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JULHO 2010 JORNAL DA APAFERJ 1JULHO 2010 JORNAL DA APAFERJ 3 O Habeas Corpus (HC) é a ação constitucional contra restrições indevidas ao direito de ir e vir. Trata-se de medida

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JORNAL DA APAFERJ 1JULHO 2010

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JORNAL DA APAFERJ2 JULHO 2010

Márcio AlemanyPresidente

MENSAGEM DO PRESIDENTE

Elogio para o MinistroJosé Inácio Adams, para oDiretor da Escola da AGU Dr.Jeferson Carus Guedes e suabrilhante equipe por realiza-rem o II Encontro das Car-reiras Jurídicas em Brasilia-DF, nos dias 6 a 9 do correntemês com toda grandeza. Maisuma vez nossas corporaçõesforam exibidas, mostrando aimportância de nossa Advoca-cia Pública. Obrigado ao Mi-nistro José Antônio DiasToffoli. Bem sabemos de suacontinuada luta em favor deuma Advocacia Pública derelevo para atendimento doEstado e da Nação. Seu entu-siasmo tem motivado a todosna efetivação de um trabalhode qualidade e de grandeesforço em prol da Cidadania.Parabéns, também, ao Dr.Mauro Luciano Hauschild,

por sua constante contribuiçãona produção de todos os eventosque bem promovem o nossomister. Apesar da reduçãomomentânea das pautas denosso Congresso, em razão daspróximas eleições gerais, asPEC´s que mais despertam osnossos interesses, são a de nº443 – que cuida da parametri-zação de nossos subsídios ao queé percebido pelo MinistérioPúblico Federal e a de nº 555que nos livra da contribuiçãoprevidenciária, estão no aguar-do de exame nas suas respec-tivas comissões. Não morreramnem pararam tanto. Os pedidosde vista que ocorreram e queainda podem voltar a acontecer,não significam perda de vi-gilância ou desacompanha-mento. Temos consciência deque as mesmas envolvemaspectos de suma importânciapolítica e financeira, deman-dando além da nossa perseve-rança para o êxito de suas con-

quistas. Não se trata pois dematérias de aprovação fácil,exigirão esforço redobrado atéo final. O que realmente im-porta é que estamos travandomais uma batalha e desta feitapara a obtenção definitiva damaior e mais significante detodas as conquistas em favor danossa Advocacia Pública.Vamos à luta! Se olharmos peloretrovisor observaremos que oavanço alcançado por nossaAPAFERJ e pelas demais As-sociações integrantes do ForumNacional, nesta última década,foi fantástico. Essas PEC´scontinuam expressando asnossas maiores e destacadasexpectativas, como já afir-mamos e permanecemos comtoda a pressão para que logosejam as mesmas aprovadas. Etocando pra frente. A nossa co-irmã ANPAF segue forte evigorosa como nunca. Irárealizar eleições para a suaDiretoria em novembro, por

ocasião da realização do XICONPAF, a ser instalado emVitória-ES, no período de 18a 22 de novembro deste ano.Roberto Giffoni é candidatoa Deputado Federal e já estásubindo nas pesquisas. AAdvocacia Pública vai ga-nhar mais um parlamentarde peso em nosso Congresso.Como todos sabem foi elequem liderou e batalhou porinúmeras de nossas vitórias.É pois merecedor de nossoapreço e admiração. Os a-trasados de nossa GDAJestão em ótima fase deconquista. Esta semana (de23/25 de agosto) deveremoster encaminhamento favo-rável do relator para o examedo pleno do Tribunal Re-gional Federal em Brasília-DF. A sorte está nosbafejando, mas a lutacontinua...

BOAS NOVAS

A Advocacia-Geral da União(AGU) por meio da ProcuradoriaFederal Especializada junto aoInstituto Nacional de SeguridadeSocial (PFE/INSS) colocou emoperação uma nova versão do sistemaPrisma/Sub que tem como função aconcessão de benefícios pelasAgências da Previdência Social.

Na nova versão, foram incluídosnovos módulos no aplicativo CadJud,de cadastro das ações judiciais paracumprimento das decisões judiciais.Os novos recursos vão aprimorar osindicadores utilizados no acompa-nhamento do Programa de ReduçãoDemandas Judiciais do INSS, além defacilitar a execução da Gestão

Estratégica em Matéria de Benefícios.Na versão anterior, não era

possível fazer a inclusão de 20 dígitospara a identificação das ações judiciais,questão resolvida com a atualização domecanismo. Essa mudança serviu paraque o sistema pudesse ser uniformizadoem relação à numeração de proces-sos, inicializada pelo Conselho Nacio-nal de Justiça (CNJ), permitindo omelhor acompanhamento por parte doINSS.

Quando for decorrente de ordemjudicial, a concessão previdenciáriapoderá ser detalhada por meio de umnovo campo criado para inclusão deinformações adicionais, forma de seobter resposta detalhada da situação

que gerou o benefício. Outra novidadeé a criação de três campos comopções de resposta fechada de “Sim”ou “Não”, para otimizar os proce-dimentos de concessão.

As perguntas fechadas facilitarãona captação de dados sobre decisõesjudiciais provisórias, ausência deprévio requerimento administrativo equantidade de acordos judiciais.Assim, será possível analisar anecessidade de assessoramentojurídico e as alterações na atuação docontencioso de benefícios, visando agestão estratégica e dispensandoanálise de dados de fontes externassem credibilidade.

Inserindo os dados de forma

correta no sistema, os benefíciosprovisórios serão concedidos de formamais ágil, assim como será possívelconsultar o montante de acordoscelebrados e quais os assuntos emmatéria de concessão que são consi-derados deficiências na autarquia.

“Todas essas informações, decunho gerencial, fornecerão elementospara a tomada de decisões e oconhecimento preciso das demandasjudiciais contra o INSS”, destacouJoão Marcelo Arend Fiedler,Coordenador de Gerenciamento ePrevenção de Litígios da PFE/INSS.

A PFE/INSS é uma unidade daProcuradoria-Geral Federal, órgão daAGU.

Nova versão do sistema que gerencia benefíciosprevidenciários vai otimizar tratamento de informações

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JORNAL DA APAFERJ 3JULHO 2010

O Habeas Corpus (HC) é a açãoconstitucional contra restriçõesindevidas ao direito de ir e vir. Trata-sede medida ampla e democrática: comele qualquer pessoa pode recorrer àJustiça, sem o intermédio de advogadoou computador; basta que seu autoraponte a ilegalidade do ato praticado ea autoridade que a determinou. OSupremo Tribunal Federal (STF) é aúltima instância para julgamento depedidos de HC.

A partir de agosto, o HC será umadas novas classes processuais que serãoajuizadas exclusivamente por meioeletrônico. Contudo, essa obrigatorie-dade de apresentar a petição viainternet só existirá nos casos em quehouver a mediação de advogado.

A Central do Cidadão e deAtendimento, que funciona dentro daCorte, chega a transformar cartas –

muitas delas escritas à mão por presosou seus parentes – em processos,quando estão presentes os requisitosnecessários para seu julgamento. Nosdemais casos, os pedidos sãoencaminhados às Defensorias Públicasou ao tribunal competente para seujulgamento. Em todos os casos, aCentral realiza acompanhamento detodos os pedidos, comunicando ao autorseus desdobramentos.

Ao chegarem aqui em meio físico,estes habeas corpus serão digitalizados(escaneados) e passarão a tramitar pormeio eletrônico como qualquer outroprocesso.

“O HC, dentre as oito novas classesprocessuais que deverão ser peti-cionadas exclusivamente de modoeletrônico, é a única que comportaexceção no que se refere às pessoasque desejam entrar em causa própria –

deixado dividas, se você as tiver, a parteque lhe cabe da herança terá de serusada para saldá-las - mas apenas aparte do herdeiro devedor, e não as dosdemais. Renunciar à sua parte daherança a fim de que ela vá para osoutros herdeiros, e não para os credores,é um estratagema que também nãofunciona. Quando alguém prejudica seuscredores ao renunciar à herança, elespodem, mediante autorização judicial,aceitá-la em nome da pessoa que estárenunciando.

Às vezes acontece de os herdeirosserem surpreendidos pelas dívidasdeixadas pelo falecido. Certa vez fuiprocurada por uma senhora que ficouviúva após mais de trinta anos decasada. “Mas, doutora”, disse-me ela,aflita, “eu nem sabia que ele tinhadívidas. E agora aparecem credores detudo quanto é lado. o que eu faço? Comoé que eu vou saber se meu marido deviamesmo o que eles estão dizendo?”Calma lá. Para que os credores sejamincluídos na partilha dos bens, osherdeiros devem estar de acordo. Senão estiverem, o assunto terá que serresolvido judicialmente. Porém,

enquanto isso ocorre, os bensnecessários para o pagamento dasdívidas serão separados pelo juiz eficarão indisponíveis até que a questãoseja resolvida.

E, por fim, cabe lembrar que oimóvel que constitui a residência dafamília não pode ser penhorado para opagamento das dívidas do falecido, nemdos herdeiros - e isso inclui os móveis eeletrodomésticos que ele contém, desdeque estejam quitados. Contudo, estejaatento às exceções. Se as dívidas foremtrabalhistas, fiscais, relativas à pensãoalimentícia ou se o imóvel tiver sidousado como garantia de um empréstimoque não foi pago, então ele pode serpenhorado, mesmo que constitua aúnica residência da família. Outrodetalhe: se a família possuir mais de umimóvel usado como residência, seráconsiderado impenhorável o que tivero menor valor - exceto se algum dosoutros imóveis tiver sido registrado nocartório para esse fim.

Ivone ZegerAdvogada militante especialista

em Direito de Família e Sucessão

Herança e DívidasLogo após o falecimento de Michael

Jackson, ocorrido em 2009, àsespeculações relativas às possíveiscausas da morte do cantor somaram-se outras, de natureza financeira: qualseria o valor da herança deixada peloastro da música? E qual seria o valorde suas dívidas? As estimativas giramem torno de US$ 500 milhões ou menos,em resposta à primeira pergunta, e US$200 milhões ou mais, em resposta àsegunda. Isso suscita uma outraquestão: quem paga as dívidas deixadaspelo falecido?

Vamos supor que Michael Jacksontivesse vivido, enriquecido, seendividado e morrido no Brasil, -umavez que examinar a questão à luz denossa legislação é, com certeza, umexercício bem mais útil para o leitorbrasileiro prestes a receber um belo econfuso pacote de herança e dúvidas.Se este for o seu caso, há uma boa euma má notícia. A má notícia é que asdívidas do falecido devem ser pagas porseu espólio, isto é, pelo total de bens(móveis e imóveis) por ele deixado. Osherdeiros dividem entre si o que sobrar,se sobrar - lembrando que as despesas

com o inventário e os impostos sobre aherança também entram nesse cálculo.

A boa notícia esta lá no artigo 1.792do Código Civil de 2002, que diz: “osherdeiros não respondem por encargossuperiores às forças da herança”.Trocando em miúdos, isto significa queos herdeiros não são obrigados a pagardo próprio bolso qualquer quantia queseja superior à herança. Se as dividasforem maiores do que o valor do espolio,os herdeiros não recebem nada, mastambém não pagam nada - o que,naturalmente, é uma boa notícia para oherdeiro, e não para o credor que, numasituação como essa, acaba ficando noprejuízo.

