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JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões recém-desmamados Versão CorrigidaDissertação apresentada à Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Mestre em Zootecnia. Área de Concentração: Qualidade e Produtividade Animal Orientador: Prof. Dr. Douglas Emygdio de Faria. PIRASSUNUNGA 2012

JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

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Page 1: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

JULIANA FREITAS MARTINEZ

Palatabilizantes em dietas de leitões recém-desmamados

“Versão Corrigida”

Dissertação apresentada à Faculdade

de Zootecnia e Engenharia de

Alimentos da Universidade de São

Paulo, como parte dos requisitos

para a obtenção do Título de Mestre

em Zootecnia.

Área de Concentração: Qualidade e

Produtividade Animal

Orientador: Prof. Dr. Douglas

Emygdio de Faria.

PIRASSUNUNGA

2012

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Serviço de Biblioteca e Informação da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da

Universidade de São Paulo

Martinez, Juliana Freitas

M385p Palatabilizantes em dietas de leitões recém-

desmamados / Juliana Freitas Martinez. –- Pirassununga,

2012.

72f.

Dissertação (Mestrado) -- Faculdade de Zootecnia e

Engenharia de Alimentos – Universidade de São Paulo.

Departamento de Zootecnia.

Área de Concentração: Qualidade e Produtividade

Animal.

Orientador: Prof. Dr. Douglas Emygdio de Faria.

1. Açúcar 2. Desempenho 3. Edulcorante 4. Morfologia

intestinal 5. Suínos. I. Título.

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DEDICATÓRIA

Ao meu grande amor e amigo Alessandro

Page 4: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Sérgio e Regina a quem tanto amo, por estarem comigo durante todo percurso

do meu mestrado, com os braços estendidos quando eu mais precisei e não mediram esforços

para me ajudar. Ao meu pai por ter participado tão ativamente no desenvolvimento deste

estudo com a busca de ingredientes, leitura e sugestões de grande valia para esta dissertação.

A minha querida irmã Fernanda que apesar da distância durante essa etapa, esteve sempre tão

presente na minha vida e nos meus pensamentos.

Ao meu companheiro e namorado Alessandro, pelo amor, carinho e paciência que teve

comigo durante a realização desta pesquisa. Acredite, esse trabalho tem muito de você, e não

teria sido concluído sem a sua ajuda. Obrigada por me dar forças para superar as dificuldades

e fazer com que eu não desistisse diante das pedras no caminho.

Ao meu orientador Prof. Dr. Douglas Emygdio de Faria, pela confiança depositada em mim e

por ter me acolhido como sua orientada em um momento tão conturbado.

Ao professor Júlio Cesar de Carvalho Balieiro, Aníbal de Santana Moretti, Heigde Fukumasa,

Lúcio Francelino Araújo, Elisabete Maria Macedo Viegas, Jacinta Diva Ferrugem Gomes

(USP-Pirassununga) Maria Cristina Thomaz (UNESP-Jaboticabal), Dirlei Antônio Berto,

Maria Márcia Pereira Sartori, Heraldo César Gonçalves e Alcides Amorim (UNESP-

Botucatu).

Aos funcionários Fabinho e Cris (Laboratório de Pesquisa em Suínos/FMVZ), Cláudio

(Laboratório de avicultura /FZEA), Cláudio (Fábrica de ração), Zanquetim (Seção de

transportes), Agnaldo (Seção de Materiais), Nilton (Laboratório de Histologia-ZAB), Nina

(ZAB).

A equipe do Laboratório de Avicultura Vanessa, Mariana, Ágatha, Bruna, Amanda, Renata,

aos

estagiários Eduardo, Paulo, Midian, Jéssica e aos pós-graduandos Mariene (Bitoca) e Tereza.

Page 5: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

Ao Everton Daniel e Leonardo Augusto Fonseca Pascoal, pelos ensinamentos que foram

extremamente importantes para a realização das análises morfométricas intestinais.

A Mariana (Bis) e Miguel, amigos para todas as horas, pelos momentos (tão essenciais) de

descontração que trouxeram alegria nessa caminhada.

A Capes pela concessão da bolsa de mestrado.

As empresas Sloten, ICC Brazil e Metachem pela doação dos ingredientes.

A tantos outros professores, funcionários, colegas de pós-graduação, os quais seriam

impossíveis citá-los todos aqui, mas que estiveram comigo durante todo esse percurso e que

não serão esquecidos jamais do meu coração.

Aos animais que me serviram de estudo, e que sem eles não haveriam respostas às nossas

dúvidas. Meu respeito e admiração a todos eles.

Page 6: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

EPÍGRAFE

“Muitas vezes a contradição é o caminho mais claro para a verdade”.

Patti Smith

Page 7: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

RESUMO

MARTINEZ, J. F. Palatabilizantes em dietas de leitões recém-desmamados. 2012. 72 f.

Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Universidade

de São Paulo, Pirassununga, 2012.

Com o intuito de verificar a eficácia do açúcar e de edulcorante a base de sacarina

sódica e neoesperidina nas dietas de leitões, foram realizados dois experimentos, ambos com

42 leitões recém-desmamados aos 21 dias de idade. Foram oferecidas três dietas: dieta

controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE). Os experimentos foram

em blocos causalizados, sendo o primeiro com sete repetições e dois animais por unidade

experimental e o segundo com seis repetições, um animal por unidade experimental e arranjo

fatorial 3 x 2 + 1 (três dietas, duas épocas de abate: aos 28 e 35 dias de idade e o abate no dia

do desmame). No primeiro experimento, os animais permaneceram nas instalações de creche

até os 63 dias de idade para avaliação do desempenho, da incidência de diarreia e da

viabilidade econômica das dietas. No segundo experimento, os animais foram abatidos para se

proceder à pesagem de órgãos, medição do comprimento do intestino delgado e coleta dos

segmentos do duodeno e jejuno para realização da morfometria intestinal. Não houve

diferenças entre as dietas para o CDR, GDP e CA nos Períodos 1 (21 aos 28 dias), 3 (21 aos

50 dias) e 4 (21 aos 63 dias de idade). No Período 2 (21 aos 35 dias), os animais que

consumiram a DE apresentaram maior (P<0,05) CDR e GDP, se comparados aos que

consumiram a DA. Nos Períodos 1, 2 e 3 foi observado menor custo da dieta por kg de peso

vivo ganho e melhores índices econômico e de custo para os animais que consumiram DE. Ao

avaliar a morfometria intestinal e peso de órgãos, não se observou diferença entre as dietas,

com exceção para o peso do estômago, que foi maior nos animais que consumiram DCE. A

inclusão de edulcorante é eficaz em melhorar o desempenho no Período 2, além de ser viável

sob o ponto de vista econômico.

Palavras-chave: açúcar; desempenho; edulcorante; morfologia intestinal; suínos

Page 8: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

ABSTRACT

MARTINEZ, J. F. Flavors in diets for weanling pigs. 2012. 72 f. M.Sc. Dissertation-

Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Universidade de São Paulo,

Pirassununga, 2012.

In order to verify the effectiveness of sugar and sweetener containing saccharin and

neohesperidin in diets of piglets, two experiments were conducted, both with 42 newborn

piglets weaned at 21 days old. Were offered three diets: control diet (DC), diet with sugar

(DA) and diet with sweetener (DE). The experiments were in randomized blocks, the first of

which had seven replicates and two animals per experimental unit and the second, six

replicates and one animal per experimental unit comprising a factorial 3 x 2 + 1 (three diets,

two slaughter ages: at 28 and 35 days of age and slaughter on the day of weaning). In the first

experiment, the animals remained on the nursery facilities until 63 days of age to evaluate the

performance, the incidence of diarrhea and the economic viability of the diets. In the second

experiment, the animals were slaughtered to weigh the organs, measure the length of the small

intestine and collecting segments of the duodenum and jejunum to determine intestinal

morphology. There were no differences between diets for the ADFI, FC and ADG in the

Periods 1 (21 to 28 days), 3 (21 to 50 days) and 4 (21 to 63 days old). In the Period 2 (21 to 35

days), animals that consumed the DE had higher (P<0.05) ADFI and ADG, compared to those

fed the DA. In Periods 1, 2 and 3 was observed lower cost per kg of the diet of live weight

gain and better economic indicators to the animals fed DE. No differences were observed

between the diets when evaluating intestinal morphology and organ weights, except for the

weight of the stomach, which was higher in animals fed DE. The inclusion of sweetener is

effective in improving performance in Period 2, and is viable under the economical point of

view.

Keywords: intestinal morphology; performance; pigs; sugar; sweetener

Page 9: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Vista externa da instalação de creche do Laboratório de Pesquisa em

Suínos.....................................................................................................................34

Figura 2. Vista interna da instalação de creche do Laboratório de Pesquisa em

Suínos.....................................................................................................................34

Gráfico 4. Consumo diário de ração (CDR) de leitões alimentados com a dieta controle (DC)

dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE) no Período 2 (21 aos 35 dias

de idade )................................................................................................................46

Gráfico 5. Ganho diário de peso (GDP) de leitões alimentados com a dieta controle (DC)

dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE) no Período 2 (21 aos 35 dias

de idade)................................................................................................................46

Gráfico 6. (a) Altura de vilos do duodeno (AVd); (b) altura de vilos do jejuno (AVj); (c)

profundidade de criptas do duodeno (PCd) e (d) profundidade de criptas do jejuno

(PCj) de leitões alimentados com dieta controle (DC), dieta controle com açúcar

(DCA) e dieta controle com edulcorante (DCE), abatidos aos 21, 28 e 35 dias de

idade.......................................................................................................................54

Gráfico 7. Relação altura de vilos:profundidade de criptas do duodeno (AV:PC d) de leitões

alimentados com dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com

edulcorante (DE) e abatidos aos 35 dias de idade.................................................54

Gráfico 8. Pesos absolutos do estômago (a), intestino delgado (b) e grosso (c), fígado (d),

pâncreas (e), rins (f) e comprimento absoluto do intestino delgado (g) em função

das idades ao abate de leitões.................................................................................59

Gráfico 9. Pesos relativos do estômago (a), intestino delgado (b) e grosso (c), fígado (d),

pâncreas (e) e comprimento relativo do intestino delgado (f) em função das idades

ao abate de leitões..................................................................................................62

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Composições nutricional e centesimal da dieta controle (DC), dieta com açúcar

(DA) e dieta com edulcorante (DE), oferecidas aos leitões dos 21 aos 35 dias de

idade.......................................................................................................................36

Tabela 2. Composições nutricional e centesimal da dieta controle (DC), dieta com açúcar

(DA) e dieta com edulcorante (DE), oferecidas aos leitões dos 36 aos 50 dias de

idade.......................................................................................................................37

Tabela 3. Composições nutricional e centesimal da dieta controle (DC), dieta com açúcar

(DA) e dieta com edulcorante (DE), oferecidas aos leitões dos 51 aos 63 dias de

idade.......................................................................................................................38

Tabela 4. Média das temperaturas (T°C) e umidades relativas (UR%) mínimas e máximas da

unidade de creche...................................................................................................43

Tabela 5. Escores fecais e incidência de diarreia de leitões recém-desmamados alimentados

com dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com

edulcorante.............................................................................................................44

Tabela 6. Valores médios do consumo diário de ração (CDR), ganho diário de peso (GDP) e

conversão alimentar (CA) de leitões alimentados com dieta controle (DC), dieta

controle açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE)..............................................45

Tabela 7. Custo (R$/kg) da dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com

edulcorante (DE), oferecidas aos leitões dos 21 aos 35 dias, dos 36 aos 50 dias e

dos 51 aos 63 dias de idade....................................................................................50

Tabela 8. Custo das dietas (CD R$) por quilograma de peso vivo ganho (kg PV), índice de

eficiência econômica (IEE) e índice de custo médio (IC) de leitões alimentados

com dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE) nos

Períodos 1, 2, 3 e 4 .................................................................................................51

Tabela 9. Altura de vilos (AV), profundidade de criptas (PC) e relação altura de

vilos:profundidade de criptas (AV:PC) do duodeno e jejuno de leitões alimentados

com dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE) e

abatidos aos 21, 28 e 35 dias de idade....................................................................52

Page 11: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

Tabela 10. Desdobramentos dos fatores da variável relação altura de vilos:profundidade de

criptas (AV:PC) do duodeno de leitões alimentados com dieta controle (DC), dieta

com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE) ...................................................52

Tabela 11. Peso absoluto de órgãos (g) e comprimento (m) absoluto do intestino delgado de

leitões alimentados com dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com

edulcorante (DE), abatidos aos 21, 28 e 35 dias de

idade.......................................................................................................................56

Tabela 12. Peso relativo de órgãos (g) e comprimento (m) relativo do intestino delgado de

leitões alimentados com dieta controle (DC), dieta controle açúcar (DA) e dieta

com edulcorante (DE), abatidos aos 21, 28 e 35 dias de idade..............................60

Page 12: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................13

2. OBJETIVOS................................................................................................................15

2.1. Objetivos Gerais..............................................................................................15

2.2. Objetivos Específicos.......................................................................................15

3. REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................16

3.1. O desmame de leitões........................................................................................16

3.2. Implicações do desmame na estrutura e função do intestino e de órgãos

auxiliares da digestão.............................................................................................18

