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CURSO E COLÉGIO ACESSO LABORATÓRIO DE REDAÇÃO 1 ALUNO: _____________________________________ N.º__________ TURMA ______ PROPOSTA 7 __ /__ /_____ INTERPRETAÇÃO DE CHARGES, CARTUNS E QUADRINHOS A charge ou cartum é um desenho de caráter humorístico, geralmente veiculado pela imprensa. Ela também pode ser considerada como texto e, nesse sentido, pode ser lida por qualquer um de nós. Trata-se de um tipo de texto muito importante na mídia atual, graças à capacidade de fazer, de modo sintético, críticas político-sociais. Um público muito amplo se interessa pela charge, tanto pelo uso do humor e da sátira, quanto por exigir do leitor apenas um pequeno conhecimento da situação focalizada, para se reconhecerem as referências e insinuações feitas pelo autor. Charge, segundo o dicionário do Aurélio, é uma “representação pictórica, de caráter caricatural, em que se satiriza um fato específico, em geral de caráter político e que é do conhecimento público”. Geralmente, consta de uma caricatura (desenho que, pelo traço, pela escolha dos detalhes, acentua ou revela certos aspectos caricatos de pessoa ou fato), que pode ser acompanhada de uma legenda. Uma charge, por si só, pode carregar uma mensagem significativa. É a mensagem icônica. Como nas anedotas e piadas, o humorista e o leitor deve compartilhar conhecimentos pragmáticos, vivências culturais. Ou não haverá humor. Como muitas charges são críticas políticas, quem não está a par dos acontecimentos políticos mais recentes, não vai rir, com certeza. Os cartuns estão geralmente relacionados com questões sociais. Qual a diferença entre charge e cartum? Geralmente, considera-se que os dois termos são sinônimos. Mas há diferenças entre eles. O cartum é apenas um desenho humorístico ficcional e atemporal. Isso quer dizer que não estão necessariamente relacionadas nem com alguém existente, nem com uma ocasião especial. Existe sempre a presença do humor universal. Por exemplo: Se um desenho mostra dois personagens sentados numa sala de espera, um ovo e uma galinha. O funcionário pergunta a eles quem chegou primeiro. Trata-se de uma piada atemporal e ficcional, ou seja, ela é compreendida em qualquer ocasião e não se relaciona com um fato real. Além disso, os personagens não se relacionam com alguém em especial. É, portanto, um cartum. Exemplos de charges e cartuns: A charge abaixo foi publicada em 22 de Maio de 2011 por Ivan Cabral - Nela o chargista utiliza a linguagem verbal e não verbal para criar uma situação de humor e mostrar as questões políticas presentes. O cartum abaixo foi postado em 13 de maio de 2011 sobre a abolição da escravatura – cartunista Edra: O mais importante é relacionar a imagem (desenho) a seus conhecimentos prévios de atualidades !

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ALUNO: _____________________________________ N.º__________ TURMA ______

PROPOSTA 7 __ /__ /_____

INTERPRETAÇÃO DE CHARGES, CARTUNS E QUADRINHOS

A charge ou cartum é um desenho de caráter humorístico, geralmente veiculado pela imprensa. Ela também pode ser considerada como texto e, nesse sentido, pode ser lida por qualquer um de nós. Trata-se de um tipo de texto muito importante na mídia atual, graças à capacidade de fazer, de modo sintético, críticas político-sociais.

Um público muito amplo se interessa pela charge, tanto pelo uso do humor e da sátira, quanto por exigir do leitor apenas um pequeno conhecimento da situação focalizada, para se reconhecerem as referências e insinuações feitas pelo autor.

Charge, segundo o dicionário do Aurélio, é uma “representação pictórica, de caráter caricatural, em que se satiriza um fato específico, em geral de caráter político e que é do conhecimento público”. Geralmente, consta de uma caricatura (desenho que, pelo traço, pela escolha dos detalhes, acentua ou revela certos aspectos caricatos de pessoa ou fato), que pode ser acompanhada de uma legenda.

Uma charge, por si só, pode carregar uma mensagem significativa. É a mensagem icônica. Como nas anedotas e piadas, o humorista e o leitor deve compartilhar conhecimentos pragmáticos, vivências culturais. Ou não haverá humor. Como muitas charges são críticas políticas, quem não está a par dos acontecimentos políticos mais recentes, não vai rir, com certeza. Os cartuns estão geralmente relacionados com questões sociais.

