José Ribamar Bessa Freire, Mulheres e Indios, A Nova Independência

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    MULHERES E ÍNDIOS: A NOVA INDEPENDÊNCIA (SEGUIDO DE VERSIÓN ENESPAÑOL)

    José Ribamar Bessa Freire12/07/2015 - Diário do Amazonas

    "Ay lunita tucumana / tamborcito calchaquí /compañera de los gauchos / por las sendas del Tafi".  

    (Atahualpa Yupanqui - zamba) 

    (De Tucumán) A

    Argentina comemora o

     bicentenário de sua

    independência em julhodo próximo ano, mas os

     preparativos já

    começaram. O

    Ministério da Cultura

    organizou o Foro

     Nacional eLatinoamericano da

     Nova Independência, que nos últimos meses percorreu 17 cidades, realizando

    debates entre pesquisadores, intelectuais, gestores culturais e militantes da

    América e Europa. O ciclo foi encerrado nesta semana em San Miguel de

    Tucumán, com mais de 40 palestrantes. Um deles era eu, discutindo as línguas

    indígenas e a luta para preservá-las. 

     Não poderia haver lugar mais emblemático para esse encontro do que Tucumán,

    toda arborizada com laranjeiras, micropoemas estampados em seus muros e

    lembranças de Mercedes Sosa, "La Negra", que ali nasceu justamente num 9 de

     julho. Lá, em 9 de julho de 1816, foi onde assinaram a Ata da Declaração da

    Independência e, por isso, a cidade foi escolhida para sediar o último evento do

    Foro com participantes de doze países que discutiram, entre outros temas, história

     política, cultura, arte, cinema, música, direitos humanos e lutas populares.

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    As lutas femininas 

    Foram mulheres as que despertaram o maior entusiasmo do público do Teatro San

    Martin, sede do evento, sempre lotado. Três conhecidas cantoras estiveram

     presentes: uma delas, Teresa Parodi, atual ministra da Cultura da Argentina,discursou na clausura citando Atahualpa Yupanqui: “Somos terra que anda,

     paisagem em movimento. Nossos saberes tem raízes muito antigas e profundas,

    decidimos escolher os espelhos nos quais nos miramos". 

     Num desses espelhos se olhou Susana Baca, ex-ministra da cultura do Peru, que

    se viu como "uma mulher negra que vive em um continente racista, onde há fome,

    mortes evitáveis, desemprego, povos despojados de suas terras e de suas línguas

    ameaçadas de extinção". A venezuelana Cecília Todd num show com Juan

    Quintero, cantou e encantou depois de participar de uma conversa com Miguel

    Ángel Estrella, pianista de renome internacional, e com o jornalista Victor Hugo

    Morales. Além disso, a programação incluiu duas mesas formadas apenas por

    mulheres.

    Da primeira - Con mujeres tendrá que pelear - participaram Hebe de Bonafini,

     presidente da Associação Mães da Praça de Maio; Milagro Sala, militante nas

    zonas marginalizadas e deputada provincial de Jujuy e Máxima Apaza, senadora

     boliviana, fundadora da Federação de Mulheres de El Alto. Com o verbo

    inflamado, as três tocaram fogo no auditório, num debate que teve como

    moderadora a escritora Marta Dillon. 

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    Máxima Apaza, que

    liderou um movimento de

    alfabetização das

    mulheres, falou sobre as políticas de gênero do

    governo Evo Morales e

    seu caráter

    descolonizador.

    “Quando colocamos em

     prática, dentro de casa, adescolonização, homens

    e mulheres assumem

     funções e tarefas

    domésticas”.  Condenou a discriminação e a violência de gênero, advogou a

    igualdade de condições e informou que no atual Estado plurinacional da Bolívia,

    a metade do parlamento está integrado por mulheres, como evidência de seucrescente papel na vida pública. 

    - Aqueles que hoje pintam seus cabelos brancos se lembrarão quando o

     presidente Menen dizia que tínhamos que ser os melhores alunos do FMI”  –  disse

    Milagro Sala, que narrou suas lutas e seu encontro com o presidente Nestor

    Kirchner, de quem recebeu apoio para formar uma cooperativa em Jujuy para que

    os próprios moradores construíssem suas casas, além de centros assistenciais e

    educativos. “Os homens ensinaram os ofícios da construção civil às mulheres.