3.3. Percepção sensorial e preferência alimentar....................................................21

3.4. Estratégia alimentar no pós-desmame..............................................................23

3.5. Palatabilizantes.................................................................................................25

3.6. Efeito dos palatabilizantes sobre o desempenho e aspectos morfológicos de

órgãos.....................................................................................................................28

4. MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................33

4.1. EXPERIMENTO 1 – Desempenho, incidência de diarreia e viabilidade

econômica..............................................................................................................35

4.1.1. Animais......................................................................................................35

4.1.2. Dietas experimentais.................................................................................35

4.1.3. Delineamento experimental e análise estatística ...................................39

4.1.4. Características de desempenho ...............................................................39

4.1.5. Incidência de diarreia ..............................................................................39

4.1.6. Viabilidade econômica..............................................................................39

4.2. EXPERIMENTO 2 – Morfometria intestinal e peso de órgãos..................40

4.2.1. Animais......................................................................................................40

4.2.2. Dietas experimentais.................................................................................40

4.2.3. Delineamento experimental e análise estatística....................................41

4.2.4. Morfometria intestinal..............................................................................41

4.2.5. Peso e comprimento de órgãos ................................................................42

Page 13: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................43

5.1. EXPERIMENTO 1 – Desempenho, incidência de diarreia e viabilidade

econônima..............................................................................................................44

5.1.1. Incidência de diarreia...............................................................................44

5.1.2. Características de desempenho................................................................45

5.1.3. Viabilidade econômica..............................................................................50

5.2. EXPERIMENTO 2 – Morfometria intestinal e peso de órgãos .................51

5.2.1. Morfometria intestinal..............................................................................51

5.2.2. Peso e comprimento de órgãos.................................................................56

6. CONCLUSÃO.............................................................................................................64

7. REFERÊNCIAS.........................................................................................................65

Page 14: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

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1. INTRODUÇÃO

A suinocultura sofreu intensa modernização ao longo dos anos, fruto do grande

número de estudos realizados, até se chegar ao produto final de qualidade que se conhece

hoje. Apesar do consumo de carne suína no Brasil ainda ser baixo, sendo considerada a

terceira carne mais consumida com 14,3 kg/hab/ano em 2010 (ANUALPEC, 2011), no

mundo, ela ranqueia o primeiro lugar.

A produção brasileira atingiu, em 2010, 3,2 milhões de toneladas, apresentando

modesto crescimento de 1,5% em relação ao ano anterior. Esse crescimento se deu em função

do aumento de 3,5% no peso médio de abate, uma vez que o tamanho efetivo do rebanho

brasileiro não sofreu grande alteração (ABIPECS, 2011).

Tais índices demonstram o aumento da produtividade do setor, que a partir de matrizes

altamente prolíficas, gera um maior número de leitões desmamados/ano e consequentemente

maior número de animais abatidos anualmente. Assim, a produção de leitões, dentro da cadeia

de produção, deve ser encarada como uma fase extremamente importante, capaz de melhorar a

lucratividade do produtor.

Um dos grandes desafios para a suinocultura está na fase de desmame dos leitões, que

têm seu comportamento ingestivo afetado pelo estresse causado pela separação da porca,

mudança da dieta, além da transferência para novas instalações. Os animais nessa fase, ainda

não possuem o sistema digestório completamente desenvolvido, o que afeta o aproveitamento

dos nutrientes da ração devido à baixa produção de enzimas requeridas para digestão. Com

isso, os animais precisam de um período de adaptação a essas novas transformações para

voltarem a consumir e aproveitar a dieta.

As dietas oferecidas nessa fase devem ser formuladas com ingredientes de qualidade,

altamente digestíveis e que atendam as exigências nutricionais mínimas. No entanto, o

atendimento das exigências nutricionais só é alcançado pelo consumo da dieta que por sua vez

é muito baixo, especialmente nas primeiras duas semanas pós-desmame.

Considerando que leitões são motivados a consumir dietas que agradem ao seu

paladar, e que possuem preferência por sabores doces (SCHLEGEL e HALL, 2006), algumas

alternativas são propostas, sendo uma delas, a formulação de dietas acrescidas de aditivos

adocicados. Os palatabilizantes, assim, desempenham papel fundamental na nutrição,

especialmente quando a exigência por alimento altamente palatável se faz necessária para

Page 15: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

14

aumentar a ingestão. Portanto, ração acrescida destes aditivos no pós-desmame, é uma

importante ferramenta para aumentar o consumo, o desenvolvimento fisiológico e

consequentemente o ganho de peso dos animais (DONG e PLUSKE, 2007).

Page 16: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivos Gerais

Determinar o desempenho, as características morfológicas do trato digestório e de

órgãos relacionados ou não com a digestão, de suínos desmamados aos 21 dias, alimentados

com dietas contendo os palatabilizantes açúcar e edulcorante e dieta sem inclusão destes

palatabilizantes, até os 63 dias de idade. Além dessas determinações, as dietas foram

analisadas economicamente para averiguar a viabilidade de sua utilização.

2.2. Objetivos Específicos

O presente estudo teve como objetivos específicos determinar:

1) O desempenho zootécnico através do consumo diário de ração, ganho diário de peso e

conversão alimentar nos períodos dos 21 aos 28 dias, 21 aos 35 dias, 21 aos 50 dias e no

período total de 21 aos 63 dias de idade;

2) A incidência de diarreia mediante escores fecais dos 21 aos 28 dias de idade;

3) A morfometria intestinal com a medição da altura de vilos (AV), profundidade de criptas

(PC) e determinação da relação AV:PC, de segmentos do duodeno e jejuno, coletados aos

21, 28 e 35 dias de idade;

4) O peso do estômago, intestino delgado, intestino grosso, fígado, pâncreas, rins, baço e o

comprimento do intestino delgado;

5) Os custos e a viabilidade econômica das dietas experimentais.

Page 17: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

16

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. O desmame de leitões

Na suinocultura industrial, principalmente em sistemas confinados, o desmame de

leitões é um manejo estressante, mas necessário dentro da cadeia de produção, pois visa o

melhor aproveitamento do potencial reprodutiva da porca com a obtenção de maior número de

animais terminados por ano. Essa intervenção acontece no período em que a produção de leite

da porca ainda é alta, pois o ápice é atingido, aproximadamente, na 4ª semana dependendo do

genótipo, número de partos e número de leitões nascidos. Após esse pico, a produção começa

a reduzir (PETTIGREW, 1995).

Portanto, para aproveitar o alto fornecimento de leite e diminuir os riscos de

transmissão de doenças das porcas aos leitões, faz-se o desmame aos 21 dias de forma

abrupta, diferentemente do que ocorreria na natureza em que os leitões se separam da porca

gradativamente e o desmame completo ocorre entre 77 e 119 dias de idade (BOE, 1991;

HÖTZEL e MACHADO FILHO, 2004).

Com o desmame, os animais sofrem mudanças de natureza nutricional, ambiental e

social devido a substituição do alimento líquido (leite materno), pela dieta sólida (ração), a

transferência para outras instalações onde ocorre o agrupamento com animais de outras

leitegadas. O reagrupamento de animais predispõe brigas durante os primeiros dias, pois

suínos possuem hábito gregário e estabelecem hierarquia social logo na fase de amamentação.

Não apenas as mudanças no ambiente dos leitões e na forma física das dietas afetam o

desenvolvimento do animal, mas também a alteração na composição da dieta. Alguns

compostos presentes no leite materno não são fornecidos nas rações fareladas no pós-

desmame. Entre eles podem-se citar as imunoglobulinas, fator de crescimento epidermal

(hormônios EGF), poliaminas e glutamina que estão relacionados com a saúde do animal

(PLUSKE et al., 1997).

Os hormônios EGF, IGF-I e IGF-II (Fatores de crescimento insulínico I e II)

influenciam o crescimento dos tecidos e têm demonstrado efeitos positivos sobre a morfologia

do intestino delgado. As poliaminas são importantes para a proliferação e a diferenciação

celular, e embora estejam presentes nos ingredientes, sua concentração não é conhecida. A

glutamina é o aminoácido mais abundante no leite da porca, sendo considerado um

Page 18: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

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aminoácido não essencial, mas que também previne as alterações indesejadas no intestino

delgado, melhorando a morfologia intestinal de suínos.

Com isso, atenção especial deve ser dada para a nutrição no pós-desmame, que

objetiva o fornecimento de nutrientes que atendam as exigências nutricionais dos leitões. As

alterações na morfologia e fisiologia dos órgãos se dão em decorrência da ineficaz produção

de enzimas requeridas nessa fase para a digestão, que é agravada pelo baixo consumo de

ração, devido ao estresse causado pelo manejo do desmame.

O estresse nada mais é do que uma resposta do organismo frente a uma situação de

ameaça. Essa resposta inclui mudanças fisiológicas e comportamentais. As mudanças

fisiológicas causam o aumento da frequência cardíaca, aumento da secreção de hormônios

glicocorticoides, entre outros. As respostas comportamentais incluem a diminuição do apetite

e, portanto, a diminuição no consumo de ração. Essas alterações, perante uma situação de

ameaça, são benéficas, pois ajudam o animal a tomar determinadas ações mais rápidas, no

entanto, se essas respostas ao estresse persistirem durante muito tempo, podem acarretar em

efeitos negativos para o animal (GASTÃO, 2011).

Nas primeiras semanas, principalmente nos primeiros dias após o desmame, podem ser

verificados os efeitos negativos do estresse ao se observar o baixo consumo de ração pelos

leitões (HÖTZEL e MACHADO FILHO, 2004) tendo o seu crescimento comprometido,

acarretando em perdas econômicas para o suinocultor. De acordo com Bruinix (200l), 45%

dos leitões desmamados permanecem em jejum durante as 15 primeiras horas após o

desmame e 10% permanecem sem se alimentar por mais de 40 horas após o desmame.

As dietas fornecidas nesse período são compostas, em sua maior parte, por

ingredientes de origem vegetal que os leitões não conseguem digerir, pois não apresentam seu

sistema enzimático totalmente desenvolvido. A produção de enzimas que digerem o amido,

óleo vegetal e proteínas diferentes da caseína é muito pequena. Segundo Cranwell (1995) e

Miller e Slade (2003), logo após o desmame, a produção de proteases pancreáticas e a

secreção intestinal de peptídeos são suprimidas.

Nas primeiras semanas após o nascimento, os leitões apresentam intenso

desenvolvimento das vísceras em relação ao restante do corpo. Ainda com a exposição aos

novos substratos, gradativamente, o trato digestório se modifica fisiologicamente

(AUMAITRE, 2000). Os órgãos com maior desenvolvimento são os responsáveis pela

produção de enzimas digestivas, como o pâncreas (LOPES et al., 2005) e outros órgãos

auxiliares da digestão (KELLY et al., 1991b; MAKKINK et al., 1994). Assim, quanto mais

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cedo ocorrer o consumo de dieta, mais cedo ocorrerá o estímulo a secreção ácida e de pepsinas

no estômago, aumento da atividade de algumas enzimas estomacais e pancreáticas

(PASSILLÉ et al., 1989) e maior desenvolvimento do trato digestório (SOLÀ-ORIOL et al.,

2009).

Dessa forma, com o avançar da idade, os animais se tornam aptos a digerir ingredientes

de origem vegetal, sendo considerados então, maduros em relação ao sistema fisiológico do trato

gastrintestinal e de órgãos auxiliares da digestão. Para isso, deve-se atentar para a fase de

desenvolvimento do animal no pós-desmame, considerada a mais crítica dentro da produção de

suínos, para que não ocorram problemas nutricionais e assim não afetem as fases subsequentes

de crescimento e terminação.

3.2. Implicações do desmame na estrutura e função do intestino e de órgãos auxiliares da

digestão

Para o melhor entendimento das mudanças histomorfológicas no intestino delgado,

deve-se considerar que o desenvolvimento da mucosa intestinal decorre da renovação celular,

ou seja, da proliferação e diferenciação das células localizadas nas criptas e ao longo dos vilos

e da perda celular que ocorre normalmente no ápice dos vilos. O equilíbrio entre esses dois

processos determina um turnover constante e a manutenção do tamanho dos vilos (GASTÃO,

2011). No entanto, quando a proliferação das células for maior que a descamação, haverá

hipertrofia da mucosa e quando a descamação for maior que a proliferação, será observada

atrofia.

Segundo Le Dividich e Sève (2001) os leitões, através do consumo de ração, só

atingem o requerimento energético para sua mantença, de 3 a 4 dias após o desmame.

Portanto, de 4 a 5 dias subsequentes ao desmame, são observadas alterações no intestino

delgado, como a atrofia dos vilos e hiperplasia das criptas (SANTOS et al., 2007) que

diminuem a capacidade absortiva do órgão.

Devido a maior descamação dos enterócitos, células responsáveis pela absorção dos

nutrientes, os vilos podem ter seu tamanho reduzido em cerca de 75% nas primeiras 24 horas

após o desmame de leitões aos 21 dias (HAMPSON, 1986). Após esse período, os vilos

continuam diminuindo, mas a uma taxa mais lenta até os 15 dias após o desmame. Cera et al.