Postergar o início do inventário paraadiar o pagamento de eventuais dividasdo falecido não é uma boa estratégia.Primeiro, porque atrasos na abertura doinventário geram multas. Segundo,porque, dependendo das circunstâncias,os próprios credores do falecido, etambém os credores dos herdeiros,podem requerer a abertura do inventárioe a partilha dos bens. Esse é, aliás, umaspecto importante a ser considerado.Mesmo que o falecido não tenha

que não sejam assistidas por advogado,defensor público ou algum procurador.Eventualmente, podem ingressar pormeio físico com seu HC no Supremo enós nos encarregaremos de digitalizaressa peça para que tramite de formaeletrônica”, explica o assessor daPresidência do Supremo Lucas Aguiar.

O peticionamento eletrônico, além demais agilidade no encaminhamento dosprocessos, reduz despesas das partes,dos advogados e do Poder Judiciário.Além de tudo, o acesso ao STF torna-se mais fácil, uma vez que o advogadopode encaminhar o pedido de qualquerlugar, a qualquer horário.

“Há uma quebra de paradigmamuito grande porque é possívelmanipular os autos sem que elesestejam, necessariamente, num lugarsó”, avalia Lucas Aguiar. Ele explica:“é claro que se tem de seguir todos os

trâmites processuais e a ordem lógicade sequência, mas a tramitação linearde certa forma desaparece”.

Além desse relaxamento no fluxolinear da tramitação, a secretáriaJudiciária do Tribunal, Ana LúciaNegreiros, frisa que o peticionamentoeletrônico poupa tempo e dinheiro paraos advogados, já que eles protocolam eacessam o processo a qualquermomento dentro do prazo legal e deonde estiverem – sem a necessidadede vir ao Tribunal.

“Já para o público comum, asvantagens são a celeridade, a trans-parência na consulta dos atos proces-suais e, no habeas corpus, há apossibilidade de ele continuar sendoapresentado em papel [quando nãohouver a mediação do advogado]”,conclui a secretária.

Habeas Corpus poderá ser impetrado em papel

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JORNAL DA APAFERJ4 JULHO 2010

O aposentado Gilberto Pe-reira de Oliveira ajuizou, no Su-premo Tribunal Federal (STF),a Reclamação (RCL) 10424, emque pede que seja determinadaao Tribunal de Justiça do es-tado de São Paulo (TJ-SP) arealização de novo julgamentode recurso de apelação inter-posto contra sentença de pri-meiro grau, a ele desfavorável,em ação indenizatória ajuizadacontra o Bank of America, porperda de capital aplicado emfundos de investimento.

Acompanhado de sua esposa,também parte da ação, o apo-sentado alega que tanto a sen-tença de primeiro grau quantoo acórdão do TJ-SP afrontamdecisão do STF na Ação Diretade Inconstitucionalidade (ADI)2591, relatada pelo ministroEros Grau. Nesse julgamento,conforme alegam, o STF assen-tou que “as instituições finan-ceiras estão, todas elas, alcan-çadas pela incidência das nor-mas veiculadas pelo Código deDefesa do Consumidor (CDC)”.

Entretanto, essa juris-prudência teria sido violada,segundo o casal, pelos julga-mentos de primeiro e de se-gundo graus. Tanto o juiz mo-nocrático quanto o TJ-SPentenderam que o CDC não éaplicável à perda de capital emfundos de investimento agres-sivos. Assim, não há como de-clarar a abusividade das cláu-sulas contratuais que previama inexistência de limite de risco.

Conforme o acórdão contes-tado, o destinatário final doCDC é o consumidor final, queretira o bem do mercado ao ad-quiri-lo ou simplesmente uti-lizá-lo; aquele que coloca um fimna cadeia de produção, e nãoaquele que utiliza o bem paracontinuar a produzir (caso da

aplicação financeira).Ainda pelo mesmo enten-

dimento, a relação entre apli-cador e banco, no caso, subor-dina-se, exclusivamente, aosprincípios gerais do DireitoContratual, quais sejam: auto-nomia da vontade, consenso,força obrigatória, boa-fé,irretratabilidade, intangibili-dade e relatividade dos efeitos.

A se aposentar, em maio de2002, Gilberto Pereira de Oli-veira decidiu aplicar a impor-tância recebida a título de ver-bas rescisórias em fundos deinvestimento mantidos, à é-poca, pelo Bank of America S.A.,tendo por objetivo manter ovalor econômico desse dinheiro.

Entretanto, conforme alega ocasal, em junho daquele mesmoano (2002), em descumprimentodas cláusulas contratuais – queestabeleciam limite de expo-sição ao risco –, o Bank ofAmerica lhe teria causado“grande perda econômica”, oque o levou a ajuizar açãoindenizatória.

A decisão desfavorável deprimeiro grau levou o casal arecorrer ao TJ-SP, por meio deapelação e, ante decisão ne-gativa, por meio do recurso deagravo retido, também inde-ferido. O TJ entendeu que ocontrato firmado entre o casale a instituição financeira “nãoestá viciado”. Isto porque foiassinado espontaneamentepelas partes e não foi de-monstrado vício de atos jurí-dicos. A ele se aplicam as nor-mas que regem os contratos, enão o Código de Defesa doConsumidor.

Na Reclamação ajuizada noSTF, o casal insiste na tese daaplicação do CDC, reportando-se ao julgamento da ADI 2591.

No último dia 1º de julho, foipublicada a Lei nº 5781, quecriou os Juizados Especiais daFazenda Pública.

Doravante, passa a existir oSistema Estadual de JuizadosEspeciais, formado pelos Jui-zados Especiais Cíveis, Jui-zados Especiais Criminais eJuizados Especiais da FazendaPública. Em âmbito federal,temos, ainda, os JuizadosEspeciais Federais.

Os processos ajuizados pelosistema orientar-se-ão peloscritérios da oralidade, sim-plicidade, informalidade, eco-nomia processual e celeridade,buscando, sempre que possível,a conciliação ou transação.

A grande Novidade trazidapela nova lei são os JuizadosEspeciais da Fazenda Pública.Os processos que tramitarãopor esta nova via, em primeirainstância, independerão dopagamento de custas, taxas ouquaisquer despesas.

Os Juizados Especiais daFazenda Pública foram pen-sados para processar, conciliare julgar causas cíveis de in-teresse do Estado e dos Muni-cípios, até o valor de 60 saláriosmínimos. Com exceção dasseguintes:

1 – as ações de mandado desegurança, de desapropriação,de divisão e demarcação, popu-lares, por improbidade admi-nistrativa, execuções fiscais e asdemandas sobre direitos ouinteresses difusos e coletivos;

2 – as causas sobre bensimóveis dos Estados e Muni-cípios, autarquias e fundaçõespúblicas a elas vinculadas.

3 – as causas que tenhamcomo objeto a impugnação dapena de demissão imposta aservidores públicos civis ousanções disciplinares aplicadasa militares.

Segundo a nova legislação,nos novos juizados, o estado,suas autarquias, fundações, eas empresas estatais depen-dentes poderão celebrar acordos

nas hipóteses e nos limitesdisciplinados por ato do procu-rador-geral do estado, obser-vado o limite máximo de 35 sa-lários mínimos. Empresas es-tatais não dependentes de ver-bas públicas também poderãocelebrar acordos nas hipótesese nos limites disciplinados proato de sua diretoria.

Os credores receberão oscritérios reconhecidos pelaJustiça em forma de pagamentodireto, sem precisar esperarprecatórios, sempre que acondenação for inferior a 40(quarenta) salários mínimos,quando ao Estado, ou valorestabelecido em lei municipal,em caso de condenação domunicípio.

Nos novos juizados, asaudiências de conciliação sóserão realizadas quando houverpossibilidade de acordo entre aspartes, presumindo-se talpossibilidade caso o réu não semanifeste em sentido contrário.As audiências de instrução ejulgamento só serão realizadasquando houver necessidade deprova oral. Assim, dependendodo tipo da demanda, é possívelque o processo tenha sua sen-tença prolatada diretamente,sem audiências desnecessárias.

Poderão demandar nos no-vos Juizados Especiais da Fa-zenda Pública como autores, aspessoas físicas e as microem-presas e empresas de pequenoporte. As ações serão propostascontra os estados, o DistritoFederal, os territórios e os mu-nicípios, bem como autarquias,fundações e empresas públicasa eles vinculadas.

A idéia da Lei, como ocorretambém nos outros juizados, édar eficiência e agilidade.Tomara.

Estamos, assim, mais ani-mados em auxiliar nossosleitores que tenham tidos di-reitos desrespeitados pelos réusacima listados. Estamos dis-postos a esclarecer dúvidas aajuizar demandas judiciais.

Aposentado requer a aplicação do Código de Defesa do

Consumidor a contrato relativo a fundos de investimentoAberta nova frente para conciliação

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JORNAL DA APAFERJ 5JULHO 2010

Allan SoaresP r o c u r a d o rFederal

Foi durante o Renas-cimento que surgiu a razãode Estado e foi determinanteno período absolutista. Ela secaracteriza, principalmente,como a força e a astúcia aserviço do poder político.Opondo-se a esse domíniosurgiu a democracia modernana Inglaterra, na França enos Estados Unidos, nosséculos XVII e XVIII. Apartir daí, exige-se do PoderPúblico o comprometimentocom a verdade e o respeito aosprincípios básicos da de-mocracia.

Na Grécia antiga não foimuito diferente. A demo-cracia, representada porAtenas, tinha como funda-mento a isonomia – a igual-dade frente à lei –, direito ahonrarias por mérito e nãopor hereditariedade, direito arecurso ao Poder Judiciário ea Assembleias e, também, ode votar e integrar o Governo.

Há algum tempo, têmsurgido algumas propostas,depois modificadas, quecontrariam esses princípios,através de pretensões suces-sivas de “controle social” daeducação, da produção cul-tural e da mídia. Essas pro-postas surgiram em con-tradição com a Declaração deChapultepec, subscrita por

Governo Brasileiro, que é umacarta de princípios defensora daliberdade de imprensa e com aprevisão de que “não deve exis-tir nenhuma lei ou ato de poderque limite a liberdade de ex-pressão ou de imprensa, inde-pendente de qual seja o meio decomu-nicação”. Agora, esseenten-dimento dado à Lei E-leitoral, que, na verdade, veiopara punir excessos ou des-mandos na propaganda políticaobrigatória, está, na prática,impedindo a livre manifestaçãodo humor. Sem liberdade totalé quase impossível o pleno tra-balho dos humoristas, seja nacharge política, nos jornais ou TV.

Como se manifestou a Dra.Vânia Aieta, Presidente daComissão Eleitoral da OAB-RJ,“os humoristas têm razão aoreclamar. Essa lei é direcionadaaos adversários que concorremnuma eleição. É dirigida aosmalefícios causados por mar-queteiros que apostam em tru-cagens eleitoreiras nas propa-gandas na TV” (em Lei eleitoralbane humor da TV – “O Globo”).Tal restrição fere princípiobásico da Constituição Federal– que assegura a livre mani-

festação do pensamento – e,embora eu não pense isto, pode,talvez, ser entendida, poralguns, como temor à exposiçãopública de aspectos que sedeseja subtrair do conhe-cimento popular.

Registre-se que, a partir dedecisão da Suprema CorteAmericana, foi assentada ajurisprudência quanto à inter-pretação do direito à liberdadede expressão, conforme odisposto na Primeira Emenda àConstituição dos E.U.A. Atra-vés dela, entende-se que maisrelevante que o direito dosintegrantes da mídia, é o direitodo cidadão ao conhecimentodessa manifestação midiáticasem controles coercitivos. Esseentendimento passou a ser tidocomo base institucional daliberdade de expressão emtodas as verdadeiras demo-cracias.