    Sou descendente de índios e meus avós me ensinaram que homem e mulher têm

    que caminhar juntos”.

    - “O povo abraça, as mães da praça"  - gritava o público quando anunciaram a

    fala de Hebe de Bonafini, para quem não foi inútil o sangue derramado pelos

    militantes presos, sequestrados e assassinados. Hebe, que vai completar agora 87

    anos, discorreu sobre a memória histórica daqueles que lutaram pela liberdade do

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    continente e foram torturados. Um deles, o maestro Miguel Ángel Estrella, depois

    completaria: “O que a gente vive com a tortura é aberrante, pedi a Deus que se

    me deixasse com vida, iria fazer música contra a tortura, assim nasceu a “Música

     pela Esperança”.

    Cinema de mulheres 

    A segunda mesa de mulheres moderada pela cubana Maria Tovar contou com

    cineastas de três países que discutiram "Cultura e Gênero", sem a presença de

    Lucia Murat (Brasil) que não pode comparecer. Daniela Seggiaro (Argentina),

    autora de documentários antropológicos, mostrou cenas do seu filme premiado no

    Festival de Nantes, na França, "A Beleza", com a história de uma índia Wichi quetrabalha como empregada doméstica numa casa em Salta. Filha de uma

    antropóloga, Daniela diz que "é preciso entender outras narrativas, linguagens e

     formas de pensamento para encontrar a independência e a beleza". 

    Tania Hermida (Equador), que estudou

    em Londres, relatou sua trajetória e os

    conflitos de identidade relacionados àslínguas faladas na América e mostrou

    cenas dos seus filmes premiados

    internacionalmente: "Qué tan lejos

    (2006) e "En nombre de la hija" (2011). "Com o tempo aprendi que a identidade

     se constrói, ninguém nasce, a gente se faz. É preciso batalhar pelas palavras e

     pelos nomes" - disse. 

    Já Catalina Alarcón (Chile) questionou o conceito de “cinema de mulheres”,

    argumentando que “o cinema não têm gênero, é simplesmente cinema”. Para ela,

    “o documentário se articula como uma arma que retrata situações que a

     sociedade não quer ver, retratar para revelar, revelar para reivindicar.

    Apresentou cenas do curta-metragem "Miss Princesita" - imagens de um concurso

    de miss de meninas de 1 a 8 anos - com um olhar crítico sobre o papel feminino e

    masculino como construção social que coloniza a vida das crianças de ambos os

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    sexos desde a primeira infância. Ela fez também um documentário sobre um

    memorial que seu avô construiu por conta própria para recordar sete jovens

    assassinados perto de sua casa na ditadura Pinochet, desaparecidos e nunca

    identificados. 

    Os índios e a pátria grande 

    Todo esse debate foi antecedido pela mesa de abertura - "De Tupac Katari a Evo

    Morales" - da qual participei, moderada pelo escritor argentino Guillermo David,

    amigo dos índios Baré do Rio Negro (AM), com quem teve uma breve, mas

    intensa convivência. Falaram os índios da Argentina e Bolívia - Juan Chico,

    Daniel Huircapan, Eduardo Nieva e Jiovanni Samanamud. O fato da Ata da Declaração da Independência ter sido escrita em espanhol,

    traduzida ao quechua e ao aymará, abriu espaço para uma reflexão sobre as línguas

    indígenas e seu papel na construção das identidades nacionais: 

    -  Não é possível falar da emancipação da pátria grande sem falar da história

    indígena e das línguas faladas aqui, não se pode entender as lutas pela

    independência deixando de fora os índios- disse Juan Chico, do povo Qom, daregião do Chaco. 

    O cacique da comunidade

    Gunun a Kuna, Daniel

    Huircapan, explicou que em

    maio de 1810 os dirigentes

    independentistas se reuniram

    com caciques com a ideia de

    ter índios na formação dos

    novos governos, mas logo

    depois houve ação deliberada

     para "invisibilizar a participação indígena nas lutas pela independência, inclusive

    contra as invasões inglesas. A partir daí, consideraram os índios como obstáculos

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     para a formação da nação Argentina" . Ele destacou o fato de Perón ter sangue

    tehuelche. 