(1988) reportaram redução no tamanho dos vilos, do 5º ao 8º dia, e aumento a partir do 8º dia

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19

pós-desmame. Ainda segundo Kelly et al (1991a), a diminuição do tamanho dos vilos atinge até

63% nos primeiros dias após o desmame.

Cerca de dois dias subsequentes ao desmame, o intestino delgado e a mucosa perdem

aproximadamente 25% do seu peso relativo, necessitando de 5 a 10 dias para a sua

recuperação (SPREEUWENBERG et al., 2001). Essa perda de peso, provavelmente, se deve à

diminuição do tamanho dos vilos, que é mais pronunciada quando mais cedo se desmama o

animal. Conforme Pluske et al. (1997), animais desmamados aos 14 dias são submetidos a

maiores mudanças morfológicas que animais desmamados aos 28 dias de idade.

Para se comprovar que essa diminuição dos vilos ocorre devido a falta de nutrientes no

lúmen intestinal, Goodland et al. (1992) e Núñez et al. (1995), privaram, respectivamente, ratos

e leitões recém-desmamados do fornecimento de ração. Verificaram redução no tamanho dos

vilos e diminuição na produção de células nas criptas. Porém, esse quadro foi revertido quando

se ofereceu dieta após o período de jejum, com aumento significativo na produção de células nas

criptas (GOODLAD e WRIGHT, 1984).

Outros pesquisadores (KELLY et al., 1991b) averiguaram esse fato com a realização de

um experimento que consistiu no fornecimento de diferentes quantidades de ração através de

uma sonda. Os leitões foram desmamados aos 14 dias de idade e arraçoados até o 19º dia.

Verificaram que animais alimentados com menor quantidade de ração apresentaram atrofia de

vilos e diminuição da profundidade das criptas, comparados com animais que receberam maior

quantidade de ração.

Com os resultados desses estudos, concluiu-se que a presença de substrato,

consequentemente de nutrientes disponíveis no trato digestivo do animal, contribuiu para a

manutenção da integridade intestinal. Além do fornecimento de nutrientes, deve-se atentar para a

adequada ingestão de energia, que conforme Beers-Scheurs et al. (1995), também é de suma

importância. Esses autores verificaram que o atendimento do requerimento energético é mais

importante do que a forma física da dieta para manter os vilos íntegros. Em experimento

conduzido por Beers-Scheurs et al. (1995), leitões desmamados aos 28 dias de idade foram

alimentados com 3 dietas experimentais, sendo, leite a vontade; ração a vontade e leite contendo

a mesma quantidade de energia da ração. Animais que receberam tanto a ração, quanto o leite

contendo a mesma quantidade de energia da ração, apresentaram menor consumo e menor altura

de vilos que os animais alimentados com leite à vontade. Isso sugeriu que a diminuição da

ingestão de energia, independentemente da forma física da dieta, é o maior fator causador da

atrofia dos vilos.

Page 21: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

20

Apesar da função absortiva dos enterócitos nos vilos, os enterócitos nas criptas, possuem

função secretora e assim, a rápida renovação celular nas criptas faz com que enterócitos imaturos

estejam insuficientemente diferenciados, levando ao menor número de células absortivas e

maior de secretoras (CERA et al., 1988). Portanto, a absorção no intestino delgado depende da

razão entre a altura das vilosidades e da profundidade das criptas (BUDDLE e BOLTON, 1992).

O decréscimo nesta razão após o desmame, prejudica a absorção e aumenta o risco de diarreias

(PLUSKE et al., 1997; HÖTZEL e MACHADO FILHO, 2004).

Os problemas entéricos que acometem os leitões nessa fase, além de serem ocasionados

pela baixa ingestão de nutrientes e energia, podem ser desencadeados, também, pela baixa

digestibilidade dos nutrientes e pelo contato com agentes infecciosos, como a Escherichia coli

que desencadeiam reações de hipersensibilidade intestinal (GRAÑA, 2007) e por compostos

antinutricionais presentes nas dietas, como a lectina e o tanino (KITT et al., 2001). O baço, por

possuir função imunológica de produção de anticorpos protegendo o animal contra infecções,

pode-se apresentar nesse período com seu tamanho aumentado, sendo reflexo das respostas

imunes (PLUSKE et al., 1997).

Segundo Barnett et al. (1989), a diarreia em leitões é observada do 4º ao 15º dia após o

desmame, com intensidade máxima atingida no 10º dia. Hampson (1994) afirma que a diarreia

durante os primeiros 5 a 10 dias pós-desmame é o maior problema na fase de creche, contudo, a

sua intensidade pode ser variável entre animais submetidos a diferentes desafios.

Com o aparecimento da diarreia, os leitões ficam predispostos a contrair outras

infecções. Além disso, os animais podem apresentar baixa eficiência na conversão alimentar,

gerando animais refugos, contribuindo com a desuniformidade dos lotes nas granjas. Esse fato

pode ocasionar mortes e gastos dos produtores com medicamentos e mão-de-obra para tratar

animais doentes.

Uma das formas de reduzir os problemas de baixo consumo de ração, melhorando o

desempenho nessa fase, não predispondo os animais a diarreia excessiva, é o fornecimento de

dietas complexas formuladas com produtos de alta digestibilidade com a inclusão de

palatabilizantes. O aumento do consumo após o desmame devido a aditivos nas dietas, como por

exemplo, os palatabilizantes, pode melhorar a integridade morfológica do intestino através do

efeito do alimento sobre a maturação do epitélio intestinal (KELLY et al., 1991b; MAKKINK et

al., 1994 e KITT et al., 2001). Esse efeito foi comprovado por estudos de alguns autores

(KELLY et al., 1991a; BEERS-SCHEURS et al., 1995 e PLUSKE et al., 1996) que verificaram

maior altura de vilos em animais que tiveram maior consumo de suas dietas.

Page 22: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

21

Segundo Gall e Chung (1982) citados por Cera et al. (1988), no processo de maturação

do epitélio intestinal, a ingestão de alimentos é mais importante do que a idade do animal.

Concluiu-se então que, no caso dos leitões recém-desmamados, quanto mais cedo a ração for

identificada como alimento e maior for o consumo, mais rápido ocorrerá o desenvolvimento do

sistema enzimático e consequentemente digestivo, refletindo na melhora dos índices

zootécnicos.

3.3. Percepção sensorial e preferência alimentar

O fornecimento de uma nutrição adequada aos leitões está além do atendimento das

exigências mínimas diárias de energia, proteínas, minerais e vitaminas. Tão importante quanto

fornecer o mínimo requerido nutricionalmente, é a escolha de ingredientes altamente digestíveis

que comporão as dietas, induzindo seu maior consumo e consequentemente ao ganho de peso

satisfatório. No entanto, além das características organolépticas das rações, os fatores que

regulam o consumo voluntário são muitos e para saber quais os mecanismos envolvidos neste

complexo sistema, deve-se atentar para o conhecimento da fisiologia do animal e os sistemas

que modulam as respostas sensitivas.

Nos suínos são encontradas 3 tipos principais de papilas gustativas, que são, as papilas

fungiformes, valadas e foliadas. As papilas fungiformes estão localizadas na ponta da língua,

contendo poros para a gustação. As papilas valadas, consideradas papilas mecânicas, estão

localizadas na região anterior da língua e as papilas foliadas que são papilas gustativas

encontram-se presentes na parte posterior da língua, perfazendo um complexo sistema

vascular-nervoso (SILVA, 2010).

São encontradas aproximadamente 19.000 papilas gustativas nos suínos, seguidos dos

humanos com aproximadamente 9.000, ficando atrás apenas dos bovinos com

aproximadamente 25.000 (FREDERICK e VAN HEUGTEN, 2003). Segundo Roura (2003),

os suínos possuem quase três vezes mais papilas gustativas que os humanos, sendo, 5.000

contra 1.600 fungiformes; mais de 10.000 contra 6.000 valadas e 4.800 contra 3.000 foliadas.

Sabendo-se que quanto maior o número de papilas fungiformes, maior é a percepção do sabor

(SILVA, 2010), pode-se inferir que esta habilidade é maior nos suínos se comparados aos

humanos.

Cada papila contém milhares de botões gustativos e sua distribuição na língua, epiglote

e palato mole variam entre os mamíferos, assim como o número de botões gustativos em cada

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22

papila. Cada papila é composta por 50 a 150 células, que projetam na mucosa da língua,

microvilosidades nas quais se encontram os receptores gustativos capazes de reconhecer os 5

gostos básicos, como o doce, salgado, amargo, azedo e umami (TEMUSSI, 2009).

Embora todos os gostos básicos sejam reconhecidos, cada célula isolada apresenta um

tipo de receptor protéico identificando apenas um tipo de sabor (SILVA, 2010). Contudo, a

biologia dos receptores gustativos não é completamente entendida e os estudos com animais

são escassos, não sendo possível afirmar que os suínos têm um sentido de paladar semelhante

aos dos seres humanos (ROURA, 2003), ou seja, não se sabe se os suínos sentem os mesmos

gostos sentidos pelos humanos quando ambos ingerem um mesmo alimento.

Os leitões apresentam neofobia frente a novas situações, portanto, no primeiro contato

que têm com a dieta sólida após o desmame, a qualidade é verificada pelo paladar e o olfato

(TORRALLARDONA et al., 2002). Se não for constatada aversão, devido a componentes

tóxicos, o animal consome normalmente. Entretanto, se for reconhecido algum fator como

toxicidade de ingredientes, na segunda vez que esse mesmo alimento for oferecido, o animal

terá a capacidade de associar o aprendizado da primeira experiência e refutar a dieta (HOF,

2000; SOLÀ-ORIOL et al., 2009; FORBES, 2010). Tal acontecimento se deve ao aprendizado

de que aquele alimento causou algum efeito colateral ou injúria ao animal. Contudo, se o

alimento não possuir componente aversivo à sua ingestão, mas possuir sabor ou cheiro

desagradável, primeiramente ele será recusado e demorará um tempo maior para que inicie o

seu consumo após verificação da qualidade.

Segundo Oostindjer et al. (2009), os suínos adquirem preferência inata antes de seu

nascimento com a transmissão de sinais químicos da dieta da mãe através do líquido

amniótico. Os componentes de sabor penetram no líquido e são percebidos pelo feto através

da ingestão do líquido ou pelo sangue da mãe no epitélio olfativo.

Acredita-se que animais novos tenham preferência por sabores adocicados e que estes

exerçam efeito no estímulo ao consumo (DUENGELHOEF, 2010). Alguns autores incluíram

nas dietas, aditivos adocicados, como a sacarose, lactose, dextrose, ou adoçantes artificiais e

verificaram aumento no consumo de ração e do ganho de peso de leitões recém-desmamados

(LEWIS et al., 1955; ALDINGER et al., 1959; GRINSTEAD et al., 1960; MCDONALD et

al., 1987; MUNRO et al., 2000; SCHLEGEL e HALL, 2006).

Essa preferência não é observada na fase adulta do animal como demonstrado por

Johnston et al. (2003) que forneceram dietas ad libitum com e sem a inclusão de 4% de

sacarose e 2% de produto lácteo achocolatado para porcas durante os 21 dias de lactação, e

Page 24: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

23

não foi verificada diferença no consumo. Este resultado, provavelmente, se deve a involução

dos botões gustativos com o envelhecimento do animal o que acarreta em diminuição da

percepção gustativa (DUENGELHOEF, 2010) levando os animais a não manifestarem

interesse por sabores que eram preferidos nas fases iniciais da criação.

O sabor amargo por sua vez é recusado em qualquer idade do animal, por estar

relacionado com componentes que podem apresentar ameaça, como os fatores

antinutricionais, venenos e compostos tóxicos (FORBES, 2010).

Todos os cinco sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato) influenciam a

preferência e o consumo, mas não na mesma intensidade. A visão não é muito desenvolvida,

como nas aves (WEEKS et al., 1997), podendo os suínos perceber a diferença entre

comprimentos de ondas curtos e longos, chamada de visão dicromática, mas não são capazes

de distinguir cores (EDGE et al., 2004). A audição tem papel importante no condicionamento

alimentar uma vez que a vocalização dos leitões de creche estimula os animais recém-

desmamados a consumirem ração e água (PETRIE e GONYOU, 1988).

Os sentidos básicos mais importantes na regulação do consumo são o olfato, paladar e

tato que são simultaneamente acionados com a ingestão de um alimento, pois este fornece ao

mesmo tempo odor, sabor, textura e temperatura característica (SOLÀ-ORIOL et al., 2009).

Essas percepções são encaminhadas ao sistema nervoso central através de informações

provenientes das papilas fungiformes pelo nervo Chordata tympani e através dos botões

foliados e valados pelo nervo Glossofaríngeo que é um dos grandes responsáveis pela

motricidade e percepção sensorial da língua (SILVA, 2010).

Outros fatores podem influenciar o consumo. Entre eles pode-se citar a temperatura

ambiente, a densidade de animais nas baias, o genótipo, o sexo, o estado imune do animal, a

densidade energética e a palatabilidade das dietas. Este último se refere ao conjunto das

propriedades sensoriais de um alimento, que indicará a aceitação ou não pelo animal

(JACELA et al., 2010)..

