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"&»¦¦¦.¦¦'• Si Wi_'<ti í ANNO XXV Domingo 19 de Maio Ti i ¦ . * ^t ¦' \r„ t.''.!>£: KKDAGÇÃO _ ADMINISTRAÇÃO Rui* «J-a* Ourives 8 ;«>;,:• HP'"-' 1 - .¦;,> fôg .^ni-üiriiinnin - j .' #lhÍfOSTOLO- iàiüy wij; .' -.'¦¦>V- æ..*'a l ''¦•' -$SH{- •¦ Àé 1889 L NUMERO 57 & fc ASSIGNATURA ADIANTADA Por anno 1.6*1000 Poriemeitre «8KM Diàtribue-$e ás Quartas* Sextas e Domingos ..' i-i' ¦¦..' Dam luoem babetie credite In luoem (8. JoSo cap. 12 v. 86). Olama ttaque, olama, ne oestes. (Carta de Pio IX á redacção do Apóstolo) ' ¦.*>-.• A imprensa eatholioa é uma -verdadeira missão perpetua. (Palavras de Leio XIII). .vliif Ifc-^^fei s9^ m JU> Rio, 19 de Maio de 1889. Que tal! o gemeram as columnas edi.* toriüfi da úttprensa ultra; quando se aproveitaram até de anonymos a pedidos—; quando a musa inventiva dós enragês anti-obscurantistas esgo* tou todos os seus recursos, e até não faltaram ameaças de revolução e repu- blica^or causa da falia do throno que tev4^retrograda e impolitica lembran- ça de pedir.; ás câmaras a creação de novos bispados e a reforma do ensino religioso no Império, leis que:. Escrevem-nos da Sociedade Central de ImmigráçSo (escrevem-nos, ehten- de*se, còmittüínçàm-nos os ad 05, -por* qüe é esse b modo que está ern moda, ou antes, que por algum tempo esteve em moda, quando se queria acubertar com o ^teáfigio^qü^ desespero anticlerical «íe um certo p-fçiflM&cru mute;MM». iwilkcido, que agora não tem necessidade de escrever, porque, pôde, fallando, pôr tudo razo...) Escrevem-nos, pois, da Sociedade Central, o seguinte: V O governo não pôde ser responsa- bilisado pelos levantamentos de immi- gralites, porque a maior parte delles são mal aconselhados para isso por dois ou três especuladores que ser- vem-se de tudo para rebellal-os, offe- recendo-se para ajudal-os a obterem a repatriação. bastando que entrem com algum dinheiro para os passos, necessários. . E' verdade tambem que os colonos não querem comer, farinha de páo, porem cie todas as queixas, a mais real ea mais viva, é pelo facto de pas- sarem-se mezes e mezes nos togares de FOLHETIM SCENAS HISTÓRICAS DO SÉCULO Y POR HENRI CONSCIENCE CAPITULO XVII (Continuação do n. 56) ²Nio empregues linguagem tio figurada, Maria; nada sei dessa calumnia. ²Meu Deos I suspirou Maria. Como dizer- lh'o? Ha pessoas que acham inconveniente que o Sr. Aureliano passe dias inteiros no quarto da rainha. ¦ E' isso? perguntou o gallo-romano, gorrindo. E que importa, se náo desagrado aos meus soberanos ? ²Afflrmam que náo é bonito que o senhor esteja sempre com a rainha, quando o rei está ausente. Sua collocação sem ouvirem uma mtS' sa, sem terem aquellas praticas reli- giosas que sua reclama t que tinham com tanta abundância em seus respec* tivos paizes.» Até aqui o que nos communicam. I Tiremos agora as conseqüências. éQue o governo náo seja responsável peto descontentamento de colonos, quando assulados por especuladores, que lhes aconselham qüe encham as ruas pára coagir pelo espectaculo da miséria o governo a repatrial-os, esta- mos perfeitamente de acordo, embora nos pareça que não exorbitava a auto- ridade que se pozesse ha pista dos tàes especuladores para dar-lhes con- veniente çiestino.- V Assim como passam inagnificamente com a alimentação própria de nosso paiz os milhares e milharesdos que estão aqui aclimatados ha tantos an* nos, e que de certo nem se lembram cozinha pátria, porque motivo não se "aclimatarão tambem os que vêm chegando?'1:'. -,...*:•-, ;*_., , *..¦..•¦•- ....... . ?¦'*..;;¦•...^ecessidüde<«|pintuaiivSe a »va.stidao LJítói^^dioceséf constitíie os Srs. Bispos cumpria os deveres christãos. Ora, se a necessidade de povoar o paiz, se a clamorosa necessidade de transformar o trabalho, se, as exigen- cias do progresso, tém fortiecido aos Taunaysjaos publicistas do livre pen- samento, ào$—-escrevem-nos da Socie- dade Central—, tudo o que o papel tem agüentado para apregoarem o ca- samento civil e a liberdade de cultos, que ninguém jamais pedio, como é facto incontestável, o que dirão agora, á vista do não menos incontestável factô dessa queixa justíssima dos colo- nos, que soffrem pela mingua de* pão espiritual? J\, ¦ r : :u -Í'^SSfe «|ssb é lá? corti^ os; 'Srs. Bispos», mraofijles. %¦.-.:• -¦¦*... De acordo; mas se'as dioceses,ose estes, enorrnesr desertos .que* se quer a ^oáò 'oi panno/ povoar com imt^igran*' tes, são tão vastos que, mesmo* coma popnlaçiio ja existente, leVanta-se o clamor, o j üsto è -ifoloroso recia mo dji conta como motivo de queixa. Mas aquillo a que ninguém tem o direito de fazer ouvidos de mercador, aquillo que deve merecer todos os cuidados do governo, toda a solicitude da imprensa que tanto clama pela U* berdade de consciência; aquillo a que a Sociedade Central de Immigraçâo não se pôde fazer desentendida, é a essa indigencia, a essa dura privação, a essa falta de pão espiritual, que torna in- supportavel a colonos que sabem ser catholicos a permanência em logares em que não ha absolutamente quem lhes distribua o pão, como são as fa- zendas distantes dás sedes das paro- chias, e nas quaes o negro, a que veio ²E é esse o terrivel segredo ? Agradeço-te o aviso, Maria. Náo facas caso das palavras insensatas de algum edeling irritado ou des- contente. Essa desgraça é das menores que nos ameaçam. A joven poz-se a tremer de impaciência. ²Ahi exclamou, suppuz que meia pala- vra bastaria. Enganei-me; é necessário que os meus lábios exprimam tudo o que me repu- gna. Sejal A vergonha faz-me corar; mas é forçoso que eu cumpra um dever imperioso. Quer saber o que é que atormenta o rei, o que o abysma em tio profundo desespero ? E' o ciúme; elle crê, está plenamente convencido de que a rainha lhe e infiel; que ella se es- quece da dignidade que se deve, amando outro homem. 0 gallo-romano deu um salto e soltou um grito. ²E esse homem, quem pensa o rei que elle seja? ²Aureliano l O gallo-romano, com a boca entreaberta e os olhos dilatados, ficou por algum tempo com o olhar vago e perdido no espaço; pas- sou depois as mãos pela fronte e exclamou sem fitar a joven: ²Eu? Eu? ²Assim o disseram alguns perversos ao rei e elle acreditou-os. ' E' medonho! Pois a recompensa da mi- nha dedicaçáo seria essa? Odiado, amaldiçoa- do por Clovis, desprezado por elle como cul- pado do mais infame dos crimes, aceusadode uma cousa que os meus lábios nem podem sübs^tMír"o colono, iPárissimamente estravagancias não forem leis do paiz 5 em quasi absoluta e material impossi- bilidade de visital-as, e oceorrer a taes necessidades, respondam-nos todos, respondam-nos se forem capazes da mínima sinceridade, qual é a única necessidade de momento, se a criação indispensável de novos bispados, ou o capricho estúpido do casamento civil e da liberdade de cultos, que ninguém pedio? Salvo se a Sociedade Central, ou alguém por ella, tem resposta mais commoda—negar os factos. Mostre que de todos os pontos do Império se quer o casamento civil e a liberdade de cultos; mostre que não vem um colono emquanto taes exprimir, e em que nem me atrevo a pensar... O' Deos, dá-me a cruz do mais doloroso mar- tyrio; leval-a-hei com firmeza, com coragem até que eu suecumba; mas tem da nobre princeza qne elevaste ao throno de França S Tu, que dos altos céos penetras os mais inti- mos arcanos, náo consintas que a pomba christã seja manchada pela calumnia... Tem delia e de seu filho; esmaga as víboras que assim lhe cospem em nome do ódio que te dedicam l Aureliano baixou os olhos, cruzou os braços no peito e ficou meditabundo. De vez êm quando murmurava: ²Eu ? Eu ? Impossível! Seria uma mal- dição de Deos; não a mereço... ; , Passados alguns instantes pareceu acal- mar-se pouco e pouco; e, como se se operasse na sua alma uma súbita mudança, voltou-se para a joven, e disse-lhe com uma ironia se- rena e tranquilla: ²Enganas-te, Maria; é possivel que cir- culem contra mim esses boatos odientos e imprudentes, porque faço sombra a muitos; mas não creio que Clovis credito a serae- lhante calumnia. Manifestou elle a alguém essas suspeitas ? ²Não sei. ²Bem o vêsl FÜste imprudente, querida; vieste povoar-me o coração de dôr e de ancie- dade... por uma simples suspeita, por uma illusão da tua phantasia. ²Por Deos, creia no que lhe digo. Vi en- trar o rei muitas vezes no quarto da rainha quando o senhor estava. Vi uma, dez, cem e no fim mostre tambem que nem um colono se queixou da falta de páo espiritual. Se forem capazes de mostrar tudo isso, mas náo por sua palavra de fionra, não escreveremos mais uma palavra sobre taes assumptos. 0 convento do Carmo, de Per- nambuco Temos agora noticias mais minu- ciosas do attentado contra o convento do Carmo, no Recife, promovido pelo presidente Araujo Góes. Aquelle pre'- sidente fez na questão uma entrada de leão e uma sahida de..., e por sua falta de critério, de bom senso, e de noções da moral e da justiça, mostrou* se incapaz de governar aquella ou outra província. Inverdade que o culpado é o go- vçr^^m querer aproveitar verda- deiras riullidadès na administração, nos intervallos das sessões da câmara dos deputados. Fói o dito presidente até grosseiro e Qffiçjod eilè ao respectivo Provin- ciai, pafticipáridü-íhéâ sua resolução de tomar o convento, para transferir para elle a academia; á vista disto foi pessoalmente o Provincial ao palácio do governo reclamar contra a ordem e explicar os grandes inconvenientes, incommodos e dificuldades em sua mudança. O Sr. Araujo Góes julgou-se muito superior, não deu audiência ao frade e nem qüiz de modo algum attendêl-o. Então o Provincial recorreu ao poder competente, quc mandou passar o mandado de manutenção. Ainda foi leão e grosseiro o dito Sr. Araujo Góes quando declarou que suà ordem se cumpriria, ainda que fosse preciso arrombar todas as portas ! e mandou os operários. Julgava que o povo fosse indifferente por tratar-se de um convento. Mas depressa o homem se transfor- mou em ... ; vendo o povo se ag- glomerar diante do convento e paten- vezes, como os olhos delle chammejavam quando se fitavam em si, Aureliano; como o ciúme lhe contrahia as feições, como elle es- tremecia quando o ouvia. Não posso nem sei explicar-me melhor; é um parecer, uma con-; vicçáo. Não me engano... Fallei, porque assim o exigiam a felicidade da nossa boa rainha, a vida do Sr. Aureliano, o repouso, o socego do rei. Reflicta agora, senhor, se não seria útil encontrar, procurar um meio que o faça estar menos vezes na presença da rainha... que o afaste inteiramente delia... ²E que meio hei de eu procurar ? Quando ella quizesse vêr-me, o rei obrigar-me-hia a obedecer-lhe. ²Se o Sr. Aureliano contasse á princeza, com toda a precaução, a calumnia que por ahi circula ? Se lhe fizesse conhecer as suspeitas que atormentam o rei? ²Prestar-me eu a semelhante revelação ? Fazer corar de vergonha uma mulher christã, uma rainha? Jamais I ²Fiz o meu dever; veja agora o que lhe cumpre fazer. Que a sorte da nossa pobre rainha inspire ao Sr. Aureliano immensa e nobre solicitude. Creia que disse a verdade, somente a verdade. Se o Sr. Aureliano se afastasse voluntariamente daqui, convencer- se-hia o rei do engano que o atormenta, dando outra vez á rainha o affecto de outr'ora. Vou- me embora, que a noite approxima-se... Em nome do que mais ama, Aureliano, seja gene- roso : Deos ha de recompensal-o no céo! {Continua t V

