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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLÉGIO POLITÉCNICO DA UFSM CURSO DE TECNOLOGIA EM GEOPROCESSAMENTO Katiana Baecker Alves O GEOPROCESSAMENTO COMO FERRAMENTA DE ANÁLISE AMBIENTAL PARA TOMADA DE DECISÕES TÉCNICAS RELATÓRIO DE ESTÁGIO Santa Maria, RS 2017

Katiana Baecker Alves - politecnico.ufsm.br · Figura 4- Mapa de Localização e Situação da propriedade em Lavras do Sul.....21 Figura 5- Mapa de Uso e Ocupação do Solo da propriedade

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLÉGIO POLITÉCNICO DA UFSM

CURSO DE TECNOLOGIA EM GEOPROCESSAMENTO

Katiana Baecker Alves

O GEOPROCESSAMENTO COMO FERRAMENTA DE ANÁLISE AMBIENTAL PARA TOMADA DE DECISÕES TÉCNICAS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Santa Maria, RS 2017

Katiana Baecker Alves

O GEOPROCESSAMENTO COMO FERRAMENTA DE ANÁLISE AMBIENTAL PARA TOMADA DE DECISÕES TÉCNICAS

Relatório de Estágio apresentado ao Curso Tecnologia em Geoprocessamento do Colégio Politécnico da UFSM, como requisito parcial para obtenção do grau deTecnólogo em Geoprocessamento.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Michele Monguilhott

Santa Maria, RS 2017

Katiana Baecker Alves

O GEOPROCESSAMENTO COMO FERRAMENTA DE ANÁLISE AMBIENTAL PARA TOMADA DE DECISÕES TÉCNICAS

Relatório de Estágio apresentado ao Curso Tecnologia em Geoprocessamento do Colégio Politécnico da UFSM, como requisito parcial para obtenção do grau de Tecnólogo em Geoprocessamento.

Aprovado em 04 de Julho de 2017:

______________________________________

Prof.ª Dr.ª Michele Monguilhott (UFSM)

(Presidente/Orientadora)

______________________________________

Prof.º Msc. Luiz Patric Kayser

______________________________________

Msc. Rafael Zini Ouriques

Santa Maria, RS 2017

RESUMO

O GEOPROCESSAMENTO COMO FERRAMENTA DE ANÁLISE AMBIENTAL PARA TOMADA DE DECISÕES TÉCNICAS

AUTORA: Katiana Baecker Alves

ORIENTADORA: Prof.ª Drª Michele Monguilhott

DATA E LOCAL DA DEFESA: Santa Maria, 04.07.2017

Buscando obter os requisitos para a conclusão do curso de Tecnologia em Geoprocessamento do colégio politécnico da UFSM, realizou-se o estágio supervisionado na empresa ENGEAMBIH.- Soluções de Engenharia e Meio Ambiente localizada no município de Santa Maria, RS.O estágio supervisionado teve como objetivo o estudo,a aplicação e a avaliação dos conhecimentos adquiridos no decorrer do curso. Foi possível aprender a aplicabilidade de conceitos relacionados às técnicas de geoprocessamento na manipulação, classificação e análise de imagens. Os Softwares utilizados para a elaboração dos trabalhos, dentre os diversos softwares para o geoprocessamento, foi o Posição 2004 e QGIS 2.0 DUFOUR, cujas atividades foram feitas, basicamente, sobre edição, manipulação de dados geográficos e de imagens de satélites, além disso a produção de mapas diversos. Na conclusão deste estágio, foi possível perceber quanto é importante a qualidade das informações que são viabilizadas por meio de Geoprocessamento para a inserção de obras de engenharia, bem como, as dificuldades encontradas no decorrer do estágio que foram transformadas paulatinamente em êxitos, fazendo repensar a área de atuação profissional, buscando futuras qualificações.

Palavras-chave: Sensoriamento Remoto, Recursos Hídricos, Área de Preservação Permanente.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Escritório da empresa ................................................................................ ..9

Figura 2 - Áreas de Preservação Permanente dos Cursos D’Água na Área Urbana da Bacia Hidrográfica do Arroio São Lourenço do Sul ............................................ ..19

Figura 3 - Uso do Solo nas Áreas de Conflitos Ambientais Localizada nas Áreas De Preservação Permanente Dos Recursos Hídricos Na Bacia Hidrográfica Do Arroio São Lourenço No Ano De 2016 ............................................................................... ..20

Figura 4- Mapa de Localização e Situação da propriedade em Lavras do Sul........ ..21

Figura 5- Mapa de Uso e Ocupação do Solo da propriedade em Lavras do Sul.......22

Figura 6- Imagem do barramento da propriedade do autor......................................24

Figura 7- Mapa temporal dos espelhos d'água do barramento.................................26

Figura 8 - Volume de chuvas em julho, agosto, setembro e outubro dos anos de 1992, 1995, 2001, 2004, 2009 e 2016.......................................................................27

