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JULIANA FREITAS MARTINEZ
Palatabilizantes em dietas de leitões recém-desmamados
“Versão Corrigida”
Dissertação apresentada à Faculdade
de Zootecnia e Engenharia de
Alimentos da Universidade de São
Paulo, como parte dos requisitos
para a obtenção do Título de Mestre
em Zootecnia.
Área de Concentração: Qualidade e
Produtividade Animal
Orientador: Prof. Dr. Douglas
Emygdio de Faria.
PIRASSUNUNGA
2012
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Serviço de Biblioteca e Informação da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da
Universidade de São Paulo
Martinez, Juliana Freitas
M385p Palatabilizantes em dietas de leitões recém-
desmamados / Juliana Freitas Martinez. –- Pirassununga,
2012.
72f.
Dissertação (Mestrado) -- Faculdade de Zootecnia e
Engenharia de Alimentos – Universidade de São Paulo.
Departamento de Zootecnia.
Área de Concentração: Qualidade e Produtividade
Animal.
Orientador: Prof. Dr. Douglas Emygdio de Faria.
1. Açúcar 2. Desempenho 3. Edulcorante 4. Morfologia
intestinal 5. Suínos. I. Título.
DEDICATÓRIA
Ao meu grande amor e amigo Alessandro
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Sérgio e Regina a quem tanto amo, por estarem comigo durante todo percurso
do meu mestrado, com os braços estendidos quando eu mais precisei e não mediram esforços
para me ajudar. Ao meu pai por ter participado tão ativamente no desenvolvimento deste
estudo com a busca de ingredientes, leitura e sugestões de grande valia para esta dissertação.
A minha querida irmã Fernanda que apesar da distância durante essa etapa, esteve sempre tão
presente na minha vida e nos meus pensamentos.
Ao meu companheiro e namorado Alessandro, pelo amor, carinho e paciência que teve
comigo durante a realização desta pesquisa. Acredite, esse trabalho tem muito de você, e não
teria sido concluído sem a sua ajuda. Obrigada por me dar forças para superar as dificuldades
e fazer com que eu não desistisse diante das pedras no caminho.
Ao meu orientador Prof. Dr. Douglas Emygdio de Faria, pela confiança depositada em mim e
por ter me acolhido como sua orientada em um momento tão conturbado.
Ao professor Júlio Cesar de Carvalho Balieiro, Aníbal de Santana Moretti, Heigde Fukumasa,
Lúcio Francelino Araújo, Elisabete Maria Macedo Viegas, Jacinta Diva Ferrugem Gomes
(USP-Pirassununga) Maria Cristina Thomaz (UNESP-Jaboticabal), Dirlei Antônio Berto,
Maria Márcia Pereira Sartori, Heraldo César Gonçalves e Alcides Amorim (UNESP-
Botucatu).
Aos funcionários Fabinho e Cris (Laboratório de Pesquisa em Suínos/FMVZ), Cláudio
(Laboratório de avicultura /FZEA), Cláudio (Fábrica de ração), Zanquetim (Seção de
transportes), Agnaldo (Seção de Materiais), Nilton (Laboratório de Histologia-ZAB), Nina
(ZAB).
A equipe do Laboratório de Avicultura Vanessa, Mariana, Ágatha, Bruna, Amanda, Renata,
aos
estagiários Eduardo, Paulo, Midian, Jéssica e aos pós-graduandos Mariene (Bitoca) e Tereza.
Ao Everton Daniel e Leonardo Augusto Fonseca Pascoal, pelos ensinamentos que foram
extremamente importantes para a realização das análises morfométricas intestinais.
A Mariana (Bis) e Miguel, amigos para todas as horas, pelos momentos (tão essenciais) de
descontração que trouxeram alegria nessa caminhada.
A Capes pela concessão da bolsa de mestrado.
As empresas Sloten, ICC Brazil e Metachem pela doação dos ingredientes.
A tantos outros professores, funcionários, colegas de pós-graduação, os quais seriam
impossíveis citá-los todos aqui, mas que estiveram comigo durante todo esse percurso e que
não serão esquecidos jamais do meu coração.
Aos animais que me serviram de estudo, e que sem eles não haveriam respostas às nossas
dúvidas. Meu respeito e admiração a todos eles.
EPÍGRAFE
“Muitas vezes a contradição é o caminho mais claro para a verdade”.
Patti Smith
RESUMO
MARTINEZ, J. F. Palatabilizantes em dietas de leitões recém-desmamados. 2012. 72 f.
Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Universidade
de São Paulo, Pirassununga, 2012.
Com o intuito de verificar a eficácia do açúcar e de edulcorante a base de sacarina
sódica e neoesperidina nas dietas de leitões, foram realizados dois experimentos, ambos com
42 leitões recém-desmamados aos 21 dias de idade. Foram oferecidas três dietas: dieta
controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE). Os experimentos foram
em blocos causalizados, sendo o primeiro com sete repetições e dois animais por unidade
experimental e o segundo com seis repetições, um animal por unidade experimental e arranjo
fatorial 3 x 2 + 1 (três dietas, duas épocas de abate: aos 28 e 35 dias de idade e o abate no dia
do desmame). No primeiro experimento, os animais permaneceram nas instalações de creche
até os 63 dias de idade para avaliação do desempenho, da incidência de diarreia e da
viabilidade econômica das dietas. No segundo experimento, os animais foram abatidos para se
proceder à pesagem de órgãos, medição do comprimento do intestino delgado e coleta dos
segmentos do duodeno e jejuno para realização da morfometria intestinal. Não houve
diferenças entre as dietas para o CDR, GDP e CA nos Períodos 1 (21 aos 28 dias), 3 (21 aos
50 dias) e 4 (21 aos 63 dias de idade). No Período 2 (21 aos 35 dias), os animais que
consumiram a DE apresentaram maior (P<0,05) CDR e GDP, se comparados aos que
consumiram a DA. Nos Períodos 1, 2 e 3 foi observado menor custo da dieta por kg de peso
vivo ganho e melhores índices econômico e de custo para os animais que consumiram DE. Ao
avaliar a morfometria intestinal e peso de órgãos, não se observou diferença entre as dietas,
com exceção para o peso do estômago, que foi maior nos animais que consumiram DCE. A
inclusão de edulcorante é eficaz em melhorar o desempenho no Período 2, além de ser viável
sob o ponto de vista econômico.
Palavras-chave: açúcar; desempenho; edulcorante; morfologia intestinal; suínos
ABSTRACT
MARTINEZ, J. F. Flavors in diets for weanling pigs. 2012. 72 f. M.Sc. Dissertation-
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Universidade de São Paulo,
Pirassununga, 2012.
In order to verify the effectiveness of sugar and sweetener containing saccharin and
neohesperidin in diets of piglets, two experiments were conducted, both with 42 newborn
piglets weaned at 21 days old. Were offered three diets: control diet (DC), diet with sugar
(DA) and diet with sweetener (DE). The experiments were in randomized blocks, the first of
which had seven replicates and two animals per experimental unit and the second, six
replicates and one animal per experimental unit comprising a factorial 3 x 2 + 1 (three diets,
two slaughter ages: at 28 and 35 days of age and slaughter on the day of weaning). In the first
experiment, the animals remained on the nursery facilities until 63 days of age to evaluate the
performance, the incidence of diarrhea and the economic viability of the diets. In the second
experiment, the animals were slaughtered to weigh the organs, measure the length of the small
intestine and collecting segments of the duodenum and jejunum to determine intestinal
morphology. There were no differences between diets for the ADFI, FC and ADG in the
Periods 1 (21 to 28 days), 3 (21 to 50 days) and 4 (21 to 63 days old). In the Period 2 (21 to 35
days), animals that consumed the DE had higher (P<0.05) ADFI and ADG, compared to those
fed the DA. In Periods 1, 2 and 3 was observed lower cost per kg of the diet of live weight
gain and better economic indicators to the animals fed DE. No differences were observed
between the diets when evaluating intestinal morphology and organ weights, except for the
weight of the stomach, which was higher in animals fed DE. The inclusion of sweetener is
effective in improving performance in Period 2, and is viable under the economical point of
view.
Keywords: intestinal morphology; performance; pigs; sugar; sweetener
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. Vista externa da instalação de creche do Laboratório de Pesquisa em
Suínos.....................................................................................................................34
Figura 2. Vista interna da instalação de creche do Laboratório de Pesquisa em
Suínos.....................................................................................................................34
Gráfico 4. Consumo diário de ração (CDR) de leitões alimentados com a dieta controle (DC)
dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE) no Período 2 (21 aos 35 dias
de idade )................................................................................................................46
Gráfico 5. Ganho diário de peso (GDP) de leitões alimentados com a dieta controle (DC)
dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE) no Período 2 (21 aos 35 dias
de idade)................................................................................................................46
Gráfico 6. (a) Altura de vilos do duodeno (AVd); (b) altura de vilos do jejuno (AVj); (c)
profundidade de criptas do duodeno (PCd) e (d) profundidade de criptas do jejuno
(PCj) de leitões alimentados com dieta controle (DC), dieta controle com açúcar
(DCA) e dieta controle com edulcorante (DCE), abatidos aos 21, 28 e 35 dias de
idade.......................................................................................................................54
Gráfico 7. Relação altura de vilos:profundidade de criptas do duodeno (AV:PC d) de leitões
alimentados com dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com
edulcorante (DE) e abatidos aos 35 dias de idade.................................................54
Gráfico 8. Pesos absolutos do estômago (a), intestino delgado (b) e grosso (c), fígado (d),
pâncreas (e), rins (f) e comprimento absoluto do intestino delgado (g) em função
das idades ao abate de leitões.................................................................................59
Gráfico 9. Pesos relativos do estômago (a), intestino delgado (b) e grosso (c), fígado (d),
pâncreas (e) e comprimento relativo do intestino delgado (f) em função das idades
ao abate de leitões..................................................................................................62
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Composições nutricional e centesimal da dieta controle (DC), dieta com açúcar
(DA) e dieta com edulcorante (DE), oferecidas aos leitões dos 21 aos 35 dias de
idade.......................................................................................................................36
Tabela 2. Composições nutricional e centesimal da dieta controle (DC), dieta com açúcar
(DA) e dieta com edulcorante (DE), oferecidas aos leitões dos 36 aos 50 dias de
idade.......................................................................................................................37
Tabela 3. Composições nutricional e centesimal da dieta controle (DC), dieta com açúcar
(DA) e dieta com edulcorante (DE), oferecidas aos leitões dos 51 aos 63 dias de
idade.......................................................................................................................38
Tabela 4. Média das temperaturas (T°C) e umidades relativas (UR%) mínimas e máximas da
unidade de creche...................................................................................................43
Tabela 5. Escores fecais e incidência de diarreia de leitões recém-desmamados alimentados
com dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com
edulcorante.............................................................................................................44
Tabela 6. Valores médios do consumo diário de ração (CDR), ganho diário de peso (GDP) e
conversão alimentar (CA) de leitões alimentados com dieta controle (DC), dieta
controle açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE)..............................................45
Tabela 7. Custo (R$/kg) da dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com
edulcorante (DE), oferecidas aos leitões dos 21 aos 35 dias, dos 36 aos 50 dias e
dos 51 aos 63 dias de idade....................................................................................50
Tabela 8. Custo das dietas (CD R$) por quilograma de peso vivo ganho (kg PV), índice de
eficiência econômica (IEE) e índice de custo médio (IC) de leitões alimentados
com dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE) nos
Períodos 1, 2, 3 e 4 .................................................................................................51
Tabela 9. Altura de vilos (AV), profundidade de criptas (PC) e relação altura de
vilos:profundidade de criptas (AV:PC) do duodeno e jejuno de leitões alimentados
com dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE) e
abatidos aos 21, 28 e 35 dias de idade....................................................................52
Tabela 10. Desdobramentos dos fatores da variável relação altura de vilos:profundidade de
criptas (AV:PC) do duodeno de leitões alimentados com dieta controle (DC), dieta
com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE) ...................................................52
Tabela 11. Peso absoluto de órgãos (g) e comprimento (m) absoluto do intestino delgado de
leitões alimentados com dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com
edulcorante (DE), abatidos aos 21, 28 e 35 dias de
idade.......................................................................................................................56
Tabela 12. Peso relativo de órgãos (g) e comprimento (m) relativo do intestino delgado de
leitões alimentados com dieta controle (DC), dieta controle açúcar (DA) e dieta
com edulcorante (DE), abatidos aos 21, 28 e 35 dias de idade..............................60
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................13
2. OBJETIVOS................................................................................................................15
2.1. Objetivos Gerais..............................................................................................15
2.2. Objetivos Específicos.......................................................................................15
3. REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................16
3.1. O desmame de leitões........................................................................................16
3.2. Implicações do desmame na estrutura e função do intestino e de órgãos
auxiliares da digestão.............................................................................................18
3.3. Percepção sensorial e preferência alimentar....................................................21
3.4. Estratégia alimentar no pós-desmame..............................................................23
3.5. Palatabilizantes.................................................................................................25
3.6. Efeito dos palatabilizantes sobre o desempenho e aspectos morfológicos de
órgãos.....................................................................................................................28
4. MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................33
4.1. EXPERIMENTO 1 – Desempenho, incidência de diarreia e viabilidade
econômica..............................................................................................................35
4.1.1. Animais......................................................................................................35
4.1.2. Dietas experimentais.................................................................................35
4.1.3. Delineamento experimental e análise estatística ...................................39
4.1.4. Características de desempenho ...............................................................39
4.1.5. Incidência de diarreia ..............................................................................39
4.1.6. Viabilidade econômica..............................................................................39
4.2. EXPERIMENTO 2 – Morfometria intestinal e peso de órgãos..................40
4.2.1. Animais......................................................................................................40
4.2.2. Dietas experimentais.................................................................................40
4.2.3. Delineamento experimental e análise estatística....................................41
4.2.4. Morfometria intestinal..............................................................................41
4.2.5. Peso e comprimento de órgãos ................................................................42
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................43
5.1. EXPERIMENTO 1 – Desempenho, incidência de diarreia e viabilidade
econônima..............................................................................................................44
5.1.1. Incidência de diarreia...............................................................................44
5.1.2. Características de desempenho................................................................45
5.1.3. Viabilidade econômica..............................................................................50
5.2. EXPERIMENTO 2 – Morfometria intestinal e peso de órgãos .................51
5.2.1. Morfometria intestinal..............................................................................51
5.2.2. Peso e comprimento de órgãos.................................................................56
6. CONCLUSÃO.............................................................................................................64
7. REFERÊNCIAS.........................................................................................................65
13
1. INTRODUÇÃO
A suinocultura sofreu intensa modernização ao longo dos anos, fruto do grande
número de estudos realizados, até se chegar ao produto final de qualidade que se conhece
hoje. Apesar do consumo de carne suína no Brasil ainda ser baixo, sendo considerada a
terceira carne mais consumida com 14,3 kg/hab/ano em 2010 (ANUALPEC, 2011), no
mundo, ela ranqueia o primeiro lugar.