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Àé 1889

LNUMERO 57

& fcASSIGNATURA ADIANTADA

Por anno 1.6*1000Poriemeitre «8KM

Diàtribue-$e ás Quartas* Sextas e Domingos..' i-i' ¦¦..'

Dam luoem babetie credite In luoem (8. JoSo cap. 12 v. 86). Olama ttaque, olama, ne oestes. (Carta de Pio IX á redacção do Apóstolo)' ¦.*>-.• A imprensa eatholioa é uma -verdadeira missão perpetua. (Palavras de Leio XIII).

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Ifc-^^feis9^

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Rio, 19 de Maio de 1889.

Que tal!

o gemeram as columnas edi.*toriüfi da úttprensa ultra; quando seaproveitaram até de anonymos — apedidos—; quando a musa inventivadós enragês anti-obscurantistas esgo*tou todos os seus recursos, e até nãofaltaram ameaças de revolução e repu-blica^or causa da falia do throno quetev4^retrograda e impolitica lembran-ça de pedir.; ás câmaras a creação denovos bispados e a reforma do ensinoreligioso no Império, leis que:.

Escrevem-nos da Sociedade Centralde ImmigráçSo (escrevem-nos, ehten-de*se, còmittüínçàm-nos os ad 05, -por*

qüe é esse b modo que está ern moda,ou antes, que por algum tempo esteveem moda, quando se queria acubertarcom o ^teáfigio^qü^desespero anticlerical «íe um certop-fçiflM&cru mute;MM». iwilkcido,que agora já não tem necessidade deescrever, porque, pôde, fallando, pôrtudo razo...)

Escrevem-nos, pois, da SociedadeCentral, o seguinte:

V O governo não pôde ser responsa-bilisado pelos levantamentos de immi-gralites, porque a maior parte dellessão mal aconselhados para isso pordois ou três especuladores que ser-vem-se de tudo para rebellal-os, offe-recendo-se para ajudal-os a obterema repatriação. bastando que entremcom algum dinheiro para os passos,necessários.

. E' verdade tambem que os colonosnão querem comer, farinha de páo,porem cie todas as queixas, a maisreal ea mais viva, é pelo facto de pas-sarem-se mezes e mezes nos togares de

FOLHETIM

SCENAS HISTÓRICAS DO SÉCULO Y

POR

HENRI CONSCIENCE

CAPITULO XVII

(Continuação do n. 56)

Nio empregues linguagem tio figurada,Maria; nada sei dessa calumnia.