Nessa linha, em julgamentorealizado em dezembro de2009, o ilustre Ministro Celsode Mello, do Supremo TribunalFederal, declarou que

“Ninguém ignora que, nocontexto de uma sociedade fun-dada em bases democráticas,

mostra-se intolerável a re-pressão estatal ao pen-samento, ainda mais quandoa crítica, por mais dura queseja, revela-se inspirada pelointeresse coletivo e decorre daprática legítima de umaliberdade pública de extraçãoeminentemente constitu-cional”.

No momento atual, a po-pulação é submetida, quaseque diariamente, a uma visãoapresentada por hábil tec-nologia de marketing, que“maquia” candidatos e pro-gramas, tornando quase im-possível a efetiva diferencia-ção e identificação dos mes-mos. Uma das formas de di-ficultar essa fantasia mar-queteira é a exposição dessesmesmos candidatos (e de seusprogramas) a uma visãoimpregnada de humor.

Os grandes humoristasmundiais, como JonathanSwift, H.L. Mencken e MarkTwain, não ignoravam que ohumor não é contar piadas,mas questionar as fanta-siosas certezas em que osseres humanos se escondem.

Humor Ameaçado ou“Humoristas Não Atiram Para Matar” (Millôr)

“O controle dos meios de comunicação modernos deu aos poderes

constituídos uma força esmagadora e quase imbatível. Os

poderosos podem não aumentar a própria estatura, mas lhes é

muito fácil rebaixar o teto”. (Livro Vermelho dos Pensamentos de

Millôr – Millôr Fernandes – p. 125)

O Brasil detém a maior diversidade biológica do planeta,contando com pelo menos 10 a 20% do número total de espéciesmundiais. Essa riqueza está distribuída em biomas como: aAmazônia, a Mata Atlântica, a Zona Costeira e Marinha (com

seus diversos ecossistemas associados - mangues, restingas,praias, costões, recifes de corais, entre outros), as Florestas deAraucárias e Campos Sulinos, a Caatinga, o Cerrado e oPantanal.

Biodiversidade

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JORNAL DA APAFERJ6 JULHO 2010

II CONGRESSO BRASILEIRODAS CARREIRAS JURÍDICAS

Aconteceu entre os dias 6 a 9 de julho,em Brasília, o II Congresso Brasileiro dasCarreiras Jurídicas de Estado. O conclavecontou, na abertura, com a presença doVice-Presidente da República, Sr. JoséAlencar Gomes da Silva, que falou emnome do Presidente Lula, dando as boasvindas aos participantes das carreirasjurídicas, enaltecendo o seu papel na defesado interesse do Estado. A mesa foicomposta também pelo Ministro doSupremo Tribunal Federal, Dr. JoséAntonio Dias Tofoli, Presidente de honrado Congresso, o Presidente do ConselhoFederal da OAB, Dr. Ophir Cavalcante;Defensor Público-Geral da União, Dr.JoséRômulo Plácido Sales; o Advogado-Geralda União, Ministro Luis Inácio LucenaAdams e o Presidente do SupremoTribunal Federal em exercício, MinistroAyres Brito.

II CONGRESSO BRASILEIRODAS CARREIRAS JURÍDICA.

OFICINASEntre os temas oferecidos pelos

organizadores do evento para as Oficinasdestacamos: O marco regulatório dopetróleo e gás; Segurança jurídica naobtenção de provas e o devido processolegal na persecução criminal; Aregulamentação bancária após a crise de2008; O papel das Agências Reguladorase o regramento da economia – autonomiae a inserção na Administração Pública;Combate à corrupção como Política deEstado; Inteligência no Combate aosCrimes contra o Meio Ambiente; Reflexõessobre o combate à impunidade e apreservação de direitos individuais; O CNJe o CNMP – reflexões após 04 anos; Adefesa do Consumidor como pilar dodesenvolvimento; A relação Imprensa eJudiciário e o direito à Informação.

II CONGRESSO BRASILEIRODAS CARREIRAS JURÍDICAS

PALESTRASA palestra inaugural foi proferida pelo

Presidente da República em exercício, Sr.

José Alencar Gomes da Silva que abordou“o Futuro do Brasil e o papel das CarreirasJurídicas;” O desenvolvimento sustentávele novas oportunidade” que teve comopalestrante a Ministra do Meio AmbienteIzabella Mônica Vieira Teixeira; “Órgãosde Controle e o desenvolvimento”, palestraproferida pelo Diretor de EducaçãoCorporativa da ABDIB, Fabio Aidar; “OBrasil e as possibilidades para a próximadécada” proferida pelo Diretor de Normasdo Banco Central do Brasil Sérgio Odilondos Anjos e “O papel das carreiras jurídicasnos projetos Copa 2014”, que teve comopalestrante o Presidente da Infraero MuriloMarques Barboza.

CONFRATERNIZAÇÃOA confraternização de encerramento

do II Congresso das Carreiras Jurídicasde Estado, que aconteceu no Centro deConvenções Ulysses Guimarães, tevecomo atração principal o grupo paulistaDemônios da Garoa, conjunto vocalconhecido por todos nós e que, de formainsofismável, animou a todos ospresentes, cantando sucessos, comoTrem das Onze e Saudosa Maloca, entreoutras pérolas da música popularbrasileira.

SUCESSOEstá de parabéns toda a equipe

organizadora do Congresso, que mais uma

vez deixa sua marca indelével naelaboração de temas importantes paradiscussão e reflexão dos membros dascarreiras jurídicas que puderamparticipar desse conclave, bem comodo apoio dado pela Escola da AGU edas Associações de Classe represen-tantes dos Advogados Públicos.

LANÇAMENTO I“Proteção penal ambiental” é a

obra de autoria de Helena ReginaLobo da Costa e publicada pelaEditora Saraiva, que traz uma análisesobre a legitimidade e eficiência nautilização do Direito Penal paraproteção, do meio ambiente, espe-cialmente o Direito Administrativo,além de abordar de forma critica aprópria lei de crimes ambientais.Maisinformações pelo sitewww.saraiva.com.br.

LANÇAMENTO II“O Direito Administrativo no STJ

no Século XXI”, editado pela editoraImpetus, de autoria dos professoresLuiz Oliveira Castro Jungstedt eAlessandro Dantas Coutinho. O livrofaz um análise dos mais importantesjulgamentos do STJ, envolvendo oDireito Administrativo. Vale a penaconferir. Informações pelo sitewww.editraimpetus.com.br.

Antonio C. Calmon N. da GamaDiretor de Divulgação da APAFERJ

Fatos . Fatos . Fatos . Fatos . Fatos .Fatos . Fatos . Fatos . Fatos . Fatos .

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“Se todos soubessem o quanto afome dói, não fabricavam armas”

Israel Assis Borges

Pela janela do trem surge o filme.Pela janela do tremVou olhando casas humildes inter-caladas e grandes quintais verdese também bois brancos bebendo nosrios que seguem junto às linhas dostrens da Central do Brasil.Era o prenúncio do cine, onde ima-gens passavam, sempre correndo,mais tarde, o filme.Sinais elétricos, de susto mudam decor, quando o trem zunindo passapor perto deles.Casas, caídas, quebradas, cobertasde cal e casarios bem estruturadoscom nome na testa (fachada) dacasa, assim como VILA BONIFÁ-CIA, afundam-se na escuridão darua estreita, que vai ficando pra trás.Perto das casas do Meyer, antigafazenda do mesmo nome, cedidapelo fazendeiro-proprietário, parapassagem da linha férrea. Umcinema reto e alto, fala pelas bocasdos cartazes de cores penduradosno alto do prédio.Histórias magníficas têm os su-búrbios!Viagens deliciosas e saudosas, entrea poeira decorativa e tradicional dostrens.O ar mistura-se com o carvãoqueimado e quente, dos chamados“Marias Fumaça”A essa mistura, no quadro mínimoda janela do trem, formavam belagaleria com vários quadros.Na perspectiva via-se, as palmeirasaltas, apertando-se e correndo tudo.E, entre as palmeiras, a cabeçaenrugada de um morro espia a calvaluzente do sol.Rolam nos ares os sons emserpentina, dos apitos de trensvelozes. As historias magníficasdos subúrbios.Marília Ruas - Procuradora Federal

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JORNAL DA APAFERJ 7JULHO 2010

II Congresso Brasileirodas Carreiras Jurídicas de Estado

Teve início no dia 6 do cor-rente mês, no Centro de Conven-ções Ulysses Guimarães, emBrasília, o II Congresso Brasi-leiro das Carreiras Jurídicas deEstado (II CBCJE), que contarácom mais de 1,5 mil partici-pantes. Os ministros do SupremoTribunal Federal (STF) AyresBritto, vice-presidente da Corte,e Dias Toffoli participam dacerimônia de abertura do evento,que até o dia 9 de julho discutiráo futuro do sistema judicialbrasileiro e o papel das carreirasjurídicas no desenvolvimento dopaís.

Estão na pauta do encontroquestões de interesse do Estadobrasileiro, entre elas: medidas decombate à corrupção, à lavagemde dinheiro e ao comércio ilegal;o marco regulatório do petróleoe gás; a atuação de órgãos re-gulatórios e o controle judicial;ajustes de conduta no âmbito daAdministração Pública; agrone-gócio e desenvolvimento susten-tável; e o papel das carreiras ju-rídicas nos projetos da Copa doMundo de futebol e das Olim-píadas.

Além das 28 oficinas, nove pai-néis e três palestras do Con-gresso serão realizadas duasreuniões setoriais, sendo umaentre presidentes das comissõesde advocacia pública das seccio-nais da Ordem dos Advogados doBrasil (OAB) e outra entrepoliciais federais.

A intenção do II CBCJE éestreitar o relacionamento, pro-mover a integração e estimularo intercâmbio de conhecimentosobre as atividades desem-penhadas por cada uma dascarreiras jurídicas de Estado,com o objetivo de oferecer à po-pulação mais qualidade e cele-ridade na prestação dos serviçose a oportunidade de aprender amelhor aproveitar os recursos

públicos, sem desperdiçá-los.Em quatro dias, o evento reu-

nirá membros da magistratura,do Ministério Público, da De-fensoria Pública, das procura-dorias dos estados e dos muni-cípios, dos delegados de Políciae da Advocacia Pública Federal,além de dirigentes empresariais,lideranças da sociedade civil or-ganizada, integrantes dos tri-bunais regionais, tribunais supe-riores e representantes dos po-deres Executivo e Legislativo.

Homenagem

O ministro do STF DiasToffoli será o homenageadodesta segunda edição do evento.Ex-advogado-geral da União, elefoi idealizador do I CBCJE, rea-lizado em 2008, quando a home-nagem foi dirigida ao ministroaposentado do Supremo Sepúl-veda Pertence. Nesta edição,Toffoli será o presidente de hon-ra do Congresso.

Além dos ministros do STFestarão presentes na cerimôniade abertura o presidente da Re-pública em exercício, José Alen-car, o presidente do Senado Fe-deral, José Sarney, o presidenteda Câmara dos Deputados, Mi-chel Temer, o procurador-geralda República, Roberto Gurgel, oministro da Justiça, Luiz PauloBarreto, e o advogado-geral daUnião, Luís Inácio Adams, entreoutras autoridades.

Sustentabilidade

O Congresso também mos-trará o compromisso com a res-ponsabilidade sociombiental.Durante todo o evento, haverácoleta seletiva de lixo, com a dis-ponibilização de lixeiras ade-quadas a cada tipo de resíduo aser descartado. Também foidefinido que parte do materialgráfico utilizado na sinalizaçãodo evento será encaminhado

para reciclagem. Além disso, aorganização do II CBCJE fez aencomenda de duas mil bolsasrecicladas produzidas pela en-tidade, para distribuir entre osparticipantes do evento.

