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José Laudelino Azzolin Tatiane Antonovz Contabilidade e Análise de Custos IESDE Brasil S.A. Curitiba 2013

José Laudelino Azzolin Tatiane Antonovz · volume e do lucro, com a finalidade de proceder à análise do resultado econômico e da decom-posição do custo e a importância de promover

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José Laudelino Azzolin Tatiane Antonovz

Contabilidade e Análise de Custos

IESDE Brasil S.A.Curitiba

2013

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CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ _______________________________________________________________________________A998c Azzolin, José Laudelino Contabilidade e análise de custos / José Laudelino Azzolin, Tatiane Antonovz. - Curiti-ba, PR : IESDE, Brasil, 2013. 362 p. : 24 cm Inclui bibliografia ISBN 978-85-387-3036-1 1. Contabilidade. I. Antonovz, Tatiane. II. Título.

13-0871. CDD: 657 CDU: 657

07.02.13 08.02.13 042698 _______________________________________________________________________________

© 2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

Capa: IESDE Brasil S.A.

Imagem da capa: Shutterstock

IESDE Brasil S.A.Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br

Todos os direitos reservados.

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José Laudelino Azzolin

Tatiane Antonovz

Mestre em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Especia-lista em Metodologia do Ensino Superior pela Escola de Administração Fazendária (ESAF). Es-pecialista em Administração Tributária pela ESAF. Bacharel em Ciências Econômicas pela Fun-dação de Estudos de Ciências Sociais (FESP). Professor universitário e auditor.

Mestre em Contabilidade pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Bacharel em Ciên-cias Contábeis pela UFPR. Desempenhou fun-ções de analista contábil na empresa Exxon-Mobil e Kraft Foods. Atua como professora na Faculdade Estácio de Curitiba, nas matérias de Laboratório Contábil, Auditoria, Perícia, Custos e Contabilidade Básica. Atua também como coordenadora-adjunta na Faculdade Estácio de Curitiba.

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

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15 | Introdução

15 | História e evolução da Contabilidade de Custos

19 | A Contabilidade: financeira X gerencial

20 | Contabilidade de Custos

23 | Terminologia em custos

25 | Terminologia comum para as Contabilidades Financeira e de Custos

26 | Esquema básico da Contabilidade de Custos

28 | Campo de aplicação

29 | Conclusão

Esquema básico da contabilidade de custos 43

43 | Introdução

43 | Contabilidade Financeira e de Custos

46 | Contabilidade de Custos

50 | Etapas do processo produtivo

Materiais como componentes de custos 57

57 | Introdução

57 | Processo de fabricação

59 | Elementos do custo dos materiais

60 | Métodos de controle dos inventários

61 | Estoques

63 | Critérios de avaliação dos estoques

68 | Outros métodos de avaliação dos estoques

71 | Curva ABC

72 | Conclusão

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Mão de obra como componente de custos 87

87 | Introdução

87 | Apontadoria e folha de pagamento

90 | Os custos da mão de obra

93 | Confronto entre empregado e empregador

94 | Preparação da folha de pagamento

95 | Composição dos encargos – para uma empresa de grande porte

100 | Composição dos encargos – para uma empresa de pequeno porte

104 | Composição dos encargos – para empresas enquadradas no sistema simplificado

107 | Exemplos de cálculos de custos de mão de obra

109 | Conclusão

Custos indiretos de fabricação

121

121 | Introdução

121 | Composição dos custos indiretos de fabricação

124 | Estabelecimento de critérios de rateio

Departamentalização

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141 | Introdução

143 | Por que departamentalizar?

144 | Esquema completo da contabilidade de custos

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Custeio por ordem ou encomenda

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159 | Introdução

160 | Ordem de produção versus produção por processo

164 | Natureza da contabilidade de ordem de produção

165 | Características da contabilidade da ordem de produção

166 | Formulário da ordem de produção

166 | Contabilização do material

167 | Contabilização da mão de obra

168 | Avaliação dos produtos em processo

Produção por processo ou em série

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179 | Introdução

179 | Controle de custos por processo

180 | Comparação entre custos por ordem e processo

183 | Determinação do custo de produção

186 | Equivalência de produção

189 | Perdas ou estragos

190 | Conclusão

Custos conjuntos

203

203 | Introdução

203 | Produção conjunta

205 | Produtos conjuntos ou coprodutos

206 | Subprodutos

208 | Sucatas

209 | Determinação dos custos

211 | Volumes produzidos

213 | Conclusão

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Custo-padrão

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223 | Introdução

223 | Custo-padrão

226 | As vantagens do custo-padrão

228 | O estabelecimento dos padrões

233 | Análise das variações

238 | Conclusão

Custeio por atividade (CBA ou ABC)

251

251 | Introdução

251 | Os novos paradigmas

254 | ABB/ABM/ABC

265 | Conclusão

Análise do custo, volume e lucro

279

279 | Introdução

279 | Custeio direto e por absorção

285 | A análise do ponto de equilíbrio

291 | Margem de segurança

293 | Limitações à análise

296 | Conclusão

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Formação de preço de venda

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307 | Introdução

307 | Aspectos gerais da formação de preços

Custo de oportunidade e preço-meta

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325 | Introdução

326 | Custo de oportunidade

327 | Custeio por metas

330 | Custo imputado

331 | Fixação do preço

332 | Custos perdidos (sunk costs)

334 | Conclusão

Custos para decisão

339

339 | Introdução

339 | O orçamento

340 | Planejamento orçamentário

341 | Aplicação de um modelo orçamentário

344 | O orçamento no planejamento e controle financeiro

345 | Implantação de um orçamento empresarial

346 | Orçamento – caso prático

352 | Conclusão

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Apresentação Contabilidade e A

nálise de Custos

O registro de informações sobre as transações co-merciais existe desde a época em que as pesso-as se utilizavam do sistema de trocas e, segundo historiadores, existem evidências de registros contábeis há milhares de anos, remontando às antigas civilizações. O indicador de sucesso de um empreendimento era facilmente medido: o empresário deveria ganhar mais dinheiro com as vendas do que com os valores que pagava aos fornecedores.Com o advento das indústrias, a partir do século XVIII, porém, surgiu a necessidade de uma apuração mais detalhada do balanço e da demonstração do resultado, ensejando, então o surgimento da Contabilidade de Custos e dos sistemas de custeio.Nos países desenvolvidos, novas práticas admi-nistrativas, aliadas aos processos de análises de custos, vêm sendo adotadas nas últimas décadas, despertando a conscientização dos empreen-dedores para a importância da otimização dos índices de produtividade, da diminuição e até eliminação dos desperdícios, redução dos esto-ques e contínuo aperfeiçoamento dos proces-sos de produção.Hoje, o processo contábil, sob a ótica gerencial, deve dar respostas com mais rapidez, maior segurança, mais confiabilidade do que antiga-mente, porque se vive em um mundo onde as decisões nas áreas empresariais, econômicas e administrativas, são tomadas em consonância com a “globalização da economia”.Este livro apresenta tópicos teóricos e práticos da contabilidade contemporânea, com o obje-tivo principal de colaborar para o desenvolvi-mento das práticas contábeis relacionadas com assuntos ligados à indústria.Foram elaborados capítulos para a discussão de assuntos de extrema atualidade e importância

