l8 - Conhecendo o Espiritismo Quem Somos de Onde Viemos Para Onde Vamos

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    Conhecendo oESPIRITISMO

    Quem somos Donde viemos Aonde vamos

    L. Neilmoris

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    Conhecendo o

    ESPIRITISMOQuem somos Donde viemos Aonde vamos

    Louis Neilmoris2 edio 2010

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    3 Conhecendo o ESPIRITISMO

    INSTINTO PRIMITIVOFENMENOS SOBRE-HUMANOSREGISTROS HISTRICO S DO SOBRENATURALJESUS CRISTO, O FENMENO!ESTUDOS M ODERNOSALLAN KARDECSNTESE DOUTRINRIAREPERCUSSO INTERNACIONALESPIRITISMO NO BRASILO TRABALHO ESPRITANOSSO ESTUDOO JOVEM BONDOSO (LENDA CHINESA)

    FENMENOS E REVELAESO TRANSE DE DAVISO CASO HYDESVILLE (IRMS FOX)MESAS GIRANTESOS MEDIADORESO CODIFICADORGRANDES COLABORADORESBRASIL Celeiro do Mund o e Ptr ia da Luz Esprita4OUTRINA ESPRITA

    A TERCEIRA REVELAOESPIRITISMO E ESPIRITUALISMOCONCEITO DE ESPIRITISMOESPIRITISMO UMA RELIGIO?A CODIFICAOFUNDAMENTOSA SANTA LEICINCIA E RELIGIO5EUS E A CRIAO

    A NATUREZA DE DEUSPROVAS DA EXISTNCIA DIVINAIDIAS PRIMIT IVAS DE DEUSELEME NTOS DA CRIAOORIG EM DO UNIVERSO

    PLURALIDADE DAS EXISTNCIASPLURALIDADE DOS MUNDOSPLANEJAMENTO ESPIRITUALENCARNAOANJOS DA GUARDADESENCARNEDESPRENDIMENTO PELO SONOEXPERINCIA DE Q UASE-MORTEQUESTO DE VIDA OU MORTE8 MEDIUNIDADE

    A NATUREZA E O SOBRENATURALO MDIUMDIVERSIDADE DE MDIUMMS INFLUNCIASDESENVOLVENDO A MEDIUNIDADECURA E MILAGREOBSESSODESOBSESSOA PROIBIO MOSAICACHICO XAVIER9 ORAES E PASSES

    O VALOR DA ORAORADIAO DA ORAOMODO DE ORAROFERECIMENTOSPASSE ESPRIT ACENTROS DE FORAGUA FLUIDIFICADAO EVANGELHO NO LARAS BEM-AVENTURANAS10 MOVIMENTO ESPRITAMORAL ESPRITADIVISO DAS LEISDOS ESPRITASOS CENTROSESTUDO DIDTICOCREDO ESPRITA

    NDICEPRLOGO

    2

    1FUNDAMENTOS

    3ISTRICO

    6 OS ESPRITOSNOSSA ORIGEMNATUREZA DOS ESPRITO SPROGRESSOQUE O MALJUSTIA DIVINAHIERARQUIAOCUPAO DOS ESPRITOSCORPO ESPIRITUAL = PERISPRITO7 REENCARNAES

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    Dedico este trabalho queles que buscam oCaminho, a Verdade e a Vida.

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    PRLOGOAs indagaes so recorrentes, mas sempre salutares: de onde viemos? Quem

    somos? Para onde vamos? Por que tantas diferenas entre as pessoas?Todos no mais ntimo de nosso ser questionamos e procuramos as respostas,

    mais ou menos obstinadamente, conforme cada indivduo. A maioria julga que taisrespostas seriam a chave para uma transformao completa na nossa vida.

    As religies explicaram, ou tentaram explicar, cada qual a seu juzo. Contudo,nenhuma convenceu luz da razo. Elas cobram grande esforo de f de seus adeptos,pois, as teorias so abstratas.

    Mas.. E se voc se deparasse com a Verdade? E se te apresentassem umaexplicao lgica das coisas?

    * * *

    Antes de mergulhar no estudo proposto por este trabalho, interessante que vocse questione sobre o ESPIRITISMO. Lembra-se de quando ouviu esse termo pela primeiravez? O que ouve por a sobre o tema? Qual a reputao dos praticantes dessa doutrina?

    Alm disso, a respeito do que encontrar nesse estudo, poder surtir efeito prticoem sua vida? O quanto voc se acha apto para iniciar uma nova fase para seucomportamento, para com as pessoas ao seu redor, com o mundo inteiro, com vocmesmo e, finalmente, com Deus?

    Ao trmino dessa empreitada leitura deste livro --, espero que faa uma reflexoapurada dessas mesmas indagaes feitas aqui, para de fato, sentir se valeu pena.

    Estou certo de que sim, valer perder algumas horas com esta leitura. E estoucerto ainda, de que cedo ou tarde, voc tambm se dar conta do quanto foi proveitoso.

    Ento, agora mergulhe!

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    FUNDAMENTOSO INSTINTO PRIMITIVO

    Sendo a espcie humana nica em ter a capacidade de raciocinar e agir conformeseus prprios raciocnios, foi-lhe concedida uma intuio especial que, apesar de seucomportamento inicial rudimentar, sempre o levava a crer que alm das coisas materiaise visveis, algo maior h.

    medida que o homem foi aperfeioando suas habilidades de sobrevivncia ebem-estar, ele foi desenvolvendo suas ideias sobre o sobrenatural -- seja contemplandoos astros do longnquo cu, seja pela constatao indelvel do fenmeno do nascimentoe falecimento de seus companheiros.

    A partir desse instinto primitivo, os seres humanos comeavam a formar sistemasa respeito de seres superiores, at chegar concepo de Deus. A humanidade pelaindagao sobre sua origem (antes da vida) e seu destino (aps a morte) comeou atraar teorias sobre a existncia sobre-humana.

    Por isso, analisando as civilizaes mais remotas, de diferentes partes da Terra,damos conta de que todas desenvolveram uma religiosidade primitiva.

    FENMENOS SOBRE-HUMANOSPor mais cptico que algum

    seja, no h como negar a ocorrnciaininterrupta de fenmenos que acincia humana no explica. Deinstante em instante eles nos cercam.Acaso, o que a vida humana senoum fenmeno sobrenatural?

    A partir do instante que umbeb gerado, temos uma novapessoa em nosso convivo. De outramaneira, temos um parente querido

    ao nosso lado agora e, um diaqualquer, ele no estar maisconosco, em nosso convvio normal,digo. A vida , portanto, um fenmenoque se pe alm da qumica e fsicameramente terrena.

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    Desde o princpio, o homem traz consigo aintuio de Deus e do sobrenatural,conforme vemos em gravuras pr-histricas.

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    REGISTROS HISTRICOS DO SOBRENATURALFora parte a vida em si, os registros histricos so inesgotveis, vindos de

    diversos lugares e pocas, sobre acontecimentos incomuns. Ainda que muitos nopassem de lendas, supersties, fanatismo religioso e tudo mais que o queira, no d pradescartar tudo. Sobretudo, levando em conta a seriedade dos envolvidos e as evidncias

    materiais.Por exemplo, Scrates talvez o mais brilhante dosfilsofos gregos, que viveu por volta de quatrocentos anosantes de Cristo declarou publicamente que um Esprito, aquem chamou Daemon, lhe fazia companhia todo o tempo ecom ele dialogava naturalmente, como se faz com qualquervivente (falando e ouvindo).

    A Bblia, sendo um dos mais ricos documentos daHistria humana, traz uma vasta coleo de narrativas defatos extraordinrios, incluindo a conversao entreterrqueos e personagens extra-humanos. Por exemplo,

    entre Moiss e o prprio Deus, anjos, demnios, etc.Porm, bem antes, vasculhando os registros dasculturas egpcias, gregas, chinesas e outras mais obstantesainda, encontraremos pistas de que o sobrenatural sempreesteve prximo ao homem, sendo um importante elementopara sua evoluo.

    Tambm h indcios de influncias superiores dediversos gneros, espalhados por diversos pontos da Terra.Por exemplo, rascunhos bem definidos do mapa-mndiencontrados em civilizaes muito remotas, bem maisantigas que a descoberta de todos os continentes. Tais gravuras s poderiam sertraadas ou inspiradas por quem pudera ter observado o globo do alto. Muito alto, alis.

    Para uma pessoa comum daquela gerao, que mal sabia contar, seria proeza estupendaimaginar e traar a silhueta do planeta.

    Tais ocorridos confeccionaram ou colaboraram para a formao de religies,culturas e lendas. Muito embora, nenhuma delas elucidou todos os mistrios. Certasdelas, ao contrrio, at multiplicaram as questes, considerando que submete seusadeptos a crenas mirabolantes.

    Portanto, podemos afirmar que por toda a evoluo da humanidade, j havianoes ainda que rudimentares da existncia alm da vida corprea, de forassuperiores e at mesmo, intercomunicao entre os dois mundos.

    Pergunta para quem no cr em nada: to fcil assim achar que viemos do nadae, consequentemente, voltaremos ao nada aps o fim desta vida?

    JESUS CRISTO, O FENMENO!Inquestionavelmente, a vida de Jesus Cristo um fenmeno ou, O Fenmeno,

    se preferir. Ainda que Seus atributos no sejam considerados como Divinos, fato queEle revolucionou a Terra. Se Ele no tivesse vindo a este mundo, provavelmente a

    Scrates (470 a.C.399 a.C.),filsofo grego, tinha um

    amigo Esprito com quemconversava naturalmente.

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    civilizao no teria topado ao nvel atual, emmatria de desenvolvimento tecnolgico,intelectual e intercmbio entre povos.

    ESTUDOS MODERNOSNo mesmo ritmo em que a civilizao terrestre avanou, os fenmenos passaram a

    receber ateno de curiosos simples a estudiosos srios. Noticiados, aqui e ali, osestranhos acontecimentos atraam interesses de todos principalmente de autoridadesreligiosas, de cientistas e da imprensa.

    Casas mal-assombradas, vozes do alm, aparies fantasmagricas, mesasgiratrias, possesso demonacas, etc. De tudo se ouvia falar. As repercusses eramdiversas, como muito natural, visto que tocava profundamente interesses e preceitosda cincia e das religies.

    Estudos modernos srios e organizados comearam a ser feitos intensamente,na esteira de uma grande onda de manifestaes ocorridas na Europa e nos EstadosUnidos no sculo XIX. Novas disciplinas cientficas nasceram para especular osfenmenos, sendo que algumas delas se ramificaram e desembocaram em conceitos deoutras teorias cientficas j registradas, por exemplo, a parapsicologia.

    ALLAN KARDECNa Frana do Sculo XIX, um conceituado intelectual na rea do magistrio,

    chamado Hippolyte Lon Denizard Rivail, integrou-se a um grupo de exploradores dessesfenmenos sobrenaturais fato esse, que revolucionaria as pesquisas.