A produção brasileira atingiu, em 2010, 3,2 milhões de toneladas, apresentando
modesto crescimento de 1,5% em relação ao ano anterior. Esse crescimento se deu em função
do aumento de 3,5% no peso médio de abate, uma vez que o tamanho efetivo do rebanho
brasileiro não sofreu grande alteração (ABIPECS, 2011).
Tais índices demonstram o aumento da produtividade do setor, que a partir de matrizes
altamente prolíficas, gera um maior número de leitões desmamados/ano e consequentemente
maior número de animais abatidos anualmente. Assim, a produção de leitões, dentro da cadeia
de produção, deve ser encarada como uma fase extremamente importante, capaz de melhorar a
lucratividade do produtor.
Um dos grandes desafios para a suinocultura está na fase de desmame dos leitões, que
têm seu comportamento ingestivo afetado pelo estresse causado pela separação da porca,
mudança da dieta, além da transferência para novas instalações. Os animais nessa fase, ainda
não possuem o sistema digestório completamente desenvolvido, o que afeta o aproveitamento
dos nutrientes da ração devido à baixa produção de enzimas requeridas para digestão. Com
isso, os animais precisam de um período de adaptação a essas novas transformações para
voltarem a consumir e aproveitar a dieta.
As dietas oferecidas nessa fase devem ser formuladas com ingredientes de qualidade,
altamente digestíveis e que atendam as exigências nutricionais mínimas. No entanto, o
atendimento das exigências nutricionais só é alcançado pelo consumo da dieta que por sua vez
é muito baixo, especialmente nas primeiras duas semanas pós-desmame.
Considerando que leitões são motivados a consumir dietas que agradem ao seu
paladar, e que possuem preferência por sabores doces (SCHLEGEL e HALL, 2006), algumas
alternativas são propostas, sendo uma delas, a formulação de dietas acrescidas de aditivos
adocicados. Os palatabilizantes, assim, desempenham papel fundamental na nutrição,
especialmente quando a exigência por alimento altamente palatável se faz necessária para
14
aumentar a ingestão. Portanto, ração acrescida destes aditivos no pós-desmame, é uma
importante ferramenta para aumentar o consumo, o desenvolvimento fisiológico e
consequentemente o ganho de peso dos animais (DONG e PLUSKE, 2007).
15
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivos Gerais
Determinar o desempenho, as características morfológicas do trato digestório e de
órgãos relacionados ou não com a digestão, de suínos desmamados aos 21 dias, alimentados
com dietas contendo os palatabilizantes açúcar e edulcorante e dieta sem inclusão destes
palatabilizantes, até os 63 dias de idade. Além dessas determinações, as dietas foram
analisadas economicamente para averiguar a viabilidade de sua utilização.
2.2. Objetivos Específicos
O presente estudo teve como objetivos específicos determinar:
1) O desempenho zootécnico através do consumo diário de ração, ganho diário de peso e
conversão alimentar nos períodos dos 21 aos 28 dias, 21 aos 35 dias, 21 aos 50 dias e no
período total de 21 aos 63 dias de idade;
2) A incidência de diarreia mediante escores fecais dos 21 aos 28 dias de idade;
3) A morfometria intestinal com a medição da altura de vilos (AV), profundidade de criptas
(PC) e determinação da relação AV:PC, de segmentos do duodeno e jejuno, coletados aos
21, 28 e 35 dias de idade;
4) O peso do estômago, intestino delgado, intestino grosso, fígado, pâncreas, rins, baço e o
comprimento do intestino delgado;
5) Os custos e a viabilidade econômica das dietas experimentais.
16
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. O desmame de leitões
Na suinocultura industrial, principalmente em sistemas confinados, o desmame de
leitões é um manejo estressante, mas necessário dentro da cadeia de produção, pois visa o
melhor aproveitamento do potencial reprodutiva da porca com a obtenção de maior número de
animais terminados por ano. Essa intervenção acontece no período em que a produção de leite
da porca ainda é alta, pois o ápice é atingido, aproximadamente, na 4ª semana dependendo do
genótipo, número de partos e número de leitões nascidos. Após esse pico, a produção começa
a reduzir (PETTIGREW, 1995).
Portanto, para aproveitar o alto fornecimento de leite e diminuir os riscos de
transmissão de doenças das porcas aos leitões, faz-se o desmame aos 21 dias de forma
abrupta, diferentemente do que ocorreria na natureza em que os leitões se separam da porca
gradativamente e o desmame completo ocorre entre 77 e 119 dias de idade (BOE, 1991;
HÖTZEL e MACHADO FILHO, 2004).
Com o desmame, os animais sofrem mudanças de natureza nutricional, ambiental e
social devido a substituição do alimento líquido (leite materno), pela dieta sólida (ração), a
transferência para outras instalações onde ocorre o agrupamento com animais de outras
leitegadas. O reagrupamento de animais predispõe brigas durante os primeiros dias, pois
suínos possuem hábito gregário e estabelecem hierarquia social logo na fase de amamentação.
Não apenas as mudanças no ambiente dos leitões e na forma física das dietas afetam o
desenvolvimento do animal, mas também a alteração na composição da dieta. Alguns
compostos presentes no leite materno não são fornecidos nas rações fareladas no pós-
desmame. Entre eles podem-se citar as imunoglobulinas, fator de crescimento epidermal
(hormônios EGF), poliaminas e glutamina que estão relacionados com a saúde do animal
(PLUSKE et al., 1997).
Os hormônios EGF, IGF-I e IGF-II (Fatores de crescimento insulínico I e II)
influenciam o crescimento dos tecidos e têm demonstrado efeitos positivos sobre a morfologia
do intestino delgado. As poliaminas são importantes para a proliferação e a diferenciação
celular, e embora estejam presentes nos ingredientes, sua concentração não é conhecida. A
glutamina é o aminoácido mais abundante no leite da porca, sendo considerado um
17
aminoácido não essencial, mas que também previne as alterações indesejadas no intestino
delgado, melhorando a morfologia intestinal de suínos.
Com isso, atenção especial deve ser dada para a nutrição no pós-desmame, que
objetiva o fornecimento de nutrientes que atendam as exigências nutricionais dos leitões. As
alterações na morfologia e fisiologia dos órgãos se dão em decorrência da ineficaz produção
de enzimas requeridas nessa fase para a digestão, que é agravada pelo baixo consumo de
ração, devido ao estresse causado pelo manejo do desmame.
O estresse nada mais é do que uma resposta do organismo frente a uma situação de
ameaça. Essa resposta inclui mudanças fisiológicas e comportamentais. As mudanças
fisiológicas causam o aumento da frequência cardíaca, aumento da secreção de hormônios
glicocorticoides, entre outros. As respostas comportamentais incluem a diminuição do apetite
e, portanto, a diminuição no consumo de ração. Essas alterações, perante uma situação de
ameaça, são benéficas, pois ajudam o animal a tomar determinadas ações mais rápidas, no
entanto, se essas respostas ao estresse persistirem durante muito tempo, podem acarretar em
efeitos negativos para o animal (GASTÃO, 2011).
Nas primeiras semanas, principalmente nos primeiros dias após o desmame, podem ser
verificados os efeitos negativos do estresse ao se observar o baixo consumo de ração pelos
leitões (HÖTZEL e MACHADO FILHO, 2004) tendo o seu crescimento comprometido,
acarretando em perdas econômicas para o suinocultor. De acordo com Bruinix (200l), 45%
dos leitões desmamados permanecem em jejum durante as 15 primeiras horas após o
desmame e 10% permanecem sem se alimentar por mais de 40 horas após o desmame.
As dietas fornecidas nesse período são compostas, em sua maior parte, por
ingredientes de origem vegetal que os leitões não conseguem digerir, pois não apresentam seu
sistema enzimático totalmente desenvolvido. A produção de enzimas que digerem o amido,
óleo vegetal e proteínas diferentes da caseína é muito pequena. Segundo Cranwell (1995) e
Miller e Slade (2003), logo após o desmame, a produção de proteases pancreáticas e a
secreção intestinal de peptídeos são suprimidas.
Nas primeiras semanas após o nascimento, os leitões apresentam intenso
desenvolvimento das vísceras em relação ao restante do corpo. Ainda com a exposição aos
novos substratos, gradativamente, o trato digestório se modifica fisiologicamente
(AUMAITRE, 2000). Os órgãos com maior desenvolvimento são os responsáveis pela
produção de enzimas digestivas, como o pâncreas (LOPES et al., 2005) e outros órgãos
auxiliares da digestão (KELLY et al., 1991b; MAKKINK et al., 1994). Assim, quanto mais
18
cedo ocorrer o consumo de dieta, mais cedo ocorrerá o estímulo a secreção ácida e de pepsinas
no estômago, aumento da atividade de algumas enzimas estomacais e pancreáticas
(PASSILLÉ et al., 1989) e maior desenvolvimento do trato digestório (SOLÀ-ORIOL et al.,
2009).
Dessa forma, com o avançar da idade, os animais se tornam aptos a digerir ingredientes
de origem vegetal, sendo considerados então, maduros em relação ao sistema fisiológico do trato
gastrintestinal e de órgãos auxiliares da digestão. Para isso, deve-se atentar para a fase de
desenvolvimento do animal no pós-desmame, considerada a mais crítica dentro da produção de
suínos, para que não ocorram problemas nutricionais e assim não afetem as fases subsequentes
de crescimento e terminação.
3.2. Implicações do desmame na estrutura e função do intestino e de órgãos auxiliares da
digestão
Para o melhor entendimento das mudanças histomorfológicas no intestino delgado,
deve-se considerar que o desenvolvimento da mucosa intestinal decorre da renovação celular,
ou seja, da proliferação e diferenciação das células localizadas nas criptas e ao longo dos vilos
e da perda celular que ocorre normalmente no ápice dos vilos. O equilíbrio entre esses dois
processos determina um turnover constante e a manutenção do tamanho dos vilos (GASTÃO,
2011). No entanto, quando a proliferação das células for maior que a descamação, haverá
hipertrofia da mucosa e quando a descamação for maior que a proliferação, será observada
atrofia.
Segundo Le Dividich e Sève (2001) os leitões, através do consumo de ração, só
atingem o requerimento energético para sua mantença, de 3 a 4 dias após o desmame.
Portanto, de 4 a 5 dias subsequentes ao desmame, são observadas alterações no intestino
delgado, como a atrofia dos vilos e hiperplasia das criptas (SANTOS et al., 2007) que
diminuem a capacidade absortiva do órgão.
Devido a maior descamação dos enterócitos, células responsáveis pela absorção dos
nutrientes, os vilos podem ter seu tamanho reduzido em cerca de 75% nas primeiras 24 horas
após o desmame de leitões aos 21 dias (HAMPSON, 1986). Após esse período, os vilos
continuam diminuindo, mas a uma taxa mais lenta até os 15 dias após o desmame. Cera et al.
(1988) reportaram redução no tamanho dos vilos, do 5º ao 8º dia, e aumento a partir do 8º dia
19
pós-desmame. Ainda segundo Kelly et al (1991a), a diminuição do tamanho dos vilos atinge até
63% nos primeiros dias após o desmame.