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para os profissionais e estudantes da área contábil, como os sistemas de custeio por ordem, em série, padrão e com base nas atividades.Inclui um capítulo sobre a relação do custo, do volume e do lucro, com a finalidade de proceder à análise do resultado econômico e da decom-posição do custo e a importância de promover a análise do break-even, calcular a margem de segurança e a renda marginal.Um capítulo foi destinado a determinar o preço de venda que não pode mais ser objeto de deci-sões empíricas, mas, decorrente de estudos, de modo a conhecer os elementos que compõem o preço de venda, dando ênfase, especificamente, à carga tributária inserida no preço do produto.A Contabilidade de Custos, entendida como gerencial, ao trabalhar diretamente com a tomada de decisão, cria a necessidade de ser concebida sob uma abordagem sistêmica para solucionar os problemas ligados à decisão. Por isso, é indispensável que o responsável pela geração das informações utilize e domine certos conhecimentos originados em outras áreas, tais como a Economia, a Matemática e Estatística, pois, só assim, será possível gerar informações relevantes que envolvem custos. Dessa maneira, foi inserido um capítulo para tratar do conceito de custo de oportunidade e do custo-meta, também conhecido como custo-alvo.Termina com a apresentação de uma ferramenta de gestão de custos que é a execução e acompa-nhamento de um orçamento empresarial, com a finalidade de realizar um planejamento que contemple as expectativas geradas pela empresa.

Apresentação Contabilidade e A

nálise de Custos

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

IntroduçãoEste capítulo apresenta a história, a evolução e algumas das principais

particularidades da Contabilidade de Custos. Sublinha a ideia de que a Con-tabilidade de Custos prepara informações diferentes para atender a necessi-dades gerenciais diferentes.

Concebida como um sistema de informações para a gestão, a Contabi-lidade de Custos é uma ferramenta que ajuda a encontrar respostas a um grande número de questões que se apresentam no dia a dia de qualquer empresa. Por isso, o capítulo evidencia a terminologia básica e o esquema básico da Contabilidade de Custos e descreve seu campo de atuação.

História e evolução da Contabilidade de Custos

Para a compreensão da história da Contabilidade de Custos é necessário dividir a evolução dos sistemas de produção em duas etapas:

Sistema familiar, de corporações ou doméstico.

Sistema de produção fabril.

Iniciada na Idade Média e prolongando-se até o final do século XVI, os sistemas de produção eram conhecidos como “familiar”, “de corporações” ou “doméstico”.

Nesse sistema, a maioria das necessidades das pessoas era atendida pelos membros da sua família e seus agregados, apropriado a centros urbanos restritos, a condições de concorrência limitada e a uma evolução tecnológica ainda incipiente, que não requeriam sofisticados artifícios contábeis para registro das operações realizadas ou apuração dos resultados obtidos.

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

A maior parte do que um indivíduo necessitava era provido pela própria fa-mília que, além de produzir alimentos nas grandes extensões territoriais, cons-truía habitações, cortava madeira para aquecimento, preparava os alimentos e fabricava os móveis e artefatos domésticos, criava animais para alimentação da carne e vestuário e desenvolvia, enfim, todas as atividades consideradas essen-ciais para a sobrevivência. Se algo faltasse, essa necessidade era suprida através de trocas com vizinhos ou de compras em primitivos e raros postos de vendas.

Acompanhando o aumento da população, o sistema produtivo foi gra-dualmente se modificando, tornando-se menos simples e limitado e mais complexo.

Chegou a época dos artesãos, na qual o sistema de produção predomi-nante ficou conhecido como “Sistema das Corporações”, porque os artesãos se uniam em corporações para se defender de dificuldades econômicas oriundas de competição ou decorrentes de doenças e da velhice. Nesse sis-tema, um mestre artesão constituía-se em uma célula básica. Ele possuía uns poucos ajudantes ou aprendizes, e suas atividades visavam ao atendimento das necessidades de um mercado local ainda muito limitado.

O mestre artesão, proprietário e contratador dos recursos que utilizava, dono do próprio negócio, não vendia o seu trabalho; vendia um produto ou serviço final, sendo, de certa forma, independente.

Com o crescimento dos mercados e das cidades e com a evolução da tec-nologia, novos modelos de sistema produtivo começaram a disputar a hege-monia do sistema corporativo.

Surgia, então, um novo personagem: o intermediário. Ele negociava as encomendas e entregava aos artesões as matérias-primas necessárias. A crescente limitação das responsabilidades e da independência do mestre artesão acarretou em uma nova forma dominante de organização econô-mica: o sistema doméstico.

No sistema doméstico, que prevaleceu até o final do século XVI, as atribui-ções e a independência do artesão tornaram-se cada vez menos relevantes. Ele orientava a produção em sua casa, com seus ajudantes e com ferramen-tas de sua propriedade, mas já não mantinha contatos com o cliente final de seus produtos e nem era dono das matérias-primas que utilizava.

Acontecia, em consequência, a segunda etapa do desenvolvimento dos modelos produtivos ocidentais iniciada no século XVII, com a crescente

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

predominância do chamado sistema de produção fabril. Nesse sistema, o in-termediário, investindo-se no status de um verdadeiro empreendedor, per-cebeu que o sistema de produção doméstico não era bastante ágil e nem bastante produtivo para atender a demanda crescente dos populosos cen-tros urbanos em franco desenvolvimento e passou a introduzir mudanças radicais na estrutura da organização produtiva.

Como empreendedor, levantava os capitais necessários e inventou a fá-brica, tirando o artesão e seus ajudantes de casa, transformando-os em assa-lariados e colocando-os para trabalhar em instalações e com equipamentos de sua propriedade. O mestre artesão, independente e bem conceituado na sociedade, transformou-se em feitor ou supervisor de fábrica.

Mesmo assim, até a Revolução Industrial, verificada no século XVIII, só existia a Contabilidade Financeira que, desenvolvida na era mercantilista, “foi estruturada para servir às empresas comerciais que apenas compravam e revendiam mercadorias.” (MARTINS, 1998, p. 19).