    A este intelectual e ao seu grupo de estudos, foram dadas revelaes inditas daexistncia dos Espritos, sua organizao e atuao neste mundo e em outros.

    Assim diramos: Se Jesus Cristo tivesse adiado suapassagem na Terra para os dias correntes, fazendo uso dos

    modernos meios de comunicao (como a televiso e aInternet), poderia exprimir melhor Sua Doutrina

    principalmente tambm pelo fato de a linguagem hoje sermuito mais eficiente que aquela empregada na poca em

    que vivera c. Desta forma, suas palavras no seria motivode tantas controvrsias e seus milagres contestados.

    No entanto, provvel que, se assim se desse, nem ateleviso nem a Internet haveria, posto que a Ele,

    principalmente, se atribui o progresso atual. A Jesus creditado o ponto inicial da globalizao, a correlaoentre povos e o grande impulso ao desenvolvimento

    humano, em todos os campos.

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    Desde ento, o pedagogo Denizard Rivail passou a seassinar com o pseudnimo de Allan Kardec (seu nome prprioem outra reencarnao, conforme revelao dos Espritos) eassim, copilou em cinco livros a codificao do Espiritismo,lanando nesse ato, os conceitos da Doutrina Esprita,reunidas atravs dos dilogos diretos com EspritosSuperiores.

    As publicaes, chamadas Pentateuco Kardequianoesto listadas abaixo, bem como a data de seu lanamento.

    O LI VRO DOS ESPRITOS (1857) O LIVRO DOS MDIUNS (1861) O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO (1864) O CU E O INFERNO (1865) A GNESE (1868).

    SNTESE DOUTRINRIAOs conceitos bsicos da Doutrina do Espiritismo so os seguintes:

    DEUS: Inteligncia Suprema, Causa Primeira de todas as coisas.JESUS: O Guia e ModeloALLAN KARDEC: O Codificador da Base Fundamental.ESPIRITISMO: o conjunto de princpios e leis, revelados pelos Espritos Superiores,contidos nas obras de Allan Kardec que constituem a Codificao Esprita: O LIVRO DOSESPRITOS, O LIVRO DOS MDIUNS, O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, O CU EO INFERNO E A GNESE.

    O Espiritismo uma cincia que trata da natureza, origem e destino dos Espritos,bem como de suas relaes com o mundo corporal. (Allan Kardec).

    O Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimentodas coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que est naTerra atrai para os verdadeiros princpios da lei de Deus e consola pela f e pelaesperana. (O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO cap. VI 4). O QUE REVELA: Revela conceitos novos e mais aprofundados a respeito de Deus, doUniverso, dos Homens, dos Espritos e das Leis que regem a vida. Revela, ainda, o quesomos, de onde viemos, para onde vamos, qual o objetivo da nossa existncia e qual arazo da dor e do sofrimento.SUA ABRANGNCIA: Trazendo conceitos novos sobre o homem e tudo o que o cerca, oEspiritismo toca em todas as reas do conhecimento, das atividades e do comportamento

    Allan Kardec, ocodificador do

    Espiritismo.

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    humanos, abrindo uma nova era para a regenerao da Humanidade. Pode e deve serestudado, analisado e praticado em todos os aspectos fundamentais da vida, tais como:cientfico, filosfico, religioso, tico, moral, educacional, social.SEUS ENSINOS FUNDAMENTAIS Deus a inteligncia suprema,

    causa primeira de todas as coisas. eterno, imutvel, imaterial,nico, onipotente, soberanamente

    justo e bom.

    O Universo criao de Deus.Abrange todos os seres racionais eirracionais, animados einanimados, materiais e imateriais.

    Alm do mundo corporal, habitao dos Espritos encarnados, que so os homens,existe o mundo espiritual, habitao dos Espritos desencarnados.

    No Universo h outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evoluo:iguais, mais evoludos e menos evoludos que os homens.

    Todas as leis da Natureza so leis divinas, pois que Deus o seu autor. Abrangemtanto as leis fsicas como as leis morais.

    O homem um Esprito encarnado em um corpo material. O perisprito o corposemimaterial que une o Esprito ao corpo material.

    Os Espritos so os seres inteligentes da criao. Constituem o mundo dos Espritos,que preexiste e sobrevive a tudo.

    Os Espritos so criados simples e ignorantes. Evoluem, intelectual e moralmente,passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, at a perfeio, ondegozam de inaltervel felicidade.

    Os Espritos preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cadaencarnao.

    Os Espritos reencarnam tantas vezes quantas forem necessrias ao seu prprioaprimoramento.

    Os Espritos evoluem sempre. Em suas mltiplas existncias corpreas podemestacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso intelectual e moraldepende dos esforos que faam para chegar perfeio.

    Os Espritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeio que tenhamalcanado: Espritos Puros, que atingiram a perfeio mxima Bons Espritos, nos

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    quais o desejo do bem o que predomina Espritos Imperfeitos, caracterizados pelaignorncia, pelo desejo do mal e pelas paixes inferiores.

    As relaes dos Espritos com os homens so constantes e sempre existiram. Os bonsEspritos nos atraem para o bem, sustentam-nos nas provas da vida e nos ajudam asuport-las com coragem e resignao. Os imperfeitos nos induzem ao erro.

    Jesus o guia e modelo para toda a Humanidade. E a Doutrina que ensinou eexemplificou a expresso mais pura da Lei de Deus.

    A moral do Cristo, contida no Evangelho, o roteiro para a evoluo segura de todosos homens, e a sua prtica a soluo para todos os problemas humanos e o objetivoa ser atingido pela Humanidade.

    O homem tem o livre-arbtrio para agir, mas responde pelas consequncias de suasaes. Lei de causa e efeito.

    A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatveis com o procedimento de

    respeito ou no Lei de Deus.

    A prece um ato de adorao a Deus. Est na lei natural e o resultado de umsentimento inato no homem, assim como inata a ideia da existncia do Criador.

    A prece torna o homem melhor. Aquele que ora com fervor e confiana se faz maisforte contra as tentaes do mal e Deus lhe envia bons Espritos para assisti-lo. esteum socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.

    PRTI CA ESP RITA: Toda a prtica esprita gratuita, como orienta o princpio moral do Evangelho: Daide graa o que de graa recebestes.

    A prtica esprita realizada com simplicidade, sem nenhum culto exterior, dentro doprincpio cristo de que Deus deve ser adorado em esprito e verdade.

    O Espiritismo no tem sacerdotes e no adota e nem usa em suas reunies e em suasprticas: altares, imagens, andores, velas, procisses, sacramentos, concesses deindulgncia, paramentos, bebidas alcolicas ou alucingenas, incenso, fumo, talisms,amuletos, horscopos, cartomancia, pirmides, cristais ou quaisquer outros objetos,rituais ou formas de culto exterior.

    O Espiritismo no impe os seus princpios. Convida os interessados em conhec-lo asubmeterem os seus ensinos ao crivo da razo, antes de aceit-los.

    A mediunidade, que permite a comunicao dos Espritos com os homens, umafaculdade que muitas pessoas trazem consigo ao nascer, independentemente dareligio ou da diretriz doutrinria de vida que adotem.

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    Prtica medinica esprita s aquela que exercida com base nos princpios daDoutrina Esprita e dentro da moral crist.

    O Espiritismo respeita todas as religies e doutrinas, valoriza todos os esforos para aprtica do bem e trabalha pela confraternizao e pela paz entre todos os povos eentre todos os homens, independentemente de sua raa, cor, nacionalidade, crena,nvel cultural ou social. Reconhece, ainda, que o verdadeiro homem de bem o quecumpre a lei de justia, de amor e de caridade, na sua maior pureza.

    O Espiritismo , pois, a Terceira Revelao de Deus para com nosso mundo (aprimeira foi a revelao de Deus a Moiss, a segunda personificada em Cristo). oconsolador prometido por Jesus, que sob os novos esclarecimentos doutrinrios, vemelucidar as grandes questes a cerca da Natureza da nossa existncia, trazendo comisso, esperana e conforto para projetarmos nosso futuro. Os fenmenos sobrenaturaisvivenciados em diversas partes do globo terrestre, por dentre todas as geraes, foramsinais e influncias dos Espritos sob o conhecimento e consentimento do Criador para promover o interesse da raa humana nas questes inerentes ao plano superior e,desta forma, promover o prprio progresso dos homens.

    REPERCUSSO INTERNACIONALLogo aps o lanamento de O LIVRO DOS ESPRITOS, Allan Kardec e seus

    colaboradores organizam a primeira Sociedade Esprita, o ncleo Sociedade Parisiense deEstudos Espritas e lanam a REVISTA ESPRITA. Entre os mais prximos de Kardec,destacamos Amlie-Gabrielle Boudet, sua esposa, e o ilustre astrnomo CamilleFlammarion, seu amigo pessoal.

    A repercusso foi estrondosa e devidamente acompanhada pela Imprensa mundial,ao cabo que levou autoridades cientficas e religiosas especialmente da Igreja Catlica a contrabalancearem os fatos.

    Em Barcelona, Espanha, deu-se em 1861 o chamado auto-de-f em que foiqueimada publicamente uma grande pilha de livros espritas, por ordem de um bispocatlico. Tal ato acabou surtindo efeito adverso aos pretendido e muito mais interesse noEspiritismo se disseminou entre os que julgaram a ao como intolerncia religiosa.

    A partir da adeso de novos e crescentes nmeros de adeptos, da organizao deinstituies espritas em diversas regies e de novos livros reveladores, a DoutrinaEsprita foi ganhando terreno e ganhando respeitabilidade. Por ocorrncia das grandesGuerras Mundiais (primeira e segunda), no sculo XX, tais instituies sofreram fortesbaixas. Mas a retomada ps-guerra foi imediata e crescente cada vez mais.

    ESPIRITISMO NO BRASILO Brasil, fazendo jus boa fama de hospitaleiro, recebeu relativamente bem a

    Doutrina Esprita e ganhou notoriedade mundial pela sua organizao institucional, seutrabalho social e por personagens como Francisco Cndido, o Chico Xavier.

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    Um fato muito relevante foi a assinatura doPacto ureo, datado de 5 de outubro de 1949,que unificou as correntes espritas nacionais soba tutela da FEB Federao Esprita Brasileira.

    Em 1960, o ento presidente da RepblicaJuscelino Kubitschek declarou a FEB comoentidade de Utilidade Pblica.

    Hoje, este pas tem a maior populao deespritas declarados do mundo.

    O TRABALHO ESPRITOA organizao oficial dos trabalhos espritas regida pelo Conselho Esprita

    Internacional (CEI), seguida pelos conselhos e federaes de cada pas (no nosso caso, aFEB), e subsequentemente pelas instituies regionais (estaduais, distritais, municipais,etc.). No Brasil h ainda a corrente independente conhecida por Aliana Esprita.

