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ARQUITETURA AÇO ARQUITETURA AÇO & Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 44 dezembro de 2015 Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 44 dezembro de 2015 CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO E LOGíSTICA LEVEZA, FLEXIBILIDADE E VELOCIDADE CONSTRUTIVA FAZEM DO AÇO UM ALIADO ESSENCIAL PARA ESTE SETOR CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO E LOGíSTICA LEVEZA, FLEXIBILIDADE E VELOCIDADE CONSTRUTIVA FAZEM DO AÇO UM ALIADO ESSENCIAL PARA ESTE SETOR

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ARQUITETURA AÇOARQUITETURA AÇO&Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 44 dezembro de 2015Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 44 dezembro de 2015

CENTROS DE DISTRIBUIÇÃO E LOGíSTICALEvEzA, FLExIBILIDADE E vELOCIDADE CONSTRUTIvA

FAzEm DO AÇO Um ALIADO ESSENCIAL pARA ESTE SETOR

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www.cbca-acobrasil.org.brAcesse o site

e descubra tudo que o CBCA tem a oferecer!

O Centro Brasileiro da Construção em Aço – CBCA, entidade sem fins lucrativos gerida pelo Instituto Aço Brasil, procura ampliar e promover a participação da construção em aço no mercado nacional por meio de ações de incentivo ao conhecimento, divulgação, normalização e apoio tecnológico. Conheça o CBCA!

Principais ações do CBCA

Cursos online e presenciais

Desenvolvimento de material técnico e didático, como as videoaulas e manuais da construção em aço, disponibilizados gratuitamente em seu site

Pesquisas anuais junto às principais empresas do setor, traçando um panorama da evolução e expectativas para o futuro desse sistema no país;

Promoção de palestras e Road Shows gratuitos por diversas cidades brasileiras

Realização do Concurso CBCA para Estudantes de Arquitetura, que anualmente incentiva a investigação das possibilidades da construção em aço e a manifestação criativa de alunos de arquitetura de todo o Brasil

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editorial

A logística é uma atividade estratégica, essencial para a competitividade em diversos setores de negócios e, até mesmo, à produtividade do sistema econômico com um todo. O investimento em modernos e bem planejados centros de distribuição é crescente, com novos projetos surgindo por todo o país. Normalmente, tratam-se de galpões de grandes dimensões, cuidadosamente planejados para garantir produtividade e qualidade às operações. Também são muito valorizadas a facilidade para receber ampliações futuras e a rapidez na execução da obra. Afinal, especialmente neste segmento, vale a máxima: tempo é dinheiro! A construção em aço, por suas características, surge como uma solução eficaz e que oferece enormes vantagens aos projetos de centros de distribuição e logística. O aço é reconhecido por sua leveza e capacidade de vencer grandes vãos, contribuindo para libe-rar espaços e para assegurar maior flexibilidade à modulação das plantas. A velocidade construtiva que caracteriza as obras em aço, com processos bem planejados, proporcio-nando redução dos desperdícios e da geração de entulho, também estão entre as razões que favorecem o uso do material nesses empreendimentos. Os casos que selecionamos para esta edição de A&A exploram diferentes soluções de projeto. Contudo, um aspecto merece destaque: a adoção generalizada do aço para rea-lizar as estruturas das coberturas dos galpões, em um claro reconhecimento dos profis-sionais quanto aos benefícios obtidos com a redução da carga estrutural e agilidade na montagem destas coberturas.Em alguns casos, como no centro logístico da rede de farmácias Pague Menos, na dis-tribuidora Atende ou no enorme condomínio GLP Guarulhos, o aço foi adotado para todas as estruturas das edificações, além de aparecer nas coberturas e fechamentos. Em outros, como no empreendimento da Prologis, a opção foi por uma estrutura híbrida, com pilares em aço e em concreto atuando em conjunto para sustentar a cobertura em aço. São muitas as soluções interessantes, como na Mahle, nos Correios, ou ainda, no engenhoso sistema autoportante adotado no centro de distribuição da Adimax.Para conhecer mais sobre as demandas específicas e tendências nos projetos dessa tipologia, entrevistamos o arquiteto Alcindo Dell’Agnese, com larga experiência no seg-mento. Do exterior, trazemos um projeto premiado pelo design inovador, realizado para a empresa americana Dollar General. Os casos apresentados e, especialmente, a grande quantidade de projetos em execução em todas as regiões do país, nos revelam um segmento bastante dinâmico, com um amplo campo de oportunidades para a construção em aço.Boa leitura!

AÇO: ALIADO INDISPENSÁVEL

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sumário

Foto da capa: centro de distribuição da Mahle,

Limeira, SP

Arquitetura & Aço nº 44dezembro 2015

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ENDEREÇOS 36

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04. Pague Menos, Hidrolândia, GO: estrutura, fechamentos e cobertura em aço garantem a construção de um

centro completamente desmontável 08. Mahle, Limeira, SP: vigas metálicas vencem vãos de até 30 m em centro de

distribuição de peças automotivas 12. Atende, Ribeirão das Neves, MG: construído em aço para a distribuição de

produtos congelados 16. Center Anel Viracopos, Indaiatuba, SP: um projeto para os Correios 20. Prologis

CCP Industrial Park, Cajamar, SP: aço contribui para atender aos padrões internacionais da empresa de operações

logísticas 22. Entrevista: Alcindo Dell’Agnese Filho, da AD Arquitetos Associados, fala sobre o uso do aço em centros

de distribuição 25. GLP Global, Guarulhos, SP: condomínio com 290.000 m2 de área tem unidades executadas em

apenas cinco meses 28. Adimax, Salto de Pirapora, SP: solução autoportante em aço 30. Dollar General,

Bessemer, EUA: projeto premiado adota design inovador, onde se destaca uma grande passarela em aço

12.

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Construído em apenas um ano, e totalmente desmontável, centro de distribuição da rede

Pague Menos, conta com estrutura, fechamentos e cobertura em aço

galpão Reciclável

No primeiro semestre de 2014, a rede de farmácias Pague Menos colocou em operação o seu mais novo centro de distribuição, na cidade de Hidrolândia, em Goiás. O empre-endimento, um dos maiores do varejo farma-cêutico na América Latina, tem 20 mil m2

de área construída e foi concebido com as estruturas e fechamentos em aço. “Optamos pela solução metálica porque queríamos que o edifício fosse inteiramente reciclá-vel e, também, que o mesmo ficasse pron-

to rapidamente para atender à demanda do cliente. A obra, aliás, ficou pronta em um ano”, explica o arquiteto responsável pelo projeto, Luiz Deusdara, do escritório LDBW – Luiz Deusdara Building Workshop. “Quase não utilizamos concreto na edifica-ção. O centro é completamente desmontá-vel”, completa.

O centro de distribuição tem pé-direito livre de 12,2 m para armazenagem. Os pilares de aço, em perfis I, foram distribuídos confor-

Acima, a inclinação do fechamento vertical em aço serve de cobertura para o estacionamento local

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me a modulação da cobertura. De acordo com a Marko, fornecedora da estrutura e dos fecha-mentos em aço, o projeto previu vãos de 28 m. “Queríamos o mínimo possível de pilares para garantir a distribuição mais eficaz dos corre-dores de abastecimento”, define Deusdara.