Apurava-se o resultado de suas operações com mercadorias na seguinte disposição:

Estoques iniciais(+) Compras(–) Estoques Finais(=) Custo das Mercadorias Vendidas

Confrontando esse montante com as receitas obtidas por meio das vendas dos produtos, chegava-se ao lucro bruto:

Vendas(–) Custo das Mercadorias Vendidas(=) Lucro Bruto

Do Lucro Bruto, extraíam-se as despesas necessárias à venda dos produ-tos, ao financiamento das operações e à manutenção da empresa:

Lucro Bruto(–) Despesas com Vendas (comerciais), Financeiras, Gerais e Administrativas(=) Lucro ou perda

Como se observa, as formas de registros contábeis eram uma simples rou-pagem, pois os ganhos e perdas financeiros da humanidade sempre foram,

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

de alguma forma, anotados, mesmo em civilizações anteriores à Ociden-tal. A Contabilidade em forma rudimentar já existia há milhares de anos como demonstram, por exemplo, os blocos de pedra gravados por an-tigas civilizações, que trazem registros identificados pelos especialistas como dados contábeis.

Assim, a Contabilidade Financeira foi estruturada para atender aos obje-tivos a serem alcançados pela empresa mercantil, em que a administração e o controle assumiam feição tipicamente financeira e ficavam sensivelmente simplificados pela dupla função básica de comprar e vender.

Como resultado dessa estrutura, a Contabilidade Financeira, também chamada de Contabilidade Geral, visava indicar a natureza e a situação do capital investido em uma empresa (balanço) e relatar as modificações resul-tantes das atividades operacionais (demonstração de lucros e perdas).

Essa estrutura vigora ainda hoje, tanto que se subordina a rígidos padrões, mais ou menos universais, para que as informações geradas por essa contabili-dade possam ser interpretadas por qualquer pessoa externa à organização.

Esses padrões são fixados pelos postulados, princípios e convenções con-tábeis, expressos em leis, reconhecidos pelas entidades de classe, analistas de mercado e outros interessados.

Os métodos de registrar os dados evoluíram ao longo do tempo, acompa-nhando o crescimento das transações econômicas e recebendo um impulso notável através das “partidas dobradas” inventadas por um frade veneziano chamado Luca Pacioli, no século XV.

Apesar desse avanço e dos aperfeiçoamentos, os procedimentos básicos da chamada Contabilidade Geral, embora satisfatória para a maioria dos fins externos à empresa, não atendia às necessidades administrativas da nova célula produtiva – a indústria – cuja gerência financeira revelava aspectos mais complexos a cada dia.

As indústrias, à medida que se expandiam, diversificavam a sua produção e experimentavam uma competição crescente, reclamando informações que a Contabilidade Geral, apesar de sua ininterrupta evolução, não podia gerar.

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

Com a Revolução Industrial, a administração dos negócios começou a reclamar uma Contabilidade de Custos.

A Contabilidade: financeira X gerencialSegundo Campiglia (1993, p. 397-398), “[...] considerando que a contabi-

lidade financeira (ou fiscal, ou societária, ou geral) é rígida, não permitindo fugir dos princípios e convenções contábeis”, e que para administrar um ne-gócio ou empresa são necessárias informações consoantes com as necessi-dades de quem vai tomar decisões gerenciais diferentes, de negócio para negócio, de empresa para empresa, de uma época para outra, então é neces-sário criar uma sistemática de tratamento das informações e um conjunto de relatórios que facilitam a gestão dos negócios.

A Contabilidade Financeira, por refletir, em grande parte, o feitio assu-mido na época mercantilista, não se mostrava totalmente eficaz, principal-mente porque o Fisco já começava a espreitar por sobre os ombros dos con-tadores, esquadrinhando os seus lançamentos e regulamentando a forma de calcular os valores sujeitos à tributação, o que se verifica até hoje. Surge, então, a Contabilidade Gerencial.

Nos relatórios gerenciais, as informações estão dispostas de forma dife-rente das demonstrações contábeis financeiras e, além disso, não são segui-dos rigidamente os princípios e as convenções contábeis (exceto o princípio da competência, ou seja, o do confronto das despesas e receitas com os pe-ríodos contábeis), de acordo com os exemplos a seguir.

1.º exemplo: da disposição diferente das informações

Na Contabilidade Financeira, da receita com vendas do mês são deduzi-dos os Custos da Mercadoria Vendida (ou dos serviços prestados), resultando dessa subtração o Lucro Bruto.

No tratamento gerencial, por sua vez, da receita com vendas podem ser de-duzidos os Custos Variáveis de Produção. O resultado dessa subtração é a Margem de Contribuição. Essa informação permite saber quanto se apura (de margem) nas vendas, para absorver os custos e despesas fixas e resultando, afinal, o lucro.

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

Assim, diversamente da Contabilidade Gerencial, na Contabilidade Fi-nanceira, os Custos da Mercadoria Vendida são integrais, ou seja, computam tanto os Custos Variáveis como os gastos indiretos de fabricação fixos.

2.º exemplo: a não observância do Princípio do Custo de Aquisição ou Formação como Base de Valor

Na Contabilidade Financeira, o custo da mercadoria vendida é o custo da formação computando, normalmente, o custo médio ponderado do esto-que de onde foi baixada aquela mercadoria, atendendo o Princípio Contábil do Custo de Aquisição ou de Formação.

No tratamento gerencial, o custo variável que entra no cálculo da margem pode ser o custo de reposição, que certamente é diferente do custo médio (variável) da mercadoria estocada, de onde são baixados os itens vendidos no mês.

3.º exemplo: a não observância do Princípio da Entidade e da Objetividade

Na Contabilidade Financeira, as receitas e custos de uma empresa são se-parados totalmente das receitas e custos de outra empresa do mesmo grupo empresarial e, mais ainda, uma empresa não transfere para outra parte de suas despesas, a menos que haja documento oficial (nota fiscal de serviços, por exemplo) de uma cobrando da outra empresa.

Os exemplos descritos mostram que a Contabilidade é única para qual-quer empresa. Toda a parte conceitual e as técnicas aplicadas não se alteram. As empresas, no entanto, têm diversos objetivos: a mercancia, a industriali-zação ou a prestação de serviços, exigindo, em consequência, que a Conta-bilidade se adapte à atividade desenvolvida pela empresa.

Contabilidade de CustosUma indústria é estruturada em unidades, departamentos ou centros de

custo, fabricando, simultaneamente, produtos diferenciados em um ambien-te cada vez mais competitivo. Por isso, a atividade industrial exigia o desen-volvimento de uma Contabilidade voltada para dentro, para as necessidades administrativas internas, e não uma Contabilidade voltada para fora, somen-te para atender as necessidades externas (governo, acionistas, banqueiros, fornecedores etc.).