    Os Centros Espritas atuam como educandrios da Doutrina, centros detratamentos espirituais e ponto de partida para aes sociais de caridade.

    NOSSO ESTUDOO estudo proposto por este trabalho simplificado, justamente para servir de fcil

    e rpida introduo ao Espiritismo. Desta feita, fundamental que o interessado estude

    profundamente a codificao da Doutrina Esprita, contida nos cinco livros bsicos deAllan Kardec.Alm disso, consulte frequentemente o site das organizaes oficiais e debruce-se

    sobre as obras (livros, CDs e DVDs) indicadas para o gnero.CONSELHO ESPRITA INTERNACIONALwww.spiritist.orgFEDERAO ESP RITA DO BRASILwww.febnet.org.brALIANA ESP RITAwww.alianca.org.brPORTAL LUZ ESPRITAwww.luzespirita.org.br

    O mdium brasileiro Chico Xavier

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    O J OVEM BONDOSO (LENDA CHINESA)Houve na China um jovem que herdou grande fortuna e, por ser muito bondoso, resolveu distribuir seus

    bens aos necessitados. S que, por ser grande o nmero de carentes, logo ele gastou sua herana e, s ento se deuconta de que estava no mesmo nvel dos outros pobres.

    Ele pensou que quanto mais repartisse seu tesouro mais ele o aumentaria, para com isso, prosseguir com acaridade. Desapontado, sem o prestigio de antes perante seu povo, ele foi ter com um sacerdote da regio e este lheaconselhou: V ter com a Honorvel Sbia do Sul. Ela reconhecer sua bondade e lhe conceder a resposta para attrs perguntas, como sempre faz aos merecedores de seus orculos. Pergunte-lhe ento, que fazer para sempre tercom que fazer caridade.

    O jovem bondoso recebeu as instrues de como chegar l e seguiu viagem. Depois de muita caminhada,deu-se com um rio largo e de correnteza violenta. De modo algum poderia atravessar sozinho e, por isso, ia volver-se para sua cidade. Eis que surgiu uma grande serpente e lhe perguntou o destino. O jovem lhe disse o que pretendiae a serpente o props: Posso atravess-lo sem problemas, mas que em troca, leve uma pergunta minha Sbia.

    O jovem concordou sem hesitao, j que s uma perguntaria para ele carecia fazer. Logo, ele montou naserpente e chegou outra margem do rio. A serpente revelou sua indagao:

    Quero saber por que, apesar de ter me comportado muito bem durante um milnio, ainda no me tornei umgrande drago, como de praxe. Traga a resposta que estarei a sua espera para atravessar rio na volta.

    Depois de ir muito alm, o jovem estava beira de fraquejar de to cansado. Encontrou uma enormefazenda, de bela morada e esplendorosos jardins e pomares. Contou da sua empreitada e pediu hospedagem (j queno tinha dinheiro), ainda que na varanda. O dono do lugar o recebeu bem, mas lhe props que levasse uma

    pergunta Honorvel Sbia do Sul. Tenho uma filha jovem, muito bonita, prendada e bondosa. Mas que at essadata, nenhuma palavra proferiu e por isto, insiste em isolar-se nos seus aposentos toda vida. Quero saber o porqudesta grande desventura.

    O jovem bondoso no teve problemas em acatar o acordo, visto que tinha direito a trs perguntas e, para simesmo, uma s bastava. Comeu, bebeu, dormiu e prosseguiu no dia seguinte.

    Caminhou, caminhou, at que chegou s proximidades da morada da Sbia. No entanto, teria de atravessarum grandioso labirinto, do qual no tinha idia de como fazer. Ao lado, deparou-se com uma bela morada, todavia,cercada de terra seca e paisagem triste. Ao avistar seu dono, pediu ajuda para passar pelo labirinto. O homem lhe

    props ajud-lo, no entanto, uma pergunta deveria levar dele.O jovem bondoso se entristeceu por um momento, pois que somente a trs perguntas poderia fazer e a

    contagem j estava esgotada. Mas por ser bondoso, pensou de pronto que, para no perder a viagem, melhoria quenada seria satisfazer queles trs (o dono da terra triste, o hospedeiro e o drago). O dono daquele lugar revelou suaquesto:

    Pergunte-lhe por que planto, planto e nada vinga em minha propriedade, conservando minhas terras totristes e improdutivas.

    O homem traou o mapa e entregou ao jovem bondoso, que com isso no teve dificuldades de chegar aHonorvel Sbia do Sul. Esta, reconhecendo a bondade do interlocutor, concedeu as trs respostas. De posse delas, orapaz retornou a viagem.

    Ao encontrar o dono das terras tristes, ele transmitiu a resposta: Nenhum fruto d em sua terra porque emseu quintal tem um grande tesouro enterrado distribudo em oito potes de ouro. Para tanto, metade da fortuna deveser doada a quem precise. O homem desenterrou os potes de ouro e metade do tesouro doou ao jovem bondoso.

    Ao alcanar casa do hospedeiro, o jovem lhe revelou a resposta para sua questo: Sua filha paga faltas devidas passadas mas ir falar normalmente to logo encontre aquele que ser seu companheiro. To logo disse isso,

    a moa deixou seu quarto e, dirigindo-se aos dois disse sorridente: Bom dia. O pai dela ficou muito feliz abenoouo casamento dos dois.

    Indo ter com a serpente, o jovem exclamou-lhe: A Honorvel Sbia mandou dizer que para se tornar umgrande drago, voc deve extrair seis dos sete diamantes encravados na sua cabea. A serpente assim o fez e doouas pedras preciosas ao jovem. Tornou-se um grande drago e jurou proteg-lo por onde fosse. Dessa forma, o jovemcasal passou o resto da vida fazendo caridade e nunca mais recursos lhe faltaram para isso.

    Foi presenteado com os seis diamantes arrancados da cabea da serpente e esta se tornou um grande drago,prometendo-lhe ainda proteo por toda vida.

    Assim, o jovem casal ps-se a fazer caridade e nunca mais recursos lhe faltaram.

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    HISTRICOFENMENOS E REVELAES

    Os fenmenos sobre-humanos no se produziam a torto e a direito, a Bel-prazerde um invocador ou do elemento sobrenatural. Conforme a permisso de Deus, tudo sedava para incutir a existncia de seres extraordinrios e a capacidade de comunicaoentre o mundo comum em que vivemos agora e o plano espiritual.

    Noutras palavras, esses indivduos queriam fazer-se percebidos e compreendidos.Os fenmenos so, pois, revelaes.

    O TRANSE DE DAVISO americano Andrew Jackson Davis (1826-1910), de famlia

    humilde, aos dezessete anos de idade, foi induzido a um transedurante o qual teve um banho de iluminismo que elevouconsideravelmente seu intelecto incomum para sua pouca idade esem estudos intensivos. A tal viso o fez sentir uma lgica real sobretemas complexos como filosofia, psicologia e poltica, que antes lheera falha.

    Segundo confessou Davis, um ano mais tarde ele foinovamente tomado por um estado transcendental desta vez,

    involuntariamente. Nesta oportunidade, versou matriasrelacionadas medicina e filosofia moral, diretamente com doisespritos ilustres: o mdico e filsofo grego Cludio Galeno e opolmata sueco Emanuel Swedenborg. Suas impresses desseepisdio e suas consequncias pessoais foram publicadas anos maistarde.

    Aps sua morte, foi encontrada uma mensagem no seu caderno de notas, datadade 31 de maro de 1848, em que Davis dizia ter ouvido uma voz lhe manifestar: Irmo,um bom trabalho foi comeado. Olha! Surgiu uma demonstrao vivente. Aquela data coincide com omarco do caso que se segue.

    O CASO HYDESVILLE (IRMS FOX)Em meio a uma enxurrada de fenmenos espalhados pelo planeta, um despertou

    grande ateno e deu marco a uma srie de estudos meticulosos sobre o tema: o casodas irms Fox, em Hydesville, estado de Nova Iorque - EUA.

    Aconteceu no ano de 1848, que na casa habitada pela famlia Fox, de origemgermnica e formao crist, batidas retumbantes eram ouvidas por seus moradores, a

    3

    Andrew JacksonDavis(1826-1910).

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    ponto de no os deixar dormir. Muitas suposies foram cogitadas sem que ningumentendesse a causa e o mtodo. O caso veio a pblico e a famlia sofreuconstrangimentos inevitveis, entre outras coisas, a exposio pblica.

    O proco correspondente quela parquia foi um dos queaveriguou o caso. Por ocasio de uma das sesses deinvestigao, deu-se impulsivamente que as duas irms menores Katherine e Margaret, 11 e 14 anos, respectivamente comearam a bater palmas e as pancadas sobrenaturaispassaram a imitar com exatido o ritmo e a quantidade daspalmas que elas sugeriam. Quando perguntado se era um

    fantasma (esprito), forte estrondo foi ouvido.Foi proposto ao esprito perturbador que as perguntas

    fossem respondidas com sim atravs de um golpe ou nocom dois. A partir, resultou-se numa entrevista da qual foiextrada a mensagem que os fenmenos eram provocados porum ser espiritual que havia sido assassinado naquela mesmaresidncia, por motivo de roubo.

    Surgiu ali um ncleo de pesquisas, do qual participou Isaac Post. Ele criou um

    sistema de comunicao baseado numa tabela em que cada letra alfabticacorresponderia a um determinado nmero de pancadas. Atravs desse experimento,descobriu-se, anos mais tarde, que o falecido era um comerciante chamado CharlesRosma, que havia se hospedado naquela casa, em tempos de um anterior proprietrio seu prprio assassino. Seguindo as pistas daquele esprito, foi encontrada sua ossada eobjetos pessoais no sto daquela casa.

    Perto dali, em Rochester, um grupo de experimentadores lotavam o saloCorynthian Rallpara invocar espritos e estudar vias de comunicaes com eles.

    Os eventos do caso Hydesville foram chamados de Poltergeist, termo em alemo:Polter = rudo, geist = esprito.

    MESAS GIRANTESNa dcada de 1850, os europeus especialmente franceses e ingleses

    comearam a se interessar pelos experimentos que a Amrica desencadeou. Nesseperodo surgiram as mesas girantes (giratrias)ou mesas falantes.

    Os espritos eram invocados e produziam fenmenos espetaculares, como fazer amesa girar ou levitar. A curiosidade pelo espetculo era maior do que o interessecientfico. As invocaes do fenmeno tornaram-se uma coqueluche nas metrpoles, parasimplesmente ser entretenimento da sociedade, em especial da burguesia.

    O mtodo comum consistia em reunir um grupo de pessoas, de mos dadas emtorno de uma mesa redonda, costumeiramente alternando os sexos. Estes seconcentravam e invocavam espritos, enquanto uma plateia se acotovelava a fim dematar sua curiosidade.

    As respostas eram, grosso modo, irrelevantes para efeito prtico, mas ademonstrao fsica era impressionante e incontestvel. As batidas eram ora mais fortesora mais sutis e de timbres alternados. Os movimentos eram ora verticais orahorizontais. O sapateado dos ps da mesa tambm oscilava.