O fechamento lateral da área de chegada e expedição de mercadorias também surge como um outro destaque. “Criamos uma marquise para proteger os caminhões nas docas. Contudo, queríamos que ela estivesse

Centro de distribuição tem pé-direito livre de 12,2 m para armazenagem e pilares

metálicos, em perfis I, distribuídos conforme a modulação da cobertura. O projeto previu

vãos de 28 m entre as colunas

Localizado às margens da rodovia BR-153, em Hidrolândia (GO), empreendimento que

ocupa 20 mil m² de área construída foi montado em apenas 90 dias

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incorporada à edificação, e que não fosse ape-nas um elemento externo. Então, optamos por um fechamento vertical inclinado para fora, para criar uma cobertura integrada ao centro de distribuição”, aponta Deusdara.

O fechamento inclinado abre a visão da área de escritórios para a parte externa do centro de distribuição e também funciona como cobertura para os veículos.

Na obra, foram empregadas cerca de 867 toneladas de aço galvanizado e, em alguns pontos, pré-pintado. “A cobertura conta com revestimento de telhas com tratamento ter-moacústico, com lã de vidro. No lado interno, uma pintura especial, em várias camadas à base de epóxi, evita a proliferação de micro--organismos”, detalha Deusdara.

Detalhes do projetoO centro de distribuição da Pague Menos fica às margens da Rodovia BR-153 e ocupa uma

Cobertura do centro de distribuição recebeu telhas de aço com revestimento termoacústico

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> Projeto arquitetônico: LDBW – Luiz Deusdara Building Workshop

> área construída: 19.856 m²

> Aço empregado: estrutura da cobertura - aço estrutural zincado por imersão a quente NBR 7008 ZAR 345, fechamento lateral - aço zincado por imersão a quente NBR 7008 ZC

> volume de aço: 867,85 t

> Projeto estrutural: Marko Sistemas Metálicos

> Fornecimento da estrutura de aço: Marko Sistemas Metálicos

> execução da obra: Avicon

> local: Hidrolândia, GO

> Data do projeto: 2012-2013

> conclusão da obra: 2013

área total de 160 mil m2. A área de escritó-rios tem fachada envidraçada, voltada para a rodovia. Como se trata de um empreendi-mento para armazenagem de medicamen-tos, foram necessários cuidados especiais. “No pavimento, previsto para suportar até 6 toneladas por metro quadrado, aplicamos microfibras no concreto para evitar possí-veis microfissuras, que pudessem favorecer o aparecimento de fungos e bactérias”, aponta o arquiteto.

Um esquema de ventilação cruzada e mecânica também foi idealizado para man-ter a temperatura controlada. “Conseguimos efetuar nove trocas do volume total de ar do centro a cada hora”, afirma o profissional.

Conforme recorda a arquiteta Anna Walyria Bessa, do LDBW, o terreno apresen-tava declividade acentuada e formação geo-lógica rochosa. “Foi necessário usar dinamite para fazer a regularização”, explica. Sobre o

leito rochoso, foram executadas fundações diretas. Em relação às áreas abertas, o proje-to paisagístico incluiu plantas arbustivas da região e forração gramínea – as árvores de grande porte foram evitadas para permitir uma ampla visão do centro de distribuição a partir da rodovia.

O complexo conta com estação de trata-mento de resíduos sólidos e reaproveitamento de água, sendo inteiramente iluminado com lâmpadas de LED. Com sistemas de armaze-nagem robotizados e interligação on-line com as farmácias da rede, o centro de distribuição abastece as regiões Centro-Oeste, Sul, Sudeste e parte da região Norte.

“Sou entusiasta da construção em aço, o qual fazemos uso intenso em nossos projetos”, conclui Deusdara. De acordo com a Marko, entre o recebimento do material e a fase de arremates finais, o processo de montagem levou apenas 90 dias. (e.C.L.) M

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Vigas em aço vencem vãos de até 30 m, contribuindo

para maximizar o espaço livre no galpão e viabilizar a

conclusão do empreendimento em apenas um ano

UM CENTRO COMPLETO

Inaugurado no munIcípIo de LImeIra, no interior de São Paulo, em 2014, o centro de distribuição da Mahle, empresa especializada na fabricação de peças automotivas, chama a atenção por sua leveza e design longitudinal.

O empreendimento, que ocupa 35 mil m2 de área cons- truída em um terreno de 150 mil m2, foi projetado pela equipe do escritório Loeb Capote Arquitetura e Urbanismo com três volumes compactos e modulares para abrigar o galpão desti-nado às operações logísticas da marca, além de áreas adminis-trativa, vestiários e um refeitório.

O edifício administrativo está situado bem à frente do empreendimento, com grande destaque visual. Contudo, é no galpão destinado às operações logísticas da marca que encon-tramos as soluções mais interessantes do projeto. "Tivemos de adaptar a implantação do galpão no terreno para melhorar o acesso ao mesmo a partir da rodovia, em função da existência de um desnível de 5 m", conta o arquiteto Luis Capote. Ele des-taca, ainda, que o cliente solicitou que o pé-direito nos galpões tivesse altura elevada para 14 m, quando estavam previstos 12 m no projeto inicial.

O edifício do centro de logística foi projetado com uma cobertura metálica que traz, na estrutura, vigas de aço de alma cheia, com aproximadamente 1,5m de altura, para vencer vãos de até 30 m. Acima destas, treliças espaciais de aço servem de apoio para as telhas termoacústicas do tipo sanduíche que complementam o telhado. O uso do aço proporcionou maior leveza ao conjunto, permitindo reduzir a seção dos pilares de concreto adotados para a sustentação.

Os cerca de 30 mil m² de área construída – sendo 18 mil destinados às câmaras frias – comportam 20 mil paletes e são cobertos com telhas metálicas zipadas, que proporcionam melhores condições de estanqueidade

Sustentada por tirantes,as marquises vencem um balanço de mais de 15 m de comprimento

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“Um armazém desse tipo exige a menor quantidade de pilares possível para liberar o tráfego interno das empilha-deiras. Além disso, em função do tamanho do vão, tivemos de procurar, junto ao fornecedor da estrutura metálica, uma solução modulada mais apropriada para o projeto, mas que não impactasse tanto nos custos finais da obra.”

Nas laterais, o galpão de armazenamento possui fecha-mentos de aço na parte superior, próximo à cobertura, e vene-zianas plásticas próximas ao solo, que permitem a entrada de iluminação natural no interior do edifício.