Cerca de dois dias subsequentes ao desmame, o intestino delgado e a mucosa perdem
aproximadamente 25% do seu peso relativo, necessitando de 5 a 10 dias para a sua
recuperação (SPREEUWENBERG et al., 2001). Essa perda de peso, provavelmente, se deve à
diminuição do tamanho dos vilos, que é mais pronunciada quando mais cedo se desmama o
animal. Conforme Pluske et al. (1997), animais desmamados aos 14 dias são submetidos a
maiores mudanças morfológicas que animais desmamados aos 28 dias de idade.
Para se comprovar que essa diminuição dos vilos ocorre devido a falta de nutrientes no
lúmen intestinal, Goodland et al. (1992) e Núñez et al. (1995), privaram, respectivamente, ratos
e leitões recém-desmamados do fornecimento de ração. Verificaram redução no tamanho dos
vilos e diminuição na produção de células nas criptas. Porém, esse quadro foi revertido quando
se ofereceu dieta após o período de jejum, com aumento significativo na produção de células nas
criptas (GOODLAD e WRIGHT, 1984).
Outros pesquisadores (KELLY et al., 1991b) averiguaram esse fato com a realização de
um experimento que consistiu no fornecimento de diferentes quantidades de ração através de
uma sonda. Os leitões foram desmamados aos 14 dias de idade e arraçoados até o 19º dia.
Verificaram que animais alimentados com menor quantidade de ração apresentaram atrofia de
vilos e diminuição da profundidade das criptas, comparados com animais que receberam maior
quantidade de ração.
Com os resultados desses estudos, concluiu-se que a presença de substrato,
consequentemente de nutrientes disponíveis no trato digestivo do animal, contribuiu para a
manutenção da integridade intestinal. Além do fornecimento de nutrientes, deve-se atentar para a
adequada ingestão de energia, que conforme Beers-Scheurs et al. (1995), também é de suma
importância. Esses autores verificaram que o atendimento do requerimento energético é mais
importante do que a forma física da dieta para manter os vilos íntegros. Em experimento
conduzido por Beers-Scheurs et al. (1995), leitões desmamados aos 28 dias de idade foram
alimentados com 3 dietas experimentais, sendo, leite a vontade; ração a vontade e leite contendo
a mesma quantidade de energia da ração. Animais que receberam tanto a ração, quanto o leite
contendo a mesma quantidade de energia da ração, apresentaram menor consumo e menor altura
de vilos que os animais alimentados com leite à vontade. Isso sugeriu que a diminuição da
ingestão de energia, independentemente da forma física da dieta, é o maior fator causador da
atrofia dos vilos.
20
Apesar da função absortiva dos enterócitos nos vilos, os enterócitos nas criptas, possuem
função secretora e assim, a rápida renovação celular nas criptas faz com que enterócitos imaturos
estejam insuficientemente diferenciados, levando ao menor número de células absortivas e
maior de secretoras (CERA et al., 1988). Portanto, a absorção no intestino delgado depende da
razão entre a altura das vilosidades e da profundidade das criptas (BUDDLE e BOLTON, 1992).
O decréscimo nesta razão após o desmame, prejudica a absorção e aumenta o risco de diarreias
(PLUSKE et al., 1997; HÖTZEL e MACHADO FILHO, 2004).
Os problemas entéricos que acometem os leitões nessa fase, além de serem ocasionados
pela baixa ingestão de nutrientes e energia, podem ser desencadeados, também, pela baixa
digestibilidade dos nutrientes e pelo contato com agentes infecciosos, como a Escherichia coli
que desencadeiam reações de hipersensibilidade intestinal (GRAÑA, 2007) e por compostos
antinutricionais presentes nas dietas, como a lectina e o tanino (KITT et al., 2001). O baço, por
possuir função imunológica de produção de anticorpos protegendo o animal contra infecções,
pode-se apresentar nesse período com seu tamanho aumentado, sendo reflexo das respostas
imunes (PLUSKE et al., 1997).
Segundo Barnett et al. (1989), a diarreia em leitões é observada do 4º ao 15º dia após o
desmame, com intensidade máxima atingida no 10º dia. Hampson (1994) afirma que a diarreia
durante os primeiros 5 a 10 dias pós-desmame é o maior problema na fase de creche, contudo, a
sua intensidade pode ser variável entre animais submetidos a diferentes desafios.
Com o aparecimento da diarreia, os leitões ficam predispostos a contrair outras
infecções. Além disso, os animais podem apresentar baixa eficiência na conversão alimentar,
gerando animais refugos, contribuindo com a desuniformidade dos lotes nas granjas. Esse fato
pode ocasionar mortes e gastos dos produtores com medicamentos e mão-de-obra para tratar
animais doentes.
Uma das formas de reduzir os problemas de baixo consumo de ração, melhorando o
desempenho nessa fase, não predispondo os animais a diarreia excessiva, é o fornecimento de
dietas complexas formuladas com produtos de alta digestibilidade com a inclusão de
palatabilizantes. O aumento do consumo após o desmame devido a aditivos nas dietas, como por
exemplo, os palatabilizantes, pode melhorar a integridade morfológica do intestino através do
efeito do alimento sobre a maturação do epitélio intestinal (KELLY et al., 1991b; MAKKINK et
al., 1994 e KITT et al., 2001). Esse efeito foi comprovado por estudos de alguns autores
(KELLY et al., 1991a; BEERS-SCHEURS et al., 1995 e PLUSKE et al., 1996) que verificaram
maior altura de vilos em animais que tiveram maior consumo de suas dietas.
21
Segundo Gall e Chung (1982) citados por Cera et al. (1988), no processo de maturação
do epitélio intestinal, a ingestão de alimentos é mais importante do que a idade do animal.
Concluiu-se então que, no caso dos leitões recém-desmamados, quanto mais cedo a ração for
identificada como alimento e maior for o consumo, mais rápido ocorrerá o desenvolvimento do
sistema enzimático e consequentemente digestivo, refletindo na melhora dos índices
zootécnicos.
3.3. Percepção sensorial e preferência alimentar
O fornecimento de uma nutrição adequada aos leitões está além do atendimento das
exigências mínimas diárias de energia, proteínas, minerais e vitaminas. Tão importante quanto
fornecer o mínimo requerido nutricionalmente, é a escolha de ingredientes altamente digestíveis
que comporão as dietas, induzindo seu maior consumo e consequentemente ao ganho de peso
satisfatório. No entanto, além das características organolépticas das rações, os fatores que
regulam o consumo voluntário são muitos e para saber quais os mecanismos envolvidos neste
complexo sistema, deve-se atentar para o conhecimento da fisiologia do animal e os sistemas
que modulam as respostas sensitivas.
Nos suínos são encontradas 3 tipos principais de papilas gustativas, que são, as papilas
fungiformes, valadas e foliadas. As papilas fungiformes estão localizadas na ponta da língua,
contendo poros para a gustação. As papilas valadas, consideradas papilas mecânicas, estão
localizadas na região anterior da língua e as papilas foliadas que são papilas gustativas
encontram-se presentes na parte posterior da língua, perfazendo um complexo sistema
vascular-nervoso (SILVA, 2010).
São encontradas aproximadamente 19.000 papilas gustativas nos suínos, seguidos dos
humanos com aproximadamente 9.000, ficando atrás apenas dos bovinos com
aproximadamente 25.000 (FREDERICK e VAN HEUGTEN, 2003). Segundo Roura (2003),
os suínos possuem quase três vezes mais papilas gustativas que os humanos, sendo, 5.000
contra 1.600 fungiformes; mais de 10.000 contra 6.000 valadas e 4.800 contra 3.000 foliadas.
Sabendo-se que quanto maior o número de papilas fungiformes, maior é a percepção do sabor
(SILVA, 2010), pode-se inferir que esta habilidade é maior nos suínos se comparados aos
humanos.
Cada papila contém milhares de botões gustativos e sua distribuição na língua, epiglote
e palato mole variam entre os mamíferos, assim como o número de botões gustativos em cada
22
papila. Cada papila é composta por 50 a 150 células, que projetam na mucosa da língua,
microvilosidades nas quais se encontram os receptores gustativos capazes de reconhecer os 5
gostos básicos, como o doce, salgado, amargo, azedo e umami (TEMUSSI, 2009).
Embora todos os gostos básicos sejam reconhecidos, cada célula isolada apresenta um
tipo de receptor protéico identificando apenas um tipo de sabor (SILVA, 2010). Contudo, a
biologia dos receptores gustativos não é completamente entendida e os estudos com animais
são escassos, não sendo possível afirmar que os suínos têm um sentido de paladar semelhante
aos dos seres humanos (ROURA, 2003), ou seja, não se sabe se os suínos sentem os mesmos
gostos sentidos pelos humanos quando ambos ingerem um mesmo alimento.
Os leitões apresentam neofobia frente a novas situações, portanto, no primeiro contato
que têm com a dieta sólida após o desmame, a qualidade é verificada pelo paladar e o olfato
(TORRALLARDONA et al., 2002). Se não for constatada aversão, devido a componentes
tóxicos, o animal consome normalmente. Entretanto, se for reconhecido algum fator como
toxicidade de ingredientes, na segunda vez que esse mesmo alimento for oferecido, o animal
terá a capacidade de associar o aprendizado da primeira experiência e refutar a dieta (HOF,
2000; SOLÀ-ORIOL et al., 2009; FORBES, 2010). Tal acontecimento se deve ao aprendizado
de que aquele alimento causou algum efeito colateral ou injúria ao animal. Contudo, se o
alimento não possuir componente aversivo à sua ingestão, mas possuir sabor ou cheiro
desagradável, primeiramente ele será recusado e demorará um tempo maior para que inicie o
seu consumo após verificação da qualidade.
Segundo Oostindjer et al. (2009), os suínos adquirem preferência inata antes de seu
nascimento com a transmissão de sinais químicos da dieta da mãe através do líquido
amniótico. Os componentes de sabor penetram no líquido e são percebidos pelo feto através
da ingestão do líquido ou pelo sangue da mãe no epitélio olfativo.
Acredita-se que animais novos tenham preferência por sabores adocicados e que estes
exerçam efeito no estímulo ao consumo (DUENGELHOEF, 2010). Alguns autores incluíram
nas dietas, aditivos adocicados, como a sacarose, lactose, dextrose, ou adoçantes artificiais e
verificaram aumento no consumo de ração e do ganho de peso de leitões recém-desmamados
(LEWIS et al., 1955; ALDINGER et al., 1959; GRINSTEAD et al., 1960; MCDONALD et
al., 1987; MUNRO et al., 2000; SCHLEGEL e HALL, 2006).
Essa preferência não é observada na fase adulta do animal como demonstrado por
Johnston et al. (2003) que forneceram dietas ad libitum com e sem a inclusão de 4% de
sacarose e 2% de produto lácteo achocolatado para porcas durante os 21 dias de lactação, e
23
não foi verificada diferença no consumo. Este resultado, provavelmente, se deve a involução
dos botões gustativos com o envelhecimento do animal o que acarreta em diminuição da
percepção gustativa (DUENGELHOEF, 2010) levando os animais a não manifestarem
interesse por sabores que eram preferidos nas fases iniciais da criação.
O sabor amargo por sua vez é recusado em qualquer idade do animal, por estar
relacionado com componentes que podem apresentar ameaça, como os fatores
antinutricionais, venenos e compostos tóxicos (FORBES, 2010).
Todos os cinco sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato) influenciam a
preferência e o consumo, mas não na mesma intensidade. A visão não é muito desenvolvida,
como nas aves (WEEKS et al., 1997), podendo os suínos perceber a diferença entre
comprimentos de ondas curtos e longos, chamada de visão dicromática, mas não são capazes
de distinguir cores (EDGE et al., 2004). A audição tem papel importante no condicionamento
alimentar uma vez que a vocalização dos leitões de creche estimula os animais recém-
desmamados a consumirem ração e água (PETRIE e GONYOU, 1988).
Os sentidos básicos mais importantes na regulação do consumo são o olfato, paladar e
tato que são simultaneamente acionados com a ingestão de um alimento, pois este fornece ao
mesmo tempo odor, sabor, textura e temperatura característica (SOLÀ-ORIOL et al., 2009).
Essas percepções são encaminhadas ao sistema nervoso central através de informações
provenientes das papilas fungiformes pelo nervo Chordata tympani e através dos botões
foliados e valados pelo nervo Glossofaríngeo que é um dos grandes responsáveis pela
motricidade e percepção sensorial da língua (SILVA, 2010).
Outros fatores podem influenciar o consumo. Entre eles pode-se citar a temperatura
ambiente, a densidade de animais nas baias, o genótipo, o sexo, o estado imune do animal, a
densidade energética e a palatabilidade das dietas. Este último se refere ao conjunto das
propriedades sensoriais de um alimento, que indicará a aceitação ou não pelo animal
(JACELA et al., 2010)..
