4
LABORATÓRIO DE REDAÇÃO – 2013 11 Linguagens, Códigos e suas Tecnologias OSG.: 69732/13 PROPOSTA I (ENEM) Texto I Texto II O RESPEITO ÀS DIFERENÇAS Atualmente, muito se fala sobre a igualdade social, a igualdade de nossos direitos. De fato, é um direito de todos. Deveríamos ter os mesmos direitos à saúde, à educação, à alimentação e à cultura. Entretanto, o que percebemos é que muito se fala sobre o direito à igualdade e nos esquecemos do respeito às diferenças. Na verdade, somos todos diferentes. Cada indivíduo com suas peculiaridades, raça, credo, política, valores e costumes. Somos um povo diferente e, portanto, precisamos conviver com as diferenças da melhor forma possível. O respeito ao outro e as suas peculiaridades é fundamental, pois, através deste respeito, temos a possibilidade de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa. Assim sendo, cada vez mais, a sociedade deve concentrar forças para a difícil tarefa de ofertar uma educação justa, de qualidade e que respeite as diferenças de cada sujeito. Por Emily Christmann Acesso em 19/03/2013. Disponível em: http://www.moodle.ufba.com.br Texto III RESPEITAR AS DIFERENÇAS Só assim se consegue afastar o fantasma do preconceito e formar jovens mais tolerantes Muitos professores que trabalham em escolas públicas de periferia comentam que as turmas, com o passar dos anos, vão “clareando”. Grosseira, a expressão indica que há menos alunos negros na 7ª e 8ª séries do que na 1ª. A cruel constatação, no entanto, não significa o reconhecimento de que existe preconceito na escola. Pesquisa realizada pela professora Irene Sales de Souza, da Universidade Estadual Paulista, em Franca, mostrou que 83% dos 200 entrevistados negaram já ter presenciado situações de discriminação no ambiente escolar, apesar de todos serem unânimes em afirmar que existe racismo no Brasil! Por isso, está mais do que na hora de abordar essa difícil questão em sala de aula e evitar que mais crianças (sobretudo da raça negra) desistam de estudar. “A discriminação afeta a autoestima do estudante. Isso se reflete no aprendizado e é uma das causas da evasão”, confirma a pesquisadora Ana Maria de Niemeyer, professora do Departamento de Antropologia da Universidade Estadual de Campinas. Lutar contra o preconceito é uma decisão que precisa ser encampada pela coletividade, não é uma responsabilidade só de quem é discriminado. “Se a construção da autoimagem do jovem em nosso país prevê que o negro se sinta submisso e o branco, superior, sempre haverá problemas para a sociedade como um todo”, analisa a consultora educacional Isabel Santos, do Centro de Estudo das Relações de Trabalho e Desigualdades, o Ceert. Acesso em 19/03/2013. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br

LABORATÓRIO DE REDAÇÃO – 2013 11 · A ENTREVISTA é um texto muito utilizado na comunicação social que serve para a transcrição do diálogo entre um entrevistador e um entrevistado

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: LABORATÓRIO DE REDAÇÃO – 2013 11 · A ENTREVISTA é um texto muito utilizado na comunicação social que serve para a transcrição do diálogo entre um entrevistador e um entrevistado

LABORATÓRIO DE REDAÇÃO – 2013 11

Linguagens, Códigos e suas TecnologiasOSG.: 69732/13

PROPOSTA I (ENEM)

Texto I

Texto IIO RESPEITO ÀS DIFERENÇAS

Atualmente, muito se fala sobre a igualdade social, a igualdade de nossos direitos. De fato, é um direito de todos. Deveríamos ter os mesmos direitos à saúde, à educação, à alimentação e à cultura. Entretanto, o que percebemos é que muito se fala sobre o direito à igualdade e nos esquecemos do respeito às diferenças.

Na verdade, somos todos diferentes. Cada indivíduo com suas peculiaridades, raça, credo, política, valores e costumes. Somos um povo diferente e, portanto, precisamos conviver com as diferenças da melhor forma possível. O respeito ao outro e as suas peculiaridades é fundamental, pois, através deste respeito, temos a possibilidade de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa.

Assim sendo, cada vez mais, a sociedade deve concentrar forças para a difícil tarefa de ofertar uma educação justa, de qualidade e que respeite as diferenças de cada sujeito.

