque pode atrapalhar o caminhar dosnegócios. “Temos que ter como nossoprincipal parceiro o gestor de área e paraisso precisamos melhorar talrelacionamento. Neste momento,principalmente de crise, vemos que se faznecessária uma parceria séria, que ajude aempresa a evoluir. É um caminho semvolta”.

Por fim, Beatriz destacou o primeiropasso a ser dado pelas empresas etambém profissionais que buscam essecrescimento. “Quem faz RH de verdadetrabalha para que a empresa evolua cadavez mais. Unir-se aos gestores, e assim,criar uma liderança forte e única, é umaabertura promissora neste sentido. Elesprecisam de nós e nós precisamos deles”,finaliza.

‘Conhecimento para dentro das empresas’

Faço parte há muito tempo do Gerhai. Éum grupo que sempre apresenta

novidades, e com isso, nos aprimoramose levamos o conhecimento adquirido

para dentro das empresas. Comoexemplo, vale destacar o trabalho

iniciado em 2013, sobre odesenvolvimento de lideranças. Isso

fortalece toda a cadeia. Em gestão depessoas, é um dos melhores grupos”.

(Valter Marcos Lorenti, coordenador deRecursos Humanos do Grupo Colorado)

‘ Suporte para as empresas e usinas’ “O Gerhai é um dos grandes grupos na área de

Recursos Humanos. Ele congrega todo pessoal quetrabalha em prol do setor sucroenergético e, porisso, é um grande suporte para todas as empresase usinas do país. Essa troca de ideiasproporciona um crescimento importante aosprofissionais. Liderança e gestão de pessoas sãopontos chave num período de grandes problemasfinanceiros. Em momento de crise, o RH deve sermelhor aproveitado por seus administradores”. (Luiz Dóro, gerente de Recursos Humanos daUsina São José da Estiva)

DEPOIMENTOS

O setor precisa

formar líderes

Beatriz Rossi Resende: bom

relacionamento é fundamental

Sandra Schiavetto: pelo

fortalecimento psicológico

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Março 2014ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO44

Sistema avançado de TIque integra informaçõesem nuvem garantegovernança corporativaeficiente

ALESSANDRO REIS, DA REDAÇÃO

O setor sucroenergético foi pautaem apresentações realizadas no dia 13de fevereiro, no SAP Fórum, em SãoPaulo, capital. Entre os palestrantesque destacaram o setor em suasapresentações houve uma unanimidade:sistemas avançados de tecnologia dainformação garantem que a governançacorporativa seja eficiente e pode ser asolução que o setor espera paraaumentar sua produtividade em todacadeia produtiva. Dentre estes sistemas,destacam-se os softwares que utilizamgrandes volumes de informaçõesdetalhadas e que combinam software ehardware, possibilitando a consulta demúltiplos tipos de origens de dados emtempo real, alta velocidade e

principalmente operando em nuvem —cloud, em inglês. Sistemas como esseprometem revolucionar a gestão

corporativa, deixando osadministradores de usinas “nasnuvens”, com os resultados. Claudio

Lot, representante de agronegócios daSAP Brasil, apresentou em sua palestraum estudo desenvolvido pela Fiesp comprojeções do agronegócio brasileiropara os próximos dez anos. Oagronegócio canavieiro foi um dosdestaques da pesquisa. “O setor passapor uma revolução. Ele precisaaprimorar sua eficiência, levando emconta todos os subprodutos que a canaoferece, além de suas novaspossibilidades, como, por exemplo, alignina de celulose, que é capaz deproduzir um biocombustível maiseficiente”, afirma Lot.

Para o representante da SAP aaplicação de sistemas adequados detecnologia da informação, que integremtodas as áreas da cadeia produtiva dosetor sucroenergético pode garantir umsalto de produtividade expressivo. Apesquisa realizada pela Fiesp eapresentada por Claudio Lot, apontouque um dos produtos que deveimpulsionar o mercado domésticobrasileiro, nos próximos dez anos, é oetanol. No âmbito internacional apesquisa destaca o açúcar como um dosprodutos agrícolas que aumentarão suasexportações na próxima década.

Paulo Carletti, head of businessda SAP para América Latina, acreditaque através de sistemas de tecnologiada informação, que integrem todos osresponsáveis pela cadeia de produção eque atuem na “nuvem”, o setorsucroenergético pode crescerexponencialmente, sem depender tantode soluções vindouras de políticas

públicas. "Importantes setores daindústria nacional, como osucroenergético, tem culturalmente atendência de aguardar respostas paraseu crescimento em políticas definidaspelo governo federal. Todavia, acreditoque o setor deve investir em tecnologiasque agreguem crescimento real parasuas usinas”, explica Carletti. (AR)

Integração na nuvemPaulo Carletti: é necessário integrar a cadeia produtiva em nuvem

Outra palestra relevante apresentadano SAP Fórum, um dos mais importanteseventos mundiais sobre tecnologia dainformação, foi proferida por JosiasMessias, presidente da ProCana Brasil. Suaapresentação abordou o setorsucroenergético de forma panorâmica,possibilitando ao público compreender ospotenciais, assim como os desafios queenvolvem o segmento. “Para suprir omercado doméstico e manter 50% departicipação no mercado global, o setorprecisa ampliar sua produção em 12,8milhões de toneladas de açúcar e para issoesmagar cerca de 100 milhões de toneladasde cana-de-açúcar adicionais”, explicou

Messias.O presidente da ProCana Brasil

alertou sobre a importância de umagovernança corporativa competente paraque o setor se desenvolva diante da falta depolíticas públicas favoráveis ao setor.Messias afirma que o uso de sistemas detecnologia da informação é fundamentalpara estabelecer nas unidades produtorasuma gestão avançada. “Só é possível teruma governança corporativa eficiente, se ossistemas de gestão forem avançados.Portanto, a tecnologia da informação éindispensável para se alcançar o estágionecessário para alavancar o setor”, afirmaMessias. (AR)

Líder lembra importância degovernança corporativa competente

Josias Messias, presidente da ProCana Brasil: panorâmica sobre o setor

Claudio Lot: setor precisa aprimorar eficiência

A USINA NAS NUVENS

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ALESSANDRO REIS, DE SERTÃOZINHO, SP

Aconteceu dia, 18 de fevereiro, asegunda reunião do Gesucro – Grupo deEstudos para Gestão Sustentável eControladoria da Cadeia Sucroenergética,em Sertãozinho, SP. O grupo apresentou ediscutiu seu estatuto e elegeu suadiretoria, coordenação e conselho. MarcosAntônio Françóia, foi eleito comocoordenador do grupo e comentou sobreos propósitos da criação do Gesucro. "Ogrupo tem como objetivo principal agregaros profissionais de controladoria, finanças

e planejamento, e as pessoas que pensamestrategicamente no setor, para criarmosuma condição de valorização maior desteárea. Queremos discutir inicialmentetemas como, governança corporativa erecuperação judicial. O setor carece dereestruturação urgente nessas área",afirma Françóia.

O grupo pretende estabelecer comocomissões de trabalho, os seguintes temas:jurídico, mercado de crédito esustentabilidade, orçamento, custos esistemas, projeções de mercado epesquisas e estatísticas do setor,governança corporativa.

FINANÇAS E PLANEJAMENTODiante de um cenário onde há mais

de 40 unidades produtoras emrecuperação judicial, Françóia acreditaque e preciso desenvolver o tema"finanças e planejamento" com instancia.Este mote pode salvar umas usinas quecaminham em direção a falência."Pensar estrategicamente no setor eimportante para criarmos uma condiçãode valorização maior deste área. Hoje aboa administração financeira e umaquestão de sobrevivência para muitosprodutores do agronegócio canaviero",alerta.

De acordo com o coordenador do Gesucro, a área de planejamento

chega a ser desprezada por muitosgestores da cadeia produtiva. "A maioria dos produtores rurais, porexemplo, não pensam em seus negóciosem longo prazo. Pensam no momento.Prova disso é a insuficiência de númerosestatísticos. De igual modo, a cadeia de bens de capital, que em grande parte foram criadas por gestores, que antes eram operários e cresceramem seus negócios sem levar em conta a importância da controladoria", explica.

Gesucro abordará governança corporativa

e recuperação judicial nas reuniões

Marcos Françóia, eleito coordenador do Gesucro

Alguns dos participantes do Gesucro

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Números confiáveis de produção determinam maior eficiência Otávio Lage de Siqueira Filho, da Jalles Machado: comparativo de indicadores é fundamental

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Nos últimos anos, a conjuntura política brasileira temfeito com que o setor de cana-de-açúcar sobreviva única eexclusivamente de sua competência. A falta de políticaspúblicas apropriadas, assim como o incentivo a fontesenergéticas menos sustentáveis, faz com que as usinasbusquem aperfeiçoamento nas produções agrícola eindustrial. Por isto, é preciso compartilhar experiências eresultados, tendo como objetivo, desenvolver toda a cadeiaprodutiva.

Para o presidente da Jalles Machado, Otávio Lage de

Siqueira Filho, o comparativo de indicadores é fundamentalpara o crescimento do setor sucroenergético. “É importantenos situarmos e procurar as melhorias necessárias ao ganhode produtividade e redução de custos levando sempre emconsideração as condições e particularidades da usina”,destaca.

Manoel Bertone, CEO do Benri - Biomass EnergyResearch Institute, diz que o compromisso assumido pelosegmento, que busca 100% de sua capacidade, precisa serexaltado através de mecanismos confiáveis. “Éimprescindível um sistema independente e de credibilidadepara aferição e comparação de indicadores operacionais,que permita às empresas demonstrar seu nível de

eficiência”, afirma.A Jalles Machado conta com duas unidades em Goiás e

encerrou a safra 2012/13 com a maior moagem da históriada empresa. No total, foram 3,2 milhões de toneladas decana processadas nas duas unidades produtoras, 159milhões de litros de etanol produzidos, 231 MWH deenergia elétrica gerada, 3 milhões de sacas de açúcarfabricadas, 1,5 mil toneladas de levedura seca produzida.

Otávio Lage Filho lembra que os resultados positivospodem ser creditados, também, ao trabalho com osnúmeros. “Todos ganham com este tipo de estudo. Dessaforma, o setor melhora sua competitividade em relação aoutros países e outras matérias-primas”, finalizou.

Manoel Bertone, CEO do Benri: segmento exige sistema independente e de credibilidade

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Em um momento econômicoconturbado, contar com instrumentos degestão de operações industriais e agrícolas,assim como fator de administração deriscos, é fundamental.

Não distante disso, o setorsucroenergético busca se desenvolver. É oque aponta Jucelino Sousa, presidente daUsina Coruripe. “Como diz um conhecidoprofessor, ‘o que não pode ser medido nãopode ser gerenciado’, e o que adiantamedir se não houver parâmetros decomparação? Avaliar a performancecomparando-se apenas com os resultadosde safras anteriores pode certamenteesconder ineficiências, é imprescindívelconhecermos os benchmarks do mercado”.

Conhecido por ser o primeiro sistemade classificação por rating independentede unidades produtoras de cana nomundo, o Benri - Biomass EnergyResearch Institute conta com a experiênciade Manoel Bertone, ex-secretário deProdução e Agroenergia do Ministério daAgricultura e hoje CEO do instituto.

Ele lembra que, mesmo com asdificuldades, o futuro que se apresenta aosegmento canavieiro é positivo, haja visto ademanda por fontes de energiasustentáveis. “Vejo um cenário altamentepromissor para as atividadesdesenvolvidas pelo setor. Entre outros

pontos, o Benri trabalha para valorizar asempresas que mesmo não sendo asmaiores e mais fortes financeiramente, sedestacam pela excelência de seu corpotécnico e pela eficiência operacionalagrícola e industrial que conseguem emsuas atividades”.

Jucelino ressalta também que este tipode trabalho precisa ser executado comcautela, pois com a extensão territorialbrasileira, a variação climática e culturalinterferem nos resultados. “Existemmuitas diferenças entre as usinas queafetam a avaliação. É preciso escolher bemcom quem você vai se comparar para quenão ocorram erros de interpretação.Dependendo da avaliação, você podeachar que está muito bem, e não está, ouque está com um desempenho fraco, o quetambém não é verdade.

Por fim, o atual presidente daCoruripe afirma que a análise dosindicadores é um dos fatores que podemlevar à melhoria da eficiência das usinas,sonho de consumo dos gestores,pressionados pelo mercado e governo. “Asmetas precisam ser construídas objetivandosempre o melhor. Nenhum time entra numcampeonato para repetir o resultado doano anterior ou apenas subir uma ou duasposições na tabela. Tem que jogar semprepara ser campeão”, finaliza. (AR)

Índices comparativos podemtrazer melhorias na eficiência

Jucelino Sousa, presidente da Usina Coruripe: medir para gerenciar de forma efetiva

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Especialistas apontamprós e contras do processo derecuperação judicial

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Depois do Próalcool - ProgramaNacional do Álcool instalado em 1975, eda gestão presidencial de Luiz InácioLula da Silva, entre os anos de 2003 a2011, era impossível imaginar que o setorsucroenergético chegaria em 2014 comcerca de 40 usinas passando peloprocesso de recuperação judicial, além devárias outras já fechadas.

E neste contexto, há quem defenda osistema implantado no Brasil em 2005,com objetivo de evitar a falência dasempresas e oferecer garantias para todos

os envolvidos. Estamos falando darecuperação judicial, que bate recorde desolicitações mas ainda não trouxeresultados convincentes.