Responsabilidade social

Ainda no evento, os inte-grantes das carreiras jurídicasde Estado terão a oportunidadede praticar sua responsabilidadesocial. Cada participante seráconvidado a contribuir com valorequivalente ao custo de umacesta básica de alimentos não-perecíveis. Os donativos serãoentregues a três entidades so-ciais do Distrito Federal: LarBetel – Assistência Social Evan-gélica de Brasília; Instituto DonaDiva; e Associação de Mães e PaisAmigos e Reabilitadores de Ex-cepcionais (Ampare).

O II CBCJE é realizado pelaAssociação dos Juízes Federaisdo Brasil (Ajufe), AssociaçãoNacional dos Procuradores deEstado (ANAPE), AssociaçãoNacional dos Peritos CriminaisFederais (APCF) e Fórum daAdvocacia Pública Federal, coma participação de 31 associações.

O presidente em exercício doSupremo Tribunal federal (STF),ministro Ayres Britto, participouda solenidade de abertura do IICongresso Brasileiro das Car-reiras Jurídicas de Estado, noCentro de Convenções UlyssesGuimarães, em Brasília (DF), eressaltou que a Constituição de1988 valorizou as carreiras ju-rídicas, na medida em que re-conheceu sua importância parao país. Por isso, para ele, a me-lhor forma de retribuição que osoperadores do Direito podem teré valorizar o texto constitucional.

“Essa Constituição despertaem todos nós sentimentos de ad-miração, reverência e gratidão.E, se queremos ser gratos à

Constituição que tanto nos pres-tigiou como profissionais doDireito, devemos cultuá-la nonosso dia a dia profissional. E éfácil cultuar a Constituição: bastaque tenhamos a disposição deinterpretrá-la com o pensamentoe com o sentimento”, afirmou.Ayres Britto disse que a CartaMagna é do povo enquanto estásendo elaborada, mas depois depromulgada, é tomada pelos ju-ristas e pelos operadores doDireito. Por isso, defendeu queo povo seja mais ouvido, por meiode audiências públicas.

O ministro Ayres Britto afir-mou ainda que é possível inter-pretar o sistema normativo comintuição, imaginação e criati-vidade, tendo em vista a senso derealidade e a sensibilidade so-cial. Citando Tobias Barreto, ovice-presidente do STF ressaltouque o Direito não é só uma coisaque se sabe, é também uma coisaque se sente. Ayres Britto lem-brou que a gênese do substantivo“sentença” vem do verbo sentir.“É o sentimento, conjugada-mente com o pensamento, quenos habilita a descobrir, nostextos normativos, possibili-dades muitas vezes insuspei-táveis para uma análise pura-mente metódica e científica”,afirmou.

O ministro saudou o presi-dente da República em exer-cício, José Alencar, presente àsolenidade, destacando sua lutaincansável contra as adversi-dades. “Saúdo todos os pre-sentes na pessoa do presidenteJosé Alencar, pela extraor-dinária trajetória de vida noenfrentamento de problemaspessoais, que são de todos nósconhecidos. Do alto das 15cirurgias as quais foi submetidonos últimos anos, nos transmiteuma preciosíssima lição devida”, disse Ayres Britto.

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JORNAL DA APAFERJ8 JULHO 2010

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JORNAL DA APAFERJ 9JULHO 2010

Uma Noite de Gala

É mais um motivo deconfraternização, quando os colegas sereencontram para se abraçarem epartilharem de um delicioso bolo ao somdo “parabéns para você”.

Desta vez tivemos a grata surpresade contar com a presença da Dra.Margarida Ribeiro de Almeida e suafilha Denise Almeida. Outra grandesatisfação, foi a visita da Dra. CarmenLucia Vieira Ramos Lima, que tambémé articulista do Jornal da APAFERJ, eque recebeu na oportunidade a medalhado Mérito da APAFERJ.

Outro aniversariante e igualmenteagraciado com a medalha, foi o Dr.Antonio Fernando Furtado da Silva, noato representado por seu filho Dr. PedroPaulo Furtado da Silva.

Cenas da festa dosaniversariantes realizada

no dia 27 de julho.

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JORNAL DA APAFERJ10 JULHO 2010

Um dos pressupostos de todo programade marketing jurídico, com o objetivo de pro-mover o escritório e a carreira do advogado,é o desenvolvimento da habilidade de falarem público. Tanto para expor as idéias àsociedade e ao seu público-alvo quanto parao exercício da profissão é fundamental que oadvogado saiba expor suas idéias adequa-damente.

Mas existem diversas barreiras quedificultam a utilização desse recurso de mar-keting pessoal: o medo de falar em público,comum à maioria das pessoas, gera umbloqueio psicológico, impede os advogadosde se apresentarem em público de maneiratranqüila e profissional. Além disso, a faltade conhecimentos de técnicas básicas deretórica e oratória tem gerado apresentaçõesvazias, que despertam pouco ou nenhuminteresse à assistência.

Segundo pesquisa publicada no jornalSunday Time, de três mil americanospesquisados, 41% disseram que seu piormedo era falar em público, contra 19% queafirmaram ser a morte seu maior medo. Emoutra pesquisa, realizada entre dez milaustralianos, um terço prefere a morte a falarem público. Aqui no Brasil não é diferente:numa enquete realizada entre leitores darevista Você S/A, dois terços dos pes-quisados admitem que falar em público é umde seus maiores temores.

Portanto, caro advogado, se esse é seucaso, não fique tão preocupado, pois vocêcertamente tem muita companhia. Oimportante é saber que é perfeitamentepossível superar essa barreira e aprender nãoapenas a vencer o medo de falar em público,mas, principalmente, desenvolver a capa-cidade de se expressar de maneira organizada,coerente e carismática quando enfrentar es-sa situação.

Algumas ações poderão ajudar a venceressa barreira. São elas:

AÇÃO 1 Prepare-se de maneira adequadaA preparação de toda apre-sentação públicaé o primeiro passo para um bom resultado.Saiba o que vai falar, organize as idéias demaneira didática para que possa serfacilmente compreendido e leve anotaçõespara “refrescar” a memória numa emergência.Conforme dizia Winston Churchill – grandelíder político inglês –, tenha sempreguardadas, no bolso, as idéias principais dodiscurso que irá pronunciar. Em seu livro“Como Falar em Público e Influenciar Pessoasno Mundo dos Negócios”, (Record, 1962),Dale Carnegie prega que devemos procurarfalar de assuntos dos quais temos plenodomínio, pois assim será mais fácil apresentarexemplos e argumentos que possam validarnossa argumentação e gerar interesse dopúblico.

AÇÃO 2 Nunca decore um discurso palavrapor palavraDecorar um discurso é a pior maneira de falar

em público, pois torna a apresentação artificiale, pior ainda, pode, devido ao nervosismo,fazê-lo esquecer algo, tornando sua fala semsentido. O melhor é dominar o tema daapresentação e ter em mente os pontosprincipais da palestra.Para sermos espontâneos, devemos nos fixarnas idéias, e não nas palavras, da apre-sentação. Se as idéias forem claras, aspalavras virão natural e inconscientemente àmedida que a apresentação for evoluindo.

AÇÃO 3 Predisponha sua mente para osucessoDesenvolva a autoconfiança em relação a suacapacidade de apresentar o tema. Deixe-seabsorver pelo assunto e afaste sua atençãode qualquer pensamento negativo ou dú-vida. Quanto mais preparado estiver maiorconfiança terá durante a apresentação. Du-rante toda a fase de preparação, imagine ementalize o sucesso, que ele certamente virá.

AÇÃO 4 Conheça o terreno onde vai pisarProcure conhecer de antemão o ambiente e ocontexto em que irá se apresentar. Saiba otipo de público a que vai se dirigir: serãoexecutivos, estudantes, professores oupúblico em geral? O local será um auditório,uma sala de aula, uma sala de reuniões, umlocal aberto? Você será o único orador? Quan-tas pessoas falarão? Todas essas infor-mações são importantes na fase de pre-paração de sua apresentação.

AÇÃO 5 Seja breveNunca fale mais do que preciso; a brevidade éimprescindível numa apresentação. As pessoastêm dificuldade de manter a atenção concentradaem um assunto por muito tempo, portanto, nãose alongue mais do que o necessário.Naturalmente, é fundamental adaptar o conteúdode sua apresentação ao tempo disponível.Procure não cansar seu auditório, pois discursoslongos podem dispersar a atenção do público ecomprometer seu sucesso.

AÇÃO 6 Aprenda a se relacionar com opúblicoRelacionar-se com o publico é fundamentalem toda apresentação. Olhe sempre para aspessoas e passe a impressão de que está sedirigindo a cada membro da audiência. Nuncafixe o olhar em uma única direção e procureolhar para várias pessoas, em vários lugaresda audiência, olhando uma pessoa de cadavez. Esteja preparado para possíveisinterferências ou perguntas.

AÇÃO 7 Seja você mesmoDesenvolver o próprio estilo de falar empúblico é fundamental. Tentar imitar outraspessoas fará com que você se torne artificial.A espontaneidade o ajudará a conquistar asimpatia de todos. Por isso, tenha seu estilopróprio, não procurando ser nada além doque você é. Se você não for na-turalmenteengraçado, não tente fazer piada. E sorria,

pois o sorriso abre um campo magnético deatração entre você a as pessoas.

AÇÃO 8 Limite, ilustre e dê exemplosEvite falar sobre temas genéricos ou muitoamplos, pois o público dificilmente consegueassimilar várias idéias expostas. Procure,ainda, humanizar sua apresentação fa-landoem uma linguagem adequada ao nível deconhecimento de seu público. Apresente osargumentos com detalhes, exemplos, dadosestatísticos e utilize comparações com fatosconhecidos dos ouvintes.

AÇÃO 9 Partilhe a palestra com o auditórioNa medida do possível, procure compartilhara palestra com os ouvintes, tendo em vistaos interesses deles. Faça perguntas, instiguea participação da platéia através deexclamações, reflexões e outros recursos quepossam tirar os participantes da zona deconforto. Contudo, não permita queinterrompam ou atrapalhem a apresentação.

AÇÃO 10 Desperte a atenção de imediatoComece sempre a apresentação com umexemplo próprio ou conhecido, ou comalguma informação inusitada que possadespertar o interesse dos ouvintes rapida-mente. Em geral, algo diferente e inesperadocapta a atenção da assistência.

AÇÃO 11 Seja entusiásticoA menos que o assunto de sua palestra sejade uma gravidade que exija uma postura séria,procure começar sua apresentação comvitalidade e entusiasmo, e mantenha esseritmo durante toda a apresentação. Umapalestra “morna” corre o risco de dispersar aatenção dos ouvintes no meio da apre-sentação. Module a voz, faça pausas expres-sivas e, mesmo que você mesmo as responda,levante questões para despertar a atenção.Torne sua apresentação dinâmica.

AÇÃO 12 Saiba manter a atenção e ointeresse dos ouvintes em apresentaçõeslongasAs apresentações mais demoradas exigem ummaior nível de preparação e recursosespeciais do palestrante. Por isso, sãonecessárias várias formas de atrair e prendera atenção dos ouvintes. Comece com umexemplo interessante, faça suspense sobre oque irá dizer em seguida, faça algum tipo deenquete durante a apresentação e peça àspessoas que levantem as mãos, prometa dizerou ensinar algo especial aos ouvintes.Procure desenvolver a apresentação demaneira lógica, didática, marcando cada idéiacom um número ou uma sequência do tipo:em primeiro lugar, em segundo lugar etc.No final da palestra faça um resumo do quefoi apresentado, destacando as principaisidéias.