Por Emily ChristmannAcesso em 19/03/2013. Disponível em: http://www.moodle.ufba.com.br

Texto IIIRESPEITAR AS DIFERENÇAS

Só assim se consegue afastar o fantasma do preconceito e formar jovens mais tolerantes

Muitos professores que trabalham em escolas públicas de periferia comentam que as turmas, com o passar dos anos, vão “clareando”. Grosseira, a expressão indica que há menos alunos negros na 7ª e 8ª séries do que na 1ª. A cruel constatação, no entanto, não signifi ca o reconhecimento de que existe preconceito na escola. Pesquisa realizada pela professora Irene Sales de Souza, da Universidade Estadual Paulista, em Franca, mostrou que 83% dos 200 entrevistados negaram já ter presenciado situações de discriminação no ambiente escolar, apesar de todos serem unânimes em afi rmar que existe racismo no Brasil! Por isso, está mais do que na hora de abordar essa difícil questão em sala de aula e evitar que mais crianças (sobretudo da raça negra) desistam de estudar. “A discriminação afeta a autoestima do estudante. Isso se refl ete no aprendizado e é uma das causas da evasão”, confi rma a pesquisadora Ana Maria de Niemeyer, professora do Departamento de Antropologia da Universidade Estadual de Campinas.

Lutar contra o preconceito é uma decisão que precisa ser encampada pela coletividade, não é uma responsabilidade só de quem é discriminado. “Se a construção da autoimagem do jovem em nosso país prevê que o negro se sinta submisso e o branco, superior, sempre haverá problemas para a sociedade como um todo”, analisa a consultora educacional Isabel Santos, do Centro de Estudo das Relações de Trabalho e Desigualdades, o Ceert.

Acesso em 19/03/2013. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br

Page 2: LABORATÓRIO DE REDAÇÃO – 2013 11 · A ENTREVISTA é um texto muito utilizado na comunicação social que serve para a transcrição do diálogo entre um entrevistador e um entrevistado

Laboratório de Redação – 2013

2 Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

OSG.: 69732/13

• Considerando a leitura dos textos motivadores e o conhecimento de mundo adquirido por você ao longo de sua formação, escreva texto, em norma padrão da língua portuguesa, do tipo dissertativo-argumentativo, sobre o tema O RESPEITO ÀS DIFERENÇAS.

Observações: Suas propostas de solução para o problema discutido em seu texto devem demonstrar respeito aos direitos humanos. Ao desenvolver o tema proposto, procure também utilizar os conhecimentos adquiridos e as refl exões feitas ao longo de sua formação. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender seu ponto de vista.

PROPOSTA II (ENEM):

Texto I

Texto II

A Copa do Mundo da FIFA é um dos maiores eventos esportivos do planeta. A disputa quadrienal entre as melhores seleções do mundo mobiliza bilhões de pessoas de todos os quadrantes, de todas as culturas. Infl ama paixões e, ao mesmo tempo, reduz diferenças, já que os povos dos mais distintos países, durante os 90 minutos de uma partida, criam um laço comum ao compartilhar a mesma emoção, ao mesmo tempo. É um acontecimento raro, sem similar, e por isso, digno de reconhecimento universal.

Em 2014, o Brasil será novamente a sede do torneio. A vigésima Copa do Mundo da FIFA ocorrerá 64 anos depois da edição em que a seleção nacional se sagrou vice-campeã mundial em pleno Maracanã. Desde que houve a defi nição do país sede, em 20 de outubro de 2007, iniciou-se um abrangente esforço nacional. Não se trata simplesmente de cumprir as exigências da organização e fazer um bom papel aos olhos do mundo. Desde maio de 2009, quando houve a ratifi cação das 12 cidades-sede, um trabalho de planejamento e execução de empreendimentos estratégicos desencadeou um processo de desenvolvimento que transcende qualquer parâmetro esportivo.

[…] O objetivo do Governo Federal é coordenar um programa de investimento que transformará algumas das capitais mais importantes do país, de norte a sul e de todas as regiões: Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Para todos os brasileiros, qualquer que seja o resultado da Copa, fi cará um relevante legado em infraestrutura, criação de emprego e renda e promoção da imagem do país em escala global.