Para o engenheiro de produçãoFernando Perri, a alternativa é validapelo simples fato de manter as unidadesem funcionamento, como vemos no setorsucroenergético. “O processo visa mantera atividade econômica regional e amanutenção dos empregos. Se o foco éeste, praticamente todas as unidades quecontinuam em operação são cases desucesso”.

O governo, por sua vez, ofereceauxilio aos empresários por meio delinhas de crédito. Hoje, o BNDES - BancoNacional de Desenvolvimento Econômicoe Social conta com vários programas deapoio, como por exemplo, o ProRenova -Programa de Apoio à Renovação eImplantação de Novos Canaviais.

Contudo, o acesso a estes créditos,em virtude do alto endividamento das

usinas, acaba sendo restrito. “Nãoadianta ter financiamento nas principaisagências de fomento se em todas asexigências são as mesmas. Neste caso,poderíamos criar regras diferentes, comopor exemplo, exigir que as usinasapresentem um plano de gestãoresultante, tendo um prazo de pelo menosum ciclo da cana para trabalharem”,aponta José Américo Rubiano, diretor daFINBIO.

Fernando Perri acredita que, seajustado, o processo de recuperaçãojudicial pode evoluir e reestabelecer, defato, as usinas. “O sistema traz equilíbrioentre os agentes e possibilita a solução desituações conflitantes. No entanto, um dosfatos que tem dificultado a recuperação éa ausência de capital novo parainvestimento. A usina tem dificuldadepara levantar recursos para plantio decana e modernização de seu parqueindustrial, por exemplo. Uma sugestãoseria a criação de um fundo para

investimento nestes tópicos, sujeitos aauditoria especializada e com retornovinculado”, sugere.

Com certo otimismo, Rubianolembra que os governantes, hoje, têmuma tarefa mais fácil do que há anosatrás, quando a situação não apresentavaalternativas. “Se compararmos omomento com a época do Proálcool,veremos que é muito mais fácil acabarcom essa crise do que a que tivemos nopassado. Hoje, além de termos uma baseformada, o grande diferencial é ademanda exponencial que se apresenta”,lembra.

Por fim, o diretor da FINBIO reiteraa força do país no cultivo de cana-de-açúcar. “Não é possível que com toda anossa tradição, força e cultura, ficaremospara trás na produção de cana econsequentemente seus subprodutos.Temos potencial para muito mais,precisamos, apenas, de incentivo, comovemos nos Estados Unidos”, finaliza.

Crise faz com que pedidos de recuperações judiciais sejam recordeFernando Perri: alternativa é valida José Américo Rubiano: mais fácil acabar com essa crise

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Detentor de duas usinas de cana-de-açúcar, ambas no interior de São Paulo, oGrupo Ruette, liderado por seu fundador,Antonio Ruette, é um dos poucos bonsexemplos de recuperação econômica nosegmento. Ao menos, é isso que se vê noque diz respeito ao trabalho executado, jáque, a estabilidade efetiva, depende defatores políticos, que não fazem parte dodia a dia da usina.

“Temos uma gestão focada emeficiência e produtividade e com elaestamos nos mantendo. Quando asexternalidades forem incorporadas,estaremos preparados para evoluir”, dizHélio Tavares Santos Junior, diretorsuperintendente da Usina Ruette.

O executivo, inclusive, faz parte doprocesso de recuperação, instalado em2009, um ano depois de o Grupo inaugurarsua segunda unidade e ver suas finanças secomplicarem. Além do novo colaborador, aRuette implantou comitês de finanças,comercialização e agrícola, tendo comoobjetivo o melhor gerenciamento do negócio.

Quem explica melhor todo essetrabalho é o próprio Hélio, em umaentrevista exclusiva. Confira:

JornalCana: Em 2009, com aempresa mergulhada em um mar dedívidas, qual foi o primeiro passo dosgestores?

Hélio Tavares Santos Junior: Aprimeira grande decisão veio dosacionistas, que optaram profissionalizar agestão. Essa é a grande diferença entre aRuette e algumas usinas. Depois, buscamospadronizar a relação entre os gestores e osacionistas, com a criação de comitês definanças, comercialização e agrícola.Implantamos, também, um sistema degestão com metas definidas e claras. Essesfatores permitiram que navegássemosnesse mar de adversidades, com seca,preços baixos e falta de política pública.

Qual o maior desafio para osgestores sucroenergéticos diante doatual cenário econômico?

São quatro os fatores críticos para osucesso de uma usina. Um é o seutamanho, outro a questão dos custos, oterceiro é quantidade de terras próprias epor fim a eficiência dos custos. Quem, hoje,domina estes quatro fatores, vai sobrevivere prosperar. Quem consegue gerir apenasdois, por exemplo, terá dificuldade.

Falando sobre custos de produção,como é feito este controle hoje?

Implantamos um sistema de gestão emque todos os diretores participam desseprograma, se conscientizando que tudodentro da empresa precisa ter meta,objetivo e um planejamento estratégico.Além disso, tudo é muito bem monitorado,desde a entrada da cana até o faturamentodo álcool. Isto, conseguimos com ainstalação de um software, que permite quetodos os dados sejam compilados etambém fiquem disponíveis para seremrastreados. A ação traz aderência e

contribui para as contas baterem. Em trêsanos, conseguimos uma redução de 10%nos custos de produção.

Como o grupo tem buscadoaumentar a eficiência?

Procuramos manter a capacidade dausina cheia, nas duas unidades (em tornode 3,45 milhões de toneladas). Nossoobjetivo não é ser maior do que somos, massim, melhores. Todos os esforços são paraaumentar a qualidade, e não crescer.

O senhor citou vários sistemassendo implantados e softwaresadquiridos. E as pessoas, como seencaixam neste processo?

Quando falamos em sistema de gestão,não nos referimos apenas às ferramentas,as pessoas também fazem parte. Mesmocom toda a dificuldade financeira, a Ruettenunca deixou de investir em treinamento ecapacitação dos seus gestores. O

funcionário precisa ser esclarecido. Diriaque é fácil ter um sistema, difícil éadministrá-lo.

Sobre a dívida, como estãotrabalhando?

Conseguimos alongá-la, não o quantogostaríamos, mas o que se pôde. Essaquestão é complicada, pois o pequenoprodutor trabalha no limite. O própriobanco enxerga a empresa como um fatorde risco. Sabendo disso, contratamos umaconsultoria e tentamos mostrar ao mercadoque tínhamos um planejamento estratégicoe que ele iria ser entregue. Hoje,sistematicamente, entregamos relatórios demoagem, produção, custo e eficiência.Trabalhamos com transparência.

Com relação ao mercado, algomudou neste período?

Também em 2009, já com os comitêscriados, a empresa entendeu que havia

uma oportunidade no mercado de anidro.De lá até 2011, a produção ficou 100%anidro. E o que temos visto é que eleremunerou melhor. Houve, sim, uminvestimento de diversificação daprodução. Isso colaborou com arentabilidade.

Que conselho deixa para asempresas em situação financeiracomplicada?

Quando não se tem acesso a capital,seja ele subsidiado ou não, a única saída nolongo prazo é ser competitivo. É buscarmelhorias em produtividade agrícola,eficiência, baixar os custos, enfim,conseguir sobreviver. É importanteressaltar que isso não acontece de um anopara o outro. Eficiência, gestão e custos nãovêm de uma hora para outra. É precisotransformar a cultura da empresa em todosos seus âmbitos.

ENTREVISTA: Hélio Tavares Santos Junior

“GESTÃO FOCADA EM EFICIÊNCIA E PRODUTIVIDADE”

Hélio Tavares Santos Junior, diretor superintendente da Usina Ruette

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Modelo deve ser construído no decorrer do tempo e estarsintonizado com a realidade e a cultura da empresa

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

A área de Recursos Humanos (RH) deveria ser muitomais proeficiente e proativa nos momentos de crise. Mas,diversas empresas empurram RH para ficar quase inativa,reativa, não deixando que essa área tenha liberdade eespaço para criar, às vezes, com o próprio recurso interno emelhorar a situação, afirma Jorge Ruivo, diretor daWiabiliza Soluções Empresariais. De acordo com ele, RHpode ter um papel importante para o desenvolvimento deuma revisão de processo para que “seja feito mais commenos”.

Se ocorrer uma avaliação do modelo de gestão dasusinas que se encontram em uma situação difícil, inclusiveas que estão em recuperação judicial, mais de 50% dessegrupo apresentam dificuldades de gestão, não só financeirae industrial, mas também de pessoas, comenta Jorge Ruivo.“Há casos de usinas que têm problemas de caixa e degestão, que contam com seis, sete níveis de comando. Seráque precisam ter toda essa estrutura?”, questiona.

A empresa acaba, nestes casos, tendo gastos excessivoscom folha de pagamento. “Muitas delas têm umaquantidade enorme de pessoas e uma baixa produtividade.Um trabalho sério possibilita a diminuição dessecontingente. As usinas devem estar muito enxutas parapassarem por essa crise”, comenta.

Jorge Ruivo recomenda, em diversos casos, o“replanejamento” da gestão, envolvendo as áreas agrícola,industrial e administrativa para tornar a empresa o maisleve possível para obter, consequentemente, uma elevaçãoda eficiência. “O líder tem papel fundamental nesseprocesso”, ressalta.

Mais do que gestão de pessoas, o setor sucroenergéticodeve fazer gestão de processos, ou seja, alterar e racionalizaras atividades, observa o diretor da Wiabiliza. O objetivo éganhar maior eficácia, maior produtividade e diminuir adependência de mão de obra que hoje é escassa nomercado. “Isto requer mudança comportamental daliderança. Uma atitude que dá certo é não impor”, destaca.Segundo ele, a gestão de processos deve ser construída emconjunto.

Unidades e grupos sucroenergéticos, que são altamenteeficientes, estão passando por essa crise de formaadministrada, compara Jorge Ruivo. “Não têm grandessolavancos”, diz. A gestão de pessoas faz a diferença nesseprocesso.

O modelo de gestão de pessoas deve ser construído nodecorrer do tempo e estar sintonizado à realidade e àcultura da empresa. “Uma consultoria nunca deve chegarnuma empresa com as regras prontas. É necessário começardo zero e fazer uma série de avaliações e de mapeamentos.Não se deve aplicar também um sistema bem-sucedido quefoi utilizado no concorrente mais próximo. Cada um deveconstruir o seu próprio modelo”, afirma.

Existem atualmente diversas ferramentas eficientes,que auxiliam no processo de gestão, nas áreas deremuneração, treinamento, seleção, administração depessoal. “Mas, cada uma delas precisa estar adaptada àrealidade da empresa, o que envolve cultura, valores,expectativas de resultado ou mesmo a necessidade darealização de correções internamente”, diz.

Gestão eficiente de pessoas faz a diferença no momento de crise

Jorge Ruivo: RH é fundamental para se

conseguir fazer mais com menos

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Para atrair e reter profissionais,os salários devem acompanhar omercado, comenta Jorge Ruivo. “Nosúltimos cinco anos, a curva éascendente”, constata. Além disso, oprocesso de gestão de pessoas deveincluir ações voltadas à elevação daeficiência. E isto ocorre com a criaçãode condições para o comprometimentodos profissionais.

O gestor precisa entender –afirma – como obter o melhorresultado de um determinado recurso,seja da máquina, da pessoa, daferramenta de informática. No caso depessoas, a liderança deve oferecerorientação, compartilhando com oprofissional da área aquilo que énecessário produzir. “Às vezes, o líderprecisa ‘entregar’ um volume de coisasque o funcionário nem está sabendo”,comenta.

Outro aspecto que deve serconsiderado na gestão de pessoas é ameritocracia. “A eficiência está namão de quem faz”, diz. Jorge Ruivodefende a necessidade da adoção depolíticas de remuneração, valorizaçãoe promoção do funcionário, criandoinclusive perspectivas de carreira.Essas iniciativas retêm profissionais,destaca. (RA)

Eficiência está na mão

de quem faz o trabalho

Empresa deve criarcondições para reter edesenvolver funcionários

As unidades sucroenergéticas devem estar tambémpreocupadas, na área de gestão de pessoas, em reter edesenvolver profissionais. “A empresa leva tempo para atrairfuncionários. Em algumas situações, o nível de compromissodessas pessoas é pequeno, Em outros casos, o chefe não levaem consideração a dificuldade existente para atrair oprofissional. Ele troca o funcionário por qualquer motivo.Não faz questão de reter. Fica naquele pensamento de que éo todo-poderoso”, comenta.

Há situações em que faltam ferramentas adequadas dedesenvolvimento – observa –, ocorrendo pouquíssimoinvestimento para o desenvolvimento do conhecimento e deeducação para tornar o funcionário mais efetivo naquilo queele faz.

O melhor caminho é reter e desenvolver o funcionáriodentro daquilo que a empresa espera e necessita. “É precisotreinar a pirâmide inteira, desde o profissional da áreaoperacional até a liderança. Além disso, existe a necessidadede acompanhar e verificar o nível de aplicação doconhecimento adquirido e fazer as correções necessárias. Éum investimento que dá retorno”, enfatiza.

