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KÁTIA STRIEDER O TRABALHO PEDAGÓGICO DOS PROFESSORES DA ESCOLA MUNICIPAL TANCREDO NEVES DE NOVA UBIRATÃ- MT NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Monografia apresentada como Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Educação Física Licenciatura da Faculdade Centro Mato-grossense FACEM, para a obtenção do título de Licenciada em Educação Física sob a orientação da Professora Espª Rosely Alves de Souza. SORRISO-MT 2016

KÁTIA STRIEDER O TRABALHO PEDAGÓGICO DOS … · conquista e a minha família pelo amor carinho e estímulo que me ofereceram, por terem dedicado suas ... mas lutei para que o melhor

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KÁTIA STRIEDER

O TRABALHO PEDAGÓGICO DOS PROFESSORES DA ESCOLA MUNICIPAL TANCREDO NEVES DE NOVA UBIRATÃ- MT NA

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Monografia apresentada como Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Educação Física Licenciatura da Faculdade Centro Mato-grossense – FACEM, para a obtenção do título de Licenciada em Educação Física sob a orientação da Professora Espª Rosely Alves de Souza.

SORRISO-MT 2016

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FACULDADE CENTRO MATO – GROSSENSE

CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

FOLHA DE APROVAÇÃO

O TRABALHO PEDAGÓGICO DOS PROFESSORES DA ESCOLA MUNICIPAL TANCREDO NEVES DE NOVA UBIRATÃ- MT NA

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Trabalho final de Conclusão de Curso de Educação Física da Faculdade Centro Mato-Grossense - FACEM para obtenção do título de licenciado em Educação Física.

Sorriso-MT, _____ de _____________ de 2016

_______________________________

Orientador(a)

Rosely Alves de Souza

Professora Especialista em Educação Especial

______________________________

Coordenador

Jailson Alves Bomfim

____________________________

Professora convidada

Mst: Thais Vala

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DEDICATÓRIA

A Deus por ter permitido esta conquista e a minha família pelo amor carinho e estímulo que me ofereceram, por terem dedicado suas vidas a mim.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por conceder-me o dom da vida e da sabedoria, guiando-me no caminho do bem e da justiça e fazendo com que tivesse forças para superar os obstáculos.

À minha família por sempre estar presente me ajudando nos momentos que mais preciso.

Aos colegas da turma de Educação Física Licenciatura da FACEM por todo o companheirismo e amizade que criamos juntos ao longo destes últimos anos

A minha orientadora Professora Rosely Alves de Souza , pelo auxílio na construção deste estudo, pela paciência e pelos conselhos, que indiscutivelmente ajudaram na melhora qualitativa deste trabalho.

A todos os professores do curso, pela dedicação e entusiasmo para com a nossa formação.

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“Talvez não tenha conseguido fazer o melhor, mas lutei para que o melhor fosse

feito. Não sou o que deveria ser, mas Graças a Deus, não sou o que era antes”.

Marthin Luther Kin

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RESUMO

Este trabalho foi desenvolvido com a proposta de analisar a visão dos professores da Escola Municipal Tancredo Neves de Nova Ubiratã/ MT, sobre a inclusão educacional e sobre a sua atuação na escola. O objetivo geral deste trabalho é constatar se os professores da rede pública Municipal de Nova Ubiratã estão preparados para receber os alunos com deficiência intelectual, física, sensorial (visual ou auditiva) e múltipla, transtorno global do desenvolvimento (TGD), transtorno do espectro autista (TEA) ou altas habilidades em sala de aula comum. Além de identificar o caminho percorrido pela educação especial no Brasil, analisar a legislação referente à educação especial e a educação inclusiva, qual o papel da família, da escola e do PPP – Projeto Político Pedagógico em uma educação inclusiva, analisar quais os métodos que estão sendo utilizado pela escola, se a unidade escolar é inclusiva ou integradora, conhecer o papel da educação física na escola inclusiva, conhecer um pouco do trabalho desenvolvido pelos professores da Escola Municipal Tancredo Neves de Nova Ubiratã/MT na perspectiva de uma educação inclusiva. A população que participou deste estudo trata-se de 26 professores que lecionam na educação infantil e ensino fundamental I e II, do 1° ao 9° ano. O instrumento de pesquisa foi um questionário com 11 perguntas dentre elas 09 objetivas e 02 descritivas, (ANEXO). Este estudo caracterizou-se por ser uma pesquisa de campo de abordagem transversal, com a finalidade de coletar dados em apenas um momento, sem acompanhamento posterior. Trata-se de uma pesquisa quantitativa e qualitativa. Foram usados artigos acadêmicos, obras literárias e monografias para a revisão bibliográfica. Após a aplicação do questionário aos professores que participaram desta pesquisa, constatamos que os participantes estão preocupados com o processo de inclusão de alunos especiais em salas regulares, mas acreditam que alunos “especiais” em contato com alunos “normais” tenham mais oportunidades de adquirir conhecimentos e se preparar para a vida social. Também foi observado que os professores estão preocupados com a capacitação e formação continua na área, esta preocupação é justificada pelo fato de todos já terem trabalhado com alunos com algum tipo de deficiência em suas turmas. Palavras chave: Ensino Regular, Inclusão Escolar, Necessidades Educacionais Especiais.

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ABSTRACT

This work was developed with the proposal to examine the teachers' view

of the Municipal School Tancredo Neves New Ubiratã / MT on the educational inclusion and on their performance in school. The aim of this study is to see if the teachers of Municipal public New Ubiratã are prepared to receive students with intellectual disabilities, physical, sensory (visual or auditory) and multiple, global developmental disorder (PDD), autistic spectrum disorder (TEA) or high skills in ordinary classroom. In addition to identifying the path taken by special education in Brazil, analyze the legislation for special education and inclusive education, the role of the family, the school and the PPP - Political Pedagogical Project in inclusive education, analyze what methods are being used by the school, the school unit is inclusive or integrative, knowing the role of physical education in inclusive school, meet some of the work developed by the teachers of the Municipal school Tancredo Neves New Ubiratã / MT in the perspective of inclusive education.The people who participated in this study it is 26 teachers who teach in kindergarten and elementary school I and II, the 1st to 9th. The research instrument was a questionnaire with 11 questions among them 09 objective and descriptive 02 (ANNEX). This study had to be a cross-cutting approach of field research, in order to collect data in one time without aftercare. This is a quantitative and qualitative research. They were used academic articles, literary works and monographs for the literature review. After applying the questionnaire to the teachers who participated in this research, we found that participants are concerned about the process of inclusion of special students in regular rooms, but believe that "special" students in contact with "normal" students have more opportunities to acquire knowledge and prepare for social life. It was also noted that teachers are concerned about the training and development continues in the area, this concern is justified by the fact that all have already worked with students with a disability in their classes. Keywords: Regular Education, School Inclusion, Special Educational Needs.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Mostra se os participantes do estudo concordam ou não, que os alunos “especiais” em contato com os alunos considerados “normais” têm mais oportunidades de adquirir .................................................................................27

Figura 2 – Apresenta dados sobre o questionamento: Você se considera um professor preparado para lidar com esse tipo de aluno?................................................................................................................28

Figura 3 – Analisa se a graduação dos professores participantes da pesquisa ofereceu disciplinas específicas sobre a inclusão do aluno com deficiência no ensino regular....................................................................................................29

Figura 4 – Analisa se a especialização dos participantes ofereceu disciplinas específicas sobre a inclusão do aluno com deficiência no ensino regular................................................................................................................30