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

Dessa maneira, diversas fórmulas foram se estabelecendo para determi-nar esses valores e, com base dessas fórmulas, surgiram métodos cada vez mais criteriosos para a avaliação de inventários. A maioria dos historiadores considera que a adoção de critérios de avaliação de inventário foi o marco inicial da Contabilidade de Custos propriamente dita. Por isso é comum ouvir--se dizer que a origem do estudo dos custos empresariais está associada à avaliação dos estoques, procedimento que tem finalidade externa, porém, uma utilização expressiva de valia gerencial.

Antes do advento da Contabilidade de Custos, certamente existiam alguns tipos de avaliação de estoques; contudo, a empresa fabril da segunda etapa da nossa história, muito mais complexa, de propriedade diluída por um número crescente de sócios e submetida aos rigores crescentes do Fisco, não podia se contentar com procedimentos primitivos e parciais de atribui-ção de valores aos estoques.

Nas empresas industriais não se pode assumir que existem apenas esto-ques daquilo que é comprado pronto (matérias-primas e material indireto) e, em decorrência, é necessário admitir que, para a adequada apuração dos resultados de cada período, existem outros estoques: o estoque de produtos em elaboração e o estoque de produtos acabados.

A avaliação desses estoques exige a apuração e a consolidação dos gastos envolvidos na produção dos bens estocados. É necessário apurar os montan-tes de materiais, da mão de obra e de gastos gerais de fabricação aplicados na produção de cada um desses bens.

Para a definição dos valores descritos, há necessidade de um sistema de re-gistro e acompanhamento, da apropriação e rateio de gastos, como também complexos lançamentos contábeis e controles paralelos denominados de extra-oficiais. Assim, a Contabilidade de Custos, como um complexo e coerente con-junto de técnicas e de procedimentos, começou a tomar forma.

Seguindo o exemplo da Contabilidade Geral, a Contabilidade de Custos não nasceu completa, porém, entrou em processo evolutivo de constante aperfeiçoamento que se verifica até os dias de hoje, estando, pois em cons-tante formação.

Atualmente, a Contabilidade de Custos, em todas as atividades empresa-riais, reflete sua utilidade como instrumento gerencial do planejamento e do controle e, principalmente, na tomada de decisões.

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

A Contabilidade de Custos abrange sofisticados avanços como os de méto-dos quantitativos e modelos de decisão, produtividade e padrões de desempe-nho, conceitos de ciências comportamentais, contabilidade de recursos huma-nos, teoria da curva do aprendizado e conceitos avançados de marketing.

As empresas comerciais ou de serviços têm, modernamente, se empenhado na utilização dos mecanismos da Contabilidade de Custos, pois ela fornece à administração grande número de dados para a tomada de decisões diárias, bem como informações essenciais para as decisões de longo prazo.

A natureza do moderno mundo empresarial é tal que todas as empresas, quer sejam grandes ou pequenas, industriais ou não, públicas ou privadas, quer objetivem lucro ou não, exigem uma ampla variedade de dados de custos para a tomada de decisões operacionais diárias.

A competição global não figurava em nossos dicionários antes dos anos 1980. O novo cenário competitivo aumentou o valor das informações sobre o desempenho da empresa. A competição, os progressos tecnológicos, a divul-gação mais fácil das informações, as novas formas de fazer negócios em uma empresa de classe mundial mudaram radicalmente as regras de mercado.

Existe um novo e competitivo cenário que afeta significativamente os sistemas convencionais de custo. O processo de substituição tecnológi-ca vem se acelerando rapidamente. Produtos que demoravam anos para serem desenvolvidos e permaneciam também por longos anos no merca-do, hoje, com o auxílio do processo de automação, nascem e são substituí-dos no curto prazo, com custo menor e qualidade melhor.

O professor Lopes de Sá (IOB, 1998) afirma que a empresa não pode mais conservar somente seu destaque de teor jurídico e econômico, ela requer hoje uma visão maior, uma visão social e humana, precisando ser vista como uma célula social.

A competição internacional, no período de 1965 a 1973, de acordo com Harvey (1994), foi intensificada à medida que a Europa Ocidental e, princi-palmente, o Japão, seguidos de uma gama de países recém-industrializados, desafiaram a hegemonia dos Estados Unidos. Nessa época predominavam as ideias de Ford e de Keynes.

O Fordismo, que dá ênfase à necessidade de se conquistar mercados atra-vés da redução de custos, perdurou mais de meio século, até o fim da década de 1960, em um longo período de prosperidade.

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

No Fordismo é possível observar que as empresas estão organizadas dentro de linhas funcionais e a premissa é a de que a experiência e a ho-mogeneidade de tarefas resultam na eficiência, obtendo-se, em decorrência, uma economia de escala.

Taylor1, ao estudar essa eficiência, segundo Montana e Charnov (1998, p. 232) “[...] acreditava que só haveria prosperidade econômica com a otimi-zação da produtividade do trabalhador, que, por sua vez, só seria alcançada se os trabalhadores se tornassem mais eficientes”.

Por outro lado, Keynes2, em seus estudos, deu ênfase aos grandes agregados e a assuntos macroeconômicos. Ele admitia que o “sistema” poderia ser controlado pelo Governo e que as perturbações da atividade poderiam ser atenuadas e corrigidas pela interferência do Estado.

A especialização, porém, exigia cada vez mais uma forte tendência ascen-dente dos salários que acabava por superar a evolução da produtividade e, de acordo com Tavares (1994, p. 23), “[...] reduzia a taxa de lucro e as possibi-lidades de acumulação a médio prazo”.

Terminologia em custosDe acordo com Martins (1998, p. 24), “[...] produzir é transformar os meios

econômicos em produtos ou serviços possíveis de serem consumidos ou utilizados”.

O custo dessa transformação ou de produção é o total de custos incorridos em determinado período, esteja ou não inteiramente acabada. Da obra de Mar-tins (1998) é possível extrair, sumariamente, diversas definições de custos.

Custo da produção acabada: é o total dos custos contidos na produ-ção acabada no período, abrangendo também os custos de produtos que estavam em elaboração no início do período e foram concluídos dentro do período.

Custos primários: são os custos elementares ou diretos, ou seja, o valor da mão de obra direta e do material direto empregado na fabricação.

Custo de transformação: é o total dos custos de produção exceto os de matéria-prima, material secundário e de embalagem. São custos

1 Frederick W. Taylor (1856-1915) foi, e é, considerado o pai da administração científica.

2 John Maynard Keynes (1883-1946), economista inglês, é autor da obra Teoria Geral do Emprego do Juro e da Moeda, de 1936.

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

necessários à transformação dos produtos (mão de obra indireta, ma-terial de consumo, energia elétrica, combustível etc.).