AÇÃO 13 Evite desculpas e “casosengraçados”

Alguns oradores costumam começar suaspalestras pedindo desculpas por não teremtido tempo de se preparar adequadamenteou por qualquer outro motivo. Nunca comeceuma apresentação com desculpas, pois issopode gerar uma primeira impressão negativa.Outra armadilha é tentar ser engraçado: nemtodos têm essa competência, e uma piada oucaso engraçado mal contado pode compro-meter sua apresentação.

AÇÃO 14 Treine, treine, treine...A preparação é fundamental. Treine bastanteantes de sua primeira apresentação. Otreinamento corrige os erro e os excessos eajuda-o a perceber falhas, além de aperfeiçoarseu estilo. Treine quantas vezes for preciso eperceba que você vai se tornando maisconfiante à medida que treina.Você pode treinar a apresentação com amigos,colegas de trabalho e familiares. Peça opiniãosobre seu desempenho e procure corrigir oserros. Mesmo os oradores mais experientescostumam treinara palestra com seusassessores. Há até o caso curioso de umpalestrante conhecido que, para treinar,começou suas primeiras palestra falando paraum “rebanho de vacas” no sítio da família.O importante é o treinamento em si, quecertamente vai gerar aprimoramento. Alémdisso, é preferível cometer falhas em umambiente controlado, e fazer as correções, doque deixar que os erros e “gafes” ocorram emplena palestra.

AÇÃO 15 Vá em frente, mesmo com um“friozinho na barriga”Quando finalmente chegar o grande dia, nãotitubeie, vá em frente. Aja com confiança eentusiasmo, foque na tarefa, e não nas dú-vidas e medos. Dizem os especialistas queum pouco de nervosismo é até positivo.Aquele “friozinho na barriga” é saudável epode tornar mais viva sua apresentação.Muitos palestrantes famosos admitem que,mesmo após anos de experiência, sempresentem um pouco de nervosismo no iníciode suas palestras.

Buscamos, através destas idéias,contribuir com os profissionais do setorjurídico no sentido de ajudá-los a desenvolvera capacidade de falar em público. Essacompetência só se aprende estudando epraticando, utilizando todas as oportunidadesde se expressar em público, desse aparticipação em pequenas reuniões até chegaràs palestras para um grande público demaneira natural e eloqüente.

Certamente, o desenvolvimento dessahabilidade terá um importante impacto naprojeção da carreira do advogado, ajudando-o a construir sua marca e seu renomeprofissional.

Ari LimaEmpresário, engenheiro, consultor,

palestrante e especialista em marketingjurídico

Como Falar em Público

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JORNAL DA APAFERJ 11JULHO 2010

CarmenLucia VieiraRamos LimaProcuradoraFederal

Reflexões:

1.Festa de Aniversariantes daAPAFERJ

É de praxe que tal evento faça partedas atividades sociais de instituições/organizações, clubes etc. Mas, aqui,trata-se da festa da APAFERJ: reuniãode celebração, encontros/reencontros,repasse de novidades no cenário apa-ferjiano, tribuna livre, farta mesa de sal-gados e doces. Acolhimento, conheci-mento, afetividade, simpatia. A certezade estar ao lado de pessoas brilhantes,tanto no trato quanto em habilidadeintelectual. Não são muitos os que po-dem gozar de tão seleta companhia. Épreciso dar credibilidade ao que existee acontece de fato nessa Entidade.

Os Procuradores Federais têm tidoconquistas, nos últimos tempos, atravésda atuação voluntária dos colegas queemprestam seu tempo e labor na lutapara ampliar esse espaço de atuaçãofuncional e, consequentemente, a re-muneração de todos. Firmar o corpoe a alma do grupo, lutar pelos seusinteresses e reconhecer que um pouco,só um pouco de cada um, faz o so-matório necessário e representativo deforça e manutenção da categoria fun-cional. Todas as coisas existem so-mente enquanto são cuidadas, regadas.O alimento da APAFERJ é o mesmoalimento que a categoria profissionalprecisa para vicejar: vigilância, visibili-

dade, valorização.É uma honra fazer parte de tão pres-

tigiado grupo e de ter comemorado o meuaniversário de forma tão carinhosa nestemês de Julho de 2010.

2.Liberdade.O assunto de capa do Jornal da

APAFERJ do mês de Junho/2010 é umahomenagem ao Dia da Liberdade deImprensa, de autoria do Jornalista Sr.Carlos Alberto Pereira de Araújo que,durante anos, conforme também descobri,foi jornalista da prestigiada e extintaRevista Manchete. Conversamos duran-te a já mencionada Festa dos Aniversa-riantes e, tomei a liberdade de refletir arespeito. Aqui vão, Sr. Carlos Alberto,alguns pretensos fios desse tecido tãoprecioso:

Liberdade. O que é liberdade? Pri-meiro, no singular: não seria, por acaso, odireito que o homem tem, por natureza,de agir sem qualquer constrangimentoexterno? Pelo menos, assim é o queentende a Enciclopédia e DicionárioIlustrado Koogan/Houaiss- Edições Delta.

No momento em que se depara como plural – liberdades – já se tem algumtipo de constrangimento, de limitação. Jáse fraciona o conceito, limita-se o com-portamento. O céu não é mais o limitepara o agir. Liberdade de credo, de reu-nião, de pensar, de ir e vir, sindical, e poraí vai. Refletindo, liberdade tem a ver como outro, mas, antes de tudo, tem a verconsigo mesmo. Há alguém com sufi-ciente auto-conhecimento para se con-siderar liberto e, portanto, reconhecer aalguém esse mesmo status de liberto?

Palavras. Somos profícuos no uso

delas, fartos na utilização/aplicação deconceitos e fartos na cobrança do quenão observamos em nós.

Democracia. Aristóteles fez do con-ceito a sua bandeira. Entretanto, para ospovos antigos a subjugação, o exercíciodesmesurado do Poder justificavamguerras e domínio, para manterem a uni-dade territorial, primeiramente. Roma:Marco Aurelio nas suas Meditações (ouLamentações??) se justificou todo o tem-po. É só acompanhar o discurso do grandeGeneral e Imperador. Qual o legado?Ensinamentos de conquista, poder, do-minação.Hoje temos a Democracia do di-nheiro, do capital. Não há necessidadede ilustração. Aliás, dizem que ninguémgosta mais de dinheiro, de bens materiais,palpáveis, do que o socialista. Algumacoisa disso tem base filosófica: Platão jádizia que se deve amar o que não se tem.O que se tem, já é prestigiado.É umavertente do entendimento/compreensãode Eros (Amor). Liberdade de opinião,de formação de opinião, de influência naformação de comportamento.

Enquanto fazia Especialização emTradução em Línguas Francófonas depa-rei com o problema de identidade doCanadá face à França, seu colonizador.A identidade tem a ver com a auto-estima.Aí é melhor agir do que viver o eternopapel de vítima, apegado ao gozo da sub-jugação, sofrendo com baixo auto-estima.O Canadá é um dos países mais desen-volvidos. Maravilhoso. Entretanto, sofrecom o estigma do sotaque, identidade, hámais ou menos 50 anos vem desen-volvendo literatura libertária (de minorias),tentando assumir o seu Eu. Quem nãoconhece, pelo menos de ouvir falar, ospilares da literatura francesa e mundial?São reconhecidos na base formadora detodas as ciências sociais/jurídicas. Teriao Canadá condições de voltar ao úteropara competir ou, tentar criar o seu estiloliterário que, de resto, passa pelo estiloindividual das suas minorias? Vivencieiisso em cada pedacinho por onde passei.Os canadenses expressam-se, de formapeculiar, mas têm dificuldade ainda emse desprender da velha França e fazemparte da Commonwealth (ComunidadeBritânica de Nações), com sistema degoverno característico. Aí é a parte davelha Grã-Bretanha. Tudo isso advindoda retaliação de conquista, de domínio,de limitação de qualquer impulso criativopróprio. Ainda estão às voltas com o seuproblema psicoafetivo, porém, com maisdinheiro no bolso e desenvolvimento doque a maior parte desse mundo glo-balizado. Serão válidas as compensações

materiais?Leis. No Brasil temos o melhor

de tudo: clima para todo o gosto,humor (humor negro também) arte,hipocrisia, culinária, discriminaçãode qualquer espécie, infração detudo, povo maravilhoso, ecléticoem tudo: credo, raça, opinião,carnaval (deboche da autoridade,das carências, da falta de infra-estrutura etc), muita cultura, razoá-vel/ pouca educação, excesso devalorização do outro (resquício dacolonização) etc. Temos (ou tivemos)excelente literatura, meios de comu-nicação (jornais e revistas muito bons),todo mundo é técnico em futebol, so-nega-se e, ainda é o 3º país com a maiordiferença de renda entre camadas so-ciais (não se pode ousar dizer que cadaestrutura de renda tem suas liberdadespróprias, sua cultura?). As leis quetemos são muitas; pergunta-se: o muitoé suficiente? Agrada, atende?

É o famoso caldeirão cultural. Asdiferenças fazem crescem. Para o beme para o mal.

O bom é que temos nossos pro-blemas e os outros países têm os seus.Os conceitos usados podem ser osmesmos, mas as circunstâncias, ah, ascircunstâncias sempre terão coloridopróprio. Usando Churchill , “países nãotêm amigos, têm interesses”.

Daí que enxergar liberdade de forapara dentro é meio complicado. Ela vemcom o auto-conhecimento, a auto-estima, a formação de cada um, a ri-queza cultural, a exclusão do que nãonos convém, a cada um , de per si.

O homem nasce livre, libertinho.Entretanto, a manutenção da liber-dade, das liberdades (fracionando) émera e exclusivamente questão deescolha, do querer, do agir de cadaum, sem esque-cer que ele faz usoda sua bagagem cultural, assumindoos seus riscos. Se o homem é umanimal social, conforme Aristóteles odisse, ele vai escolher conviver, so-breviver, talvez reprimindo um poucodos antropológicos 30% da sua ani-malidade, jogando com os 70% de mi-tologia e religiosidade. Sei lá. Criandoos seus códigos. Acrescente-se queo homem é criativo e, ao mesmo tem-po, imitador, o que lhe facilita adaptar-se às conjunturas, se as contingênciaslhe forem favoráveis e, modificá-las,se assim o quiser, assumindo os seusriscos. Sejamos um pouco britânicos:façamos nossas apostas. O céu é olimite.

Um momento, dois assuntos: pinceladas.

-Dar visibilidade ao que se tem. A APAFERJ oferece mensalmente espaço de celebração deaniversários dos associados, de muito bom gosto: bom papo, mesa farta, últimas informaçõespara a categoria etc.-Valorizar o que se tem. Organização, método, respeito, dignidade. A diversidade é recebidacomo enriquecimento para o diálogo.-Lar é espaço afetivo, seguro, compartilhado. Casa é alvenaria, edifício, construção material.Um lar pode ter espaço físico; uma casa pode não ser um lar.-Significados para a APAFERJ? Acolhimento, integração, companheirismo, unidade,diversificação, igualdade de desiguais, congraçamento, luta, escudo. Espaço real e fantástico.Tribuna livre. Respeito. Crescimento. Lazer. Berço de idéias para continuar a caminhada.-Coisas pequenas criam laços duradouros.- Detalhes fazem a diferença.-A informação: necessidade de estar sempre repensando o seu trato, a sua veiculação. Apalavra é a mais poderosa arma. O diálogo é a melhor estratégia.- “A imaginação vale mais que o conhecimento” – A. Einstein.-A curiosidade leva o homem a fuçar o seu entorno e alhures, recriando o seu própriouniverso.-”Libertas quae sera tamen” = “Liberdade ainda que tarde”: verso de Virgilio- Églogas, I, 27;lema dos Inconfidentes, hoje, lema do Estado de Minas Gerais.