Qual a diferença entre charge e cartum? Geralmente, considera-se que os dois termos são sinônimos. Mas há diferenças entre eles. O cartum é apenas um desenho humorístico ficcional e atemporal. Isso quer dizer que não estão necessariamente relacionadas nem com alguém existente, nem com uma ocasião especial. Existe sempre a presença do humor universal. Por exemplo:

Se um desenho mostra dois personagens sentados numa sala de espera, um ovo e uma galinha. O funcionário pergunta a eles quem chegou primeiro. Trata-se de uma piada atemporal e ficcional, ou seja, ela é compreendida em qualquer ocasião e não se relaciona com um fato real. Além disso, os personagens não se relacionam com alguém em especial. É, portanto, um cartum.

Exemplos de charges e cartuns:

A charge abaixo foi publicada em 22 de Maio de 2011 por Ivan Cabral - Nela o chargista utiliza a linguagem verbal e não verbal para criar uma situação de humor e mostrar as questões políticas presentes.

O cartum abaixo foi postado em 13 de maio de 2011 sobre a abolição da escravatura – cartunista Edra:

• O mais importante é relacionar a imagem (desenho) a seus conhecimentos prévios de atualidades !

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Há cerca de dez anos, os exames escolares passaram a se utilizar de charges para avaliar a capacidade de interpretação dos alunos. No ENEM 2010, por exemplo, o tema proposto para a prova de redação era “O indivíduo frente à ética nacional”, que vinha, como de costume, acompanhado de uma coletânea composta por dois textos opinativos, publicados na mídia impressa, e a seguinte charge:

De autoria de Millôr Fernandes, a charge discute a honestidade social a partir de uma cena irônica: a lamentação de um indivíduo que, por só poder lidar com gente honesta, encontra-se num deserto.

A charge, associada aos textos da coletânea e ao tema anunciado na proposta, compunham um panorama mais amplo do problema incluído na proposta, conduzindo o leitor a alguns questionamentos que poderiam direcionar a elaboração de seu texto:

1. Existe alguma pessoa completamente honesta no mundo? O que isso significa?

2. O indivíduo que chama os outros de desonestos e antiéticos apresenta realmente um comportamento ético que o diferencie dos demais?

3. O fato de acharmos que a maioria age de modo antiético nos daria o direito de assim também o fazer, para não sermos os únicos diferentes?

4. A ética que deveria nortear as relações humanas é hoje característica de poucos? Ela se tornou uma exceção?

Para compreendê-las, o leitor precisa acionar uma série de conhecimentos prévios que já possui no seu próprio repertório cultural. Vamos examinar cada um dos casos:

Charge da Folha de S. Paulo

Criada por Glauco, não possui texto verbal. Assim, toda a informação deve ser identificada no desenho. Nele, pode-se ver um avião sendo consertado por um mecânico, um homem careca dentro do aparelho, com expressão abor-recida, e um triângulo usado no trânsito para indicar que o veículo está quebrado (esta já é uma informação prévia do leitor).

Após a identificação desses elementos básicos, entram outros mais específicos que também precisam ser conhe-cidos pelo leitor: o reconhecimento dos personagens e das situações específicas a que se refere o desenho: o avião tem formato de tucano, uma referência ao símbolo de um partido político, o PSDB; o piloto do avião deve ser associado a José Serra, por ser careca e pertencer ao partido tucano; o avião quebrado é uma referência à dificuldade de Serra para “decolar” (metáfora política para designar avanço nas intenções de voto) no início da campanha para Presidência da República de 2010.

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Observe os cartuns abaixo e depreenda os temas:

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TIRINHAS E QUADRINHOS

A diferença principal é que as tirinhas são curtas, geralmente têm 3 quadrinhos e usam a ironia para satirizar diversos problemas. Já a história em quadrinhos tem páginas elaboradas com início, meio e fim.

As tirinhas são fontes ricas de leitura, pois contêm histórias, opiniões, situações e discussões sobre o cotidiano, logo os alunos se interessam mais por este gênero textual. Elas estão cada vez mais ganhando espaço, no que antes era algo concentrado apenas em livros infantis e gibis, hoje é encontrando em qualquer jornal, revistas e até em livros didáticos, servindo como mediadores de ensinamento. É muito comum também encontrá-las em concursos.

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Observe alguns exemplos abaixo:

A tira acima, de Laerte, satiriza a violência que nos últimos tempos vem tomando conta do país, e que começa a atingir de modo mais intenso a classe média. Na tira, um homem reclama porque seu carro foi roubado, e logo depois seu filho tem o carrinho de brinquedo furtado por um ladrão. Dessa forma, Laerte demonstra de modo bem-humorado que a violência atinge a todos indiscriminadamente, e que de certa maneira essa violência já é aceita como normal e corriqueira, o que está expresso na fala do garoto lamentando-se pelo fato de não ter seguro do carrinho de brinquedo.