Além dessas definições, os custos podem ser classificados da seguinte maneira:

Quanto à sua incidência no produto:

Diretos – são os custos que podem ser facilmente identificados dire-tamente com o produto, sem necessidade de se efetuar um rateio.

Indiretos – são os custos que não podem ser apropriados diretamen-te ao produto e, por isso, necessitam de um critério de rateio, que é atribuição de custos a departamentos ou a produtos calculada sobre uma base determinada para sua alocação.

Quanto à sua relação com a quantidade produzida:

Custos variáveis – são os que variam diretamente com as quantida-des produzidas: a matéria-prima.

Custos fixos – são aqueles que não se alteram com o volume de pro-dução. Em consequência, quanto maior a produção, menor será a par-cela do custo fixo a ser atribuído a cada unidade: aluguel da fábrica.

Custos semifixos ou semivariáveis – são os que variam de acordo com a produção não guardando, porém, relação direta: a energia elé-trica que possui uma parcela relativa ao potencial de consumo instala-do e outra vinculada ao consumo efetivo.

Além da produção, a Administração de Custos se envolve também com a distribuição e administração

Os gastos com a distribuição não são atribuídos aos produtos justamente porque se formam no setor comercial da empresa e incidem sobre o produ-to acabado e vendido, como comissões. Em decorrência, são atribuídos ao período, pois são efetuados, após a fabricação, com a venda e expedição do produto. Esses gastos são absorvidos em cada período, à medida que vão acontecendo e são designados de despesas.

Também são atribuídos ao período os gastos gerados a partir das ações que asseguram o funcionamento contínuo da empresa: despesas com a ad-ministração, que devem ser mantidas sem dependência direta da relação básica custo/volume/lucro.

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

Gastos do período possuem, em decorrência, caráter financeiro e, como tal, têm mais afinidade direta com o resultado econômico geral da empresa.

Conceituando melhor: os gastos da empresa empregados para produzir um produto são chamados de custos (matéria-prima, mão de obra direta, Custos Indiretos de Fabricação); gastos que ocorrem após a fabricação, por não se relacionarem com os setores produtivos, são chamados de despesas.

Terminologia comum para as Contabilidades Financeira e de Custos

Com a finalidade de padronizar a linguagem entre os estudiosos e usuá-rios da Contabilidade, há necessidade de expor uma terminologia básica.

Contabilidade, para Bierman Jr. (apud LEONE, 1995, p. 3), “[...] é a lin-guagem do negócio e assim o seu principal meio de comunicação.”

Gasto decorre da compra de um produto ou serviço qualquer, geran-do, em consequência, um sacrifício financeiro para a empresa (desem-bolso), sacrifício esse representado pela entrega ou promessa de en-trega de ativos, normalmente dinheiro (MARTINS, 1998, p. 25).

Desembolso é o pagamento resultante da aquisição de bens ou ser-viços e pode ocorrer antes, durante ou depois da entrega dos bens ou serviços comprados, portanto, pode haver ou não defasagem em relação ao momento do gasto (MARTINS, 1998, p. 25).

Investimento é o gasto ativado (classificado no ativo) em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a período(s) futuro(s), tam-bém denominado de bens de uso. Todos os desembolsos havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são classificados nos es-toques, portanto no Ativo, para baixa ou amortização quando de sua venda, seu consumo, desaparecimento ou de sua desvalorização são chamados de investimentos. (MARTINS, 1998, p. 25).

Custo é um gasto relativo à aquisição de um bem ou serviço utilizado (consumido) na produção de outros bens ou serviços, por exemplo, a depreciação de uma máquina que é utilizada no processo de fabri-cação de bens ou serviços. É o reconhecimento do custo de desgaste dessa máquina que está classificada como investimento.

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

Despesa é um gasto ocorrido em um determinado período e que é lan-çado pela Contabilidade nesse mesmo período, para fins de apuração do resultado da empresa, obtenção de receitas. Assim, a despesa é lançada diretamente na demonstração de resultados de um período e significa, no momento de sua ocorrência, uma redução da riqueza da empresa.

Perda decorre de um bem ou serviço que foi consumido de forma anor-mal e involuntária. São exemplos de perdas: desfalque no caixa, perdas por inundações, greves ou incêndios, perda de veículos em desastre etc. A perda difere da despesa porque enquanto na despesa ocorre o consumo para obtenção de receita, a perda não está relacionada à ge-ração de receita.

Ganho é um lucro não relacionado à atividade operacional da empre-sa, como, a venda de um bem por valor superior ao saldo registrado na Contabilidade (chamado ganho de capital), ganhos com a variação cambial etc.

Prejuízo é o resultado negativo de uma transação ou de um conjunto de transações de um período, o resultado negativo da soma das recei-tas menos as despesas do período em questão, ou seja, as despesas suplantaram as receitas desse período.

Esquema básico da Contabilidade de CustosO objetivo básico da Contabilidade de Custos é classificar, agrupar, apro-

priar e controlar os custos para determinar os valores do estoque e do custo do produto vendido. Por isso, é importante identificar as diversas etapas para apuração dos valores de custos unitários de produção, que são:

separação dos custos e despesas;

apropriação dos custos diretos;

apropriação dos custos indiretos;

cálculo do Custo Unitário e determinação do CPV e Estoque final.

Na etapa de separação de Custos e Despesas é imprescindível o perfeito entendimento da diferenciação do que é custo e do que são despesas, pois as despesas são contabilizadas diretamente no resultado, passando portanto, a serem apresentadas no Demonstrativo do Resultado do Exercício.

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

Na apropriação dos custos é necessário que os Custos Diretos (matéria- -prima e mão de obra direta) sejam atribuídos a cada um dos produtos ela-borados pela empresa. Outros custos considerados diretos, desde que possí-vel, também devem ter apropriação direta aos produtos.

Relativamente à apropriação dos custos indiretos, que são aqueles sobre os quais se aplica um critério de rateio, deve-se atentar ao Princípio de Causa e Efeito. O Princípio da Causa e Efeito ordena que o agente causador da consumação ocorrida, correspondente a determinada variação patrimonial qualitativa, seja debitado pelo respectivo valor. Em outras palavras, os custos devem ser atribuídos a quem competem, num linguajar mais descuidado: quem causou o custo deve arcar com ele.

Finalmente, podem ser apontados os custos totais de produção, que, dividindo-se pelas quantidades produzidas, resultará nos custos unitários. Após o cálculo dos custos unitários, multiplicando-se pela quantidade ven-dida obtém-se o CPV (Custo dos Produtos Vendidos). Esses mesmos valores unitários multiplicados pelas quantidades remanescentes resultará no valor do Estoque Final.