3.4. Estratégia alimentar no pós-desmame

Sabendo que os suínos são animais que apresentam percepções sensoriais aguçadas,

pode-se adotar como estratégia alimentar para aumentar o consumo, a inclusão de

palatabilizantes quando se necessita mascarar ingredientes não palatáveis, alterar a formulação

Page 25: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

24

das dietas (BRADLEY, 1980; FREDERICK e VAN HEUGTEN, 2003), ou mesmo para

tornar a dieta mais atrativa.

Há no mercado, diversos aromatizantes que estimulam o apetite através do aroma que

conferem às rações. Apesar da palavra odor também ser empregada para se referir ao aroma

dos aromatizantes, o mais correto é a utilização deste último termo, pois diferentemente do

odor, muitas substâncias voláteis desses aditivos são liberadas apenas em condições de

mastigação e com o calor da cavidade bucal. A percepção olfativa desses compostos que se

deve a conexão da faringe e da cavidade nasal, pode variar em função do grau de volatilidade

de seus componentes, da pressão atmosférica, da temperatura ambiental, da umidade relativa

do ar e de suas interações com os ingredientes das rações (DUENGELHOEF, 2010).

Os aromas dos alimentos podem ser classificados em artificiais e naturais. Entre os

naturais, se encontram os óleos essenciais extraídos de plantas e sabores naturais de fruta e

nos artificiais estão inseridos os aldeídos, álcoois aromáticos, bálsamos, éster orgânico,

terpenos, fenóis, entre outros (BALBANI et al., 2006).

Além dos aromatizantes, existem também os flavorizantes, originados do termo em

inglês “flavour”, que é interpretado por Adams (1997), como a combinação de paladar e

aroma. Devido a essas características serem tão bem integradas, na maioria das vezes não é

possível diferenciá-las (ADAMS, 1997) e é por isso que a mistura de sensações causadas por

uma substância na boca, é chamada de “flavour”. Os palatabilizantes, termo abordado no

presente trabalho, são todos os compostos que conferem paladar às dietas afetando assim a

capacidade gustativa dos animais. Devido aos flavorizantes e aromatizantes afetarem a

capacidade sensorial das dietas, os resultados de experimentos encontrados com ambos, serão

comparados com os resultados encontrados com palatabilizantes, por estarem intimamente

relacionados.

Os aditivos flavorizantes estimulam o apetite orientando o maior consumo de alimento

e aumentam a secreção dos sucos digestivos (saliva, suco biliar e enzimas digestivas) que irão

atuar na digestão dos alimentos (DUENGELHOEF, 2010). Cunha (1977) e Whittemore

(1993) observaram os efeitos positivos dos flavorizantes na nutrição de leitões, uma vez que

demonstraram sua eficácia no aumento do consumo, desenvolvimento do sistema digestório e

desempenho do animal.

Uma alternativa ao baixo consumo de alimentos por leitões desmamados, segundo

Campbell (1976) e Bolhuis (2009), é o fornecimento de dieta pós-desmame com sabor

semelhante à dieta que a porca consumiu durante a lactação. Dessa forma os leitões são

Page 26: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

25

estimulados a consumir ao identificarem um sabor familiar na ração. Outra opção é o

fornecimento de ração antes e após o desmame contendo mesmo aroma, conforme

demonstrado por Sulabo et al. (2010) em que animais expostos três dias antes do desmame a

dieta com flavorizante a base de leite, tiveram seu consumo e o ganho diário de peso maior no

pós-desmame quando continuaram a receber o aditivo na dieta em comparação com os que

não continuaram.

O alto consumo de ração antes do desmame favorece o sistema imune de leitões

enquanto que o baixo consumo predispõe os animais a diarreias quando criados em ambiente

com a presença de Escherichia coli. No entanto, equivocadamente, alguns pesquisadores

ainda associam o aumento da incidência de diarreia com o alto consumo de matéria seca antes

do desmame (BARNETT et., 1989).

Diaz (2003) ofereceu três dias antes do desmame, dietas com e sem flavorizantes e

observou que os leitões que continuaram recebendo os aditivos na dieta após o desmame,

ganharam mais peso, e os animais que não continuaram, consumiram menos.

Entretanto, dependendo do sistema de arraçoamento praticado na granja e dos

ingredientes disponíveis para formulação das dietas, as estratégias alimentares de

fornecimento de ração antes do desmame, não são fáceis de serem implantadas. Em função

disso, a inclusão de palatabilizantes é uma alternativa importante nas dietas pós-desmame e

são de extrema importância para alavancar o consumo.

3.5. Palatabilizantes

Os palatabilizantes se enquadram nos aditivos sensoriais, que segundo a Instrução

Normativa Nº 13, de 13 de novembro de 2004 (BRASIL, 2009), é qualquer substância

adicionada ao produto destinado à alimentação animal para melhorar ou modificar suas

propriedades organolépticas ou as características visuais. Inseridos nesse grupo estão os

corantes e pigmentantes que conferem ou intensificam a cor dos alimentos, os aromatizantes

que conferem ou intensificam o aroma dos alimentos e os palatabilizantes que são obtidos

mediante processos físicos, químicos, enzimáticos ou microbiológicos a partir de materiais de

origem vegetal ou animal, ou de substâncias definidas quimicamente, cuja adição aos

alimentos aumenta sua palatabilidade e aceitabilidade.

Dentre os palatabilizantes disponíveis no mercado, pode-se citar o açúcar, composto

pelo carboidrato sacarose (C12H22O11), e seus substitutos, os edulcorantes, também chamados

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26

de adoçantes e que apresentam como referência sensorial a doçura da sacarose. Portanto é

dado o valor empírico de 1 ou 100 à sacarose, referente ao seu poder adoçante, e os

edulcorantes são comparados segundo esse valor (REVISTAFIB, 2008). Para exemplificar,

pode-se citar a frutose que para suínos, tem potencial de 0,50 (GLASER et al., 2000), ou seja,

possui metade da capacidade adoçante da sacarose.

Os edulcorantes representam uma imensa gama de compostos e podem ser

classificados de várias maneiras, geralmente de acordo com sua origem e valor calórico. A

sacarose e seus substitutos podem ser enquadrados em 2 grupos segundo o Codex

Alimentarius, o grupo dos edulcorantes nutritivos e não-nutritivos. Os edulcorantes nutritivos

fornecem além da doçura, geralmente a mesma quantidade de energia fornecida pelo açúcar e

precisam ser empregados em maiores quantidades. Os edulcorantes não nutritivos podem ser

naturais ou artificiais, possuem pouca ou nenhuma caloria, acentuada doçura e, portanto, são

utilizados em menores quantidades (REVISTAFIB, 2008).

Diferentemente da classificação da Comunidade Européia, a agência norte-americana

Food and Drug Administration (FDA), estabelece que os edulcorantes não nutritivos, são

todos aqueles que apresentam menos de 2% do potencial adoçante da sacarose. Devido a essa

divergente classificação, alguns compostos como a taumatina, oriunda da extração vegetal, é

enquadrada como edulcorante nutritivo segundo o Codex Alimentarius, mas de acordo com o

FDA, é classificada como não nutritivo por ter valor calórico por unidade de doçura de

0,0002kcal/g, sendo menor que os 2% preconizados (REVISTAFIB, 2008).

O açúcar, produzido principalmente a partir da cana-de-açúcar no Brasil e da

beterraba, foi preconizado por seu poder adoçante, como palatabilizante na nutrição animal há

muitos anos. É um carboidrato composto pela sacarose (dissacarídeo) que é formada pelos

monossacarídeos glicose e frutose (LEWIS et al., 1955). No entanto, o emprego de grande

quantidade de sacarose nas rações, pode torná-las pouco viáveis economicamente dependendo

do preço do açúcar.

Os edulcorantes, por possuírem poder adoçante muito maior que o açúcar, são

requeridos em baixas concentrações nas rações, o que pode diminuir o custo com a

alimentação. Além disso, alguns edulcorantes comparados com a sacarose podem ser mais

estáveis ao calor e resistentes a reações químicas durante o uso de vapor nos processos de

peletização das rações (HELLAL, 2001). Contudo, o limite de inclusão dos edulcorantes deve

ser respeitado, pois a alta inclusão pode ocasionar em sabor residual desagradável às rações

(DUENGELHOEF, 2010) e dessa forma os animais poderão refutar a dieta.

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O edulcorante não nutritivo mais antigo e conhecido é a sacarina (C7H5O3NS), que foi

descoberta em 1879 nos Estados Unidos e teve sua ampla difusão durante as Guerras

Mundiais que devido à escassez e o racionamento de açúcar (TOZETTO, 2005), se tornou um

produto alternativo. Pode ser comercializada sob a forma ácida, ou sob a forma de amônia,

sais de cálcio ou sódio (CÂNDIDO e CAMPOS, 1996). A sacarina possui poder adoçante

intenso, cerca de 300 a 500 vezes maior que a sacarose, mas de duração do sabor não muito

prolongada. Contudo, altas doses deste edulcorante podem acarretar em gosto residual

metálico não desejado o que motiva a sua combinação com outros adoçantes que mascarem

esse sabor (DUENGELHOEF, 2010).

A neoesperidina-dihidrochalcona (NHDC) também é um edulcorante não nutritivo,

mas é sintetizada a partir de flavonas presente nas cascas de frutas cítricas. Através do

tratamento alcalino, a neoesperidina presente na casca de laranja azeda, é extraída na forma de

chalcona de neoesperidina e através da hidrogenação, obtém-se a dihidrochalcona. Possui

poder adoçante 1500-2000 vezes maior que o da sacarose e apresenta gosto residual

mentolado, sendo um candidato em potencial à combinação com a sacarina.

O efeito sinérgico desses dois edulcorantes pode proporcionar um aumento de mais de

80% do poder adoçante da sacarina isolada. Normalmente, devido ao alto custo da NHDC, a

sacarina é empregada em maior quantidade e o sabor adocicado provém majoritariamente

desta (DUENGELHOEF, 2010). Por serem ambos, adoçantes artificiais, sua utilização na

nutrição animal é regulamentada pela Comunidade Européia, sendo que a sacarina e a

neoesperidina devem ser empregadas para leitões de até 4 meses de idade na quantidade

máxima de 150 mg/kg e 35 mg/kg de ração respectivamente (DUENGELHOEF, 2010).

Além da sacarina e da neoesperidina, outros edulcorantes são utilizados na nutrição

animal. O esteviosídeo, mais novo componente explorado para fabricação de edulcorantes, é

extraído da folha do arbusto Stevia rebaudiana, originalmente cultivada na América do Sul,

particularmente no Paraguai e no Brasil (HANSON e DEOLIVEIRA, 1993). A doçura de sua

folha já era conhecida há muitos anos atrás por povos nativos que utilizavam o extrato de sua

folha para adoçar as refeições e preparar medicamentos naturais (KINGHORN e SOEJARTO,

2002) e hoje já pode ser encontrada em produtos comerciais.

Vários outros edulcorantes são reconhecidos por seus sabores doces ao paladar

humano, com isso, Glaser et al. (2000), verificou que esses edulcorantes para leitões seriam

percebidos com a mesma doçura e intensidade que eram percebidos pelos homens. Em seu

experimento, os animais foram alocados em baias individuais contendo dois bebedouros, um

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28

com água e outro com água contendo o edulcorante. A preferência foi constatada quando a

ingestão da solução representou pelo menos 80% de todo o consumo da baia segundo a

fórmula: consumo da solução avaliada/consumo total de ambos os bebedouros x 100. No

referido estudo, foram testados carboidratos como a D-frutose, D-galactose, D-glicose, L-

glicose, lactose, maltose, sacarose e alguns polióis como o arabitol, xilitol, manitol e sorbitol.

As intensidades da sacarose (1,00), da frutose (0,50) e do sorbitol (0,25) foram percebidas da

mesma maneira tanto para os homens quanto para os leitões. No entanto, a intensidade

adoçante para suínos, da lactose, maltose, D-L-glicose e D-galactose foram duas vezes menos

eficiente que para os humanos. Os dois isômeros levógiro e dextrógiro da glicose foram

percebidos da mesma maneira pelos suínos. Ao traçar a sequência de efetividade do poder

adoçante, observou-se que a sacarose > D-frutose > maltose = lactose > D-glicose > D-

galactose. Ainda, referente aos polióis avaliados, o xilitol foi o preferido, sendo tão efetivo

quanto à sacarose.

3.6. Efeito dos palatabilizantes sobre o desempenho e aspectos morfológicos de órgãos

A preocupação com a nutrição no pós-desmame não é um tema novo dentro da

produção de suínos, tanto que Diaz et al. (1956) propôs um estudo para verificar se leitões dos

14 aos 56 dias de idade seriam estimulados a ingerir dietas com açúcar e melaço. Foram

testadas dietas com 0, 5, 10 e 15% de açúcar e 0, 5 e 10% de melaço. Os dados demonstraram

melhora do ganho de peso e da conversão alimentar dos animais com o aumento dos níveis de

açúcar, mas não foi verificado alteração no desempenho quando alimentados com dietas

contendo melaço.

Hanson et al. (1954) pesquisaram a preferência de leitões com 21 dias de idade, ao

oferecer dieta com a inclusão de 10% de açúcar, dieta com sacarina equivalente a 10% do

poder adoçante do açúcar e dieta controle sem adição de palatabilizantes e verificaram que os

animais consumiram mais a dieta com açúcar.