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Quadro do Histórico de chuvas na região segundo o posto da ANA, denominado Granja Umbu. .......................................................................................28.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7

1.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 8

1.2 APRESENTAÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO ....................................................... 8

1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 10

1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 10

1.3.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 10

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 11

2.1 ANÁLISE ESPACIAL ........................................................................................... 11

2.2 BARRAGEM HOMOGÊNIA DE TERRA .............................................................. 12

2.3 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E COBERTURA VEGETAL ........ 13

2.4 QUANTUM GIS ................................................................................................... 15

3 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 16

3.1 MATERIAIS ......................................................................................................... 16

3.2 MÉTODOS .......................................................................................................... 16

4 ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O ESTÁGIO .......................................... 17

4.1 LEITURAS DE LAUDOS ..................................................................................... 17

4.2 DELIMITAÇÕES DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DAS

MARGENS DO ARROIO SÃO LOURENÇO ............................................................. 17

4.3 CONFECÇÃO DE MAPAS DE UMA PROPRIEDADE DE LAVRAS DO SUL ..... 21

4.3.1 Mapa de Situação e Localização ................................................................... 21

4.3.2 Mapa de Uso e Ocupação do Solo ................................................................ 22

5 ANÁLISE TEMPORAL DE BARRAMENTOS EM ROSÁRIO DO SUL ................. 23

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO .................................................... 23

5.2 DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE DE ROSÁRIO DO SUL ......................... 24

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 29

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 30

7

1 INTRODUÇÃO

O Geoprocessamento é uma grande área que vem se desenvolvendo e

recebendo uma enorme importância em diversos setores da sociedade. Cabe ao

profissional da área a capacidade de desempenhar atividades de diferentes setores

e sua atuação é fundamental para o desenvolvimento do país (CORDERO, 2012).

Neste relatório estão descritas as atividades desenvolvidas durante o estágio

curricular obrigatório do curso de Tecnologia em Geoprocessamento, oferecidas pelo

Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria.

As atividades foram desenvolvidas no período de 08 de fevereiro de 2017 a

18 de junho de 2017 com uma carga horária de 20 horas semanais, totalizando,

como proposto no plano curricular do curso Tecnologia em Geoprocessamento, a

carga horária de 300 horas.

Uma das partes fundamentais para a formação acadêmica de um profissional,

independente da área, é a realização do estágio, pois este possibilita a ampliação e

aplicação dos conhecimentos obtidos ao decorrer do curso acadêmico participando

de fases de estudos relacionando-se com profissionais de diversas áreas para

elaborações de projetos, tal como, elaborações de mapas.

De acordo com Ésther; Mendonça (2004, p. 9), o estágio supervisionado pode

atender a uma dupla finalidade, pois fornece:

Ao aluno os créditos necessários para a obtenção de seu diploma de graduação; proporciona a oportunidade de entrar em contato com o mundo real das organizações, dentro das quais ele poderá não apenas apreender novas informações e conteúdos, como também poderá aplicar uma série de conhecimentos transmitidos e aprendidos ao longo do curso.

Durante o estágio foram desenvolvidas diversas atividades, como leituras de

Laudos técnicos para se familiarizar perante esta que é a principal prática da

empresa, assim como análise, estudo, manutenção e produção de mapas.

Este relatório está divido em 6 seções. Primeiramente são apresentadas as

justificativas e descreve-se a empresa ENGEAMBIH- Soluções em Engenharia e

Meio Ambiente, onde foi realizado o estágio e, em seguida seus objetivos.

8

Posteriormente à fundamentação teórica, a sua metodologia, e atividades

desenvolvidas durante o estágio. Finalmente são apresentados os resultados e

conclusões sobre a experiência, assim como, as referências.

1.1 JUSTIFICATIVA

Para Câmara (2001), o Geoprocessamento pode ser entendido como a

utilização de técnicas matemáticas e computacionais para a obtenção de dados de

objetos ou fenômenos. Esta ciência tem sido empregada em diversas áreas, dentre

as quais se podem citar a Cartografia, Geografia, Agricultura e Geologia. Ainda, o

Geoprocessamento tem contribuído para estudos de planejamento urbano e rural,

meios de transporte, comunicação e energia, utilizando muitas vezes o Sistema de

Informação Geográfica (SIG) como ferramenta essencial.

Para os profissionais de Engenharia Civil, Engenharia Ambiental e Sanitária,

entre outros profissionais, o uso de técnicas de geoprocessamento é uma parte

essencial na escolha de possíveis locais para inserção de obras de engenharia e na

mensuração do impacto que estas obras irão sofrer devido as ações da natureza,

como também os impactos que as obras causam no meio ambiente, auxiliando os

interessados a explorar, estudar e modelar processos que se representam através

de uma distribuição no espaço, podendo ser chamado de fenômenos geográficos.