Na área das docas, por sua vez, grandes vigas de aço compõem uma cobertura em balanço para proteger os cami-nhões das intempéries climáticas, nos processos de carga e descarga de mercadorias. “Sustentadas por tirantes inclina-dos, as marquises vencem um balanço considerável, com mais de 15 m de comprimento”, detalha Capote, que ressalta as vantagens do aço nesse tipo de obra. “A estrutura metálica foi ideal para vencer o grande vão do galpão e também para atender às necessidades do projeto quanto ao fechamento e à cobertura do mesmo. Como também precisávamos cum-prir um cronograma bem enxuto, o aço acabou nos ajudan-do nessa tarefa ao viabilizar uma montagem mais rápida, precisa e sem desperdícios em todo o empreendimento. A construção do centro de distribuição da Mahle ficou pronta em apenas um ano.” (e.Q.) M

O prédio apresenta cobertura metálica e fechamento lateral

em aço, com chapas perfuradas na face noroeste, que protegem

os postos de trabalho da incidência solar. Na foto ao lado,

na área das docas, vigas em aço viabilizam uma cobertura

metálica em balanço com mais de 15 m de comprimento

> Projeto arquitetônico: Loeb Capote Arquitetura e Urbanismo

> Área construída: 35 mil m²

> Fornecimento da estrutura de aço: Medabil

> Execução da obra: Construcione Engenharia e Construções

> Local: Limeira, SP

> Data do projeto: 2012-2014

> Conclusão da obra: 2014

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Construção em aço foi a alternativa mais rápida e a melhor para

viabilizar centro de distribuição para produtos congelados

cÂmaras frias

Construir em um Curto prazo um complexo para a distribuição de produtos con-gelados e refrigerados foi o desafio da MMGB Engenharia e Arquitetura ao projetar o Centro de Armazenamento e Distribuição da Atende Empreendimentos, em Minas Gerais.

No centro logístico, localizado no município de Ribeirão das Neves, a cerca de 40 km da capi-tal Belo Horizonte, tanto as estruturas como os fechamentos e cobertura do edifício foram

executados em aço. Segundo a arquiteta Mary Jeanne Cabral, da MMGB Engenharia e Arquite-tura e que responde pelo projeto, o aço mostrou ser a opção mais atraente para o empreendi-mento justamente por permitir uma rápida execução e montagem. “A Atende necessitava de um centro de armazenamento e distribuição para a locação com urgência, pois 50% da área já estava negociada com uma grande empresa de produtos congelados”, revela a arquiteta.

Os cerca de 30 mil m² de área construída – sendo 18 mil destinados às câmaras frias – comportam 20 mil paletes e são cobertos com telhas metálicas zipadas, que proporcionam melhores condições de estanqueidade

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Mas esse não foi o único motivo para o uso do aço no centro de distribuição, que ocupa 30 mil m2 de área construída, com pé-direito de 14 m, tem 18 mil m2 de câmaras frigoríficas e contempla 20 mil posições-palete. Segun-do Mary Jeanne, o custo total de construção também foi um fator importante no proces-so de escolha, assim como a quantidade de trabalhadores envolvidos e o fato de o aço oferecer um sistema construtivo completo. “Comparações realizadas na época da con-tratação do projeto revelaram vantagens competitivas para a solução em aço frente às demais opções. Naquele momento, o aço foi a alternativa mais atraente”, afirma a pro-fissional, que garante que também houve um entendimento, por parte da equipe de gerenciamento, de que contar com um sis-tema completo era uma opção mais interes-sante por proporcionar facilidade de negocia-ção, redução de custos e agilidade logística.

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> Projeto arquitetônico: MMGB Engenharia e Arquitetura

> Área construída: 26.600 m²

> aço empregado: chapas, perfis e cantoneiras ASTM A36; perfis laminados ASTM A572; perfis galvanizados ZAR 345; barras redondas SAE 1010/1020

> Volume de aço: 1,5 mil t

> Projeto e montagem da estrutura: Pórtico Construções Metálicas

> Fornecimento da estrutura de aço: Pórtico Construções Metálicas

> Execução da obra: MCA Engenharia Ltda.

> Local: Ribeirão das Neves, MG

> Data do projeto: 2011

> conclusão da obra: 2012

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Montagem racionalPara a obra da Atende, localizada às margens da BR-040, foi essencial a agilidade e facili-dade na montagem das estruturas e fecha-mentos.Segundo a arquiteta, as estruturas em aço industrializadas chegaram em cami-nhões vindos da Região Metropolitana de Belo Horizonte e, já no canteiro, foram içadas com a ajuda de guindastes, gruas e platafor-mas metálicas, sem demora. Um diferencial na construção foi não utilizar procedimentos de solda in loco. Toda a estrutura de sustenta-ção do galpão logístico foi parafusada, o que conferiu mais agilidade e segurança à etapa de montagem.

O fechamento dos painéis frigoríficos e da maior parte das fachadas, assim como as testeiras, foi feito em telhas de aço com iso-lamento térmico em poliuretano. Apenas as

Os elementos em aço que compõem a estrutura foram montados com facilidade assim que chegaram ao canteiro, sendo apenas parafusados, sem nenhum procedimento de soldagem no local da obra

áreas de apoio e administrativa receberam alvenaria de bloco de concreto. Na lateral, os painéis usados no fechamento foram ideali-zados em estrutura metálica auxiliar, fixada na principal a partir dos contraventamentos.

Já na cobertura, por sua vez, a opção foi por telhas de aço galvanizadas zipadas e pin-tadas na cor branca. Elas possuem isolamento termo-acústico e são sustentadas por terças de aço. “A telha zipada tem garantia supe-rior de estanqueidade e necessita de menor inclinação por ser contínua e perfilada in loco. Afinal, estamos falando de um telhado de 20 mil m2”, diz Mary Jeanne.

Para proteger a estrutura da ação do fogo, uma pintura intumescente foi adotada nos pilares e vigas, conforme determinam as nor-mas de segurança. (B.L.) M

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Centro logístico dos Correios, em Indaiatuba (SP), recebe aço

na cobertura e nos fechamentos laterais para conferir mais

velocidade à obra, que foi concluída em apenas oito meses

ENTREGA RÁPIDA

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Racionalidade, flexibilidade e veloci-dade na execução deveriam ser as premissas fundamentais no projeto do novo centro logís-tico dos Correios, encomendado à Paulo Bruna Arquitetos Associados. Assim, para erguer as instalações do Center Anel Viracopos, que ocupa 45.250 m2 de área construída, em Indaiatuba, no Estado de São Paulo, o aço foi um importante aliado, possibilitando realizar as obras em apenas oito meses.

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Abaixo, na fachada, as docas de recebimento têm marquises metálicas atirantadas. No detalhe, em amarelo, estrutura em aço ajuda na sustentação do núcleo de utilidades da empresa

Segundo Paulo Bruna, diretor do escritó-rio de arquitetura responsável pelo projeto, a necessidade por um material que ajudasse a cumprir o cronograma do cliente e, que tam-bém permitisse vencer grandes vãos, é que acabou norteando a escolha dos profissionais. “Em função do custo-benefício, optamos por utilizar pilares em concreto pré-moldado, montados em blocos de fundação [cálices] e pelo uso do aço em todas as demais estruturas;

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18 &ARQUITETURA AÇO

especialmente, precisávamos do aço para vencer grandes vãos de até 24 m2, diz Bruna.

“O cliente necessitava de uma área coberta de aproximadamente 35 mil m2 com grande flexibilidade para acomodar prateleiras porta--paletes com o uso de empilhadeiras, além de máquinas de grande porte.”