Portanto, o custo de um produto é determinado pela soma dos elemen-tos de custos. Para transformar as matérias-primas em produtos são neces-sários outros esforços, como o trabalho de pessoas, que despendem Mão de Obra Direta (MOD), a utilização de instalações físicas, as máquinas, a energia elétrica, os materiais auxiliares, os lubrificantes, a água e gastos com a manu-tenção e reparos de máquinas etc.

O quadro sinótico a seguir demonstra a equação do custo do produto:

Custo do produtoCusto das matérias-primas aplicadas

Custo de transformação (MOD e outros)

Como os custos de transformação são compostos de dois tipos de custos, pode-se também afirmar que são três os fatores de custos que compõem o produto final:

Custo do produto

Custo das matérias-primas

Mão de obra

Outros custos de fabricação

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

Para a maioria dos autores, os custos de matéria-prima e mão de obra direta são chamados de Custos Primários.

Os outros custos são chamados de gastos gerais de fabricação ou gastos gerais de produção. São também chamados de custos indiretos de fabrica-ção e podem ser classificados em três categorias:

Materiais indiretos – lubrificantes, materiais de limpeza, materiais de manutenção e de reparos etc.

Mão de obra indireta – salários de supervisores de máquinas e de pessoas, almoxarifes, vigias, mecânicos de manutenção etc.

Outros custos de produção – aluguel, energia elétrica, água, depre-ciação de equipamentos e máquinas, seguros, impostos etc.

Campo de aplicaçãoAté recentemente, a Contabilidade de Custos ou Contabilidade Industrial

era um ramo da Contabilidade aplicada às empresas industriais. Dessa ma-neira, o campo de aplicação da Contabilidade de Custos abrangia o patrimô-nio das empresas industriais.

Empresa industrial é aquela cuja atividade característica se concentra na modificação de matéria-prima em produtos, seja por transformação, benefi-ciamento, montagem, restauração ou recondicionamento.

Para transformar a matéria-prima, as indústrias de transformação se uti-lizam de processos mecânico, térmico ou químico. Exemplos: indústrias de móveis que fabricam mesas, dormitórios, cadeiras etc.; indústrias siderúrgi-cas que transformam minérios de ferro em lingotes; indústrias petrolíferas que produzem gasolina, óleo, gás, parafina etc.

A atividade industrial de beneficiamento é a operação que visa modificar, aperfeiçoar e até mesmo dar uma melhor aparência ao produto sem que haja transformação. Exemplo: empresas beneficiadoras de arroz que apenas retiram as cascas e impurezas.

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

O produto final das indústrias de montagem de peças resulta da monta-gem de peças produzidas normalmente pelas indústrias de transformação. Exemplos: indústrias automobilísticas, de rádios, de aparelhos de televisão, de relógios etc.

Indústrias de restauração ou recondicionamento são aquelas cuja ativi-dade se concentra na recuperação de produtos usados ou mesmo deteriora-dos. Exemplo: recauchutadoras de pneus etc.

Atualmente, porém, a Contabilidade de Custos é bem mais abrangente, pois está voltada para o cálculo e a interpretação dos custos dos bens fabri-cados ou comercializados ou dos serviços prestados pelas empresas.

A Contabilidade de Custos, cuja função inicial era fornecer elementos para avaliação dos estoques e apuração do resultado, passou, nas últimas décadas, a prestar duas funções muito importantes na Contabilidade Geren-cial: a utilização dos dados de custos para auxílio ao controle e para tomada de decisões e, na esfera administrativa, o fornecimento de informações para o estabelecimento de padrões, orçamentos ou previsões e, a seguir, acompa-nhar o efetivamente acontecido com os valores previstos.

ConclusãoEstudar os custos de uma empresa é tarefa indispensável a uma boa ad-

ministração. Hoje, não se concebe a existência de empresas que desconhe-çam os custos dos seus produtos, a relação destes com outros setores em-presariais, e a possibilidade de se efetuar redução dos custos sem alteração do produto ou da sua qualidade.

Não se pode mais afirmar que a Contabilidade de Custos seja um ramo da Contabilidade voltado às empresas industriais, tanto que era denominada de Contabilidade Industrial. Os sistemas de custos mais evoluídos são utiliza-dos tanto nas indústrias como nas empresas mercantis, agrícolas, pecuárias, bancárias, de prestação de serviços etc.

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

A história da Contabilidade(GESBANHA, 2007)

Período Medieval

Na Itália, em 1202, foi publicado o livro Liber Abaci , de Leonardo Pisano.

Estudavam-se, na época, técnicas matemáticas, pesos e medidas, câmbio etc., tornando o homem mais evoluído em conhecimentos comerciais e financeiros.

Se os súmeros-babilônios plantaram a semente da Contabilidade e os egípcios a regaram, foram os italianos que fizeram o cultivo e a colheita.

Foi um período importante na história do mundo, especialmente na histó-ria da Contabilidade, denominado “Era Técnica” , devido às grandes invenções, como moinho de vento, aperfeiçoamento da bússola etc., que abriram novos horizontes aos navegadores, como Marco Pólo e outros.

A indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sis-tema de mineração e metalurgia. O comércio exterior incrementou-se por in-termédio dos venezianos, surgindo, como consequência das necessidades da época, o livro-caixa, que recebia registros de recebimentos e pagamentos em dinheiro. Já se utilizavam, de forma rudimentar, o débito e o crédito, oriundos das relações entre direitos e obrigações, e referindo-se, inicialmente, a pessoas.

O aperfeiçoamento e o crescimento da Contabilidade foram a conse-quência natural das necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII. O processo de produção na sociedade capitalista gerou a acumulação de capital, alterando-se as relações de trabalho. O trabalho escravo cedeu lugar ao trabalho assalariado, tornando os registros mais complexos. No século X, apareceram as primeiras corporações na Itália, transformando e fortalecendo a sociedade burguesa.

No final do século XIII apareceu pela primeira vez a conta “Capital”, re-presentando o valor dos recursos injetados nas companhias pela família proprietária.

Ampliando seus conhecimentos

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

O método das partidas dobradas teve sua origem na Itália, embora não se possa precisar em que região. O seu aparecimento implicou a adoção de outros livros que tornassem mais analítica a Contabilidade, surgindo, então, o Livro da Contabilidade de Custos.

No início do século XIV, já se encontravam registros explicitados de custos comerciais e industriais, nas suas diversas fases: custo de aquisição; custo de transporte e dos tributos; juros sobre o capital, referente ao período transcor-rido entre a aquisição, o transporte e o beneficiamento; mão de obra direta agregada; armazenamento; tingimento etc., o que representava uma apro-priação bastante analítica para a época. A escrita já se fazia no moldes de hoje, considerando, em separado, gastos com matérias-primas, mão de obra direta a ser agregada e custos indiretos de fabricação. Os custos eram contabilizados por fases separadamente, até que fossem transferidos ao exercício industrial.