Estima-se que a Copa do Mundo da FIFA 2014 agregará 183 bilhões de reais ao PIB do país e mobilizará 33 bilhões de reais em investimento em infraestrutura, com destaque para a área de transporte e sistemas viários. Aproximadamente 3,7 milhões de turistas, brasileiros e estrangeiros, deverão gerar, no período do evento, R$ 9,4 bilhões. Em todas as áreas, 700 mil empregos permanentes e temporários serão criados. […]

Acesso em 19/03/2013. Disponível em: http://www.copa2014.gov.br/pt-br

Page 3: LABORATÓRIO DE REDAÇÃO – 2013 11 · A ENTREVISTA é um texto muito utilizado na comunicação social que serve para a transcrição do diálogo entre um entrevistador e um entrevistado

Laboratório de Redação – 2013

3 Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

OSG.: 69732/13

Texto IIICOPA E OLIMPÍADAS TRAZEM MAIS PERDAS QUE GANHOS PARA ECONOMIA, DIZ PROFESSOR

Dia 2 de outubro de 2009. Enquanto milhares de pessoas comemoravam, no Brasil, a eleição do Rio de Janeiro como cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016, do alto de uma das salas da Universidade de Chicago — uma das cidades que disputava com o Rio a realização das Olimpíadas —, um norte-americano também fazia a festa. Embora confesse ser um admirador da “Cidade Maravilhosa”, a alegria do professor Allen Sanderson estava muito mais relacionada à economia do que com qualquer sinal de antipatriotismo. Para ele, eventos como Olimpíadas e Copa do Mundo são um desastre para as contas dos países-sede. “Em geral, as cidades que recebem a Copa e os Jogos Olímpicos perdem muito dinheiro”, diz. “Os investimentos geram taxas de retorno menores que o montante investido”, afi rma o professor. Sanderson dá aulas sobre Economia do Esporte na Universidade de Chicago e é autor de diversos artigos sobre o impacto do esporte na economia. (…). Sanderson reforça a posição contrária à maré otimista dos Jogos no Brasil e defende que os investimentos no País deveriam acontecer de forma mais racional e independente de qualquer evento. Bem-humorado, o professor não deixa de desejar boa sorte ao Brasil, mas torce para que os Jogos sigam longe de Chicago por um bom tempo. Confi ra a íntegra da entrevista:

iG: O senhor gostou da vitória do Rio de Janeiro sobre Chicago na disputa pelos Jogos de 2016?Allen Sanderson: Estou feliz que o Rio ganhou e Chicago perdeu em Copenhague (cidade onde foi anunciada a sede

dos Jogos de 2016). Visto que os Jogos Olímpicos tendem a fazer com que as cidades percam muito dinheiro, eu prefi ro que seja gasto o seu dinheiro que o meu (risos). Brincadeiras à parte, se Chicago tivesse sido eleita como sede dos Jogos de 2016, nós pagaríamos por isso tudo com dinheiro público. Esta é a razão pessoal e fi nanceira pela qual eu não quero que Chicago seja uma cidade-sede.

iG: Então, o senhor é contra a tese de que eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas geram crescimento econômico aos países-sede?

Allen Sanderson: Em geral, as cidades ou países que recebem a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos perdem muito dinheiro, pois são muito pobres e os investimentos geram taxas de retorno menores que o montante investido. Seria melhor aplicar esses recursos todos de forma mais sábia.

iG: Mas o Brasil, por exemplo, vai ampliar consideravelmente os investimentos em infraestrutura, um setor crítico do País atualmente. Como isso pode ser considerado ruim?

Allen Sanderson: Infraestrutura é um termo agradável para os ouvidos. Como alguém poderia ser contra os investimentos em infraestrutura? Mas essa pode ser uma desculpa para gastar dinheiro de forma tola. Tudo depende de quais projetos serão escolhidos. O Brasil e o Rio de Janeiro estarão mais bem servidos se os compromissos para melhoria em infraestrutura não dependessem da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Estamos falando de investimentos de longo prazo, não em soluções de curto prazo para uma festa. O rabo não pode abanar o cachorro.

iG: Os casos de Barcelona-92 e Pequim-2008 não podem ser usados como exemplos de que os Jogos benefi ciam a economia de um país?