Meu Deos I suspirou Maria. Como dizer-lh'o? Ha pessoas que acham inconvenienteque o Sr. Aureliano passe dias inteiros noquarto da rainha.¦ — E' só isso? perguntou o gallo-romano,gorrindo. E que importa, se náo desagradoaos meus soberanos ?

Afflrmam que náo é bonito que o senhoresteja sempre com a rainha, quando o rei estáausente.

Sua collocação sem ouvirem uma mtS'sa, sem terem aquellas praticas reli-giosas que sua fé reclama t que tinhamcom tanta abundância em seus respec*tivos paizes.»

Até aqui o que nos communicam.I Tiremos agora as conseqüências.

éQue o governo náo seja responsávelpeto descontentamento de colonos,quando assulados por especuladores,que lhes aconselham qüe encham asruas pára coagir pelo espectaculo damiséria o governo a repatrial-os, esta-mos perfeitamente de acordo, emboranos pareça que não exorbitava a auto-ridade que se pozesse ha pista dostàes especuladores para dar-lhes con-veniente çiestino. - V

Assim como passam inagnificamentecom a alimentação própria de nossopaiz os milhares e milharesdos que jáestão aqui aclimatados ha tantos an*nos, e que de certo já nem se lembramdá cozinha pátria, porque motivo nãose "aclimatarão tambem os que vêmchegando?'1:'. -,...*:• -, ;*_ ., , *..¦..•¦•- ... ....

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cumpria os deveres christãos.Ora, se a necessidade de povoar o

paiz, se a clamorosa necessidade detransformar o trabalho, se, as exigen-cias do progresso, tém fortiecido aosTaunaysjaos publicistas do livre pen-samento, ào$—-escrevem-nos da Socie-dade Central—, tudo o que o papeltem agüentado para apregoarem o ca-samento civil e a liberdade de cultos,que ninguém jamais pedio, como éfacto incontestável, o que dirão agora,á vista do não menos incontestávelfactô dessa queixa justíssima dos colo-nos, que soffrem pela mingua de* pãoespiritual? J\, ¦ r : :u -Í'^SSfe

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De acordo; mas se'as dioceses,oseestes, enorrnesr desertos .que* se quer a^oáò

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tes, são tão vastos que, mesmo* comapopnlaçiio ja existente, leVanta-se oclamor, o j üsto è -ifoloroso recia mo dji

conta como motivo de queixa.Mas aquillo a que ninguém tem o

direito de fazer ouvidos de mercador,aquillo que deve merecer todos oscuidados do governo, toda a solicitudeda imprensa que tanto clama pela U*berdade de consciência; aquillo a quea Sociedade Central de Immigraçâo nãose pôde fazer desentendida, é a essaindigencia, a essa dura privação, a essafalta de pão espiritual, que torna in-supportavel a colonos que sabem sercatholicos a permanência em logaresem que não ha absolutamente quemlhes distribua o pão, como são as fa-zendas distantes dás sedes das paro-chias, e nas quaes o negro, a que veio

E é esse o terrivel segredo ? Agradeço-teo aviso, Maria. Náo facas caso das palavrasinsensatas de algum edeling irritado ou des-contente. Essa desgraça é das menores quenos ameaçam.

A joven poz-se a tremer de impaciência.Ahi exclamou, suppuz que meia pala-

vra bastaria. Enganei-me; é necessário queos meus lábios exprimam tudo o que me repu-gna. Sejal A vergonha faz-me corar; mas éforçoso que eu cumpra um dever imperioso.Quer saber o que é que atormenta o rei, o queo abysma em tio profundo desespero ? E' ociúme; elle crê, está plenamente convencidode que a rainha lhe e infiel; que ella se es-quece da dignidade que se deve, amando outrohomem.

0 gallo-romano deu um salto e soltou umgrito.E esse homem, quem pensa o rei queelle seja?

Aureliano lO gallo-romano, com a boca entreaberta e

os olhos dilatados, ficou por algum tempocom o olhar vago e perdido no espaço; pas-sou depois as mãos pela fronte e exclamousem fitar a joven:Eu? Eu?

Assim o disseram alguns perversos aorei e elle acreditou-os.' — E' medonho! Pois a recompensa da mi-nha dedicaçáo seria essa? Odiado, amaldiçoa-do por Clovis, desprezado por elle como cul-pado do mais infame dos crimes, aceusadodeuma cousa que os meus lábios nem podem

sübs^tMír"o colono, iPárissimamente estravagancias não forem leis do paiz 5

em quasi absoluta e material impossi-bilidade de visital-as, e oceorrer a taesnecessidades, respondam-nos todos,respondam-nos se forem capazes damínima sinceridade, qual é a únicanecessidade de momento, se a criaçãoindispensável de novos bispados, ou ocapricho estúpido do casamento civile da liberdade de cultos, que ninguémpedio?

Salvo se a Sociedade Central, oualguém por ella, tem resposta maiscommoda—negar os factos.

Mostre que de todos os pontos doImpério se quer o casamento civil e aliberdade de cultos; mostre que nãovem cá um só colono emquanto taes

exprimir, e em que nem me atrevo a pensar...O' Deos, dá-me a cruz do mais doloroso mar-tyrio; leval-a-hei com firmeza, com coragematé que eu suecumba; mas tem dó da nobreprinceza qne elevaste ao throno de França STu, que dos altos céos penetras os mais inti-mos arcanos, náo consintas que a pombachristã seja manchada pela calumnia... Temdó delia e de seu filho; esmaga as víboras queassim lhe cospem em nome do ódio que tededicam l

Aureliano baixou os olhos, cruzou os braçosno peito e ficou meditabundo. De vez êmquando murmurava:

Eu ? Eu ? Impossível! Seria uma mal-dição de Deos; não a mereço... ; ,

Passados alguns instantes pareceu acal-mar-se pouco e pouco; e, como se se operassena sua alma uma súbita mudança, voltou-separa a joven, e disse-lhe com uma ironia se-rena e tranquilla:

Enganas-te, Maria; é possivel que cir-culem contra mim esses boatos odientos eimprudentes, porque faço sombra a muitos;mas não creio que Clovis dê credito a serae-lhante calumnia. Manifestou elle a alguémessas suspeitas ?

Não sei.Bem o vêsl FÜste imprudente, querida;vieste povoar-me o coração de dôr e de ancie-

dade... por uma simples suspeita, por umaillusão da tua phantasia.Por Deos, creia no que lhe digo. Vi en-trar o rei muitas vezes no quarto da rainhaquando o senhor lá estava. Vi uma, dez, cem

e no fim mostre tambem que nem umcolono só já se queixou da falta depáo espiritual.

Se forem capazes de mostrar tudoisso, mas náo por sua palavra defionra, não escreveremos mais umapalavra sobre taes assumptos.

0 convento do Carmo, de Per-nambuco

Temos agora noticias mais minu-ciosas do attentado contra o conventodo Carmo, no Recife, promovido pelopresidente Araujo Góes. Aquelle pre'-sidente fez na questão uma entrada deleão e uma sahida de..., e por suafalta de critério, de bom senso, e denoções da moral e da justiça, mostrou*se incapaz de governar aquella ou outraprovíncia.

Inverdade que o culpado é o go-vçr^^m querer aproveitar verda-deiras riullidadès na administração,nos intervallos das sessões da câmarados deputados.