Lewis et al. (1955) demonstraram que leitões recém-desmamados selecionavam rações

contendo sacarose em detrimento daquelas sem a inclusão. Jensen et al. (1955) também

verificaram a preferência de leitões na fase de creche e observaram que o maior consumo foi

da ração com 20% de açúcar se comparado com 0,05% de sacarina, talvez porque a

quantidade de sacarina adicionada não foi capaz de adoçar a ração de forma perceptível ao

paladar dos suínos. Aldinger et al. (1959) verificaram que leitões recebendo dietas com e sem

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29

a inclusão de sacarina, consumiram mais quando as dietas foram suplementadas com o

palatabilizante.

Nos experimentos realizados por Wahlstrom et al. (1974) foram fornecidas à leitões

desmamados, dietas complexas com e sem adição de 5% de açúcar e essas mesmas dietas

também foram fornecidas em sistema de livre escolha. Apesar das dietas não terem

influenciado o desempenho, o consumo foi maior para a dieta acrescida do açúcar quando

fornecida em sistema de livre escolha. Quando foram fornecidas as dietas separadamente, não

foi observado o maior consumo das dietas com açúcar, demonstrando que a adição deste

palatabilizante se torna ineficaz quando não se proporciona a livre escolha da dieta.

Da mesma maneira Munro et al. (2000), não encontraram diferença estatística no

ganho de peso de leitões recém-desmamados, alimentados com dieta contendo 5% de

sacarose, dieta contendo diferentes níveis de esteviosídeo e dieta controle sem inclusão de

palatabilizantes. Entretanto, o consumo da dieta com sacarose foi maior que o da dieta

controle, indicando preferência por sabores doces.

Sterk et al. (2008) observaram que a adição de edulcorante a base de sacarina sódica,

em dietas de leitões desmamados não influenciou o consumo de ração dos 26 aos 45 dias de

idade, contudo, evidenciou tendência na prevenção de queda acentuada do consumo no 8º ao

10º dia após o desmame, o que coincidiu com a melhor consistência das fezes em comparação

com leitões que não receberam o edulcorante.

Entretanto, alguns trabalhos não encontraram resultados satisfatórios com a utilização

de palatabilizantes. Kornegay et al. (1979) constataram que a adição de açúcar e compostos

aromáticos nas dietas de leitões desmamados, não influenciou o consumo de ração, o ganho

de peso e a conversão alimentar. Orban et al. (1996) também não verificaram melhora no

desempenho de leitões desmamados aos 33 dias de idade, alimentados com dietas contendo

sacarose.

Da mesma forma que o desmame gera estresse aos leitões, na bovinocultura de corte, a

descorna e a castração são manejos estressantes que afetam o consumo e o desempenho dos

animais. Brown et al. (2004) motivado pelos estudos com palatabilizantes na suinocultura,

realizaram um experimento testando um palatabilizante comercial contendo 97% de sacarina

sódica para bovinos. Os animais submetidos ao experimento foram castrados, descornados e

alimentados com rações contendo 0, 88, 176 e 264 gramas de palatabilizante/tonelada de

matéria seca da dieta. A inclusão do aditivo se deu no concentrado que constituiu 50% da

dieta nos 14 primeiros dias de experimento, 75% da dieta, dos 15 aos 28 dias e 90% da dieta

Page 31: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

30

dos 29 aos 56 dias de experimento. O maior consumo de ração e melhor ganho de peso foi

obtido pelos animais que receberam 176g do palatabilizante.

Em outro estudo, realizado por McMeniman et al. (2006), testando o mesmo

palatabilizante para bovinos de corte, foram fornecidos concentrados com 200 mg de

palatabilizante/kg de matéria seca da dieta e o concentrado sem essa inclusão. Nos primeiros

56 dias de experimento, embora o tratamento com a sacarina sódica tenha evidenciado

tendência em aumentar o peso dos animais aos 56 dias (P=0,07) e o ganho diário de peso

(P=0,12), nenhuma alteração no desempenho foi realmente observada em relação aos animais

que não consumiram o palatabilizante.

Para vacas em lactação, também não foi verificado por Murphy et al. (1996), aumento

do consumo de matéria seca e do ganho de peso quando alimentadas com concentrados

acrescidos de açúcar marrom. As vacas foram alimentadas com a dieta controle contendo 50%

de concentrado (a base de milho e soja) e 50% de volumoso (sendo 25% de feno de alfafa e

25% de silagem de milho), e com a dieta teste, constituída por essa mesma dieta acrescida de

1,5% de açúcar marrom em relação à matéria seca. O consumo e o ganho de peso, também

não se diferenciaram quando as dietas foram fornecidas isoladas ou quando se deu a chance

aos animais de escolherem qual dieta consumir.

A utilização de palatabilizantes nas rações animais visando obter melhor aceitação não

é um conceito novo, e outra maneira de administração desses produtos é pela água de bebida.

Essa via de fornecimento também se faz importante, pois leitões na fase de creche se

encontram muito desidratados devido à ocorrência de diarreias, portanto devem ingerir

bastante água para reverter esse quadro, além de que a ingestão de água está intimamente

relacionada com o consumo de ração (DONG e PLUSKE, 2007).

Silva et al. (2000), trabalharam com leitões desmamados aos 10 dias de idade e

adicionaram edulcorante a base de sacarina sódica na água de bebida até os 30 dias de idade.

Não verificaram maior consumo de ração, ganho de peso, conversão alimentar e efeito

positivo residual nas fases subseqüentes até os 62 dias de idade. Aos 22 dias de idade foram

abatidos animais para verificar a altura de vilosidades e profundidade de criptas do duodeno e

jejuno, mas não foi verificada influência do edulcorante nessas avaliações.

Os mesmos autores (SILVA et al., 2001) realizaram experimento com leitões

desmamados aos 21 dias de idade, recebendo rações com e sem edulcorante a base de sacarina

sódica até os 29 dias de idade, quando então foram abatidos. Também não verificaram

alterações no desempenho dos animais e na profundidade de criptas do duodeno e jejuno,

Page 32: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

31

contudo, os animais apresentaram maior altura de vilosidades e maior relação altura de

vilos:profundidade de criptas do duodeno quando receberam ração com edulcorante.

Em outro experimento, leitões desmamados aos 21 dias foram submetidos até os 42

dias de idade a tratamentos constituídos por dietas e água com e sem adição de edulcorante a

base de sacarina sódica. Foi observado maior consumo de ração dos animais que receberam o

tratamento água com edulcorante, entretanto esse maior consumo não ocorreu nas fases

seguintes até os 90 kg, não influenciando o desempenho (SILVA et al., 2002).

Conclui-se com esses estudos, que o consumo pode acarretar em diferença

significativa no peso de leitões, por outro lado, animais que atingem maior peso ao final da

fase de creche podem atingir maior peso final de abate (WOLTER e ELLIS, 2001) e gerar

maior lucro ao produtor.

Segundo Costa et al. (2003), em seu experimento com leitões, adicionaram

palatabilizantes à base de sacarina e à base de dextrose nas dietas e não observaram influência

no desempenho e no peso do fígado, pâncreas e rins.

Cabral et al. (2009), trabalharam com leitões recém-desmamados alimentados com

dietas à base de sorgo em substituição ao milho e não observaram efeito significativo na

inclusão de baunilha nas dietas sobre as características de desempenho, assim como ROCHA

(2009) e NARANJO et al. (2010) que também não observaram alteração no desempenho de

leitões alimentados, respectivamente, com rações peletizadas com e sem sacarina, aroma de

baunilha e coco e rações com inclusão de produto lácteo achocolatado contendo 20% de

lactose e 60% de açúcar.

Apesar de Duengelhoef (2010), afirmar que suínos preferem aromas similares a

queijos, carnes, frutas e, principalmente de baunilha e leite, foi verificado por Seabolt et al.

(2010), que em sistema de livre escolha, a inclusão do flavorizante de queijo com traços de

baunilha não aumentou o consumo ou melhorou o desempenho. Ao invés do aditivo despertar

interesse pela ração, provavelmente desencadeou neofobia. Em um segundo experimento foi

fornecida dieta com e sem o flavorizante para leitões, sem a opção de livre escolha, e durante

a primeira semana pós-desmame foi observado maior consumo de ração com flavorizante,

mas esse resultado não foi verificado nas semanas subseqüentes.

Em ensaio com ratos, Bello e Hajnal (2005) estavam determinados a verificar se a

adição de sucralose à água de bebida iria estimular seu consumo e se sim qual o melhor nível

de inclusão. Foram instalados bebedouros apenas com água e bebedouros com as

concentrações de 0,0003 a 10g de sucralose/L de água de bebida. O maior consumo se deu em

Page 33: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

32

razão da menor concentração de sucralose e não diferiu do consumo da água sem o

palatabilizante, demonstrando que esses animais não conseguiram perceber as baixas

concentrações de sucralose. À medida que aumentaram as concentrações acima de 1g, os ratos

diminuíram o consumo alcançando o menor valor com a máxima concentração de 10g.

Com base na revisão bibliográfica apresentada, ainda prevalece dúvida da eficácia dos

palatabilizantes devido aos resultados contraditórios dos estudos, além de alguns trabalhos

terem sido realizados muito anos atrás, na década de 50 quando se iniciaram os primeiros

experimentos nessa área. Portanto, é necessária a realização de outros estudos, com as

condições atuais de produção, animais geneticamente melhorados que possuem manejo e

nutrição diferenciada do preconizado na época. Esses fatores podem influenciar a percepção

sensitiva dos animais e consequentemente o consumo e a percepção da palatabilidade dos

ingredientes que é interpretada por Forbes (2010), como uma propriedade dinâmica do

complexo alimento/animal/ambiente.

Page 34: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

33

4. MATERIAL E MÉTODOS

Os experimentos foram conduzidos na instalação de creche do Laboratório de Pesquisa

em Suínos (LPS), da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ)/USP, Campus

de Pirassununga, no período de 27 de abril a 09 de junho de 2011. As instalações situam-se a

21° 59’ de latitude sul e 47° 26’ de longitude oeste, em altitude de 634 metros, com

temperatura média anual de 20,8°C e precipitação pluviométrica média de 1.298 mm.

Os animais foram alojados em baias suspensas, parcialmente ripadas, com dimensão

de 2,30m x 0,75m, providas de comedouro semiautomático e bebedouro tipo chupeta. Foram

colocados termo-higrômetros na altura dos animais, para mensuração diária da temperatura e

umidade relativas mínimas e máximas às 8 horas da manhã. Com o monitoramento do

ambiente térmico dentro das salas, o manejo das cortinas e das campânulas de aquecimento a

gás foi realizado para atender o conforto térmico dos animais.

A instalação de creche é subdividida em três salas, conforme demonstrado nas

Figuras 1 e 2.

Ambos os experimentos foram aprovados pelo Comitê de Ética em Experimentação

Animal da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA)/USP, considerados,

portanto, adequados quanto aos procedimentos adotados e aos princípios do bem-estar animal.

Page 35: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

34

Figura 1. Vista externa da instalação de creche do Laboratório de Pesquisa em Suínos.

Figura 2. Vista interna da instalação de creche do Laboratório de Pesquisa em Suínos.

Page 36: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

35

4.1. EXPERIMENTO 1 - Desempenho, incidência de diarreia e viabilidade econômica

4.1.1. Animais

Para avaliação do desempenho, incidência de diarreia e viabilidade econômica das

dietas, foram utilizados 42 animais (21 machos castrados e 21 fêmeas) recém-desmamados,

com idade média de 21 dias e peso médio inicial de 6,2±0,39kg, de linhagem genética Topigs

e oriundos de granja comercial.

4.1.2. Dietas experimentais

O período experimental compreendeu a fase de creche, dos 21 aos 63 dias de idade dos

animais, totalizando 42 dias. As dietas foram formuladas para atender as exigências

nutricionais mínimas dos leitões, de acordo com as recomendações de Rostagno et al. (2011),

nas seguintes fases:

Dieta pré-inicial (21 aos 35 dias de idade)

Dieta inicial I (36 aos 50 dias de idade)

Dieta inicial II (51 aos 63 dias de idade)

Todos os leitões receberam água e ração à vontade e foram submetidos às mesmas

condições de manejo. As dietas experimentais foram compostas principalmente de milho,

farelo de soja e sucedâneo lácteo, suplementadas com minerais, vitaminas e aminoácidos

sintéticos para apresentarem-se isoenergéticas e isoaminoacídicas.

Ao início do experimento, os animais foram pesados, identificados individualmente

com brincos e distribuídos entre as seguintes dietas experimentais:

DC: Dieta controle composta principalmente por milho, farelo de soja e sucedâneo lácteo,

DA: Dieta composta principalmente por milho, farelo de soja e sucedâneo lácteo, com

inclusão de açúcar,

DE: Dieta composta principalmente por milho, farelo de soja e sucedâneo lácteo, com

inclusão do edulcorante.

As composições nutricional e centesimal das dietas pré-inicial, inicial I e inicial II

estão representadas, respectivamente, nas Tabelas 1, 2 e 3.