3.4. Estratégia alimentar no pós-desmame
Sabendo que os suínos são animais que apresentam percepções sensoriais aguçadas,
pode-se adotar como estratégia alimentar para aumentar o consumo, a inclusão de
palatabilizantes quando se necessita mascarar ingredientes não palatáveis, alterar a formulação
24
das dietas (BRADLEY, 1980; FREDERICK e VAN HEUGTEN, 2003), ou mesmo para
tornar a dieta mais atrativa.
Há no mercado, diversos aromatizantes que estimulam o apetite através do aroma que
conferem às rações. Apesar da palavra odor também ser empregada para se referir ao aroma
dos aromatizantes, o mais correto é a utilização deste último termo, pois diferentemente do
odor, muitas substâncias voláteis desses aditivos são liberadas apenas em condições de
mastigação e com o calor da cavidade bucal. A percepção olfativa desses compostos que se
deve a conexão da faringe e da cavidade nasal, pode variar em função do grau de volatilidade
de seus componentes, da pressão atmosférica, da temperatura ambiental, da umidade relativa
do ar e de suas interações com os ingredientes das rações (DUENGELHOEF, 2010).
Os aromas dos alimentos podem ser classificados em artificiais e naturais. Entre os
naturais, se encontram os óleos essenciais extraídos de plantas e sabores naturais de fruta e
nos artificiais estão inseridos os aldeídos, álcoois aromáticos, bálsamos, éster orgânico,
terpenos, fenóis, entre outros (BALBANI et al., 2006).
Além dos aromatizantes, existem também os flavorizantes, originados do termo em
inglês “flavour”, que é interpretado por Adams (1997), como a combinação de paladar e
aroma. Devido a essas características serem tão bem integradas, na maioria das vezes não é
possível diferenciá-las (ADAMS, 1997) e é por isso que a mistura de sensações causadas por
uma substância na boca, é chamada de “flavour”. Os palatabilizantes, termo abordado no
presente trabalho, são todos os compostos que conferem paladar às dietas afetando assim a
capacidade gustativa dos animais. Devido aos flavorizantes e aromatizantes afetarem a
capacidade sensorial das dietas, os resultados de experimentos encontrados com ambos, serão
comparados com os resultados encontrados com palatabilizantes, por estarem intimamente
relacionados.
Os aditivos flavorizantes estimulam o apetite orientando o maior consumo de alimento
e aumentam a secreção dos sucos digestivos (saliva, suco biliar e enzimas digestivas) que irão
atuar na digestão dos alimentos (DUENGELHOEF, 2010). Cunha (1977) e Whittemore
(1993) observaram os efeitos positivos dos flavorizantes na nutrição de leitões, uma vez que
demonstraram sua eficácia no aumento do consumo, desenvolvimento do sistema digestório e
desempenho do animal.
Uma alternativa ao baixo consumo de alimentos por leitões desmamados, segundo
Campbell (1976) e Bolhuis (2009), é o fornecimento de dieta pós-desmame com sabor
semelhante à dieta que a porca consumiu durante a lactação. Dessa forma os leitões são
25
estimulados a consumir ao identificarem um sabor familiar na ração. Outra opção é o
fornecimento de ração antes e após o desmame contendo mesmo aroma, conforme
demonstrado por Sulabo et al. (2010) em que animais expostos três dias antes do desmame a
dieta com flavorizante a base de leite, tiveram seu consumo e o ganho diário de peso maior no
pós-desmame quando continuaram a receber o aditivo na dieta em comparação com os que
não continuaram.
O alto consumo de ração antes do desmame favorece o sistema imune de leitões
enquanto que o baixo consumo predispõe os animais a diarreias quando criados em ambiente
com a presença de Escherichia coli. No entanto, equivocadamente, alguns pesquisadores
ainda associam o aumento da incidência de diarreia com o alto consumo de matéria seca antes
do desmame (BARNETT et., 1989).
Diaz (2003) ofereceu três dias antes do desmame, dietas com e sem flavorizantes e
observou que os leitões que continuaram recebendo os aditivos na dieta após o desmame,
ganharam mais peso, e os animais que não continuaram, consumiram menos.
Entretanto, dependendo do sistema de arraçoamento praticado na granja e dos
ingredientes disponíveis para formulação das dietas, as estratégias alimentares de
fornecimento de ração antes do desmame, não são fáceis de serem implantadas. Em função
disso, a inclusão de palatabilizantes é uma alternativa importante nas dietas pós-desmame e
são de extrema importância para alavancar o consumo.
3.5. Palatabilizantes
Os palatabilizantes se enquadram nos aditivos sensoriais, que segundo a Instrução
Normativa Nº 13, de 13 de novembro de 2004 (BRASIL, 2009), é qualquer substância
adicionada ao produto destinado à alimentação animal para melhorar ou modificar suas
propriedades organolépticas ou as características visuais. Inseridos nesse grupo estão os
corantes e pigmentantes que conferem ou intensificam a cor dos alimentos, os aromatizantes
que conferem ou intensificam o aroma dos alimentos e os palatabilizantes que são obtidos
mediante processos físicos, químicos, enzimáticos ou microbiológicos a partir de materiais de
origem vegetal ou animal, ou de substâncias definidas quimicamente, cuja adição aos
alimentos aumenta sua palatabilidade e aceitabilidade.
Dentre os palatabilizantes disponíveis no mercado, pode-se citar o açúcar, composto
pelo carboidrato sacarose (C12H22O11), e seus substitutos, os edulcorantes, também chamados
26
de adoçantes e que apresentam como referência sensorial a doçura da sacarose. Portanto é
dado o valor empírico de 1 ou 100 à sacarose, referente ao seu poder adoçante, e os
edulcorantes são comparados segundo esse valor (REVISTAFIB, 2008). Para exemplificar,
pode-se citar a frutose que para suínos, tem potencial de 0,50 (GLASER et al., 2000), ou seja,
possui metade da capacidade adoçante da sacarose.
Os edulcorantes representam uma imensa gama de compostos e podem ser
classificados de várias maneiras, geralmente de acordo com sua origem e valor calórico. A
sacarose e seus substitutos podem ser enquadrados em 2 grupos segundo o Codex
Alimentarius, o grupo dos edulcorantes nutritivos e não-nutritivos. Os edulcorantes nutritivos
fornecem além da doçura, geralmente a mesma quantidade de energia fornecida pelo açúcar e
precisam ser empregados em maiores quantidades. Os edulcorantes não nutritivos podem ser
naturais ou artificiais, possuem pouca ou nenhuma caloria, acentuada doçura e, portanto, são
utilizados em menores quantidades (REVISTAFIB, 2008).
Diferentemente da classificação da Comunidade Européia, a agência norte-americana
Food and Drug Administration (FDA), estabelece que os edulcorantes não nutritivos, são
todos aqueles que apresentam menos de 2% do potencial adoçante da sacarose. Devido a essa
divergente classificação, alguns compostos como a taumatina, oriunda da extração vegetal, é
enquadrada como edulcorante nutritivo segundo o Codex Alimentarius, mas de acordo com o
FDA, é classificada como não nutritivo por ter valor calórico por unidade de doçura de
0,0002kcal/g, sendo menor que os 2% preconizados (REVISTAFIB, 2008).
O açúcar, produzido principalmente a partir da cana-de-açúcar no Brasil e da
beterraba, foi preconizado por seu poder adoçante, como palatabilizante na nutrição animal há
muitos anos. É um carboidrato composto pela sacarose (dissacarídeo) que é formada pelos
monossacarídeos glicose e frutose (LEWIS et al., 1955). No entanto, o emprego de grande
quantidade de sacarose nas rações, pode torná-las pouco viáveis economicamente dependendo
do preço do açúcar.
Os edulcorantes, por possuírem poder adoçante muito maior que o açúcar, são
requeridos em baixas concentrações nas rações, o que pode diminuir o custo com a
alimentação. Além disso, alguns edulcorantes comparados com a sacarose podem ser mais
estáveis ao calor e resistentes a reações químicas durante o uso de vapor nos processos de
peletização das rações (HELLAL, 2001). Contudo, o limite de inclusão dos edulcorantes deve
ser respeitado, pois a alta inclusão pode ocasionar em sabor residual desagradável às rações
(DUENGELHOEF, 2010) e dessa forma os animais poderão refutar a dieta.
27
O edulcorante não nutritivo mais antigo e conhecido é a sacarina (C7H5O3NS), que foi
descoberta em 1879 nos Estados Unidos e teve sua ampla difusão durante as Guerras
Mundiais que devido à escassez e o racionamento de açúcar (TOZETTO, 2005), se tornou um
produto alternativo. Pode ser comercializada sob a forma ácida, ou sob a forma de amônia,
sais de cálcio ou sódio (CÂNDIDO e CAMPOS, 1996). A sacarina possui poder adoçante
intenso, cerca de 300 a 500 vezes maior que a sacarose, mas de duração do sabor não muito
prolongada. Contudo, altas doses deste edulcorante podem acarretar em gosto residual
metálico não desejado o que motiva a sua combinação com outros adoçantes que mascarem
esse sabor (DUENGELHOEF, 2010).
A neoesperidina-dihidrochalcona (NHDC) também é um edulcorante não nutritivo,
mas é sintetizada a partir de flavonas presente nas cascas de frutas cítricas. Através do
tratamento alcalino, a neoesperidina presente na casca de laranja azeda, é extraída na forma de
chalcona de neoesperidina e através da hidrogenação, obtém-se a dihidrochalcona. Possui
poder adoçante 1500-2000 vezes maior que o da sacarose e apresenta gosto residual
mentolado, sendo um candidato em potencial à combinação com a sacarina.
O efeito sinérgico desses dois edulcorantes pode proporcionar um aumento de mais de
80% do poder adoçante da sacarina isolada. Normalmente, devido ao alto custo da NHDC, a
sacarina é empregada em maior quantidade e o sabor adocicado provém majoritariamente
desta (DUENGELHOEF, 2010). Por serem ambos, adoçantes artificiais, sua utilização na
nutrição animal é regulamentada pela Comunidade Européia, sendo que a sacarina e a
neoesperidina devem ser empregadas para leitões de até 4 meses de idade na quantidade
máxima de 150 mg/kg e 35 mg/kg de ração respectivamente (DUENGELHOEF, 2010).
Além da sacarina e da neoesperidina, outros edulcorantes são utilizados na nutrição
animal. O esteviosídeo, mais novo componente explorado para fabricação de edulcorantes, é
extraído da folha do arbusto Stevia rebaudiana, originalmente cultivada na América do Sul,
particularmente no Paraguai e no Brasil (HANSON e DEOLIVEIRA, 1993). A doçura de sua
folha já era conhecida há muitos anos atrás por povos nativos que utilizavam o extrato de sua
folha para adoçar as refeições e preparar medicamentos naturais (KINGHORN e SOEJARTO,
2002) e hoje já pode ser encontrada em produtos comerciais.
Vários outros edulcorantes são reconhecidos por seus sabores doces ao paladar
humano, com isso, Glaser et al. (2000), verificou que esses edulcorantes para leitões seriam
percebidos com a mesma doçura e intensidade que eram percebidos pelos homens. Em seu
experimento, os animais foram alocados em baias individuais contendo dois bebedouros, um
28
com água e outro com água contendo o edulcorante. A preferência foi constatada quando a
ingestão da solução representou pelo menos 80% de todo o consumo da baia segundo a
fórmula: consumo da solução avaliada/consumo total de ambos os bebedouros x 100. No
referido estudo, foram testados carboidratos como a D-frutose, D-galactose, D-glicose, L-
glicose, lactose, maltose, sacarose e alguns polióis como o arabitol, xilitol, manitol e sorbitol.
As intensidades da sacarose (1,00), da frutose (0,50) e do sorbitol (0,25) foram percebidas da
mesma maneira tanto para os homens quanto para os leitões. No entanto, a intensidade
adoçante para suínos, da lactose, maltose, D-L-glicose e D-galactose foram duas vezes menos
eficiente que para os humanos. Os dois isômeros levógiro e dextrógiro da glicose foram
percebidos da mesma maneira pelos suínos. Ao traçar a sequência de efetividade do poder
adoçante, observou-se que a sacarose > D-frutose > maltose = lactose > D-glicose > D-
galactose. Ainda, referente aos polióis avaliados, o xilitol foi o preferido, sendo tão efetivo
quanto à sacarose.
3.6. Efeito dos palatabilizantes sobre o desempenho e aspectos morfológicos de órgãos
A preocupação com a nutrição no pós-desmame não é um tema novo dentro da
produção de suínos, tanto que Diaz et al. (1956) propôs um estudo para verificar se leitões dos
14 aos 56 dias de idade seriam estimulados a ingerir dietas com açúcar e melaço. Foram
testadas dietas com 0, 5, 10 e 15% de açúcar e 0, 5 e 10% de melaço. Os dados demonstraram
melhora do ganho de peso e da conversão alimentar dos animais com o aumento dos níveis de
açúcar, mas não foi verificado alteração no desempenho quando alimentados com dietas
contendo melaço.