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JORNAL DA APAFERJ12 JULHO 2010

NOTA PÚBLICAO FORUM NACIONAL DA

ADVOCACIA PÚBLICA FE-DERAL, que reúne as enti-dades de classe das carreiras deAdvogado da União, Procuradorda Fazenda Nacional, Pro-curador Federal e Procuradordo Banco Central (ANAJUR –A N A U N I – A N P A F –A N P P R E V – A P B C –SINPROFAZ – APAFERJ),vem de público repudiar aposição truculenta que tem sidoadotada pelo Superintendentede Administração Geral daAgência Nacional de Teleco-municações – ANATEL, senhorRodrigo Augusto Barbosa, emface dos Procuradores Federaislotados naquela Agência.

Causa repugnância os fatosnoticiados pelo jornal CorreioBraziliense, dando conta dexingamentos públicos e expres-sões desrespeitosas dirigidaspelo mencionado Superin-tendente à Procuradora Fe-deral Fernanda Bussacos, bemcomo as referências de me-nosprezo daquela autoridadepública a toda a categoria dosadvogados públicos federais.

O FORUM reafirma seusvotos de não recuar um sómilímetro na defesa do Estado,ainda que para isso se con-traponha a todos aqueles queentendem que a advocaciapública federal não deve de-fender o Estado e a legalidade,e sim, se inclinar às vontadesdos governantes. O advogadotem garantia normativa deindependência técnica e nãopode ser desrespeitado emdecorrência de suas legítimasmanifestações, como tem ocor-rido na ANATEL.

Se ao Gestor cabe evitar aburocratização excessiva eimprimir agilidade no de-sempenho das missões insti-tucionais, aos advogados pú-blicos cabe a garantia de quenão se confundirá essa rapideze eficiência com pressa e atro-pelos que possam levar aotransbordamento da estritamoldura legal exigida para ascontratações públicas. A auto-nomia da Agência deve amol-dar-se às necessárias balizas, desorte a prestigiar o caráter co-gente dos princípios e regrasgerais de licitação, cuja preser-vação é responsabilidade detodos.

A tentativa de intimidação,com a verbalização de ameaçasde demissão ou remoção, fazlembrar os tempos dos dés-potas. Amplificada as conse-qüências o fato de terem sidoproferidas contra advogadopúblico que estava em legítimaatuação na defesa da legali-dade e dos valores republicanos.

O FORUM adotará todas asmedidas administrativas e ju-diciais para garantir as prer-rogativas da advocacia pública,inclusive com representaçãojunto a Comissão de Éticapublica da Presidência da re-pública, ao passo em que confiafirmemente que infelizes con-dutas, como as que tiveramcomo protagonista o Superin-tendente de AdministraçãoGeral da ANATEL são pontuaise não refletem a essência daAdministração Pública bra-sileira.

ANAJUR – ANAUNI –ANPAF – ANPPREV – APBC– SINPROFAZ – APAFERJ

O ministro do SupremoTribunal Federal (STF) JoséAntonio Dias Toffoli aplicoujurisprudência da SupremaCorte para declarar ainconstitucionalidade da LeiDistrital 2.583, de agosto de 2000,que criou cargos e empregos emcomissão no quadro de pessoal doGoverno do Distrito Federal(GDF). No preenchimento dasvagas, foi dada preferência aservidores da CompanhiaUrbanizadora da Nova Capital(Novacap) que tiveram seuscontratos tornados nulos pelaJustiça do Trabalho.

A decisão foi tomada peloministro nos autos do RecursoExtraordinário (RE) 376440,interposto pela Ordem dosAdvogados do Brasil - Seção doDistrito Federal (OAB-DF).Nesse recurso, a Ordemquestiona acórdão (decisãocolegiada) do Conselho Especialdo Tribunal de Justiça doDistrito Federal e Territórios(TJDFT) que declarou a validade

das nomeações, julgandoimprocedente Ação Direta deInconstitucionalidade (ADI)ajuizada pela OAB-DF em agostode 2001 contra a lei citada.

No acórdão, o TJDFTentendeu que a lei não afrontaquaisquer dos princípios inscritosna Lei Orgânica distrital.Segundo aquele tribunal, oartigo 19 da Lei Orgânica do DFprevê expressamente que ainvestidura em cargo ou empregopúblico depende de préviaaprovação em concurso público,mas excepcionou as nomeaçõespara cargos em comissão,considerando-os de livrenomeação e exoneração pelaautoridade pública.

Ainda conforme o TJDFT, ditoartigo estabeleceu, também, quepelo menos 50% dos cargos emcomissão deverão ser exercidospor servidores de carreira.Portanto, tampouco secaracterizaria hipótese deexcesso ou desvio de poder nasnomeações.

Projeto de autoria doMinistério do Planejamentopretende aumentar em 560 onúmero de advogados da União.A proposta está sob análise daCâmara dos Deputados (PL7.580/10). É papel da Advocacia-Geral defender a União, inclusiveem ações no Supremo TribunalFederal (STF), e oferecerconsultoria jurídica aosministérios e outros órgãos doPoder Executivo Federal. Cercade 1.814 advogados públicosexercem essa função atualmente.

De acordo com o ministro doPlanejamento, Paulo Bernardo, “oquantitativo encontra-seestagnado há mais de umadécada, com apenas algumasoscilações, ao passo que a carreira

de advogado da União incorporou,ao longo dos anos, forte incrementoem suas atribuições”.

O ministro citou a criação dosJuizados Especiais Federaiscomo incremento das atribuiçõesda carreira de advogado daUnião. Os novos juizadosampliaram o número de órgãosjurisdicionais de primeiro grau,o que acabou aumentando donúmero de processos movidoscontra o governo federal, movidosprincipalmente pelos servidores.

A proposta sobre a criação devagas ainda tem de passar portrês comissões para ser aprovada:de Trabalho, de Administração eServiço Público, de Finanças eTributação e de Constituição eJustiça e de Cidadania.

Nota Pública do Forum Nacional

sobre a posição do Superintendente

de Administração da ANATEL

Nomeação de ex-servidores daNovacap para cargos em comissão

no DF é inconstitucional

Mais vagas para advogados da União

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JORNAL DA APAFERJ 13JULHO 2010

Enquanto a arbitragem cada vezmais se consolida em nosso Pais,persiste o questionamento e a resis-tência ao seu uso na área trabalhistaindividual. Efetivamente, existe si-tuação ainda não pacificada no Tri-bunal Superior do Trabalho (TST)quanto à possibilidade da arbitragemtrabalhista individual. Na pratica, naausência de vedação legal, diversasentidades arbitrais tem atuado na área,proporcionando vantagens as partesque as procuram, ao tempo em queenfrentam raras insatisfações e algumasresistências.

O fato de a regulamentação da ar-bitragem ter ocorrido em 1996 nãoensejou que as demandas chegassemao TST em intensidade suficiente paraobter uma posição explicita e harmô-nica. Ate dezembro/2009 foram iden-tificadas 11 decisões do TST abor-dando a questão, sendo oito favo-ráveis e três contrarias.

Nos processos AIRR 1931/1999-441-02-40.0, RR 541362/1999.6,RR-2395/2006-022-09-00.7 eAIRR-2013/2003-016-02-40.3, emdecisões da 1ª, 6a e 7a Turmas, entresetembro/05 e janeiro/09, o TST semanifestou entendendo não ser a pro-posição de juízo arbitral um pressu-posto impeditivo para o inicio de açãotrabalhista por portuário, apesar daprevisão do art. 23 da Lei 8.630/1993,sem aventar a possibilidade da inva-lidade da arbitragem trabalhista in-dividual.

Analisando a aplicabilidade da ar-bitragem na área trabalhista individual,o TST se pronunciou nos processosRR-1650/1999-003-15-00 (4a Tur-ma, set/05), AIRR-1475/2000-193-05-00.7 (7a Turma, out/08) e RR-259/2008-075-03-00.2 (4a Turma,dez/09) de forma favorável, enquantoque nos processos RR 795/2006-028-05-00.8 (3a Turma, abril/09), RR2253/2003-009-05-00 (6a Turma,maio/09) e AIRR-415/2005-039-02-40.9 (6a Turma, julho/09) apresentouposição contraria.

A Ação Civil Publica intentada peloMinistério Publico do Trabalho (MPT)da 5a Região contra o Conselho Arbitral da Bahia, procurando impedir asarbitragens trabalhistas individuais, foirejeitada pelo Tribunal Regional doTrabalho (TRT) da 5a Região, com

decisão mantida pelo TST (AIRR-467/2004-026-05-40.1, maio/2008).

Apesar de o posicionamento doTST ter sido tendente à confirmaçãoda arbitragem trabalhista individual,enquanto não houver decisão de Se-ção Especializada em Dissídios In-dividuais harmonizando a jurispru-dência, esta não é uma situação defi-nitiva. Observe-se que as posiçõescontrarias foram da 3a e 6a Turma, em2009, enquanto as favoráveis foram da1a, 4a, 6a e 7a Turmas, entre 2005 e2009.

Destaque-se que, anteriormente aEmenda Constitucional 45, a JustiçaFederal foi provocada diversas vezesa se manifestar sobre a liberação deFGTS em face de sentenças arbitraistrabalhistas e o fez favoravelmente,como se exemplifica com a decisãofinal do Superior Tribunal de Justiçano processo AI-790.968 - OF (2006/145436-8, MS 2004.33.00.015281-0/BA), reconhecendo a validade dasentença arbitral trabalhista individual.

A argumentação presente nasdecisões contrarias à arbitragem noslitígios laborais individuais tem sidopredominantemente pela não autori-zação constitucional, pela não dis-ponibilidade dos direitos envolvidos epela coação econômica presumida.

A suposta indisponibilidade dosdireitos do empregado, que seria ple-na, na visão de alguns, não é verda-deira. O fato é que diversos dos di-reitos trabalhistas individuais são denatureza pecuniária, revertendo-semuitos deles em verbas indenizatórias,passiveis de transação. Tanto é assimque na Comissão de Conciliação Pre-via e na Justiça do Trabalho os acordosenvolvendo tais verbas são cotidianos.Ou seja, é evidente que diversos dosdireitos trabalhistas individuais são denatureza patrimonial disponível, sendoestes, consequentemente, passiveis dearbitragem. Os direitos trabalhistasrescisórios são, essencialmente, decaráter indenizatório ou remuneratório,os seja, são disponíveis.

Quanto à previsão constitucional,essa não é necessária, posto que, nãosendo atividade exercida por entidadepublica, não requer autorização legal,apenas a não vedação. Tanto assimque não existe autorização consti-tucional para arbitragem na área cível

ou comercial e não se pode negar suaaplicabilidade em ambas. O art. 114,§2° da Constituição Federal, que men-ciona a arbitragem trabalhista coletiva,o faz indicando-a como um dos re-quisitos alternativos para ajuizamentode dissídio coletivo. Ressalve-se queo legislador constitucional incluiu estareferencia ao dissídio coletivo em faceda ampliação do poder normativoconcedido à Justiça do Trabalho para,neste caso, invadir a competêncialegislativa, nos dissídios de naturezaeconômica. O § 1 ° do mesmo artigo,na mesma linha de raciocínio do le-gislador, também estabelece a pro-posição da negociação coletiva comorequisito antecedente à convocação dearbitragem trabalhista coletiva. Não háautorização ou vedação constitucionalda arbitragem na área trabalhistacoletiva ou individual.