1.2 APRESENTAÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO

O estágio foi desenvolvido na empresa ENGEAMBIH Soluções de Engenharia

e Meio Ambiente Ltda., que fica localizada na Avenida Rio Branco, n° 391, sala 201,

Bairro Centro, Santa Maria/RS que tem como finalidade a prestação das seguintes

atividades e serviços:

9

• Projetos e Consultoria (Diagnóstico de áreas degradadas, diagnóstico

e valoração de passivos ambientais, estudo/diagnóstico de patologias

das engenharias, recuperação de áreas degradadas);

• Licenciamento ambiental (Licença prévia, licença de operação, estudo

de impacto ambiental);

• Geoprocessamento e Topografia (Levantamentos planialtimétricos,

Cadastro Ambiental Rural, georreferenciamento, elaboração de plantas

e mapas temáticos);

• Cursos/Seminários (Educação ambiental, licenciamento ambiental,

estudo de impacto ambiental, softwares como AutoCAD, QGIS; entre

outros).

Figura 1 - Escritório da empresa.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Além disso, a empresa também oferece serviços como Projeto do plano de

prevenção e proteção contra incêndios (PPCI), perícias em meio ambiente e

segurança no trabalho, produção de softwares, assim como, consultorias ambientais

possuindo consultores técnicos formados nas diversas áreas de cunho ambiental e

social. Para isso, na empresa tem-se a atuação de Engenheiros Civis, Geógrafos,

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Biólogos, Engenheiros Florestais, Engenheiros Agrônomos, Bacharéis em Direito,

Tecnólogos em Geoprocessamento, Engenheiros Sanitários e Ambientais e

Químicos.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Aplicar os conhecimentos adquiridos no período de graduação junto à

empresa de engenharia e meio ambiente, utilizando o geoprocessamento como

instrumento de análise temporal da área de lâmina d'água em barragens no

município de Rosário do Sul.

1.3.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos do estágio foram:

1. Utilizar os conhecimentos adquiridos em técnicas de edição e

manipulação de informações georreferenciadas.

2. Desenvolver rotinas de processamento digital de imagens e analise

espacial.

3. Conhecer rotinas desenvolvidas em software livre QGIS 2.0.

4. Elaborar um mapa para a delimitação das APP ás margens do Arroio

São Lourenço.

5. Confeccionar mapa de localização e de situação e uso e ocupação do

solo de uma propriedade de Lavras do Sul.

6. Aplicar diferentes técnicas de sensoriamento remoto na análise

temporal em imagens orbitais.

11

7. Estudar através de uma série temporal de imagens do sensor TM

LANDSAT 5, o comportamento da área do espelho d’água de um

reservatório artificial de Rosário do sul, possibilitando analisar do

mesmo. E a partir do estudo e do levantamento planialtimétrico,

elaborar mapas que permitam elucidar as variações das dimensões da

área de alague da barragem de Rosário do Sul em diferentes datas.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ANÁLISE ESPACIAL

Análise Espacial é um método para pesquisa que se utiliza de ferramentas de

geoestatística, procurando analisar padrões espaciais e verificar se são ou não,

aleatórios.

De acordo com Santos (1994) a procura pela eficiência passa pelo uso de

tecnologia da informação que traz uma nova visão sobre a cidade. É necessário

poder trabalhar com informações a nível macro ou micro, individualizando ou

generalizando. A generalização dita as possibilidades, enquanto que a

individualização indica como, em cada lugar, estas possibilidades se combinam.

Portanto, a possibilidade de se analisar um fato sobre vários ângulos leva a uma

melhor visão da realidade.

Para Câmara (2004) a ênfase da Análise Espacial é mensurar propriedades e

relacionamentos, levando em conta a localização espacial do fenômeno em estudo

de forma explícita. Ou seja, a idéia central é incorporar o espaço á análise que se

deseja fazer.

Segundo Borges (2000), a manipulação integrada de dados gráficos e não

gráficos, juntamente com a possibilidade de análises espaciais, pode orientar as

12

tomadas de decisão e o planejamento, além de auxiliar na avaliação da eficácia das

políticas públicas de intervenção.

Mapas de uso e cobertura da terra são utilizados como elementos de um

referencial técnico para a formação de pesquisas e estudos que envolvam a análise

territorial, ajudando a compreender conflitos de uso e apropriação dos recursos

naturais, desenvolvimento urbano, entre outros, através de métodos e técnicas de

geoprocessamento e sensoriamento remoto com fotografias aéreas e análise de

imagens de satélite, dentre estas técnicas utilizadas, está a classificação digital de

imagens (JÚNIOR, 2012).