Allen Sanderson: As melhorias em Barcelona foram muito importantes, mas estavam muito mais relacionadas com a entrada da Espanha no Mercado Comum (agora chamada de União Europeia) do que com os Jogos Olímpicos. Você não mencionou, por exemplo, Montreal-75, Sydney-2000, Atenas-04 e nem Londres-12. Todas as quatro cidades perderam ou perderão uma montanha de dinheiro por causa dos Jogos. A atual crise da Grécia, certamente, não está alheia aos altos gastos públicos que eles tiveram com as Olimpíadas. A China também poderia ter gastado melhor os US$ 40 bilhões que foram investidos nos Jogos. As principais instalações utilizadas em 2008 estão vazias agora, como aconteceu também em Atenas e em Sydney. A perda de recursos continua.

iG: O que o senhor tem a dizer para os que estão otimistas com a realização da Copa e dos Jogos Olímpicos no Brasil?Allen Sanderson: Boa sorte! Espero que ambos os eventos acabem bem para o Brasil. Mas, se eu tivesse de fazer uma

aposta, colocaria meu dinheiro em coisas que não vão bem na economia. (…)iG: O Brasil erra ao apontar a Copa e as Olimpíadas como fatores impulsionadores de crescimento?Allen Sanderson: Sim, mas é possível que os jogos representem uma oportunidade de boa publicidade para o País, na

medida em que o Brasil terá a atenção do mundo sobre as coisas maravilhosas que acontecem aí e na América do Sul. Essa foi a esperança da China em 2008. Mas não funcionou para Atenas, nem para Sydney. Certamente não funcionará com Londres, já que as pessoas já estão sufi cientemente informadas sobre Londres e a Inglaterra.

Por Klinger PortellaDisponível em: http://www.educacaofi sica.com.br

• Considerando a leitura dos textos motivadores e o conhecimento de mundo adquirido por você ao longo de sua formação, escreva texto, em norma padrão da língua portuguesa, do tipo dissertativo-argumentativo, sobre o tema:

MEGAEVENTOS DO ESPORTE MUNDIAL NO BRASIL (2014-2016):COMO EQUILIBRAR PERDAS E GANHOS?

Observações: Suas propostas de solução para o problema discutido em seu texto devem demonstrar respeito aos direitos humanos. Ao desenvolver o tema proposto, procure também utilizar os conhecimentos adquiridos e as refl exões feitas ao longo de sua formação. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender seu ponto de vista.

Page 4: LABORATÓRIO DE REDAÇÃO – 2013 11 · A ENTREVISTA é um texto muito utilizado na comunicação social que serve para a transcrição do diálogo entre um entrevistador e um entrevistado

Laboratório de Redação – 2013

4 Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

OSG.: 69732/13

PROPOSTA III (Outros Vestibulares):

A ENTREVISTA é um texto muito utilizado na comunicação social que serve para a transcrição do diálogo entre um entrevistador e um entrevistado.Antes de iniciar qualquer entrevista, é necessário selecionar: o tema; os objetivos da entrevista; a pessoa a entrevistar.

GUIÃO DE ENTREVISTA:

Para facilitar a condução da entrevista, deve construir-se um guião que respeite alguns procedimentos: elaborar perguntas de acordo com o tema, os objetivos da entrevista, as expectativas do entrevistador e de possíveis leitores, ouvintes ou espectadores; construir perguntas variadas (mais abertas – O que pensa de…? – ou mais fechadas – Gosta de…?, evitando infl uenciar respostas e procurando alternativas para eventuais fugas ao tema); adequar as perguntas ao entrevistado (personalidade, nível etário, nível sociocultural…) e à situação (momento e lugar); selecionar um vocabulário claro, acessível e rigoroso; estabelecer o número de perguntas e proceder à sua ordenação.

TEXTO DA ENTREVISTA

Ao passar o texto a limpo, é importante ter em conta: a pontuação, a ortografi a, a apresentação gráfi ca.

• Agora, suponha que você é repórter e que foi selecionado(a) para entrevistar o Papa Francisco. Não se esqueça de explorar quais as futuras mudanças que o novo pontífi ce pretende fazer na Igreja Católica. Depois, transcreva essa entrevista para o papel, para que ela possa ser publicada na Revista da UECE, que sairá neste mês.

RBS - 08/04/2013 – REV.: RM