    As irms Fox:Margaret, Kate e leah.

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    Tais manifestaes intrigavam osmais comedidos e desafiava os maiscpticos. No foram poucas as tentativasde desmascarar a esfinge. Teoriassurgiram para imputar dissimuladosaqueles espetculos. Mas a verdade que as manifestaes eram concretasdemais. Tanto que, involuntariamente,certas pessoas comuns, em seusambientes corriqueiros, eramsurpreendidas por sinais especiais maisou menos legveis enquanto outros noobtinham sucesso, embora muito seesforassem.

    Por volta de 1870 a moda haviapassada, principalmente em razo dafrivolidade e dos flagrantes de algumasfraudes.

    No entanto, longe dos palcos e dos sales abertos, estudiosos srios exploravam acausa e os efeitos de tudo aquilo. Entre eles, destacaram-se: o naturalista Alfred RusselWallace os fsicos William Croockes e Oliver Lodge o criminologista Cesare Lombroso eos astrnomos Friedrich Zllner e Camille Flammarion.

    OS MEDIADORESEstranhamente, certas pessoas apresentavam mais facilidade do que outras para

    atrair os fenmenos em voga, sem que se houvesse uma caracterstica marcante entre

    elas. Ou seja, independia do sexo, da idade, da posio social ou mesmo intelectual.Esses mediadores (mais tarde definidos por Mdiuns) eram examinados

    criteriosamente pelos especuladores e cientistas, bem como os episdios a queprotagonizaram.

    Muitos so os registros daqueles inslitos acontecimentos, ocorridos na Amrica eEuropa fora os que se perderam no anonimato. E eram cada vez mais inteligentes e,portanto, mais fceis de serem comprovados. Por exemplo, mensagens emitidas porpessoas falecidas atravs de mdiuns endereadas a parentes, com descriespormenorizadas e atestadas pelos receptores.

    O CODIFICADOREstava para surgir uma revelao muito forte, que abalaria o mundo e elucidaria

    as mentes desejosas por explicaes e consolo. O Espiritismo a Terceira Revelao.Para tanto, era preciso convergir as ideias e catalogar os conceitos ministrados

    pelos personagens sobrenaturais aos mdiuns. Essa misso especial foi designada aoprofessor francs Rivail, mais tarde, cognominado Allan Kardec chamado de oCodificador da Doutrina Esprita.

    Sesso medinica atravs das Mesas Girantes efalantes: um entretenimento revelador.

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    Hippolyte Lon Denizard Rivail nasceu em3 de outubro de 1804, em Lion, Frana, numafamlia catlica, de tradio para o magistrio eadvocacia.

    Estudou na famosa escola de Pestalozzi,Sua (referncia em educao em seu tempo),sendo reconhecido notvel aluno.

    De volta ptria, casou-se com a pedagoga e artista plstica Amlie GabrielleBoudet (1795-1883) que se revelaria como grande companheira na empreitada que osaguardavas.

    Inclinado cincia e pesquisa da Educao, desenvolveu e publicou diversasobras que propunham novos mtodos para o ensino pblico, visando suademocratizao.

    Como exemplo prtico, lecionou em sua prpria residncia, vrios cursos gratuitos(como Fsica, Qumica e Astronomia).

    Seu trabalho repercutiu em todo o pas e revolucionou o sistema educativo daFrana.

    Seus primeiros contatos com os estudos sobre os fenmenos sobrenaturais sederam em 1854, a convite de Fortier um amigo de toda vida. As observaes partiramdas mesas girantes e culminaram com uma granderevelao feita em 30 de abril de 1856, segundo aqual, um Esprito denominado Verdade anunciou agrandiosa misso que aquele professor estava poriniciar.

    Homem das letras, lcido e estabelecido,aquele pedagogo era ideal para compreender ascausas e efeitos concretos da doutrina em advento.

    Presenciando sesses com diversos mdiuns,Rivail foi colhendo as respostas dadas por diversasentidades espirituais a cerca de todo tipo depergunta. Na qualidade de mestre em organizarteorias na forma pedaggica, ele reuniu osconceitos bsicos revelados pelos EspritosSuperiores e assim, sob o pseudnimo de AllanKardec, lanou a primeira edio de O LIVRO DOSESPRITOS, em 18 de abril de 1857.

    Allan Kardec(1804 - 1869)

    Conforme explicou em O LIVRODOS ESPRITOS, Allan Kardec foraseu nome num encarnao passada,

    sendo ele um druida. Os druidas eramconselheiros da sociedade Celta civilizao que habitou a Europa

    Ocidental antes do Imprio Romano.

    O propsito do professor Rivail emfazer uso de um pseudnimo paraassinar as obras espritas foi para

    marcar a nova fase de sua vida, emsincronia com a nova fase da Histriada Humanidade, atravs da revelaodo Espiritismo que, alis, verbete

    por ele criado.

    Amlie GabrielleBoudet(1795 - 1883)

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    19 Conhecendo o ESPIRITISMO

    Lana em 1 de janeiro de 1858 a primeira edio da REVISTA ESPRITA, depublicao regular. Apoiado pela esposa, amigos e colaboradores diversos, Kardecinaugura neste mesmo ano, a primeira instituio oficial do Espiritismo: a SociedadeParisiense de Estudos Espritas.

    No ano seguinte, lana O QUE ESPIRITISMO?, um resumo didtico sobre a novadoutrina que fundara. Este compndio no est relacionado entre os cinco livros bsicosda codificao do Espiritismo chamado Pentateuco de Allan Kardec.

    Publicado em 1861, O LIVRO DOS MDIUNS ou Guia dos Mdiuns e Evocadores, sobre asprticas das manifestaes espritas e suas consequncias.O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO,lanado em 1864, interpreta os evangelhos sob aptica da Nova Doutrina. Seu ttulo original era Imitao do Evangelho e foi substitudo a partir daquarta edio.O CU E O INFERNO foi publicado em 1865 efaz uma anlise o que se d ps-morte.

    Para completar o Pentateuco Kardequianoveio A GNESE, em 1868, pelo qual o codificadortrata do princpio das coisas e dos Espritos.O restante de seus dias foi dedicado mesma causa. Allan Kardec desencarnou em 31 demaro de 1869, em Paris, vtima de aneurisma.Sepultado no Cemitrio do Pre-Lachaise, nacapital francesa, seu tmulo foi construdo emforma comum dos dolmens dos druidas.

    O livro OBRAS PSTUMAS foi lanado em1890 pela sociedade esprita criada por Kardec, emque o Esprito do Codificador descreve sua vida edisserta sobre temos diversos.

    Discurso do amigo Camille Flammarion durante osepultamento de Allan Kardec:

    Voltaste a esse mundo donde viemos e colhes o frutode teus estudos terrestres. Aos nossos ps dorme o teuenvoltrio, extinguiu-se o teu crebro, fecharam-se-teos olhos para no mais se abrirem, no mais ouvidaser a tua pa lavra... Sabemos que todos havemos de

    mergulhar nesse mesmo ltimo sono, de volver a essamesma inrcia, a esse mesmo p. Mas, no nesse

    envoltrio que pomos a nossa glria e a nossaesperana. Tomba o corpo, a alma permanece eretorna ao Espao. Encontrar-nos-emos num mundomelhor e no cu imenso onde usaremos das nossasmais preciosas faculdades, onde continuaremos osestudos para cujo desenvolvimento a Terra teatro

    por demais acanha do. (...) At vista, meu caro AllanKardec, at vista!"

    Tmulo de Kardec e seu epitfio:Nascer, morrer, renascer aindae progredir sempre, tal a lei.

    Camille Flamma rion (1842-1925)Astrnomo e amigo de Kardec

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    GRANDES COLABORADORESEntre tantos, destacam-se os seguintes colaboradores da aurora do Espiritismo.

    Sobre a vida de Scrates e Plato e suas impresses sobre a sobrevivncia daalma e leis morais que defenderam com o exemplo prprio.

    Sobre os colaboradores acima citados. Na Bblia Sagrada, as comunicaes entre homens e entidades (anjos, espritos,

    profetas, etc.). Santos catlicos e os prodgios que os beatificaram, tais como Joanna DArc e

    Santa Teresa de vila, e aparies de Nossa Senhora. Sobre o Museu das Almas do Purgatrio, da Igreja Catlica. Emmanuel Swedenborg, cientista sueco. Franz Anton Mesmer (1734-1815), austraco, considerado o formatador do

    Magnetismo. A obra Histria do Espiritismode Arthur Conan Dolye (1859-1930), criador do

    clebre personagem Sherlock Holmes. Relatos contemporneos sobre casos extraordinrios, como de quase-morte.

    P ESQUISE TAMBM:

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    BRASILCeleiro do Mundo ePtria da Luz EspiritistaCom a perseguio que os governos autoritrios

    europeus exerceram contra o Espiritismo, especialmentedurante a Primeira e Segunda Guerra Mundial, a Nova

    Doutrina quase se extinguiu.Entanto, a opresso fraquejou e hoje, a 3 Revelaoprogride consistentemente em todo o mundo, sendo o

    Brasil sua atual locomotiva.Este o pas com a maior populao de espritas do

    planeta e sede do CEI Conselho Esprita Internacional,cujo escritrio central fica em BrasliaDF.

    Espritas brasileiros so conhecidos internacionalmente,bem como suas obras.

    Um dos precursores na divulgao do Espiritismo emterras tupiniquins foi o portugus radicado no Rio de

    Janeiro, Augusto Elias da Silva (1848-1903), fundador dojornal R e f o r m a d o r. De uma reunio em sua residncia,

    nasceria a Federao Esprita Brasileira (FEB), ficandoele como o 1 tesoureiro. A presidncia ficou sob a

    responsabilidade do major Ewerton Quadros.

    Na sucesso, o Dr. Aldolfo Bezerra de Menezes (1831-1900) trabalhou pela implantao do Estudo Sistemticoda Doutrina Esprita e unificao das correntes internas.

    A FEB deu um grande passo para sua popularizao aopublicar uma coletnea de psicografias de vrios poetas

    luso-brasileiros colhidas pelo mdium Chico Xavier, naobra P a r n a s o d e A l m - T m u l o (1932). O sucesso foi

    estrondoso e recebeu meno honrosa na AcademiaBrasileira de Letras.

    Desde ento, a literatura esprita s cresceu e assimprossegue. Vrios ttulos de nossos escritores, ou

    psicgrafos, se consagraram e se tornaram best-sellers. o caso do livro de bolso M i n u t o s d e S a b e d o r i a, do

    esprita (e ex-padre) Carlos Torres Pastorini a srie depsicografias do Esprito Andr Luiz, recebidas por

    Dr. Bezerr a deMenezes

    Chico Xavier, comeando porNosso Lar e M e m r i a sd e U m S u i c i d a, psicografada pela mdium cariocaYvonne do Amaral Pereira, do Esprito do escritorportugus Camilo Castelo Branco.