2.2 BARRAGEM HOMOGÊNEA DE TERRA

As barragens mais utilizadas no Rio Grande do Sul são as denominadas

Barragens Homogêneas de Terra, cujo único material empregado é o solo

compactado (Lopes, 2005). Relativamente fáceis de serem construídos, os açudes,

como são conhecidos popularmente, possuem baixo custo se comparados a outras

opções de barragens e seu solo argiloso garante sua vedação podendo ou não

contar com o auxílio de filtros verticais e horizontais de areia para direcionar a saída

da água per colante (CRUZ, 1996).

De acordo com Pinto (1996), as barragens são bloqueios artificiais arquitetado

transversalmente em vales para obstruir e represar a água. Este represamento

sucede em épocas chuvosas para garantir, em época de seca, o seu uso e

manuseio. Por garantir um fornecimento contínuo ao longo do ano, são muito úteis

às atividades agrícolas.

Existem outros usos de barragens, além de abastecer as atividades agrícolas,

como o abastecimento industrial e doméstico, produção de energia elétrica, controle

de cheias, piscicultura, entre outros (SINGH, 1996).

No que diz respeito ao projeto de uma barragem, Jansen (1980) afirma que é

fundamental que haja muita prevenção ao projetar o seu dimensionamento, pois sua

degradação pode causar graves consequências à sociedade e ao meio ambiente.

13

Nos barramentos, podem ser encontrados diversas misturas de materiais,

como enrocamentos (rochas), concreto, solos (argiloso e arenoso), alvenaria de

pedra argamassada entre outros.

Segundo Cruz (1996), os materiais são escolhidos, sempre considerando a

proximidade, o custo, a mão de obra local e os equipamentos disponíveis de modo a

atender aos princípios de estabilidade, controle de fluxo e a semelhança das

deformações.

2.3 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E COBERTURA VEGETAL

No Brasil, o conceito legal de APP é apresentado pelo Código Florestal, a Lei

n° 12.651 de 2012, que em seu artigo 3°, inciso II estabelece como área protegida,

coberta ou não por vegetação nativa, tendo como função ambiental preservar os

recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade,

facilitando o fluxo gênico de fauna e flora, e de proteger o solo e assegurar o bem-

estar das populações humanas.

Desta forma, a existência de uma APP alveja estabelecer um meio ambiente

ecologicamente equilibrado, conforme dito no art. 225 da Constituição Federal

Brasileira. Caso haja algum tipo de dissenso entre a legislação ambiental, como por

exemplo a ocupação agrícola, e os interesses econômicos, sociais e ambientais em

determinadas áreas, ocorre o que chamamos de Conflitos Ambientais. (CARVALHO,

1995).

Assim, Piasentin (2008) diz que os conflitos ambientais são causados

principalmente através da ação do homem, ocorrendo uma escassez de recursos

naturais e consequentemente gerando problemas como diminuição da produção

agrícola, migração populacional, decadência econômica, enfraquecimento das

instituições e relações sociais. Nesse sentido, exalta-se a importância de que o

conceito de conflito ambiental não seja abreviado a uma questão de ordem

econômica, unicamente relacionada ao risco de escassez de algum tipo de fonte de

energia, ou similar.

14

No novo Código Florestal, de acordo com a Lei 12.651 de 2012, em seu artigo

n°4 no inciso 3, estabelece que lagos e lagoas artificiais decorrentes de barramento

de cursos d’água naturais devem ter uma APP definida de acordo com a Licença

Ambiental. Esta mesma lei, em seu artigo n° 4, inciso 11 e parágrafo 1°, diz que

reservatórios artificiais não decorrentes de barramento de cursos d’água não

apresentam a exigência de APP em seu entorno.

Antigamente legislava uma lei mais rigorosa, pois não especificava sobre as

APP de barragens não decorrentes de cursos d'água e sim falava-se de forma geral,

representada na Lei n° 4.771 de 1965, de acordo com o antigo Código Florestal, em

seu artigo 4 no inciso 6, a execução de barragens em cursos d’água em áreas rurais

implica na formação de uma APP cuja faixa, definida pela Resolução do CONAMA n°

302 de 20 de março de 2002, deve ter extensão de 100 metros.

Cobertura vegetal são formas ou tipos de vegetação natural ou de origem

plantada que recobrem uma determinada área ou terreno. Acontece que, a remoção

ou a ausência de vegetação nativa em uma bacia hidrográfica provoca

consequências negativas desequilibrando naturalmente a infiltração e o escoamento

da água, tendo em conta a importância da preservação da superfície. (CORREA,

1996)

Áreas de preservação permanente são locais estrategicamente posicionados

para a conservação ambiental, onde a vegetação natural da área deve ser

preservada. Topos de morros são exemplos de APP. Outros exemplos são faixas ao

redor de lagoas, lagos, represas artificiais ou naturais além de matas que margeiam

cursos d'água.

As APP foram criadas para proteger o ambiente natural, o que significa que

não são áreas apropriadas para alteração de uso da terra, devendo estar cobertas

com a vegetação original. A cobertura vegetal nestas áreas irá atenuar os efeitos

erosivos e a lixiviação dos solos, contribuindo também para regularização do fluxo

hídrico, redução do assoreamento dos cursos d’água e reservatórios, e trazendo

também benefícios para a fauna (CORRÊA, 1996).