Na avaliação do diretor da Wiabiliza, unidadessucroenergéticas contam com ‘um mundo de gente’,chefiado por pessoas que chegaram aos postos, ao longo dotempo, sem a preparação adequada. Além de treinar edesenvolver pessoas para cargos de chefias, ele recomenda olevantamento do perfil dos funcionários para verificar se têmaptidão para liderança ou atividades técnicas. “Nem sempreum bom técnico é um bom líder, que deve ter habilidadepara extrair o melhor resultado de um grupo”, constata. (RA)

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Modelo da Raízen, quetem a meritocracia comopano de fundo,reconhece desempenho,dedicação e potencial decada profissional

“A gestão de pessoas é estratégicapara todas as empresas. Para buscarmosresultados qualitativos e quantitativos,dependemos de pessoas e da intensidadeem que estão motivadas, preparadas eengajadas”, afirma Luis Carlos Veguin,diretor de Recursos Humanos da Raízen.

Com 24 unidades produtoras, aempresa foi vencedora do prêmioMasterCana Desempenho 2013 – Gestãode Pessoas, devido à adoção deconceituadas práticas nessa área e poracreditar na importância da qualificaçãoda mão de obra.

Segundo Luis Veguin, o momentoatual bem como o futuro da organizaçãodepende da capacidade da força detrabalho da empresa de entregarresultados, de antecipar fatos e tendênciase de buscar sempre novas oportunidadespara o negócio. “E isso exige pessoasmotivadas e preparadas”, ressalta.

O diretor de Recursos Humanosdestaca que a Raízen é uma das maioresempresas do Brasil e sua missão é proversoluções de energia sustentável por meiode tecnologia, talento e agilidade,maximizando valor para os seus clientes eacionistas, dando a sua contribuição, dessaforma, para a sociedade.

“É baseado nesta missão queconstruímos todos os nossos programas daárea de recursos humanos. Assim,propagamos as ‘Atitudes Raízen’ a nossosgestores que são: valorizar o cliente; pensargrande; ter paixão em tudo que faz; agircom ética e respeito; e fazer mais e melhora cada dia”, detalha.

O modelo de gestão de pessoas daRaízen tem a meritocracia como pano defundo, ocorrendo a valorização e odesenvolvimento dos profissionais, afirma.“Levamos em consideração odesempenho, a dedicação, a prontidão e opotencial de cada profissional.Entendemos também que temos um papelimportante como empregadores e criamosprogramas tanto para a capacitaçãotécnica quanto para gestão”, comenta.

De acordo com Luis Veguin, a Raízentrabalha preferencialmente o públicointerno, criando inclusive oportunidadespara quem integra o quadro defuncionários da empresa. “Mas, nãodeixamos de olhar o mercado, oxigenandonossos times com novas ideias e novosrecursos”, observa.

Entre as diversas ações colocadas emprática pelo grupo na área de gestão de

pessoas, um dos destaques é o “GeraçãoRaízen”, voltado para o desenvolvimentode novos profissionais. “Todo o nossopipeline de sucessão se baseia em pessoasque iniciaram suas carreiras a partir doprograma. Foram mais de 400profissionais que hoje são gerentes,supervisores e engenheiros que atuamdiretamente na produção ou na áreacorporativa”, diz.

Em relação à formação e aorecrutamento de novos funcionários, odiretor de RH afirma ainda que a empresadá preferência a profissionais das regiõesonde estão instaladas as unidades dogrupo. A empresa procura contratar, namedida do possível, profissionais –informa – que tenham relação com aregião e com a atividade.

Outra preocupação da Raízen, naárea de gestão de pessoas é o

desenvolvimento e a capacitação daliderança. Para isto, a empresa realizadiversas ações dentro do programa“Academia de Liderança”, que visaestimular o alinhamento dos gestores aosobjetivos da empresa.

Em relação às características quedevem fazer parte do perfil de profissionaisde média e alta gerência, Luis Veguinafirma que a empresa busca pessoas comvontade de aprender, com energia paratrabalhar e se dedicar intensamente. Esseprofissional deve ser também um treinadore referencial para todos.

Políticas de benefícios, oportunidadese remuneração, aliadas ao excelente climaorganizacional, criam condições – segundoLuis Veguin – para atrair e reter talentosna empresa. Tudo isto faz com que aRaízen – enfatiza – tenha um baixo nívelde turnover. (RA)

Resultados dependem de pessoas motivadas e preparadas

Luis Veguin: Raízen trabalha preferencialmente o público interno

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FULVIO PINHEIRO MACHADO, DE SÃO CARLOS, SP

CONSULTOR DO JORNALCANA

Os sistemas de extração empregados nas usinassucroenergéticas evoluíram consideravelmente nos últimostempos. Em função do grande aumento da capacidade demoagem das usinas modernas os sistemas clássicos deacionamento utilizados há décadas já não se mostravamsatisfatórios ou mesmo exequíveis, principalmente nasmoendas com tamanho próximo a 100 polegadas que setornaram frequentes.

O esquema clássico empregado nas moendas menoresquase sempre era constituído por uma turbina a vapor desimples estágio, acionando um redutor de alta eengrenagens abertas na redução final. Esse esquemafrequentemente era utilizado para o acionamento de doisternos em conjunto, embora para moendas menores fossepossível acionar até quatro ternos. Sistemas assim foramutilizados em moendas de bitola de até 84 polegadas, queaté então, eram as maiores disponíveis no mercado.

Embora já fosse possível a utilização de turbinas demúltiplo estágio e caldeiras de alta pressão, a substituiçãode turbinas no acionamento de moendas por motoreselétricos sempre foi uma hipótese descartada, pois nãohavia uma tecnologia simples e econômica de se variar arotação dos motores antes do desenvolvimento dosinversores de frequência de estado sólido como sãoutilizados nos dias de hoje.

Uma vez que o acionamento por motores elétricos setornou prático, novas concepções de acionamentos tambémpassaram a ser desenvolvidas para substituir asengrenagens abertas utilizadas até então. Um outro aspectoimportante foi o uso de moendas com bitolas maiores que

permitissem aos novos projetos de usinas de grandecapacidade utilizar apenas um conjunto de moendas pararealizar a tarefa de extração.

Nas unidades existentes, devido ao contínuo avançodas técnicas de moagem, os acionamentos também tinhamde ser substituídos, pois com o aumento da capacidadedevido ao melhor preparo de cana e alimentadores maiseficientes, as moendas já exigiam potência acima doslimites dos acionamentos originais.

Redutores de eixos paralelos muito mais compactosque o antigo sistema de engrenagens foi a soluçãoencontrada.

Dentro do mesmo espírito de tornar os acionamentosmais compactos e eficientes também passaram a seradotados redutores do tipo planetário, que devido ao seutamanho, possuem a característica de possibilitar oacionamento rolo a rolo de um terno de moenda, o que éparticularmente interessante nas de maior bitola.

A EVOLUÇÃO DOS ACIONAMENTOS

Acionamentos modernos são muito mais compactos do que no passado

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Os redutores de velocidade sãoaplicáveis a todos os setores produtivosde uma indústria sucroenergética. Querno acionamento de equipamentos, emdescarregadores, mesas alimentadoras,transportadores, agitadores, diluidores,pré-fermentadores, cristalizadores,sementeiras, entre outros, eles estãosempre presentes. Sendo aplicados nasmais variadas formas construtivas,tamanhos e potências, são elementosvitais na indústria.

Para que operem adequadamente,os redutores não só necessitam seremcorretamente aplicados, mas tambémpossuírem características compatíveiscom o ambiente agressivo a que estãosujeitos.

Para assegurar um trabalho seminterrupções durante a safra éimportante não só serem corretamentemantidos, mas que também sejamadquiridos de fabricantes que possamassegurar o fornecimento de peças dereposição prontamente em caso deavarias.

A Cestari, empresa localizada emMonte Alto-SP, tradicional fabricantede redutores para o setorsucroenergético, agora incorporada aoGrupo WEG, disponibiliza uma variadalinha de redutores de diversas

características construtivas e tamanhosque abrangem a multiplicidade deaplicações encontradas nas usinas.

São redutores de eixosconcêntricos, paralelos, ortogonais ecoroa e rosca sem fim de diversasdimensões e reduções.

Um dos destaques da WEG Cestarié a Linha Helimax, aplicável, porexemplo, em descarregadores do tipohylo e em mesas alimentadoras. Ela éconstituída de redutores helicoidais deeixos paralelos ortogonais com carcaçabipartida e helicoidais de eixosparalelos de carcaça monobloco.

Essa linha foi totalmentereprojetada e ganhou o selo “ +Torque”. Desta forma, todos osredutores dessa linha foramredimensionados, aumentando suacapacidade de transmissão de torquesem alteração do peso ou dimensões.Assim, a relação entre peso e torquetransmitido foi otimizada, o quepossibilitou um aumento de até 40% nacapacidade, ampliando aspossibilidades de aplicações da linha.

Com diversas opções de fixação emontagem, a Linha Helimax estádisponível com reduções que vão de 6,3a 450, e capacidades de torque de6.000 até 600.000Nm. (FPM)

Redutores estão presentesem todos os setores

Vista interna de um redutor

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Com o aumento da capacidade de manuseio de canapor parte das novas unidades sucroenergéticas implantadas etambém pela ampliação das existentes, novos conceitos deacionamentos têm sido introduzidos para atender asnecessidades de flexibilidade e potência demandadas pelasmoendas e difusores de grande porte.

A TGM, que de forma pioneira introduziu osacionamentos por redutores planetários nas usinassucroenergéticas, comemorou mais um feito nos dias 30 e 31de janeiro passado, em sua sede em Sertãozinho, SP aoentregar a clientes os maiores redutores planetários domundo para acionamento de moendas e difusores fabricadosna América Latina.

No intuito de celebrar a entrega dos equipamentos, aTGM Unidade Transmissões apresentou a clientes eparceiros sua mais nova geração de planetários, a G3 Full.“Essa linha agrega confiança, eficiência e disponibilidadeoperacional, que são as características que o mercadoprocura em um bom equipamento”, explica Marcos H.Mussin diretor da TGM.

O modelo RPS 4 600 P para aplicação em difusor foientregue à Sermasa e o outro planetário modelo RPS 3 600 Pfoi fabricado para acionamento de moenda na Usina Tanabi(Grupo Guarani), que entrarão em operação na safra 2014.Esses planetários possuem torque nominal de 5.900 kN.m e

são os maiores em torque do setor sucroenergético mundial.Vicente de Paula Silva Jr., coordenador Comercial da

Unidade de Redutores do Grupo TGM explica, “A linha G3Full é inovadora e suporta elevados níveis de torque, além deser a opção de redutor para maximização da eficiênciaenergética da planta”.

Entre as características dessa nova geração deplanetários destaca-se a lubrificação que é individualizadapor estágio e o emprego de rolamentos de vida útil extendida.

Além disso, estão disponíveis com proteção eletrônica atravésdo Protetork e Monitork. Através dessas característicasimplementadas na linha G3 Full, a TGM estima que essesredutores possam operar no acionamento de moendas edifusores por um período muito mais extenso semnecessidade de manutenção.

Durante os dois dias de visitas, estiveram na TGMrepresentantes de várias empresas e usinas, entre elas a Valedo Tijuco, Bunge, Pitangueiras, Água Bonita, Mefsa, GrupoGuarani, São Martinho, Cerradão, Sermasa e Biosev – RioBrilhante e Reunion Engenharia.

Para Antonio Gilberto Gallati, diretor da TGM, queacompanhou as visitas em companhia dos integrantes daárea comercial da empresa, “Isso demonstra nosso empenhoem oferecer equipamentos de qualidade e baixo custo demanutenção com a mais avançada tecnologia, antecipando asnecessidades dos clientes. É gratificante presenciar asatisfação do cliente ao receber essa nova geração deplanetários”.

De acordo com Vicente de Paula Silva Jr., “O G3 Fullavança rapidamente no mercado por ser um equipamentoque foi projetado e construído de acordo com as exigênciasdo setor. Seus diferenciais demonstram suas característicasde robustez, destacando-se pela disponibilidade operacional eredução dos custos de manutenção”. (FPM)

Maiores planetários para usinas são entregues em Sertãozinho

Monitoramento de torque evita danos em acionamentosOs redutores para moendas e difusores

empregados na atualidade são capazes deacionar moendas e difusores de capacidademuito maior do que os antigos sistemas porengrenagens abertas usados no passado esão muito mais compactos.

Na fabricação desses novos sistemas deacionamento são empregados materiais etécnicas especiais, além de maior precisão etolerâncias significativamente menores emseus componentes, o que permite transmitirmais torque com dimensões reduzidas.

Para assegurar uma operação correta eestender a vida útil de seus componentes,uma das premissas a serem seguidas é a denunca ultrapassar o torque máximopermitido, além de outras rotinas demanutenção.

A Torkflex, empresa especializada emacionamentos sediada em Ribeirão Preto,

SP, em parceria com a Binsfeld,disponibiliza ao mercado sistemas paramedição e também monitoramentocontínuo de torque real aplicáveis aredutores para moendas e difusores.

Ao contrário dos sistemas de mediçãoindireta, como a medição da correnteconsumida, como é o caso de inversores depotência e motores, o sistema oferecido pelaTorkflex mede o torque real através de umstrain gage aplicado ao eixo deacionamento, que permite realizar amedição pela variação das deformaçõesinstantâneas ocorridas onde o sensor éaplicado. Dessa forma é possível sedeterminar a presença de picos de torque aque podem estar sujeitos os acionamentoscom precisão e tomar iniciativas para evitarocorrências que sejam danosas à vida útildos acionamentos e seus componentes.