    Carlos TorresPastorini Yvonne do A.PereiraDestaque especial para Guillon Ribeiro, ex-presidente daFEB, que traduziu as obras bsicas de Allan Kardec, dooriginal em francs para portugus.O trabalho medinico e o exemplo de desprendimento aomaterialismo dado por Chico Xavier tambm contribuiupara disseminar a Doutrina no nosso pas e chamar aateno do mundo.Outro personagem brasileiro saliente Jos Pedro deFreitas, o Z Arig (1922-1971). Incorporando o Espritodo Dr. Fritz (mdico alemo falecido durante a I Guerra

    Mundial), esse mineiro realizava operaes cirrgicascom mtodos paranormais, cujo trabalho foirigorosamente estudado por cientistas nacionais einternacionais.Tambm destaque do Espiritismo nacional, o trabalhode assistncia social que, embora se esforce paraconservar a discrio, salta aos olhos.Destacamos os projetos dirigidos pela filantropa AnliaFranco (1856-1919), no Estado de So Paulo e, maisrecentemente, os de Divaldo Pereira Franco (1927 -),como a M a n s o d o C a m i n h o , em Salvador-BA.

    DivaldoPereiraFranco

    Portanto, o Brasil foi mesmo predestinado a ser aPtria da Luz Espiritista.

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    Acontecer nos ltimos dias - Deus quem fala -, que derramareido meu Esprito sobre todo ser

    vivo: profetizaro os vossos filhose as vossas filhas. Os vossos jovens

    tero vises, e os vossos anciossonharo.

    ATOS 2:17

    E eu rogarei ao Pai, e ele vosdar outro Parclito, para que

    fique eternamente convosco. o Esprito da Verdade, que o

    mundo no pode receber, porqueno o v nem o conhece, mas vs oconhecereis, porque permanecer

    convosco e estar em vs.JOO 14:16-17

    Quando vier o Parclito, que vosenviarei da parte do Pai, o Esprito

    da Verdade, que procede do Pai,ele dar testemunho de mim.

    JOO 15:26

    Entretanto, digo-vos a verdade:convm a vs que eu v! Porque,

    se eu no for, o Parclito no vira vs mas se eu for, vo-lo

    enviarei.Quando vier o Parclito, o

    Esprito da Verdade, ensinar-vos-toda a verdade, porque no falar

    por si mesmo, mas dir o queouvir, e anunciar-vos- as coisas

    que viro.JOO 16:7 e 13

    DOUTRINA ESPRITAA TERCEIRA REVELAO

    Segundo a Bblia Sagrada, Deus se revelou a Moiss e estabeleceu um pacto comos homens. Depois, bem como os profetas anunciaram muito previamente, Jesus Cristoveio ao Mundo trazer a segunda revelao, demonstrando na prtica, o modelo de vida aser seguido.

    O Espiritismo a terceira revelao, que veio auxiliar, guiar e consolar ahumanidade, de acordo com as promessas feitas pelo prprio Jesus. o Parclito, do latimParacleto = advogado, mentor, consolador. assim que se diz da ao do Esprito Santo.No veio personificado numa pessoa apenas, mas distribudo mundo a fora.

    No o Espiritismo mrito de Kardec. Ele foi um

    extraordinrio instrumento dos Espritos Superiores, sobpermisso Divina, para a organizao dos trabalhos eelaborao da Codificao, em que participaram muitosoutros colaboradores.

    Cada uma das revelaes veio, a seu tempo, demaneira distinta mas que se relacionam uma com as outras.No veio uma aniquilar a anterior, mas dar acrscimos, porexemplo, melhor interpretando seus conceitos respeitandoo grau de compreenso dos homens e os recursosdisponveis. Assim, Moiss falou ao seu povo de acordo como nvel da linguagem de sua poca. De igual maneira, Jesus

    usou em suas parbolas, argumentos acessveis s pessoasque o rodeavam.O Espiritismo vem nos revelar hoje coisas mais claras

    do que fizeram os profetas anteriores incluindo Jesus por causa do nosso adiantamento intelectual. Tivesse Jesusfalado de coisas que agora sabemos claramente, no teriaconvencido o povo dos seus dias, porque no seriacompreendido. At palavras exatas faltavam para isso.

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    ESPIRITISMO E ESPIRITUALISMOEm parte, o Espiritismo j existia e evolua com o Homem, no tocante aos

    preceitos morais comuns em certas filosofias.Dentre elas, a mais aproximada a do Espiritualismo, que consiste em crer na

    existncia da alma (esprito) e por conseguinte, viver voltado para a valorizao

    espiritual em primeiro plano, abnegando-se dos prazeres da carne.Diz-se de uma pessoa espirituosa, aquela que vive inspirada boa causa doesprito, com graa, com bondade (que o enriquece o Esprito). Nisso se coincide oEspiritualismo com o Espiritismo.

    O que distingue a Doutrina Esprita das demais filosofias como o Espiritualismo a consistncia da causa e efeito. Enquanto que uma crena comum se baseia naintuio e tendncia naturalmente humana, o Espiritismo se firma na Revelaocomprovada, cujos conceitos se apoiam na Natureza. No suposio: fato.

    O praticante do Espiritismo um Esprita que sempre um espiritualista, nosendo a recproca necessariamente verdadeira.

    CONCEITO DE ESPIRITISMOO Espiritismo nasceu como cincia para estudar os fenmenos extraordinrios que

    eram noticiados corriqueiramente, com mpeto de investigao isenta (sem intenoinicial de formatar conceitos previamente), tal qual comum no ramo cientifico.

    Dada a Revelao pelos Espritos Superiores, com provas irrecusveis, formou-se aMoral Esprita. O que vem a ser uma filosofia. Sendo ela partida de Bondade de Deus,faz-se carter religioso.

    Desta forma, assim se conceitua o Espiritismo (o mesmo que Doutrina Esprita):

    a cincia que trata da natureza, origem e destino dos Espritos, bem como suas relaes com omundo corporal.

    O Espiritismo , ao mesmo tempo, uma cincia de observao e uma doutrina filosfica. Como cinciapr tica ele consiste nas relaes que se estabelecem entre ns e os Espritos: como filosofia,compreende todas as consequncias morais que dimanam dessas mesmas relaes (Allan Kardec, emO QUE O ESPIRITISMO prembulo).

    ESPIRITISMO UMA RELIGIO?Respondendo a essa indagao, Allan Kardec dissertou que,

    por falta de um termo mais exato, diz-se que o Espiritismo umareligio sim, pois que prope uma conduta moral (leis a seremseguidas), como princpios vindos de Deus. Ao mesmo tempo emque no uma instituio religiosa como as tradicionais, razo pelaqual no adota smbolos, rituais ou altares de adorao coisas depraxe religiosa.

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    Na definio clssica, religio servio de obedincia a Deus (ou a uma divindadequalquer), em conta dos Seus mandamentos coisa que se aplica ao Espiritismo --, nomesmo instante em que esse servio tambm se d por meio diversos, por exemplo, usode objetos, amuletos, talism, incenso, altar, templos, esculturas, vestimenta especial,liturgia crnica, hierarquia coisas que no esto presentes no Espiritismo. Como naDoutrina Esprita tudo novo, fruto de uma nova revelao, conceituamos suareligiosidade por nova definio.

    Assim, trs so as caractersticas do Espiritismo: cincia, filosofia e religio sendo que desta ltima, guardam-se as devidas propores.

    A CODIFICAOPara conhecer completamente a Doutrina Esprita

    mister estudar profundamente as cinco obras bsicas daCodificao o Pentateuco Kardequiano.

    As obras so frutos de Inspirao Divina, assistidaspelos Espritos Superiores, que revelaram as verdades que

    Deus os conferiu nos dizer. Somamos a isso, claro, otrabalho imensurvel de Allan Kardec mestre no oficio deformatar livros didticos, de forma a doutrinar com mtodoque une objetividade + acessibilidade.

    A seguir, uma breve descrio das obras bsicas:

    O Espiritismo uma doutrina filosfica de efeitos religiosos, como qualquer filosofiaespiritualista, pelo que forosamente vai ter s bases fundamentais de todas as

    religies: Deus, a alma e a vida futura. Mas no uma religio constituda, visto queno tem culto, nem rito, nem templos e que, entre seus adeptos, nenhum tomou, nem

    recebeu o titulo de sacerdotes ou de sumo-sacerdote.Allan Kardec. Obras Pstumas Ligeira resposta aos detratores do Espiritismo.

    Allan Kar dec e o lanamento de O livrodos Espritos (Paris, Franca, 1857)

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    O LIVRO DOSESPRITOS(1857)

    Traz nas dissertaes iniciais de Kardec a definio da DoutrinaEsprita e dos termos associados, bem como uma breve descriodos conceitos bsicos.Na parte adiante, os Espritos Superiores respondem diretamentes perguntas (em entrevista) sobre: Deus, a Criao, da vida dosEspritos, encarnao, reencarnao, dos mundos, dos fenmenos(ao dos Espritos no nosso mundo), das leis morais, das penase recompensas futuras, etc.

    O LIVRO DOSMDIUNS(Guia dos

    Evocadores)(1861)

    Os Espritos Superiores respondem s perguntas sobre: coisassobrenaturais, do mtodo de invocao, dos sistemas, das aesdos Espritos no nosso mundo, das faculdades dos mdiuns, dasobsesses, do charlatanismo, das reunies nas casas espritas,etc.

    O EVANGELHOSEGUNDO OESPIRITISMO(1864)

    Interpreta sob a luz do Espiritismo, os preceitos de Jesus Cristocontidos em diversas passagens extradas dos Evangelhos,reforados por dissertaes de Espritos Superiores.

    O CU E OINFERNO(1865)

    Contm na primeira parte, dissertaes doutrinrias: o futuro, aspenas e recompensas, Cu, inferno, purgatrio, anjos, demnios,invocao aos mortos.Na segunda parte, relata a passagem da vida humana para a

    espiritual, dada por Espritos felizes, medianos, sofredores,suicidas, etc.A GNSESE

    (Os Milagres e aspredies segundo

    o Espiritismo)(1868)

    Aprofunda nosso conhecimento sobre Deus, o bem e o mal, acincia, do espao e da matria, origem da Terra e dos seresvivos, da origem da humanidade, da teoria mosaica (Ado e Eva),milagres, da Natureza de Jesus, das profecias, juzo final, etc.

    FUNDAMENTOSA Doutrina Esprita est fundamentada primeiramente em Deus, que o Criador

    Absoluto e Causa Primeira de todas as coisas conforme a Codificao nos diz. Estemesmo Deus que se fez revelar aos homens na Terra por diversos meios, como ElePrprio a Moises, pela vida e obra de Jesus conforme registros bblicos e a tantosoutros mdiuns (pessoas comuns), atravs dos Espritos.