No condomínio logístico, totalmente clima-tizado para receber as máquinas de distribuição automatizadas dos Correios, foram utilizadas mil toneladas de aço.

Na estrutura principal da cobertura, vigas em aço de seção variável, compostas por chapa de aço soldadas, são os destaques vencendo

vãos de até 22,5 m. Sobre essas vigas se apoia a estrutura secundária formada por treliças, segundo a Medabil, empresa responsável pelo beneficiamento do aço. As vigas da estrutura principal foram protegidas contra a corrosão atmosférica, com pintura eletrostática a pó, na cor branca, sendo as secundárias fabricadas com chapa zincada em cor natural.

"Utilizamos vigas maciças de seção variá-vel, com perfis soldados em fábrica, e ter-ças em treliças espaciais. As terças foram executadas com perfis de chapas perfiladas montados na obra, sendo, posteriormente, içados à sua posição final. As demais peças

Acima e em amarelo marquise metálica serve de abrigo para os funcionários que aguardam o transporte. Mais ao fundo, dois grandes núcleos projetados em aço, com estrutura e fechamentos metálicos, marcam as áreas de escadas e elevadores do empreendimento

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> Projeto arquitetônico: Paulo Bruna Arquitetos Associados

> Área construída: 42.250 m²

> Aço empregado: perfis laminados ASTM A572 GR50, perfis soldados aço estrutural com LE=350 MPa e aço zincado a quente ZAR345 – Z275

> Volume de aço: 1.006 t

> Projeto estrutural: Modus Engenharia

> Fornecimento da estrutura de aço: Medabil

> Execução da obra: Racional Engenharia

> Local: Indaiatuba, SP

> Data do projeto: 2013-2014

> Conclusão da obra: 2014

dos núcleos, escadas e marquises, por sua vez, foram fabricadas e apenas montadas no local”, detalha Bruna.

Fachada em destaqueExternamente, o centro logístico dos Correios tem a fachada em concreto pré-fabricado e em painéis de aço com isolamento em poliiso-cianurato. As tecnologias adotadas, segundo Bruna, favoreceram não só o custo-benefício da obra, mas também permitiram a adoção de uma linguagem arquitetônica elegante e operacional. “O edifício, que ficou pronto em 2014, deveria ser extremamente funcio-nal, sem grandes custos de manutenção e fácil expansão. O projeto já deveria trazer a previsão para uma futura expansão de mais 16 mil m2 de galpão, e por isso optamos por um layout mais padronizado, que fugisse de estilos ou modismos, para evitar que a obra ficasse datada. Queríamos um edifício que envelhecesse bem e, para isso, contamos com a plasticidade dos materiais e composições simples na fachada”, diz Bruna.

Além da distribuição, uma grande área de escritórios se fez necessária no empreendi-mento. Os escritórios foram idealizados com vista para os galpões de distribuição, a partir da mesma tecnologia pré-fabricada adotada na fachada. “O design foi norteado pela plas-ticidade dos materiais e técnicas construtivas. Priorizamos a pré-fabricação associada à estru-tura metálica”, detalha Bruna, que relembra o principal desafio do projeto: “a conformação do terreno em frente à Rodovia Santos Dumont e com lateral secundária para a via municipal de acesso à Helvécia foi o nosso grande desafio. A saída da rodovia tem um pedágio e o acesso ao centro logístico, sem passar pelo pedágio, foi uma das maiores dificuldades deste projeto. Tivemos de projetar um acesso diferente para resolver o problema.”

Segundo os autores, no final o empreen-dimento agradou tanto o cliente que os Cor-reios acabaram seguindo a mesma linha na construção de outros centros de distribuição da empresa. (e.Q.) M

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Com aço nos pilares, cobertura e fechamentos, empreendimento foi projetado para

seguir os padrões internacionais da empresa especializada em operações logísticas

padrão global

Projetar as instalações de um empreen- dimento que serviria como uma espécie de cartão de apresentação da empresa, para marcar a chegada no mercado brasileiro. Este foi o desafio da equipe de arquitetura do Athié|Wohnrath Arquitetos Associados na concepção do primeiro centro de logística implantado pela Prologis no Brasil.

O cliente, uma empresa com atuação glo-bal na área de infraestrutura para operações logísticas, iniciava suas operações no país e buscava um diferencial de mercado baseado

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em um projeto de arquitetura e engenharia que representasse os seus padrões de quali-dade aplicados internacionalmente. “Traba-lhamos para otimizar, por meio de sistemas construtivos nacionais, os diferenciais de ocu-pação e a disponibilização de espaços para as operações de logística, como os vãos entre pilares e a altura livre para estocagem, além de garantir sistemas de ventilação e ilumina-ção natural aos galpões”, explica Rosa Pezzini, diretora de arquitetura da Athié|Wohnrath Arquitetos Associados.

> Projeto arquitetônico: Athié|Wohnrath Arquitetos Associados LTDA

> Área construída: 115 mil m²

> aço empregado: vigas soldadas com aço estrutural LE=300 MPa e perfis laminados ASTM A572 GR50 e ASTM A36

> Volume de aço: 1.550 t

> Projeto estrutural: Vendramini Engenharia Ltda

> Fornecimento da estrutura de aço: Bemo do Brasil

> Execução da obra: Libercon Engenharia

> local: Cajamar, SP

> Data do projeto: 2009-2010

> Conclusão da obra: 2011

Acima, o aço marca o design da portaria central e confere identidade ao projeto. A cobertura trapezoidal calandrada, em formato curvo, tem pé-direito de 6 m

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Empreendimentofoi executado apartir de estruturas híbridas, e aço nas telhas e estrutura das coberturas

Identidade reforçadaO Prologis CCP Cajamar Industrial Park ocupa 115 mil m2 de área construída nas imediações da Rodovia Anhanguera e do Rodoanel Mário Covas, em São Paulo. A proposta de criar uma identidade visual para o empreendimento fica evidente logo na entrada do condomínio, onde uma cobertura curva, feita em aço, con-figura a portaria central. O formato curvo, que facilita a passagem de caminhões, se repete, ainda, em outras coberturas no interior do centro de logístico.

No projeto, idealizado para seguir os padrões e conceitos da Prologis norte-ame-ricana, a opção pelo uso do aço foi essencial para garantir agilidade na fase de construção – a obra foi entregue em apenas 11 meses – e assegurar maior flexibilidade na modulação do espaço.

Executados com estrutura híbrida, os gal-pões receberam estrutura de aço na cobertu-

ra, onde vigas de alma cheia em aço vencem vãos de até 25 m. O material aparece, ainda, na estrutura secundária da cobertura e nos fechamentos dos galpões.

“A concepção da estrutura, integrando o aço e o concreto, permitiu reduzir custos. As peças em aço foram detalhadamente estuda-das para eliminar perdas na produção e maxi-mizar o resultado de sua performance”, infor-ma a arquiteta Rosa, que vai além: “Optamos pelo aço por sua leveza, que permite maior flexibilidade na aplicação de vãos estruturais, e também pela agilidade que o mesmo traz à montagem, além do baixo índice de resíduos que ele gera na construção, contribuindo para a sustentabilidade da obra.”