Figura 5 – Avalia se os participantes já participaram de cursos na área da inclusão..............................................................................................................30

Figura 6 – Mostra as informações coletadas no questionamento: Você já teve algum aluno com deficiência sensorial (auditiva ou visual), cognitiva, física ou múltipla?.............................................................................................................31

Figura 7 – Apresenta dados sobre a formação continua dos professores, com relação a educação inclusiva............................................................................32

Figura 8 – Analisa se a escola onde os professores trabalham, atua positivamente com o processo de inclusão.......................................................33

Figura 9 – Analisa se a escola onde os professores atuam possui sala de recursos multifuncionais....................................................................................33

Figura 10 – Avalia se os professores já presenciaram algum tipo de preconceito ou exclusão em suas salas de aula...............................................34

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 10 1 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 11 1.1 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL............................................................. 12 1.2 INCLUSÃO X INTEGRAÇÃO ............................................................................. 14 1.3 INCLUSÃO ESCOLAR ....................................................................................... 16 1.3.1 Inclusão: Número de Pessoas com Deficiência nas Escolas ..................... 19 1.4 A FAMILIA, A ESCOLA E O PPP – PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DIANTE DA INCLUSÃO ESCOLAR. ........................................................................ 19 1.4.1 O Papel do AEE – Atendimento Educacional Especializado em uma Escola Inclusiva ...................................................................................................... 22 1.5 EDUCAÇÃO FISICA INCLUSIVA ...................................................................... 24 2 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 26 2.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ................................................................ 26 2.1.1 População Público-Alvo ............................................................................... 26 2.1.2 Instrumentos De Coletas De Dados .............................................................. 26 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 27 3.1 ANÁLISES DE DADOS ...................................................................................... 27 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 37 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 39 ANEXOS

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INTRODUÇÃO

A Educação Inclusiva é um dos maiores desafios encontrados pelos

professores da rede pública de ensino. Envolve muito mais que a criança com

deficiência, envolve também a família, a escola e a sociedade.

“Escola inclusiva é, aquela que garante a qualidade de ensino educacional a

seus alunos, reconhecendo e respeitando a diversidade e respondendo a cada um

de acordo com suas potencialidades e necessidades”. (ARANHA, 2004-a). A

expectativa de todo ser humano é de se apropriar de conhecimento sistematizado,

onde a escola pode contribuir significativamente atendendo às diversidades e

proporcionando educação a todos, ou seja, fortalecendo a escola inclusiva.

Ao se analisar o cenário em que deve acontecer a educação inclusiva,

percebe-se que a escola deve assumir um novo papel social, mudando os

paradigmas e analisando os desafios contemporâneos da educação, de forma a

buscar uma interação entre o Ensino Regular e a Educação Especial, todos sabem

que a escola possui um papel fundamental na aquisição do conhecimento científico.

Neste contexto o processo de aprendizagem resulta da interação e da troca de

experiências com outros sujeitos, o que permite ao indivíduo construir sua

representação simbólica do mundo.

A criança que aprende a conviver com as diferenças aprende a conviver com

o outro, sem julgar sua aparência e, descobre que participar das atividades sociais é

partilhar informações e experiências que são e serão benéficas ao seu

desenvolvimento.

O presente trabalho trata de uma pesquisa de revisão bibliográfica e de

campo com levantamento de dados, que será aplicada aos professores do 1º ao 9º

ano da Escola Municipal Tancredo Neves, na forma de questionário com perguntas

fechadas e abertas com objetivo de conhecer o trabalho que desenvolvem na

perspectiva de uma educação inclusiva. Através da inclusão social e escolar

acreditamos que os alunos com deficiência intelectual, física, sensorial (visual ou

auditiva) e múltipla, transtorno global do desenvolvimento (TGD), transtorno do

espectro autista (TEA) ou altas habilidades terão mais oportunidades de adquirir

conhecimentos e desenvolver-se cognitiva, psicológica e emocionalmente.

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A educação tem, nesse cenário, papel fundamental, sendo a escola o espaço no qual se deve favorecer, a todos os cidadãos, o acesso ao conhecimento e o desenvolvimento de competências, ou seja, a possibilidade de apreensão do conhecimento historicamente produzido pela humanidade e de sua utilização no exercício efetivo da cidadania. (ARANHA, 2004-a, p.07).

Partindo desse cenário, para nortear a pesquisa tem-se a seguinte

problemática: os professores de 1° ao 9° ano da escola Municipal Tancredo Neves

estão realmente preparados para a inclusão educacional?

Na revisão bibliográfica deste trabalho será analisada a história da educação

especial, as diferenças existentes entre inclusão e integração, a importância da

inclusão escolar no desenvolvimento das crianças, a participação da família, da

escola e o PPP – projeto politico pedagógico diante da inclusão escolar e também,

qual o papel do AEE – atendimento educacional especializado em uma escola

inclusiva e o trabalho da Educação Física inclusiva. Também serão mencionados os

instrumentos de coleta e métodos utilizados na pesquisa e, bem como os resultados

obtidos.

Justifica-se o presente estudo por entender que é essencial conhecer a

educação especial e a importância de ter um olhar diferente com relação à inclusão

de crianças deficientes em turmas regulares, valorizando o desenvolvimento integral

do aluno. Sob este olhar, o objetivo geral deste trabalho é verificar se os professores

da rede pública Municipal de Nova Ubiratã estão preparados para receber os alunos

com deficiência intelectual, física, sensorial (visual ou auditiva) e múltipla, transtorno

global do desenvolvimento (TGD), transtorno do espectro autista (TEA) ou altas

habilidades em sala de aula comum. Além de identificar o caminho percorrido pela

educação especial no Brasil, analisar a legislação referente à educação especial e a

educação inclusiva, qual o papel da família, da escola e do PPP – Projeto Político

Pedagógico na educação inclusiva, analisar quais os métodos que estão sendo

utilizado pela escola, se a unidade escolar é inclusiva ou integradora, conhecer o

papel da educação física na escola inclusiva, conhecer um pouco do trabalho

desenvolvido pelos professores da Escola Municipal Tancredo Neves de Nova

Ubiratã/MT na perspectiva de uma educação inclusiva.

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1 REVISÃO DE LITERATURA

1.1 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Há séculos atrás, crianças com deficiência de qualquer tipo, física, mental ou

sensorial eram excluídas da sociedade e até mesmo afastadas do convívio familiar,

não possuíam direito a nenhum atendimento especializado que pudesse lhes

proporcionar qualquer tipo de desenvolvimento e dignidade, essas pessoas por

vários séculos, foram exterminadas ou confinadas por suas famílias em instituições

de caridade mantidas pela igreja.

Segundo Romero e Souza (2008), a educação especial no Brasil teve início

durante o império de D. Pedro II, no ano de 1854, quando o imperador criou o

Instituto de Meninos Cegos, o atual Instituto Benjamin Constant – IBC e em 1857,

criou o Instituto Imperial de Surdos Mudo, hoje conhecido como o Instituto Nacional

dos Surdos - INES, ambos no Rio de Janeiro. Ainda no período imperial, em 1874,

iniciou-se o tratamento de deficientes mentais no hospital psiquiátrico da Bahia, hoje

hospital Juliano Moreira. Desta forma a deficiência mental passa a ganhar destaque

após a proclamação da república, relacionando a deficiência a problemas de saúde.

Com o tempo o problema também foi visto como problema orgânico. Temendo o

fracasso escolar, por volta de 1930, o governo incentivou a criação de várias

instituições especializadas em cuidar dos deficientes mentais.