    O cacique da comunidade Diaguita, Eduardo Nieva, que é advogado, criticou a

    visão do poder judiciário sempre temeroso do pluralismo jurídico e revindicou políticas que atendam à diversidade cultural. Aymara da Bolívia, Jiovanny

    Samanamud, vice ministro da Educação Superior, defendeu os projetos políticos

    “ por fora dos universalismos europeus”  e reivindicou “recuperar a dimensão

    espiritual da vida”. Na minha intervenção, discuti o papel da língua como espaço

    da luta emancipadora.

    Outras mesas discutiram temas relevantes com a participação de reconhecidosintelectuais da América como Galo Mora (Equador), John Berveley (USA), Juan

    C. Monedero (Espanha), Luis Vignolo (Uruguai), Hugo Mercado (Bolivia),

    Manelo Gonzalez (Cuba) e os argentinos Dardo Scavino, Enrique Dussel,

    Roberto Follari, José Pablo Feinmann, Horacio Gonzalez, diretor da Biblioteca

     Nacional, Yolanda Orquera, Diego Tatian, Eduardo Jozami, Roberto Caballero e

    alguns outros que podem ser encontrados no site do Foro. No final, o organizador e idealizado do evento, Ricardo Forster, Secretário de

    Coordenação Estratégica do Pensamento Nacional, destacou a importância da

    temática indígena nas comemorações do bicentenário da Independência da

    Argentina. A luta pelos direitos da mulher e dos índios faz parte da nova

    independência e da elaboração de um pensamento nacional e latinoamericano. 

    Duas questões que repercutiram nos debates: o momento político da Grécia, quedá a dimensão do enfrentamento dos pequenos contra o poder econômico, Davicontra Golias, e a visita do papa que condenou o velho e o novo colonialismo e

     pediu perdão pelos crimes cometidos por setores obscurantistas da Igreja emrelação às línguas e crenças ameríndias. Quem estava no auditório, assistiu adiscussão sobre os processos libertários da América. Quem procurou no céu otamborzinho dos índios calchaqui, viu a lua tucumana iniciando sua faseminguante, mas sempre bela e capaz de iluminar.

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    MUJERES E ÍNDIOS: LA NUEVA INDEPENDENCIA 

    José R. Bessa Freire –  Diário de Amazonas, Manaus

    "Ay lunita tucumana / tamborcito calchaquí /  compañera de los gauchos / por las sendas del Tafi".  

    (Atahualpa Yupanqui - zamba) 

    (De Tucumán)

    Argentina conmemora

    el bicentenario de su

    independencia en julio

    del próximo año, pero

    los preparativos ya

    comenzaron. El

    Ministerio de Cultura

    organizó el Foro

     Nacional y

    Latinoamericano de la Nueva Independencia que en los últimos meses recorrió 17

    ciudades, realizando debates entre investigadores, intelectuales, gestores

    culturales y militantes de América y Europa. El ciclo terminó esta semana en San

    Miguel de Tucumán, con más de 40 conferencistas. Uno de ellos fui yo,

    discutiendo las lenguas indígenas y la lucha para preservarlas. 

     No podría haber lugar más emblemático para ese encuentro que Tucumán, lleno

    de árboles de naranjo, micro-poemas estampados en sus muros y recuerdos deMercedes Sosa, "La Negra", que nació allí justamente un 9 de julio. Allí, el 9 de

     julio de 1816, fue donde se firmó el Acta de la Declaración de la Independencia y

     por eso la ciudad fue escogida para ser sede del último evento del Foro con

     participantes de doce países que discutieron, entre otros temas, historia política,

    cultura, arte, cine, música, derechos humanos y luchas populares. 

    Las luchas femeninas 

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    Las mujeres fueron las que despertaron el mayor entusiasmo del público del

    Teatro San Martin, sede del evento, siempre lleno. Tres cantoras conocidas

    estuvieron presentes: una de ellas, Teresa Parodi, actual ministra de Cultura de

    Argentina, hizo un discurso en la clausura citando Atahualpa Yupanqui: “Somostierra que anda, paisaje movimiento. Nuestros saberes tienen raíces muy antiguas

     y profundas, decidimos escoger los espejos en los cuales nos miramos". 