No total, foram empregadas 1.550 tonela-das de aço na construção do centro de logís-tica, que recebeu a certificação LEED (Leader-ship in Energy and Environmental Design) do U.S. Green Building Council. (e.Q.) M

Estruturas industrializadaschegaram prontas ao local e foramtotalmente parafusadas

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Titular do AD Arquitetos Associados,

Alcindo Dell’Agnese Filho tem um

histórico com mais de 40 anos de

experiência na área. É conhecido

não apenas pela elaboração de

projetos comerciais, como shopping

centers, hospitais e faculdades, mas,

principalmente, por sua atuação no

segmento industrial e de logística. Ele

assina o projeto de diversos centros

de distribuição, como o da Drogaria

Pacheco e Drogaria São Paulo (DPSP),

o da Natura e o complexo GLP

Guarulhos (veja matéria na página 25

desta edição), e muitos outros.

AA – O uso do aço nas estruturas, fecha-mentos e coberturas de galpões tem sido uma solução adotada com frequência para a construção de centros logísticos. Por que a preferência dos profissionais por esse tipo de estrutura?

Alcindo Dell’Agnese Filho – A preferência se deve à leveza do material, o que permite utilizar estruturas de menores dimensões, que ocupam menos espaço na edificação e promovem um melhor aproveitamento de áreas úteis.

Em geral, os galpões para armazena-gem têm grandes dimensões e demandam estruturas capazes de superar grandes vãos. Nesses casos, o aço é a solução que se sai melhor e proporciona ganho de espaço e flexibilidade à configuração. O espaço construído é muito valorizado nesse tipo de empreendimento: cada metro quadrado bem aproveitado gera lucro certo para o usuário e para o incorporador, pois o mes-mo costuma se multiplicar ao longo de toda a modulação do galpão.

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AA – Há alguma outra vantagem? ADF – Um outro fator, muito importante, é a velocidade construtiva que se obtém com o uso do aço. Os projetos de centros de logística sempre trazem uma forte pressão por prazos de construção mais curtos para que possam entrar logo em operação e gerar receitas. As estruturas e fechamentos em aço dispensam a execução em canteiros de obra, chegam prontas para a montagem, agilizando toda a execução. É importante ressaltar que as estruturas de me-nores dimensões também racionalizam o uso de material e trazem economia à obra. O aço é um material nobre, que traz valor à construção.

AA – O uso do aço em centros de distribuição é ideal para qualquer tipo de projeto, inde-pendente do segmento industrial?ADF – Sim. Do ponto de vista da redução da superfície ocupada pelos elementos estrutu-rais, da facilidade de manutenção e, prin-cipalmente, por sua capacidade de agilizar qualquer obra de ampliação, o aço acaba sendo a solução mais versátil para qualquer tipo de projeto logístico.

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“Pela redução da superfície ocupada com elementos estruturais, pela facilidade de manutenção e, principalmente, por sua capacidade de agilizar qualquer obra de ampliação, o aço acaba sendo a solução mais versátil para qualquer tipo de projeto logístico

AA – No Brasil, vemos muitos projetos de centros de distribuição com estruturas hí-bridas. Neste casos, é comum encontrarmos o aço apenas nos fechamentos e coberturas de galpões. Como a associação entre os dois materiais pode ser interessante? Quais vantagens as estruturas híbridas podem trazer à obra?ADF – Os elementos estruturais dos pilares em concreto trabalham com a compressão e têm vantagem sobre o aço nesta caracterís-tica; já as vigas, tanto do telhado quanto dos fechamentos, trabalham melhor com a tração, e por isso se saem melhor quando projetadas em aço; afinal, a leveza do material é um fator determinante para a redução da carga estru-tural do edifício. Assim, a opção pelas estrutu-ras híbridas acaba sendo interessante nesse tipo de obra, pois podem significar economia no custo dos pilares e, também, atendem às solicitações de esforço da cobertura.

AA – Os centros de distribuição do Brasil, independente da empresa à qual pertençam, se parecem muito entre si, em termos de de-sign. Qual a razão para esta uniformização? O senhor acredita que os projetos poderiam ser mais criativos e diversificados?ADF – Sim, acredito que podemos evoluir nesse sentido. Mas temos esbarrado em preocupações com o custo e até mesmo na cultura e filosofia dos clientes, que, em geral, priorizam projetos eficientes e racionais aci-ma de tudo. Existe um padrão de dimensões, carga e espaço destinados a abrigar as merca-dorias que deve ser observado no projeto de um centro de distribuição. Assim, na maioria dos projetos, é preciso segui-lo, tanto quando tratamos de clientes específicos como ao falar de galpões para a locação. O mercado, de certa forma, acaba restringindo o uso de es-truturas não convencionais, pois tudo aquilo que foge do padrão implica em algum custo adicional, principalmente após o ano de 2013, quando os custos da construção civil tiveram uma forte elevação.

Solução em aço nos fechamentos laterais e na cobertura trouxe mais agilidade também à obra do centro de distribuição da Natura, em São Paulo, que ficou pronta em apenas um ano

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AA – Quando falamos em centro de distri-buição, qual o peso da opinião do arquiteto na definição do sistema estrutural, frente ao engenheiro estrutural, construtora e empreendedor?ADF – Tem um peso muito grande, pois é ele que está trabalhando para chegar à melhor forma de configurar e construir o espaço almejado. Mas o arquiteto precisar ter conhe-cimento da tecnologia do aço para justificar as suas escolhas e baseá-las não somente na estética da construção, mas, principalmente, nos aspectos já citados anteriormente.

AA – Alguns centros de distribuição adotam um tipo de estrutura autoportante, na qual o fechamento lateral e a cobertura são fixados nas próprias estantes de aço. Esta tecnologia está sendo muito empregada pelas empresas? ADF – Ela está sendo difundida em empresas que trabalham com um tipo de armazenagem em que a movimentação da carga é automa-tizada, com equipamentos que permitem vencer alturas superiores ao convencional. Essa tecnologia tem como vantagem o fato de trazer economia em termos estruturais,

especialmente quando nos referimos aos fechamentos e coberturas, que são apoiados diretamente nas prateleiras. São ideais para projetos de menores dimensões e que preci-sam de um melhor aproveitamento interno, já que restringem a ocupação do prédio e demandam fechamentos perimetrais mais resistentes e autoportantes. O futuro pode caminhar para a automação ser cada vez mais presente em projetos de logística desse tipo, porém, nos dias de hoje, a tecnologia ainda é cara.