Fói o dito presidente até grosseiro e

Qffiçjod eilè ao respectivo Provin-ciai, pafticipáridü-íhéâ sua resoluçãode tomar o convento, para transferirpara elle a academia; á vista disto foipessoalmente o Provincial ao paláciodo governo reclamar contra a ordem eexplicar os grandes inconvenientes,incommodos e dificuldades em suamudança.

O Sr. Araujo Góes julgou-se muitosuperior, não deu audiência ao fradee nem qüiz de modo algum attendêl-o.Então o Provincial recorreu ao podercompetente, quc mandou passar omandado de manutenção.

Ainda foi leão e grosseiro o dito Sr.Araujo Góes quando declarou que suàordem se cumpriria, ainda que fossepreciso arrombar todas as portas ! emandou os operários. Julgava que opovo fosse indifferente por tratar-se deum convento.

Mas depressa o homem se transfor-mou em ... ; vendo o povo se ag-glomerar diante do convento e paten-

vezes, como os olhos delle chammejavamquando se fitavam em si, Aureliano; como ociúme lhe contrahia as feições, como elle es-tremecia quando o ouvia. Não posso nem seiexplicar-me melhor; é um parecer, uma con-;vicçáo. Não me engano... Fallei, porque assimo exigiam a felicidade da nossa boa rainha, avida do Sr. Aureliano, o repouso, o socego dorei. Reflicta agora, senhor, se não seria útilencontrar, procurar um meio que o faça estarmenos vezes na presença da rainha... que oafaste inteiramente delia...

E que meio hei de eu procurar ? Quandoella quizesse vêr-me, o rei obrigar-me-hia aobedecer-lhe.

Se o Sr. Aureliano contasse á princeza,com toda a precaução, a calumnia que por ahicircula ? Se lhe fizesse conhecer as suspeitasque atormentam o rei?

Prestar-me eu a semelhante revelação ?Fazer corar de vergonha uma mulher christã,uma rainha? Jamais I

Fiz o meu dever; veja agora o que lhecumpre fazer. Que a sorte da nossa pobrerainha inspire ao Sr. Aureliano immensa enobre solicitude. Creia que disse a verdade,somente a verdade. Se o Sr. Aureliano seafastasse voluntariamente daqui, convencer-se-hia o rei do engano que o atormenta, dandooutra vez á rainha o affecto de outr'ora. Vou-me embora, que a noite approxima-se... Emnome do que mais ama, Aureliano, seja gene-roso : Deos ha de recompensal-o no céo!

{Continua

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Domingo 19 de Maio ile 1889

tear sua indignação contra a prepo-potência do presidente grosseiro eignorante das leis do paiz, deu contra-ordem, mandando que se retirassemos operários.

Como vê o publico, o tal AraújoGóes não pôde mais governar provin-cia alguma.

Credo político dos catholicosVII

Cremos que « das varias fôrmas degoverno que os publicistas enumeram,a melhor, fallando em geral, sem rela-ção a nação alguma determinad., éamonarchia; que o governo de muitosé mais occasionado á tyrannia que ode um; e que o regimen representa-tivo, aqui onde legitimamente foi in-troduzido, apezar de suas imperfeiçõese perigos deve ser respeitado e pôdedar algum frueto, sendo expurgadodos vicios que costumam corrompel-ono mundo moderno.

Em concreto, a melhor fôrma de go-verno a que pôde aspirar um Estadoqualquer que se constitue, é a quemais se conforma com a índole, tra-dições, usos, costumes e necessidadesda respectiva sociedade, attendendo-seás circumstancias de logar e de tempo;e se a sociedade está já constituída,sua melhor fôrma de governo será aqué tiver, se fòr legitima. »

A ignorância de jovens mal prepa-rados tem achado uma barreira insu-peravel na Faculdade de Medicina dacorte, nas Escolas Polytechnica e Mi-litar, e em outros cursos superiores,que não cedem a empenhos.

E porque? Porque os abalisadoslentes foram escolhidos pelo Impera-dor, cuja presença tem sido umaga-raritíá nos concursos.

Aqui na corte as mezas de examesde ensino secundário, compostas deprofessores do Imperial Collegio, atecom sacrificio, têm dado egregriosexemplos de inteireza e honestidade.Duas vezes toi inhabilitado um netode cerio ministro do Império. Filhosde ministros e de senadores têm sidoreprovados, bem entendido, por lentesnão dependentes dos caprichos de po-litica.

Extinguir-se-ha toda instrucçâo logoque a dominem interesses eleitoraes.Ninguém o ignora.

Nos seminários e collegios dirigidospor sacerdotes estuda-se para saber,e não pára passar exame, e por issoainda ha humanistas em nosso paiz eha quem deveras saiba historia.

VIII

Cremos que «oabsolutismo despoti-co é moralmente impossível de facto ede direito, porque todo governante estásujeito á lei de justiça e de amor; e de

TELEGMMMAS

beratore, onde foi legitimamente introduzido, obriga os cidadãos á obe-diencia. »

A1 dita proposição acerescenta ogrande publicista esta outra:

« Para que a referida fôrma de go-verno possa duravelmente conduzir aobem commum, deve pelo menos rejei-tar os principaes vicios que actual-mente os corrompem. O primeirovicio, fundamento de todos os mais, éa supposta soberania do povo. Outrovicio é o principio segundo o qual aopinião publica deve tomar-se comonorma na ordenação e regimen da so-ciedade... O terceiro vicio é a des-truição quasi completa da autoridademoríarchica. O quarto vicio éoen-gôdo com que fomenta as luetas e di-visões dos partidos.»

Cousa digna de notar-se! Os mes-mos livres-pensadores são os que noBrasil mais energicamente têm esti-gmatizado o parlamentarismo.

São hoje correntes estes dois apho-rismos: No Brasil todos mettem o be-delho em política. E a política mette obedelho em tudo.

Se não está inteiramente pervertidonosso paiz, é que ainda lhe restam trêselementos de regeneração: a religiãocatholica, o poder monarchico, e afamilia christã.

Sabido é que nunca o Imperadorattendeu a conveniências partidáriasna nomeação de Bispos. Esta glorianinguém ílVa pôde negar. E certa-mente o Episcopado brasileiro temsido um dos principaes factores da pazdiuturna, da admirável tranquillidadecom que se fez a extineção do capti-veiro. Ao clero, e aos officiaes denosso exercito, que não se curvaramás conveniências de partido propugna-das pelo ministério Cotegipe, cabegrandíssima parte nessa gloria na-cional.

Se a instrucçâo tem progredido,também é manifesto que este pro-gresso se deve ao Imperador e ao Epis-copado.

E senão, vejamos.O Sr. Ruy Barbosa, no Diário de 9

de Abril ultimo, fallando das bancasgeraes dé exame, diz o seguinte:

« Os inconvenientes desta institui-ção sobrelevam incomparavelmente assuas vantagens, que são todas de or-dem inferior e alheias aos verdadeirosinteresses do ensino; além de que,essas bancas se reduzem a focos de re-laxação, contra os quaes o governo, arespeito de algumas províncias, tem-se

«visto obrigado a adoptar providenciassuppressivas, etc »

Munich, 17 de Maio.Falleceu hoje, na idade de 04 annos, a rai-

nha viuva Maria, mãi do actual rei da Baviorae irmã do príncipe regente Luitpold.

Berlim, 17 de Maio."Uma

parte dos mineiros paredistas, naWestphalia, desistio das suas pretenções evoltou ao trabalho.