Segundo Miranda (2008) nas décadas de 1920 e 1930 foram realizadas

várias reformas na educação Brasileira, momento em que a escola primária

começou a ser popularizada e, em que o índice de analfabetismo era alarmante.

Nessa época, a vertente da psicopedagogia no Brasil foi influenciada pelas reformas

na educação sob o ideário do movimento educacional da Escola-Nova, que tinha

como proposta, criar escolas diferentes das tradicionais.

Essa nova corrente pedagógica, por um lado, criticava os princípios tradicionais da educação, acusando-os de fragmentados e desarticulados, por outro, propunha a reconstrução do sistema educacional brasileiro, dando as mesmas oportunidades educacionais a todos. Com o debate sobre a democratização do ensino, as classes populares começavam a perceber a escola como via de ascensão social. (MIRANDA, 2008, p.32)

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Foi a partir da década de 1920, que passou a se estudar e reformular a

educação brasileira, pensando na proposta da escola nova foram trazidos para o

Brasil vários professores e psicólogos europeus para estarem transmitindo e

discutindo a metodologia da escola novista através de cursos para os professores

brasileiros, o que influenciou na história da educação especial brasileira. Segundo

Miranda (2008) deste modo, foi propiciado às crianças, sem lesões graves, mas com

dificuldades ou distúrbios de aprendizagem, dispersão, problemas emocionais,

dentre outros, a possibilidade de frequentar a escola. Teve início neste momento,

muitas mudanças na legislação brasileira no que diz respeito à Educação Especial:

Em 1961 a LDB nº 4.024 - Primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nos seus Art. 88 e 89, trata da educação especial. Em 1971 a Lei nº. 5.692, que altera a LDB nº 4.024/61, define „tratamento especial para os alunos com deficiência físicos, mentais, os que se encontravam em atraso considerável quando a idade regular de matricula e os superdotados‟. Em 1982 a Lei n° 7.044 – 5 recomendava currículos especiais para atender às diferenças individuais. Em 1988 a Constituição da República Federativa do Brasil publica que todos são iguais perante a lei, devemos proporcionar o bem a todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e qualquer forma de discriminação. Em 1989 com a Lei n° 7.853 – teve inicio o processo de inclusão, ao determinar a obrigatoriedade de atendimento a esse público nos estabelecimentos regulares de ensino. Em 1990 Lei n° 8.069 – Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, estabelece que as crianças e adolescentes tenham total acesso à saúde, educação, cultura, esporte e lazer. (GIL, 2015, p.04).

Em 1994 com a Declaração de Salamanca foi reconhecido que crianças com

qualquer tipo de necessidades educacionais especiais têm direito de frequentar a

ensino regular. Acredita e divulga que todas as crianças possuem características

únicas, com competências, habilidades, individualidades e necessidades próprias,

com essa visão expressa de forma clara, que todas têm direito à educação de

qualidade, tem o direito de aprender e conviver com seus pares. As escolas tem que

trabalhar e adequar-se as necessidades de aprendizagem individuais de todos,

respeitando a diversidade, os estilos e ritmos de aprendizagem, oferecendo a

oportunidade para que todos aprendam juntos. Para que se tenha sucesso no

processo de ensino e de aprendizagem dos alunos é necessário que toda a equipe

pedagógica e gestora trabalhem juntas, utilizando metodologias e estratégias

pedagógicas diversificadas em seus planejamentos. Através do processo de

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inclusão os alunos com necessidades educacionais especiais tem a oportunidade de

se relacionarem com outras crianças consideradas “normais”. A Declaração de

Salamanca afirma que:

Nas escolas inclusivas, os alunos com necessidades educativas especiais devem receber o apoio suplementar de que precisam para assegurar uma educação eficaz. A pedagogia inclusiva é a melhor forma de promover a solidariedade entre os alunos com necessidades educativas especiais e os seus colegas. A colocação de crianças em escolas especiais – ou em aulas ou secções especiais dentro duma escola, de forma permanente – deve considerar-se como medida excepcional, indicada unicamente para aqueles casos em que fique claramente demonstrado que a educação nas aulas regulares é incapaz de satisfazer as necessidades pedagógicas e sociais do aluno, ou para aqueles em que tal seja indispensável ao bem-estar da criança deficiente ou das restantes crianças. (UNESCO, 1994, p. 12)

Analisando o caminho percorrido para se chegar a educação inclusiva,

construindo uma escola para todos, fica claro que todas as crianças independente

de suas limitações e diferenças, devem ter à oportunidade de aprender, de

frequentar uma escola regular que ofereça ensino de qualidade, sem discriminação

ou preconceitos de qualquer espécie. As escolas devem receber todas as crianças

independentes de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais ou

linguísticas, deve identificar e ajudá-las a superar suas dificuldades, aperfeiçoando e

melhorando suas práticas pedagógicas, disponibilizando também, materiais e

recursos tecnológicos adaptados e profissionais especializados para suprir suas

necessidades.

1.2 INCLUSÃO X INTEGRAÇÃO

Para tornar possível o processo de transformação das escolas brasileiras é

necessário que haja a diferenciação entre integração e inclusão. Ao se falar em

escola inclusiva é preciso ter claro que no processo de inclusão é a escola que deve

se adaptar ao aluno e não o aluno a escola como na integradora. Diante dessa

mudança os profissionais da educação passam a refletir sobre a inclusão escolar,

buscam por conhecimento e formação na área. Com a extinção das classes

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especiais, a educação inclusiva toma corpo e força no ambiente escolar. Sobrinho

(2008) afirma que ocorre certa confusão entre o conceito de inclusão e integração

escolar, apesar dos dois apresentarem uma proposta parecida, há diferença, pois a

inclusão é um conceito posterior á ideia de integração escolar e, é a prática corrente

nas escolas.

A educação inclusiva vem com uma proposta diferente da integração escolar,

agora é a escola que deve se adequar ao aluno. Todas as crianças com

necessidades educacionais especiais devem ser inseridas em classes comuns,

sendo que os ambientes físicos e os procedimentos educativos devem ser

adaptados às necessidades dos alunos, respeitando as diferenças e as

especificidades de cada um. Na escola integradora, os alunos eram inseridos em

salas especiais, o aluno tinha que se adequar a escola e não a escola ao aluno, com

a finalidade de preparar e inseri-los na sociedade.

Neste momento da história da educação especial, as escolas dividiam seus

alunos em dois grupos, os com algum tipo de necessidades especiais que

frequentavam as salas especiais e os alunos considerados normais que

frequentavam as salas comuns, porém apenas os “normais” eram acolhidos pelo

sistema educacional, enquanto os outros eram preparados para “futuramente”

frequentar a escola regular. Na educação inclusiva não existe essa separação todos

são considerados iguais tendo direito à mesma educação. (BEYER apud

SOBRINHO, 2008).

A inclusão tem como responsabilidade a quebra do preconceito, da exclusão,

gerando mudança educacional e social, essa mudança só acontece a partir do

momento que professor, aluno e família, passam a trabalhar juntos, fazendo da

dificuldade um desafio a ser vencido, superado por quem convive com essa

realidade no dia a dia. Um mundo inclusivo é um lugar onde todos têm

oportunidades de participar juntos da sociedade. Para que isso aconteça também é

importante o comprometimento do professor para com a educação inclusiva.