AA – Quais outras tecnologias em aço estão em alta nos centros de distribuição neste momento no Brasil? O que ainda está por vir?ADF – As estruturas de coberturas, que possibilitam uma menor inclinação dos telhados e também conferem maior estan-queidade, a partir do uso de membranas poliméricas, são algumas das novidades no país. Para o futuro, temos o uso de cober-turas que incorporam células fotovoltaicas e que não contribuem para o aumento da carga sobre o telhado; e dos centros de arma-zenagem verticais que, em outros países, já existem em maior escala. (E.Q.) M

À esquerda, galpão do centro de distribuição DPSP – Drogaria Pacheco/Drogaria São Paulo, em Osasco (SP) ganhou velocidade construtiva graças às estruturas em aço adotadas nos fechamentos laterais e na cobertura do empreendimento. Abaixo, cobertura em aço curvada é destaque na portaria da AGV Logística, em Vinhedo (SP)

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Centro logístico da GLP em Guarulhos (SP) adota estruturas e fechamentos em

aço para conferir velocidade às obras e contribuir para acelerar retorno do investimento

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ProjEtado Para tEr dEz galPõEs e para ocupar uma área de 290.000 m2 até 2017, o centro logístico GLP Guarulhos, empreendi-mento da Global Logistics Proporties, empresa que está entre as líderes mundiais no setor de parques, condomínios e galpões logísticos para locação, já conta, até o momento, com sete galpões que chamam a atenção pela dimensão e pela velocidade em que foram construídos.

“O empreendimento consiste em uma série de edifícios implantados a partir de 2012, com pé-direito de 12 m para a armaze-nagem de materiais. Escolhemos o aço para as coberturas e fechamentos por considerar-

mos a solução rápida e econômica. Um deles, por exemplo, foi executado em apenas cinco meses”, explica o arquiteto e idealizador do projeto, Alcindo Dell'Agnese, do escritório AD Arquitetos Associados.

Segundo ele, construções rápidas são a chave para o sucesso neste segmento. “Os gal-pões precisam ficar prontos rapidamente para fazer com que a empresa comece logo a ter receitas, e por isso o aço se destaca como uma boa solução para este tipo de obra.”

Nas unidades já prontas, 13 mil tonela-das de aço foram empregadas nas estruturas, que correspondem aos pilares, vigas e treliças,

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Abaixo, marquise estruturada em aço serve de abrigo para caminhões e marca a entrada da GLP Global, em Guarulhos (SP)

Algumas unidades foram montadas em apenas cinco meses

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bem como nos fechamentos e coberturas. Nos galpões, os pilares em aço foram fixados com chumbadores nos blocos de fundação. Prontos os pilares, procedeu-se à montagem das estru-turas principais e secundárias, detalha Lenira Assis, coordenadora de projetos da construto-ra Libercon, que executou a obra.

E a disposição dos pilares metálicos obe-deceu uma modulação predefinida em pro-jeto. “Os vãos estruturais foram modulados para aumentar a eficiência da armazenagem. Os módulos têm um padrão de 21,60 m por 22 m”, aponta Dell'Agnese, cuja equipe garante que a busca pelo módulo ideal, que pudes-se comportar a maior quantidade de estoque sem a perda de área, foi um dos grandes obje-tivos do projeto.

“Em áreas construídas de grandes dimen-sões, cada espaço perdido é replicado nos módulos e a soma total pode gerar uma perda muito grande. Por isso, achamos melhor basear o projeto nessa modulação predefinida para adequar a logística ao mercado brasileiro”, diz Alan Gonçalves, arquiteto e gerente de proje-tos da AD Arquitetos Associados.

Projeto desvendadoIniciado em 2012, quando a AD Arquitetos Asso-ciados concebeu um parque logístico de grandes proporções e de fácil acesso à Rodovia Presiden-te Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, o projeto se caracteriza por seu viés urbanístico. “Foi preciso agregar grandes áreas, criar uma avenida que viabilizasse o trânsito de carretas e implantar um viaduto privado para permi-tir o acesso à rodovia”, explica Dell'Agnese. A princípio, a ideia era atender uma variada gama de clientes empresariais, promovendo o com-partilhamento de custos e sinergia de produtos em um condomínio com serviços, utilidades, áreas de alimentação e segurança comuns, mas

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> Projeto arquitetônico: AD Arquitetos Associados

> Área construída: 289.831,64 m²

> Aço empregado: aço estrutural com LE = 350 MPa

> Volume de aço: 13 mil t

> Projeto estrutural: Medabil

> Fornecimento da estrutura de aço: Medabil

> Execução da obra: Libercon Engenharia

> local: Guarulhos, SP

> Data do projeto: 2008

> Conclusão da obra: 2017

O conjunto que forma o telhado está apoiado sobre pilares metálicos com distanciamento

mínimo de 22 m. No projeto do galpão, telhas e subcobertura encontram-se apoiadas em

terças metálicas do tipo espacial, montadas com perfis tipo C também em aço

o Master Plan passou por diversas atualizações. “Clientes em potencial e a demanda do mercado determinaram mudanças no projeto até chegar à atual configuração do empreendimento, ope-rado pela GLP", relembra Gonçalves.

A execução dos quatro galpões da fase 1 teve início em 2012. Na fase 2, iniciada em julho de 2014 e concluída no segundo semestre de 2015, foram executados mais três galpões com metragens entre 10 mil m2 e 60 mil m2. “Eles foram distribuídos em sete platôs, cada um com portaria e segurança individualiza-da”, informa Dell'Agnese.

O projeto previu fundações em estaca--hélice ou em combinação de estaca-hélice com fundação direta, em sapata, de acordo com as condições do terreno de cada platô. O piso, em concreto, foi previsto para suportar até 6 toneladas por metro quadrado.

Já as coberturas, por sua vez, são compos-tas por telhas metálicas com revestimento em Galvalume, com espessura de 0,65 mm, incli-nação de 3% e pré-pintura na face superior. “A subcobertura para a proteção termoacústica é composta por manta em lã de vidro, tipo face felt e revestimento, em sua face interna, lami-nado branco”, explica Gonçalves.

O profissional detalha, ainda, que as telhas e a subcobertura encontram-se apoiadas em terças de aço, montadas com perfis tipo C, em aço galvanizado; e que essas mesmas terças estão, ainda, apoiadas em tesouras ou pórticos com perfis tipo I. “O conjunto forma o telhado, que está apoiado sobre pilares em aço com distanciamento mínimo de 22 m”, completa Gonçalves. A sobrecarga da cobertura é de 25 kg/m2 de peso próprio e 15 kg/m2 de sobre-carga acidental. (E.C.l.) M

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Sistema com cobertura e fechamentos fixados diretamente nas estruturas

das estantes de armazenamento traz ganho de espaço e produtividade à operação

ARMAZÉM AUTOPORTANTE

O açO fOi O únicO material capaz de atender às diretrizes para a concepção e cons-trução do centro de distribuição da Adimax, empresa fabricante de rações para animais, em Salto de Pirapora, no interior do Estado de São Paulo.

No sistema autoportante utilizado para erguer o galpão de 1.400 m2 de área, com capacidade para 3.800 posições-palete, ou 4.560 toneladas de carga, toda a estrutura interna foi fabricada enquanto o cliente pre-parava o piso industrial da edificação. E para permitir o máximo aproveitamento do espa-ço, o telhado e os fechamentos laterais foram fixados diretamente na própria estrutura de aço [estantes] de armazenagem.