    En uno de ellos se miró

    Susana Baca, ex-ministra de

    cultura del Perú, que se vio

    como "una mujer negra que

    vive en un continente

    racista, donde hay hambre,

    muertes evitables,

    desempleo, pueblos

    despojados de sus tierras y

    de sus lenguas amenazadas

    de extinción". La venezolana Cecilia Todd en un show con Juan Quintero, cantó

    y encantó después de participar en una mesa de conversación con Miguel Ángel

    Estrella, pianista de renombre internacional y con el periodista Víctor Hugo

    Morales. Además, el programa incluyó dos mesas formadas exclusivamente por

    mujeres. 

    En la primera - Con mujeres tendrá que pelear - participaron Hebe de Bonafini,

     presidente de la Asociación Madres de la Plaza de Mayo; Milagro Sala, militante

    de las zonas marginalizadas y diputada provincial de Jujuy y Máxima Apaza,

    senadora boliviana, fundadora de la Federación de Mujeres de El Alto. Con el

    verbo inflamado, las tres incendiaron el auditorio, en un debate que tuvo como

    moderadora a la escritora Marta Dillon. 

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    Máxima Apaza, líder de un movimiento de alfabetización de las mujeres, discutió

    las políticas de género del gobierno Evo Morales y su carácter

    descolonizador. “Cuando colocamos en práctica, dentro de casa, la

    descolonización, hombres y mujeres asumen funciones y tareasdomésticas”. Condenó la discriminación y la violencia de género, defendió la

    igualdad de condiciones e informó que en el actual Estado plurinacional de

    Bolivia, la mitad del parlamento está integrado por mujeres, como evidencia de

    su creciente papel en la vida pública. 

    - “Aquellos que hoy

     se pinta los cabellos

    blancos recordarán

    cuando el

     presidente Menen

    decía que teníamos

    que ser los mejores

    alumnos del FMI”  –  

    dice Milagro Sala,

    que narró sus luchas

    y su encuentro con el presidente Nestor Kirchner, de quien recibió apoyo para

    formar una cooperativa en Jujuy para que los propios moradores construyesen sus

    casas, así como centros asistenciales y educativos. “Los hombres les enseñaron

    los oficios de la construcción civil a las mujeres. Soy descendiente de indios y mis

    abuelos me enseñaron que hombre y mujer tienen que caminar juntos”. 

    - “El pueblo abraza, a las madres de la plaza"   - gritaba el público cuando

    anunciaron a Hebe de Bonafini, para quien no fue inútil la sangre derramada por

    los militantes presos, secuestrados y asesinados. Hebe que va a cumplir 87 años,

    discurrió sobre la memoria histórica de los que lucharon por la libertad del

    continente y fueron torturados. Uno de ellos, el maestro Miguel Ángel Estrella

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    complementó: “Lo que uno vive con la tortura es aberrante, pedí a Dios que si

    me dejase con vida, iría a hacer música contra la tortura, así nació “Música para

    la Esperanza”. 

    Cine de mujeres 

    La segunda mesa de mujeres moderada por la cubana Maria Tovar contó con

    cineastas de tres países que discutieron "Cultura y Género", sin la presencia de

    Lucia Murat (Brasil) que no pudo comparecer. Daniela Seggiaro (Argentina),

    autora de documentales antropológicos, mostró escenas de su película premiada

    en el Festival de Nantes, en Francia, "La Belleza", con la historia de una indiaWichi que trabaja como empleada doméstica en una casa en Salta. Hija de una

    antropóloga, Daniela dice que "es necesario entender otras narrativas, lenguajes

     y formas de pensamiento para encontrar la independencia y la belleza". 

    Tania Hermida (Ecuador), que realizó sus estudios en Londres, relató su

    trayectoria y los conflictos de identidad relacionados a las lenguas habladas en

    América y mostró escenas de sus películas premiadas internacionalmente: "Qué

    tan lejos (2006) y "En nombre de la hija" (2011). "Con el tiempo aprendí que la

    identidad se construye, nadie nace, uno se hace. Es necesario batallar por las

     palabras y por los nombres" - dice. 