Diferentemente do que acontece quando a região possui uma cobertura

vegetal densa, a sua tendência é favorecer a permeabilização do solo de forma

15

rápida, esta característica pode até mesmo passar a ser mais importante para a

drenagem urbana que o tipo do solo da região, propriamente dito (FEAM, 2006).

2.4 QUANTUM GIS

A idealização e o uso de processamentos digitais para análise de dados

geográficos manifestou-se por razões básicas, como: adiantar as tarefas de

interpretação visual como cálculos de áreas, delimitações, confecção de mapas,

entre outras, assim possibilitando ao analista acrescentar outros perfis de

informações como a interação com banco de dados e uso de imagens de sensores

remotos transformando a terra num objeto mais perceptível.

Dentre os softwares livres mais utilizados na área de geoprocessamento, o

QuantumGIS vem ganhando espaço perante o mercado. Um exemplo é a adoção da

plataforma pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que

está investindo na capacitação de seus funcionários para a utilização deste na

certificação do georreferenciamento de imóveis rurais de acordo com a Lei 10.267 e

para o processo de licenciamento ambiental (MUNDOGEO, 2013).

O QGIS é um software que supre perfeitamente as necessidades dos

profissionais da área de Geoprocessamento, se mostrando uma ferramenta de fácil

acesso e muito em conta, se comparada aos altos gastos com licenças de softwares

SIG.

16

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 MATERIAIS

Durante o estágio, foram utilizados computadores com aplicativos na área de

geoprocessamento, plataformas livres e proprietárias tais como: QGIS 2.0 DUFOUR,

AutoCad 2014 e o Sistema Posição 2004, no entanto, não foi requerido o manuseio

de equipamentos geralmente utilizados a campo, de medição e coleta de dados in

loco. Também foram utilizados imagens do Satélite LANDSAT 5 bandas TM de

(21/10/1992; 24/10/1995; 22/10/2001; 22/10/2004; 20/10/2009; 23/10/2016).

3.2 MÉTODOS

Para a implementação das rotinas das atividades desenvolvidas, foram

utilizados conhecimentos que se adquiriu ao longo da graduação, o qual se aplicou

de maneira a realizar da melhor forma, as atividades designadas pela empresa.

As atividades normalmente eram exercidas no escritório, com participação em

reuniões para o reconhecimento do andamento das atividades propostas, buscando

atender as eventuais dúvidas ou dificuldades que pudessem surgir durante o

desenvolvimento das atividades. A seguir são descritas detalhadamente as

metodologias empregadas nas atividades desenvolvidas durante o estágio.

17

4 ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O ESTÁGIO

4.1 LEITURAS DE LAUDOS

Um laudo, nada mais é que o resultado obtido através de uma inspeção, tal

como um parecer produzido por um perito técnico na área analisada, com o objetivo

de fornecer esclarecimentos sobre algo que necessite de informações mais

detalhadas e específicas conforme a área de conhecimento.

Durante o estágio, inicialmente foram lidos laudos já elaborados e concluídos

pela empresa, para o ganho de mais conhecimentos em diversas áreas,

principalmente as ligadas ao geoprocessamento e áreas afins.

Esta fase contribuiu grandemente para meu crescimento profissional, pois

motivou, juntamente com a mudança de convívio com profissionais, antes apenas

mencionados em aula, o aprendizado para tudo que fosse novo nesta nova etapa

profissional.

4.2 DELIMITAÇÕES DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DAS

MARGENS DO ARROIO SÃO LOURENÇO

Outra atividade desenvolvida originou-se de uma Pericia ambiental que

buscava investigar a inundação em Março de 2011 que atingiu o Município de São

Lourenço do Sul/RS. O evento climático que causou grande acumulado

pluviométrico sobre o Sul e litoral sul do Rio Grande do Sul nos dias 09 e 10 de

março de 2011 foi provocado por uma combinação de fatores.

Em um primeiro momento buscava-se averiguar o comportamento da bacia a

qual o Arroio São Lourenço está inserido, que é o objeto de pesquisa. Para fins de

oferecer esclarecimentos a respeito do comportamento da bacia, foi realizada uma

perícia, bem como coletas de dados e um levantamento das atividades necessárias

18

para esta avaliação, caracterizando aspectos ambientais, assim como a área da

bacia.

A atividade que participei ativamente teve como finalidade complementar os

resultados e discussões da perícia, foi a elaboração de uma mapa para a

delimitação das APP ás margens do Arroio São Lourenço e no mesmo, mostrar o

atual uso do solo existente dentro da APP e também dos conflitos ambientais

resultantes da ocupação as margens do arroio.