Telegrammas recebidos de Aix-la-Ch. pellee das províncias de Saxe e de Silesia, annun-ciara, entretanto, que naquelles districtos a

parede toma cada dia proporções maiores.— Preparam-se aqui grandes festejos para

a recepção do rei Humberto da Itália.

Ma.drid, 17 de Maio.Á exposição fluetuante hespanhola sahio

hoje de Valencia, com destino á America doSul.

(Do Jornal do Commercio).

RETROSPECTO OA SEMANA

^' ' •' ° » .• j;., 1 ; facto, porque a religião catholica influe„ O regimen representativo, di. L.. n5o-epno^na conJciencia do principeque na do subdito, e porque o despo-tismo exige a cooperação das autori-dades sociaes subordinadas á central,as quaes, sendo çatholicas, antes que-rem morrer que ser instrumentos deiniqüidade. »

Se todos os magistrados fossem ca-tholicos como Figueira de Mello, barãode Pirapama e outros, a historia nãoregistraria facto de eterno opprobrio...a condemnação dos Bispos de Olindaedo Pará.

ix .f

Cremos que « abusar do poder nãoé abdicar a autoridade, nem justificara insurreição; mas também cremosquedos coníiictos suscitados pelo po-der, quando degenera em tyrannia, çoptima solução a de reconhecer no paicommum dos fieis a faculdade de diri-mil-os. Cremos, outrosim, que a obe-diencia civil dos subditos deve enten-der-se salvas as leis de Deos e da Egre-ja ; e que a lei humana, para ser dignadeste nome e obrigar em consciência,ha de ser justa e tornar sua força obri-gatoria da lei eterna de Deos. Cremosque o direito derivado desta lei é ofundamento da liberdade, e qua estastrês idéas, lei, ordem, autoridade eliberdade, são inseparáveis. »

Cremos que « a liberdade de errar ede blasphemar e em geral a de violaros preceitos divinos, é falsa liberdade,a qual está para a verdadeira, como aenfermidade para a vida : o enfermoestá vivo, mas a enfermidade não é avida... Antes é certo que o erro é morteda alma. »

Velle malum nec esl libertas necparsUbeHatis, sed quoddam libertalis sig-num. S. Thom.-Q.uw pejor mors ani-mm, quam libertas erroris.

XI

Cremos que « a liberdade de cons-ciência consiste em não crer senão averdade legitimamente conhecida e emnão agir senão de conformidade coma regra traçada pelo mesmo que se

leis

Tivemos uma semana de festas, po-litica e chuvas, tudo ao mesmo tempo,mas em nada uma cousa impedio aoutra.

Somente os boatos de revolta denegros, de grita republicana, de baru-lhos nas ruas, de vinganças da guardanegra, imaginados e propagados poruma imprensa sem princípios, sempatriotismo e opposicionista, aborta-ram e desmentiram completamente osdesejos e sonhos dos rêpubliqueirosedo partido que desejava subir ao podermediante uma revolta.

Felizmente o nosso povo tem bomsenso. '

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O i° anniversario da gloriosa lein. 3353 foi celebrado com verdadleiroenthusiasmo da população desta corte.Salvas, foguetes, girandolas, marchascívicas, matinées, illuminações, etc,etc, além dos risos francos e felicita-ções reciprocas, constituíram as mani-festações de regosijo deste povo gene-roso e grande em seu patriotismo.

De todas as províncias e mesmo dòestrangeiro chegaram numerosas feli-citações ao Imperador e ao ministériopoi tão bello anniversario.

A par das festas populares manifes-taram-se dignamente os sentimentosreligiosos do povo, e a Egreja veioabençoar este regosijo: em todos ostemplos desta capital cantou-se Te-Deum, como em tod is as cathedraesdas diversas dioceses, e quer dos Bis-pos, quer dos Cabidos, dos Parochos,foram enviadas ao governo sinceras fe-licitações.

A Egreja tem sempre animado opovo no caminho do progresso e oacompanhado em suas gloriosas ac-ções, aconselhando e garantindo a paze união de sentimentos.

A' Egreja só se deve a inspiraçãodas grandes festas e datas que noshonram.

Os republicanos, porém, não que-rem egrejas, nem padres, nem Deos,nem religião; pelo tão apregoado pro-gresso querem voltará selvageria.

A chuva que cahio desde domingoe tem oceultado o sol á vista destepovo, que não se acostuma ao silencioe vidú domestica, foi objecto dos mo-tejos da gente dos arrabaldes e dosobrigados ouvidorianos, que foramforçados a arrefecer o enthusiasmo emsuas discussões da rua do Ouvidor,

dor, onde respiram fogo e vomitamraios. .

Sirva este cahos de lição a nação,queno fim deste anno terá de novo deeleger seus deputados. $

Não se distinguern .os partidos entrenós e nem se sabe ò que os homensquerem.

Só a nação soffre com estas dissen-soes internas que anniquilam o pátrio-tismo e enfraquecem a solidariedadedo Império.

Brigados, divididos, seremos presados estrangeiros. ...

E' preciso que a nação, nas eleiçõesfuturas, faça o que seus repr esèhtan-tes não podem ou não querem fazereleja homens patriotas, que compre-hendam sua missão;;'afaste das urnasos que são impostos, os reconimenda-dos, os protegidos, e, sobretudo, oslivre-pensadores, os amantes do pro-gresso, este progresso impio, que traza anarchia, e repelle a Egreja, Deos,padres, religião.

Onde não ha religião não ha pátrio-tismo. E1 isso que vemos na câmarae no senado. Aqui homená vllhosquerendo a liberdade de cultose ad-vogando o casamento civil; alli umaagglomeração de homens sem crenças,sem idéas, sem princípios, sem umabandeira qualquer, simples macacosdos erros horríveis, dos princípiosatterradores da revolução franceza! oque ha de ser? O cahos que véoios elamentamos.

crê, sem que as leis civis impeçam ao. ^Q dj aggiomerar-se noshomem cumprir as obrigações que lhe M^

^ q ásBPortasdos cafésimpõe a consciência esclarecida pelaverdade, nem lhe imponham pena ai-guma por isso, mas pelo contrario adefendam contra os obstáculos quandooppostos injustamente por outros ho-mens.»

Este artigo é traducção da definiçãodo insigne Perrone, cm sua grandeobra De matrimônio christiano.

pontosdos bonds e ás portas dos cafése das confeitarias.

A política, porém, nada soffreu;leva a marcha regular na câmara, e nosenado o calor politico permanece emsua maior intensidade.

Os velhos deixaram a Sibéria e vie-ram assentar seus arraiaes no Equa.

Ameaça-nos um grande mal, oda falta

'de carne, primeiro genero de

alimentação deste povo.A Companhia Pastoril Mineira, au-

xiliada pela assemblea de Minas, esta-beleceu difficuldades immensas aosboiadeiros que traziam gado ao mer-cado de Santa Cruz, de modo que sepôde dizer achar-se estabelecido o mo-nopolioda carne; mas como isso per-tence á câmara, passe como mera no-ticia.

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Unti fáçto extraordinário: a ausênciado Sr. Taunay nas columnas da Gazetade Noticias.

Sentindo saudades, todos pergun-tam pelo homem da Central, affir-mando outros que, muito contrariadoporque na falia do throno não se fezmenção do casamento civil, elle temmandado colleccionar todas as revol-tas, levantamentos de colonos e aban-dono destes das fazendas, para apre-sentar ao senado como motivo impe-rioso para se votar já e já o casamentocivil, único meio de termos coloni-sacão e dos colonos existentes náo serevoltarem mais, e se sujeitarem aotrabalho.

Náo sabemos ao certo, mas nãodeixa de ser singular o silencio do il-lustre senador por Santa Catharina eainda o definhamento em que vive.