Page 37: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

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Tabela 1. Composições nutricional e centesimal da dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE), oferecidas aos leitões dos 21 aos 35 dias de idade.

Ingredientes, % Ração pré-inicialDC DA DE

Milho moído 46,484 42,753 46,484Farelo de soja 20,000 20,000 20,000Produto lácteo¹ 12,743 12,770 12,743Produto lácteo² 8,000 7,952 8,000Levedura de dest. de álcool 5,755 6,000 5,755Farelo de glúten de milho 60% 2,873 3,000 2,873Óleo de soja 0,100 0,100 0,100Fosfato bicálcico 1,330 1,343 1,330Calcário 0,893 0,886 0,893L-Lisina HCl, 78,4% 0,625 0,633 0,625DL-Metionina, 99% 0,089 0,094 0,089L-Treonina, 98% 0,206 0,215 0,206L-Triptofano, 99% 0,061 0,062 0,061Sal comum 0,136 0,137 0,136Antioxidante 0,015 0,015 0,015Óxido de zinco, 77% 0,340 0,340 0,340Premix mineral³ 0,100 0,100 0,100Premix vitamínico4 0,150 0,150 0,150Caulim 0,100 0,450 0,085Açúcar 0,000 3,000 0,000Edulcorante5 0,000 0,000 0,015Total 100,000 100,000 100,000Composição calculada6

Energia metabolizável, kcal/kg 3375 3375 3375Proteína bruta, % 21,000 20,882 21,000Cálcio, % 0,825 0,825 0,825Fósforo disponível, % 0,450 0,450 0,450Lactose, % 12,000 12,000 12,000Lisina dig., % 1,330 1,330 1,330Metionina dig., % 0,372 0,372 0,372Treonina dig., % 0,838 0,838 0,838Triptofano dig., % 0,239 0,239 0,239¹Nuklospray K21: 70% de lactose. ²Nuklospray K51: 40% de lactose. ³Premix mineral: cobre (10.000 ppm), cobalto (1.000 ppm), ferro (100.000 ppm), iodo (1.500 ppm), manganês (40.000 ppm) e zinco (100.000 ppm).4Premix vitamínico: vit. A (6.000 UI/g), vit. D3 (1.500 UI/g), vit. E (15.000 UI/Kg), vit. K (150 ppm), tiamina (1.350 ppm), riboflavina (4.000 ppm), piridoxina (2.000 ppm), vit. B12 (20.000 ppm), biotina (80 ppm), ácido fólico (600 ppm), pantotenato de cálcio (9.350 ppm), niacina (20.000 ppm), selênio (300 ppm) e antioxidante (3.000 ppm). 5Composto por sacarina sódica, neoespiridina e dióxido de silício e inclusão conforme recomendação do fabricante. 6Composição calculada conforme Rostagno et al. (2011).

Page 38: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

37

Tabela 2. Composições nutricional e centesimal da dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE), oferecidas aos leitões dos 36 aos 50 dias de idade.

Ingredientes, % Ração inicial IDC DA DE

Milho moído 56,423 53,057 56,423Farelo de soja 20,000 20,000 20,000Produto lácteo¹ 2,414 2,414 2,414Produto lácteo² 6,000 6,000 6,000Levedura de dest. de álcool 5,200 5,400 5,200Farelo de glúten de milho 60% 4,400 4,500 4,400Óleo de soja 1,290 1,200 1,290Fosfato bicálcico 1,625 1,636 1,625Calcário 0,828 0,822 0,828L-Lisina HCl, 78,4% 0,727 0,734 0,727DL-Metionina, 99% 0,078 0,082 0,078L-Treonina, 98% 0,237 0,244 0,237L-Triptofano, 99% 0,070 0,072 0,070Sal comum 0,343 0,345 0,343Antioxidante 0,015 0,015 0,015Premix mineral³ 0,100 0,100 0,100Premix vitamínico4 0,150 0,150 0,150Caulim 0,100 0,229 0,085Açúcar 0,000 3,000 0,000Edulcorante5 0,000 0,000 0,015Total 100,00 100,00 100,00Composição calculada6

Energia metabolizável, kcal/kg 3372 3372 3372Proteína bruta, % 20,909 20,795 20,909Cálcio, % 0,825 0,825 0,825Fósforo disponível, % 0,450 0,450 0,450Lactose, % 4,000 4,000 4,000Lisina dig., % 1,330 1,330 1,330Metionina dig., % 0,372 0,372 0,372Treonina dig., % 0,838 0,838 0,838Triptofano dig., % 0,239 0,239 0,239¹Nuklospray K21: 70% de lactose. ²Nuklospray K51: 40% de lactose. ³Premix mineral: cobre (10.000 ppm), cobalto (1.000 ppm), ferro (100.000 ppm), iodo (1.500 ppm), manganês (40.000 ppm), zinco (100.000 ppm). 4

Premix vitamínico: vit A (6.000 UI/g), vit. D3 (1.500 UI/g), vit. E (15.000 UI/Kg), vit. K (150 ppm), tiamina (1.350 ppm), riboflavina (4.000 ppm), piridoxina (2.000 ppm), vit. B12 (20.000 ppm), biotina (80 ppm), ácido fólico (600 ppm), pantotenato de cálcio (9.350 ppm), niacina (20.000 ppm), selênio (300 ppm) e antioxidante (3.000 ppm). 5Composto por sacarina sódica, neoespiridina e dióxido de silício e inclusão conforme recomendação do fabricante. 6Composição calculada conforme Rostagno et al. (2011).

Page 39: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

38

Tabela 3. Composições nutricional e centesimal da dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE), oferecidas aos leitões dos 51 aos 63 dias de idade.

Ingredientes, % Ração inicial IIDC DA DE

Milho moído 67,555 63,621 67,555Farelo de soja 20,000 20,200 20,000Levedura de dest. de álcool 4,200 4,450 4,200Farelo de glúten de milho 60% 4,300 4,450 4,300Óleo de soja 0,115 0,100 0,115Fosfato bicálcico 1,442 1,452 1,442Calcário 0,883 0,877 0,883L-Lisina HCl, 78,4% 0,547 0,548 0,547DL-Metionina, 99% 0,023 0,026 0,023L-Treonina, 98% 0,133 0,138 0,133L-Triptofano, 99% 0,039 0,039 0,039Sal comum 0,398 0,434 0,398Antioxidante 0,015 0,015 0,015Premix mineral¹ 0,100 0,100 0,100Premix vitamínico² 0,150 0,150 0,150Caulim 0,100 0,400 0,085Açúcar 0,000 3,000 0,000Edulcorante³ 0,000 0,000 0,015Total 100,000 100,000 100,000Composição calculada4

Energia metabolizável, kcal/kg 3230 3230 3230Proteína bruta, % 19,120 19,092 19,120Cálcio, % 0,768 0,768 0,768Fósforo disponível, % 0,380 0,380 0,380Lisina dig., % 1,093 1,093 1,093Metionina dig., % 0,306 0,306 0,306Treonina dig., % 0,689 0,689 0,689Triptofano dig., % 0,197 0,197 0,197¹Premix mineral: cobre (10.000 ppm), cobalto (1.000 ppm), ferro (100.000 ppm), iodo (1.500 ppm), manganês (40.000 ppm), zinco (100.000 ppm). 2Premix vitamínico: vit A (6.000 UI/g), vit. D3 (1.500 UI/g), vit. E (15.000 UI/Kg), vit. K (150 ppm), tiamina (1.350 ppm), riboflavina (4.000 ppm), piridoxina (2.000 ppm), vit. B12 (20.000 ppm), biotina (80 ppm), ácido fólico (600 ppm), pantotenato de cálcio (9.350 ppm), niacina (20.000 ppm), selênio (300 ppm) e antioxidante (3.000 ppm). 3Composto por sacarina sódica, neoespiridina e dióxido de silício e inclusão conforme recomendação do fabricante. 4Composição calculada conforme Rostagno et al. (2011).

Page 40: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

39

4.1.3. Delineamento experimental e análise estatística

O experimento foi delineado em blocos casualizados para eliminar efeito do peso

inicial dos animais, com três dietas e sete repetições, sendo a unidade experimental composta

por dois animais (um macho e uma fêmea).

Os dados de desempenho foram submetidos à análise de variância, utilizando-se o

procedimento GLM (General Linear Models) no programa estatístico SAS (1998) e as médias

foram comparadas pelo teste de Tukey (5%).

4.1.4. Características de desempenho

Foram avaliados o consumo diário de ração (CDR), o ganho diário de peso (GDP) e a

conversão alimentar (CA) nos períodos: 1 (21 aos 28 dias), 2 (21 aos 35 dias), 3 (21 aos 50

dias) e 4 (21 aos 63 dias de idade). Para essas determinações, os animais foram pesados no

início e ao final de cada período, bem como a ração fornecida, as sobras no comedouro e a

ração desperdiçada.

4.1.5. Incidência de diarreia

Nos primeiros 8 dias do período experimental, duas vezes ao dia, às 7h e 17h, foi

verificada pelo mesmo observador, a consistência das fezes mediante análise visual, de acordo

com os seguintes escores: 1 (fezes normais), 2 (fezes pastosas) e 3 (fezes aquosas). Os escores

1 e 2 foram considerados fezes não diarreicas e o 3 diarreicas.

4.1.6. Viabilidade econômica

Foram determinados o custo do quilograma de cada dieta, o custo das dietas por

quilograma de peso vivo ganho, o Índice de Eficiência Econômica (IEE) e o Índice de Custo

médio (IC), proposto por Barbosa et al. (1992) através das fórmulas abaixo:

IEE = MCe x 100 e IC= CTei x 100

CTei MCe

Em que: MCe = menor custo médio da dieta por quilograma de ganho observado entre as

dietas; CTei = custo da dieta i considerada.

Page 41: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

40

Para o cálculo do custo do quilograma da dieta, foram considerados os preços dos

ingredientes utilizados na formulação, praticados na região de Pirassununga no mês de abril

de 2011, que correspondeu ao período de aquisição dos mesmos.

4.2. EXPERIMENTO 2 – Morfometria intestinal e peso de órgãos

4.2.1. Animais

Foram utilizados 42 machos castrados, recém-desmamados com idade média de 21

dias e peso médio inicial de 5,6±0,56kg, de linhagem genética Topigs e oriundos de granja

comercial.

4.2.2. Dietas experimentais

As dietas experimentais utilizadas foram as mesmas fornecidas aos animais do

Experimento 1, dos 21 aos 35 dias e 36 aos 50 dias de idade.

4.2.3. Delineamento experimental e análise estatística

O experimento foi delineado em blocos causalizados, com arranjo fatorial 3 x 2 + 1

(três dietas, duas épocas de abate: aos 28 e 35 dias de idade e o abate no dia do desmame),

com seis repetições, sendo cada unidade experimental constituída por um animal. Os dados de

morfometria intestinal e peso de órgãos foram submetidos à análise de variância, utilizando-se

o procedimento GLM (General Linear Models) no programa estatístico SAS (1998) e as

médias foram comparadas pelo teste de Tukey (5%).

Page 42: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

41

4.2.4. Morfometria intestinal

Os animais foram transportados para o Matadouro-Escola da Coordenadoria do

Campus Administrativo da USP-Campus de Pirassununga, insensibilizados e abatidos. Seis

leitões foram abatidos no dia do desmame, ou seja, aos 21 dias; 18 leitões aos 28 dias (seis

animais alimentados com cada uma das dietas) e 18 leitões aos 35 dias de idade (seis animais

alimentados com cada uma das dietas), totalizando 42 animais, para coleta de segmentos do

duodeno e jejuno para realização das análises morfométricas e também foi realizada a

pesagem de órgãos.

Foram coletadas amostras, de aproximadamente 3cm, da porção média do duodeno e

jejuno de cada animal, sendo abertas pela borda mesentérica, lavadas delicadamente com água

destilada com a utilização de um conta-gotas, fixadas em papelão com grampos e

acondicionadas em solução de formol tamponado 10%.

Após a permanência de 48 horas nesta solução, as amostras foram transferidas para

álcool 70% e nessa solução permaneceram até serem processadas no Laboratório de

Histologia, Departamento de Ciências Básicas, da FZEA/USP - Campus de Pirassununga.

Para a confecção das lâminas, as amostras foram recortadas em fragmentos de cerca de

1cm, e desidratadas em série de alcoóis em concentrações crescentes até álcool 100% e em

seguida em xilol. Depois desse procedimento, as amostras foram transferidas para moldes de

incrustação de parafina fresca, para fabricação dos blocos de parafina contendo a amostra em

seu interior. Após o endurecimento da parafina, os moldes foram retirados, aparou-se o

excesso de parafina dos blocos e estes foram armazenados em freezer até serem processados.

Os cortes foram feitos em micrótomo semi-automático e imediatamente após foram

transferidos para água morna em banho-maria para amolecer o corte e remover os vincos.

Após, foram aplicados sobre lâminas de vidro para posterior coloração com hematoxilina e

eosina (HE).

Para cada animal foram obtidos seis cortes de cada amostra de duodeno e jejuno, com

5μm de espessura, de modo que, entre um corte e o subsequente utilizado, foram desprezados

aproximadamente 12 cortes.