Muitos professores se sentem desmotivados pelos baixos salários e

despreparados, consideram uma tarefa difícil atender uma diversidade tão grande

nas salas de aula, sendo que em muitos casos deixam de buscar por

especializações ou formação continuada que os preparem para trabalhar na escola

de e para todos. Diante dessa realidade muitas escolas usam a seguinte justificativa:

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(...) não estão atendendo os alunos com deficiências em suas turmas, usam como justificativa o fato de não terem professores preparados para atender as necessidades específicas dos alunos com deficiências, ou simplesmente não acreditam que a inclusão pode trazer benefícios para os sujeitos envolvidos. (BÁFICA, 2012, p.98)

Segundo Mantoan (2011), os professores são bastante resistentes quando se

trata de inovação escolar, ao se tratar da inclusão de alunos com deficiências ou

transtornos globais do desenvolvimento, muitos preferem usar a desculpa que é

impossível de ser concretizada, a maioria dos professores tem uma visão funcional

do ensino e não querem sair de sua rotina, as inovações educacionais abalam a

identidade profissional, e o lugar conquistado pelos professores em um sistema de

ensino, atentando contra a experiência, os conhecimentos e o esforço que fizeram

para adquiri-los.

Analisando o cenário da educação especial, que iniciou com o processo de

integração onde os alunos eram inseridos em classes especiais ou escolas

especiais, excluindo-os do convívio com crianças consideradas “normais”, não

permitindo que os mesmos se socializassem, surge à inclusão educacional com uma

visão totalmente diferente da integração, agora é a escola quem deve se reorganizar

e adequar-se as necessidades de todos os alunos. Os professores precisam buscar

por informações e por conhecimentos, tem que se especializarem para atender a

toda à diversidade existente em uma sala de aula comum.

1.3 INCLUSÃO ESCOLAR

Quando falamos em inclusão do aluno com deficiência, o que nos vem à

cabeça é que o sistema educacional brasileiro precisa de uma grande

reestruturação. Segundo Mantoan (2001), a ideia que existe uma classe

homogênea, onde os alunos realizam as mesmas tarefas, terá de ceder lugar à

classe heterogênea, onde pessoas com diferenças convivem e aprendem de acordo

com suas particularidades.

A educação para todos só se evidencia em um sistema educacional que se

preocupa com todos os alunos e não apenas com alguns deles. A inclusão escolar

requer um ensino de qualidade para todos os alunos, provoca e exige que as

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escolas brasileiras busquem por novos posicionamentos e formas diferentes de

ensinar, motivo suficiente para que o sistema educacional se modifique e para que

os professores aperfeiçoem suas práticas, reestruturando as condições de ensino e

melhorando a qualidade de ensino das escolas, garantindo a inclusão dos alunos

com deficiências no ensino regular. E só se consegue atingir sucesso neste

processo, quando a escola regular assume que as dificuldades de alguns alunos,

não são apenas deles, mas resultam também, do modo como o ensino é ministrado,

de como a aprendizagem é concebida e avaliada.

Para que a inclusão aconteça são necessárias atitudes e estratégias que

possibilitem o desenvolvimento intelectual, psicológico, emocional e social, além da

aprendizagem de todos os educandos em um ambiente escolar inclusivo. Atitudes

inclusivas é o alicerce para que a inclusão aconteça, oferecendo oportunidades de

acesso a todos os alunos a uma educação de qualidade, neste contexto, os

profissionais da educação devem trabalhar para que seus alunos obtenham sucesso

no processo de construção de conhecimento, sem exceção.

Como foi analisado anteriormente existe uma vasta legislação que garante a

inclusão, mas infelizmente, não será apenas a aprovação de um decreto que tornará

a educação inclusiva real e efetiva em todos os âmbitos educacionais. Para Bueno

(1999) ainda é preciso muito trabalho, necessita-se de grandes estudos para que a

educação inclusiva seja efetivada. O autor ainda diz que a inclusão escolar será

gradativa, para que as escolas comuns e o ensino especializado se adequem a essa

nova realidade, elaborando praticas pedagógicas que ofereçam uma educação

escolar eficaz e de qualidade, tanto para alunos considerados “normais” como para

os alunos especiais. Também devem existir ações contínuas, no sentido de

ampliação e concretização do processo de inclusão.

O desenvolvimento de escolas inclusivas é fundamental para que se

estabeleçam sociedades mais justas, integradoras e democráticas. O marco

fundamental deste processo é a Declaração de Salamanca, publicada em 1994,

estabelecendo princípios básicos para a inclusão social e escolar, que são adotados

pelos países signatários. Dentre os princípios fundamentais de uma sociedade

inclusiva que constam na declaração está que:

(...) as escolas devem acolher a todas as crianças, independentemente das suas condições pessoais, culturais ou sociais: crianças deficientes e superdotadas / altas habilidades,

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crianças de rua, minorias étnicas, linguísticas ou culturais, de zonas desfavorecidas ou marginalizadas, o qual traça um desafio importante para os sistemas escolares. As escolas inclusivas representam um marco favorável para garantir a igualdade de oportunidades e a completa participação, contribuem para uma educação mais personalizada, fomentam a solidariedade entre todos os alunos e melhoram a relação custo-benefício de todo o sistema educacional. (GUIJARRO, 2005, p.11)

A educação inclusiva passa a oferecer uma educação igualitária considerando

que todos os alunos possuem suas limitações, suas capacidades e interesses, para

Guijarro (2005), a ênfase está em desenvolver uma educação que valorize e respeite

às diferenças, vendo-as como uma oportunidade para o desenvolvimento pessoal e

social e de aprendizagem.

As escolas inclusivas favorecem o desenvolvimento de atividades de solidariedade e cooperação, o respeito e a valorização das diferenças, o que facilita o desenvolvimento de uma cultura de paz e de sociedades mais justas e democráticas. (GUIJARRO, 2005, p.10)

Para Mantoan (2001) é através de uma instituição escolar preparada para

trabalhar com a diversidade de culturas e diferenças existente no Brasil, que

estaremos formando gerações preparadas para viver em uma sociedade sem

preconceitos, sem barreiras, sendo que é no ambiente escolar que a criança tem

acesso ao conhecimento científico e universal. A escola é o espaço que oferece

condições de desenvolvimento biopsicossocial e possibilidade de se tornar um

cidadão com identidade social e cultural.

Para se tornarem um sistema educacional inclusivo, as escolas devem

receber e trabalhar com todas as diferenças que nela estão inseridas, o olhar dos

profissionais da educação, das famílias e da comunidade sobre a inclusão escolar

reflete na vida social das crianças, colaborando na criação de uma sociedade justa e

sem descriminação. “A inclusão nos faz pensar profundamente sobre o mundo em

que vivemos; aprender é uma ação humana individual, são as diferentes idéias,

opiniões e níveis de compreensão que enriquecem o processo de aprendizagem

sempre reconhecendo e valorizando as diferenças”. (FOSSI, 2010)

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1.3.1 Inclusão: Número de Pessoas com Deficiência nas Escolas

No dia 21 de setembro de 2015, em comemoração ao Dia Nacional de Luta

da Pessoa com Deficiência, foi divulgado pelo Ministério da Educação o número de

pessoas que estão inseridas nas escolas inclusivas, de 2003 a 2014, de 29%

passou para 79%, que significa que ouve um crescimento de 381% no atendimento

de pessoas com deficiência. (AGÊNCIA CNM, 2015).

Ainda segundo Agência CNM e o Ministério da Educação, a política de

inclusão do Brasil também atingiu o Ensino Superior, que registrou um aumento de

475%, passando de 5.078 para 29.221 alunos com deficiências que ingressaram nos

últimos 12 anos.