Hanson et al. (1954) pesquisaram a preferência de leitões com 21 dias de idade, ao
oferecer dieta com a inclusão de 10% de açúcar, dieta com sacarina equivalente a 10% do
poder adoçante do açúcar e dieta controle sem adição de palatabilizantes e verificaram que os
animais consumiram mais a dieta com açúcar.
Lewis et al. (1955) demonstraram que leitões recém-desmamados selecionavam rações
contendo sacarose em detrimento daquelas sem a inclusão. Jensen et al. (1955) também
verificaram a preferência de leitões na fase de creche e observaram que o maior consumo foi
da ração com 20% de açúcar se comparado com 0,05% de sacarina, talvez porque a
quantidade de sacarina adicionada não foi capaz de adoçar a ração de forma perceptível ao
paladar dos suínos. Aldinger et al. (1959) verificaram que leitões recebendo dietas com e sem
29
a inclusão de sacarina, consumiram mais quando as dietas foram suplementadas com o
palatabilizante.
Nos experimentos realizados por Wahlstrom et al. (1974) foram fornecidas à leitões
desmamados, dietas complexas com e sem adição de 5% de açúcar e essas mesmas dietas
também foram fornecidas em sistema de livre escolha. Apesar das dietas não terem
influenciado o desempenho, o consumo foi maior para a dieta acrescida do açúcar quando
fornecida em sistema de livre escolha. Quando foram fornecidas as dietas separadamente, não
foi observado o maior consumo das dietas com açúcar, demonstrando que a adição deste
palatabilizante se torna ineficaz quando não se proporciona a livre escolha da dieta.
Da mesma maneira Munro et al. (2000), não encontraram diferença estatística no
ganho de peso de leitões recém-desmamados, alimentados com dieta contendo 5% de
sacarose, dieta contendo diferentes níveis de esteviosídeo e dieta controle sem inclusão de
palatabilizantes. Entretanto, o consumo da dieta com sacarose foi maior que o da dieta
controle, indicando preferência por sabores doces.
Sterk et al. (2008) observaram que a adição de edulcorante a base de sacarina sódica,
em dietas de leitões desmamados não influenciou o consumo de ração dos 26 aos 45 dias de
idade, contudo, evidenciou tendência na prevenção de queda acentuada do consumo no 8º ao
10º dia após o desmame, o que coincidiu com a melhor consistência das fezes em comparação
com leitões que não receberam o edulcorante.
Entretanto, alguns trabalhos não encontraram resultados satisfatórios com a utilização
de palatabilizantes. Kornegay et al. (1979) constataram que a adição de açúcar e compostos
aromáticos nas dietas de leitões desmamados, não influenciou o consumo de ração, o ganho
de peso e a conversão alimentar. Orban et al. (1996) também não verificaram melhora no
desempenho de leitões desmamados aos 33 dias de idade, alimentados com dietas contendo
sacarose.
Da mesma forma que o desmame gera estresse aos leitões, na bovinocultura de corte, a
descorna e a castração são manejos estressantes que afetam o consumo e o desempenho dos
animais. Brown et al. (2004) motivado pelos estudos com palatabilizantes na suinocultura,
realizaram um experimento testando um palatabilizante comercial contendo 97% de sacarina
sódica para bovinos. Os animais submetidos ao experimento foram castrados, descornados e
alimentados com rações contendo 0, 88, 176 e 264 gramas de palatabilizante/tonelada de
matéria seca da dieta. A inclusão do aditivo se deu no concentrado que constituiu 50% da
dieta nos 14 primeiros dias de experimento, 75% da dieta, dos 15 aos 28 dias e 90% da dieta
30
dos 29 aos 56 dias de experimento. O maior consumo de ração e melhor ganho de peso foi
obtido pelos animais que receberam 176g do palatabilizante.
Em outro estudo, realizado por McMeniman et al. (2006), testando o mesmo
palatabilizante para bovinos de corte, foram fornecidos concentrados com 200 mg de
palatabilizante/kg de matéria seca da dieta e o concentrado sem essa inclusão. Nos primeiros
56 dias de experimento, embora o tratamento com a sacarina sódica tenha evidenciado
tendência em aumentar o peso dos animais aos 56 dias (P=0,07) e o ganho diário de peso
(P=0,12), nenhuma alteração no desempenho foi realmente observada em relação aos animais
que não consumiram o palatabilizante.
Para vacas em lactação, também não foi verificado por Murphy et al. (1996), aumento
do consumo de matéria seca e do ganho de peso quando alimentadas com concentrados
acrescidos de açúcar marrom. As vacas foram alimentadas com a dieta controle contendo 50%
de concentrado (a base de milho e soja) e 50% de volumoso (sendo 25% de feno de alfafa e
25% de silagem de milho), e com a dieta teste, constituída por essa mesma dieta acrescida de
1,5% de açúcar marrom em relação à matéria seca. O consumo e o ganho de peso, também
não se diferenciaram quando as dietas foram fornecidas isoladas ou quando se deu a chance
aos animais de escolherem qual dieta consumir.
A utilização de palatabilizantes nas rações animais visando obter melhor aceitação não
é um conceito novo, e outra maneira de administração desses produtos é pela água de bebida.
Essa via de fornecimento também se faz importante, pois leitões na fase de creche se
encontram muito desidratados devido à ocorrência de diarreias, portanto devem ingerir
bastante água para reverter esse quadro, além de que a ingestão de água está intimamente
relacionada com o consumo de ração (DONG e PLUSKE, 2007).
Silva et al. (2000), trabalharam com leitões desmamados aos 10 dias de idade e
adicionaram edulcorante a base de sacarina sódica na água de bebida até os 30 dias de idade.
Não verificaram maior consumo de ração, ganho de peso, conversão alimentar e efeito
positivo residual nas fases subseqüentes até os 62 dias de idade. Aos 22 dias de idade foram
abatidos animais para verificar a altura de vilosidades e profundidade de criptas do duodeno e
jejuno, mas não foi verificada influência do edulcorante nessas avaliações.
Os mesmos autores (SILVA et al., 2001) realizaram experimento com leitões
desmamados aos 21 dias de idade, recebendo rações com e sem edulcorante a base de sacarina
sódica até os 29 dias de idade, quando então foram abatidos. Também não verificaram
alterações no desempenho dos animais e na profundidade de criptas do duodeno e jejuno,
31
contudo, os animais apresentaram maior altura de vilosidades e maior relação altura de
vilos:profundidade de criptas do duodeno quando receberam ração com edulcorante.
Em outro experimento, leitões desmamados aos 21 dias foram submetidos até os 42
dias de idade a tratamentos constituídos por dietas e água com e sem adição de edulcorante a
base de sacarina sódica. Foi observado maior consumo de ração dos animais que receberam o
tratamento água com edulcorante, entretanto esse maior consumo não ocorreu nas fases
seguintes até os 90 kg, não influenciando o desempenho (SILVA et al., 2002).
Conclui-se com esses estudos, que o consumo pode acarretar em diferença
significativa no peso de leitões, por outro lado, animais que atingem maior peso ao final da
fase de creche podem atingir maior peso final de abate (WOLTER e ELLIS, 2001) e gerar
maior lucro ao produtor.
Segundo Costa et al. (2003), em seu experimento com leitões, adicionaram
palatabilizantes à base de sacarina e à base de dextrose nas dietas e não observaram influência
no desempenho e no peso do fígado, pâncreas e rins.
Cabral et al. (2009), trabalharam com leitões recém-desmamados alimentados com
dietas à base de sorgo em substituição ao milho e não observaram efeito significativo na
inclusão de baunilha nas dietas sobre as características de desempenho, assim como ROCHA
(2009) e NARANJO et al. (2010) que também não observaram alteração no desempenho de
leitões alimentados, respectivamente, com rações peletizadas com e sem sacarina, aroma de
baunilha e coco e rações com inclusão de produto lácteo achocolatado contendo 20% de
lactose e 60% de açúcar.
Apesar de Duengelhoef (2010), afirmar que suínos preferem aromas similares a
queijos, carnes, frutas e, principalmente de baunilha e leite, foi verificado por Seabolt et al.
(2010), que em sistema de livre escolha, a inclusão do flavorizante de queijo com traços de
baunilha não aumentou o consumo ou melhorou o desempenho. Ao invés do aditivo despertar
interesse pela ração, provavelmente desencadeou neofobia. Em um segundo experimento foi
fornecida dieta com e sem o flavorizante para leitões, sem a opção de livre escolha, e durante
a primeira semana pós-desmame foi observado maior consumo de ração com flavorizante,
mas esse resultado não foi verificado nas semanas subseqüentes.
Em ensaio com ratos, Bello e Hajnal (2005) estavam determinados a verificar se a
adição de sucralose à água de bebida iria estimular seu consumo e se sim qual o melhor nível
de inclusão. Foram instalados bebedouros apenas com água e bebedouros com as
concentrações de 0,0003 a 10g de sucralose/L de água de bebida. O maior consumo se deu em
32
razão da menor concentração de sucralose e não diferiu do consumo da água sem o
palatabilizante, demonstrando que esses animais não conseguiram perceber as baixas
concentrações de sucralose. À medida que aumentaram as concentrações acima de 1g, os ratos
diminuíram o consumo alcançando o menor valor com a máxima concentração de 10g.
Com base na revisão bibliográfica apresentada, ainda prevalece dúvida da eficácia dos
palatabilizantes devido aos resultados contraditórios dos estudos, além de alguns trabalhos
terem sido realizados muito anos atrás, na década de 50 quando se iniciaram os primeiros
experimentos nessa área. Portanto, é necessária a realização de outros estudos, com as
condições atuais de produção, animais geneticamente melhorados que possuem manejo e
nutrição diferenciada do preconizado na época. Esses fatores podem influenciar a percepção
sensitiva dos animais e consequentemente o consumo e a percepção da palatabilidade dos
ingredientes que é interpretada por Forbes (2010), como uma propriedade dinâmica do
complexo alimento/animal/ambiente.
33
4. MATERIAL E MÉTODOS
Os experimentos foram conduzidos na instalação de creche do Laboratório de Pesquisa
em Suínos (LPS), da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ)/USP, Campus
de Pirassununga, no período de 27 de abril a 09 de junho de 2011. As instalações situam-se a
21° 59’ de latitude sul e 47° 26’ de longitude oeste, em altitude de 634 metros, com
temperatura média anual de 20,8°C e precipitação pluviométrica média de 1.298 mm.
Os animais foram alojados em baias suspensas, parcialmente ripadas, com dimensão
de 2,30m x 0,75m, providas de comedouro semiautomático e bebedouro tipo chupeta. Foram
colocados termo-higrômetros na altura dos animais, para mensuração diária da temperatura e
umidade relativas mínimas e máximas às 8 horas da manhã. Com o monitoramento do
ambiente térmico dentro das salas, o manejo das cortinas e das campânulas de aquecimento a
gás foi realizado para atender o conforto térmico dos animais.
A instalação de creche é subdividida em três salas, conforme demonstrado nas
Figuras 1 e 2.
Ambos os experimentos foram aprovados pelo Comitê de Ética em Experimentação
Animal da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA)/USP, considerados,
portanto, adequados quanto aos procedimentos adotados e aos princípios do bem-estar animal.
34
Figura 1. Vista externa da instalação de creche do Laboratório de Pesquisa em Suínos.
Figura 2. Vista interna da instalação de creche do Laboratório de Pesquisa em Suínos.
35
4.1. EXPERIMENTO 1 - Desempenho, incidência de diarreia e viabilidade econômica
4.1.1. Animais
Para avaliação do desempenho, incidência de diarreia e viabilidade econômica das
dietas, foram utilizados 42 animais (21 machos castrados e 21 fêmeas) recém-desmamados,
com idade média de 21 dias e peso médio inicial de 6,2±0,39kg, de linhagem genética Topigs
e oriundos de granja comercial.
4.1.2. Dietas experimentais
O período experimental compreendeu a fase de creche, dos 21 aos 63 dias de idade dos
animais, totalizando 42 dias. As dietas foram formuladas para atender as exigências
nutricionais mínimas dos leitões, de acordo com as recomendações de Rostagno et al. (2011),
nas seguintes fases:
Dieta pré-inicial (21 aos 35 dias de idade)
Dieta inicial I (36 aos 50 dias de idade)
Dieta inicial II (51 aos 63 dias de idade)
Todos os leitões receberam água e ração à vontade e foram submetidos às mesmas
condições de manejo. As dietas experimentais foram compostas principalmente de milho,
farelo de soja e sucedâneo lácteo, suplementadas com minerais, vitaminas e aminoácidos
sintéticos para apresentarem-se isoenergéticas e isoaminoacídicas.
Ao início do experimento, os animais foram pesados, identificados individualmente
com brincos e distribuídos entre as seguintes dietas experimentais:
DC: Dieta controle composta principalmente por milho, farelo de soja e sucedâneo lácteo,
DA: Dieta composta principalmente por milho, farelo de soja e sucedâneo lácteo, com
inclusão de açúcar,
DE: Dieta composta principalmente por milho, farelo de soja e sucedâneo lácteo, com
inclusão do edulcorante.