Lamentamos que tão admirável ora-dor nos tenha privado de suas sublimese arrebatadoras orações, de que foitão pródigo o anno passado.

O mais extraordinário dos factos dasemana foi o que promoveu o monu-mental deputado João Penido na ca-mara dos deputados: foi nada mais,nada menos, do que sua pretençâo decom um só golpe derrubar a monar-chia, e para isso apresentou um reque-rimento ou outra cousa qualquer,sobre a saude de S. M. o Imperador.O velho deputado mineiro sahio docômico para cahir no ridículo.

Nestas condições não apreciaremoso acto do velho deputado, e sobretudo,porque mereceu a consideração dequeera digno, acompanhada de garga-lhadas.

Não se pôde dizer que o Sr. Penidonão seja um republiqueiro de vistaslargas e planos aterradores.

Concluímos hoje a nossa chronicacom a política, pois só ella tem oceu-pado todas as attenções, enchido todaesta cidade e sido o assumpto obrigado

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Domingo 10 de Maio de 1889

de todas as discussões, conversas epalestras! E1 um nunca acabar !

O senado levantou-se todo e nãopouco zangado por causa de um officioa elle dirigido pelo Sr. ministro do Im-peno, e nos mesmo nao sabemoscomo tudo aquillo se possa acalmar!

Na câmara é tal a confusão e tama-nha a gritaria, que é impossivel saber-se o que querem os diversos gruposque a compõem!

Como, porém, tudo isso é próprioda politica, entendam-na os que deliagostam, pois nós apenas como chro-nistas escrevemos o que ahi fica, semque tenhamos a presumpção de a en-tender.;

SECÇÃO NOTICIOSA

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Matriz de Santa Rita.—Nesta ma-triz se celebrará com a sqlemnidadepossivel, no dia 22 do corrente, a festa,dc sua padroeira, havendo missa so-lemne e sermão ao Evangelho, ás101/2 horas da manhã. A' tarde haveráTe-Deum e sermão.

Donativo.—Para auxiliar as despe-zascoma publicação desta folha re-cebemos do Rvd. Sr. padre José Sa-turnino de Barcellos, muito digno

quanto dedicado parocho de Quissa-mã, a quantia de io$ooo.

Não esquecendo as demais vezes

que este nosso amigo nos tem mani-festado sua generosidade, agradece-mos sinceramente esta sua significa-tiva prova de adhesão aos nossos principios.

Distribuição de prêmios. — Noasylo das orphás -e S. Francisco dePaula, á rua do Duque de Saxe, terálogar hoje, ás 10 horas do dia, a solemnedistribuição dos prêmios ás asyladas.

Secca no norte.—Telegrapham deAracaju para esta corte:

« Os effeitos da sêcca são desastro-so's. Os municipios deCampose Chris.tina pedem soecorros públicos. Villa-Nova e outros pontos reclamam se-mentes de cereaes para plantação. Sobeconsideravelmente o preço da farinhade mandioca. O povo emigra, faltatrabalho, a lavoura abandona as fa-zendas, não ha capitães, Os jqrnaleirosagrícolas invadem as cidades e procu-ram recursos.

E' um clamor. Dê o governo trabalhoa tantos braços desoecupados. O vice-presidente, Dr. Pelino Nobre, procuraminorar a afflicçáo do povo, empregaesforços e máxima actividade contraos agentes do monopólio da farinha e,notando decrescimento nasrendas dacidade da Estância, creou postos fiscaespara prevenir fraude na arrecadação.O juiz de direito, Dr. Catão, conflagrao Lagarto. —r ¦ ,

A receita provincial mal chega ac-tualmente para pagar a força policiale os presos pobres. Diante de tantamiséria o governo não nos abandone.Sergipe não tem soffrido menos que oCeará.»

Homenagem protestante aos mis-sionarlos catholicos.-O jornal pro-testante The Press, da cidade de De-troit, nos Estados-Unidos, annuncian-do a dignidade de Prelado Domésticoconcedida por Sua Santidade ao sa-cerdote belga Eduardo Jooss, adminis-trador apostólico daquella cidade,escreve um brilhante artigo em suahonra, louvando as obras do seu zeloapostólico e exaltando «o seu caracternobre, generoso, affavele firme, e a suacapacidade nos negócios.»

Surdez.—Uma pessoa, curada de &annos de surdez e zumbidos nos ou-vidos por um remédio simples, en-viará gratuitamente a descnpçao a

quem a desejar. Nicholson Stgo. deiEstero.—Buenos-Ayres.

Os Franciscanos rio Oriente. — E'no Fanfalla que encontramos as|t>e-gumtes informações e por isso são in-suspeitas.

Diz a folha liberalj em uma sua cor-respondencia do Oriente, que um Pa-chá, governador de uma das provínciasdo império turco, em um relatório en-viado ao seu governo, assim seexprimea respeito dos venerandos filhos deS. Francisco de Assis :

«E1 para lamentar que estes optimosreligiosos franciscanos não estejamespalhados por todos os ângulos dosdomínios*de S. M. o Sultão, para fa-zerem por toda parte aquelle grandebem que fazem onde quer que se en-contrem. Esles respeitáveis frades daCorda oecupam-se verdadeiramente dobem da humanidade.»

Accrescenta o correspondente doFanfalla que as autoridades de Saio-nico prohibiram absolutamente ásfamilias musulmanas de mandar seusfilhos ás escolas italianas existentesnaquella província.

Que brilhantíssima figura faz Crispicom as suas ridículas pretenções deguerrear os frades até no estrangeiro !Elle dispende 600,000 francos paramanter no Oriente escolas leigas e osresultados, como affirma o generalThaon de Revel, são tão mesquinhosque por vergonha conviria fechal-as.

Os mesmos turcos voltam a caraenjoados.

Eleição senatorial.—E' conhecido oseguinte resultado de 220 collegios,da eleição a que se procedeu na Bahia,no dia 24, para preenchimento da vagade senador:

Barão de Guahy... 7,664Ferreira de Moura 6,972*Carneiro da Rocha 6,704Innocencio, Góes 6,D25Francisco Sodré 6,078Freire de Carvalho 5,473

Estado sanitário da cidade. — De-clarou se ao inspector geral de hy-giene, que á vista do que expoz emofficio de 2 do corrente mez, com rei t-ção ao estado sanitário da cidade, re-solveu o ministerio do império quecesse o fornecimento gratuito de me-dicamentos á população indigente, au-torisado em conseqüência dio desen-volvimento da epidemia de febre ama-rella, por aviso de 12 de Fevereiroultimo.

i Egreja na Baviera.—A respostadada pelo príncipe regente da Bavieraao Memorandum dos Bispos daquellanação, está muito longe de ser o quedevia, e que havia-direito a esperardos sentimentos catholicos do príncipeLuitpoldo. Os Prelados da Baviera,adherindo á Encyclica que lhes diri-gira o Santo Padre nos fins de 1887,apresentaram ao governo algumas re-clamações sobre as nec ssidades daEgreja naquelle reino. Mas foi debalde.Em Baviera governa ainda o famige-rado ministro Lutz, o protector dosdoelingerianos, e qúe tanta guerra feznestes últimos annos á Egreja catho-lica ¦"

Òs catholicos esperavam muito napiedade do regente, mas governa maisdo que elle em Baviera o príncipe deBismark, o qual protege o ministroLutz, que lhe serve perfeitamente paraos seus planos, porque tem o pátrio-tismo na razão inversa do liberalismo.