Além desses sistemas de medição emonitoramento de torque, a Torkflexprojeta e fabrica sistemas de agitadores ecirculadores mecânicos denominadosTorkmix, que podem ser empregados, porexemplo, em cozedores de açúcar.

Paralelamente, a empresa produzsistemas de monitoramento e acionamentopara decantadores que empregamredutores do tipo cicloidal da Sumitomo,capazes de tolerar sobrecargas onde outrostipos de redutores apresentam falhas.

A Torkflex também oferece a linha deacoplamento flexíveis da Antares, com largaaplicação no setor sucroenergético,reconhecidos por tolerar desalinhamentos eprolongara vida útil de mancais erolamentos no acionamento de diversostipos de equipamentos, como bombas derecalque, entre outros. (FPM)

Detalhe da montagem de strain gage em

eixo de moenda para medição de torque real

Planetário TGM modelo RPS 3 600 P foi

entregue para a Usina Tanabi, do Grupo Guarani

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A escolha do tipo de acionamentopara o sistema de extração depende deuma série de fatores, que incluem aspectostécnicos e econômicos, assim como escalade produção e até a região onde seencontra instalada a indústria. Em todos oscasos o objetivo é buscar a melhoreficiência produtiva.

Cientes dessas necessidadesparticulares de cada usina a Renk Zanini,empresa sediada em Cravinhos-SP ofereceuma variada gama de opções paraacionamento de moendas e difusores,compreendida tanto por redutores de eixosparalelos, como por planetários.

Para as moendas com alta capacidade,como é uma tendência atual, os redutorestendem a ser mais robustos e todo oprocesso de desenvolvimento e fabril édiferenciado, pois o redutor é concebidovisando altas exigências de torque.

Quando a opção é acionamentocentral, a Renk Zanini oferece o redutor deeixos paralelos com divisão de torqueTorqmax 2.0, que em sua nova versão tevesua carcaça redesenhada de forma a setornar ainda mais compacto.

Os redutores de eixos paralelosTorqmax possuem um histórico deoperação bem-sucedida em mais de vintesafras realizadas, tanto em usinasbrasileiras, como no exterior.

Para acionamento Central, comredutor planetário, a Renk Zanini oferece oPentamax 2.0 e o Fleximax 2.0 para

acionamentos rolo a rolo. Essa nova versãopossui primeiro estágio de redução comeixos paralelos e todos os porta-planetassão suportados por rolamentos. “Issoconfere maior robustez ao produto frenteas oscilações de carga. Houve ainda umaotimização estrutural do conjunto atravésde análises por elementos finitos,

resultando em maior robustez nos pontosde maior exigência e esforços; e há janelasde inspeção em pontos estratégicos quefacilitam a inspeção de rotina", explica ogerente de inovação e tecnologia, GustavoWeber.

Jorge Zampollo, gerente de aplicaçãodestaca ainda os redutores para Difusor

fabricados pela Renk Zanini: “Com eixoscoaxiais, estágios planetários, fixação noeixo do Difusor, acionamento por motorelétrico, com giro da carcaça impedidoatravés do braço de torque fixado àfundação de concreto, são suas principaiscaracterísticas, além da construçãocompacta e baixo peso. (FPM)

Redutores de eixos paralelos ou planetários?

Planetário Pentamax 2.0 Renk Zanini instalado na Usina Seresta em Alagoas

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Limpeza a seco preserva o meio ambienteFULVIO PINHEIRO MACHADO, DE SÃO CARLOS, SP

CONSULTOR DO JORNALCANA

A colheita de cana crua de modo mecanizadoaumentou consideravelmente a quantidade de impurezasminerais e vegetais que acompanham a cana até aindústria. As impurezas minerais, constituídas por fraçõesde solo (argila e areia), podem causar desgastes e abrasãonão só nas esteiras de transporte de cana, componentes dopreparo de cana como facas e martelos, mas também nasmoendas além de reduzir o índice de percolação nosdifusores de cana, diminuindo sua capacidade deprocessamento e sua eficiência extrativa.

No caldo podem causar danos aos rotores dasbombas de processo, assim como, nas tubulações eválvulas.

As impurezas vegetais, constituídas por folhas eponteiros da cana, por sua vez, ocasionam um aumento depotência consumida no preparo de cana, moendas edifusores. Além disso, ocupam o espaço que seria da cananas moendas e difusores reduzindo a capacidade e aeficiência de extração. Em média, cada quilograma deimpurezas vegetais ocupa o espaço correspondente a maisde 6 kg de cana nesses equipamentos de extração.

A Empral Jaboticabal, com sua experiência nodesenvolvimento de equipamentos para usinassucroenergéticas, projetou um sistema de limpeza a seco,fabricado pela Sermatec Zanini de Sertãozinho-SP, capazde coletar e retirar essas impurezas, com uma eficiênciasuperior a 80%.

O sistema de limpeza de cana a seco SermatecZanini/Empral Jaboticabal possibilita a devolução dasimpurezas minerais para a lavoura e também promove apicagem de palha (folhas e ponteiros), encaminhando-a

para as caldeiras, adicionalmente ao bagaço, o quepossibilita à usina incrementar a geração de energiaelétrica excedente para comercialização, ou aproveitar apalha como matéria-prima para a produção de etanolcelulósico.

Esse sistema de limpeza a seco opera adequadamenteindependentemente da regulagem da ventilação das

máquinas colhedoras de cana, podendo ser usadoinclusive com cana integral.

A separação das impurezas nesse sistema é realizadapela insuflação de ar, transferindo as impurezas para umacâmara inercial de onde são removidas sem o uso de águae portanto, não causa nenhuma poluição ou agressão aomeio ambiente.

Sistema de limpeza de cana a seco Sermatec Zanini/Empral Jaboticabal

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A capacidade de processamento decana pelas moendas tem aumentadoconsideravelmente nas últimas décadasem função da adoção de novas tecnologiase aperfeiçoamentos realizados nosequipamentos.

O uso de sistemas de preparo de canacom seus jogos de facas e desfibrador éfundamental para se obter um alto índicede extração tanto por parte de moendascomo de difusores.

Esses equipamentos abrem as célulasda cana permitindo expor o caldo queinclui a sacarose, que é em últimainstância a matéria-prima para aprodução do açúcar e do etanol.

Após muitos anos dedesenvolvimento, esses equipamentosatingem índices de abertura de célulassuperiores a 85%, chegando até mais de90% no caso de desfibradores pesados.

No entanto, para que esse índice semantenha elevado é necessária asubstituição frequente de facas e martelosdevido ao elevado desgaste a que sãosubmetidos pela própria natureza da fibrada cana.

Para aumentar o período entre atroca de facas e martelos, a UniweldIndústria de Eletrodos Ltda, fabricantedos eletrodos da marca Essen®,amplamente utilizados em diversossegmentos industriais, oferece uma linhacompleta de modelos para revestimento erecuperação de superfícies decomponentes sujeitos a desgaste usinasprodutoras de açúcar e etanol, comomartelos de desfibradores e facas depicadores, além de bagaceiras, rodetes,engrenagens de acionamento, rotores deventiladores, entre outros.

Uma outra aplicação de eletrodosespeciais produzidos pela Uniweld é oaumento de rugosidade dos rolos demoenda, pois a quantidade de cana a serprocessada depende não só do tamanho

da moenda, mas também de se manter adensidade de alimentação elevada.

Isto depende não só da manutençãode uma constante alimentação de cana emsua entrada, mas também da capacidadedos rolos de “puxarem” a canadesfibrada.

Aumentar a rugosidade da superfíciedos rolos pela aplicação de material pormeio de eletrodos especiais nos flancos ena crista dos frisos dos rolos, técnicasconhecidas como “chapisco” e “picote”,que permitiram aumentarconsideravelmente o ângulo de pega damoenda e consequentemente suacapacidade de moagem.

“Graças à nossa experiênciaacumulada na tecnologia de tratamentode rolos, estamos hoje presentes não sónas usinas brasileiras, mas também emdiversas usinas no exterior”, afirma comsatisfação Jefferson Santos, diretor daUniweld. (FPM)

Como maximizar a extração e a capacidade de moagem

Jefferson Santos: rolo de moenda com

aplicação de picote e chapisco

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Aço inoxidável aumenta durabilidadede equipamentos na recepção

Equipamentos da recepção de cana estão sujeitos a elevado desgaste por abrasão e corrosão

Os equipamentos de recepção de canaestão sujeitos a condições de operaçãoagressivas pela própria natureza da matéria-prima recebida que contém uma parcelaconsiderável de impurezas minerais etambém por características que favorecem acorrosão.

Nos últimos tempos o uso de açosinoxidáveis em substituição ao aço carbonoempregado nos equipamentos temproporcionado uma diminuição dasnecessidades de manutenção e um aumentoda vida útil dos equipamentos.

A Aperam, fabricante de açosinoxidáveis, tem colaborado nessa evoluçãoao realizar estudos minuciosos para novasaplicações que demonstram sob o ponto devista técnico e econômico a viabilidade doemprego dos inoxidáveis em substituição aoaço carbono nos diversos setores produtivosdas usinas de açúcar e etanol

As novas aplicações dos aços inoxidáveisno setor sucroenergético tiram proveito dessematerial ser mais resistente à abrasão e acorrosão, condições que se apresentam deforma intensa na produção de açúcar e etanole que degradam rapidamente o aço carbono.

Na recepção de cana essas novasaplicações se estendem desde os condutores

de cana e mesas alimentadoras no setor derecepção, preparo e extração de caldo.

Há tempos reconhecidos como maisresistentes e serem de mais fácil limpeza, osaços inoxidáveis sempre foram descartadosem favor do aço carbono em função de seumaior preço inicial, o que restringiu suaaplicação em larga escala.

Com o surgimento de novos tipos de açoinoxidável, como os da série 400 e outros,mais competitivos, a diferença dedurabilidade se impôs, pois esse materialconfere maior vida útil e menor necessidadede manutenção, o que a longo prazo se traduzem um ganho em relação aos materiais demenor preço, mas também menos duráveis,como é o caso do aço carbono.

Os aços inoxidáveis são aços compercentual máximo de 1,2% de carbono, pelomenos 10,5% de cromo e outros elementos deliga. A camada passiva de óxido de cromoque se forma na sua superfície de maneiranatural e contínua proporciona proteçãoduradoura contra a corrosão.Adicionalmente ao cromo, o níquel éessencial na fabricação dos aços inoxidáveisausteníticos, muito utilizados porapresentarem excelente resistência àcorrosão, soldagem e conformação. (FPM)

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Impurezas da colheita mecanizada aindasão gargalos a resolver por completo

Com a intensificação da colheitamecanizada, onde a cana é picada emtoletes, o que beneficia sobremaneira otransporte por aumentar a densidade decarga, a lavagem da cana nos moldes emque era feita no passado se tornouprejudicial. Estando o colmo da canapicado em toletes, há um arraste de açúcardessas faces expostas e também umainoculação de microrganismos, o que traráprejuízos à eficiência do processoprodutivo.

Ao se eliminar a lavagem da cana,ganha-se com a energia economizada pelobombeamento de grandes volumes deágua, além de favorecer o meio ambientepela sensível diminuição da captação deágua necessária pela indústria e anecessidade de seu tratamento, uma vezusada, pois por conter uma significativaquantidade de matéria orgânica, essa águade lavagem possui um alto DBO (DemandaBiológica de Oxigênio).

A adoção da colheita mecanizadatrouxe muitas vantagens tanto para ocampo como para a indústria. No entanto,como toda mudança, novas questõesdecorrentes dessa nova modalidade decolheita necessitam ser equacionadas eassimiladas.

Como se sabe uma das principaisvantagens desse método de colheita,principalmente no aspecto ambiental, foi aeliminação da lavagem da cana.

Porém, a colheita mecânica nãoelimina as impurezas minerais e acrescentamais impurezas orgânicas, como restos defolhas, palmitos, entre outros.

Assim, novos métodos de limpezativeram de ser desenvolvidos emsubstituição à lavagem de canaanteriormente empregada.

Nos diversos sistemas propostos pararealizar a tarefa de eliminar as impurezasque acompanham a cana, a lavagem foisubstituída pela ventilação e otombamento. Em alguns sistemas issoocorre em uma mesa alimentadora demaiores proporções, sendo que em outrosisso se faz por meio de uma sucessão deesteiras.

De qualquer modo, esses sistemasainda estão na fase de evolução, com aprocura da melhor maneira a se resolveremas diferentes questões, assim como, prevera recepção da palha, que agora, com acolheita mecanizada, pode ser aproveitada

como combustível adicional para gerar umexcedente de energia comercializável oupara a produção de etanol 2G. Diversosfabricantes tem proposto sistemas com essafinalidade, através de projetos queconciliam eficiência com o custo deimplantação.

Esses sistemas, genericamentedenominados de SLS-Sistemas de Limpezaa Sêco, de uma maneira geral implicam emmudanças substanciais no setor derecepção de cana nas usinas, quetradicionalmente se resumiam aosdescarregadores laterais ou guinchos hylo eàs mesas alimentadoras.