No que tange à pressão econômicasobre uma das partes, ela sempre estapresente em determinadas relações,como nos contratos de prestadores deserviço, representação comercial, deadesão ou ações indenizatórias. Nempor isso algum jurista contesta aarbitragem em qualquer dessassituações. A coação econômica pre-sumida também esta presente nosacordos firmados no Sindicato, naDelegaria Regional do Trabalho, noMPT ou na Justiça do Trabalho. Se oempregado tem fome e aceita umacordo, ele o fará em qualquer lugar.Ademais, vale dizer que na Justiça doTrabalho é que a coação costuma serexercida pelo empregador de formaeficaz, pois pode ele amedrontar o ex-empregado dizendo-lhe que, caso umacordo não seja celebrado, o processoserá arrastado por anos e anos,mediante utilização de todos osrecursos cabíveis. Esse tipo de coaçãojamais poderia ocorrer na arbitragem,uma vez que esta se caracteriza porser célere e não permite a interposiçãoinfindável de recursos.

Se na arbitragem o trabalhadordesejar assistência do sindicato, deadvogado ou outra qualquer, ele podetê-la. A lei não a obrigou nem para aarbitragem ou para outras formas desolução de litígios trabalhistasindividuais (“Ninguém será obrigado afazer ou deixar de fazer alguma coisasenão em virtude de lei” - art. 5°, inc.

II da Constituição). As distorções eeventuais ações irregulares deentidades arbitrais ou árbitros isoladospodem, e devem, ser enfrentadas acada caso em que forem constatadas.Ou, senão, vai se proibir os empre-gadores de firmarem contratos detrabalho porque alguns deles agemirregularmente com os seus em-pregados?

Até mesmo a possível inconsti-tucionalidade de alguns dispositivos daLei de Arbitragem (9.307/1996), porafronta ao previsto no artigo 5°, incisoXXXV da Constituição, ainda éaventada por alguns, de forma inad-vertida. O preceito constitucionalassegura que nenhuma lesão ou amea-ça de lesão ao direito pode ser excluí-da da apreciação do Poder Judiciário.Discutia-se a inconstitucionalidade daconvenção arbitral vincular ao uso daarbitragem em detrimento da jurisdiçaoestatal. Trata-se de questão ultra-passada, pois o Supremo Tribunal Fe-deral já se pronunciou sobre a questão,refutando esta hipótese, desde 2001(STF--SE - Agravo Regimental 5.206- DJU de 19/12/01). A decisão doPleno do STF julgou constitucionais ostermos do parágrafo único do artigo6°, bem como do artigo 7º e seus pa-rágrafos, ambos da Lei 9.307/1996,além da redação que esta deu em seuart. 41, ao inciso VII, do art. 267 e aoinciso IX, do art. 301 do Código deProcesso Civil, além da inserção doinciso VI no art. 520, também desteCódigo. Ou seja, o STF decidiu quenão existe inconstitucionalidade na Leide Arbitragem.

Concluindo, pode-se afirmar queembora não exista pronunciamentodefinitivo do TST sobre o assunto, éfalso afirmar que a arbitragem nãopode ser aplicada na área trabalhistaindividual. Existem posições favoráveise contrarias, conforme exposto. En-grosso as fileiras de defesa à tese desua aplicabilidade e, apesar de algumasoposições localizadas, tenho a con-vicção de que, assim como nos demaispaíses, também o Brasil nao afastarádo trabalhador uma justiça célere,eficaz, confiável e de baixo custo comoa arbitragem.

Augesir José de Carvalho FilhoMembro do Conselho Arbitral

da Bahia

Arbitragem Trabalhista

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JORNAL DA APAFERJ14 JULHO 2010

A Agência Nacional de Saú-de Suplementar (ANS) divul-gou ontem a autorização de rea-juste de até 10,19% nos con-tratos de planos de assistênciamédica individuais antigos,celebrados antes de 1999,quando entrou em vigor a lei9.656/98. O índice é válido para585.134 contratos de cinco ope-radoras que assinaram o termode compromisso (TC) com a a-gência sobre cláusulas de rea-juste. O percentual é superior aoque a ANS autorizou, em junho,para os contratos novos, de até6,73%, e também é mais que odobro da inflação registradopelo IPCA, nos últimos 12 me-ses encerrados em junho, de 4,84%.

Segundo a ANS, para os

contratos de Amil AssistênciaMédica Internacional e GoldenCross, o aumento será de até7,3%. Já SulAmérica, BradescoSaúde e Itaúseg Saúde poderãoaplicar o índice de até 10,19%.O índice toma como base a varia-ção dos custos médico-hospita-lares das operadoras com maisde cem mil beneficiários.

Várias entidades, entre elaso Instituto Brasileiro de Defesado Consumidor (Idec), brigamna Justiça pela mudança doparâmetro para o reajuste doscontratos antigos. O pleito épela adoção de um índice deinflação amplamente conhe-cido, como o IPCA, ou ao menoso mesmo utilizado no cálculo doreajuste dos contratos novos.

O presidente do Supremo TribunalFederal (STF), ministro Cezar Peluso,suspendeu os efeitos de acórdão doTribunal de Justiça do Rio de Janeiro(TJ-RJ) que garantiu a procuradoresaposentados do Departamento deEstradas de Rodagem do Rio de Janeiro(DER-RJ) equiparação de proventoscom os procuradores do estado do Riode Janeiro, com determinação depagamento retroativo aos cinco anosanteriores ao ajuizamento da ação.

Peluso acolheu pedido do governodo Rio de Janeiro (PET 4803) esuspendeu a execução do acórdão doTJ-RJ até seu trânsito em julgado ouaté que o STF delibere sobre a questão.Em sua decisão, o presidente do STFinvoca o regime legal de contracautela(Leis nº 8.437/92, nº 9.494/97 e nº12.016/09 e art. 297 do RegimentoInterno do STF), que lhe permitesuspender a execução de decisões queconcedem segurança, liminar ou tutelaantecipada, que tenham sido proferidasem única ou última instância, portribunais locais ou federais, para evitargraves lesões à ordem, à saúde, àsegurança e à economia públicas.

“A cognição do pedido exige,contudo, demonstração da natureza

– Falta transparência aoíndice. Não é claro para o con-sumidor quais são os parâ-metros para o cálculo do customédico-hospitalar. A ANS fezum termo de compromisso comas operadoras que simples-mente ratificou o que era aprática do mercado – destacaMaria Elisa Novais, gerentejurídica do Idec.

Coordenadora Institucionaldo Pro Teste – AssociaçãoBrasileira de Defesa do Consu-midor, Maria Inês Dolci chamaa atenção para o descompassoentre os percentuais de au-mento dos planos antigos e osdos novos. Para ela, a ANS nãopode mais se furtar de regularos contratos antigos, apesar da

constitucional da controvérsia. Estápreenchido o requisito, pois em jogo, aqui,questão que versa sobre vedação deequiparação remuneratória de servidorespúblicos (art. 37, XIII, da Constituição),bem como sobre princípio constitucionalda isonomia. A Corte tem entendido, combase nas diretrizes normativas quedisciplinam as medidas de contracautela,não ser vedado a seu presidente proferirum juízo mínimo de delibação a respeitodas questões jurídicas presentes na açãoprincipal, caracterizado pelaprobabilidade de a decisão contra a qualse pede a suspensão ser contrária àsnormas existentes na ordem jurídica”,afirmou Peluso.

Além disso, segundo o presidente doSTF, o fundamento do acórdão do TJ-RJ para garantir a equiparação (supostaviolação ao princípio constitucional daisonomia) está em desacordo com ajurisprudência do STF, que não permitea invocação de tal princípio paraconceder equiparação remuneratória aservidores públicos, conformeestabelece a Súmula 339 (segundo aqual “Não cabe ao Poder Judiciário, quenão tem função legislativa, aumentarvencimentos de servidores públicos sobfundamento de isonomia”).

decisão do Superior TribunalFederal (STF), que entendeuque esses planos não estavamsob a responsabilidade daagência:

– A decisão do STF, na açãomovida pelas empresas, é po-lêmica. A ANS precisa trazeresses contratos, que hoje estão nolimbo, para serem discutidos naagência. Os planos anteriores àlei só conseguem proteção naJustiça à luz do Código de Defesado Consumidor (CDC).

O reajuste está autorizadopara aplicação, a partir dejulho, aos contratos com data deaniversário entre junho de2010 e junho de 2011. Não foilocalizado ninguém da ANSpara comentar o reajuste.

Dá nova redação ao § 6º do art.226 da Constituição Federal, quedispõe sobre a dissolubilidade docasamento civil pelo divórcio,suprimindo o requisito de préviaseparação judicial por mais de 1 (um)ano ou de comprovada separação defato por mais de 2 (dois) anos.

As Mesas da Câmara dosDeputados e do Senado Federal, nostermos do art. 60 da ConstituiçãoFederal, promulgam a seguinteEmenda ao texto constitucional:Art. 1º O § 6º do art. 226 daConstituição Federal passa a vigorarcom a seguinte redação:“Art. 226. .....................................§ 6º O casamento civil pode serdissolvido pelo divórcio.”(NR)Art. 2º Esta Emenda Constitucional entraem vigor na data de sua publicação.Brasília, em 13 de julho de 2010.Mesa da Câmara dos Deputados

- Mesa do Senado Federal

Deputado MICHEL TEMERPresidente

Senador JOSÉ SARNEYPresidente

Deputado MARCO MAIA1º Vice-Presidente

Senador HERÁCLITO FORTES1º Secretário

Deputado RAFAEL GUERRA1º Secretário

Senador JOÃO VICENTECLAUDINO2º Secretário

Deputado NELSON MARQUEZELLI4º Secretário

Senador MÃO SANTA3º Secretário

Deputado MARCELO ORTIZ1º Suplente

Senador ADELMIR SANTANA2º Suplente

Senador GERSON CAMATA4º

Suplente Este texto não substitui o publicado

no DOU 14.7.2010

Planos de Saúde anteriores a 1999 terão reajuste de até 10,19%

Presidente do STF suspende equiparação devencimentos entre procuradores aposentados

do DER e procuradores do Estado

Presidência da RepúblicaCasa Civil - Subchefia para Assuntos Jurídicos

EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 66, DE 13 DE JULHO DE 2010

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JORNAL DA APAFERJ 15JULHO 2010

ANIVERSARIANTES agosto

D I R E T O R I APRESIDENTE - José MarcioAraujo de AlemanyVICE-PRESIDENTE - RosemiroRobinson Silva JuniorDIRETOR ADMINISTRATIVO -Miguel Carlos Melgaço PaschoalDIRETOR ADMINISTRATIVOADJUNTO - Maria AuxiliadoraCalixtoDIRETOR FINANCEIRO -Fernando Ferreira de MelloDIRETOR FINANCEIRO ADJUNTO- Dudley de Barros Barreto FilhoDIRETOR JURÍDICO - Hélio ArrudaDIRETOR CULTURAL - CarlosAlberto MambriniDIRETOR DE COMUNICAÇÃO -Antonio Carlos Calmon N. da GamaDIRETOR DE PATRIMÔNIO -Celina de Souza LiraDIRETOR SOCIAL - GracemilAntonio dos Santos