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    Catalina Alarcón (Chile) problematizó el concepto de “cine de mujeres”,

    argumentando que “el cine no tiene género, es simplemente cine”. Para ella, “el

    documental se articula como un arma que retrata situaciones que la sociedad no

    quiere ver, retratar para revelar, revelar para reivindicar”. Presentó escenas delcorto-metraje "Miss Princesita" - imágenes de un concurso de ‘miss’ de niñas de

    1 a 8 años - con una mirada crítica sobre el papel femenino y masculino como

    construcción social que coloniza la vida de los niños de ambos sexos desde la

     primera infancia. Ela hizo también un documental sobre un memorial que su

    abuelo construyó por cuenta propia para recordar a siete jóvenes acribillados por

    la dictadura de Pinochet cerca de su casa, desaparecidos y nunca identificados.

    Los indios y la patria grande 

    Antes de todo ese debate, se presentó la mesa de apertura - "De Tupac Katari a

    Evo Morales" –  de la cual hice parte, moderada por el escritor argentino Guillermo

    David, amigo de los indios Baré del Rio Negro (AM), con quien tuve una breve, pero intensa convivencia. Participaron de ella los indios de Argentina y Bolivia -

    Juan Chico, Daniel Huircapan, Eduardo Nieva y Jiovanni Samanamud. 

    El hecho de que el Acta de la Declaración de la Independencia haya sido redactada

    en español, traducida al quechua y al aymara, dio lugar a una reflexión sobre las

    lenguas indígenas y su papel en la construcción de las identidades nacionales: 

    - "No es posible discutir la emancipación de la patria grande sin hablar de la

    historia indígena y de las lenguas que se hablan aquí, no se pueden entender las

    luchas por la independencia dejando de lado a los indios"  - dice Juan Chico, del

     pueblo Qom, de la región del Chaco. 

    El cacique de la comunidad Gunun a Kuna, Daniel Huircapan, explicó que en

    mayo de 1810, los dirigentes independentistas se reunieron con caciques para

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    negociar la participación de indios en la formación de los nuevos gobiernos, pero

    después hubo una acción deliberada para "invisibilizar la participación indígena

    en las luchas por la independencia, inclusive contra las invasiones inglesas.

     Desde entonces, se considera a los indios como um obstáculo para la formaciónde la nación Argentina". Daniel Huircapan destacó el hecho de que Perón tenga

    sangre tehuelche. 

    El cacique de la comunidad

    Diaguita, Eduardo Nieva, que es

    abogado, criticó la visión del poder

     judicial, siempre con miedo del

     pluralismo jurídico y reivindicó

     políticas que tengan en cuenta la

    diversidad cultural. Aymara de

    Bolivia, Jiovanny Samanamud,

    vice ministro de Educación

    Superior, defendió los proyectos

     políticos “al margen de los

    universalismos europeos” y reivindicó “recuperar la dimensión espiritual de la

    vida”. En mi intervención, discutí el papel de la lengua como espacio de lucha

    emancipadora. 

    Otras mesas trataron temas relevantes con la participación de reconocidosintelectuales de América como Galo Mora (Ecuador), John Berveley (USA), Juan

    C. Monedero (España), Luis Vignolo (Uruguay), Hugo Mercado (Bolivia),

    Manelo González (Cuba) y los argentinos Dardo Scavino, Enrique Dussel,

    Roberto Follari, José Pablo Feinmann, Horacio Gonzalez, director de la Biblioteca

     Nacional, Yolanda Orquera, Diego Tatian, Eduardo Jozami, Roberto Caballero y

    otros que se encuentran en el site del Foro.

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    Al final, el organizador e idealizador del evento, Ricardo Forster, Secretario de

    Coordinación Estratégica del Pensamiento Nacional, destacó la importancia de la

    temática indígena en las conmemoraciones del bicentenario de la Independencia

    de Argentina. La lucha por los derechos de la mujer y de los indios hace parte dela nueva independencia y de la elaboración de un pensamiento nacional y

    latinoamericano. 

    Dos cuestiones que repercutieron en los debates: el momento político de Grecia,que da una dimensión del enfrentamiento de los pequeños contra el podereconómico, David contra Goliath, y la visita del Papa, que condenó el viejo y elnuevo colonialismo; pidió perdón por los crímenes cometidos por sectores

    obscurantistas de la Iglesia en relación a las lenguas y creencias amerindias.Quien estaba en el auditorio, asistió a la discusión sobre los procesos libertariosde América. Quien buscó en el cielo el tamborcito de los indios calchaquí, vio laluna tucumana iniciando su fase menguante, pero siempre hermosa y capaz deiluminar.