“Essa tecnologia dispensa a construção prévia de um armazém que precisa, poste-riormente, receber estruturas de armazena-gem internas. Nesse tipo de intervenção, as estruturas de armazenagem montadas já sus-

tentam todo o fechamento e proporcionam economia à obra”, explica Vinicius Malucelli, gerente de negócios da Águia Sistemas de Armazenagem, empresa especializada em movimentação e armazenagem de materiais e responsável pelo projeto.

“O uso do aço também foi fundamental para reduzir o prazo de entrega da obra em 43% em relação ao modelo convencional”, assegura Malucelli, que relembra que os 17 m de altura do pé-direito inviabilizariam o uso de estrutu-ras de concreto por conta do custo do material.

A cobertura do galpão é feita em telhas de aço do tipo sanduíche, com isolamento térmi-co em poliuretano. O fechamento, por sua vez, é em telhas de aço simples, sem isolamento. A estrutura de fixação da cobertura e do fecha-mento é similar à de galpões convencionais, com a diferença de que a carga é distribuída ao longo de toda a largura da edificação, entre todas as colunas dos porta-paletes. Com isso,

No sistema adotado, os paletes entram no galpão por uma das extremidades e são retirados pela outra. A movimentação é feita sobre roletes, que atuam em função da gravidade. A velocidade de deslocamento é controlada por redutores ao longo do trajeto

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as cargas ficam distribuídas de forma mais uniforme tanto entre as colunas como no solo, o que reduz os custos de fundação. “Essas colunas de armazenamento são necessárias de qualquer maneira. As exclusivas para a sus-tentação da cobertura são dispensáveis, pois só ocupam espaço”, explica Malucelli.

Ganho na produtividadeE outras preocupações da contratante tam-bém foram consideradas, como a rotativi- dade dos produtos estocados, afinal, por serem perecíveis, os alimentos precisariam ter as suas validades constantemente checadas para evitar perdas.

Para atender à essa demanda, um sistema de armazenamento baseado no conceito de FIFO (sigla em inglês para first in, first out, ou, primeiro que entra, primeiro que sai, na tra-dução para o português) foi adotado. Com ele, os primeiros produtos estocados são, obrigato-riamente, os primeiros a serem despachados, evitando o desperdício e, consequentemente, prejuízos ao fabricante.

O sistema de armazém autoportante, com fechamentos

e cobertura em aço fixados diretamente às estruturas de

armazenagem, garantiu espaço para atingir a capacidade de armazenagem necessária

“O atendimento a tal necessidade só foi garantido porque a estrutura em aço não ocupa a área interna do galpão, viabilizando o uso de estantes que permitem que os paletes sejam colocados em uma de suas extremida-des e, em decorrência da força da gravidade, se desloquem para a outra ponta, de onde serão retirados posteriormente”, detalha Malucelli, destacando, ainda, que "o sistema proporciona economia na movimentação e melhor ocupa-ção volumétrica do espaço, trazendo ganho de produtividade à operação.”

Para a movimentação dos paletes, foram ins-talados transelevadores em aço, que são equipa-mentos com “garfos” que possibilitam elevar e rotacionar a carga em até 180º, facilitando o acesso dos paletes a ambos os lados do corredor. Os transelevadores automatizam a movimenta-ção de paletes, mesmo em grandes alturas – no galpão da Adimax, essa medida chega a 17 m. “A combinação dos transelevadores com o sistema dinâmico viabilizou a armazenagem e a movi-mentação da carga de forma automatizada e protegida”, explica o gerente da Águia. (B.l.) M

Para atender ao prazo executivo imposto, as estruturas de aço foram fabricadas enquanto o piso industrial era confeccionado. Depois, as peças metálicas foram transportadas até o canteiro para serem montadas

O aço proporcionou o máximo aproveitamento da área

disponível, criando 3.800 posições-palete. Para otimizar

ainda mais o uso do espaço, foram adotados transelevadores,

que movimentam a carga em corredores estreitos, acessando

os dois lados das estantes

> Projeto, fabricação e montagem da estrutura: Águia Sistemas de Armazenagem

> Área construída: 1.359 m²

> Aço empregado: aço estrutural com LE = 350 MPa

> Volume de aço: 450 t

> Execução da obra: Águia Sistemas de Armazenagem

> Local: Salto de Pirapora, SP

> Data do projeto: 2013

> Conclusão da obra: 2014

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Em rEsposta às nEcEssidadEs humanas, a arquitetura alia a organização de espaços às demandas práticas e, ainda, expressa a identida-de visual de uma marca. O centro de distribuição da rede de lojas de variedades Dollar General, na ensolarada Bessemer, no Estado do Alabama, nos Estados Unidos, é um exemplo disso.

No empreendimento inaugurado em 2012, uma passarela em aço, posteriormente bati-zada de Sky Bridge, se destaca e diferencia o centro logístico dos tradicionais galpões de armazenamento justamente por seu design ousado e inovador.

“A passarela em aço é, sem dúvida, o dife-rencial do projeto. Não foi preciso escondê-la. Tiramos partido da estrutura metálica para evidenciar a beleza do material, que foi per-feito para a obra. Com ele, pudemos criar uma construção simples, mas, que em virtude dos seus detalhes, passou a ser elegante também”, destaca Bill Baxley, diretor de design da Leo A Daly, escritório que assina o projeto.

Para a passarela – que se estende desde o estacionamento dos funcionários até o final da área de circulação interna do armazém –, foram utilizados perfis tubulares parafusados na estrutura e chapas perfuradas em aço nos fechamentos das superfícies externas, além de piso em steel deck e telhas metálicas na cobertura. Por ir além do vão livre e se prolon-gar por toda a fachada do armazém, a passa-rela confere unidade visual ao prédio, além de um apelo estético especial.

De acordo com Baxley, a principal preocu-pação do cliente ao discutir o projeto do novo espaço era garantir a segurança, o conforto e bem-estar dos funcionários, e por isso a passarela foi instalada entre os seis prédios da empresa, com acesso pelo estacionamen-to, mas longe da área de carga e descarga de caminhões, para permitir o deslocamento dos funcionários de forma segura, evitando a travessia dos mesmos na área de circulação dos veículos.

Arrojada e funcional, passarela em aço confere beleza estética e identidade ao

centro de distribuição da Dollar General, em Bessemer, nos Estados Unidos

CONEXÃO METÁLICA

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> Projeto arquitetônico: Leo A Daly

> Área construída: 83.612 m2

> Aço empregado: ASTM A992 GR50 nos perfis laminados; A36 GR36 para placas, cantoneiras e perfis U; perfis tubulares ASTM A 500 GRB 46 e tubos de aço ASTM A53 GRB 35 e 33

> Volume de aço: 3.000 t

> Projeto estrutural: Leo A Daly

> Fornecimento da estrutura de aço: Cooper Steel e New Millennium

> Execução da obra: Clayco

> Local: Bessemer, Alabama, Estados Unidos

> Data do projeto: 2011

> Conclusão da obra: 2012

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Passarela em aço, batizada de Sky Bridge, foi feita em chapas perfuradas, atravessa os seis blocos da construção e se conecta ao armazém, cuja fachada foi estampada com marcas de pneus em relevo

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32 &ARQUITETURA AÇO

Design criativoE o aspecto inovador do projeto não parou na passarela. Em lugar de seguir um projeto padronizado e convencional, a rede de lojas norte-americana exigiu dos arquitetos algo mais inusitado e criativo para conferir iden-tidade à marca e garantir um design leve e descontraído ao centro logístico.