O principal impacto desses novossistemas de limpeza nas usinas e anecessidade de uma área maior do que aanterior para a acomodação de esteiras eequipamentos, fazendo com que nasunidades mais antigas, ou com pouca áreaindustrial sejam necessárias mudanças emseu layout.

No entanto, essas são alterações queuma vez realizadas não necessitam deobras adicionais, sendo um transtornotemporário aos quais as usinas emconstante expansão já estão acostumadas.

Os benefícios desses novos sistemas,além dos ambientais já mencionados,certamente virão de uma alimentação maisconstante das moendas ou difusores,propiciando a manutenção de um elevadopatamar de eficiência na indústria. (FPM)

Componentes essenciais em qualquermáquina ou equipamento rotativo, os mancaisestão sujeitos a condições severas de operaçãonas usinas sucroenergéticas, quer pela carga aque estão submetidos, como pela semprepossível presença de caldo, água, bagacilho ouimpurezas diversas que podem acarretar umdesgaste prematuro dos equipamentos dosetor de recepção, preparo e extração.

A presença de impurezas minerais setornou mais importante ainda a partir daintrodução da colheita mecanizada e seu efeitopode ser sentido no aumento do desgaste deequipamentos e seus componentes por efeitoda abrasão.

Nos equipamentos que utilizam mancaisou casquilhos, um cuidado especial deve serdado à sua instalação, principalmente no quediz respeito às folgas e alinhamento para seevitar o desgaste prematuro desses itens, quenormalmente fazem parte de equipamentoscríticos para a operação da planta, como é ocaso de turbinas, moendas e seusacionamentos.

A lubrificação merece uma atençãoespecial, devendo ser feita com a utilização deóleos e graxas adequadas a cada aplicação, deacordo com o fabricante do equipamento e dofornecedor dos lubrificantes. Também ostrocadores de calor para óleos devem estarperfeitamente limpos, sem obstruções demodo a assegurar que os lubrificantes operemsempre dentro da margem de temperaturaadmissível para cada caso.

Deve-se também evitar a suacontaminação por impurezas, ou mesmo poroutros tipos de lubrificantes, o que podeacarretar em mudança de suas propriedades econsequente necessidade de troca prematura.

No caso de mancais refrigerados, como

nas moendas, é fundamental que o sistemaseja alimentado por água de qualidadeadequada, de forma a não criar depósitos, ouformação de matéria orgânica que possaobstruir os condutos do líquido e prejudicardesse modo a correta refrigeração dosmancais, já que estes sempre estão submetidosà grandes esforços, podendo seremirremediavelmente danificados pela ausênciade uma correta refrigeração.

No caso de turbinas a vapor de altapotência, como as usadas nas centrais decogeração, é imprescindível observar todas asregras de aquecimento e partida estipuladaspelos fabricantes sob pena de desgasteanormal ou mesmo, quebra do equipamento.

Quanto mais cuidadosas forem asoperações de manutenção, maior a certeza deque durante a operação da planta não haverásurpresas desagradáveis que resultem emhoras paradas ou desperdiçadas comreparações não previstas.

Isto é particularmente importante nostempos atuais, onde as usinas dispondo devariedades mais precoces de cana-de-açúcarpodem iniciar a moagem mais cedo,encurtando, dessa forma, o período deentressafra e consequentemente o tempodisponível para a realização de desmontagense montagens de equipamentos. Isto sem falardas novas possibilidades de matéria-prima,como o sorgo sacarino, que certamenteprovocarão uma redução ainda maior notempo de inatividade das usinas.

Essas mesmas observações se aplicamaos rolamentos que em diversos tamanhos eformas construtivas são utilizados em largaescala nas usinas, fazendo parte detransportadores, bombas, redutores e outrosequipamentos rotativos. (FPM)

Mancais necessitam

de atenção especial

Mancais necessitam de cuidados para prolongar a vida útil

Sistemas de limpeza a seco

substituíram a lavagem de cana

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ALESSANDRO REIS, DE SERTÃOZINHO, SP

Uma pesquisa realizada pelo Gmec —Grupo de Motomecanização do SetorSucroenergético, concluiu que há umpercentual de usinas insatisfeitas com osresultados obtidos através do plantiomecanizado. A pesquisa foi realizada comcerca de 20 unidades produtoras eapresentada no dia, 4 de fevereiro,durante reunião do grupo emSertãozinho, SP.

De acordo com Humberto Rampazzo,gerente de desenvolvimento agrícola daUsina Nova América, localizada em

Tarumã, SP, a pesquisa, respondida porgestores da área agrícola, apontou altoíndice de satisfação ao plantio manual. “Naenquete perguntamos se os gestoresagrícolas estavam muito satisfeitos, apenassatisfeitos ou insatisfeitos com os sistemascompletos de operação de plantio, desde aretirada das mudas até a germinaçãofinal”, explica.

Rampazzo, afirma que somente oplantio manual recebeu alto índice desatisfação, enquanto o mecanizado tevealta taxa de rejeição. “O plantiomecanizado insatisfaz os gerentes de áreaagrícola, que migraram para o sistema,porque falta mão de obra qualificada, além

da “Lei da colheita”, que prevê o fim daqueima da cana para colheita nas áreasplanas até 2021”.

SOLUÇÕESComo solução para os problemas

decorrentes do plantio mecanizado,Humberto Rampazo sugere que órgãos depesquisa, a indústria de implementos e asusinas se associem para desenvolversoluções. Ele destaca outro agravante: ouso da mesma colhedora de safra pararetirada de mudas. Rampazzo apresentaoutras possíveis soluções: “O plantiohíbrido — junção da colheita mecânica como plantio manual, mudas pré-germinadas,

o uso de fungicidas no plantio mecanizado,além de variedades de cana com gemasfavoráveis ao plantio, podem sanar asdificuldades”.

PRODUTIVIDADEHumberto Rampazo prevê que a

produtividade agrícola na safra 2014/15será melhor e que é necessário que ostrabalhadores da área agrícola sejamorientados a aplicar com maior cuidadocada etapa do trato cultural, do preparo dosolo e retirada de muda até o plantio. “Seesses cuidados forem tomados aprodutividade deve aumentar cerca de20%”, garante.

Pesquisa demonstra insatisfaçãocom plantio mecanizado

Reunião do Gmec realizada em Sertãozinho

Humberto Rampazzo,

gerente de desenvolvimento

agrícola da Usina Nova América

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O 1º curso técnico nestaárea será promovido pela ProCana Brasil e SinatubTecnologia no dia 21, em Ribeirão Preto, SP

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Aumentar a produção de álcool em até40% com a mesma quantidade de matéria-prima, antigamente, era utopia. Os anos sepassaram, as pesquisas evoluíram, e o etanolcelulósico, ou 2G, está prestes a se tornarrealidade. O Brasil contará com plantascomerciais neste sentido, tendo a GranBio,Raízen e CTC – Centro de TecnologiaCanavieira trabalhando fortemente para quesuas unidades estejam prontas ainda noprimeiro semestre de 2014.

Sabendo da necessidade deaprimoramento técnico nesta área, aProCana Brasil e a Sinatub Tecnologiarealizam, em 21 de março, na cidade deRibeirão Preto, SP, o “1º Curso Técnicode Produção de Etanol 2G”, tendo comoobjetivo expor as tecnologias para aprodução de etanol celulósico, além deapresentar os casos de viabilidade noBrasil.

Quem explica melhor é FernandoCullen Sampaio, coordenador do evento.“Trata-se de uma oportunidade deconhecer de perto o que tem sido

trabalhado no exterior, onde já há umaplanta comercial em operação. Vamosapresentar os reais processos de fabricaçãoe o participante terá uma boa visão técnicado assunto”.

Outro fator que chama atenção é ocusto de produção da tecnologia. Hoje,segundo Sampaio, é possível chegar a umaredução de aproximadamente 20% emrelação ao etanol convencional. “O setor

sucroenergético precisa mudar, sereinventar, e essa tecnologia faz parte desteprocesso. Faremos comparativos queatestam a eficiência do etanol 2G, atémesmo em relação ao custo/benefício.Definitivamente, é um assunto que todosprecisam estar por dentro”, destaca.

Nomes como o do pesquisador JaimeFinguerut e José Américo Rubiano estãoentre os palestrantes já confirmados. O

evento é voltado para diretores, gerentes,supervisores, encarregados, engenheiros,projetistas, técnicos, e todos os profissionaisenvolvidos com projeto, gestão e produçãoagroindustrial das usinas e destilarias detodo o Brasil.

Mais informações através do [email protected], telefone (16)3911-1384 ou pelo sitewww.sinatub.com.br.

Participantes do curso sobre moenda/difusor

Setor terá curso técnico sobre etanol 2G em março1º CURSO TÉCNICODE PRODUÇÃO DE ETANOL 2G� Como agregar a biomassa:

palha enfardada e palha vindacom a cana e separada nausina?

� Qual o conceito e rotastecnológicas para a produçãodo etanol celulósico?

� Qual o papel das Enzimas eLeveduras no processo 2G?

� Como funciona a tecnologiaProesa para a produção doetanol 2G e futuramentebioquímicos?

� Quais aspectos devem serobservados na integração1G>2G?

� Como funcionam as primeirasplantas comerciais de etanol2G da América Latina?

� Quais são as opções definanciamentos e investimentosna produção de etanol 2G?

Fernando Cullen Sampaio, coordenador do evento

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Março 2014CANA LIVRE66

Presidente de usina vira chefe de cozinha,executivo participa de campeonato de motovelocidade e jornalista faz montanhismo

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

É difícil imaginar que um executivoque trabalha atrás de uma mesa deescritório tenha dons e talentos paraesportes de aventura, radicais ou mesmopara a culinária. No mercadosucroenergético talentos não faltam. Emuma pesquisa rápida o JornalCanadescobriu algumas habilidades que sedestacam nas horas vagas dessesempresários do segmento.

Volta e meia, Elias Fernando Vizzotto,presidente da Coopcana do Paraná, deixade lado seu paletó e seu traje mais formalpara adotar um visual curiosoprincipalmente nos finais de semana. “Àsvezes sou convidado por amigos paraauxiliá-los na culinária”, diz.

E foi exatamente isso que aconteceuno final do ano passado, quando umaempresa fornecedora do segmentoconvidou o executivo para ser o chefe decozinha da vez com um cardápio bemrefinado e tradicionalmente brasileiro. Nafoto, Vizzotto posa ao lado do anfitrião,Felipe Prata.

Tamanha é a criatividade e o gostopela culinária que Vizzotto lançou e atéregistrou o “Leitoa desossada à pururuca"como prato típico da cidade de Paraíso doNorte, onde reside atualmente.

Durante o evento realizado no interiorde São Paulo, Vizzotto preparou seu prato

típico e chamou a atenção dos convidados,principalmente pela aparência docardápio.

Leila Luchesi Milan, consultora devendas da ProCana Brasil, participou desseevento e aprovou o menu. “A aparênciados pratos e das saladas encheram meusolhos. Gostei de todos os saboresoferecidos, mas a picanha desossada estava

especial, com um tempero perfeito edelicioso. Até adotei as ideias criativas dochefe em casa”, lembra.

O executivo iniciou seu gosto pelacozinha na década de 1980 e o aprimoroudurante suas viagens nas competições deLaço Comprido, na qual já foi campeão eparticipa ativamente.

Segundo ele, o "Leitoa à pururuca"

além de prato típico de Paraíso, serve detema para a festa mais famosa da cidade,realizada em setembro: Festa da LeitoaDesossada de Paraíso do Norte. "Nessafesta arrecadamos fundos para entidadesbeneficentes da cidade. Gosto muito dessepassatempo. Sinto-me mais motivadoquando em conjunto com minha equipe,preparo a leitoa", diz.

DEPOIS DO EXPEDIENTE...

Pratos de

Elias

Fernando

Vizzotto

Elias Fernando

Vizzotto (à

direita) e um

de seus fãs na

cozinha, Felipe

Prata

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Março 2014CANA LIVRE68

Adrenalina, admiração, reflexão e sensação deliberdade. São alguns sentimentos que as montanhasdespertam no diretor da Conceito Comunic, GustavoJunqueira. Quem acompanha o dia a dia do empresáriodo setor de comunicação empresarial, que trabalha hámais de 20 anos com o segmento sucroenergético, nãoimagina que ele é um “aventureiro de carteirinha”. Nashoras de folga pratica o montanhismo, um tipo decaminhada ligada ao turismo ecológico.

Ele conta que desde criança as montanhas chamamsua atenção, seja pela beleza e imponência, seja pelodesafio que representam. “A montanha convida àreflexão, à transcendência e ao gosto pela aventura nanatureza em seu estado puro. É uma grande viagem parao próprio interior, onde a gente experimenta sensaçõesúnicas e valoriza coisas às quais normalmente não damosimportância na vida urbana: oxigênio, água ou umsimples descanso de 10 segundos para recuperar asforças. Assim, há mais de três décadas subo montanhasde todos os tamanhos, no Brasil e no exterior. É umesporte que realmente me seduz”, entusiasma-se.

Junqueira explica que para ser um montanhista, emprimeiro lugar é necessário gostar da montanha, danatureza, das belas paisagens e da sensação produzidapor elas. Além disso, precisa gostar de caminhar e não termedo do frio e do esforço físico. “Ter um bom preparofísico ajuda muito, e eu sempre me mantenho em formacom a natação, corrida e musculação. Estou com 47 anose preciso me cuidar ainda mais agora”, explica.