As composições nutricional e centesimal das dietas pré-inicial, inicial I e inicial II
estão representadas, respectivamente, nas Tabelas 1, 2 e 3.
36
Tabela 1. Composições nutricional e centesimal da dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE), oferecidas aos leitões dos 21 aos 35 dias de idade.
Ingredientes, % Ração pré-inicialDC DA DE
Milho moído 46,484 42,753 46,484Farelo de soja 20,000 20,000 20,000Produto lácteo¹ 12,743 12,770 12,743Produto lácteo² 8,000 7,952 8,000Levedura de dest. de álcool 5,755 6,000 5,755Farelo de glúten de milho 60% 2,873 3,000 2,873Óleo de soja 0,100 0,100 0,100Fosfato bicálcico 1,330 1,343 1,330Calcário 0,893 0,886 0,893L-Lisina HCl, 78,4% 0,625 0,633 0,625DL-Metionina, 99% 0,089 0,094 0,089L-Treonina, 98% 0,206 0,215 0,206L-Triptofano, 99% 0,061 0,062 0,061Sal comum 0,136 0,137 0,136Antioxidante 0,015 0,015 0,015Óxido de zinco, 77% 0,340 0,340 0,340Premix mineral³ 0,100 0,100 0,100Premix vitamínico4 0,150 0,150 0,150Caulim 0,100 0,450 0,085Açúcar 0,000 3,000 0,000Edulcorante5 0,000 0,000 0,015Total 100,000 100,000 100,000Composição calculada6
Energia metabolizável, kcal/kg 3375 3375 3375Proteína bruta, % 21,000 20,882 21,000Cálcio, % 0,825 0,825 0,825Fósforo disponível, % 0,450 0,450 0,450Lactose, % 12,000 12,000 12,000Lisina dig., % 1,330 1,330 1,330Metionina dig., % 0,372 0,372 0,372Treonina dig., % 0,838 0,838 0,838Triptofano dig., % 0,239 0,239 0,239¹Nuklospray K21: 70% de lactose. ²Nuklospray K51: 40% de lactose. ³Premix mineral: cobre (10.000 ppm), cobalto (1.000 ppm), ferro (100.000 ppm), iodo (1.500 ppm), manganês (40.000 ppm) e zinco (100.000 ppm).4Premix vitamínico: vit. A (6.000 UI/g), vit. D3 (1.500 UI/g), vit. E (15.000 UI/Kg), vit. K (150 ppm), tiamina (1.350 ppm), riboflavina (4.000 ppm), piridoxina (2.000 ppm), vit. B12 (20.000 ppm), biotina (80 ppm), ácido fólico (600 ppm), pantotenato de cálcio (9.350 ppm), niacina (20.000 ppm), selênio (300 ppm) e antioxidante (3.000 ppm). 5Composto por sacarina sódica, neoespiridina e dióxido de silício e inclusão conforme recomendação do fabricante. 6Composição calculada conforme Rostagno et al. (2011).
37
Tabela 2. Composições nutricional e centesimal da dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE), oferecidas aos leitões dos 36 aos 50 dias de idade.
Ingredientes, % Ração inicial IDC DA DE
Milho moído 56,423 53,057 56,423Farelo de soja 20,000 20,000 20,000Produto lácteo¹ 2,414 2,414 2,414Produto lácteo² 6,000 6,000 6,000Levedura de dest. de álcool 5,200 5,400 5,200Farelo de glúten de milho 60% 4,400 4,500 4,400Óleo de soja 1,290 1,200 1,290Fosfato bicálcico 1,625 1,636 1,625Calcário 0,828 0,822 0,828L-Lisina HCl, 78,4% 0,727 0,734 0,727DL-Metionina, 99% 0,078 0,082 0,078L-Treonina, 98% 0,237 0,244 0,237L-Triptofano, 99% 0,070 0,072 0,070Sal comum 0,343 0,345 0,343Antioxidante 0,015 0,015 0,015Premix mineral³ 0,100 0,100 0,100Premix vitamínico4 0,150 0,150 0,150Caulim 0,100 0,229 0,085Açúcar 0,000 3,000 0,000Edulcorante5 0,000 0,000 0,015Total 100,00 100,00 100,00Composição calculada6
Energia metabolizável, kcal/kg 3372 3372 3372Proteína bruta, % 20,909 20,795 20,909Cálcio, % 0,825 0,825 0,825Fósforo disponível, % 0,450 0,450 0,450Lactose, % 4,000 4,000 4,000Lisina dig., % 1,330 1,330 1,330Metionina dig., % 0,372 0,372 0,372Treonina dig., % 0,838 0,838 0,838Triptofano dig., % 0,239 0,239 0,239¹Nuklospray K21: 70% de lactose. ²Nuklospray K51: 40% de lactose. ³Premix mineral: cobre (10.000 ppm), cobalto (1.000 ppm), ferro (100.000 ppm), iodo (1.500 ppm), manganês (40.000 ppm), zinco (100.000 ppm). 4
Premix vitamínico: vit A (6.000 UI/g), vit. D3 (1.500 UI/g), vit. E (15.000 UI/Kg), vit. K (150 ppm), tiamina (1.350 ppm), riboflavina (4.000 ppm), piridoxina (2.000 ppm), vit. B12 (20.000 ppm), biotina (80 ppm), ácido fólico (600 ppm), pantotenato de cálcio (9.350 ppm), niacina (20.000 ppm), selênio (300 ppm) e antioxidante (3.000 ppm). 5Composto por sacarina sódica, neoespiridina e dióxido de silício e inclusão conforme recomendação do fabricante. 6Composição calculada conforme Rostagno et al. (2011).
38
Tabela 3. Composições nutricional e centesimal da dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE), oferecidas aos leitões dos 51 aos 63 dias de idade.
Ingredientes, % Ração inicial IIDC DA DE
Milho moído 67,555 63,621 67,555Farelo de soja 20,000 20,200 20,000Levedura de dest. de álcool 4,200 4,450 4,200Farelo de glúten de milho 60% 4,300 4,450 4,300Óleo de soja 0,115 0,100 0,115Fosfato bicálcico 1,442 1,452 1,442Calcário 0,883 0,877 0,883L-Lisina HCl, 78,4% 0,547 0,548 0,547DL-Metionina, 99% 0,023 0,026 0,023L-Treonina, 98% 0,133 0,138 0,133L-Triptofano, 99% 0,039 0,039 0,039Sal comum 0,398 0,434 0,398Antioxidante 0,015 0,015 0,015Premix mineral¹ 0,100 0,100 0,100Premix vitamínico² 0,150 0,150 0,150Caulim 0,100 0,400 0,085Açúcar 0,000 3,000 0,000Edulcorante³ 0,000 0,000 0,015Total 100,000 100,000 100,000Composição calculada4
Energia metabolizável, kcal/kg 3230 3230 3230Proteína bruta, % 19,120 19,092 19,120Cálcio, % 0,768 0,768 0,768Fósforo disponível, % 0,380 0,380 0,380Lisina dig., % 1,093 1,093 1,093Metionina dig., % 0,306 0,306 0,306Treonina dig., % 0,689 0,689 0,689Triptofano dig., % 0,197 0,197 0,197¹Premix mineral: cobre (10.000 ppm), cobalto (1.000 ppm), ferro (100.000 ppm), iodo (1.500 ppm), manganês (40.000 ppm), zinco (100.000 ppm). 2Premix vitamínico: vit A (6.000 UI/g), vit. D3 (1.500 UI/g), vit. E (15.000 UI/Kg), vit. K (150 ppm), tiamina (1.350 ppm), riboflavina (4.000 ppm), piridoxina (2.000 ppm), vit. B12 (20.000 ppm), biotina (80 ppm), ácido fólico (600 ppm), pantotenato de cálcio (9.350 ppm), niacina (20.000 ppm), selênio (300 ppm) e antioxidante (3.000 ppm). 3Composto por sacarina sódica, neoespiridina e dióxido de silício e inclusão conforme recomendação do fabricante. 4Composição calculada conforme Rostagno et al. (2011).
39
4.1.3. Delineamento experimental e análise estatística
O experimento foi delineado em blocos casualizados para eliminar efeito do peso
inicial dos animais, com três dietas e sete repetições, sendo a unidade experimental composta
por dois animais (um macho e uma fêmea).
Os dados de desempenho foram submetidos à análise de variância, utilizando-se o
procedimento GLM (General Linear Models) no programa estatístico SAS (1998) e as médias
foram comparadas pelo teste de Tukey (5%).
4.1.4. Características de desempenho
Foram avaliados o consumo diário de ração (CDR), o ganho diário de peso (GDP) e a
conversão alimentar (CA) nos períodos: 1 (21 aos 28 dias), 2 (21 aos 35 dias), 3 (21 aos 50
dias) e 4 (21 aos 63 dias de idade). Para essas determinações, os animais foram pesados no
início e ao final de cada período, bem como a ração fornecida, as sobras no comedouro e a
ração desperdiçada.
4.1.5. Incidência de diarreia
Nos primeiros 8 dias do período experimental, duas vezes ao dia, às 7h e 17h, foi
verificada pelo mesmo observador, a consistência das fezes mediante análise visual, de acordo
com os seguintes escores: 1 (fezes normais), 2 (fezes pastosas) e 3 (fezes aquosas). Os escores
1 e 2 foram considerados fezes não diarreicas e o 3 diarreicas.
4.1.6. Viabilidade econômica
Foram determinados o custo do quilograma de cada dieta, o custo das dietas por
quilograma de peso vivo ganho, o Índice de Eficiência Econômica (IEE) e o Índice de Custo
médio (IC), proposto por Barbosa et al. (1992) através das fórmulas abaixo:
IEE = MCe x 100 e IC= CTei x 100
CTei MCe
Em que: MCe = menor custo médio da dieta por quilograma de ganho observado entre as
dietas; CTei = custo da dieta i considerada.
40
Para o cálculo do custo do quilograma da dieta, foram considerados os preços dos
ingredientes utilizados na formulação, praticados na região de Pirassununga no mês de abril
de 2011, que correspondeu ao período de aquisição dos mesmos.
4.2. EXPERIMENTO 2 – Morfometria intestinal e peso de órgãos
4.2.1. Animais
Foram utilizados 42 machos castrados, recém-desmamados com idade média de 21
dias e peso médio inicial de 5,6±0,56kg, de linhagem genética Topigs e oriundos de granja
comercial.
4.2.2. Dietas experimentais
As dietas experimentais utilizadas foram as mesmas fornecidas aos animais do
Experimento 1, dos 21 aos 35 dias e 36 aos 50 dias de idade.
4.2.3. Delineamento experimental e análise estatística
O experimento foi delineado em blocos causalizados, com arranjo fatorial 3 x 2 + 1
(três dietas, duas épocas de abate: aos 28 e 35 dias de idade e o abate no dia do desmame),
com seis repetições, sendo cada unidade experimental constituída por um animal. Os dados de
morfometria intestinal e peso de órgãos foram submetidos à análise de variância, utilizando-se
o procedimento GLM (General Linear Models) no programa estatístico SAS (1998) e as
médias foram comparadas pelo teste de Tukey (5%).
41
4.2.4. Morfometria intestinal
Os animais foram transportados para o Matadouro-Escola da Coordenadoria do
Campus Administrativo da USP-Campus de Pirassununga, insensibilizados e abatidos. Seis
leitões foram abatidos no dia do desmame, ou seja, aos 21 dias; 18 leitões aos 28 dias (seis
animais alimentados com cada uma das dietas) e 18 leitões aos 35 dias de idade (seis animais
alimentados com cada uma das dietas), totalizando 42 animais, para coleta de segmentos do
duodeno e jejuno para realização das análises morfométricas e também foi realizada a
pesagem de órgãos.
Foram coletadas amostras, de aproximadamente 3cm, da porção média do duodeno e
jejuno de cada animal, sendo abertas pela borda mesentérica, lavadas delicadamente com água
destilada com a utilização de um conta-gotas, fixadas em papelão com grampos e
acondicionadas em solução de formol tamponado 10%.
Após a permanência de 48 horas nesta solução, as amostras foram transferidas para
álcool 70% e nessa solução permaneceram até serem processadas no Laboratório de
Histologia, Departamento de Ciências Básicas, da FZEA/USP - Campus de Pirassununga.
Para a confecção das lâminas, as amostras foram recortadas em fragmentos de cerca de
1cm, e desidratadas em série de alcoóis em concentrações crescentes até álcool 100% e em
seguida em xilol. Depois desse procedimento, as amostras foram transferidas para moldes de
incrustação de parafina fresca, para fabricação dos blocos de parafina contendo a amostra em
seu interior. Após o endurecimento da parafina, os moldes foram retirados, aparou-se o
excesso de parafina dos blocos e estes foram armazenados em freezer até serem processados.
Os cortes foram feitos em micrótomo semi-automático e imediatamente após foram
transferidos para água morna em banho-maria para amolecer o corte e remover os vincos.
Após, foram aplicados sobre lâminas de vidro para posterior coloração com hematoxilina e
eosina (HE).