Para fazer esta delimitação, num primeiro momento foram identificadas as

larguras mínimas da borda da calha dos leitos regulares dos cursos d’água

presentes na Bacia Hidrográfica do Arroio São Lourenço em toda sua extensão. Este

procedimento foi realizado por meio de imagens de satélite onde foram

primeiramente delimitadas as bordas de todo o arroio, com a utilização do software

QGIS 2.0, para que assim dispuséssemos de uma medição mais precisa da largura

do leito.

Obedeceu-se o disposto no Art. 4º do Código Florestal Lei nº 12.651/2012,

que estabelece como APP nas zonas rurais ou urbanas as faixas marginais de

qualquer curso d’água natural ou perene e intermitente excluindo os efêmeros,

desde a borda da calha do leio regular em largura mínima de 30 metros para os

cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura, 50 (cinquenta) metros, para

os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura, 100

(cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos)

metros de largura, 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200

(duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura, 500 (quinhentos) metros, para os

cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros.

Ressalta-se que a proteção das APP é de fundamental importância na gestão

de bacias hidrográficas, pois contribuem para a estabilidade dos ciclos hidrológicos e

biogeoquímicos visando a dar condições de sustentabilidade à agricultura.

Intervenções nas APP (Figura 2) para abertura de novas áreas agrícolas

comprometerá, no futuro, a reposição de água nos aquíferos, a qualidade de água

superficial e subterrânea, perda de solo, ameaças à saúde humana e degradação

dos mananciais, além de comprometer a produção de alimentos. O papel regulador

19

dos ciclos naturais realizado pelas APP é fundamental para a manutenção do

equilíbrio ecológico (TUNDISI & TUNDISI, 2010; SILVA et al., 2011).

Figura 2 - Áreas de Preservação Permanente dos Cursos D’Água na Área Urbana da Bacia Hidrográfica do Arroio São Lourenço do Sul no ano de 2014, onde são mostradas, também, as áreas de conflitos ambientais.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Neste mapa, demonstram-se os conflitos ambientais existentes desde o

Barramento da CORSAN até as proximidades da Rua Independência, no município

de São Lourenço, onde se constata que o curso d’água está com suas margens

ocupadas em sua maioria por agricultura, com baixa ocupação urbana. Nota-se

ainda, alguns locais com presença de mata ciliar na APP delimitada, contudo em

metragem inferior (cerca de 50%) do que deve existir, demonstrando a clara

inobservância da base legal da APP.

20

Durante a produção do mapa de conflitos ambientais da Bacia hidrográfica do

arroio São Lourenço, permitiu-se notar diferentes classes de uso e ocupação do

solo: Agricultura, Vegetação, Vegetação Rasteira, Solo Exposto e Açudes. Porém

observa-se na Figura 3, que somente quatro usos do solo ocupam as APP dos

cursos d’água da área da Bacia, sendo estes: Vegetação, vegetação rasteira, solo

exposto e agricultura.

Figura 3 - Uso do Solo nas Áreas de Conflitos Ambientais Localizada nas Áreas de Preservação Permanente dos Recursos Hídricos na Bacia Hidrográfica do Arroio São Lourenço no Ano de 2016.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Entre essas classes, apenas a Vegetação esta de acordo com a base legal.

Esta ocupa 52,45% da área total em APP na bacia em estudo, tal percentual é baixo,

considerando que, de acordo com a legislação vigente, os valores para essa classe

deveriam ser de 100%, ao mesmo tempo em que, os valores das classes restantes

deveriam ser nulos.

21

4.3 CONFECÇÃO DE MAPAS DE UMA PROPRIEDADE DE LAVRAS DO SUL

Com a finalidade de resolver os conflitos de uso do solo das partes

interessadas, a partir de estudos e de levantamentos realizados durante a perícia,

estes permitiram a elaboração de plantas de localização e de situação, nos

programas Posição e AutoCAD.

4.3.1 Mapa de Situação e Localização

O mapa da Figura 4 teve por finalidade descrever a área da perícia, afim de

levantar a atual situação do local, bem como a localização da propriedade, objeto de

estudo deste trabalho, em relação à área urbana de Lavras do Sul, assim como

destacar a divisa da propriedade.

Figura 4 - Mapa de Localização e Situação da propriedade em Lavras do Sul.

Fonte: Elaborado pelo autor.

22

4.3.2 Mapa de Uso e Ocupação do Solo

O mapa da Figura 5 teve como finalidade identificar, detalhar e classificar os

elementos característicos do local, como áreas de plantio, vegetação nativa, a

existência de curso d'água, de cercamentos e também nota-se eventualmente, a

presença de afloramentos rochosos.

Figura 5 - Mapa de Uso e Ocupação do Solo da propriedade em Lavras do Sul.

Fonte: Elaborado pelo autor.

A partir da análise do mapa, pode-se observar que o uso da terra é composto,

atualmente, pelo cultivo do Eucalipto e áreas em que se preserva vegetação nativa,

áreas de floresta, com predomínio de fração de campo.