Para avaliar a altura dos vilos (AV), a profundidade das criptas (PC), e a relação

AV:PC, foram realizadas 30 leituras por amostra do segmento intestinal, para cada animal, em

microscópio óptico (Objetiva de 10X) acoplado a um sistema para captura de imagens e

sistema analisador de imagens por meio do Software Axio Vision 4.6 da ZEISS.

Page 43: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

42

4.2.5. Peso e comprimento de órgãos

Foram pesados o estômago vazio, intestino delgado vazio, intestino grosso vazio, fígado,

pâncreas, rins, baço e mensurado o comprimento do intestino delgado. Os animais foram

pesados previamente ao abate; foram obtidos os pesos absolutos dos órgãos, e assim

determinados os pesos relativos através do cálculo:

Peso relativo = __Peso absoluto__

Peso vivo do animal

Page 44: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

43

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As médias das temperaturas e umidades relativas mínimas e máximas, do período total

da fase de creche, estão representadas na Tabela 4. No Experimento 1, os animais

permaneceram alojados até os 63 dias e no Experimento 2, permaneceram até os 34 dias de

idade.

Tabela 4. Média das temperaturas (T°C) e umidades relativas (UR%) mínimas e máximas da

unidade de creche.

Idade (dias) T mín (°C) DP* T máx (°C) DP UR% mín DP UR% máx DP

21-27 21,8 ±1,2 26,7 ±2,1 55,0 ±13,3 66,5 ±12,6

28-34 18,5 ±2,3 26,3 ±2,7 49,3 ±13,5 69,8 ±14,4

35-63 15,0 ±1,8 24,7 ±2,2 45,4 ±6,5 70,1 ±10,2

*DP: Desvio-padrão

A temperatura ideal para suínos quando desmamados com idade média de 21 dias,

situa-se próxima dos 24°C nas primeiras semanas de alojamento, e em torno de 20°C nas

últimas, não devendo estar acima de 31°C e abaixo de 8°C nessa fase de criação (SILVA,

1999). Apesar da dificuldade na manutenção da temperatura constante dentro das salas,

devido à ocorrência de baixas temperaturas durante o período de execução do experimento, as

temperaturas internas se mantiveram próximas do preconizado.

A umidade relativa ideal para suínos, segundo Sampaio et al. (2004) e Souza (2004)

não deve ultrapassar 70%, pois os suínos por possuírem poucas glândulas sudoríparas,

necessitam perder calor pela via evaporativa. Tal mecanismo é observado com maior

frequência em animais de crescimento/terminação e matrizes, no entanto isso não exclui os

cuidados com a umidade nas salas de creche, pois umidade elevada é condição favorável ao

crescimento de micro-organismos patogênicos.

No presente experimento não foi observada umidade relativa superior a 70% o que é

um indicativo de atendimento do bem-estar dos leitões e, portanto, não foi um fator externo

em potencial para alterar o comportamento ingestivo de ração.

Page 45: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

44

5.1. EXPERIMENTO 1 – Desempenho, incidência de diarreia e viabilidade

econômica

5.1.1. Incidência de diarreia

A incidência de diarreia, avaliada mediante escores fecais, está demonstrada na Tabela

5.

Tabela 5. Número total de observações e distribuição do número de observações em função

do escore das fezes de leitões recém-desmamados alimentados com dieta controle

(DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE).

Escore¹ Dietas experimentais

TOTAL % Escore DC DA DE

1 106 106 108 320 95,24

2 4 4 4 12 3,57

3 2 2 0 4 1,19

TOTAL 112 112 112 336 100,00

% Escore 3* 1,79 1,79 0

1Escores: 1 (fezes normais); 2 (fezes pastosas) e 3 (fezes aquosas).

*Porcentagem de diarreia.

Pode-se inferir através desses resultados que a menor incidência de diarreia foi

verificada nos animais que receberam DC com edulcorante. No entanto, a porcentagem de

escore 3 observada nos animais que receberam as dietas controle e dieta com açúcar não é

considerada elevada nos 8 primeiros dias, que são os mais críticos da fase de creche. A

reduzida incidência de diarreia se deve, provavelmente, ao baixo desafio imposto aos animais,

por se tratar de um ambiente controlado e pelo fato de que as instalações da creche

permaneceram fechadas em vazio sanitário durante longo período que antecedeu o

experimento.

O vazio sanitário realizado em granjas comerciais é muito menor se comparado ao que

foi praticado, devido as entradas e saídas sucessivas de lotes. A pressão bacteriana, mesmo

após desinfecção das baias com a saída dos animais, não é nula, e pode acometer os leitões

que em condição de estresse estão mais propícios às infecções (GRAÑA, 2007). Portanto, o

baixo desafio sanitário imposto aos animais também pode ter contribuído para a baixa

incidência de diarreia observada.

Page 46: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

45

5.1.2. Características de desempenho

As médias do consumo diário de ração (CDR), do ganho diário de peso (GDP) e da

conversão alimentar (CA) dos animais nos Períodos 1, 2, 3 e 4 estão apresentadas na Tabela 6.

Não houve diferenças (P>0,05) entre as dietas para as variáveis avaliadas nos Períodos 1, 3 e

4. No Período 2, os animais que consumiram a DE apresentaram maior (P<0,05) CDR e GDP

(Figuras 4 e 5), comparados com os leitões que receberam a DA, entretanto não diferiram dos

animais alimentados com a DC.

Tabela 6. Valores médios do consumo diário de ração (CDR), ganho diário de peso (GDP) e

conversão alimentar (CA) de leitões alimentados com dieta controle (DC), dieta

com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE).

Dietas experimentais Média CV¹ (%)

DC DA DE

Período 1 (21 aos 28 dias de idade)

CDR (g/dia) 269 245 288 267 16,54

GDP (g/dia) 175 159 206 180 24,59

CA 1,54 1,70 1,42 1,55 23,68

Período 2 (21 aos 35 dias de idade)

CDR (g/dia) 426ab

395b 484

a 435 13,61

GDP (g/dia) 283ab

264b 345

a 297 18,43

CA 1,50 1,54 1,41 1,48 12,11

Período 3 (21 aos 50 dias de idade)

CDR (g/dia) 673 670 710 684 8,23

GDP (g/dia) 411 420 459 430 9,51

CA 1,59 1,60 1,55 1,58 4,46

Período 4 (21 aos 63 dias de idade)

CDR (g/dia) 845 862 918 875 7,69

GDP (g/dia) 540 513 549 534 6,42

CA 1,57 1,68 1,67 1,64 6,01 ¹CV: Coeficiente de variação.

Médias na mesma linha seguida de letras diferentes diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.

Page 47: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

46

Gráfico 4. Consumo diário de ração (CDR) de leitões alimentados com a dieta controle (DC)

dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE) no Período 2 (21 aos 35 dias

de idade).

Gráfico 5. Ganho diário de peso (GDP) de leitões alimentados com a dieta controle (DC)

dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE) no Período 2 (21 aos 35 dias

de idade).

Page 48: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

47

Apesar da utilização dos palatabilizantes nas dietas dos leitões, na primeira semana,

pós-desmame (21 aos 28 dias de idade) não foi observado aumento no consumo da dietas, de

modo que a inclusão de açúcar e edulcorante, não foi eficaz para tornar as dietas mais

atrativas e estimular seu consumo.

O presente estudo está de acordo com Silva et al. (2001) que não verificaram melhora

no desempenho de leitões desmamados aos 21 dias que receberam dietas com e sem

edulcorante a base de sacarina sódica até os 29 dias de idade. Seabolt et al. (2010) apesar de

terem trabalhado com leitões em sistema de alimentação de livre escolha na fase de creche,

também não obtiveram melhora no desempenho de suínos na primeira semana quando

fornecidas dietas com flavorizante queijo e baunilha.

Em ensaio paralelo, Seabolt et al. (2010) forneceram rações únicas com ou sem o

flavorizante, ou seja, não ofereceram a opção de escolha, e verificaram maior consumo na

primeira semana pós-desmame quando os leitões receberam as dietas com flavorizantes.

Entretanto, esse resultado não perdurou para as semanas seguintes, não influenciando o

consumo no período total de creche.

No Período 2 (21 aos 35 dias de idade), os animais já estavam adaptados ao ambiente e

às dietas, e o CDR e GDP foram maiores quando os leitões consumiram a dieta com

edulcorante comparado com os animais que receberam a dieta com açúcar, porém não foram

diferentes em relação aos leitões alimentados com a dieta controle. A CA não foi influenciada

pelas dietas.

No período 3 (21 aos 50 dias de idade), não foi verificado diferença no desempenho

dos animais que receberam as três dietas e no período total de creche (21 a 63 dias de idade),

não houve diferenças em nenhuma das variáveis. Esses resultados concordam com os obtidos

por Wahlstrom et al. (1974) que forneceram a leitões desmamados, dietas complexas com e

sem adição de 5% de açúcar e não verificaram alteração no desempenho dos animais.

Kornegay et al. (1979) também constataram que a adição de açúcar e compostos aromáticos

nas dietas de leitões desmamados, não influenciaram o consumo de ração, o ganho de peso e a

conversão alimentar. Orban et al. (1996) trabalharam com leitões desmamados tardiamente,

aos 33 dias de idade e não verificaram melhora no desempenho desses animais quando

alimentados com dietas contendo sacarose.

Munro et al. (2000) não encontraram diferença estatística no ganho e peso de leitões

recém-desmamados, alimentados com dieta contendo 5% de sacarose, dieta contendo

diferentes níveis de extrato da folha de estévia (83,3; 167 e 334 mg/kg da dieta) e dieta

Page 49: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

48

controle sem inclusão de palatabilizantes. O consumo de ração e a conversão alimentar dos

animais que consumiram a dieta com 5% de sacarose foi melhor em relação à dieta controle,

apesar de os animais que receberam dieta com extrato da folha de estévia não diferirem dos

demais.

Vários autores estudaram o efeito da sacarina sódica como palatabilizante e também

não verificaram melhora no desempenho de leitões (SILVA et al.,2002; COSTA et al., 2003;

STERK et al., 2008). Ausência de efeito no desempenho de leitões também foi verificada por

outros autores avaliando a inclusão na ração de baunilha (CABRAL et al., 2009), sacarina,

aroma de baunilha e coco (ROCHA, 2009) e produto lácteo achocolatado (NARANJO et al.,

2010).

Por outro lado, Hanson et al. (1954) ofereceram dietas para leitões de 21 dias de idade,

com inclusão de 10% de açúcar, dieta com sacarina equivalente à 10% do poder adoçante do

açúcar e dieta controle, observando que os animais apresentaram maior consumo quando foi

oferecida a dieta com açúcar. A preferência dos leitões por dieta contendo açúcar também foi

verificada por Jensen et al. (1955) e Lewis et al. (1955).

Aldinger et al. (1959) verificaram que leitões que receberam dietas com sacarina,

independente do nível de inclusão, consumiam mais alimento, enquanto Stockill (1990)

verificou que a adição de edulcorante na água de bebida proporcionou aumento de duas a três

vezes o consumo de ração nos três primeiros dias após o desmame.

No presente estudo não foi verificado melhora no desempenho de leitões no período

total da fase de creche e esses resultados então de acordo com os encontrados em trabalhos

realizados mais recentemente. A ineficiência do açúcar e do edulcorante em melhorar o

desempenho dos animais, primeiramente pode ter ocorrido em função das dietas formuladas,

serem dietas complexas com grande quantidade de produto lácteo, que também conferiram

melhor sabor às dietas.

No entanto, em condições de criação intensiva, com maior número de fatores

estressantes, e dietas formuladas com alimentos de menor palatabilidade, os palatabilizantes

podem se tornam importantes aliados na nutrição animal.

Page 50: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

49

5.1.3. Viabilidade econômica

Na Tabela 7, encontram-se os dados referentes aos custos das dietas. Na Tabela 8, são

apresentados os custos das dietas por quilograma de peso ganho pelo animal, os índices de

eficiência econômica (IEE) e os índices de custo (IC).

Tabela 7. Custo (R$/kg) da dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com

edulcorante (DE), oferecidas aos leitões nas diferentes fases.

Fases Custo das dietas¹ (R$/kg)

DC DA DE

21 aos 35 dias de idade 1,971 2,166 1,977

36 aos 50 dias de idade 1,296 1,489 1,302

51 aos 63 dias de idade 0,939 1,133 0,944 ¹Custos calculados segundo os preços dos ingredientes praticados no mês de abril de 2011.

No período de creche, são encontrados os maiores custos das dietas durante os

primeiros 14 dias pós-desmame, devido às maiores inclusões de sucedâneos lácteos. Com o

crescimento do animal, essa inclusão pode ser reduzida, o que diminui o custo da dieta.

Comparando os custos das dietas experimentais, conclui-se que as dietas acrescidas

dos palatabilizantes açúcar e edulcorante, foram superiores ao da dieta controle. O maior custo

foi obtido com a DA devido a considerável inclusão de 3% de açúcar.

A dieta com edulcorante apresentou melhor custo por quilograma de peso vivo ganho

em todos os períodos avaliados. Também obteve melhor índice de eficiência econômica e

melhor índice de custo médio nos 3 primeiros períodos, no entanto, no período total, não

diferiu da dieta controle.