Para cada animal foram obtidos seis cortes de cada amostra de duodeno e jejuno, com
5μm de espessura, de modo que, entre um corte e o subsequente utilizado, foram desprezados
aproximadamente 12 cortes.
Para avaliar a altura dos vilos (AV), a profundidade das criptas (PC), e a relação
AV:PC, foram realizadas 30 leituras por amostra do segmento intestinal, para cada animal, em
microscópio óptico (Objetiva de 10X) acoplado a um sistema para captura de imagens e
sistema analisador de imagens por meio do Software Axio Vision 4.6 da ZEISS.
42
4.2.5. Peso e comprimento de órgãos
Foram pesados o estômago vazio, intestino delgado vazio, intestino grosso vazio, fígado,
pâncreas, rins, baço e mensurado o comprimento do intestino delgado. Os animais foram
pesados previamente ao abate; foram obtidos os pesos absolutos dos órgãos, e assim
determinados os pesos relativos através do cálculo:
Peso relativo = __Peso absoluto__
Peso vivo do animal
43
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As médias das temperaturas e umidades relativas mínimas e máximas, do período total
da fase de creche, estão representadas na Tabela 4. No Experimento 1, os animais
permaneceram alojados até os 63 dias e no Experimento 2, permaneceram até os 34 dias de
idade.
Tabela 4. Média das temperaturas (T°C) e umidades relativas (UR%) mínimas e máximas da
unidade de creche.
Idade (dias) T mín (°C) DP* T máx (°C) DP UR% mín DP UR% máx DP
21-27 21,8 ±1,2 26,7 ±2,1 55,0 ±13,3 66,5 ±12,6
28-34 18,5 ±2,3 26,3 ±2,7 49,3 ±13,5 69,8 ±14,4
35-63 15,0 ±1,8 24,7 ±2,2 45,4 ±6,5 70,1 ±10,2
*DP: Desvio-padrão
A temperatura ideal para suínos quando desmamados com idade média de 21 dias,
situa-se próxima dos 24°C nas primeiras semanas de alojamento, e em torno de 20°C nas
últimas, não devendo estar acima de 31°C e abaixo de 8°C nessa fase de criação (SILVA,
1999). Apesar da dificuldade na manutenção da temperatura constante dentro das salas,
devido à ocorrência de baixas temperaturas durante o período de execução do experimento, as
temperaturas internas se mantiveram próximas do preconizado.
A umidade relativa ideal para suínos, segundo Sampaio et al. (2004) e Souza (2004)
não deve ultrapassar 70%, pois os suínos por possuírem poucas glândulas sudoríparas,
necessitam perder calor pela via evaporativa. Tal mecanismo é observado com maior
frequência em animais de crescimento/terminação e matrizes, no entanto isso não exclui os
cuidados com a umidade nas salas de creche, pois umidade elevada é condição favorável ao
crescimento de micro-organismos patogênicos.
No presente experimento não foi observada umidade relativa superior a 70% o que é
um indicativo de atendimento do bem-estar dos leitões e, portanto, não foi um fator externo
em potencial para alterar o comportamento ingestivo de ração.
44
5.1. EXPERIMENTO 1 – Desempenho, incidência de diarreia e viabilidade
econômica
5.1.1. Incidência de diarreia
A incidência de diarreia, avaliada mediante escores fecais, está demonstrada na Tabela
5.
Tabela 5. Número total de observações e distribuição do número de observações em função
do escore das fezes de leitões recém-desmamados alimentados com dieta controle
(DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE).
Escore¹ Dietas experimentais
TOTAL % Escore DC DA DE
1 106 106 108 320 95,24
2 4 4 4 12 3,57
3 2 2 0 4 1,19
TOTAL 112 112 112 336 100,00
% Escore 3* 1,79 1,79 0
1Escores: 1 (fezes normais); 2 (fezes pastosas) e 3 (fezes aquosas).
*Porcentagem de diarreia.
Pode-se inferir através desses resultados que a menor incidência de diarreia foi
verificada nos animais que receberam DC com edulcorante. No entanto, a porcentagem de
escore 3 observada nos animais que receberam as dietas controle e dieta com açúcar não é
considerada elevada nos 8 primeiros dias, que são os mais críticos da fase de creche. A
reduzida incidência de diarreia se deve, provavelmente, ao baixo desafio imposto aos animais,
por se tratar de um ambiente controlado e pelo fato de que as instalações da creche
permaneceram fechadas em vazio sanitário durante longo período que antecedeu o
experimento.
O vazio sanitário realizado em granjas comerciais é muito menor se comparado ao que
foi praticado, devido as entradas e saídas sucessivas de lotes. A pressão bacteriana, mesmo
após desinfecção das baias com a saída dos animais, não é nula, e pode acometer os leitões
que em condição de estresse estão mais propícios às infecções (GRAÑA, 2007). Portanto, o
baixo desafio sanitário imposto aos animais também pode ter contribuído para a baixa
incidência de diarreia observada.
45
5.1.2. Características de desempenho
As médias do consumo diário de ração (CDR), do ganho diário de peso (GDP) e da
conversão alimentar (CA) dos animais nos Períodos 1, 2, 3 e 4 estão apresentadas na Tabela 6.
Não houve diferenças (P>0,05) entre as dietas para as variáveis avaliadas nos Períodos 1, 3 e
4. No Período 2, os animais que consumiram a DE apresentaram maior (P<0,05) CDR e GDP
(Figuras 4 e 5), comparados com os leitões que receberam a DA, entretanto não diferiram dos
animais alimentados com a DC.
Tabela 6. Valores médios do consumo diário de ração (CDR), ganho diário de peso (GDP) e
conversão alimentar (CA) de leitões alimentados com dieta controle (DC), dieta
com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE).
Dietas experimentais Média CV¹ (%)
DC DA DE
Período 1 (21 aos 28 dias de idade)
CDR (g/dia) 269 245 288 267 16,54
GDP (g/dia) 175 159 206 180 24,59
CA 1,54 1,70 1,42 1,55 23,68
Período 2 (21 aos 35 dias de idade)
CDR (g/dia) 426ab
395b 484
a 435 13,61
GDP (g/dia) 283ab
264b 345
a 297 18,43
CA 1,50 1,54 1,41 1,48 12,11
Período 3 (21 aos 50 dias de idade)
CDR (g/dia) 673 670 710 684 8,23
GDP (g/dia) 411 420 459 430 9,51
CA 1,59 1,60 1,55 1,58 4,46
Período 4 (21 aos 63 dias de idade)
CDR (g/dia) 845 862 918 875 7,69
GDP (g/dia) 540 513 549 534 6,42
CA 1,57 1,68 1,67 1,64 6,01 ¹CV: Coeficiente de variação.
Médias na mesma linha seguida de letras diferentes diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
46
Gráfico 4. Consumo diário de ração (CDR) de leitões alimentados com a dieta controle (DC)
dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE) no Período 2 (21 aos 35 dias
de idade).
Gráfico 5. Ganho diário de peso (GDP) de leitões alimentados com a dieta controle (DC)
dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE) no Período 2 (21 aos 35 dias
de idade).
47
Apesar da utilização dos palatabilizantes nas dietas dos leitões, na primeira semana,
pós-desmame (21 aos 28 dias de idade) não foi observado aumento no consumo da dietas, de
modo que a inclusão de açúcar e edulcorante, não foi eficaz para tornar as dietas mais
atrativas e estimular seu consumo.
O presente estudo está de acordo com Silva et al. (2001) que não verificaram melhora
no desempenho de leitões desmamados aos 21 dias que receberam dietas com e sem
edulcorante a base de sacarina sódica até os 29 dias de idade. Seabolt et al. (2010) apesar de
terem trabalhado com leitões em sistema de alimentação de livre escolha na fase de creche,
também não obtiveram melhora no desempenho de suínos na primeira semana quando
fornecidas dietas com flavorizante queijo e baunilha.
Em ensaio paralelo, Seabolt et al. (2010) forneceram rações únicas com ou sem o
flavorizante, ou seja, não ofereceram a opção de escolha, e verificaram maior consumo na
primeira semana pós-desmame quando os leitões receberam as dietas com flavorizantes.
Entretanto, esse resultado não perdurou para as semanas seguintes, não influenciando o
consumo no período total de creche.
No Período 2 (21 aos 35 dias de idade), os animais já estavam adaptados ao ambiente e
às dietas, e o CDR e GDP foram maiores quando os leitões consumiram a dieta com
edulcorante comparado com os animais que receberam a dieta com açúcar, porém não foram
diferentes em relação aos leitões alimentados com a dieta controle. A CA não foi influenciada
pelas dietas.
No período 3 (21 aos 50 dias de idade), não foi verificado diferença no desempenho
dos animais que receberam as três dietas e no período total de creche (21 a 63 dias de idade),
não houve diferenças em nenhuma das variáveis. Esses resultados concordam com os obtidos
por Wahlstrom et al. (1974) que forneceram a leitões desmamados, dietas complexas com e
sem adição de 5% de açúcar e não verificaram alteração no desempenho dos animais.
Kornegay et al. (1979) também constataram que a adição de açúcar e compostos aromáticos
nas dietas de leitões desmamados, não influenciaram o consumo de ração, o ganho de peso e a
conversão alimentar. Orban et al. (1996) trabalharam com leitões desmamados tardiamente,
aos 33 dias de idade e não verificaram melhora no desempenho desses animais quando
alimentados com dietas contendo sacarose.
Munro et al. (2000) não encontraram diferença estatística no ganho e peso de leitões
recém-desmamados, alimentados com dieta contendo 5% de sacarose, dieta contendo
diferentes níveis de extrato da folha de estévia (83,3; 167 e 334 mg/kg da dieta) e dieta
48
controle sem inclusão de palatabilizantes. O consumo de ração e a conversão alimentar dos
animais que consumiram a dieta com 5% de sacarose foi melhor em relação à dieta controle,
apesar de os animais que receberam dieta com extrato da folha de estévia não diferirem dos
demais.
Vários autores estudaram o efeito da sacarina sódica como palatabilizante e também
não verificaram melhora no desempenho de leitões (SILVA et al.,2002; COSTA et al., 2003;
STERK et al., 2008). Ausência de efeito no desempenho de leitões também foi verificada por
outros autores avaliando a inclusão na ração de baunilha (CABRAL et al., 2009), sacarina,
aroma de baunilha e coco (ROCHA, 2009) e produto lácteo achocolatado (NARANJO et al.,
2010).
Por outro lado, Hanson et al. (1954) ofereceram dietas para leitões de 21 dias de idade,
com inclusão de 10% de açúcar, dieta com sacarina equivalente à 10% do poder adoçante do
açúcar e dieta controle, observando que os animais apresentaram maior consumo quando foi
oferecida a dieta com açúcar. A preferência dos leitões por dieta contendo açúcar também foi
verificada por Jensen et al. (1955) e Lewis et al. (1955).
Aldinger et al. (1959) verificaram que leitões que receberam dietas com sacarina,
independente do nível de inclusão, consumiam mais alimento, enquanto Stockill (1990)
verificou que a adição de edulcorante na água de bebida proporcionou aumento de duas a três
vezes o consumo de ração nos três primeiros dias após o desmame.
No presente estudo não foi verificado melhora no desempenho de leitões no período
total da fase de creche e esses resultados então de acordo com os encontrados em trabalhos
realizados mais recentemente. A ineficiência do açúcar e do edulcorante em melhorar o
desempenho dos animais, primeiramente pode ter ocorrido em função das dietas formuladas,
serem dietas complexas com grande quantidade de produto lácteo, que também conferiram
melhor sabor às dietas.
No entanto, em condições de criação intensiva, com maior número de fatores
estressantes, e dietas formuladas com alimentos de menor palatabilidade, os palatabilizantes
podem se tornam importantes aliados na nutrição animal.
49
5.1.3. Viabilidade econômica
Na Tabela 7, encontram-se os dados referentes aos custos das dietas. Na Tabela 8, são
apresentados os custos das dietas por quilograma de peso ganho pelo animal, os índices de
eficiência econômica (IEE) e os índices de custo (IC).
Tabela 7. Custo (R$/kg) da dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com
edulcorante (DE), oferecidas aos leitões nas diferentes fases.
Fases Custo das dietas¹ (R$/kg)
DC DA DE
21 aos 35 dias de idade 1,971 2,166 1,977
36 aos 50 dias de idade 1,296 1,489 1,302
51 aos 63 dias de idade 0,939 1,133 0,944 ¹Custos calculados segundo os preços dos ingredientes praticados no mês de abril de 2011.
No período de creche, são encontrados os maiores custos das dietas durante os
primeiros 14 dias pós-desmame, devido às maiores inclusões de sucedâneos lácteos. Com o
crescimento do animal, essa inclusão pode ser reduzida, o que diminui o custo da dieta.
Comparando os custos das dietas experimentais, conclui-se que as dietas acrescidas
dos palatabilizantes açúcar e edulcorante, foram superiores ao da dieta controle. O maior custo
foi obtido com a DA devido a considerável inclusão de 3% de açúcar.