CONSELHO DELIBERATIVONATOS:1. WAGNER CALVALCANTI DEALBUQUERQUE2. ROSEMIRO ROBINSON SILVAJUNIOR3. HUGO FERNANDES

TITULARES:1. FRANCISCO PEDALINOCOSTA2. LUIZ CARLOS DE ARAUJO

A P A F E R JRua Álvaro Alvim, 21/2º andar CEP: 20031-010

Centro - Rio de Janeiro - Sede Própriae-mail: [email protected]

portal: www.apaferj.org.brTel/Fax: (21)2532-0747 / 2240-2420 / 2524-6729

Jornal da APAFERJEditor Responsável: Carlos Alberto Pereira de AraújoReg. Prof.: 16.783Corpo Editorial: Antonio Calmon da Gama, Carlos Alberto Mambrini,Fernando Ferreira de Mello, Miguel Carlos Paschoal, RosemiroRobinson Silva Junior.Supervisão Geral: José Márcio Araújo de AlemanyEditoração e Arte: Jane Fonseca - [email protected]ão: Monitor MercantilTiragem: 2.000 exemplares

Distribuição mensal gratuita.Os artigos assinados

são de exclusiva responsabilidade dos autores

3. ALLAM CHERÉM SOARES4. FERNANDO CARNEIRO5. EMYGDIO LOPES BEZERRANETTO6. EDSON DE PAULA E SILVA7.SYLVIO MAURICIOFERNANDES8. TOMAZ JOSÉ DE SOUZA9. SYLVIO TAVARES FERREIRA10. PEDRO PAULO PEREIRADOS ANJOS11.MARIA DE LOURDESCALDEIRA12. MARILIA RUAS13. IVONE SÁ CHAVES14. NEWTON JANOTE FILHO15. JOSÉ PIRES DE SÁ

SUPLENTES:1. ROSA MARIA RODRIGUESMOTTA2. MARIA LUCIA DOS SANTOS DESOUZA3. PETRÓNIO LIMA CORDEIRO

CONSELHO FISCALTITULARES:1. JOSÉ CARLOS DAMAS2. JOSÉ SALVADOR IÓRIO3. WALDYR TAVARES FERREIRA

SUPLENTES:1. JOSÉ RUBENS RAYOL LOPES2. EUNICE RUBIM DE MOURA3. MARIA CONCEIÇÃO FERREIRADE MEDEIROS

As matérias contidas neste jornal poderão ser publicadas,desde que citadas as fontes.

Com a sua presença haverámais alegria e confraternização.

COMPAREÇA.

No próximo dia 31 de agosto vamos fazeruma festa para comemorar o seu aniversário

01 JOANA D’ARC DE SOUZAGOMES - AGU01 JOAQUIM ASCENDINO M. N.NETTO - INCRA01 VALÉRIA DA S. SOARES - M.SAÚDE01 ROMULO MARINHO BONDIM -INSS02 OLAVO DA COSTA ALMEIDA -INPI02 SYLVIO BASTOS MACHADO -M. TRANSP02 TEREZA BEATRIZ DA ROSAMIGUEL - AGU03 FRANCISCO ALVARENGACORDEIRO - UFF04 ALDERY SOARES LOBO - AGU05 EMYGDIO LOPES BEZERRANETTO - INSS05 JEVANETE CAVALHEIRO DAROSA - INSS05 MAGALI KLAJMIC - CADE05 THERESA DE JESUS B. DEMELLO - M. SAÚDE05 THEREZA CHRISTINA S.GUIMARÃES - INSS06 ARMANDO BARBOSA DA SILVA- SUSEP06 DARCY MARQUESMONTEBELLO - FUNARTE06 ELBRUZ MOREIRA DECARVALHO - INSS06 LUCILA DE SOUZA M. CALDAS- M. TRANSP07 IVAN MOREIRA BORGES - INSS07 JOÃO BATISTA F. DA SILVA -INSS08 JOSÉ MARIA DE SOUZA - MPAS08 RENATO HENRIQUE B. RAMOS- AGU09 ANGELA ANA ROSA DE SÁ -UFRJ09 ELIAS LUTIFI - INSS10 BENTO GONÇALVES F.GOMES - INSS10 SELMA DANTAS RIBEIRO DEPAIVA - CEFET11 RENÉ LYCURGO CAMPOS -INSS12 CARLOS ALBERTO MAMBRINI- INSS15 MARIA GUIMARÃES BARBOSA- SUSEP15 OZIR DE ASSUMPÇÃOPEREIRA - INSS16 MARCELLO CUNHA M. DE

CARVALHO - M. SAÚDE17 EVALDO RUY DA F. ALMEIDA -UFRJ17 JORGE BOSCOLO FRAGA -UFRJ17 MARIA CÂNDIDA B.GARRETANO - SUSEP17 SILVIA FONSECA P. DEANDRADE - AGU18 SONIA CORDEIRO D’ARAUJOGABSCH - M. TRANSP18 VANIA MARIA PACHECOLINDOSO - AGU19 ANNA MARIA DA C. MAC-DOWELL - M. TRANSP20 GERALDA ETIENNE ROMEU -CNEN20 PAULO VELLOSO PINTO - AGU21 JAYME TOSTES JUNIOR - AGU21 OLYNTHO JOSÉ TITONELIALVIM - AGU21 REGINA SPIELMAN - M. FAZ21 VILMA RIBEIRO GONÇALVES -SUSEP22 JOÃO FELIPE PONTES SINATTI- AGU23 LEA SAMICO DE ABREU - INSS23 MARCELLO NUNES ALENCAR- INSS23 WALTON VIEIRA MAVGNIER -INSS24 BARTHOLOMEU MANFREDI -M. SAÚDE25 ANTONIO CARLOS CALMON N.DA GAMA - AGU26 DILTON BARRETO DE OLIVEIRA- FIOCRUZ26 MARIA STELLA S. DA SILVA -INSS27 CARLOS ALFREDO B. PINTO -AGU27 DUDLEY DE BARROS B. FILHO- EMBRATUR27 JOSÉ DOS SANTOS CORRÊA -C.P.II27 HÉLIO ARRUDA - INMETRO28 MAURO CHAVES TAVEIRA -INSS28 ROSANA JOSEFA M. D. B. B. C.DA SILVA - AGU29 HORÁCIO MOACYR A. M.PIEDRAS - FIOCRUZ29 VANJA SUELI DE ALMEIDAROCHA - AGU30 GLORIA REGINA VIANNA LIMA -UFRJ

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JORNAL DA APAFERJ16 JULHO 2010

PEÇO A PALAVRA

RosemiroRobinson S.JuniorVice-Presidente

Meus caros e fiéis leitores: ematenção ao honroso conviteformalizado pela ComissãoOrganizadora do II CongressoBrasileiro das Carreiras Jurí-dicas de Estado, nove asso-ciados da APAFERJ estiveramem Brasília-DF, no período de6 a 9 do corrente mês, partici-pando, no Centro de Conven-ções Ulysses Guimarães, domemorável evento, em queforam debatidas questões defundamental importância parao desenvolvimento do Brasil.

Por iniciativa do Dr. JoséAntonio Dias Toffoli, entãoAdvogado-Geral da União e,hoje, Ministro do EgrégioSupremo Tribunal Federal, foirealizado, em 2008, o primeirocongresso, cujo êxito possibi-litou a organização do segundoconclave e, certamente, haveráum terceiro e muitos outros,porquanto é inquestionável alouvável iniciativa do MinistroDias Toffoli, o qual, pela pri-meira vez na história, con-seguiu reunir representantes deentidades e membros da Ma-gistratura, do Ministério Pú-blico, da Defensoria Pública,das Procuradorias dos estadose dos municípios, das PolíciasJudiciárias, da Advocacia Pú-blica Federal, advogados pri-vados, dirigentes empresariais,lideranças da sociedade civil

organizada, integrantes dosTribunais Regionais e Supe-riores e representantes dosPoderes Executivo e Legisla-tivo, totalizando cerca de 2.500pessoas.

Coube a abertura dos tra-balhos ao Vice-Presidente daRepública, Sr. José Alencar,cujo pronunciamento foi aten-tamente ouvido por expressivoe ilustre elenco de autoridadese professores, que, no decorrerda programação, nos brin-daram com magníficas pales-tras, não se devendo fazer abs-tração das inúmeras Oficinas,em que foram tratadas ma-térias de alta relevância, tudotraduzido num somatório deexperiência, cultura e inteli-gência, postas a serviço da áreajurídica especificamente e doPaís, em caráter genérico,porquanto um Estado Demo-crático de Direito está ali-cerçado na atuação de Advo-gados, Promotores e Magis-trados, cada um exercendo asua função, mas todos unidospelo interesse supremo e ina-fastável de procurar fazerJustiça.

Enquanto percorria as ci-clópicas instalações do Centrode Convenções Ulysses Gui-marães, eu recordava quatromomentos inolvidáveis e sig-nificativos na história da Ad-vocacia Pública: o primeiro,consubstanciado pela Lei nº2.123/53, que criou a Carreirade Procurador Autárquico,tendo sido Relator o SenadorKerginaldo Cavalcanti e pro-mulgada pelo Presidente doSenado, Senador Café Filho; osegundo, quando o Dr. SauloRamos, então Consultor-Geralda República, elaborou o pro-jeto que foi o embrião da futuraAdvocacia-Geral da União,

eliminando a absurda dico-tomia com que atuou secu-larmente o Ministério PúblicoFederal; o terceiro, configuradopela Medida Provisória nº 2048/2000, da iniciativa do Advo-gado-Geral da União, Dr.Gilmar Ferreira Mendes, ho-diernamente, Ministro do E-grégio Supremo TribunalFederal, que criou a Carreira deProcurador Federal, unificandoas múltiplas denominações atéentão existentes, bem como res-tabelecendo as Categorias e pa-dronizando a remuneração e,por fim, o quarto, mercê da ar-rojada e indormida atuação doDr. José Antonio Dias Toffoli,ex-Advogado-Geral da União ehoje Ministro do STF, Presi-dente de Honra do aludidoCongresso, que projetou, demaneira admirável, a Advoca-cia-Geral da União, situando-ano merecido lugar que ocupa nouniverso jurídico brasileiro.

Os nomes acima listadosestão indelevelmente gravadosna memória dos AdvogadosPúblicos Federais, inspirando-

nos, ainda, a continuar lutandono sentido de que possamosconquistar os nossos impor-tantes e legítimos objetivos, queestão expressos em Propostas deEmenda Constitucional quetramitam no Congresso Na-cional, entre elas avultando aPEC nº 443/2009, cuja apro-vação representará a vitória deantiga e justa aspiração dosAdvogados Públicos Federais,que exercem, com sede na CartaMagna, Funções Essenciais àJustiça.

No intuito de robustecer oentendimento acima expres-sado, peço vênia para trans-crever a resposta do MinistroJosé Antonio Dias Toffoli àpergunta que lhe foi formuladaem entrevista publicada naRevista do Participante, edi-tada pelo II CBCJE:

“Qual foi a sua ava-

liação da primeira edição

do congresso?

Toffoli – Extremamente

positiva, pois nos levou a refletir

que, realmente, o Sistema

Judicial é formado por todos.

Nos processos judiciais há a

atuação do advogado, do

Ministério Público, do juiz, ou

seja, as avaliações precisam ser

feitas em conjunto. Cada car-

reira jurídica tem sua função

definida, mas ela não atua

sozinha. O Sistema Judicial

existe para a resolução de con-

flitos e a sociedade cobra que

esse trabalho seja feito de forma

célere, segura, eficaz. Nesse

sentido, o Congresso permitiu

que déssemos um passo muito

importante, pois houve uma

reflexão conjunta sobre o Sis-

tema Judicial e sobre a ne-

cessidade de aperfeiçoá-lo por

meio do aprimoramento de

todas as carreiras jurídicas de

Estado”.

Um encontro monumental

Interpretatio

cessat in claris

“Na clareza, cessa

a interpretação”.