No armazém, toda a fachada feita a par-tir de painéis pré-moldados em concreto foi estampada com marcas de pneus em relevo para celebrar o tema da logística, que está presente no dia a dia dos funcionários do cen-tro de distribuição e em toda a construção. Nas áreas de circulação interna do armazém – e também por onde se estende a fachada da passarela –, o fechamento metálico foi feito com telas de superfície em relevo anti-derrapante, que lembram o piso de caçambas de caminhões. Já no teto, chapas de madeira compensada, que remetem ao revestimento de contêineres, chamam a atenção.

E o ambiente torna-se mais agradável, ainda, com a luz solar da face sul, que surge difusa na área em função das aberturas pre-sentes no vidro translúcido – o recurso tam-bém permite economia de energia ao local. “O piso de concreto polido foi especificamente desenhado com agregado de ferro hematita para homenagear o passado geológico e a his-tória da mineração do local”, diz Baxley.

O projeto criativo rendeu a Leo A Daly o reconhecimento, em 2012, do Instituto Ame-ricano de Arquitetos (AIA, na sigla em inglês), que afirma que a obra “celebra o árduo tra-balho dos empregados” da Dollar General. Segundo alguns dos jurados do AIA, “essa é a prova que, nas mãos certas, um projeto pode ser sexy e divertido.”

Vidro translúcido na face sul permite a passagem de iluminação direta natural e confere economia de energia ao ambiente

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Agilidade estruturalAssim como na maior parte das obras desta tipologia, que exigem rapidez na execução, o centro de distribuição da Dollar General tam-bém deveria ficar pronto em pouco tempo.

Para o projeto, que foi executado em ape-nas um ano, o aço foi a melhor opção para as estruturas, como vigas, e para a passarela, devido às suas propriedades construtivas e disponibilidade no mercado. Na obra, foram usados aço estrutural de alta resistência mecâ-nica, como o ASTM A992 GR50 nos perfis lami-nados; A36 GR36 para placas, cantoneiras e

Estrutura em aço foi montada no local, sendo parte dela soldada e parafusada, como o deque. A passarela, por sua vez, foi a última peça do quebra- -cabeça da composição

perfis U; perfis tubulares ASTM A 500 GRB 46 e tubos de aço ASTM A53 GRB 35 e 33.

A estrutura em aço de todo o centro de distribuição da Dollar General foi montada no local, sendo parte dela soldada e parte parafu-sada, como o deque. A última peça do quebra--cabeça gigante foi a passarela, cuja estrutu-ra foi previamente fabricada e conectada ao restante da construção. Segundo Baxley, toda a sequência de montagem das estruturas foi planejada minuciosamente para garantir que o cronograma de construção fosse cumprido conforme o programado. (m.p.) M

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Rápido e duRável

Prestes a ser inaugurado, o Centro Logístico TRX, em Piracicaba (SP), foi projetado em aço pela equipe do escritório Aum Arquitetos para vencer desafios. O empreendimento, localizado em terreno de aproximadamente 150 mil m², conta com três galpões posicio-nados em diferentes platôs. “Todos têm as mesmas dimensões, mas os dois primeiros contam com uma edificação anexa para receber escritórios em dois pavimentos”, diz o arquiteto Bruno Vitorino, do Aum Arquitetos.As demandas do cliente levaram à definição pelo uso do aço na construção. “O Centro Logístico deveria ficar pronto em menos de um ano e precisávamos de um material que pudesse vencer grandes vãos e, ao mesmo tempo, não trouxesse sobrecarga às estruturas. Por isso, escolhemos o aço para os fechamentos, para as treliças e para a cobertura”, explica Vitorino. No empreendimento, as treliças metálicas que sustentam a cobertura possuem 1,20 m de altura, vencem vãos de 24 x 22 m e foram executadas em apenas sete meses. “Conseguimos execu-tar uma cobertura leve, sustentada por vigas treliçadas, e capaz de vencer grandes vãos. Tudo foi produzido em aço galvanizado, inclusive, os rebites e parafusos, para garantir vida útil superior à obra e garantir uma menor necessidade de manutenção. No total, utilizamos 1.430 toneladas de aço”, diz Christophe Schwarzberg, gerente de marketing da Marko, empresa responsável pelo pro-jeto e fornecimento da estrutura metálica. (e.Q.)

A cobertura é sustentada por treliças em aço com 1,20 m de altura, que vencem vãos de 24 x 22 m. Estruturas foram implantadas em apenas sete meses

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“Projetamos um centro de distribuição que pudesse ser facilmente expandido, e por isso escolhemos o aço para os fechamentos e para a cobertura do empreendimento”, diz o arquiteto Marcelo Consiglio Barbosa, sócio-diretor do Bacco Arquitetos Associados

Em pouco tempo, não mais de um ano, a Kalunga, empresa especializada na venda de produtos e materiais de papelaria e escritório, passará a contar com um novo centro de distribuição na cidade de Itaquaquecetuba.O projeto desenvolvido pelo escritório Bacco Arquitetos Associados prevê um conjunto de edificações com galpão de armazenagem, área administrativa, vestiários e espaço de apoio aos motoristas de caminhões que trabalham para a empresa. Cerca de 1.520 toneladas de aço serão empregadas nos fecha-mentos e coberturas do empreendimento. “Como o cliente precisava de um centro de distribuição que pudesse ser facilmente expandido, e que tivesse um apelo estético que refletisse a identidade da marca, optamos pelo uso do aço. Precisávamos de um material que permitisse rapidez na execução e trouxesse leveza às estruturas”, explica o arquiteto Marcelo Consiglio Barbosa, sócio--diretor do Bacco Arquitetos Associados. O centro de distribuição, com apelo sustentável, terá treliça com perfis galva-nizados na estrutura da cobertura. “Para a área construída de 74.629 m2, esta-mos prevendo perfis laminados ASTM A572 e A36; soldados ASTM A36 e tubula-res ASTM A501. Os parafusos serão em aço ASTM A325”, pontua Barbosa. (e.Q.)

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Revista Arquitetura & Aço é uma publicação trimestral do CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço) produzida pela Roma EditoraCBCA: Av. Rio Branco, 108 – 29º andar20040-001 – Rio de Janeiro/RJTel.: (21) [email protected]

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Supervisão TécnicaArq. Silvia Scalzo

Revisão TécnicaArq. Roberto Inaba

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RedaçãoBruno Loturco, Eduardo Campos Lima, Eliane Quinalia e Mônica Pileggi

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EditoraçãoCibele Cipola (edição de arte e design)

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É permitida a reprodução total dos textos, desde que mencionada a fonte. É proibida a reprodução das fotos e desenhos, exceto mediante autorização expressa do autor.

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