Período ModernoO período moderno foi a fase da pré-ciência. Devem ser citados três even-

tos importantes que ocorreram neste período:

em 1493, os turcos tomam Constantinopla, o que fez com que grandes sábios bizantinos emigrassem, principalmente para a Itália;

em 1492, é descoberta a América e, em 1500, o Brasil, o que representa-va um enorme potencial de riquezas para alguns países europeus;

em 1517, ocorreu a reforma religiosa; os protestan-tes, perseguidos na Europa, emigram para as Amé-ricas, onde se radicaram e iniciaram nova vida.

A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controle das inúmeras riquezas que o Novo Mundo representava.

O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, con-temporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Tos-cana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade.

Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista entre outras profissões. Deixou muitas obras, destacando-se

Frei Luca Pacioli. Escreveu Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas), pu-blicado em 1494, enfatizan-do que a teoria contábil do débito e do crédito corres-ponde à teoria dos núme-ros positivos e negativos.

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a Summa de Arithmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá, impressa em Veneza, na qual está inserido o seu tratado sobre Contabilidade e Escrituração.

Pacioli, apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, não foi o criador das partidas dobradas. O método já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o século XIV.

O tratado destacava, inicialmente, o necessário ao bom comerciante. A seguir conceituava inventário e como fazê-lo. Discorria sobre livros mercantis: memorial, diário e razão, e sobre a autenticação deles; sobre registros de ope-rações: aquisições, permutas, sociedades etc.; sobre contas em geral: como abrir e como encerrar; contas de armazenamento; lucros e perdas, que na época, eram “Pro” e “Dano “; sobre correções de erros; sobre arquivamento de contas e documentos etc.

Sobre o método das partidas dobradas, Frei Luca Pacioli expôs a termino-logia adotada:

“Per “, mediante o qual se reconhece o devedor;

“A “, pelo qual se reconhece o credor.

Acrescentou que, primeiro deve vir o devedor e, depois, o credor, prática que se usa até hoje.

A obra de Pacioli não só sistematizou a Contabilidade, como também abriu precedente para que novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto.

Período Científico

O período científico apresenta, nos seus primórdios, dois grandes auto-res consagrados: Francesco Villa, escritor milanês, contabilista público, que, com sua obra La Contabilità Applicatta alle administrazioni Private e Plubbli-che, inicia a nova fase; e Fábio Bésta, escritor veneziano.

Os estudos envolvendo a Contabilidade fizeram surgir três escolas do pen-samento contábil: a primeira, chefiada por Francisco Villa, foi a Escola Lombar-da; a segunda, a Escola Toscana, chefiada por Giusepe Cerboni; e a terceira, a Escola Veneziana, por Fábio Bésta.

Embora o século XVII tivesse sido o berço da era científica e Pascal já ti-vesse inventado a calculadora, a ciência da Contabilidade ainda se confundia

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com a ciência da Administração, e o patrimônio se definia como um direito, segundo postulados jurídicos.

Nessa época, na Itália, a Contabilidade já chegara à universidade. A Conta-bilidade começou a ser lecionada com a aula de comércio da corte, em 1809.

A obra de Francesco Villa foi escrita para participar de um concurso sobre Contabilidade, promovido pelo governo da Áustria, que reconquistara a Lombardia, terra natal do autor. Além do prêmio, Villa teve o cargo de pro-fessor universitário.

Francisco Villa extrapolou os conceitos tradicionais de Contabilidade, segundo os quais escrituração e a guarda de livros poderiam ser feitas por qualquer pessoa inteligente. Para ele, a Contabilidade implicava conhecer a natureza, os detalhes, as normas, as leis e as práticas que regem a matéria administrada, ou seja, o patrimônio. Era o pensamento patrimonialista.

Foi o início da fase científica da Contabilidade.

Fábio Bésta, seguidor de Francesco Villa, superou o mestre em seus ensi-namentos. Demonstrou o elemento fundamental da conta, o valor, e chegou muito perto de definir patrimônio como objeto da Contabilidade.

Foi Vicenzo Mazi, seguidor de Fábio Bésta, quem pela primeira vez, em 1923, definiu patrimônio como objeto da Contabilidade. O enquadramento da Conta-bilidade como elemento fundamental da equação aziendalista, teve, sobretudo, o mérito incontestável de chamar atenção para o fato de que a Contabilidade é muito mais do que mero registro; é um instrumento básico de gestão.

Os defeitos da escola europeia tiveram como base o peso excessivo da teoria, sem demonstrações práticas, sem pesquisas fundamentais: a ex-ploração teórica das contas e o uso exagerado das partidas dobradas, in-viabilizando, em alguns casos, a flexibilidade necessária, principalmente, na Contabilidade Gerencial, preocupando-se demais em demonstrar que a Contabilidade era uma ciência em vez de dar vazão a pesquisa séria de campo e de grupo.

A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se a fase de predominância nor-te-americana dentro da Contabilidade.

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Atividades de aplicação1. No quadro a seguir verifique os diversos eventos anunciados por uma

indústria do setor moveleiro (móveis de madeireira) e:

a) na coluna A, classifique-os em:

Custos (C)

Despesas (D)

Investimentos (I)

b) na coluna B, responda com “sim” ou “não” se houve desembolso.

c) na coluna C, somente para os gastos que corresponderem a cus-tos, responda se é:

Matéria-prima – MP

Material secundário – MS

Material de embalagem – ME

Mão de obra direta – MO

Custos Indiretos de Fabricação – CIF

Gastos A B C

1 Compra, a prazo, de 1 000m3 de madeira. C Sim MP

2 Compra, à vista, de 50 folhas de lixa aplicadas diretamente na produção.

3 Transferência de 20m3 de madeira do almoxarifado para a produção.

4 Pagamento de conta de luz do setor de vendas.

5 Pagamento de conta de água referente ao consumo da fábrica.

6 Pagamento de conta de água referente à Administração.

7 Pagamento de salários e encargos do pessoal da fábrica.

8 Apropriação dos encargos sociais referentes ao pessoal do setor de vendas.

9 Apropriação da folha de pagamentos referente ao pessoal da produção.

10 Compra, a prazo, de lubrificantes para uso imediato nas máquinas da fábrica.

11 Compra, à vista, de 300kg de sacos plásticos para embalar parafusos e porcas.

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

12 Transferência para a produção de 10kg de sacos plásticos para embalagem.

13 Depreciação da máquina de escrever do setor administrativo.

14 Depreciação das máquinas da fábrica.

15 Pagamento de fretes e carretos de produtos vendidos.

16 Pagamento de juros de mora sobre duplicatas.

17 Pagamento no Banco, de taxas referentes a talões de cheques.

18 Compra de uma tela a óleo da pintora Sonia Geni, à vista.

19 Apropriação para a fábrica de parte dos honorários da diretoria.

20 Pagamento de refeições do pessoal da área de vendas.

2. Leia o texto a seguir:

Os elementos básicos do custo industrial são: os materiais, a mão de obra e os Custos Indiretos de Fabricação.