    OBRAS BSICAS DA CODIFI CAO ESPRI TA

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    Ao longo da evoluo do nosso planeta e da prpria Humanidade, as intervenesde Deus quer seja em ao direta, quer seja indireta (por meio dos Espritos) tmcomo objetivo auxiliar o Homem a progredir a si mesmo e o seu meio. Por esta razo osEspritos nos revelaram a Nova Doutrina a nica que explica com mais exatido as leisda Natureza das coisas, e consequentemente, nos consola a mido, pois interpreta aSanta Lei como de fato ela : soberanamente justa e bondosa.

    Numa obra sempre em curso, quanto mais o Homem se adiantar moral eintelectualmente, mais claramente ele ver a Luz e as ideias mais lgicas lhe parecero.E assim, gradativamente, que vamos tomando parte das coisas.

    A Doutrina Esprita, revelada por vrios Espritos a vrios mdiuns, em datas elocais diversos, s corrobora a Santa Lei de Deus, em nada a altera. O que se d emnovidade que, valendo-se do nosso adiantamento, os Espritos nos esclarecem com

    mais detalhes, aquilo que nos aguarda. Visto a posio que eles ocupam (o mundoespiritual), eles sabem mais do que ns e podem dar testemunho verdadeiro.

    A SANTA LEIQual a Santa Lei de Deus?O Espiritismo se firma nos Dez

    Mandamentos que Deus revelou a Moiss,

    bem como Cristo o fez. O NovoMandamento que Jesus nos trouxe no essencialmente um mandamento novo,mas a sntese de toda a Lei. Disse-nos: Ameis uns aos outros assim como eu vos amei(JOO 13:34).

    Sendo perfeita a Lei de Deus, ela inaltervel.

    No o caso de confundirmos a Leide Deus com as leis civil-religiosas,institudas para reger o povo, de acordocom as circunstncias. Estas sim, seadaptam ao tempo corrente.

    Moiss, para domar os hebreus doseu tempo (um povo ignorante e duro decorao), ditou certos regulamentos queconvinham poca. Deus deveria parecerpoderoso e cruel com os traidores para sertemido. Da a lei do olho por olho, dente

    por dente. (xodo 21:24), estabelecidapela religio e atribuda a Deus.

    Hoje vemos como por um espelho, confusamente mas ento veremos face aface. Hoje conheo em parte mas ento conhecerei totalmente, como eu souconhecido.I CORNTIOS 13:12

    OS DEZ MANDAMENTOS1) Amar a Deus sobre todas as

    coisas.2) No tomar em vo o Nome do

    Senhor.3) Santificar o dia do Senhor.4) Honrar pai e me.5) No matar.6) No cometer adultrio.7) No roubar.8) No prestar falso testemunho.9) No cobiar a mulher do

    prximo.10) No cobiar as coisas alheias.

    O MANDAMENTO DE JESUSAmar a Deus sobre todas ascoisas e ao prximo como a si

    mesmo.

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    Cristo, tomando da antiga lei oque eterno e divino e rejeitandoo que era transitrio, puramente

    disciplinar e de concepohumana, acrescentou a revelao

    da vida futura, de que Moiss nofalara, assim como a das penas erecompensas que aguardam o

    homem, depois da morte.Allan Kardec A GNESE cap.I, 22.

    No sendo um mandamento de Deus sefosse, no poderia ser mudada, por ser perfeita ,mas sendo sim, uma norma humana, essa lei foireavaliada por Jesus: Ouvistes que foi dito: Olho porolho, e dente por dente. Eu, porm, vos digo que noresistais ao homem mau mas a qualquer que te bater naface direita, oferece-lhe tambm a outra (MATEUS5:38-39). Ou seja, faamos nossa parte econfiemos a Deus a Justia.

    Acaso, seria plausvel que Moiss dissesseaos seus seguidores: Amai aos vossos inimigos e orai

    pelos que vos perseguem (MATEUS 5:44), como disseraJesus?

    O povo contemporneo de Cristo era mais adiantado que a gerao de Moiss,mas muito menos do que ns, nos tempos atuais. Por esta razo, tambm Cristo norevelou todo o Mistrio da Natureza de Deus, pois no seria compreendido. Aquela genteestava submissa vigilncia religiosa, mais preocupada com o cerimonial do que com aobservncia dos Mandamentos de Deus. No por menos, grandes guerras foram

    deflagradas supostamente em nome dos valores religiosos.Agora, pois, a interpretao esprita quem nos fortifica.

    CINCIA E RELIGIODeus deu ao Homem a capacidade de evoluir materialmente e espiritualmente. A

    primeira se d pela cincia e a ltima pela religio. Ambas devem crescer juntas e secompletarem. A coliso entre elas significa desacordo com a Natureza de Deus.

    A cincia nos proporciona um bem-estar imensurvel. Que dizer da diferena entredigitarmos um texto num computador e esculpir hierglifos? A eletricidade, o motor etodas as grandes invenes provam nosso adiantamento. Mas nos prende matria, aesta vida carnal. Da, a ganncia, que resulta numa grande competio e a grandediferena social.

    A religio, sem acompanhar o progresso da cincia, fica ultrapassada e geradescrena, pois, seus conceitos so desmascarados pelos fatos. Da, tenta travar acincia. Foi assim quando a igreja negou as descobertas de Galileu Galilei (1564-1642).

    Sem o respaldo cientifico, as religies desenvolveram suas prprias interpretaes(algumas, mirabolantes), tentando explicar aquilo que tomavam por certo. Isso sconfunde as pessoas e gera incredulidade. Cada qual, queixando-se o titulo depossuidora da verdade, as crenas criaram uma grande separao entre ambas,

    possibilitando at mesmo conflitos armados.A cincia percorre o mbito da matria fsica, aquilo que, por exemplo, se podemedir e pesar. Ela no pode atestar nada que no seja de natureza fsica. Por isso nopode certificar nada das coisas espirituais como o prprio Deus. Isso fugiria da suaconstituio. Um cientista pode emitir sua opinio pessoal, mas no pode escrever, comodado cientfico, uma s linha de algo hipottico.

    Para explorar essa outra natureza a espiritual , valemo-nos das religies.O Espiritismo o elo entre essas duas foras, pois prova materialmente a

    existncia do mundo espiritual atravs das manifestaes de Espritos viventes no

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    plano espiritual. Essas entidades superiores nos atestam a Santa Lei e nos do umainterpretao mais clara dela, porque j fazem parte da Verdade.

    O Espiritismo no tem o objetivo de competir com as descobertas da cincia, nemtampouco suplantar as demais religies. Mas, adiantar a aproximao de todas ascorrentes, j que este o fim escrito: caminhamos para uma s Verdade.

    Os espritas compreendem a utilidade que cada religio, mesmo as maisprimitivas, desempenhou entre os diferentes povos. So como sementes diversas,plantadas em variados terrenos. O fruto final ser o entendimento entre todos ns, nocaminho do amor e da justia de Deus.

    A Histria do Espiritismo, sob o ponto de vista dos no espritas. Sobre conflitos religiosos, como as Cruzadas Crists. Inquisio e o tribunal do Santo Ofcio da Igreja Catlica. Sobre a vida e a obra de Galileu Galilei. As controvrsias atuais entre as religies e a cincia, tais como aborto, controle

    de natalidade, eutansia.

    P ESQUISE TAMBM:

    Qu an do vier o Par clito, o Esprito da Verdade, ensina r-vos- toda a verdade, porque n ofalar por si mesmo, mas dir o qu e ouvir, e anu nciar-vos- a s coisas que viro Joo 16:13

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    DEUS E A CRIAOA NATUREZA DE DEUS

    O que Deus?Esta a pergunta que abre a sesso de entrevista direta de O LIVRO DOS ESPRITOS,

    a qual os mensageiros de Deus responderam: a inteligncia suprema, causa pr imria de todasas coisas. Ou seja, Deus o princpio de tudo e por Ele tudo foi criado.Da parte que nos toca saber, considerando nossa mida capacidade, Deus :Eterno,Imutvel, Imaterial, nico, Onipotente, Soberanamente Justo e Bom. Esta no uma definio exata

    e completa do que Deus (o que impossvel fazermos), mas uma srie de atributos aque podemos atribu-lo.

    PROVAS DA EXISTNCIA DIVINAQuais as provas da existncia de Deus? Em resposta, os Espritos nos disseram:

    Procurai a causa de tudo o que no obra do homem e a vossa razo responder.

    DEUSEterno Se no fosse eterno, teria sido criado e no seria

    Criador absoluto.Imutvel Se mudasse seria instvel e imperfeito.

    Imaterial Se fosse material, estaria sujeito s propriedadesda matria (por exemplo, mudar).

    nico Se houvesse outro no haveria unidade em Deus.Onipotente Por ser nico e criador de tudo o Superior.

    SoberanamenteJusto e Bom Se no fosse justo e bom, no seria perfeito. Logo,sua justia no muda e sua bondade infinita.

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    Quando vemos uma pintura magnfica, julgamos que seu autor um pintormagnfico. O pintor a causa, sua pintura o efeito. Como no h efeito sem causa, noh obra sem seu criador. O criador sempre maior que sua obra, pois, do contrrio,

    jamais criaria. E tudo que criado vem da inteligncia, pois do nada, nada se cria. Pormais espetacular que seja um invento, seu inventor maior.

    Se reconhecermos que uma melodia obra de um msico, que uma escultura obra de um escultor, ento, ns reconhecemos que tudo que no foi criado pelo homem obra de Deus. Que homem poderia criar o universo ou a ele mesmo? De sorte que, seadmiramos o esplendor do universo, que dizer do seu Criador?

    IDEIAS PRIMITIVAS DE DEUSOs vestgios deixados pelas civilizaes primitivas mostram que nos tempos mais

    remotos, nossos ancestrais costumavam tomar como deuses tudo que estava acimadeles, pois j tinham noo evidente que no era obra de ningum na Terra. Da ointento de prestar cerimnias ao deus-sol, deus-lua, etc.

    As culturas como a dos egpcios e dos gregos exploraram bem o termo dadivindade. Nesses povos, acreditava-se que certas atribuies da Natureza, dascircunstncias e dos sentimentos eram comandadas por um deus especfico para cadacategoria. Por exemplo, na Grcia antiga, Apolo era o deus do sol Afrodite era a deusa

    da beleza, Eros era o deus da paixo.Mesmo com o surgimento do monotesmo (crena de um s deus), a ideia humana

    sobre Deus era tmida e irregular. Para fazer frente selvageria do povo, o prprioMoiss traou Jeov como vingativo (Deuteronmio 32:41, Salmos 148/149), impiedoso(Deuteronmio 7:4) e cruel com os inimigos. A tradioera de que s se respeitava o que se temia. E mesmoassim, Moiss ainda teve dificuldades para domar oshebreus.