Page 51: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

50

Tabela 8. Custo das dietas (CD R$) por quilograma de peso vivo ganho (kg PV), índice de

eficiência econômica (IEE) e índice de custo médio (IC) de leitões alimentados

com dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE) nos

Períodos 1, 2, 3 e 4.

Item Dietas experimentais

DC DA DE

Período 1 (21 aos 28 dias de idade)

CD R$/kg PV 3,03 3,34 2,76

IEE 84,52 83,00 100,00

IC 118,31 120,48 100,00

Período 2 (21 aos 35 dias de idade)

CD R$/kg PV 2,97 3,24 2,77

IEE 95,31 85,58 100,00

IC 104,92 116,85 100,00

Período 3 (21 aos 50 dias de idade)

CD R$/kg PV 2,55 2,81 2,39

IEE 99,58 87,73 100,00

IC 100,42 113,98 100,00

Período 4 (21 aos 63 dias de idade)

CD R$/kg PV 2,19 2,51 2,12

IEE 100,00 87,35 100,00

IC 100,00 114,49 100,00

5.2. EXPERIMENTO 2 – Morfometria intestinal e peso de órgãos

5.2.1. Morfometria intestinal

Os valores médios encontrados de altura de vilos (AV), profundidade de criptas (PC) e

relação altura de vilos:profundidade de criptas (AV:PC) do duodeno e jejuno de leitões

abatidos aos 21, 28 e 35 dias de idade, estão apresentados na Tabela 9. Devido a interação

encontrada para a AV:PC duodeno, os fatores foram desdobrados e representados na Tabela

10. Na Figura 6, se encontram a AV do duodeno (a), a AV do jejuno (b), a PC do duodeno (c)

e a PC do jejuno (d). Na Figura 7, está representada a relação altura de vilos:profundidade de

criptas (AV:PC) do duodeno de suínos alimentados com dietas controle, dieta com açúcar e

dieta com edulcorante abatidos aos 35 dias de idade.

Page 52: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

51

Tabela 9. Altura de vilos (AV), profundidade de criptas (PC) e relação altura de

vilos:profundidade de criptas (AV:PC) do duodeno e jejuno de leitões alimentados

com dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE) e

abatidos aos 21, 28 e 35 dias de idade.

Fatores AV (μm) PC (μm) AV:PC

Duodeno Jejuno Duodeno Jejuno Duodeno² Jejuno

Idade (dias)

21 195,70b 228,75

b 125,10

b 140,09

b 1,61 1,63

28 242,58ab

238,82b 132,86

b 153,25

ab 1,69 1,59

35 266,35a 292,95

a 151,47

a 170,70

a 1,65 1,71

Significância * * * * NS NS

CV¹(%) 17,38 17,83 12,78 14,83 14,46 13,97

Dietas

DC 243,58 243,48 137,28 152,87 1,77 1,61

DA 253,14 283,49 142,64 168,97 1,75 1,69

DE 266,68 270,68 146,59 164,09 1,82 1,65

Significância NS NS NS NS NS NS

CV (%) 16,52 16,57 12,74 16,14 10,91 13,93 ¹CV: Coeficiente de variação.

²Interação entre os fatores (P=0,047).

Médias seguidas de mesma letra na coluna em cada fator, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.

* Significativo (P<0,05).

NS = Não significativo.

Tabela 10. Desdobramentos dos fatores da variável relação altura de vilos:profundidade de

criptas (AV:PC) do duodeno de leitões alimentados com dieta controle (DC),

dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE), abatidos aos 28 e 35 dias de

idade,

Idade (dias) Dietas experimentais Variável

AV:PC duodeno

28

DC 1,72

DA 1,94

DE 1,83

35

DC 1,82a

DA 1,55b

DE 1,81a

Page 53: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

52

(a)

(b)

(c)

Page 54: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

53

(d)

Gráfico 6. (a) Altura de vilos do duodeno (AVd); (b) altura de vilos do jejuno (AVj); (c) profundidade de criptas do duodeno (PCd) e (d) profundidade de criptas do jejuno (PCj) de leitões alimentados com dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE), abatidos aos 21, 28 e 35 dias de idade.

Gráfico 7. Relação altura de vilos:profundidade de criptas do duodeno (AV:PC d) de leitões alimentados com dieta controle (DC), dieta controle açúcar (DA) e dieta com edulcorante (DE) e abatidos aos 35 dias de idade.

Page 55: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

54

Com relação à idade de abate, independentemente das dietas, verificou-se que animais

abatidos aos 35 dias apresentaram maior AV do duodeno comparados com animais abatidos

aos 21 dias. Para a AV do jejuno, os animais abatidos aos 35 dias revelaram os maiores

valores. Isso se deve, provavelmente, ao maior tamanho dos animais aos 35 dias e,

consequentemente, maior desenvolvimento do trato gastrintestinal, refletindo na histologia do

órgão.

Quanto a PC do duodeno, animais abatidos aos 35 dias apresentaram valores

superiores aos outros dois abates, enquanto a PC do jejuno, foi maior nos animais abatidos aos

35 dias em comparação aos abatidos aos 21 dias. A maior profundidade de criptas visualizada

no abate aos 35 dias, se deve a maior atividade mitótica das células das criptas para renovar as

células perdidas das vilosidades intestinais (UNI et al., 2000) que se apresentaram com maior

altura aos 35 dias.

De acordo com Kelly et al. (1991a) e Santos et al. (2007), a mudança da dieta líquida

para a dieta sólida após o desmame, causa redução no tamanho das vilosidades, com posterior

recuperação das mesmas até o 14° dia após o desmame (NABUURS, 1995), ou seja, até os 35

dias de idade. Esse efeito não foi confirmado no presente experimento, uma vez que não se

observou diminuição da altura dos vilos e sim um aumento, aos 35 dias de idade comparado

com o dia do desmame, a relação AV:PC do jejuno não foi afetada pela idade de abate.

As características morfométricas não foram influenciadas pelas dietas, com exceção da

relação AV:PC do duodeno que foi maior nos animais que receberam as dietas controle e

controle com edulcorante, abatidos aos 35 dias de idade.

Os resultados encontrados estão de acordo com os resultados obtidos por Silva et al.

(2000) que trabalhando com leitões desmamados aos 10 dias e abatidos aos 22 dias de idade,

não observaram alteração na histologia do duodeno e do jejuno de leitões que receberam água

com e sem edulcorante a base de sacarina sódica como forma de estimular o consumo de

ração.

Silva et al (2001) também estudaram o efeito do edulcorante sacarina sódica sobre a

morfometria intestinal. Desmamaram leitões com 21 dias e forneceram dietas quatro vezes ao

dia, com e sem inclusão do edulcorante até que os animais atingissem 29 dias de idade,

quando então foram abatidos. A AV do duodeno e a relação AV:PC do duodeno foram

maiores nos animais que receberam dieta com edulcorante.

Page 56: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

55

Os resultados do presente estudo não confirmam os resultados de Silva ET AL. (2001)

e não comprova a afirmação de Kelly et al. (1991b) e Makkink et al. (1994) de que os

palatabilizantes aumentam a ingestão de ração, melhorando a integridade de vilos e criptas.

5.2.2. Peso e comprimento de órgãos

Os pesos médios absolutos e relativos do estômago, intestino delgado, intestino grosso,

fígado, pâncreas, baço, rins e o comprimento do intestino delgado de leitões abatidos aos 21,

28 e 35 dias de idade, estão representados, respectivamente, nas Tabelas 11 e 12. As variáveis

que apresentaram diferença significativa, estão representadas nas Figuras 8 (pesos médios

absolutos) e 9 (pesos médios relativos).

Tabela 11. Peso absoluto de órgãos (g) e comprimento (m) absoluto do intestino delgado de

leitões alimentados com dieta controle (DC), dieta com açúcar (DC) e dieta com

edulcorante (DC), abatidos aos 21, 28 e 35 dias de idade.

Fatores Peso absoluto dos órgãos (g) Comprimento (m)

Estômago

Int.

delgado

Int.

grosso Fígado Pâncreas Baço Rins Int. delgado

Idade (dias)

21 40,63c 209,08

c 124,35

b 132,72

b 7,79

c 11,55 33,87

b 7,33

b

28 59,46b 313,90

b 137,02

b 164,78

b 23,31

b 13,64 36,2

b 8,79

a

35 84,69a 573,32

a 212,00

a 256,99

a 53,28

a 14,04 50,89

a 8,85

a

Significância * * * * * NS * *

CV¹ (%) 16,70 17,52 17,53 14,53 25,67 34,76 14,44 12,19

Dietas

DC 74,18 450,03 170,81 206,80 39,13 12,35 45,19 9,05

DC 65,76 435,20 176,74 207,98 33,87 13,58 41,76 8,15

DC 76,28 445,60 181,52 217,88 41,89 15,59 43,68 9,27

Significância NS NS NS NS NS NS NS NS

CV (%) 15,92 17,38 18,47 14,41 24,85 38,36 14,5 12,28 ¹CV:Coeficiente de variação.

Médias seguidas de mesma letra na coluna em cada fator, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.

* Significativo (P<0,05).

NS = Não significativo.

Page 57: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

56

(a)

(b)

(c)

Page 58: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

57

(d)

(e)

(f)

Page 59: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

58

(g)

Gráfico 8. Pesos absolutos do estômago (a), intestino delgado (b) e grosso (c), fígado (d),

pâncreas (e), rins (f) e comprimento absoluto do intestino delgado (g) em função

das idades ao abate de leitões.

Verificou-se maior peso absoluto dos órgãos, exceto do baço, e maior comprimento do

intestino delgado nos animais abatidos com 35 dias de idade (Figura 7), comparado com

aqueles abatidos no dia do desmame, o que é reflexo do crescimento dos animais.

Não houve efeito da dieta sobre o desenvolvimento dos órgãos, o que já era esperado,

pois o desempenho dos leitões foi semelhante, independente da dieta.

Tabela 12. Peso relativo de órgãos (g) e comprimento (m) relativo do intestino delgado de

leitões alimentados com dieta controle (DC), dieta com açúcar (DA) e dieta com

edulcorante (DE), abatidos aos 21, 28 e 35 dias de idade.

Fatores Peso relativo dos órgãos (g) Comprimento (m)

Estômago Int. delgado Int. grosso Fígado Pâncreas Baço Rins Int.delgado

Idade (dias)

21 7,25c 22,24

ab 37,38

c 23,7

b 1,39

c 2,06 6,05 1,31

a

28 9,16b 21,23

b 49,90

b 25,48

b 3,58

b 2,11 5,58 1,36

a

35 9,64a 24,74

a 65,42

a 29,33

a 6,07

a 1,59 5,8 1,02

b

Significância * * * * * NS NS *

CV¹ (%) 12,59 15,33 12,77 12,4 24,64 36,94 10,22 13,74

Dietas

DC 9,55ab 59,80 22,12 26,66 4,89 1,62 5,90 1,21

DA 8,66b 55,95 23,06 26,96 4,27 1,81 5,43 1,1

DE 9,98a 57,16 23,82 28,60 5,32 2,13 5,73 1,26

Significância * NS NS NS NS NS NS NS

CV (%) 11,2 12,45 14,7 13,82 23,43 41,76 9,64 13,57 ¹CV:Coeficiente de variação.

Médias seguidas de mesma letra na coluna em cada fator, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.

* Significativo (P<0,05).

NS = Não significativo.

Page 60: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

59

(a)

(b)

(c)

Page 61: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

60

(d)

(e)

(f)

Gráfico 9. Pesos relativos do estômago (a), intestino delgado (b) e grosso (c), fígado (d),

pâncreas (e) e comprimento relativo do intestino delgado (f) em função das idades

ao abate de leitões.

Page 62: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

61

Pode-se verificar que o estômago, o intestino grosso e o pâncreas apresentaram

crescimento com o aumento da idade dos leitões. O maior peso relativo de fígado e do

intestino delgado foi encontrado nos animais abatidos aos 35 dias.

O comprimento relativo do intestino delgado apresentou-se maior nos animais abatidos

aos 21 e 28 dias comparado com aqueles abatidos aos 35 dias. O baço e o rim não sofreram

alteração no peso relativo em função da idade de abate.

As dietas não influenciaram os pesos relativos de órgãos e o comprimento relativo do

intestino delgado, com exceção do estômago, pois foi verificado maior peso relativo quando

os animais receberam a dieta com edulcorante comparado com aqueles alimentados com dieta

com açúcar, contudo não diferiu da dieta controle. A ineficácia verificada pelos

palatabilizantes em aumentar o peso e comprimento relativo dos órgãos, se deve ao fato de

que os animais não apresentavam maior consumo e melhor desempenho em função da adição

de palatabilizantes nas dietas, e assim, o desenvolvimento dos órgãos dos animais que

consumiram dietas com palatabilizantes foi igual ao dos que consumiram dieta controle.

Page 63: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

62

6. CONCLUSÃO

O uso do palatabilizante edulcorante a base de sacarina e neoesperidina em dietas para

leitões recém-desmamados, se justifica nas duas primeiras semanas pós-desmame por

melhorar o desempenho dos animais e a viabilidade econômica da dieta.

Page 64: JULIANA FREITAS MARTINEZ Palatabilizantes em dietas de leitões

63

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