Os materiais utilizados na fabricação podem ser classificados em:

Matérias-primas – são os materiais principais e essenciais que entram em maior quantidade na fabricação do produto.

Materiais secundários – são os materiais que entram em menor quan-tidade na fabricação do produto. Esses materiais são aplicados juntamente com a matéria-prima, complementando-a ou até mesmo dando o acabamen-to necessário ao produto.

Materiais de embalagens – são os materiais destinados a acondicionar ou embalar os produtos, antes que eles saiam da área de produção.

Com base no texto, responda:

a) Quantos e quais são os elementos básicos do custo industrial?

b) Cite dois exemplos de matérias-primas e o tipo de indústrias e onde são aplicadas.

c) Cite três exemplos de materiais secundários e o tipo de empresas que as aplicam.

3. Na relação de custos a seguir estão incluídos todos os gastos gerais de fabricação do mês de janeiro 2002 ocorridos na empresa Indústria

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

Madeireira Ltda.: seguro contra incêndio incorrido R$2.100,00; impos-to predial R$2.400,00; iluminação do prédio R$2.100,00; depreciação do edifício R$2.400,00; mão de obra direta R$2.400,00; mão de obra indireta R$2.100,00; matéria-prima R$3.850,00.

Com base nessas informações, qual é o valor dos gastos gerais de fa-bricação e dos custos diretos na conta Produtos em Processo?

4. A Cia. Delta possui os seguintes saldos em determinado período contábil:

Matéria-prima: R$1.000,00;

Mão de obra direta: R$500,00;

Salários referentes à administração: R$400,00;

Manutenção da fábrica: R$80,00;

Energia elétrica consumida pelas máquinas da fábrica, medida globalmente: R$220,00;

Aluguel do prédio administrativo: R$50,00;

Depreciação da fábrica: R$100,00;

Materiais indiretos consumidos no processo produtivo: R$350,00;

Seguros da fábrica: R$120,00;

Mão de obra relativa aos supervisores das máquinas: R$700,00.

Determine os valores dos custos diretos, dos custos indiretos de fabri-cação e do custo de produção.

5. Dos itens listados a seguir, quais devem ser contabilizados como despesas?

a) Matéria-prima, mão de obra, salários da administração.

b) Honorários da diretoria, material direto, telefone.

c) Seguros da área de produção e material direto.

d) Matéria-prima, seguros da fábrica e fretes.

e) Honorários da diretoria e fretes nas vendas.

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FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 3. ed. Curitiba: Positivo, 2004.

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Gabarito1.

Gastos A B C

1 Compra, a prazo, de 1 000m3 de madeira. C S MP

2 Compra, à vista, de 50 folhas de lixa aplicadas diretamente na produ-ção. C S MS

3 Transferência de 20m3 de madeira do almoxarifado para a produção. C N MP

4 Pagamento de conta de luz do setor de vendas. D S

5 Pagamento de conta de água referente ao consumo da fábrica. C S CIF

6 Pagamento de conta de água referente à Administração. D S

7 Pagamento de salários e encargos do pessoal da fábrica. C S MO

8 Apropriação dos encargos sociais referente ao pessoal do setor de vendas. D N

9 Apropriação da folha de pagamentos referente ao pessoal da produção. C N MO

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

10 Compra, a prazo, de lubrificantes para uso imediato nas máquinas da fábrica. C N CIF

11 Compra, à vista, de 300kg de sacos plásticos para embalar parafusos e porcas. C S MS

12 Transferência para a produção de 10kg de sacos plásticos para embalagem. C N ME

13 Depreciação da máquina de escrever do setor administrativo. D N

14 Depreciação das máquinas da fábrica. C N CIF

15 Pagamento fretes e carretos de produtos vendidos. D S

16 Pagamento juros de mora sobre duplicatas. D S

17 Pagamento, no banco, taxas referente a talões de cheques. D S

18 Compra de uma tela a óleo da pintora Sonia Geni, à vista. I S

19 Apropriação para a fábrica de parte dos honorários da diretoria. C N CIF

20 Pagamento, refeições do pessoal da área de vendas. D S

2.

a) Os elementos básicos do custo industrial são os materiais (matéria- -prima e secundários), a mão de obra direta e os Custos Indiretos de Fabricação.

b) 1.º exemplo: a madeira é matéria-prima para as empresas fabricantes de móveis.

2.º exemplo: o algodão é matéria-prima para os fabricantes de tecido que, por sua vez, é matéria-prima para as indústrias de confecção de roupas.

c) Para fabricar móveis que usa a madeira como matéria-prima, há neces-sidade de utilização materiais secundários, a saber: parafusos, pregos, cola, tinta.

3.

Gastos gerais de fabricação (R$)

Seguros contra incêndio 2.100,00

Imposto predial 2.400,00

Iluminação do prédio 2.100,00

Depreciação do edifício 2.400,00

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

Gastos gerais de fabricação (R$)

Mão de obra indireta 2.100,00

Total 11.100,00

Custos diretos (R$)

Mão de obra direta 2.400,00

Matéria-prima 3.850,00

Total 6.250,00

4.

Custos diretos (R$)

Matéria-prima 1.000,00

Mão de obra direta 500,00

Total 1.500,00

Custos Indiretos de Fabricação (R$)

Manutenção da fábrica 80,00

Energia elétrica das máquinas 220,00

Depreciação da fábrica 100,00

Materiais indiretos 350,00

Seguros da fábrica 120,00

Mão de obra dos supervisores 700,00

Total 1.570,00

Custo da produção (R$)

Custos diretos 1.500,00

Custos Indiretos de Fabricação 1.570,00

Custos da produção 3.070,00

5. Item A: a matéria-prima e a mão de obra são custos. Logo, questão prejudicada.

Item B: material direto é custo. Logo, questão prejudicada.

Item C: tanto seguros da fábrica como material direto são custos. Logo, questão prejudicada.

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Introdução à Contabilidade de Custos e aos conceitos de custos

Idem D: matéria-prima e seguros da fábrica são custos. Logo, questão prejudicada.

Item E: honorários da diretoria e fretes nas vendas são despesas. Assim, esta é a resposta correta.

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