23

5 ANÁLISE TEMPORAL DE BARRAMENTOS EM ROSÁRIO DO SUL

O presente laudo técnico teve por finalidade apresentar resultados da

inspeção, bem com os resultados dos levantamentos das atividades necessárias

para avaliação da vala de irrigação aberta em terras do Autor pelo Réu. Trata-se de

uma ação movida pelo autor, que alega que houve, por parte do Réu, a construção

não autorizada de uma vala de irrigação no interior de sua propriedade, aumentando

a área de alague por parte do reservatório da barragem devido à supostas

ampliações na sua estrutura. Esta nova área de alague teria provocado uma invasão

a propriedade do autor, sendo responsável por uma série de problemas em sua

propriedade, tais como danos ao solo atingido, erosão, perda de vegetação natural e

constante degradação das cercas.

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO

O município de Rosário do Sul está localizado na Região Oeste do Estado do

Rio Grande do Sul, suas coordenadas são latitude 30°14’36’’ sul e longitude

54°55’18’’ oeste, com altitude média de 106 metros e área de 4.369,649 m².

Geomorfologicamente, Rosário do Sul está localizada na Depressão Central

do Estado, mais especificamente no segmento sul-norte. O município apresenta

clima quente e temperado, relevo suavemente ondulado (coxilhas), solos do tipo

planossolos (áreas planas de várzeas) e argissolos (horizonte subsuperficial argiloso

no perfil), bioma pampa com vegetação herbácea composta majoritariamente por

gramíneas e pequenas espécies vegetais com, no máximo, 50 cm de altura. É

possível encontrar árvores de pequeno porte e certas espécies exclusivas de cactos

e de outras famílias.

A propriedade do Autor (Figura 6) está localizada na zona rural de Rosário do

Sul, denominada Campo Seco, Fazenda Palmeira, na localidade 5° Distrito,

conforme matrícula do Registro de Imóveis sob o n° 2.610, sua superfície é de

aproximadamente 348 hectares, pastagem destinada à alimentação de gado, assim

como à criação de gado de corte, cultivo de arroz e soja. A propriedade do Réu, que

limita ao norte a propriedade do Autor, é utilizada para o cultivo de arroz irrigado.

24

5.2 DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE DE ROSÁRIO DO SUL

Deu-se início á um laudo, que teve por finalidade apresentar resultados da

inspeção, como os resultados dos levantamentos das atividades necessárias para

avaliação da vala de irrigação aberta em terras do Autor pelo Réu, bem como,

estudos da barragem de acumulação, localizada a montante do canal escavado e,

do seu reservatório artificial gerado pela mesma, estas que foram objetos de

investigação da perícia.

Figura 6 - Imagem do barramento da propriedade do autor.

Fonte: Imagem Google Earth (2016).

Conforme verificado na perícia, a barragem é do tipo homogênea de terra,

apresentando um comprimento de 540 metros. Também, no decorrer da perícia

foram observados todos os trechos da propriedade do Autor onde se verifica

alagamento.

25

A seguir, foi iniciada uma análise temporal a fim de definir a área de alague

através de imagens de satélites e do levantamento planialtimétrico realizado no

contorno das áreas alagadas que entravam na propriedade do autor. Para isso foram

adquiridos dados geográficos já coletados pela equipe técnica de campo,

característicos do barramento analisado.

Foram realizadas as atividades de obtenção de dados estruturados (bases de

dados geográficos) obtidos junto aos órgãos competentes como Embrapa, IBGE,

FEPAM, entre outros, logo foi efetuada a conversão de todos os dados obtidos para

o mesmo sistema de referencia SIRGAS 2000, projeção UTM, Fuso 21 Sul em

função, primeiramente do SIRGAS (Sistema de Referência Geocêntrico para as

Américas) ser a referência adotada pelo Brasil. Posteriormente, realizou-se uma

avaliação dos dados, para sua validação de estarem concordantes com a situação

atual.

Também foram adquiridas imagens de satélites do tipo LANDSAT 5 em seis

datas diferentes com espaçamentos que variam de três a seis anos, porém todas no

mês de outubro, onde tende a ser um período de maior frequência e intensidade de

chuvas.

Segundo Moreno (1961), as chuvas ocorrem ao longo de todo o ano no Rio

Grande do Sul, sendo mais intensas no período de inverno. Como a perícia foi

realizada em novembro, mês de verão, o volume de água acumulado no reservatório

da barragem não se encontrava próximo de sua capacidade máxima.

Ao longo da perícia, observaram-se todos os trechos onde se percebe

alagamento. Tais alagamentos seriam os responsáveis por danificar as cercas

divisórias e desgastar parte do solo da propriedade do Autor. Mediante ao

levantamento planialtimétrico verificou-se que a cota desta área é em torno de

134,50 metros, que coincide com a cota média do atual vertedouro. Também se

observou que uma das áreas de alague apresenta a peculiaridade de se encontrar

próximo do bebedouro feito pelo Autor, que inclusive esta dentro da área de APP.