Sua maior aventura aconteceu em 2002 no

Aconcágua, na Argentina, a 6.960 metros de altura, opico mais alto da América do Sul. Em 2005 estevetambém no ponto mais alto da África, o Kilimanjaro, a5.950 metros de altura. Mais recentemente esteve nosvulcões do Equador (2008) e no Atacama (Chile) em2009 e em 2012.

O executivo sobe montanhas nos períodos de férias,feriados, finais de semana conciliando também com osmomentos de descanso dedicados à família. Este ano,Junqueira pretende ir à Cordilheira Branca do Peru comos filhos. “Já usei patrocínio para viajar, mas optei porfinanciar minhas próprias expedições. Não é umaatividade barata, mas ao longo do tempo adquirimos osequipamentos necessários e os custos passam a ser,basicamente, os de passagens aéreas, contratação deguias e logística nas montanhas. Nada que um bomplanejamento não possa superar. Viagens pelo Brasil ouAmérica do Sul são menos onerosas, mas expediçõespara montanhas altas no Himalaia possuem custos maisaltos. Nunca fui para lá, mas algum dia ainda conhecereiaqueles gigantes com mais de 8 mil metros de altura”,planeja.

Desde 1997, o empresário atua como assessor decomunicação da São Martinho e realizou a assessoria deimprensa de 17 edições da Fenasucro (de 1993 a 2011).“Nunca vivi do montanhismo. Provavelmente teria queabandonar minha profissão de jornalista e ganhar a vidaguiando expedições e buscando patrocínio para grandesdesafios, bem como ministrando palestras remuneradaspara empresas”, conclui. (AM)

O piracicabano Davi Lara Costa, de28 anos, descobriu sua paixão naadolescência e desde então, o atual diretorfinanceiro da Prolink Correntes, além detrabalhar na empresa da família, avançano seu hobby: a motovelocidade.

Costa começou a correr de moto com 14anos com motos de trilhas, em enduros emotocross. Aos 22 anos comprou suaprimeira moto para andar na rua, mas logoadquiriu uma superesportiva e começou aviajar com amigos. “Em 2010 resolvi fazeralguns cursos de pilotagem, e dois deles emInterlagos. Destaquei-me bastante e lámesmo conheci uma equipe de Campinasque realizava as competições no campeonatobrasileiro de motovelocidade”, lembra.

Em 2011 participou de uma corrida-teste na categoria amador e em 2012participou de seu primeiro campeonato nacategoria amador 1.000 cilindradas “Pro-Amador”. Nesse período, terminou o anoem terceiro lugar no Campeonato Paulistae em terceiro lugar no Brasileiro. Em2013, Costa acabou mudando de equipe ede campeonato, o “Moto1.000GP”. “Fizuma temporada muito boa na categoriaLight que também são motos de 1.000cilindradas e terminei o ano em terceirolugar no Paulista e quarto no Brasileiro.Em 2014, o campeonato começará no dia20 de abril. Continuo na mesma equipe, aJC Racing e na mesma categoria GP Light.Meu objetivo é chegar em primeiro lugar.

Vou treinar muito para isso”, antecipa. Costa tem uma rotina de duas horas de

treino diário na academia, além de correr epedalar nas horas vagas. “Geralmente levominha bicicleta no carro e já saiopedalando após o trabalho. Não treinotodos os finais de semana por questão decustos e também porque não há outra pistadisponível em São Paulo, somente a deInterlagos. Apenas em um final de semanano treino, a moto chega a consumir trêspares de pneus, pois há muita tração, uma

vez que na reta atingimos até 290 km porhora. Assim treino pelo menos uma vez pormês. Os custos dos treinos são altos porenvolver muitos detalhes, como aluguel dapista, deslocamento da moto, desgastes esempre com um mecânico acompanhando.E na semana da corrida, as pistas sãoliberadas para treinos, com um valor maisbaixo”, lembra.

Um dos sonhos de Davi Costa é que amotovelocidade se torne sua profissãoprincipal, mas para isso explica que precisa

se dedicar mais. “Quando estou na motosinto adrenalina, um grande prazer econsigo descarregar meu estresse todo deuma vez na corrida mensal da qualparticipo”. (AM)

Empresário se destaca na motovelocidade

Davi Lara Costa descobriu sua paixão por motos na adolescência

ASSESSOR DE IMPRENSA

PRATICA MONTANHISMO

Gustavo Junqueira, no Atacama, Chile, próximo ao

vulcão São Francisco, ao lado do amigo Luiz Guimarães

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Uma delas, resistente àbroca, deverá serlançada pelo Centro deTecnologia Canavieiraem 2017

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

O setor sucroenergético brasileirocontinua fazendo a sua parte e não parade anunciar novidades, mesmoenfrentando um momento deinstabilidades e incertezas – algumas delasgeradas inclusive pela falta de políticaspúblicas. Após comemorar grandesconquistas no desenvolvimento do etanol2G – a primeira planta industrial, para afabricação deste produto, está prestes a serinaugurada pela GranBio –, o setor jácomeça a celebrar os avanços na obtençãoda cana transgênica.

Existem boas novidades nessa áreatambém. O Centro de TecnologiaCanavieira (CTC) está programando para2017 o lançamento de sua primeiravariedade de cana transgênica, que seráresistente à broca (Diatraea saccharalis) –denominada de cana BT –, segundoinformações de Jorge Luis Donzelli,gerente de Pesquisa e Desenvolvimento

da empresa. Além disso, o CTC realiza estudos e

experimentos para o desenvolvimento dacana transgênica resistente à seca. “Aexpectativa é de que essa variedade estejano mercado em 2019”, afirma. Trabalhoscom plantas resistentes a herbicidas e commaior concentração de açúcar tambémestão sendo realizados pela empresa.

A Monsanto – detentora da marcaCanaVialis – pretende disponibilizar parao mercado, até o final da década, a suacana geneticamente modificada que vaioferecer proteção contra a broca da cana,combinada com a tolerância ao herbicida

glifosato (tecnologia Roundup Ready),melhorando assim o controle de plantasdaninhas na cultura por meio dabiotecnologia, revela Federico Tripodi,diretor comercial de cana-de-açúcar daempresa.

“Ao mitigar a pressão das pragas,assim como as infestações de plantasdaninhas, a cana transgênica podeaumentar a produtividade e diminuircustos de produção para as usinas”,observa. Essas variedades transgênicasaumentam a sustentabilidade na produçãoda cana, ressalta o diretor da Monsanto.

Outras empresas e instituições

também desenvolvem pesquisas nessaárea, como a Syngenta, EmbrapaAgroenergia e a Universidade Federal deSão Carlos (UFSCar), que integra a RedeInteruniversitária para o Desenvolvimentodo Setor Sucroenergético (Ridesa). Abiotecnologia pode, por meio datransgenia, introduzir genes queaumentem o teor de açúcar, por exemplo,e gerar ganhos em produtividade com autilização da mesma área, destacaMonalisa Sampaio Carneiro,pesquisadora do Programa deMelhoramento Genético da Cana-de-Açúcar (PMGCA), da UFSCar.

Pacote de cana transgênica chega até o final da década

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Variedades geneticamentemodificadas permitirão autilização de menor quantidade de recursos para a obtenção de maior produtividade

A cana transgênica deverá proporcionar diversosbenefícios para o setor. Barrar o avanço da broca noscanaviais, por exemplo, é uma conquista importante naincessante busca por aumento de produtividade eelevação da rentabilidade. De acordo com o CTC, ainfestação da praga representa a perda potencialestimada em R$ 370 por ha/ano. Além de reduzir orendimento agrícola, a broca afeta e qualidade damatéria-prima a ser industrializada. Em algumas regiões,como no Oeste Paulista, existem áreas que têm índice deinfestação de até 40%.

De acordo com a pesquisadora do Centro de Cana doIAC, Leila Dinardo-Miranda, a broca da cana vemaumentando há alguns anos em decorrência da colheitamecanizada de cana crua com resultados de "populações"ou infestações altas em algumas regiões. “A

descapitalização do setor contribuiu para a falta de umcontrole bem feito. Além disso, hoje há variedades maissuscetíveis, sem contar a colheita de cana crua quetambém contribuiu", detalha.

A obtenção de características desejadas na canageneticamente modificada não acontece da noite para odia. Em relação ao trabalho técnico-científico, há umprocesso detalhado, com várias etapas, que deve serconsolidado antes do lançamento de variedadetransgênica. No caso do desenvolvimento da canaresistente à broca do CTC, o projeto está na fase da casade vegetação (estufa), que é um estágio anterior aos testesem campo e análises regulatórias junto à ComissãoTécnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), esclareceJorge Donzelli.

As pesquisas relacionadas à transgenia no Centro deTecnologia Canavieira começaram em 1994. “São 20 anosde trabalho preocupados em desenvolver uma tecnologiaque permitirá o crescimento das lavouras de cana deforma sustentável, com utilização de menor quantidade derecursos para obtenção de maior produtividade”, afirma odiretor de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa.

O uso das variedades de cana-de-açúcargeneticamente modificadas viabilizará – enfatiza – aexpansão da cultura e a manutenção da posição do Brasilcomo um líder na produção de cana, açúcar, etanol eenergia. (RA)

Transgenia vai gerar benefícios e viabilizar expansão da cultura

Diversas dificuldades e questões precisamser equacionadas para o desenvolvimento e olançamento de variedades transgênicas.“Existe um desafio técnico maior que nasdemais culturas, como milho e soja, porexemplo, uma vez que a cana possui um DNAmuito mais complexo. Além disso, a cana-de-açúcar não possui uma multiplicação viasemente e é uma cultura longa, semi-perene, oque torna o processo de pesquisa mais longo”,diz o gerente de Pesquisa e Desenvolvimentodo CTC. Segundo Federico Tripodi, daMonsanto, o maior desafio, nessa área, é aregulamentação nacional e internacional.“Uma vez que o Brasil é responsável por

aproximadamente 50% da exportaçãomundial de açúcar, precisamos obter aliberação de uso tanto localmente quanto paraos países importadores”, comenta.

Para o engenheiro agrônomo HugoBruno Correa Molinari, pesquisador daEmbrapa Agroenergia, empresas públicas,privadas e a própria academia devem unir-se àCTNBio para estabelecer melhores modelospara a aprovação comercial da cana-de-açúcargeneticamente modificada. “Sem sombra dedúvidas, estes modelos serão chave paramanter e aumentar a participação da culturano setor de energia e alimentos no Brasil”,ressalta. (RA)

As parcerias são consideradasestratégicas, em diversos casos, paraencurtar caminhos no desenvolvimentoda cana transgênica. O Centro deTecnologia Canavieira, por exemplo,possui projetos em parceria com aEmbrapa e também com empresas comoBasf e Bayer, que são responsáveis porfornecer genes para as pesquisas do CTC,informa Jorge Donzeli.

Um contrato firmado com a Empresade Pesquisa Agropecuária permitiráexplorar – detalha – nos bancos de dadosda Embrapa e do CTC os promotores degenes que possam auxiliar na

transformação e sejam mais adequadosao cultivo da cana-de-açúcar.

Com a alta capacitação de pesquisaoferecida pela Embrapa, a descoberta denovos promotores irá gerar maioreficiência na transformação da cana-de-açúcar, fazendo com que ela seja maisassertiva. “A ideia é inserir na cana-de-açúcar genes que aprimorem umavariedade já considerada boa, fazendocom que ela seja altamente produtiva.Esse novo gene dará a ela umacaracterística ainda melhor do ponto devista de manejo e mais completa do pontode vista de aplicação”, afirma. (RA)

Lançamento de variedadesexige superação de desafios

Parcerias elevam eficiência nodesenvolvimento de pesquisas

Jorge Donzelli: pesquisa em

estágio anterior aos testes de campo

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A avaliação da cana transgênica jáestá extrapolando laboratórios e casas devegetação. Alguns testes realizados nocampo pela Monsanto demonstraram forteproteção a insetos do materialgeneticamente modificado que está sendodesenvolvido pela empresa, revela FedericoTripodi. Além disso, testes de campo paraseleção de eventos estão em andamentodesde 2012, informa.

“Em janeiro de 2013, nossa pesquisade cana transgênica com proteção contrainsetos e tolerância ao herbicida glifosatoavançou para a fase 2 na linha dedesenvolvimento de produtos Monsanto,

que consiste em transformação em largaescala e testes em campo”, detalha odiretor comercial de cana-de-açúcar daempresa.

Segundo ele, existe grande expectativaem relação ao lançamento desta variedadegeneticamente modificada. “Estamosansiosos para colaborar com a indústriacanavieira para levar os benefícios desseproduto ao mercado no futuro”, enfatiza.

A Embrapa Agroenergia, que tambémrealiza pesquisas voltadas aodesenvolvimento da cana transgênica,obteve da Comissão Técnica Nacional deBiossegurança (CTNBio) autorização para

a multiplicação dos eventos, ou seja, dasplantas testadas e aprovadas em casas devegetação, visando a produção de mudasno campo. Essa etapa do experimento estásendo realizada em parceria com o Centrode Tecnologia Canavieira.