O principe*Luitpoldo, fraco de ca-racter,e vinculado também, a Bismark,não tem a coragem de oppòr-se aosdesígnios perversos do seu ministro.E entretanto, os interesses da Egrejasão sacrificados aos interesses de umapolitica, que não tende senão a des-truu" a independência da Baviera, fa-zendo pouco a pouco absorver a suaautomiapela egemonia prussianaeste o patriotismo dos maçons !

Mortalidade da cidade do Rio deJaneiro.—Nos dias i5 e 16 do corren-te falleceram e foram sepultadas nosdiversos cemitérios desta cidade 71pessoas.

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Um frueto dos princípios de 89.—O liberalissimo Giornale di Sicilia pu-blica em um dos seus últimos nume-ros esta pagina, digna de fazer parte doálbum commemorativo da grande re-volução de 1889. Não sabemos se afolha siciliana falia ironicamente ou se,como aliás lhe seria muito natural, entende realmente fazer uma cynicaapo-logia do suicídio, desta chaga terrívelda moderna sociedade, chaga aberta

pela corrupção e pela irreligiosidadefavorecidas pelo liberalismo domi-nante. Em ambos os casos merece serarchivada esta confissão de uma folharevolucionaria, que francamente de-clara que o suicídio é uma das mani-festações do progresso moderno, e umaconseqüência directa dos princípiosde 89.

¦ Eis as palavras do Giornale di Sicilia,

que é uma das mais importantes folhasliberaes da Itália:

« O oitenta e nove vio a proclama-ção dos direitos do homem. Pois bem;entre estes direitos está também o di-reito do suicídio. Neutros tempos,que horror por um suicida ! Fazia-se-lhe o processo como a um delinqüente;sepultavam-n'o em logar apartado. Erauma deshonra para a familia, e procu-rava-se oceultar o facto com toda acautela. Hoje acabaram estes prejui-zos; as ideas estão mudadas. O suici-dio tornou-se uma estrophe de poesia,um capitulo de romance. O suicidatem todas as honras da chronica. Oromancista analysa a sua matéria ediz : eis aqui um acto de coragem.Afinal, que differenca lhe achais vós?Tudo se reduz a umaccesso de febre. Osuicídio, mais do que um direito, tor-nou-se uma verdadeira necessidade dasociedade moderna. Quando nesta vidanão se espera mais nada, quando a vidajá não pôde offerecer novos attractivosenovas emoções, tem-se todo o direitode procurar a morte. A única cousaque um homem de bem deve evitar, éum suicídio vulgar, brutal,clamoroso,que faça correr gente, que ponha emmovimento meio mundo, que obrigueo próximo a recolher o seu corpo empedaços sobre a rua,onde se deitou daaltura de um quinto andar, ou a ir sal-tar ao meio de um rio para salval-o_Entre as fôrmas do suicídio, come-çandoda de um tiro de revolver, edalli para baixo, o suicídio poético eraaté aqui a asphyxia por meio do carvãoacceso em um brazeiro. Mas o pro-gresso não deve ser progresso só depalavras, —e eis ahi agora um suici-dio novo, o suicídio por meio da mor-fina.»

Aqui está onde chegou a sociedadesob a influencia das seitas anti-christãs!

Nós não chegamos a crer que o jor-nal que publicou estas linhas quizessefazer com tão inaudito cynismo a apo-logia do suicídio ; mas ainda que estas

palavras não tenham senão um sentidoirônico, é verdadeiramente horrível

que se possa escrever com esta brutalindifterença eque se possa gracejar comumaeousa tão atroz.

«Revista Typographlca «.—Rece-bemos o n. 60 desta revista, que muitohonra a classe typographica destacorte.

Musica. — Pela casa Buschmann& Guimarães, desta côrte,acaba de sereditada uma polka intitulada Alcibia-dina, composta pelo mestre de mu-sica do corpo policial da provincia doRio de Janeiro, e dedicada ao Sr. Al-cibiades Leite, cirurgião-dentista; Ven-de-se em Nictheroy, no Grande Empo-rio Commercial, largo de S. João.

Os catholicos nultimo fasciculo diview extrahimos asverdadeiramente cont.

« Nas colônias ingleisegundo as ultimas esti.tholicos romanos mostrsiinos na pratica do cultcsiderando somente os do.South Wales e de Victtu -..a-tisticas dão-nos os seguin^s alga-rismos:

No primeiro destes Estados, 72,5ò5catholicos freqüentam as suas egrejas,ao passo que dos anglicanos apenas60,706 vão aosseustemplos. No Estadode Victoria temos 85,8i6 catholicosque freqüentam os officios divindfe, eos protestantes que assistem aos actosda sua religião não são senão 58,862.O que suecede em Austrália suecedeigualmente no Canadá e nos Estados-Unidos. , '

Em todos estes paizes os catholicossupplantam todas as outras commu-nhões religiosas pelo seu zeloe pelasua união.

Os catholicos dispõem de muitosvotos, e quando obram de acordo nosinteresses publicos,|como suecede qua-si sempre,mostram qual é a sua grandepreponderância politica.»

A sciencia e a fé. — A Gazeta deFrance consagra ao iliustre chimicofrancez Miguel Chevreul as seguintespalavras:

« Este sábio venerando morreu nossentimentos christãos, que tinha be-bido no seio da sua familia, a qual nostempos do terror comprometteu a suafortuna earriscou a sua segurança parasalvar os padres proscriptos e zrran-cal-os ao furor revolucionário. O Sj.Chevreul ha muitos annos era christãopraticante, e é uma consolação para osseus, no meio das homenagens rendi-das na terra ao sábio, esperar queDeos terá recompensado no céo seuvenerando avô, cuja vida inteira, con-sagrada ao trabalho, ficará como ummodelo de honra eum exemplo devir-tudes civis e christãs.

0 caual de Suez.—Em 1888 através-saram este canal 3,440 nivios, condu-zindo 184,000 passageiros. Dos referi-dos navios vieram 1,71o do Mar Ver-melho, navegando 1,725 no sentidoinverso. Deste transito arrecadou acompanhia 26.ooo:ooo$ooo.

O canal vai receber importantes me-lhoramentos, principalmente entrePort-Said e os Lagos Amargos, alar-gando-se as secções rectilineas, tor-nando-se menos duras as curvas e aug-mentando-se a profundidade.

EXPEDIENTE DO BISPADO

Provimentos

Passaram-se os seguintes:Ao Rvm. Conego Francisco Antônio

Nunes, para confessar, por um anno.Ao Rvd. padre Archanjo Ganarini,

para continuar como Vigário da fre-guezia de Santo Amaro do Cubatão,por um anno, e portaria para reger ada Enseada de Brito, conjunetamentecom aquella, ambas em Santa Catha-rina.

Ao Rvd. padre Henrique Matz, paracontinuar como Vigário da fregueziade S. Pedro Apóstolo do Gaspar, emSanta Catharina, por um anno.

Ao Rvd. padre Dr. José Maria daTrindade, para celebrar, confessar epregar, por um anno.

Ao Rvd. padre Rufino José Alvares,para continuar como Vigário da fre-guezia de Nossa Senhora do Nazareth,da villa de Saquarema, até o fim docorrente anno.

Ao Rvd. padre Pedro GonçalvesTeixeira Lopes, para continuar comoVigário da freguezia de Sant'Anna daVilla Nova, e portaria para reger a fre-guezia de SanfAnna de Merim, con-junetamente com aquella, ambas porum anno e ambas em Santa Gatharina.