Assim como houve o crescimento no número de crianças especiais atendidas,

também, teve um aumento significativo na quantidade de recursos distribuídos para

as escolas, conforme publicado pela Agência CNM (2015) são 42 mil escolas

beneficiadas com salas de recursos multifuncionais, aquisição e disponibilização de

2.307 veículos para transporte escolar acessível em 1.541 Municípios e a criação de

30 centros de formação de profissionais, para atender pessoas com surdez e 55

centros de apoio pedagógico às pessoas com deficiência visual.

Foram criados 30 cursos de Letras/Libras que oferecem anualmente 2.250

vagas para formação de professores, tradutores e intérpretes, e disponibilizados 114

títulos em Braile, 383 em Mecdaisy e 13 obras em Libras/Língua Portuguesa.

Estas ações têm apresentado impactos positivos na crescente evolução da

inclusão escolar. Contudo, a expectativa é que o poder público, juntamente com a

sociedade, continue com a máxima atenção sobre essa necessidade, favorecendo o

desenvolvimento de ações que valorizem e fortifiquem a inclusão escolar e social no

país.

1.4 A FAMILIA, A ESCOLA E O PPP – PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

DIANTE DA INCLUSÃO ESCOLAR.

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo declara que perante a lei

“todos somos iguais”, e assegura a todos o acesso e a permanência nas escolas,

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sendo assim as instituições educacionais devem cumprir com os preceitos legais,

assegurando também, a aprendizagem de todos os alunos sem nenhuma distinção,

por mais que estas aleguem que não estão preparadas para receber e trabalhar com

as crianças com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou altas

habilidades.

Segundo Aranha (2004-b), desde 2003 o Brasil através do Ministério da

Educação, assume o compromisso de apoiar os estados e municípios com o

propósito de mudar a realidade escolar brasileira, tornando-as inclusivas,

democráticas e de qualidade.

As diretrizes da educação infantil trás em sua proposta pedagógica, um olhar

diferenciado no trabalho a ser realizado com as crianças na faixa etária de 0 a 5

anos de idade diferentes. Propondo metodologias, estratégias e uma dinâmica de

trabalho que viabilizem o desenvolvimento motor, cognitivo e psicossocial, de todas

as crianças, através dos eixos da interação, brincadeiras, ludicidade, comunicação e

outros favorecendo assim a convivência respeitosa entre os diferentes participantes

de um coletivo social. Afinal, as crianças com deficiência “tem o direito à educação

oferecida em creches e pré-escolas e também ao atendimento educacional

especializado, que pode ser realizado, preferencialmente, na própria escola”.

(ARANHA, 2004-b).

O autor afirma ainda, que as famílias precisam contar com esses

atendimentos nas escolas das suas comunidades, pois quando a família não conta

com os serviços e o apoio necessário, tende a se fechar e a manter a criança em

casa, iniciando um processo de segregação e de exclusão já no contexto familiar.

Neste contexto, a superproteção do filho especial prejudica o seu desenvolvimento

biopsicossocial. A família precisa sentir segurança na instituição a qual vai delegar e

confiar à educação escolar de seu filho especial é importante que encontre apoio e

orientação por parte da equipe gestora e pedagógica.

O PPP – Projeto Político Pedagógico da escola deve assegurar a inclusão do

aluno com deficiência, transtorno global do desenvolvimento, transtorno do espectro

autista ou altas habilidades, em todos os aspectos. Assegurando o acesso, a

permanência e a aprendizagem de todos.

Santos em seu artigo: O Projeto Político Pedagógico, Autonomia e Gestão

Democrática, diz que:

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“A constatação de que a realidade escolar é dinâmica e depende de todos dá força e sentido à elaboração do PPP, entendido não apenas como um mero documento exigido pela burocracia e administração escolar, mas como registro de significados a serem outorgados ao processo de ensino e de aprendizagem, que demanda tomada de decisões e acompanhamento de ações consequentes” (2010, p. 11).

A gestão escolar precisa estar atenta às necessidades de todos os

educandos e, também da equipe pedagógica, para que a inclusão escolar aconteça

com sucesso. A inclusão escolar do aluno com necessidades educacionais especiais

deve constar no PPP, garantindo o atendimento educacional especializado as

crianças com deficiências, transtornos ou altas habilidades, a estrutura física, os

recursos humanos, pedagógicos e as adaptações necessárias para que o processo

de ensino e de aprendizagem aconteça de forma satisfatória.

O PPP deve ser um documento “vivo” no cotidiano escolar, de conhecimento

e acessível a todos, pois é um documento que possui força para transformar a

realidade escolar, em seus mais diversos aspectos. Se após ter sido elaborado pela

comunidade escolar e aprovado pelo Conselho Estadual de Educação for arquivado

pela equipe gestora, o seu conteúdo não terá valia para transformação deste

ambiente e das práticas escolares. Esta atitude servirá para acomodar e validar a

prática pedagógica do profissional que não tem compromisso com a escola que

deve ser de todos, por todos e para todos. Com relação aos aspectos legais do PPP

Santos (2010) diz que:

A exigência legal do PPP está expressa na LDBEN - Lei Nº. 9.394/96 que, em seu artigo 12, define, entre as atribuições de uma escola, a tarefa de "[...] elaborar e executar sua proposta pedagógica", deixando claro que ela precisa fundamentalmente saber o que quer e colocar em execução esse querer, não ficando apenas nas promessas ou nas intenções expostas no papel. (2010, p. 11)

O professor deve participar do processo de elaboração do PPP da sua escola,

decidindo em conjunto o que e como fazer para atender os direitos de aprendizagem

de todos os alunos, respeitando a diversidade existente neste ambiente, garantindo

não somente o acesso e a permanência dos alunos especiais, mas também, a

aprendizagem, conforme os princípios da Política Nacional de Educação Especial na

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perspectiva da Educação Inclusiva, da assegurando uma educação inclusiva de

qualidade.

“A Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação

Inclusiva foi elaborada segundo os preceitos de uma escola em que cada aluno tem

a possibilidade de aprender, a partir de suas aptidões e capacidades, e em que o

conhecimento se constrói (...)” (RAPOLI, Et al., 2010), e assim acreditando que

todos são capazes, que possuem competências e habilidades e, que ao serem

devidamente estimulados e trabalhados despertam para o processo ensino

aprendizagem. Segundo o autor, anteriormente mencionado, a educação inclusiva

torna a escola um espaço de todos, onde os alunos constroem o conhecimento de

acordo com suas capacidades, expressando suas ideias, participando ativamente

das atividades escolares, no convívio diário com outras crianças e jovens,

desenvolvem-se como cidadãos, respeitando suas diferenças.

1.4.1 O Papel do AEE – Atendimento Educacional Especializado em uma

Escola Inclusiva

A inclusão do aluno com necessidades educacionais especiais deve

acontecer em todas as etapas do processo educacional, sendo a ele garantindo,

desde o início deste processo, utilizando os recursos necessários para superar as

barreiras encontradas no processo educacional e desfrutar seus direitos escolares e

sociais, de acordo com os preceitos legais do nosso país.

O Atendimento Educacional Especializado faz parte dos serviços da

educação especial, que consta na Política Nacional de Educação Especial na

Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), que regulariza como função do AEE "[...]

identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade, que

eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas

necessidades específicas" (SEESP/MEC, 2008). A Política Nacional de Educação

Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva esclarece que os alunos público-alvo

da educação especial, são:

I. Alunos com deficiência: aqueles [...] que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais em

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interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

II. Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse grupo alunos com autismo, síndromes do espectro do autismo e psicose infantil.

III. Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse (MEC/SEESP, 2008).

A inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais em salas

de aula do ensino regular, precisa de um olhar diferenciado, de atitudes e mudanças

no meio que escolar que viabilizem o trabalho dos professores e a aprendizagem

dos educandos. A escola, além de ter em seu PPP a estrutura e os recursos

necessários para que a inclusão escolar aconteça, precisa ter em seu corpo docente

professores especializados em educação especial, com conhecimentos específicos

e que desenvolvam o atendimento especializado, pesquisas e praticas pedagógicas

diferenciadas necessárias para a aceitação e a inclusão de todas as crianças com

necessidades educativas especiais. É importante ressaltar que para este processo

ter sucesso é preciso que seja oferecido suporte pedagógico e o apoio

especializado, aos professores das classes comuns.

A partir do momento que a rede de ensino oferece todos os recursos e apoio

necessário, ela também deve proporcionar formação continuada para os

professores. Através destes e de outros tipos de atuação, a educação especial vem

se fortalecendo aos poucos nas escolas comuns e reescrevendo a história

educacional brasileira.

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1.5 EDUCAÇÃO FISICA INCLUSIVA

Quando se pensa em uma abordagem para a Educação Física escolar

inclusiva, sabemos que o trabalho e as orientações, devem ser realizadas por um

profissional licenciado, capacitado e habilitado na área. No Brasil, a Política Nacional

de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva assegura o acesso ao

ensino regular a alunos com deficiência, intelectual, física, auditiva e visual,

garantindo, além do direito a qualidade da aprendizagem, o respeito e a

compreensão das diferenças. (STEINHILBER, 2013) Desta forma a proposta

inclusiva exige que a comunidade escolar tenha um olhar diferenciado sobre a

diversidade e o processo de ensino e de aprendizagem. Segundo Paula, em seu

livro Estratégias pedagógicas para a Educação Física inclusiva:

Ao se propor uma prática inclusiva, é preciso entender que a diversidade é real para que se modifique o modo de olhar o outro. Estamos acostumados a enxergar a pessoa com deficiência identificando-a por sua limitação – quando deveríamos converter a dificuldade em ponto de partida para o desenvolvimento. Outro empecilho que a prática da educação inclusiva enfrenta é a dificuldade em se compreender que a ação da “deficiência” sobre o aluno é sempre secundária: são as barreiras sociais construídas e consolidadas nas interações com o outro que imprimem a marca da capacidade ou incapacidade. (PAULA, 2015, p.01).

Steinhilber (2013) nos lembra que de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases,

nº. 9.394/96, todos os alunos têm direito de participar das aulas da disciplina de

educação física, sendo que é uma matéria obrigatória para toda a educação básica.

Hoje vivemos uma epidemia de obesidade mundial, basicamente provocado

por hábitos nada saudáveis, que atinge tanto as pessoas consideradas “normais”,

como as pessoas com qualquer tipo de deficiência, para tentarmos modificar esses

índices devemos adotar hábitos saudáveis como a prática de atividades física, para

Steinhilber o processo de mudanças deve começar com as crianças, portanto, no

Sistema Educacional Formal e, no presente caso, através da disciplina Educação

Física.

Para o profissional de educação física realizar um bom trabalho é essencial

que ele conheça as limitações de cada aluno, buscar novos conhecimentos para

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estar atendendo aos novos desafios. O professor licenciado deve estar atento há

deficiência do aluno, em quais funções ele necessita de auxilio, como é o seu

desenvolvimento cognitivo e motor e como ele interage com os colegas, para então,

começar a planejar suas aulas, analisando com atenção a metodologia que irá

utilizar promovendo o respeito ás diferenças e o desenvolvimento de todos os

alunos. Em sua prática pedagógica o professor deve ter “um cuidado especial: não

perpetuar práticas que desmereçam o aluno com deficiência, tratando-o, por

exemplo, como um boneco a ser manipulado”. (PAULA, 2015).

Segundo Brito e Lima (2012) todas as crianças independentes das limitações

que possuem, devem ter direito ao desenvolvimento e o profissional de Educação

Física escolar, deve estar atento proporcionando a estes alunos o desenvolvimento

físico, cognitivo, psicomotor e afetivo-social. A disciplina em questão é caracterizada

por escolher os “melhores alunos” para sua prática, sendo que os demais alunos,

aqueles que estão fora do padrão considerado “normal” ficam de fora, dessa forma

Educação Física Adaptada tem como princípio, incluir os alunos com deficiência em

um conjunto de atividades, jogos esportes e exercícios adaptados a sua

necessidade. O profissional de educação física tem conhecimento e competência

para organizar os ambientes para a execução das tarefas, levando em consideração

a individualidade de seus alunos explorando seus conhecimentos e limites físicos. A

Educação Física Adaptada utiliza:

“(...) técnicas, métodos e formas de organizar, que podem ser aplicados ao aluno deficiente, os professores precisam ser criativos para adaptar seus planos de aula analisando o nível de deficiência de seus alunos, para que isso seja eficaz devemos levar em consideração a formação dos professores e, também a mudança em toda a esfera educacional, pois nem toda escola esta pronta para acolher o aluno deficiente. (BRITO e LIMA, 2012,p.04)

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2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Este estudo foi desenvolvido através de pesquisa de revisão bibliográfica e de

campo com levantamento de dados. Na pesquisa bibliográfica foram analisados

livros, artigos acadêmicos e monografias, a pesquisa de campo aconteceu de forma

transversal, considerando os aspectos éticos e morais, com o consentimento do

público-alvo da pesquisa que assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido. A pesquisa de campo teve a finalidade de coletar dados em apenas um

momento, sem acompanhamento posterior, com a aplicação de um questionário ao

público alvo da pesquisa, professores da Escola Municipal Tancredo Neves de Nova

Ubiratã. Trata-se de uma pesquisa quantitativa e qualitativa.

2.1.1 População Público-Alvo

A população público-alvo deste estudo foram os 26 professores da rede

municipal de ensino, que atuam na educação infantil e no ensino fundamental I e II

da Escola Municipal Tancredo Neves do Município de Nova Ubiratã/MT.

2.1.2 Instrumentos de Coletas de Dados

O instrumento utilizado na realização da pesquisa foi um questionário com 11

perguntas, sendo nove perguntas objetivas e duas descritivas. Este questionário foi

elaborado especialmente para este estudo, considerando questões de interesse

desta pesquisa. O questionário foi de auto aplicação, sendo deixado com os

participantes, e recolhido posteriormente.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 ANÁLISES DE DADOS

Analisando os dados mensurados no gráfico é possível observar que 58% dos

participantes responderam que sim, o convívio dos alunos “especiais” com os alunos

considerados “normais” traz benefícios para a aprendizagem e para o seu

desenvolvimento cognitivo, 3% não e 39% creditam que às vezes inclusão traz

alguns benefícios.

Figura 1 - Mostra se os participantes do estudo concordam ou não, que os

alunos “especiais” em contato com os alunos considerados “normais” têm mais

oportunidades de adquirir conhecimentos e desenvolver-se cognitivamente.

Levando em consideração o questionamento, é importante salientar que para

a criança com deficiência a escola é um espaço de muitas possibilidades, pois além

de aprender os conteúdos que compõem o currículo, ela tem a possibilidade de

aprender a colaborar, a expressar suas ideias, de desenvolver autonomia, melhorar

sua autoestima, além de ter seu esforço reconhecido. É necessário acreditar que a

inclusão é possível, que o aluno com deficiência tem potencial e que precisa ter a

sua diferença respeitada para que seu desenvolvimento aconteça.