    Jesus mostrou a face verdadeira de Deus aodescrev-Lo como Justo e Bom. Por isso foiridicularizado pelos israelitas. Vivendo em escravido

    ao julgo do Imprio Romano, seus contemporneosesperava a libertao pela fora. Diante da mansidode Cristo, eles gritaram pedindo a crucificao doMessias.

    Passados dois milnios da vinda do Cristo, muitose fala e pouco se entende de Deus e de Jesus. Muitosficam atormentados ao questionarem a bondade doCriador, em meio a tantas desigualdades, tragdias eindiferena entre as pessoas.

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    Diz-se, portanto, que DEUS,ESPRITO e MATRIA constituem

    a TRINDADE UNIVERSAL, oresumo de tudo que existe.

    A teoria do Pantesmo (do grego: pan = tudo + tesmo = crena em deus) sugereque Deus no um ser, mas o prprio universo, tal qual se diz: me-natureza.Coisa inaceitvel, pois, se existe por que foi criado. Pode ser, ao mesmo tempo,

    uma coisa s a obra e o criador?

    A Doutrina Esprita refora a descrio de Deus soberanamente justo e bom, comofez Jesus, explica e prova essas verdades pelas prprias leis da Natureza de Deus. Quemconhece o Espiritismo, cr num Deus perfeito e bondoso.

    ELEMENTOS DA CRIAOTudo que h partiu da inteligncia e bondade

    de Deus. De maneira simplria, dividimos a Criaoem duas categorias: Princpio material (matria) ePrincpio inteligente (esprito), que partiram de umamesma substncia original: o Fluido Csmico Universal.A matria csmica primitiva se subdividiu e deu forma s coisas fsicas, como oespao, o sol, a Terra, a gua, o fogo, ar, o nosso corpo, etc. De maneira independente,o princpio inteligente gerou os Espritos, ou entidades espirituais (cada um de ns) e omundo prprio dos espritos. Veja o captulo a seguir.

    O emblema do trabalho do Criador a cepa:o corpo o tronco; o esprito o licor; a

    alma (esprito) ligada matria o gro.

    (O LIVRO DOS ESPRITOS Prolegmenos)

    A descrena em Deus conhecida como atesmo e os ateus e asatias so homens e mulheres que assumem no crer em nenhumadivindade. Tal concepo considerada por falsa, dado que todo

    humano carrega consigo, um mnimo que seja, uma intuio deDeus. Unida a esse sentimento est a certeza da existncia de tudo

    aquilo que misterioso, que nos rodeia sempre. A despreocupaocom esses quesitos (como a prpria morte) faz com que o individuo

    se consagre aparentemente incrdulo. Muitas vezes, por estarem emuma situao confortvel na vida atual em que no carece de

    respostas, j que no h perguntas. No raro, essa semente de Deus,plantada em cada imo, se revele mediante circunstncias abruptas,

    como perigo de morte, queda financeira, desgraa social,enfermidade dolorosa e conflitos familiares.

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    ORIGEM DO UNIVERSODurante muitos anos todo mundo considerava que a criao do mundo e a da

    prpria Humanidade havia se dado conforme a descrio da gnese bblica: Deus teriafeito tudo em sete dias e povoado a Terra a partir de Ado e Eva e ainda tem, hoje emdia, quem brigue por esta causa. Na verdade, Todo mundo uma maneira de dizer, j

    que houve quem no engolisse tamanho lirismo e buscasse explicaes mais plausveis.Ningum aqui sabe ao certo se Deus descreveu a Moises essa verso ou se opatriarca buscou inspirao humana para redigi-la. De qualquer forma, era precisoexplicar ao povo, ainda que de forma alegrica, como Jeov os tinha criado. No era o

    momento oportuno para que a verdade tcnica da Criaofosse revelada, pois aquele povo rude no estava preparadopara entender tal grandeza.

    Quando a cincia comeou a engatinhar na direo daorigem do universo foi duramente combatida pela igreja, sobo argumento de que o assunto era puramente religioso.

    As pesquisas avanaram e apontavam para a teoria da

    evoluo. Os precursores dos estudos modernos so: Lamarck(1744-1829), Alfred Russel Wallace (1823-1913) e Charles Darwin(1809-1882). Depois de depurada, a ideia cientifica atual que todo o universo nasceu de uma s clula, por assim dizer,desencadeada por uma ao (o Big Bang) e foi se formandopor milhes e milhes de anos. Logo, a contagem de sete diasda Criao figurativa. Os seres vivos conhecidos hoje inclusive a raa humana no nasceram na forma atual, masevoluram de acordo com as condies de sobrevivncia.Portanto, as figuras de Ado e Eva so alegricas.

    No entanto, a cincia ignora a origem da tal clulaoriginal e a causa que desencadeou o Big Bang.

    O Espiritismo, equilibrando os conceitos da cincia eda religio, no ignora essa fora causadora: sem dvidasque tudo vem de Deus.

    Mitologias antigas (egpcio, grega, romana, etc.). Origem do Universo: teoria mosaica e teoria evolucionista. Obra dos cientistas primeiros da teoria da evoluo: Lamarck, Wallace e

    Darwin.

    P ESQUISE TAMBM:

    A gnese bblica, semelhante aoque fez outras filosofias,

    explicou a origem do mundo eda Humanidade atravs de

    alegoria. Tal teoria no pode serreputada como mentirosa, dado

    no pretender ser tese cientifica,mas uma metfora dela.

    QuadroADO E EVA,de Lukas Cranack (1531)

    Representaogrfica daevoluohumana

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    OS ESPRITOSNOSSA ORIGEM

    A crena comum que Deus cria as pessoas (entidades) junto com o corpohumano, no momento que a gravidez gerada. No por menos, cria-se a impresso que o casal que gera uma nova vida. Assim, no fica difcil para um ateu pensar que,depois da morte acaba-se aquela vida (aquela pessoa), pois como se o individuo fosseseu corpo, ou a alma dependa da carne e osso para existir.

    Nossas entidades foram criadas por Deus, muito antes da formao desse corpoque vestimos agora. Talvez at, antes mesma da existncia da Terra. Pois, nossaverdadeira forma em Esprito. Ns somos Espritos. Logo, j existamos antes de vir aeste plano material e existiremos depois que a carne padecer.

    No foram criados todos de uma s vez os espritos e possvel que novasentidades estejam sendo geradas e outras ainda sero.

    NATUREZA DOS ESPRITOSCada pessoa (Esprito) foi criada por Deus e conserva sua individualidade. Ou seja,

    todo Esprito tem sua identidade e o Criador nos distingue uns dos outros, assim comoum pai sabe que cada um de seus filhos uma vida particular.

    Embora, cada um seja cada um, todos ns fomos criados de maneira

    perfeitamente igual: simples e ignorantes, como criancinhas. Se fosse diferente, haveriaquem fosse melhor e quem fosse inferior, o que equivaleria dizer que Deus seria injusto,por privilegiar uns e diminuir outros.

    Os Espritos no tm sexo (feminino ou masculino), nem se reproduzem. Cadaentidade nasce de Deus. Na vida espiritual que a convivncia natural as entidadeshabitam todos os espaos do universo e se comunicam e se conhecem pelo pensamento.

    6

    Como todo rei na Terra tem seu exrcito, criou-se aidia de que Deus tambm deveria ter um. Assim nasceram osanjos, criaturas perfeitas, na forma corprea semelhante aoshumanos, bonitas, cabelos dourados, com asas e etc. Mas paraque um exrcito? Se Deus soberano, com que outro rei

    brigar? Se no para guerrear, os anjos serviriam apenas paracontemplar e louvar a Deus? Ento Deus criou seressuperiores (anjos) e inferiores (humanos)? Que justia hnisso?

    Sim, anjos existem. So espritos (como ns), mas quej esto adiantados em relao ao que somos. E quandoevoluirmos, seremos anjos tambm.

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    PROGRESSOAssim como uma criana nasce inocente e se desenvolve ao longo da vida, os

    Espritos tambm progridem, de acordo com as seguintes faculdades:

    Livre-arbtrio: Deus nos deu a liberdade de pensar e agir e nunca interferediretamente nas nossas aes. No fosse assim, seriamos simples marionetes,ou como mquinas.

    Instinto evolutivo: o desejo inato de querer evoluir, melhorar em sabedoriae bondade.

    Capacidades: a todos, Deus deu em total quantidade as capacidades deprogredir. Assim, ningum foi criado melhor, nem mais sbio que outros. Todospodem e todos caminham para a perfeio.

    A convivncia espiritual mais ou menos semelhante a do nosso mundo: todosagem por si e procuram ao seu modo o que melhor. H espritos na condio deesforados, preguiosos, invejosos, bondosos, sbios, avarentos, etc.

    A sabedoria e a bondade so conquistadas atravs da evoluo, da vivncia.Portanto, os espritos no so maus por natureza. Seus atributos so adquiridosconforme o rumo que cada um toma.

    Reza a lenda que Deus criou o seu exrcito decriaturas perfeitas os anjos e, de repente, uma tera

    parte do coro anglico se rebelou contra o Criador, sobinfluncia de Lcifer, o prncipe das Trevas. A esses

    rebelados, foi dado o nome de demnios e seu futuro(aps o julgamento final) o fogo do inferno. Suafisionomia tradicional horrvel: chifres, asas de morcego,garras, calda e um focinho terrivelmente feio.

    Mas, se os anjos foram criados perfeitos, comopoderiam se tornaram rebeldes e imperfeitos de umahora pra outra? Teria Deus falhado? E quanto ao inferno,Deus o criou? Mas a obra de dEle no perfeita? Como

    pode existir um lugar to horripilante dentro de umaCriao to maravilhosa? Alm disso, de um corpo

    formoso de anjo, sua forma modificou-se to bruscamentepara a de um monstro? Onde Lcifer achou o mal?

    Que so os demnios?

    No. Demnios no existem, nem to pouco oriundos de anjos. A criao deles nasceu paraamedrontar os fieis, dado a dureza e ignorncia: pouco progresso intelectual do esprito. A lenda to forte que at mesmo Jesus fez uso do termo. Os demnios, por uso da palavra, so espritos(como ns) pouco adiantados que procuram influenciar negativamente aos outros espritos. No sonaturalmente maus, mas que ainda esto no inicio da caminhada da perfeio.

    A origem da palavra vem do termo grego: Daemon= gnio. Na Grcia antiga, o termo nadatinha de maldoso, mas ao contrrio, significava guia espiritual. O emprego pejorativo parece tersido proposital na traduo latina para desqualificar o paganismo grego.

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    35 Conhecendo o ESPIRITISMO

    Segundo uma filosofia chinesa, tudo no universo compostode duas foras opostas, mas que se completam (Yin Yang). o bem e o mal, o masculino e o feminino, a ordem e o caos,o amor e o dio, etc. Pela representao grfica desse pensamento,

    podemos tomar o Bem pela parte clara e o Mal pela parte negra everemos que um est ao lado ou mesmo dentro do outro.