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Domingo 19 de Maio de 1889

Provisõesim dispensas dadas pelo Sr. BispoLeocadio Manoel Florenço com Gui-

lhermina Antonia da Conceição.Manoel Ferraz de Araújo com Ma-

ria Silveria Bueno.João Teixeira de Carvalho Júnior

com Maria de Souza Pacheco.José Henrique Pereira com Idalina

Maria de Souza.Antônio Borges de Azevedo com

Plácida Maria do Espirito-Santo.Olympio Marinho Bragança Júnior

com Felicíssima Dias Guimarães.Antônio Fausto da Costa Soares

com Ambrozina da Costa Armonde.Raymundo da Costa Soares com

Etelvina da Costa Armonde.Pedro Pereira da Rocha com Joa-

quina Pereira de Jesus.Júlio Manoel Réos com Maria Vir-

ginia de Jesus.Onofre Gonçalves Filgueira com

Luiza Martins Ferreira.Dr. Américo da Silva Freire com

Ambrozina da Silva Freire.Ludgero Duarte da Silva com Felis-

mina Maria Antonia.Manoel João Custodio com Anna

Silveira de Jesus.José Paulino Pereira com Clarinda

Monteiro dos Santos.

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¦

.

SECÇÃOINSTRUTIVAPerguntas respeitosas

1URIGIDAS AO SR. E. CA VER, MIMISTRO DAEGREJA EVANGÉLICA NA PROVINBIA DASALAGOAS, 10R UM NEOPHITO DA MESMAEGREJA r

Primeira pergunta(Continuação do n. 56)

Foi preciso uma força hercúlea devontade para resistir! Quiz largar meusestudos ; porém reflectindo que talveza in Veja ou a vingança tivesse escriptoessas cousas, e alterando as mesmasobras do nosso santo fundador, meresolvi a continuar na confiança de quehavia de achar entre tantos escripto-res quem afinal justificasse o nosso'illustre varão.

Enganei-me ! pcrque tendo lançadomão da obra citada do protestanteKenr, nella encontrei as seguintes pa-lavras:

« Luthero era um homem instável,que com a máxima facilidade se dei-xava arrastar por suas paixões e per-versas tendências, e os protestantessinceros, inclusive Plank, reconheceme confessam estes e outros defeitos deLuthero. Seria muito conveniente queos protestantes, de commum acordo,tratassem justifical-o publicamente,não se servindo (notai bem as palavrassublinhadas) das desculpas, ou lan-çando mão do meio fraudulento deriscar das obras delle estas passagens1mas sim do meio leal e santo de con-demnar tantos excessos. » (i)

Mas, amado pastor, a sinceridadeque até á evidencia transuda nestaspalavras, meopprimio de tal maneira,que se à graça do Divino Espirito-Santo não me tivesse promptamentesoccorrido, a minha fé teria certamentenaufragado. E as minhas angustiasainda subiram de ponto quando, con-tinuando os meus estudos, encontrei avida de outros santos fundadores comas mesmas irregularidades, senão ain-da de péiores. Porque João Calvino,nascido em Noyon na Picardia, noanno de i5oc), foi baptisado e educadona religião catholica. Manifestandodisposições para as sciencias, nos dizFrewdenfeld, ainda muito moço foiprovido de um beneficio ecclesiasticoafim de poder dedicar-se aos estudos,o que fez elle nas cidades de Orleans Ie de Bourges, onde teve por mestre de |lingua grega a Wolmar, emissário de jLuthero, o qual iniciou Calvino no |novo Evangelho.

Como coração repleto da nova dou-trina foi Calvino a Pariz afim de obter

(1) , ob. cit.

um beneficio de cathegoria superior emais rendoso que aquelle que possuía,porém, sem resultado, porque o bene-ficio que pretendia foi conferido ao filhodo condestavel de França. Pungido poressa repulsa, tratou Calvino de lançaras primeiras sementes da nova refor-ma, que de ha muito premeditava emseu nobre coração. (2) Perseguido porcausa de sua doutrina, e ferido poroutra adversidade ainda mais pungen-te, vio-se Calvino na dura necessidadede abandonar sua terra natal, porquetendo sido aceusado, e juridicamentecondemnado do crime nefando de So-domia, por sentença judicial foi mar-cado nas costas com ferro em braza, ecomo infame, privado do beneficioque possuía. (3)

O erudito historiador protestanteSchrockh, assegura-nos que depois desua sahida de Noyon, foi Calvino aGenebra, onde Guilherme Tarei e Pe-dro Viret acabavam de introduzir areforma de Zuwinglio, a qual ellereorgauisou de maneira que pôde serconsiderado reformador em chefe. (4)

Em i539 esteve Calvino em Stras-burgo, onde casou com a viuva AnnaBurrié convertida por elle ao novoEvangelho,e dahi voltou para Genebra,onde tornou-se o déspota mais absolu-to, que jamais vio-se sobre a face daterra. (5)

O calvinista Galiífe traça-nos o qua-dro mais triste deste homem insigne,descrevendo-o como—sedento desan-gue ; criminalmente famoso ; sobrema-neira intolerante, a cujas vistasninguém podia oceultar-se, nem li-vrar-sc de sua inexorável vingan-ça. (6)

Com effeito, o erudito Dr. E. Ph. C.Henk, assegura-nos que os protes-tantes Bolsec e Catellius, por obra deCalvino foram desterrados de Gene-bra; Jeronymo Gruet e Miguel Servetosentenciados, aquelle a ser dacapitado,este a ser queimado a fogo lento (7).

Para nã > tornar-me mais longo,deixo de citar outros factos confirma-dos por outros protestantes e mesmocalvinistas.

Não julgueis, meu amado pastor,que seja eu levado a citar estas passa-gens unicamente para mostrar erudi-ção, ou contradizer nossa doutrina.Não é por isto, não; antes pelo con-trario, é pelo desejo de me firmar nafé evangélica, na qual me iniciastes,porque estas passagens suscitam du-vidas em meu espirito, e querendo melivrar dellas, exponho-vol-as com amesma confiança e simplicidade comque um bom filho exporia suas duvi-vidas ao próprio pai, e um discípulo aoseu mestre.

Tende, pois, paciência commigo ; ecomo bom pai que sois, deixai-meainda citar algumas passagens que di-zem respeito a este homem insigne, cque me affligem bastante.

Wolmar, emissário de Luthero, emestre de Calvino, diz que era violentoe perverso. Bucero, emissário de Cal-vino, o chama escriptor maldizente (8)e outro ainda acerescenta (não obs-tante ser protestante) que « Calvino éa figura mais triste, que apresenta afigura da reforma. Verdadeiro monstrode corrupção e de hypoc-risia, semprecaminhou na sombra. Todos os seuspassos foram calculados e dir-se-hiaque seus olhos, afogueados de impu-reza, matavam as pessoas sobre queelle fitava-os.» (9)

(Continua).

(2) Vid. Frewdenfeld. Quadros anaíjticosdaHistoria Universal, edição de 1840,

"tom. II,

pag.309.(3) Vid. Schí.usselbur, ob. cit. Tom. II, pag.

72. Bolsec. vida de Calvino e Theodcro deBeza reirnpressa, em 1835.

(4) Tcliraclth.—Historia da Egreja Christádesde o temqo da reforma, edição de 1805.Tom. II, pag. 173.

(5) Vid. Encvclopedia real de Damstard,edição de 1824, rol. II, pag. 225.

(6) Noticias geneologicas, edição de 1836,tom. III, pag. 21.

("JHistoriaUniversal da Egrejachristu,}tom.III, pag. 287, Sekrockh, ob.' cit., pag. 192.

(8) Vid. Frendenfeld, ob. cit.(9) Frendelfeld. ob. cit.

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