O foco da pesquisa da EmbrapaAgroenergia é a avaliação do geneDREB2A, validado em provas de conceito,realizadas em plantas modelos pelo JapanInternational Research Center forAgricultural Sciences (Jircas), também umdos parceiros da Embrapa nesse projeto.Esse gene apresenta tolerância à seca, entreoutras características. Os ensaios com

multiplicação de mudas precedem oplantio experimental dessa canatransgênica no campo, que deverá seriniciado até o final ano, segundo HugoMolinari, pesquisador da EmbrapaAgroenergia e coordenador do projeto.

Na avaliação dele, não deverá haverproblemas de aprovação do CTNBio para arealização dessa nova fase da pesquisa.Não adiantaria nada a liberação damultiplicação de mudas no campo se aComissão de Biossegurança não autorizarexperimentos com o plantio dessa cana,comenta. A ideia é avaliar o material emtrês ciclos (cana planta e duas socas). (RA)

Resistência de variedade transgênica a insetos é maiorFederico Tripodi: experimentos no campo já começaram

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Março 2014 SAÚDE & SEGURANÇA 73

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Os ambientes de trabalho do campo eda indústria sucroenergética são umacaixinha de surpresas. Para evitar certassurpresas indesejáveis como acidentes épreciso lançar mão de uma ferramentaeficaz que nem sempre é colocada emprática: a Análise Preliminar de Riscos, umtipo de estudo dos riscos utilizado paraprevenir acidentes. Para João Augusto deSouza, diretor executivo do GSO - Grupode Saúde Ocupacional da Agroindústria, osetor tem dificuldade nesse aspecto e aindatrabalha em cima das consequências e nãona origem do problema.

Segundo o profissional, a atividade decolheita mecanizada por exemplo, por serpraticada a céu aberto é uma preocupação,apesar de toda tecnologia dos caminhões ecolhedoras. “Infelizmente há riscos deimproviso ou até por não querer perdertempo na viagem”, analisa.

Um assunto muito discutido naEuropa, que entrará na pauta do setor esseano, é a situação dos riscos emergentes. Osriscos profissionais novos e emergentespodem ser causados por inovações técnicasou por mudanças sociais ou

organizacionais, como: novas condições detrabalho, por exemplo cargas de trabalhomais elevadas, intensificação das tarefas

devido à restrição de efetivos, máscondições associadas à migração laboralentre outros.

Para Souza, outro aspecto apontadono estudo europeu está relacionado aoaumento da temperatura mundial. “Ocalor influencia o comportamento físico,psicológico por isso detectou-seproblemas relacionados à saúde dotrabalhador em ambientes mais quentes,que resultaram em acidentes”, lembra.

Outro ponto discutido é o trabalhodos jovens e dos profissionais de meiaidade. “Os jovens que passam peloprocesso do primeiro empregonecessitam de um amadurecimento,experiência e de um trabalho com aansiedade para evitar acidentes. Já osmais “experientes”, após os 45 anos,precisam de atenção especial devido odeclínio natural físico e psicológico quepode também resultar em acidentes”.

O último ponto está relacionado aodiagnóstico de saúde e segurança notrabalho. “Analisando várias notificaçõese autuações, concluiu-se que a maioriapoderia ter sido evitada se a empresativesse realizado um minuciosolevantamento, um diagnóstico,considerando determinações elementarescontidas nas Normas e no simples bomsenso operacional”, conclui oprofissional.

Prevenir ainda é

o melhor remédio

Ambientes mais quentes podem levar a acidentes

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Março 2014SUSTENTABILIDADE74

Inscrições de cases do Prêmio BestBIO 2014 estão abertasRibeirão Preto sediará 3ªedição da premiação nodia 18 de setembro

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Já estão abertas as inscrições doscases participantes da 3ª edição doPrêmio BestBIO, evento que reconhece asmelhores empresas e profissionais dabioeconomia brasileira, promovido pelaProCana Brasil. A edição 2014 doBestBIO está com muitas novidades.Além de ser o evento social deencerramento do Fórum ProCana deSustentabilidade no Agronegócio, serárealizado pela primeira vez em RibeirãoPreto/SP. Os dois eventos acontecerão nodia 18 de setembro, no Mont BlancPremium Flat.

O BestBIO 2014 irá destacar os casese profissionais do país nas áreas debiocombustíveis, bioenergia,bioeletricidade, biotecnologia eresponsabilidade ambiental eempresarial.

Para Josias Messias, presidente daProCana Brasil, o evento é umaoportunidade para o setorsucroenergético mostrar a importância dabioenergia no país. “As usinas eempresas relacionadas ao segmento

devem participar para mostrar essa força,ressaltar os investimentos e a tecnologiaempregada. Mostrar que existe uma açãomaior, não apenas do ponto de vistasocioeconômico, mas também ambientale estratégico para o país”, lembra.

No ano passado, Alfred Szwarc,consultor de emissões e tecnologia daUnica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar conquistou o prêmio de “Man OfThe Year” na categoria“Biocombustíveis”. O executivo ficoulisonjeado em receber a homenagem, quedividiu com todos os companheiros daUnica. “É um tema importante, quetratamos com muito prazer. Defender osbiocombustíveis não é um trabalho, massim, uma missão”, revelou.

O BestBIO está sendo apoiado pelaUNICA (União da Indústria de Cana-de-açúcar), APLA (Arranjo Produtivo Localdo Álcool), ANACE (Associação Nacionaldos Consumidores de Energia), CBCN(Centro Brasileiro para Conservação daNatureza e DesenvolvimentoSustentável), RENABIO (Rede Nacionalde Biomassa para Energia) e SBAG(Sociedade Brasileira deAgrosilvicultura).

Sobre o Fórum - O Fórum ProCanade Sustentabilidade no Agronegócioobjetiva discutir assuntos relevantes paraa atividade sucroenergética.

Mais informações através do email:[email protected].

Alfred Szwarc, “Man Of The Year” em “Biocombustíveis”, na edição 2013

Premiados em 2013

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Março 2014DESTAQUES DO SETOR76

Por Fábio Rodrigues – [email protected]

Destaque-seSugestões de divulgação de lançamento de produtos, informativos, anúncios de contratações epromoções de executivos e demais notas corporativasou empresariais devem ser enviadas a FábioRodrigues, email: [email protected]

Planeta Massey Ferguson

O município de Santa Cruz do RioPardo sediou, de 11 a 14 de fevereiro, oPlaneta Massey Ferguson, iniciativa queleva as principais tecnologias desenvolvidaspela marca ao interior do Brasil. Nos dias18 a 21 de fevereiro foi a vez da cidade deItaí receber o projeto que evidência assoluções criadas pela Massey Fergusonpara a lavoura. Em um espaçoespecialmente montado, os produtorestiveram a oportunidade de fazer o test driveos tratores da série MF 8600.

Idealizado para reforçar aproximidade da fábrica com o produtorrural brasileiro, o Planeta Massey Fergusondeve levar sua estrutura para mais de 30regiões em 2014. Para o diretor comercialda Massey Ferguson Carlito Eckert, oevento é o momento ideal para apresentaraos empresários do campo e toda a gamade fornecedores e prestadores de serviçoque fazem parte da cadeia produtiva opacote de tecnologia embarcada nosprodutos da marca. “A busca por tratoresmaiores e mais robustos associado ao usocorreto da tecnologia proporcionam aoagricultor uma redução de custos deprodução, maior eficiência e rentabilidadeno campo”, explica. Eckert.

Equipamentoeconomiza de5% a 15% amais de energia

A multinacional dinamarquesaDanfoss, lança no Brasil o VLT®Drive Motor FCP 106, conversorde frequência aplicável emqualquer tipo de motor. Oequipamento possui diversasfunções standard para bombas eventiladores e oferece controleeficiente para motores na faixa de0,55 – 22 kW. Indicado parausuários finais e fabricantes demáquinas, o drive pode seraplicado diretamente sobre o motorpor meio de uma placa deadaptação. Deste modo, dispensa anecessidade de painéis e reduzsignificativamente os custos comcabos.

Segundo a empresa, o novoconversor de frequência possibilitaprojetos otimizados dos sistemaspara suas aplicações. Uma vezconectado ao motor, o driveautomaticamente determina osparâmetros necessários paraoperação estável e de altaeficiência energética. Possuitambém funções inteligentes comoa Otimização Automática deEnergia, que possibilita ganhosentre 5 a 15% adicionais emeconomia de energia, dependendodo regime da carga do motor.

Carlito Eckert, diretor

comercial da Massey Ferguson

A construção de duas fábricas no Brasil foi anunciada pela John Deere no dia 11de fevereiro, na cidade de Indaiatuba, SP. Juntas as duas fábricas devem criar 600empregos diretos e 1800 indiretos e vão impulsionar a transferência de tecnologia e aqualificação de mão de obra na região.

O investimento total para a construção das duas fábricas foi deaproximadamente US$ 180 milhões, dos quais US$ 124 milhões foram investidos pelaDeere e o restante pela Hitachi. Parceiras desde 1988, Deere e Hitachi têm a relaçãomais longa de empreendimento conjunto da indústria de equipamentos deconstrução. No Brasil, a joint-venture vai reforçar ainda mais a oferta de produtos aomercado.

“O potencial de investimentos em infraestrutura é muito alto no País, o que nosdeixa confiantes no sucesso desse empreendimento”, diz Michael Mack, presidentemundial da divisão de Construção e Florestal da John Deere. “A John Deere vemcrescendo muito na América Latina nos últimos anos e a inauguração das fábricas émais uma grande conquista para nós.”

John Deere anuncia construção de duas fábricas

A Okubo Mercantil,empresa de capital privadosediada em Ribeirão Preto,interior de São Paulo, possuimais de 40 anos de mercado.Nestes, buscar oferecer soluçõescompletas e específicas emcoberturas flexíveis diversas,elevação e fixação de cargas.

De acordo com JoséEduardo Prudêncio, supervisortécnico na divisão de coberturasda empresa, as novas exigênciasprevistas em lei precisam serobservadas com atenção. “A recenteresolução do Contran - Conselho Nacionalde Trânsito, de número 441, vigorada nodia 28/05/2013, adverte que todos osveículos que transportam materiais agranel devem estar equipados com telas oulonas para evitar o derramamento defragmentos sobre a via. Para o setorsucroenergético, já existe uma nova

tecnologia em telas, confeccionadas empoliéster, revestidas com PVC flexível etratamento ANTI-UVA e UVB, quegarantem maior vida útil do material esegurança para a carga”.

A Okubo Mercantil atende todo o setorsucroenergético, além dos segmentos demineração, construção civil,transportadoras, entre outros.

Telas de alta resistência

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Para a Cohybra, amanutenção preventiva éuma decisão inteligente quea maioria das usinas,destilarias e proprietários demáquinas agrícolas optampor fazer na entressafra.Apesar de muitos julgaremcomo um custodesnecessário, preferindoremediar a manutençãosomente quando a máquinaapresenta algum problemadurante a safra, pesquisascom vários proprietários decolhedoras indicam que o custo demanutenção na safra é reduzido de 25% a30%, isso dado ao fato de que umamanutenção preventiva que costuma seralgo mais básico como a troca de vedaçõesno caso da hidráulica do equipamento, podeevitar danos maiores pelo agravamento dodesgaste. Entre os cuidados especiais maisimportantes da entressafra temos: troca devedações de bombas, motores e cilindroshidráulicos, verificação de chicotes elétricos,correias e correntes, motor diesel, filtros deóleo e ar, sistema de arrefecimento, bateria,lubrificação, entre outros. Esta economia émaior ainda se comparado ao enorme custo

de oportunidade que uma colhedoraparada, aguardando manutenção no meioda safra, possui.

A Cohybra por mais um ano estápronta para orientar usinas quanto amanutenção hidráulica preventiva, comequipamentos de última geração para aferiras reais necessidades de manutenção. Assimo proprietário de colhedora terá certeza quesó irá gastar com revisões se realmenteforem necessárias.

Cohybra16 3041.2225www.cohybra.com.br

Manutenção preventiva, custo que gera resultado

Galleria New Holland é inaugurada e reforça

proximidade da marca com agriculturaA Galleria New Holland, um dos mais

modernos e funcionais ambientes denegócios da marca no mundo, foioficialmente inaugurada hoje (23), com apresença do governador do Paraná, BetoRicha. Localizada na fábrica da marca emCuritiba, o espaço impressionou osconvidados pela estrutura, conforto esofisticação.

Vice-presidente da New Holland para aAmérica Latina, Alessandro Maritanodestacou alguns diferenciais da obra. “Aarquitetura segue o conceito dos principaisprojetos do grupo pelo mundo, e o espaçodispõe de ampla infraestrutura, que incluisala de treinamento, salas de negócios e umgrande showroom para a exposição demáquinas”.

Acompanhado do secretário dePlanejamento e Coordenação Geral doEstado, Cássio Taniguchi, o governador BetoRicha lembrou que a New Holland foi aprimeira indústria a se instalar no DistritoIndustrial de Curitiba, na década de 1970, oque respalda ainda mais o investimento emuma área moderna como a Galleria.“Quando fui convidado para a inauguração,prontamente aceitei o convite por entenderque é importante ao Paraná as mudançasque estão acontecendo e por se tratar de umaempresa de porte e conceito mundial. Ficofeliz por estar vendo o crescimento industrial

do nosso Estado”.Para Valentino Rizzioli, presidente da

Case New Holland Latin America e vice-presidente executivo da Fiat do Brasil, o novoespaço é um diferencial “sem precedentes”.