Segundo Mantoan (2001), para que a inclusão se concretize e a

aprendizagem aconteça, não existem técnicas de ensino específicas, direcionadas

para cada tipo de deficiência. Cabe ao professor considerar as possibilidades de

desenvolvimento de cada aluno, explorando-as e considerando seus limites.

SIM 58% NÃO 3% AS VEZES 39%

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Observando a Figura percebemos que apenas 12% dos professores se

consideram aptos para trabalhar com a inclusão, 15% afirmam que não estão

preparado para atender a esta diversidade e 73% dos participantes responderam

que as vezes se sentem preparados para estar trabalhando com crianças

deficientes.

Figura 2 – Apresenta dados sobre o questionamento: Você se considera um

professor preparado para lidar com esse tipo de aluno?

Para Farias (2009) ensinar é uma tarefa que exige conhecimentos e ter

domínio sobre o desenvolvimento de suas aulas, sobre o conteúdo a ser ensinado.

Com planejamentos bem elaborados, e acima de tudo competência para atender a

diversidade que a eles são confiadas, partindo do cenário de uma escola inclusiva

pressupõe-se a necessidade de uma grande reforma no sistema educacional. Os

professores devem buscar por formação na área, procurando também, por novas

formas de ensinar, garantindo o processo de ensino e de aprendizagem do aluno

com necessidades educativas educacionais.

Estamos conscientes que o desafio colocado aos professores é grande e que parte significativa continua “não preparada” para desenvolver estratégias de ensino diversificado, mas, o aluno com necessidades especiais está na escola, então cabe a cada um, encarar esse desafio de forma a contribuir para que no espaço escolar, aconteçam avanços e transformações, ainda que pequenas, mas que possam propiciar o início de uma inclusão escolar possível. (FARIAS, 2009, p.15)

SIM 12% NÃO 15% AS VEZES 73%

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Nesta Figura percebemos que 54% dos participantes tiveram disciplinas

relacionadas à inclusão, ou seja, em algum momento de sua graduação estudaram

sobre a educação especial ou sobre algumas deficiências específicas, entre elas:

Como Trabalhar com Alunos Portadores de Necessidades Especiais, Educação

Inclusiva, Didática e Práticas de Ensino, Psicologia Escolar Ação Docente e Sala de

Aula, Fundamentos para as Necessidades Educativas Especais e/ou Libras, porém

a maioria, destes participantes, relataram que tiveram apenas a disciplina de Libras

em sua graduação, enquanto os outros 46% não tiveram disciplinas referentes ao

assunto na grade curricular de seu curso.

Figura 3 – Analisa se a graduação dos professores participantes da pesquisa

ofereceu disciplinas específicas sobre a inclusão do aluno com deficiência no ensino

regular.

Paulon [Et al] (2005) relata que “a dificuldade encontrada na formação dos

educadores, quando nos referimos ao trabalho com alunos com necessidades

especiais, é a diversidade sociocultural existente dentro das escolas”

A formação dos professores também ganha destaque entre as demandas mais emergentes para o aprofundamento do processo de inclusão. Existe um consenso de que é imprescindível uma participação mais qualificada dos educadores para o avanço desta importante reforma educacional. O “despreparo dos professores” figura entre os obstáculos mais citados para a educação inclusiva, o qual tem como efeito o estranhamento do educador com aquele sujeito que não está de acordo com “os padrões de ensino e aprendizagem” da escola. (PAULON [Et al], 2005, p.28).

SIM 54% NÃO 46%

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A Figura apresenta que 35% dos participantes tiveram na especialização

disciplinas como: Educação Especial e Inclusiva, Alunos Portadores de Síndromes,

Educação Especial e/ou Inclusão Escolar, Metodologia e Técnica de Ensino e

Aprendizagem aos Transtornos de Aprendizagem e, os demais participantes, um

total de 65% não tiveram nenhuma disciplina relacionada.

Figura 4 – Analisa se a especialização dos participantes ofereceu disciplinas

específicas sobre a inclusão do aluno com deficiência no ensino regular.

Nesta Figura os resultados mostram que 54% dos participantes já fizeram

cursos voltados a inclusão, uma forma de adquirir mais conhecimentos para melhor

atender seus alunos deficientes, enquanto 46% dos participantes não participaram

de nenhum curso nesta área, são dados preocupantes, uma vez que as formações

nesta área são importantes neste novo contexto educacional. .

Figura 5 – Avalia se os participantes já participaram de cursos na área da

inclusão

SIM 35% NÃO 65%

SIM 54% NÃO 46%

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A formação dos professores deve ir além da sua formação inicial, deve ser

contínua, para que tenham condições de proporcionar aos alunos atividades que

favoreçam o seu desenvolvimento integral, sendo capaz de identificar as

necessidades da turma em que leciona. Quando falamos na inclusão de alunos com

deficiências em salas regulares, é preciso ter um vasto conhecimento na área,

mantendo-se sempre atualizado. O professor deve estar em constante

aperfeiçoamento, conhecendo e buscando por novas teorias pedagógicas.

(MARCELO, 2014)

Através dos resultados obtidos, podemos observar nesta Figura que 88% dos

participantes possuem alunos com deficiência, um grande índice de crianças

deficientes inseridas nas salas regulares que necessitam de atendimentos

especializados para que seja proporcionada a eles oportunidade a educação, e 12%

dos docentes não trabalham com alunos especiais.

Neste item os docentes, também relataram qual a deficiência e quais as

estratégias pedagógicas que utilizam em suas aulas com o objetivo de levar a todos

os alunos a participarem das atividades e fazer com que a aprendizagem aconteça.

Figura 6 – Mostra as informações coletadas no questionário: Se o professor

participante já teve algum aluno com deficiência sensorial (auditiva ou visual),

cognitiva, física ou múltipla.

Os docentes relatam que em suas salas trabalham com crianças que

possuem deficiência sensorial, surdez, baixa visão e cegueira, deficiência cognitiva

e, também com alunos que possuem deficiência múltipla, que é caracterizada pela

ocorrência de duas ou mais deficiência simultâneas. Com estas limitações eles

SIM 88% NÃO 12%

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precisam de mais tempo ou de recursos diferenciados para que o processo de

ensino e de aprendizagem e a interação ocorram. Recursos como a ampliação de

caracteres, para o deficiente visual, mimicas, imagens, jogos educativos e o

intérprete de Libras – Língua Brasileira de Sinais para viabilizar a comunicação com

o surdo, atividades que desenvolvam a psicomotricidade, memorização, jogos

pedagógicos, dinâmicas em grupo e atividades com músicas para facilitar a

aprendizagem do aluno com deficiência cognitiva ou múltipla.

Na Figura 7 os resultados encontrados nos mostram que 73% dos

participantes buscam por informações na área da educação inclusiva em diferentes

meios e os demais 27% não. 73% dos professores participantes relataram que

utilizam a internet à procura de sites especializados, livros na busca por estratégias

e recursos para atender melhor seus alunos especiais.

Explicam também que quando surgem dúvidas recorrem à professora da sala

de recursos multifuncionais, sendo sempre bem atendidos e as dúvidas são

sanadas. Relatam a carência de cursos oferecidos pela Secretaria de Educação

voltados para a educação inclusiva, a formação continuada oferecida nem sempre

atende as reais necessidades.

Figura 7 – Apresenta dados em relação aos professores buscarem por

conhecimentos adicionais relacionados à educação inclusiva, como sites

especializados de educação inclusiva, livros, revistas, etc...