A dieta com edulcorante apresentou melhor custo por quilograma de peso vivo ganho
em todos os períodos avaliados. Também obteve melhor índice de eficiência econômica e
melhor índice de custo médio nos 3 primeiros períodos, no entanto, no período total, não
diferiu da dieta controle.
50
Tabela 8. Custo das dietas (CD R$) por quilograma de peso vivo ganho (kg PV), índice de
eficiência econômica (IEE) e índice de custo médio (IC) de leitões alimentados
com dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE) nos
Períodos 1, 2, 3 e 4.
Item Dietas experimentais
DC DA DE
Período 1 (21 aos 28 dias de idade)
CD R$/kg PV 3,03 3,34 2,76
IEE 84,52 83,00 100,00
IC 118,31 120,48 100,00
Período 2 (21 aos 35 dias de idade)
CD R$/kg PV 2,97 3,24 2,77
IEE 95,31 85,58 100,00
IC 104,92 116,85 100,00
Período 3 (21 aos 50 dias de idade)
CD R$/kg PV 2,55 2,81 2,39
IEE 99,58 87,73 100,00
IC 100,42 113,98 100,00
Período 4 (21 aos 63 dias de idade)
CD R$/kg PV 2,19 2,51 2,12
IEE 100,00 87,35 100,00
IC 100,00 114,49 100,00
5.2. EXPERIMENTO 2 – Morfometria intestinal e peso de órgãos
5.2.1. Morfometria intestinal
Os valores médios encontrados de altura de vilos (AV), profundidade de criptas (PC) e
relação altura de vilos:profundidade de criptas (AV:PC) do duodeno e jejuno de leitões
abatidos aos 21, 28 e 35 dias de idade, estão apresentados na Tabela 9. Devido a interação
encontrada para a AV:PC duodeno, os fatores foram desdobrados e representados na Tabela
10. Na Figura 6, se encontram a AV do duodeno (a), a AV do jejuno (b), a PC do duodeno (c)
e a PC do jejuno (d). Na Figura 7, está representada a relação altura de vilos:profundidade de
criptas (AV:PC) do duodeno de suínos alimentados com dietas controle, dieta com açúcar e
dieta com edulcorante abatidos aos 35 dias de idade.
51
Tabela 9. Altura de vilos (AV), profundidade de criptas (PC) e relação altura de
vilos:profundidade de criptas (AV:PC) do duodeno e jejuno de leitões alimentados
com dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE) e
abatidos aos 21, 28 e 35 dias de idade.
Fatores AV (μm) PC (μm) AV:PC
Duodeno Jejuno Duodeno Jejuno Duodeno² Jejuno
Idade (dias)
21 195,70b 228,75
b 125,10
b 140,09
b 1,61 1,63
28 242,58ab
238,82b 132,86
b 153,25
ab 1,69 1,59
35 266,35a 292,95
a 151,47
a 170,70
a 1,65 1,71
Significância * * * * NS NS
CV¹(%) 17,38 17,83 12,78 14,83 14,46 13,97
Dietas
DC 243,58 243,48 137,28 152,87 1,77 1,61
DA 253,14 283,49 142,64 168,97 1,75 1,69
DE 266,68 270,68 146,59 164,09 1,82 1,65
Significância NS NS NS NS NS NS
CV (%) 16,52 16,57 12,74 16,14 10,91 13,93 ¹CV: Coeficiente de variação.
²Interação entre os fatores (P=0,047).
Médias seguidas de mesma letra na coluna em cada fator, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
* Significativo (P<0,05).
NS = Não significativo.
Tabela 10. Desdobramentos dos fatores da variável relação altura de vilos:profundidade de
criptas (AV:PC) do duodeno de leitões alimentados com dieta controle (DC),
dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE), abatidos aos 28 e 35 dias de
idade,
Idade (dias) Dietas experimentais Variável
AV:PC duodeno
28
DC 1,72
DA 1,94
DE 1,83
35
DC 1,82a
DA 1,55b
DE 1,81a
52
(a)
(b)
(c)
53
(d)
Gráfico 6. (a) Altura de vilos do duodeno (AVd); (b) altura de vilos do jejuno (AVj); (c) profundidade de criptas do duodeno (PCd) e (d) profundidade de criptas do jejuno (PCj) de leitões alimentados com dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE), abatidos aos 21, 28 e 35 dias de idade.
Gráfico 7. Relação altura de vilos:profundidade de criptas do duodeno (AV:PC d) de leitões alimentados com dieta controle (DC), dieta controle açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE) e abatidos aos 35 dias de idade.
54
Com relação à idade de abate, independentemente das dietas, verificou-se que animais
abatidos aos 35 dias apresentaram maior AV do duodeno comparados com animais abatidos
aos 21 dias. Para a AV do jejuno, os animais abatidos aos 35 dias revelaram os maiores
valores. Isso se deve, provavelmente, ao maior tamanho dos animais aos 35 dias e,
consequentemente, maior desenvolvimento do trato gastrintestinal, refletindo na histologia do
órgão.
Quanto a PC do duodeno, animais abatidos aos 35 dias apresentaram valores
superiores aos outros dois abates, enquanto a PC do jejuno, foi maior nos animais abatidos aos
35 dias em comparação aos abatidos aos 21 dias. A maior profundidade de criptas visualizada
no abate aos 35 dias, se deve a maior atividade mitótica das células das criptas para renovar as
células perdidas das vilosidades intestinais (UNI et al., 2000) que se apresentaram com maior
altura aos 35 dias.
De acordo com Kelly et al. (1991a) e Santos et al. (2007), a mudança da dieta líquida
para a dieta sólida após o desmame, causa redução no tamanho das vilosidades, com posterior
recuperação das mesmas até o 14° dia após o desmame (NABUURS, 1995), ou seja, até os 35
dias de idade. Esse efeito não foi confirmado no presente experimento, uma vez que não se
observou diminuição da altura dos vilos e sim um aumento, aos 35 dias de idade comparado
com o dia do desmame, a relação AV:PC do jejuno não foi afetada pela idade de abate.
As características morfométricas não foram influenciadas pelas dietas, com exceção da
relação AV:PC do duodeno que foi maior nos animais que receberam as dietas controle e
controle com edulcorante, abatidos aos 35 dias de idade.
Os resultados encontrados estão de acordo com os resultados obtidos por Silva et al.
(2000) que trabalhando com leitões desmamados aos 10 dias e abatidos aos 22 dias de idade,
não observaram alteração na histologia do duodeno e do jejuno de leitões que receberam água
com e sem edulcorante a base de sacarina sódica como forma de estimular o consumo de
ração.
Silva et al (2001) também estudaram o efeito do edulcorante sacarina sódica sobre a
morfometria intestinal. Desmamaram leitões com 21 dias e forneceram dietas quatro vezes ao
dia, com e sem inclusão do edulcorante até que os animais atingissem 29 dias de idade,
quando então foram abatidos. A AV do duodeno e a relação AV:PC do duodeno foram
maiores nos animais que receberam dieta com edulcorante.
55
Os resultados do presente estudo não confirmam os resultados de Silva ET AL. (2001)
e não comprova a afirmação de Kelly et al. (1991b) e Makkink et al. (1994) de que os
palatabilizantes aumentam a ingestão de ração, melhorando a integridade de vilos e criptas.
5.2.2. Peso e comprimento de órgãos
Os pesos médios absolutos e relativos do estômago, intestino delgado, intestino grosso,
fígado, pâncreas, baço, rins e o comprimento do intestino delgado de leitões abatidos aos 21,
28 e 35 dias de idade, estão representados, respectivamente, nas Tabelas 11 e 12. As variáveis
que apresentaram diferença significativa, estão representadas nas Figuras 8 (pesos médios
absolutos) e 9 (pesos médios relativos).
Tabela 11. Peso absoluto de órgãos (g) e comprimento (m) absoluto do intestino delgado de
leitões alimentados com dieta controle (DC), dieta com açúcar (DC) e dieta com
edulcorante (DC), abatidos aos 21, 28 e 35 dias de idade.
Fatores Peso absoluto dos órgãos (g) Comprimento (m)
Estômago
Int.
delgado
Int.
grosso Fígado Pâncreas Baço Rins Int. delgado
Idade (dias)
21 40,63c 209,08
c 124,35
b 132,72
b 7,79
c 11,55 33,87
b 7,33
b
28 59,46b 313,90
b 137,02
b 164,78
b 23,31
b 13,64 36,2
b 8,79
a
35 84,69a 573,32
a 212,00
a 256,99
a 53,28
a 14,04 50,89
a 8,85
a
Significância * * * * * NS * *
CV¹ (%) 16,70 17,52 17,53 14,53 25,67 34,76 14,44 12,19
Dietas
DC 74,18 450,03 170,81 206,80 39,13 12,35 45,19 9,05
DC 65,76 435,20 176,74 207,98 33,87 13,58 41,76 8,15
DC 76,28 445,60 181,52 217,88 41,89 15,59 43,68 9,27
Significância NS NS NS NS NS NS NS NS
CV (%) 15,92 17,38 18,47 14,41 24,85 38,36 14,5 12,28 ¹CV:Coeficiente de variação.
Médias seguidas de mesma letra na coluna em cada fator, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
* Significativo (P<0,05).
NS = Não significativo.
56
(a)
(b)
(c)
57
(d)
(e)
(f)
58
(g)
Gráfico 8. Pesos absolutos do estômago (a), intestino delgado (b) e grosso (c), fígado (d),
pâncreas (e), rins (f) e comprimento absoluto do intestino delgado (g) em função
das idades ao abate de leitões.
Verificou-se maior peso absoluto dos órgãos, exceto do baço, e maior comprimento do
intestino delgado nos animais abatidos com 35 dias de idade (Figura 7), comparado com
aqueles abatidos no dia do desmame, o que é reflexo do crescimento dos animais.
Não houve efeito da dieta sobre o desenvolvimento dos órgãos, o que já era esperado,
pois o desempenho dos leitões foi semelhante, independente da dieta.
Tabela 12. Peso relativo de órgãos (g) e comprimento (m) relativo do intestino delgado de
leitões alimentados com dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com
edulcorante (DE), abatidos aos 21, 28 e 35 dias de idade.
Fatores Peso relativo dos órgãos (g) Comprimento (m)
Estômago Int. delgado Int. grosso Fígado Pâncreas Baço Rins Int.delgado
Idade (dias)
21 7,25c 22,24
ab 37,38
c 23,7
b 1,39
c 2,06 6,05 1,31
a
28 9,16b 21,23
b 49,90
b 25,48
b 3,58
b 2,11 5,58 1,36
a
35 9,64a 24,74
a 65,42
a 29,33
a 6,07
a 1,59 5,8 1,02
b
Significância * * * * * NS NS *
CV¹ (%) 12,59 15,33 12,77 12,4 24,64 36,94 10,22 13,74
Dietas
DC 9,55ab 59,80 22,12 26,66 4,89 1,62 5,90 1,21
DA 8,66b 55,95 23,06 26,96 4,27 1,81 5,43 1,1
DE 9,98a 57,16 23,82 28,60 5,32 2,13 5,73 1,26
Significância * NS NS NS NS NS NS NS
CV (%) 11,2 12,45 14,7 13,82 23,43 41,76 9,64 13,57 ¹CV:Coeficiente de variação.
Médias seguidas de mesma letra na coluna em cada fator, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
* Significativo (P<0,05).
NS = Não significativo.
59
(a)
(b)
(c)
60
(d)
(e)
(f)
Gráfico 9. Pesos relativos do estômago (a), intestino delgado (b) e grosso (c), fígado (d),
pâncreas (e) e comprimento relativo do intestino delgado (f) em função das idades
ao abate de leitões.
61
Pode-se verificar que o estômago, o intestino grosso e o pâncreas apresentaram
crescimento com o aumento da idade dos leitões. O maior peso relativo de fígado e do
intestino delgado foi encontrado nos animais abatidos aos 35 dias.
O comprimento relativo do intestino delgado apresentou-se maior nos animais abatidos
aos 21 e 28 dias comparado com aqueles abatidos aos 35 dias. O baço e o rim não sofreram
alteração no peso relativo em função da idade de abate.
As dietas não influenciaram os pesos relativos de órgãos e o comprimento relativo do
intestino delgado, com exceção do estômago, pois foi verificado maior peso relativo quando
os animais receberam a dieta com edulcorante comparado com aqueles alimentados com dieta
com açúcar, contudo não diferiu da dieta controle. A ineficácia verificada pelos
palatabilizantes em aumentar o peso e comprimento relativo dos órgãos, se deve ao fato de
que os animais não apresentavam maior consumo e melhor desempenho em função da adição
de palatabilizantes nas dietas, e assim, o desenvolvimento dos órgãos dos animais que
consumiram dietas com palatabilizantes foi igual ao dos que consumiram dieta controle.
62
6. CONCLUSÃO
O uso do palatabilizante edulcorante a base de sacarina e neoesperidina em dietas para
leitões recém-desmamados, se justifica nas duas primeiras semanas pós-desmame por
melhorar o desempenho dos animais e a viabilidade econômica da dieta.
63
7. REFERÊNCIAS
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