“Teremos a oportunidade de receber clientese parceiros na nossa casa com ainda maisconforto, comodidade e facilidade. Este é uminvestimento que amplia os nossos laços como Paraná. Estamos produzindo aqui há

quase quatro décadas”.

New Holland0800 111.1111www.newholland.com.br

Paraná, Edivaldo, Alex e Cleiton, da Cohybra

Diretores da New Holland e autoridades estiveram presentes

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O exclusivo sistema de filtragem bypass dasérie Parker Absolute proporciona aumento davida útil do óleo podendo o mesmo ser aplicadono segmento automotivo, aviação e emequipamentos industriais, tais como: prensasmecânicas e hidráulicas, injetoras, máquinas deconstrução, centros de usinagem e sistemas offline, resultando em uma filtragem de altaperformance, protegendo filtros primários ereduzindo os custos gerais de manutenção.

A linha Parker Absolute utiliza umexclusivo sistema de filtragem de óleo quecoloca em prática vários princípios emecanismos teóricos da filtração: baixa vazão,baixa pressão e filtragem axial, combinadacom um material de celulose especialbobinado, unindo a microfiltração e a filtraçãopor profundidade, permitindo alcançar amáxima eficiência.

O design bobinado do elemento permiteao óleo fluir através dos 114mm de meiofiltrante — elementos tradicionais possuem2mm — e a passar por 3 fases de filtraçãodiferentes. Na primeira etapa são retidas aspartículas maiores, as partículasintermediárias ficam retidas ao longo doelemento, e as partículas ainda menores ficamretidas na parte inferior comprimida do filtro.

Parker Hannifin12 4009.3591www.parker.com

Sistema possui alta capacidadeem filtração de óleo

A remoção progressiva do partículadoresulta em uma elevada capacidade deretenção de impurezas, remoção de resinase de produtos oriundos da oxidação; aliadaà remoção da água, a aplicação do filtrobypass traz grandes beneficios àmanutenção de sistemas hidráulicos.Dentre as características e benefícios estão:remoção de cerca de 99% doscontaminantes sólidos, redução deconcentração de água para uma taxa menordo que 100 ppm, retenção de até 200 ml deágua livre, eliminação de resinas e agentesoxidantes, aumento de vida útil doscomponentes hidráulicos, reduçãosignificante de consumo de óleo e custoscom descarte.

Além disto, o Sistema reduz o tempo

de parada, o custo operacional e aumenta amargem de lucro, com uma médiadisponível de 3, 5 e 10 micra.

Parker Hannifin12 4009.3591www.parker.com

Retenção de impurezas

Filtragem bypass

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Brumazi fornece sistema

de recepção de cana

picada para Grupo Guarani

Recepção de cana picada na Usina Santo Antonio

Para atender ao setor sucroenergéticoem todas as suas necessidades, a Brumazibusca constantemente inovaçõestecnológicas. A empresa está instalando doissistemas de recepção de cana picada para aUsina Guarani Unidade Tanabi e Vertente.

De acordo com o ProtocoloAgroambiental do Setor Sucroalcooleiro,assinado pela UNICA (União das Indústriasde Cana-de-Açúcar) e o Governo do Estadode São Paulo, foram antecipados os prazoslegais para o fim da queimada da cana-de-açúcar.

A queimada da cana é vista como ummalefício para o meio ambiente, poisprejudica a saúde da população, além deemitir gases tóxicos para a atmosfera. Masisso está mudando com a mecanização dacolheita.

Já que a tendência é a recepção de canapicada, a Brumazi tem estrutura e know-how para fornecer um Sistema de Recepção,como os que estão sendo instalados nasduas unidades do Grupo Guarani.

“Este sistema é projetado e fabricadode maneira específica, dependendo danecessidade do cliente e, neste caso,dispensando a utilização da mesa, para

receber apenas cana picada”, explica RafaelSantos, Supervisor de Vendas da Brumazi.

A Guarani é a terceira maiorprocessadora de cana-de-açúcar e a terceiramaior produtora de açúcar e etanol doBrasil, com uma capacidade para processar20 milhões de toneladas de cana-de-açúcar eproduzir 1,9 milhão de toneladas de açúcar,860 000 m³ de etanol e 400 GW/h deenergia, para comercialização.

Além disso, a Guarani é uma empresapreocupada com a sustentabilidade tantoambiental quanto econômica e social,envolvendo-se em projetos que beneficiam acomunidade.

Ainda segundo Rafael, a experiência daBrumazi no setor e os grandesfornecimentos que realizam comprovam aqualidade e a eficiência do produto. Estemesmo Sistema de Recepção de CanaPicada já foi produzido, entregue e instaladocom sucesso na Usina Santo Antonio,localizada em Sertãozinho, SP, epertencente ao Grupo Balbo.

Brumazi16 3946.8777www.brumazi.com.br

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A NSK acaba deapresentar duas novidadesque aumentam a segurançanas operações demontagem de rolamentosnos equipamentos dasusinas produtoras de álcoole açúcar. Tratam-se deCaixas para rolamentos eFerramentas de Montagem.

As ferramentas deimpacto da NSK facilitam ainstalação de rolamentos depequeno e médio portes nosequipamentos industriais.Elas permitem que a cargaaplicada seja efetivamentedistribuída ao longo de toda acircunferência do anel a ser montado,evitando avarias e garantindo a instalaçãoadequada de rolamentos, polias, redutores,buchas e engrenagens.

As caixas para rolamentos de altaperformance Séries SNN e SD são a maisrecente evolução tecnológica da NSK;apresentam elevada rigidez e facilidade demanuseio e são específicas para ainstalação de rolamentosautocompensadores.

Fabricadas em ferro fundido cinzentograu 200, possuem alta rigidez e podem ser

utilizadas tanto para rolamentosautocompensadores de esferas das séries12xxK, 22xxK e 23xxK quanto pararolamentos autocompensadores de rolosesféricos das séries 222xxK e 223xxK.Acessórios como vedações, buchas e porcasde fixação complementam o produto epodem ser adquiridos separadamente. Maisinformações pelo e-mail: [email protected].

NSK Rolamentos11 3269.4770www.nsk.com.br

Manutenção de equipamentosevolui com novas ferramentas

Há 13 anos no mercado, a Neobrax é aúnica fabricante no Brasil que possui oprincípio ativo clorexdina, um potenteantibacteriano. Desde 2003, o setorsucroenergético conta com o Neocann,produto que age no controle bacteriano noprocesso de fermentação alcoólica.

O produto ganhou força em 2009,quando surgiu a discussão sobre o uso deantibióticos (monensina) no processo desecagem da levedura para a alimentaçãoanimal. Isso porque o princípio ativo usadono Neocann possui autorização do Mapa —Ministério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento, fato que chamou a atençãodas usinas que secam a levedura.

No mesmo ano foi lançada uma linha deprodutos biorremediadores para o tratamentodas lagoas de vinhaça e águas residuais. Oobjetivo é eliminar os maus odores, proteínas,graxas, gorduras, e com isso, diminuir aformação de lodo nos pontos citados. Ajunção destes benefícios gera melhor limpezae economiza tempo no final da safra, já quenão é preciso se preocupar com o tratamentodo local. “Eliminamos ao menos 50% dossobrenadantes, que viram lodo. Com isso,temos menos gastos com mão de obra,diminui a utilização de trator, o que geraeconomia com o óleo diesel, ou seja, não é sóa questão do meio ambiente, mas financeira

também”, explica o diretor comercialGuillermo Lusardi. A empresa tambémpossui o Neobiodine, registrado na Anvisa,para o tratamento de água das torres deesfriamento, largamente usado há mais de 10anos em outros segmentos, com atividadecomo: algicida, bactericida, fungicida e nãocorrosivo, substituindo o uso de 4 produtos.

A empresa conta também com aditivosbiológicos para a compostagem da torta defiltro e/ou bagaço de cana, acelerando adecomposição no processo para 35 dias,disponibilizando os nutrientes necessáriospara o solo.

Neobrax11 2305.3000www.neobrax.com.br

Potência de antibacteriano levaNeobrax a ampliar espaço no setor

Guillermo Lusardi, diretor

comercial da Neobrax

Caixa para rolamentos

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Sherwin-Williams Sumaré

firma parceria com GemeaA Sherwin-Williams, unidade

Sumaré, referência nacional nafabricação de tintas e revestimentos parao setor industrial, firmou parceria com oGemea, Grupo de Estudo deMaximização da EficiênciaAgroindustrial do Setor Sucroalcooleiro,considerado uma das principaisferramentas de desenvolvimento técnicoe comportamental do segmento.

A companhia apresentará duaspalestras por ano durante os encontrosmensais do grupo. A primeira ocorreuem fevereiro, em Goiânia, GO. ASherwin-Williams foi representada porCelso Gnecco, gerente de treinamentotécnico e engenheiro químico com maisde 40 anos de experiência, que falousobre “Solução para RevestimentoInterno de Desaerador”.

A caldeira é fundamental para ofuncionamento de uma usina de açúcarou de etanol. Entretanto, a água usadapara produzir vapor é contaminada comgás carbônico e oxigênio. SegundoGnecco, o desaerador serve paraeliminar esses gases corrosivos docircuito. “Esse equipamento evita acorrosão da caldeira. Ele poderia serconstruído em aço inox, mas seria muitocaro. Uma alternativa seria a construçãoem aço carbono e revestimento por

pintura. Porém, as tintas comuns nãoresistem a condições de temperaturaelevada e calor úmido. Como propostade solução, a Sherwin-Williams Sumaréapresenta um revestimento anticorrosivochamado Cor Cote HT, um epóxinovolac que é capaz de suportartemperaturas de até 218°C - calor seco eaté 110°C – calor úmido — vapor eimersão em água. Além de resolver oproblema, o custo final do equipamentofica mais baixo”, explica.

SOBRE A SHERWIN-WILLIAMSA Sherwin-Williams está presente no

Brasil há quase 70 anos com o objetivode trazer ao mercado as melhores opçõesem revestimento e proteção com tintaspara as mais diversas finalidades. Aempresa atua tanto no segmentoimobiliário, quanto industrial eautomotivo, sempre com produtosreconhecidos por sua durabilidade,qualidade e inovação. Entre suasprincipais marcas estão Metalatex,Novacor, Kem Tone, Aquacryl, Colorgine Sumaré, amplamente reconhecidas porformadores de opinião e consumidores.

Sherwin-Williams Sumaré19 2122.8826www.tintassumare.com.br Celso Gnecco, gerente de treinamento técnico e engenheiro químico

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O Brasil é o maior produtor mundialde cana-de-açúcar, maior produtor econsumidor mundial de álcool e o maiorexportador de açúcar. Os números destesistema agroindustrial são sempre na casados bilhões. Nos últimos anos, o número deusinas tem aumentado no País, e com isso,a preocupação com o impacto ambiental.

Dessa maneira, a mecanização dacolheita da cana-de-açúcar, se torna cadavez mais necessária, para diminuir asqueimadas prejudiciais à saúde humana eambiental. Não é novidade para osprofissionais do setor sucroenergético asoperações non- stop de corte,carregamento e transporte (CCT) da cana-de-açúcar.

Vieram os problemas com incêndio.No caso de colhedoras de cana-de-açúcar,pá-carregadeira (bagacinho) e transbordos,os principais fatores que contribuem para orisco de incêndio são: acúmulo de resíduos

da colheita (material combustível) em tornodo motor e do sistema de exaustão, que sãofontes de calor e soma-se a isso oarmazenamento de algumas centenas delitros de líquidos inflamáveis (diesel e óleohidráulico).

Tais incêndios, iniciados nos motoresdas colheitadeiras, muitas vezes seespalham pela plantação, provocandograndes perdas para os produtores, alémdo prejuízo com as máquinas que por vezespodem apresentar perda total.

Dessa maneira, a utilização doSistema Contra Incêndio em máquinasagrícolas, se torna imprescindível para obom andamento das colheitas, evitando aperda das Máquinas e plantaçõesresolvendo cerca de 90% desses problemas.

Sysmak — Produtos Hidroforce17 3011.7414www.sysmak.com.br

A Dispan oferece soluções emestruturas metálicas para passagem decabos de energia. A empresa possui 26anos de tradição e experiência nodesenvolvimento de eletrocalhas,perfilados, leitos e aramados. Localizadaem um parque fabril com mais de 10.000m² na cidade de Nova Odessa, cerca de100 km da capital paulistana, a empresadisponibiliza seus produtos para todoterritório nacional através de seusrepresentantes comerciais.

Além de uma forte estrutura fabril ede distribuição, a Dispan possui umdepartamento técnico com engenheiros eprojetistas que não só trabalham nodesenvolvimento de novos produtos e naassessoria técnica, mas também dão o

suporte necessário para garantir que omaterial fabricado seja utilizado de formacorreta. Grandes empresas do setorsucroalcooleiro já contaram com assoluções da Dispan: ETH Bioenergia,Grupo Ipiranga, Noble Group, Cosan,Grupo Batatais e Guarani são algumasdelas.

Toda qualidade e eficiência que aDispan oferece são comprovadas pelascertificações que possui. A empresa écertificada pela ISO 9001, tem CertificadoONIP e obteve o Prêmio de Qualidade2014.

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Produtos Dispan oferecemresistência e versatilidade

Sistema de combate a incêndio é imprescindível

Soluções em eletrocalhas, perfilados, leitos e aramados

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