SIM 73% NÃO 27%

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Na Figura 8 – observa-se que 92% dos participantes concordam que a escola

onde atuam trabalha de forma positiva com a educação inclusiva enquanto 8% não

há consideram uma escola inclusiva.

Figura 8 – Analisa se a escola onde os professores trabalham, atua

positivamente com o processo de inclusão.

Segundo Aranha, (2004-a) a direção da escola tem um papel fundamental (...)

com a responsabilidade de mobilizar toda a equipe pedagógica e se colocar

positivamente frente à inclusão, sendo dinâmica, comprometida e motivadora para

ter a participação de toda a sociedade, certos de que com a participação da família e

da comunidade em geral, fortalece a segurança e faz com que a escola caminhe na

direção de cumprir com sua missão.

A educação tem, nesse cenário, papel fundamental, sendo a escola o espaço no qual se deve favorecer, a todos os cidadãos, o acesso ao conhecimento e o desenvolvimento de competências, ou seja, a possibilidade de apreensão do conhecimento historicamente produzido pela humanidade e de sua utilização no exercício efetivo da cidadania. (ARANHA, 2004-b, p.07).

Na Figura 9, os resultados obtidos nesta questão mostram que 96% dos

professores que participaram desta pesquisa sabem que a escola onde trabalham

possui uma sala de recursos multifuncionais enquanto 4% não. A relação do

professor do ensino regular com o professor da sala de AEE é muito importante para

que o desenvolvimento do aluno com deficiência ou transtorno, seja acompanhado

de maneira adequada. A observação, análise e avaliação do seu desempenho e dos

SIM 92% NÃO 8%

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recursos pedagógicos e/ou tecnológicos adaptados a sua necessidade deve ser

constante, por todos os envolvidos nesse processo.

Figura 9 – Analisa se a escola onde os professores atuam possui sala de

recursos multifuncionais.

O AEE complementa e/ou suplementa a formação do aluno, visando a sua autonomia na escola e fora dela, constituindo oferta obrigatória pelos sistemas de ensino. É realizado, de preferência, nas escolas comuns, em um espaço físico denominado Sala de Recursos Multifuncionais. Portanto, é parte integrante do projeto político

pedagógico da escola. (ROPOLI, E.A [Et al.],2010, p.17).

As salas de recursos multifuncionais tem um papel fundamental na inclusão

do aluno com deficiência que necessita do atendimento educacional especializado, é

importante que os professores do ensino regular e do AEE trabalhem juntos,

planejando, trocando informações e pesquisando por recursos, metodologias e

estratégias que viabilizem a inclusão. As salas de recursos multifuncionais são

necessárias neste processo, pois possuem equipamentos tecnológicos, tecnologia

assistiva (TA) e materiais pedagógicos específicos para a aprendizagem dos alunos

especiais.

Nesta Figura 96% dos participantes relatam que nunca presenciaram nenhum

tipo de preconceito em suas aulas, enquanto os 4% restantes já presenciaram.

Através dessa informação é possível analisar a aceitação da inclusão do aluno

especial, por parte dos professores e colegas de sala de aula, assim como por toda

a comunidade escolar. As pessoas em seus grupos sociais formam ideias e

SIM 96% NÃO 4%

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representações individuais, através das relações que estabelecem e de suas

crenças. Desta forma, as ideias preconizadas, os conceitos edificados e os valores

morais e éticos considerados constituídos como verdades, favorecem a aceitação do

outro com suas diferenças, como ser único e capaz.

. Figura 10 – Avalia se os professores já presenciaram algum tipo de

preconceito ou exclusão em suas salas de aula.

A sociedade tem mudado a sua forma de ver e de pensar sobre a criança com

deficiência e como consequência a forma de agir. As unidades educacionais tem um

papel importante na construção de um sistema educacional inclusivo, assegurando

as crianças com deficiências ou transtornos a possibilidade de conviver na

sociedade. A convivência com a diversidade escolar proporciona a todos os alunos a

possibilidade de desenvolvimento educacional, superando séculos de sofrimentos

provocados pela exclusão e pelo preconceito.

Na questão 11 foi solicitado aos professores que citassem algumas

dificuldades e facilidades que enfrentaram ou enfrentam durante o processo de

inclusão do aluno com deficiência durante as aulas.

Os participantes citaram que as dificuldades mais frequentes são a falta de

habilidade e conhecimento na área, falta de materiais pedagógicos, a sala de aula

comum superlotada e sem a presença de uma professora especializada para

acompanhar estes alunos, sendo difícil acompanhar o desenvolvimento da

aprendizagem do aluno com deficiência mesmo com o planejamento de atividades

adaptadas. Os alunos especiais precisam de mais atenção e por isso muitas vezes

não conseguem atendê-los como deveria.

NÃO 96% SIM 4%

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Com relação às facilidades os professores citam que quando conhecem o

aluno fica mais fácil, que a escola sempre é muito participativa e tenta oferecer

recursos para facilitar o trabalho diário com os alunos deficientes, que o auxilio em

sala de aula de uma professora para acompanhar estes educandos facilita o

trabalho e, que o apoio da professora da sala de recursos multifuncionais é muito

importante.

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CONCLUSÃO

Partindo do cenário analisado é possível afirmar que o sistema educacional

inclusivo, que a nova escola organizada e voltada para a educação inclusiva, uma

escola onde a diferença é aceita, onde o aluno especial tem os seus direitos ao

acesso, permanência e aprendizagem respeitados, ainda não esta totalmente

estruturada. Apesar dos docentes responderem que crianças especiais em contato

com crianças consideradas “normais” têm grandes possibilidades de se

desenvolverem cognitiva, emocional, psicológica e socialmente, nem todos os

professores estão preparados para atender a essa demanda.

Os professores que participaram da pesquisa afirmam que mesmo tendo

disciplinas voltadas a educação especial e/ou inclusiva na graduação ou na pós-

graduação, não estão suficientemente aptos para atender a demanda de alunos que

estão inseridos ou fazem parte de um sistema educacional inclusivo. Sendo

necessário que procurem por recursos adicionais, como pesquisas em sites

direcionados a inclusão, livros ou revistas que tratam especificamente do tema.

Considerando que 88% dos participantes já trabalharam ou trabalham com alunos

com deficiência sensorial (auditiva ou visual), cognitiva, física ou múltipla, que

utilizam recursos, estratégias e métodos diferenciados, como jogos educativos,

materiais impressos com caracteres ampliados ou táteis.

Apesar da grande dificuldade encontrada pelos docentes, percebem-se

atitudes positivas que partem do MEC – Ministério da Educação, Secretarias

Estaduais e Municipais de Educação e da equipe gestora das unidades escolares,

em prol de um sistema educacional inclusivo de sucesso. Uma escola inclusiva deve

considerar as diferenças e trabalhar com elas no contexto educacional,

proporcionando a escolarização de todos.

A inclusão é um movimento amplo que leva em consideração as

necessidades educativas especiais de todos os educandos, o papel dos professores

em uma escola inclusiva é muito importante. Além do mais, a inclusão pede que a

escola repense sua função, pois adaptações físicas e pedagógicas são importantes

e necessárias, mas não garantirão a aprendizagem de todos com equidade e

respeito. Precisamos compreender como aprendem e percebem o mundo a sua

volta, como se relacionam consigo e com as pessoas a sua volta, para então

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entender como podemos contribuir para o seu desenvolvimento, considerando suas

diferenças.

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