Observando e analisando o mapa temporal dos espelhos d'água do

barramento de Rosário do Sul, percebe-se que praticamente não há alteração do

espelho d'água, com uma pequena exceção do valor alcançado no ano de 2001. A

26

causa desta desproporção é fruto do elevado volume de chuvas ocorridas no mês

anterior, setembro de 2001.

A evolução da área de alague está representada no mapa da Figura 7, a

superfície do reservatório artificial nos anos de 1992, 1995, 2001, 2004, 2009 e

2016, obtidas por imagens de satélite LANDSAT 5 nos meses de outubro, pouco

após o período de inverno, onde as chuvas tendem a ocorrer com mais frequência e

intensidade.

Figura 7- Mapa temporal dos espelhos d'água do barramento.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Tem-se na Figura 8, a representação gráfica dos volumes de chuva para os

meses anteriores a outubro, de cada ano analisado.

27

Em relação a pluviosidade de setembro de 2009, não foram encontrados no

banco de dados estudado. Atribui-se que a pluviosidade se encontra na faixa de

7,00 mm, de maneira que a área de alague de 2009 equivale a 80,07 ha.

Figura 8-Volume de chuvas em julho, agosto, setembro e outubro dos anos de 1992, 1995, 2001, 2004, 2009 e 2016.

Fonte: Elaborado pelo autor.

O Quadro 1 mostra o histórico de chuvas (mm) de 14 dias anteriores as datas

analisadas juntamente com a área (ha) de lâmina d'água na ocasião considerada,

segundo o posto da ANA denominado Granja Umbu, Código 03054016.

28

Quadro 1 - Quadro do Histórico de chuvas na região segundo o posto da ANA, denominado Granja Umbu. Código 03054016.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Pode-se notar que em setembro de 2001 houve uma pluviosidade de 7,50

mm (Figura 8), que dos dados considerados, é o maior volume. Tal quantidade

ocasionou no espelho d'água com 92,76 ha de superfície, sendo muito superior que

os valores dos outros anos.

Verificou-se também em 2016, uma pluviosidade elevada no mês de outubro

igual a 7,25 mm (Figura 8), tornando o segundo maior valor de pluviosidades

estudadas. Simultaneamente a área do espelho d'água para este ano é a segunda

maior, correspondente a 80,17 ha.

Com fundamento nas cotas dos vertedouros antigo e atual, analisando as

imagens por satélites, na avaliação do comportamento do reservatório artificial no

decorrer de duas décadas, e considerando as chuvas dos anos estudados, é

possível constatar que não houve aumento da área de alague.

Como uma provável solução aos problemas relacionados ao alague, sugere-

se que seja feita uma mudança de áreas entre as Partes Autora e Ré. Sendo assim

haveria a doação das áreas alagadas ao Réu e este doaria áreas não alagadas em

troca ao Autor.

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6 CONCLUSÃO

As experiências vividas no período de estagio realizaram-se todas com êxito

por mérito á colaboração interprofissional e o incentivo e infraestrutura oferecidas

pela Empresa ENGEAMBIH Soluções em Engenharia e Meio Ambiente.

Quanto as dificuldades expostas no decorrer do estágio, pode-se dizer que

foram todas realizadas com sucesso, dada a curiosidade e força de vontade

pessoal, além do apoio profissional oferecido pelos profissionais e pela empresa em

cada etapa exercida.

O uso de técnicas de edição e manipulação de informações

georreferenciadas e análise espacial permitiram ainda compreender e enfatizar o

papel do Tecnólogo em Geoprocessamento nas atividades relativas ao controle do

espaço e de suas relações com o Homem.

As produções de diferentes tipos de mapas, bem como, o trabalho em

diferentes assuntos acrescentaram grandemente no crescimento profissional, e

permitiram novas experiências jamais imaginadas.

Na busca por uma melhor colocação no mercado de trabalho, torna-se

inevitável o conhecimento sobre diferentes programas computacionais de

geprocessamento, o que acaba tornando o aprendizado do software livre QGIS uma

característica intrínseca na formação profissional do estagiário.

Destaca-se também a grande importância de um trabalho multidisciplinar no

convívio do dia a dia e na execução de tarefas, pois garantiram diferentes opiniões

de cunho profissional, auxiliando não apenas para o desenvolvimento das atividades

e também para o crescimento profissional.

Sendo assim, as experiências obtidas no estágio ajudaram para adquirir

experiências durante o período de graduação, formação profissional, como também

em relação ao comportamento, argumentação, opiniões, e realização de novos

sonhos, afinal, esta etapa acadêmica se finda, mas a vida profissional esta apenas

começando.

30

REFERÊNCIAS

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