    As conquistas de sabedoria e aperfeioamento moral se do de acordo com osesforos individuais de cada Esprito, tanto na vida espiritual como nas vriasencarnaes por qual todos passam.

    A progresso espiritual se d semelhante ao que assistimos na Terra. No notrio que a civilizao avana, ainda que lentamente? Voltemos ao tempo e vejamosque a sobrevivncia era demais precria. Como o homem se desenvolveu e tambmlapidou o seu meio!

    A caminho da perfeio, cada esprito conserva tudo que aprendeu nuncaregride. No final, todos seremos criaturas perfeitas e veremos a Deus: Sede vs, pois,

    perfeitos, como perfeito o vosso Pai celestial (Mateus 5. 48). No entanto, considerai que aperfeio a qual progredimos relativa, j que nunca seremos como Deus o nicoperfeito.

    QUE O MALO mal no personificado (como seriam os demnios) e nem circunscrito a um

    lugar particular (como seria o inferno). No um esprito, nem um fluido, nem nadafsico. Se existisse em qualquer destas formas, teria sido criado. E sendo toda a Criaode Deus, teramos que considerar que Ele fosse o inventor do mal.

    As referncias bblicas sobre o Diabo (Satans) no passam de figuras delinguagem, seguindo exemplos da tradio popular.

    No livro Confisses, Santo Agostinho definiu o mal como uma circunstncia deincompatibilidade entre certas aes que cometemos em relao normalidade queobedece s leis de Deus. Sempre que fugimos do que normal (o certo), estamoserrando, cometendo um mal. E a capacidade de errarmos existe mediante o nosso livre-arbtrio. Ou seja: Deus fez tudo perfeito (a normalidade) e nos deu a liberdade deagirmos para buscar o que nos convm. Se nessa busca, usamos de mtodos diferentes

    do normal, em detrimento alheio, ento pecamos. Logo, o erro nosso e no de Deus.O mal , portanto, tudo que incompatvel com Deus.

    JUSTIA DIVINAAo passo que nos deu a liberdade, o instinto de progresso e as ferramentas para

    vivermos bem como desejamos, o Soberano imps uma regra bsica: a lei da causa eefeito. Ou seja, somos responsveis e responderemos por nossos atos.

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    A crena em penas eternas cu e inferno foi criada para designar o destino doshomens aps sua morte e est diretamente associada teoria de que nossa vidacomeou ao nascermos com o corpo atual e acaba quando a carne padecer uma sexistncia. uma interpretao errnea, fora de lgica e suscita algumas questes:

    Se Deus bom e criou tudo perfeito, como poderia condenar um filho ao fogo doinferno?

    Mesmo se considerarmos que a culpa de certas pessoas so gravssimas (comoassassinos hediondos, zombadores das coisas sagradas, etc.), como Deus podecriar algum assim, se Ele j sabia que rumo esse elemento tomaria?

    Se ns recebemos influncia de demnios, tambm eles tm parte na culpa de umcriminoso. Logo, Deus seria negligente em permitir nossa queda.

    Por que ento os anjos no nos livram de cairmos em faltas graves que justifiquenossa condenao fatal? So os demnios mais fortes que eles?

    Como medir a pena de cada um se so tantas as diversidades de crimes? O inferno o mesmo para quem mata uma pessoa e para quem provoca a morte decentenas delas?

    No h perdo para as almas arrependidas que penam no inferno?

    Que se sucede com as crianas que morrem prematuramente? Se for o cu, quemrito h nisso, comparado a uma vida de labuta de outros que se santificaram acusta de grande sacrifcio?

    luz da Nova Revelao, sabemos que nossa existncia precede a vida carnal eque, esta apenas uma experincia temporria. Isto posto, entendemos claramente quea justia se d pela relao causa-efeito: quem ferir com a espada, com a espada ser ferido(Apocalipse 13:10). Tudo que fazemos ter uma resposta, seja numa vida, seja emoutra. As penas e as recompensas so proporcionais aos nossos atos.

    Da a lgica de mltiplas existncias. Aquele que matou, conhecer o gosto de sermorto quem foi um mau patro, experimentar a dura servido o rico opulento,conhecer a misria, etc. Desta forma, a dor e experincia de vrias vivncias purificare adiantar cada Esprito.

    HIERARQUIAConsiderando o avano de cada entidade, h uma escala espiritual e essa

    hierarquia de espritos mais ou menos avanados implica em determinadas regras deconvivncia. Quanto mais perfeito for o esprito mais ele goza da liberdade paravasculhar o universo e mais perto ficam de Deus. Em contrapartida, os menos adiantados

    se veem, por hora, privados dos crculos dos superiores o que muito lhes pesa.A classificao observa o progresso intelectual e moral. importante frisar queessas duas propriedades percorrem individualmente, embora uma contribua para aoutra. Desta forma, pode algum se instruir muito nos conhecimentos da cincia ecarecer de compaixo para com os outros. Ou ento, tornar-se demasiado caridoso semao menos, saber assinar seu nome.

    Veja a seguir uma tabela demonstrativa das categorias de espritos, conforme adescrio dos Espritos superiores. mas no a tomando com rigor.

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    ORDEM DOS ESPRITOS

    ORDEM CLASSE CARACTERSTICAS

    1 1 Espritos Puros Ministros de Deus

    22 Espritos Superiores3 Espritos Prudentes4 Espritos Sbios5 Espritos benvolos

    Tm cincia, sabedoria e bondade.Tm conhecimento e juzoTm conhecimento cientificoTm bondade, mas cincia limitada

    3

    6 Espritos perturbadores7 Espritos neutros8 Espritos pseudossbios9 Espritos levianos10 Espritos impuros

    Aptido para efeitos materiaisPendem ora pra o bem ora pra o malTm conhecimento e so orgulhososIgnorncia e malciaInclinao para o mal e violncia

    Segundo os Espritos superiores que contriburam para a codificao da DoutrinaEsprita, a humanidade atual, em sua maioria, se encaixa aproximadamente 7 classe,a dos espritos neutros.

    Duas peculiaridades tm os espritos mais imperfeitos: apego s coisas materiais eorgulho. Quando mais nos desprendemos dessas chagas, mais elevados nos tornamos.

    OCUPAO DOS ESPRITOSNo sendo Deus ocioso, Sua lei no permite impunemente a ociosidade. Desta

    forma, os Espritos tm suas ocupaes. Os preguiosos e omissos acumulam dvidas aserem pagas com trabalho mais duro.

    O trabalho no constitui uma condenao, pois, com ele que cada indivduoprogride moral e intelectualmente sem contar a parte financeira.

    Tambm no se cogita que o trabalho dos Espritos consista de uma simplescontemplao e adorao a Deus. A verdadeira louvao est nos atos da servido unspara com os outros (encarnados e desencarnados).

    CORPO ESPIRITUAL = PERISPRITODizemos que os espritos so imateriais, que no tm corpo, por que a forma

    etrea de que so compostos totalmente diferente de qualquer matria conhecida nomundo atual.

    Entretanto, os Espritos superiores nos revelaram a existncia do envoltriochamado perisprito, que uma espcie de roupa do esprito. um fluido com o qual asentidades espirituais podem se manifestar, pois com essa fora um esprito pode sematerializar (tornar-se visvel em nosso mundo), movimentar objetos (como girar

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    mesas) e provocar todo tipo de fenmenos. As vises que certos mdiuns tm de umdeterminado esprito, na verdade, da forma com que o perisprito se fez.

    O perisprito no tem vida prpria: um elemento semimaterial vaporoso. Tudoque ele produz a mando do esprito, que pode expandi-lo, irradi-lo ou concentr-lonum determinado espao, formando uma imagem material desejada.

    No princpio da existncia espiritual, o perisprito mais denso e vai se tornandomais sutil medida que o esprito progride.

    Enquanto estamos encarnados o perisprito que prende nosso esprito ao corpo, o chamado lao. Durante esse perodo, o esprito chamado de alma.

    Influncia das lendas e fbulas literrias sobre as convenes religiosas a cercados anjos e demnios. Teorias filosficas sobre a constituio e origem do Bem e do Mal, como as

    dissertaes de Santo Agostinho, em Conf isses .

    P ESQUISE TAMBM:

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    REENCARNAESPLURALIDADE DAS EXISTNCIAS

    Como instrumento de aperfeioamento, quis Deus que os espritos passem porvrias encarnaes, e em diversas circunstncias.

    Em cada vida corporal os espritos se relacionam uns com os outros de acordo coma natureza do meio em que vivem. O corpo constitui uma grande limitao: v-se com osolhos, fala-se a boca, caminha-se com as pernas enquanto que na vida espiritual tudoisto se faz com a leveza do pensar. Diante dessa natureza grotesca, as entidades devemse esforar para atingir a perfeio.

    PLURALIDADE DOSMUNDOSO planeta Terra no passa de um

    ponto insignificante, quando comparadoao quadro universal. Constitui um mundode provas e expiao para onde espritosimperfeitos devem encarnar e labutarduramente.

    Mas no o nico lugar habitado,como pensa a maioria da Humanidade. Hmundos inferiores e mundos superiores,em relao ao nosso planeta. No primeirocaso, a sobrevivncia de suas habitantes mais primitiva, mais animal. So povoadospor espritos menos desenvolvidos. Os mundos superiores se caracterizam pelo maiorgrau de sutileza da matria o que implica em dizer que seus corpos so mais perfeitos(mais sutis). Habitam a espritos mais elevados e a convivncia mais harmoniosa.

    Conforme a evoluo de cada um, passamos de mundos inferiores para superiores.No h um nmero exato de quantas reencarnaes sofremos num determinado planetapara alar-nos a um plano mais apurado.

    Os mundos tambm progridem, tal qual este nosso atual tm progredido.

    Trabalhar para a melhoria do lugar habitado tambm faz parte dos propsitos quetrazemos em nossas experincias corpreas. Os mundos tambm se sucedem, o queimplica dizer que a Terra tambm tem um determinado tempo de vida til.

    As reencarnaes so como viagens de expedies temporrias. O mundo normal o espiritual, onde os espritos tambm progridem. A medida do tempo da vidaespiritual diferente da contagem que se faz na vida carnal. De modo que, os anospassados numa encarnao um tempo irrisrio quando comparado durao da vidaespiritual. O intervalo entre as reencarnaes tambm varia, mas quase nunca umaentidade volta matria de imediato.

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    PLANEJAMENTO ESPIRITUALCada passagem por um mundo tem uma finalidade til nada acontece por acaso.

    Cada ser humano na Terra, como cada ser vivo em qualquer outro planeta, vem com umpropsito elaborado, cabendo a cada individuo o esforo em cumprir a misso o melhorpossvel e, assim, progredir a si mesmo e ao meio em que se encontra (outras pessoas e

    o prprio mundo).Aos Espritos mais atrasados comum que a hora de descer (encarnar) e o meioonde ser encaixado sejam normalmente designados por fora maior (traado por Deus eexecutado pelos Esprito